Alunos

Francielle C. de Almeida

Jhonatan L. Goldner

Vítor M. Goulart

William C.R.Gonçalves

Mata dos Cocais

1. Introdução

“O Território dos Cocais foi assim denominado por

incorporar, em grande medida, a região dos cocais ou

mata de cocais, rica em espécies de palmeiras (de

cocos), como babaçu, carnaúba e buriti, presentes

principalmente nos Estados do Maranhão e do Piauí,

configurando-se como zona de transição entre a floresta

amazônica e a caatinga e o cerrado.”

“(...) os cocais são mais densos em áreas de antigas

fazendas, pois logo após as queimadas os frutos das

palmeiras germinavam, aumentando a densidade da sua

população.”

Define-se ecótono como a área de transição entre dois ou

mais habitats ou ecossistemas distintos, que pode ter

características de ambos ou próprias (ART, 2001).

2. Localização geográfica

Fonte: Santos-Filho,2013.

Distribuição da Cobertura Vegetal no Brasil

3. Características da região

3.1 Clima

Ao oeste:

• Localizada na transição dos climas: equatorial quente

úmido a oeste e tropical inverno seco a leste;

• No lado oeste e o norte de Tocantins, a região é um

pouco mais úmida devido à proximidade com o clima

equatorial quente e úmido;

• O índice pluviométrico na região em média de 2500 mm

por ano;

• As Massas Equatorial Continental e Equatorial Atlântica

atuam fortes no verão vindo do oeste e norte.

Ao leste:

• No leste Tropical Inverno Seco (Aw, na classificação de

Koppen);

• Temperaturas altas com chuvas no verão e outono, e com

estação seca no inverno;

• Temperatura sempre superior a 20°C;

• Massa de Ar Equatorial Atlântica atua no inverno vindo do

norte.

Fonte:IBGE

3.2 Relevo

• Regiões Costeiras são Depositos Sedimentares, e no

interior são Bacias e Cobertura Sedimentares

• Bacia Sedimentar do Maranhão–Piauí com litologias da

Formação Serra Grande;

• Variação média de altitude entre 0m e 1000m.

Maranhão

Piauí

3.3 Hidrografia

• Principais bacias da região: Bacia do Parnaíba e

Bacia do Nordeste Ocidental;

• Principais rios: Parnaíba, Longá e seus afluentes,

Maratoan, Piracuruca, dos Matos e Corrente, no

Maranhão.

• Águas Subterrâneas: Aquífero Cabeças, Aquitardo

Longá, Aquífero Poti/Piauí;

• Pluviosidade: A precipitação média anual situa-se por

volta dos 1.200 mm, variando de leste para oeste de

600 a 1.800 mm.

3.4 Solo

• Camadas superficiais ricas em matéria orgânica;

• A maior parte dos solos são de baixa fertilidade;

• Baixos teores de nutrientes, necessidade de adubação

para o uso agrícola;

• Teores muito elevados de alumínio no solo;

• Alto teor de ferro;

• Drenagem imperfeita;

• Dificuldade de penetração das raízes.

• Recursos Minerais: ametista, caulim, argila e a opala.

Principais Solos:

Plintossolos Pétricos

Latossolo Amarelo

Neossolo Litólico

3.5 Vegetação

• As vegetações típicas da Mata dos Cocais são: babaçu

(em maior quantidade), carnaúba, oiticica e buriti.

Árvores da família Arecaceae;

• As folhas das palmáceas caracterizam-se por serem

grandes e finas.

• No extrato mais baixo da mata, encontramos diversas

espécies de arbustos e vegetações de pequeno porte;

• As palmeiras, babaçu e carnaúba, tem suas raízes do

tipo cabeleira e absorve os nutrientes do solo com mais

rapidez. Esse tipo de raiz, também auxilia na

sustentação da árvore nesse tipo de solo.

BABAÇU CARNAÚBA BURITI

3.6 Fauna

Por ser uma mata de transição, a fauna das Mata dos

Cocais é muito diversa.

• Macaco Cuxiú (endêmico);

• Jaguatirica (ameaçada de extinção na área);

• Gavião Real;

• Ariranha;

• Cotia;

• Arara Vermelha.

Fauna

ARIRANHA

ARARA VERMELHA

GAVIÃO REAL

COTIA

MACACO CUXIÚ

JAGUATIRICA

4. Peculiaridades desse território

• Existe um campo arqueológico, que contém um conjunto de

rochas esculpidas pelas águas e pelo vento há mais de 190

milhões de anos. As inscrições rupestres e as formações

rochosas sugerem que, em épocas remotas, civilizações

tenham habitado o lugar. O sítio arqueológico de referência no

Território é o Parque Nacional de Sete Cidades, localizado nos

municípios de Piracuruca e Piripiri, numa área de

6.221hectares;

• Parque Nacional de Sete Cidades, APA da Serra da Ibiapaba

e Parque Ecológico Cachoeira do Urubu (estadual);

• A Mata dos Cocais concrentra o maior número de

plantas oleaginosas do mundo, sendo também fonte da

maior produção extrativista vegetal do país. (CUNHA,

apud LIMAS, 2006);

• No Território dos Cocais, especificamente em Pedro II,

encontram-se as únicas jazidas de opala existentes no

Brasil, ocupando cerca de trezentos trabalhadores que

vivem exclusivamente da atividade da garimpagem.

5. Principais impactos pela ação humana

• O extrativismo é a principal atividade econômica na

Mata dos Cocais. Milhares de pessoas vivem do

extrativismo do coco de babaçu. A semente deste coco

é utilizada como matéria-prima pelas indústrias de

cosméticos, medicamentos e alimentos.

O óleo de carnaúba também é outra fonte de renda

para os que se dedicam ao extrativismo vegetal na

região;

• Queimadas.

• Extrativismo Mineral;

• Avanço pecuária;

• Maior fragilidade dos solos;

• Aceleração do processo de desertificação;

• Desigualdade social e Segregação social.

Artesanato de babaçu Opala

QueimadasPastagem

6. Estado atual

“A presença forte destas populações na região parece

indicar que esta formação tenha origem no conjunto das

atividades antrópicas de caráter econômico, desde os

séculos XVIII e XIX, como supôs Gardner (1975),

quando abordou o desmatamento de grandes áreas para

o crescimento de pastagens com a finalidade de

favorecer a criação de gado, desde a época da formação

das Fazendas Nacionais, no final do século XVII por “um

tal Domingos Alfonso” como narra o viajante (SANTOS-

FILHO, apud, GARDNER, 1975).”

7. Medidas remediadoras

• Organização e regulamentação da atividade extrativista

em todos os âmbitos;

• Criação e manutenção das UCs;

• Promover ações de preservação da fauna e flora,

considerando que já existem espécies deste biomas

ameaçadas de extinção, algumas endêmicas.

• Brigadas de prevenção e combate a incêndios. (Decreto

nº 97.635/89 não se aplica na região).

• Indicação de artigo para estudo de caso:

• Artigo: SANTOS-FILHO, F.S.

COCAIS: ZONA ECOTONAL NATURAL OU ARTIFICIAL?

Revista Equador (UFPI), Vol.1, Nº 1, p. 02 -13. Piauí. 2013.

Resumo: O trabalho traz uma revisão de estudos florísticos,

relatórios técnicos e relatos de antigos viajantes que cruzaram

áreas dos Estados do Piauí e do Maranhão, além de estudos

ecológicos e ensaios experimentais envolvendo as palmeiras

para compreender o processo de ocupação da região por

babaçuais, carnaubais e buritizais, além de outras palmeiras. O

objetivo do artigo é entender se a composição fisionômica atual

da área foi reflexo da atividade antrópica intensa na região.

• Link: http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador/article/view/1043

• Referências bibliográficas:

• SANTOS-FILHO, F.S. COCAIS: ZONA ECOTONAL NATURAL OU

ARTIFICIAL? Revista Equador (UFPI), Vol.1, Nº 1, p. 02 -13. Piauí. 2013

.Disponivel em: <

http://www.ojs.ufpi.br/index.php/equador/article/view/1043 >. Acesso em

Maio de 2015.

• CUNHA, G.J.S.M. A NECESSIDADE DE BRIGADAS DE PREVENÇÃO

E COMBATE A INCÊNDIOS

FLORESTAIS NAS ÁREAS COBERTAS PELA MATA DOS COCAIS. V

Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental

Belo Horizonte/MG. 2014.Disponível em: <

http://www.ibeas.org.br/congresso/Trabalhos2014/I-056.pdf > Acesso em

Maio de 2015.

• GeoBrasil. CENÁRIOS PARA A GESTÃO AMBIENTAL. 2002. Disponível

em < http://www.uff.br/cienciaambiental/biblioteca/geobrasil/cap4.pdf >.

Acesso em Maio de 2015.

• Cardoso, J.M. FENOTIPAGEM EM MILHO PARA TOLERÂNCIA À SECA EAO

CALOR NA REGIÃO MEIO-NORTE DO BRASIL. XXVIII CONGRESSONACIONAL DE MILHO E SORGO – Goiânia, GO.2010.Disponível em: <http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/23846/1/palestra12.pdf >.Acesso em: Maio de 2015.

• Nunes, L.A. CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA EDÁFICA EM SISTEMAS DEMANEJO PARA PRODUÇÃODE FORRAGENS NO ESTADO DO PIAUÍ.Revista Ciência Agronômica, v. 43, n. 1, p. 30-37. 2012.Centro de Ciências Agrárias - Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE.Disponível em: <http://www.ccarevista.ufc.br/seer/index.php/ccarevista/article/view/1309 >.Acesso em Maio de 2015.

• LATOSSOLOS AMARELOS. Embrapa. Disponível em <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000fzyjaywi02wx5ok0q43a0r58asu5l.html >. Acesso em Maio 2015.

•

• PLINTOSSOLOS ARGILÚVICO. Embrapa. Disponível em <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn362ja202wx5ok0liq1mq1l77o4j.html >. Acesso em Maio de 2015.

•

• NEOSSOLOS LITÓLICOS. Embrapa. Disponível em <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/solos_tropicais/arvore/CONT000gn230xho02wx5ok0liq1mqxhk6vk7.html >. Acessoem Mairo de 2015.

• REGIÃO HIDROGRÁFICA DO ATLÂNTICO NORDESTEOCIDENTAL. ANA. Disponível em : <http://www2.ana.gov.br/Paginas/portais/bacias/AtlanticoNordesteOcidental.aspx>. Acesso em Maio 2015.

• Feitosa, A.C. CONDICIONANTES SOCIOAMBIENTAIS PARA AOCORRÊNCIA DE CATÁSTROFES NATURAIS NO ESTADODO MARANHÃO. IX SINAGEO. RIO DE JANEIRO. 2012.DISPONÍVEL EM <HTTP://WWW.SINAGEO.ORG.BR/2012/TRABALHOS/2/2-642-615.HTML >. ACESSO EM MAIO DE 2015.