memorial do curso de extensão gênero e diversidade na escola unb 2009

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL FACULDADE DE EDUCAÇÃO GERAJU - EDUCAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS GÊNERO, RAÇA-ETNIA E JUVENTUDE MARCUS ALBERTO MOURA MACIEL MEMORIAL “GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA” Brasília DF 2009

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Memorial do Curso de Extensão realizado na Unb "Diversidade e Gênero na Escola"

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Page 1: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL FACULDADE DE EDUCAÇÃO

GERAJU - EDUCAÇÃO E POLÍTICAS PÚBLICAS GÊNERO, RAÇA-ETNIA E JUVENTUDE

MARCUS ALBERTO MOURA MACIEL

MEMORIAL

“GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA”

Brasília – DF

2009

Page 2: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

MARCUS ALBERTO MOURA MACIEL

MEMORIAL

“GÊNERO E DIVERSIDADE NA ESCOLA”

Memorial apresentado ao Grupo de

Pesquisa em Educação e Políticas

Públicas: Gênero, Raça/Etnia e Juventude,

da Faculdade de Educação da

Universidade de Brasília (UnB), como

exigência parcial para conclusão do Curso

de Extensão Gênero e Diversidade na

Escola, sob orientação da Profª. MsC.

Edileuza Penha de Souza

Brasília – DF

2009

Page 3: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

"A principal meta da educação é criar

homens que sejam capazes de fazer coisas

novas, não simplesmente repetir o que

outras gerações já fizeram. Homens que

sejam criadores, inventores,

descobridores. A segunda meta da

educação é formar mentes que estejam em

condições de criticar, verificar e não

aceitar tudo que a elas se propõe." (Jean

Piaget)

Page 4: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Grupo de Pesquisa em Educação e Políticas Públicas:

Gênero, Raça/Etnia e Juventude (GERAJU), da Faculdade de Educação da

Universidade de Brasília (UnB), a Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais

em Educação (EAPE) pela oportunidade de fazer o Curso de Extensão Gênero

e Diversidade na Escola, como forma de me capacitar para implantação das

diretrizes curriculares para educação das relações de gênero e étnico-raciais no

contexto escolar.

Agradeço de forma extremamente especial a professora-tutora e

hoje amiga Edileuza Penha de Souza, que me acompanhou durante esse

período do curso, sempre disposta a elucidar minhas indagações, dando

orientações e propondo outras reflexões pertinentes a análise das temáticas.

Agradeço, por fim, a todos e todas que sempre estiveram dispostos a

conversar comigo sobre essas temáticas de modo mais acadêmico,

principalmente, as minhas amigas e aos meus amigos.

Page 5: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 6 PRIMEIRA SEMANA ........................................................................................... 9 SEMANA DE AMBIENTAÇÃO E APRESENTAÇÃO ..................................................... 9 SEGUNDA SEMANA ......................................................................................... 11 MODULO 1 DIFERENTES MAS NÃO DESIGUAIS VIVA A DIFERENÇA ...................... 11 APRESENTAÇÃO ............................................................................................. 11 SEGUNDA SEMANA ......................................................................................... 12 MÓDULO 1 – DIVERSIDADE ............................................................................. 12 OBJETIVOS .................................................................................................... 12 SEGUNDA SEMANA ......................................................................................... 13 MÓDULO 1 .................................................................................................... 13 CONHECIMENTOS PRÉVIOS ............................................................................. 13 SEGUNDA SEMANA ......................................................................................... 14 MÓDULO 1 .................................................................................................... 14 FORUM .......................................................................................................... 14 SEGUNDA SEMANA ......................................................................................... 20 MÓDULO 1 .................................................................................................... 20 CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS ....................................................................... 20 TERCEIRA SEMANA ......................................................................................... 20 MODULO 4 UNIDADE 1.................................................................................... 20 PRIMEIRO ENCONTRO PRESENCIAL .................................................................. 20 MODULO 4 UNIDADE 1.................................................................................... 20 TERCEIRA SEMANA ......................................................................................... 20 CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO RACISMO ........................................................... 20 CONHECIMENTOS PRÉVIOS TERCEIRA SEMANA ................................................. 21 FÓRUM DA TERCEIRA SEMANA ......................................................................... 21 DESIGUALDADE ETNICO RACIAL ...................................................................... 26 GÊNERO UM CONCEITO IMPORTANTE PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO SOCIAL26 SEXUALIDADE DIMENSÃO SOCIAL DIVERSIDADE DISCRIMINAÇÃO ...................... 26 ANEXO “A” .................................................................................................... 28 GLOSSÁRIO DE ALGUNS TERMOS EM YURUBA ................................................... 28 ANEXO “B” .................................................................................................... 29 Brasília, Sinfonia da Alvorada. .......................................................................... 29 ANEXO “C” .................................................................................................... 35 Livro de Gênesis 1 .......................................................................................... 35 ANEXO “D” .................................................................................................... 37 Epilogo Estava inventado o candomblé. Mitologia dos orixás. ............................... 37 ANEXO “E”..................................................................................................... 39 “PROJETO SER HUMANO DE VALOR” ................................................................. 39

Page 6: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

INTRODUÇÃO

No princípio era o ermo 1

No princípio criou Deus os céus e a terra2. No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos

humanos.3

No principio era mais um Curso à distancia... Eram antigas solidões sem mágoa. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo... Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras.

Eu, apenas um aluno, segundo Luckesi4: “sem luz”. O altiplano, o infinito descampado. No princípio era o agreste: E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum

com as mãos sujas...

A ementa dizia ser a luz e o caminho sobre Gênero e Diversidade na Escola O céu azul, a terra vermelho-pungente. E o verde triste do cerrado. Eram antigas solidões banhadas De mansos rios inocentes Por entre as matas recortadas. O céu imaculado do Orixá fora conspurcado.

E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a expansão...E chamou Deus à expansão Céus... O branco imaculado de Obatalá se perdera. Oxalá foi reclamar a Olorum.

Para nós educadores, professores e gestores agora teremos como mostrar que os céus são para todos... Não havia ninguém. A solidão Mais parecia um povo inexistente E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares... Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a

displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o

Céu da Terra.

1 Fragmentos da “Sinfonia da Alvorada”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.

2 Fragmentos do “Livro de Gênesis” da Bíblia Sagrada (Velho Testamento).

3 Fragmentos do epilogo livro, Mitologia dos orixás, págs. 524-528 Reginaldo Prandi.

4 Luckesi Cipriano Carlos É Licenciado em Filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Católica do Salvador, Bahia

(1970), Bacharel em Teologia pela Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1968),

Mestre em Ciências Sociais pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal da Bahia (1976) e Doutor em Educação:

História, Política, Sociedade pelo Programa de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1992). Atualmente é professor

pós-aposentado da Faculdade de Educação, da Universidade Federal da Bahia. Tem 12 livros publicados, além de muitos artigos em revistas

especializadas. Atualmente, juntamente com a Profª. Cristina D'Ávila, coordena o GEPEL (Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação e

Ludicidade), dentro do Programa de Pós-Graduação em Educação da FACED/UFBA.

Page 7: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Seria o fim do sofrimento para aqueles, que trazidos de além mar foram escravizados e ainda hoje são discriminados pela cor da pele, pelo gênero, pela orientação sexual, enfim, os diferentes. Dizendo coisas sobre nada. Sim, os campos sem alma Pareciam falar, e a voz que vinha Das grandes extensões, dos fundões crepusculares Nem parecia mais ouvir os passos E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos. E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi. E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas. Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum

e retornar de lá com vida.

Como “luminares” de educandos vamos juntos formar e informar cidadãos conscientes das diferenças... Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros. Que, em busca de ouro e diamantes, Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas, A tristeza de seus gritos e o tropel De sua violência contra o índio... Do novo teto do mundo, do planalto iluminado. Partiram também as velhas tribos malferidas E as feras aterradas. E só ficaram as solidões sem mágoa E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos.

E a esse homem foram designado substantivos...um pelo “acaso” como dizem os Historiadores...“índio” para os nativos do novo continente, que o branco também escravizou e ainda sofre discriminação nos nossos dias. O sem-termo, o infinito descampado. Onde, nos campos gerais do fim do dia Se ouvia o grito da perdiz A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios O pio melancólico do jaó. E vinha a noite. Nas campinas celestes, Rebrilhavam mais próximas as estrelas E o Cruzeiro do Sul resplandecente E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra. E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados.

Page 8: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram.

Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e

amuados.

Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez

por outra retornar à Terra.

Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos.

As leituras atentas durante a madrugada eram seguidas de demoradas reflexões, de que adiantava textos enxutos e toda uma dinâmica de aprendizagem através dos fóruns, encontros presenciais e a orientação precisa da Tutora com uma coordenação certeira da equipe organizadora se não fosse para colocar em pratica? Sobre a noturna mata do cerrado Para abençoar o novo bandeirante O desbravador ousado O ser de conquista O Homem! E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os

xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando

todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e

dançavam.

Sim, era o Homem, Tempos antes Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres,

dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável

sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais

para receberem em seus corpos os orixás.

... Era finalmente, e definitivamente, o Homem. E porque não a MULHER? Tem que ser o HOMEM? E não me venham com esse discurso de que quando fala em HOMEM refere-se ao humano...há tempos sutiãs foram queimados...Salve o Feminismo! Abaixo o Machismo e a Homofobia! VIVE LA DIFFÉRENCE!!!

Page 9: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

PRIMEIRA SEMANA SEMANA DE AMBIENTAÇÃO E APRESENTAÇÃO

Todo material preparado, quando recebi o email comunicando a confirmação da minha inscrição já me considerei um vitorioso. Embora a plataforma desde o inicio tenha me pregado algumas peças...Eu via todas as tutoras e todos os cursistas, mas não conseguia me fazer ver.

O presente Curso Gênero e Diversidade na Escola nasceu de uma

iniciativa da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres (SPM) e do

Conselho Britânico em parceria com a Secretaria de Educação

Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD-MEC), a Secretaria

de Ensino a Distância (SEED-MEC), a Secretaria Especial de Políticas

de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e o Centro Latino

Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM), além das

secretarias de educação, as coordenadorias da mulher e os movimentos

sociais dos estados e dos municípios participantes. O Curso Gênero e

Diversidade na Escola integra a orientação geral do governo federal,

que a partir de 2003, criou secretarias voltadas para o reconhecimento

da diversidade, a promoção da igualdade e o enfrentamento do

preconceito e de todas as formas de discriminação. Entre os objetivos

destas secretarias inserem-se: acompanhar e coordenar as políticas

publicas para a promoção da igualdade e o enfrentamento das

desigualdades e das violações aos direitos; articular, promover e

acompanhar a execução de diversos programas de cooperação com

organismos públicos e privados, nacionais e internacionais.

A participação de cada um/a dos/das cursistas nesta versão de 2008

contribuirá para que novas realidades e situações sejam incorporadas ao

Curso, favorecendo o aprimoramento dos materiais e colocando cada

um/uma de nós mais próximo/a de uma educação de qualidade para

todos e todas.5

Tive o prazer de receber um segundo email de boas vindas da minha

tutora. Que no meio das orientações trazia sempre os fluidos positivos da boa convivência.

Edileuza Penha de Souza - domingo, 17 maio 2009, 19:20

Sejam bem vind@s

Primeiramente quero dar as boas vindas a tod@s vocês. Tenho certeza

que o curso “Gênero e diversidade na escola” é uma das possibilidades

para construirmos uma escola mais justa e acolhedora, que respeite às

diferenças e às diversidades.

Sou uma mulher negra, feminista, mãe, atualmente professora da UnB

com a disciplina “Cinema Negro” e professora do GDF no CEF 104

Norte, onde leciono história.

Gosto muito de música, cinema, ler, escrever, dar aulas e conhecer

pessoas e lugares; Também adoro não ter que fazer nada (risos...).

5 Adaptação do texto introdutório do presente curso.

Page 10: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Bem professores e professoras é isso, aos poucos vamos nos

conhecendo. Neste primeiro fórum gostaria que vocês se apresentassem

dizendo também o que motivou a se inscreverem nesse curso. Depois,

cliquem na abertura do curso, pois lá conhecerão as orientações

metodológicas para realizar o curso. Caso tenham alguma dúvida,

entrem em contato comigo, estarei sempre à disposição. Lembre-se que

o curso à distância requer de cada um de nós disciplina e determinação,

portanto, a partir de agora, tente organizar seu tempo e a falta dele para

realizações das leituras e do cumprimento das tarefas. Por hora é isso,

espero vocês aqui.

Mais uma vez, sejam bem vind@s e um excelente curso para todos nós.

Um abraço, axé e luz!

Edileuza

Uma semana de acertos, troca de senhas e finalmente foi possível, o primeiro contato. Tive a sensação que certamente envolve os sertanistas quando fazem o primeiro contato com “tribos isoladas”.6

ALELUIA AGORA POSSO DESEJAR AS BOAS VINDAS

Marcus Maciel - sábado, 23 maio 2009, 00:12

Olá, sou o MARCUS MACIEL, professor da Secretaria de Estado de

Educação do DF, atualmente "estou" Diretor eleito do Centro de Ensino

Fundamental Mestre D'Armas no Vale do Amanhecer em Planaltina

DF. Possuo duas graduações,

Estudos Sociais (Licenciatura curta com habilitação para História) e

Geografia (Licenciatura Plena), ambas no UNICEUB, fiz Pós

Graduação em Educação Ambiental a distância no SENAC, defendendo

a monografia: A inclusão do Portador de Necessidades Especiais e a

prática da Educação Ambiental. Sou Educador por escolha, e tenho

realizado nestes quase 20 anos de profissão trabalhos voltados para

alunos com necessidades educacionais especiais, por ter sido escolhido

pelos céus para acolher uma dessas criaturinhas. Tenho 47 anos, sou

paraibano de nascimento, nasci em João Pessoa, mas vim para o

Planalto Central com menos de um ano de idade. Sou separado há 13

anos após um casamento de 8 anos. Hoje moro com meu companheiro

também professor. E junto com ele e alguns amigos fundamos uma

ONG cidadã, o ISDEL - Instituto Ser Diferente É Ser Legal

(www.isdel.org.br), Participei do Curso AFRICANIDADES.

promovido pelo MEC/UNB. Ser EDUCADOR para mim não tem

6 Refere-se aos povos indígenas, que desde a época do Descobrimento, mantiveram-se afastados de todas as transformações ocorridas no País.

Eles mantêm as tradições culturais de seus antepassados e sobrevivem da caça, pesca, coleta e agricultura incipiente, isolados do convívio com a

sociedade nacional e com outros grupos indígenas. Os índios isolados defendem bravamente seu território e, quando não podem mais sustentar o

enfrentamento com os invasores de seus domínios, recuam para regiões mais distantes. Pouca ou nenhuma informação se tem sobre eles e, por

isso, sua língua é desconhecida. Entre eles, a demarcação das terras onde vivem e a proteção ao meio ambiente, de forma a garantir sua

sobrevivência física e cultural. No processo de ocupação dos espaços amazônicos, o conhecimento e o dimensionamento das regiões habitadas

por índios isolados são fundamentais para que se possa evitar o confronto e a destruição desses grupos. Há na FUNAI, desde 1987, uma unidade

destinada a tratar da localização e proteção dos índios isolados, cuja atuação se dá por meio de sete equipes, denominadas Frentes de Contato,

atuando nos estados do Amazonas, Pará, Acre, Mato Grosso, Rondônia e Goiás. Disponível em: http://www.funai.gov.br, acesso em 20 de agosto

de 2009.

Page 11: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

preço, sou daqueles que ainda acredita na transformação de um povo

através da educação. Neste Curso estou disposto a mais uma vez seguir

o lema que a grande poetiza deixou: FELIZ AQUELE QUE APRENDE

ENSINANDO (Cora Coralina). Com relação ao ALELUIA é que o

sistema não estava me aceitando...rsrsrsrs coisas da informática. Como

dedicado historiador que sou, tenho estudado a Mitologia Afro-

brasileira tentando traçar um denominador comum com a Mitologia

Greco-romana. Desejo a todos em especial a nossa tutora Edileuza que

tenhamos uma convivência salutar no decorrer desse curso.

SEGUNDA SEMANA MODULO 1 DIFERENTES MAS NÃO DESIGUAIS VIVA A DIFERENÇA APRESENTAÇÃO

É indubitável o fato de que nós, brasileiros, vivemos numa sociedade complexa, plural, diversa e desigual. A nossa diversidade e pluralidade, contudo, não se exibe só através das diferentes culturas constituintes da população. A nossa diversidade se expressa na marcante desigualdade social brasileira, seja entre ricos e pobres, entre brancos e negros ou índios, seja, enfim, entre os poucos que usufruem da cidadania plena e os integrantes de uma significativa parcela da população que tem sido sistemática e historicamente empurrada para as suas margens.

A nossa diversidade se manifesta nas tensões resultantes dessa

desigualdade, que explodem em conflitos sociais. Expressa-se, consequentemente, na organização popular para a conquista de direitos.

A consciência da necessidade de afirmação é crescente, como revela,

entre outros, a progressiva organização dos povos indígenas, e a organização, a luta e as proposições das entidades e grupos do Movimento Negro. São intensas as reivindicações atuais pelo respeito à diferença, como as de gênero, de opção sexual, a dos portadores de necessidades especiais etc.

Como educadores que somos, é nossa responsabilidade promovermos

as políticas educacionais no Brasil, não podemos nos eximir da tarefa, no contexto de nossas responsabilidades, de construção de um Brasil mais justo, mais solidário, mais fraterno e mais democrático.

E, é no Livro: Diversidade na educação: reflexões e experiências, que

vamos encontrar o porto seguro para ancorar nossa nau de inquietudes sobre diversidades e discriminação no ambiente escolar, senão vejamos:

As desigualdades sociais, culturais, econômicas e raciais encontram-se

refletidas, como se sabe, no sistema educacional brasileiro. O

pertencimento racial, em especial, foi e é central na definição e na

construção dessa desigualdade.

Replicando os mais de trezentos e cinqüenta anos de trabalho

escravista, o negro na sociedade brasileira continua sendo alijado da

Page 12: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

participação digna, democrática e cidadã e, portanto, da educação

formal desse País. Assim, não obstante o aumento progressivo da

escolaridade média da população brasileira em geral ao longo do século

XX, a diferença entre a escolaridade dos jovens brancos e negros

continua a mesma vivida pelos pais e avós desses jovens.

Apesar, também, por exemplo, dos esforços e lutas para tornar realidade

uma educação escolar indígena, específica e de qualidade, muito ainda

precisa ser feito para que os sistemas de ensino considerem a dimensão

da identidade cultural e do problema da relação hierarquizada entre as

sociedades indígenas e a sociedade nacional, de forma a encampar e a

ajudar a construir uma escola indígena que seja promotora da

autonomia e da defesa dos povos indígenas.

Este livro reúne trabalhos apresentados no I Fórum Nacional

Diversidade na Universidade, promovido pela Secretaria de Educação

Média e Tecnológica, do Ministério da Educação (SEMTEC/MEC),

realizado de 10 a 13 de dezembro de 2002, em Brasília, com o objetivo

de coletar sugestões sobre as questões da inclusão social e da

diversidade étnico-racial, a partir de reflexões feitas por estudiosos no

assunto.

Pelo valor das contribuições e pela riqueza dos debates, avaliamos que a

publicação dos textos que embasaram a participação de intelectuais e

militantes dos movimentos negro e indígena, naquele momento, seria

uma atitude ética e política de nossa parte, expressando, assim, a

determinação de consolidarmos uma política de inclusão étnico-racial

na educação.

Apresentamos, então, o livro: "Diversidade na Educação: Reflexões e

Experiências", que somar-se-á à importante bibliografia referente ao

tema da diversidade étnico-racial.7

SEGUNDA SEMANA MÓDULO 1 – DIVERSIDADE OBJETIVOS

Neste Módulo era a pretensão da Coordenação ampliar o nosso olhar sobre a riqueza da diversidade do Brasil, explicitando que falar de diversidade não é falar apenas de um “outro” ou “outra” distante e exótico/a aos nossos olhos. Falar de diversidade é falar de nós mesmos/as, da nossa relação com aqueles e aquelas que são diferentes de nós. Sendo assim, é foco deste Módulo refletir o quanto a diferença e a diversidade podem servir para distinguir os grupos, para separar, para discriminar ou segregar.

Em coerência com os objetivos e com o nome do curso, “Gênero e

Diversidade na Escola”, estudaremos várias correlações entre gênero e sexualidade, gênero e orientação sexual, gênero e etnia, gênero e relações raciais, perpassando, sempre, pelas relações que se dão dentro da escola.

7 Fragmentos da Apresentação do Livro Diversidade na educação: reflexões e experiências Diversidade na educação : reflexões e experiências /

Coordenação : Marise Nogueira Ramos, Jorge Manoel Adão, Graciete Maria Nascimento Barros. - Brasília : Secretaria de Educação Média e

Tecnológica, 2003. 170 p.

Page 13: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

SEGUNDA SEMANA MÓDULO 1 CONHECIMENTOS PRÉVIOS

A cada enunciado da estrutura do curso, nós deparávamos com questões bem formuladas e bem amarradas com a ementa, com certeza a estratégia visava ao meu ver manter acessa as nossas “lamparinas” da curiosidade. Cabe ilustrar:

Será que o que você considera como “diversidade” realmente o é?

Preconceito é sinônimo de discriminação? Organize os conhecimentos

que você tem sobre diferenças, preconceitos e discriminações,

igualdade de direitos e a relação da escola com esses temas e o que você

gostaria de saber em relação a esses assuntos. Registre neste Diário.

Para estimular sua lembrança, observe em sua volta. Quais diferenças

chamam sua atenção? Escolha dois grupos sociais distintos do seu. No

que eles são diferentes? Reflita sobre como a sociedade, em geral, lida

com essas diferenças. Como os membros desses grupos são vistos, ou

seja, o que dizem deles? Eles estão representados nos diferentes meios

de comunicação social? Eles pertencem a grupos, organizações ou

movimentos? Quais as reivindicações de seus grupos, organizações ou

movimentos? Você conhece alguns direitos garantidos por lei a esses

grupos? Quais? Quando você for aos textos que fornecem embasamento

teórico para o tema “Diversidade”, procure ter em mente as dúvidas e

interesses que terá indicado aqui. É importante que você busque, nos

textos, respostas, indicações ou caminhos para suas próprias questões.8

Objetivava este primeiro Módulo apresentar conceitos essenciais para o

estudo da diversidade: cultura, diversidade cultural, etnocentrismo, estereótipo, preconceito, discriminação, respeito e valorização da diversidade, entre outros.

Esses conceitos fornecem o instrumental analítico básico para abordar

as temáticas de gênero, sexualidade e relações étnico-raciais na escola, que serão tratadas no decorrer do curso.

Para aqueles que estão tendo a oportunidade de ver essa massa

conceitual pela primeira vez, a surpresa é grande, porque as vezes simples rodas de piadas no bar ou em reunião familiar estão impregnadas de discriminação ao negro, a loiras, a homossexuais, português etc sem darmos conta estarmos difundindo no nosso dia-a-dia atitudes politicamente não corretas.

Estas atitudes repugnáveis é verdade, encontram suas origens na falta

de políticas públicas inexistentes em nosso País para todo tipo de discriminação até pouco tempo atrás.

8 Enunciado da aba das primeiras anotações de “Conhecimento Prévios”.

Page 14: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

É muito novo para nós a preocupação governamental com a discriminação ao negro, ao índio, a mulher, e mais recentemente aos homossexuais, com certeza essas políticas públicas são frutos dos mais diversos movimentos sociais que tivemos a oportunidade de ver nascerem após o fim do período de exclusão que vivemos entre 1964 e 1985 com a convocação pelo Presidente Sarney da Assembléia Nacional Constituinte.

SEGUNDA SEMANA MÓDULO 1 FORUM

Sempre atenciosa, nossa tutora trazia indagações muito pertinentes a temática do Curso Gênero e Diversidade na Escola, algumas dessas indagações faziam com que meu pensamento vaga-se no meu passado e trouxesse respostas a perguntas ainda em aberto.

Edileuza Penha de Souza - segunda, 1 junho 2009, 13:45

Prezad@s Professores e professoras,

Embora estejamos na terceira semana, muitos ainda não realizaram as

tarefas da diversidade.

Além disso, há ainda aquel@s que não completaram devidamente seu

perfil! Assim, não percam tempo e não deixem para depois. Por favor,

leiam o texto Educação e Diversidade Étnico-Cultural, de Nilma Uno

Gomes, que se encontra no livro neste módulo de nossa plataforma.

Espero que o encontro presencial tenha apontado possibilidades para

nossas discussões. Após a leitura, gostaria que vocês me respondessem

as questões abaixo. Antes de ler o texto, o que você entendia por

Diversidade? E após ler o texto, o que mudou na sua concepção? Dê ao

menos dois exemplos de situações escolares nas quais você já se

deparou com situações de diversidade. Explique como reagiu e diga se

reagiria de outra forma após ler o texto.

Axé e Luz!

Edileuza

Marcus Maciel - quarta, 27 maio 2009, 06:17

Na madrugada lendo e fazendo as tarefas do nosso curso, ouço na TV

um programa tipo “tele-aula”, que tratava sobre desemprego. São

apresentados os seguintes dados: Em março/09, o IBGE constatou que

os trabalhadores pretos ou pardos representam 50,3% da população

desocupada, ainda que signifiquem 45,3% do total da população em

idade ativa, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas. Mas há um

aumento de postos de trabalhos assumidos por negros e pardos

principalmente na cozinha, na construção civil (pedreiros e auxiliares de

pedreiros), serviços domésticos (casas de família) e serviços gerais

(limpeza). Outra informação era que a baixa escolaridade ou nenhuma

foi o fator decisivo para negros e pardos assumirem estes postos de

trabalho. Sem dúvida são dados tristes, mas que representam uma

realidade apesar da abolição da escravatura já ser centenária. Voltando

ao texto Educação, diferença, diversidade e desigualdade Sérgio

Page 15: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Carrara, temos acesso a dados ricos trazidos a tona num texto leve e

bastante direto que fazem retornarmos a sala de aula como “alunos” nas

nossas quinta/sexta series e novamente me ocorrem que as mudanças

para a população negra/parda andam de quelônio. Bom vou refletir um

pouco mais...até breve

Marcus Maciel - domingo, 31 maio 2009, 08:36

Querida Tutora, colegas Andreia e Maria Terezinha

É sabido que educar é um processo lento e continuado.

Nossos alunos chegam à escola cheios de conceitos pré concebidos no

seio de cada uma de suas famílias e/ou comunidade.

Assim, se conseguirmos que ele aceite o diferente já será uma vitória.

Porque discriminação todos nós cometemos uns em maior escala outros

em menor.

Por mais excêntrico que pareça ainda ouço dos pais de meus alunos

afirmações desse tipo: “... Diretor, eu espero que o senhor fique aqui

na escola até minha filha terminar o ginasial para ela ter condições

de arrumar um bom marido: estudado, com um bom emprego, de

preferência público e quem sabe até consiga limpar a raça...” Façamos uma rápida analise do pensamento desse pai

a) Condição para a filha casar = terminar o ginasial.

b) Com o ginasial completo a filha terá como arrumar um = bom

marido

c) O que é um bom marido = um rapaz estudado (agora o ginasial

passa a não ser estudo), bem empregado (e o emprego público ainda é

o desejado) e branco (apesar de não ter verbalizado a etnia branca, ela

está claramente subentendida, porque no inconsciente desse pai ser

afro-descendente é algo impuro, sujo)

E por mais que eu explique; que raça(*) não se limpa, nem usando

“cândida” (e será que usando esse apelido para água sanitária não

estaria eu cometendo discriminação?) para esse pai que desde sua tenra

infância ouve falar que a raça branca é a mais pura, no seu intimo, sua

filha não poderá passar adiante seus traços afros sob pena de manter

“suja” a família. São conceitos que estão impregnados talvez até na

alma desse pai e que levaremos um bom tempo para extrair.

Espero ter contribuído.

(*) Considerando as doutrinas racistas totalmente destituídas de base científica, a UNESCO desde a década

de 60 recomendou o abandono da palavra raça no meio científico e o uso de designações menos

discriminatórias. Desde então, o termo grupo étnico tem sido empregue para referir situações de grupos

sociais minoritários, que são percebidos e classificados em função da sua diferenciação cultural face aos

padrões estabelecidos pela cultura dominante. (UNESCO 1960/1973). Le racisme devant la science. Paris:

Gallimard.

Tive poucas oportunidades de interagir com os colegas durante o curso,

uma dessas poucas ocasiões foi com a colega Suzana que apreensiva com um dos meus relatos, não se conteve e interagiu com minha pessoa e vale o registro de tal interação:

Page 16: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Suzana Cristina Macedo de Melo - domingo, 31 maio 2009, 12:21

Olá Marcus Maciel, achei muito interessantes as suas colocações.

Realmente me impressiona o fato de que nos dias de hoje ainda haja

pessoas com o tipo de pensamento como o do pai que você citou. Dias

atrás, um homem que realizava um serviço em minha casa mencionou

que não gostava de preto. Quis iniciar uma conversa com ele sobre o

assunto, mas sinceramente achei que não ía dar em nada, talvez por

descrença quanto a mudanças, por ver que tanto tempo se passou e a

discriminação racial ainda é tão latente. Essa não foi a postura correta,

pois enquanto professores e cidadãos, independentemente de estarmos

em nosso local de trabalho ou não, temos o dever de disseminar idéias

quanto à valorização das diferenças. Esse curso está me dando uma

injeção de ânimo e desejo que quando acontecer novamente outras

situações como essas, eu esteja de fato munida com poderosas

ferramentas para ajudar a combatê-las.

Atenta as nossas intervenções a tutora Edileuza sempre analisava-as com primor, fazendo colocações pertinentes e que enriqueciam o curso.

Edileuza Penha de Souza - segunda, 1 junho 2009, 01:17

Oi Marcus,

Eis ai o nosso desafio, de modo algum acredito que esse pai é racista ou

preconceituoso, pois com certeza o que falta é a informação. Veja,

somente sonhamos com aquilo que de algum modo conhecemos, esse é

o mundo dele, então me parece que ele deseja o "melhor" para sua filha.

Você está coberto de razão em cada linha descrita. No entanto, acredito

que o espaço da escola possa ser o território das mudanças, das

possibilidades de que sua filha continue os estudos, que deseje entrar na

universidade, que sonhe ter uma profissão e ainda se reconheça como

uma mulher negra e linda.

grande abraço

Axé e luz!

Edileuza

Marcus Maciel - domingo, 7 junho 2009, 17:46

Tutora Edileuza e demais Coleg@s

O material disponibilizado na unidade da segunda semana é bastante

rico sem dúvida, dizer que nada acrescentou seria uma grande falácia,

do tipo: ser a mesma pessoa ao chegar do outro lado do rio, pois se em

nada a travessia acrescentou ao menos saí molhado.

Com toda a minha história de vida, desde muito cedo tive a

oportunidade de conviver com a diversidade, e não essa diversidade

teórica, que muitos só vêem nos livros, mas sim com a diversidade do

dia-a-dia, momentos enfrentando-a pessoalmente outros, vendo na

minha família e nos meus alunos. Vejamos:

Nasci em uma tradicional nordestina. Por parte de Pai, neto de

Delegado e militar com família extremamente conservadora com

descendência européia (portuguesa, espanhola e italiana) e donos de

alguma posse. Por parte de Mãe, família simples, com avô motorista de

Page 17: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

ônibus e caminhão e avó bordadeira. Fui criado por meus avôs maternos

aqui em Brasília. Meu padrinho dirigiu muito caminhão na época da

construção de Brasília, nossa casa mesmo ficava em cima de um desses,

depois arranjou um emprego como motorista na Embaixada Americana.

Minha avó foi camareira do Brasília Palace Hotel, vindo depois a ser

funcionária do TSE, graças a seu modo expansivo e ter tido a coragem

de pedir ao presidente JK algo melhor.

Agora as discriminações e/ou preconceitos que passei:

No prédio, entre os colegas; pois fomos morar em um apartamento do DASP;

viam-me como metido porque tinha brinquedos que levariam anos pra chegar ao Brasil, até as “bilocas” eram diferentes, daquelas grandes e coloridas.com aquele monte de brinquedos importados, e haja discriminação, bullying9 etc.. Em casa, na convivência diária com minha bisavó, uma mameluca10; típica representante da miscigenação brasileira resultante da união de um português com uma índia, porém altamente racista, ouvia que “neeegros” só prestavam pra ser “piniqueiras”. Na escola, lembro que meu avô me levava sempre com carros diferentes;

daqueles americanos que precisavam de um posto de gasolina a reboque; o que fazia com que ouvisse comentários que era rico porque cada dia um carro diferente me deixava na escola, isso me causava certo constrangimento... Devido minha alta miopia usava óculos, “fundo de garrafa” e tinha jeito de “cdf” Um aluno dedicado e estudioso frequentava a Igreja dos Mórmons, era escoteiro, colecionava selos e era radioamador. Na Igreja, (dos Mórmons), aprendia na escola dominical que “Deus” como

forma de castigo a Caim por este ter assassinado seu irmão Abel, escureceu sua pele para que ele nunca esquecesse que tinha cometido um dos pecados capital, assim os descendentes de Caim não poderiam receber o sacerdócio; depois a Liderança da Igreja reviu esse dogma, liberando os afros-descendentes de receberem o sacerdócio.

9 O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente,

adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder. Portanto, os

atos repetidos entre iguais (estudantes) e o desequilíbrio de poder são as características essenciais, que tornam possível a intimidação da vítima.

Por não existir uma palavra na língua portuguesa capaz de expressar todas as situações de BULLYING possíveis, o quadro, a seguir, relaciona

algumas ações que podem estar presentes: Colocar apelidos, Ofender, Zoar, Gozar, Encarnar, Sacanear, Humilhar, Fazer sofrer, Discriminar,

Excluir, Isolar, Ignorar, Intimidar, Perseguir, Assediar, Aterrorizar, Amedrontar, Tiranizar, Dominar, Agredir, Bater, Chutar, Empurrar, Ferir, Roubar,

Quebrar pertences. Disponível em: <http://www.bullying.com.br/BConceituacao21.htm#OqueE> acesso em 02/06/2009.

10 Miscigenação Brasileira MAMELUCO - Originou-se da união entre os colonizadores portugueses e os indígenas. Essa união tornou-se comum

no século XVI, poucos anos após a chegada dos portugueses ao Brasil. Sua pele é escura, mas não tanto quanto a dos mulatos e a dos cafusos.

MULATO - É originário da união entre o branco e o negro. O mulato era bastante comum em Minas Gerais, na época da exploração do ouro, nos

séculos XVIII e XIX. Com o tempo, também era muito encontrado em outras regiões do país. Geralmente sua pele é escura, assim como seus

olhos. CAFUSO - Surgiu como resultado da união entre índios e os negros africanos que vieram para o Brasil. Foi também na época da mineração,

em Minas Gerais, que houve maior mistura entre os povos negros e indígenas. Sua pele geralmente é mais escura que a do mulato. Disponível em:

<http://www.terrabrasileira.net/folclore/origens/origens.html>acesso em 02/06/2009.

Page 18: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Na família, com o nascimento de minha sobrinha com tetraplegia neonatal, não

rara às vezes passeando com ela no shopping, vi as crianças correrem pra brincar com ela (gente! criança não tem malícia.) e as mães dessas crianças rapidamente aparecerem com cara de nojo e falarem pra seus filhos ficarem longe para evitar contato com a baba da minha sobrinha pra não pegarem a doença dela. Na ONG, (ISDEL), tive a oportunidade de vivenciar o comentário de uma mãe após perguntar se suas filhas podiam participar dos comerciais de lançamento do ISDEL, –“Pode sim, o senhor só avisa antes que é prá eu levá-las no salão pra fazer uma escovinha.” Foi surpresa pra mãe quando informei que queria as filhas dela com as miçanguinhas no cabelo, que não precisava levá-las no salão bastava fazer aquele penteado. VEJAM O VIDEO (Não consegui fazer igual a nossa colega) http://www.youtube.com/watch?v=XNoDY8Eo-Dg No trabalho, primeiro como contrato temporário da FEDF11, era visto com certa diferença primeiro: quando ainda não havia assumido minha homossexualidade, chegando a ouvir de uma colega no CEF 15 da Ceilândia se eu era “delicadinho” somente pelo fato de ter sido criado pela minha avó ou se eu era “frutinha” mesmo? Depois já como efetivo da Secretaria de Estado de Educação do GDF e com a homossexualidade às claras, em pleno estágio probatório ouvi de um Assistente Administrativo que eu seria muito melhor se não fosse gay. Sem contar o fato que já relatei do pai de minha aluna e vários que certamente estarei a relatar no decorrer do curso. O ser igual é uma grande utopia, que foi amplamente divulgado e procurado por Hitler num passado recente, fora disso tudo é DIVERSIDADE.

No decorrer do curso algumas vezes me empolgava com os relatos e na tentativa de ser o mais real possível os deixava longos em demasia, mas no meu consciente tenho a tranqüilidade de estar oferecendo o meu “Melhor Possível”12, como bom lobinho13 que fui na infância.

Marcus Maciel - segunda, 8 junho 2009, 01:53

Querida Tutora, Andréa e demais Coleg@s

O conceito pré-concebido ou simplesmente pré-conceito está tão

presente e enraizado em nossa sociedade que ao procurarmos um

dicionário que por si só representa a imparcialidade acadêmica

deparamos com a descriminação já na definição de cada um dos

verbetes a seguir:

Heterossexualismo sm (heterossexual+ismo) Inclinação sexual normal

pelo sexo oposto. (grifo meu)

Homossexualismo sm (homossexual+ismo) Prática de atos

homossexuais.

11 Fundação Educacional do Distrito Federal.

12 Saudação do Ramo Lobinho uma das divisões do Escotismo. Notas do autor.

13 Ramo Lobinho Programa do Escotismo aplicado a criança de 7 a 12 anos, preparando-a para que, ao atingir a idade e as condições

necessárias, prossiga sua formação, no Ramo Escoteiro. O Ramo Lobinho é inspirado na obra O LIVRO DA JÂNGAL, de Rudyard Kipling,

resumido em MOWGLI, O MENINO LOBO. Notas do autor

Page 19: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Ora, se o heterossexualismo é a inclinação normal pelo sexo oposto, o

homossexualismo seria a inclinação anormal pelo mesmo sexo, mas as

barbaridades não param ai. Senão vejamos as explicações que

encontramos para o sufixo ismo:

Em cristianismo, budismo, islamismo, judaísmo, zoroastrismo e

hinduísmo, nós temos o sufixo "ismo" que é de origem grega, "ismó",

designando um conjunto de crenças ou doutrinas de um determinado

grupo, podendo ser de linha escolar, religiosa, filosófica, teatral, política

e musical.

O sufixo "ismo" gera algumas confusões, em medicina ele tem uma

conotação patológica, doença. No dicionário Houaiss, temos essa

explicação: “... usado para falar de uma intoxicação de um agente

obviamente tóxico", também nos remete a problema, uma disfunção.

“Isso leva algumas pessoas a terem a péssima compreensão desse sufixo

em nomes religiosos, os mais perversos, acabam fazendo essa analogia

com a outra e por preconceito acabam acusando os crentes de tais

religiões de “doentes de deus”, já que para eles sua raiz 'vocabólica' os

condena".

Em parte essa confusão ocorre devido a uma discussão que atingiu

todas as esferas da sociedade: Homossexualismo: é uma doença ou um

modo de ser?

Se for uma doença, o sufixo está sendo usado corretamente, essa é a

crença de muitos líderes religiosos nas principais religiões abraâmidas

(descendentes de Abraão), que o "homem homossexual" está sofrendo

de um problema clínico ou de um distúrbio mental, ai homossexualismo

seria uma patologia.

Para a Medicina o termo deixou de ser tratado como patologia na

década de 80, isso lá em 85. O termo homossexual muda e vira

"homossexualidade", o sufixo "dade" é adicionado, significando "modo

de ser", comportamento.

Andréia, também estou fazendo o Curso Juventude, Diversidade e

Convivência Escolar, não sei se é o mesmo ao qual você se refere, se

for perdi a palestra do ilustre professor. Quem bom pra ele, porque se

estivesse na plateia não conseguiria me manter calado. Mas ai está

minha contribuição para dirimir as duvidas que pairem no ar e na

cabeça de muitos de nós educadores dos cidadãos do amanhã.

Edileuza Penha de Souza - terça, 9 junho 2009, 00:11

Marcus,

Muito boa sua exposição que, com base em sua vivência pessoal, faz

boa análise dos preconceitos/diversidade. Hoje, "cdf" e com óculos de

grau você seria um nerd.

Page 20: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

SEGUNDA SEMANA MÓDULO 1 CONHECIMENTOS ADQUIRIDOS

Chegamos ao fim do primeiro módulo, nos deparamos com o enunciado que dizia ser o nosso espaço e nós fazia refletir sobre tudo que tínhamos visto e lido...

Este momento é seu!

No começo deste Módulo solicitamos que você registrasse o que você já

sabia sobre como a sociedade em geral reconhece e lida com as diferenças

e também sobre suas dúvidas em relação a esse tema. Os textos lidos neste

Módulo apresentaram várias informações, provocações e reflexões.14

Confesso que neste item do curso foram raras as vezes que fui um “bom aluno”, pois devido uma falha na comunicação não ficaria claro a obrigatoriedade em fazer os registros, após entender da necessidade, na medida do possível passei a realiza-los, outras vezes as minhas participações já eram o próprio registro...

TERCEIRA SEMANA MODULO 4 UNIDADE 1 PRIMEIRO ENCONTRO PRESENCIAL 29/05/2009

Realizado com certo atraso o primeiro encontro presencial, que deveria acontecer no inicio do Curso, na verdade aconteceu já na terceira semana, imprevistos a parte, foi muito bom o encontro, uma vez que tivemos a oportunidade de conhecer pessoalmente as pessoas com as quais estávamos convivendo apenas na forma virtual

MODULO 4 UNIDADE 1 TERCEIRA SEMANA CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DO RACISMO APRESENTAÇÃO Esta Unidade será desenvolvida através de quatro textos. No primeiro deles – "Etnocentrismo, racismo e preconceito" –, começaremos pela discussão das idéias e dos contextos que têm sido hostis à diversidade étnico-racial. Isto é importante porque a maioria dessas idéias faz parte de nosso próprio repertório e elas estão profundamente naturalizadas em nós, na nossa linguagem e nas imagens mentais a partir das quais pensamos. Com este intuito, faremos uma travessia longa, mas de forma rápida, pela história do Ocidente e da sua relação com os “diferentes”, assim como pela história das idéias produzidas por tal relação. Veremos que o nosso percurso faz uma curva, mas sem fechar um círculo perfeito.

14 Enunciado da “aba” Registro de conhecimentos adquiridos”

Page 21: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

No texto "Ideologias do Estado nacional", partiremos de um período de afirmação de diferenças absolutas entre os povos e os indivíduos que serviu de argumento para afirmar o direito de uns sobre a falta de direitos de outros. Em seguida, passaremos pela época em que foi afirmada a inexistência de qualquer diferença relevante entre as pessoas, todos tomados como indivíduos humanos, detentores, por isso, dos mesmos direitos. Ao final, chegaremos a uma nova fase, na qual foram reconhecidas as diferenças visando a igualar direitos, mas as diferenças já não sendo pensadas como absolutas. Em “João de Páscoa: um índio Pankararu”, você conhecerá a história de um índio, que servirá de base para os temas do último texto – "O reconhecimento da diversidade étnico-racial", o qual nos leva a refletir que, para fazer valer o direito igual para todos, foi preciso abandonar a ficção de que todos são iguais, a fim de reconhecer suas necessidades e expectativas históricas, culturais e sociais diferenciadas. Mas será que isto tudo não é apenas História? O que tão distantes e abstratas questões têm a ver com o nosso cotidiano escolar?

CONHECIMENTOS PRÉVIOS TERCEIRA SEMANA

Pare um momento e pense sobre como é a composição racial da sua

família. Como as pessoas percebem a composição racial: demonstram

gostar ou não? Usam apelidos?

Resgate, ainda nesta linha de raciocínio, sua própria trajetória escolar e

profissional. O que é raça para você? Você se considera racista em algum

nível? Você já vivenciou situações que possam ser chamadas de racistas?

Como e onde elas aconteceram? Como você se sentiu e o que pensou? Em

quais situações perguntaram sua cor/raça? O que você achou disto? Que

critérios você usa para classificar as pessoas como negras, brancas,

mestiças, indígenas? Que termos você acha conveniente usar na

classificação de cor das pessoas? Como você pensa a diferença entre

negros e brancos? E a diferença desses com os indígenas? Você

vivência/vivenciaria uma relação afetivo-sexual inter-racial? O que você

pensa a respeito dessas situações? Como você vê a combinação entre

homossexualidade e raça? Como você, como educador/a, se relaciona com

essas questões em sala de aula? O que você pensa sobre as políticas

públicas que utilizam o critério racial e étnico na definição dos

beneficiários? O que você sabe sobre esse tema? Como você lida com

essas questões em sala de aula? Organize os conhecimentos que você tem

a respeito desses assuntos e o que você gostaria de saber sobre raça,

racismo, etnicidade, sistemas de classificação por cor/raça e a inter-relação

gênero, raça e sexualidade.

FÓRUM DA TERCEIRA SEMANA A prática de elevador de “serviço”, o qual, muitas vezes é, na verdade, destinado para “pretos e pobres”, denota que relações entre raça e classe? Que tipo de juízo está por trás de atitudes racistas? A lógica do “você sabe com

Page 22: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

quem está falando?” implícita na postura da agredida permite relacionar a questão racial com que outros aspectos do nosso cotidiano?

Edileuza Penha de Souza - segunda, 1 junho 2009, 21:37

Caríssim@s professores e professoras,

Espero que estejam tod@s bem e se recuperando da semana intensa que

tivemos. Nesta semana, três pontos foram destacados para o nosso

trabalho.

Por favor, leiam na cartilha do curso: História do racismo – p. 192-196.

Estado-nação: ideologia e mitos (democracia racial, mito das três raças)

p. 200-203. Reconhecimento da identidade étnico-racial (p. 209) –

pertencimento X identificação.

Após a leitura desses pontos “Elabore um comentário, com base nas

leituras, sobre os mitos e a realidade atual do racismo no Brasil”. Nas

discussões, destaque os eixos: “democracia racial brasileira”, “o bom

selvagem” e “as três raças”.

Gostaria ainda de sugerir a leitura do livro do Carlos Moore:

http://www.ipeafro.org.br/10_afro_em_foco/Moore_Racismo_atraves_

da_historia.pdf e também indicar que assistam aos filmes:

Amistad - Steven Spielberg

"No século XIX, um navio espanhol é capturado na costa americana,

contendo 53 trabalhadores escravos negros amotinados a bordo. Ao

chegar em território americano, eles são levados a um grande

julgamento que cria polêmica entre os abolicionistas e os conservadores

do país"

Adivinhe quem vem para o jantar - Stanley Kramer

"Casal de ricos brancos entra em choque quando sua filha Joey

(Katharine Houghton) anuncia que está noiva de John Prentice (Sidney

Poitier), um doutor conceituado, de boa base financeira, apaixonado,

porém, negro. Como nos anos 60 o casamento entre raças diferentes não

era algo comum, John e Joey devem enfrentar os absurdos preconceitos

não apenas dos pais brancos da jovem, mas também de outros negros".

Bom, é isso. Se organizem para que suas tarefas não acumulem.

Boa semana de trabalho a tod@s.

Um abraços, axé e luz!

Edileuza

O curso trazia sempre material “top de linha” haja vista o power point entitulado “Elevador” me fazendo reviver um trabalho realizado na minha graduação em Geografia, na disciplina Introdução a Antropologia, é certo que minhas várias colocações causaram um certo mal estar entre alguns colegas que faziam um curso a distância pela primeira vez e certamente estavam desavisados que neste tipo de curso a participação e trocas de experiências é uma das prerrogativas que o aluno possui ser avaliado pela tutoria.

Marcus Maciel - sábado, 30 maio 2009, 21:10 (Texto postado na

segunda semana, nem imaginava o elevador como tema)

Page 23: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Fazendo a tarefa pertinente ao Módulo I, lembrei-me de um trabalho

que fiz quando fui aluno da disciplina - Introdução a Antropologia -

com a professora Lara Santos Amorim, no UniCeub, tendo a música

"Identidade" de Jorge Aragão como pano de fundo, sem dúvida um

excelente texto sem falar do lado musical. Para quem só aprecia a

musica quando está num barzinho, sugiro que analise cada um dos

versos (que por sinal publico aqui), e veja quão séria é a denúncia que

Jorge Aragão faz.

IDENTIDADE (Jorge Aragão)

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você

É o exemplo da dignidade

Não nos ajuda, só nos faz sofrer

Nem resgata nossa identidade

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Se o preto de alma branca pra você

É o exemplo da dignidade

Não nos ajuda, só nos faz sofrer

Nem resgata nossa identidade

Elevador é quase um templo

Exemplo pra minar teu sono

Sai desse compromisso

Não vai no de serviço

Se o social tem dono, não vai...

Quem cede a vez não quer vitória

Somos herança da memória

Temos a cor da noite

Filhos de todo açoite

Fato real de nossa história

Page 24: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

Marcus Alberto Moura Maciel - domingo, 7 junho 2009, 13:37

O vídeo do elevador, que alguns colegas pensavam estar esquecido no

baú da segregação social e racial do povo brasileiro, na verdade, com o

passar dos tempos vai sendo modificado para “roupas de grife” e

“carros de marca”.

Nós, “luminaris”, que estamos a fazer esse curso, com certeza, já fomos

lapidados o suficiente para discriminar em menor quantidade, mas

mesmo assim, ainda o fazemos.

Permitam-me aqui relatar três experiências recentes e ocorridas com pessoas bem próximas. BRB AGÊNCIA SETOR DE OFICINAS GUARÁ – Uma amiga de infância;

daquelas que chamávamos seu pai de tio e ela chamava os meus de tios. Tinha o apelido de “kichute” que com o passar dos tempos conseguimos transformar em “Nega” depois de muita luta com ela mesma, porque ela não via nesse tratamento uma maldade... Pois bem, Nega foi ao Conjunto Nacional fazer compras, resolve abrir um crediário, pra sua surpresa existiam mais de 10 ocorrências de cheque sem fundos, todos do BRB agência Setor de Oficinas Guará. Não fez a compra e se dirigiu ao BRB. Lá ao pedir explicações foi encaminhada a um funcionário que começou a atendê-la, puxou extrato no micro olhou, chamou outro funcionário, que olhou a tela do micro, olhou pra ela e saiu chamando outro funcionário, que veio e fez tudo igual, isso sem lhe dirigirem uma palavra sequer. Ela perdeu a paciência e pediu pra que fosse chamado o Gerente para explicar o que estava acontecendo. Veio o Gerente e foi logo dizendo que ela deveria dar uma boa explicação senão iria chamar a policia. Eu é que vou chamar, pois estou há mais de uma hora aqui para saber sobre umas ocorrências no DPC/SERASA e já três funcionários do banco vem aqui olham a tela do computador olham pra mim e saem sem nada me falarem. Estou me sentindo descriminada e coagida. E existe lei para esses casos, a Afonso Arinos é uma delas. Falando isso foi abrindo o celular. O gerente então começou: “Senhora, temos aqui a informação de um talonário de cheques inteiro que foi dado sem a devida previsão de fundos. A Senhora tem conhecimento? Foram emitidos pela Senhora?” Nega pede pra ver os cheques, pois aquela conta estava desativada há mais de 2 anos, pois teria sido aberta quando prestava serviços ao METRÔ e já tinha 3 anos que não trabalhava mais na empresa, lembrava ter usado a conta por mais 6 meses após a saída do METRÔ. E que manteve a conta aberta, pois tinha uns pré-datados, mas todos quitados após assumir um cargo concursado no SUPREMO. O Gerente, depois dessa frase começou notadamente a olhá-la com outros olhos. Encurtando a história, foram feitas cópias dos microfilmes, foi confirmada que a assinatura não era da Nega e que tal talonário estaria entre os roubados num grande assalto que a agência teria sofrido 1 ano antes. Nega entrou na justiça por perdas e danos, sobre a discriminação racial o delegado sugeriu que não entrasse, pois ela teria ido à agência desacompanhada e não haveria provas contundentes da discriminação racial. Nega ganhou a Ação e embolsou 5 mil reais pelo constrangimento de estar negativada no DPC/SERASA indevidamente.

Page 25: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

LOJA MULTIMARCAS DA ASA NORTE – O Pai de um amigo que e possui

fazenda na região do PADF, satisfeitíssimo com a aprovação dele no vestibular da UnB, resolve presenteá-lo com uma cabine dupla, sem pestanejar, entramos todos no carro e nos dirigimos a uma loja na 714 norte, Eu, o Seu Zé e Jr quando chegamos Seu Zé pergunta a Secretaria pelo dono da loja, esta o olha dos pés a cabeça e diz que o proprietário não está e que só volta à tarde, Seu Zé anda pra lá e pra cá abre uma Camioneta outra, entra em uma, sai e quando vai entrar em outra a secretaria se dirige a ele e diz essas camionetas são zero quilometro o senhor está sujando com suas botas e essas roupas. Seu Zé nos chama e vamos embora. Voltamos para o PADF, chegando lá fomos almoçar. Seu Zé some. Passado umas três horas Seu Zé reaparece arrumado como se casar fosse; cabelos cortado, barba feita, unhas cortadas e polidas, dentro de uma calça de linho, camisa de seda e um blazer, além de uma maleta 007 preta já desgastada. – “Vamos meninos, agora quero ver se não compro a camioneta.” Pé na estrada e novamente estávamos na loja, chegamos, Seu Zé cumprimenta a secretaria e pergunta pelo proprietário, ela informa que ele está e pergunta a quem deve anunciar. Entramos todos, o proprietário é conhecido do Seu Zé, conversa vem conversa vai, e ele pergunta o motivo da visita, Seu Zé informa que queria comprar uma camioneta para presentear o Júnior que acabara de passar no vestibular da UnB para Agropecuária, – “estive aqui na sua loja pela manhã na companhia dos meninos, do jeito que fico na fazenda: de botas, calça faroest e camisetas, e não fui bem tratado pela sua secretaria. Pois certamente ela achou que alguém naqueles trapos que eu estava não teria condições de sequer dar entrada numa camioneta, ela chegou a levantar do birrô para chamar a minha atenção que estava sujando as camionetas. “Não quero que você faça nada com ela, apenas vou comprar na loja ao lado uma camioneta e vou pagar a vista”, nesse momento Seu Zé abre a maleta e mostra os maços de dólares novinhos. O proprietário tenta amenizar o acontecido com descontos e doação de acessórios, mas Seu Zé fica irredutível, se despede e nos dirigimos à loja ao lado para comprar a camioneta à vista. (Seu Zé é uma pessoa baixinha, franzina, rude, branco, de olhos azuis). FILÉ MIGNON PRA CACHORRO – Feriadão, fomos à casa de Nega na SQS

414 para almoçar, Nega me chama pra irmos ao mercadinho comprar temperos, carne, refrigerante e cerveja. Chegando lá fico com as compras dos temperos cervejas e refrigerantes. Nega usando um vestido “tubinho”, meio surrado, de havaianas e lenço no cabelo se dirige ao açougue do mercado. Pouco tempo ouço um alvoroço no açougue, era Nega discutindo com o açougueiro. Fui lá, ela me informa que havia perguntado se tinha filé mignon, o açougueiro depois de tirar um “retrato” de corpo inteiro dela, responde com ar de desdém que tem, mas que só vende a peça inteira. Nega então manda pesar os 2 maiores que tiver. Isso feito pede que moa um deles, o açougueiro diz que ela só pode está tirando onda dele... Ela diz que não. Ele então pergunta – “foi isso mesmo que sua patroa mandou fazer?” Ela se irrita e diz que não é empregada doméstica. Que ela que é a Dona da casa apesar de esta vestida a vontade. E que um filé mignon é pra ela comer com amigos e o outro moído é pra ela dá para cachorrinho da família. Resultado da brincadeira quase 60 reais só de filé mignon.

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Nas três passagens aqui relatadas, duas das quais participei com coadjuvante, demonstram: Sim! Somos um País racista e discriminador. Nada mais me surpreende. Esta lenda de que: ”Somos um País que convive bem com as três raças” é apenas falácia. Lamentável. Mas o que faz com que eu não desista nunca, como dizia aquele slogan de uma grande campanha publicitária é o fato de ainda acreditar enquanto educador que é possível mudar isso, tal qual o “Yes we can”, do negro e muçulmano Barack Obama provou ser possível.

Faria eu, se assim permitido, toda uma retrospectiva módulo a módulo, como imaginei que seria o memorial, haja vista que tínhamos as anotações de conhecimentos prévios e as de conhecimento adquirido..., mas ai chegou a orientação sobre números de paginas, que a essa altura já com certeza ultrapassei... daqui em diante farei apenas rápidas pinceladas sobre cada tema estudado no espaço temporal das semanas quatro a treze, é sob censura...

DESIGUALDADE ETNICO RACIAL

Este modulo trouxe um debate interessante, onde foi possível fazermos uma releitura, do mito de ser o “Brasil um país sem discriminação”, ficou claro que discriminamos sim, mas por motivos culturais essa discriminação não é vista ou a ela são feitas “vistas grossas”, mas a verdade é que os menos favorecidos economicamente e aqueles com menos estudo “coincidentemente” são de origem afro-brasileira

GÊNERO UM CONCEITO IMPORTANTE PARA O CONHECIMENTO DO MUNDO SOCIAL

Aqui, tivemos a oportunidade de agregar informações de que “gênero” é muito mais do que apenas um substantivo para definir alimentos hortifrutigranjeiros, porque pasme era essa a ideia de alguns professores. Reler conceitos de Macho x Fêmea, Homem x Mulher, Masculino x Feminino foi de um enriquecimento sem limite, no fim ganhando nosso aluno(a) porque assim suas inquietudes sobre o azul e o rosa, a bola e a boneca dentre outras daqui pra frente deverão ser analisadas e resolvidas com maior facilidade.

SEXUALIDADE DIMENSÃO SOCIAL DIVERSIDADE DISCRIMINAÇÃO

Agregar conhecimentos e fomentar condições para solucionar os

problemas do dia a dia no ambiente escolar era o ápice deste modulo, que com certeza atingiu seus objetivos uma vez que a riqueza das

discussões foi sem igual, ficou comprovado que muitos casos de

discriminação na verdade eram casos de desconhecimento da

legislação e do processo histórico que passamos, sem esquecermos da formação machista e patriarcal que está enraizado na cultura do

povo brasileiro.

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Nossos horizontes abriram para a nova realidade, onde a

criança pode possuir uma família com dois pais ou duas mães, ser

criada por um “par” de pessoas e não tão somente por um “casal”.

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ANEXO “A” GLOSSÁRIO DE ALGUNS TERMOS EM YURUBA

TERMO EM YURUBA SIGNIFICADO EM PORTUGUES

Adjá É uma sineta cerimonial, que objetiva chamar aos ORIXÁS

Aiê O mundo terrestre

Batás Tambores sagrados usados para entoar o xirê

Obatalá O supremo orixá dos iorubas, aquele que fecunda.

Olodumare O Deus Supremo

Olorum Deus

Orum O céu dos orixás

Oxum Uma das esposas de Xangó, a Deusa da Fertilidade

Xequerês Espécie de chocalho, usado nas práticas ritualísticas do candomblé.

Xirê O termo é usado, no candomblé, para designar a seqüência de danças rituais com que se homenageiam os orixás, pode significar também jogo ou brincadeira

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ANEXO “B”

Brasília, Sinfonia da Alvorada. (Vinicius de Morais e Tom Jobim)

No princípio era o ermo Eram antigas solidões sem mágoa. O altiplano, o infinito descampado No princípio era o agreste: O céu azul, a terra vermelho-pungente E o verde triste do cerrado. Eram antigas solidões banhadas De mansos rios inocentes Por entre as matas recortadas. Não havia ninguém. A solidão Mais parecia um povo inexistente Dizendo coisas sobre nada. Sim, os campos sem alma Pareciam falar, e a voz que vinha

Das grandes extensões, dos fundões crepusculares Nem parecia mais ouvir os passos Dos velhos bandeirantes, os rudes pioneiros. Que, em busca de ouro e diamantes, Ecoando as quebradas com o tiro de suas armas, A tristeza de seus gritos e o tropel De sua violência contra o índio, estendiam As fronteiras da pátria muito além do limite dos tratados. – Fernão Dias, Anhanguera, Borba Gato, Vós fostes os heróis das primeiras marchas para o oeste, Da conquista do agreste E da grande planície ensimesmada! Mas passastes. E da confluência Das três grandes bacias Dos três gigantes milenares: Amazonas, São Francisco, Rio da Prata ; Do novo teto do mundo, do planalto iluminado Partiram também as velhas tribos malferidas E as feras aterradas. E só ficaram as solidões sem mágoa O sem-termo, o infinito descampado Onde, nos campos gerais do fim do dia Se ouvia o grito da perdiz A que respondia nos estirões de mata à beira dos rios

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O pio melancólico do jaó. E vinha a noite. Nas campinas celestes Rebrilhavam mais próximas as estrelas E o Cruzeiro do Sul resplandecente Parecia destinado A ser plantado em terra brasileira: A Grande Cruz alçada Sobre a noturna mata do cerrado Para abençoar o novo bandeirante O desbravador ousado O ser de conquista O Homem! II / O HOMEM Sim, era o Homem, Era finalmente, e definitivamente, o Homem. Viera para ficar. Tinha nos olhos

A força de um propósito: permanecer, vencer as solidões E os horizontes, desbravar e criar, fundar E erguer. Suas mãos Já não traziam outras armas Que as do trabalho em paz. Sim, Era finalmente o Homem: o Fundador. Trazia no rosto A antiga determinação dos bandeirantes, Mas já não eram o ouro e os diamantes o objeto De sua cobiça. Olhou tranqüilo o sol Crepuscular, a iluminar em sua fuga para a noite Os soturnos monstros e feras do poente. Depois mirou as estrelas, a luzirem Na imensa abóbada suspensa Pelas invisíveis colunas da treva. Sim, era o Homem... Vinha de longe, através de muitas solidões, Lenta, penosamente. Sofria ainda da penúria Dos caminhos, da dolência dos desertos, Do cansaço das matas enredadas A se entredevorarem na luta subterrânea De suas raízes gigantescas e no abraço uníssono De seus ramos. Mas agora Viera para ficar. Seus pés plantaram-se Na terra vermelha do altiplano. Seu olhar

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Descortinou as grandes extensões sem mágoa o círculo infinito do horizonte. Seu peito Encheu-se do ar puro do cerrado. Sim, ele plantaria No deserto uma cidade muita branca e muito pura... Citação de Oscar Niemeyer – "... como uma flor naquela terra agreste e solitária…" - Uma cidade erguida em plena solidão do descampado. Niemeyer – " ... como uma mensagem permanente de graça e poesia..." - Uma cidade que ao sol vestisse um vestido de noivado Niemeyer – " ... em que a arquitetura se destacasse branca, como que flutuando na imensa escuridão do planalto..." – Uma cidade que de dia trabalhasse alegremente Niemeyer – "…numa atmosfera de digna monumentalidade..."

– E à noite, nas horas do langor e da saudade Niemeyer– " ... numa luminação feérica e dramática..." – Dormisse num Palácio de Alvorada! Niemeyer – " ... uma cidade de homens felizes, homens que sintam a vida em toda a sua plenitude, em toda a sua fragilidade; homens que compreendam o valor das coisas puras..." – E que fosse como a imagem do Cruzeiro No coração da pátria derramada. Citação de Lúcio Costa – "…nascida do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse: dois eixos que se cruzam em ângulo reto, ou seja, o próprio sinal da cruz." III / A CHEGADA DOS CANDANGOS Tratava-se agora de construir: e construir um ritmo novo. Para tanto, era necessário convocar todas as forças vivas da Nação, todos os homens que, com vontade de trabalhar e confiança no futuro, pudessem erguer, num tempo novo, um novo Tempo.

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E, à grande convocação que conclamava o povo para a gigantesca tarefa começaram a chegar de todos os cantos da imensa pátria os trabalhadores: os homens simples e quietos, com pés de raiz, rostos de couro e mãos de pedra, e que, no calcanho, em carro de boi, em lombo de burro, em paus-de-arara, por todas as formas possíveis e imagináveis, começaram a chegar de todos os lados da imensa pátria, sobretudo do Norte; foram chegando do Grande Norte, do Meio Norte e do Nordeste, em sua simples e áspera doçura; foram chegando em grandes levas do Grande Leste, da Zona da Mata, do Centro-Oeste e do Grande Sul; foram chegando em sua mudez cheia de esperança, muitas vezes deixando para trás mulheres e filhos a aguardar suas promessas de melhores dias; foram chegando de tantos povoados, tantas cidades cujos nomes pareciam cantar saudades aos seus ouvidos, dentro dos antigos ritmos da imensa pátria... Dois locutores alternados

– Boa Viagem! Boca do Acre! Água Branca! Vargem Alta! Amargosa! Xique-Xique! Cruz das Almas! Areia Branca! Limoeiro! Afogados! Morenos! Angelim! Tamboril! Palmares! Taperoá! Triunfo! Aurora! Campanário! Águas Belas! Passagem Franca! Bom Conselho! Brumado! Pedra Azul! Diamantina! Capelinha! Capão Bonito! Campinas! Canoinhas! Porto Belo! Passo Fundo! Locutor no 1 – Cruz Alta... Locutor no 2 – Que foram chegando de todos os lados da imensa pátria... Locutor no 1 – Para construir uma cidade branca e pura... Locutor n 2 – Uma cidade de homens felizes... IV / O TRABALHO E A CONSTRUÇÃO – Foi necessário muito mais que engenho, tenacidade e invenção. Foi necessário 1 milhão de metros cúbicos de concreto, e foram necessárias 100 mil toneladas de ferro redondo, e foram necessários milhares e milhares de sacos de cimento, e 500 mil metros cúbicos de areia, e 2 mil quilômetros de fios. – E 1 milhão de metros cúbicos de brita foi necessário, e quatrocentos quilômetros de laminados, e toneladas e toneladas de

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madeira foram necessárias. E 60 mil operários! Foram necessários 60 mil trabalhadores vindos de todos os cantos da imensa pátria, sobretudo do Norte! 60 mil candangos foram necessários para desbastar, cavar, estaquear, cortar, serrar, pregar, soldar, empurrar, cimentar, aplainar, polir, erguer as brancas empenas... – Ah, as empenas brancas! – – Como penas brancas... – Ah, as grandes estruturas! – Tão leves, tão puras... Como se tivessem sido depositadas de manso por mãos de anjo na terra vermelho-pungente do planalto, em meio à música inflexível, à música lancinante, à música matemática do trabalho humano em progressão ... O trabalho humano que anuncia que a sorte está lançada e a ação é irreversível. Cantochão

E ao crepúsculo, findo o labor do dia, as rudes mãos vazias de trabalho e os olhos cheios de horizontes que não têm fim, partem os trabalhadores para o descanso, na saudade de seus lares tão distantes e de suas mulheres tão ausentes. O canto com que entristecem ainda mais o sol-das-almas a morrer nas antigas solidões parece chamar as companheiras que se deixaram ficar para trás, à espera de melhores dias; que se deixaram ficar na moldura de uma porta, onde devem permanecer ainda, as mãos cheias de amor e os olhos cheios de horizontes que não têm fim. Que se deixaram ficar muitas terras além, muitas serras além, na esperança de um dia, ao lado de seus homens, poderem participar também da vida da cidade nascendo em comunhão com as estrelas. Que viram, uma manhã, partir os companheiros em busca do trabalho com que lhes dar uma pequena felicidade que não possuem, um pequeno nada com que poder sentir brilhar o futuro no olhar de seus filhos. Esse mesmo trabalho que agora, findo o labor do dia, encaminha os trabalhadores em bando para a grande e fundamental solidão da noite que cai sobre o planalto… " Deste planalto central, desta solidão que em breve se transformará em cérebro das altas decisões nacionais, lanço os olhos mais uma vez sobre o amanhã do meu país e antevejo esta alvorada com fé inquebrantável e uma confiança sem limites no seu grande destino." (Brasília, 2 de outubro de 1956)

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Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira V / CORAL I II III Coro Coro Coro Masculino Masculino Misto Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília Brasília BRASIL! BRASIL! BRASIL! VI Terra de sol

Terra de luz Terra que guarda no céu A brilhar o sinal de uma cruz Terra de luz Terra-esperança, promessa De um mundo de paz e de amor Terra de irmãos Ó alma brasileira ... ... Alma brasileira ... Terra-poesia de canções e de perdão Terra que um dia encontrou seu coração Brasil! Brasil! Ah... Ah... Ah... B r a s í 1 i a! Dlem! Dlem! Ô ... ô... ô... ô

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ANEXO “C”

Livro de Gênesis 1 (Bíblia Sagrada Catolica)

1 No princípio criou Deus os céus e a terra.

2 E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

3 E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

4 viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.

5 E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

6 E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.

7 E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.

8 E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

9 E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.

10 E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.

11 E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.

12 E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.

14 E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.

15 E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.

16 E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.

17 E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,

18 E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.

19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.

20 E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus.

21 E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

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22 E Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra.

23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.

24 E disse Deus: Produza a terra alma vivente conforme a sua espécie; gado, e répteis e feras da terra conforme a sua espécie; e assim foi.

25 E fez Deus as feras da terra conforme a sua espécie, e o gado conforme a sua espécie, e todo o réptil da terra conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra.

27 E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

28 E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.

29 E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento.

30 E a todo o animal da terra, e a toda a ave dos céus, e a todo o réptil da terra, em que há alma vivente, toda a erva verde será para mantimento; e assim foi.

31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.

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ANEXO “D” Epilogo Estava inventado o candomblé. Mitologia dos orixás.

No começo não havia separação entre o Orum, o Céu dos orixás, e o Aiê, a Terra dos humanos. Homens e divindades iam e vinham, coabitando e dividindo vidas e aventuras. Conta-se que, quando o Orum fazia limite com o Aiê, um ser humano tocou o Orum com as mãos sujas. O céu imaculado do Orixá fora conspurcado. O branco imaculado de Obatalá se perdera. Oxalá foi reclamar a Olorum. Olorum, Senhor do Céu, Deus Supremo, irado com a sujeira, o desperdício e a displicência dos mortais, soprou enfurecido seu sopro divino e separou para sempre o Céu da Terra. Assim, o Orum separou-se do mundo dos homens e nenhum homem poderia ir ao Orum e retornar de lá com vida. E os orixás também não podiam vir à Terra com seus corpos. Agora havia o mundo dos homens e o dos orixás, separados. Isoladas dos humanos habitantes do Aiê, as divindades entristeceram. Os orixás tinham saudades de suas peripécias entre os humanos e andavam tristes e amuados. Foram queixar-se com Olodumare, que acabou consentindo que os orixás pudessem vez por outra retornar à Terra. Para isso, entretanto, teriam que tomar o corpo material de seus devotos. Foi a condição imposta por Olodumare Oxum, que antes gostava de vir à Terra brincar com as mulheres, dividindo com elas sua formosura e vaidade, ensinando-lhes feitiços de adorável sedução e irresistível encanto, recebeu de Olorum um novo encargo: preparar os mortais para receberem em seus corpos os orixás. Oxum fez oferendas a Exu para propiciar sua delicada missão. De seu sucesso dependia a alegria dos seus irmãos e amigos orixás. Veio ao Aiê e juntou as mulheres à sua volta, banhou seus corpos com ervas preciosas, cortou seus cabelos, raspou suas cabeças, pintou seus corpos. Pintou suas cabeças com pintinhas brancas, como as pintas das penas da conquém, como as penas da galinha-d’angola. Vestiu-as com belíssimos panos e fartos laços, enfeitou-as com jóias e coroas. O ori, a cabeça, ela adornou ainda com a pena ecodidé, pluma vermelha, rara e misteriosa do papagaio-da-costa. Nas mãos as fez levar abebés, espadas, cetros, e nos pulsos, dúzias de dourados indés. O colo cobriu com voltas e voltas de coloridas contas

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e múltiplas fieiras de búzios, cerâmicas e corais. Na cabeça pôs um cone feito de manteiga de ori, finas ervas e obi mascado, com todo condimento de que gostam os orixás. Esse oxo atrairia o orixá ao ori da iniciada e o orixá não tinha como se enganar em seu retorno ao Aiê. Finalmente as pequenas esposas estavam feitas, estavam prontas, e estavam odara. As iaôs eram a noivas mais bonitas que a vaidade de Oxum conseguia imaginar. Estavam prontas para os deuses. Os orixás agora tinham seus cavalos, podiam retornar com segurança ao Aiê, podiam cavalgar o corpo das devotas. Os humanos faziam oferendas aos orixás, convidando-os à Terra, aos corpos das iaôs. Então os orixás vinham e tomavam seus cavalos. E, enquanto os homens tocavam seus tambores, vibrando os batás e agogôs, soando os xequerês e adjás, enquanto os homens cantavam e davam vivas e aplaudiam, convidando todos os humanos iniciados para a roda do xirê, os orixás dançavam e dançavam e dançavam. Os orixás podiam de novo conviver com os mortais. Os orixás estavam felizes. Na roda das feitas, no corpo das iaôs, eles dançavam e dançavam e dançavam. Estava inventado o candomblé. (Reginaldo Prandi, Mitologia dos orixás, págs. 524-528)

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ANEXO “E” “PROJETO SER HUMANO DE VALOR”

PROJETO

Assessoria e apoio:

Planaltina-DF

www. .org.br

Page 40: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

2009

PROJETO Ser Humano de Valor

OBJETIVO GERAL

(Re)construir e valorizar atitudes de respeito ao Outro, indistintamente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Garantir o respeito às diferenças em todos os âmbitos, em nível social, cultural,

sexual, étnico, linguístico, religioso, estimulando a tolerância entre os pares em

sociedade;

Reconhecer a presença dos princípios que fundamentam normas e leis no contexto

social;

Refletir criticamente sobre as normas morais, buscando sua legitimidade na

realização do bem comum;

Promover e divulgar documentos e legislação que tratam dos direitos individuais e

sua inviolabilidade em âmbitos regional, nacional e internacional;

Compreender a vida escolar como participação no espaço público, utilizando os

conhecimentos adquiridos na construção de uma sociedade justa e democrática;

Assumir posições segundo o próprio juízo de valor, considerando diferentes

pontos de vista e aspectos de cada situação;

Construir uma imagem positiva de si, de respeito próprio e reconhecimento de sua

capacidade de escolher e realizar seu projeto de vida, em harmonia com a

coletividade;

Compreender o conceito de justiça baseado na eqüidade, empenhando-se em

ações solidárias e cooperativas;

Adotar atitudes de respeito pelas diferenças entre as pessoas, repudiando as

injustiças e discriminações;

Valorizar e empregar o diálogo como forma de esclarecer conflitos e tomar

decisões coletivas para o bem comum.

Page 41: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

JUSTIFICATIVA

A valorização das relações positivas entre as pessoas no mundo contemporâneo é

de suma importância para a formação da cidadania e para a construção de uma sociedade

pacífica, justa e igualitária, mesmo que utópica. Entretanto, é função da escola e dos

educadores estarem confiantes e atentos aos problemas que afligem a humanidade. Daí a

necessidade do desenvolvimento de projetos que contribuam para a melhoria do

processo ensino-aprendizagem, proporcionando aprendizagens ricas e significativas para

o educando.

As questões relacionadas à intolerância – de ordem social, cultural, étnica,

linguística, religiosa, até mesmo de práticas de exclusão de deficientes – preocupam a

sociedade, principalmente os educadores que presenciam manifestações implícitas ou

explícitas de desrespeito, até mesmo de colegas professores, profissionais em educação e

pais.

Temos a consciência de que não é possível mudar a realidade em sua

integralidade, mesmo porque a escola, por si só, não é capaz de transformá-la,

entretanto, por meio de ações como propostas neste projeto, pretende-se envolver a

comunidade escolar, proporcionando um espaço de discussão e transposição didática da

ética e formação da cidadania para o cotidiano.

As possibilidades de desenvolvimento de projetos são inúmeras, mas perpassam

pela compreensão de que as práticas pedagógicas são sociais e políticas e dependem do

envolvimento e do compromisso e a adesão de todos – corpo docente, discente e a

direção da escola.

Assim, a intervenção nesta realidade se dará de forma consciente, buscando

construir e reconstruir espaços de aprendizagem de forma criativa e significativa e,

principalmente, que contribua para a formação de uma consciência crítica e autônoma,

mesmo que relativa, porém capaz de contribuir com uma perspectiva de minimizar os

vários modos de violência na escola.

Page 42: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

METODOLOGIA

O presente projeto será executado por meio da aquisição das competências e

desenvolvimento de habilidades, definidos conjuntamente pelos professores, que

também irão elaborar atividades a serem desenvolvidas. Entretanto, todos os anos e

séries deverão enfocar, em seus procedimentos, os temas geradores “Respeito” e

“Tolerância”, por meio de sensibilização artística, na qual os alunos e alunas irão

expressar sua opinião e visão de mundo por meio de desenhos, produção de narrativas e

poemas, peças teatrais, dança etc.

SUGESTÕES DE TEMAS ESPECÍFICOS

TEMAS PROCEDIMENTOS INDICAÇÃO PRODUÇÃO

Raça e Etnia Trabalhando com aspectos de raça e cor;

Reconhecendo diferenças

Ed. Infantil/ 1º

ano

Desenhos, painéis,

Álbum das

diferenças

Direitos

Humanos

Lendo e interpretando as leis 2ª série/3ª série/

Se Liga.

Desenhos, pinturas,

esculturas.

Gênero Pesquisando sobre brinquedos e

brincadeiras de menino e de menina;

Pesquisando sobre brinquedos e

brincadeiras do passado.

2º ano, 2ª série Brinquedos de

sucata, móbilesm

Sexualidade Lendo textos e assistindo vídeos 3ª série/Acelera Teatro e dança

CULMINÂNCIA

Todas as produções artísticas – artes visuais, teatrais e literárias – elaboradas e

confeccionadas conjuntamente com o tema proposto neste projeto serão apreciadas numa

Exposição do Centro de Ensino Fundamental Mestre D’Armas.

Page 43: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

SETEMBRO, OUTUBRO e

NOVEMBRO Aplicação de procedimentos

Confecção de objetos de exposição, peças teatrais ou dança

21 DE NOVEMBRO 2009 Culminância

SUGESTÕES DE LIVROS, FILMES E ATIVIDADES

SUGESTÕES DE LIVROS

LIVRO/ AUTOR TEMA(S) GÊNERO INDICAÇÃ

O

Declaração universal dos direitos

humanos – Adapt. Ruth Rocha e Otavio

Roth

Direitos Legislação 3ª série

A lagartixa que virou jacaré – Izomar

Camargo Guilherme

Respeito, diferenças, ética Narrativa 2º série

Felicidade não tem cor– Júlio Emílio Braz Etnia, respeito diferenças Conto 3ª série

Todos temos direitos – Vários autores Direitos Legislação 3ª série

Valores e virtudes – Cléia A. Buchweitz e

Paulo M. Aragão

Ética, cidadania, diferenças Narrativa 3ª série

Mais respeito, eu sou criança – Pedro

Bandeira

Direitos, cidadania, respeito Poesia 3ª série

A ovelha negra – Bernardo Aibê Diferenças, Etnia, Raça e Cor Narrativa Ed. Infantil

Menina bonita do laço de fita – Ana

Maria Machado

Diferenças, Etnia, Raça e Cor Narrativa 2ª série

SUGESTÕES DE FILMES

TÍTULO/ DESCRIÇÃO TEMAS DURAÇÃO INDICAÇÃO

“Shark Tale” – “Espanta tubarão” –

Longametragem de animação (EUA,

2004).

Diferenças, respeito,

sexualidade, tolerância

90 min. 3ª, Acelera

"Boundin'" – “Pular” – curta-metragem

de animação (EUA, 2004).

Diferenças, respeito, tolerância 5 min. Ed. Infantil

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES E EXPRESSÕES ARTISTICAS A SEREM

DESENVOLVIDAS, TENDO COMO PONTO DE PARTIDA O LIVRO/TEXTO

LIDO OU FILME ASSISTIDO.

ATIVIDADES INDICAÇÃO (Série)

Narrativas individuais e/ou coletivas 1º , 2ª, Se Liga

Poemas individuais e/ou coletivos 2ª, 3ª, Acelera

Desenhos/ ilustrações Ed. Infantil

Peças teatrais/ dramatizações 3ª, Acelera

Fantoches 2ª , 3ª, Acelera

Dança 2ª, 3ª, Acelera

Jograis 2ª, 3ª, Acelera

R.A.P 2ª, 3ª, Acelera

Paródias musicais 2ª, 3ª, Acelera

Instalações fixas e/ou interativas 1º , 3ª, Se Liga

Móbiles 3ª, Acelera

Parlendas 2ª, 3ª, Acelera

Acróstico 2ª, 3ª , Acelera

Grafite 2ª, 3ª , Acelera

Dobraduras Ed. Infantil

Page 45: Memorial do Curso de Extensão Gênero e Diversidade na Escola UnB 2009

ENCERRRAMENTO E CULMINÂNCIA

No dia 21 de novembro de 2009 (Sábado – de 9h às 15h ) acontece o

encerramento das atividades do Projeto “Ser Humano de Valor” Centro de Ensino

Fundamental Mestre D’Armas, com o apoio e assessoria do ISDEL – Instituto Ser

Diferente É Ser Legal, uma Organização Não-Governamental que possui como missão

atuar na formação da cidadania de crianças e jovens, buscando estimular a tolerância e

garantir o respeito às diferenças, em todos âmbitos, em nível social, cultural, sexual,

étnico, linguístico, religioso.

Participam também como apoiadores desse projeto o Conselho Escolar e

Associação de Pais e Mestre do CEF Mestre D’Armas.

O Projeto deverá ser desenvolvido com cerca de 1.000 crianças entre 05 e 12 anos

de idade – Educação Infantil e Ensino Fundamental Séries Iniciais

Entre as atividades a serem desenvolvidas, temos: sessões de vídeo, leituras de

livros paradidáticos e de leis, oficinas, jogos e brincadeiras.