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Maria Eulália Alvarenga Auditório da Faculdade de Arquitetura da UFMG Belo Horizonte, 15 de outubro de 2014 Seminário de Construção do Plano Nacional de Mobilidade Urbana Financiamento

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Seminário de Construção do Plano Nacional de Mobilidade Urbana ‏ Financiamento. Maria Eulália Alvarenga Auditório da Faculdade de Arquitetura da UFMG Belo Horizonte, 15 de outubro de 2014. FORMAS BÁSICAS DE GARANTIR RECURSOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS. - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Maria Eulália Alvarenga

Auditório da Faculdade de Arquitetura da UFMGBelo Horizonte, 15 de outubro de 2014

Seminário de Construção do Plano Nacional de Mobilidade Urbana

Financiamento

Page 2: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

FORMAS BÁSICAS DE GARANTIR RECURSOS PARA IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS.

- Financiamento (empréstimos - contratos ou emissão de títulos)

- Receitas Tributárias

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RECEITAS TRIBUTÁRIAS

Os tributos são a principal fonte de financiamento sustentável das

atividades da União, DF Estados e Municípios.

O financiamento do Estado via arrecadação tributária deve permitir

que o Estado Brasileiro cumpra suas três funções essenciais:

- garantir os recursos necessários ao Estado para a realização do bem

comum;

- ser instrumento de distribuição de renda e indutor do

desenvolvimento social do Pais;

- contribuir para minimizar as diferenças regionais.

Page 4: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

RECEITAS TRIBUTÁRIAS

- Artigo 150 da CF– Limitações do Poder de Tributar - o imposto deve ser justo, concebido segundo os princípios da legalidade e da capacidade contributiva.

- Só se tem o direito de tributar as pessoas em função do superior interesse do Estado, ou seja os tributos só podem ser criados e exigidos por razões públicas e o dinheiro assim obtido deve ter destinação pública.

Page 5: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

RECEITAS TRIBUTÁRIAS

- sistema tributário como expressão política - revela como está

constituído um País – sistema tributário justo ou injusto – vinculado

a correlação de forças políticas

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CARGA TRIBUTÁRIA REGRESSIVA- concentrada em tributos sobre o consumo e renda do trabalho - regressiva

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RECEITAS TRIBUTÁRIAS

UNIÃO – Arts.153 a 154 da CF/88

Imposto sobre Importação e Exportação

Imposto Territorial Rural - ITR

Imposto sobre o Patrimônio e a Renda - IR

Imposto Sobre Produtos Industrializados - IPI

Imposto sobre Crédito, Câmbio, Seguro, etc. - IOF

Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF

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RECEITAS TRIBUTÁRIAS

ESTADOS – arts. 155 da CF/88

Imposto sobre a Circulação e Prestação de

Serviços de Transportes e Comunicação – ICMS

Imposto sobre Transmissão “Causa-Mortis” –ITCD

Imposto sobre Propriedade de Veículos

Automotores - IPVA

Page 9: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

RECEITAS TRIBUTÁRIAS

MUNICÍPIOS – art. 156 da CF/88

Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU

Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza –ISSQN

Imposto sobre Transmissão de Bens “Inter Vivos” -ITBI

Page 10: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

“Sistema da Dívida”

• Utilização do endividamento como mecanismo de

subtração de recursos e não financiamento dos

Estados

• Se reproduz internacionalmente e internamente, em

âmbito dos estados e municípios

• Dívidas sem

contrapartida

• Maior beneficiário:

Setor financeiro

Page 11: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

“Sistema da Dívida”

Como opera

• Modelo Econômico

• Privilégios Financeiros

• Sistema Legal

• Sistema Político

• Corrupção

• Grande Mídia

Dominação financeira e graves consequências sociais

Sistema da Dívida

Mecanismos que Geram Dívida

Interferência do FMI

Privilégios Legais, Políticos,

Financeiros e Econômicos

Influência do Poder

Financeiro

Salvamento Bancário

Page 12: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Alguns Benefícios Tributários - União

- Instituição dos “juros sobre capital próprio”: além

da remuneração através dos lucros - também

remunerado com juros que são pagos aos sócios e

acionistas e contabilizados como despesas pela

empresa - diminui o IRPJ e CSLL – Lei nº 9.249/1995,

art. 9º ;

- Isenção de imposto de renda na distribuição de

lucros e dividendos a pessoas físicas - Lei n°

9.249/95, art. 10 – estimativa de aproximadamente

renúncia de 18 milhões em 2013;

- Extinção do Crime contra a Ordem tributária;

Page 13: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Alguns Benefícios Tributários - União

- Isenção do imposto de renda sobre a remessa de lucros e dividendos

ao exterior;

- Redução da tributação do lucro das empresas – de 25% para 15%- da

Lei n° 9.249/95;

- Isenção total do imposto de renda para investidores estrangeiros no

Brasil em fundos de investimentos - Lei nº 11.312/2006;

- Lei 9.393/1996 favorece os aplicadores do mercado financeiro, da

bolsa de valores e dos fundos de investimento, bem como a tributação

da renda fundiária pelo ITR.

Page 14: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Alguns Benefícios Tributários que poderão ser alterados – Estados e DF

- Aplicar a progressividade no imposto sobre a transmissão causa

mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos –ITCD;

- Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA- – está

no Congresso Nacional PEC 283/2013 - apensada à PEC 140/2012 que

altera a redação do inciso III do art. 155 da Constituição Federal –

para inclusão de veículos automotivos aéreos e aquáticos na base de

incidência .

Page 15: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Alguns Benefícios Tributários que poderão ser alterados – DF e Municípios

- A progressividade EM RAZÃO DO VALOR - no Imposto sobre a Propriedade

Predial e Territorial Urbana- IPTU -   Emenda Constitucional nº 29/2000, que

estabeleceu alíquotas progressivas - modificando a redação do artigo 156, § 1º, da

Constituição Federal de 1988 – pacificado.

-Analisando o IPTU progressivo previsto no Estatuto das cidades - natureza axiológica de

sanção – conflito CTN???- no plano diretor - muito polemico – inclui vários estudos (Plano

Diretor - condições e dos prazos previstos; Lei de Uso de Solo e mudança de Leis

Municipal);

- Aplicar a progressividade no  Imposto Sobre Transmissão de Bens Imóveis por Ato

Oneroso "Inter Vivos“ – ITBI – declarado inconstitucional – só com emenda à CF

Page 16: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

IPVA – IMPOSTO ESTADUAL

DADOS1:

- embarcações de esporte e lazer : estimada em cerca de 168 mil pelo Departamento da Capitania dos Portos (DCP) da Marinha;

-embarcações a motor e a vela com mais de 16 pés de extensão - 58.427 lanchas e 9.261 veleiros = 67.688 embarcações (dados de 2011) da Associação Brasileira de Construtores de Barcos;

- aeronaves entre aviões convencionais, turboélices, jatos e helicópteros =

13.094 (dados de 2011)= dados da Associação Brasileira de Aviação

Geral

1- A Tributação em Revista-Sindifisco Nacional pag. 22

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Lei 12587/2012 – vigência a partir de 13/04/2012

Diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana“Art. 16.  São atribuições da União: I - prestar assistência técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos desta Lei;” 

“Art. 17.  São atribuições dos Estados:” ......“II - propor política tributária específica e de incentivos para a implantação da Política Nacional de Mobilidade Urbana;”

“Art. 25.  O Poder Executivo da União, o dos Estados, o do Distrito Federal e o dos Municípios, segundo suas possibilidades orçamentárias e financeiras e observados os princípios e diretrizes desta Lei, farão constar dos respectivos projetos de planos plurianuais e de leis de diretrizes orçamentárias as ações programáticas e instrumentos de apoio que serão utilizados, em cada período, para o aprimoramento dos sistemas de mobilidade urbana e melhoria da qualidade dos serviços. 

Parágrafo único.  A indicação das ações e dos instrumentos de apoio a que se refere o caput será acompanhada, sempre que possível, da fixação de critérios e condições para o acesso aos recursos financeiros e às outras formas de benefícios que sejam estabelecidos. 

Page 18: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

O QUE PODEMOS FAZER IMEDIATAMENTE ?????

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CIDE– TRIBUTO FEDERAL

Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico – LEI 10336/2001Art. 1º....“§ 1o O produto da arrecadação da Cide será destinada, na forma da lei orçamentária, ao:I - pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás natural e seus derivados e de derivados de petróleo;II - financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás; eIII - financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.

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CIDE– TRIBUTO FEDERAL

Valores Transferidos para Belo Horizonte:

- de Julho/2004 a Janeiro/ 2014 = R$ 43.712.409,58 - em janeiro/2014 = R$ 356.698,37

Valores Transferidos para MG :

- em 2013= R$ 4.791.099,36

Fonte: STN, acesso em 14/10/2014

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Números da Dívida Brasileira

Em 31/12/2013:

Dívida Externa = US$ 485.128.950.263,77 (485 BILHÕES,

128 MILHÕES, 950 MIL, 263 DÓLARES E 77 CENTAVOS - de dólares)

Dívida Interna = R$ 2.986.224.207.362,59 (2 TRILHÕES, 986

BILHÕES, 224 MILHÕES, 207 MIL, 362 REAIS E 59 CENTAVOS)

Artifícios utilizados para “aliviar” o peso dos números:• Dívida “Líquida” • Juros “reais”• Parte dos juros nominais contabilizada como se fosse

Amortização• Exclusão da Dívida Externa “Privada”• Comparação Dívida Líquida/PIB

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1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Dívida Externa (US$ bilhões)

Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC

Década de 70:

dívida da

ditadura

Década de 80:

Elevação ilegal das

taxas de juros

Estatização de dívidas

privadas

Pagamento antecipado ao FMI e resgates com ágio

Década de 90:

PlanoBrady

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1.000

1.500

2.000

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3.50019

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9719

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0820

0920

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1220

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Dívida Interna (R$ bilhões)

Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.

Graves indícios de ilegalidade identificados pela CPI:

Juros sobre juros

Conflito de interesses

Falta de transparência

Page 24: Maria  Eulália Alvarenga Auditório  da Faculdade de Arquitetura da  UFMG

Orçamento Geral da União (Executado em 2013) Total = R$ 1,783 trilhão

Fonte: Senado Federal – Sistema SIGA BRASIL – Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida. Nota: Inclui o “refinanciamento” da dívida, pois o governo contabiliza nessa rubrica grande parte dos juros nominais. Não inclui os restos a pagar de 2013, pagos em 2014.

R$ 718 BILHÕES

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A Queda da TAXA SELIC em 2012

.Em dezembro/2012, Selic a 7,25% mas títulos vendidos a 11,72% em média

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QUAL O VERDADEIRO PAPEL DA DÍVIDA ?

• Instrumento de financiamento do Estado?

Ou

• Instrumento do Poder financeiro que utiliza a

dívida como um mecanismo de transferencia

de recursos do setor público para o setor

financeiro privado?

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CONCLUSÕES

• Necessidade de reforma política e uma profunda reforma tributária

• Instrumento do endividamento público usurpado pelo setor financeiro

• Gestão e políticas do Estado brasileiro orientadas pela concepção e interesses privados

• Nação submissa aos interesses do “Mercado”

• Desenvolvimento socioeconômico travado

• Metade dos recursos orçamentários da União transferidos para pagamento da dívida pública

• Sistema da Dívida se reproduzindo no âmbito dos Estados e Municípios

• Consequências: Sacrifício Social, Exclusão, Miséria e Violência

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PUBLICAÇÕES DIDÁTICAS

WWW.INOVEEDITORA.COM.BR

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Capítulo I – Financeirização mundial,

crise e endividamento público

Capítulo II – Sistema da Dívida e

mecanismos que geram dívida pública

Capítulo III - Auditoria cidadã da dívida

pública

Capítulo IV - Experiências de auditoria e

investigação da dívida pública

Capítulo V - Métodos para a execução de

uma auditoria cidadã da dívida pública

Capítulo VI - Aspectos legais a

considerar em uma auditoria da dívida

pública

Auditoria Cidadã da Dívida: Experiências e Métodos

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Obrigada

Maria Eulália Alvarenga

www.auditoriacidada.org.br