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Marcia Serra Ferreira Faculdade de Educação da UFRJ [email protected]

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Page 1: Marcia Serra Ferreira

Marcia Serra Ferreira Faculdade de Educação da UFRJ

[email protected]

Page 2: Marcia Serra Ferreira

Objetivo refletir acerca da Prática como Componente Curricular como um possível espaço/tempo de „inovação‟ curricular na

formação inicial de professores.

Interessa-me, especialmente, entender os sentidos de prática que vem sendo produzidos

em diferentes contextos produtores de políticas.

Nesse movimento, busco apontar possibilidades de diálogos entre as políticas

curriculares oficiais e aquelas que são recontextualizadas no âmbito da prática.

Page 3: Marcia Serra Ferreira

Para realizar essa tarefa, dialogo com autores que abordam os currículos como construções sócio-históricas, assim como

com aqueles que reconhecem as especificidades das disciplinas acadêmicas

frente às disciplinas científicas.

Dialogo, também, com produções em políticas de currículo que operam com visões menos

verticalizadas e hierarquizadas das políticas.

Page 4: Marcia Serra Ferreira

Quero olhar, então, para certos documentos oficiais e para a minha universidade „fugindo‟ da noção de que a última apenas „obedece‟ ou

„rejeita‟ os primeiros .

Penso, ao contrário, que operamos nas „brechas‟ desses documentos oficiais,

subvertendo sentidos de prática que se pretendem hegemônicos.

Page 5: Marcia Serra Ferreira

Como as políticas são produzidas em meio a negociações de sentidos, seu caráter

híbrido permite deslizamentos de significados que favorecem leituras

heterogêneas e diversificadas em variados contextos.

Além disso, as „novidades‟ surgem meio a tradições já estabilizadas, que conferem prestígio e poder a determinados sujeitos

e grupos em detrimento de outros.

Nesse processo, vão sendo produzidas disciplinas acadêmicas que não se

submetem às lógicas das várias ciências.

Page 6: Marcia Serra Ferreira

Currículos ... Resultam de processos sócio-históricos;

Envolvem a seleção, a organização e a distribuição de conhecimentos;

Expressam finalidades educacionais;

São produzidos em diversos contextos.

Eles dependem ... dos lugares de onde falamos;

de nossas perspectivas teóricas;

de nossas opções e convicções políticas.

Page 7: Marcia Serra Ferreira

Sentidos de prática presentes na legislação

• múltiplos e heterogêneos (Terreri, 2008):

1. técnico (aplicação de modelos); 2. „teórico‟ (longe da escola); 3. prática social (dimensão política); 4. epistemológico (pesquisa nas ciências da educação e nas ciências de referência); 5. profissional (saberes docentes).

• dimensão prática como um princípio organizador do currículo da formação inicial, ao mesmo tempo em que indica tempos e espaços específicos para a prática.

Page 8: Marcia Serra Ferreira

Resolução CNE/CP 1/2002 trata da dimensão prática ao indicar que ela :

(a) “não poderá ficar reduzida a um espaço isolado, que a restrinja ao estágio, desarticulado do restante do curso”;

(b) “deverá estar presente desde o início do curso e permear toda a formação do professor”;

(c) deverá estar presente “no interior das áreas ou das disciplinas que constituírem os componentes curriculares de formação, e não apenas nas disciplinas pedagógicas”.

Page 9: Marcia Serra Ferreira

Segundo a Resolução CNE CP 2/2002. , as Licenciatura devem destinar tempos e espaços específicos para a prática, o que inclui 400h para a Prática como Componente Curricular.

Como a UFRJ vem lidando com isso?

• Criação de novas disciplinas e/ou RCS;

• Inclusão de carga horária em disciplinas já existentes na grade curricular.

Como estamos escolhendo temáticas que melhor conversam com os sentidos de prática

que vêm sendo produzidos/mobilizados?

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A Prática de Questões Antropológicas Contemporâneas (60h) compreende atividades práticas contextualizadas nos conteúdos da disciplina Questões Antropológicas Contemporâneas, mas voltadas especialmente para o desenvolvimento docente e produção de subsídios pedagógicos e de materiais didáticos ao ensino das Ciências Sociais. As atividades deverão ser realizadas, necessariamente, fora da sala de aula e do horário de aula da disciplina em que estão propostas.

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O RCS Química na Escola será desenvolvido em regime de PCI com a FE. As atividades serão orientadas de maneira integrada por profissionais do IQ e da FE de forma a permitir aos licenciandos tomar contato e conhecer os processos de mediação entre o conhecimento acadêmico e escolar em Química. Será efetivada através de visitas a escola(s) do Ensino Básico selecionada(s) pelo próprio licenciando, em horário de escolha de seu interesse, mas fora da grade horária regular do curso de Licenciatura do IQ. As visitas constarão de questionários aplicados, com possibilidades de entrevistas a professores e alunos. Ao final do período, o licenciando deverá apresentar um relatório crítico sobre sua atividade, o qual será avaliado pelo prof. da disciplina e lançado no SIGA.

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A disciplina Profissão Docente (6oh) foi apresentada pela FE com a seguinte ementa: A formação do professor e o exercício profissional: histórico e perspectivas. O trabalho na Escola e os desafios da educação contemporânea. O saber docente e as particularidades do trabalho do professor. Políticas atuais e profissionalização docente. A questão da autonomia e da identidade profissional. Papel social e função ética e política do professor. Organizações profissionais dos professores.

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Disciplinas acadêmicas (Ivor Goodson)

São construções sociohistóricas;

Constituem campos de disputas por reconhecimento material e ideológico, que são estabelecidos por instâncias internas e externas aos grupos sociais que participam

dessas disputas;

São produzidas em meio a finalidades de caráter „acadêmico‟, „utilitário‟ e „pedagógico‟

.

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Essa diversidade evidencia possibilidades e desafios de inovar os currículos da formação de professores em meio às orientações de cunho

oficial.

Percebo os embates e disputas em torno das definições curriculares como constitutivas de um importante jogo no qual podemos buscar a

fixação de sentidos que democratizem os conhecimentos em nossa sociedade.

O conceito de hegemonia obviamente ganha novos contornos, não correspondendo a um território pré-fixado a ser conquistado ou

combatido, mas como um processo que envolve a construção de „universais‟, ainda que provisórios.