marxismo e subjetividade
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7/22/2019 Marxismo e Subjetividade
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A CONSTRUO DA INDIVIDUALIDADE/SUBJETIVIDADE NOSSUJEITOS SOCIAIS.
Cludio Eduardo Flix1
RESUMO
Este texto busca sistematizar questes acerca do conceito deindividualidade/subjetividade no referencial Marxista. quest!o analisadatomando "or base os tr#s "r$requisitos levantados "or Marx e En%els na obraa &deolo%ia lem! "ara a com"reens!o do entendimento das condi'es de"rodu'!o da (ist)ria (umana e* "or conse%uinte* dasubjetividade/individualidade $* quais sejam* os indivduos reais, sua atividadee as condies materiais de sua vida. +M,- e EE0* 12324. este sentido"rocura$se* 5 luz da tradi'!o Marxista discorrer acerca destes tr#s "r$requisitos. ssim temos num "rimeiro momento a discuss!o sobre a quest!odos indiv6duos reais* no se%undo momento discute$se acerca da atividade edas condi'es materiais e "or fim uma breve anlise sobre o fetic(e daindividualidade na sociabilidade do ca"ital e seus reflexos na "rxis"eda%)%ica.
7alavras$C(ave8 9radi'!o marxista* ubjetividade* individualidade.
1- INTRODUO:iscutir a quest!o da individualidade/subjetividade na tradi'!o marxista
tida "or muitos uma im"ossibilidade ou uma tarefa muito dif6cil visto que*
"ara estes* o Marxismo se resume ao as"ecto econ;mico e todas as
ex"lica'es se reduzem ao cam"o da economia ou dos temas li%ados 5 luta
de classes* ou modos de "rodu'!o. l%umas afirma'es e anlises
a"ressadas d!o conta de que < marxismo uma teoria evolucionista*
determinista* =objetivista>* "ositivista e a aborda%em marxista desconsideraas subjetividades. Estes e tantos outros im"ressionismos* incom"reenses
ou detur"a'es deliberadamente formuladas ou in%enuamente afirmadas
"ara desmoralizar a referida teoria ou mesmo "elo descon(ecimento do
conjunto da obra de Marx.
7arte desta im"ress!o resultado de al%umas inter"reta'es de Marx
que acabaram "or "revalecer tendendo a rele%ar a se%undo "lano ou
mesmo excluir o "roblema da individualidade. 7le?(anov j criticava tal1Professor Assistente UNEB Campus XVI. Doutorando em Educao UBA. Pes!uisador da "in#a de
Pes!uisa Co"eti$o de Estudos e Pes!uisas em Educao e Emancipao %umana &CEE%U'
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"osi'!o no come'o do sculo -- ao criticar o soci)lo%o Mi?alovs?i o qual
=via +no materialismo dialtico4 uma doutrina que sacrificava ao @fatorA
econ;mico todos os demais e que reduzia a zero o "a"el do indiv6duo na
(ist)ria> +70EB
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1. OS INDIVDUOS REAIS
(ist)ria se "rocessa "or meio das a'es dos indiv6duos reais. !o
estes que fazem avan'ar ou atrasar consideravelmente a (ist)ria na medidaem que atuam ou n!o em fun'!o de determinadas condi'es.
&ndubitavelmente todo indiv6duo "artici"a do desenvolvimento (ist)rico
da (umanidade. Cada "oca e cada classe social formam os (omens 5 sua
ima%em e semel(an'a. Mas os indiv6duos n!o s!o i%uais em suas ca"acidades
e "ossibilidades. :este modo* com"reender esta rela'!o 6ntima entre
objetividade e subjetividade* entre o indiv6duo e a comunidade requer
com"reender os tem"os* ritmos* simbolo%ias dos indiv6duos que se articulam5s formas como as sociedades "roduzem a sua exist#ncia material.
C(e"tulin com"reende que todos somos diferentes* "orm ele distin%ue
=diferen'a real> de =diferen'a essencial>. diferen'a real +n!o essencial4 diz
res"eito aos %ostos* as "ersonalidades* que n!o se ori%inam a"enas "or
fatores or%Onicos ou na consci#ncia do indiv6duo isolada das rela'es
concretas vividas "elos sujeitos. :iferen'a essencial refere$se a est%ios de
aliena'!o* de estran(amento entre os sujeitos e que est!o articuladas 5s
diferen'as de classe* ao lu%ar na "rodu'!o coletiva que o indiv6duo ocu"a.
contradi'!o diferencia e modula a =diferen'a real> e a =diferen'a essencial>.
:urante sculos* a (e%emonia do "ensamento metaf6sico nos
acostumou a recon(ecermos somente um ti"o de contradi'!o8 a contradi'!o
l)%ica. Ex. n!o "odemos dizer que uma coisa quadrada e redonda ao
mesmo tem"o. contradi'!o numa "ers"ectiva marxista diz res"eito 5
dimens!o da realidade (umana* "ortanto a toda uma ordem de elementos
"resentes na (ist)ria e vivenciados na cultura das sociedades.
9oda a contradi'!o tem seu "onto de "artida na diferen'a. 7orm* nem
toda diferen'a uma contradi'!o. contradi'!o nas rela'es sociais
( quest!o da classe central neste debate "ois n!o se trata de uma identidade constru6da"elo sujeito ou "elo seu coletivo* trata$se de levar em considera'!o que os indiv6duos reais s!ojul%ados* classificados* rotulados "or uma srie de fatores8 %#nero* cor da "ele* %era'!o*sexualidade que s!o diferen'as reais* mas n!o$essenciais "ara a l)%ica do ca"ital or%anizar avida "ois no n6vel da "rodu'!o/re"rodu'!o do ca"ital e do consumo*"ortanto da distribui'!o dariqueza material e n!o$material* n!o o fato de ser ne%ro ou branco que determina o acesso
aos bens "roduzidos "ela (umanidade * mas a "ossibilidade de consumir* de %erar acircula'!o do ca"ital. 6 est uma contradi'!o inerente ao ca"italismo8 a "rodu'!o coletiva e aa"ro"ria'!o "rivada.
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a"arecem no momento em que as diferen'as n!o essenciais "assam a ser
transformadas em diferen'as essenciais* nas sociedades ca"italistas s!o
vrias as contradi'es que interferem na constru'!o das =diferen'as
essenciais>* quais sejam* a contradi'!o Ca"ital/trabal(oN "rodu'!o
coletiva/a"ro"ria'!o "rivada.:este modo* tomando a sala de aula como exem"lo* "odemos afirmar
que8 1. a diferen'a entre os alunos s!o reais* "orm estas n!o se confi%uram
em im"ossibilidades de a"rendiza%em* de um ser mel(or que outro. . Puando
moduladas "ela contradi'!o ca"ital/trabal(o que reflete na vida escolar com
recom"ensas* com"eti'es* nota... L. aquela =diferen'a real* n!o$essencial>
transforma$se em =diferen'a essencial> ou seja* a contradi'!o modula e a%u'a
o individualismo em "reju6zo da coletividade. +F,E&9* 122H4 individualidade * os desejos* os talentos individuais* as idias dos
indiv6duos s!o (istoricamente determinados. Fazer esta afirma'!o "ode
"arecer que a "ers"ectiva de Marx e do marxismo seja determinista.
im"ortOncia da "rodu'!o marxiana est* em nosso entendimento* em construir
uma nova "ossibilidade de raciocinar a "artir do real concreto* em desvendar e
identificar as leis da economia ca"italista e assim buscar a "rxis revolucionria
su"eradora* transformadora das rela'es sociais que im"edem que o (omem
su"ere o est%io de reino da necessidade ao reino da liberdade. este sentido*
Marx recon(ece claramente a multi"licidade das causas ou determina'es que
o"eram sobre os resultados (ist)ricos. :esta maneira afirma8 =Ima base
econ;mica que* em suas "rinci"ais caracter6sticas a mesma Q"ode
manifestarR varia'es e %rada'es infinitas devido ao efeito de numerosas
circunstOncias externas* influ#ncias climticas* %eo%rficas* influ#ncias
(ist)ricas do exterior* etc.> +M,- "ud S
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futuroJ 7ara Marx a (ist)ria em si n!o tin(a nen(um si%nificado alm daquele
que os (omens* em seus vrios est%ios de desenvolvimento l(e conferem. +:I,9E* L* ". 2G4. 7orm* aos ol(os dos seres (umanos o
din(eiro "arece "ossuir "oderes sobre$(umanos* m%icos* e "assa a exercer
um feiti'o +um fetic(e4 sobre as individualidades (umanas como se o mesmo
existisse inde"endente dos sujeitos.
Marx ao discutir o fetic(e da mercadoria* "rocurou desvelar o se%redo
que as "rote%e de serem desmascaradas. Ele afirma8Y "rimeira vista* a mercadoria "arece ser coisa trivial* imedatamentecom"reens6vel. nalisando$a* v#$se que ela al%o muito estran(o*c(eio de sutilezas metaf6sicas e ar%Ucias teol)%icas. Como valor$de$uso* nada ( de misterioso nela. +$$$4 mercadoria misteriosasim"lesmente "or encobrir as caracter6sticas sociais do "r)"riotrabal(o dos (omens* a"resentando$as como caracter6sticas materiaise "ro"riedades sociais inerentes aos "rodutos do trabal(oN "or ocultar*"ortanto* a rela'!o social entre os trabal(os individuais dos "rodutorese o trabal(o total* ao refleti$la como rela'!o social existente* 5 mar%emdeles* entre os "rodutos do seu "r)"rio trabal(o. +M,-* K* ". 2L$2K4
uma sociedade "rodutora de mercadorias e de mais$valia os fetic(esv!o sendo constru6dos e condicionam as vises de mundo* as a'es (umanas*
os com"ortamentos e valores. este sentido* essa sociedade vai se
or%anizando sobre um vazio de conteUdo*.
Entre os muitos fetic(es "roduzidos "or essa sociedade* temos o da
individualidade.
o caso do fetic(ismo da individualidade o que ocorre que em vez dea individualidade ser considerada fruto de um "rocesso educativo eauto$educativo deliberado* intencional* ela considerada al%o quecomanda a vida das "essoas e* em conseqX#ncia* comanda asrela'es entre as "essoas e a sociedade. +:I,9E* K* ". 1L4
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< fetic(e da individualidade no "resente momento (ist)rico en%endra
conseqX#ncias cruis na medida em que atribui aos sujeitos* de forma
individualizada* a res"onsabilidade total "elos rumos que d a sua vida.
Soa "arte das re"orta%ens televisivas de meios de comunica'!o
veiculam insistentemente a idia de que o desem"re%o n!o um fen;meno da"r)"ria crise estrutural do ca"ital* mas da falta de forma'!o individual.
qualifica'!o "essoal o motivo "elo qual KGZ dos jovens entre 1G e K anos
de idade est!o sem em"re%o* se%undo as anlises que %eralmente a"arecem
nestas m6dias. E a6 "odemos nos questionar8 mas como fazer "ara que os
"obres ten(am qualifica'!o* ou seja* a"rendam in%l#s* com"uta'!o* ten(am
uma boa forma'!o bsica e su"eriorJ Muitas vezes* a su%est!o "rocurar as
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a"enas "oderiam existir tendo "or fundamento ontol)%ico Ultimo o trabal(o>+0E* 18 1H24.
este sentido "ode$se inferir que a individualidade n!o se%ue um
camin(o 5 "arte da "rodu'!o material "or n!o se constituir a "artir a"enas das
vontades e desejos dos seres (umanos isolados* mas se articulam ao "rocesso(ist)rico social %lobal que condicionam a exist#ncia do "r)"rio sujeito e l(e
"ossibilita novas cria'es* novas idias* novas atitudes diante do que l(e
colocado ou im"osto.
REFER"NCIAS
S