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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Marioeis Millnitz Hack A IMPORTANCIA DAS BRINCADEIRAS EM FAMILIA NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANQAS DE 3 A 5 ANOS Curitiba 2005

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Marioeis Millnitz Hack

A IMPORTANCIA DAS BRINCADEIRAS EM FAMILIA

NO DESENVOLVIMENTO DE CRIANQAS DE 3 A 5 ANOS

Curitiba2005

Marineis Millnitz Hack

A IMPORTANCIA DAS BRINCADEIRAS EM FAMILIA

NO DESENVOLVIMENTO DE CRIAN<;:AS DE 3 A 5 ANOS

psiMonografia apresentada 80 Curdo de p6s-gradua~iio em Psicopedagogia da UniversidadeTuiuti do Parana como requisito parcial paraobtenyilo do titulo de especialista em Psicope-dagogia

Orientadora: Professora Laura Bianca Monti

Curitiba2005

RESUMO

Esta pesquisa tern como objetivo observar, primeiramente, 0 que e brincar, a origem

desta palavra, seu uso em tempos remotos e como vern seode usado nos dias de hoje. A seguir

descreve-se a familia, sua fun~ao na sociedade e suas mudanfYas ao lango dos tempos recen-

tes. Aborda-se como a comunica~ao nas suas diferentes fonnas intera a crian~a na sociedade e

na familia, equal eo seu importante papel oa vida da crian~a. Ao juntar 0 conceito de brincar

com 0 de familia, tralOu-se da impoItincia destes dais itens estarem juntos e ativos no dia-a-

dia da crian~a, isla rcfon;3 e ajuda no born e plena desenvolvimento do seT humano, no rela-

cionamento social crians:a-adulto. Muitos adultos nao tiveram inffincia, mas nunea e tarde

para comcs:ar e nada melhar do que com seu pr6prio filho. Contudo, por rnais simples que isto

possa pareccr, sua pnitica e urn desafio. 0 ultimo e mais irnponante lista brinquedos e jogos

explorados pelas criant;as, eficientes para 0 auxilio de seu desenvolvirnento. Brinquedos estes

que va~ desde objetos de usc cornum na casa, no lar, como roupas, talheres e potes, passando

pela sucata ate, por fim, alguns jogos industrializados. Todos com seus objetivos descritos,

para que haja urn melhor aproveitamento de cada material ao ser utilizado pela crian~a com 0

auxilio do adutto.

PaJavras-chave: crian~as, desenvolvimento psicopedag6gico, brincadeiras e ativida-

des infantis,familia.

SUMARIO

INTRODU<;:AO .. . 4

1.0 QUE E BRINCAR? . . 5

. 9

. 13

2. FAMilIA .

3. DESENVOlVIMENTO DA CRIAN<;:A DE 3 A 5 ANOS ....

4.0 BRINCAR EM FAMiLIA

5. lOGOS E BRINCADEIRAS

......•................•.....•.. 17

............................................... 21

CONCLUSAo .................................................. 34

REFERENCIAS BIBLIOGWICAS 35

INTRODU<;:AO

A ideia deste trabalho surgiu ha algum tempo quando se notou a necessidade de ver

alga escrito que fosse pratico para a familia no seu dia-a-dia. A intentrao e de produzir urn

trabalha com 0 prop6sito de ajudar as familias recem-constitufdas, bern como aos professores

de criancras na faixa etaria de 3 a 5 anos. Ajudar no sentido de tambem aproveitar rudo 0 que

temos ao nossa redor para auxiliarmos a crianrya no seu desenvolvimento fisico, social e men-

tal, buscando sanar todas as suas necessidades basicas para que passe para 0 periodo seguinte

apta nas suas condiryoes, havendo assim. urn born dcsenvolvimento na vida futura.

Sabemos que uma crian<;:a naD e igual a outra assim como urn pai au professor, da

mesma fonna, naD sao iguais. Visa esta pequena contribuiryilo ajudar na educaryao e no desen-

volvimento de crian~as que esHlo no melhor periodo de suas vidas, por estarem descobrindo

urn novo mundo e novas fonnas de se relacionar com este mundo partindo de suas pr6prias

possibilidades, desejos, curiosidades. Desta fonna ficou estruturado este trabalho:

Inicialmente buscou-se apresentar 0 que e 0 brincar, sua origem, seu conceito para a

crianlj:a e tambem do ponto de vista do adulto, bern como suas contribui~15es. A seguir se fala

da familia, este 6rgao vital para a sobrevivencia de uma sociedade equilibrada. Ahorda-se sua

funlj:30 e papel nesta sociedade. Descreve-se tam'bem 0 desenvolvimento da crian~ na faixa

etaria de 3 a 5 8IlOS, sua linguagem que esta se desenvolvendo rapidamente, seu interesse por

historias e livros com figuras, esta aprendendo a repartir seu objetos; Esta e a fase onde a cri-

an~a se mexe e remexe todo 0 tempo 0 tempo todo, e muito agil e corajosa para testar novos

movimentos, seus desejos e conquistas sao buscados a medida que vai crescendo. A seguir

correlaciona-se 0 brincar com a familia, diferenciando a fonna de considerar 0 brincar para a

crianlj:a e para 0 adulto. Tenninando entao, com 0 mais importante neste trabalho, a descriy30

de muitas brincadeiras possiveis de serem usadas com crianlj:as desta faixa emria, 3-5 anos.

1. 0 QUE E BRINCAR?

A paJavra brincar vern do latim vinculum que inclui, entre outros, 0 sentido de brin-

cadeira, brinquedo. segundo Houaiss (2001). Brincar e sinonimo de divenir-se, espairecer,

distrair-se, divertir-se infantilmente, entreter-se, agitar-se, Scottini(l998).

Antigamente brincar era algo feito de forma natural, tanto para a criany3 quanta para

o adulto. N~o havia muita preocupay~o nem se dava muita importfutcia a isto. Todavia, brin-

car fazia parte da rotina da crianry8. Hoje a crianya ainda possui desejo de brincar. vista que ealgo que Ihe e inerente.

Muitos estudiosos tern olhado para 0 brincar de urna forma mais atenciosa atualmen-

tet dando mais importancia a este ato tAo simples, ~o antigo, mas, ao mesmo tempo, tao atuai.

Ate hoje a crianry8 brinea e se diverte, sendo isto tambem sinal de saude. segundo Winnicott

(1975,p. 73). Tambem segundo Saber (1995, p.53). "brincadeira signitica ... folga. atividade

gratuita, desgaste de energia·'.

Para Piagel. 0 brincar e algo que tern "urn tim em si mesmo". e uma atividade espon-

tfuIea e de prazer. que possui uma relativa falta de organizafYao e caracteriza-se como urn

eomportamento livre de conflitos, e urna atividade que envolve urna motivafYilo intensa. Bely-

ne (apud Bomtempo. 1986. p.20), sintetiza 0 brincar da mesma fonna que Piaget 0 fez, adi-

cionando que ha uma busea do prazer e urn aspecto acentuado da irrealidade do jogo.

Para Winnicott (1975, p.7S) brincadeiras si\o experiencias criativas, que consomem

espafYo e tempo da crian~a. "uma fonna basica de viver". Srincar passa a ser enta~ urn meio

que a crian'(a tern para aprender a viver e nilo urn mero passatempo.

"Desde Froebel e CJaparede 0 jogo ou brinquedo tern sido considerado como urn

meio importante no desenvolvimento e oa aprendizagem da crian~a" (Bomtempo, 1986, p.23).

Hoje, depois de tanto se falar sobre 0 briocar, descobriu-se tamhem que a brincadeira e util.

que este simples ate (e que oa realidade ni\o e tilo simples quanta parece) pode transformar

muitos conceitos, atitudes e fannas de agir da crianc;a.

Refletindo dentro deste enfoque, podemos perceber que tanto a crianya quanta 0 a-

dulto padem estar incluidos neste ato. Nilo e privih~gio s6 da crianfYa, que se diverte e agita. 0

brincar esm dentro de todo 0 ser humano, e inerente ao seu ser.

Podernos dizer que do ponto de vista do adulto. 0 brincar pode ser vista somente ca-

rna fonna de distrair 8 criany8, deixando que passe seu tempo entretida com algo que Ihe

chame atenry~o, fazendo com que ela se mantenha absorta no que faz, sem estulticia, agindo

sem esfon;o e as vezes ate com imprudencia, segundo 0 adulto.

A ideia de brincar varia muito con forme °ponto de vista de cada pessoa, mas na sua

grande maioria M. uma concordancia no seu conceito. Brincar e comunicaryilo e expressilo, eassociar pensamento e a9ilo, e urn ato instintivo, voluntArio e espantaneo, e uma atividade

natural e explorat6ria. E uma atividade algumas vezes social, em geral informal, embora pos-

sa ser usada de maneira fonnal, principalmente como recurso terapeutico por profissionais

que trabalham corn crianryas.

J3 para a crianrya, 0 brincar se toma coisa muito seria, alga que ela executa com mui-

ta atenryilo, divertindo-se. Ela faz uso de tudo 0 que ve pela frente sem, as vezes, ter muita

noryilo do perigo e do que pode ou nilo ser usado para suas pesquisas.

Mas 0 fato de que tanto crianrya como adulto brincam nile quer dizer, necessariamen-

te, que iSlO tern 0 mesmo significado para ambos. Populannente a ideia de brincar se limita a

urn simples passatempo, sem funyOes mais importantes do que somente entreter a crianera em

alguma atividade, que nem sempre e tilo divertida.

Brincar tambem e imaginar e comunicar de fonna especifica que urna coisa pode ser

outra. que urna pessoa pode ser urn personagem, que urn lugar pade ser outro, tudo dentro do

faz-de-conta, onde ha uso constante da criatividade. Por isso brincar e fantasiar, inventar, eri-

ar, entender. construir, modificar, experimentar, destruir, imaginar.

E no brincar que a crianera tern sua oportunidade de explorar urn novo mundo. Uma

simples brincadeira permite que a crianera pequena desenvolva sua rede neural, eonstruindo

novas sinapses, necessarias para que mais tarde, no periodo escolar, ela consiga aprender a

ler, escrever e calcular. Mesmo antes desta fase escolar, a crianera e ajudada a entender 0

mundo atraves da brincadeira, que a auxilia no seu desenvolvimento em todos os aspectos,

fisico, mental, emocional, social, lingUistico, cognitivo, intelectual, verbal.

Com 0 brincar a crianera elabora seus problemas, suas tensOes, conflitos, possibilitan-

do urn gradual cresci men to mental, aprendendo a lidar com novas situaeroes. E brincando que

a criancra, segundo Elisabeth Salgado, comeera a entender como as coisas funcionam, a saber 0

que pode ou nao ser feito, a aprender que existem regras a serem respeitadas se a crianera quer

tcr amiguinhos para brincar. No jogo a crianera aprende a perder e a ver que 0 mundo nao aca-

ba por causa disso - ela pode perder no jogo hoje, mas podera ganhar em outro amanhil.

E atraves da brincadeira que a criancra representa seu discurso extemo, pois ali ela se

da a falar tudo 0 que pensa, e 0 interioriza, construindo seu pr6prio pensamento. Com a brin-

cadeira podemos desenvolver a motricidade da eriancra, sua ateneriio, mem6ria, percep~30,

entre outras coisas. "Atraves do brincar, a criafilya esta experimentando 0 mundo, as movi-

mentos e as rea~()es, tendo assim elementos para desenvolver atividades mais elaboradas no

futuro."(Levy, 2004)

Segundo Seber (1995, p.53) "todas as crian,as brincam e go'tam muito de faze-Io.

Mas quando uma crian~a diz que n110gosta de brincar, vale investigar os motivos. E passivel

que ja tenha passado por alguma situa~ao dificil que emocionalrnente a tenha atingido".

A brincadeira se toma urn espa~o-tempo educativo fundamental da infancia. lnume-

ras vezes ja presenciarnos a sltuacao, ou ate ja nos aconteceu de chamannos urna crian~a en-

quanta esta esta brincando, e nolamos que ela dernora em atender ao chamado. A crianca fica

t110absorta no que estA fazendo, 00 seu esfon,o de briocar, oa sua concentrat;:ilo, que acaba ate

oem escutando 0 chamado. Este e urn sinal de como ela se empenha no que faz e do quanta

isto e prazeraso.

A brineadeira e 0 momento usado para agir sobre si mesmo e sobre 0 mundo que nos

rodeia, taoto para a crian,a quanto para 0 adulto. Para Winnicott (1975, p.63), a "brincadeira euniversal, que e propria da saude, 0 brincar conduz aos relacionamentos grupais ...••

Na brincadeira a crianQ8 tamhem consegue raciocinar sobre 0 seu dia a dia, aprirno-

rando a coordena~ao de sellS movimentos tao variados. Sendo assim eta busea sua realidade

externa, objetos ou fenomenos e leva-os para dentro da briocadeira, oode Ut consegue criar,

transformar, enfim trabalha intemamente 0 assunto ate deixar claro para si mesma. E brincan-

do que ela consegue extravasar seus sentimentos, ajudando nas reflexoes sobre situacOes vivi-

das, onde ela pode criar alternativas de conduta para finalizar mais satisfatoriamente ao seu

desejo, bern como ao do col ega que tam bern esta brincando, querendo assim fazer sua vonta-

de, coisa que na vida real nem sempre e passive\.

Brincar ajuda tambem na evolu~ao dos afetos e da socializa~ilo, auxiliando no pro-

gresso do pensamento. Para isto e 56 notarmos como a crian~a em geral, mesmo tendo alguma

dificuldade t1sica, mental ou de Iinguagem, facilmente se entunna com outros quando hoi um

brinquedo au brincadeira proxima, participando, colaborando e fazendo parte do grupo. Para

Denzim (apud Bomtempo, 1986, p.24) "a atividade ludica e urn meio de ensinar a crianca a se

colocar na perspectiva do outro".

a ato de brincar com outras criancas favorece 0 entendimeoto de cenos princfpios da

vida, como a coiabora9ilo, a divisiio de materiais, espa~o, a lideran~a, a obediencia as regras e

a competi~ao, coisa que a propria midia se encarrega de faze-Io.

Enfim, e unanime a conclusa.o que se tern quando se refere ao brincar. quando se diz

que e neste momenta que a crian<;s revela sua maneira de pensar ever 0 mundo, onde eis s-

prende a se relacionar com colegas e com as pessoas que a rodeiam, onde ela trocs seu ponto

de vista por outras perspectivas possiveis.

Por lodos estes motivos aqui relacionados e que 0 brincar e algo muito importante na

vida de uma crian<;a. Nao e possivel conceber 0 crescimento de urna crian<;8, em lodos os seus

aspectos, se a brincadeira na.o estiver junto.

Notamos que por mais que os anos passem 0 brincar esta sempre presente, modifi-

cando, ajudando 0 ser humane a se desenvolver de inumeras forrnas consigo mesmo. com 0

pr6ximo e com 0 mundo que a rodeia.

2. FAMILIA

o relacionamento familiar e uma via de mao dupla, pais a familia influencia a crian-

93, assim como a criany3 influencia a familia, desde 0 perfedo cia gestayao. Nilo tern como nilo

sermos influenciados, no dia a dia, por pessoas que nos rodeiam. Quer gostemos au nao, asvezes nos vemos imitando alguem. mesmo por brincadeira. Da mesrna forma que exercemos

influencia sabre 0 outro, imagine entiio sebre uma crianya. com tada a sua fragilidade, ina-

cencia, meiguice, temura. Somas sim influenciados e influenciamos estas criaturinhas tilo

pequcninas e tilo importantes em nossas vidas.

o que a sociedade espera da familia e que ela supra suas necessidades rnaterias, pes-

soais e as proteja. Sera que vemos isto acontecendo. na sua grande maioria, na nossa socieda-

de?

A familia tern sua fi.my30 na sociedade, e esta, par sua vez, cobra 0 born desempenho

dessas fun~lJes. De acordo com as ideias de Os6rio (1996, passin), estas fw19lJes podem se

dividir em biol6gica, psicol6gica e social.

Para a sociedade, a fun~ilo biol6gica da familia e, aMm de garantir a reprodu~ilo, ga-

rantir tambem a sobrevivencia da especie, atraves dos cuidados ministrados desde ao recem-

nascido ate a idade adulta. Na Area social, e fun~iio da familia preparar a individuo para 0 e-

xercicio da cidadania. Espera-se da familia, no papel dos pais, e deste ambiente familiar, a

evolu~ao deste individuo no sentido de ensina-Io, a medida que vai crescendo, os seus deve-

res, seus princfpios eticos e as regras morais. Ja na fun~ao psicol6gica, 0 dever da familia edar 0 alimento, que nao e muito reconhecido, afetivo. E indispensavel para a sobrevivencia

verdadeira do ser humano, assim como 0 ar e a agua. Da mesma forma que "uma arvore eafetada pela qualidade do ar, da agua e 56 solo em seu meio ambiente, a saude emocional da

crian~a e detenninada pela qualidade dos relacionamentos intimas que a cercam" (Gottman,

1997. p.143). Ainda outra fun~ao da familia e proporcionar 0 ambiente adequado para a a-

prendizagem no processo cognitivo do ser humano, facilitando a troca de infonna~lJes com 0

universo, de todos os sentidos, que 0 cerca.

Sabemos que estas func;:3es estao interligadas entre si e que 0 exercicio destas fun-

c;:oes e urn constante processo de trocas mutuas e intera~oes afetivas, que tanto podem ser po-

sitivas quanta negativas para a crian~a, dependendo da fonna como for aplicada.

Yoltando urn pouco no tempo, podemos constatar que, ate a decada de 60 aproxirna-

damente, em nossa sociedade ocidental, os papeis de pai e mae cram bern definidos. 0 pai era

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o provedor e responsavel pela manutenyao economica do lar e tambem ele tinha 0 papel de

representar a autoridade no lar. Para a m~e. sobrava a casa e suas tarefas domesticas diluias,

bern como 0 cuidado e orientayao na educa~30 dos filhos. J8. no final da dccada de 60, as pa-

peis comer;:aram a mudar gradativamente. A mulher, a partir dati, com~ou a ingressar com

mais intensidade no Mercado de trabalho. Segundo estatfsticas, em 1960, 19% das mulheres

trabalhavam fora de easa; em 1990 este numero subiu para 59% (Gottman, 1997. p.172,).

A panir de en~o 030 era mais s6 privilegio do homem ficar fora de cas~ mas tam-

bern a mulher passou a sair por urn periado mais longo para trabalho fora, passando a deixar

para segundo plano a vida emocional e cognitiva dos filhos, rnudando assim as perspectivas

do lar. Consciente au inconscientemente, agora nilo 56 0 pai ficou ausente na vida da crianc;a,

mas tambem a m3e, ambos optaram por esta realidade. Raramente se ve urn casal que conse-

gue conciliar, de maneira amigavel, a divisao de tarefas do lar e da familia, visto que as tare-

fas de fora consomem muito do seu tempo e atem;ilo, levando muitas vezes, A separat;:ilo do

casaL Infelizmente, se percebe, que 0 envolvimento real dispensado aos filhos e cada vez me-

nor, deixando muito a desejar.

Com esta nova realidade surge en~o 0 consumismo - incentiva-se (au pennite-se) a

crianya a sempre querer ter algo diferente e melb~r em troca da ausencia Oll diminuta presenya

afetiva dos pais. E 6bvio que conseguimos, em parte, sobreviver com esta situac;ilo. Vamos

nos adaptando gradativarnente ao que antes nile consideravamos correto: depois de urn tempo,

olhamos de outra perspectiva, acostumados com a situac;ilo por fazer parte do nosso cotidiano.

Mas e certo que este nilo e a "ideal", ficam faltando peyas muito importantes oeste desenvol-

vimento. Pec;as que talvezjamais se encaixem.

o relacionamento familiar com outros parentes como av6s, tios e primos nilo substi-

tui a presenr;:a de pai e ma.e oa vida da criaocra. Podcm sim, ameoizar as dificuldades, quando

olhadas e tratadas com devoc;ilo, mas jamais substituirao 0 olhar do pai ou 0 carinho da mile.

Por conta disto, foi notada a importancia nao somente da mile, como ja se sabia, mas

tambem a import3ncia da presen~ do pai no relacionamento familiar. 0 pai e urn elemento

irnportante para 0 desenvolvimento da crianya, de sua personaJidade. Desde a gestacrao e 0 seu

cuidado com 0 bebe, 0 pai ja esta dando initio a sua ligar;:a.o afetiva. Nos EUA, devido a estas

tao importantes descobertas sobre a importfutcia da figura paterna, possibilitando urn melhor

desenvolvimento da criancra, fez-se urna convocar;:ilo aos pais em diversos segmemos da soci-

edade para que assumam maior responsabi1idade na educa~.!J.o de seus filhos (Gotonan, 1997,

p. 175). Mas sabemos que n40 basta simplesmente ficar mais em casa, a quanti dade de tempo

nilo diz, necessariameme, muita coisa. E preciso desejar estar, participar emocionalmente da

II

vida da criamra, fazer valer sua presenlji3. Como ja dizia a propaganda: "Nao basta ser pai... e

preciso participar".

o pape! dos pais e fundamental. Silo as primeiras pessoas com as quais a criany3 se

identifiea e tern maior cantata. A influencia dos pais e duradoura na vida da crian93. Estudos

feitos desde a decada de 50 mostram que as crian~ cujos pais eram presentes, que se envol-

viam em sua eduC3rrao quando tinham 50mente 5 anos de idade. tomaram-se adultos mais

compreensivos e hurnanos do que aquelas cujos pais eram ausentes, e tiveram relacionamen-

tos sociais melhores, casamentos mais felizes e duradouros.

As caracteristicas de personalidade da crian93, assim como a forma com que a fami-

lia vivencia as situ3ljiOeS do cotidiano, detenninam seu desenvolvimento social. Querendo au

nito, tendo au n110consciencia do que se faz, as pais escolbem urn tipo de pratica na criaerito

infantil que, com a passar do tempo, determina ndo s6 a desenvolvimento social, mas a psico-

16gieo e mental. S;1o os pais, que devem estimular as filhos para que seja desenvolvida ple-

narnente a sua eapaeidade de pensar logicamente a respeito de inumeras situacroes.

Ser responsavel por urna crianya requer algo que demanda do melbor que temos para

oferecer. Mas quem de n6s, em 8d consciencia, ndo se esforcra para dar a que tern de melbor

para seus filbos? Por isto e preciso estar ciente que somos muito importantes para eles, somos

valiosos, essenciais, e nilo somente no periodo de primeira e segunda inffincia - e eerto que

este e 0 principal periodo formativo na vida de uma pessoa - mas por toda a sua vida.

Deve existir, dentro da familia, no lar, urn sensa de comunidade, de divertimento.

Nem tudo precisa ser serio e sisudo, pode haver momentos para urn simples sorriso descontra-

ido. Deve se alcanyar a sensayiio de que todos tern oportunidade de fazer novas investigaeroes

da sua propria maneira - isto traz junto a sensa~o de segurancra. Quem teve urna inf'aneia

agradavel sabc como e born lembrar de experiencias vividas com eolegas, primos, irmilos e

ate mesmo com os pais, e quando nilo, corn tios au avos. Silo lembranyas muito gostosas,

mesmo aquelas em que mais foram feitas peraitices, pais certamente aprendemos alguma eoi-

sa.

Segundo Abramowicz. (1995, p. 59), falar, conversar, escutar, contar historias, gesti-

cular, desenhar, rabiscar e pintar, brincar, eserever e ler silo sistemas simb61icos instituidos

pel a sociedade para a comunicayiio e expressilo, aprendidas pela crianya nas suas diversas

inreray6es sociais. E e de muita importancia que estas coisas comecem com a familia. debaixo

do olhar de pai e mile. Como presenciamos tambem. hoje inclusive. crianyas que gostam de

imitar. Imitarn tudo e todos, a qualquer hora e em qualquer momento. Esta atitude conduz a

crianya a interiorizar as regras e regulamentos pre-estabelecidos, ou seje. as nosses atitudes

12

declaram quem somas, e e assim que contagiamos a crian'Yae somos contagiados por ela,

quando nos pennitimos.

E como ela podena trabalhar no seu interior estes aspectos sem a presenc;:a da famnia

ao seu lado, sem 0 seu exemplo para ser observado e seguido? E atraves destes exemplos e

brincadeiras que os tilhos se tomam semelhantes aDs pais. Esta e a grande importftncia da

[amnia: ser urn exemplo vivo e eficaz para urn born desenvolvimento desta crianya que e 0

nOSSQ futuro.

13

3. DESENVOLVIMENTO DA CRIANCA DE 3 A 5 ANOS

Segundo a teoria de Piaget, a aquisi~o do conhecimento se da por urn processo de

construr;:ao que ocorre denteD do individuo, a panic da intera~o com 0 ambiente. entAo quanto

mais estimulos a crian~ tiver melhor sera este processo. Wall on e Vigostski silo outros te6ri-

cos reconhecidos por seus estudos a respeito do desenvolvirnento da crianrra. Embora as cri-

aorras entre dais e cinco anos diferem umas das outras no seu desenvolvimento, tanto oa COOT-

denac;:ilo quanta oa socializar;:ao, podemos afirmar que:

A linguagem e constitufda sebre a percep9ao sensorial. A crianrra oa idade de tris

anos gosta muito de falar, e raro estar espontaneamente quieta e e comum naD Jigar se a Dutra

pessoa quer ouvir au nilo, pais 0 que ela quer e falar e nflo se comunicar. Fala para chamar a

atenr;:ilo e para se escutar falando tambem. Suas senten~as silo curtas e simples, consistindo

principalmente de verbos e substantivos. Seu vocabuhirio e limitado, portanto devemos usar

frases curtas com ideias concretas. Aos quatm anos, as coisas silo mais determinadas, frias ou

quentes, vermelhas ou amarelas, pesadas ou leves, lisas ou aveludadas. Gosta de palavras no-

vas, mas esta limitada em sua compreensilo do significado delas pelas pr6prias a¢es e experi-

encia. Usa os tempos passado, presente e futuro.

Gosta de ouvir hist6rias curtas com roteiros simples, e que tenham freqilentes repeti-

~5es oa a~ao e no dh'llogo, e com palavras rimadas. Para eia a hist6ria deve ter urn significado

elico claro e singelo, e gosta de ouvir infuneras vezes a mesma hist6ria: as narradas em CD

silo bern atraentes para a crian~a de 3 a 5 8Oos. Aos 3 anos aprecia livros de figuras que 0 aju-

darilo a distinguir diferentes objetos que constituem 0 seu mundo. Est.ci come~ando a desen-

volver suas imagens mentais.

Expressam com espontaneidade 0 que estao sentindo. Estao come'Yando a se auto-

afirmar e lutam pela sua independencia, mas dependem muito dos adultos. Esta fase e chama-

da fase da autonomia e vergonha, para a crian~a de tres anos, pois esta come'Yando a ter inde-

pendencia para comer, falar, aodar, descobrindo cutro mundo. Ja aos quatto anos, a crian'Ya

esta tomando iniciativas, deixando a depend~ncia total dos pais e supervisionando a si mesmo

em algumas atividades. Gosta de ajudar os outros, mas e preciso ensiml-Ia a repartir as suas

coisas e mostrar aIDor e simpatia pelos outros, pois cia luta com 0 seu egofsmo e 0 desejo de

aprovaIYao social.

precisa de tempo, pois faz as coisas sem pressa.

14

Inicia 0 reconhecimento de cores basicas aos tres anos, aprimorando--se aos quatro

anos de idade. oode gosta de trabalhar com as cores e criar padroes. S~O curiosas e gostarn de

tocar nas caisas, pois tuda e fascinante. Elas aprendem sabre seu mundo enquanto participam

ativamente deste mundo. Tambem gostam de enfileirar os brinquedos. argo las, bloeas.

No que diz respeito ao desenvolvimento motor da criant;8 de 3 a 5 anos, gosta de imi-

tar os outros e de repeticy.i1o. Sao facilmente distraidas, as dura~oes de seu interesse e bern CUf-

ta aos tres anos, aumentando urn poueo mais aos quatro anos. Necessitam de uma rotina que

Ihes proporcione seguram;a, intercalando atividades mais movirnentadas com as mais tranqUi-

las. Cansam facilmente, por isso tambem e preciso variar as atividades.

Gostam de movimentos como subir, descer, passar por baixo e par entre as coisas.

Tern energia inesgotavel e precisam de espayo. Reconhecem conceitos de alto, baixo, frente e

atras e escondem-se para assustar 0 adulto. Elas gostam de imitar movimentos com 0 corpo, e

tambem de caminhar em diferentes direy()es e de vanas formas seguindo urn ritmo. Aos 4

anos e meio demonstram rapido desenvolvimento na coordenaytlo neuromuscular, com maior

habilidade no correr, saltar, descer escadas. altemando 0 pC:que vai na frente sem apoiar-se. Jsconseguem construir urna casa de blocos e atirar urna bola.

Estao aprendendo a usar as maos. Nilo devemos nos preocupar com 0 produto final,

mas deixa-Ias manipular 0 material, aprender sobre ele e sentir 0 prazer que as artes propor-

cionam.

Nesta faixa etAria a crianya aprecia a musica bern ritmada, recorda melodias, misrura

canticos espontaneos com canticos ensinados. Gosta de danyas e cantigas de roda.

A crianr;a, com tres anos de idade, tern pouca ideia a respeito de tempo, vive inteira-

mente no presente. Nilo percebe que as experiencias do passado 0 ensinam a modificar 0

comportamento prescote para 0 futuro beneficio, pais esta interessada no que pode fazer ago-

ra. 18 aos quatro anos ela relembra 0 passado com maior facilidade e esta comcc;ando a desen-

volver 0 scnso de tcmpo, de comparay~o e continuidade. Apresenta nor;ilo nltida de dia e noi-

teo

Seu desenvolvimcnto compartamenta social vern se desenvolvcndo gradualmente,

sua imaginar;ilo esta crescendo, aos 3 anos carneya a usar rnateriais para brincadeiras de faz-

de-conta. Sua imagioar;ao funciona a todo 0 vapor, sem parar.

Tamhem aos 3 anos prefere imitar 0 desenho de urn adulto do que fazer 0 seu pro-

prio, mas aos 4 ja segura e maneja lapis e pinceis com seguranr;a e precistlo. Representa figu-

ras humanas com cabe9a, tronco e alguns membros.

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Aos 4 anos nao e mais nene. Quase consegue se vestir sozinha, mas naD completa-

mente, assim como quase consegue hrinear com urn grupe, consegue construir urn barco ou

uma ponte, mas naD com perfeir;ao.

Aos 4 anos a crianya pode participar de verdade eta vida em familia. Ela sente urna

importante sensayao de pertencer quando ajuda a por au a tirar a mesa, tirar 0 p6, fazer pe-

quenas tarefas da casa, carregar pacotes, esvaziar 0 lixo, ajudar a lavar e a secar as colheres,

limpar 0 que foi derramado, dar com ida 80 cachorro, au trazcr 0 jamal para dentro.

Eo viver diana que conslroi 0 carater. Nilo esta pronta a assumir muita responsabili-

dade sem a ajuda de urn adulto, mas estA comeyando a aprender a ajudar em casa.

o trabalho da psicopedagogia, entre outras coisas, e 0 de tratar crianyas com possi-

veis problemas de desenvolvimento cognitivo. Estes problemas geralmente ocorrem com cri-

an~as que nfto tiveram 0 acompanhamento devido nos seus primeiros anos de vida.

Para qualquer crian~a ser alfabetizada, necessita de ter aptidfles basicas alcan~adas,

como na linguagem, no desenvolvimento motor e no seu comportamento social. Ter percep-

Cao sensorial, vocabulano enriquecido, urna boa comunicacao, ja passou pelo perfodo de lin-

guagem egocentrica para a linguagem intern a, onde agora ela ja intemaliza esta verbalizacao

com significados, 0110 precisando rnais falar para ser entendido por si mesmo, cODstruindo

entilo suas operacyfles mentais.

Born Divel de aten~ao e concentra~ao, maturidade e habilidade intelectual e motora,

tendo ja 0 inicio de sua capacidade para ordenar, seriar, ciassificar, conservar numeros, ate

que a crianea complete sua alfabetizaeilo, compreendendo a l6gica e 0 significado da escrita.

As operayoes logicas constroem seus alicerces nas a~oes gerais que a crianya cons-

troi desde pequenina. Ao 10ngo de sua vida, dos 3 aos 5 anos, principal mente, a coanea a-

prende a se utilizar das estruturas que ela pr6pria vai construindo, atraves da ajuda do aduito,

utilizando jogos e brincadeiras. Para, depois dos 6 anos, U[i1izar esta estrutura toda, ou quase

loda formada, pelo menos sua grande maioria, para comecar na alfabetizayiio.

Quando esta estrutura nilo esm apta para receber novas informac;:oes, a crianc;:a nao

consegue acompanhar a raciocinio que the e proposto. Mas infelizmente na sua grande maio-

ria das vezes, 56 e observada esta defasagern quando a crianca ja esta maior, rnais adiantada

na vida escoiar, somente en~o que entra, quando entta, ° acompanhamento de urn psicopeda-

gogo.

Quando a crianca e estirnulada desde a sua rnais tema idade, quando ela e orientada e

acompanhada no seu desenvolvimento fisico, mental, cognitivo, social e da linguagem, esta

crianca tende a ter menos problemas escolares, pois sua base esta lirme. consoJidada e alicer-

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~ada, per isto cia imporuincia de se razer urn born trabalho na infancia, com jogos, brincadei·

ras, dia!ogo, convivendo como familia diante da crian~a. Com ceneza eia levari este conhe-

cimento para 0 resto de sua vida.

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4.0 BRINCAR EM FAMiLIAHa caisas da inf'ancia que nito se esquece. quando se recebeu urn brinqucdo esperado

au quando se foi chamado para fazer parte de alguma brincadeira gostosa - se guarda com

carinho estes momentos.

o simples participar au oferecer uma brincadeira para a crianc;a mostra como esta-

mas presentes na vida dela. Estamos dando uma parte do nossa tempo, cia nossa aten<;llo, oos-

sa presenC;a, afeta e amor. Pade ate nae significar muito para 0 adulta, mas para a crianc;a sig-

nifiea bastante.

Urn pequeno inicio, urn comec;ar a brincar. isla sen\ fazer a\go melhor e diferente no

relacionamento com os tilhos. Pode seT algo novo para as adultos, para as pais. Talvez ainda

nao tenham feite ista por acharem que a criany8 e muito pequena para intcragir au peID seu

tempo tao curto, cheio e corrido. Mudar a forma de pensar, com atitudes diferentes do que ja

se tern feito, e urn grande inicio, mesmo quando achamos nilo saher como continuar. Diz-se

que urna longa jomada corner;:a com urn pequeno passo. Ao semearmos pensamentos collie-

mos atos; serneando atos colhemos hoibitos; quando semeamos hoibitos. colhemos urn caniter;

e pelo semear urn carater colhemos urn destin~.

Dentro da familia. onde a rotina ja estA estabelecida. oode n30 hoi mais espayo para

nada diferente. eis aqui urn desafio: mudar nosso comportamento e atitude hoi tanto vividos

rotineiramente. E urn desafio que pode ser traspassado com nossa forya de vontade, com 0

desejo de sennos, ou pelo menos de procurarmos ser. os melhores pais do mundo para nossos

filhos, dando a eles 0 melhor que temos para oferecer.

No inicio da vida da crianya, como ja mencionamos. os pais e a familia s30 as (micas

fontes de sustento fisico, psicol6gico e mental. Aos poueos esta parede. esta redoma em que e

colocada a crianya. vai se expand indo ate que a crianc;a consegue soltar-se dela. Gradativa-

mente ela vai construindo seu universo c interagindo com a mundo cxtemo ate se tomar urn

adulto independente, chegando por sua vez a gerar filhos e imitando 0 que foi feito com ela,

em sua inrancia. repetindo as atitudes aprendidas.

Mas ate chegar la, muitas coisas acontecem. muitas coisas s30 aprendidas, retidas e

repetidas nas suas ay5es, no decorrer da vida. E a fase oode a crianc;a mais se desenvolve em

todos os aspectos e a fase da primeira e segunda iniancias. E nesta fase que muitas transfor-

mar;:oes acontecem, e quando a crianc;a ainda esta com a familia, dependendo dela. Aqui enrra

o brincar com mais intensidade: os pais podem facilitar os movimentos da crianrya para que

ela passe de urna fase para a outra. podem prover urn crescimento em lodos os aspectos. tanto

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para a crians:;a quanta para as pais, para a familia que rani este acompanhamento e que, com

ceneza. estara atenta as novidades dimas. Este e urn periodo onde deve haver urn oferecimen-

to maior do seu tempo e do seu desejo de criar juntos, pais e ftlhos, melhores alternativas para

urn crescimento saudavel.

o brineaT juntos refOrly8 la~os afetivos, e uma maneira de manifestar nossa arnor acriam;:a que gosta muito de brincar: ao mesmo tempo em que ela se sente prestigiada, ela tant-

bern se sente desafiada. 0 adulto pode levar a crianIY8 a fazer descobertas e a viver experien-

eias que tamam 0 brincar mais estimulante e rico em aprendizado. Sabe-se, atraves da ciencia,

que a crianIY8 desenvolve as sinapses necessanas para mais tarde, na escola, aprender a ler,

escrever e caicular, usanda para isto experiencias no brincar. Quanto maior 0 nfunero de situ-

aer()es e infonnaer()es recebidas, rnelhor se desenvolve seu esquema conceitual. Quanto mais a

criancra brinea, rnais ela rnanifesta progresso no seu plano de pensarnento e no uso de seus

afetos. Todas as infonnacr()es e estimulos que os pais podem transmitir como segurancra, amor,

alegria, silo rnais bern compreendidas quando passadas durante ou atraves de brincadeiras.

Ao brincar com a crianera e observa-Ia brincando, podemos compreender como ela se

ve e como ela constr6i seu mundo, como gostaria que ele fosse, 0 que a preocupa, enfun, qual

e a sua linguagem. Esta comprovado que crian~s com quem os pais rararnente brincam so-

frem bloqueios e rupturas em seus processos mentais. Conta-se que Einstein, ate os seus tres

anos de idade, nao conseguia falar e usava blocas de constnuyao e quebra cabecr3s para se co-

municar. Segundo Salgado (2000), se uma criancra nao consegue brincar, ela n30 esta bern, e

se seus pais nao a deixam brincar, eles tambem nao estAo bern.

o brincar, para a crianera, e considerado uma atitude muito seria. Na brincadeira a

criancra aprende gradativamente a supor 0 que os outros pensam, buscando coordenar ativa-

mente, e as vezes inconscientemente. seu comportamento com 0 do pr6xirno. Para conseguir

isto preeisa, muitas vezes, passar pelo caminho da imitaer30, copiando 0 adulto, ern gera! os

pais que estao pr6ximos. Vejarnos alguns exemplos: a crianera segura urn brinquedo de peJti-

cia, ernbala seu rnais novo innao, demonstrando arnor e, em seguida, joga-o pela janela; ou

pode a crianera se tingir de medico ou paciente, revivendo todo seu periodo de internamento

hospita!ar, talvez passado ha pouco tempo de fonna nao muito agradavel - oa brincadeira ela

fala, gesticula e imita 0 que fizerarn com ela e como cia se sentiu. Freud, citado por Bomtem-

po (1986, p.25), ••...e alguns de sellS seguidorcs situam 0 brinquedo como urn melo de elabo-

rar urna experiencia dolorosa, criar uma fantasia para entender as necessidades que nao foram

satisfeitas ou cuja expressilo foi reprimida",

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Assim como a criatividade de uma pessoa interagindo com a crianya poden\ torna-Ia

criativa, a paciencia e a serenidade do adulto influenciariio tambem 0 desenvolvimento da

capacidade de observar e de concentrar sua aten~ilo. Brincar e a melhor fonna para reeeher e

estimular a criany3 no que ela precisa aprender e se desenvolver.

No relacionamento com as pessoas, em geral, existem muitas oponunidades de apro-

xima980 e afastamento. Na familia isto e muite mais certo. Os pais decidem em muitos mo-

mentos corriqueiros se querem se voltar para os filhos Oll dar as costas a eles. Podem fazer

isle com urn simples olhar, uma frase ou urn gesto. Vida de familia naD e s6 prover as neces-

sidades da familia, como se entende por muitos hoje. numa sociedade consumista. Vida de

familia e panicipar das necessidades fisicas. emocionais. sociais de cada membro, envolver-se

neste mundo para entende-Io melbor. Brincando se consegue fazer isto, entrando no mundo do.

crian~a, conversando e descobrindo coisas diferentes e novas, os sentimentos e tambem as

ideias dela. Mesmo durante a brincadeira pode surgir uma con versa esponuinea onde ela se

revela, se expoe, confiando no adulto.

No inicio, na brincadeira faz-de-conta, a crian~a prefere brincar sozinha usando sua

imagina~do. A medida que vai se desenvolvendo, ela odo se satisfaz brincando sozinha, pro-

cura outras pessoas, mesmo adultos, e vai aos poucos desenvolvendo tanto a brincadeira quan-

to 0 seu relacionamento com 0 outro. Acredito que e este 0 momento ideal da familia partici-

par deste desenvolvimento, conversar, brincar, se juntar a este mundo faz-de-conta da crian~a,

e viver com ela estas experiencias, mas sem impor regras de como deve ser a brincadeira,

deixando que a crian~a interfira, combine e fale seus desejos.

o adulto pode dar-se ao prazer de se associar com a brincadeira da crian~a, contando

hist6rias, fazendo passeios e explorando a imagina~do da crian~a, intervindo diretamente,

brincando junto e inspirando a crian~a para a brincadeira, fomecendo materiais e brinquedes

adequados, organizando espa~os para que a crianc;a brinque, em casa e ate mesmo no carro.

Sua interven~do nae deve tolher a imagina~ao criativa da crianc;a, mas deixar que a brincadei-

ra espontaneamente surja na situac;ao de aprendizagem. Pois e atraves da brincadeira que a

crian~a se prepara para a vida em seus pr6prios termos, sabendo que tambem ela precisa de

tempo para brincar sozinha, com os amigos e ate mesmo com urn adulto de sua escolha.

"Quanto maior a aproxima~ao entre 0 ludico e as experiencias vividas pela crian~a, menor

sera a fantasia, porque 0 brincar passa a refletir mais e rnais os pormenores do cotidiano vivi-

do por e1a" (Seber, 1995, p.62).

A imponancia da repeti~ilo da brincadeira e uma fonna de assimilar 0 novo, 0 que

ainda nile ficou claro. Na brincadeira a crian~a tern a chance de vivenciar as regras impostas,

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transfonna-Ias, recria-Ias de acordo com suas necessidades de interesses e tambem entender

essas regras. Neste momento ela passa par urn processo de constru9~o que se efetiva com a

sua panicipayi!o. Vigotsky (1999) afinna que 0 jogo infantil aproxima-se da arte.

Pareee alga simples dizer que as pais precisam fazef 0 que for passivel para estarern

disponiveis para as filhos, que precisam estruturar suas vidas para poderem dedicar mais tem-

po a eles. Mas s6 pareee simples, porque sabemos que na pratica nao e tila simples, ate por-

que 0 "estar disponivel" nao faz parte do nossa dia-a-dia, Porern, se nAo fizennos isla e ate

mais do que iSla se corre 0 risco de perdennos 0 contato direto com nossas criam;as, vista que

elas continuam crescendo, se desenvolvendo e mudando a ponto de n30 mais conseguirmos

acompanha-Ias ao longo dos dias. Nossas decisC>es devem ser conscientes, sabendo que elas

influenciam na qualidade e quantidade de tempo e aten~o dada as crian9as.

"Brincar e... urna arte, urn dom natural, que quando bern cultivado, ira contribuir, no

futuro, para eficiencia e 0 equillbrio do adulto" (Cunha, 1988, p.9).

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5. JOGOS E BRINCADEIRAS

Existem muitas maneiras de ajudannos a crian~a no seu desenvolvimento. Atraves de

atitudes no contex[Q familiar podemos usar jogos simples, livros, brincadeiras, e tamhem

brinquedos rnais sofisticados. Vamos come~ar mostrando como temos objetos em casa possi-

veis da crian'Y8 manusear, simples e fAceis e ao mesmo tempo uteis para a CrianY8.

Tuda 0 que se faz com a crian~a deve vir junto com 0 dialogo. Os pais podem dizer

onde estilo indo, para que, quanta tempo ficariio fora e quando irao voltar, nao como forma de

dar alguma satisfa~o a criany8, mas como uma maneira de ajudar a crianrya a se localizar no

tempo e no esp8'YO. Ja vimos que nesta fase (3 a 5 anos), a crianer8 deslanchou a [alar e gosta

disto: podemos aproveitar para conduzi-Ia oa construyAo do seu raciocinio. usando a Iingua-

gem falada. Visto que ela por si ja fala bastante, pode.se incluir novas palavras ao seu voca·

bulano, rnesmo que nem sempre ela compreenda 0 seu significado, pois isto se dani ao longo

do tempo. Nao se deve incentivar a crian~a a falar errado, achando Ubonitinhas" suas tentati·

vas de constru~o gramatical ou de pronUncia de novas palavras - e preciso sempre levar a

crianrra a falar corretamente, sob 0 risco de atrasar este desenvolvimento.

BRINQUEDOS pRATICOS

Se em algum momento nao temos em maos aquele material industrlaJizado, eolorido,

bonito, novo, bern feito e bern elaborado para darmos a crianrra para que ela brinque, podemos

usaf da nossa criatividade e ao mesmo tempo a da cnan'fa, com auxflio de utensilios domesti-

cos variados, disponibilizando-os para a crian'fa explorar, usando tambem os diversos corno-

dos da casa. Podern ser os famosos potes plasticos que guardamos na cozinha, juntarnente

com suas tampas, OU as tampas de panel as, entre outros utensilios pela casa.

Aprovcitando 0 tempo que passamos na cozinha, podemos disponibilizar urn ripo de

material de cada vez para a crian~a brincar. Afinal, 0 material da mamae deve ser muito atra-

ente para a crianl;3., chamando sua atenrrilo. E sensato lembrar do cuidado com aqueles objetos

pontiagudos e de cortes afiados.

Ao dispOf das tampas de potes podemos, nurn primeiro momento, deixar que a crian-

'fa as explore sozinha. Uma seni colocada denlrO de outra, embaixo ou acima de outra. A cri-

anrra manuseara 0 material por imlmeras vezes e de inumeras formas. Pode-se interagir com a

crianrra perguntando quais cores ha ali, de que maneira se podem separar as tampass\\)fl~rar

que assim 0 farra, de forma descontraida. .:;.J ' 't;.., c;.<e ~~ GIRUOTfCA -s,~.",!'L .."., .,',~••,o,

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Num segundo momento, busca-se a "ajuda" cia crian~a para guardA-las. confonne

padeni ser pedide pelD adulto. Pede-se sempre com ordens simples. para que a crian~a separe

por tarnanho (grande e pequeno), por cores (verde, amarelo, etc), por fannas (quadradas, re-

dondas), e assim explorando todas as caracteristicas dos objetos.

Alem de explorannos oa crian~a sua agilidade fisica, trabalharnos sua coorrlena'Y30

visa-motora, sua organiZ81,':ilo, quantidade e orienta93.0 espacial, ah&mda sua aten9ao e con-

centralf3o.

Tambem se podem usar talheres, pedindo a ajuda da crianl(8 oa hora de enxuga-Ios

para serem guardados. IS10 pode ser [eito sabre uma mesa, facilitando seu manuseio pela en·antra. Pede-se que sejam enxugados primeiro as garfos, depois as colheres e, por ultimo, dei-

xanda obviamente as afiadas de fora, pede-se que a crianSia enxugue as facas. A seguir a eri-

an~a devera enxugar de dois em dois, dois garfos, duas faeas e duas eolheres. Depois ja se

pede que sejam enxutas uma colher, dois garfos e tres facas, diversificando a medida que a

crianSia vai mostrando seu desenvolvimento. Tambem e possivel trabalhar os tamanhos dife-

rentes das colheres (de sopa, de sobremesa. de chA, de cafezinho).

AJem de se estar trabalhando a questllo de quantidade, ordem, organizaSiilo. diversifi-

eaSi30 e tamanho, tudo esm sendo feito com brincadeira, com divertimento, e ao mesmo tempo

se esta conduzindo a crian9a ao raeiocinio 16gico.

Da mesma fonna pode-se proceder com as pates ou com as panelas. Urn outro exer-

cicio interessante e explorar as sons diferentes de cada material.

Mas nilo se pode aehar que s6 isto basta, a crianSia ficanl eontente em mexer em alga

que ve 0 adulto manusear tantas vezes, mas tambt!m devera ser obediente no momenta de

guardar tudo, sendo auxiliada no como faze-Ia. A princfpio devera ter a ajuda de urn adulto,

mas logo entendera 0 que Ihe foi pedido e nilo mais precisara de ajuda para isto. E certo que

sempre tera de ser acompanhada pel a comunicar;ao, pelo dialogo. EstarAo sendo trabalhadas

nestas atividades a comunica¥ilo, a organiza9ao, sua agilidade motora, a classificacao dos ma-

teriais e sua atencao e eoncentracao.

Outro material possivel de ser usado e de facii acesso da crianca, em casa mesmo,

sao seus cal~ados. que da mesma fonna poderao ser manuseados, explorados e tambem guar-

dados ap6s seu usa, aprendendo com isto que tudo tern seu lugar, ctiando oa crianca 0 sensa

de ordem e organizaCao e de autonornia. Podernos pedir que sejam separados os caicados a-

bertos dos fechados, os que sao usados no invemo e no verno, au dias mais frios ou dias mws

quentes se quiser facilitar para a crian¥a. os caicados que estao mais justos e mais largos, as

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que sao maiores au menares, danrlo a crian~a vcirias noyoes como de estacrao do ana, largura,

comprimento, cores e tamanho.

Outro material de facil acesso sao suas roupas, vista que nesta idade, 3 a 5 anos, ela

ja quer ter sellS gostos e preferencias e vontades pr6prias; Procede~se da mesma maneira. Dei-

xa-se a criancra "arrumar" 0 guarda-roupa do seu jeito. Oepois de feito, conversa-se sabre co-

mo ficou e de que Dutra fonna poderia ter ficado, mostrando-Ihe fannas diferentes de organi-

zacrilo. Pade-se dar a ideia para a criancra de separar as roupas por tamanho, por cores, de frio e

de calor, de chuva. calyas separadas dos shorts, das saias, do uniforme da escola, etc.

A crianya podera sepani-Ias tambem, por ordem de tamanho, aberte, fechado, grande,

pequeno, apertado e largo, de frio e de calor, de sol e de chuva, tudo ao seu tempo, da mesma

forma que foram feitos com as talheres e com as calt;:ados.

Parece muito simples, mas no dia a dia as vezes temos dificuldades de separar tempo

para as coisas mais "simples" da vida.

Outra fonna de estar com a crianca e na hora de guardar as brinquedos. Muitas cri-

ancas costumam ter aversao a esta atividade, nWlca querem faze-Ia. Tambem aqui podem ser

trabalhados os pontos anteriores. Orienta-se que a crianya guarde primeiro os maiores, depois

as menores. Em outro momenta primeiro se guardam os mais velhos depois as mais novos.

Primeiro as que cia menos usa, depois os mais usados. Primeiro as de cor amarela depois as

azuis, depois os demais. Primeiro os de plastico depois os de madeira e depois as de ferro. E

assim se da uma nova forma de guardar e ordenar tudo que se tern.

Tendo como objetivos compor a base do seu desenvolvimento cognitivo, forrnando

estes conhecirnentos a crianya esta apta para ser alfabetizada, pais sua estrutura mental estarn

em processo de desenvolvimento.

E certo que todas estas forruas de brinquedos caseiros podem ser substituidas par ou-

tros industrializados au ate mesmo pelo que podemos fazer em casa com a ajuda da crianca.

USANDO SUCATAS

Com este tipo de material desafiamos a criatividade e a irnaginat;:ao da criant;:a. Al-

guns podem ser confeccionados rnanualrnente.

QU8bra-cab8~S

o quebra-cabeca e urn brinquedo que costuma chamar bastante atencao da criant;:a. A

medida que ela vai manuseando 0 materiaJ pode acontecer de a crianca nao se interessar tanto

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as vezes por ser muito facil, com poucas peC;:3S,e outras vezes por ser dificil demais para sua

idade, con tendo muitas pel;as ou peyas muito pequenas e de dificil encaixe, atrapalhando 0

brincar.

Assim como e facil brincar e tambem muito flicit confecciona-Io. Tomando urna fi-

gura de revista, por exemplo, pode-se corta-Ia e eolar suas partes sabre varias caixas de pasta

de dente vazias au caixas de rosforas all de sabonetes, dependendo do tamanho da figura.

manta-Ia. Come~a-se com poucas pe9as, por exemplo tres, aumentando conforme 0 interesse

e a rapidez da crianc;:a.

Este tipa de jogo desenvolve oa criany8 sua discriminac;:ao visual, a composic;:ao e de-

composic;:uo de figuras, sua coordenac;:ilo motara, raciocinio no encaixe, seqUencia 16gica e

concentra~ao.

Abaco

Outro brinquedo muito divertido para a crian~a de 3 a 5 anos e 0 abaco aberto. E fa-

eil tambem sua confec~ao e e de facil manuseio pela crian~a. Como material necessario para

sua confec~o e preciso juntar 55 caixas do rnesmo tamanho, espessura. largura e altura, po-

dendo, por exemplo, usar caixas de f6sforo vazias. Sobre 10 caixas colocam-se os numerais

de 1 ate 10. e as demais ficarn sohas, sem numeros, para poderem ser manuseadas livremente.

Existem algumas formas de manusear e explorar este material. Pode-se formar urna

escadinha, partindo de uma caixa ate dez caixas. Pede-se para que a crian~a fonne urn monte

com urna caixa, ao seu lade que fa~a outro monte com duas caixas, depois urn de tres, urn de

quatro caixas. Pode-se trabalhar neste caso a Iateralidade. orienta~oes espacial. Depois se

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forma a escada descendente partindo de dez caixinhas ate uma, colocando no final de cada

monte 0 numeral correspondente it quantidade de cada monte.

No que diz respeito a criany3 de tres a cinco anos, 0 reconhecimento do numeral as-

sociado com a quantidade se da aos poueos. A crian98 vai assimilando 0 simbolo com a quan-

tidade it medida que vai brincando e explorando 0 material.

Quando a crian'l=a ja tern este conceito assimilado, pode-se rclirar a parte de dentro de

tadas as caixas de f6sforos e ordena-Ias, fazcodo a seqUencia de quantidade, que agora sera

urna quantidade maior que dez.

Ternos aqui varios objetivos seodo explorados num 56 jogo: a lateralidade da crian98,

sua orient3yiio espacial, ordenayao de quantidades, sua manipulayao, coordena~ao motora. Na

quantidade a principio ate dez, sua orientayao e organizayao vertical e horizontal, bern como 0

reconhecimento dos simbolos numericos associados as quantidades, todo 0 raciocinio 16gico

matematico estA se fonnando.

TAM PAS

As tampas de pIastico coloridas sao urn excelente material para que as crian~as brin-

quem e inventem utilidades diversas, com ou sem a ajuda de urn adulto.

Podem ser utilizadas diversas tampas de tamanhos e cores diferentes, retiradas de di-

versas embaJagens como pastas de dente, frascos de desodorante, xampus, sprays, refrigeran-

les, cremes, detergentes, potes de temperos, enfim, tampas de todos os fonnatos imagimiveis.

Para a crian~a 0 desafio ja comeya no momento de juntar as tampas, pois seu empenho nesta

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tarefa e impressionante. Ha uma infinidade de brincadeiras possiveis usanda as tampas cole-

cionadas como material basico.

Pade-se acompanhar a criany3 na exp!ora9ao destas tampas. Sugere-se que ela empi-

Ihe ate quantas conseguir. Depois incentiva-se a criany8 a encaixar 0 maior numero de tampas

possiveis, acompanhando na contagem.

Nesta simples brincadeira eia esta senda orientada na sua concep9ao de maior e mc-

nor. 0 cerebra esta sende motivado a entcnder estas relayoes, assimilando-as com a pratiea,

usanda para isla a vi sao, a coordenay3o motara e equilibria.

Com as mesmas tampas constroem-se castelos, usanda da criatividade da crianlfa, as-

sirn como sugerindo que ela erie figuras diversas. Outra opyao e proper a criany8 que elabore

em uma ou mais folhas desenhos diversos para serem contomados com as tampas, usando

diferentes cores e tamanhos.

Alem dos itens colocados acima, nesta etapa, 3 a 5 anos, a crian'Ya esta desenvolven-

do sua lateralidade, orienta'Yao espacial, coordena'Yao matara, criatividade, desenvalvimenta

mental.

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Em outro momento pode~se usar este material pedindo que a crianya encontre as tarn-

pas iguais, que cIa as sepafe de dais em dais, de tres em tres, de quatro em quatro, incluindo

aqui a n09ao de quantidade. Pede-se tambem que a criany3 sepafe por cores c por tamanho.

Quando se faz este tipo de brincadeira, muitas caisas estao sende desenvolvidas co-

mo nOyaO de quantidade, tamanho, cores, onde se aproveita com este material uma grande

variedade de cores e onde a criany3 de tres anos ja tern boas condiyoes de nomca-Ias e reco-

nhece-Ias.

E divertido quando 0 adulto participa com a criany3, sentando-se ao seu Iado, levan-

do-a a continuar 0 raciocinio do que ja foi iniciado como separar por cores, ou por tamanho,

all, ate mesma, iniciando uma seqUencia 16gica de tampas como: urna vennelha, urna azul,

urna vennelha, urna azul, pedindo que a crian~a de continuidade a seqUencia de raciocinio.

A medida que 0 material vai sendo manuseado, podem ser dados mais desafios de

seqUencia logica, como urn grande e urn pequeno. etc.

Assim tam bern podem-se variar as cores, a quantidade de tamanhos, etc, mas lem-

brando tambem de nao ser muito exigente para que a crian~a nao desanime na exe ~o. E<C'1-'S\Or.D~/1'<': c-.,. S

~.!!!~L'~'.l'r.;\,;8Jfl9U\

28

passive! exigir mais na medida em que ha interesse e assimilayao do raciocinio, mesmo que

para isto seja necessaria repetir inumeras vezes 0 jogo.

Ao se perceber que ela esta motivada, gostando e participando das explorayoes feitas,

acompanhando 0 raciocinio, tarn bern se pode dar continuidade a este raciocinio de outras

faroms, como mantar urna seqUencia colocando urn crro no meio, como na foto abaixo, per-

guntando a crians:a 0 que esta errado.

Com tantas variafYoes usanda 0 mesmo material. sugere-se que naD sejam esgotadas

todas num mesmo momento. 0 ideal e explorar bern cada situayao, cada forma de explorar

seu manuseio, passando para Dutro brinquedo antes q~e haja cansas:o da crianS:3 por este mate-

rial, fazendo com que fiquem algumas fannas de exptorar para outro momento, sem esgotar

total mente 0 material e, principalmente. 0 interesse da criancya pelo material.

Dutro dado importante para os pais: nao se deve dar para a criancya mais de urn brin-

quedo novo por vez, para que ela possa explorar a novidade 0 maximo possivel sem cansa90

nem irritacyoes. Oeve-se variar sim. quando necessario, os brinquedos que a crian9a tern. pas-

sando adiante os que ja estejam bern usados.

Mas 0 uso das tampas nao para aqui. A crian9a ainda pode formar uma fileira de

tampas. a sua escolha, onde 0 adulto interage com cia perguntando coisas sobre 0 que foi

montado. Por exemplo:

- Quem esm do lade direito da branca? E da tampa preta?

- Quem esta do lado esquerdo da branca?

- Quem sao os vizinhos da tampa verde?

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Tambem e passivel, com este material, iniciar a OOyaO de conjunto, que sera a base

do raciocinio para a crian~ alem do mais e menos. Podemos fazer conjuntos de cores, de ta-

manho. maior e menor, de quanti dade, rnais e menes.

Ou montar urn conjunto, de tampas grandes, por exemplo, e questionar com a crianya

que conjunto foi montado.

Como se percebe, com urn brinquedo tile simples e de facii manuseio e constrUl;ao epassivel trabalhar de diversas maneiras para auxiliar no desenvolvimento da crianY3. Ter urna

eaixa de tampas de phistico e urn brinquedo inesgotavel para a crianya, usadas de maneiras

diferentes, diversas e divertidas maneiras.

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MASSINHA CASEIRA

J6 pudemos ver como e facil trabalhar com a crianlYa no seu desenvolvimento, sem

ter muito material sofisticado. Apenas usanda 0 material caseiro e muito dialogo, podemos

monitorar 0 avan.yo da crianr;8 em muitos aspectos.

Agora, com mais este jogo que e feito em casa mesmo, podemos mante-Ia dcntro de

casa, no Jar, numa atividade para ser vivenciada em familia, que e 0 objetivo principal deste

trabalho. Mistura-se bern 3 copos de trigo, 1 copo de suco, Yl copo de sal e 1 colher de oleo. 0

importante aqui e usar as medidas iguais, au seja, se usar urn copo para 0 trigo use 0 mesmo

para as demais.

A crianIY8 pade participar desde a coleta dos materiais ate 0 manuseio do material

pronto, bern como a limpeza de tude que foi usado. Alem da nOIY80 de quantidade. mostra-se a

impottincia das medilYOes, para que fique urna massa consistente e boa para ser usada pels

pr6pria crian~a, onde tambem sera explorada a comunica~ao.

Urn suco servini. para dar uma cor a massa, podendo ser feito de p6 artificial, varian-

do nas cores. A coordena~ao motora e 0 seu desenvolvimento sao muito trabalhados com este

material.

Partindo disto se desenvolvem outras no~(5es, pedindo que a crianya fa'Ya urn bela e

grande bolo e urn belo e pequeno bolo. ou urna bola grande e urna pequena, urna minhoquinha

ou uma grande cobra.

Usando de sua criatividade ela podera fazer animais diversos como aves, animais

marinhos e terrestres. Aqui tambem trabalhamos a no~c1o de conjunto. aiem de ciencia, au-

mentando sua concentra~a.o, criatividade, imagina~!io. aten~c1o, vocabulario e conhecimentos

gerais.

Com 0 que foi criado, pode-se tambem montar uma hist6ria. usando a linguagem oral

da crian~a. lambem sua criatividade, imaginayao, desenvolvimento mental, seqUencia logica,

dando inicio, rneio e tim a sua narra~ao.

E possivel tambem com este material utilizar lou~as. sejam em miniaturas ou 56 as da

casa, ou as tampas ja mencionadas anterionnente para continuar 0 usa cIa massinha. Com cer-

teza a criatividades ganhara asas para ir longe.

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JOGOS INDUSTRIALIZADOS

Ate agora vimos como aproveitar tuda 0 que temos em easa para ajudar no desenvol-

vimento da crian~a. Assim como virnos materiais de facil manuseio e confecya.o para a crian-

93, a partir de sucala e material reciclavel.

Nem scmpre a caixa que envolve 0 brinquedo traz descrita a funyi'io de cada brinque-

do ou sellS objctivos para 0 desenvolvimento da crianya. Em geral aparece apenas a idade

possivel de seT usada. Cabe ao adulto observar em cada brinquedo ou jogo sua real fonna de

brincar, tentando adivinhar para que serve, quais os objetivos e maneiras diversas de usa-la,

aplicando oiS10 sua criatividade e disposiYilo.

Quando visitamos uma loja de brinquedos e jogos infantis. nos deparamos com mui-

tas variedades. Vamos aqui introduzir alguns POllCOS jogos que silo ideais para crian~as de 3 a

5 anos, deixando urna analise mais extensa para urn trabalho futuro.

LEGO e asseme/hados

Este jogo de mantar e encantrada com rnateriais emborrachados, que geralmente silo

usados para bebes. au de plastica que passuem variayoes para uso desde pequeninos ate as

adultos, com pefYas bern pequenas. A varia~Ao basica e no tamanho das pefYas, e as vezes em

seus fonnatos. Quanta menares as pe~as, mais indicadas para adultas e crian~as maiores.

Existe nesta industria vanos tamanhas e quantidades de pefYas. Para a crian~a de 3 a 5

anos ja nao e mais preciso aquelas pe~as arredondadas nas pontas ou emborrachados. 0 ideal

e que se tenham peyas diversas com diferentes cores e fonnatas, ideal para se criar e explarar

diferentcs montagens.

Neste jogo se desenvolve a coordenar;ao motora fina e ampia, 0 reconhecimento das

cores, tamanhos diferentes, dependendo tam bern do que se propoe que a criany3 monte, bern

como e trabalhada lateralidade, noyao de espa~o, organizayao espayo temporal, possibilitando

o exercicio da capacidade que a crianrya tern de criar e imaginar situa~oes, historias. etc, fa-

zendo com que tarnbern use 0 seu vocabuhirio verbal.

Pode-se deixar que a crianya explore sozinha infmitas fannas e maneiras de manuse-

ar todo a material. Mas quando 3 atividade e acompanhada de urn adulto, pois este pode in-

centivar novas fannas da crianya montar 0 jogo, bern como deve tambem instiga-Ia para que

faya novas constnl90eS a partir de instruyoes dadas. Par exemplo: "Monte 3 peyas vennelhas,

uma em cima da ~Utra, agora monte e p~as verdes e sobre cia uma peya amarela, eoloque-as

ao Jado direito das perras vennelhas, etc".

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A medida que a crian!ya for executando com mais rapidez e facilidade. pade-se fazer

mais consignas com mais detalhes como: "Monte 3 pe~as de 6 furos da cor amareia, depois,

eoloque sabre etas 2 pe~as de 4 furos da cor verde e uma peC;:8 de 4 furos da cor vennelha". A

cada consigna a crian~ esta senda estimulada a raciocinar, indo por diferentes caminhos e

com diferentes formas.

Jogo da memoria

Podem ser simples ou mais sofisticados, mas e interessante que sejam de boa qual i-

dade e duniveis pais serao de muita rnanuseio pela crian~a.

Nao hAurn numero fechado de pec;:as: deve seT, sim, separado em pares para seT des-

coberto. Os motivos deste jogo podem ser infinitos, pais podem sec inventadas [orroas diversi-

ficadas de decorae;.ao.

Podemos achar desde as educativos como: animais. meios de transporte. meios de

comunica~a:o, profissoes, frutas, legumes, horta1i~as, letras, numerais, cores, brinquedos, os

didciticos, como mem6ria de linguas (como ingles e frances) au de alfabetiza~ao, usando sna~

bas au palavras que correspondem a desenhos, ou palavras no plural que correspondem as no

singular e outros mais simples com personagens infantis (Barbie, Minnie, Puff, etc). Nestes

sao explorados gestos diferentes, roupas de verno, inverno, chuva, frio - neste caso pode~se

trabalhar as esta'Y<5esdo ana.

D que basicamente se explora oeste jogo, a16m da mem6ria visual e auditiva, e a

constru~a:o de urn vocabuhirio mais rico, na comunica~aa feita com outro adulto ou crian~a, a

coordena~ao motora, a atem;ao, a concentrar;ao e a percep'Yao visual.

Sugere-se, quando a jogo e grande, com muitas pe~, que seja jogado primeiramente

com as perras viradas para cima, para que seja vista 0 todo, para que a crian<;a tenha uma visao

ampla e geral de todo a conteudo. Passa-se a joga-Io com as cartas para baixo a medida que a

crian<;a vai se motivando e sendo motivada a majores desafios.

Dutra fOInla de fazer acontecer a exercicio da memoria e jogando com menas perras,

ou seja, menos pares, onde a assimila<;ao se dani aos poueos. Entao se 0 jogo e composto par

27 pares, pade-se diminuir para 7 pares, depois 13,20 e depois en~a todas as pe'Yas.

PINOT£, 0 burrinho manhoso

Coma sugestao, deve ser usado par crianr;as acima de 4 anos. Mas, camo lodos as

outros jogos, pade ser manuseado par crianr;8s de 3 anos. Neste jogo 8 crian~8 ini reconhecer

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e nominar as pe~as usadas no cavalo, au para urn acampamento, aumentando seu vocabuhirio

Podem seT exploradas as cores, 0 equilfbrio. a tranqUilidade e paciencia cia criany3, vista que

seu objetivo e pendurar as objetos oa sela do burrinho, e cada vez que ele der urn pinote tudo

que roi pendurado cai, tendo que reiniciar a brincadeira. Aqui tambem se desenvolve a con-

centrac;ao e 8tenc;ilo da crianY8.

Sao inumeras possibilidades de ajudar a criany8 a desenvolver sua memoria, atenyao,

concentr3c;iio, seu raciocinio J6gico matematico, sua compreensao, coordenayilo motora, 00-

yoes b<isicas de lateraJidade. quantidade (maior, menor), cores. Enfim todos sao principios

basicos importantes para que a cnanC;8 esteja apta para seT alfabetizada, fato que ocorre depois

dos 5 anos de idade.

Nilo podemos nos esquecer que estes conhecimentos basicos servem para que a cri-

an~a chegue a uma primeira serie sem grandes dificuldades. Mesmo considerando como co-

nhecimentos muito eiementares, para 0 adulto, estaremos formando a base, os pilares do de·

senvolvimento psicopedag6gico da crian~a nesta faixa etBria, que e de 3 a 5 anos.

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CONCLUSAOCorn este trabalho pode-se concluiT que hi imimeras forrnas e possibilidades de aju-

dar a crian~a no seu desenvolvimento global.

Ternos ao nosso dispor inumeros e variados hrinquedos que podem nos auxiliar neste

trabalho e tambem que n~o precisamos fiear na dependencia de produtos industrializados.

Pudemos ver que mesrno em easa temos muitos matetiais disponlveis, de feicil manuseio. tan-

to para a criam;:a quanta para 0 adulto.

Mas 0 que e de muita importancia, e iste n1!o se pode deixar passar, e a presen98 dos

pais na vida da crianya, na sua inffinda. E desta preSeny8 que a criam;:a se recordar.i na sua

vida adulta e e com ela que sera possivel ter a chance de chegar a uma vida adulta equilibrada.

madura e finnada em bons principios. Entendemos que e assim que continuarernos a perpetu-

ar este conceito de familia, sendo e tendo urna familia para crescer e valorizar, passando este

conceito de gerar.;ilo a gerar.;ao.

Este trabalho, por si 56, e apenas urn estudo introdut6rio. Fazem-se necessarios traba-

lhos cornplementares deste aqui descrito, com 0 intuito de abranger novas etapas da vida da

crianr.;a. Deixamos aqui como sugestoes: analise das brincadeiras possiveis nas fases anterior a

esta eJou fase posterior; brincadeiras com crianr.;as que possuem alguma disfunr.;ilo flsica ou

mental, nesta ou em outra faixa etaria; aprofundamento da relar.;ilo entre a falta de brinquedos

e brincadeiras nesta idade com problemas futuros; classifica~Oes varias de jogos e brincadei-

ras segundo seu impacto no desenvolvimento infantil.

Este com certeza nao e urn trabalho acabado e fechada, pais ha muitos brinquedos e

jogos possiveis de serem explorados com intuito de ajudar no desenvolvimento da crianr.;a.

Seu intuito e 0 de prover uma introduyao ao tema, gerando ideias para futuros trabalhos nesta

area.

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