maria isabel 16rio soncini - universidade de são paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e...

9

Upload: vanthuan

Post on 24-Nov-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um
Page 2: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

Maria Isabel 16rio SonciniFunbec

Face a invasao de um elemento estranho, nosso organismo reageproduzindo substancias e estimulando determinadas celulas que ina-tivam ou destroem 0 invasor. Esta rea9ao do organismo e chamadaresposta imunologica ou simplesmente resposta imune.

A ideia de que as respostas imunologicas tem sempre efeitobenefico (restabelecem 0 equilfbrio e a saude) cedeu lugar a um novoconceito em imunologia. Atualmente se sabe que os processos alergi-cos e as rejei90es a enxertos tambem SaDrespostas imunologicas.Nestes casos a rea9ao a presen9a de um corpo estranho no organis-mo resulta em transtornos para 0 indivfduo, podendo leva-Io a morte.Tal resposta ficou conhecida como imunidade nociva ou hipersensibi-lidade.

Sabe-se hoje que a resposta imune pode se dar atraves da a9aode anticorpos ou de determinados leucocitos (celulas brancas dosangue). Pode ser provocada por microorganismos vivos que inva-dem 0 organismo ou por substancias toxicas produzidas por eles;tambem pode ser induzida por substancias toxicas que nao saDproduzidas por seres vivos (alguns remedios, poluentes) e por agen-tes nao toxicos (protefna do leite, tecidos ou orgaos enxertados,hemacias recebidas por transfusao de sangue).

Os agentes )nvasores do organismo, capazes de provocar 0aparecimento, no sangue, de substancias que os neutralizam, saDchamados ANTiGENOS ou IMUN6GENOS e as substancias neutrali-zantes, ANTICORPOS.

Embora muitos pontos sobre imunologia sejam ainda desconhe-cidos, grandes progressos foram feitos no sentido de desvendar osmecanismos pelos quais nosso corpo reage a presen9a de agentesestranhos a ele.

o conhecimento dos elementos responsaveis pelas respostasimunes, da a9ao de cada um deles e da intera9ao entre eles, constituio ponto fundamental para a compreensao do complexo e intrincadosistema imunologico.

Comecemos por conhecer os elementos que compoem essesistema e, para tanto, vamos nos remeter ao tecido sangDfneo.

Esta sequencia rnostra a "'uta" entre urn gl6bulo branco einvasores do organisrno, representados aqui por bacterias (pe-quenas esteras).

Fonte: A DESCOBERTA DO HOMEM - Urna viagern toto-grafica pelo interior do corpo hurnano - Lennart Nilson e JanU~~~. .

Page 3: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

oo

o lEUCOCITOBASOFllO

QJ

~lEUCOCITONEUTROFllO LEUCOCITOo EOSINOFILOO

~EUC6CITO

oDo

lEUCOCITOlINFOCITOO

o sangue e composto por uma parte Iiquida,formada basicamente de agua e proteinas, chama-da plasma. Entre as protefnas plasmaticas estao as9 lobulinas, proteinas que constituem os anti-corpos.

oo

Imersos nesse plasma, vamos encontrar os ele-mentos figurados do sangue: gl6bulos brancos ouleuc6citos (Ieuco-branco; citos=celulas), gl6bulosvermelhos ou eritr6citos (eritro-vermelho; citos-celulas) e plaquetas.

Elementos do ssngueresponsBve/s pels Imunldsde

Dos compostos do sangue os leuc6citos e asglobulinas saD os responsaveis pela imunidade. Epara eles, portanto, que voltaremos nossa atenC(ao.

Ha cinco tipos de leuc6citos (como podemosobservar na figura acima), alguns com atividadessemelhantes entre si, outros com atividades dife-

renciadas e outros com func;:oes pouco esclareci-das. Mas todos eles participam, de forma coopera-tiva, das reaC(oes do organismo a invasao de mi-croorganismos, a presenC(a de toxinas (produzidaspor seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas portransfusoes.

Page 4: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

------ FORMAS DE DESTRUIC;Ao DE UM ANTIGENO ------Englobamento

A maioria dos leuc6citos atua englobando e decompondo corpos estranhos que invadem 0 organismo.Este processo chama-se fagocitose. Vamos a ele.

:5

I~·ENG LOBAMEN TO

T

Alam dos leuc6citos ha dois outros tipos decalula que participam ativamente do processo deinativa9ao e destrui9ao de invasores do organismo- 0 macr6fago e 0 mast6cito. Estas calulas selocalizam em varios tecidos como, por exemplo, 0tecido 6sseo, 0 cartilaginoso e 0 tecido que envol-ve os vasos sangi.Hneos.

MACROFAGO

Os macr6fagos sac importantes elementos dedefesa, pois sac capazes de englobar e decomporqualquer tipo de partfcula, como restos de calulasmortas, material intercelular alterado, partfculasinertes que entram no organismo e microorganis-mos (bactarias, vfrus, fungos e protozoarios).

2 (j\PROJECAO DA~ MEMBRANA

IA ANTiGENO

Na presen9a do corpo estranho, a membranado leuc6cito se deforma, isto a, se projeta em do isou mais pontos. Essas proje90es envolvem 0 corpoestranho como bra90s que se fecham em tornodele, formando uma pequena bolsa, 0 vacuolo. 0vacuolo contendo 0 antfgeno fica, portanto, nointerior do leuc6cito. A seguir 0 antfgeno a decom-posta e seus subprodutos sac "apresentados" aum tipo especial de leuc6cito, responsavel pelo

A superffcie pegajosa dos macr6fagos permiteque os antfgenos (materiais estranhos ao organis-mo) se Iiguem a ela e sejam rapidamente ingeridose decompostos. Neste processo os macr6fagosmorrem, formando, juntamente com os antfgenosdegradados, 0 pus.

MAS TOC I TO

Os mast6citos produzem uma substancia cha-mada histamina, que fica acumulada em pequenasbolsas (granulos) no citoplasma dessas calulas.

Nos choques anafilaticos (processo que vere-mos mais adiante) a histamina a liberada provocan-do, entre outras coisas, contra9aO da musculaturaque reveste os 6rgaos, dilata9aO de vasos sanglif-neos e aumento da permeabilidade desses vasos.Em alguns casos 0 choque anafilatico pode levar amorte.

5

~FORMACAO DE ~

VACUOLO COliCONTENDO 0

ANT(GENO (t)t.VACUOl-O CONTENDO ( 6o ANTrGENO SE DESPRENDE DA MEMBRANA DO LEuc6CI TO EPENETRA NA CELULA

LEUCOCITO COMSUBPRODUTOS DOANTIGENO

reconhecimento do antfgeno, processo que vere-mos mais adiante.

A fagocitose pode ocorrer no pr6prio tecidosanglifneo ou em outros tecidos, onde os antfge-nos estejam localizados. Isto significa dizer que osleuc6citos sac calulas capazes de sair dos vasossanglifneos, penetrar em outros tecidos e nelesentrar em atividade.

Page 5: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

Ha leuc6citos que agem de maneira diversa daque vimos. Eles produzem substancias capazes deneutralizar a ac;:ao do invasor. Essas substanciassaD . chamadas ANTICORPOS e sao constitufdaspor protefnas denominadas globulinas.

Estes /euc6citos produzemanticorpos quandosaD "avisados" da presenc;:a do invasor. Esse "avi-so" e dado por um tipo especial de leuc6cito quetambem se responsabiliza pelo reconhecimento doinvasor. Os anticorpos produzidos saD especfficospara 0 antfgeno em questao.

ANTiGENO ,~

~ • LEUCOCITO DE

~ 4 ~ E ALARME·1 ..), I ~

•.~ ~ ~.~~~ ~ ~ ~ (i:l

••• ~'V"1) • ~A. .~ LEUCOCITO

o ANTICORPO PRODUTOP. DECOMBINA-SE ANTICORPOS

COM 0 ANTiGENOEO INATIVA

~"~l.~ ..1(J):.2@

A presenc;:a de material estranho (antfgeno) noorganismo estimula 0 sistema imunol6gico a entrarem atividade no sentido de eliminar tal material,promovendo 0 retorno ao estado de saude.

o primeiro passo, nessa direc;:ao, consiste noreconhecimento do antfgeno como agressor.

Os macr6fagos englobam e decompoem 0 an-tfgeno (1 a 3), cujos subprodutos combinam-secom moleculas proteicas da membrana do linf6citoT4, um tipo de leuc6cito (4). E esta combinac;:aoque permite a identificac;:ao do antfgeno. Podemoscomparar essa combinac;:ao com 0 sistema chave-fechadura, onde as reentrancias e sali€mcias dachave se justapoem as da fechadura, 0 que permite

o "reconhecimento" da chave e a efetivac;:ao daoperac;:ao (abrir e fechar).

Feito 0 reconhecimento 0 linf6cito T4 da 0alarme - produz e libera moleculas que funcionamcomo mediadores qufmicos, estimulando os linf6-citos B e. T8 (dois tipos de leuc6citos) e ativandomacr6fagos em repouso (5).

Vejamos, agora, como cada uma das celulasestimuladas reponde ao alarme.

Os macr6fagos, ativados pelos linf6citos T4,migram para a regiao onde se encontram esseslinf6citos e entram em intensa atividade de englo-bamento, 0 que resulta em intensa resposta imuno-/6gica.

Page 6: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

~ ~ ANTIPORPO/(!I (!/ ANTIGENO~ ~(!)

~~=i)'NfOCITO 8PLASMOCITO ~

AS linfocitos B se reproduzem, originando ce-lulas denominadas plasmocitos, que produzem an-ticorpos especificos para 0 agente agressor. Taisanticorpos ligam-se aos antigen os, destruindo-osou inativando-os.

as linfocitos T8 se reproduzem, formandoquatro tipos de celulas: a) celulas rejeitadoras deenxerto; b) celulas destruidoras de celulas cance-

R E J EITA DORADE ENXERTOS

DEST RU I DOR DE/

CELULA CAN-CEROSA

DESTRUIDOR DE/

CELULAS IN FEC-TADAS POR MI-CROORGANISMO

rosas; c) celulas destruidoras de celulas infectadaspor microorganismos; d) celulas supressoras. Es-tas ultimas sac responsaveis pela supressao daresposta imune. Uma vez debelada a infecc;ao, ascelulas supressoras entram em atividade produzin-do mediadores quimicos. Estes agem sobre as ce-lulas do sistema imunologico, inibindo sua ativida-de. Por isso dizemos que este sistema e auto-regulavel.

@ LINFOCITO T4

f) C~CONTENDO 0 ANT(GENO./ COMBINADi} COM PROTEI-

NAS DE SUA MEMBRANA

/ ~fi; ~. ,

CELULA DA MEMORIA

IMUNOLoa ICA

Emitidos os sinais e iniciada a res posta imune,os linfocitos T4 entram em divisao, originando ascelulas da memoria imunologica. Estas celulas re-tem as informac;6es sobre 0 antigeno identificado,de modo que a uma nova invasao desse mesmoantigeno a resposta imune se faz mais rapida eintensamente.

As celulas da memoria imunologica raramentese dividem, havendo indicac;6es de que podemsobreviver ate dez anos, no organismo, sem sedividirem. Este fato explica a persistencia da res-posta imune.

. .CELULA DA MEMORIA

IMUNOLOGICA

Quando dizemos que nosso organismo criaresistencia as doenc;as causadas por microorganis-mos, com os quais ja tivemos contato, estamos nosreferindo a esse mecanisme de produc;ao da me-moria imunologica. E isto que ocorre com as vaci-nas e com doenc;as como 0 sarampo, a catapora, acachumba, a gripe etc. a contato com os microor-ganismos leva a produc;ao da memoria imune, deforma que a uma nova invasao dos mesmos "naopegamos" mais a doenc;a ou a contrafmos de formabranda.

Page 7: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

Focalizemos nossa aten9ao, agora, nas rea-90es do organismo conhecidas como imunidadenociva. Compoem este grupo de rea90es os meca-

nismos de rejei9ao a enxertos, os processos alergi-cos e a aglutina9ao de eritrocitos nos processos detransfusao sangufnea.

2 L1NFOCITO T4

L1NFOWO 0 ~

/\CiJ~' (f)L1NF6WO TO

PLASMOCITO l'/' ~ ANTICORPOS/ ~

f~ (l) 3 ~

.' CELULA REJEITADORAW DE ENXERTOS

2

(jMACROFAGO

Um orgao ou tecido transplantado podera serreconhecido, pelo organismo receptor, como ma-terial estranho a ele, como invasor. Os linfocitosT4, neste caso, acionarao os macrofagos, os linfo-

citos B e os linfocitos Ta. Estes ultimos entrarao emdivisao formando as celulas rejeitadoras de enxer-to, que destroem 0 orgao ou 0 tecido transplan-tado.

Embora 0 sangue seja fundamental a vida, umatransfusao sangufnea pode trazer serios transtor-,nos ao receptor, causando inclusive sua morte.Vamos examinar um caso em que este fen6menopode ocorrer como rea9ao do sistema imunolo-gico.

Um indivfduo pertencente ao grupo sangufneoA recebe uma transfusao de sangue, onde 0 doadorpertence ao grupo B. Os eritrocitos do doadorpossuem uma protefna estranha (B) ao organismodo receptor e como tal serao reconhecidos e des-trufdos.

Page 8: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

a reconhecimento €I feito pelo linfocito T4, queenvia um sinal para 0 Iinfocito B. Este ultimo entraem divisao originando 0 plasmocito. celula queproduz anticorpos especfficos para 0 antigeno emquestao. Tais anticorpos provocarao uma aglutina-

c;ao dos eritrocitos e consequente destruic;ao. Das

protein as que constituem os eritrocitos, duas sacutilizadas para se determinar 0 grupo sanguineo dosistema ABa, ao qual um individuo pertence.

Erltr6cltos Grupo Sangufneo

proteina A Aproteina B Bproteinas A e B ABaus€lncia das proteinas A e B a

Processos alergicos

ANTiGENOS

:~-(J)2.• • ~- -. - .

~4

.---- ..... .. •. . .• .:..-.- -.-.

:3 I L1NFOCITO T4, MACROFAGO SUBPRODUTOS,DO ANT(GE NO,, ENGLOBADO

~L~NFOCITO BANTICORP~S /

~

«( Jl, ~~ ., 6

PL AS MOC ITO8 MAS TOClTa

as processos alergicos foram reconhecidos edemonstrados como resposta imunologica nocivapor Richet e Portier, em 1902, recebendo 0 nomede anafilaxia (protec;ao ao contrario). Desses pro-cessos participam dois tipos de leucocitos (basofi-los e eosinofilos) e uma celula chamada mastocito,que se localiza em varios tecidos, como por exem-

plo, 0 tecido osseo, 0 cartilaginoso e 0 tecido queenvolve os vasos sanguineos.

A participac;ao dos mastocitos e eosinofilosnos processos alergicos esta relativamente bemdocumentada. Ja 0 papel dos basofilos nesses pro-cessos €I ainda controvertido.

Quando um individuo recebe uma injec;ao anti-tetanica, por exemplo, seu organismo produz anti-corpos que se prendem a membrana do mastocito(7). A uma nova injec;ao, tomada meses apos aprimeira, 0 antigeno (injec;ao antitetanica) reagecom os anticorpos presos a membrana do mastoci-to, provocando a liberac;ao de granulos que con-tem histamina.

A histamina promove a dilatac;ao dos vasossanguineos, a contrac;ao da musculatura que re-veste os orgaos e um aumento da permeabilidadedos vasos sanguineos, com a consequente saidade plasma e formac;ao de edemas. Dessas altera-c;oes decorrem os sintomas dos processos alergi-cos: hipotensao (queda de pressao), colapso circu-latorio, edema, urticaria e asma, entre outros.

as eosinofilos parecem neutralizar a ac;ao dahistamina liberada, alem de fagocitarem (engloba-rem e decomporem) 0 complexo antigeno/anticor-po formado. Isto explica a suspensao de processosalergicos brandos, em que nao se faz necessario 0usa de medicamentos.

Page 9: Maria Isabel 16rio Soncini - Universidade de São Paulo · por seres vivos ou nao), de 6rgaos e tecidos trans-plantados e de celulas vermelhas recebidas por ... so" e dado por um

PRODUCAO DE ANTICORPOS NAO ESPEC(FICOS

Embora tenhamos visto que a atividade doslinf6citos B (produtores de anticorpos) e induzidapelos linf6citos T4 (de reconhecimento e alarme),cabe frisar que os primeiros podem produzir anti-corpos independentemente da induC(so pelo T4. Noentanto nso ha garantia de que entre os anticorposproduzidos esteja aquele especifico para 0 antige-no a ser neutralizado, dado que nso ocorreu aidentificaC(so do mesmo.

Um individuo com alteraC(oes no T4 pode apre-sentar altos niveis de anticorpos no sangue e serincapaz de eliminar determinados antigenos, pornso produzir anticorpos especificos a todos eles.

E 0 caso da Aids, em que 0 virus HIV (Virus daImunodeficiencia Humana) parasita 0 linf6cito T,

impedindo 0 reconhecimento de quaisquer antige-nos e a produC(so de mediadores quimicos queestimulem as demais celulas de defesa, entre elas 0linf6cito B. Este ultimo produz anticorpos em altosniveis mas nso aqueles especificos para 0 virus HIVe para os microorganismos oportunistas (que seinstalam no organismo "aproveitando" a ausenciade qualquer reaC(so a eles). Desta forma, emboracom altos niveis de anticorpos sanguineos, oorga-nismo encontra-se incapaz de neutralizar 0 virusHIVe os microorganismos oportunistas, dado queo sistemade reconhecimentoealarme, feito pelo T4,encontra-se bloqueado.

Para maiores informaC(oes sobre Aids, leia 0artigo a pagina ..9. deste mesmo numero.

() o ENSINO DE CI~NCIASNO PRIMEIRO GRAU

Projeto MagisterioHilario Fracalanza Ivan Amorosino do Amaral

Mariley Simoes FI6ria GouveiaAtual Editora (1986) - Rua Jose Antonio Coelho, 758

04011 - Seo Paulo - SP. Tel.: 575-1544.

Nas 124 paginas que comp6emo livro, os autores fazem uma analisedo ensino de CiElncias no 1° grau,dirigindo especial atenc;:aoas quatroprimeiras series. Nesta analise, pro-curam abranger varios aspectos queinterferem no aprendizado, tais co-mo: 0 dia-a-dia do professor, a rotinada vida escolar, os conteudos que seensinam as crianc;:as,a metodologiado ensino de Ciencias, 0 usa do Iivrodidatico e 0 problema da formac;:aodo professor.

Conforme explicitam os auto res,a analise tem como func;:aooferecersubsidios para que os professores de1"a 4" series reflitam sobre os proble-mas do ensino de Ciencias nessasseries, no sentido da superac;:aodes-ses problemas. Entendem os autoresque alem de apontar as quest6escentrais do ensino de Ciencias, po-dem colaborar com os professoresapresentando sugest6es referentes acada um dos temas analisados.

Ao fango dos 6 capitulos, essestemas sao abordados atraves de di-versos recursos, como: entrevistas

com professores de 1" a 4" series,observac;:ao de aulas - da prepara-c;:aoa execuc;:ao- e text os informati-vos que cham am a discussao e areflexao.

Seja qual for 0 recurso utilizadono tratamento de cada tema, sempreestao presentes quest6es para refle-xao e discussao, sugest6es de ativi-dades e indicac;:ao bibliogratica.

as auto res tem 0 merito de te-rem elaborado um Iivro serio e inte-ressante, onde as discussoes te6ri-cas acerca do ensino de Cienciassao feitas a luz de situac;:6esconcre-tas, enfrentadas por professores ealunos no dia-a-dia da vida escolar,alem de apresentar, ainda que impli-citamente, uma proposta para 0 ensi-no de Ciencias nas quatro primeirasseries do 1° grau.

Nao podemos deixar de notar,entretanto, que a linguagem, desne-cessariamente complexa, e a dificul-dade de operacionalizac;:ao da pro-posta representam obstaculos seriosaos objetivos a que 0 livro se prop6e.

Marla Isabel Iorio Sonclnl