marketing verde e greenwash

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MARKETING VERDE Contradições: incentivo as boas práticas e greenwashing por Paulo Abdala, Renata Guzzo e Suzyane Santos

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Apresentação sobre marketing verde e greenwash, desinformação disseminada por uma organização que deseja apresentar uma imagem ambientalmente responsável.

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Page 1: Marketing verde e Greenwash

MARKETING VERDE

Contradições: incentivo as boas práticas e

greenwashing

por Paulo Abdala, Renata Guzzo e Suzyane Santos

Page 2: Marketing verde e Greenwash

INTRODUÇÃO

Afinal, o que é marketing?

Page 3: Marketing verde e Greenwash

CONCEITO DE MARKETING

Surgido no começo do século XX para estudar a

complexidade crescente da movimentação de

mercadorias.

Se tomarmos o capitalismo enquanto realidade, o

marketing é uma função essencial, pois aproxima

oferta/produção dos mercados/consumo.

O fim do marketing só aconteceria com a eventual

substituição do sistema de produção.

Na prática (mitos):

Marketing não propaganda

Marketing não é vendas

Page 4: Marketing verde e Greenwash

Definição da American Marketing Association (AMA):

Marketing é uma função organizacional e um

conjunto de processos para criar, comunicar e

entregar valor para clientes e para gerenciar as

relações com clientes do modo que beneficie a

organização e seus interessados.

Page 5: Marketing verde e Greenwash

DUAS MANEIRAS DE VER

Micromarketing: mercados/firmas

Abordagem gerencialista

4 pês

Macromarketing: nível social/ambiental

Abordagem social - welfare

Marketing social / verde

Page 6: Marketing verde e Greenwash

MICROMARKETING

1. Identifica necessidades e desejos do público-

alvo.

2. Projeta produtos e serviços que satisfaçam essas

necessidades e desejos.

3. Informa o público-alvo sobre esses produtos e

serviços.

4. Disponibiliza esses produtos e serviços.

5. Atribui-lhes um preço.

6. Proporciona apoio e acompanhamento.

Page 7: Marketing verde e Greenwash

MACROMARKETING

É uma área de estudo que tenta dar uma resposta para as

críticas generalizadas ao marketing.

Parte do pressuposto do capitalismo enquanto meio de

produção vigente e tenta atenuar/discutir os efeitos de suas

práticas (sugerindo novas utilidades)

Trabalha com (journal of macromarketing):

Competition, Markets, and Marketing Systems

Marketing Ethics and Distributive Justice

Global Policy and the Environment

Marketing and Development

Marketing History

Quality of Life

Page 8: Marketing verde e Greenwash

MARKETING VERDE

Evolução e Conceitos

Page 9: Marketing verde e Greenwash

EVOLUÇÃO

O termo Marketing Verde surgiu na década de 70 quando a AMA (American Marketing Association) promoveu um Workshop para discutir o impacto do marketing sobre o meio ambiente;

Começou a tomar importância nos Estados Unidos no final dos anos 80 e início dos anos 90;

Evidência prática deste momento foi o boicote global do consumo dos CFC’s aerosol. Existem duas explicações para tal fato: a explosão da atividade empresarial em marketing verde, além de vários estudos e pesquisas na área ambiental, que começaram a influenciar o comportamento de uma parte da sociedade;

Ainda na década de 90, alguns estudos começaram a revelar que muitas mensagens ecológicas são apenas superficiais, levando à uma situação em que tanto da perspectiva do consumidor como das empresas, o marketing verde é identificado apenas na comunicação das atividades, levando à uma relação comercial enganosa.

Page 10: Marketing verde e Greenwash

MARKETING VERDE

Possui duas características básicas (OTTMAN, 94):

Desenvolver produtos que equilibrem

necessidades dos consumidores, tenham preço

viável e conveniência com compatibilidade

ambiental, ou seja, exerçam um impacto mínimo

sobre o ambiente;

Projetar uma imagem de alta qualidade,

incluindo sensibilidade ambiental, quanto aos

atributos de um produto e quanto ao registro de

trajetória de seu fabricante, no que se refere a

respeito ambiental.

Page 11: Marketing verde e Greenwash

Fonte: CHAMORRO E BAÑEGIL, 2006.

Page 12: Marketing verde e Greenwash

FATORES ÉTICOS

O marketing verde não deve ser limitado apenas

às políticas de comunicação;

Aspectos ecológicos e a ética ambiental devem ser

inseridos e incorporados em todas as áreas

funcionais e estratégicas da organização.

A filosofia do marketing verde pode ser

considerada como a maneira de conceber relações

de troca que vão além das necessidades atuais

dos consumidores, e ao mesmo tempo, do

interesse social na proteção do ambiente natural

(CHAMORRO; BAÑEGIL, 2006).

Page 13: Marketing verde e Greenwash

ESTRATÉGIA AMBIENTAL + MKT VERDE

As empresas que almejam gerar vantagem

competitiva a partir de estratégias baseadas em

produtos e serviços orientados ecologicamente

precisam observar três pré-requisitos básicos:

Os consumidores precisam estar dispostos a

pagar pelos custos de diferenciação ecológica;

As informações sobre o desempenho ambiental do

produto precisam estar disponíveis para o

consumidor e devem ser confiáveis, revelando a

realidade;

A diferenciação deve ser difícil de ser imitada

pelos concorrentes.

Page 15: Marketing verde e Greenwash

X

Page 16: Marketing verde e Greenwash

GREENWASH - HISTÓRIA

Termo cunhado nos anos 90 inspirado na expressão

whitewash - um processo de esconder os erros e

enganos de alguém, fazendo com que sua reputação

permaneça limpa (dicionário oxford).

A substituição do prefixo white por green relaciona-se

com a mudança de seu objeto, fazendo referência a

ecologia / sustentabilidade.

Oficialmente, o termo começou a fazer parte da

língua inglesa somente no ano de 1999, sendo

definido como uma desinformação disseminada por

uma organização que deseja apresentar uma imagem

ambientalmente responsável (Dicionário Oxford).

Page 17: Marketing verde e Greenwash

GREENWASH - HISTÓRIA

A exata origem do tema é indeterminada, porém está relacionada com as discussões da Rio 92.

Neste mesmo ano e em decorrência da conferência a FTC, federal trade comission, uma organização governamental americana voltada para a defesa dos interesses dos consumidores (como o PROCON no Brasil), lançou o “green guide”, um ato que tinha por objetivo possibilitar a utilização de sanções legais contra marketing verde e propagandas de cunho ecológico com apelos falsos ou enganosos, sendo pioneira.

Ainda em 1992, a Greenpeace editou o “Greenpeace book ofgreenwashing” com o objetivo de denunciar o uso do greenwashingpor diversas companhias transnacionais, como a Dupont, Shell, Mitsubishi, General Motors e Aracruz.

Em 1993 o Canadá também criou sua regulamentação.

Na Europa, o greenwash só se tornou preocupação oficial em 1998, sendo o Reino Unido o pioneiro no lançamento de cartilha sobre o tema (pela ASA - Advertising Standards Authority)

Page 18: Marketing verde e Greenwash

NÚMERO DE GREEN ADS

Page 19: Marketing verde e Greenwash

APARIÇÕES NA MÍDIA DO GREENWASH NO

REINO UNIDO (JORNAIS)

fonte: greenwash guide - futerra

Page 20: Marketing verde e Greenwash

APARIÇÕES DO GREENWASH EM BLOGS

fonte: greenwash guide - futerra

Page 21: Marketing verde e Greenwash

GREENWASH HOJE

Nos últimos anos, diversos países fizeram revisões ou

lançamentos de regulamentações de boas práticas de

propaganda e marketing verde:

França (Bureau de Verification de la Publicité, 2008)

EUA (FTC, 2008)

Canadá (Canada Competition Bureau , 2008)

Noruega (Norwegian Consumer Ombudsman’s Office, 2008)

Inglaterra (ASA, 2009)

Australia (Australian Competition and Consumer

Comission, 2008)

Noruega (Norwegian Consumer Ombudsman’s Office, 2008)

Page 22: Marketing verde e Greenwash

COMPARAÇÃO DAS

LEGISLAÇÕES

fonte: greenwash guide - futerra

Page 23: Marketing verde e Greenwash

AÇÕES PRÁTICAS DE TRANSFORMAÇÃO

Desenvolvimento de manuais / escalas

Consultorias internacionais

Site greenwashing index

Page 24: Marketing verde e Greenwash

METODOLOGIAS DE MENSURAÇÃO/IDENTIFICAÇÃO DO

GREENWASH

Resumo da Categoria Terrachoice Futerra Greenwashing index

Fazer apelos de atributos

específicos deixando de

lado a produto/empresa

como um todo

Esconder um trade-off Produtos verdes x

Empresas sujas 

O anúncio deixa de fora ou

mascara informações

importantes.

Não ter prova para as

afirmações

Falta de provas Sem provas  Argumento verde vago ou que

não pode ser provado

Enganar pela linguagem Ser vago Linguagem Estilizada

/ Linguagem

exagerada 

Expressões enganosas

Usar selo sem

credibilidade

Venerar selos falsos Amigos imaginários

Cometer exagero e

irrelevância nas

afirmações

Irrelevância Afirmações

irrelevantes 

O anúncio exagera

Mentir Mentir Mentira descarada

Utilizar imagens enganosas Imagens sugestivas Elementos visuais ou gráficos

enganosos

Afirmar ser melhor

comparando-se com algo

prejudicial/ruim

Ser melhor do que os piores O melhor entre os

piores / Não dá para

crer 

Page 25: Marketing verde e Greenwash

EXEMPLO

Page 26: Marketing verde e Greenwash

EXEMPLO

Itens

Fazer apelos de atributos específicos deixando de lado a

produto/empresa como um todo

Não ter prova para as afirmações

Enganar pela linguagem

Usar selo sem credibilidade

Cometer exagero e irrelevância nas afirmações

Afirmar ser melhor comparando-se com algo prejudicial/ruim

Mentir

Utilizar imagens enganosas

Page 27: Marketing verde e Greenwash

EXEMPLO

Não deveria ser uma média pelo

número de passageiros?

Uma pessoa, ok, e se

forem 4 em um carro?

Forçou a barra

Não deveria se

comparar com

outros transportes

coletivos: e o

ônibus, e o trem?

Page 28: Marketing verde e Greenwash

REALIDADE BRASILEIRA

No Brasil, praticamente não foram encontrados materiais versando diretamente sobre o tema greenwash em fontes oficiais.

O CONAR (conselho nacional da autoregulamentaçãopublicitária) toma atitudes isoladas, mas não coloca as propagandas verdes na lista das 20 categorias especiais de anúncio que tem regras próprias, mais rígidas que as demais.

A única menção ao meio ambiente no CONAR é na seção 10 dos princípios gerais, chamada de poluição e ecologia, pela qual se proíbem propagandas que estimulem agredir ao meio ambiente.

Este posicionamento reativo demonstra um atraso da regulamentação da propaganda brasileira, fato compreensível visto que o código brasileiro da autoregulamentação publicitária data de 1978.

Page 29: Marketing verde e Greenwash

A PREOCUPAÇÃO É JUSTIFICADA

fonte: the seven sins of greenwash – terrachoice (2009)

Page 30: Marketing verde e Greenwash

PROBLEMAS ENCONTRADOS

fonte: the seven sins of greenwash – terrachoice (2009)

Page 31: Marketing verde e Greenwash

CASOS BRASILEIROS

Petrobras

- Em 17 de abril de 2008 o CONAR

suspendeu a veiculação de duas

campanhas publicitárias da empresa.

- Por meio impresso: a propaganda apresentava a

estatal como uma “empresa que respeita o meio

ambiente” e “pensa no seu futuro e naqueles que

você ama, buscando novas fontes de energia”.

Comercial na internet

Page 32: Marketing verde e Greenwash

Monsanto

- Em setembro de 2005, o Conar

entrou com uma representação contra a propaganda

para TV “Homenagem da Monsanto do Brasil ao

pioneirismo do agricultor gaúcho”

- Para o Conar, as afirmações davam a entender que o

cultivo de soja transgênica preserva o meio ambiente, o

que não foi comprovado

Page 33: Marketing verde e Greenwash

Bosch

- Em dezembro de 2006, a Bosch anunciou em revistas e na internet seu novo refrigerador, o Bosch Space, como “100% ecológico”

- “Totalmente inofensivo ao meio ambiente”.

- A defesa da Bosch disse que a empresa “respeita todas as normas ambientais pertinentes ao seu ramo, podendo ser considerada ecologicamente correta”

Page 34: Marketing verde e Greenwash

Cia. de Gás de Minas Gerais (Gasmig)

- Gasmig publicou um anúncio com a frase “o gás natural

da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig)

une desenvolvimento e preservação do meio ambiente.

Move indústria, carros, pessoas, tudo sem poluir. Gás

natural, invisível e essencial”.

- O CONAR tomou conhecimento da propaganda após a

queixa de um consumidor em Belo Horizonte (MG), e

acionou a Gasmig.

Page 35: Marketing verde e Greenwash

CASOS INTERNACIONAIS

Shell

- Divulgou em uma propaganda que a empresa

fornecia CO2 para estufas da Inglaterra

incentivarem a produção e crescimento de flores,

mas ela só “doava” 0,325% das suas emissões.

Page 36: Marketing verde e Greenwash

VOCÊ CONHECE OS SELOS DE CERTIFICAÇÃO

ECOLÓGICOS?

IBD - Instituto biodinâmico ECOCERT FSC – Forest Stewardship council

PROCEL

LEED - Liderança em energia

e design ambiental

IMAFLORA – Instituto de manejo e certificação florestal e agrícola

USDA – United State department ofagriculture