meio jogo 5º edição

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revistameiojogo.com 1 MEIO JOGO Revista nº 5 - ano 1 A Revista de Xadrez do Brasil! a festa do xadrez em maringÁ João Braga - Registro - Teresina - Copa do Mundo e muito mais

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A Revista de Xadrez do Brasil!

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MEIO JOGORevista nº 5 - ano 1

A Revista de Xadrez do Brasil!

a festa do xadrez em maringÁ

João Braga - Registro - Teresina - Copa do Mundo e muito mais

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O xadrez brasileiro vive momento áureo. A temporada de torneios chegou a seu ápice com o Bienal João Braga, Aberto de Maringa e Aberto de Registro. Além deles tivemos outros bons eventos espalhados pelo país o que mostra o crescimento do jogo.

Temos hoje muitos jogadores ativos e vi-vendo exclusivamente do jogo, além de ins-trutores e árbitros. É evidente que o dinhei-ro recebido pelos profi ssionais ainda não chega ao nível dos esportes mais populares do país, mas com um bom trabalho e expo-sição do esporte nas grandes mídias, isto tem mudado.

Esta edição vem com um dos responsáveis por dar uma cara mais profi ssional ao xa-drez brasileiro, o Aberto de Maringá. Com uma estrutura única, mostra que é possivel ter grandes eventos no Brasil e ao mesmo tempo, dar condições excelentes de jogo a todos os participantes.

Esse é o xadrez que queremos, cada vez mais forte e promissor.

Rogério SantosEdtor-chefe

@g3rim

4 revistameiojogo.com

EXPEDIENTE REVISTA MEIO-JOGO

EDITOR - CHEFERogério Santos

DIAGRAMAÇÃO E ARTERogério Santos

COLABORADORESAdriano Valle (Coluna),

Ana Rothebarth,Cleiton Santana,

Ellen Giese (Coluna),Frederico Gazel (Coluna),

Paulo Faria,Renato Quintiliano,

Rodrigo Disconzi (Coluna).

[email protected]

ASSINATURAS www.revistameiojogo.com

REVISTA MEIO-JOGOAvenida Heitor de Alencar

Furtado, 4625 – sala 03Jd. Farroupilha – Paranavaí

– Paraná – 87707-00044 – 9887.5389

Uma empresa grupoXADREZ INTEGRAL

Meio-Jogo é uma publicação bimestral.

A revista Meio-Jogo não se responsabiliza pelos concei-tos e opiniões emitidas nos artigos e colunas assina-das. É vedada a reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo sem autorização

expressa.

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Sumário Edição 5- Setembro/2013

10. Qual sua Classe?Ellen Geise nos relata como esta sendo a di-visão do Campeonatos Cariocas em categorias

14.Sua vez, JaponêsRodrigo Disconzi faz uma homenagem ao Aberto de Registro e a colonização japonesa.

30.Aberto de Maringá

Tudo o que aconteceu num dos melhores tor-neios do ano

E mais:20.ADRIANO VALLE

24.CLEITON SANTANA

34.RODRIGO DISCONZI

48.PERFIL

52.GIRO DE TORNEIOS

58. ANA ROTHEBARTH

62. RANKING BRASIL

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En Passant

GM FIER NA EUROPA

Alexandr Fier tem aproveita-do muito bem sua estada no velho continente. Após jogar a Copa do Mundo, juntamen-te com o GM Leitão, Fier este-ve em Viena e depois foi para a Turquia onde após jogar um torneio fechado, venceu o Open de Izmir e forrou 2 mil dólares.

CBX LANÇA SERVIDOR ON LINE

A Confederação Brasileira de Xa-drez lançou recentemente seu ser-vidor para jogar on line. Intitulado CBX ARENA o novo servidor tem duas versões de conta, a versão básica é gratuita e a versão Full custa R$ 49,00 reais de anuidade.

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En Passant

CM Vitor Carneiro vence Panamericano sub 16

Vitor Carneiro conseguiu o único título para o Brasil em todas as categorias em disputa. Apesar de começar perdendo em seu even-to, Vitor se recuperou e chegou a última rodada precisando apenas da vitória para ser campeão. A vitória veio, Vitor chegou aos 7 pontos nas nove rodadas jogadas, junto com o equatoriano Yeison Gutierrez. Como teve melhor critério de desempate, Vitor pode comemorar além do título de campeão, o título de Mestre Fide, que será outorgado futuramente.O evento foi realizado na cidade mineira de Poços de Caldas.

Nordeste tem mais um MI!!!

O Circuito de MI CBX do Nor-deste produziu mais um MI do Nordeste. Na quarta etapa do III Circui-to CBX do Nordeste terminada recentemente em Natal - Rio Grande do Norte o MF Iack de Macedo obteve sua ultima nor-ma e deverá ter homologado seu tíulo em futuro Congresso da FIDE.

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Xadrez Style

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Qual é a sua Classe?Como a divisão de enxadristas A, B e C movimenta o xadrez do

Rio de Janeiro

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Quando relatei a minha agradável ex-periência com as surpresas do mo-vimento enxadrístico na capital flu-

minense na Revista Meio Jogo de maio de 2013, não teci comentários sobre uma ca-racterística muito peculiar fomentada pela Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro (FEXERJ – http://www.fexerj.org.br): a divisão dos jogadores por categoria de acordo com o seu rating local. Preferi “viver” esta diferença para depois expô-la neste espaço.Soube, a confirmar, que o rating local da FEXERJ foi o primeiro sistema de avaliação e pontuação dos enxadristas brasileiros com o intuito de medir o seu potencial en-xadrístico e, surgiu quase simultaneamen-te com o rating da FIDE, história que ficará para uma próxima matéria. O fato curioso aqui no Rio de Janeiro é que o calendá-rio de competições da federação, por isso mesmo, ganha uma característica particu-lar que se me apresentou como uma novi-dade: além do tradicional ciclo de torneios por idades (sub 8, 10, etc), ou de cate-

gorias (absoluto, feminino, veterano, etc) vemos o ciclo de competições de rating! Neste modelo de torneios estaduais baseados no rating local, todos os jogado-res federados são divididos em categorias: C (rating 0 até 1599), B (rating 1600 até 1899), A (rating 1900 até 2099) e Mes-tres (acima de 2100). O sistema baseado no rating local permite que, jogadores do mesmo nível disputem partidas entre si, fato que além de promover uma disputa real menos discrepante, faz com que todos os competidores aspirem, de fato, ao títu-lo da competição. Neste sistema, todos os jogadores são candidatos ao “caneco”, o que aumenta e muito a motivação e o con-graçamento dos enxadristas nestas com-petições, minorando as previsíveis rusgas. Um “plus” neste modelo disputado é que o jogador que alcançar determinada pontuação mínima de corte, arbitrada pela Federação e devidamente avisada no re-gulamento, em sua Classe, poderá jogar o torneio da Classe posterior. Isso gera uma grande motivação na busca da classi-

Classe C no Alphabarra

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ficação para o torneio de categoria subse-quente, uma vez que neste ciclo de rating, os torneios são sucessivos. Um jogador Classe C, desse modo, por exemplo, pode-rá se classificar paulatinamente até chegar a disputar o torneio de Mestres! Recém-chegada na cidade e sem ra-ting local, imaginei que teria que disputar as partidas da classe de entrada (Classe C). Nova vida, novos ares, novos torneios com pessoas diferentes, enfim a expecta-tiva era enorme! Não entendi bem, mas a Federação, através do seu departamen-to de árbitros, puxou meu rating FIDE (na época 1860) e me comunicou que não po-deria disputar o Classe C, devendo, pois jogar diretamente o Classe B, uma vez que efetivaram um recálculo do meu rating ar-bitrando-me 1682. Apesar do contratem-po, aproveitei para prestigiar o xadrez vi-sitando o Estadual Classe C para ter uma visão geral e, em paralelo, diminuir a ten-são. Também fui encorajar as meninas que estavam disputando a competição, uma vez que havia recém assumido a diretoria de xadrez feminino da FEXERJ.Nesse ano de 2013, a FEXERJ, gestão do MF Alberto Mascarenhas, inovou e distri-

buiu prêmio em dinheiro proporcional a arrecadação (50%) para incrementar mais ainda as competições estaduais do ciclo de rating. O Estadual Classe C foi jogado no Alfabarra Clube, entre os dias 8 e 9 de junho, e teve a participação de 62 joga-dores. O campeão foi Carlos Gustavo da Costa (CXParati) que fez 6/6pts, seguido de Helembeg Cubiça (ALEX) e Paulo dos Santos Jorge (ADUX). O Estadual Classe C classificou todos aqueles competidores que fizeram, no mínimo, 3,5pts para dis-putarem o Estadual Classe B, o que signi-ficou 28 jogadores. A segunda prova do ciclo de rating foi o Estadual Classe B, jogado entre os dias 7 e 8 de julho na Hebraica-Rio. Esta competi-ção contou com a participação de 93 joga-dores, número recorde, e teve 23 jogado-res oriundos do Estadual Classe C. Nesse mundaréu eu estrearia como a nº 57!! Após 6 duríssimas rodadas, pois todos os meus adversários tinham rating acima do meu, consegui, três coisas: a) pela pri-meira vez, atingir 4,5pts em um torneio de 6 rodadas na minha carreira, o que me posicionou na honrosa nona colocação; b) superei a pontuação de corte para classi-

Premiados Categoria B

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ficar para o Estadual Classe A (3,5pts); c) de quebra, fui a melhor feminino. No Estadual Classe B, o campeão foi Renato Werner Rodrigues Nunes (CMUN) com 5,5pts, seguido de Marcos Vinicius Nora de Souza (CMUN) e Iago Henrique da Silva Souza (IBC). 41 jogadores atingi-ram a pontuação de corte e ficaram aptos a disputarem o Estadual Classe A. Já o Estadual Classe A foi disputado na mais que aprazível sede do Calabouço do Vasco da Gama, entre os dias 10 e 11 de agosto. Na foto do torneio você pode perceber um dos motivos que dificultam jogar xadrez no RJ. Diante de tanta bele-za, só uma vontade férrea para manter a concentração no nosso dileto esporte. O Estadual Classe A teve a partici-pação recorde de 65 jogadores, sendo 3 classes Cs, que sobreviveram ao Classe B, e, 22 Classes Bs. Eu, nesse tiroteio todo era a única feminino (!) e a nº 60 da lista. Destaque-se que o corte para se classificar para o Mestres era de 4pts, uma enormi-dade num torneio de 6 rodadas! A minha expectativa era ser varrida e ocupar, sempre, as últimas mesas. To-davia, me concentrei e coloquei como nor-te, vale dizer, estratégia de torneio: pro-duzir boas partidas, evitar capivaradas, e aguardar eventuais erros dos adversários de forma que pudesse atingir as rodadas finais com chance de jogar o tudo ou nada pela classificação. Ressalto que, como boa menina, de-testamos empatar. Mas, me conscientiza-ram que empatar não é feio! É o que se vê nos supertorneios de GM: o campeão com 1 ou 2 vitórias e 134 empates. Logo, se eles fazem assim, porque estaria eu co-metendo um crime? Brincadeiras à parte, cheguei, vi e quase consegui a meta da classificação. Só me defrontei com jogadores com, pelo menos, 200pts de rating acima do meu. Ainda assim, fui galgando degraus, rodada a rodada, chegando invicta na derradeira e última rodada com 3pts (4 empates e 1 vitória). Desperdicei algumas posições nos empates que tive. Todavia, as minhas par-tidas, normalmente, eram das últimas a acabarem, pois meus adversários, até pela

ordem de força de rating, sempre tenta-vam forçar algo mais buscando meu erro. Todo esse esforço cobrou caro na última rodada, pois estava simplesmente esgo-tada e joguei muito abaixo do que podia contra uma caro-kann meritosa do meu adversário. Ao final, o torneio foi excelente e com condições excepcionais. O campeão foi MF Eduardo Arruda (JTC) com 6,0pts, seguido de MF Jorge Luiz Cabral (JTC) e Cyro Pamplona (AXC); sendo que 19 jo-gadores atingiram a pontuação de corte e ficaram aptos a disputarem o Estadual de Mestres. Eu terminei na posição nº 27 e a federação informou meu novo rating: 1824 (+200pts, quase!!!). Considero uma vitória pessoal ter conse-guido disputar com garra esse circuito que me deixou bastante animada com o xadrez do Rio de Janeiro. Do que vivifiquei, acre-dito que é válido o resgate e manutenção dos ratings locais e o uso de modelos pare-cidos com o que vejo por aqui, pois trata-se de um sistema que motiva muito os jo-gadores com rating mais baixo e iniciantes a estudarem para mudarem de categoria e a participarem das competições por terem chances reais de se sagrarem campeão do torneio. A minha próxima competição será o Interclubes do Rio de Janeiro. Trarei no-tícias para os leitores das particularidades dessa competição.

Por Ellen Giese, editora do blog As Enxadristas

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Sua vez, japonês!

Por Rodrigo Disconzi

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A colheita do café terminara a mais de mês e era hora de levar a criançada para conhe-

cer o mar. Duas Kombi partiram às 3 da manhã cheias de expectativa e de japoneses rumo ao litoral ca-tarinense. A maior parte da viagem fizemos pelas estradas asfaltadas, como a Rodovia do Café. Alguns trechos fizemos em estrada de chão. Quando passávamos pe-las pontes de madeira, a criançada acordava assustada para “ver” o barulho das rodas nas tábuas. Meu pai, se estivesse vivo, não aprovaria essa viagem de férias. Ele veio ao Brasil em busca de tra-balho e, para ele, o trabalho não poderia parar até conseguirmos o que ele queria: voltar algum dia para sua terra natal. Em Santa Catarina, bem no início da tarde, tivemos de entrar em Blumenau para consertar uma das Kombi. A cidade estava vazia e o comércio todo fechado. Encontrei alguém na rua, mas não entendi uma palavra que o ruivo assustado falava. Paramos em frente à Igreja e sen-tamos nas escadarias para des-cansar, comer e esperar a cidade acordar. Sentado, fiquei olhando minha mulher, meus filhos e sobrinhos brincando. Minha esposa era pau-lista e nosso casamento causara grande desapontamento à minha mãe, que achava que não deve-ríamos casar com brasileiros nem nos “apegar” muito a esta terra, já que um dia todos nós voltaríamos para o Japão. Aos poucos gente aparecia pelas ruas. Parecia que nunca tinham visto japoneses antes. A maioria das pessoas falava português, mas muitos falavam alemão. A criança-da se aproveitava e zombava deles em japonês até serem repreendi-dos pelos adultos.

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Com o movimento, a pracinha ao lado foi sendo ocupada e numa de suas mesas dois es-tavam jogando xadrez. Outros olhavam em pé. Eu havia aprendido a jo-gar com um cabo do exérci-to, quando servi em Maringá. Como jogava muito mal, tinha vergonha de jogar e, princi-palmente, de perder. Meu pai nunca havia estuda-do no Brasil, mas nos deixou como herança a chance de es-tudar e a vontade de aprender as coisas da vida. Um alemão falador e agita-do ganhava de todos, jogando sempre muito rápido, e ainda zombando de todos. “- Vocês não jogam naaaa-da!! “, gargalhava ele. Meu irmão havia levado a Kombi para o conserto e eu ti-nha um tempo livre. “Japonês! Agora é sua vez! “ , desafiou ele, ao mesmo tem-po que me encaminhou para a cadeira de desafiante. Longe de casa, jogar e perder era igual às crianças xingan-do. Ninguém ficaria sabendo. Antes de começar, me apre-sentei e pedi desculpas, pois havia tempo que não jogava e certamente eu não seria ad-versário para ele. Para minha surpresa, o Ale-mão foi inicialmente bastan-te educado e não me tratou como tratava os outros. O jogo arrastou-se ao meu rit-mo lento. Quando eu demorava muito, ouvia um sonoro: “- Sua vez, Japonês!” Estava claro que eu deveria perder a partida, mas no co-meço do jogo a disputa ainda estava equilibrada. Após uma tentativa de ataque que fiz, o Alemão não só se defendeu como já contra-atacou.

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“- O que você pensa que quer com isso Japonês? Na tua ter-ra você até pode colher alguma coisa, mas aqui não!” Não achei justo ele tentar me diminuir. Eu não era sujeito dis-so. “-Sabe Alemón, meu pai um dia me disse: - Sempre que você cair, levan-te-se e procure não sair de mãos vazias. Carregue algo , nem que seja um punhado de terra nas mãos”. A partida seguiu complicada e o Alemão cada jogada que fa-zia, mais calado ficava. E um momento ele hesitou. Com a peça pendurada pela ponta dos dedos, não sabia se deveria mover para frente ou para trás. Nessa hora vi que poderia ga-nhar dele e fiquei mais confian-te. Coloquei uma Torre na mi-nha sétima fila e disse a ele:“- Eu posso não colher nada aqui, mas minha Torre, ela sim vai colher alguns peões!” As orelhas do Alemão foram se avermelhando. As bochechas também. Os que perderam para ele agora zombavam dele em alemão, português e até numa imitação com sotaque japonês. O Alemão parou de se esforçar, reclinando-se para trás, relaxa-do. Pegou seu Rei na mão e fi-cou girando-o entre os dedos. Olhando-me nos olhos pergun-tou: “- O que raios o seu pai quis dizer com aquela frase de cair e pegar algo?” “-Passei minha vida inteira ten-tando descobrir o que aquilo significava”, disse a ele. “- Alemão, agora é a sua vez!”

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Outro aspecto positivo que esta mu-dança me proporcionou, foi a oportunidade que tive de jogar dois excelentes torneios em 2013. Participei do Aberto do Brasil Memorial Francisco Alves em Fortaleza, no mês de Maio e recentemente, no mês de Agosto, participei do Aberto do Brasil Taça Cidade de Teresina - Memorial Luiz Rego. Em Fortaleza, fechei o torneio com um empate contra o GM Everaldo Matsuu-ra o que me garantiu o oitavo lugar entre 120 participantes e em Teresina fiquei em quinto entre 43 participantes. O torneio foi organizado pela compe-tente e hospitaleira equipe que teve à fren-te importantes nomes do Xadrez Piauiense como o presidente da FPIX Dr. Luis Carlos Sales e o Diretor Regional do Nordeste da CBX Dr. José Gomes. Várias outras pesso-as estiveram envolvidas na organização do evento e através desta união foi possível a realização de um forte torneio nacional. A arbitragem esteve sob a responsabilidade de Júlio José da Silva Neto (que conquis-tou com este evento o título de Árbitro Na-

cional) e sua equipe. Contou também com o apoio da OAB/ESAPI, onde foi realizado o evento. O torneio foi muito disputado e a uma certa altura o MF Sílvio Cunha lidera-va isoladamente com 5/5 pontos após sua impressionante vitória sobre o GM Darcy Lima na quarta rodada e sobre o forte MF Paulo Jatobá na quinta rodada. Na sexta e última rodada, Sílvio Cunha foi superado pelo MI Dragan Sta-menkovich que ficou em primeiro lugar com 5,5/6 pontos. Mais detalhes e partidas em: http://chess−results.com/tnr106498.aspx?ar-t=1&rd=6&lan=10&flag=30&wi=821 Observei que os ratings de muitos dos participantes estavam abaixo da força real destes jogadores. Um bom sinal, com torneios mais frequentes veremos muitos fortes jogadores surgindo. Na última ro-dada do torneio, enfrentei o MI Alexandru Segal e jogamos uma partida decisiva que analiso a seguir.

COLUNA ADRIANO VALLE

Aberto do Brasil de TeresinaO xadrez cresce no nordeste brasileiro

No fim de 2012, mudei−me de Brasília para o Piauí. Na tranquilidade de uma cida-de pequena (Piripiri), estou me aprofundando na elaboração de materiais didáti-cos para uso em projetos de capacitação para o ensino de Xadrez e como parte

de Cursos Online e produtos digitais como e-books e vídeo−aulas.

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Todo enxadrista que já participou de torneios de fim de semana conhece bem o estado crí-tico da última rodada onde o cansaço já bate forte mas é o momento em que devemos in-vestir tudo para conseguir a melhor coloca-ção possível. Nesta partida, os dois jogadores precisavam vencer já que um empate ou der-rota deixaria distante qualquer possibilidade de uma boa colocação e, consequentemen-te, conquistar algum prêmio no torneio. 1.d4 ¤f6 2.¤f3 Optei por não jogar 2.c4 imaginan-do que Segal jogaria 2...c5 seguido de 3...d6 seguindo as linhas da Schmid Benoni e, neste caso, prefiro transpor para uma variante da Pirc do que enfrentar alguma linha da Indo Beno-ni ou Gambito Benko. Gosto de deixar a casa c4 livre para manobrar o Cavalo do Rei. 2...c5 Como esperado, Segal segue fiel ao seu reper-tório. 3.d5 d6 4.¤c3 As Brancas deixam a casa c4 livre para uma eventual manobra Nd2-c4. 4...g6 5.e4 ¤bd7 Este lance define a posição do Cavalo da Dama das Pretas, inviabilizando planos com Ca6. [Bem mais comum é 5...¥g7 6.¥e2 (6.¥b5+) 6...0–0 7.0–0 ¤a6] 6.¥e2 ¥g7 7.0–0 0–0 Esta é uma posição que pode-ria ser alcançada por transposição via defesa Pirc depois de 1.e4 d6 2. d4 Cf6 3.Cc3 g6 4.Cf3 Bg7 5.Be2 0–0 6.0–0 c5 7.d5 Cbd7 (mais co-mum é 7...Ca6). Neste momento descartei h3 pois não é possível a variante Bg4 e avaliei que a4 não era tão urgente. Por eliminação, che-guei ao plano mais direto. 8.¥f4 Com a ideia simples de seguir com Dd2 para trocar o ati-vo Bispo de g7. 8...¤e8 Manobra comum na Schmid Benoni. O Cavalo pode se dirigir a c7 para apoiar uma expansão na ala da Dama. Ao mesmo tempo as Pretas reforçam o controle da casa e5. 9.£d2 Escolhendo este plano, te-nho que deixar de lado a manobra Cd2-c4, mas a casa c4 pode ser alcançada por outras rotas. 9...¤e5 Um recurso típico para as Pretas nesta estrutura de peões. O avanço e4-e5 é radical-mente eliminado e a casa d6 é liberada para o Cavalo de e8 de onde apoia tanto f5 quanto b5. 10.¤xe5 dxe5 11.¥h6 Sigo com o plano. Ape-sar do Bispo de g7 não ser tão ativo agora que o peão está bloqueando a diagonal, pretendo, logo após a troca, implementar a ruptura f4 e

jogar nas casas pretas. 11...£d6 Medida pro-filática contra a ruptura f4 mas com o inconve-niente de ocupar a boa casa para o Cavalo de e8. 12.¥xg7 ¢xg7 13.a4 Um lance útil: ganha espaço na ala da Dama, já se antecipando a um futuro plano de expansão com b5 e prepara a manobra Nb5-a3-c4, além de permitir a en-trada da Torre em jogo via a3. 13...a6 14.¤d1 Com o lance Cb5 evitado imediatamente bus-co outra trajetória. 14...¤f6 15.f3 ¥d7 As Pre-tas se preparam para responder Ce3 com b5. 16.a5 ¦fc8 17.c4 Avaliei que deixar o Bispo de e2 momentaneamente limitado seria um mal menor que permitir c4 que daria mais atividade para as Pretas na ala da Dama. As Brancas tem duas rupturas potenciais em b4 e f4 e a cadeia de Peões pode futuramente se deslocar dan-do vida ao bispo “mau”. É importante não sermos dogmáticos e considerarmos outros fatores estratégicos antes de nos apegarmos a um conceito rígido. 17...h6 18.¤f2 d3 pode ser uma casa ideal para o Cavalo apoiar as rupturas b4 ou f4. 18...e6 19.£c3! [Não gos-tei de 19.¤d3 , que era a ideia inicial, pois as Pretas teriam 19...exd5 20.exd5 e4] 19...exd5 20.exd5 ¦e8 21.¥d3

Com a abertura da coluna, minha ideia passa a ser pressionar o Peão de e5. Bd3 reforça o con-trole de e4 e libera a passagem para a ação das Torres. 21...b5 Tentativa tardia de contra jogo na ala da Dama. 22.axb6 £xb6 23.¦fe1 £c7

MF VALLE 1DEFESA BENONI A41MI SEGAL 0

COLUNA ADRIANO VALLE

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[Não servia 23...£b4 24.£xb4 cxb4 25.¦a5 com a ideia de Ce4 e se Cxe4 recapturar com fxe4 e os Peões passados e unidos nas co-lunas c e d garantem a vitória das Brancas.] 24.¦e2 As Brancas au-mentam a pressão. 24...¤g8 25.f4 f6 26.fxe5 ¦xe5 27.¦xe5 fxe5 28.¤e4 Ameaçando d6. 28...¦e8 Não há mais como sustentar a po-sição das Pretas. [28...¤f6 29.d6] 29.¦xa6 ¥f5 30.¤d6! [diagrama]O Cavalo da Dama, tão importan-te nas ideias estratégicas contidas durante a trajetória c3-d1–f2-e4, agora arremata a partida! 30...¦e7 31.¥xf5 1–0

Adriano Valle é mestre FIDE e ministra aulas via internet no site Xadrez Valle.

COLUNA ADRIANO VALLE

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xadrezfeminino.wordpress.com

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Xadrez Como Forma Xadrez Como Forma Xadrez Como Forma de Inclusão Socialde Inclusão Socialde Inclusão SocialPor Cleiton SantanaPor Cleiton SantanaPor Cleiton Santana

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Foi-se o tempo em que o xadrez era apenas um instrumento pedagógico, agora ele transforma vidas, escolas e

até mesma uma sociedade. A cidade de Campo Novo do Parecis, está localizada a 500 Km da Capital Cuiabá, e está sofrendo uma grande revolução, o xadrez começa a ganhar espaço e vem mudando muitas coisas. O Professor Paranaense, Cleiton Marino Santana, aprendeu a jogar xadrez e hoje ensina crianças a mudar as suas estraté-gias de vida e procurar uma alternativa melhor para se. Seu projeto está inserido num bairro de grande vulnerabilidade Social, e com di-versos problemas sociais, mais isso, não tem difi culdade os trabalhos, pelo contrá-rio, houve uma grande procurar pela práti-ca e tem dando bastantes resultados. Agora vamos ver como tudo isso começou todos os anos a Fundação André Maggi fi -nancia projetos com grande impacto so-cial, e no ano de 2012 o Projeto “Xadrez como Inclusão Social” foi escolhido pela fundação entre 220 Projetos de todo o Brasil.

Com isso, foi conseguido um recurso de 25 mil Reais que foram investidos para criar uma sala xadrez, mas uma sala diferente, totalmente moderna, com Lousa Digital, Data Show, Computadores e Tablets, que ajudarão para a melhora do aprendizado.Toda essa estrutura inova os conceitos so-bre ensino do xadrez, pois, em muitos lu-gares o xadrez é desenvolvido de forma tradicional, ao interagir tecnologia e ensi-no o Professor proporcionará um ambiente ímpar, capaz de ajudar na melhora da qua-lidade de vida e educacional dos alunos. Vários projetos estão sendo desenvolvidos dentro da sala do xadrez, o que tem ex-pandido ainda mais as fronteiras do xa-drez, como podemos destacar o projeto de monitoria, onde os alunos ensinam outros alunos que estão aprendendo a jogar xa-drez. Desenvolve também dentro do Projeto o Programa de Empreendedorismo Social, os alunos criam meios de auto sustenta-ção para o projeto, através vendas e pro-moções de camisas, canecas e Squezze personalizadas, para cobrir os gastos com as viagens.

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Mesmo com o pouco tempo de tra-balho, não mais de 5 meses, eles já tem buscando novos horizontes,

como é o caso, dos alunos Clécio França dos Santos que já foi Campeão Estadual e 14º Melhor do Brasil, e Jailson da Sil-va Santos, que já participaram do Festival Nacional da Criança, que aconteceram em Manaus Amazonas esse ano. Os resultados não param de chegar, en-tre os dias 14 e 17 do mês de Agosto, o Professor Cleiton junto a Secretária de Educação Neusa Bernadete, foram até a fundação apresentar os resultados desse grande projeto no Seminário Empresas e Comunidades: Construindo junto o inves-timento social privado do Mato Grosso, como projeto modelo de ação social para comunidade.Varias escolas da cidade já estão em pro-cesso de implantação e espação do proje-

to, e com a mobilização, grandes projetos estão para se desenvolver no Estado. Mes-mo que o crescimento do xadrez no Estado do Mato Grosso tem crescendo lentamen-te, ações como estas podem ajudar o xa-drez crescer cada dia mais.A equipe se mantem unida e direciona-da no foco, que é de mudar vidas através da prática do jogo de xadrez, transferin-do seus conceitos e atitudes de vida, com base na transformação social do indivíduo, o xadrez é apenas uma ferramenta, mais tem conseguido mostrar que é capaz de criar grandes resultados.

Mas informações sobre o Projeto “Xadrez como Inclusão Social”, é só entrar em con-tato com o Prof. Cleiton Marino Santana, [email protected], (65) 9662-7072, ou pelo site de xadrez da Escola http://xadreznaescolajp.webnode.com/.

Professor Cleiton e sua Lousa Digital

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Maringá deu Show!!!Por Rogério Santos

> III Aberto do Brasil de Maringá

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Organizar um evento numa cidade do interior do Bra-sil é sempre uma tarefa muito árdua e desgastan-te na maioria das vezes. Muitos jogadores evitam

viajar para lugares distantes de suas cidades de origem para competir, normalmente os organizadores não podem oferecer muitas condições adequadas aos participantes e os prêmios ficam, na sua grande maioria, acumulados aos vencedores do torneio.Mas a cidade de Maringá, no interior do Paraná, vem pro-vando que com uma boa organização, ótimas condições a todos os participantes, salão de jogos com qualidade de primeiro mundo e uma premiação vastamente dividida, é possível sim, o interior atrair as massas para competir.

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Precisamente 238 jogadores de todas as regiões do Brasil e de mais 5 pa-íses, se animaram a jogar o evento.

Alguns vieram de avião, outros de carro próprio ou ônibus de linha, mas teve tam-bém aqueles ainda que vieram de carava-na, como foi o caso dos jogadores de Mato Grosso e São Bento do Sul. A alta premiação (R$ 20 mil reais), fez

com que cinco Grandes Mestres resolves-sem jogar o torneio. Era de se esperar que o número um do torneio fosse um deles e, essa honra, coube ao GM Neuris Delgado, do Paraguai. Tudo fazia crer que os GM’s teriam vida fácil no torneio, entretanto, as coisas começaram a sair dos trilhos quan-do o GM Matsuura perdeu para o parana-ense William Cruz na quarta rodada:

1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.¤c3 ¥g7 4.e4 d6 5.¤f3 0–0 6.¥e2 e5 7.0–0 ¤c6 8.d5 ¤e7 9.b4 ¤e8 10.c5 f5 11.¤g5 ¤f6 12.¥a3 fxe4 13.b5 e3 14.fxe3 ¤f5 15.£d3 ¥h6 16.h4 ¤xh4 17.¤e6 ¥xe6 18.dxe6 ¤f5 19.¦xf5 gxf5 20.cxd6 cxd6 21.¥xd6 [21.¦f1™] 21...¥xe3+ 22.£xe3 £xd6–+ 23.¥c4 ¢h8 24.¦d1 £c7 25.¥e2 f4 26.£h3 e4 27.¤xe4 ¤xe4 28.¦d7 £c5+ 29.¢h2 ¤g5 30.£h6 £e5 31.¥d3 f3+ 32.¢h1 fxg2+ 33.¢xg2 £b2+ 34.¢h1 £c1+ 35.¢g2 £d2+ 0–1

Na mesa três outra surpresa acontecia. Em uma partida bem lutada o GM para-guaio Axel Bachmann empatava com seu compatriota, o MI Marcelo Villalba .Também ficaram no empate o MI Yago Santiago e o jovem Geovani Broday:

1.e4 e6 2.d3 b6 3.¤f3 ¥b7 4.g3 d5 5.¤bd2 ¤f6 6.£e2 ¥e7 7.¥g2 c5 8.0–0 d4 9.a4 ¤c6 10.¤c4 0–0 11.¤fe5 ¤xe5 12.¤xe5 ¤d7 13.¤xd7 £xd7 14.b3 a6 15.¥b2 ¥c6 16.¦fb1 b5 17.axb5 axb5 18.£d1 ¦ab8 19.f4 ¦fd8 20.£e1 h6 21.¥c1 ¦a8 22.¥d2 c4 23.bxc4 bxc4 24.dxc4 ¦xa1 25.¦xa1 d3 26.cxd3 £xd3 27.¥a5 ¥c5+ 28.¢h1 ¦d4 29.£f1 £xc4 30.£xc4 ¦xc4 31.e5 ¥xg2+ 32.¢xg2= ¦c2+ 33.¢h3 h5 34.¦d1 ¦a2 35.¥c3 ¢h7 36.¦d2 ¦a3 37.¥d4 ¥e7 38.¢g2 ¢g6 39.¥f2 ¥b4 40.¦e2 ¢f5 41.¦b2 ¥c3 42.¦e2 g5 43.¥e3 gxf4 44.¥xf4 ¥d4 45.¢h3 ¦a5 46.¢h4 ¥xe5 47.¥xe5 ¦xe5 48.¦xe5+ ¢xe5 49.¢xh5 ¢f5 50.¢h4 e5 51.¢h3 ¢e4 52.¢g2 ¢d3 53.h4 e4 54.h5 e3 55.h6 e2 56.h7 e1£ 57.h8£ £e4+ 58.¢h2 f5 59.£d8+ ¢e2 60.£a5 £c2 61.¢h3 ¢f1 62.£a1+ ½–½

MATSUURA (2491) 0DEFESA ÏNDIA DO REI - E97CRUZ (2170) 1

BRODAY (2097) 0.5ATAQUE ÍNDIO DO REI - A07

SANTIAGO (2409) 0.5

Matsuura x Cruz

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E assim, o torneio seguia com sete líde-res e 3 GM’s na briga. Neuris Delgado e Sandro Mareco davam pinta de que

não teriam adversários e iam abatendo seu contricantes uma a um. Enquanto Mat-suura e Bachmann iam se recuperando e aos poucos voltavam para o torneio, Krikor Mekhitarian deixava seu primeiro empate. Em partida contra o Mf Renato Quintiliano, Krikor usou o recurso do xeque-perpétuo para se salvar de um possível revés.

1.e4 c5 2.¤f3 d6 3.d4 cxd4 4.¤xd4 ¤f6 5.¤c3 g6 6.¥e3 ¥g7 7.f3 0–0 8.£d2 ¤c6 9.¥c4 ¥d7 10.0–0–0 ¦b8 11.¢b1 ¤xd4 12.¥xd4 b5 13.¥f1 b4 14.¤d5 ¤xd5 15.¥xg7 ¢xg7 16.exd5 £a5 17.h4 ¦fc8 18.g4 h6 19.h5 g5 20.£d4+ ¢g8 21.¥d3 ¥b5 22.¦he1 ¥xd3 23.£xd3 ¦c7 24.f4 ¦b6 25.¦e6 ¦a6 26.a3 ¦c3 27.£f5 ¦xa3 28.bxa3 £xa3 29.¦g6+ fxg6 30.£xg6+ ¢f8 31.£f5+ ¢e8 32.£c8+ ¢f7 33.£f5+ ¢e8 ½–½

O sérvio Dragan Stamenkovic com mais uma vitória ia aos poucos chegando aos pelotão dos líderes. Após começar com bye ausente, o mestre internacional (radi-cado no Rio Grande do Sul) era uma ame-aça possível a quem buscava ficar entre o top 10 do evento. na briga pelo título de melhor feminina no torneio, Vanessa Feli-ciano abria uma boa vantagem as demais adversárias. Com uma vitória na mesa 12, contra o Jorge Chaves, Vanessa chegava aos 4 pontos, e mostrava porque é a me-lhor jogadora do país.

1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤f3 ¥b4+ 4.¥d2 £e7 5.a3 ¥xd2+ 6.£xd2 d6 7.¤c3 0–0 8.e3 ¤bd7 9.¥e2 e5 10.0–0–0 ¦e8 11.¦de1 c6 12.¥d1 a6 13.¥c2 b5 14.cxb5 axb5 15.¢b1 e4 16.¤g5 d5 17.¥b3 ¤b6 18.¤a2 h6 19.¤h3 ¥xh3 20.gxh3 ¤h7 21.¦c1 ¤c4 22.¥xc4 bxc4 23.¦c3 ¤g5 24.¤b4 ¤f3 25.£c1 £e6 26.£c2 ¦eb8 27.¢c1 ¦xb4 0–1

MEKHITARIAN (2521) 0.5SICILIANA DRAGÃO- B78

QUINTILIANO (2308) 0.5

MF Quintiliano fez um excelente torneio

CHAVES (2010) 0NIMZOÍNDIA- E11

FELICIANO(2247) 1

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Salão de jogos do Maringá Country Clube - deixou todos os participantes se sentindo num torneio europeu

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Só pode haver umQuando os presentes olharam o emparcei-ramento da sexta rodada, ao ver o con-fronto entre os GM’s Delgado e Mareco na mesa um (Ambos com 100%), uma gran-de maioria imaginou que seria uma par-tida rápida com um empate em seu final. Mas não foi bem isto que se viu na partida. Seguidos de pertos por uma multidão de curiosos, a partida foi bem tensa e no final quem saiu feliz, e com o ponto embaixo do braço, foi o argentino Mareco, chegando aos seis pontos em seis rodadas.

1.e4 c5 2.¤f3 d6 3.¥b5+ ¤d7 4.0–0 ¤gf6 5.¦e1 a6 6.¥xd7+ ¤xd7 7.b3 e5 8.c3 ¥e7 9.d4 0–0 10.dxe5 dxe5 11.c4 ¦e8 12.¤c3

f6 13.¥e3 ¤f8 14.£xd8 ¦xd8 15.¤d5 ¥d6 16.b4 ¤e6 17.¦ac1 ¥d7 18.¦ed1 ¥e8 19.a3 ¥f8 20.¤e1 ¥a4 21.¦d2 b5 22.¦b2 cxb4 23.axb4 bxc4 24.¤b6 ¥b3 25.¤xa8 ¦xa8 26.¤c2 ¦d8 27.h3 ¤f4 28.¦cb1 ¤e2+ 29.¢h2 ¤c3 30.¦xb3 cxb3 31.¦xb3 ¤xe4 32.¤e1 ¤d2 33.¥xd2 ¦xd2 34.f3 ¦d5 35.¤d3 f5 36.¦a3 a5 0–1

O segundo embate de Grandes Mestres da rodada terminou com o empate entre Axel e Krikor. Quem aproveitou para subir na tabela foi o MF Quintiliano, que após vencer o MI Santiago, chegava a 5,5 pon-tos e assumia a vice-liderança do torneio. Quem também voltava para a briga era o GM Matsuura. Com uma boa vitória sobre o Mi Villalba, Everaldo voltava novamente ao pelotão de líderes.

Momentos finais de Delgado x Mareco

DELGADO (2583) 0SICILIANA - B51

MARECO (2562) 1

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Com o torneio chegando ao seu final, as brigas ficaram mais intensas nas primei-ras 15 mesas, com todo mundo querendo melhorar sua posição, aumentar ou recu-perar seu rating e buscar um bom prêmio no final. Na sétima rodada, Mareco continuou sua marcha até o título e desbancou a invenci-bilidade do FM Quintiliano. Armen Proudian segurou o GM Delgado e deixou Sandro mais confortável na liderança. Axel, Krikor e o americano Daniel Fernandes venceram seus confrontos e tinha alguma esperan-ça de poder vencer o torneio. Quem dava adeus a qualquer chance de ficar no TOP 3 do torneio era o GM Matsuura, ao empatar com o MF Gauche e o MI Supi, ao empatar com Geovani Broday. Na briga pelo título feminino, Suzana Chang e Vanessa Felicia-no iam acumulando pontos e chegavam a 5,5 pontos. Outra jogadora que estava na briga, a WMI argentina Florência Fernan-des, não conseguiu suportar a pressão do MI Stamenkovic e teve que abandonar.Entre os “mortais”, Carlos Ferrero ia con-seguindo se destacar como o melhor sem rating FIDE, e Lucas Tacconi conseguia ga-nhar a maior quantidade de pontos FIDE, 36 ao todo.

1.¤f3 c5 2.c4 ¤c6 3.d4 cxd4 4.¤xd4 g6 5.e4 ¤f6 6.¤c3 ¥g7 7.¥e3 d6 8.¥e2 0–0 9.0–0 ¤xd4 10.¥xd4 ¥d7 11.£d2 ¥c6 12.f3 ¤d7 13.¥f2 a5 14.b3 ¤c5 15.¦ab1 e6 16.¥d1 f5 17.exf5 gxf5 18.¥c2 b6 19.¦bd1 £e8 20.a3 ¥e5 21.¥d4 ¦d8 22.¤e2 £e7 23.b4 axb4 24.axb4 ¤d7 25.¥b3 b5 26.¦de1 bxc4 27.¥xc4 d5 28.¥b3 ¥b8 29.¤f4 £g5 30.¥e3 ¥xf4 31.¥xf4 £g6 32.b5 ¥xb5 33.¦xe6 £f7 34.¦d6 ¤f6 35.¦e1 ¦xd6 36.¥xd6 ¦d8 37.¦e7 £f8 38.£g5+ ¢h8 39.¥e5 1–0

Interessante final de partida entre Supi e Broday. Supi tenta uma manobra para conseguir vencer o final com peão a mais, mas não contava com um excelente lance intermediário do jovem paranaense:

Posição após 48. Tdf4...

48... £d1 49.h3 ¢h6 50.¢h2 ¢g7 51.¦f1 £e2+ 52.¦1f2 £d1 53.¦g2 ¢h6 54.h4 £e1 55.¦gf2 £d1 56.¦e4 £d6 57.¦e6 £d4 58.¦fe2 £c3 59.¦xf6+ £xf6 60.¦e6 ¢g7 61.¦xf6 ¢xf6 62.¢g2 ¢xf5 63.¢f3 ¢e5 64.¢e3 ¢f5 65.¢f3 ¢e5 66.¢g2 ¢f5 67.¢f3 ¢e5 ½–½MARECO (2583) 1

SICILIANA - B38QUINTILIANO (2308) 0

SUPI (2327) 0.5SICILIANA - B42

BROADY(2097) 0.5

Broday: performance de 2350 não é pra qualquer um

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MF Jomar Egoroff - o grande responsável pela realização do torneio

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> III Aberto do Brasil de Maringá

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MF Jomar Egoroff - o grande responsável pela realização do torneio

Na última rodada a situação era a se-guinte: Mareco liderava com sete pontos em sete rodadas e necessi-

tava de um simples empate para ser co-roado campeão. Seguindo ele a distância estavam os GM Krikor e Axel, juntamente com o MI Fernadez, todos com 6 pontos. Em busca de alguma sobra, 13 jogadores (5,5 pontos) acompanhavam atentamente tudo que poderia acontecer nas primeiras mesas. A mesa um foi de grande interes-se para o público. Axel tinha que vencer a todo custo se quisesse vencer o torneio, já que o primeiro critério era confronto di-reto, e torcer para um empate na mesa 2 entre Krikor e Fernandez. Combatividade não faltou, mas Mareco soube se segurar, empatou e garantiu o título de campeão do evento.

1.c4 e5 2.¤c3 ¤f6 3.g3 ¥b4 4.¥g2 0–0 5.e4 ¤c6 6.¤ge2 ¥c5 7.0–0 a6 8.d3 d6 9.h3 ¦b8 10.a3 b5 11.b4 ¥a7 12.cxb5 axb5 13.¢h2 ¤d4 14.f4 c6= 15.f5 d5 16.g4 ¤xe2 17.¤xe2 dxe4 18.dxe4 h6 19.£b3 c5 20.£g3 c4 21.g5 hxg5 22.¥xg5 £d3 23.¦f3 £d6 24.¦d1 £c6 25.¤c3 ¥b7 26.¥xf6 £xf6 27.¤xb5 ¥d4 28.¤xd4 ¥xe4 29.£g4 ¥xf3 30.¤xf3 c3 31.¦c1 e4 32.£xe4 ¦fe8 33.£d4 £xf5 34.¦xc3 ¦e2 35.£g4 £f6 36.¦c8+ ¦xc8 37.£xc8+ ¢h7 38.£g4 ¢g8 39.£c8+ ¢h7 40.£g4 ¢g8 41.£g3 g6 42.b5 ¦a2 43.¤e5 £d6 44.¤c4 £d4 45.b6 ¦a1 46.£b8+ ¢h7 47.£c7 £g1+ 48.¢g3 ¦f1 49.b7 £f2+ 50.¢h2 £g1+ 51.¢g3 £f2+ ½–½

Krikor não conseguiu vencer Fernandez e se conformou com o empate após o resul-tado da mesa um, assegurando para si o vice-campeonato do certame. Neuris Delgado venceu seu último con-fronto, assim como Matsuura, Santiago, Stamenkovic e Quintiliano. Mas quem sor-riiu mais foi Quintiliano que terminou na 3º posição, além de levar mais de 20 pon-tos de rating para casa. Fernandes e Ba-chmann fecharam o top 5 do evento.

1.d4 ¤f6 2.¤c3 d5 3.¥g5 ¥f5 4.f3 ¤c6 5.e4 dxe4 6.d5 ¤b4 7.¥xf6 e3 8.¥g5 ¤xc2+ 9.¢e2 £d6 10.¥xe3 £e5 11.£c1 g5 12.¢f2 e6 13.¥b5+ c6 14.¥a4 ¤b4 15.£d2 0–0–0 16.£d4 ¤d3+ 17.¢f1 £xd4 18.¥xd4 e5 19.¥e3 ¤xb2 20.¥b3 ¥b4 21.¤ge2 ¥d3 22.¢f2 ¥xe2 23.¤xe2 ¤d3+ 24.¢f1 cxd5 25.¦d1 e4 26.¥c2 ¤e5 27.¥xg5 exf3 28.gxf3 ¤c4 29.¥f5+ ¢b8 30.¦d3 ¦de8 31.¦xd5 a5 32.¢f2 ¢a7 33.¦c1 ¤b6 34.¦b5 ¥d6 1–0

1.d4 ¤f6 2.¤c3 d5 3.¥g5 ¥f5 4.f3 ¤c6 5.e4 dxe4 6.d5 ¤b4 7.¥xf6 e3 8.¥g5 ¤xc2+ 9.¢e2 £d6 10.¥xe3 £e5 11.£c1 g5 12.¢f2 e6 13.¥b5+ c6 14.¥a4 ¤b4 15.£d2 0–0–0 16.£d4 ¤d3+ 17.¢f1 £xd4 18.¥xd4 e5 19.¥e3 ¤xb2 20.¥b3 ¥b4 21.¤ge2 ¥d3 22.¢f2 ¥xe2 23.¤xe2 ¤d3+ 24.¢f1 cxd5 25.¦d1 e4 26.¥c2 ¤e5 27.¥xg5 exf3 28.gxf3 ¤c4 29.¥f5+ ¢b8 30.¦d3 ¦de8 31.¦xd5 a5 32.¢f2 ¢a7 33.¦c1 ¤b6 34.¦b5 ¥d6 1–0

BACHMANN(2536) 0.5INGLESA - A21

MARECO (2583) 0.5

MATSUURA (2491) 1PEÃO DAMA - D00

PROUDIAN (2286) 1

CAVALCANTI (2289) 0PEÃO DAMA - D00

SANTIAGO (2409) 1

Pequeno fã a caça de autográfo

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CLASSIFICAÇÃOIII ABERTO DO BRASIL DE MARINGÁ

(MARINGÁ, PARANÁ - 24 A 28 DE JULHO DE 2013

1º GM Mareco (ARG) 2562 7,52º GM Mekhitarian (BRA) 2521 6,53º MF Quintiliano (BRA) 2308 6,54º MI Fernandez (EUA) 2398 6,55º GM Bachmann (PAR) 2536 6,56º GM Delgado (PAR) 2583 6,57º MI Santiago (BRA) 2408 6,58º GM Matsuura (BRA) 2491 6,59º MI Stamenkovic (SRB) 2388 6,510º-17º Utiyama (BRA, 2185), MI Villalba (PAR, 2179), MI Supi (BRA, 2327), Broday (BRA, 2097), Palozi (BRA, 2251), Carvalho (BRA, 2186), WMI Feliciano (BRA, 2247), Ivo Medeiros (BRA, 2193), 6; 18º-38º MF Fe-lipe Barreto (BRA, 2277), MF Proudian (BRA, 2286), Cruz (BRA, 2170), Campelo (BRA, 2061), MI Lebredo (CUB, 2209), MF Cavalcanti (BRA, 2289), MF Martins (BRA, 2241), MF Gauche (BRA, 2204), Barbosa (BRA, 1914), Merlo (BRA, UNR), WMF Chang (BRA, 1998), Ferrero (BRA, UNR), Freire (BRA, 2052), WMI Ferna-dez (ARG, 2134), Garkauskas (BRA, 2084), CM Barata (BRA, 2170), MF Santos (BRA, 2188), Caetano (BRA, 2152), Bastos (BRA, 1933), CM Daneri (ARG, 2129), Lu-cas Silva (BRA, 2089), 5,5; até 238 participantes.

Com sua vitóriam Mare-co levou para casa o prê-mio de R$ 4 mil reais, um dos maiores pago este ano no Brasil. Krikor recebeu a quantia de R$ 2,500 re-ais, enquanto Renato levou R$ 1,700 reais. Como des-taque tivemos a WMI Fe-liciano levando o ouro na categoria feminino e o de Rodrigo Merlo recebendo o de melhor sem rating. Ma-ringá segue o caminho para ser o maior torneio aberto do Brasil, e com a qualida-de apresentada por seu or-ganizador, MF Egoroff, isto é apenas questão de tempo para acontecer.

TOP 5

> III Aberto do Brasil de Maringá

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COLUNA RODRIGO DISCONZI

Aprendendo com um final de torres

Essa partida teve um final de Torres interessan-te, que divido aqui com vocês o que aprendi com ele nas análises após a partida. 27.¦b1 Diagrama 1

27...£xh2+ [Pensei um bocado e achava que poderia tentar 27...£a2!? Mas a posição que segue tem mais xeques de dama para calcu-lar que no final de torres. 28.£b3 (28.£d1 ¦f8 29.£e1 £xa3 30.¦a1 £d3 31.¦xa5 ¦b8 32.¦a1 ¦b2µ) 28...£e2 29.¦f1 ¦f8 30.¦xf8+ ¢xf8µ] 28.¢xh2 exd3 29.¢g2 Nes-se momento meu plano era ocupar a coluna B, jogar a4 e Tb3, prendendo o branco na defe-sa, para depois tentar invadir com o rei e ten-

tar fazer um peão passado na ala do rei. 29...d2? [Considerei 29...¦f8! 30.a4! (30.g4 a4!–+ 31.¦b2 h6 32.¦d2 ¦b8 33.¦xd3 ¦b3–+) mas não vi a diferença de jogar agora 30...h5! evitando g4 e ganhando espaço 31.¦b3 (31.¢h3? ¦f2) 31...¢f7 32.¦xd3 ¦b8 33.¦a3 ¢g6µ Cito esta variante pois na con-tinuação da partida as brancas poderão empa-tar bloqueando esta ala.; 29...a4?! 30.¢f2 ca-tando o Pd3.] 30.a4!? [30.¢f3 d1£+ 31.¦xd1 ¦b8 32.a4 ¦b4 33.¦a1 ¢f7 é igual à partida] 30...d1£ 31.¦xd1 ¦b8 32.¢f3 ¦b4 33.¦a1 ¢f7 E essa posição é crítica, pois não é fácil saber se pretas vencem ou não, caso brancas fiquem na defesa passiva. [Parece tarde para 33...h5 34.g4! h4 35.g5 ¢f7 36.¢g4 ¦b3 37.¢h5! (37.¦e1 ¢g6 38.¢xh4 ¦a3 39.¢g4 ¦xa4 40.¦b1 ¦b4 41.¦a1 a4 42.¢f4=) 37...h3 (37...¦xe3 38.¦b1) 38.¦f1+ (38.¦e1 h2 39.g6+ ¢e7 40.¦h1 ¦xe3 41.¦xh2 e bran-cas podem progredir) 38...¢g8 39.¦h1 ¦xe3 40.¢g6 ¦a3 Diagrama 2

GARKAUSKAS (2084) 0

DISCONZI (2394) 1DEFESA HOLANDESA - A90

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COLUNA RODRIGO DISCONZI

41.¦xh3! ¦xh3 afogado!!] 34.¢g4 ¢g6 35.¦f1? Após Rg4 imaginei que brancas tenta-riam fugir da passividade e atacar c6. [35.¢f4 era a defesa passiva e deve empatar 35...¦b3 Defesa passiva mas não totalmente! 36.g4! A luta por espaço não para na abertura, vai até o final de jogo. Passiva é a torre, mas o rei e os peças não precisam ser. 36...¦b2 37.¦f1 h6 (37...¦a2? 38.¦b1) 38.¢g3 ¦b3 39.¢f4 ¢h7 40.¦a1 g5+ 41.¢f3 ¢g6 42.¦f1 h5? (42...¦b7 43.¢e2 ¦f7=) 43.gxh5+ ¢xh5 44.¦h1+ ¢g6 45.¦h8 e brancas podem até vencer] 35...h5+! Novamente a luta por es-paço 36.¢h3 [Não adianta 36.¢h4 ¦xa4 37.¦f8 ¦a1 38.g4 hxg4 39.¢xg4 a4 40.¦c8 a3 41.¦xc6 ¢f7 42.¦c7+ ¢f8 43.¦c8+ ¢e7 44.¦c7+ ¢e8–+] 36...¦xa4 37.¦f8 ¦a2? Cercando o rei, mas não funciona. [Melhor o direto 37...¦a3 Mantendo rei preto perto de e6 38.¦c8 (38.¦e8 ¢f5) 38...¦xe3 39.¦xc6 ¢f5] 38.g4! [Nãoo resolve nada 38.¦c8? ¢f5 39.¦xc6 g5 40.g4+ hxg4+ 41.¢g3 ¦e2 42.¦a6 ¦xe3+ 43.¢f2 ¢e4 44.¦xa5 g3+ 45.¢g2 ¢xd4–+] 38...¦e2? Deixo piorar meu rei [Melhor caminho era 38...hxg4+ 39.¢xg4 a4! 40.¦c8 (40.¢g3 a3 41.¦a8 ¦a1 42.¢g2 a2) 40...a3 41.¦xc6 ¦a1! Acelerando o avan-ço (41...¢f7? 42.¦a6! ¢e7 (42...¦a1 43.c6 a2 44.c7 ¦c1 45.¦xa2 ¦xc7=) 43.¦a7+ ¢d8 44.c6 ¦a1 45.¢h3 para sair dos xeques 45...a2 46.¢g2=) 42.¦xe6+ (42.¦a6 a2) 42...¢f7 43.¦a6 a2 44.¦a7+ ¢e6 45.¦a6+ ¢d7 46.c6+ ¢c7–+] 39.gxh5+ ¢xh5 40.¦c8?? Diagrama 3

Permite rei preto centralizar [Grandes chan-ces de empate com 40.¦e8! ¦xe3+ 41.¢g2 ¦e4 42.¦xe6 ¦xd4 43.¦xc6 ¢g5µ 44.¦d6 a4! (44...¢f5 45.e6 ¢f6 46.c6 a4 47.c7 ¦c4 48.¦xd5 ¦xc7 49.¦a5 ¦c4 50.¦a6 ¢e7 51.¢f2 g5 52.¢e3 g4 53.¢f2 e parece que empata) 45.¦d7 ¢g6 Final difícil, onde o computador consegue evoluir a posição, mas para nós humanos, com pouco tempo no reló-gio, difícil. 46.c6! (46.¢f3 ¦c4 47.¦xd5 ¢f5 48.¦d7! (48.¢e3 Sair com o rei para longe do peão G parece perigoso 48...a3 49.c6 ¦xc6 50.¦a5 ¦h6! ganha um tempo (50...¦c3+ 51.¢d4 ¦g3 52.¦a7 g5 53.¦a8 g4 54.¦f8+ ¢e6 55.¦e8+ ¢f7 56.¦a8 ¢e7 57.¦a7+=) 51.¢d4 ¦h4+ 52.¢c3 (52.¢d5 ¦e4 53.¦xa3 ¦xe5+ 54.¢d4 ¦e1–+) 52...¦h2) 48...g5 49.¦a7 g4+ 50.¢g3 ¢xe5 51.c6 ¢d6 52.c7 ¢d7 53.¢g2 com provável empate) 46...¢f5 47.¦xg7 (47.c7? ¦c4 48.¦xd5 ¦xc7 49.¦a5 ¦c2+! 50.¢f1 ¦a2) 47...¦c4 48.¦a7 ¢xe5 49.¢f3 ¢d6 50.c7 ¦xc7 51.¦xa4 ¦e7 52.¦a1= Manobra típica para “descortar” o rei e empatar 52...d4 53.¢f2] 40...¦xe3+ 41.¢g2 ¢g4! Agora o rei preto defende e6 e chega a d4 muito rápido 42.¦xc6 ¢f5 43.¦c7 ¢e4 44.c6 ¢xd4 45.¦xg7 ¦c3 46.c7 ¢xe5 47.¦d7 a4 As análises e variantes aqui mos-tradas não são definitivas e podem ser melho-radas em alguns momentos, mas prefiro não estendê-las. 0–1

Rodrigo Disconzi é Mestre Internacio-nal e ministra aulas via internet.

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PERFIL

Data de Nscimento: 04-10-1992

Cidade Natal: Osasco

Hobbies: assistir filmes, ouvir música, in-ternet

Pratica outros esportes? Gosto de jogar futebol sempre que posso.

Time do Coração? Apesar da fase, Pal-meiras (rs)

Musica Favorita? Crying Lightning - Arc-tic Monkeys

Quem você desafiaria para uma parti-da de xadrez? Aquelas pessoas que não honram o xadrez. Que desviam, que mani-pulam resultados e torneios, e que não jo-gam o jogo com amor e nem com o devido respeito, se valendo dele para propósitos pessoais e segundas intenções maldosas. Essas pessoas atrasam o desenvolvimento do xadrez no nosso país e eu adoraria jo-gar contra elas.

Sonho de Consumo? Acho que hoje meu único sonho é continuar jogando xadrez sempre, e melhorar, e ver o xadrez ser re-

conhecido com sua devida importância no Brasil.

Abertura Favorita? Siciliana Variante Dragão

Estilo de Jogo? Eu acho difícil definir um “estilo”, eu jogo posições diferentes de-pendendo da cor. De brancas eu costumo cair em posições fechadas ou semi - fecha-das, mas de pretas quase sempre minhas partidas são mais abertas e em posições mais táticas e complicadas, mas isso é por causa do meu repertório. Por outro lado, é bom porque eu não me sinto dependen-te de um tipo específico de posição, e me sinto bem jogando tanto posições mais es-tratégicas e posicionais como outras mais agudas e táticas.

Principais ídolos no xadrez? Tem vá-rios jogadores antigos que admiro bastan-te, Morphy, Capablanca, Fine, Rubinstein, Alekhine, Spassky, Petrosian, e dos mais recentes Karpov, Kasparov, Ivanchuk, Kar-jakin, Aronian, Topalov e Carlsen.

Amigos no xadrez: Eu gosto de dizer que o xadrez me deu muitos amigos que eu vou levar pra vida toda, pois são amiza-

Renato Quintiliano é um dos grandes des-taques do xadrez nacional nos últimos anos. Ele aprendeu a jogar xadrez na es-cola, nas aulas de Educação Física, teve um progresso sólido até atingir o título de Mestre FIDE e conseguir uma norma de Mestre Internacional. Muito estudioso, Re-nato frequentemente é citado em entre-vistas como companheiro de estudos de-vários jogadores.

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PERFIL

des de muitos anos de conversa e convi-vência. Do meu círculo de amizades, nos últimos anos o que mais eu tenho conver-sado e convivido é o Bernardo Sztokbant, eu considero ele como um grande amigo e também sou muito grato à família dele que sempre me recebeu bem. O Luiz Abdalla também é um grande amigo assim como toda família Abdalla, e já há algum tem-po a família Proudian (Vazken e Armen) também tem sido bons amigos e pessoas importantes na minha vida, tanto dentro como fora do xadrez. Fora de São Paulo também tenho alguns amigos que sempre converso e gosto muito, como o Evandro Barbosa e o Yago Santiago.

Prefere xadrez online ou ao vivo? Eu gosto bastante de jogar na internet, jogo todos os dias, mas existem algumas emo-ções que somente o xadrez ao vivo pode proporcionar.

Quando começou a encarar o xadrez mais a sério? No ano de 2008, quando eu tinha 15 anos, eu fui Campeão Paulista e Brasileiro Sub-16, eu acho que a partir daquele momento eu me motivei mais a estudar e tentar chegar longe no xadrez. Qual foi o seu pior momento na carrei-ra? e o melhor? O pior momento acre-dito que foi ano passado, mais ou menos no meio do ano, quando joguei uma sequ-ência de torneios ruins que terminou com o Pan-Americano Sub-20, onde perdi 40 pontos. Foi uma queda considerável e me fez parar pra pensar em muitos pontos do meu jogo e rever com mais atenção meus erros. E o melhor momento acredito que seja o atual, afinal há duas semanas eu consegui um terceiro lugar em Maringá, um torneio muito forte e talvez o segundo Aberto do Brasil mais importante do ano, e na semana anterior fui campeão de um Magistral e conquistei minha primeira nor-

Renato e Bernardo

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ma de Mestre Internacional, então acre-dito que esse seja meu melhor momento até agora no xadrez e estou bastante feliz com isso.

O que acha que foi o principal motivo para chegar ao nível de jogo que se encontra? O estudo é sempre importan-te, mas acho que acreditar em mim sem-pre foi o diferencial. Mesmo nas situações mais difíceis ou contra os adversários mais fortes eu nunca deixei de acreditar na mi-nha capacidade, e sempre achei que se eu desse o meu máximo eu conseguiria fazer uma boa partida.

Explique um pouco da sua rotina. Como são seus treinamentos e pre-paração para torneios? Eu tento treinar cálculo todos os dias, resolvendo exercí-cios e jogando na internet também, e leio algum livro, dependendo do que eu estou estudando no momento, ou analiso parti-das. Sempre analiso minhas partidas de torneios na semana seguinte a que joguei, acho que isso ajuda a melhorar a percep-ção dos nossos jogos de um modo geral, e identificar nossos erros mesmo nos que ganhamos também evita que a pessoa vis-lumbre o próprio xadrez (o que pode acon-tecer quando a fase é favorável). Quando torneios estão próximos, eu costumo revi-sar um pouco as aberturas e aumentar os treinos de cálculo uns três dias antes.

Se junta com outros jogadores para discutir partidas de xadrez? Sim, quase diariamente eu converso com o Evandro ou algum outro amigo sobre partidas inte-ressantes de torneios atuais.

Qual faculdade você faz? Pretende exer-cer esta profissão algum dia? Eu me for-mei recentemente no curso de Tecnologia em Mecânica de Precisão pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP), é uma área que eu gosto e com muitas op-ções para trabalhar, eu poderia trabalhar com isso, mas enquanto eu puder jogar xadrez não vou me incomodar de deixar o diploma na parede rs.

O que mudou em seu jogo ao se tor-

nar Mestre Fide? Eu acho que hoje eu consigo calcular melhor do que um ano atrás por exemplo, e tenho perdido me-nos tempo calculando linhas ruins, o que é uma coisa que acontece frequentemente com muitos jogadores. Ainda percebo que cometo alguns erros graves, mas menos frequentemente do que antes.

Qual a importância da sua família no seu crescimento enxadrístico? A minha família é a coisa mais importante pra mim, e o apoio deles é essencial. Desde 2008 quando eu fui campeão brasileiro meus pais passaram a me apoiar mais e isso foi muito importante. A minha mãe ainda não leva tão a sério quanto eu e sonha comi-go trabalhando numa empresa um dia na área que eu me formei rsrs, mas ela gosta e apoia bastante, então pra mim isso já é ótimo.

Quais os objetivos para o futuro? As-sim como qualquer pessoa, eu tenho gran-des sonhos, mas primeiro eu quero ape-nas seguir o caminho no qual estou, que é chegar aos 2400 e conseguir mais duas normas de Mestre Internacional. Depois disso, eu tenho o objetivo normal de qual-quer enxadrista que é ser GM, então quero focar nessas metas e me dedicar a melho-rar meu xadrez por enquanto, e só depois disso, que já é um grande trabalho, eu vou pensar na próxima jogada a ser feita.

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GIRO DE TORNEIOS

Neuris Delga-do venceu o II Bienal Professor João Braga

Um total de 105 jogadores participaram deste forte aberto, que é realizado a cada dois anosApós um começo fantástico do GM Everaldo Matsuura, aonde fez 7 pontos em 7 rodadas, Delago conseguiu vencê-lo em um duela emo-cionante e teve tranquilida-

de para empatar sua última partida e fi car com o título e os R$ 10 mil reais desti-nados ao campeão. Nada menos que 23 titulados se fi zeram presente ao even-to. O MI Yago Santiago foi o melhor brasileiro na pro-va, terminando com o vice-campeonato e levando R$ 3 mil reais para casa.

Matsuura (2491)Cubas (2528) [E52]

1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 4.e3 b6 5.¤ge2 ¥b7 6.a3 ¥e7 7.¤f4 0–0 8.¥d3 d6 9.0–0 ¤bd7 10.e4 e5 11.¤fe2 exd4 12.¤xd4 ¦e8 13.f3 c6 14.¤f5 ¥f8 15.¥g5 h6 16.¥f4 ¤e5 17.¥e2 ¢h7 18.£d2 ¥a6 19.¦fd1 ¤h5 20.¥e3 ¥xc4 21.f4 ¥b3 22.fxe5 ¥xd1 23.¦xd1 dxe5 24.£c2 £f6 25.¥xh5 g6 26.¦f1 gxh5 27.¤xh6 £g6 28.¤xf7 ¦e7 29.¤g5+ ¢h8 30.¦f5 ¥g7 31.£f2 ¢g8 32.¤f3 ¦f8 33.¦g5 £f7 34.£h4 £b3 35.£f2 h4 36.h3 ¦ef7 37.¦g4 a5 38.a4 b5 39.axb5 a4 40.¥c5 ¦b8

41.bxc6 1–0

Delgado (2583) Matsuura (2491) [B01]

1.e4 d5 2.exd5 ¤f6 3.¥b5+ ¥d7 4.¥e2 ¤xd5 5.d4 ¥f5 6.¤f3 e6 7.¥d3 ¥xd3 8.£xd3 ¥e7 9.0–0 0–0 10.c4 ¤f6 11.¦d1 ¤bd7 12.¥f4 ¥d6 13.¥xd6 cxd6 14.¤c3 a6 15.b4 £c7 16.¦ac1 ¦fc8 17.¤d2 b6 18.a3 d5 19.c5 e5 20.¤a4 exd4 21.¤f3 bxc5 22.¤xc5 ¤b6 23.¤b3 ¤c4 24.¤a5 ¤e5 25.¦xc7 ¤xd3 26.¦c6 ¤b2 27.¦xd4 ¤c4 28.¦xc8+ ¦xc8 29.¤xc4 dxc4 30.¤e1 ¢f8 31.¢f1 ¢e7 32.¢e2 ¢e6 33.¢d2 ¤d5 34.¤f3 f5 35.¢c2 h6 36.¤d2 ¤b6 37.¤b1 ¢e5 38.¦d1 ¤d5 39.¦e1+ ¢d6 40.g3 f4 41.¤c3 ¤xc3 42.¢xc3 fxg3 43.fxg3 ¦f8 44.¢xc4 ¦f2 45.h4 ¦c2+ 46.¢b3 ¦d2 47.¦e3 g5 48.hxg5 hxg5 49.¢a4 ¦d5 50.¦c3 g4 51.¦c4 ¦g5 52.¦c8 ¦e5 53.¦g8 ¦e4 54.¢a5 ¦e3 55.a4 ¦xg3 56.¢xa6 ¦g1 57.b5 g3 58.b6 1–0

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GIRO DE TORNEIOS

O Grande Mestre Internacio-nal e atual Campeão Brasi-leiro Absoluto Krikor Sevag Mekhitarian levou a melhor na cidade de Registro. Após nove rodadas, Krikor chegou aso 7,5 pontos e pode come-morar o título de campeão, com meio ponto a mais que o segundo colocado.O destaque do torneio foi o jovem Bernardo Sztokbant, que terminou em oitavo lugar, faltando pouco para receber a norma de Mestre Interna-cional oferecida pelo even-to. Bernardo também somou mais 30 pontos de rating Fide e deverá sair na próxima lista com quase 2250 pontos.

Sztokbant (2185) Matsuura (2491) [C99]Comentários de Bernardo

1.e4 ¤c6 2.¤f3 e5 3.¥b5 a6 4.¥a4 ¤f6 5.0–0 ¥e7 6.¦e1 b5 7.¥b3 0–0 8.c3 d6 9.h3 ¤a5 10.¥c2 c5 11.d4 £c7 12.¤bd2 cxd4 13.cxd4 ¤c6 Depois de Cc6 eu ja não tenho certeza do melhor lance para as brancas, eu só conhecia 13... Bd7. 14.¤b3 a5 15.¥e3 a4 16.¤bd2 ¥d7 17.¦c1 £b7

18.¥b1 ¦fc8 19.¤f1 ¥d8 20.¤g3 ¥b6 21.d5 ¤b4 Ca5 era outra opção possível. 22.a3 ¤a6 23.£e2 b4 24.¤d2 ¤e8 25.¥xb6 £xb6 26.¤c4 £a7 27.¥d3 ¤c5 Talvez fosse me-lhor comer em a3 antes de Cc5. [27...bxa3 28.¤xa3] 28.axb4 ¤b3 Outra opção era 28... Cxd3 Dxd3 Tab8 Da3 Db7 com vanta-gem das negras. 29.¦c3 £b7 30.£e3 ¦ab8 31.f4 Lance in-teressante tentando criar pro-blemas para as negras na ala do rei ja que ela tem quase todas as peças na ala da dama. 31...f6 32.fxe5 dxe5 32... fxe5 era perigoso ja que as brancas te-riam 33 Dg5 com idéias de De7 e Tf1. 33.b5 forçando as negras a capturarem b5 com o bispo para liberar a casa f5 para o cavalo de g3. 33...¥xb5 34.¤f5 ¦d8 35.£g3 Aqui meu adversário tem por volta de 13 minutos e eu tenho poucos segundos jogan-do já nos acréscimos. 35...¢h8 36.¦e2 ¦bc8 37.¦ec2 Amea-çando Ccd6! 37...£a7+ 38.¢h2 ¤d4 39.¤xd4 £xd4 Um erro grave. Era melhor exd4 Ta3 com leve vantagem branca. Depois do lance jogado ( 39...Dxd4) as brancas tem vantagem deci-siva. [39...exd4 40.¦a3 ¥xc4 41.¦xc4 ¦xc4 42.¥xc4 ¤d6 43.¥d3 £b6] 40.¤xe5! ¦xc3

41.bxc3 [41.¦xc3 ¥xd3 (41...fxe5 42.¥xb5 ¤d6 43.£h4 ¦f8 44.¥d3) 42.¤f7+ ¢g8 43.¦xd3] 41...£xe5 [41...fxe5 42.¥xb5] 42.£xe5 fxe5 43.¥xb5 ¤d6 44.¥xa4 [44.¥d3] 44...¤xe4 45.c4 ¤c5 46.¥b5 ¢g8 47.¦a2 ¢f7 48.¦a7+ ¢f6 49.¦c7 ¤d3 50.¦c6+ ¢f5 51.d6 e4 [51...¢e6 Na partida, com poucos segun-dos e nervoso, eu achei que 51... Re6 seguraria os peoes passa-dos, mas depois de 52.c5 Rd5 53. d7 Txd7 54. Tc8. as brancas continuam com boa vantagem. 52.c5 ¢d5 53.d7 ¦xd7 54.¦c8] 52.c5 ¢e5 53.¦c7 ¢d5 54.d7 ¤xc5 55.¦c8 ¤b7 56.¥c6+ ¢d4 57.¥xb7 ¦xd7 58.¥a6 ¦a7 59.¥b5 ¦a5 60.¥e2 ¦a2 61.¥g4 g6 62.¦d8+ ¢e3 63.¦e8 ¢f4 64.¥e6 ¦d2 65.¥g8 ¦d7 66.¦f8+ ¢e3 67.¢g3 ¢d2 68.¦e8 ¦d3+ 69.¢f4 g5+ 70.¢xg5 ¦g3+ 71.¢f4 ¦xg2 72.¥xh7 ¦f2+ 73.¢g3 e3 74.¥g6 ¦f1 75.¥h5 ¦g1+ 76.¢h2 ¦g7 77.¥g4 ¢d3 78.¢g3 1–0

Krikor Mekhitarian venceu Internacional de Registro

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A Copa do Mundo de xadrez é a chan-ce dos jogadores baterem de frente contra a elite do xadrez mundial. A

cada dois anos 128 se enfrenta na dispu-ta pelo título do evento, que classifica os melhores para as disputas do Campeonato Mundial e distribuí uma das maiores pre-miações do Xadrez Mundial.O evento tem um charme a mais por ser eliminatório, obrigando todo mundo a jo-gar de fato suas partidas, pois o empate rápido pode ser um problema na próxima partida. Os brasileiros presentes na pro-va foram os GM’s Rafael Leitão e Alexandr Fier, que se classificaram ao ser campeão e vice, respectivamente, do Torneio Zonal 2.4 que aconteceu em Manaus.Como era de se esperar, os dois foram “pu-xados” por jogadores mais fortes, e tive-ram que suar para passar à segunda fase do torneio, nos desempates. Fier jogou contra o GM polonês Radoslaw Wojtaszek (2701) e o eliminou nas partidas de rápido por 1,5x0,5, após o confronto em partidas clássicas terminar em 1x1 (dois empates). Já Rafael Leitão teve pela frente o russo Ernesto Inarkiev (2680). Ele também em-patou com o russo nas partidas clássicas (1x1) e conseguiu superá-lo nos desempa-tes, ao vencer a última partida em um ten-

so final, aonde recuperou um final em que esteve mal durante boa parte do tempo.A segunda fase foi trágica aos dois. Lei-tão sucumbiu perante o russo Alexander Morozevich (2736), jogador que tem uma legião de fãs por causa do seu estilo único de jogo e que já esteve no top 5 do mun-do. Na primeira partida Rafael sofreu for-te pressão do russo, conseguiu contornar, mas no apuro de tempo fez alguns lances duvidosos e acabou perdendo a partida e posteriormente o confronto por 1,5 x 0,5.Fier enfrentou um jogador tecnicamente inferior. Baskharan Adhiban (2567) sur-preendeu o brasileiro na segunda partida, após conseguir vantagem na abertura, o jogador indiano foi aumentando sua van-tagem aos poucos, até ter uma posição confortável e faturar o ponto e o match por 1,5 x 0,5. Assim, os brasileiros encer-ram sua participação no evento com uma premiação de USD 10 mil dólares. O evento teve boa cobertura, com uma central de mídia específica para transmitir as partidas. A revista Meio Jogo também fez sua parte, retransmitindo as partidas dos brasileiros com comentários ao vivo do MI Rodrigo Disconzi e MF Renato Quin-tiliano.

Brasileiros fizeram bonito na Copa do Mundo

GIRO DE TORNEIOS

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GIRO DE TORNEIOS

Fier na sua partida decisiva contra Adhiban

Alexandr Fier(2595) - Radoslaw Wojtaszek(2701)WorldCup 2013 (3.38), 13.08.2013

1.d4 ¤f6 2.¥g5 d5 3.¤d2 c6 4.e3 £b6 5.¦b1 ¥f5 6.¥xf6 gxf6 7.¥d3 ¥xd3 8.cxd3 e6 9.¤e2 ¤d7 10.0–0 ¥d6 11.b4 a5 12.bxa5 £c7 13.f4 ¦xa5 14.¦b2 f5 15.e4 fxe4 16.dxe4 dxe4 17.¤xe4 ¥e7 18.¤2g3 h5

19.f5

19...e5 20.f6 ¥a3 21.¦b3 exd4 22.£e1 ¢d8 23.¦xb7 £e5 24.¦f5 £xf5 25.¤xf5 ¦xf5 26.¦a7 ¥f8 27.£g3 1–0

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Leitão x Inarkiev

Rafael Leitao(2632) - Ernesto Inarkiev(2680)WorldCup 2013 (3.49), 13.08.2013

1.d4 d5 2.c4 c6 3.¤f3 ¤f6 4.e3 a6 5.¥d2 e6 6.£c2 ¤bd7 7.¤c3 dxc4 8.¥xc4 b5 9.¥e2 ¥b7 10.¤e4 ¤xe4 11.£xe4 £b6 12.¤e5 ¤f6 13.£f4 c5 14.¥h5

14...¥d6 15.¥xf7+ ¢e7 16.£g5 ¥xe5 17.£xg7 ¤e8 18.£xe5 ¢xf7 19.dxc5 £c7 20.£h5+ ¢f8 21.¥c3 ¤g7 22.£h6 ¦d8 23.0–0 ¦g8 24.¦ad1 ¢f7

25.£f6+ ¢e8 26.f3 ¦d7 27.£g5 ¢f7 28.e4 ¤e8 29.£h5+ ¦g6 30.£xh7+ ¤g7 31.¦xd7+ £xd7 32.£h4 ¢g8 33.£f4 ¤h5 34.£e5 ¤f6 35.h4 £f7 36.¦d1 ¢h7

37.¦d8 £g7 38.¦d2 £h6 39.¦d7+ ¦g7 40.¦xg7+ ¢xg7 41.£g5+ 1–0

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Viajando pela

“Bem-vinda!” foram as palavras que pro-feri à notícia enxadrística que me cumpri-mentou no mês de janeiro. A Confedera-ção Brasileira de Xadrez (CBX) publicava um comunicado no qual constava que eu tinha sido uma das mulheres da América Latina selecionada pela Comission for Wo-men’s Chess (WOM) para integrar o proje-to Rumbo a la Gran Maestria.Que grata surpresa! Em primeira instân-cia fiquei desconfiada e curiosa, pois não tinha me inscrito em nenhum programa e, sendo assim, como teriam chegado até o meu nome e o motivo de terem me es-colhido, além, é claro, para saber qual o propósito do projeto.

A Comissão fazia uma triagem em cada país a ser contemplado com o projeto com base em critérios. No caso do Brasil, os quesitos a serem apresentados pela enxa-drista eram: Ter elo mínimo de 2000 e má-ximo de 2200; Não ter títulos de WIM ou WGM; Estar em atividade e; Possuir me-nos de 25 anos. O resultado desse crivo foi o convite estendido a mim.Como o próprio nome diz, o objetivo do projeto é desenvolver o xadrez feminino na América Latina visando qualificação e consequentemente formação de novas mestras. Para isso, oferecem suporte atra-vés de programas de aulas com Grandes Mestres, subsídios para participação em

ANA ROTHEBARTH

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eventos internacionais e uma grande troca de experiências com enxadristas de todo o mundo.Assim, após meses tendo treinamento com Grandes Mestres (GM Carlos Palermo, GM Alonso Zapata e GM Viktor Moskalenko), chegava a hora de participar de torneios. País escolhido: Itália. Período: 33 dias. Parti do Brasil disposta a aplicar cada co-nhecimento novo adquirido, além dos que tinha somado durante 10 anos, e a ter uma nova confiança ao tocar as peças. Apesar dessa meta, tinha consciência, melhor di-zendo, pés no chão, que o desempenho que iria alcançar dando o meu melhor po-deria resultar em um balanço positivo ou negativo na atualização do elo da Federa-ção Internacional de Xadrez (FIDE).O primeiro torneio aconteceu na cidade de Gallipoli. Passei por dificuldades até me acostumar com a diferença de horário e o clima local. Joguei oito partidas em que é visível minha baixa produtividade. Acabei saindo com saldo negativo em oito pontos e em 26º – minha posição inicial era 23º. Apesar disso, não me desmotivei. Acostu-

mei com o fuso horário e recuperei saúde. Acabando o torneio de Salento, das praias fui às montanhas; Ortisei. Acrescentei 21 pontos e com 50% de aproveitamento ob-tive a 42º colocação – minha colocação inicial era 59º. Depois tive quatro dias de folga, muito bem aproveitados fazendo turismo pela Itália, para assim participar do último tor-neio, em Forni di Sopra. Neste eu era a número 65 e fiquei em 54º somando mais 15 pontos.Apesar das colocações, números e apro-veitamento supracitados, posso dizer que o me fez atinar à evolução que estava re-almente tendo foi a maior extensão de jo-gadores que passei a atingir. Pela primeira vez consegui ganhar de jogadores que ti-nham entre 2100 e 2300 de elo. Anterior-mente, apenas tinha angariado uns raros empates com a faixa de 2150. Tenho convicção que esse desempe-nho inédito foi gerado da dedicação que ofereci aos estudos; A uma nova perspec-tiva que adotei ao enfrentar um adversá-rio; Aos erros e acertos que questionava

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após as partidas; Ao frio na barriga que absorvia ao enfrentar cada adversário; Ao desejo de ir além... Nem que seja para en-xergar um pouco mais os erros que come-to e os conhecimentos que preciso adqui-rir. Enfim, pode parecer pouco para uns, mui-tos para outros. Para mim, mais um pas-so dado rumo ao meu objetivo. Um, pois tenho ciência que tenho muito a superar para alcançar e fazer por merecer o título de mestra.Perceber estar sendo capaz de se superar é como dar um presente a si próprio. Um dos presentes mais difíceis de conquistar e um dos que mais deve se agradecer.Para finalizar, agradeci, agradeço e serei eternamente grata a muitas pessoas pela oportunidade que estou tendo, pela aju-da que recebi, pelos momentos compar-tilhados. Espero poder retribuir alcançan-do, quiça superando, o que vocês em mim confiam.

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> Ranking Brasil

Entenda a Briga no topo do Ranking

Cinco respostas sobre as chances de trocas de posição no fi m da temporada

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O Ranking Brasil chega na sua reta fi -nal e fi zemos uma análise sobre as chances dos favoritos

1 – Krikor vai terminar o ano como número 1, ou Fier pode ainda al-cança-lo?

Para terminar o ano como número 1, qua-se tudo que Krikor tem que fazer é apare-cer. Por outro lado, para roubar a liderança do atual Campeão Brasileiro, Fier tem que continuar a ganhar grandes torneios mun-do afora. Concretamente, Krikor ganhou 888 pontos a mais do que Fier este ano. A chance de termos outros torneios com grandes pre-miações no Brasil são bem escassas este fi nal de ano, mesmo assim se ele fi car sem jogar, corre o risco de ver Fier o ultrapas-sar.

2 – Everaldo Matsuura e Yago San-tiago estão fora da briga pelo tí-tulo?

Ambos ainda possuem pequenas chances, mais tem que jogar e ganhar muitos tor-neios abertos e torcer para Fier e Krikor não jogar ou ir mal nos que participarem.

3- Fier está seguro no segundo lu-gar?Não, e Matsuura está mais perto do

que você pode imaginar. Olhando os resul-

tados desta temporada, eles estão separa-dos por apenas 263 pontos, neste momen-to. Isto é ligeiramente inferior a um título de um Torneio IRT Aberto. Para terminar o ano como número dois, Fier precisa, mais ou menos, corresponder os resultados de Matsuura nos últimos tor-neios do ano. Se desistir de jogar torneios abertos, Alexandr com certeza será ultra-passado.

4- A briga pelo Top 5 está decidi-da ou podemos ter alguma mu-dança

As primeiras quatro posições estão bem defi nida, apenas a quinta posição está um pouco em aberto, com 4 jogadores brigan-do ombro a ombro por ela em uma dife-rença de apenas 500 pontos, o equivalen-te a uma vitória numa etapa do Aberto do Brasil de xadrez pensado.

5 – Alguém mais pode entrar na briga pelo top 10?Ainda temos 3 meses e meio para o

fi nal do ano, e com certeza muitas posi-ções intermediárias irão se alterar, entre-tanto esses jogadores postulantes devem jogar mais eventos e buscar a vitória para terminar o ano no top 10.

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top 10 setembroKriko MekhitarianPremiação: R$ 19,729 reaisPontos: 4087Variação: 0

ALEXANDR FIERPremiação: R$ 38,834 reaisPontos: 3199Variação: +2

EVERALDO MATSUURAPremiação: R$ 8,635 reaisPontos: 2936Variação: -1

4º YAGO SANTIAGOPremiação: R$ 8,820 reaisPontos: 2708Variação: -1

5º EVANDRO BARBOSAPremiação: R$ 5,059 reaisPontos: 1568Variação: +1

6º RAFAEL LEITÃOPremiação: R$ 27,430 reaisPontos: 1428Variação: -1

7º LUCAS AGUIARPremiação: R$ 2,840 reaisPontos: 1284Variação: +36

8º CHARLES GAUCHE Premiação: R$ 1,550 reaisPontos: 1042Variação: +23

9º PAULO JATOBÁPremiação: R$ 1,950 reaisPontos: 966Variação: +15

10º EDUARDO MUNOAPremiação: R$ 1,870 reaisPontos: 930Variação: -3

Ranking Completo no site:www.revistameiojogo.com

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A HUMILDADE DE UM GRANDE MESTRE

Entre todos os acontecimentos que houve na primeira rodada, o que mais chamou a aten-ção foi o que fez o GM Everaldo Matsuura em

sua partida contra a jovem Eymi Montufar, na mesa cinco. Eymi veio de carro com sua família de Minas Gerais e acabou chegando atrasada ao evento. Ao chegar ao salão, viu o seu tempo quase acabando. Surpreendendo a todos, Everaldo chamou o árbitro chefe e pediu para os tempos fossem somados e pos-teriormente divididos igualmente. A partiu seguiu as-sim de forma normal e Matsuura acabou vencendo o jogo. Essa não é a primeira vez que ele faz algo do tipo. Ano passado no mesmo evento, ocorreu situ-ação semelhante, porém com um jogador de quase 2300 de rating. Matsuura agiu da mesma forma que com Eymi.

Aconteceu em um Torneio

Onde:? III Aberto de MaringáQuando? 24 a 28 de julho

Local: Maringá Country ClubPremiação: R$ 20 mil reais

Eimy x Matsuura

Matsuura já fez este Fair Play em várias outras

situações.

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