matemática 7 s_8a_ef_volume_3
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7a SÉRIE 8oANOENSINO FUNDAMENTAL IICaderno do ProfessorVolume 3
MATEMÁTICA
MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3MATEMÁTICA_PROFESSOR.indd 3 18/04/13 19:1318/04/13 19:1318/04/13 19:1318/04/13 19:13
ENSINO MÉDIO – 1a SÉRIE
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
1a edição revista
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
São Paulo, 2013
CADERNO DO PROFESSOR
MATEMÁTICAVOLUME 3
MATERIAL DE APOIO AO
ENSINO FUNDAMENTAL – 7a SÉRIE/8o ANO
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 1 09/05/13 14:08
governo do estado de são paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenador de Gestão de Recursos Humanos
Jorge Sagae
Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação
Educacional
Maria Lucia Guardia
Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno, Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática Matemática: João dos Santos, Juvenal de Gouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia de Barros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Área de Ciências Humanas Filosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO
Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Daniela Peixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz, Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos, Silmara Santade Masiero e Sílvia Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, João Mário Santana, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Claudia Segantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz.
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura e Tânia Fetchir.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO
Direção da Área Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão, Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita e Tatiana F. Souza.
Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio, Érica Marques, José Carlos Augusto, Maria Aparecida Acunzo Forli e Maria Magalhães de Alencastro.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 2 09/05/13 14:08
governo do estado de são paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenador de Gestão de Recursos Humanos
Jorge Sagae
Coordenadora de Informação, Monitoramento e Avaliação
Educacional
Maria Lucia Guardia
Coordenadora de Infraestrutura e Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento Curricular de Gestão da Educação Básica João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação Profissional – CEFAF Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica Roberto Canossa Roberto Liberato
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens Arte: Carlos Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno, Pio de Sousa Santana e Roseli Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt, Rosangela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire de Souza Bispo, Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa, Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática Matemática: João dos Santos, Juvenal de Gouveia, Otavio Yoshio Yamanaka, Patrícia de Barros Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli, Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Área de Ciências Humanas Filosofia: Tânia Gonçalves e Teônia de Abreu Ferreira.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso, Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Lydia Elisabeth Menezello e Maria Margarete dos Santos.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de Almeida, Sérgio Roberto Cardoso e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO PEDAGÓGICO
Área de Linguagens Educação Física: Ana Lucia Steidle, Daniela Peixoto Rosa, Eliana Cristine Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da Silva, Patrícia Pinto Santiago, Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves Ferreira, Silvana Alves Muniz, Thiago Candido Biselli Farias e Welker José Mahler.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva, Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos, Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza, Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de Campos, Silmara Santade Masiero e Sílvia Cristina Gomes Nogueira.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Angela Maria Baltieri Souza, Edilene Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, João Mário Santana, Letícia M. de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz, Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso, Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar Alexandre Formici, Selma Rodrigues e Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi, Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia, Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima, Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello, Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro, Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências da Natureza Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Claudia Segantini Leme, Evandro Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Sofia Valeriano Silva Ratz.
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino, Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cirila Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S. Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M. Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza, Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez, Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos, Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório, Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo, Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Aparecido Antônio de Almeida, Jean Paulo de Araújo Miranda, Neide de Lima Moura e Tânia Fetchir.
GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO EDITORIAL
FUNDAÇÃO CARLOS ALBERTO VANZOLINI
Presidente da Diretoria Executiva Antonio Rafael Namur Muscat
Vice-presidente da Diretoria Executiva Alberto Wunderler Ramos
GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS À EDUCAÇÃO
Direção da Área Guilherme Ary Plonski
Coordenação Executiva do Projeto Angela Sprenger e Beatriz Scavazza
Gestão Editorial Denise Blanes
Equipe de Produção
Editorial: Ana C. S. Pelegrini, Cíntia Leitão, Mariana Góis, Michelangelo Russo, Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Priscila Risso, Regiane Monteiro Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella Assumpção Mendes Mesquita e Tatiana F. Souza.
Direitos autorais e iconografia: Débora Arécio, Érica Marques, José Carlos Augusto, Maria Aparecida Acunzo Forli e Maria Magalhães de Alencastro.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 3 09/05/13 14:08
COORDENAÇÃO TÉCNICA Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira
CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini (coordenadora) Ruy Berger (em memória)
AUTORES
Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.
Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.
Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira.
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie.
EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação executiva: Beatriz Scavazza. Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti.
EQUIPE EDITORIAL Coordenação executiva: Angela Sprenger. Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa. Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie.
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
APOIO Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE
CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica S.A.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.* As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images.* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Caderno do professor: matemática, ensino fundamental - 7a série, volume 3 / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Nílson José Machado, Roberto Perides Moisés, Walter Spinelli. São Paulo: SEE, 2013.
ISBN 978-85-7849-365-3
1. Matemática 2. Ensino Fundamental 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Inês. II. Granja, Carlos Eduardo de Souza Campos. III. Mello, José Luiz Pastore. IV. Machado, Nílson José. V. Moisés, Roberto Perides. VI. Spinelli, Walter. VII. Título.
CDU: 373.3:51
S239c
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 4 09/05/13 14:08
COORDENAÇÃO TÉCNICA Coordenadoria de Gestão da Educação Básica – CGEB
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS CADERNOS DOS ALUNOS Ghisleine Trigo Silveira
CONCEPÇÃO Guiomar Namo de Mello Lino de Macedo Luis Carlos de Menezes Maria Inês Fini (coordenadora) Ruy Berger (em memória)
AUTORES
Linguagens Coordenador de área: Alice Vieira. Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins, Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza, Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti, Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia González.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar, José Luís Marques López Landeira e João Henrique Nogueira Mateos.
Matemática Coordenador de área: Nílson José Machado. Matemática: Nílson José Machado, Carlos Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz Pastore Mello, Roberto Perides Moisés, Rogério Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e Walter Spinelli.
Ciências Humanas Coordenador de área: Paulo Miceli. Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís Martins e Renê José Trentin Silveira.
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e Sérgio Adas.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe, Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes. Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Olga Aguilar Santana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite, João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto, Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro, Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão, Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti, Maurício Pietrocola Pinto de Oliveira, Maxwell Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e Yassuko Hosoume.
Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Caderno do Gestor Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de Felice Murrie.
EQUIPE DE PRODUÇÃO Coordenação executiva: Beatriz Scavazza. Assessores: Alex Barros, Antonio Carlos de Carvalho, Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis, Heloisa Amaral Dias de Oliveira, José Carlos Augusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares, Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha, Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange Wagner Locatelli e Vanessa Dias Moretti.
EQUIPE EDITORIAL Coordenação executiva: Angela Sprenger. Assessores: Denise Blanes e Luis Márcio Barbosa. Projeto editorial: Zuleika de Felice Murrie.
Edição e Produção editorial: R2 Editorial, Jairo Souza Design Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
APOIO Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE
CTP, Impressão e Acabamento Esdeva Indústria Gráfica S.A.
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo autoriza a reprodução do conteúdo do material de sua titularidade pelas demais secretarias de educação do país, desde que mantida a integridade da obra e dos créditos, ressaltando que direitos autorais protegidos*deverão ser diretamente negociados com seus próprios titulares, sob pena de infração aos artigos da Lei nº- 9.610/98.
* Constituem “direitos autorais protegidos” todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que não estejam em domínio público nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados e como referências bibliográficas. Todos esses endereços eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.* As fotografias da agência Abblestock/Jupiter publicadas no material são de propriedade da Getty Images.* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de terceiros e mantêm as características dos originais, no que diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colabo-
radores na reedição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que per-
mitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula de
todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com os
professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orien-
tações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avalia-
ção constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman VoorwaldSecretário da Educação do Estado de São Paulo
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SUMÁRIO
Ficha do Caderno 7
Orientação geral sobre os Cadernos 8
Situações de Aprendizagem 11
Situação de Aprendizagem 1 – Expandindo a linguagem das equações 11
Situação de Aprendizagem 2 – Coordenadas cartesianas e transformações no plano 25
Situação de Aprendizagem 3 – Sistemas de equações lineares 38
Situação de Aprendizagem 4 – Equações com soluções inteiras e suas aplicações 50
Orientações para Recuperação 58
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreensão do tema 60
Considerações finais 61
Conteúdos de Matemática por série/volume do Ensino Fundamental 62
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7
FICHA DO CADERNO
Expandindo o mundo das equações
Nome da disciplina: Matemática
Área: Matemática
Etapa da educação básica: Ensino Fundamental
Série/Ano: 7a/8o
Volume: 3
Temas e conteúdos: Equações
Representações no plano através de coordenadas
Sistema de equações
Equações em diversos domínios
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8
ORIENTAÇÃO GERAL SOBRE OS CADERNOS
Os temas escolhidos para compor o con-
teúdo disciplinar de cada volume não se afas-
tam, de maneira geral, do que é usualmente
ensinado nas escolas, ou do que é apresentado
pelos livros didáticos. As inovações pretendi-
das referem-se às suas formas de abordagem
sugeridas ao longo de cada Caderno. Em tal
abordagem, busca-se evidenciar os princípios
norteadores do presente currículo, destacando-
-se a contextualização dos conteú dos, as com-
petências pessoais envolvidas, especialmente as
relacionadas com a leitura e a escrita matemá-
tica, bem como os elementos culturais internos
e externos à Matemática.
Em todos os Cadernos, os conteúdos estão
organizados em oito unidades com extensões
aproximadamente iguais, que podem corres-
ponder a oito semanas de trabalho letivo. De
acordo com o número de aulas disponíveis por
semana, o professor explorará cada assunto
com mais ou menos aprofundamento. A crité-
rio do professor, em cada situação específica,
o tema correspondente a uma das unidades
pode ser estendido para mais de uma semana,
enquanto o de outra unidade pode ser tratado
de modo mais simplificado.
É desejável que o professor tente contem-
plar as oito unidades, uma vez que, juntas,
elas compõem um panorama do conteúdo de
cada volume, e, muitas vezes, uma das unida-
des contribui para a compreensão das outras.
Insistimos, no entanto, no fato de que somente
o professor, em sua circunstância particular, e
levando em consideração seu interesse e o dos
alunos pelos temas apresentados, pode deter-
minar adequadamente quanto tempo dedicar
a cada uma das unidades.
Ao longo dos Cadernos são apresentadas,
além de uma visão panorâmica de seu conteúdo,
quatro Situações de Aprendizagem (1, 2, 3 e
4), que pretendem ilustrar a forma de aborda-
gem sugerida, instrumentalizando o professor
para sua ação em sala de aula. As Situações
de Aprendizagem são independentes e podem
ser exploradas com mais ou menos intensi-
dade, segundo seu interesse e o de sua clas-
se. Naturalmente, em razão das limitações no
espaço dos Cadernos, nem todas as unidades
foram contempladas com Situações de Apren-
dizagem, mas a expectativa é de que a forma
de abordagem dos temas seja explicitada nas
atividades oferecidas.
São apresentados também em cada Cader-
no, sempre que possível, materiais disponíveis
(textos, softwares, sites, vídeos, entre outros)
em sintonia com a forma de abordagem pro-
posta, que podem ser utilizados pelo professor
para o enriquecimento de suas aulas.
Compõem o Caderno, ainda, algumas con-
siderações sobre a avaliação a ser realizada,
bem como o conteúdo considerado indispen-
sável ao desenvolvimento das competências
enunciadas no presente volume.
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9
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Conteúdos básicos do volume
O planejamento deste volume tem três
objetivos centrais: contemplar o estudo mais
aprofundado das equações de 1o grau, apre-
sentar o plano cartesiano como recurso para
organizar e representar informação e também
apresentar a ideia de equação com mais de
uma incógnita em dois contextos: o dos siste-
mas de equações e o das equações restritas às
soluções inteiras.
Na Situação de Aprendizagem 1 – Expandindo a linguagem das equações, partimos de uma discus-
são sobre a importância do trabalho com a leitu-
ra, interpretação de enunciados e transcrição das
informações para a linguagem algébrica, discutin-
do algumas estratégias para o desenvolvimento
da competência leitora do aluno. Na sequência,
sugerimos a continuidade do trabalho iniciado
na série/ano anterior com equações de 1o grau
por meio de estratégias para a resolução de pro-
blemas. Na situação proposta, partimos de
problemas que envolvem equacionamentos
mais complexos do que os trabalhados na
6a série/7o ano, e sugerimos estratégias de organi-
zação de dados em tabelas, usando variações na
posição da incógnita como recurso para discussão
de equações mais complexas. A situação é finaliza-
da com a apresentação de uma proposta de traba-
lho com equações usualmente não trabalhadas na
7a série/8o ano, em um contexto de desenvolvi-
mento dos raciocínios lógico e criativo.
Na Situação de Aprendizagem 2 – Coor-denadas cartesianas e transformações no pla-no, iniciamos a apresentação do recurso da
representação de figuras por meio de coorde-
nadas. A ideia de representação da informação
em um plano com eixos orientados não é nova,
ela já apareceu nas séries/anos anteriores quan-
do foram trabalhados alguns temas relaciona-
dos aos gráficos no contexto do tratamento da
informação; porém, agora, ela se desenvolverá
na 7a série/8o ano com novas explorações, tais
como a ideia de representação através de co-
ordenadas, usada em mapas e guias de ruas,
e as transformações no plano (translação, re-
flexão, ampliação e redução). O trabalho com
as transformações do plano também represen-
ta uma oportunidade de retomada das ideias
de simetria axial e rotacional trabalhadas nas
séries/anos anteriores.
Com a Situação de Aprendizagem 3 – Sis-temas de equações lineares, iniciamos a dis-
cussão sobre o significado de equações com
mais de uma incógnita, e sobre as estratégias
para a resolução de sistemas de equações.
O uso de mais de uma incógnita para orga-
nizar as informações de um problema mais
complexo é um recurso que deve ser compreen-
dido, bem como devem ser compreendidas as
estratégias de resolução de sistemas de equa-
ções lineares em uma 7a série/8o ano. Além da
discussão dos métodos da adição e da subs-
tituição, que será proposta por meio de uma
retomada da ideia de balança desenvolvida na
6a série/7o ano, dois outros importantes aspectos
serão trabalhados nesta Situação de Aprendiza-
gem: a representação de um sistema de equações
no plano cartesiano e a análise e discussão de
um sistema de equações lineares por meio de
investigações sobre sua representação no plano.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 9 09/05/13 14:08
10
Unidade 1 – Equações de 1o grau (problemas).
Unidade 2 – Equações e inequações de 1o grau (problemas).
Unidade 3 – Sistema de coordenadas car-tesianas.
Unidade 4 – Transformações geométricas no plano.
Unidade 5 – Sistemas de equações lineares (método da adição).
Unidade 6 – Sistemas de equações lineares (método da substituição).
Unidade 7 – Sistemas de equações lineares (interpretação gráfica).
Unidade 8 – Equações com soluções inteiras.
Certamente a estratégia proposta não tem a
intenção de explorar a discussão de sistemas
lineares com a profundidade que será feita
mais adiante no Ensino Médio, mas tem o
caráter de desenvolver no aluno a compreen-
são do uso das linguagens algébrica e gráfica
como aliadas na análise e interpretação de
um problema com equações lineares.
Na Situação de Aprendizagem 4 – Equa-ções com soluções inteiras e suas aplicações,
apresentamos uma série de problemas que,
uma vez equacionados, conduzem a uma
única equação com mais de uma incógnita.
Equações como essas, que em domínio real
seriam classificadas como indeterminadas,
podem ter um número finito de soluções in-
teiras e positivas. Problemas dessa natureza,
ou seja, problemas em que estamos interes-
sados nas soluções inteiras positivas de uma
equação com mais de uma incógnita, são
muito frequentes em situações do nosso dia
a dia, e sua discussão, por meio da organiza-
ção e análise dos dados em tabelas, trabalha
com o desenvolvimento de várias habilidades
matemáticas, como será descrito nesta Situa-
ção de Aprendizagem.
Como se pode perceber, este Caderno
apresenta inúmeras possibilidades de abor-
dagem sobre os três objetivos centrais do
volume 3 citados no primeiro parágrafo, porém, deve ficar a critério do professor a es-
colha daquelas que são mais adequadas ao
seu programa e das maneiras para explorá-las.
Sabemos, evidentemente, que o volume
apresenta uma quantidade grande de novas
informações para o aluno, o que demanda
um tempo maior reservado para a reflexão
e a sistematização. Contamos com a leitura
cuidadosa das propostas aqui apresentadas,
mas entendemos como legítimo que o profes-
sor faça seus cortes e recortes de maneira a
adequá-las às suas necessidades.
Quadro geral de conteúdos do volume 3 da 7a série/8o ano do Ensino Fundamental
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11
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1 EXPANDINDO A LINGUAGEM DAS EQUAÇÕES
Nesta Situação de Aprendizagem discu-
tiremos aspectos relacionados com a leitura,
interpretação de enunciados e transcrição
das informações para a linguagem algébrica.
O trabalho prossegue com resolução de proble-
mas envolvendo equações de 1o grau, utilizan-
do o recurso de organização das informações
em tabelas.
Tempo previsto: 2 semanas.
Conteúdos e temas: equações de 1o grau; equações variadas (resolução por métodos não algorítmicos); inequações.
Competências e habilidades: leitura e interpretação de enunciados; transposição entre as lin-guagens escrita e algébrica; raciocínio lógico dedutivo.
Estratégias: equacionar e resolver problemas de maneiras diferentes confrontando resultados e identificando equivalências; utilizar a heurística como método de investigação da solução de equações; estudar desigualdades por meio da resolução de problemas contextualizados.
Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 1
O estudo da Álgebra no Ensino Fundamen-tal inicia-se de forma organizada e intencional na 6a série/7o ano, com o uso de letras na repre-sentação de problemas que envolvem regularida-des, padrões e relação entre grandezas. Ainda na 6a série/7o ano, o aluno deve tomar contato e reco-nhecer as equações simples como um importante recurso para organizar e representar informações. Assim, parte significativa do empenho do professor como o parceiro mais experiente do aluno deve ser o de selecionar adequadamen-te problemas que permitam a maior abrangência de situações passíveis de transposição da lin-guagem materna para a linguagem da álgebra. Outro objetivo que também deve ser atingido na
6a série /7o ano é o da sistematização de métodos de resolução de equações simples de 1o grau.
De acordo com esta proposta de planejamen-
to, o volume 3 da 7a série/8o ano será dedicado à
sequência do estudo da Álgebra, sendo, portan-
to, indispensável que o professor avalie, no início
do curso, em que estágio encontra-se o conheci-
mento dos alunos no que diz respeito à transposi-
ção de problemas da língua escrita para a álgebra
(e vice-versa) e ao tipo de equação que o aluno
consegue resolver por um método que não seja
apenas o de tentativa e erro. Feita essa avaliação,
a sequência de trabalho do volume poderá ser
planejada, tendo como objetivo a ampliação do repertório de situações de transposição en-
tre linguagens e a ampliação de estratégias de
SITUAÇÕES DE APRENDIZAGEM
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 11 09/05/13 14:08
12
resolução de equações mais complexas (ainda
com o foco voltado às equações de 1o grau). Na
Situação de Aprendizagem 1, apresentaremos al-
gumas possibilidades de trabalho nessa direção.
A leitura atenta de um problema é o primei-
ro passo no caminho da transposição para a
linguagem algébrica, mas estudos indicam que
apenas a boa leitura não é garantia para a trans-
posição correta. Veja, por exemplo, a seguinte
situação-pro blema apresentada para estudantes
universitários e os seus resultados: usando as va-
riáveis A para número de alunos e P para o de
professores, escreva uma equação para represen-
tar a afirmação “há seis vezes mais alunos do
que professores nesta universidade”. A resposta
correta não é 6A = P, apesar de boa parte dos
estudantes ter assinalado essa alternativa. Se essa
fosse a resposta, para um total de 10 alunos tería-
mos 60 professores, exatamente o contrário do
que afirma o enunciado. O correto seria A = 6P.
Aproveitando esse exemplo, uma estratégia
importante que merece ser discutida pelo pro-
fessor com seus alunos é a da verificação. Note
que, após a transposição entre as linguagens,
que conduziu equivocadamente à expressão
6A = P, caso o aluno confrontasse seu resulta-
do com um exemplo numérico, é possível que
tivesse identificado seu erro. Bastaria, nesse
caso, atribuir um valor qualquer para A, como
10, obtendo em seguida 60, o que indicaria
que para cada 1 aluno teríamos 6 professores.
Confrontando esse resultado com as informa-
ções do texto, fica evidente que a correção a
ser feita é a da troca entre A e P na expressão
errada, resul tando corretamente na expressão
A = 6P (nesse caso, para 1 professor temos 6
alunos, para 2 professores temos 12 alunos,
para 3 professores temos 18 alunos, e assim
sucessivamente).
Veremos a seguir alguns exemplos que podem
ser utilizados para o mesmo tipo de trabalho.
Atividade 1
Escreva uma sentença matemática que re-
presente a seguinte frase:
“X reais a menos que Y reais é igual a 40 reais”.
É possível que boa parte dos estudantes
responda X – Y = 40, quando o correto
seria Y – X = 40. Um exemplo numérico
pode ajudá-los a esclarecer a questão: “Dez
reais a menos que 50 reais é igual a 40 reais”
(50 – 10 = 40).
Atividade 2
Se X operários constroem um muro em
Y horas, quantas horas serão necessárias para
que o triplo do número de operários construa
o mesmo muro? (Naturalmente, estamos su-
pondo que todos os operários têm rendimento
igual no desempenho da tarefa de construção.)
A resposta correta não é 3Y, porque o
problema em questão envolve grandezas
“inversamente proporcionais”, ou seja,
quanto maior o número X de operários,
menor o número Y de horas necessárias
para levantar o muro (o dobro de X implica
a metade de Y, o triplo de X implica a terça
parte de Y, e assim por diante). A resposta
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13
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
correta é Y3
. Veja como um exemplo
numérico seria útil na identificação do erro
da expressão 3Y:
Se X = 1 operário e Y = 6 horas, X = 3 operários
construiriam o muro mais rapidamente,
construiriam na terça parte do tempo, ou seja,
em 2 horas. Nesse caso, evidencia-se que a
resposta 3Y, que resultaria em 3 . 6 = 18 horas,
está errada.
Outro aspecto que pode ser trabalhado na
verificação das estratégias de transposição de
problemas para a linguagem algébrica é o uso
adequado da notação, como veremos na ativi-
dade a seguir.
Atividade 3
Escreva uma expressão, com as letras indica-
das na figura, para a área do retângulo.
a
b c
Alguns alunos devem escrever que a área é
igual a “a . b + c”, quando o correto seria
“a . (b + c)”. Nesse caso específico,
a verificação com números pode conduzir a
dois tipos de situação, como veremos usando
os valores numéricos a = 3, b = 4 e c = 2:
Situação 1: O aluno arma a conta 3 . 4 + 2
e conclui que o resultado é 18. Nesse caso, ele
obteve o resultado esperado para o problema,
mas a partir de uma expressão escrita de forma
errada para sua resolução (pela expressão
formulada o resultado seria 14). Duas hipóteses
podem ser levantadas nessa situação: ele escreveu
a expressão com letras, mas não a utilizou
quando foi fazer a verificação com números (fez
a verificação apenas interpretando a figura),
ou ele escreveu a expressão e, ao substituir os
números, não associou a ideia de que em uma
expressão com multiplicações e somas fazemos
primeiro as multiplicações.
Situação 2: O aluno escreve a conta 3 . 4 + 2,
lembra-se da ordem das operações (primeiro
a multiplicação e depois a adição) e conclui
que o resultado é 14. Nesse caso, seu cálculo
está correto para a expressão, mas não é a
solução do problema, porque partiu de uma
expressão errada.
A primeira situação evidencia a necessidade
de que o professor retome com os alunos a
ordem das operações, e a segunda sugere
que o professor explore mais a ideia de
verificação que, no caso desse problema,
implicaria confrontar o resultado 14 com o
cálculo por substituição direta de valores na
figura, como se vê a seguir:
3
4
6
Área = 3 . 6 = 18 ≠ 14
2
Uma atividade importante que também deve
ser praticada é a da passagem da linguagem al-
gébrica para um problema concreto e escrito na
nossa língua. As estratégias de verificação tam-
bém devem ser usadas nesse tipo de problema.
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14
Atividade 4
Escreva por extenso uma sentença que for-neça a mesma informação que a expressão X = 5Y fornece.
Uma resposta tipicamente errada seria:“X = número de figurinhas de João e Y = número de figurinhas de Paulo. Logo,Paulo tem o quíntuplo do número de figuri-nhas de João.”Nesse caso, partindo do enunciado criado pelo aluno, se João tem 3 figurinhas, Paulo terá 15, que é o quíntuplo de 3, ou seja, se X = 3, Y tem que ser igual a 15, o que se verifica pela expressão X = 5Y indicada no enunciado do problema. Para corrigir a resposta do aluno, bastaria trocar Paulo e João na frase que relaciona seus números de figurinhas.
Com relação aos procedimentos de resolução de equações, esta proposta de planejamento suge-re que na 6a série/7o ano o aluno tome contato com os métodos de resolução por operação inversa (“desfazer operações”) e por equações equivalen-
tes (método da “balança”), e que na 7a série/8o ano resolva equações mais complexas usando quais-quer desses métodos. É claro que, com orientação do professor, a prática dos alunos na resolução de equações será encaminhada para um procedi-mento que incorpore ideias de ambos os métodos, porém é importante que o professor compreenda que frases como “muda de lado e troca o sinal” devem ser evitadas, porque, além de sugerirem uma ideia errada, induzem a uma série de equí-vocos, como o de resolver a equação 2 x = 5 como
x = 5 − 2 → x = 3, ou a equação x + ×+ =x2
3
como x + x = 6 → x = 3. Nos dois casos, a melhor
conduta do professor seria explicitar a opera-
ção que está sendo feita:
2x = 5 → dividindo ambos os membros por 2,
teremos x = 52
.
x + xx
+ = →2
3 = 3 → multiplicando ambos os mem-
bros por 2, teremos 2x + x = 6, ou seja, 3x = 6. Por fim, dividindo ambos os mem-bros por 3, teremos x = 2.
Na 6a série/7o ano, a expectativa é de que o
aluno consiga resolver problemas que possam
ser traduzidos por equações simples de 1o grau,
por exemplo: = =– , – –
23
14
2x
x +32
3 4 2 62
3 5 3 2 112
x xx
x x x– , – ,= + + = −( )
= =– , – –23
14
2x
x +32
3 4 2 62
3 5 3 2 112
x xx
x x x– , – ,= + + = −( )
= =– , – –23
14
2x
x +32
3 4 2 62
3 5 3 2 112
x xx
x x x– , – ,= + + = −( )
= =– , – –23
14
2x
x +32
3 4 2 62
3 5 3 2 112
x xx
x x x– , – ,= + + = −( )
Na 7a série/8o ano, a expectativa é de que o
aluno consiga resolver problemas que possam
ser traduzidos por qualquer tipo de equação
de 1o grau. Citamos, a seguir, alguns exemplos
de equações de 1o grau mais complexas, que
nos parecem mais apropriadas de ser traba-
lhadas em uma 7a série/8o ano:
x3
+ 2
52
= x4
, x + 1x – 4
=2 – 3xx – 4
x3
+ 2
52
= x4
, x + 1x – 4
=2 – 3xx – 4
(com x ≠ 4)
35
32
– 3x4
= 3x – 12
,2(–2x + 3)
7– 3 = x
2+ 2x( )
35
32
– 3x4
= 3x – 12
,2(–2x + 3)
7– 3 = x
2+ 2x( )
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15
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
O estudo de equações de 1o grau constitui
um tema muito rico para o trabalho com reso-
lução de problemas. O aluno deve reconhecer
nesse estudo que as equações constituem uma
ferramenta importante para a representação e
resolução de problemas cujo encaminhamento
por meio de recursos aritméticos seria mui-
to complicado. Nesse sentido, o professor deve
incentivar que os alunos busquem inicialmente
solucionar os problemas por meio da Aritmética
e que, constatada a difi culdade, saibam utilizar
de maneira apropriada o recurso algébrico das
equações para encontrar a resposta procurada.
A seguir, veremos alguns exemplos de proble-
mas que cumprem essa função. Inúmeros outros
exemplos podem ser criados ou encontrados nos
livros didáticos.
Atividade 5
Ao repartir uma conta de R$ 78,00 no res-
taurante AL GEBRÁ, três amigos estabelece-
ram que:
f Rui pagaria 34
do que Gustavo pagou;
f Cláudia pagaria R$ 10,00 a menos que a
terça parte do que Gustavo pagou.
Que valor da conta coube a cada um dos
três amigos?
Em primeiro lugar, é importante que o professor
oriente uma estratégia de organização das
informações, que pode ser feita por meio
de uma tabela. Na montagem dessa tabela,
chamaremos de x a quantia paga por um
dos três amigos e, sempre que possível, o
professor deve pedir que os alunos montem
outras tabelas chamando de x a quantia paga
por outra pessoa. Essa atividade de mudar o
signifi cado da incógnita é útil para o trabalho
com a ideia de operação inversa e para a
discussão de que, apesar de encontrarmos
valores diferentes para x dependendo de
onde ele esteja na tabela, a resposta fi nal
do problema sempre será a mesma, seja qual
for a escolha de posição para x.
Tabela 1
Rui34x 3x
4 + x +
x3
10− = 78
x = 42,24
Rui: R$ 31,68
Gustavo: R$ 42,24
Cláudia: R$ 4,08
Gustavo x
Cláudiax3
10−
Tabela 2
Rui9 10
4( )x + 9(x +10)
4 + 3(x + 10) + x = 78
x = 4,08
Rui: R$ 31,68
Gustavo: R$ 42,24
Cláudia: R$ 4,08
Gustavo 3(x + 10)
Cláudia x
Tabela 3
Rui xx + 4x
3 + 4x
9 – 10 = 78
x = 31,68
Rui: R$ 31,68
Gustavo: R$ 42,24
Cláudia: R$ 4,08
Gustavo43x
Cláudia 49x − 10
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16
O equacionamento mais natural é o da Tabela 1 que, por sua vez, recai em uma equação de resolução supostamente já conhecida de um aluno de 7a série/8o ano. Partindo da Tabela 1 e do equacionamen-to obtido, o aluno terá encontrado como resultado para Rui, Gustavo e Cláudia, respectivamente, os valores de R$ 31,68, R$ 42,24 e R$ 4,08. Espera-se, portanto, que equacionamentos com a colocação de x como o valor da conta a ser paga por ou-tra pessoa que não Gustavo produzam os mesmos resultados finais para cada uma das três pessoas. De posse dessa conclu-são, e tendo montado as Tabelas 2 e 3, o aluno poderá investigar estratégias de re-solução das equações decorrentes dessas duas tabelas, em particular nos interessan-do as estratégias de resolução da equação decorrentes da Tabela 2, que é mais difícil do que as outras. No caso da equação da Tabela 2, o aluno sabe que seu resultado final tem que ser x = 4,08 e, a partir dessa informação, deverá descobrir eventuais er-ros no seu processo de resolução da equa-ção, se ele não tiver conduzido a esse valor. O erro mais frequente, e que merece um comentário do professor, é:
Ao multiplicar por 4 os dois membros, o aluno escreve a equação:9(x+10)+12(4x+40)+4x = 312, quando o correto seria 9(x+10)+12(x+10)+4x = 312 ou 9(x+10)+3(4x+40)+4x = 312.
Uma boa estratégia que pode ser siste-matizada ao final dessa discussão para evitar erros como o mencionado é:
1. Aplicamos a propriedade distributiva
eliminando parênteses.
2. Frações com o numerador escrito como
soma ou subtração devem ser transformadas
em frações com numerador simples (apenas
um número ou uma letra, ou um número
multiplicando uma letra).
3. Multiplicamos os dois membros (termo
a termo) pelos denominadores das frações
ou, de forma mais direta, pelo MDC dos
denominadores.
Nesse caso, a resolução corresponderia às
seguintes etapas:
1)9(x +10)
4+ 3(x +10)+ x = 78
2)9x + 90
4+ 3x + 30+ x = 78
3))9x
4+
90
4+ 3x + 30+ x = 78
4) 9x + 90+12x +120+ 4x = 312
255x = 102 x = 4,08→
Atividade 6
Se de 220 subtrairmos a idade de uma pes-
soa, obtemos uma aproximação da frequência
cardíaca máxima por minuto que essa pessoa
tolera em atividade física intensa. Sabe-se que
a frequência cardíaca máxima de Renê é 2423
da de Bernardo. Se a frequência cardíaca máxi-
ma de Renê é igual a 163
da idade de Bernardo,
determine a idade e a frequên cia cardíaca má-
xima dos dois amigos.
Adotando o mesmo tipo de procedimento
usado na resolução do problema anterior,
equacionaremos esse problema utilizando
tabelas.
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17
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Tabela 1
IdadeFrequência
cardíaca máxima 24(220 x)23
=16x3
−
x = 36
Renê: 28 anos e FCmáx = 192Bernardo: 36 anos e FCmáx = 184
Renê 22024(220 x)
23− −
22024(220 x)
23− −
Bernardo x 220 − x
Tabela 2
IdadeFrequência
cardíaca máxima 220 – x =163
220 –23(220 – x)
24⎡
⎣⎢⎤
⎦⎥
x = 28
Renê: 28 anos e FCmáx = 192Bernardo: 36 anos e FCmáx = 184
Renê x 220 − x
Bernardo220 – x =163
220 –23(220 – x)
24⎡
⎣⎢⎤
⎦⎥220 – x =
163
220 –23(220 – x)
24⎡
⎣⎢⎤
⎦⎥
Tabela 3
IdadeFrequência
cardíaca máxima
x = 184
Renê: 28 anos e FCmáx = 192Bernardo: 36 anos e FCmáx = 184
Renê 22024x
23−
24x23
Bernardo 220 − x x
Tabela 4
IdadeFrequência
cardíaca máxima x =16
3220
23x
24−
x = 192
Renê: 28 anos e FCmáx = 192Bernardo: 36 anos e FCmáx = 184
Renê 220 − x x
Bernardo 22023x
24− 220
23x
24−
Para a montagem das tabelas, é importante
que o aluno compreenda inicialmente
a seguinte informação do enunciado:
FCmáx = 220 – I, onde FCmáx é a frequência
24x23
=163(220 x)−
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18
cardíaca máxima do indivíduo de idade I. Para
compreender essa relação, alguns exemplos
podem ser úteis.
Um indivíduo de 20 anos tem frequência cardíaca máxima 200 porque 220 – 20 = 200. Reciprocamente, um indivíduo com frequência cardíaca máxima igual a 200 tem 20 anos de idade, porque 220 – 200 = 20. Um indivíduo de 30 anos tem frequência cardíaca máxima 190, porque 220 – 190 = 30. Reciprocamente, um indivíduo com frequência cardíaca máxima igual a 190 tem 30 anos de idade, porque 220 – 190 = 30. Segue que um indivíduo de idade I tem FC máxima igual a 220 – I, e um indivíduo de frequência cardíaca máxima
FCmáx tem idade I igual a 220 – FCmáx.
Na Tabela 3, colocamos x na frequência cardíaca máxima de Bernardo, o que implica dizer que sua idade será 220 − x. Como a frequência cardíaca máxima de Renê é 24
23da de Bernardo, então a FCmáx de Renê será 24x23
. A partir da FCmáx de Renê concluímos
que sua idade tem que ser 220 – 24x23
.
Note que o caminho feito para a organização
dos dados na Tabela 3 foi:
Tendo em vista a resolução das equações
decorrentes de cada uma das tabelas, é
importante, mais uma vez, destacar que o
aluno deverá compreender que o valor de x
obtido em cada uma delas é diferente porque
diz respeito a uma informação diferente da
tabela, porém, as respostas finais sobre as
idades e frequências cardíacas máximas
de Renê e Bernardo devem ser iguais nas
quatro tabelas, o que pode ser utilizado
como recurso para corrigir eventuais
erros no procedimento de resolução
das equações.
Um curso de equações necessariamente
tem que dar atenção à técnica de resolução,
mas não deve dar ênfase maior a ela do que
ao uso do raciocínio lógico. Não é razoável
que se faça uso de técnicas em problemas de
equações nos quais a solução pode ser obtida
diretamente pelo uso da heurística1, como co-
mentaremos a seguir.
O ambiente de estudo das equações é
extremamente adequado ao exercício da
heurística, já que muitas vezes uma equa-
ção pode ser resolvida por estratégias dife-
rentes das que normalmente faríamos com
o uso das técnicas. O exercício de resolver
equações por caminhos mais inventivos do
que o da técnica é fundamental para o de-
senvolvimento do pensamento matemático
e, portanto, deve sempre ser incentivado.
A seguir, apresentamos uma atividade em que
o aluno tem que resolver uma série de equa-
ções, mas, na maioria dos casos, as técnicas
Para as Tabelas 1, 2 e 4 os caminhos foram:
x
xTabela 4
x
Tabela 1
xTabela 2
1 Segundo o Dicionário Houaiss, heurística: arte de inventar, de fazer descobertas; ciência que tem por objeto a descoberta de fatos. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (edição eletrônica). Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2007.
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19
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
conhecidas por ele não são suficientes para
resolver os problemas, o que deve motivar a
busca de soluções inventivas. O professor deve
observar que na lista incluímos equações de
2o grau, de 3o grau, com frações algébricas,
exponenciais, equações com radicais, equa-
ções com mais de uma solução, equações sem
solução e até equações com infinitas soluções,
sendo que todas podem ser resolvidas por um
aluno de 7a série/8o ano sem o uso da técnica.
Atividade 7
As técnicas aqui estudadas para resolver
equações são importantes porque organizam
os procedimentos algébricos, porém, nunca
devemos perder de vista a heurística. Todas as
equações a seguir podem ser resolvidas sem o
uso das técnicas algébricas; descubra a solu-
ção de cada uma usando o método heurístico.
Lembre-se que uma equação pode não ter so-
lução, pode ter apenas uma solução, pode ter
mais de uma solução ou até mesmo infinitas
soluções.
a) 3x + 1 = 82
b) 1
115x +
= –
c) x2 = 25
d) x2 + 2 = 51
e) (x + 1)2 = 9
f) x2 = – 16
g) 2x2 = 2 98
2x =
h) 2x+1 = 16
i) 52–x = 25
j) (x + 5).(x – 3) = 0
k) x.(x + 1).(x + 2).(x + 3) = 0
l) x + 1 = x + 2
m) 5
10
x +=
n) xx+
=2
31
o) 2 1
41
xx
–+
=
p) (2x)3 = 64
q) (2x + 1).(3x + 3) = 0
r) x + =3 25
s) 813
1x =
t) 129
2 3=
x –
u) 3 5 152 6x x+ = –
v) 2 141
1341
x – –=
w) x3 = – 8
x) 15
0x
=
y) 0.x = 0
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20
a) Basta investigar as potências de 3 até
encontrar alguma cuja soma com 1 resulte 82.
A resposta é x = 4, porque 34 = 81.
b) O denominador da fração do primeiro
membro tem que ser igual a – 5 para que
a igualdade seja verdadeira com o segundo
membro. Para que x + 1 seja igual a – 5,
x tem que ser igual a – 6 .
c) Os números que elevados ao quadrado re-
sultam 25 são 5 e –5. É provável que os alu-
nos encontrem apenas a resposta positiva,
e que se surpreendam com o fato de encon-
trarmos duas soluções para uma equação.
d) Tirando 2 de 51 resulta 49, o que implica
dizer que procuramos um número cujo
quadrado seja 49. Resposta: 7 e –7.
e) –3 e 3 são os números cujo quadrado é 9,
mas como estamos elevando x + 1 ao
quadrado, procuramos x + 1 = –3 e x + 1 = 3,
ou seja, x = – 4 ou x = 2.
f) Não existe número real cujo quadrado
seja negativo, portanto, a equação não possui
solução em IR.
g) A metade de 98
é 916
. Então, procuramos
um número que elevado ao quadrado resulte 9
16. Resposta: 3
4 e −
34
.
h) Como 24 = 16, procuramos um número
que somado a 1 dê 4, que é o número 3.
i) Análogo ao anterior, o x procurado é 0.
j) Se o produto de dois números é zero, neces sa-
ria mente um deles é zero (ou ambos são 0).
Segue, portanto, que x é igual a –5 ou 3.
k) Análogo ao anterior, x pode ser 0, –1, –2
ou –3.
l) Não há valor de x que torne a igualdade ver-
dadeira, portanto, essa é uma equação “sem
solução” (a solução é um conjunto vazio).
m) Como fração indica uma divisão, jamais
poderemos ter uma fração de numerador
diferente de zero que seja igual a zero. Por-
tanto, essa é outra equação de solução vazia.
n) Se uma fração é igual a 1, necessariamente
seu numerador é igual ao seu denominador,
o que implica dizer que estamos procurando
o x que resolva a equação x + 2 = 3x.
Resposta: x = 1.
o) Análogo ao anterior. Resposta: x = 5.
p) Inicialmente, procuramos um número que
elevado ao cubo resulte 64, que é o número 4.
Em seguida, a pergunta passa a ser: qual é o
expoente de uma potência de 2 para que o
resultado seja 4? Resposta: 2. Esse exercício
pode ser usado para discutir ou recordar a
propriedade (am)n = a m . n.
q) Análogo ao raciocínio dos exercícios j e k.
Resposta: − 1
2 ou –1.
r) O quadrado de 25 é 625. Então, procu-
ramos um número que somado a 3 resulte
625. Esse número é 622.
s) 3x tem que ser igual a 81 para que a
fração do lado esquerdo seja equivalente a 1.
O expoente que faz 3x ser igual a 81 é 4,
que é a resposta da equação.
t) Análogo ao anterior. Resposta: x = 5.
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21
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
u) Seja qual for o valor de x, sabemos
que x 2 e x 6 serão números não negativos,
portanto, a equação não possui solução
(em IR).
v) Uma vez que os dois membros representam
equações de denominador 41, temos que ter
2x – 1 = –13, ou seja, x = – 6.
w) –2 é um número que elevado ao cubo
resulta – 8 (nesse exercício o professor pode
comentar com os alunos que em um conjunto
numérico, que será estudado no futuro,
a equação do problema terá outras duas
soluções além do –2).
x) De modo análogo ao exercício m e
ao u, o problema não tem solução (o
professor deve aproveitar esse exercício
para discutir que x = 0 não é uma solução
do problema).
y) Qualquer valor para x resolve a equação,
portanto, é uma equação com infinitas
soluções.
Dependendo do interesse da turma, os se-
guintes comentários podem ser feitos ao longo
da correção dessa atividade:
f As equações a, h, i, p, s, t e x recebem o
nome de equações exponenciais. Você con-
segue imaginar o porquê desse nome?
Porque a incógnita se encontra em um
expoente.
f Na 1a série do Ensino Médio, você vai
aprender técnicas para resolver equações
exponenciais.
f As equações b, m, n e o recebem o nome
de equações com frações algébricas. Você
consegue imaginar o porquê desse nome?
Porque são equações envolvendo frações
escritas com incógnitas no denominador.
f Na 7a série/8o ano e na 8a série/9o ano, você
vai aprender técnicas para resolver equa-
ções com frações algébricas.
f As equações c, d, e, f, g, j, k, l, q, u, v, w e y
recebem o nome de equações algébricas (ou
equações polinomiais). O grau de uma equa-
ção algébrica varia de acordo com o maior
expoente que a incógnita assume quando a
equação está escrita na forma mais simples
possível. As estratégias de resolução das
equações algébricas de 1o grau você come-
çou a aprender na 6a série/7o ano, e continua
aprendendo na 7a série/8o ano. Na 8a série/
9o ano, você aprenderá técnicas para reso-
lução de equações algébricas de 2o grau. Na
3a série do Ensino Médio, você vai aprender
técnicas para resolver algumas equações al-
gébricas de grau maior ou igual a 3.
f A equação r chama-se equação irracional (equa-
ção que possui a incógnita no radicando).
f Para sua surpresa, algumas equações para as
quais você não encontrou solução têm uma
ou mais respostas, mas para encontrá-la(s)
você terá que expandir seus conhecimentos
sobre conjuntos numéricos. Por exemplo,
as equações f e u têm soluções no conjunto
numérico dos números complexos, que você
vai aprender na 3a série do Ensino Médio.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 21 09/05/13 14:09
22
A equação w, para a qual você só encontrou
uma solução, possui mais duas soluções no
conjunto dos números complexos. Mas fique
atento, existem equações que não possuem
solução, seja qual for o conjunto numérico
assumido, ou seja, sua solução sempre será
o conjunto vazio. São exemplos de equações
com solução conjunto vazio: l, m e x.
f Existem muitos outros tipos de equação que
exploram contextos matemáticos que você
ainda não conhece, então, seja bem-vindo
ao maravilhoso mundo das equações que
você só está começando a aprender (refe-
rimo-nos, nesse caso, às equações trigono-
métricas, matriciais e logarítmicas).
A investigação das equações, que são sen-
tenças matemáticas em que aparecem o sinal de
igualdade (=) e uma ou mais incógnitas, estabe-
lece quase de forma natural uma porta de en-
trada para o estudo das sentenças matemáticas
com uma ou mais incógnitas nas quais aparece
um sinal de desigualdade (>, <, ou ).
Dois aspectos devem ser destacados na in-
trodução ao estudo das inequações. Em pri-
meiro lugar, é importante que o professor evite
a formulação de regras como “multiplica por
negativo e troca o sinal da desigualdade” sem
que antes tenha sido trabalhada com seguran-
ça uma compreensão significativa de tal “regra
prática”. Em segundo lugar, deve-se procurar,
na medida do possível, problematizar o uso das
inequações em situações concretas de resolução
de problemas. A seguir, apresentamos alguns
problemas que contemplam esse objetivo.
Atividade 8
A figura indica uma folha de latão que será
usada na montagem de uma peça (as medidas
estão em metros).
a) Determine todos os valores possíveis de
x (em metros) para que o perímetro da
folha seja maior ou igual a 64 m.
2(2x + 4 + x) + 2(x + x + 10 + x) ≥ 64
x ≥ 3 metros.
b) Determine todos os valores possíveis de x (em metros) para que a soma dos compri-mentos representados em vermelho seja menor que a soma dos demais comprimen-tos que completam o perímetro da folha.
2(2x + 4 + x + x) < 2(x + 10) + x + x →
→ x < 3. Nesse caso, é importante que se
observe a figura para identificar a condição
de existência de x (para que a figura exista,
temos que ter x > 0). Portanto, a resposta
do problema deve atender simultaneamente
às condições x < 3 e x > 0, o que pode ser
escrito, resumidamente, como 0 < x < 3, com
x dado em metros.
Atividade 9
Para produzir x litros de uma substância, o
custo por litro depende da quantidade produ-
zida, ou seja, depende do valor de x. Em dada
situação, o custo por litro é expresso pela relação
2x +
4
x + 10
2x + 4
xx
xx
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23
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
C = 1 000 – 1,5x. A empresa que fabrica essa
substância desenvolveu um novo processo de
produção que pode ser feito ao custo (por litro)
dado pela fórmula C = 940 – 1,4x. Pergunta-se:
a) Deseja-se produzir 450 litros da subs-
tância. Em qual dos dois processos o
custo por litro será menor? E se a quan-
tidade a ser produzida for 620 litros?
Para x = 450, o processo antigo implica um
custo de (1 000 – 1,5 . 450) = R$ 325,00 por
litro, e o novo, um custo de (940 – 1,4 . 450)=
= R$ 310,00 por litro. Para x = 620, o processo
antigo implica um custo de (1 000 – 1,5 . 620) =
= R$ 70,00 por litro, e o novo, um custo de
(940 − 1,4 . 620)= R$ 72,00 por litro. Portan-
to, para 450 litros, o custo por litro dado pela
fórmula antiga é maior que o dado pela fórmula
nova, e para 620 litros a situação se inverte.
b) Determine todos os valores de x para os
quais o custo por litro no novo processo
de produção é menor do que o custo
por litro no processo antigo.
Procura-se a solução da inequação
940 − 1,4x < 1 000 − 1,5x, que é x < 600.
Devemos ainda observar que como x > 0,
portanto 0 < x < 600, com x dado em litros.
Atividade 10
Para enviar uma mensagem do Brasil para
os Estados Unidos via fax, uma empresa co-
bra R$ 3,40 pela primeira página e R$ 2,60 por
página adicional, completa ou não. Calcule o
maior número de páginas possível de uma des-
sas mensagens para que seu preço não ultra-
passe o valor de R$ 136,00.
Chamando de P o preço em R$ para enviar x
páginas, temos: P = 3,4 + 2,6.(x – 1)
Calcular o maior número de páginas possível
para que o preço não ultrapasse R$ 136,00
resume-se a resolver e interpretar a inequação
3,4 + 2,6.(x – 1) ≤ 136, com x inteiro.
Resolvendo a inequação:
3,4 + 2,6x − 2,6 ≤ 136 → x ≤ 52.
O maior número inteiro que é menor ou
igual a 52 é o próprio 52, que é a resposta
do problema.
Atividade 11
Em um concurso com 20 questões, para
cada questão respondida corretamente, o can-
didato ganha 3 pontos e, para cada questão res-
pondida de forma errada (ou não respondida),
perde 1 ponto. Sabendo que para ser aprovado
o candidato deve totalizar na prova um míni-
mo de 28 pontos, calcule o menor número de
questões respondidas corretamente para que
o candidato seja aprovado no concurso.
Chamaremos de x o número de questões
respondidas corretamente pelo candidato e
de 20 – x o número de questões respondidas
erradamente ou não respondidas por ele. Se
P é o total de pontos obtidos pelo candidato
ao responder corretamente x questões,
então a função que modela o problema é
P = 3x – (20 – x), com x sendo um número
inteiro tal que 0 ≤ x ≤ 20.
O menor número de questões respondidas
corretamente para que o candidato totalize
um mínimo de 28 pontos será o menor inteiro
que atende à inequação P ≥ 28. Resolvendo:
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 23 09/05/13 14:09
24
3x – (20 – x) ≥ 28
3x – 20 + x ≥ 28
4x ≥ 48
x ≥ 12. Portanto, no mínimo ele deve
acertar 12 questões, totalizando, nesse caso,
exatamente 28 pontos.
Atividade 12
Três planos de telefonia celular são apre-
sentados na tabela a seguir:
PlanoCusto fixo
mensalCusto adicional
por minuto
A R$ 35,00 R$ 0,50
B R$ 20,00 R$ 0,80
C R$ 0,00 R$ 1,20
a) Qual é o plano mais vantajoso para
alguém que utiliza 25 minutos por mês?
Chamando-se de CA , CB e CC o custo total
dos planos A, B e C para x minutos de uso,
teremos:
Para qualquer valor de x maior do que
50 minutos, o plano A será mais barato que
os planos B e C.
Considerações sobre a avaliação
Na Situação de Aprendizagem 1, discu-
timos a resolução de equações e inequações.
No tema equações, demos continuidade à
introdução feita na 6a série/7o ano sobre o
assunto, apresentando situações mais comple-
xas, passíveis de equacionamento, bem como
equações de 1o grau de complexidade maior
que as apresentadas na série/ano anterior. No que
diz respeito às desigualdades, nestes Cadernos,
o estudo das inequações tem início na 7a série/
8o ano e prossegue nas séries/anos seguintes.
Na 7a série/8o ano, entendemos que o assunto
deve ser tratado, sempre que possível, com
maior ênfase dada à resolução de problemas
e não à tecnicidade, o que não quer dizer que
o professor deva abandonar por completo a
sistematização de alguns procedimentos de
resolução de inequações. Lembramos que o
estudo das inequações está apenas começando
na 7a série/8o ano e, certamente, será retoma-
do com aprofundamento e outros matizes nas
séries/anos seguintes.
Uma vez que o aluno estará aprofundan-
do seus conhecimentos sobre equações nesse
volume, é tarefa importante do professor pre-
pará-los para uma boa leitura de enunciados
b) A partir de quantos minutos, de uso
mensal, o plano A se torna mais
vantajoso que os outros dois?
Queremos encontrar o menor valor de x para
que CA < CB e CA < CC .
C = 35 + 0,5 .x C = 35 + 0,5 .25 =47,5
C = 20 + 0,8 .x A A
B
→→→
→ C = 20 + 0,8 .25 =40
C = 1,2.x C = 1,2 .25 =30B
C C
Portanto, para 25 minutos de uso:
CC < CB < CA.
CA < CB
35 + 0,5x < 20 + 0,8x, ou seja, x > 50
CB < CC
35 + 0,5x < 1,2x, ou seja, x > 50
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25
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
e para a transposição de linguagens (do tex-
to para a álgebra, e vice-versa). A leitura
e a interpretação de enunciados será me-
lhor, quanto mais o aluno puder praticá-la
com orientação do professor. O professor
deve evitar concentrar o curso apenas em
problemas do tipo “resolva a equação...”,
“determine o valor de x...”, etc., sendo
preferível que se privilegiem problemas
com texto e contexto. Instrumentalizar os
alunos para uma boa leitura de enunciados
significa orientá-los para que identifiquem
os dados, as relações entre dados e a per-
gunta. Em seguida, outra etapa importante
é a da transposição das informações coleta-
das para a linguagem da álgebra. Nesse mo-
mento, o professor deve estar atento para as
dificuldades específicas dos seus alunos para
que possa elaborar a estratégia certa para a
condução do curso.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2 COORDENADAS CARTESIANAS E TRANSFORMAÇÕES NO PLANO
Nesta Situação de Aprendizagem, iremos
ampliar a noção de localização com base na
exploração e na formalização do sistema de
coordenadas no plano. Os alunos já trabalha-
ram nas séries/anos anteriores com a leitura
e a representação de valores numéricos em
retas e gráficos. Nesta etapa da escolaridade,
pretende-se que os alunos compreendam o
sistema de coordenadas cartesianas como um
modo organizado e convencionado para re-
presentar objetos e relações matemáticas.
Em outras palavras, eles devem conhecer as
principais características do plano cartesiano:
que é constituído por dois eixos perpendicula-
res entre si, cada qual subdividido em partes
iguais, representadas por números positivos
e negativos; que o plano é dividido em qua-
tro quadrantes, etc. São essas características
que fazem do plano cartesiano um sistema
apropriado para representar pontos, figuras
geométricas, equações e funções. Contudo,
há uma ressalva a se considerar: no plano
cartesiano, os pontos representados nos dois eixos correspondem a números reais. Como os
alunos ainda não estudaram a formação do
conjunto dos reais e a reta real, trabalharemos
neste momento apenas com pontos racionais.
O que estamos chamando de coordenadas
cartesianas é um sistema de coordenadas ra-
cionais no plano. A formalização do plano
cartesiano será feita posteriormente, a partir
do estudo dos números reais e das funções.
O conhecimento do sistema de coorde-
nadas cartesianas também é importante
para a continuidade dos estudos em Álge-
bra. A representação de pares ordenados
(x, y) correspondentes a uma equação com
duas variáveis possibilita a análise gráfi-
ca da solução de um sistema de equações.
No Ensino Médio, o gráfico cartesiano será
usado para a representação de diferentes ti-
pos de função, da linear à exponencial.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 25 09/05/13 14:09
26
Inicialmente, propomos algumas atividades
relacionadas à noção de localização antes de
introduzir formalmente o sistema de coorde-
nadas cartesianas. É importante explorar os
conhecimentos prévios dos alunos em situa-
ções de localização, tais como a procura de uma
rua em um guia de endereços ou a localização
de uma cidade em um mapa.
A partir de alguns exemplos conhecidos, dis-
cutiremos as principais características de um
sistema de localização: a necessidade de um pon-
to de referência, as coordenadas e as dimensões
envolvidas, as convenções adotadas, etc. Em
seguida, destacamos os principais elementos
do sistema de coordenadas cartesianas: o ponto
de origem, a reta numérica, os eixos coordenados,
os pares ordenados e o plano cartesiano.
Feito isso, propomos uma série de atividades
que têm por objetivo consolidar o conhecimento
do sistema de coordenadas cartesianas. As ativi-
dades 5 e 6 tratam da representação de figuras
geométricas no plano cartesiano. Na atividade 7,
propomos um jogo de batalha-naval matemático
envolvendo coordenadas cartesianas. Da ativida-
de 8 em diante, introduzimos as transformações
geométricas no plano cartesiano: por meio de
operações realizadas com as coordenadas carte-
sianas, exploraremos movimentos e transforma-
ções de figuras geométricas simples, tais como
translação, reflexão, ampliação e redução.
Tempo previsto: 2 semanas.
Conteúdos e temas: coordenadas; plano cartesiano; pares ordenados; transformações geométricas.
Competências e habilidades: conhecer as principais características do sistema de coordenadas cartesianas; localizar pontos e figuras geométricas no plano cartesiano; realizar transforma-ções geométricas no plano usando operações com as coordenadas cartesianas.
Estratégias: análise e resolução de situações–problema; uso de um jogo para a familiarização com o sistema de coordenadas; uso do plano para representar pontos e figuras.
Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 2
A ideia de localização
Um dos desafios que se coloca para o profes-
sor da 7a série/8o ano é como introduzir o sistema
de coordenadas cartesianas de uma forma sig-
nificativa para o aluno. Sugerimos que se explo-
rem, inicialmente, algumas situações e alguns
contextos em que a noção de localização seja
familiar aos alunos. Um aluno da 7a série/8o ano
provavelmente já se deparou com algum tipo de
problema de localização, como encontrar uma
rua em um guia de endereços, achar um livro em
uma biblioteca ou, até mesmo, jogar batalha-
-naval. Em todos esses exemplos, a noção de
coordenada está diretamente envolvida.
Nosso trabalho será fazer com que o aluno
saiba reconhecer e analisar os elementos que
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
estão presentes em uma situação de localização.
Ele deverá se apropriar dos termos próprios da
Matemática usados para localizar um objeto, tais
como: origem, sentido, distância, escala, coorde-
nada, reta numerada, eixos coordenados, plano
cartesiano, par ordenado, etc. As atividades pro-
postas a seguir caminham nessa direção.
Atividade 1 – Localização
Solicite aos alunos que tentem localizar
o endereço de suas casas usando um guia de
ruas. Eles devem consultar uma lista em or-
dem alfabética das ruas de sua cidade, que
deve conter duas informações: a página onde
se encontra o mapa da região e a localização
da rua neste mapa. A localização será feita
por meio de duas informações: uma referência
horizontal e uma referência vertical, ambas
representadas por números ou por letras.
Outra ideia que deve ser destacada é que a
informação sobre a localização de um objeto
parte sempre de um ponto de referência escolhido.
No caso do guia de ruas, o ponto de referência
é o canto superior esquerdo da página, onde se
iniciam as sequências de números e letras. Na
próxima atividade, exploramos uma situação
em que as informações sobre a localização de
um objeto depende do referencial escolhido.
Atividade 2 – Ponto de referência
Um empreiteiro deve construir um ralo em
uma cozinha seguindo as instruções fornecidas
pelo arquiteto na planta a seguir, construída
em escala.
R. Vadico
R. Mendes Caldeira
R. Rodrigues dos Santos
R. Monsenhor A
ndrade
R. Elisa Whitaker
R. João Teodoro
R. São Caetano
R. São Caetano
R. Mauá
R. Miguel Carlos
R. d
a Ca
ntar
eira
R. P
línio
Ram
os
R. A
ntôn
io P
ais
Av. Mercúrio
Av. d
o Es
tado
Av. d
o Es
tado
R. Benjamim de Oliveira
R. B
arão
de
Dup
rat
R. d
a Ca
ntar
eira
R. Gen. C
arneiro
R. Fernandes Silva
R. Sampaio Moreira
R. da Alfândega
R. Santa Rosa
R. do Lucas
R. do Gasômetro
R. do Gasômetro
R. Polignano A. Maré
PraçaSão Vito
R. Monsenhor A
ndrade
B R Á S
B O M R E T I R OR
1
A
B
C
D
2 3 4
No mapa acima, a Rua Vadico encontra-se no
quadro C4, ou seja, no cruzamento da 3a linha
com a 4a coluna.
Pode-se comentar com os alunos que, nesse caso, utilizou-se uma combinação de letras e números para dar a informação da localização de um ponto desta rua. Poderiam ser duas letras ou dois números, dependendo da convenção estabelecida pelo guia. O cru-zamento das duas informações resultou na localização da região em que se encontra a rua no mapa.
Como achar a localização precisa do ralo por
meio da planta fornecida? Se escolhermos
Con
exão
Edi
tori
al
Con
exão
Edi
tori
al
ralo
3,2 m
0,3 m
0,7 m
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28
como ponto de referência o canto superior
esquerdo da cozinha, então o ralo se encontra
a 3,2 metros na direção horizontal e a
0,7 metros na direção vertical em relação ao
ponto de referência escolhido. Veja a planta
a seguir.
Atividade 3 – Localização e dimensões
Para encontrarmos o local de uma casa, precisamos do endereço dela. No caso, precisa-mos saber o nome da rua e o número da casa. Encontrada a rua, basta nos orientarmos pela numeração até localizarmos a casa. Por con-venção, a numeração de uma rua segue um sentido crescente de numeração relacionado à distância em relação ao início dessa rua. Esse início é estabelecido por convenção, e a partir dele numeram-se as residências, com os números pares à direita e os ímpares à esquerda. Assim, a casa de número 250 fica no lado direito da rua, a aproximadamente 250 metros de seu início. Esta situação envolveu a localização de um ponto em determinado espaço de uma dimensão, a saber, da distância da casa até o início da rua.
No caso do guia de endereços, para lo-
calizar uma rua foram necessárias duas in-
formações: a primeira em relação à direção
horizontal (representada por letras) e a segun-
da em relação à direção vertical (representada
por números). O mesmo ocorre quando que-
remos informar a localização de um livro em
uma estante. A prateleira informa a dimensão
vertical, e a posição do livro na prateleira, a
dimensão horizontal. Tal livro encontra-se na
5a prateleira de baixo para cima, e é o 5o da
direita para a esquerda.
Um mapa geográfico também envolve
a localização de duas direções: a vertical,
chamada de latitude, e a horizontal, que é a
longitude. O sentido de cada uma dessas di-
reções foi estabelecido por convenção: Norte
e Sul a partir da linha do Equador para a la-
titude, e Leste e Oeste a partir do meridiano
de Greenwich para a longitude. A cidade de
Santos, por exemplo, encontra-se 23° 57´ ao
Por outro lado, se adotarmos como ponto
de referência o canto superior direito, as
coordenadas da localização do ralo mudam:
0,3 metros na horizontal e 0,7 metros na
vertical. Embora as coordenadas variem de
acordo com o referencial adotado, a posição
do ralo é sempre a mesma. Tudo depende
da escolha do referencial mais adequado em
cada situação.
ralo
ralo
ponto de referência
ponto de referência
3,2 m
0,3 m
0,7
m
0,7
m
Con
exão
Edi
tori
alC
onex
ão E
dito
rial
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Sul do Equador e 46° 20’ a Oeste do meridia-
no de Greenwich. As três situações descritas
envolveram a localização em um espaço de
duas dimensões.
Já a posição de um avião em pleno voo en-
volve a localização em um espaço de três di-mensões. Além das coordenadas geográficas
(latitude e longitude), precisamos determinar a
altura em que o avião está viajando, completan-
do assim três informações. Outro exemplo é a
localização de um livro em uma biblioteca com
várias fileiras de estantes. Precisamos informar
a fileira em que se encontra a estante, a prate-
leira e a posição do livro na prateleira. Três di-
mensões, três informações são necessárias.
Atividade 4 – Da reta numerada ao plano
O modelo matemático mais usado para lo-
calizar pontos em uma dimensão é a reta nu-
merada (veja a figura a seguir). Para localizar
um ponto com precisão em uma reta são neces-
sários três elementos. O primeiro é um ponto
de referência ou origem, a partir do qual serão
feitas as comparações de distância. O segundo
é um sentido de crescimento, de forma que seja
possível estabelecer uma sequência crescente de
numeração. E, por fim, uma unidade de medi-
da, que servirá de parâmetro para a marcação
de todos os outros pontos da reta.
Parte-se do pressuposto de que é pos-
sível associar cada ponto da reta a um único
número real e cada número real a um úni-co ponto na reta. Essa afirmação não precisa ainda ser justificada para os alunos, uma vez que eles somente vão estudar a construção e a representação dos números reais na 8a série/ 9o ano. Neste momento, basta que eles com-preendam que é possível localizar e representar números inteiros e racionais na reta numerada.
Essa correspondência entre pontos e números define um sistema de coordenadas na reta. O nú-mero correspondente a um ponto da reta é cha-mado de coordenada. A coordenada nada mais é do que o endereço de um ponto na reta numerada.
A reta numérica, contudo, não é suficiente para localizar pontos em um espaço de duas dimensões. O modelo matemático mais utili-zado para esse fim é o plano. O plano cartesia-no consiste na junção de duas retas numeradas
(eixos coordenados), uma horizontal e outra
vertical, que se cruzam no ponto de origem.
Do mesmo modo que um número repre-
sentava um ponto na reta numerada, um par
de números representará um ponto no plano.
Cada um desses números corresponderá a um
ponto em um dos eixos coordenados. Assim,
o endereço de um ponto no plano correspon-
de a um par ordenado de números. Essa orde-
nação foi convencionada da seguinte forma: o
primeiro número corresponde ao eixo horizon-
tal, e o segundo, ao vertical. Por exemplo, o
ponto correspondente ao par ordenado (3, 2)
543210–1–2–3
Origem
Unidade Sentido
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30
encontra-se a 3 unidades de distância da ori-
gem na horizontal e a 2 unidades na vertical.
O gráfico a seguir mostra a representação de al-
guns pares ordenados no plano cartesiano.
ponto é uma coordenada composta por três
pontos ordenados (x, y, z).
É importante comentar com os alunos que
o nome do sistema de coordenadas cartesia-
nas é uma homenagem ao seu criador, o fi-
lósofo e matemático francês René Descartes,
que viveu no século XVII. A ideia de localizar
pontos no plano por meio de um sistema de
coordenadas representou um grande avanço
no estudo da Geometria. A partir da cria-
ção do sistema de coordenadas cartesianas, a
Geo metria passou a se apoiar nas técnicas de
representação algébrica, permitindo um es-
tudo mais analítico das figuras geométricas.
Além disso, a própria Álgebra se transformou,
pois os valores de uma função puderam ser
representados graficamente, permitindo uma
análise geométrica das expressões algébricas.
As atividades a seguir têm como objetivo
principal familiarizar os alunos com os princi-
pais elementos do sistema de coordenadas no
plano, por meio da representação de figuras
geométricas e das possíveis transformações que
podem ser feitas a partir de operações com
suas coordenadas: translações, reflexões, am-
pliações e reduções. Na atividade 5, serão in-
troduzidos os termos abscissa e ordenada para
designar as coordenadas do eixo x e do eixo y,
respectivamente.
Atividade 5 – Representação de figuras geométricas no plano
Observe as figuras geométricas representa-
das no plano a seguir.
Por convenção, o ponto de origem do plano
corresponde ao par ordenado (0, 0), que é o
ponto de interseção das duas retas numeradas.
O sentido de crescimento no eixo horizontal é
da esquerda para a direita, e no vertical, de bai-
xo para cima. Os números positivos são repre-
sentados à direita e acima do ponto de origem,
e os negativos à esquerda e abaixo desse ponto.
Os pontos do plano são representados pelos
pares ordenados (x, y), no qual x representa os
valores associados ao eixo horizontal, e y,
os valores associados ao eixo vertical.
No caso da representação de planos no
espaço, acrescenta-se mais um eixo coorde-
nado perpendicular ao plano, passando pela
origem. Assim, no espaço, o endereço de um
4
3
2
1
–1
–2
–3
–4
43210–1–2–3– 4
(–3, 1)
(3, 2)
(2, –2)
x
(0, 0)
(–1, – 4)
y
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
1. Determine as coordenadas de seus vértices.
As coordenadas dos vértices do quadrado
ABCD são A (6, 5), B (4, 7), C (2, 5) e
D (4, 3). As do triângulo EFG são E (–2, 1),
F (– 8, 5) e G (– 8, 1). As do retângulo HIJK
são H (0, –1), I (– 6, –1), J (– 6, – 4), K (0, – 4).
As do triângulo LMN são L (6, 0), M (0, – 6)
e N (4, – 6).
2. Quais pontos possuem a mesma abscissa?
Os pontos A e L possuem abscissa 6. Os
pontos B, D e N possuem abscissa 4.
Os pontos H, K e M possuem abscissa 0. Os
pontos I e J possuem abscissa – 6. Os pontos
F e G possuem abscissa – 8.
3. Quais pontos possuem ordenadas iguais a zero?
Somente o ponto L possui ordenada igual a 0.
Na próxima atividade, os alunos deverão
fazer o caminho inverso, isto é, partindo das
coordenadas para representar as figuras geo-
métricas no plano cartesiano.
Atividade 6 – Desenhando polígonos
Desenhe os seguintes polígonos no plano
cartesiano a partir das coordenadas de seus
vértices:
1. Triângulo ABC, sendo A (5, 2), B (7, 7) e
C (1, 5).
2. Quadrado DEFG, sendo D (–3, 2), E (–3, 7),
F (– 8, 7) e G (– 8, 2).
3. Hexágono HIJKLM, sendo H (–7, 0),
I (–10, 0), J (–12, –3), K (–10, –6), L (–7, – 6)
e M (–5, –3).
4. Quadrilátero NOPQ, sendo N (7, 0),
O (0, –3), P (7, – 6) e Q (5, –3).
A familiaridade com os termos abscissa e ordenada pode levar ainda algum tempo. Assim, se os alunos apresentarem dificul-dade nessa atividade, o professor pode re-formular a pergunta, substituindo o termo abscissa por coordenada x e ordenada por coordenada y. O importante é enfatizar a capacidade leitora dos alunos em relação às coordenadas cartesianas no plano. Outro problema que costuma aparecer é a dificul-dade de leitura de pontos que estejam nos eixos coordenados. Por exemplo, o ponto L situa-se no eixo x, e possui coordenada (6, 0). O ponto H está situado no eixo y, possui coordenada (0, –1). Deve-se mostrar aos alunos que todo ponto situado no eixo x será representado por um par ordenado (x, 0), e todo ponto situado no eixo y, por um par ordenado (0, y).
F
G E
–5
10
–10
5
5
–5
10
J
HI
B
A
D
C
M
K
N
L
–10
y
x
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A próxima atividade é uma espécie de jogo
de batalha naval adaptado para o plano car-
tesiano. O uso de jogos como estratégia de
ensino na Matemática tem se mostrado bas-
tante proveitoso, sobretudo com alunos do En-
sino Fundamental. Esse jogo tem por objetivo
o conhecimento do sinal das coordenadas nos
quatro quadrantes do plano cartesiano. No
primeiro quadrante, ambas as coordenadas são
positivas; no segundo, a abscissa é negativa e a
ordenada positiva; no terceiro, ambas as coor-
denadas são negativas; e no quarto, a abscissa é
positiva e a ordenada, negativa.
Pode-se explorar com os alunos que nos qua-
-drantes ímpares (1o e 3o) as coordenadas têm o
mesmo sinal, enquanto nos quadrantes pares,
(2o e 4o) elas têm sinal oposto, como mostra a fi-
gura abaixo.
1o e 2o quadrantes, e o jogador Sul no 3o e 4o
quadrantes. Cada tiro é um par ordenado (x, y)
que representa um ponto no plano cartesiano.
Os objetos a serem descobertos são os seguintes:
Atividade 7 – Batalha-naval matemática
Este jogo é uma batalha-naval desenvolvida
em um plano coordenado. As regras são as mes-
mas do tradicional jogo de batalha-naval. A di-
ferença é que, em vez de navios e submarinos, os
objetos a serem atingidos são símbolos e objetos
matemáticos. Além disso, a batalha se desenvol-
ve nos quatro quadrantes do plano cartesiano.
O jogador Norte posiciona seus símbolos nos
Os símbolos devem ser posicionados no
tabuleiro do jogo, que é um plano cartesiano.
Por exemplo, o jogador Norte deve posicio-
nar seus símbolos no 1o e 2o quadrantes, como
mostra a figura a seguir.
O jogador Sul terá três tentativas de tiro.
Cada tentativa deve ser anunciada como um
par ordenado (x, y). Em seguida, o jogador
Norte deverá informar se os tiros acertaram
algum símbolo. Por exemplo, se os tiros forem
(3, 5), (–2, 4) e (–5, 5), apenas o segundo
tiro terá acertado o alvo, que é o símbolo da
multiplicação.
É importante que cada jogador dê os ti-
ros com as coordenadas correspondentes ao
ponto
adição
triângulomenor
subtração
quadrado
multiplicação
triângulo maior
divisão
y
x–5 10–10 50
10
–5
5
–10
y
x
3o
(−, +)
(−, −)
(+, +)
(+, −)
1
4o
o2o
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
quadrante do adversário, caso contrário, po-
derá acertar a própria esquadra. O jogo termi-
na quando um jogador acertar as coordenadas
dos oito símbolos do outro jogador.
As próximas atividades envolvem trans-formações geométricas no plano. Por meio
de simples operações aritméticas realizadas
com as coordenadas dos vértices de figuras
geométricas, iremos explorar algumas trans-
formações que podem ser realizadas com es-
sas figuras. É importante destacar que esta é
uma abordagem dinâmica da Geometria, em
contraposição à maneira usual, que é estáti-
ca. Por meio dela, os alunos poderão analisar
não apenas o movimento das figuras no plano
(translações e reflexões) como, também, am-
pliações e reduções dessas figuras.
Atividade 8 – Translação
Considere o triângulo ABC. As coordena-
das (x, y) de seus vértices são A (3, 2), B (7, 3)
e C (4, 5).
unidades na direção do eixo coordenado
correspondente. Por exemplo, somando 6
às abscissas dos vértices do triângulo ABC,
obteremos o triângulo A’B’C’ de coordena-
das (x + 6, y). Esse novo triângulo resulta
da translação horizontal (segundo o eixo x)
em 6 unidades do triângulo original, como
mostra a figura.
A tabela a seguir mostra as transformações
nas coordenadas de cada vértice.
DABC (x, y)
DA’B’C’(x + 6, y)
A (3, 2) A’ (9, 2)
B (7, 3) B’ (13, 3)
C (4, 5) C’ (10, 5)
2. Translação vertical: Somando –10 às
ordenadas do triângulo ABC, obtemos o
triângulo A’B’C’, cujas coordenadas dos
vértices são ( x, y – 10), conforme mostram
a figura e a tabela a seguir.
ABC (x, y)
A’B’C’(x, y – 10)
A (3, 2) A’ (3, –8)
B (7, 3) B’ (7, –7)
C (4, 5) C’ (4, –5)
1. Translação horizontal: Se somarmos uma
constante a às coordenadas dos três vér-
tices, o triângulo será transladado em a
y
5C
A
B
2
3 4 7 x
3
y
5
3
2
x3 4 7
C
A
B
9 10 13
A'
C'
B'
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3. Translação combinada: Ocorre quando so-
mamos constantes às duas coordenadas
de cada vértice. Por exemplo, se quisermos
transladar o triângulo ABC em 11 uni-
dades para a esquerda e 4 unidades para
cima, devemos fazer a seguinte operação
em suas coordenadas: (x – 11, y + 4).
coordenadas (x + a, y + b), em que a e b são
números reais quaisquer.
Atividade 9 – Reflexão
1. Reflexão em relação ao eixo y: se multiplicar-
mos as abscissas dos vértices por –1, a figura
será refletida em relação ao eixo y. Obteremos
o triângulo A’B’C’ de coordenadas (–x, y).
ABC (x, y)
A’B’C’(x – 11, y + 4)
A (3, 2) A’ (–8, 6)B (7, 3) B’ (–4, 7)C (4, 5) C’ (–7, 9)
ABC(x, y)
A’B’C’
(–x, y)A (3, 2) A’ (–3, 2)B (7, 3) B’ (–7, 3)C (4, 5) C’ (– 4, 5)
A reflexão preserva a distância dos vértices
em relação ao eixo, como mostra a figura. O
vértice A está à mesma distância do eixo y que
o vértice A’. O mesmo vale para B e B’, C e C’.
Assim, podemos afirmar que o triângulo A’B’C’ é
simétrico ao triângulo ABC em relação ao eixo y.
2. Reflexão em relação ao eixo x: se multiplicar-
mos as ordenadas dos vértices por –1, a figura
será refletida em relação ao eixo x. Obteremos
o triângulo A’B’C’, de coordenadas (x, –y).
ABC(x, y)
A’B’C’
(x, –y)A (3, 2) A’ (3, –2)B (7, 3) B’ (7, –3)C (4, 5) C’ (4, –5)
Genericamente, temos que a translação de
um ponto de coordenadas (x, y) passa a ter
23
56
7
9
–8 –4 3 4 7–7
y
x
C
A
A'
B
C'
B'
–7 –3 4 7 x–4 3
y
C
AA'
B
C'
B'
23
5
743
–7
–8
–5
2
3
5C
A
A'
B
C'
B'
y
x
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Neste caso, observa-se que o triângulo A’B’C’ é
simétrico ao triângulo ABC em relação ao eixo x.
3. Reflexão em relação à origem: se multiplicar-
mos ambas as coordenadas dos vértices por –1,
a figura será refletida em relação à origem.
O que é equivalente a uma composição de
reflexões, uma em relação ao eixo y e outra em
relação ao eixo x, ou vice-versa. Obteremos, de
qualquer modo, o triângulo A’B’C’ de coorde-
nadas (–x, –y), como mostra a figura a seguir.
Agora, o ponto de simetria entre os triân-
gulos é a própria origem (0, 0). Ou seja, a dis-
tância de A até a origem é igual à distância
de A’ até a origem, o mesmo acontecendo em
relação a B e B’ e C e C’. A reflexão por um
ponto é equivalente à composição entre duas
translações, uma vertical e outra horizontal,
como mostra a figura.
Atividade 10 – Ampliação e redução
1. Ampliação: para ampliar as dimensões do
triângulo ABC em duas vezes, multiplica-
mos suas coordenadas por 2, obtendo o
triângulo A’B’C’.
ABC(x, y)
A’B’C’
(–x, –y)A (3, 2) A’ (–3, –2)B (7, 3) B’ (–7, –3)C (4, 5) C’ (– 4, –5)
ABC(x, y)
A’B’C’(2x, 2y)
A (3, 2) A’ (6, 4)
B (7, 3) B’ (14, 6)
C (4, 5) C’ (8, 10)
Neste caso, ao duplicarmos as coordena-
das de ABC, as distâncias até a origem tam-
bém duplicam.
OA’ = 2.OA
OB’ = 2.OB
OC’ = 2.OC
743
2
–5
3
–3
5
y
x
–2
y
2
–2–3
–5
–3 3 4 7 x–4–7
3
5 C
BA
A'B'
C'
y
2
3 4 6 7 8 14 x
3
4
56
10
C
A
A'
B
C'
B'
A'
C'
B'
A
C
B
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 35 09/05/13 14:09
36
Generalizando, para ampliar uma fi gura
em n vezes, multiplicamos suas coordenadas
(x, y) por n, obtendo (n.x, n.y), para n > 1.
Quando 0 < n < 1, obtemos uma redução da
fi gura, como mostra o exemplo a seguir.
2. Redução: para reduzir as dimensões do tri-
ângulo ABC, tornando-as quatro vezes me-
nores, multiplicamos suas coordenadas por 14
, obtendo o triângulo A’B’C’ de coordena-
das (14
x, 14
y).
Em seguida, peça que analisem o que aconte-
ce com os pontos da fi gura quando somamos
um valor constante às suas abscissas ou quando
multiplicamos suas coordenadas por um valor
negativo. Ao realizarem essas simples operações
aritméticas, os alunos podem descobrir os dife-
rentes tipos de transformações envolvidas. Ao
professor caberá a tarefa de nomear e sistema-
tizar os diferentes tipos de transformação, usan-
do uma notação simbólica.
Translação horizontal: (x, y) (x + a, y)
Translação vertical: (x, y) (x, y + b)
Translação horizontal e vertical:
(x, y) (x + a, y + b)
Refl exão horizontal: (x, y) (–x, y)
Refl exão vertical: (x, y) (x, –y)
Refl exão pela origem: (x, y) (–x, –y)
Ampliação: (x, y) (ax, ay). Para a > 1.
Redução: (x, y) (ax, ay). Para 0 < a < 1.
ABC(x, y)
A’B’C’
( 1144
x, 1144
y)
A (3, 2) A’ (0,75; 0,5)B (7, 3) B’ (1,75; 0,75)C (4, 5) C’ (1; 1,25)
No Caderno do Aluno apresentamos ati-vidades relativas apenas às transformações: translação (horizontal; vertical; horizontal e vertical) e refl exão (horizontal; vertical). Todavia, se houver tempo e se julgar neces-sário, o professor poderá propor situações envolvendo as demais transformações: re-fl exão pela origem, ampliação e redução. Apesar da rotação ser uma transformação, não a incluímos nas atividades anteriores. Consideramos que a inclusão desse tópico implicaria a discussão sobre ângulos, e a determinação das coordenadas fi caria mais complexa, fugindo ao objetivo principal desta Situação de Aprendizagem.
2
0,75
0,75 1,75 3 4 7
1,25
3
5
y
x
C
A
A'
B
C'
B'
Comentários sobre a aplicação da Situação de Aprendizagem
A aplicação dessas atividades pode ser me-
nos expositiva e mais investigativa. Por exem-
plo: solicite aos alunos que representem uma
fi gura geométrica qualquer no plano cartesiano.
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Considerações sobre a avaliação
Após a realização das atividades propostas, esperamos que os alunos estejam mais familia-rizados com as coordenadas cartesianas e com as representações gráficas de pontos no plano, construindo uma base sólida para a represen-tação de equações e resolução de sistemas, con-teúdos da próxima Situação de Aprendizagem.
O uso do jogo de batalha-naval matemática como recurso didático constitui um excelente estímulo para o aluno se apropriar das coorde-nadas cartesianas e dos quadrantes do plano car-tesiano. Além disso, a sequência de atividades de transformações geométricas no plano coloca tanto a Geometria como o uso do plano cartesia-no em outra perspectiva, diferente da usualmente adotada. Acreditamos que tal abordagem favore-ce a aprendizagem significativa do sistema de co-ordenadas cartesianas e amplia o conhecimento geométrico dos alunos, ao introduzir o movimen-to e a transformação nas figuras geométricas.
O processo de avaliação deve ser elaborado pelo professor de acordo com as característi-cas de cada turma e com os objetivos de apren-dizagem mínimos estabelecidos pelo atual Currículo. Acreditamos que, ao final desse percurso, o aluno deve se apropriar dos se-guintes conhecimentos, necessários para a continuidade de seus estudos:
f compreender a associação entre pontos de uma reta e números;
f localizar e representar pontos no plano car-tesiano;
fdistinguir os sinais das coordenadas carte-sianas em cada quadrante do plano;
f conhecer as características das principais
transformações geométricas no plano.
Uma atividade que permite avaliar se o aluno apropriou-se efetivamente do sistema de coorde-nadas cartesianas e dos diferentes tipos de trans-formação geométrica é a seguinte: solicita-se que cada aluno represente uma figura geométrica qualquer no plano cartesiano, identificando os vértices com letras e anotando suas coordena-das. Em seguida, eles devem escolher pelo menos duas transformações e aplicá-las na figura esco-lhida. Por exemplo, o aluno pode representar um quadrilátero ABCD e aplicar uma reflexão em relação ao eixo y e uma redução de 50%, como
mostra a figura a seguir.
Quadrilátero ABCD: A (3, 7), B (6, 8),
C (10, 6), D (6, 10)
Reflexão em relação ao eixo y: A’ (–3, 7),
B’ (– 6, 8), C’ (–10, 6), D’ (– 6, 10)
Redução em 50% (0,5): A” (–1,5, 3,5),
B” (–3, 4), C” (–5, 3), D” (–3, 5)
Por meio desta atividade, o professor po-
derá avaliar se o aluno se apropriou efetiva-
mente do sistema de coordenadas cartesianas
e das transformações no plano.
A''
y
5
–5
5 10 x
–10
10
AA'B
B'
B''
CC'
C''
DD'
D''
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Tempo previsto: 3 semanas.
Conteúdos e temas: sistemas de equações; métodos de resolução (adição e substituição); representação gráfica de uma equação linear com duas variáveis; análise das soluções de um sistema linear (algébrica e gráfica).
Competências e habilidades: traduzir um problema para a linguagem algébrica na forma de um sistema; resolver sistemas de equações pelo método da adição; resolver sistemas de equações pelo método da substituição; representar uma equação com duas incógnitas no plano cartesiano; analisar e discutir as possíveis soluções de um sistema linear; interpretar graficamente a solução de um sistema.
Estratégias: análise de situações-problema envolvendo sistemas de equações lineares; uso da analogia com balanças para compreender os métodos de resolução; representação gráfica das equações de um sistema.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3 SISTEMAS DE EQUAÇÕES LINEARES
O assunto principal desta Situação
de Aprendizagem é o estudo dos sistemas de
equações de 1o grau. Os alunos já estão fami-
liarizados com a resolução das equações de
1o grau, conteúdo que foi estudado na 6a série/
7o ano e aprofundado neste mesmo Caderno,
na Situação de Aprendizagem 1.
Nesta Situação de Aprendizagem, apresen-
taremos alguns problemas que envolvem duas
equações e duas incógnitas. São os chamados
sistemas de equações lineares, pois as equações
podem ser representadas no plano cartesiano por
uma reta.
Inicialmente, discutiremos o significado das
equações com duas incógnitas e os métodos
de resolução de sistemas por meio da análise de
situações-problema. Recorremos à já conhecida
analogia com as balanças de prato para ilustrar
o método da substituição e o da adição, o que, a
nosso ver, contribui para uma melhor compreen-
são por parte do aluno dos procedimentos estu-
dados. Deve-se evitar a simples memorização ou
automatização dos procedimentos, pois isso acaba
por gerar um aprendizado precário da Álgebra,
potencializando erros e dificuldades posteriores.
Depois, apresentaremos dois procedimen-
tos de resolução de sistemas (adição e subtra-
ção), com um enfoque na escolha do método
pelo aluno e na verificação dos resultados em
relação à pergunta original do problema.
A representação gráfica de equações com
duas variáveis no plano cartesiano será explorada
nas últimas atividades. A construção do gráfico
das equações de um sistema vai ajudar o aluno a
compreender melhor quando o sistema é possível
e determinado ou indeterminado e impossível.
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 3
Atividade 1 – Equações e incógnitas
1. Considere o problema seguinte:
A soma das idades de João e Maria é 28 anos.
Qual a idade de cada um deles?
Transcrevendo o problema para a linguagem
algébrica, temos x + y = 28. Se conside-
rarmos apenas as idades completas de João
e Maria (números naturais entre 1 e 28), te-
remos as seguintes possibilidades de solução,
mostradas na tabela a seguir:
A tabela mostra que são possíveis 27 pares de
soluções. Ou seja, considerando apenas as infor-
mações contidas no enunciado, o problema fica
indeterminado, isto é, aceita mais de uma solução.
Para que o problema tenha uma solução determi-
nada, precisamos de mais uma informação numé-
rica a respeito das idades de João e Maria.
Em termos algébricos, uma equação com duas
incógnitas pode ter mais de uma solução. Depen-
dendo do domínio, pode haver infinitas soluções.
2. Se o enunciado também informasse que
João é 4 anos mais velho que Maria, mais
uma equação seria acrescentada ao proble-
ma, delimitando o número de soluções.
Essa nova informação pode ser escrita algebri-
camente como x = y + 4. Ou ainda, de forma
equivalente, como x – y = 4, pois a diferença de
idade entre João e Maria é de 4 anos. Obser-
vando a tabela, há um único par de valores que
satisfaz ambas as equações: x = 16 e y = 12.
Portanto, o problema passou a ter uma solução
determinada. A idade de João é 16 anos e a de
Maria 12 anos.
3. Se o problema nos informasse que a idade
de João é o triplo da de Maria, teríamos
que x = 3y.
O único par de valores que satisfaz essa nova
condição é 21 e 7. Portanto, João teria 21 anos
e Maria 7 anos.
4. Consideremos, agora, o caso em que a idade
de Maria é o dobro da idade de João.
Nesse caso, observando a tabela, não há nenhum
par de valores inteiros que satisfaçam essa condi-
ção. Ou seja, dentro do contexto inicial, o problema
não possui solução. A não ser que considerássemos
as idades não inteiras. Isso tornaria inviável a so-
lução pela tabela, pois existem infinitos pares que
satisfazem a primeira equação.
João (x) Maria (y)
1 27
2 26
3 25
4 24
5 23
6 22
7 21
8 20
9 19
10 18
11 17
12 16
13 15
14 14
João (x) Maria (y)
15 13
16 12
17 11
18 10
19 9
20 8
21 7
22 6
23 5
24 4
25 3
26 2
27 1
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40
5. Podemos operar com as equações dadas
para resolver o problema do item anterior.
Partindo da equação inicial x + y = 28 e sa-
bendo que a idade de Maria é o dobro da de
João, podemos substituir o valor de y por 2x,
obtendo uma equação com apenas uma incóg-
nita: x + 2x = 28 ou 3x = 28, portanto x = 28
3
ou x = 9,333... ou 9 1
3. Como y = 2x, então
y = 18 2
3. Dessa forma, dentro do contexto
dos números racionais, descobrimos algebrica-
mente que João tinha 9 anos e 4 meses, e Maria
18 anos e 8 meses.
a) Primeira medida: os dois objetos pesam,
conjuntamente, 2 500 gramas.
Em linguagem algébrica, x + y = 2 500
Ao substituir o valor de uma incógnita pela expressão equivalente em termos da ou-tra incógnita, obtivemos uma equação com apenas uma incógnita, tornando possível determinar sua solução. Essa forma de reso-lução é chamada de método da substituição, que será discutido a seguir.
Atividade 2 – As balanças e o método da substituição
Uma forma de introduzir o método da
substituição com significado é por meio
de uma analogia com a balança de pratos.
Vamos explorar a seguir um exemplo de proble-
ma que pode ser resolvido tanto por meio das
balanças como algebricamente pelo método
da substituição.
1. Precisamos descobrir o peso de dois obje-
tos, convenientemente denominados x e y.
Para isso, foram realizadas as seguintes
medidas em uma balança de pratos:
b) Segunda medida: o objeto x pesa o mesmo
que o objeto y mais 500 gramas.
Em linguagem algébrica, x = y + 500
c) Substituição: trocamos o objeto x pelo
seu equivalente, y mais 500 gramas. Em
seguida, tiramos 500 gramas de cada
lado, mantendo a equivalência.
Em linguagem algébrica, (y + 500) + y = 2 500,
ou y + y – 500 = 2 500 – 500
x y 500g
x y
2 000g
500g
x y
y
2 000g
500g
500g
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
d) Se dois objetos y pesam 2 000 gramas,
um objeto y pesará 1 000 gramas.
Em linguagem algébrica, 2y = 2 000 ou,
y = 1 000
Substituindo o valor de x na primeira
equação, temos:
e) Como o objeto x pesa o mesmo que o
objeto y mais 500 gramas, então seu
peso é de 1 500 gramas.
Em linguagem algébrica, x = 1 000 + 500 ou
x = 1 500
Em linguagem algébrica, a resolução do
problema ficaria assim:
x+ y=2500
x= y+500
Substituindo o valor de y na segunda equa-
ção, temos:
A ideia principal desse método de reso-lução é que, tanto na solução pela balança como na solução algébrica, a estratégia ado-tada foi a substituição do valor de uma das incógnitas pelo seu equivalente em termos da outra. Isso é o que caracteriza o chamado método da substituição.
As atividades anteriores foram resolvidas
usando-se a imagem das balanças e a ideia de
peso como analogia. Em ambos os casos, o prin-
cípio que estava subjacente era o da equivalência.
É importante comentar com os alunos que esse
recurso pode ser transferido para outras ativida-
des que não envolvam necessariamente medidas
de pesos, tais como: idade, preço de produtos,
tempo, altura ou, simplesmente, números.
Atividade 3 – Procedimentos de resolução de sistemas lineares pelo método da substituição
Consideremos os seguintes sistemas:
a) x + 2y = 5
x – y = –1
b) 3x – 2y = 8
5x + y = 9
Em termos de procedimentos gerais, para
resolver um sistema de duas equações lineares
com duas incógnitas pelo método da substitui-
ção são necessárias as seguintes etapas:
y y
2 000g
y y
2 000g
500g500g
(y + 500) + y = 2 500
2y + 500 = 2 500
2y = 2 000
y = 1 000
x = 1 000 + 500
x = 1 500
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42
1a etapa: escrever uma incógnita em ter-
mos da outra. Nessa etapa, devemos
orientar o aluno a escolher a incógnita
mais apropriada para ser isolada, de pre-
ferência com coeficiente unitário.
2a etapa: substituir a incógnita isolada
pelo seu equivalente em termos da outra,
obtendo uma nova equação com apenas
uma incógnita.
3a etapa: resolver a nova equação e obter o
valor de uma das incógnitas.
4a etapa: substituir o valor da incógnita
obtido na 3a etapa em uma das equações,
para obter o valor da outra incógnita.
5a etapa: verificar se a solução obtida
satisfaz as equações originais.
a) x+ 2y=5
x y = 1– –
1a: Nesse caso, uma escolha possível é escrever x
em termos de y, por exemplo, x = 5 – 2y
2a: Substituí-lo na outra equação:
(5 –2y) – y = –1
3a: Resolvendo a equação, obtemos y = 2.
4a: Substituindo esse valor na 1a equação, temos
x + 2.2 = 5, ou seja, x = 1. A solução do sistema
é x = 1 e y = 2.
5a: Verificação: 1 + 2.2 = 5 e 1 – 2 = –1.
A solução encontrada satisfaz as duas equações.
b) 3x 2y = 8
5x + y =9
–
1a: Nesse caso, a escolha mais apropriada
é escrever y em função de x a partir da
2a equação: y = 9 – 5x.
2a: Substituindo na 1a equação, temos
3x – 2.(9 – 5x) = 8.
3a: Resolvendo a equação, obtemos x = 2.
4a: Substituindo esse valor na 2a equação,
temos 5.2 + y = 9, ou seja, y = –1.
5a: Verificação: 3.2 – 2.(–1) = 8 ou 6 + 2 = 8
e 5.2 + (–1) = 9 ou 10 – 1 = 9. A solução
encontrada satisfaz as duas equações.
Atividade 4 – Somando e subtraindo equivalências
A ideia principal que subjaz ao chamado
método da adição é a de que podemos somar
ou subtrair duas equações sem comprometer
o princípio de equivalência. Ou seja, a soma
ou a diferença entre duas equações gera uma
nova equação. Essa ideia nem sempre é dis-
cutida com profundidade, e muitos alunos
simplesmente aplicam o método da adição
por mero automatismo, sem perceber que a
equivalência é preservada. Para ilustrar essa
ideia, propomos o seguinte problema que
pode ser resolvido usando-se a analogia com
as balanças.
1. André e Júlia foram a uma lanchonete.
André comeu dois mistos e tomou um re-
frigerante, e gastou R$ 6,60. Já Júlia comeu
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43
Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
um misto e também tomou um refrigerante,
gastando R$ 4,10. Qual é o preço do misto e
do refrigerante nesta lanchonete?
a) Representação do consumo e do gasto de
André.
Chamando o sanduíche de x e o refrigerante
de y, obtemos a equação ( I ) 2x + y = 6,60
Algebricamente, subtraímos a equação II da
equação I:
( I ) 2x + y = 6,60 – (II) x + y = 4,10,
resultando em x = 6,60 – 4,10 ou x = 2,50.
d) Se um sanduíche custa R$ 2,50 e Júlia
gastou R$ 4,10, então o preço do
refrigerante é o valor que falta: R$ 1,60.
Se 2,50 + y = 4,10, então y = 1,60.
e) Em termos algébricos, a resolução
completa ficaria assim:
b) Representação do consumo e do gasto de
Júlia.
Equivalente à equação (II) x + y = 4,10
c) Subtraindo o consumo de Júlia do consumo
de André, restará apenas um sanduíche.
Portanto, subtraindo os valores pagos,
a diferença obtida, R$ 2,50, é o preço do
sanduíche.
2x + y = 6,60x + y = 4,10
–
2x – x + y – y = 6,60 – 4,1( ) ( ) 00
x = 2,502,50 + y = 4,10y = 1,60
���
O procedimento de resolução adotado nesse problema é conhecido como método da adição. Embora tenha sido feita uma diferença entre equações, deve-se comentar com os alunos que subtrair é equivalente a adicionar o oposto. Portanto, adicionando a equação I à equação II multiplicada por menos um, obteremos o mesmo resultado.
R$ 2,50
R$ 6,60R$ 4,10
R$ 6,60
R$ 4,10
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44
Uma ideia importante que deve ser retomada
com os alunos é a de que qualquer equação pode
ser transformada em outra equação equivalente
quando realizamos as seguintes operações:
a) adicionamos ou subtraímos um mesmo
número ou expressão nos dois lados da
igualdade.
b) multiplicamos ou dividimos os termos
de ambos os lados da igualdade por um
mesmo número ou expressão, desde que
diferente de zero.
Atividade 5 – Procedimentos para resolução de sistemas lineares pelo método da adição
Consideremos os seguintes sistemas:
1a etapa: decidir uma maneira de anular
uma das incógnitas na soma de equações.
Observar os coeficientes e sinais das incóg-
nitas. Se houver dois termos opostos entre si,
basta efetuar a soma. Caso contrário, será
preciso multiplicar uma das equações para
obter um termo oposto ao termo da outra
equação.
2a etapa: efetuar a soma de equações que
anule uma das incógnitas.
3a etapa: resolver a nova equação obtida.
4a etapa: substituir o valor da incógnita obti-
do na 3a etapa em uma das equações do sistema
para obter o valor da outra incógnita.
5a etapa: verificar se a solução obtida satis-
faz as equações originais.
a) 2x+ y x – y
+
3x
1a: as equações possuem termos opostos
(y e –y)
2a e 3a: obtemos 3x = 9. Portanto, x = 3
4a: substituindo na 2a equação, temos:
3 – y = 4, então y = –1
5a: verificação: 2.3 + (–1) = 5 ou 6 – 1 = 5
3 – (–1) = 4 ou 3 + 1 = 4
A solução satisfaz as equações.
a) b) 3x – 62
c) 23
Para resolver um sistema pelo método da
adição é preciso que, quando somadas as equa-
ções, pelo menos uma das incógnitas seja anu-
lada. Isso ocorre quando somamos um termo
ao seu oposto. Por exemplo: 2x + (–2x) = 0
ou (–5y) + 5y = 0. Assim, precisamos proceder
da seguinte maneira:
2x + y = 6,60
–x – y = – 4,10
2x + (–x) + y + (–y) = 6,60 + (– 4,10)
x = 2,50
+
2x + y = 5
x – y = 4
3x + 5y = – 6
x – 2y = – 2
3x + 2y = – 4
4x – 3y = 23
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
b) 3x + 5y = –6
x – 2y = –2 .–3
→3x + 5
+y = –6
–3x +6y = 6 11y = 0
⎧⎨⎩
1a: não há termos opostos. Portanto, pode-
mos multiplicar a 2a equação por –3, obtendo o
termo oposto a 3x.
2a e 3a: obtemos 11y = 0. Portanto, y = 0.
4a: substituindo na 2a equação, temos:
x – 2.0 = –2, então x = –2
5a: Verifi cação: 3.(–2) + 5 . 0 = – 6 ou
– 6 + 0 = – 6
–2 – 2.0 = –2 ou –2 – 0 = –2
A solução satisfaz as equações.
c) 3xx
+ 2y = –44 – 3y = 23
. 3. 2
⎧⎨⎩
⎯ →⎯9x + 6y = –12
8x – 6y = 46+
17x = 34
1a: não há termos opostos. Portanto, uma estra-
tégia é multiplicar a 2a equação por 2 e a 1a equação
por 3, obtendo os termos opostos 6y e –6y.
2a e 3a: obtemos 17x = 34. Portanto, x = 2.
4a: substituindo na 1a equação, temos:
3.2 + 2y = –4, então y = –5
5a: Verifi cação: 3.2 + 2.( –5) = –4 ou 6 – 10 = – 4
4.2 – 3.( –5) = 23 ou 8 + 15 = 23
A solução satisfaz as equações.
Atividade 6 – A escolha do método
A ideia é que os alunos decidam qual o
sistema mais apropriado em cada situação.
A princípio, não há uma norma para usar um
ou outro método. É por meio da experiên-
cia e da refl exão sobre os procedimentos utiliza-
dos que o aluno poderá decidir qual o melhor
caminho a ser percorrido. Contudo, podemos
delinear algumas características que facilitam
um ou outro método. Por exemplo, o método
da adição se torna mais rápido quando existem
termos opostos nas duas equações. Já o método
da substituição é preferível quando for fácil
isolar uma das incógnitas.
Os seguintes sistemas podem ser propostos
aos alunos:
a) 2 73 7
x yx y
––
=
+ =
x = 2 e y = –3
b) x yx y+ =
− = −
⎧⎨⎩
5 13 13
x = – 4 e y = 1
c) 2 3 06 4 13
x yx y+ =
− =
⎧⎨⎩
x = 32
e y = –1
d) x yx y= −
+ =
⎧⎨⎩
3 12 12
x = 5 e y = 2
Atividade 7 – Equações, tabelas e gráfi cos
A representação gráfi ca de uma equa-
ção linear com duas incógnitas é um recurso
valioso na discussão e na análise das possíveis
resoluções de um sistema. Além disso, ele pre-
para o aluno para o trabalho posterior com
funções, que se iniciará na 8a série/9o ano.
MATEMÁTICA_CP_7s_Vol3_2013.indd 45 09/05/13 14:09
46
Na atividade 1, construímos uma tabela
com as soluções inteiras e positivas de uma
equação com duas incógnitas. Para cada valor
de x, correspondia um valor de y, cuja soma
era sempre 28 (x + y = 28). Podemos, então,
construir um par ordenado (x, y) que configure
a relação entre essas incógnitas, e representá-lo
num plano cartesiano.
A representação de uma equação linear
com duas incógnitas no plano cartesiano per-
mite a visualização de suas possíveis soluções,
o tipo de relação existente entre as incógnitas,
etc. Além disso, será de muita valia na análise
e discussão das soluções de um sistema linear
de duas equações. A seguir, vamos explorar
um problema que resulta em um sistema desse
tipo e representar as soluções em uma tabela
e, em seguida, no plano cartesiano.
1. Problema: A soma de dois números inteiros
e positivos é 12 e a diferença entre eles é 4.
Traduzindo em linguagem algébrica, escre-
vemos as equações I e II:
x + y = 12 (I)
x – y = 4 (II)
Para cada equação, constroem-se as tabelas
com os valores x e y, considerando o domínio
dado pelo problema, isto é, de valores entre 1
e 11. Vamos considerar também, sem perda de
generalidade, que x é maior que y.
x 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
y 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
x + y 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12 12
x 5 6 7 8 9 10 11
y 1 2 3 4 5 6 7
x − y 4 4 4 4 4 4 4
Agora, para cada par ordenado (x, y) das
tabelas, localizaremos um ponto no plano
x – y = 4
1
2
3
4
5
6
7
y
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 x
x + y = 12y
1110987654321
x1110987654321
cartesiano, obtendo os seguintes gráficos das
equações I e II:
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Juntando os pontos no mesmo plano, obte-
mos o gráfico das duas equações. O ponto em
comum aos dois gráficos (8,4) é a solução do
sistema.
Pode-se solicitar aos alunos que construam
o gráfico das equações e verifiquem se pontos
fora do domínio do problema inicial também
estão contidos na reta. Por exemplo, no gráfico
da equação x + y = 12 representado abaixo, os
pares ordenados (–1, 13), (7,5; 4,5) e (15, –3) per-
tencem à reta e satisfazem à equação x + y = 12.
Consideremos agora que o problema não
se restrinja ao domínio dos números inteiros,
e possa incluir números negativos, racionais e
irracionais. Então, os pontos das equações po-
dem ser representados por uma reta. Como
já foi comentado anteriormente, a formali-
zação do conceito de reta real será feita na
8a série/9o ano. Nesse momento, basta que o alu-
no compreenda que os pontos intermediários
entre os inteiros também estão alinhados e, por-
tanto, podem ser representados por uma reta.
Atividade 8 – Soluções de um sistema
Assim que os alunos se apropriarem dos pro-
cedimentos de resolução de um sistema linear,
podemos problematizar a questão das possíveis
soluções de um sistema. Até agora, o repertório
de soluções que os alunos conheciam era com-
posto por números determinados. Contudo, uma
particularidade dos sistemas lineares de duas
equações é que eles podem gerar outros tipos de
resultados. Podemos obter uma solução possível,
mas indeterminada, ou uma solução impossível.
Solução de um
sistema linear
Possível
Impossível
Determinada
Indeterminada
y
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
x1110987654321
y
13
x + y = 12
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
–1
–2
14 15 x13121110987654321–1–2–3
–3
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Apresentaremos alguns exemplos de siste-
mas contendo os três tipos de soluções mos-
tradas na página anterior. O professor deve
estimular os alunos a investigarem os padrões
nas equações dos sistemas em que a solução
é indeterminada ou impossível. Além disso,
será feita a representação gráfica dos sistemas
para a interpretação geométrica das soluções.
Atividade 9 – Sistema possível e determinado
Proponha aos alunos a resolução de siste-
mas por meio do método da adição como o
que segue:
Atividade 10 – Sistema possível e indeterminado
Peça aos alunos que resolvam o seguinte
sistema pelo método da adição:
Agora, eles devem representar as duas equa-
ções no plano cartesiano. Como para determi-
nar uma reta são necessários ao menos dois
pontos, eles devem montar a tabela com apenas
dois pares ordenados para cada equação.
2x + y = 3
x y
0 3
1,5 0
x – y = 6
x y
0 – 6
6 0
A partir da tabela, obtemos o gráfico a seguir,
que mostra as duas retas, uma de cada equação,
interceptando-se no ponto (3, –3), que é a solu-
ção do sistema.
Multiplicando a 1a equação por –2, obtemos
uma outra equação cujos termos são os opostos
da 2a equação.
Assim, ao tentarmos anular uma das incóg-
nitas, a outra incógnita e o termo independen-
te também se anularam, obtendo a igualdade
0x + 0y = 0. Como os coeficientes de ambas
as incógnitas é zero, qualquer que seja o valor das
incógnitas x e y o resultado sempre será igual a
zero. Portanto, teremos uma sentença verdadeira
(0 = 0) para qualquer valor de x e y.
y
–3
3 x
–4x – 2y = 6
4x + 2y = 6+
0.x +0.y = 0
−
2 36
3 93 – 3
x yx yx
x y
+ ==
== =
–
2 34 2 6
x yx y+ =
+ =
⎧⎨⎩
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Esse resultado mostra que, na verdade, as
duas equações do sistema são equivalentes, ou
seja, são a mesma equação. Por essa razão,
trata-se de um problema que tem apenas uma
equação com duas incógnitas e, portanto, infi-
nitas soluções. Em termos gráficos, a represen-
tação das equações no plano gera duas retas
coincidentes, como mostra a figura.
O resultado obtido, 0x + 0y = 4, não possui
solução, pois quaisquer que sejam os valores de
x e y, o lado esquerdo da equação será sempre
igual a zero, enquanto o direito vale quatro.
Assim, a sentença obtida é falsa, pois 0 ≠ 4. Em
termos gráficos, as duas equações seriam repre-
sentadas como mostra a figura.
2x + y = 3
x y
0 3
1,5 0
4x + 2y = 6
x y
0 3
1,5 0
Atividade 11 – Sistema impossível
Peça aos alunos que resolvam o seguinte
sistema pelo método da adição:
Multiplicando a 1a equação por –2, obtemos
uma equação em que os coeficientes das incógnitas
são opostos, mas o termo independente, não.
2x + y = 3
x y
0 3
1,5 0
4x + 2y = 10
x y
0 5
2,5 0
Como podemos ver, as duas retas que repre-
sentam as equações são paralelas. Dessa forma,
elas não possuem pontos de interseção, o que
mostra que o sistema não possui solução.
Considerações sobre a avaliação
Ao final desta Situação de Aprendiza-
gem, espera-se que os alunos sejam capazes
de resolver problemas envolvendo mais de
uma incógnita, saibam representar esses pro-
blemas na forma de um sistema e consigam
achar uma solução usando o método mais
conveniente.
3
y
1,5 x3
y
1,5 x
2x+ y = 34x+ 2y =10
− − − 4x 2y = 6
4x + 2y = 10+
0x + 0y = 4
���
5
2,5
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50
Além disso, eles devem analisar e compreen-
der as possíveis soluções de um sistema linear:
determinada, indeterminada e impossível.
Além disso, eles devem saber representar uma
equação linear com duas variáveis no plano
cartesiano, além de interpretar graficamente a
solução de um sistema.
No decorrer das aulas, é importante que o
professor alterne momentos de problematiza-
ção e sistematização com atividades e exercícios
relativos ao conteúdo ensinado. Consideramos
que no decorrer dessas duas semanas o professor
proponha algumas atividades de avaliação que
contemplem os seguintes itens:
a) Resolução de problemas: o foco da
avaliação deve estar na tradução do
problema para a linguagem algébrica
(montagem do sistema).
b) Resolução de sistemas: propor exer-
cícios visando a familiarização com os
procedimentos de resolução dos sistemas
estudados. Avaliar se os alunos sabem
usar os dois métodos, escolhendo o
melhor em cada situação e se fazem a
verificação dos resultados obtidos.
c) Representação gráfica: representar equa-
ções no plano cartesiano e construir
tabelas com alguns valores das incógnitas.
Avaliar se os alunos representam corre-
tamente os pares (x, y) da equação no
plano cartesiano.
d) Análise e discussão das soluções de um sistema: propor a resolução de sistemas
que tenham solução indeterminada ou
impossível. Avaliar se os alunos sabem iden-
tificar quando o sistema é possível e deter-
minado ou indeterminado ou impossível.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4 EQUAÇÕES COM SOLUÇÕES INTEIRAS E SUAS APLICAÇÕES
Nesta Situação de Aprendizagem, apre-
sentamos uma série de problemas que, uma
vez equacionados, conduzem a uma única
equação com mais de uma incógnita. Equa-
ções como essas que, em domínio real, seriam
Tempo previsto: 1 semana.
Conteúdos e temas: múltiplos e divisores; máximo divisor comum; equações e sistemas; contagem.
Competências e habilidades: identificar regularidades e padrões; raciocínio lógico dedutivo em problemas algébricos; organizar informações em tabelas.
Estratégias: utilizar tabelas para identificar padrões e regularidades; utilizar tabelas para or-ganizar informações; investigar propriedades de divisibilidade entre inteiros e do MDC por meio de exemplos numéricos.
classificadas como indeterminadas, podem ter
um número finito de soluções inteiras e positi-
vas. Investigaremos equações dessa natureza (em
domínio inteiro positivo) com o uso de tabelas e
em contextos próximos de situações reais.
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Roteiro para aplicação da Situação de Aprendizagem 4
O estudo de sistemas de equações linea res na
7a série /8o ano, normalmente, concentra esforços
na discussão, compreensão e sistematização dos
métodos de resolução (adição e substituição) de
sistemas determinados. Ocorre que, em inúme-
ras situações de ordem prática, o que precisa-
mos resolver são sistemas com mais incógnitas
do que equações e, ainda para complicar (ou fa-
cilitar), sistemas que requerem apenas soluções
inteiras positivas.
Vejamos alguns exemplos adaptados de ar-
tigos da Revista do Professor de Matemática 2.
Exemplo 1 – Para agrupar 13 ônibus em
filas de 3 ou 5 em uma garagem, quantas filas
serão formadas de cada tipo?
Exemplo 2 – Quantas quadras de vôlei
e quantas quadras de basquete são necessá-
rias para que 80 alunos joguem simulta-
neamente? E se forem 77 alunos? (Dado: uma
partida de basquete é disputada por 5 jogadores,
e uma de vôlei, por 6.)
Exemplo 3 – Um laboratório dispõe de duas
máquinas para examinar amostras de sangue.
Uma delas examina 15 amostras de cada vez,
enquanto a outra examina 25. Quantas vezes
essas máquinas devem ser acionadas para
examinar 2 000 amostras?
Exemplo 4 – Um caixa eletrônico dis po-
nibiliza para saque apenas notas de R$ 20,00,
R$ 50,00 e R$ 100,00. Se um cliente deseja sacar
R$ 250,00, de quantas maneiras diferentes ele
poderá receber suas notas?
Exemplo 5 – Deseja-se adquirir um total
de 100 peças dos tipos A, B e C, sendo que
os preços unitários das peças são R$ 1,00,
R$ 10,00 e R$ 20,00, respectivamente. Se
dispomos de R$ 200,00 para a compra,
quantas e quais são as possibilidades de
compra?
Escrevendo cada um desses problemas em
linguagem algébrica, encontraremos equações
do tipo ax + by = c ou ax + by + cz = d, em
que nos interessam apenas as soluções inteiras
e positivas do tipo (x,y) ou (x,y,z).
Exemplo 1:
t: número de filas com 3 ônibus.
c: número de filas com 5 ônibus.
3t + 5c = 13
Exemplo 2:
v: número de pares de times de vôlei.
b: número de pares de times de basquete.
12v + 10b = 80 ou 12v + 10b = 77
2 A Revista do Professor de Matemática é editada pela Sociedade Brasileira de Matemática. Disponível em: <http://www.rpm.org.br/cms>. Acesso em: 14 mar. 2013.
Lembrete: usamos 12v, e não 6v, porque para haver uma partida de vôlei precisamos de dois times completos de 6 jogadores; o mes-mo raciocínio se aplica a 10b no lugar de 5b.
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Exemplo 3:
x: número de amostras examinadas pela
máquina X
y: número de amostras examinadas pela
máquina Y
15x + 25y = 2 000
Exemplo 4:
x: total de notas de R$ 20,00
y: total de notas de R$ 50,00
z: total de notas de R$ 100,00
20x + 50y + 100z = 250
Exemplo 5:
a: número de peças adquiridas do tipo A
b: número de peças adquiridas do tipo B
c: número de peças adquiridas do tipo C
a + 10b + 20c = 200
Problemas nos quais nos interessam as so-
luções inteiras positivas de uma equação com
mais de uma incógnita, normalmente, recebem
o nome de equações diofantinas, em homenagem
ao matemático Diofanto de Alexandria, que vi-
veu por volta do ano 250 d.C. e se interessou por
problemas dessa natureza (ver nota histórica ao
final do texto).
Uma equação diofantina, como acabamos
de descrever, pode apresentar uma, mais de
uma ou nenhuma solução. O estudo aprofun-
dado das equações diofantinas permite-nos
encaminhar a discussão para:
1. estabelecer um critério de existências de so-
lução que envolva diretamente a noção de
máximo divisor comum;
2. estabelecer um algoritmo para encontrar
as soluções, quando elas existirem.
Nesta Situação de Aprendizagem, inves-
tigaremos problemas envolvendo equações
diofantinas com o uso de tabelas e, a partir
da observação de padrões e regularidades,
identificaremos suas soluções. Não investiga-
remos o algoritmo de resolução das equações
diofantinas, no entanto, ele é uma decorrên-
cia quase que imediata da análise que fare-
mos para determinar quando uma equação
diofantina tem ou não solução. Deve ficar
claro, por meio da atividade, que o recurso
das tabelas, usado para a busca de soluções,
torna-se muito complicado quando estamos
diante de um problema em que os coeficien-
tes da equação são números muito altos, o
que certamente justificará o interesse pela
busca de um algoritmo geral. Caso o pro-
fessor identifique esse interesse nos alunos,
deixaremos duas indicações bibliográficas
nas quais o algoritmo e sua demonstração
podem ser encontrados.
A forma como pretendemos apresen-
tar o estudo de problemas relacionados às
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
equações diofantinas, apesar de não usual na
escola básica, sugere pelo menos três aspec-
tos que justificam plenamente sua abordagem:
1) trabalha-se com a identificação de padrões
e regularidades; 2) trabalha-se com a ideia de
múltiplos, divisores e do máximo divisor co-
mum; 3) trabalha-se, indiretamente, com racio-
cínio de contagem.
A seguir, apresentaremos a resolução dos
exemplos indicados no início desta proposta,
contando com sua análise, professor, sobre
outros desdobramentos possíveis para ativi-
dades com os alunos.
Resolução do exemplo 1
Montaremos uma tabela que nos permita
avaliar possibilidades para t e c, de tal forma
que se atenda à restrição 3t + 5c = 13:
Inicialmente, fixamos t = 0 e variamos o
valor de c, o que permite observar que não há
solução para o problema quando t = 0, por-
que a soma 3t + 5c sempre será um múltiplo
de 5 (lembre-se de que queremos 3t + 5c = 13).
Note que não fizemos mais do que 4 linhas
na tabela com t = 0 por dois motivos: em pri-
meiro lugar, pode-se observar com facilidade
que 3t + 5c será sempre múltiplo de 5, o que
não fornece solução para o problema e, em
segundo lugar, na quarta linha já atingimos
soma maior do que os 13 ônibus possíveis
do problema.
Da 5a linha até a 9a, fizemos o mesmo tipo
de análise, só que agora com c = 0. Também
concluímos, nesse caso, que não há solução
possível com c = 0.
Com os valores possíveis de 3t e de 5c lista-
dos na última coluna da tabela, nos interessa
agora procurar somas de dois deles que totali-
zem 13. No caso do problema, a única soma que
totaliza 13 é 10 + 3. Segue, portanto, que a única
solução do problema é 3.1 + 5.2 = 13, ou seja,
(t,c) = (1,2).
Deve-se observar, por meio desse exemplo,
que o fato de um problema dessa natureza ter
uma, mais de uma ou nenhuma solução está
diretamente relacionado com os valores atri-
buídos aos coeficientes da equação, que no
caso do exemplo 1 foram 3, 5 e 13. Outras
escolhas poderiam implicar na existência de
mais de uma solução (se trocássemos, por
exemplo, o 13 por 15) ou de nenhuma solu-
ção (se trocássemos, por exemplo, 3 por 2).
LinhaNúmero de filas com
3 ônibus (t)
Número de filas com
5 ônibus (c)
Total de ônibus
(3t + 5c)
1 0 0 0
2 0 1 5
3 0 2 10
4 0 3 15
5 1 0 3
6 2 0 6
7 3 0 9
8 4 0 12
9 5 0 15
10 1 2 13
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Resolução do exemplo 2
Montaremos uma tabela que nos permita
avaliar possibilidades para v e b de tal forma
que se atenda à restrição 12v + 10b = 80 (na se-
quência, analisaremos o caso 12v + 10b = 77).
Com as nove primeiras linhas da tabela,
descobrimos uma solução do problema, que é
v = 0 e b = 8. Note que o padrão seguido nas
nove primeiras linhas não foi continuado, porque
na nona linha já se atingiu 80, que é o número de
alunos da escola na primeira situação proposta
no enunciado do problema. Da 10a à 15a linha,
identificamos que não há solução quando
b = 0. O padrão com b = 0 não prosseguiu para
além da 15a linha, porque na linha seguinte já
LinhaNo de pares de times de
vôlei (v)
No de pares de times de basquete (b)
Total de alunos
(12v + 10b)
1 0 0 0
2 0 1 10
3 0 2 20
4 0 3 30
5 0 4 40
6 0 5 50
7 0 6 60
8 0 7 70
9 0 8 80
10 1 0 12
11 2 0 24
12 3 0 36
13 4 0 48
14 5 0 60
15 6 0 72
16 5 2 80
ultrapassaríamos 80 alunos. Por fim, buscando
combinações de resultados da última coluna
cuja soma seja 80, encontraremos mais uma so-
lução para o problema, que é v = 5 e b = 2. Esse
problema apresenta, portanto, soluções do tipo
(v,b), que são (0,8) e (5,2).
Dando continuidade à análise desse exem-
plo, é fácil perceber que não existe solução
para a equação 12v + 10b = 77. Uma justifica-
tiva razoável para isso é a seguinte:
f os múltiplos de 10 terminam sempre em 0,
portanto, 10b tem algarismo das unidades
igual a zero;
f os múltiplos de 12 terminam em 0, 2, 4, 6 ou 8,
portanto, 12v termina em algarismo das uni-
dades igual a um desses números;
f decorre dos itens anteriores que a soma 12v + 10b
termina em 0, 2, 4, 6 ou 8 e, como 77 tem al-
garismos das unidades igual a 7, 12v + 10b
nunca será igual a 77.
Pode-se demonstrar que:
Uma equação diofantina ax + by = c tem so-
lução inteira se, e somente se, o máximo divisor
comum entre a e b for um número que divide c.
O teorema que acabamos de enunciar garante a existência de soluções inteiras (in-clui os negativos). Lembramos que nos cinco exemplos que estamos analisando, nos interes-sam as soluções inteiras positivas. Ou seja, sua aplicação em problemas desse tipo exige que se faça uma análise com critério, porque pode ser que a equação tenha uma solução com in-teiros negativos e, nesse caso, essa solução não interessaria para o problema em questão.
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
Veremos a seguir os passos da demonstra-
ção do teorema.
Recordemos as seguintes propriedades de
divisibilidade entre inteiros:
1. Se d divide a, então d dividirá a.m, para
qualquer m inteiro.
Exemplo: 7 divide 21, então 7 divide 9 . 21
(se 7 divide 21, então 21 é múltiplo de 7 e,
portanto, o produto de 21 por qualquer in-
teiro será divisível por 7).
2. Se d divide a e divide b, então d dividirá
a + b.
Exemplo: 3 divide 6 e 9, então, 3 divide
6 + 9 (como 6 9
3+
é igual a 63
93
+ , e como
3 divide 6 e 9, então 3 dividirá 6 + 9).
3. Se d é MDC(a,b), então existem inteiros r e s
tais que a . r + b . s = d.
Exemplo: MDC(6,9) = 3, e 6.(–1) + 9.(1) = 3
(note que –1 e 1 não são os únicos valores
r e s tais que a.r + b.s = d; temos também,
por exemplo, 2 e –1).
Veja que o algoritmo nos permite escrever
1) 9 = 1 . 6 + 3 e 2) 6 = 2 . 3 + 0. Da primeira
igualdade temos 3) 3 = 9 – 1 . 6 e da segunda
4) 2 . 3 = 6 – 0. Substituindo 4 em 3, temos
3 = 9 − 1 . (6 – 0), ou seja, 3 = (1) . 9 + (–1) . 6.
Por meio das duas primeiras propriedades
listadas, sabemos que se a equação ax + by = c
tiver alguma solução com x’ e y’ inteiros, e se
d for um divisor comum de a e b, então d divi-
dirá c. Em particular, como o MDC (a,b) é um
divisor comum de a e b, a condição necessária
para que a equação tenha solução inteira é que
MDC (a,b) divida c. Já sabemos que é necessário
que MDC (a,b) divida c para que a equação dio-
fantina tenha solução inteira. Agora nos resta
perguntar se essa condição também é suficiente.
A resposta é sim, e decorre da terceira proprie-
dade listada. Chamando o MDC (a,b) de d, se
d dividir c, então c = d.m e, pela propriedade 3,
existem inteiros r e s tais que a.r + b.s = d. Multipli-
cando ambos os membros da igualdade por m, te-
mos a.(r.m) + b.(s.m) = d.m, ou seja, a.x’ + b.y’ = c.
Resolução do exemplo 3
Com o resultado que acabamos de demons-
trar, como o MDC(15,25) = 5 divide 2 000, o
problema tem solução inteira. Com o uso de
uma tabela, é possível encontrar as 27 soluções
do problema, que são os seguintes pares (x,y):
(130,2), (125,5), (120,8), (115,11), (110,14),
(105,17), (100,20), (95,23), (90,26), (85,29),
(80,32), (75,35), (70,38), (65,41), (60,44), (55,47),
(50,50), (45,53), (40,56), (35,59), (30,62), (25,65),
(20,68), (15,71), (10,74), (5,77), (0,80)
Essa propriedade é uma decorrência quase imediata do algoritmo de Euclides para determinação do MDC entre dois números:
1 2
9 6 3
3 0
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56
Resolução do exemplo 4
Como o MDC (20,50,100) = 10 divide 250, o
problema tem solução inteira. Utilizando uma ta-
bela encontramos as seguintes soluções (x,y,z):
(0,1,2), (0,3,1), (0,5,0), (5,1,1), (5,3,0), (10,1,0)
Resolução do exemplo 5
Uma vez que o MDC (1,10,20) = 1 divide 200,
a equação possui solução inteira. Utilizando uma
tabela encontraremos as 91 soluções (a,b,c):
Observe que a tabela tem uma série de re-
gularidades que, uma vez identificadas, facili-
tam a generalização das triplas ordenadas. Por
exemplo, as primeiras 11 triplas, que começam
com a = 0, têm soma b + c iniciando em 10 e
aumentando sempre uma unidade. Nas demais
sequências de triplas (conforme organizamos
anteriormente), a será um múltiplo de 10, b
será igual a 19, 18, 17, ... , 10 (reduzindo sempre
duas unidades para a tripla seguinte) e c será
igual a 0, 1, 2, ... (terminando em 9, 8, 7, 6 ou 5,
dependendo da sequência).
Nota histórica
Diofanto viveu por volta do ano 250 d.C. e foi um matemático de trabalhos extremamen-te originais para sua época. A principal obra de Diofanto, chamada Arithmetica, consta ter sido escrita em 13 livros, dos quais apenas os seis pri-meiros chegaram até nós. Alguns consideram Diofanto o pai da Álgebra, uma vez que ele intro-duziu em seu trabalho a ideia de equação algébri-ca expressa por símbolos. Na solução de sistemas de equações, Diofanto manipulava um único sím-bolo para representar as incógnitas e chegava às respostas, comumente, pelo método de tentativa, que consiste em assumir para alguma das incóg-nitas um valor preliminar que satisfaça algumas condições. Esses valores preliminares conduziam a expressões erradas, mas que geralmente sugeriam alguma estratégia pela qual valores podiam ser obtidos de forma a atender a todas as condições do problema. Na coleção de 150 problemas que compõem sua obra, fica claro que o tratamento dado por Diofanto não é o da axiomatização, e raramente ele apresenta generalizações. Não há
uma distinção clara no tratado de Diofanto en-
tre equações determinadas e indeterminadas e,
(0,0,10), (0,2,9), (0,4,8), (0,6,7), (0,8,6), (0,10,5), (0,12,4), (0,14,3), (0,16,2), (0,18,1), (0,20,0)
(10,19,0), (10,17,1), (10,15,2), (10,13,3), (10,11,4), (10,9,5), (10,7,6), (10,5,7), (10,3,8), (10,1,9)
(20,18,0), (20,16,1), (20,14,2), (20,12,3), (20,10,4), (20,8,5), (20,6,6), (20,4,7), (20,2,8), (20,0,9)
(30,17,0), (30,15,1), (30,13,2), ... , (30,3,7), (30,1,8)
(40,16,0), (40,14,1), ... ,(40,0,8)
(50,15,0), (50,13,1), ... , (50,1,7)
(60,14,0), (60,12,1), ... , (60,0,7)
(70,13,0), (70,11,1), ... , (70,1,6)
(80,12,0), (80,10,1), ... , (80,0,6)
(90,11,0), (90,9,1), ... , (90,1,5)
(100,10,0), (100,8,1), ... , (100,0,5)
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
quando ele se ocupava desse segundo grupo, ge-
ralmente contentava-se em encontrar uma solu-
ção, e não todo o conjunto de soluções.
Muitos dos problemas resolvidos por
Diofanto eram da determinação de soluções in-
teiras (ou racionais) em equações com mais de
uma incógnita, fato pelo qual esse tipo de assun-
to, investigado na Situação de Aprendizagem 4, é
conhecido por muitos na Matemática como equa-
ções diofantinas. Veremos a seguir (em notação
moderna) um problema resolvido por Diofanto
para ilustrar sua forma de pensar a Matemática.
“Determine dois números tais que, cada
um somado com o quadrado do outro, for-
neça um quadrado perfeito.”
Como Diofanto tentava sempre escrever os
problemas usando apenas uma incógnita, em
vez de chamar os números de x e y, chamou-os
de x e 2x + 1. Note que, nesse caso, ao somar o
segundo com o quadrado do primeiro, necessa-
riamente teremos um quadrado perfeito, porque
2x + 1 + x² é igual a (x + 1)². Na sequência, exi-
ge-se que o primeiro somado com o quadrado
do segundo seja um quadrado perfeito, ou seja,
que x + (2x + 1)² seja um quadrado perfeito.
Diofanto escolhe um quadrado perfeito parti-
cular, que é (2x – 2)², para igualar à expressão
x + (2x + 1)², da qual decorrerá uma equação
linear em x, como veremos a seguir:
x + (2x + 1)² = (2x – 2)²
x + 4x² + 4x + 1 = 4x² – 8x + 4 → x = 3
13.
Segue, portanto, que um dos números é 3
13 e o
outro, dado por 2x + 1, é 1913
.
Note que no lugar de (2x − 2)² poderíamos ter
usado (2x − 3)² ou (2x − 4)² ou outras expressões
semelhantes, o que resultaria em outros pares de
respostas que atendem à condição do enunciado
do problema, mas Diofanto se contentava em
encontrar uma única solução para o problema.
Como curiosidade final, citamos um trecho
(adaptado para a linguagem moderna) de uma
obra datada do século V ou VI d.C., chamada
Antologia grega, em que, supostamente, revela-se
com quantos anos Diofanto morreu:
“Diofanto passou 16
da sua vida na infân-
cia, 1
12 na juventude, 1
7 como solteiro; 5 anos
depois de casado nasceu o seu filho, que mor-
reu com metade da idade que Diofanto viveu,
4 anos antes da sua própria morte.”
Equacionando o problema, descobriremos
a suposta idade que Diofanto morreu:
52
4 → x = 84 anos
Rep
rodu
ção
Frontispício de livro de Aritmética de Diofanto, Toulouse, França, 1620.
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58
Considerações sobre a avaliação
Na Situação de Aprendizagem 4, investiga-
mos processos de resolução de equações com
mais de uma incógnita e soluções inteiras po-
sitivas. Acreditamos que a discussão de proble-
mas desse tipo, além de aproximar o estudo da
Matemática de sua contextualização, permite
também a retomada de propriedades dos múl-
tiplos e divisores de um número. Do ponto de
vista das habilidades trabalhadas, a situação
proposta exige que o aluno seja capaz de orga-
nizar as informações numéricas em uma tabela,
observar padrões, generalizar regularidades e
investigar propriedades dos múltiplos e diviso-
res por meio da resolução de problemas.
As avaliações devem verificar se o aluno
está apto a:
f equacionar um problema a partir da leitu-
ra e interpretação do seu enunciado;
f identificar se a equação possui ou não
solução por uma análise numérica direta
(com uso de tabelas), o que pode ser com-
provado pelo teorema do máximo divisor
comum que foi apresentado no texto;
f organizar os dados em uma tabela, o que
implica fazer escolhas convenientes dos
números atribuídos às incógnitas de tal
forma que haja um padrão que possa ser
cercado na montagem da tabela;
f encontrar todas as soluções da equação;
f criar (e resolver) seus próprios problemas
envolvendo equações com várias incóg-
nitas e soluções inteiras positivas.
ORIENTAÇÕES PARA RECUPERAÇÃO
A avaliação do conteúdo trabalhado na
Situação de Aprendizagem 1 pode-se rea-
lizar por meio de provas individuais, o que
permitirá identificar melhor as dificuldades es-
pecíficas de cada aluno. Tais dificuldades podem
ser classificadas em: 1) não consegue transpor a
informação para a linguagem algébrica; 2) conse-
gue transpor a informação, porém não consegue
resolver a equação; 3) consegue resolver a equa-
ção, porém não interpreta e analisa as soluções
no contexto do problema.
Para recuperar o primeiro tipo de difi-
culdade, o professor pode recorrer a novos
problemas, de preferência mais simples no
primeiro momento, para que o aluno possa
progredir. Outra estratégia interessante é a de
formar duplas de trabalho para a resolução
de problemas. Nesse caso, é necessário que o
professor escolha as duplas adequadamente
de forma que um aluno com maior conhe-
cimento sobre o assunto possa ajudar o que
ainda não atingiu objetivos mínimos. A recu-
peração do segundo tipo de dificuldade im-
plica identificar qual erro específico o aluno
está cometendo e, uma vez esclarecido, o pro-
fessor pode propor novos problemas em que
ele tenha mais uma vez que colocar à prova
esse tipo de conhecimento. Um bom caminho
para recuperar o terceiro tipo de dificuldade
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
é o de fazer perguntas para o aluno do tipo:
“Sua resposta é plausível para o que está sen-
do perguntado?” ou “Identifique novamente
a pergunta do problema no texto e confronte
com a sua resposta”.
Em relação à Situação de Aprendizagem 2,
caso os objetivos de aprendizagem não sejam
plenamente atingidos pelos alunos, o profes-
sor poderá explorar as seguintes estratégias de
recuperação:
f a retomada da ideia de localização usando
guias de endereços, mapas, plantas e outros
recursos extramatemáticos;
f uma sistematização das principais carac-
terísticas do sistema de coordenadas car-
tesianas, seguida de exercícios similares às
atividades 5 e 6 propostas neste Caderno.
Essas atividades sintetizam a essência da
ideia de localização no sistema de coorde-
nadas cartesianas.
Caso o professor note que os alunos não es-
tão conseguindo resolver os sistemas propostos
na Situação de Aprendizagem 3, é adequado ava-
liar se isso se deve à dificuldade em relação aos
procedimentos de resolução de equações ou à
interpretação do problema. No primeiro caso,
a atividade de recuperação deve contemplar
os procedimentos de resolução de equação de
1o grau: o significado da operação inversa, a ideia
de equivalência, a linguagem algébrica, etc.
Se a dificuldade de interpretação do pro-
blema persistir, o professor deverá preparar
uma atividade cujo foco seja a leitura de enun-
ciados: identificação dos verbos principais,
reconhecimento dos valores a serem descober-
tos (incógnita), descrição da pergunta central
do problema, etc.
Por fim, no que diz respeito aos conteú-
dos da Situação de Aprendizagem 4, se os
objetivos mínimos não tiverem sido atingidos
plenamente por algum aluno, o professor po-
derá lançar mão das seguintes estratégias de
recuperação:
f propor novos exercícios para que sejam re-
solvidos em duplas de trabalho, procuran-
do sempre formar duplas em que um aluno
possa, de fato, ajudar outro que esteja com
dificuldades no assunto;
f trabalhar com a representação das equa-
ções (com duas incógnitas) no plano car-
tesiano. Uma equação do tipo ax + by = c
terá sempre como representação uma reta
e, construindo o gráfico no papel milime-
trado (ou quadriculado), podemos identi-
ficar as soluções inteiras como pontos da
malha de coordenadas inteiras por onde
passa a reta;
f trabalhar com estratégia de jogos: divida
a classe em grupos, e cada um deverá ela-
borar um problema de equação diofantina
(com sua solução). Os problemas criados
pelos grupos deverão ser trocados entre
eles e vencerá o jogo o grupo que conseguir
resolver corretamente o maior número de
problemas.
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60
RECURSOS PARA AMPLIAR A PERSPECTIVA DO PROFESSOR E DO ALUNO PARA A COMPREENSÃO DO TEMA
ALVES, Sérgio; GALVÃO, Maria E. E. L.
Um estudo geométrico das transformações
elementares. São Paulo: IME-USP, 1996.
BAUMGART, John K. Tópicos de história da
Matemática para uso em sala de aula: Álgebra.
São Paulo: Atual, 2001.
BOYER, Carl Benjamin. História da Matemática.
São Paulo: Edgard Blucher, 1994.
CAJORI, Florian. Uma história da Matemática.
Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2007.
CARNEIRO, José Paulo. Dispositivo para
expressar o MDC de dois números como
combinação linear deles. Revista do Professor
de Matemática, no 37, São Paulo: Sociedade
Brasileira de Matemática, 1998.
COIMBRA, Carlos. Coordenadas no Espaço.
Ciência hoje na escola tempo e espaço, v. 7.
Rio de Janeiro: Ciência Hoje, 1999.
COXFORD, Albert F.; SHULTE, Arthur P.
As ideias da Álgebra. São Paulo: Atual, 1995.
DINIZ, Maria Ignez S.; SOUZA, E. R. Álgebra:
das variáveis às equações. São Paulo: CAEM,
IME-USP, 1996. Disponível em: <http://www.
ime.usp.br/caem>. Acesso em: 14 mar. 2013.
GARBI, Gilberto G. O Romance das equações
algébricas. São Paulo: Makron Books, 1997.
KRULIK, Stephen; REYS, Robert. E. (Org.). A resolução de problemas na Matemática escolar. São Paulo: Atual, 1998.
LIMA, Elon Lages et. al. Temas e problemas elementares. 2. ed. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Matemática, 2006. (Coleção do Professor de Matemática.)
MILES, César Polcino; COELHO, Sônia P. Números: uma introdução à matemática. São Paulo: Edusp, 2001.
PATROCÍNIO, Antônio Carlos; SATO, Sérgio Nokiani; ISNARD, Carlos Augusto Soluções inteiras. Revista do Professor de Matemática. no 8. São Paulo: Sociedade Brasileira de Matemática, 1986.
Revista do Professor de Matemática. São Paulo: Sociedade Brasileira de Matemática, publicada desde 1982.
Vários números apresentam material sobre álgebra e equações.
ROCQUE, Gilda Diha.; PITOMBEIRA, João Bosco. Uma equação diofantina e suas resoluções.Revista do Professor de Matemática, no 19. São Paulo: Sociedade Brasileira de Matemática, 1991.
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Matemática – 7a série/8o ano – Volume 3
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os três objetivos centrais do volume 3 da
7a série/8o ano são aprofundar a discussão so-
bre equações de 1o grau; apresentar o plano
cartesiano e suas possibilidades e introduzir a
ideia de sistemas de equações e seus métodos
de resolução. O professor deve compreender
que muitos dos temas deste volume serão
retomados nas séries/anos subsequentes, se-
guindo um currículo em espiral, o que deve
ser usado como um balizador para a escolha
da “escala” a ser adotada, no que diz respeito
tanto à profundidade com que vai explorar
cada assunto, como ao tempo que dedicará a
cada um deles.
Reforçamos mais uma vez nossa compreen-
são de que o volume apresenta uma quantida-
de grande de novos temas, e que as propostas
aqui apresentadas para o tratamento desses
temas são sugestões para reflexão do professor,
sendo perfeitamente compreensível que sejam
feitos ajustes, adequações, cortes e recortes
para colocá-las a serviço do seu planejamento.
Apresentamos, a seguir, a grade curricular com os conteúdos de Matemática, de todas as séries/anos do Ensino Fundamental, destacan-do com um sombreado os conteúdos de outros volumes e de outras séries/anos diretamente re-lacionados com os conteúdos deste volume 3.
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CONTEÚDOS DE MATEMÁTICA POR SÉRIE/VOLUME DO ENSINO FUNDAMENTAL
5a série/6o ano 6a série/7o ano 7a série/8o ano 8a série/9o ano
Vol
ume
1
NÚMEROS NATURAIS- Múltiplos e divisores.- Números primos.- Operações básicas.- Introdução às potências.
FRAÇÕES- Representação.- Comparação e ordenação.- Operações.
NÚMEROS NATURAIS- Sistemas de numeração na Antiguidade.
- O sistema posicional decimal.
NÚMEROS INTEIROS- Representação.- Operações.
NÚMEROS RACIONAIS- Representação fracionária e decimal.
- Operações com decimais e frações.
NÚMEROS RACIONAIS- Transformação de decimais
finitos em fração. - Dízimas periódicas e
fração geratriz.
POTENCIAÇÃO- Propriedades para
expoentes inteiros.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- A linguagem das potências.
NÚMEROS REAIS- Conjuntos numéricos.- Números irracionais.- Potenciação e radiciação
em IR.- Notação científica.
Vol
ume
2
NÚMEROS DECIMAIS- Representação.- Transformação em
fração decimal.- Operações.
SISTEMAS DE MEDIDAS- Comprimento, massa e
capacidade.- Sistema métrico decimal.
GEOMETRIA/MEDIDAS- Ângulos.- Polígonos.- Circunferência.- Simetrias.- Construções geométricas.- Poliedros.
ÁLGEBRA- Equivalências e
transformações de expressões algébricas.
- Produtos notáveis.- Fatoração algébrica.
ÁLGEBRA- Equações de 2o grau:
resolução e problemas. - Noções básicas sobre
funções; a ideia de interdependência.
- Construção de tabelas e gráficos para representar funções de 1o e 2o graus.
Vol
ume
3
GEOMETRIA/MEDIDAS- Formas planas e espaciais.- Noção de perímetro e área
de figuras planas.- Cálculo de área
por composição e decomposição.
NÚMEROS/ PROPORCIONALIDADE- Proporcionalidade direta
e inversa.- Razões, proporções,
porcentagem. - Razões constantes na
geometria: π.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- Gráficos de setores.- Noções de
probabilidade.
ÁLGEBRA/EQUAÇÕES- Equações de 1o grau.- Sistemas de equações e
resolução de problemas.- Inequações de 1o grau- Sistemas de coordenadas
(plano cartesiano).
GEOMETRIA/MEDIDAS- Proporcionalidade,
noção de semelhança.- Relações métricas em
triângulos retângulos.- Razões trigonométricas.
Vol
ume
4
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- Leitura e construção de gráficos e tabelas.- Média aritmética.- Problemas de contagem.
ÁLGEBRA- Uso de letras para representar um valor desconhecido.- Conceito de equação.- Resolução de equações.- Equações e problemas.
GEOMETRIA/MEDIDAS- Teoremas de Tales e Pitágoras: apresentação e aplicações.- Área de polígonos. - Volume do prisma.
GEOMETRIA/MEDIDAS- O número π; a circunferência, o círculo e suas partes; área do círculo.- Volume e área do cilindro.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO- Contagem indireta e probabilidade.
O sombreado assinala os conteúdos relacionados aos trabalhados neste volume.
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