mediação familiar correção

Upload: adriana-lopes

Post on 08-Jan-2016

218 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

MEDIAÇÃO FAMILIAR

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE POTIGUAR UnPPR-REITORIA ACADMICAESCOLA DO DIREITOCURSO DE DIREITO

VANESSA POLYANNA LIMEIRA CAMPOS

O PAPEL DO ADVOGADO COMO MEDADOR NOS LITGIOS SOBRE O DIREITO DE FAMLIA ANTES DA SUA JUDICIALIZAO

NATAL/RN2015VANESSA POLYANNA LIMEIRA CAMPOS

O PAPEL DO ADVOGADO COMO MEDADOR NOS LITGIOS SOBRE O DIREITO DE FAMLIA ANTES DA SUA JUDICIALIZAO

Trabalho de Curso submetido Universidade Potiguar como parte dos requisitos necessrios para a obteno do Grau de Bacharel em Direito, sob orientao da Professora Mestra Claudia Vechi Torres.

NATAL/RN2015

1. INTRODUO2. MTODOS DE RESOLUO DE CONFLITOS2.1 NEGOCIAO2.2 CONCILIAO2.3 ARBITRAGEM2.4 MEDIAO3. MEDIAOFAMILIAR3.1 TIPOS DE CONFLITOS FAMILIARES3.2 PROCEDIMENTO DA MEDIAO3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA MEDIAO4. A ATUAO DO ADVOGADO MEDIADOR NOS LITGIOS DE DIREITO DE FAMLIA 4.1 UTILIZAO DA MEDIAO NO MBITO DOS CONFLITOS FAMILIARES ANTES DA JUDICIALIZAO4.2 O PAPEL DO ADVOGADO NA MEDIAO FAMILIAR4.3 O NOVO CPC E A ATUAO DO MEDIADOR JUDICIAL E EXTRAJUDICIAL5. CONCLUSO6. REFERNCIAS

O PAPEL DO ADVOGADO COMO MEDIADOR NOS LITGIOS QUE VERSAM SOBRE DIREITO DE FAMLIA ANTES DA SUA JUDICIALIZAO[footnoteRef:1] [1: Artigo apresentado Universidade Potiguar UnP como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Bacharel em Direito.]

VANESSA POLYANNA LIMEIRA CAMPOS[footnoteRef:2] [2: Graduanda em Direito pela Universidade Potiguar UnP [email protected]]

CLAUDIA VECHI TORRES[footnoteRef:3] [3: Orientadora Claudia Vechi Torres, Mestre em Direito pela UFRN, Especialista em Desenvolvimento sustentvel e direito ambiental pela UnB. Professora da Universidade Potiguar UnP [email protected].]

RESUMOO presente trabalho trata do Papel do Advogado como mediador nos litgios sobre direito de famlia antes da sua judicializao. Tem o propsito de mostrar a atuao do advogado dentro desta alternativa de resoluo de conflito. Existem diversos tipos de meios alternativos de resoluo de conflitos (so mais de 30 catalogados), porm neste trabalho ser tratadoto somente da mediao, escolhida por ser uma forma mais clere e eficaz de soluciona tais conflitos, sendo eles familiares. Uma via, que facilitara bastante ao judicirio, e que vem obtendo um bom resultado quanto qualidade processual, pois nesse procedimento as prprias partes resolvem o conflito exposto, sem a interferncia do mediador ou de um juiz. Outrora ser realizada uma breve explanao de conceitos, distines e caractersticas dos meios de resoluo de conflitos mais utilizados: negociao, conciliao e arbitragem. Sero abordados os tipos de mediao, a funo do advogado dentro dessa mediao e se ele pode atuar como tal, a funo e obrigao desse terceiro imparcial o mediador -, se essa resoluo ser mesmo uma boa alternativa para dirimir esses conflitos to frequentes no convvio familiar e que h tantos anos perdura. Tambm ser tratada de como deve ser sua implementao, suas vantagens e desvantagens e se existe algum projeto de lei que vise implementao dessa mediao junto s varas de famlia ou mesmo em outro ambiente.Palavras-chave: Mediao. Conflito familiar. Advogado mediador.

1 INTRODUOA mediao familiar uma alternativa de resoluo de conflitos onde um profissional como, por exemplo, o advogado, qualificado e neutro participara imparcialmente da construo da soluo desse conflito. Diferente das outras conciliaes do processo judicial, na mediao o advogado ou o outro profissional qualificado no emitir nenhuma opinio e muito menos ir apresentar a soluo, o papel dele ser escutar e orientar a discusso de forma imparcial para que elas sejam objetivas, pois as solues e opinies sero exclusivamente das duas partes envolvidas. A mediao importante para diminuir os transtornos causados a famlia como, por exemplo, o doloroso processo de divrcio ou de dissoluo da unio estvel, inclusive pelo fato das prprias partes terem cincia e se sentirem mais a vontade de que eles prprios esto formulando o acordo e impondo suas vontades em conjunto e no o juiz, de certa forma passando mais segurana. uma soluo que no precisara passar pela via judicial, sendo um processo bem mais rpido e eficaz, pois caso haja a mediao o acordo poder ser homologado. Entretanto, algumas indagaes surgem sobre o assunto:Pode a mediao extrajudicial ser utilizada no mbito dos conflitos familiares?Qual a funo do advogado na mediao extrajudicial? At onde vai a permisso do advogado para atuar como mediador? Quando e como ela deve ser implementada?Quais as suas vantagens e desvantagens? O presente trabalho tem por finalidade mostrar a mediao extrajudicial como novo desafio do direito de famlia, onde o advogado entra como um terceiro para atuar na resoluo dos conflitos realizando um trabalho fundamental, para que as prprias partes passem a se comunicar futuramente sem a interveno desse terceiro, alm de possibilitar que as partes em conflito cheguem a um acordo em comum. Para tanto ser diferenciada a mediao de outros mtodos de soluo de conflito, para em seguida estudar os tipos de conflitos familiares e a mediao como novo desafio do direito de famlia e boa alternativa para resoluo dos conflitos nessa rea do direito, apontando vantagens e desvantagens. Por fim, ser analisada a possibilidade do advogado atuar no papel de mediador, e a nova perspectiva da mediao no novo Cdigo de Processo Civil publicado em 2015. A presente pesquisa tem o cunho especifico de buscar uma anlise acerca das problemticas relacionadas mediao familiar extrajudicial. Dessa forma, como meio de buscar a compreenso deste meio de resoluo de conflitos, a pesquisa em tela tem o objetivo de empreender um estudo bibliogrfico, pautado nas anlises da doutrina, jurisprudncia, bem como artigos que envolvam o presente tema.

2 MTODOS DE RESOLUO DE CONFLITOSPara no fugir do assunto mediao aqui far presente uma espcie de introduo para que se possa compreender o que se tem em torno do tema a ser abordado, ou seja, sero englobadas algumas percepes acerca do que envolve a mediao. De incio importante compreender que a sociedade est passando e passou por inmeras mudanas, o que vem a ser muito normal num ciclo da vida humana. E quando se trata da famlia, no mais uma novidade, pois ela est passando por grandes transformaes em todos os sentidos. Novos modelos de famlia passaram a surgir e juntamente com isso o seu conceito vem se modificando, deixando de ser a famlia constituda por pessoas somente pela consanguinidade, pelo vinculo do matrimonio, onde famlia est ligada a um conjunto de pessoas, formando assim um casal. Em outras palavras a famlia no aquele de antigamente, constituda somente por isso exposto acima, ela vem se revestindo em sua formao por sentimentos, ou seja, vem sendo construda por vnculos afetivos. Uma dessas mudanas que gira em torno da famlia, , por exemplo, o casamento constitudo por pessoas do mesmo sexo (homossexuais), inclusive em at mesmo a adoo, em que eles podem participar do processo de adoo, para que possam adotar uma criana. Assunto esse que j vem sendo tratado em diversos artigos cientficos, assim como em trabalhos de concluso de cursos nas universidades a fora, sem nem falar em colunas de jornal, onde tambm virou notcia. E com tantas mudanas no meio familiar, no poderia deixar de vir os to famosos conflitos nelas existente, que so fenmenos inerentes a relao humana.Carlos Eduardo de Vasconcelos (2008, p.19) diz que:O conflito dissenso. Decorre de expectativas, valores e interesses contrariados. Embora seja contingncia da condio humana, e, portanto, algo natural, numa disputa conflituosa costuma-se tratar a outra parte como adversria, infiel ou inimiga. Cada uma das partes da disputa tende a concentrar todo o raciocnio e elementos de prova na busca de novos fundamentos para reforar a sua posio unilateral, na tentativa de enfraquecer ou destruir os argumentos da outra parte. Esse estado emocional estimula as polaridades e dificulta a percepo do interesse comum.Assim conclui-se que apesar de ser inerente ao ser humano, o conflito algo natural e que impossvel a sua inexistncia, ainda mais quando se tratar de uma relao interpessoal plenamente consensual.Realizadas algumas exposies acima sobre percepes que gira em torno da mediao, como o conflito, ao qual foi feito uma breve releitura do que vem a ser, sabido que junto a esses conflitos vieram alguns meios alternativos que facilitou o acesso justia para que se pudesse resolver de maneira mais prtica e eficaz tais desacordos formados na sociedade. Esses meios alternativos de resoluo de conflitos no Brasil no estoa tanto tempo em prtica como em outros pases, por exemplo, nos EUA que praticam estes meios alternativos de soluo de conflitos a bem mais tempo. Pode-se dizer que esses meios alternativos, como a mediao, ainda esto desasnando aos poucos. Levando em conta que esse meio facilitador de acesso justia, onde antigamente a nica maneira de resoluo desses conflitos era apenas no judicirio, o que s fazia aumentar mais ainda o acumulo de processos, para serem julgados, alguns em grandes volumes, outros que s vezes era s uma besteira, porm s havia esse meio judicirio - onde poderia ser solucionado, causando tambm a insatisfao das partes, o que gerava um grande desconforto na sua longa espera.Apesar do Brasil ainda est devagar em relao aos meios alternativos de soluo de conflitos, Maria de Nazareth Serpa (1999, p. 65) diz que:a presso ocasionada pelo acmulo de processos nos tribunais, em geral, por si s justifica qualquer providncia em direo ADR Alternativa para Soluo de Disputas. A maioria dos casos em disputa que envolvem questes cveis, por exemplo, no excede R$ 500,00. Este o grande universo contencioso brasileiro. O acesso ao judicirio, nesses casos, dificlimo, pelas custas, pela demora, pelo stress e principalmente pelos honorrios pagos a advogados. Quando so bons, so caros; quando so baratos, se constituem em mais um entrave para que os clientes resolvam a contento suas disputas.Quando se fala em ADR, entretanto, no se declara guerra nem a tribunais nem a advogados. Muito pelo contrrio, acena-se para um futuro prximo onde as disputas, sejam peneiradas e somente os grandes seixos, sem bitola para passarem pelas malhas no-judiciais, passem a julgamento. O que a experincia de outros pases tem revelado que as aes adequadas para o contencioso so somente aquelas com estrutura conflituosa cristalizada e que realmente demandam uma sentena para sua soluo. Pode-se afirmar que luz dos nmeros examinados que a quantidade muito pequena.Tudo isso retratado acima no nenhuma novidade, pois j existe h sculos, s que no era dado devida ateno, quanto est sendo agora. Para isso Maria de Nazareth (1999, p. 67) fala a respeito:Alternativa para solucionar disputas no novidade. Talvez seja moderno chamar de alternativo o que, em todos os tempos e lugares, foram maneiras cotidianas e imediatas de resolver problemas entre as pessoas. Comeando elo dilogo at a guerra, so incontveis e informais os mtodos utilizados pela humanidade para pr fim aos seus conflitos. Os tribunais sempre foram ltima opo. ADR no panacia do sculo XX. a institucionalizao do que vem sendo feito, desestruturada e informalmente, em matria de resoluo de disputas em todos os sculos.No entanto, importante entender que existem, dentre os diversos tipos de meios alternativos de resoluo de conflitos extrajudicial (so mais de 30 catalogados), quatro tipos muitos utilizados extrajudicialmente, os quais so bem distintos, porm possuem a mesma finalidade. So elas: negociao, conciliao, arbitragem e mediao, o enfoque do presente trabalho.

2.1 NEGOCIAOA negociao uma forma de resoluo de conflitos bem utilizada. Sua interveno na busca da solua do conflito no se d atravs de um terceiro. Dentro dessa negociao s vezes vai ser impossvel solucionar tal conflito fazendo contato direto com a outra parte envolvida e quando isso vier acontecer, uma terceira pessoa, sendo ela neutra e qualificada, atuar como um mediador para que as coisas voltem ao normal, ou seja, para que as partes voltem a dialogar.Para melhor compreenso, acerca do instituto mencionado, temos Pellegrini, Ada, Watanabe, Kazuo e Lagrasta, Caetano, conceituam a negociao dizendo que (2013, p. 52) A negociao a tcnica por meio da qual as pessoas com interesses conflitantes tentam resolver seu problema por meio de tratativas diretas.Ainda no mesmo sentido, Vasconcelos (2008, p. 35) diz que:

A negociao lidar diretamente, sem a interferncia de terceiros, com pessoas, problemas e processos, na transformao ou restaurao de relaes, na soluo de disputas ou trocas de interesses. A negociao em seu sentido tcnico deve est baseada em princpios. Deve ser cooperativa, pois no tem por objetivo eliminar, excluir ou derrotar a outra parte. Nesse sentido, a negociao (cooperativa), dependendo da natureza da relao interpessoal, pode adotar o modelo integrativo para relaes continuadas ou o distributivo (para relaes episdicas).

Assim como a mediao a negociao autocompositiva, ou seja, as partes resolvem seus prprios conflitos, negociam passivamente at chegar um consenso, sem necessitar da interveno do terceiro, que est ali apenas para eventuais questes a serem refutadas.Assim, percebe-se que a negociao como sendo em sua maioria considerada como uma tcnica possui vrios mtodos de dirimir os conflitos. A negociao usada diariamente, sendo seu procedimento muito simples e natural. Tem-se portanto, uma preocupao em fazer com que esses acordos sejam realizados e que as partes saiam satisfeitas, j que aqui a poltica ganhador- ganhador e no perdedor-ganhador.

2.2 CONCILIAONo instituto da conciliao, o terceiro que ser exclusivamente o conciliador, exercer seu papel ativamente, ou seja, ele vai tomar iniciativas com relao ao caso que estiver em tela, ir fazer recomendaes e no momento que ele tiver que repreender ele far isso, porm, diferente de outros meios de resoluo de conflitos, aqui o conciliador vai apresentar sugestes e solues para o caso, tentando dirimir ao mximo os conflitos apresentados, fazendo com que as partes saiam satisfeitas. Portanto diferente da mediao assunto ao qual ser tratado mais adiante ele exerce uma funo totalmente hierrquica, sempre tendo o objetivo especifico e central de solucionar esse conflito transformando em acordo para ambas as partes, tudo isso com base na conciliao, que est prevista no Cdigo Processual Civil.Para melhor enfatizar isso, mais uma vez Vasconcelos (2008, p. 38-39) traz o seu entendimento: A conciliao um modelo de mediao focada no acordo. apropriada para lidar com relaes eventuais de consumo e outras relaes casuais em que no prevalece o interesse comum e manter um relacionamento, mas apenas o objetivo de equacionar interesses materiais. Muito utilizada, tradicionalmente, junto ao poder judicirio, embora quase sempre de modo apenas intuitivo. Como procedimento, a conciliao mais rpida do que uma mediao transformativa; porm, muito menos eficaz.

Numa mesmo entendimento Pellegrini, Ada, Watanabe, Kazuo e Lagrasta, Caetano, salientam que (2013, p. 54):

A conciliao a tcnica no adversarial mais adequada resoluo de conflitos objetivos, como os que surgem em decorrncia de acidentes de trnsito, por exemplo. As partes no se conheciam anteriormente e o nico vnculo existente entre elas a necessidade de reparao dos danos causados. Trata-se de relacionamento meramente circunstancial.

O conciliador, como salientado acima, ele vai apresentar solues e analisar o caso em concreto, e no se aprofundar demais, at por que esse no seu objetivo.Portanto percebemos que a conciliao um mtodo com menos complexidade, muito vivel e flexvel, tendo pouca formalidade, e ter bem mais eficcia nos conflitos com natureza objetiva.

2.3 ARBITRAGEMA arbitragem a soluo alternativa de conflitos mais atual, e tem sua base jurdica fixada no Cdigo de Processo Civil Brasileiro, na lei 9.307/96e convenes, muito diferente da mediao familiar, que por enquanto no tem escopo jurdico, a no ser no novo CPC, que ser tratado mais adiante. Possuem duas naturezas jurdicas, sendo uma contratual e outra jurisdicional. Fora os efeitos ao qual confere, sendo um negativo e positivo.Vasconcelos elucida que (2008, p. 39).

A arbitragem um instituto do direito. prevista em leis e convenes internacionais, com destaque para a conveno de Nova York, de 1953... Neste caso, o papel do terceiro, diferente do que ocorre na mediao, no ser mais o de facilitar o entendimento embora na dinmica do processo arbitral isso sempre seja possvel e recomendvel -, mas o de colher as provas, argumentos e decidir laudo ou sentena arbitral irrecorrvel.

Negativos no sentido de subtrair poder jurisdicional ao juiz estatal que seria competente para apreciar a matria. Positivos no sentido de que esse poder jurisdicional passa a ser do rbitro, aps a sua aceitao e confirmao das partes. A propsito, as partes podem escolher um nmero mpar de rbitros, sendo costumeira a escolha de um ou trs. Honorrios e custas so suportados por igual pelas partes, salvo acordo noutro sentido.

A arbitragem na atualidade retratada por Tosta, Toledo e Alves, fala que (2014, p. 271):Por ela, qualquer conflito de natureza patrimonial disponvel pode ser resolvido de forma efetiva e eficaz, no mais das vezes por rbitros cujo conhecimento tcnico na rea resulta em decises precisas e muito mais adequadas que aquelas que poderiam ser buscados por outros meios, inclusive no Judicirio.

Para um conceito mais esclarecedor Carmona elucida que (1998 p. 31)

A arbitragem - meio alternativo de soluo de controvrsias atravs da interveno de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma conveno privada, decidindo com base nela, sem interveno estatal, sendo a deciso destinada a assumir a mesma eficcia da sentena judicial colocada disposio de quem quer que seja para soluo de conflitos relativos a direitos patrimoniais acerca dos quais os litigantes possam dispor.

Dentro da arbitragem, o terceiro que ir atuar o rbitro, que nesse caso quem toma decises e essa sesso se dar num ambiente privado, obtendo a autonomia das partes. Os litigantes envolvidos no procedimento quem vo escolher o rbitro, porm ele quem prolata a sentena, que dever ser cumprida integramente pelas partes no que foi acordado. imprescindvel saber que, escolhendo-o as partes este tipo de procedimento para pacificar seus conflitos, o Poder Judicirio tradicional est excluso de apreciao do mrito, a no ser que seja necessrio executar tal cumprimento ou ser necessrio pleitear a anulao da sentena em caso de vcio.Portanto, alm desse procedimento ser clere, ter uma grande eficcia e ser privado, aqui o rbitro ele considerado e equiparado a um juiz togado, j que diferente da mediao e conciliao ele toma decises e impe o que est em lei e o que interpreta como correto.

3 MEDIAO FAMILIAR

A mediao uma alternativa de resoluo de conflitos, ao qual um profissional qualificado e neutro participara imparcialmente da construo da soluo desse conflito e ir atuar como um intermediador entre as partes, fazendo com que as prprias venham a se entender. Diferente dos outros tipos de alternativa de resoluo de conflitos, aqui o mediador no emiti nenhuma opinio ou apresenta soluo. O papel dele ser apenas orientar as partes para que ambas coloquem em questo o que querem que seja acordado. As solues e opinies apresentadas durante toda discusso sero exclusivamente das partes. Esse meio alternativo ajudara a diminuir os transtornos causados por exemplo as famlias, num doloroso processo de divrcio, ou dissoluo de unio estvel. Inclusive passara mais segurana s partes, pois eles tm total cincia do quem esto formulando, impondo suas vontades em conjunto, sem a interferncia do juiz.Tal meio alternativo no necessrio passar pela via judicial, facilitando o judicirio e o prprio processo em si. E caso haja o acordo, ele poder ser homologado. uma via com muitos benefcios, tanto para o judicirio quanto para as partes envolvidas, pois haver uma grande reduo de enormes volumes de processos, que todos os dias so dado entradas, esperando um deferimento ou indeferimento, sem nem falar que alguns passam anos e anos para se chegar a uma deciso, causando insatisfao das partes.

3.1 TIPOS DE CONFLITOS FAMILIARESA famlia est e vem passando por um processo de evoluo muito grande, diante de diversos fatores. A mediao est se tornando uma alternativa de resoluo de conflitos muito utilizada, porm como dito antes, no de agora que ela vem sendo utilizada, mais sim de muitos anos atrs, em outros pases.Pelos fatores de tais mudanas, passaram a surgir vrios novos conflitos dentro do ciclo familiar. Cabe ressaltar que o conflito familiar no algo novo no mbito da famlia. J existem desde que se deu inicio a vida humana no mundo. Os conflitos esto diariamente presentes no dia-dia das pessoas. A realidade da famlia de hojeA mediao tornou-se muito vivel em todos os sentidos dentro dos conflitos familiares, pois est aos poucos tentando diminuir bastante os transtornos que havia no decorrer do processo judicial, que prejudicam tanto as famlias, inclusive suas proles. A composio familiar vem passando por grandes transformaes de instabilidade conjugal e com isso o aumento dos conflitos vem surgindo e consequentemente o grande nmero de separaes e divrcios est ficando cada vez mais numerosos, ainda mais que as relaes conjugais de hoje esto tendo uma durao muito pequena.Para melhor entender sobre o conflito, Azevedo, Andr Gomma, , explica a sutil diferena que tem entre o conflito e a disputa, j que em seu livro, no capitulo da teoria dos conflitos, ele da nfase ao assunto sobre diversos aspectos, formando um conceito explicativo do que est introduzindo neste capitulo como espirais de conflito, ou seja, a evoluo/crescimento desse conflito, como vai se dando, e mostrando suas causas originais (2009 p. 32):H autores que sustentam que uma disputa existe quando uma pretenso rejeitada integral ou parcialmente, tornando-se uma lide quando envolve direito e recursos que poderiam ser deferidos ou negados em juzo. De definies como est, sugere-se que h uma distino tcnica entre uma disputa e um conflito na medida em que alguns autores sustentam que uma disputa existe depois de demanda a ser proposta.Um conflito pode existir todavia sem que uma demanda seja proposta. Assim apesar de uma, disputa no pode existir sem um conflito, um conflito pode existi sem uma disputa.O poder do individuo dentro da mediao, est com uma abordagem da tomadas de decises e escolhas a serem feitas pelas duas partes envolvidas, sem a interferncia do terceiro que fica imparcial e neutro. Essa uma grande mudana dentro da soluo de conflitos familiares. Na mediao as partes esgotam todos os meios de negociao antes de chegarem ao extremo, que o sistema de ganhar ou perder. Dentro da mediao no existe o sistema ganhador-perdedor que aplicado no judicirio tradicional. O que existe so as partes e o terceiro, onde as duas partes saem ganhando dentro da negociao. Ou seja, o que se tem uma cooperao das partes e no uma competio, ou uma disputa de conflitos, onde um vai ter que perder.Realmente inevitvel o conflito seja ele em qualquer mbito, familiar ou no. E dentro desses conflitos existem o processo construtivo e desconstrutivo3.2 PROCEDIMENTOS DA MEDIAOPor ser o conflito, algo natural, prprio do meio familiar e da natureza humana, ele vai servir para o desenvolvimento das relaes. Dentro da mediao, os mediandos no fazem parte de uma disputa onde um ganha e outro perde. Nessa relao, as duas partes saem ganhando, ou seja, ganhar-ganhar e no perder-ganhar. O mediador ele orienta as partes para que cheguem sozinha a um consenso. Muito diferente dos outros meios de resoluo de conflitos, ao qual existe uma disputa entre as partes e quem resolve todo ele a terceira pessoa envolvida.Segundo Vasconcelos (2008 p. 89) O procedimento de mediao pode variar em funo do modelo utilizado e, tambm, das circunstncias do caso ou do estilo do mediador.Neste tocante em seu livro, Vasconcelos explica que faz a diviso das etapas, apenas para fins didticos, dizendo que isso facilita seu andamento. Ele trata o procedimento da mediao em seis etapas. Porm antes das etapas dessa mediao se tem um pr-mediao em que mais uma vez Vasconcelos vem elucidar o que seria (2008 p. 89):A pr-mediao salvo em matria penal no uma condio sempre necessria da mediao. H situaes em que se da incio mediao sem passar por uma pr-mediao. Mas a experincia tem indicado que as entrevistas de pr-mediao contribuem para capacitao dos futuros mediandos a desempenharem os seus papis de protagonistas responsveis com maior desenvoltura. Ou mesmo para que se possa contatar alguma anormalidade que comprometa a atuao de ambas ou de alguma das pessoas envolvidas na disputa; hipteses em que os outros encaminhamentos podero ser recomendados.

Aps essa breve exposio do que vem a ser a pr-mediao que pode ser ou no um requisito para iniciao da mediao, vejamos todas as etapas da do procedimento de mediao resumidamente:A primeira etapa destinada as apresentaes e recomendaes. So explicadas as partes, como vai funcionar todo o processo enquanto fizerem parte dele.Na segunda fase, ser dado inicio a etapa das narrativas dos mediandos, onde iram expor todos os fatos para saber o que fez chegar mediao. Cabe s partes decidir quem iniciara os trabalhos, enquanto o mediador como terceiro imparcial, est a ouvir o que elas tm a propor uma outra, deixando s partes vontade, para que se expressem tudo que querem e o que sentem. Nessa segunda etapa, no momento em que os mediando tiverem alguma dvida dentro do procedimento, o mediador far perguntas para que elas possam continuar, perguntas essas que sero dentro do que os mediandos colocaram como concreto. Aqui o mediador ir orienta as partes de como proceder nesse segundo momento, como a importncia de ouvir e falar e compreender a perspectiva e os interesses do outro. Dada todas as consideraes nessa fase, e j no se te mais o que expor ou argumentar o mediador passa para outra etapa.Na terceira etapa o mediador, aps todas as perguntas as partes para saber se h mais alguma coisa acrescentar, ele expe aos mediandos um resumo ftico de tudo exposto ali por eles, solicitando a participao das partes nesse resumo para saber se houve algum acrscimo ou diminuio dentro dos fatos dito por ele. Se no decorrer da narrao ftica as partes entenderem que h mais o que se falar sobre aquilo, o mediador pacientemente ir escut-las novamente. O mediador deve mostrar os pontos convergentes e positivos s partes para que se crie uma base slida para a comunicao de ambas.Na quarta etapa, aps as partes ouvirem o resumo e logo a sua concluso, elas comearam a ficar mais a vontade, expondo seu ponto de vista, tendo uma receptividade melhor em relao aos seus interesses em comuns. O mediador nessa nova e importante fase inicia com algumas perguntas para tentar facilitar esses interesses. Caso haja uma possibilidade de acordo parcial, ele incentivar para que seja realizado. As partes tero aqui um dilogo direto. Se o mediador achar necessrio e perceber uma resistncia nas questes objetivas, ele ir propor a entrevista entre as partes em separado.Na quinta etapa os mediandos esto escolhendo suas opes para que possam tomar as decises. Nessa fase, comeada a exposio das concluses. O mediador fala dos temas abordados no dilogo ora tratado, e ensina aos mediandos a formarem o acordo.Por fim, na sexta etapa redigido o acordo realizado entre as partes, assinado pelas duas partes e por duas testemunhas para que se tenha futuramente fora de ttulo executivo. Porm caso os advogados venham a assinar, dispensvel a assinatura das testemunhas. Nessa ltima etapa de finalizao do acordo, a homologao do prprio ser requerida pelos mediandos. Aqui, as partes tomaram cincia de como e quando utilizarem esse acordo e do que tem que obedecer, sendo tudo atravs da comunicao e de uma linguagem de fcil acesso. Nessa fase atingindo os objetivos almejados pelos mediandos.Portanto, podemos enfocar que o processo de mediao familiar uma forma simples e objetiva de solucionar os conflitos existentes no mbito familiar, dando condies s partes para que, mesmo aps o conflito gerado, eles tenham uma boa convivncia entre si.3.3 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA MEDIAOA mediao assim como qualquer outro mecanismo alternativo de resoluo de conflito, possui suas vantagens e desvantagens. Pois bem, dentro da mediao temos a possibilidade de juntar vrios aspectos positivos e negativos que podem justificar o uso desse meio alternativo.MIRACY, B. S. Gustin, em seu artigo diz que:A importncia da resoluo de problemas e conflitos a partir do mecanismo extrajudicial da mediao que, alm de realar a autonomia dos participantes, prope a reconstruo crtica do conflito. E, essa reconstruo tem aspectos da maior relevncia. Em primeiro lugar, ela capaz de valorizar os pontos positivos do problema/argumentao de cada envolvido. Alm disso, permite a compreenso do verdadeiro conflito ou de seu aspecto mais importante. E, finalmente, promove a conscincia das partes de que o problema tem soluo e de que so eles mesmos que devero super-lo. Elimina-se, afinal, a conflituosidade atravs de acordos e no a partir de um esquema autoritrio do tipo ganha-perde.

Faamos uma breve exposio de algumas vantagens conseguinte das desvantagens:Vantagens:As vantagens apresentadas certificam o porqu do uso desse meio alternativo que se chama mediao e que vm sendo muito utilizada.Alguns autores elencam como as principais vantagens: economia, celeridade, especialidade, sigilo e segurana jurdica.As vantagens incididas abaixo esto sendo exposta de uma forma geral.O custo financeiro dentro da mediao diminudo consideravelmente, o que vm trazer as partes de certa forma uma maior segurana e uma satisfao em relao parte financeira;Durante todo o processo de mediao as partes escolhem livremente o mediador;O processo da mediao bem clere, diferente da justia comum tradicional que h uma morosidade grande;As partes sentem mais segurana, pois elas esto expondo seu ponto de vista, suas vontades e o que acham justo uma para outro em um bom dilogo, ou seja, quem decide no o juiz e sim os mediandos, com o apoio imparcial do mediador;Dentro da mediao as partes possuem um respeito e igualdade recproca. Pois no existi o ganhar-perder, porque aqui todos saem ganhando;O sigilo dentro da mediao crucial. As informaes ali depositadas no sero utilizadas para qualquer outro meio.DesvantagensA mediao como meio alternativo de acesso justia, possui suas numerosas vantagens que satisfaz bastante os mediandos, mais tambm dispe de desvantagens. Decorrendo dessa acepo Jos Luis Bolzan Moraes (1999 p. 108-109) descreve algumas desvantagens:1) do comum desequilbrio de poder entre as partes, pois a maioria dos conflitos envolve pessoas com posies econmicas diferentes; 2) do problema da representao, visto que, por vezes, os advogados ou representantes das pessoas jurdicas, grupos ou organizaes ento constitudos, firmam o acordo que no so os que melhor atenderiam aos interesse de seus clientes; 3) do fato de que a justia deve prevalecer antes que a paz, porque considerar a equivalncia entre um acordo firmado e uma sentena proferida seria reduzir a funo social da deciso jurisdicional a mera resoluo de conflitos privados, o que privaria os tribunais de emitirem interpretaes a cerca de textos legais e a sociedade de ter ao seu alcance autnticos critrios de justia.

Para tanto, percebemos que a mediao por mais que seja um meio alternativo clere, econmico, sigiloso, seguro dentre vrios outros vantagens que o possua, ele vai haver suas desvantagens, pois o que pode ser bom para uma famlia pode no ser bom para outra.

4 A ATUAO DO ADVOGADO MEDIADOR NOS LITGIOS DE DIREITO DE FAMLIAProfessora encontrei dificuldade em desenvolver este tpico, pois em minha concepo ele j se encontra incluso no decorrer do trabalho. Caso seja necessrio elaborar, assim farei.

4.1 UTILIZAO DA MEDIAO NO MBITO DOS CONFLITOS FAMILIARES ANTES DA JUDICIALIZAOA mediao, forma alternativa de resoluo de conflitos, muito utilizada no mbito dos conflitos diversos h muitos anos. O que ir ser controlado dentro desse conflito fase de instabilidade que essa famlia est passando. O mediador tem o papel de facilitar e auxiliar o dilogo entre as partes, fazendo com que elas coloquem em pratica seus interesses mais comuns.A mediao vem sendo muito utilizada no mbito dos conflitos familiares antes da judicializao.A mediao em sim um processo, ao qual ele pode decorrer antes, durante ou depois de um processo judicial. At por que a mediao ela autnoma, recorrendo ao judicirio no momento em que o acordo judicial dever ser homologado.Tornou-se muito vivel em todos os sentidos dentro dos conflitos familiares, pois diminuiu bastante os transtornos que havia no decorrer do processo judicial.Portanto a mediao soluo de controvrsia pacfica procura resolver seus conflitos atravs do dilogo entre as partes, trabalhando com a filosofia de ganhadores para ambas as partes e no de perdedor e ganhador. A mediao no evita a judicializao, at por que vai ter conflitos que o nico caminho a ser trilhado ser a judicializao, o que acontece que ele tenta direcionar as partes para as prprias resolvam as controvrsias entre sim, na base do dilogo, expondo o ponto de vista e vontades.A mediao familiar ir ajudar bastante a diminuir bastante os transtornos dentro do prprio judicirio, com os inmeros processos dado entrada todos os dias.4.2 O PAPEL DO ADVOGADO NA MEDIAO FAMILIARDentro da mediao familiar, o advogado ir exercer a funo de assessoramento ao seu cliente. Ele mostrar s partes quais as vantagens e o procedimento utilizado e o porqu de escolher essa soluo de controvrsias. Ou seja, o advogado por ser conhecedor de tal direito, deve est preparado para prestar estas informaes a qualquer momento, at por que no dia-dia quando se tem alguma dvida ou algum conflito a ser resolvida, a pessoa procurar um advogado para sanar tais questes.O advogado uma pea muito importante, pois alm do papel j exercido por ele na sociedade, na mediao ou em qualquer alternativa de soluo de controvrsias, ele se prepara para mostrar ao seu cliente que cada procedimento possui uma tcnica diferente, ao qual ele vai explicar ao cliente como proceder em tal procedimento e o que se espera dele em todo andamento.Dentro da mediao o mediando dever colaborar para que tudo seja tratado pacificamente, procurando junto outra parte o que melhor os beneficiam e procurando a satisfao mtua.A estudante MichelleTonon Barbado, em seu artigo diz que:Conforme ressalta JonhCooley, um cliente no adequadamente preparado pode no conseguir entender plenamente a finalidade do processo, e conseqentemente, ficar impossibilitado de participar ativamente. [13] O advogado dever esclarecer que seu objetivo seria o mesmo caso estivessem num tribunal: obter a melhor resoluo possvel para o problema. Contudo, o mtodo e a maneira de que o advogado se servira para atingir essa resoluo ser bastante diferente.

Ainda na mesma vertente:O advogado deve, por exemplo, aconselhar as partes a revelarem ao mediador seus interesses e preocupaes subjacentes, e no escond-los do adversrio, com medo de ser esta informao usada contra elas. Atravs de reunies particulares e de um questionamento cuidadoso de cada parte o mediador ganha mais informaes do que cada uma das partes pretende e pode geralmente usar esta informao para assisti-los na formao de uma soluo que teria sido inatingvel se esses dados tivessem sido permanecidos ocultos.Em seu artigo, Brando, Fernanda Holanda de Vasconcelos explana que:De acordo com Maria Fernanda Pastorello [20], o advogado ter que agir de forma neutra, procurando restabelecer o relacionamento, atuando como um catalisador, procurando potencializar o positivo do conflito. Portanto, ele no pode atuar como defensor de uma das partes em juzo:

Na mediao, fundamental que o advogado, quando atuar como mediador, tenha conscincia de que um terceiro neutro que conhece o processo de mediao e que, sem emitir juzo de valor, auxilia as partes a conversarem. Ele deve procurar restabelecer o relacionamento, atuando como um catalizador, procurando potencializar o positivo do conflito. O advogado, habituado na lide com a parte contrria, no processo de mediao deve atuar de forma totalmente diversa da postura por ele agiotada em juzo, ao representar seu cliente em uma lide. Enquanto mediador no pode interessar-se pelos resultados, j que seus interesses devem focar-se em fazer com que as partes saibam dialogar e busquem seus interesses.

A maior cautela a ser adotada especificamente pelo profissional do direito, enquanto mediador ter sempre em mente que a mediao transcende soluo de conflitos, dispondo-se a transformar o contexto adversarial em colaborativo, estimulando e vitalizando a comunicao entre os indivduos em conflito de modo a proporcionar o que a jurisdio pblica certamente no possui condies de oferecer, celeridade e restabelecimento da relao social entre as partes.

Portanto, cabe ao advogado, tranquilizar seu cliente, para que ele compreenda que a sesso de mediao no uma guerra em que ele sempre ter que est na defensiva, mais sim um local tranquilo, aonde ele vai dialogar, e expor suas vontades, seus pontos de vista, seus ideais, assim como a outra parte at que cheguem a um consenso, onde as duas partes saem ganhando. Ainda nesse mesmo ideal, cabe tambm ao advogado colaborar com o mediador, fazendo com o que as partes tenham uma aproximao, reduzindo naquele momento os conflitos existentes.4.3 O NOVO CPC E A ATUAO DO MEDIADOR JUDICIAL E EXTRAJUDICIALCom as novas alteraes do Cdigo de Processo Civil, veio modificaes muito importantes com relao ao acesso a justia. Uma delas a incluso da mediao e da conciliao, para soluo de controvrsias, de forma rpida, onde ir diminuir bastante o grande volume de processos no judicirio. Essas solues de controvrsias esto tanto na esfera judicial como na extrajudicial.O Mestre em Direito Pblico, GRUNWALD, Astried Brettas cita em seu artigo que:A insero da conciliao e da mediao no sistema processual manteve a principal funo dos meios alternativos autocompositivas de acesso justia, qual seja pacificar as partes atravs da obteno de um acordo e, por consequncia, desafogar o Judicirio levando ao conhecimento dele as questes que realmente necessitem de sua interveno mais profunda e impositiva voltada restabelecimento da ordem e da segurana jurdica. No se refere mais em substituio da justia pblica pela privada, ou da privada pela pblica, mas na atuao lado a lado os mecanismos compositivos no impositivos e Poder Judicirio no exerccio de sua funo de dizer o direito, que passam a coexistir sem frustrar as garantias constitucionais inseridas no art.5 da Constituio Federal[11]vigente.

PEREIRA, Clovis Brasil, advogado e Mestre em Direito: especialista em processo civil, ainda no mesmo sentido relata que:A partir da Resoluo n 125, de 29 de novembro de 2010, o Conselho Nacional de Justia deu um importante passo para estimular a Mediao e a Conciliao, ao instituir a Poltica Judiciria Nacional de tratamento aos conflitos de interesses, incumbindo aos rgos judicirios, de oferecer mecanismos de solues de controvrsias, em especial os chamados meios consensuais, como a mediao e a conciliao, bem como prestar atendimento e orientao ao cidado.Pela Resoluo n 125, foi determinado aos Tribunais, a criao de Ncleos Permanentes de Mtodos Consensuais de Soluo de Conflitos,epara atender aos Juzos, Juizados ou Varas com competncia nas reas cvel, fazendria, previdenciria, de famlia ou dos Juizados Especiais Cveis, Criminais e Fazendrios, foi determinado a criao dos Centros Judicirios de Soluo de Conflitos e Cidadania, conhecidos como os CEJUSCs, incumbidos de realizarem as sesses de conciliao e mediao pr-processuais, cujas audincias so realizadas por conciliadores e mediadores credenciados junto ao Tribunal.

importante ver que tanto a mediao como a conciliao so institutos que mesmo antes deles entrarem em vigor no novo CPC, j tinham sua grande relevncia, mesmo por que eles so solues pacificadoras de controvrsias, que ajudam bastante a desafogar o judicirio, saindo de uma justia comum tradicional que reina h sculos.A mediao familiar cabe na fase extrajudicial, que ser antes do processo judicirio, ao qual a mais comum. Na fase judicial propriamente dita que ser no decorrer do processo, podendo ser por iniciativa do magistrado ou pelas partes. Por ltimo numa fase ps judicial.Para ser mediador extrajudicial, qualquer pessoa capacitada, capaz e que tenha a confiana das partes. J no caso do mediador judicial, um pouco diferente, pois aqui, ele precisa ser graduado, no mximo em dois de curso superior com instituio reconhecida pelo Ministrio da Educao, conseguinte ter obtido capacitao em escola ou entidade de formao de mediadores, reconhecida pelo Conselho Nacional de Justia ou pela Escola Nacional de Mediao e Conciliao do Ministrio da Justia.Portanto, a insero da mediao judicial e extrajudicial dentro da legislao engrandeceu bastante na efetividade do acesso a justia. Porm bastante interessante que os operadores do direito tenham plena conscincia que a colaborao deles junto com o pblico sero importante para desencadear uma total eficcia, entendendo quais as vantagens e desvantagens e como se d seu funcionamento junto aos conflitos presente no dia-dia das pessoas, e que a forma de extino desse conflito se dar pelas vias alternativas de resoluo de conflitos cabveis ou pela justia tradicional comum.5 CONCLUSOComo as relaes familiares evoluram bastante e em decorrncia dessas evolues vieram mais e mais conflitos, sobreveio necessidade de alternativas de resoluo de controvrsias, com agilidade, sem nenhuma obscuridade, de forma econmica, de maneira pacfica para que o mediador possa tratar e entender a questo emocional das partes, para que naquele momento da sesso os mediandos se manifestem com um dilogo objetivo para que ambas as partes saiam ganhando, sem nenhum prejuzo.Percebemos que a sociedade, base do universo, sempre est em grandes transformaes. O aumento de demanda judicial tem se tornando significativamente grande, causando insatisfao nas partes envolvidas, devido demora da resoluo do conflito, perante o rgo judicirio. Percebe-se, que a sociedade esta clamando por uma justia bem mais clere, acessvel e econmica. A mediao vem como uma dessas acessibilidades de resoluo de conflito, atuando antes, durante ou aps a via judicial, tornando o desenvolvimento do judicirio com bem, mais celeridade acabando com a litigiosidade e os grandes nmeros de processos, ainda para anlise.No s a mediao mais os outros institutos alternativos de soluo de controvrsias esto sendo posto em pratica h muitos anos, para tentar diminuir os transtornos causados no prprio no judicirio, pelos enormes abarrotamentos de processos que chegam a cada minuto, mais tambm para diminuir os transtornos causados no seio familiar, ao qual atingi bastante e consideravelmente a parte afetiva/emocional naquele ciclo familiar, em que envolve inmeros problemas pelas mudanas na famlia.Assim, fez-se necessria a insero da mediao no nosso ordenamento jurdico brasileiro, pois assim como ele, vrios outros j tem esse papel dentro da sociedade e vm ajudando bastante, pois ao invs de passar anos se arrastando com um processo pela justia comum tradicional, nesse novo procedimento, que na verdade no novo, vem com muitos dilogos e cooperao das partes, os conflitos sero resolvidos e consequentemente caso queiram ser o acordo realizado entre ambos, homologado tendo fora de ttulo executivo, para que possam acion-los quando necessrio.A questo de o advogado fazer parte desse meio alternativo de resoluo de conflitos, que est realizando uma diferena grande no ordenamento jurdico, importante tambm, pois ele como operador do direito tem que est sempre atualizado e preparado para saber o momento de acionar e compreender que ele ser o consultor e orientador de seu cliente, indicando o caminho certo a seguir, tranquilizando e apontando as vantagens. O advogado como dito antes vai preparar seu cliente para troca de informaes, para saber escutar e o momento certo de falar, no indo na defensiva, mais sim numa maneira tranquila aonde ele vai est aberto a impor sua vontade e opinio com a outra parte sem a interferncia do terceiro mediador e nem do advogado, aonde o advogado vai apenas orientar.Portanto, sendo mediao, negociao, arbitragem conciliao ou qualquer outro meio alternativo de resoluo de conflitos, no importa o instituto mencionado ou utilizado, o que importa que sempre ao final do acordo o nico objetivo de todos eles resolver o conflito de forma pacifica.

ABSTRACTThis work deals with the lawyer's role as a mediator in disputes about family law before its legalization. It aims to show the lawyer's role in this conflict resolution alternative. There are several types of alternative dispute resolution (more than 30 cataloged), but this work will be tratadoto only mediation, chosen because it is a faster and effective way to solve such conflicts, namely family. One route, which facilitated quite the judiciary, and has achieved a good result as the procedural quality because in this procedure the parties themselves resolve the above conflict, without the interference of the mediator or a judge. Once there will be a brief explanation of concepts, distinctions and characteristics of conflict resolution means more used: negotiation, conciliation and arbitration. The types of mediation will be addressed, the lawyer's function within that mediation and it can act as such, the function and duty of this impartial third party - the mediator - if the resolution it will be a good alternative to resolve these conflicts so frequent in living family and so many years ago endures. It will also be treated as it should be its implementation, their advantages and disadvantages and if there is any bill that aims at the implementation of this mediation with the family courts or even in another room.Keywords: Mediation. Family conflict. Lawyer mediator.

REFERNCIASVASCONCELOS, Carlos Eduardo de, Mediao de conflitos e prticas restaurativas/ Carlos Eduardo de Vasconcelos So Paulo: Mtodo., 2008 p.. 19, 35,38,39, 89.

SERPA, Maria de Nazareth. Teoria e Prtica da mediao de conflitos. RJ, Editora Lumen Juris Ltda,1999 p. 65-67

AZEVEDO, Andr Gomma (org.). 2009. Manual de Mediao Judicial (Braslia/DF: Ministrio da Justia e Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento PNUD) p. 32.

MORAIS, Jos Luis Bolzan de. Mediao e arbitragem: alternativas jurisdio. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1999 p.108-109.

TOLEDO, Armando Srgio Prado de, TOSTA, Jorge, ALVES, Jos Carlos Ferreira. Estudos avanados de mediao e arbitragem 1. Ed. Rio de Janeiro :ELsevier, 2014 p. 271.

Mediao e gerenciamento do processo : revoluo na prestao jusridicional : guia prtico para a instalao do setor de conciliao e mediao. GRINOVER, Ada Pellegrini, WATANABE, Kazuo, NETO, Caetano Lagrasta, coordenao ; com posfcio de Vincenzo Vigoriti. 3. Reimpr. So Paulo : Atlas, 2013 p. 54.

VEZZULLA, Juan Carlos. Teoria e prtica da mediao. Curitiba: Instituto de mediao e arbitragem do Brasil, 1998.

CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo: Um comentrio Lei no. 9.307/96. So Paulo: Malheiros. 1998. p.31.

RODANTE, Marcelo. Direito em Voga. 26 de outubro de 2013. Mediao: papel do advogado na mediao. Disponvel em < https://direitoemvoga.wordpress.com/2013/10/26/mediacao-papel-do-advogado-na-mediacao/ >. Acesso em 10/02/2015 s 10:23.

MIRACY, B. S. Gustin. Revista da Faculdade de Direito UFMG. 2005. Resgate dos direitos humanos em situaes adversas de pases perifricos DisponvelemAcesso em 18/02/2015 as 15:23.

BRANDO, Fernanda Holanda de Vasconcelos. A advocacia como atividade e o papel do advogado como negociador. In:mbito Jurdico, Rio Grande, XV, n. 98, mar 2012. Disponvel em: . Acesso em abr 2015.

GRUNWALD, Astried Brettas; PARANHOS, Robson Ramos. Acesso a justia e mediao no Projeto do Novo Cdigo de Processo Civil brasileiro. In:mbito Jurdico, Rio Grande, XIII, n. 82, nov 2010. Disponvel em: < http://ambitojuridico.com.br/site/index.php?artigo_id=8566&n_link=revista_artigos_leitura>. Acesso em 05 de abril 2015 s 16:20.

PEREIRA, Clovis Brasil. Conciliao e mediao no novo CPC n 3, 15 de fevereiro de 2015 Acesso em 05/04/2015 s 23:25.

BARBADO, Michelle Tonon. Um novo perfil para a advocacia: o exerccio profissional do advogado no processo de mediao. < http://www.arcos.org.br/livros/estudos-de-arbitragem-mediacao-e-negociacao-vol2/quarta-parte-artigo-dos-alunos/um-novo-perfil-para-a-advocacia-o-exercicio-profissional-do-advogado-no-processo-de-mediacao>. Acesso em 01 de maio de 2015 s 18:20.