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Artigo apresentado em sessão de Comunicação no VII Seminário Internacional AS REDES EDUCATIVAS E AS TECNOLOGIAS: TRANSFORMAÇÕES E SUBVERSÕES NA ATUALIDADE, disponível em: http://www.seminarioredes.com.br/Co-autoras: Keli Cristina de Mattos e Mara Lucia Monteiro Cruz.TRANSCRIPT
VII Seminário Internacional – As Redes Educativas e as Tecnologias: transformações e subversões na atualidade • 2013
MEDIAÇÕES PRESENCIAIS E ONLINE NO
PROCESSO DE ENSINOAPRENDIZAGEM DE ALUNOS
COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Alice Maria Figueira Reis da Costa(*)
O CONTEXTO DAS MEDIAÇÕES PRESENCIAIS E ONLINE
A educação de pessoas com deficiência intelectual no século XXI acontece em espaços
multirreferenciais de aprendizagem com toda a interatividade potencializada pelos usos das
tecnologias digitais. O processo de ensinoaprendizagem1 de pessoas com deficiência intelectual tem
sido um desafio para professores especialistas da área de Educação Especial.
O presente artigo tem por objetivo discutir a utilização, por alunos com deficiência
intelectual, de instrumentos digitais de aprendizagem online, em uma escola especializada, com o
objetivo de favorecer o processo de letramento destes educandos. Para tal, focaremos nossos
mapeamentos, análises e mediações com grupos de alunos em fase de adolescência, fase de
transição entre a infância e idade adulta, com deficiência intelectual, com idade entre 12 a 17 anos.
Letramento digital aqui será entendido de forma ampla, a partir da definição de Martín (2003),
segundo a qual o letramento digital (“ler e escrever multimídia”) deve fazer parte da alfabetização
múltipla, isto porque o processo de aquisição da leitura e escrita é ampliado com a utilização do
computador, ou ambiente digital. O primeiro relato consiste na realização da pesquisa Práticas de
letramento digital em ambiente virtual de aprendizagem para alunos com deficiência intelectual2 e,
em seguida, um relato de desenvolvimento de atividades pedagógicas com o uso das tecnologias
digitais, por professoras-pesquisadoras da instituição Faetec/RJ, com ampliação do grupo de alunos
em relação ao primeiro relato, em ambientes online abertos, considerando a imprevisibilidade dos
espaços multirreferenciais de aprendizagem na relação dialógica tecida com os alunos.
(*)
Professora-pesquisadora da Fundação de Apoio a Escola Técnica (FAETEC)/ CAEP Escola Especial Favo de Mel,
RJ. Voluntária participante do Grupo de Pesquisa Docência na Cibercultura (GPDOC).
1 Para Alves (2006), em suas Pesquisas nos/dos/com os cotidianos das escolas na busca em superar as dicotomias do
modo de criar ciência, indicou esta necessidade através da maneira como escrevemos certos termos. Outros termos
assim escritos aparecerão: dentrofora, aprenderensinar, etc.
2 Pesquisa de doutorado em curso, desenvolvida por Mara Monteiro da Cruz, orientada por Rosana Glat e Edméa
Santos, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com financiamento da CAPES
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BREVE HISTÓRICO DOS USOS DO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA NA
ESCOLA
A implantação e o uso do laboratório de informática ocorreram há aproximadamente dez
anos no Centro de Atendimento Especializado Profissional (Caep ), Escola Especial Favo de Mel e,
visava atender uma política de inclusão digital institucional da Fundação de Apoio a Escola Técnica
(Faetec/RJ) em suas diferentes Unidades Escolares.
No laboratório de informática da escola havia treze máquinas com Kit multimídia, uma
impressora jato de tinta, conexão banda larga para acesso a Internet onde foram iniciadas atividades
de conhecimento do computador e dos aplicativos de “escritório” (Editor de Texto, Planilha,
Apresentação, Desenho), inspiradas nos cursos de informática da década de 90 visando à
profissionalização dos alunos com deficiência intelectual dos cursos de Formação. Desta forma, o
professor de Informática ensinava os alunos a ligar e desligar um computador, digitar o nome
próprio, contudo a mediação dos colegas, principalmente das turmas do pedagógico (6 anos aos 17
anos) cooperaram para o desenvolvimento de outras atividades em softwares/sites a partir dos
conteúdos trabalhados nas aulas, por exemplo, a identificação da imagem, transcrição do nome,
inclusive com as fotos dos alunos. Alguns destes softwares eram tutoriais, pois possibilitava o
avanço de tela e da atividade a partir da resposta correta a primeira questão, considerando as
respostas previstas pelos professores autores dos softwares. Estes eram utilizados pelos alunos das
turmas do pedagógico e da Formação Inicial continuada, núcleo profissionalizante - FIC, ciclo I e II
do núcleo pedagógico.
METODOLOGIA
As interlocuções que tivemos com os professores, alunos e pais envolvidos nestes processos
de ensinoaprendizagem das turmas especiais foram orientadas pelas metodologias da pesquisa-ação
(Barbier, 2002), a epistemologia da prática (STENHOUSE; LESSARD, 2005 apud D’ÁVILA,
2008, p. 37), e a pesquisa-formação (SANTOS, 2005; NÓVOA, 2004).
O esquema de pesquisa-formação em ambientes online, figura 1, nos permitiu compreender
o processo de ensinoaprendizagem com alunos com deficiência intelectual em interatividade
nos/com os ambientes online de aprendizagem utilizados neste estudo. Considerando, que o
processo contínuo das mediações entre professores e alunos, serviram para o desenvolvimento de
outros usos de imagens, vídeos, editores de textos, associações de ideias, composições e conversas
sobre os temas que foram trabalhados nas aulas.
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Os usos de tecnologias como o flipchart também chamado painéis, murais na escola, canetas
com pontas de diferentes espessuras e cores, a regulagem do espaçamento entre linhas e tamanho de
letras, materiais de diferentes texturas e estados físicos, a navegação espontânea em sites/softwares,
assim como as atividades dirigidas nas aulas com computadores em rede, foram planejadas e
propostas a partir do feedback de nossos alunos e professores, diante de dificuldades, facilidades ou
outros saberesfazeres que emergiram nas aulas.
Os usos das tecnologias digitais em sala de aula presencial com uso de ambientes online
implica em considerar a performance do professor-tutor em ambientes online de aprendizagem,
conforme apresentado no esquema a seguir:
Figura 1: Esquema de pesquisa-formação em ambientes online (COSTA, 2010).
O esquema de pesquisa-formação em ambientes online apresenta o papel do professor-tutor
presencial muito próximo ao professor-pesquisador de sua própria prática no contexto da escola
especial, pois estes se permitiram refletir sobre a sua própria prática, sempre em busca de táticas e
estratégias que contemplassem as demandas de seus alunos e colegas professores, inclusive
cocriando outros saberesfazeres, conhecimentos, num processo de (re)invenção contínua e de suas
mediações, da seleção, construção e proposta dos objetos de aprendizagem que propiciassem a
formação humana autônoma de seus alunos e dos professores-pesquisadores envolvidos no processo
educacional.
Desta forma, foi possível (re)construir o esquema das metodologias das redes educativas
contemporâneas em uma escola especial, figura 2.
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Figura 2: Esquema das metodologias das redes educativas contemporâneas.
Segundo D’Ávila (2008),
A epistemologia da prática busca o reconhecimento de um saber oriundo, mobilizado
e reconstruído nas práticas docentes. Busca compreender e elucidar a produção de
saberes no bojo da experiência docente – saberes subjetivos que se objetivam na ação.
(D´ÁVILA, 2008, p. 37).
Desta forma, as (re)configurações das situações de aprendizagens vividas podem
transformar o saberfazer e o conhecimento pedagógico a todo instante, considerando a pluralidade
da própria pedagogia.
PRÁTICAS DE LETRAMENTO DIGITAL EM AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Alunos com deficiência ainda enfrentam muitos preconceitos e desconfiança em relação às
suas possibilidades de aprendizagem, principalmente de alfabetização. Apesar de termos a
consciência de que há diferentes tipos de comprometimento, principalmente marcados por
diferentes histórias de vida, com mais ou menos convívio social e busca por estimulação,
acreditamos que os limites e possibilidades de alfabetização não podem ser definidos a priori
segundo a correspondência com níveis de deficiência detectados por avaliação médico-psicológica.
O diagnóstico médico não é uma sentença, mas parte de um grande quebra-cabeça de peças
fundamentais para conhecer o educando. Seu valor é inquestionável, porém, é dever da instituição
escolar questionar os prognósticos educacionais. A família que leva seu filho pequeno a uma
consulta médica e sai de lá com a notícia de seu filho terá graves transtornos na aprendizagem pode
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acarretar uma postura de superproteção e baixa expectativa, prejudicando de forma indelével o seu
desenvolvimento, que necessita de mais estimulação e suporte quanto maior for o
comprometimento. Esta postura acaba interferindo no autoconceito do aluno enquanto aprendiz,
como se pode observar n a declaração a seguir:
Eu não sei ler e escrever. O médico me explicou que eu tenho uma parte viva e uma
parte morta, aqui no cérebro. Agora, não dá mais para abrir a cabeça e botar as letras.
(Declaração de aluna de 40 anos, com deficiência intelectual) (CRUZ, 2004, p. 30).
O conceito mais atual de deficiência intelectual proposto pela American Association on
Intellectual and Developmental Disabilities (AAIDD) é caracterizado como “social-ecológico”
porque considera que:
− as limitações no funcionamento atual devem ser consideradas a partir do contexto
social, das características de sujeitos de mesma faixa etária e cultura;
− a avaliação deve ponderar a diversidade cultural e linguística, bem como as
diferenças na comunicação, nos fatores sensoriais, motores e comportamentais;
− as limitações do indivíduo coexistem com as potencialidades;
− um objetivo importante de se descrever limitações é traçar um perfil de suportes
necessários para este indivíduo;
− com os suportes apropriados, personalizados, oferecidos durante um determinado
período, o desenvolvimento do sujeito com deficiência intelectual tende a melhorar.
(LUCKASSON et al., 2002, p. 118).
Neste sentido, a teoria de Vigotski (1997) pode fundamentar a prática pedagógica, indicando
a cultura como lócus onde o aluno deve ser imerso a fim de que suas potencialidades sejam
desenvolvidas. Caso contrário, acentuam-se as características da deficiência, causando o que o autor
chama de complicações secundárias:
[...] o desenvolvimento incompleto das funções superiores está relacionado ao
desenvolvimento cultural incompleto da criança mentalmente atrasada, à sua exclusão
do ambiente cultural, da ‘nutrição’ ambiental. [...]
Com frequência as complicações secundárias são o resultado de uma educação
incompleta. (p. 144)
Vigotski (1997) demonstrou a importância da cultura para o desenvolvimento das crianças
em geral e daquelas com deficiência em especial. O autor postula que o “desenvolvimento cultural”
da criança reestrutura seu pensamento, modificando o curso de seu desenvolvimento biológico, a
partir da compensação da deficiência. Como exemplo, podemos citar a escrita em Braille,
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desenvolvida para possibilitar que as pessoas cegas realizassem a leitura, ou ainda, a Língua de
sinais, que permite o desenvolvimento da linguagem de pessoas surdas. E para pessoas com
deficiência intelectual? Que elementos da cultura têm favorecido o desenvolvimento de seu
pensamento?
Se reunirmos um grupo de jovens com esta deficiência em uma roda de conversa,
descobriremos que muitos usam computadores, principalmente para jogar e acessar vídeos de
músicas.
Tendo em vista estes pressupostos, foi iniciado o trabalho de letramento digital dos alunos
da Escola Especial Favo de Mel, a princípio com a pesquisa Práticas de letramento digital em
ambiente virtual de aprendizagem para alunos com deficiência intelectual.
O ambiente virtual de aprendizagem (AVA) é um sistema utilizado em atividades através da
Internet. Neste espaço, a interação entre os participantes é mediada pelos recursos das tecnologias
digitais (hipermídia3), bem como pelos professores. Através do AVA, o aluno pode acessar os
conteúdos de sua cultura de forma praticamente ilimitada, o que não ocorre com nenhum outro
recurso didático.
Esta pesquisa seguiu os princípios metodológicos da pesquisa-ação crítico colaborativa
(PIMENTA, 2006). Em um primeiro momento, foram realizadas entrevistas com os professores e
com os responsáveis dos alunos indicados para participar da pesquisa. Em seguida, a metodologia
foi desenvolvida na interação com os alunos e professores, em encontros semanais no laboratório de
informática. A pesquisadora realizou observação-participante, fazendo registros em vídeo e também
em um diário de campo.
Os encontros iniciavam e eram finalizados com uma roda de conversa. No momento inicial,
eram discutidos assuntos de interesse dos alunos, a maioria deles sugerido pelos próprios estudantes
no encontro anterior. Na roda de conversa final, eram avaliadas as atividades realizadas e os alunos
eram convidados a sugerir o tema do próximo encontro.
Este incentivo da oralização tinha por objetivo favorecer o desenvolvimento da expressão
oral, além de permitir que os alunos falassem sobre suas preferências, anseios e desejos. Este
momento tinha em vista, também, a necessidade de provocar o debate e levar os alunos a refletir, no
grupo, sobre temas atuais, organizando as ideias e identificando assuntos para pesquisar na Internet
e escrever sobre.
3 Resultado da integração de texto, imagens fixas e em movimento, som e música.
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Em seguida, os alunos deveriam escrever uma frase sobre o assunto da roda de conversa
utilizando um software de apresentação. A escrita era feita em três etapas:
1. Escrita espontânea: o aluno escrevia livremente uma frase sobre o assunto discutido na
roda de conversa;
2. Escrita com feedback corretivo: a escrita era refeita pelo aluno, com mediação do
professor;
3. Divisão das palavras em sílabas: Os alunos deveriam descobrir a quantidade de sílabas de
cada palavra. A pesquisadora ou o professor abria o número correspondente de caixas de texto para
que preenchessem. Esta etapa visava ajudar os alunos a perceber características da linguagem
escrita que são diferentes da linguagem oral, como a divisão de palavras e sílabas.
Eram utilizados os recursos de animação deste aplicativo para que o aluno fizesse a análise e
síntese do texto escrito por ele próprio. Para tanto, a animação era personalizada para que a sílabas
fossem mostradas na tela em uma sequência, para possibilitar a leitura do texto, como no exemplo
abaixo:
Figura 3: Esquema explicativo de slide (produção escrita do aluno Tiago4, em 02/04/2012)
Tendo concluído esta etapa, os alunos podiam ler o texto a partir do movimento das caixas
com as sílabas, identificando-as em sequência. Depois, deveriam escrever novamente a frase, sem
ajuda, em um segundo slide, a fim de que a segunda escrita fosse comparada com a primeira, como
na figura 4.
4 Nome fictício, utilizado para proteger a identidade do aluno.
1. Escrita espontânea
2. Escrita com feedback corretivo
3. Divisão das palavras em sílabas
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Figura 4: Segundo slide elaborado por Tiago, em 02/04/2012).
Os alunos utilizavam um site de buscas para pesquisar figuras que ilustrassem suas frases,
utilizando a escrita em outro programa, onde podiam perceber a importância da escrita de acordo
com um padrão convencional (se não digitassem a palavra corretamente, não conseguiam encontrar
as figuras que procuravam).
Com o desenvolver da pesquisa, outros programas da internet foram utilizados, como jogos
(exemplo: Letroca5), desafios (Akinator, o gênio da Internet
6), elaboração de caricaturas
7, acesso a
revista eletrônica8, videoclipes
9, provedor de mensagens (envio de e-mails). Nos últimos encontros,
foram realizadas atividades em uma AVA, desenvolvido especialmente para a pesquisa,
denominado AVALER (Ambiente Virtual de Aprendizagem e Letramento).
O AVALER foi desenvolvido a partir dos princípios da Teoria da Flexibilidade Cognitiva –
TFC (SPIRO et al., 1987; SPIRO, JEHNG, 1990, SPIRO et al.,1995). A TFC aplica-se a qualquer
área de conhecimento (CARVALHO, 2011) e tem fundamentado o desenvolvimento de atividades
com hipermídia que favorecem a aquisição de conhecimentos complexos e a transferência do
conhecimento para novas situações (CARVALHO, 2002).
5 Jogo de combinação de letras disponível em www.fulano.com.br>. Acesso em: jan. 2013..
6 Disponível em: <http://pt.akinator.com/>. Acesso em: jan. 2013.
7 Disponível em: <http://www.faceyourmanga.com/>. Acesso em: jan. 2013.
8 Disponível em: <http://veja.abril.com.br/>. Acesso em: jan. 2013.
9 Disponível em: <http://www.youtube.com/>. Acesso em: jan. 2013.
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São considerados conhecimentos complexos os intermediários entre o nível inicial (ou
introdutório) e o nível avançado de aquisição de conhecimento. Domínios destes conhecimentos
não são uniformes, nem lineares. São irregulares, dependem do contexto para ter um sentido pleno e
não são categorizáveis, pois não possuem características bem definidas que permitam a
classificação. Nos domínios complexos, a aquisição de conceitos e a compreensão de conteúdos
depende da aplicação de conceitos variados e relacionados de forma irregular (SPIRO et al., 1987,
SPIRO et al., 1991).
O ensino destes conteúdos não deve ser feito de forma superficial ou através da simples
exposição ao assunto, por exemplo. É importante, desde o nível introdutório, favorecer o
desenvolvimento de múltiplas visões do mesmo assunto, a fim de aprofundar o conhecimento e
possibilitar sua transferência para outros contextos.
Tendo em vista estes pressupostos, e o interesse dos alunos pelos videoclipes, o Avaler foi
desenvolvido a partir de uma música, “Debaixo dos caracóis dos seus cabelos”, de Roberto Carlos e
Erasmo Carlos. A escolha se deu porque um dos alunos costumava cantá-la para a professora,
associando-a aos seus cabelos cacheados.
Foi escolhido um videoclipe com imagens claras e inseridas legendas com a letra da canção.
Para que as informações do Avaler fossem acessíveis aos alunos, a fim de que se sentissem cada
vez mais motivados, foram observadas as recomendações do Guia Change10
para a produção de
documentos de fácil leitura. Também foram inseridos arquivos de áudio ao lado dos textos (como
os enunciados das atividades, por exemplo) para facilitar a compreensão das propostas e navegação
pelo site.
O design do Avaler foi idealizado de forma a facilitar o acesso aos alunos aos pequenos
textos, evitando-se excesso de estímulos ou elementos infantilizados, considerando a faixa etária
dos educandos (fig. 5).
10
How to make information accessible. A guide to producing easy read documents. Disponível em: <http://www.
changepeople.co.uk/freebies-download.php?id=30>.
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Figura 5: Tela do Avaler.
Havia, também, atividades elaboradas a partir do conteúdo da música. As atividades foram
produzidas com o software Hot Potatoes11
. As mensagens de incentivo e, principalmente, a
mensagem de acerto, quando surgia na tela um emoticon, incentivavam os alunos a realizar as
atividades (figura 6).
Figura 6: Mensagem de acerto da atividade “Escolha a palavra correta”
Os alunos utilizaram o Avaler em duplas, livremente. Ao assistir o vídeo, tentavam
acompanhar as legendas e cantar a música. Ao concluir esta atividade, eles deveriam registrar, no
software de apresentação, o que haviam aprendido. Eles escreveram palavras e frases relacionando
11
Disponível em: <http://hotpot.uvic.ca/>. Acesso em jan. 2013.
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o conteúdo do Avaler ao seu cotidiano, o que atesta que compreenderam o texto e fizeram
associação de ideias, como se pode ver na produção de Tiago:
FAEGOS (flamengo)
ALILIXADEPIRE ( Alexandre Pires)
XUXA
TIMAIAR (TIM Maia)
GUBERTOGIO ( Gilberto Gil)
DAJOLOSONATUROTEPOMESDIOS (música religiosa: "dos seus olhos , natural,
tem promessa”)
NOSCIRORA (Nossa Senhora)
Os alunos escrevem o tempo todo. E ficam muito felizes quando a gente consegue ler
e desandam a escrever... Ficam muito interessados. (Diário de campo da pesquisadora,
em 30/10/2012).
DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES COM O USO DAS TECNOLOGIAS
DIGITAIS
A realização de atividades mediadas pelo uso de computadores (desktop e notebook),
vídeos, na Internet entre outros recursos tecnológicos já faziam parte das aulas nesta instituição, em
ações pedagógicas isoladas e exploratórias de alguns professores.
O registro das atividades em vídeos, fotos e portfólio foi uma forma de trabalho utilizada no
ano 2012, por uma professora na instituição como podemos mapear no seguinte relato:
[...] Tais ações exigem uma combinação de habilidades para serem executadas pelos
alunos, e que podem ser observadas na verificação do registro e analisadas de forma
clara em diálogos com o grupo, que discute a qualidade das imagens e quais serão
descartadas e quais podem ser utilizadas para produção de um registro final. Tal
visualização rápida do trabalho no computador favorece a criatividade, ao testar várias
hipóteses, tentar diferentes caminhos e estratégias na escolha das imagens, utilizando
os recursos diversos orientados pelo professor eles optam por cores, molduras, sons
entre outros. Na visualização final do filme produzido e editado os alunos relembram
momentos, pessoas e locais que faziam parte de cada imagem ou vídeo, estimulando
assim a memória visual, espacial e temporal dos alunos.
Na alfabetização foi utilizado o processador de texto Word para a construção da
leitura e da escrita. A letra utilizada em maiúscula facilitando a identificação no
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teclado, e o uso de um teclado colorido em que números e letras são diferenciados por
cores, facilitou a visualização para os alunos [...] faziam tentativas de escrita com
orientação verbal e visual para identificação dos fonemas que compõe o próprio nome.
(Relato da Professora do Ciclo I, 2013).
Com a chegada de alguns professores concursados e com a disseminação dos usos das redes
sociais de Internet que ressignificaram, e ainda o fazem, o cotidiano da Comunidade Escolar
dentro/fora dos muros da escola, no sentido de permitir outras vivências espaçostemporais e
inclusões destes alunos com deficiência intelectual, em aulas mais interativas e online, com a
criação do Blog Alfabetização Especial, disponível em <http://alfaespecial.blogspot.com.br/>.
Durante as primeiras aulas a professora do Ciclo II ano 2 iniciou o trabalho em sala de aula
utilizando um notebook para a mediação e desenvolvimento de atividades. Os alunos com idade
entre 12 e 17 anos, tinham conhecimentos prévios sobre o uso básico do computador. Em uma
conversa informal com o grupo, pode perceber que cinco alunos possuem computador em casa e o
utilizam para jogos e visitas em sites de busca para cenas de filmes e vídeos de músicas e cantores
preferidos, com autonomia parcial, pois relataram auxilio de algum familiar. Conhecem redes
sociais, porém não utilizam com independência, três deles relataram detalhes sobre participação em
redes sociais de irmãos e pais.
Alguns alunos se detêm em uma atividade específica, talvez segundo seu próprio estilo
aprendizagem, mesmo que o objetivo da atividade seja outro semelhante, cada aluno terá o seu nível
de desenvolvimento respeitado, avançando sempre conforme suas possibilidades e o seu ritmo de
aprendizagem, das “reações mais lentas, mais inertes e mais viscosas” (LURIA, 1964 apud
AMARO, 2007).
ATIVIDADES E DESENVOLVIMENTO DO BLOG ALFABETIZAÇÃO ESPECIAL
A princípio nossos alunos em fase maturacional de adolescência que já tinham e usavam o
software/site Facebook12
, uma rede social da internet (RECUERO, 2009) de significativa potência
em termos comunicacionais, sociais entre outras áreas de conhecimento desde o ano 2004, quando
foi fundado. Contudo, de acordo com a legislação vigente em nosso país, Brasil, crianças e
adolescentes não deveriam usar ter perfis online, conforme a Constituição e leis.
12
Disponível em: <http://www.facebook.com>. Acesso em: jan. 2013.
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De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), lei 8.069/199013
, art. 2º
“Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e
adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade.”
No capítulo II, art. 15. “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à
dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos
civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis”. As situações de vulnerabilidade dos
praticantes das redes sociais continuamente ainda são divulgadas nos meios de comunicação de
massa, demonstrando casos de infortúnios de acordo com a legislação em vigor e o respeito aos
direitos humanos.
Para compreender a vulnerabilidade destes jovens e de seus responsáveis, criamos um perfil
fake (falso) no Facebook para uma adolescente de treze anos de idade, a informação passou pela
aprovação do sistema sem qualquer aviso ou restrição de acesso, devido à idade do usuário, veja o
perfil criado e apresentado na figura 7.
Figura 7: Perfil fake de uma adolescente com 13 anos de idade.
Os administradores e responsáveis do site Facebook apresentaram a seguinte medida de
segurança, de acordo com a figura 8:
13
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso em: abr. 2013.
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Figura 8: Medida de segurança adotada pelo Facebook.
Certamente usaram o capítulo III seção 1, art. 22. do ECA que dispõe: “aos pais incumbe o
dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais”.
Contudo, algumas questões ficaram em aberto, ao considerarmos que alguns dos
responsáveis de nossos alunos com deficiência intelectual não dominavam a interface do site
Facebook, nem sabiam ligar um computador. Sabemos que crianças e adolescentes estão sob
responsabilidades dos seus pais ou tutores perante as leis, mas o controle nas redes sociais da
internet, em especial, se tornou um desafio. Diante desta vulnerabilidade e conseguintes desafios,
produtos também do fenômeno da Cibercultura, o Ministério Público Federal criou um site
Turminha do MPF14
visando contribuir com orientações para crianças, adolescentes e seus
responsáveis.
Em conversas tecidas com os alunos em sala de aula, as professoras apresentaram a intenção
em trabalhar com softwares/sites, esta suscitou nos alunos uma resposta espontânea sobre o uso do
Facebook, devido a popularidade deste suporte e meio de rede social da internet; contudo o uso da
interface Blogger15
a princípio atendia as intenções pedagógicas de acesso e interatividade entre
professores-alunos, alunos-alunos, pais-alunos no momento para o início desta proposta. Há
necessidade de situar o aluno em uma interface que o oriente a navegação e realização das
atividades, inclusive para não ficarem como meros espectadores no site Youtube16
, como foi
possível constatar na realização de um dia de atividade livre na Internet. Os resultados registrados
no diário de itinerância de uma das professoras foram o seguinte:
14
Disponível em: <http://www.turminha.mpf.gov.br/. Acesso em: jan. 2013.
15 Disponível em: <http://www.blogger.com/home. Acesso em: jan. 2013.
16 Disponível em: <http://www.youtube.com. Acesso em: jan. 2013.
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A preferência dos alunos foi por assistir vídeos na Internet pelo site YouTube –
músicas, novelas, histórias infantis; (100%)
Assistir vídeos pelo site Facebook - música; (25%)
Ver fotos dos colegas no site Facebook; (25%)
Pesquisa sobre um lugar especial (viagem de aniversário que acontecerá em maio/13);
(12,5%)
Acessar o Blog Alfabetização Especial copiando o endereço escrito no quadro-branco
desde a aula anterior; (12,5%) (Diário de itinerância da professora, 2013).
Com base nestes resultados foi possível ratificar a pouca atividade destes alunos em casa e,
principalmente na escola. Pois, o polo de emissão não é mais unidirecional (um-todos), apesar de
sabermos que as mídias de massa tem grande poder de influenciar os comportamentos humanos, a
história da Educação Especial, as condições econômicas, de cuidados e educação das famílias de
pessoas com deficiência intelectual ainda apresentam uma socialização e participação-interventiva
na sociedade pouco significativa. Estes alunos em processo de ensinoaprendizagem são
incentivados, estimulados a pensarem em possíveis soluções a um só problema, em fazer de um
jeito diferente alguma coisa entre outras atividades intelectuais.
Na interface do Blog Alfabetização Especial iniciamos com atividades contextualizadas em
sala de aula sob o tema “Ressurreição de Cristo e Páscoa” com sondagem sobre o tema, contação de
história, ilustração dos símbolos da Páscoa e escrita dos respectivos símbolos construída no painel
pela professora com ajuda dos alunos e no caderno pelos alunos com mediações das professores,
inclusive sobre a “estética” dos desenhos, pesquisa-entrevista com a família e em diferentes mídias
sobre outros símbolos da Páscoa, conversa sobre os resultados trazidos por cada aluno, na interface
do Blog Alfabetização Especial associamos atividades de pintura, outras histórias, através de
imagens com fundo musical e texto, sem a leitura do texto vinculado a história, a ausência do áudio
foi uma crítica que tecemos a este software específico, contudo no momento foi o possível cabendo
as professoras a leitura individual com os alunos, conforme o avanço das telas pela sequência
numérica de 1 a 5, questões dirigidas que foram respondidas na interface do blog com o uso do
Google Docs, uso de jogos online sobre o tema selecionados por uma das professoras, a construção
coletiva do texto receita de Brigadeiro no painel, aula prática da receita, composição coletiva da
“Ceia de Páscoa” com a colaboração de alunos de outras turmas, partilha da ceia.
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É importante dizer que softwares de diferentes autores socializados na internet foram
incorporados ao blog, considerando a necessária apropriação pedagógica sobre os objetos de
aprendizagem existentes na rede.
A contação dialogada de outras histórias em sala de aula seguida da ilustração e escrita dos
personagens no painel e no caderno, ambas mediadas pelas professoras e alunos originaram outras
atividades no Google Docs (editor de texto, apresentação, desenho, formulário) na interface do
blog, contudo a limitação destas interfaces do Google Docs evidenciaram a necessidade de uma
equipe multidisciplinar para o desenvolvimento das atividades pensadas pelas professoras a partir
do currículo construído coletivamente, enfim, os conhecimentos técnicos em ação colaborativa
poderiam ampliar a potência destes objetos de aprendizagem.
Outras atividades continuam em desenvolvimento com os alunos considerando o que
Bárbara Rogoff (1993 apud SPRITZER, 2009) diz sobre a relação dialógica dos aprendentes com os
espaçostempos vividos. Assinala que
[...] cada geração de indivíduos em qualquer sociedade herda, além de seus genes, os
produtos da história cultural, que incluem tecnologias desenvolvidas para apoiar a
resolução de problemas: sistemas linguísticos, que organizam as categorias da
realidade e estruturam o modo de se aproximar das situações; atividades que, como
resultado da alfabetização, permite recolher informação e transformá-la mediante a
escrita; sistemas matemáticos que permitem se acercar de problemas numéricos e
espaciais, e instrumentos mnemotécnicos que ajudam a manter a informação na
memória ao longo do tempo (ROGOFF, 1993 apud SPRITZER, 2009, p. 169).
Pensar o material didático em diferentes mídias implica em construir diferentes
retextualizações sobre o texto original ou mesmo sobre uma ideia. Nesta construção próprio
desenho didático, em movimento e com toda a imprevisibilidade dita pela Pedagogia do Parangolé
(SILVA, 2007)
O parangolé rompe com o modelo comunicacional baseado na transmissão. Ele é pura
proposição à participação ativa do "espectador" - termo que se torna inadequado,
obsoleto. Trata-se de participação sensório-corporal e semântica e não de participação
mecânica. Oiticica quer a intervenção física na obra de arte e não apenas
contemplação imaginal separada da proposição. O fruidor da arte é solicitado à
“completação” dos significados propostos no parangolé. E as proposições são abertas,
o que significa convite à cocriação da obra. O indivíduo veste o parangolé que pode
ser uma capa feita com camadas de panos coloridos que se revelam à medida que ele
se movimenta correndo ou dançando (SILVA, 2007).
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Cabe o professor-pesquisador fazer suas proposições dos temas a serem estudados,
através das atividades que sobretudo precisam despertar a atenção17
, estimular os
sentidos por incentivos externos que visam contribuir para despertar a motivação
interna do aluno. Silva (2007) acrescenta
Inspirado no parangolé, o professor propõe o conhecimento aos estudantes, como o
artista propõe sua obra potencial ao público. Isso supõe, segundo Thornburg &
Passarelli, “modelar os domínios do conhecimento como ‘espaços conceituais’, onde
os alunos podem construir seus próprios mapas e conduzir suas explorações,
considerando os conteúdos como ponto de partida e não como ponto de chegada no
processo de construção do conhecimento”. A participação do aluno se inscreve nos
estados potenciais do conhecimento arquitetados pelo professor de modo que evoluam
em torno do núcleo preconcebido com coerência e continuidade. O aluno não está
mais reduzido a olhar, ouvir, copiar e prestar contas. Ele cria, modifica, constrói,
aumenta e, assim, torna-se coautor. Exatamente como no parangolé, em vez de se ter
obra acabada, têm-se apenas seus elementos dispostos à manipulação.
O professor disponibiliza um campo de possibilidades, de caminhos que se abrem
quando elementos são acionados pelos alunos. Ele garante a possibilidade de
significações livres e plurais e, sem perder de vista a coerência com sua opção crítica
embutida na proposição, coloca-se aberto a ampliações, a modificações vindas da
parte dos alunos (SILVA, 2007).
Outros autores como Frigotto18
(2013) em palestra sobre o Ensino Médio integrado:
desafios e perspectivas afirmou que “tudo tem que ter um estímulo externo para o jovem ter
afetividade”. A atribuição de sentidos, o sentimento de prazer faz com que cada praticante da sala
de aula dialogue nas redes que representamos na vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os usos de diferentes interfaces comunicacionais e abordagens pedagógicas contribuíram
para a ressignificação do papel dos professores-pesquisadores e dos alunos no processo educativo,
propondo formas de pensar as adaptações curriculares no cotidiano de uma escola especial.
17
Ballone (2005) e Luria (1981) nos afirmam que “a atenção traduz o caráter direcional e a seletividade dos processos
mentais humanos”.
18 Frigotto em palestra para os professores na Faetec/RJ sobre o “Ensino Médio integrado: desafios e perspectivas”
realizada em 17/04/2013.
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Sabemos que a apropriação política dos termos inclusão/exclusão denota discussões
problemáticas, segundo os estudos de Castel (1997), Ferreira (2002) entre outros autores.
Entretanto, neste breve estudo tratamos de inclusões educacionais, pois, pelo campo educacional
podemos colaborar e cooperar nas transformações das situações de aprendizagem em qualquer outra
área do conhecimento, considerando o princípio de educar para a vida autônoma. Além do mais, as
situações de vida diária na contemporaneidade, em especial, implicam em transformar as situações
de vida social, profissional, educacional, econômica, digital entre outras áreas. Para estas tantas
outras pesquisas se fazem necessárias no campo educacional.
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RESUMO
Este artigo tem por objetivo discutir a utilização, por alunos com deficiência intelectual, de instrumentos
digitais de aprendizagem online, em uma escola especializada, com o objetivo de favorecer o processo de
letramento destes educandos. Através do norte teórico metodológico da pesquisa-ação (BARBIER, 2002), da
epistemologia da prática (STENHOUSE e LESSARD, 2005 apud D’ÁVILA, 2008, p. 37), e da pesquisa-formação
(SANTOS, 2005; NÓVOA, 2004) foi possível tecer algumas propostas educacionais e investir nas respectivas
formações descritas em dois relatos por professoras-pesquisadoras de sua própria prática. Como resultado,
obtemos algumas possibilidades de usos das interfaces comunicacionais e reflexão de diferentes abordagens
pedagógicas que contribuíram para a ressignificação do papel dos professores-pesquisadores e dos alunos no
processo educativo, propondo formas de pensar as adaptações curriculares no cotidiano de uma escola
especial.
Palavras-chave: Deficiência intelectual. Ambiente Online de aprendizagem. Letramento Digital. Educação
Inclusiva.