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AVALlA<;iio DA CAPACIDADE VITAL, PELA VENTILOMETRIA EM CRIAN<;AS SAUDAvEIS DO SEXO FEMININO COM FAIXA ETARIA DE 7 A 11 ANOS. Tarso Waltrick, Viviane Amorim . RESUMO: Introdu~ao: A capacidade vital representa a maxima quantidade de ar que se pode ser movimentada para dentro e para fora dos pulmOes, desde a profunda inspira~o ate a mais foryada expira~o ocorrendo assim altera¢es dos volumes pulmonares .Objetivos: Avaliar a capacidade vital atraves da ventilometria em crianc;:as saudaveis do sexo feminino com faixa etaria de 7 a 11 anos e correlacionar a capacidade vital com a idade, peso e estatura. Materiais e Metodos: Foram analisadas 87 crianc;:as do sexo feminino matriculados de 1° a series, na instituic;:ao Coh~gio Salesiano Itajai, situado no municipio de Itajai-SC, no periodo de 1° marc;:o a 31 de maio de 2003. Os materiais utilizados foram: Venti16metro, clip nasal e ficha de coleta de dad as. Para analise estatistica foi utilizado 0 teste de correlayao simples de Pearson da capacidade vital em funyao da estatura , peso e idade. Resultados: A correla9~o da capacidade vital em funyao da idade, peso e estatura foram respectivamente r=0,981, r-O,973, r-O,971. Os resultados determinaram a idade sendo a varia vel de maior influencia nos volumes pulmonares. Conclusao: A literatura e escassa quanta a,os valores de referencia de normalidade em ventilometria para crianlfBs saudaveis na faixa eta ria de 7 a 11 anos. Os resultados obtidos indicam que a idade tem forte influencia para alterayao dos volumes pulmonares. Palavras-chave: crianlfBs; capacidade vital; ventilometria. ABSTRACT Introduction: The vital capacity represents the maximum amount of air that if can be put into motion for inside and for it are of the pulmonary, since the deep inspiration until the most forced expiration thus occurring alterations of the volumes pulmonary. Objective: To evaluate vital capacity through the ventilometry in children healthful of the feminine sex with of age band of 7 Ihe 11 years and 10 correlale Ihe vilal capacily wilh Ihe age. weight and stature. Materials and Methods: Have analyzed 87 children of the feminine sex registered of 1 8 a 8 8 series, in Institution College Salesiano Itajaf, situated no city of ftajaf- Sc no period of 1 3 de March the 31 of May of 2003. The used materials foram: ventilometry, clip nasal and fiche of collection of data. For analysis statistics it was used the test of simple correlation Pearson of the vital capacity in function of the stature, weight and age. Results: The correlation of the vital capacity in function of the age, weight and stature had been respeelively r=O.9S1, r=O,973, r=O.971. The results determine the age being the greater 0 variable influence in the volumes pulmonary. Conclusion: A literature is scarce how much to the values of reference of normality in ventilometry for healthful children in the age band of 7 Ihe 11 resulted yea res. Os galien indieale Ihal the age has fort influences for alteration of the pulmonary volumes. Key - words: children, vital capacity, ventilometry

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AVALlA<;iio DA CAPACIDADE VITAL, PELA VENTILOMETRIA EM CRIAN<;ASSAUDAvEIS DO SEXO FEMININO COM FAIXA ETARIA DE 7 A 11 ANOS.

Tarso Waltrick, Viviane Amorim .

RESUMO:

Introdu~ao: A capacidade vital representa a maxima quantidade de ar que se pode sermovimentada para dentro e para fora dos pulmOes, desde a profunda inspira~o ate amais foryada expira~o ocorrendo assim altera¢es dos volumes pulmonares .Objetivos:Avaliar a capacidade vital atraves da ventilometria em crianc;:as saudaveis do sexofeminino com faixa etaria de 7 a 11 anos e correlacionar a capacidade vital com a idade,peso e estatura. Materiais e Metodos: Foram analisadas 87 crianc;:as do sexo femininomatriculados de 1° a 8° series, na instituic;:ao Coh~gio Salesiano Itajai, situado no municipiode Itajai-SC, no periodo de 1° marc;:o a 31 de maio de 2003. Os materiais utilizados foram:Venti16metro, clip nasal e ficha de coleta de dad as. Para analise estatistica foi utilizado 0teste de correlayao simples de Pearson da capacidade vital em funyao da estatura , pesoe idade. Resultados: A correla9~o da capacidade vital em funyao da idade, peso eestatura foram respectivamente r=0,981, r-O,973, r-O,971. Os resultados determinaram aidade sendo a varia vel de maior influencia nos volumes pulmonares. Conclusao: Aliteratura e escassa quanta a,os valores de referencia de normalidade em ventilometriapara crianlfBs saudaveis na faixa eta ria de 7 a 11 anos. Os resultados obtidos indicam quea idade tem forte influencia para alterayao dos volumes pulmonares.

Palavras-chave: crianlfBs; capacidade vital; ventilometria.

ABSTRACT

Introduction: The vital capacity represents the maximum amount of air that if can be putinto motion for inside and for it are of the pulmonary, since the deep inspiration until themost forced expiration thus occurring alterations of the volumes pulmonary. Objective: Toevaluate vital capacity through the ventilometry in children healthful of the feminine sexwith of age band of 7 Ihe 11 years and 10 correlale Ihe vilal capacily wilh Ihe age. weightand stature. Materials and Methods: Have analyzed 87 children of the feminine sexregistered of 18 a 88 series, in Institution College Salesiano Itajaf, situated no city of ftajaf-Sc no period of 13de March the 31 of May of 2003. The used materials foram: ventilometry,clip nasal and fiche of collection of data. For analysis statistics it was used the test ofsimple correlation Pearson of the vital capacity in function of the stature, weight and age.Results: The correlation of the vital capacity in function of the age, weight and stature hadbeen respeelively r=O.9S1, r=O,973, r=O.971. The results determine the age being thegreater 0 variable influence in the volumes pulmonary. Conclusion: A literature is scarcehow much to the values of reference of normality in ventilometry for healthful children inthe age band of 7 Ihe 11 resulted yea res. Os galien indieale Ihal the age has fortinfluences for alteration of the pulmonary volumes.

Key - words: children, vital capacity, ventilometry

1. Introdu~iio

Oesde que KONNO e MEAD (1967) apresentaram as evidencias de que a caixa toracica e

o abdome comportavam-se como compartimentos, cada urn com urn (mica grau de

liberdade, dentro de limites estreitos de esfor~o respirat6rio, a parede toracica passou a

ser analisada como urn sistema de duplo compartimento. De acordo com WARD et al.

(1992), a partir das mudan~s das dimensoes da caixa toracica e do abdome, avaliadas

em uma (mica dire~o. e passlvel descrever a variayao de volume verificada em cada um

dos compartimentos. Este consistiu do principal avan~ no estudo da cinematica

respiratoria permitindo, alem disso, a possibilidade de medir as propriedades elasticas de

ambos as compartimentos.

o ata de respirar e fundamental para 0 homem. A fun~o primaria do sistema respirat6rio

e a respira~ao, ou seja, uma troca 9asosa eficiente atraves das membranas alveolo-

capilares proporcionada pela ventila~o. A ventila~o possui duas fases, a inspira~o e a

expira~ao, onde um volume de gas se move para dentro e para fora dos pulmoes.

(BETHLEM;2002)

o t6rax corresponde a parte do corpo situada no tronco, entre a abertura toracica superior

e 0 diafragma, este ultimo denominado tambem como 0 septo muscular transversal

t6raco-abdominal, que separa as cavidades toracica e abdominal(DIDIO; 1998). ~

composto de vertebras dorsais au toracicas, costelas, esterno, cartilagens, musculos e

ligamentos(KAPANJI,2000;BETHLEN,2002;SOUGHARD,1989). Na parte media do t6rax

onde 0 eixo das articula¢es costovertebrais se localiza aproximadamente numa dire~o

obliqua a 45°, a aumento do diametro se produz tanto no sentido transversal quanta no

sentido antero-posterior. (KAPANJI,2000)

Assim a gradil costal e a designacao dada ao conjunto formado entre ossos e articula~5es

do t6rax, em toda sua extensao, especial mente quando se analisam as movimentos

articulares, geradores das varia~5es adaptativas do arcabou~o as mudan~as de volume

da cavidade lor~cica, durante a respira,ao.(DIDIO,1998)

As costelas sao constituidas de 12 pares, as verdadeiras (sete primeiros pares) se

articulam diretamente com a estemo; as falsas (tres pares seguintes) se articulam

indiretamente com a estemo mediante cartilagens que se aproximam e se juntam; as

flutuantes (dois ultimos pares) se articulam apenas com a coluna dorsal, pais suas

extremidades anteriores nao se prendem ao esterno, isto e, apenas ~flutuamM. (KENYON,

et ai, 1997)

Os musculos principais da inspira~ao sao as intercostais externos e as supracostais e,

especialmente, 0 diafragma. Para 0 ar entrar dentro dos pulmOes, as musculos

respirat6rios desenvolvem for~a suficiente para veneer a resistEmcia imposta pelos

pulm6es, caixa torac;ca e a conteudo abdominal. Os musculos contribuem no

deslocamento do gas para dentro e para fora dos pulmoes atraves do rnovimento da

parede toracica, estes se dividem em duas categorias, movimento de inspira~ao e

expira.ao. (KAPANJI,2000)

A cabe~ de cada costela se articula com a vertebra correspondente, e se mavem

simultaneamente sobre dais eixos. As costelas superiores apresentam a cabe~a para lela

ao plano frontal e rodam sabre ° eixo do seu colo, a sua extremidade esternal faz um

mavimento para cima e para baixo, aumentando 0 diametro toracico antero-posterior. Este

mavimento e descrita como uSra~o de SombaM. As costelas interiores tornam-se mais

obliquas progressivamente e suas cartilagens costais se tornam mars superiores e finas e

se movem sobre 0 seu eixo longo a partir do seu angulo no esterno. Este movimento e

descrito como "AI~a de Saldene aumenta 0 diametro transverso do t6rax.

(KAPANJI,2000;BETHLEN,2002;SOUCHARD,1989)

o diafragma e responsavel por aproximadamente 75% da altera~ao do volume pulmonar

durante a respira~ao tranqOila. A contray&o diafragmatica, durante a inspira~ao a medida

que 0 diafragma desce vai aumentando 0 volume toracico, diminuindo a pressao

intratoracica e aumentando a pressao intra-abdominal. A expira~ao normal e um

fenomeno puramente passivo de retorno do t6rax sobre si mesmo pela simples

elasticidade dos elementos 6steo-cal1ilaginosos e do parenquima

pulmonar(SOUCHARD,1989). Ja numa expirag~o forgada tem-se a participagao principal

dos abdominais e intercostais internos.

o ar se desloca do meio ambiente ate 0 interior do parenquima pulmonar atraves de

condutos denominados de vias aereas. A crianya, ao nascer, possui uma diminuta

superficie alveolar, porem, ja tem definida toda a ramificac;&:o de suas vias aereas

inferiores que apresentara na idade adulta.(ZELMANOVITZ,2000)

Durante 0 crescimento, estas estruturas desenvelvem-se em dlametro e comprimento, 0

alveolo aumenta em tamanho e numero e este crescimento alveolar val ate

aproximadamente oito anos de idade. (WEBBER, 2002).

Existem varios fatores que contribuem para alterar a fun~ao pulmonar, dentre eles a

idade, sexo, estatura, peso, ra~a, fatores patol6gicos de caixa toracica, posi~ae corporal,

dentre outros.

A idade que no processo de envelhecimento tras decHnio de fun~ao pulmonar; 0 sexo que

interfere a 30% da variagao da fungao pulmonar sendo no sexe feminino os volumes

pulmonares men ores; ap6s 0 sexo a estatura e 0 determinante rna is importante da fungao

pulmonar; 0 peso influencia no aumento de fungao pulrnonar devido urn aumento de

massa muscular com crescimento; a raga sugere que 10 a 15% dos volumes pulmonares

sao menores em populagao negra (Consenso de espirometria).

Denomina-se volumes respirat6rios, ou volumes pulmonares, a quantidade de ar que e

posta em movimento durante as diferentes fases da respiragao e dos diferentes tipos

respirat6rios. (KAPANJI,2000)

A capacidade vital representa a maxima quantidade de ar que pode ser movimentada

para dentro e para fora dos pulmoes, desde a mais profunda inspiragao ate a mais

fon;:ada expira~ao. A capacidade vital representa a soma do volume de reserva

inspirat6ria de ar circulante ou corrente e do volume de reserva expirat6no.

(SPENCER,1991 )

A ventilometria serve para avaliar a ventilacao de forma nao invasiva atraves de um

apare/ho chamado ventil6metro ou respirometro.

Vijayan et ai, 2000 verificaram a capacidade vital forgada em criangas indianas saudaveis

do sexo feminino com faixa etana de 7 a 19 anos, estatura media de 140,42 ± 15,58cm e

peso medio de 32,39 ± 11,23Kg e encontraram urn valor medio de 1,86 ± 0,05 litros.

Zvrev e Gondwe, 2001 encontraram a media da capacidade vital for9l!da de 1,35 ± 0,17

litros em 284 crian~as saudaveis do sexo feminino com faixa elaria de 7 a 11 anos, na

Diante destas informac5es observa~se que a funcao pulmonar sofre aiterac5es

deeorrentes do erescimento.

Assim, este trabalho objetivou verificar a eapaeidade vital atraves da ventilometria em

criancas saudaveis do sexo feminino com faixa eta ria de 7 a 11 anos.

2. Metodologia

o estudo da funCao pulmonar em criancas saudaveis do sexo feminino de faixa eta ria de

7 a 11 anos,foi aprovado pelo comite de ~atieada Universidade do vale de Itajar, sob a

pareeer 165~7.

o estudo foi realizado no Coh~gio Salesiano Itajar, situado no municipio de Itajaf - SC, no

perfodo de 1° marco a 31 de maio de 2003.

A populacao abrangeu 87 individuos do sexo feminino, matriculados de 1° a 8° series, na

instituicao citada anteriormente.

o criteria de inclusao consistiu em ser voluntario, saudavel. sexo feminin~, idade entre 7 e

11 anos, com estatura media entre 1,20 em e 1,60 em e peso medio entre 25 e 50 Kg,

nao possuir nenhuma patologia respiratoria e ortopedica diagnosticada e ter a termo de

consentimento assinado pelo responsavel.

o criteria de exclusao compreendeu as meninas que eram incapacitadas de colaborar au

entender 0 procedimento, 0 nao comparecimenta da crianca, ou ate mesmo alguma

alteraCao diagnosticada na data em que se procedeu a coleta.

Tratou~se de uma pesquisa censitaria com 0 grupo seleeionado conforme os criterios de

inclusao e exclusao. Os materiais utilizados foram:

• Ventil6metro da marca (Feraris Mark 8 Wright Respirometer 100 L) e clip nasal.

• Ficha de coleta de dados.

• Balan~a Bankart.

o procedimento para a coleta consiste em: indivlduo em sedesta~ao, com a t6rax

desnudo, posi4tao vertical e as membros superiores ao longo do corpo.

Fa; solicitado para que os participantes fizessem uma expira4tao maxima partindo de uma

inspirayao profunda. Utilizou-se urn clip nasal para que nao houvesse escape de ar pelo

nariz e verificou-se a capacidade vital pela ventilometria.

A estatura e 0 peso foram verificados com os individuos em posic;:ao ortostatica, em uma

balan~a Bankart calibrada, para medidas em centimetros e quilogramas, respectivamente.

Os dados foram coletados sempre pelo mesmo examinador.

Fa; realizada media e desvio padrao da idade, peso, estatura e capacidade vital das

crian4tas.

Para analise estatlstica foi utilizado a teste de correlayao simples de Pearson da

capacidade vital em fun~ao da estatura , peso e idade.

A analise de vari@mcia(ANOVA), foi aplicada nos diferentes grupos de idade e relacionada

a capacidade vital.

Para lodos as testes, fixou-se a s 0,05 como grau de confianc;:a.

3. Resultados e Discussao

Foram analisados 87 individuos do sexo feminino que cumpriram todos as criterios de

inclusao previamente definidos no termo de consentimento (em anexo). Os dados da

capacidade vital foram obtidos na postura sentada.

A media de idade foi de 9,0 ± 1,4 ano, para peso foi de 35,21 ± 9,87 Kg, e a media de

estatura foi de 1,38 ± 0,11 m, nos indivfduos estudados.

A media da CV em rela4tao a diferentes idades esta apresentada no grafico 1.

Grafico 1. Media de capacidade vital em relat;ao a diferentes idades

Capacidade Vital (I)

m2•40

2'50ftrnj_S ..2,00 ~1,50 __ .

6:~~~,~O,OOJLC='---="---==---==----'=--

18 9 10 11

A relayao de idade, estatura e peso com a CV estao representados respectivamente nos

graficos 2, 3, 4.

7

Grafico 2. Regressao da capacidade vital em funrrao da idade

2,6- 2,4]i 2,2:> 2,0"." 1,8'"." 1,6·0'" 1,4c.

1,2'"u 1,0

Iy = O,2164x+ 0,0241I R = 0 981 I ._---............----..--.

6 7 8 9

Idade(anos)

10 11 12

Grafico 3. Regressao da capacidade vital em fungao da estatura

2 50 = 3,2079x - 2,4662i:::~'"',W, ~z)Co 1,70 V~ .() 1,50 " "

1,0 1,1 1,2 1,3

Estatura(m)

1,4

Gnlfico 4. Regressao da capacidade vital em fungao do peso

2,50 Iv = 0 0447x + 0 39871- I R = 0,973 I /!i 2,30 I;:;: /'"•• 2,10 /.'C~

1,90'C /''u~ 1,70CoV~

() 1,50

20,0 25,0 30,0 35,0 40,0 45,0 50,0

Peso(Kg)

1,5 1,6

Para verificar a alteragao da fungao pulmonar, foi realizada analise de regress;1o simples

para as variilveis: peso, estatura e idade, em fungao da capacidade vital para a amostra

do sexo feminino de 7 a 11 anos de idade (Grilfico 2, 3 e 4) e observou-se que para esta

faixa eta ria existiu uma correlagao positiva da fungl30 pulmonar, quando relacionada as

variilveis acima.

A correlagao da capacidade vital quando relacionada a idade foi de (r=O,981); a

correia gao para as outras variaveis peso e estatura sao respectivamente (r=O,973;

r=O,971), verificando assim a forte influencia da idade nos volumes pulmonares.

Ha concordancia quanta ao aumento da CVF com a idade, as valores crescem com a

idade ate as 17 au 18 anos, quando atingem um platO e comet;am a decair

(EPSTEIN, 1992 e LEBOWITZ et aI1987).

A funyao pulmonar modifica-se com a crescimento. Entre as seis e quatorze anos de vida

a funt;ao pulmonar tern urn aumento progressivo e isto se deve a uma forte influ~ncia da

idade. Durante a crescimento acorrem alterat;6es biol6gicas que implicam em

crescimento corporal, da caixa torc':lcica, dos pulmoes e das vias aereas. Estas alterat;6es

relletem no aumento dos nossos volumes pulmonares (DINWIDDIE, 1992; LEBOWITIZ et

ai, 1987; MAAKAROUN, 1991).

Como citado anteriormente pelo Consenso de Espirometria, a idade, 0 sexo, a peso,

entre outras, sao variaveis que influenciam nos volumes pulmonares. Qutros auto res em

seus estudos com crian~as de mesma faixa etaria citam a estatura como a variavel que

mais influencia no aumento de volumes pulmonares.(VIJAYAN, 2000; LEBQWITIZ et ai,

1987).

Em urn estudo realizado par Simon et al. 2003, com crian93s do sexo masculino de

mesma faixa etMia, tambem encontrou uma maior correla~ao da capacidade vital com a

variavel estatura, indo de encontro a situae;ao verificada em nosso estudo com amostra do

sexo feminin~, que mostra a idade como fator principal de altera~ao dos volumes

pulmonares.

Webber, 2002 afirma que ate aproximadamente as oito anos de idade, estruturas como

caixa toracica, pulmoes e vias aereas desenvolvem-se em diametro e comprimento, a

alveolo aumenta em tamanho e numero refletindo assim no aumento dos volumes

pulmonares como citado anteriormente.

Qutros trabalhos confirmaram a dimorfismo sexual para a CV, send a as valores para

meninos sistematica mente superior aos de meninas (LEBQWITIZ et ai, 1987).

Simon et al 2003, verificou uma estatura media de 1,37 ± O,19m para popula~ao

masculina com a mesma faixa etaria. Em nosso estudo, a media de estatura para

crian~as de sexe feminine foi de 1,38 ± 0,11 m. Vindo de encontro com a trabalho

realizado por Simon et al. 2003 a nosso trabalho apresentou valores medias superiores da

estatura para 0 sexo feminino.

A capacidade vital media das criancas em nosso estudo foi de 1,97 ± 0,50 litros, um valor

menor quando comparada com a amostra no esludo de Vijayan et ai, 2000 em criangas

indianas saudaveis do sexo feminino com faixa elana de 7 a. 19 anos, estatura media de

140,42 ± 15,58 em e peso medio de 32,39 ± 11,23 Kg e para Vijayan 0 valor medio da

capacidade vital foi de 1,86 ± 0,05 litros. Demonstrando que a faixa eta ria dos 12 aos 19

anos, contribuiu para 0 acrescimo na media do volume pulmonar.

No trabalho de Zvrev e Gondwe, 2001 foi observado valores inferiores de capacidade vital

quando comparado ao nosso estudo. A media da capacidade vital forgada em 284

crian9as sauda.veis do sexo feminino com faixa etaria de 7 a 11 anos, na cidade da

Malasia foi de 1,35 ± 0,17 litros com estatura media 124,42 ± 6,95 cm e peso medio de

24,26 ± 4 Kg, esla diferen9a provavelmente devido a estatura e ao peso da nossa

amostra ser superior.

MALLOZI 1995, observou em seu estudo os valores da capacidade vital em cnan9as de

ambos os sexos na populag30 brasileira da cidade de Sao Paulo. Para a amostra na faixa

eta ria de 7 a. 11 anos constiturda de 183 criangas do sexo feminin~ foi encontrado urn

valor medio de volume de 1,83 ± 0,42 litros, com limite inferior observado para estatura de

110cm e a limite superior observado foi de 150cm; enquanto que no nosso trabalho 0

limite inferior observado para estatura foi de 114cm e 0 limite superior observado foi de

161cm. Para 0 peso, a limite inferior observado no trabalho de Mallozi foi de 19,3kg e 0

limite superior observado foi de 57,6kg , enquanto que para 0 nosso trabalho 0 limite

inferior observado foi de 21kg e a limite superior observado foi de 53,5 kg.

A media da capacidade vital em nosso estudo foi de 1,97 ± 0,5 litros, urn pouco maior do

que a trabalho de Mallozi, sugere-se que esla pequena diferenga tenha acontecido devido

a nossa amostra ser constitura de criancas com uma estatura um pouco maior, como ja foi

observado nos estudos de Vijayan, 2000; Chowgule, 1995 e Simon et al. 2003, a estatura

tern uma forte correlag30 com a capacidade vital.

Foi escolhido a posig8.o em sedestag8.o para a coleta de dados devido a biomecanica da

caixa toracica, uma maior zona de aposigao do musculo diafragma (GUYTON, 1997).

A posig8.o sentada alem de oferecer uma melhor biomecanica ventilat6ria, garante uma

maior expans80 de caixa toracica e do pulmao, com conseqOente aumento da capacidade

vital (GUYTON, 1997; SCANLAN, 2000; WEBBER, 2000).

WEBBER, 2002, tambem cita a posicionamento como fator de modificagao dos volumes

pulmonares, citando que em decubito dorsal tern um menor volume, aproximadamente

5% da capacidade vital.

Para se obter resultados mais precisos seria necessario a correlagao entre as variaveis

estatura x peso, idade x estatura e idade x peso devido a isto, e a amostra ser composta

por apenas 87 individuos as dados obtidos devem ser observados com cautela.

A literatura e escassa quanta aos valores de refer~ncia de normalidade para capacidade

vital em crian~s saudaveis do sexo feminin~, a literatura tambem nao traz uma completa

definigao sobre a grau de desenvolvimento do sistema respirat6rio na crianga.

4. Conclusao

A ventilometria serve para avaliar a ventilag80 de forma nao invasiva atraves de urn

aparelho chamado ventilometro ou respirometro. Atraves dela podemos verificar a

capacidade vital de uma pessoa.

Vimos em nosso trabalho que existem varios fatores que contribuem para alterar a fun98.o

pulmonar, dentre eles a idade, sexo, estatura, peso, ra~, fatores patol6gicos de caixa

toracica, posiyao corporal, dentre outros.

Em nosso estudo selecionamos apenas idade, estatura e peso e correlacionamos com a

capacidade vital onde os resultados obtidos indica ram que a idade tern forte influencia

para alteragao dos volumes pulmonares em crian~s saudaveis do sexo feminino com

faixa eta ria de 7 a 11 anos.

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ZVEREV.Y;GONDWE M.Ventilatory Capacity indices in Mlawian Children. East AfricanMedical Joumal. Vol. 78 n'1.January 2001

ANEXOS

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,~~~~ ~~ __ ~~~~ _portador do RG ,~:S~~~:~:~:omiciliadO na rua _

__________________ ,no Estado de , responsavel pelomenor ,fui informado detalhadamente sobre a pesquisa: "Avalia~ao da capacidade vital emcrian~as saudaveis do sexo feminino pela ventilometria". que sera realizada pelosalunes: Tarso Waltrick e Viviane Amorim

Declaro que fui pienamenle esclanx:ido(a) sobre a avalia~o fisico-funcional a que meu fillto serasubmctido c que, fui informado (a), tambem que os objetivos do estudo sao os seguintes: avaliar ncapacidade vital dos escalares.

Estou cienle que os procedimentos a serem desenvolvidos sio (metoda)a) Avalia~iio da capacidade vital: mediante procedimento nAo invasivo, com a utiliza9ao de boca!esterelizavel, que mede a quantidade de ar dos puhn6es, expelido peJa boca.

As avalia~Oesserao realizadas nas dependencias do Colegio Salesiano ltajai.

Eslou cienle de que os proFcssores responsaveis, juntamente com os academicos, eslari'loa mleira disposi~o

para solucionar problemas e eventuais duvidas. Diante do exposto, declaro que a participa~i'lo foi aceila

cspomaneamente e que, por se tratar de trabalho academico sem interesse financeiro, ni'lo tenho direito a

nenhuma remunera~ao, ressarcimento de despesas decorrentes da participa~o da pesquisa ou indeniza~Oes.

Por fim, concordo com a uliliza~ao e divulgar;ilodos resultados da pesquisa, bern como de imagens desde que

preservada a idenlidade.

Obs.: A crianya apresenta alguma altera~o rcspiratoria au ortopedica diagnosticada pelo medico(exemplo: asma)?

N'o() Sim () Qual ? _

Itajai, d' de 200_.

Assinatura do declarante

Aluno(a): Viviane AmorimAluno(a): Tarso Waltrick

Oricntador(a): Esperidiao Elias Aquim Co-oricntador(a): Karen Muriel Simon

FICHA DE AVALIAI;:AO FSIOTERAPEUTICA

Nomc: _Idade: ,.Data de Nascimento '

Sexo: _

RG: _RG (pai ou rcsponsavcl): _

Assinaturu Pacicnte Assinatura (pai ou responsivel)

Itajai, de de 200 __ ,