melhoria de processos utilizando o seis sigma · seis sigma, entre outros. o objeto de pesquisa...

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Projeto Final de Pós Graduação Instituto A Vez do Mestre Melhoria de Processos Utilizando o SEIS SIGMA Sara Matsuda Guerra Profª Orientadora: Fabiane Muniz

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Projeto Final de Pós Graduação

Instituto A Vez do Mestre

Melhoria de Processos Utilizando o SEIS SIGMA

Sara Matsuda Guerra

Profª Orientadora: Fabiane Muniz

2

3

Agradecimento

Agradeço a DEUS em primeiro lugar por ter me dado força e sabedoria para

que pudesse seguir adiante nos estudos, pesquisar e poder estar finalizando mais

um ciclo em minha vida.

Agradeço também aos meus pais pelo carinho e amor que por mim tiveram e

de seu incentivo todas as vezes que precisei.

Por fim agradeço ao meu marido por ter sido um porto seguro e por me trazer

tanta segurança e ter me ajudado de me incentivado todas as vezes que estava por

fraquejar.

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Introdução ................................................................................................................................... 5 Capítulo 1 – Visão Geral da Estratégia do SEIS SIGMA ......................................................... 11 1.1 – Introdução .................................................................................................................... 11 1.2 – Histórico ....................................................................................................................... 11 1.3 Definições ....................................................................................................................... 12 1.3.1 A Metodologia DMAIC ........................................................................................... 14 1.3.2 A Metodologia DMADV ......................................................................................... 16

1.4 Diferença entre DMADV e DMAIC............................................................................... 17 1.4.1 Pode você usar DMAIC no lugar de DMADV? ...................................................... 17

1.5 Seis Sigma x Qualidade Total ......................................................................................... 18 Capítulo 2 - Definições ............................................................................................................. 21 2.1 Introdução ....................................................................................................................... 21 2.2 – Conceito de Qualidade ................................................................................................. 21 2.3 Qualidade Total ............................................................................................................... 24 2.3.1 Metodologias ........................................................................................................... 24 2.3.2 FERRAMENTAS .................................................................................................... 25 2.3.3 MÉTODOS .............................................................................................................. 27 2.3.4 Expectativa ............................................................................................................... 27

2.4 Clientes Estratégicos – stakeholders ............................................................................... 28 2.5 Processos ......................................................................................................................... 29 2.6 Indicadores ...................................................................................................................... 30

Capítulo 3 - Melhoria ................................................................................................................ 32 3.1 – Introdução .................................................................................................................... 32 3.2 – Estratégias para melhoria ............................................................................................. 32 3.2.1 - As Equipes de Melhoria na Atualidade ................................................................. 32 3.2.1 - Kaizen: O Modelo de Melhoria Japonês ............................................................... 33 3.2.2 - Melhoria da Qualidade .......................................................................................... 34 3.2.3 - Benefícios da Melhoria Contínua .......................................................................... 34

3.3 – Simulação de Processos ............................................................................................... 35 3.3.1 - Modelagem de Sistemas ........................................................................................ 36 3.3.2 - Tipos de Modelos de Simulação ............................................................................ 37 3.3.3 - Verificação, Validação e Confiabilidade de Modelos ........................................... 38

3.4 – Plano de Ação .............................................................................................................. 40 3.4.1 - Lean Seis Sigma – Roteiro Lean Resultados Mais Rápidos com Custos Iniciais Menores ............................................................................................................................ 40 3.4.2 - O Roteiro Lean para o Lean Seis Sigma................................................................ 40 3.4.3 - Uma Estratégia de Implantação que se paga e produz mais retorno ..................... 41

3.5 – Benchmarking – Confirmação dos Resultados ............................................................ 41 Conclusão .................................................................................................................................. 47 Bibliografia ........................................................................................................................... 51

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Introdução

No cenário atual, para que as empresas vençam a rotatividade que o mercado

de trabalho pode oferecer, é preciso que haja um esforço para que os processos

fundamentais do negócio sejam mapeados e adotados por toda organização.

Uma vez identificados esses processos, a empresa deve focar na qualidade

dos produtos e sempre verificar a aderência do operacional a esses processos

identificados e mapeados.

Desta forma, a empresa trabalha de uma maneira uniforme e padronizada,

tirando bastante o foco do conhecimento pessoal, passando para o conhecimento

organizacional.

Todavia, os processos definidos são mutáveis, de acordo com a necessidade

da empresa, tendência de mercado ou mesmo na evolução natural das

metodologias aplicadas dentro da instituição e neste caso, devemos ter alguns

cuidados e se devem aplicar técnicas para que os processos sejam melhorados.

Neste contexto, existem algumas ferramentas técnicas e administrativas

bastante difundidas no mercado, que ajudam a empresa a monitorar e melhorar

seus processos, tais como o BSC (Balanced Score Card), DMAIC, Qualidade Total,

SEIS SIGMA, entre outros.

O Objeto de pesquisa deste trabalho visa esclarecer todos os fundamentos de

se utilizar a estratégia do SEIS SIGMA dentro do meio empresarial, como foco de

melhoria nos processos de vendas de produtos.

O SEIS SIGMA é um conjunto de práticas administrativas que se devidamente

utilizadas ajudam a empresa a melhorar seus processos e diminuir o número de

inconformidades que possam existir durante a execução desses processos.

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SIGMA é uma letra grega, utilizada na estatística para designar o desvio

padrão de uma pesquisa e na administração, a mesma letra é utilizada para

designar aderência de requisitos do cliente ao processo e quanto maior o sigma,

melhor a qualidade do processo.

Uma preocupação permanente na estratégia Seis Sigma é a redução da

quantidade de desperdício, que tecnicamente é denominada de “defeitos”. Na

estratégia Seis Sigma, defeito é qualquer desvio de uma característica que gere

insatisfação ao cliente (externo ou interno).

O fato de que um processo Seis Sigma equivale à redução de defeitos em

produtos ou serviços para um nível de 3,4 defeitos por milhão causa um bloqueio

inicial às instituições, que julgam ser praticamente impossível. Todavia, mesmo

grandes e famosas empresas que adotaram a estratégia Seis Sigma, como a GE e a

Motorola, alcançaram esse nível em alguns de seus processos. A adoção da

estratégia as direciona à busca permanente da melhoria nos demais processos.

Tomada de decisão nos diversos setores da atividade humana, geralmente são

eivadas de incertezas. Fatos que decorrem da aleatoriedade associada aos

fenômenos e eventos, e, ou, da complexidade em interrelaciona-los.

Estas incertezas, geralmente, decorrerem devido a: (a) erros aleatórios cometidos

em medições estatísticas, (b) julgamentos subjetivos, o que pode causar erros

sistemáticos e imprimir tendenciosidade, (c) imprecisões lingüísticas quanto ao

entendimento e descrição de fenômenos e eventos, (d) variabilidade dos valores no

tempo e espaço, (e) aleatoriedade associada a certos fenômenos ou eventos, (f)

discordância de opiniões entre especialistas e (g) considerações estipuladas quando

da modelagem de sistemas.

Deste modo, têm-se que as incertezas imprimem, geram e implicam em riscos. E

estes, são definidos com a probabilidade ou possibilidade da ocorrência de valores

para determinados eventos e fenômenos, indesejáveis e, ou, adversos. Assim, em

processos como de: medições, observações, avaliações e tomadas de decisão,

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podem ser influenciados por várias fontes de incertezas. Isto leva a estabelecer a

convivência contínua e inevitável com inúmeros tipos de risco.

Porém, entende-se que esta convivência necessita ser explicitada. Fato que

propiciará a identificação e quantificação das intensidades dos riscos. O que levará

ao estabelecimento de estratégias que visem a prevenção, minimização e, ou,

mitigação dos efeitos associados aos riscos.

Riscos podem possuir diferentes conotações, como as de ordem físicas,

estruturais, econômicas, sociais e ambientais. Podendo estas, desdobrarem-se em

diversas componentes em sucessivos níveis de detalhamento. A exemplos deste

casos, pode-se citar os riscos associados a atividades como a: (a) elaboração

projetos de estruturais para edificações, (b) formulação de análises de viabilidade

econômica e financeira de projetos, (c) realização de análises de projetos sociais e

(d) condução de estudos de impacto ambiental.

Caso se pretenda criar um modelo de simulação, visando a análise de projetos,

este poderia ter como: (a) variáveis de entrada, x: os custo de: insumos, mão-de-

obra e energia, (b) parâmetros do sistema, p: custos de manutenção, nível de

produtividade e eficiência dos equipamentos e (c) variáveis de saída, y: fluxo de

caixa, valor presente liquido e payback. Neste termos, os conjuntos das variáveis de

entrada e parâmetros do sistema, podem conter elementos associados a incertezas.

Os quais podem ser tratados como variáveis aleatórias.

Uma vez que em x e p podem estar contidas variáveis aleatórias, implica que y

também poderá possui-las. Este fato, demonstra que análises estáticas de sistema

que envolvem fatores aleatórios, podem induzir a erros. Desde modo, o uso da

simulação é recomendado, pois, para uma mesma situação pode-se deslumbrar

vários possíveis cenários futuros. Fato que enriquece o processo de tomada de

decisão.

Nas áreas de ciência econômica e engenharia, em estudos de sistemas, nem

sempre é possível determinar com confiabilidade as fontes de aleatoriedade

envolvidas. Para os casos em que sejam possível, pode-se utilizar de distribuições:

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empíricas ou teóricas. As quais em análises de projetos são denominadas como

probabilidades objetivas.

Distribuições empíricas podem ser obtidas a partir de dados coletados. Estes

devem ser classificados e arranjados em classes, as quais apresentam-se

associadas a níveis de probabilidade de ocorrência. Quanto as distribuições

teóricas, consistem no emprego de técnicas de inferência estatística que objetivam

ajustar aos dados coletados um modelo teórico de distribuição. Estes casos

caracterizam situações em que são possível tratar as fontes de riscos por meio de

ferramentais estatísticos.

Para os elementos associados a incertezas, pode-se lançar mão de artifícios

como: a intuição e, ou, opinião de especialista, visando definir probabilidades de

ocorrência de fenômenos e eventos. Nestes casos, em análise de projetos, essas

probabilidades são denominadas como subjetivas.

Considerando-se as pressuposições apresentadas, têm-se que em análises

intertemporais, em função das alterações dos valores de x e p, ter-se-á valores

diferenciados para y. Deste modo, para os casos em que as probabilidades

associadas a elementos de x e p são conhecidas, definem-se os contextos de risco.

Enquanto, casos em que não sejam possível a determinação dos preceitos que

regem a aleatoriedade de alguns elementos de x e p serão definidas situações de

incerteza.

Análise de sensibilidade pode ser definida com uma técnica que permite de forma

controlada conduzir experimentos e investigações com o uso de um modelo de

simulação. Esta permite avaliar impactos associados: (a) as alterações dos valores

das variáveis de entrada e dos parâmetros do sistema, e (b) das mudanças

estruturais em um modelo. Estes impactos são determinados por meio de análises

das variáveis de saída.

Em análises de sensibilidade, ao se proceder várias rodadas de simulação e

avaliar os cenários gerados, é possível constatar tendências e anomalias. Para

proceder-se estas constatações pode-se utilizar das diferentes formas de proceder

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análises de resultados de simulação como as disponibilizados pela estatística

clássica.

Ressalte-se que uma empresa que utiliza máquinas sofisticadas, desenvolve

processos inteiramente automatizados e fabrica produtos de altíssima precisão e

sem defeitos não necessariamente representa uma organização Seis Sigma, se

nessa empresa existirem outros processos ineficientes e pessoas

descomprometidas.

Uma instituição, porém, pode iniciar a estratégia Seis Sigma melhorando

alguns processos e convivendo com outros que optar por manter sem alterações

devido a limitações de recursos.

Ao adotar o Seis Sigma, uma instituição não precisa obrigatoriamente utilizar

esse nome. Muitas instituições adotaram a estratégia Seis Sigma e a chamaram por

nomes próprios. Porém, mais importante que o nome é o resultado alcançado.

O modelo de aprimoramento consiste em 4 fases: Medir, Analisar, Aprimorar

e Controlar, utilizando as ferramentas estatísticas em um ciclo único e dinâmico,

permitindo a melhoria do processo em pontos que agregam valor. Embora as

ferramentas usadas não sejam novas, a abordagem Seis Sigma acrescenta

considerável valor a elas, desenvolvendo um vocabulário de métricas e ferramentas

uniformizado em toda a organização. Ao formalizar o uso de ferramentas

estatísticas, evita-se empregá-las isolada e individualmente em um caminho

desconectado, intensificando a necessidade de entender e reduzir variações, em vez

de somente estimá-las.

Seis Sigma exige que muitas coisas estejam quantificadas, mesmo sendo

intangíveis, como a percepção do cliente. Dessa forma, salienta uma abordagem

baseada em dados para o gerenciamento, e não apenas sentimentos ou intuição.

Um artifício usual empregado em análises de sensibilidade, aplicados a avaliações

de riscos e incertezas, é o procedimento de geração de valores de variáveis

aleatórias. Este procedimento, geralmente, é feito empregando o modelo de Monte

Carlo. Este modelo consiste na obtenção de números aleatórios associados a

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distribuição uniforme U(0,1), a partir dos quais geram-se valores de variáveis

aleatórias. O que é realizado com o uso das funções de probabilidade ou das

funções densidade de probabilidade, predefinidas. Isto aplica-se a variáveis

aleatórias discretas e contínuas, cujo os valores gerados podem ser utilizados em

soluções de problemas determinístico e, ou, estocásticos.

Nos próximos capítulos, abordaremos as metodologias, aplicações e

resultados que esta técnica pode oferecer, se devidamente utilizada.

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Capítulo 1 – Visão Geral da Estratégia do SEIS SIGMA

1.1 – Introdução

Este capítulo abordará a história do SEIS SIGMA, indicando as metodologias

dentro desta estratégia e os papéis que devem ser preenchidos para o sucesso da

mesma.

Este capítulo está divido em histórico, definições da metodologias e papéis, a

diferença entre essas metodologias e por fim uma analogia ao conceito Qualidade

Total, de onde veio os conceitos utilizados no SEIS SIGMA.

1.2 – Histórico

A literatura reporta que a abordagem SEIS SIGMA foi desenvolvida pela

MOTOROLA no ano de 1987, com objetivo de reduzir a taxa de falhas em seus

produtos eletrônicos.

O SEIS SIGMA foi apresentado como uma filosofia criada nos princípios da

Gestão da Qualidade Total com uma intensa utilização de estatística em conjunto à

ferramentas de qualidade

O desafio maior desta filosofia era reduzir o índice de defeito a zero,

melhorando a qualidade do produto final, reduzindo as perdas no processo de

operação.

Em sua pesquisa, a MOTOROLA levantou dados sobre gastos internos como

pagamento de faturas e ordens de pagamentos com os índices de conta de

restaurantes, prescrições de medicamentos, perda de bagagem, por exemplo e

comparou com os das empresas de alta qualidade e elevados níveis de satisfação.

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Os valores médios foram desenhados num gráfico e seu nível de falha média

associado a um SIGMA.

O número SEIS foi indicado, pois nesses estudos, a empresa MOTOROLA

tinha faixas de falhas de 3.000 à 10.000 por milhão de ocorrências (equivalente a 3

ou 4 SIGMA) e o resultado das empresas com alta qualidade equivaliam de 3 a 4

falhas pelo mesmo milhão de ocorrências (equivalente ao 6 SIGMA).

Com este histórico, percebe-se que a busca a SEIS SIGMA é uma busca à

perfeição do processo, tentando chegar ao índice de conformidade com o processo

à 100% ou ao índice de defeito ao mesmo a quase zero.

Com isso, muitas empresas passaram a utilizar o SEIS SIGMA no intuito de

reduzir custos e a partir de 1995 se popularizou, quando a GE passou a utilizar este

método em todos os seus processos para obter o desempenho SEIS SIGMA.

Cabe nesse histórico atentar que o foco de projetos SEIS SIGMA nunca são

financeiros, porém a conseqüência da aplicação da metodologia sempre tem retorno

financeiro.

1.3 Definições

“Seis Sigma é a inflexível e rigorosa busca da redução da variação em todos

os processos críticos para alcançar melhorias contínuas e quânticas que impactam

os índices de uma organização e aumentam a satisfação e lealdade dos clientes. É

uma iniciativa organizacional projetada para criar processos de manufatura, serviço

ou administrativo que gerem no máximo 3,4 defeitos por milhão de oportunidade

(DPMO). A ferramenta de melhoria empregada na implantação dos projetos Seis

Sigma é o DMAIC: acróstico que representa: Definir-Medir-Analisar-Implementar-

Controlar” (Rasis).

O SEIS SIGMA possui duas metodologias básicas: o DMAIC e o DMADV.

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O DMAIC é usado para melhorar um processo de negócios existente

enquanto o DMADV é usado para criar um novo projeto de produto ou processo de

forma a obter uma performance mais previsível, madura e livre de defeitos.

O SEIS SIGMA identifica 5 papéis principais para sua implementação com

sucesso:

• Liderança Executiva inclui o CEO e outros membros de equipe na alta

direção. São responsáveis por implementar uma visão para a implementação

do SEIS SIGMA. Também transferem autoridade aos outros papéis com a

liberdade e recursos para explorar novas idéias para melhorias importantes.

• Champions são responsáveis pela implementação do SEIS SIGMA através

da organização de maneira integrada. A Liderança Executiva os escolhe da

alta gerência. Os Champions também são mentores dos Black Belts.

• Master Black Belts atuam como especialistas internos para o SEIS SIGMA

na organização. Eles dedicam 100% de seu tempo ao SEIS SIGMA, ajudam

os Champions e guiam Black Belts e Green Belts. Fora do rigor tradicional da

estatística, seu tempo é usado garantindo uma implementação integrada do

SEIS SIGMA nas várias funções e departamentos da empresa.

• Black Belts operam abaixo dos Master Black Belts para aplicar a

metodologia em projetos específicos. Dedicam 100% de seu tempo ao SEIS

SIGMA. Seu foco primária é a execução de projetos, enquanto Champions e

Master Black Belts se enfocam na identificação de projetos para SEIS SIGMA.

• Green Belts são os empregados que participam da implementação do SEIS

SIGMA junto às suas outras responsabilidades no trabalho. Operam sob a

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supervisão dos Black Belts e os suportam na realização de bons resultados

gerais.

O modelo de papéis citado acima tem alguns inconvenientes, e muitos

programas modernos de SEIS SIGMA não o seguem mais. Frequentemente surge

ressentimento entre os gerentes que tem Black Belts externos inseridos em suas

áreas, e há corrupção e divisão do controle dos gerentes em suas áreas de

responsabilidade. Além disso, 40-50% dos Black Belts saem da empresa após 2-3

anos.

Hoje em dia é comum ter Master Black Belts conduzindo e gerenciando o

programa como um todo, enquanto Black Belts e Green Belts executam projetos em

suas áreas e se reportam para o gerente da área.

1.3.1 A Metodologia DMAIC

Muitos modelos de melhorias têm como referência o ciclo do PDCA (Plan-Do-

Check-Act.), originalmente concebido por Deming. A filosofia desse ciclo é sua

aplicação contínua, ou seja, a última etapa de um ciclo determina o início de um

novo ciclo. Na estratégia Seis Sigma o ciclo DMAIC tem as mesmas características.

Esse ciclo é formado pelas seguintes etapas:

• “D” DEFINIR. Nesta etapa é necessário definir com precisão:

- as necessidades e desejos dos clientes;

- transformar as necessidades e desejos dos clientes em especificações do

processo, considerando a disponibilidade de fornecimento de insumos, a

capacidade produtiva e o posicionamento do serviço ou produto no mercado, tendo

em conta as ofertas dos concorrentes.

(Define) - define formalmente os objetivos de melhoria do processo que sejam

consistentes com as demandas do cliente e a estratégia da empresa.

• “M” MEDIR. Nesta etapa é necessário medir com precisão o desempenho

de cada etapa do processo, identificando os pontos críticos e passíveis de

melhoria. Todas as vezes que ocorrem defeitos no processo ocorrem gastos

adicionais de recursos para repor o nível de produção: insumos, tempo,

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mão-de-obra para executar a atividade. Esses custos precisam ser

mensurados.

(Measure) - para definir as medições base no processo atual para

comparação futura. Mapear e medir o processo em questão e coletar os dados

necessários do processo.

• “A” ANALISAR. Analisar os resultados das medições permite identificar as

lacunas”, ou seja, determinar o que falta nos processos para atender e

encantar os clientes. A busca da causa-raiz dos problemas leva ao

desenvolvimento de hipóteses e à formulação de experimentos, visando à

eficácia dos processos. Para realizar as melhorias nos processos são

elaborados projetos ou planos de ação acompanhados de cronogramas,

dimensionamento de recursos necessários, custos e retorno do investimento.

(Analyze) para verificar o relacionamento e causalidade dos fatores. Qual é o

relacionamento? Há outros fatores que não foram considerados?

• “I” IMPLEMENTAR. O sucesso da implementação das melhorias está

relacionado com a forma de venda do plano às pessoas, que deve

contemplar a demonstração das vantagens que a mudança vai trazer e,

sempre que possível, aproveitar suas contribuições na forma de

operacionalizar a estratégia.

(Improve) e otimizar o processo em base à análise usando técnicas como

desenho de experimentos.

• “C” CONTROLAR. O estabelecimento de um sistema permanente de

avaliação e controle é fundamental para garantia da qualidade alcançada e

identificação de desvios ou novos problemas, os quais devem exigir ações

corretivas e padronizações de procedimentos.

(Control) o processo com testes piloto, realizar a transição para a produção e depois

medir continuamente o processo para garantir que as variações são corrigidas antes de se

transformarem em defeitos.

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1.3.2 A Metodologia DMADV

A metodologia básica DMADV consiste nos 5 estágios seguintes:

• Definir Na primeira etapa, você deve definir a concepção metas que são

ambos compatíveis com as exigências do seu cliente e suas próprias metas

da empresa.

(Define) formalmente os objetivos de melhoria do processo que sejam

consistentes com as demandas do cliente e a estratégia da empresa.

• Medir Nesta etapa, quatro coisas que devem ser medidos. Elas incluem,

CTQ's que defendem a crítica às qualidades, capacidade de produção,

avaliações de risco e de produto capacidades.

(Measure), identificando os CTQs, capabilidades do produto, capabilidade do

processo produtivo, avaliação de risco, etc.

• Analisar É importante usar o processo de análise e desenho para

desenvolver melhores alternativas que podem reduzir defeitos. Estes

desenhos devem ser avaliados quanto à sua capacidade intrínseca para

determinar se o desenho é o melhor disponível ou se será possível criar uma

alternativa que pode ser melhor.

(Analyze), desenvolvendo alternativas de design, criando um projeto de alto

nível e avaliando sua capabilidade, para selecionar o melhor projeto.

• Desenhar Nesta etapa um desenho deve ser otimizado para funcionar em

seu pico. Além disso, a fim de otimizar um desenho, um desenho deve

geralmente ser verificada. Embora a verificação é o último processo, durante

a concepção detalhes passo, um projeto deve ser readied para a próxima

etapa.

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(Design), desenvolvendo o detalhe do desenho, otimizando-o e planejando

sua verificação. Esta fase pode precisar de simulações.

• Verificar Uma vez um desenho ou modelo tiver sido analisados e testados,

que deve ser verificada. Verificação geralmente ocorre através piloto será

executado. Como é verificado através de um projeto-piloto executado, ele

pode ser readied para a plena produção.

(Verify) o desenho, realizar testes piloto e implementar processos produtivos.

Esta fase também pode precisar de simulações.

Obs: a palavra Capabilidade é derivada da palavra em latim "capabilis" que em

português seria "capaz", sua terminação em "dade" dá o sentido abstrato à

palavra, formando-se o seguinte entendimento: Capabilidade = "O quanto é

capaz.

Significa também o estudo da capacidade do processo em atender as

exigências de seus clientes. Os principais Índices são Cp(Capacidade Potencial) e

Cpk(Capacidade Real) e somente processos estavéis podem ter sua capacidade

avaliada.

1.4 Diferença entre DMADV e DMAIC

A diferença, como uma pode considerar agora, existe somente na maneira as

etapas do último dois que são seguradas. Em DMADV, em vez das etapas do

melhoramento e do controle que focaliza no reajustamento e no controlo pelo one-

way ou por outro, trata a remodelação do processo para caber necessidades do

cliente.

1.4.1 Pode você usar DMAIC no lugar de DMADV?

Deixe-nos simplesmente põr ao redor o a outra maneira. Você pode executar

DMADV quando você não tem um produto existente, que você esteja apontando

criar do risco. A segunda ocasião quando você pode pensar de usar DMADV é

quando na prática real, DMAIC não rendeu o resultado que você procurava apesar

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dos melhores esforços para fazer melhorias. Em um nutshell, a última razão pode

ser sumariada como: use DMADV quando falhas da melhoria de processo ou não o

entregue a suas expectativas.

Há umas ocasiões quando DMAIC de planeamento transformou em DMADV

finalmente. As correias pretas devem tomar o crédito para esta, em minha opinião,

como esta reflete seu conhecimento sujeito detalhado.

1.5 Seis Sigma x Qualidade Total

As empresas acumulam experiências de programas de qualidade que tiveram

resultados por algum tempo e que foram perdendo seu brilho inicial, caindo na vala

comum dos métodos milagrosos com resultados fantasiosos. Os dirigentes dessas

empresas querem saber “o que deixaram de fazer” ou “o que fizeram de errado nos

programas de qualidade anteriores”, a fim de evitar novos investimentos com

resultados decepcionantes. Essa condição é praticamente um pré-requisito para dar

início a novas iniciativas. Keki Bhote, um dos mentores do programa SEIS SIGMA

da Motorola, afirmou que uma empresa está em condições de obter sucesso com

essa estratégia, quando todos os seus processos alcançarem o que ele qualifica

como “qualidade classe mundial”. Bhote agrupou os processos em dez áreas

distintas: administração, organização, avaliação, ferramentas, clientes, projeto,

fornecedores, produção, serviço de apoio, pessoal. Mas não basta alcançar a classe

mundial em uma área e descuidar de outra. Ele identificou quatro estágios de

desenvolvimento para os programas de qualidade:

• Estágio 1 - Inocência. A direção da instituição considera a qualidade como

um mal necessário, “os ossos do ofício”.

• Estágio 2 - Despertar. A direção admite que qualidade é importante, mas

insiste que seu custo é elevado e que não observa claramente uma relação

entre o investimento e o benefício.

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• Estágio 3 - Compromisso e Implantação. A direção reconhece que a

qualidade agrega valor para os clientes e para a instituição, então

compromete-se com uma profunda transformação e destina recursos para

treinamento e implantação.

• Estágio 4 - Classe mundial. A direção formaliza a qualidade como um dos

valores mais importantes da instituição. Esse valor é reconhecido e

vivenciado por todos desde a alta direção até o “chão” de fábrica.

Bhote relacionou, para cada área, indicadores que representam os estágios

em que a empresa está. De maneira simples, é possível fazer um diagnóstico da

empresa e avaliar, de modo geral, o estágio em que ela está e o que precisa

melhorar para atingir a classe mundial. O livro de Keki Bhote, Qualidade de Classe

Mundial, trata detalhadamente desse tema.

Utilizando os princípios propostos por Bhote, a FAE Consulting (empresa de

consultoria empresarial) elaborou uma pesquisa com clientes dos mais variados

ramos de atividades. Os primeiros resultados apresentaram algumas tendências e

observações interessantes:

• 20% das empresas têm seus processos classificados no estágio 1

“Inocência”. Essas empresas correm o sério risco de se tornar cada dia

menos competitivas no mercado.

• 70% têm seus processos classificados nos estágios 2 ou 3, o que significa

que estão engajadas em programas de qualidade. Sua permanência no

mercado está relacionada com o grau de comprometimento com esses

programas e busca do estágio 4 “Qualidade Classe Mundial”.

• 10% apenas das empresas têm seus processos classificados no estágio 4

“Qualidade Classe Mundial” e estão em condições de alcançar resultados

com a estratégia Seis Sigma.

20

Nas áreas de administração e de pessoal as empresas apresentaram seus

melhores desempenhos, nas áreas de ferramentas da qualidade, projetos e serviços

de apoio tiveram o pior desempenho e nas áreas de organização, avaliação,

clientes, fornecedores e produção, um desempenho médio. A pesquisa mostrou a

necessidade premente de uma revisão e reforço nos programas de qualidade,

visando atingir o mais depressa possível a qualidade classe mundial nas dez áreas

de avaliação. Ressalte-se que a Estratégia Qualidade e Produtividade Seis Sigma é

uma tendência natural para as empresas que querem competir no mercado

globalizado.

21

Capítulo 2 - Definições

2.1 Introdução

Este capítulo abordará todos os conceitos importantes para o entendimento

das estratégias e metodologias do Seis Sigma.

O conteúdo está divido em definições dos conceitos de qualidade, as

definições da Qualidade Total com suas metodologias, ferramentas e programas que

continuam sendo utilizadas no SEIS SIGMA, definição dos clientes estratégicos e

por último definição de processos e indicadores.

2.2 – Conceito de Qualidade

O conceito de Qualidade foi primeiramente associado à definição de

conformidade às especificações. Posteriormente o conceito evoluiu para a visão de

Satisfação do Cliente.

Obviamente a satisfação do cliente não é resultado apenas e tão somente do

grau de conformidade com as especificações técnicas mas também de fatores como

prazo e pontualidade de entrega, condições de pagamento, atendimento pré e pós-

venda, flexibilidade, etc...

Paralelamente a esta evolução do conceito de Qualidade, surgiu a visão de

que o mesmo era fundamental no posicionamento estratégico da empresa perante o

Mercado.

Pouco tempo depois percebeu-se que o planejamento estratégico da empresa

enfatizando a Qualidade não era suficiente para seu sucesso. O conceito de

satisfação do cliente foi então extendido para outras entidades envolvidas com as

atividades da Empresa.

22

O termo Qualidade vem do latim Qualitate, e é utilizado em situações bem

distintas. Por exemplo, quando se fala da qualidade de vida das pessoas de um país

ou região, quando se fala da qualidade da água que se bebe ou do ar que se

respira, quando se fala da qualidade do serviço prestado por uma determinada

empresa, ou ainda quando se fala da qualidade de um produto no geral. Como o

termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e

objetiva.

No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há

várias definições para qualidade: "conformidade com as exigências dos clientes",

"relação custo/benefício", "adequação ao uso", "valor agregado, que produtos

similares não possuem"; "fazer certo à primeira vez"; "produtos e/ou serviços com

efetividade". Enfim, o termo é geralmente empregado para significar "excelência" de

um produto ou serviço.

A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas ópticas: a do

produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à

concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades do

cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à

utilidade reconhecidas ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço.

Do ponto de vista dos clientes, a qualidade não é unidimensional. Quer dizer,

os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas uma das suas

características, mas várias. Por exemplo, a sua dimensão, cor, durabilidade, design,

funções que desempenha, etc. Assim, a qualidade é um conceito multidimensional.

A qualidade tem muitas dimensões e é por isso mais difícil de definir. De tal forma,

que pode ser difícil até para o cliente exprimir o que considera um produto de

qualidade.

Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e

serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso. Tem

de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar

quais são as necessidades dos clientes e, em função destas, definir os requisitos de

qualidade do produto. Os requisitos são definidos em termos de variáveis como:

comprimento, largura, altura, peso, cor, resistência, durabilidade, funções

23

desempenhadas, tempo de entrega, simpatia de quem atende ao cliente, rapidez do

atendimento, eficácia do serviço, etc. Cada requisito é em seguida quantificado, a

fim de que a qualidade possa ser interpretada por todos (empresa, trabalhadores,

gestores e clientes) exatamente da mesma maneira. Os produtos devem exibir

esses requisitos, a publicidade se faz em torno desses requisitos (e não de outros),

o controle de qualidade visa assegurar que esses requisitos estão presentes no

produto, a medição da satisfação se faz para apurar em que medida esses requisitos

estão presentes e em que medida vão realmente ao encontro das necessidades.

Todo o funcionamento da "empresa de qualidade" gira em torno da oferta do

conceito de qualidade que foi definido.

Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade são

conceitos relacionados com o de qualidade na indústria e serviços. Os conceitos são

usados em várias áreas, inclusive qualidade de software. Gestão da qualidade é o

processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa, quer sejam

processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de

faturação, de cobrança ou outros. A gestão da qualidade envolve a concepção dos

processos e dos produtos/serviços, envolve a melhoria dos processos e o controle

de qualidade. Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de

defeitos. Controle da qualidade são as ações relacionadas com a medição da

qualidade, para diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os

objetivos da empresa estão a ser atingidos.

Para conhecer o andamento empresarial, é necessário estabelecer

parâmetros de medidas, não somente subjetivos, mas que esses facilitem o gestor

na tomada de decisão. A mensuração da qualidade dos produtos e serviços da

organização vem suprir essa necessidade através do uso de indicadores.

Tradicionalmente as organizações dispõem de conjuntos ou sistemas de

medidas de desempenho, direcionadas à avaliação do desempenho financeiro, e às

vezes de produtividade. Mas o que se propõe é que os indicadores de desempenho

da qualidade apontem se a organização está sendo competitiva em relação ao que

os clientes desejam. Portanto, a nova proposta de utilização de indicadores é de que

eles sejam reflexos da organização como um todo, apontando onde está a direção

estratégica que a organização deve seguir.

24

O termo Qualidade Total representa a busca da satisfação, não só do cliente,

mas de todos os "stakeholders" (entidades significativas na existência da empresa) e

também da excelência organizacional da empresa.

2.3 Qualidade Total

Qualidade Total é uma técnica de administração multidisciplinar formada por

um conjunto de Programas, Ferramentas e Métodos, aplicados no controle do

processo de produção das empresas, para obter bens e serviços pelo menor custo e

melhor qualidade, objetivando atender as exigências e a satisfação dos clientes. Os

princípios da Qualidade Total estão fundamentados na Administração Científica de

Frederick Taylor(1856-1915), no Controle Estatístico de Processos de Walter A.

Shewhart (1891-1967) e na Administração por Objetivos de Peter Drucker(1909-

2005). Seus primeiros movimentos surgiram e foram consolidados no Japão após o

fim da II Guerra Mundial com os Círculos de Controle da Qualidade, sendo difundida

nos países ocidentais a partir da década de 70.

2.3.1 Metodologias

2.3.1.1Programa 5S

Etapa inicial e base para implantação da Qualidade Total, o Programa 5S é

assim chamado devido a primeira letra de 5 palavras japonesas: Seiri(Descarte),

Seiton(Arrumação), Seiso(Limpeza), Seiketsu(Higiene) e Shitsuke(Disciplina). O

programa tem como objetivo mobilizar, motivar e conscientizar toda a empresa para

a Qualidade Total, através da organização e da disciplina no local de trabalho.

Seiri- DESCARTE: Separar o necessário do desnecessário. Seiton-

ARRUMAÇÃO: Colocar cada coisa em seu devido lugar. Seiso- LIMPEZA: Limpar e

cuidar do ambiente de trabalho. Seiketsu- SAÚDE: Tornar saudável o ambiente de

trabalho. Shitsuke- DISCIPLINA: Rotinizar e padronizar a aplicação dos "S"

anteriores.

25

2.3.1.2 Programa de Gerência da Rotina Diária

Núcleo da Qualidade Total e seu programa mais importante, a Gerência da

Rotina Diária controla o processo de produção, orientando e delimitando a ação de

todos em função da missão da empresa, principal atividade e razão de sua

existência.

2.3.1.3 Programa de Gerência pelas Diretrizes

Programa de planejamento estratégico a longo prazo fundamentado na

VISÃO dos proprietários e gestores do negócio em relação aos objetivos e

expectativas para o futuro da empresa. Esses objetivos e expectativas irão constituir

diretrizes que, desdobradas, orientarão o planejamento tático e o planejamento

operacional de médio e curto prazo respectivamente, transformando o que foi

planejado em ação e resultados.

2.3.1.4 Programa de Melhoria Contínua

Etapa final da implantação e síntese de todas as práticas da Qualidade Total,

esse programa tem como ponto central de suas atividades, a análise de processos,

a solução de problemas e a padronização de rotinas, utilizando as ferramentas e

métodos da Qualidade Total através do Ciclo PDCA Plan(Planejar), Do(Fazer),

Check(Verificar), Action(Agir para corrigir).

2.3.2 FERRAMENTAS

2.3.2.1 Macrofluxo

Diagrama de blocos que apresenta de forma resumida todas as etapas do

processo de produção desde o recebimento da matéria-prima até a obtenção do

bem ou prestação do serviço. Permite visualizar o processo como um todo, sua

abrangência e limites.

2.3.2.2 Fluxograma

Representação gráfica da rotina de um processo de produção através de

símbolos padronizados. Permite o mapeamento individualizado de cada etapa e,

26

quando necessário, o estudo e racionalização de tempos e movimentos do

processo.

2.3.2.3 5W 2H

Formulário para execução e controle de tarefas que atribui responsabilidades

e determina as circunstâncias em que o trabalho deverá ser realizado. Recebeu

esse nome devido a primeira letra das palavras inglesas: What(O

Que),Who(Quem),When(Quando),Where(Onde),Why(Por Que), e das palavras

iniciadas pela letra H, How(Como), How Much (Quanto Custa). A idéia central dessa

ferramenta está contida nos versos de I Keep six honest serving-men de Rudyard

Kipling, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1907.

2.3.2.4 Diagrama de Causa e Efeito

Investiga os efeitos produzidos por determinadas categorias de causas.

Criado por Kaoru Ishikawa, o diagrama é composto por uma linha central com

ramificações na parte superior e inferior. O efeito, ou seja, o problema, é anotado na

extremidade direita da linha central e as diversas categorias de causas de

problemas (material,máquina,medida,mão-de-obra, método e meio ambiente) são

anotadas nas extremidades das ramificações que são levemente inclinadas para o

lado esquerdo, dando-lhe um aspecto de espinha de peixe, nome pelo qual é

também conhecido.

2.3.2.5 Folha de Verificação

Formulário estruturado para viabilizar e facilitar a coleta e posterior análise de

dados, sobre a frequência com que determinado fato ou problema ocorre.

2.3.2.6 Diagrama de Pareto

Gráfico de barras elaborado com base nos dados coletados na Folha de

Verificação, sobre as várias causas de um problema ou vários problemas inter-

relacionados. Permite priorizar problemas separando os muitos problemas triviais

dos poucos vitais. Nos poucos problemas vitais deverão ser concentrados todo foco

e atenção, pois respondem por 80% dos resultados indesejáveis. Vilfredo Pareto

economista e sociólogo italiano que viveu no século 19 descobriu que 20% da

27

população detem 80% de toda riqueza de um país, premissa universalmente

verdadeira, haja vista que nas empresas - aceitas pequenas variações estatísticas -

20% dos itens estocados respondem por 80% do valor total em estoque, 20% dos

clientes respondem por 80% do faturamento total do negócio e também 20% dos

problemas respondem por 80% de todos os resultados indesejáveis da empresa.

2.3.3 MÉTODOS

2.3.3.1 Shake-down (Sacudir para derrubar)

Dinâmica de grupo entre os membros de uma mesma equipe para identificar

e definir problemas relacionados ao processo e ao produto sob a responsabilidade

deles. A análise de processos e a solução de problemas são iniciadas através desse

método.

2.3.3.2 Brainstorming (Tempestade de idéias)

Dinâmica de grupo para geração de idéias e também para potencializar a

criatividade na solução de problemas. O método foi idealizado por Alex Osborn

inicialmente para uso na área de publicidade, sendo posteriormente utilizado na área

de negócios.

2.3.3.3 Método de Análise e Solução de Problemas - MASP

Método para obter sucesso na solução de problemas, o MASP foi criado pelo

pedagogo e filósofo John Dewey, um dos mais importantes nomes da Escola

Pragmática da filosofia moderna. Dewey propos o método partindo da afirmativa de

que "o homem não pensa a menos que tenha um problema para resolver ".

2.3.4 Expectativa

O pleno domínio e controle do processo de produção da empresa, a eficiência

na utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros, e a eficácia no alcance

dos objetivos, são os resultados esperados com a implantação da Qualidade Total,

resultados que garantem a satisfação dos clientes e a perenidade da empresa, além

de viabilizar a Governança Corporativa, ponto de convergência entre os interesses

dos proprietários e as decisões dos gestores do negócio.

28

2.4 Clientes Estratégicos – stakeholders

Existem clientes cujo potencial de compras ou de rentabilidade é grande o

suficiente para que se desenvolva uma política de marketing específica para ele.

Existem ainda clientes que, por sua posição no mercado, são grandes

formadores de opinião, sendo importante sua conquista e manutenção, o que

justifica uma política de marketing desenhada especificamente para atingir esses

objetivos.

Esses clientes são denominados Clientes Estratégicos.

Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo

usado em administração que refere-se a qualquer pessoa ou entidade que afeta ou

é afetada pelas atividades de uma empresa.

Os stakeholders são um elemento essencial ao planejamento estratégico de

negócios.

De maneira mais ampla, compreende todos os envolvidos em um processo,

que pode ser de carácter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o

negócio de uma empresa ou a missão de uma organização sem fins lucrativos)

O sucesso de qualquer empreendimento depende da participação de suas

partes interessadas e por isso é necessário assegurar que suas expectativas e

necessidades sejam conhecidas e consideradas pelos gestores. De modo geral,

essas expectativas envolvem satisfação de necessidades, compensação financeira

e comportamento ético. Cada interveniente ou grupo de intervenientes representa

um determinado tipo de interesse no processo. O envolvimento de todos os

intervenientes não maximiza obrigatoriamente o processo, mas permite achar um

equilíbrio de forças e minimizar riscos e impactos negativos na execução desse

processo.

Uma organização que pretende ter uma existência estável e duradoura deve

atender simultaneamente as necessidades de todas as suas partes interessadas.

29

Para fazer isso ela precisa "gerar valor", isto é, a aplicação dos recursos usados

deve gerar um benefício maior do que seu custo total.

Alguns exemplos possíveis de stakeholders de uma empresa são:

Acionistas, Donos, Investidores, Empregados, Clientes, Fornecedores,

subministradores da empresa, Sindicatos, Associações empresariais, industriais ou

profissionais, Comunidades onde a empresa tem operações: associações de

vizinhos, Governos locais, Governos estatais, Governo nacional, ONGs,

Concorrentes,

2.5 Processos

Processo (no latim procedere é verbo que indica a ação de avançar, ir para

frente (pro+cedere)). É conjunto sequencial e peculiar de ações que objetivam atingir

uma meta. É usado para criar, inventar, projetar, transformar, produzir, controlar,

manter e usar produtos ou sistemas

Processo de negócios é uma sequência de tarefas que ao serem executadas

transformam insumos em um resultado com valor agregado. A execução do

processo de negócio consome recursos materiais e/ou humanos para agregar valor

ao resultado do processo. Insumos são matérias-primas, produtos ou serviços

vindos de fornecedores internos ou externos que alimentam o processo. Os

resultados são produtos ou serviços que vão ao encontro das necessidades de

clientes internos ou externos.

Dentro de cada grupo de processos, os processos individuais podem ser ligados

pelas suas entradas (inputs) e saídas (outputs). Focando nessas ligações, podemos

descrever cada processo nos termos de seus:

1. Entradas (inputs)– documentos ou itens que serão trabalhados pelo processo

2. Ferramentas e técnicas – mecanismos aplicados aos inputs para criar os

outputs

3. Saídas (outputs)– documentos ou itens que serão o resultado final do

processo.

30

Esses três componentes de processo transformam decisões, condições, planos e

reações em condições e progresso. A saída de um processo geralmente é a entrada

para outro. Dentro de cada processo, as ferramentas e técnicas usadas num

processo orientam e influenciam a sua saída. Uma saída com falhas pode

comprometer a entrada de processos dependentes.

Os processos podem ser, até certo ponto, customizáveis (personalizados) a cada

projeto. Podem ser modificados, ou até excluídos, para melhor atender as

particularidades de dado projeto. No entanto, essas modificações devem ser feitas

criteriosamente.

2.6 Indicadores

Indicadores são modos de representação - tanto quantitativa quanto

qualitativa - de características e propriedades de uma dada realidade. Em outras

palavras “É uma característica específica que reflete um aspecto da realidade

observada”. Quando se trata a respeito de indicadores qualitativos têm se como

exemplos a elaboração de questionários ou de perguntas a serem respondidas pelos

clientes. Já em dados quantitativos os exemplos mais comuns são os de tempos,

quantidade de produtos/serviços, número de informações, etc.

Com o uso de indicadores, um conceito nada novo, mas que ainda

revoluciona as empresas, foram criadas algumas organizações que propõem

estudos e cerificações, com o uso de indicadores. Também há vários estudiosos que

formularam teorias e soluções práticas sobre este assunto.

“Todas as coisas que podem ser acessadas por intermédio de nosso

conhecimento possuem um número; pois sem os números não podemos

compreender nem conhecer”(Takashina). Portanto, assim como os indicadores

qualitativos, os quantitativos são essenciais para o progresso organizacional.

Com utilização de indicadores, principalmente os voltados para definição de

estratégias, as empresas desfrutam de um conhecimento profundo do negócio.

Possibilita conhecer o foco de sua atuação. Identificando com clareza qual é a sua

fortaleza, exploram mais os quadros de oportunidades empresariais, e de outra

31

forma conhecem suas fraquezas, além de prepara-se contra as ameaças

encontradas.

Sabendo o foco de atuação, a tomada de decisão quanto a ações

estratégicas, táticas e operacionais são mais assertivas, o que dará a empresa uma

melhor competitividade e fará com que ela atenda às necessidades e expectativas

de seus clientes. Para o acompanhamento dessas ações determinadas, os

indicadores são excelentes ferramentas, pois refletem a realidade empresarial.

Dessa forma, caso ocorra alguma dificuldade durante a realização das ações, o

gestor poderá visualizar as conseqüências, e com isso estabelecer mudanças.

32

Capítulo 3 - Melhoria

3.1 – Introdução

Na fase de melhoria, já temos um processo / produto desenhado e em linha

de produção e é nesta fase que buscamos confirmar quais são as entradas desse

processo que causam impactos em seu resultado.

Este capítulo está dividido em estratégias para melhoria e seus modelos, a

simulação de processos em seus tipos e suas verificações, está proposto um plano

de ação e estratégia de implantação baseada na estratégia Lean e por fim um Caso

de Uso, apontando a otimização da empresa envolvida

3.2 – Estratégias para melhoria

3.2.1 - As Equipes de Melhoria na Atualidade

As atuais Equipes de Melhoria Contínua como conhecemos e aplicamos hoje,

superaram em muito o conceito atual dos Círculos de Qualidade japoneses, já que a

sua natureza interdisciplinar permite abordar os problemas crônicos das

organizações, de forma organizada e sistemática, na busca de soluções.

Melhoria Contínua é o conjunto de atividades planejadas através das quais

todas as partes da organização objetivam aumentar a satisfação do cliente, tanto

para os clientes internos quanto externos. Esta é uma das filosofias do Total Quality

Management – TQM (Gerenciamento Total da Qualidade).

Demonstra que os esforços de melhoria da concorrência são constantes e

que as expectativas dos clientes estão aumentando. É preciso melhorar se

quisermos manter a parcela de mercado. Requer a concentração de todos, mas

especialmente a dos altos gerentes que têm o poder de orquestrar e planejar as

melhorias sistemáticas exigidas.

33

3.2.1 - Kaizen: O Modelo de Melhoria Japonês

Kaizen é o termo japonês cujo significado literal é melhoria. O conceito implica

um esforço contínuo (daí melhoria contínua), envolvendo todas as funções de todos

os níveis da organização.

O termo Kaizen é tão comum no Japão que é aplicado a todos os aspectos da

vida. Fala-se em Kaizen em termos de meio ambiente, sistema educacional, sistema

rodoviário, relações externas etc. No trabalho, é muito comum que todos os

colaboradores de uma organização se perguntem como o procedimento, máquina,

pacote, produto etc. podem ser melhorados.

O Kaizen é aplicado em processos (tanto de produção quanto processos de

negócio) e em produtos ou serviços.

No Ocidente, a abordagem padrão tem sido melhorias em função de etapas,

normalmente obtidas através de nova tecnologia (kairyo). O investimento necessário

para desenvolver e aplicar esta tecnologia é justificado através de cálculos de

retorno do investimento. Esta abordagem de melhoria também é atraente, já que

produz resultados imediatos. No entanto, há um problema com esta abordagem

isolada. O novo padrão atingido como resultado da inovação diminuirá com o passar

do tempo se as atividades de manutenção forem limitadas, e a qualidade e

produtividade serão prejudicadas. Para recuperar esta vantagem, a organização tem

que recorrer a outros investimentos; o benefício total da inovação só é gozado por

um período de tempo curto e apenas a um custo considerável. Além disso, os

benefícios totais da melhoria contínua (baixo custo de investimento) nunca são

atingidos.

34

3.2.2 - Melhoria da Qualidade

A Melhoria da Qualidade é a abordagem sistemática, coordenada e baseada

em prioridades relacionadas à melhoria das normas de desempenho da qualidade e

à redução dos custos em todas as funções da organização.

A Melhoria da Qualidade é basicamente olhar para frente, procurando atingir

níveis de desempenho, significativos e mais altos, através da identificação e solução

de problemas da qualidade. Deve concentrar-se no cliente (inter e externo). As fases

básicas para a Melhoria da Qualidade são as seguintes:

1. Definir a política, os objetivos e as estratégias da qualidade da

organização;

2. Desenvolver um plano anual de ação para a melhoria da qualidade;

3. Criar equipes de melhoria da qualidade para trabalhar sobre os

problemas estratégicos vitais.

Já a norma ISO 9001:2008 estabelece que a organização deve melhorar

continuamente a eficácia do sistema de gestão de qualidade... (Cap. 8.5.1), e a

norma ISO 14001:1996, determinam a necessidade de estabelecer o melhoramento

contínuo do sistema de gestão ambiental...

Isto quer dizer: nada perpetuará no mercado sem haver melhoria contínua!

3.2.3 - Benefícios da Melhoria Contínua

Como mencionamos a Melhoria Contínua se aplica a partir do uso de

metodologias sistemáticas que utilizadas por equipes multifuncionais e

interdisciplinares permitem uma análise rigorosa dos problemas crônicos que afetam

os resultados, detectando, assim, suas causas raízes e permitindo o

desenvolvimento de planos de ação que rompem com os paradigmas e preconceitos

instalados.

35

Os benefícios são medidos a partir dos custos evitados, apesar de manter-se

a melhoria da qualidade de produtos e serviços entregues aos clientes.

Os custos da “não qualidade” (Cost of Quality), são a fundamentação

econômica dos programas de Melhoria da Qualidade, segundo os expressados por

Armand Feigenbaum, um dos mais proeminentes autores sobre o tema. Estes

custos, normalmente ocultos, podem chegar entre 20% e 30% dos níveis de

faturamento da empresa.

A redução dos custos de falhas (erros, enganos e omissões) apresenta

normalmente a maior oportunidade de obter benefícios rápidos dos resultados da

empresa.

Recente estudo realizado no Brasil com empresas de médio e grande portes

indicou que empresas que investem em Melhoria Contínua têm um aumento de

produtividade que superam em cerca de 3 pontos as empresas que não investem

em melhorias. Este estudo também mostra que a produtividade média por

colaborador é cerca de 25% superior nas organizações que contam com um

programa de Melhoria Contínua.

3.3 – Simulação de Processos

A simulação trata-se de um ferramental disponibilizado pela área de pesquisa

operacional que permite a geração de cenários, a partir dos quais pode-se: orientar

o processo de tomada de decisão, proceder análises e avaliações de sistemas e

propor soluções para a melhoria de performance. Sendo que, todos estes

procedimentos podem ter por conotação parâmetros técnicos e, ou, econômicos.

Com os avanços na área de informática, modernos equipamentos e novas

linguagens de programação e de simulação tem permitido empregar a técnica de

simulação nas diversas áreas do conhecimento humano, fatos que têm propiciado:

(a) projetar e analisar sistemas industriais, (b) avaliar performance de hardware e

software em sistemas de computação, (c) analisar desempenho de armas e

36

estratégias militares, (d) determinar freqüência de pedidos de compra para

recomposição de estoques, (e) projetar e administrar sistemas de transportes como:

portos e aeroportos, e (f) configurar sistemas de atendimento em hospitais,

supermercados e bancos.

No caso específico das engenharias, a adoção da técnica de simulação tem

trazido benefícios como: (a) a previsão de resultados na execução de uma

determinada ação, (b) a redução de riscos na tomada decisão, (c) a identificação de

problemas antes mesmo de suas ocorrências, (d) a eliminação de procedimentos em

arranjos industriais que não agregam valor a produção, (e) a realização de análises

de sensibilidade, (f) a redução de custos com o emprego de recursos (mão-de-obra,

energia, água e estrutura física) e (g) a revelação da integridade e viabilidade de um

determinado projeto em termos técnicos e econômicos.

3.3.1 - Modelagem de Sistemas

Sistema pode ser definido como uma coletânea de estruturas e recursos que

são interagidos segundo uma lógica de tal forma a alcançar um ou mais objetivos.

No caso, por exemplo de uma fabrica, as estruturas referem-se às edificações e

equipamentos, os recursos abrangem o capital, matéria-prima, mão-de-obra, energia

e água; e os objetivos podem ser a fabricação de um ou mais tipos de produtos.

Desta forma, a depender da área de conhecimento tem-se uma variedade de

sistemas reais, tais como: unidades armazenadoras, frigoríficos, unidades de

beneficiamento de leite, fabricas de óleo, agências bancarias, supermercados,

hospitais e unidades de conservação ambiental.

Os estudos destes sistemas podem dar-se sob diferentes formas de

abordagem. A primeira seria interferindo diretamente sob rotinas operacionais

promovendo implementações e, ou, alterações de procedimentos até que sejam

obtidas as condições ideais. Estas ações fazem requerer do tomador de decisão a

condução de estudos preliminares e experiência, para que as alterações não

minorem a performance do sistema.

37

A segunda refere-se a utilização de modelos que representem os sistemas

reais. Os modelos podem apresentar-se como protótipos ou como modelos

matemáticos, os quais podem prestar-se a soluções analíticas, como por exemplo

um modelo de regressão, ou a simulação, permitindo assim, reconstituir a rotina

funcional de um dado sistema real.

Desde modo, a implementação de modelos matemáticos de simulação a

serem utilizados em computadores requerem o uso das linguagens de programação

como FORTRAN, C e PASCAL ou das linguagens de simulação como SLAM, GPSS,

GASP, POWERSIM, ARENA e EXTEND. Ressalta-se que para empregar os

modelos de forma adequada deve-se proceder a verificação e validação.

3.3.2 - Tipos de Modelos de Simulação

Os modelos matemáticos de simulação, ou simplesmente modelos de

simulação, podem ser classificados em: (a) estáticos ou dinâmicos - denominam-se

como modelos estáticos os que visam representar o estado de um sistema em um

instante ou que em suas formulações não se leva em conta a variável tempo,

enquanto os modelos dinâmicos são formulados para representarem as alterações

de estado do sistema ao longo da contagem do tempo de simulação, (b)

determinístico ou estocástico - são modelos determinísticos os que em suas

formulações não fazem uso de variáveis aleatórias, enquanto os estocásticos podem

empregar uma ou mais e (c) discretos ou contínuos - são modelos discretos aqueles

em que o avanço da contagem de tempo na simulação se dá na forma de

incrementos cujos valores podem ser definidos em função da ocorrência dos

eventos ou pela determinação de um valor fixo, nesses casos só é possível

determinar os valores das variáveis de estado do sistema nos instantes de

atualização da contagem de tempo; enquanto para os modelos contínuos o avanço

da contagem de tempo na simulação dá-se de forma contínua, o que possibilita

determinar os valores das variáveis de estado a qualquer instante.

38

3.3.3 - Verificação, Validação e Confiabilidade de Modelos

Uma das tarefas mais árduas em simulação está em determinar se o modelo

proposto retrata com fidedignidade o sistema em estudo. Para o alcance desta meta

são recomendados a observância de três preceitos básicos, que são a: verificação,

validação e implementação de confiabilidade. Esses preceitos devem ser

observados nas várias fases do desenvolvimento de um modelo, deste modo, tem-

se que:

Verificação - trata-se de um conjunto de ações para certificar se a forma

conceitual adotada na formulação do modelo, foi transcrita corretamente ao utilizar-

se das linguagens de programação ou de simulação. Recomenda-se na condução

deste procedimento: (a) usar duas ou mais pessoas, (b) rodar o programa para um

conjunto variado de situações procedendo análises dos dados de saída, (c) rastear o

programa verificando a execução dos procedimentos, (d) observar a animação, e (e)

comparar os valores gerados pelo uso de distribuições aos observados em sistemas

reais.

Validação - é uma coletânea de ações utilizadas para analisar se um dado

modelo representa com fidedignidade o sistema em estudo. Podendo este

procedimento ser conduzido em conjunto com a verificação, fato que imprimirá maior

confiabilidade ao modelo. A validação pode ser categorizada em estatística e

subjetiva. A estatística consiste no emprego de ferramentais como: análise de

variância, determinação de intervalo de confiança, testes de hipótese, ajustamento

de curvas, análises de regressão e análises de séries temporais. Enquanto a

subjetiva é recomenda quanto não há possibilidade de proceder incursões

exploratórias aprofundadas sobre o sistema em estudo. Para estes casos, pode ser

utilizado, por exemplo, o Teste de Turing. Este teste consiste na exposição das

informações geradas pelo modelo e às obtidas do sistema real em um mesmo

formato. Posteriormente, submetem-se estas a análise de um grupo conhecedor do

sistema. Caso não haja consenso entre eles, quanto a definição da origem das

informações, é indicativo que o modelo está validado. Outra forma deste tipo de

39

validação dá-se por análises de especialistas, os quais procedem o julgamento do

modelo, segundo lógicas associadas ao sistema em estudo.

Implementação de confiabilidade - conforme citações em literaturas

especializadas, para a obtenção de modelos validados e confiáveis deve-se ater aos

seguintes preceitos:

1) Desenvolver modelos interativos com os potenciais usuários.

Desde modo, deve-se: (a) constatar os termos técnicos usuais, (b) coletar

dados relevantes a serem utilizados no desenvolvimento do modelo, (c) utilizar de

teorias existentes relativas o sistema em estudo, (d) analisar outros modelos

desenvolvidos anteriormente e (e) dotar de experiência e intuição na formulação do

modelo.

2) Testar as considerações empíricas utilizadas

Um dos ferramentais mais poderosos para a condução desse passo é a

realização de análises de sensibilidade. Deste modo, certifica-se como os resultados

da simulação são impactados mediante alterações dos valores das variáveis de

entrada e parâmetros do sistema.

3) Determinar o quanto os dados gerados são representativos

Este é um dos procedimentos decisivos na validação, o qual consiste na

confrontação das informações geradas pelo modelo com as obtidas do sistema real.

O nível de precisão irá depender dos propósitos de utilização do modelo. Ressalta-

se, que para o emprego da estatística clássica deve-se seguir as regras de

aplicação.

40

3.4 – Plano de Ação

3.4.1 - Lean Seis Sigma – Roteiro Lean Resultados Mais Rápidos com Custos Iniciais Menores

A chave para uma implantação mais simples, mais rápida e mais eficiente em

termos de custo do Lean Seis Sigma é evitar a armadilha de melhorias do “tamanho

único que serve para todos" e que leva as organizações a superinvestirem no

recrutamento e treinamento de Belts, atrasa o término dos projetos e limita a

participação dos funcionários.

O Lean Seis Sigma – Roteiro Lean emprega uma abordagem mais prática

que envolve os líderes para avaliar o nível e o escopo de mudança necessários

antes de comprometer recursos para projetos de melhoria na empresa . Com o Lean

Seis Sigma - Roteiro Lean, as equipes são dimensionadas para que se encaixem à

melhoria necessária.

3.4.2 - O Roteiro Lean para o Lean Seis Sigma

O caminho para resultados mais rápidos e com mais eficiência e eficácia do

Lean Seis Sigma começa adotando-se uma filosofia de melhoria contínua que

coloca os funcionários em primeiro lugar. Conforme ilustrado no roteiro abaixo, o

ponto de partida para todos os projetos de melhoria é engajar os líderes e

funcionários para que se constitua a propriedade e o impulso (ao invés de atender

as exigências do modelo tradicional de treinamento de Champions e Belts ).

Classificar as oportunidades de melhoria em quatro categorias com base na

complexidade e nível de engajamento encaixa nos projetos as ferramentas certas e

com a prontidão para mudança. Decisões da Liderança e Projetos de Ação Rápida

capitalizam ganhos rápidos e abrem o caminho para Projetos de Redesenho que

41

transformam os processos através do modelo Lean. Com o desperdício eliminado

dos processos e resultados “no caixa”, os Projetos de Análise Estatística mais

difíceis, que necessitam de ferramentas estatísticas avançadas, são executados

mais eficientemente.

Desenvolvendo o Lean Seis Sigma - Roteiro Lean, as equipes utilizam modelo

de solução de problemas DMAIC para garantir um raciocínio consistente, baseado

em fatos. Contudo, seguindo o princípio de "engajar, integrar e então otimizar" as

empresas podem evitar os longos prazos de projetos e treinamento excessivo

associados às implantações convencionais do Seis Sigma.

3.4.3 - Uma Estratégia de Implantação que se paga e produz mais retorno

As empresas muitas vezes tropeçam na implantação do Lean Seis Sigma por

superinvestirem no treinamento antes que a liderança esteja pronta para apoiar os

projetos complexos,de ciclo longo e limitando a participação aos Belts, deixando na

prateleira muitas oportunidades de melhoria vindas da maioria dos funcionários das

linhas secundárias.

O Lean Seis Sigma – Roteiro Lean evita essas armadilhas com um plano de

implantação simples, em três estágios: LANÇAMENTO, EXPANSÃO e

INTEGRAÇÃO.

Pesquisa similar realizada pela revista Industry Week, nos Estados Unidos,

registrou melhorias em ciclos de tempo, redução de inventários, entregas a tempo,

lucros, participação de mercado e ritmo de crescimento naquelas empresas que

adotaram sistemas, práticas e ferramentas de Melhoria Contínua.

3.5 – Benchmarking – Confirmação dos Resultados

Um modelo LEAN de Excelência Operacional eficaz “O que não nos mata

pode deixar--nos mais fortes”

42

Seja durante tempos de crise ou tempos de prosperidade, as empresas

precisam de ter estratégias de melhoria, estratégias de mudar para melhor (que é o

significado do conceito Kaizen). Seja para melhoria contínua da Produtividade, seja

para melhoria contínua das vendas é essencial ter uma estratégia clara. Esta

estratégia deve esclarecer quais os objetivos a atingir num prazo de 1 a 3 anos.

Estes objetivos devem estar claramente definidos em 4 perspectivas (ou

áreas de concentração):

• Objetivos de Sucesso Financeiro;

• Objetivos de Melhoria para os Clientes (qualidade do produto e do serviço);

• Objetivos de Melhoria dos Processos Internos (operações, marketing/vendas,

novos produtos, segurança/ambiente);

• Objetivos de Melhoria das Pessoas (aprendizagem e crescimento).

Fazer um Mapa de Estratégia Kaizen é justamente definir os objetivos de

melhoria usando a gestão visual. Só quando a estratégia fica visível e bem definida

é possível então medir a sua implementação e verificar a sua eficácia. Passa a ser

possível alinhar e concentrar toda a organização na execução da estratégia de

mudança para melhor. Um dos inputs principais para um Mapa de estratégia Kaizen,

especialmente no que diz respeito à Excelência Operacional, é o modelo de

melhoria TFM: Total Flow Management

Como o nome diz trata-se de alterar o fluxo dos processos principais e

conseguir uma mudança de paradigma, uma transformação que permite obter

resultados radicalmente melhores. O TFM é um remédio muito potente para a

transformação das Operações e pode fazer a diferença. A diferença é uma empresa

radicalmente mais forte em termos de Produtividade, Serviço ao Cliente e Força

Anímica do seu quadro de Pessoal.

Os conceitos principais do modelo TFM são os seguintes:

– Organização de Supermercados e áreas de “Cross-Docking” em toda a cadeia de

fornecimento;

• Ciclos de transporte de alta frequência (de preferência diária);

43

• Lotes de Produção pequenos;

• Planejamento de Encomendas firmes de clientes (e não usando previsões);

• Planejamento regular da Capacidade (usando previsões).

O modelo TFM é constituído por 5 grandes áreas de trabalho (conforme pode ver no

modelo em cima):

• Projetar Fluxo na Cadeia (Desenho do Sistema);

• Criar Fiabilidade Básica;

• Criar Fluxo na Produção;

• Criar Fluxo na Logística Interna;

• Criar Fluxo na Logística Externa.

A revisão do modelo de operações para a implementação deve começar com

o Mapeamento do Fluxos. Aqui é utilizada a técnica do “Value Stream Mapping”.

Trata-se de uma técnica bastante conhecida, mas que, para ser feita com utilidade,

exige muita experiência.

De fato, para fazer um bom Desenho de Solução é necessário dominar todos

os conceitos Lean e a sua aplicação na Produção e na Logística. É este

conhecimento que o modelo Kaizen TFM traz.

Importante é referir também que o Kaizen Institute acaba de editar um livro

sobre o TFM, mas que está disponível para apoiar os esforços Lean e a realização

da Excelência Operacional na Produção e na Logística.

Pela 1ª vez é apresentada a forma de aplicar o Lean e o Kaizen de uma forma

integrada beneficiando empresas industriais (e seu relacionamento com

fornecedores e clientes) e empresas de logística (armazéns e transportes).

Um aumento de produtividade de 25%, face aos valores de controle

registrados em Agosto de 2008, foi o principal resultado da implementação das

metodologias Kaizen na Unidade de Vida e Previdência, do grupo de um banco

44

privado. Paralelamente, foram também ultrapassadas as metas definidas para a

diminuição em 40% das retiradas fora do prazo, definidos pelo quociente entre valor

de retiradas e vendas, e o incremento da Taxa de Satisfação de Encomendas (TSE)

em sete pontos percentuais, para os 97%. Partindo de um processo de identificação

de oportunidades de melhoria e do mapeamento do fluxo de venda do produto e

informação no interior da unidade, ou “Value Stream Mapping”, foram reconhecidas

importantes perdas de produtividade derivadas de um excessivo “Lead Time”. Este

é, na verdade, o indicador mais importante em termos de flexibilidade da unidade

industrial e que mais facilmente conduz a ganhos de produtividade quando reduzido.

No caso da Vida e Previdência, o tempo de produção, desde que a idéia ou matéria-

prima eram investidos até à entrega do produto final ao usuário, havia um retorno

inicial entre 10 e 11 meses passando para apenas 8 meses este retorno de valor

acrescentado. Assim, e considerando que com um “Lead Time” menor a empresa

responderia com maior celeridade as retiradas dos clientes fora do prazo, que não

rendesse prejuízos à área, obtendo ganhos a nível de serviço e fidelização, foi

definido como ideal uma redução deste indicador para 9 meses.

A definição deste valor pressupôs, igualmente, a redefinição do fluxo de

produção, abdicando de um complexo modelo em “Push”, e adotando o sistema

“Pull Flow”. Concretizada através do redesenho do processo produtivo, esta

transformação passou, sobretudo, pela limitação operaçional, acelerando o fluxo no

processo da careteira de investimento, e pela substituição do anterior layout

funcional, onde os processos funcionavam por lote e de forma não integrada, com as

operações de tratamento, por um layout de processo, associado ao conceito de

“One Piece Flow”, ou de linhas de “Fluxo Unitário”. Este conceito traduz um modo de

organização funcional que integra todas as operações, permitindo que todo

investimento seja adotado o padrão PGBL. Do mesmo modo, são eliminados os

desperdícios de movimentação financeira e conquistada uma maior normalização e

flexibilização da produção e ainda redução dos resgates fora de prazo, utilizando

também a carteira VGBL para equilibrar este tipo de situação. Da mesma forma, o

fluxo de informação anterior à introdução das metodologias Kaizen era também

complexo, com diferentes ordens de produção e investimento a serem feitas em

diversas carteiras de aplicações, com foco de acordo com o produto comercializado..

45

Porém, no geral, este modelo apresentava falhas constantes devido a problemas

comuns, aumento do numero de operadores ou problemas de qualidade,

introduzindo uma adicional dificuldade de gestão.

No novo modelo, o fluxo de informação, planejamento e investimento estão

mais simplificados. Para artigos do tipo PGBL e suas 10 variações, que

correspondem a 80% da procura por previdência, uma necessidade de otimização

dos fatores internos espelhando as reais necessidades para investimentos externos,

havendo necessidade apenas se fazer carteira diferente para os restantes 20% da

produção, no caso para as variações de VGBL. Uma nova etapa no processo

produtivo foi também implementada com esta alteração. Não existente no esquema

anterior, uma seção de análise financeira visa, sobretudo, evitar, face à volatidade

do mercado de ações com as encomendas de resgate das aplicações. Deste modo,

todo o refugo que sai da escolha será retrabalhado e escolhido novamente de

maneira a que possa ser investido a ponto de não haver perdas e reintegrar o ciclo

produtivo com o menor desequilíbrio das metas, investindo para ter maiores ganhos

e compensando esta retirada. Por tudo isto, neste momento, as melhorias

introduzidas, permitiram já um importante aumento da produtividade e da

flexibilidade para uma resposta rápida a um grande cliente no momento de um

resgate fora do prazo.

No final, o paradigma existente na mente da equipe de previdência, de que

não era possível fazer melhor do que já faziam desapareceu. A resistência e o

medo à essas mudanças foi contornada com a formação dos colaboradores e, hoje

em dia, as pessoas acreditam que é possível sempre fazer melhor, enquanto a

organização, gerida num sistema de “Kaizen Management System” (KMS), ou de

“Gestão da Melhoria Contínua”, se questiona todos os dias no sentido de mudar

para melhor, procurando uma maior competitividade e uma atitude de liderança.

Desta forma. O banco como um todo tem vindo a desenvolver outros projetos

de implementação de metodologias Kaizen em diversas outras áreas. A aposta

recaiu num sistema de “Total Flow Management”, ou Gestão Total do Fluxo, que

assegure que materiais e informação fluam de forma mais rápida e eficaz até ao

cliente final. Apesar da alteração completa do paradigma da área, “os resultados têm

46

superado, bastante, as expectativas”. Na verdade, estas melhorias, associadas a

outros projetos em curso na unidade, permitiram já um “importante aumento da

produtividade que espelha a lucratividade”.

Existe um programa especial de viagens ao Japão com visita a empresas

líderes mundiais na implementação de uma cultura de melhoria contínua Ilustração

in loco da aplicação das melhores práticas DESTINATÁRIOS Gestores de Topo de

empresas com uma cultura de melhoria contínua. Essas são algumas empresas a

que participam do programa e estão abertas à visitação:

• Linha de Montagem da Toyota Motors

• Toyota lndustries Takahama, montagem de empilhadores

• Taiho, rolamentos de motor

• Mori Seiki, máquinas industriais

• Panasonic

• Yamaha Motor, motorizadas

• Aichi Steel, siderurgia

• Taihou Life Service Company, restaurantes e lojas de retalho

• lwanaka, têxtil

A aplicação das mais avançadas técnicas de melhoria contínua gera inúmeras

vantagens para as empresas ao nível operacional e financeiro – otimização de

processos e aumento da produtividade, qualidade e serviço com impacto nos

resultados globais da empresa.

47

Conclusão

Em todas as empresas que pretendem ter sucesso em seus negócios, é

necessário que toda linha de produção seja padronizada e que todos esses

processos sejam claramente identificados e seus resultados gerem informações

para que decisões possam ser tomadas e os resultados sejam mais facilmente

visíveis.

Uma vez que todos esses processos estão definidos e sendo utilizados em

larga escala pela empresa, chega a hora de se otimizar as ações para que se

reduzam os desperdícios, se identifiquem os riscos e haja um retorno financeiro

maior para a empresa. Desta forma, a melhoria dos processos é uma realidade que

todas as empresas com um bom nível de maturidade em seus processos devem se

utilizar.

No mercado, existem diversas práticas e técnicas que são mais ou menos

difundidas, visando sempre a otimização dos processos das empresas. Dessas

técnicas, não existe uma melhor ou pior, sendo que todas elas são empregadas nas

mais diversas empresas do mundo inteiro, independente do porte da empresa ou da

extensão de sua atuação.

O grande desafio a ser superado é a cultura dos funcionários que muitas

vezes são adversos às mudanças e por isso as empresas devem escolher uma

técnica que não altere totalmente o cotidiano dos funcionários e caso a estratégia

escolhida seja alguma que traga grandes impactos nas atividades cotidianas, deve

haver alguma ação de alteração cultural nesses empregados em parceria com

capacitação dos membros que irão atuar diretamente no sucesso de execução da

técnica escolhida.

Neste trabalho foram mostrados que muitas das técnicas utilizadas hoje são

evoluções naturais de técnicas antigamente utilizadas e mesmo assim, não há

nenhuma pretensão de se substituir antigas técnicas por alguma evoluída e essas

48

predecessores continuam sendo largamente utilizadas por empresas que focam a

melhoria de seus processos.

Também foram abordados alguns conceitos sobre expectativa, modelos e

papéis. Os modelos são a forma no qual se chegará ao objetivo de uma estratégia

de melhoria no processo e, além disso, existem os atores que irão atuar para o

sucesso de procedimento. Cada papel é importante para que haja uma divisão

adequada das tarefas, uma diferenciação nos perfis que se adéquam ao

organograma de uma empresa e por fim existe a expectativa sucesso em todos os

envolvidos. A maior delas é verificar que após a utilização de uma estratégia, se

consegue chegar a um objetivo pleno de redução de risco e perdas que ao final

geram o aumento da lucratividade.

Foco do trabalho, a escolha de estratégia SEIS SIGMA se deu por já ter

atuado em um dos papéis, numa antiga empresa no qual trabalhava. Nesta

empresa, era uma GREEN BELT, e o objetivo deste papel é alinhar as expectativas

dos clientes com a capacidade dos processos da empresa. Este papel que verifica

na prática a satisfação do cliente e em caso de alguma observação pertinente sobre

ao processo ou ao cliente, o mesmo era passado e as estatísticas alteradas.

O SEIS SIGMA é um processo fortemente acoplado com a estatística, pois

através desses dados que podem ser comprovados os desvios da excelência de

qualidade de um processo.

Foi descoberto que com o objetivo ideal, com desvio de 3 sigmas para mais

ou para menos se encontram 99,7% de todas as ocorrências de um processo, o que

leva a margem de acontecer 0,3% de vezes fora do objetivo e fora da expectativa do

mesmo.

Essa estratégia tenta dar um pouco mais de margem para a expectativa de

um processo estar nesta faixa conhecida de probabilidade de acontecer, deixando

de fora apenas quando ocorrer um fator extremamente imprevisível, como um

desastre natural, por exemplo.

49

A estratégia do SEIS SIGMA acerta o processo para que os mesmos 3

sigmas anteriores caibam em apenas 1,5 sigma, criando uma margem para que

aqueles 0,3 % de chance aconteçam dentro da expectativa e que somente em casos

extremamente adversos o resultado do processo fique fora do esperado. Desta

forma, o que acontecia em 0,3% dos casos passam a ocorrer em apenas

0,000002% das vezes.

A utilização desta estratégia foi utilizada em diversos ramos do mercado e

desta forma se mostrou eficiente na premissa de se reduzir riscos, custos e melhorar

processos.

Aproveitando a expertise o as pesquisas para este trabalho, a idéia foi colocar

em prática todos os insumos aqui apresentados.

Este passo não foi nada nada fácil, pois é preciso ter um patrocinador da alta

gerência que goste da estratégia e que acredite que sua utilização é um

investimento a médio prazo para a empresa.

Após conseguido um patrocinador na gerência, existe a eleição da cada ator

do processo e este passo é importante, pois não será qualquer pessoa que levará

esta estratégia adiante. O perfil das pessoas que irão atuar nesses papéis deve

estar de acordo, pois não adianta forçar que uma pessoa que não aceita mudanças

estar no meio de um processo inovador que pode e talvez mude a forma de se

trabalhar dentro da empresa.

Por fim, foi preciso fechar um escopo de processos que seriam melhorados

neste processo. O escopo é importante pois sabe-se exatamente o que será objeto

de melhoria e também o que não será.

Escolhido o produto e seus processos de operação, e levando em

consideração as possibilidades do processo atual, foi visto todas as possibilidades

para o processo fosse otimizado diminuindo seus riscos baseado no processo Lean

TMF.

50

Com as alterações efetuadas na carteira de produtos, onde produtos similares

foram fundidos em apenas um e após algumas alterações na forma que os valores

dos produtos eram investidos no mercado de ações, a rentabilidade total de um

produto comercializado no prazo de um passou de 10 para 9 meses para ser

totalmente garantido para a empresa.

Com isso, processo que existem de resgates foram do prazo, que daria

prejuízo ao banco passaram a ser mais facilmente equilibrados por se ter quase um

mês a mais para negociar no mercado e obter rentabilidade.

Com isso, o prazo e os procedimentos para resgate foram diminuídos,

garantindo uma maior satisfação de clientes que se enganam com relação ao

produto ou precisam de dinheiro urgente por qualquer tipo de imprevisto.

O SEIS SIGMA é projeto interessante, pois existem bastante variações de

seus procedimentos no mercado. A utilização dos mais conhecidos são um bom

ponto de partida pois existe um grande acervo para pesquisa e comparação.

Desta forma, não o que temer neste processo, devendo este ou outro

processo de melhoria ser utilizado para evolução dos processos das empresas do

mercado.

51

Bibliografia

Seis Sigma – Editora Atlas - Rotondaro, Roberto G

Gestão Radical – Campus Editora – Stevens, Mark

A Criação de Davi – Editora Nobel – Stewart, Valerie

Chefia e Liderança – Editora Aprenda Fácil – Ianini, Pedro Paulo

A Fictitious Green Belt Case Study - Paper Organizers International - Rasis, D

Qualidade de Classe Mundial - Livraria Peruíbe - Bhote , Keki R

Indicadores da Qualidade e do Desempenho - QualityMark Editora – Takashina,

Newton Tadachi

Total Flow Management: Achieving Excellence with Kaizen and Lean Supply

Chains – Kaizen Institute - Euclides A. Coimbra

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http://vidaeconomica.pt

http://br.kaizen.com