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MARINHA DO BRASIL Capitania dos Portos do Paraná POLUIÇÃO MARINHA: responsabilidades

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MARINHA DO BRASIL Capitania dos Portos do Paraná

POLUIÇÃO MARINHA: responsabilidades

Renata Brockelt Giacomitti, Primeiro-Tenente (RM2-T)

Assessora Jurídica CPPR

POLUIÇÃO MARINHA

Importância marítima

* Comercio internacional: atualmente, 95% trocas comerciais.

* Regulamentação internacional: IMO - Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, celebrada em Montego Bay (Jamaica), em 10 de dezembro de 1982.

Definições

Por definição legal (Lei nº 8617/1993, art. 1º), o mar territorial compreende uma faixa de doze milhas marítimas de largura, medidas a partir da linha de baixa-mar.

Neste mesmo sentido (art. 4º e 5º da Lei nº 8617/1993), a zona contígua compreende uma faixa entre doze e vinte e quatro milhas marítimas

A zona econômica exclusiva (ZEE): 12 – 200 milhas marinhas (art. 6º a 10 da Lei nº 8617/1993). Área aproximada - 3,6 milhões de quilômetros quadrados (país possui direito exclusivo de exploração e explotação dos recursos naturais).

Denifições

Fonte: http://iesaguilarycano.wikispaces.com/M

Definições

A plataforma continental (art. 11 da Lei no 8617/1993) compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem continental, ou até duzentas milhas marítimas.

Amazônia Azul

O Brasil solicitou àquela Comissão um acréscimo de área (950.000 km): Após a aprovação da solicitação, esta extensa área oceânica, adjacente ao continente, perfará 4,5 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente a 52% do território brasileiro. Em razão da diversidade biológica existente, fonte de intensa atividade pesqueira; das riquezas do subsolo (petróleo e gás); bem como pela similaridade em extensão à Amazônia Legal, passou-se a denominar a soma destas áreas de Amazônia Azul.

Fonte: MARINHA DO BRASIL. A Amazônia Azul: o patrimônio brasileiro no mar. Centro de Comunicação Social da Marinha, 2010. Disponível em <www.mar.mil.br>. Acesso em 09/06/13.

Responsabilidade

Lei nº 8617/1993 (Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica exclusiva e a plataforma continental brasileiros, e dá outras providências ) Art. 13. Na plataforma continental, o Brasil, no exercício de sua jurisdição, tem o direito exclusivo de regulamentar a investigação científica marinha, a proteção e preservação do meio marinho, bem como a construção, operação e o uso de todos os tipos de ilhas artificiais, instalações e estruturas

Autoridade Marítima

Lei Complementar nº 97/1999 (Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas):

Art. 17. Cabe à Marinha, como atribuições subsidiárias particulares:

I - orientar e controlar a Marinha Mercante e suas atividades correlatas, no que interessa à defesa nacional;

II - prover a segurança da navegação aquaviária;

III - contribuir para a formulação e condução de políticas nacionais que digam respeito ao mar;

IV - implementar e fiscalizar o cumprimento de leis e regulamentos, no mar e nas águas interiores, em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, federal ou estadual, quando se fizer necessária, em razão de competências específicas.

V – cooperar com os órgãos federais, quando se fizer necessário, na repressão aos delitos de repercussão nacional ou internacional, quanto ao uso do mar, águas interiores e de áreas portuárias, na forma de apoio logístico, de inteligência, de comunicações e de instrução.

Parágrafo único. Pela especificidade dessas atribuições, é da competência do Comandante da Marinha o trato dos assuntos dispostos neste artigo, ficando designado como "Autoridade Marítima", para esse fim.

MARPOL

Decreto nº 87.566, de 16 de setembro de 1982 (Promulga o texto da convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias, concluída em Londres, a 29 de dezembro de 1972). Anexo V - REGRAS PARA A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR LIXO DOS NAVIOS

MARPOL

Artigo VI Detecção de Violações e Cumprimento da Convenção (1) As Partes da Convenção deverão cooperar na detecção de violações e na imposição do cumprimento dos dispositivos da presente Convenção, utilizando quaisquer medidas apropriadas e praticáveis de detecção e monitoramento ambiental, procedimentos adequados para o envio de informações e acumulação de indícios.

(2) Um navio ao qual a presente Convenção se aplique pode, em qualquer porto ou terminal ao largo (“offshore”) de uma Parte, ser submetido a uma inspeção por funcionários designados ou autorizados por aquela Parte com o propósito de verificar se o navio descarregou quaisquer substâncias danosas, infringindo o nela disposto. Se uma inspeção indicar uma violação à Convenção, deverá ser enviado um relatório à Administração para que sejam tomadas as medidas adequadas. (3) Qualquer Parte deverá fornecer provas à Administração, se houver alguma, de que o navio descarregou substâncias danosas ou efluentes contendo tais substâncias, infringindo o disposto nas normas. Se for possível, a autoridade competente da Parte informante deverá notificar o Comandante do navio sobre a suposta infração.

MARPOL – Protocolo I DISPOSIÇÕES RELATIVAS A INFORMAÇÕES SOBRE INCIDENTES ENVOLVENDO SUBSTÂNCIAS DANOSAS

Artigo I Dever de Informar (1) O Comandante, ou outra pessoa encarregada de qualquer navio envolvido num incidente a que se refere o Artigo II deste Protocolo, deverá informar os detalhes daquele incidente, sem demora e o mais possível de acordo com o disposto neste Protocolo. Artigo III Teor das Informações Em qualquer situação, as informações deverão conter (a) a identificação dos navios envolvidos; (b) a hora, o tipo e o local do incidente; (c) a quantidade e o tipo da substância danosa envolvida; (d) as medidas de ajuda e de salvamento.

MARPOL – Anexo V REGRAS PARA A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR LIXO DOS NAVIOS

Regra 4 - Exigências especiais para o alijamento de lixo

1 Sujeito ao disposto no parágrafo (2) desta regra, é proibido o alijamento de qualquer material regido por este Anexo lançado de plataformas fixas ou flutuantes empenhadas na exploração, prospecção e em processos “offshore” correlatos com relação aos recursos minerais do fundo do mar, e de todos os outros navios quando estiverem a contrabordo ou a uma distância de até 500 m destas plataformas.

2 Quando os restos de comida tiverem passado por um triturador ou moedor, poderá ser permitido o seu lançamento ao mar destas plataformas fixas ou flutuantes, quando localizadas a mais de 12 milhas náuticas de terra, e de todos os outros navios quando estiverem a contrabordo ou a uma distância de até 500 m destas plataformas. Estes restos de comida triturados ou moídos deverão ser capazes de passar por uma tela, cujos furos não sejam maiores que 25 mm.

MARPOL – Anexo V REGRAS PARA A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR LIXO DOS NAVIOS

Regra 9 - Cartazes, planos de gerenciamento do lixo e manutenção de registros relativos ao lixo 1 (a) Todo navio com um comprimento total de 12 metros, ou mais, deverá exibir cartazes informando à sua tripulação e aos seus passageiros as exigências relativas ao alijamento contidas nas Regras 3 e 5 deste Anexo, como for aplicável. (b) Os cartazes devem estar escritos no idioma de trabalho do pessoal do navio e, para navios empregados em viagens para portos ou terminais ao largo (“offshore”) sob a jurisdição de outras Partes da Convenção, também em inglês, francês ou espanhol.

2 Todo navio de arqueação bruta igual ou maior que 400 e todo navio que esteja certificado para transportar 15 pessoas ou mais deverá ter a bordo um plano de gerenciamento do lixo, que a tripulação deverá seguir. Este plano deve conter procedimentos escritos para coleta, armazenamento, processamento e descarga do lixo, incluindo o uso de equipamentos de bordo. Deverá ser designada, também, a pessoa encarregada de executar o plano. Tal plano deverá estar de acordo com as diretrizes elaboradas pela Organização, e estar escrito no idioma de trabalho da tripulação.

MARPOL – Anexo V REGRAS PARA A PREVENÇÃO DA POLUIÇÃO POR LIXO DOS NAVIOS

3 Todo navio de arqueação bruta igual ou maior que 400 e todo navio que esteja certificado para transportar 15 pessoas ou mais, empregado em viagens para portos ou terminais ao largo (“offshore”), sob a jurisdição de outras Partes da Convenção, e toda plataforma fixa e flutuante empregada na exploração e na prospecção do fundo do mar deverá ser dotado de um Livro Registro do Lixo. O Livro Registro do Lixo, seja como parte do livro de quarto do navio ou constituído de outra forma, deverá ser redigido no formato estabelecido no apêndice deste Anexo;

MARPOL

(4) Ao receber essas provas, a Administração assim informada deverá investigar a questão, e poderá solicitar à outra Parte que forneça provas adicionais ou melhores da suposta contravenção. Se a Administração estiver convencida de que há provas suficientes para permitir a instauração de um processo em relação à suposta violação, ela deverá fazer com que tal processo seja instaurado o mais cedo possível de acordo com a sua legislação. A Administração deverá prontamente informar as medidas tomadas à Parte que informou a suposta violação, bem como à Organização. (5) Uma Parte também poderá inspecionar um navio ao qual a presente Convenção se aplique, quando ele entrar em portos ou terminais ao largo (“offshore”) sob a sua jurisdição, se recebida uma solicitação de qualquer Parte para que seja realizada uma investigação junto com provas suficientes de que o navio tenha descarregado em qualquer local substâncias danosas ou efluentes contendo tais substâncias. O relatório de tal investigação deverá ser enviado à Parte solicitante e à Administração, para que possam ser tomadas medidas adequadas de acordo com a presente Convenção.

MARPOL

Artigo XII Acidentes Ocorridos com Navios (1) Cada Administração compromete-se a realizar uma investigação de qualquer acidente ocorrido com qualquer dos seus navios sujeitos ao disposto nas normas, se aquele acidente tiver produzido um grande efeito danoso ao meio ambiente marinho.

Lei nº 9966/2000

Lei Nº 9966/2000 (Dispõe sobre a prevenção, o controle e

a fiscalização da poluição causada por lançamento de

óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em

águas sob jurisdição nacional e dá outras providências.

Art. 2o Para os efeitos desta Lei são estabelecidas as

seguintes definições: (...)

XV – lixo: todo tipo de sobra de víveres e resíduos

resultantes de faxinas e trabalhos rotineiros nos navios,

portos organizados, instalações portuárias, plataformas

e suas instalações de apoio;

Lei nº 9966/2000

Art. 17. É proibida a descarga de óleo, misturas

oleosas e lixo em águas sob jurisdição

nacional, exceto nas situações permitidas

pela Marpol 73/78, e não estando o navio,

plataforma ou similar dentro dos limites de

área ecologicamente sensível, e os

procedimentos para descarga sejam

devidamente aprovados pelo órgão

ambiental competente.

§ 1º No descarte contínuo de água de processo

ou de produção em plataformas aplica-se a

Lei nº 9966/2000

Art. 19. A descarga de óleo, misturas oleosas, substâncias nocivas ou

perigosas de qualquer categoria, e lixo, em águas sob jurisdição

nacional, poderá ser excepcionalmente tolerada para salvaguarda

de vidas humanas, pesquisa ou segurança de navio, nos termos do

regulamento.

Parágrafo único. Para fins de pesquisa, deverão ser atendidas as

seguintes exigências, no mínimo:

I – a descarga seja autorizada pelo órgão ambiental competente, após

análise e aprovação do programa de pesquisa;

II – esteja presente, no local e hora da descarga, pelo menos um

representante do órgão ambiental que a houver autorizado;

III – o responsável pela descarga coloque à disposição, no local e hora

em que ela ocorrer, pessoal especializado, equipamentos e

materiais de eficiência comprovada na contenção e eliminação dos

efeitos esperados.

Lei nº 9966/2000

Art. 21. As circunstâncias em que a descarga, em águas sob jurisdição

nacional, de óleo e substâncias nocivas ou perigosas, ou misturas

que os contenham, de água de lastro e de outros resíduos

poluentes for autorizada não desobrigam o responsável de reparar

os danos causados ao meio ambiente e de indenizar as atividades

econômicas e o patrimônio público e privado pelos prejuízos

decorrentes dessa descarga.

Art. 22. Qualquer incidente ocorrido em portos organizados,

instalações portuárias, dutos, navios, plataformas e suas

instalações de apoio, que possa provocar poluição das águas

sob jurisdição nacional, deverá ser imediatamente comunicado

ao órgão ambiental competente, à Capitania dos Portos e ao

órgão regulador da indústria do petróleo, independentemente

das medidas tomadas para seu controle.

Lei nº 9966/2000

Art. 25. São infrações, punidas na forma desta Lei: (...)

II – descumprir o disposto nos arts. 9o e 22:

Pena – multa; (...)

§ 1o Respondem pelas infrações previstas neste artigo, na medida de

sua ação ou omissão:

I – o proprietário do navio, pessoa física ou jurídica, ou quem

legalmente o represente;

II – o armador ou operador do navio, caso este não esteja sendo

armado ou operado pelo proprietário;

III – o concessionário ou a empresa autorizada a exercer atividades

pertinentes à indústria do petróleo;

IV – o comandante ou tripulante do navio;

V – a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que

legalmente represente o porto organizado, a instalação portuária, a

Lei nº 9966/2000

§ 2o O valor da multa de que trata este artigo será fixado no

regulamento desta Lei, sendo o mínimo de R$ 7.000,00 (sete mil

reais) e o máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de

reais).

§ 3o A aplicação das penas previstas neste artigo não isenta o agente

de outras sanções administrativas e penais previstas na Lei no

9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e em outras normas específicas

que tratem da matéria, nem da responsabilidade civil pelas perdas e

danos causados ao meio ambiente e ao patrimônio público e

privado.

Art. 26. A inobservância ao disposto nos arts. 15, 16, 17 e 19 será

punida na forma da Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e

seu regulamento.

[email protected]

“É triste pensar que a natureza fala e que o

gênero humano não a ouve”.

Victo Hugo