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MARCELO FRANCISCO POMPELLI RESPOSTAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DE PLANTAS DE CAFÉ CULTIVADAS EM DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO E IRRADIÂNCIA Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, para obtenção do título de Doctor Scientiae VIÇOSA MINAS GERAIS BRASIL 2008

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MARCELO FRANCISCO POMPELLI

RESPOSTAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DE PLANTAS DE CAFÉ CULTIVADAS EM DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO E

IRRADIÂNCIA

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, para obtenção do título de Doctor Scientiae

VIÇOSA MINAS GERAIS – BRASIL

2008

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ii

MARCELO FRANCISCO POMPELLI

RESPOSTAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DE PLANTAS DE CAFÉ CULTIVADAS EM DIFERENTES NÍVEIS DE NITROGÊNIO E

IRRADIÂNCIA

Tese apresentada à Universidade Federal de Viçosa, como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, para obtenção do título de Doctor Scientiae

APROVADA: 27 de fevereiro de 2008

_______________________________

Profa. Marília Contin Ventrella

(Co-Orientadora)

_______________________________

Prof. Cláudio Pagotto Ronchi

_______________________________

Prof. Hugo Alves Pinheiro

_______________________________

Dr. Rogério Ferreira Ribas

____________________________

Prof. Fábio Murilo DaMatta

(Orientador)

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ii

DEDICO

Aos meus pais, pelo dom da vida,

A minha esposa Gilmara pela maravilhosa companhia,

A minha irmã Neide por tudo e sempre...

OFEREÇO

Ao meu irmão Nelson Pompelli “in memorian”, que de onde estiver,

tenho certeza, roga pelo sucesso de seus entes queridos...

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iii

AGRADECIMENTOS

A Deus, porque sem sua presença na minha vida, nada teria sentido, sem seu

amor e compreensão como pai, me sentiria só neste mundo.

À Universidade Federal de Viçosa (UFV) e ao Departamento de Biologia

Vegetal, pela oportunidade de realização deste curso.

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq),

pela concessão da bolsa de estudos e à Fapemig pelo financiamento do projeto original.

Aos meus pais, pois sem seu amor e apoio incondicional, não estaria aqui.

Obrigado mãe, por teu amor e sacrifício em toda minha vida e pelo incentivo prestado

na superação em mais esta conquista. Obrigado pai pela sua companhia.

À minha querida esposa Gilmara, que foi mais que uma companheira, foi

amiga, conselheira, leal; adjetivos fundamentais que fazem dela uma pessoa inigualável.

Obrigado por você existir na minha vida; sem você, com certeza, não teria concluído

esta árdua tarefa.

Ao professor Fábio Murilo DaMatta, que, desde o início, me ajudou com

orientação profissional, formação e aprendizagem nesta importante etapa. Obrigado pela

sua dedicação e apoio durante o desenvolvimento deste trabalho.

À professora Marília Contin Ventrella, que dedicou muitas horas na co-

orientação. Muitas foram as dificuldades, muitas foram as superações. Obrigado pela

sua amizade, cumplicidade, paciência e correspondência nos momentos de aflição.

Aos professores da Pós-Graduação em Fisiologia Vegetal, Raimundo Santos

Barros, Marco Aurélio Pedron e Silva e Marcelo Ehlers Loureiro. Obrigado pelos

ensinamentos. Agradecimento especial ao professor Raimundo Santos Barros, que atuou

na co-orientação deste trabalho e não mediu esforços para juntos chegarmos ao êxito na

pesquisa.

Aos professores Hugo Alves Pinheiro e Cláudio Pagotto Ronchi e ao

Dr. Rogério Ferreira Ribas. Em especial aos professores Hugo A. Pinheiro e Cláudio

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iv

P. Ronchi, que se deslocaram de suas Universidades para participação da defesa desta

tese.

Aos amigos Werner C. Antunes, Paulo C. Cavatte e Agnaldo R.M. Chaves

pelos constantes apoios metodológicos e estatísticos. Agradecimento especial ao amigo

Werner, pela parceria em um dos capítulos desta tese, fruto que nos rendeu um artigo

aceito para publicação em Annals of Applied Biology. Obrigado pela incondicional

ajuda de todos vocês.

À amiga Elaine Cristina Cabrini, pela amizade e pelos inúmeros auxílios no

laboratório; tenho fé na sua boa índole. Obrigado por tudo.

Aos colegas do grupo café (Gustavo, Diego, Carla Quinhones, Ângela Ten

Caten, Fábio Santos e Karine), pelo apoio na realização deste trabalho. Agradecimento

especial à Carla Quinhones, pelo auxílio incondicional no dia-a-dia do laboratório e pela

forte amizade.

Aos bolsistas do grupo café (Samuel, Ricardo, Elaine Celin e Fábio), sem

vocês essa etapa teria, com certeza, sido muito mais árdua. Agradecimento especial ao

amigo Samuel, cuja dedicação transpassou os limites do laboratório.

Aos funcionários Carlos Raimundo, Geraldo (Marreco), Mercês, Oswaldo,

Reginaldo, Zé Antônio e Zé Maria, pela amizade e apoio.

A todos que, de uma forma ou de outra, colaboraram para o êxito deste

trabalho, meu eterno agradecimento.

"Agradecer é admitir que houve momentos em que se precisou de alguém; é reconhecer

que o homem jamais poderá lograr para si o dom de ser auto-suficiente. Ninguém

cresce sozinho; sempre é preciso um olhar de apoio, uma palavra de incentivo, um

gesto de compreensão, uma atitude e amor. A todos vocês que compartilharam os

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meus ideais, dedico essa vitória, com a mais profunda gratidão e respeito!"

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vi

BIOGRAFIA

MARCELO FRANCISCO POMPELLI, filho de Lourdes Maria Pompelli e Domingos

Pompelli, nasceu em Chapecó (SC), em 23 de agosto de 1974. Entre 1993 e 1997 cursou

graduação em Ciências Biológicas (Licenciatura e Bacharelado) na Universidade do

Oeste de Santa Catarina. Entre 1999 e 2002 cursou Mestrado em Biotecnologia Vegetal,

Agrícola e Florestal, na Universidade Federal de Santa Catarina, defendendo a

dissertação intitulada "Morfogênese in vitro, Métodos de Micropropagação e

Conservação de Germoplasma de Dyckia distachya Hassler”; que lhe rendeu sete

artigos publicados em revistas nacionais e internacionais, além de comunicações em

congressos. No ano de 2003, cursou Pós-Graduação em nível de Extensão Universitária

em Educação à Distância, na Universidade Metodista de São Paulo. Entre de 2002 e

2004, atuou como professor titular das disciplinas de Fisiologia Vegetal e Botânica de

Fanerógamas, na Universidade do Oeste de Santa Catarina, na qual publicou, em 2002,

um livro sobre Sistemática de Fanerógamas. Em março de 2004, ingressou no

Doutorado em Fisiologia Vegetal, na Universidade Federal de Viçosa, MG. Em

fevereiro de 2008 foi aprovado, como pesquisador nível C, para desenvolver o projeto

intitulado “Inovações tecnológicas para o semi-árido nordestino: fenologia, clonagem,

capacidade de resistência à seca, salinidade e assimilação do nitrogênio em pinhão-

manso (Jatropha curcas L.)”, na Universidade Federal de Alagoas.

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vii

SUMÁRIO

LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS .......................................................... viii

RESUMO ................................................................................................................... xii

ABSTRACT ............................................................................................................... xv

I. Introdução Geral ..................................................................................................... 01

1.1. Literatura citada ............................................................................................. 04

II. Capítulo I: Respostas alométricas e morfologia foliar em café cultivado sob diferentes níveis de irradiância e de nitrogênio ............................... 07

2.1. Introdução ...................................................................................................... 07

2.2. Materiais & Métodos ..................................................................................... 09

2.2.1. Material vegetal e condições de cultivo ............................................ 09

2.2.2. Avaliações alométricas ...................................................................... 10

2.2.3. Avaliações anatômicas ...................................................................... 10

2.2.4. Nitrogênio total .................................................................................. 11

2.2.5. Procedimentos estatísticos ................................................................. 11

2.3. Resultados e Discussão ................................................................................. 12

2.3.1. Avaliações alométricas ...................................................................... 12

2.3.2. Avaliações anatômicas ...................................................................... 14

2.5. Literatura citada ............................................................................................. 19

III. Capítulo II: Fotossíntese, metabolismo antioxidativo e fotoproteção em plantas de Coffea arabica L. avaliadas no inverno e submetidas a diferentes níveis de irradiância e nitrogênio .................................... 23

3.1. Introdução ...................................................................................................... 23

3.2. Material & Métodos ...................................................................................... 25

3.2.1. Desenho experimental ....................................................................... 25

3.2.2. Parâmetros agrometereológicos ........................................................ 25

3.2.3. Área foliar específica ......................................................................... 26

3.2.4. Trocas gasosas e parâmetros de fluorescência .................................. 26

3.2.5. Ensaios bioquímicos .......................................................................... 27

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viii

3.2.5.1. Clorofilas e carotenóides .................................................... 27

3.2.5.2. Açúcares solúveis, amido e aminoácidos ........................... 28

3.2.5.3. Nitrogênio total ................................................................... 28

3.2.5.4. Fluxo metabólico ................................................................ 28

3.2.5.5. Atividade da sintetase da glutamina .................................... 28

3.2.5.6. Enzimas do metabolismo antioxidativo .............................. 29

3.2.5.7. Proteínas solúveis totais ..................................................... 29

3.2.6. Danos celulares .................................................................................. 29

3.2.7. Procedimentos estatísticos ................................................................. 30

3.3. Resultados e Discussão ................................................................................. 30

3.3.1. Ambiente, características foliares e metabolismo do nitrogênio ....... 30

3.3.2. Trocas gasosas e metabolismo do carbono ........................................ 32

3.3.3. Fluorescência, fotoproteção e metabolismo antioxidativo ................ 35

3.4. Síntese dos principais resultados e conclusões .............................................. 45

3.5. Literatura citada ............................................................................................. 46

IV. Chapter III: Allometric models for non-destructive leaf area estimation in coffee (Coffea arabica and C. canephora) ...................................... 51

4.1. Abstract ......................................................................................................... 51

4.2. Introduction ................................................................................................... 52

4.3. Materials and Methods .................................................................................. 53

4.4. Results ........................................................................................................... 54

4.5. Discussion ..................................................................................................... 56

4.6. Acknowledgements ....................................................................................... 57

4.7. References ..................................................................................................... 58

5. Conclusões gerais ................................................................................................... 69

Apêndice I .................................................................................................................. 71

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LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

A = anteraxantina

A = taxa de assimilação líquida de carbono

AC = área das células epidérmicas ordinárias

AE = área estomática

AF = área foliar total

AFE = área foliar específica

APX = peroxidase do ascorbato

CAT = catalase

CE = área do complexo estomático

CHL = clorofila

Ci/Ca = razão entre as concentrações interna e ambiente de CO2

D = fração da energia dissipada termicamente

DC = densidade das células epidérmicas ordinárias

DE = densidade estomática

DEPS = estado de epoxidação dos carotenóides do ciclo das xantofilas

DP = diâmetro polar do estômato (comprimento)

EM = espessura foliar

EP = erro-padrão da média

EROs = espécies reativas de oxigênio

F0 = fluorescência inicial

FAA50 = formalina, ácido acético glacial, álcool 50% (5:5:90; v/v)

Fm = fluorescência máxima emitida

Fm’ = fluorescência máxima sob luz

Fs = fluorescência em steady-state

FS = fotossistema

Fv/Fm = eficiência fotoquímica máxima do FSII

GR = redutase da glutationa

gs = condutância estomática

GS = sintetase da glutamina

IE = índice estomático

LE = diâmetro equatorial do estômato (largura)

MDA = aldeído malônico

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x

MF = massa fresca

N = nitrogênio

P = fração da energia absorvida utilizada na fase fotoquímica da fotossíntese

PA = biomassa da parte aérea

PE = fração da energia absorvida não utilizada na fotoquímica nem dissipada

termicamente

RFA = radiação fotossinteticamente ativa

Rubisco = carboxilase/oxigenase da ribulose-1,5-bisfosfato

SOD = dismutase do superóxido

SR = biomassa do sistema radicular

V = violaxantina

Z = zeaxantina

e = déficit de pressão de vapor entre o interior da folha e a atmosfera

FSII = rendimento quântico do transporte de elétrons

GT = -glutamil hidroxamato

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xi

RESUMO

POMPELLI, Marcelo Francisco, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2008. Respostas anatômicas e fisiológicas de plantas de café cultivadas em diferentes níveis de nitrogênio e irradiância. Orientador: Fábio Murilo DaMatta. Co-Orientadores: Marcelo Ehlers Loureiro e Marília Contin Ventrella.

Dois experimentos foram conduzidos separadamente e analisados como tal, a

fim de investigarem-se os efeitos da irradiância e da nutrição diferencial de nitrogênio

sobre (i) as respostas alométricas e morfológicas e (ii) os mecanismos de fotoproteção

em plantas de café, sob condições de inverno. Procurou-se, ainda, avaliar os atuais

modelos alométricos usados para a estimativa da área foliar do cafeeiro e propor um

novo modelo usando medições não-destrutivas do limbo foliar nas duas espécies de

cafeeiros mais cultivados no mundo (Coffea arabica e C. canephora). No primeiro

experimento, plantas de C. arabica cv Catuaí Vermelho IAC 44 foram cultivadas em

vasos de 12 L, a pleno sol ou sob redução de 50% da irradiância; para cada tratamento

de luz, três níveis de nitrogênio (0, 16 e 23 mM, respectivamente níveis deficiente,

adequado e em excesso) foram aplicados. A deficiência de N causou uma redução

marcante no acúmulo de biomassa, independentemente do ambiente lumínico. Em todo

o caso, as mudas cultivadas a pleno sol acumularam mais biomassa que as plantas

sombreadas, um forte indício de que as taxas fotossintéticas líquidas foram maiores nas

primeiras. A disponibilidade de luz, mas não de nitrogênio, promoveu alterações na

morfologia da epiderme: um aumento da expansão foliar, nas plantas sombreadas,

resultou em diminuição da densidade estomática de forma mais expressiva que a

redução o

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xii

limitações difusivas. As plantas sombreadas exibiram taxas fotossintéticas

significativamente maiores em relação às das plantas cultivadas a pleno sol. Em

contraste, a capacidade fotossintética potencial foi maior nas últimas, bem como nas

plantas +N. Isso sugere que os efeitos positivos da nutrição nitrogenada sobre a

fotossíntese, in situ, pode ter sido aparentemente atenuados pelas resistências difusivas

impostas, presumivelmente, pelas baixas temperaturas noturnas. As plantas –N

apresentaram menor concentração de clorofilas, especialmente nas plantas cultivadas a

pleno sol. Nessas plantas, uma menor concentração de carotenóides, em base de massa,

e a menor atividade da peroxidase do ascorbato foram circunstancialmente associadas

ao acúmulo de H2O2, que pode ter acarretado danos às membranas cloroplastídicas. Por

outro lado, as plantas +N apresentaram maiores concentrações de clorofilas e

carotenóides, fato que possivelmente contribuiu para a elevação da fração da energia

luminosa usada na fotoquímica e uma diminuição da fração dissipada termicamente,

particularmente nas plantas cultivadas à sombra. Nas plantas cultivadas a pleno sol, a

atividade da catalase e da sintetase da glutamina (em decorrência da fotoinibição), são

evidências circunstanciais de maior atividade fotorrespiratória das plantas cultivadas a

pleno sol. Em todo o caso, a aclimatação da maquinaria fotossintética a condições de

pleno sol foi fortemente dependente da disponibilidade de nitrogênio. No terceiro

experimento, mostrou-se que as atuais metodologias de estimação da área foliar do

cafeeiro, em geral, levam a uma subestimação da área foliar real. Desenvolveu-se um

modelo potencial (Y = ß0Xß1), baseado nas duas dimensões do limbo [Área foliar =

0,6626 x (Comprimento x Largura)1,0116]; R2 = 0,996) com alta precisão

acurácia,dispersão normal dos resíduos e ausência de viés, independentemente da

cultivar, do tamanho e da forma da folha . O comprimento apenas (nas não a largura)

pode ser utilizado, com boa acurácia, para a predição da área foliar, porém às expensas

de uma ligeira perda de precisão, principalmente nas folhas com razão

comprimento/largura menor que 2,0 ou maior que 3,0 (8% das folhas amostradas).

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xiii

ABSTRACT

POMPELLI, Marcelo Francisco, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, February 2008. Anatomical and physiological responses of coffee plants grown under different levels of nitrogen and irradiance. Adviser: Fábio Murilo DaMatta. Co-Advisers: Marcelo Ehlers Loureiro and Marília Contin Ventrella.

Two experiments were carried out and analysed separately in order to investigate

the effects of irradiance and nitrogen supply on (i) the allometric and morphological

responses and (ii) photoprotection mechanisms in coffee plants under winter conditions.

In addition, the currently used allometric models for estimating the area of a coffee leaf

was examined, and a new, reliable and accurate model using non-destructive

measurements of leaf dimensions for the two coffee (Coffea arabica and C. canephora)

species economically important worldwide was developed. In the first experiment,

plants of C. arabica cv Catuaí Vermelho IAC 44 were grown in 12L-pots either at full

exposure or under 50% full sunlight; for each light treatment, three nitrogen levels (0,

16, and 23 mM, which were considered as deficient, adequate, and excessive levels,

respectively) were applied. Nitrogen deficiency caused a remarkable reduction in

biomass accumulation, independently of irradiance treatments. In any case, the

seedlings grown at full exposure accumulated more biomass than the shaded

individuals, indicating that photosynthetic rates were higher in the former. Availability

of light, but not of nitrogen, led to changes in epidermis morphology: an increase of leaf

expansion in shaded plants resulted in decreased stomatal density, which was stronger

than the reduction found in stomatal index. Such changes were apparently independent

on variations in stomatal dimensions, but dependent on alterations in the mean area of

epidermal cells. In the second experiment, plants were grown as in the first experiment,

with the exception that only two nitrogen levels (0 and 23 mM) were applied. The low

night temperatures combined with high irradiances, especially in plants grown at full

exposure, significantly impaired the rate of net carbon assimilation due mainly to

diffusive limitations. Shaded plants showed greater in situ photosynthetic rates than

sun-grown plants. In contrast, the potential photosynthetic capacity was larger in the

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xiv

latter, as well as in +N plants than in –N plants. This suggests that the positive effects of

nitrogen nutrition upon in situ photosynthesis should have been masked by the

remarkable diffusive resistances presumably imposed by the low night temperatures.

The –N plants had the lowest concentrations of chlorophylls, especially in sun-grown

plants. In these plants, the smaller concentration of carotenoids on a fresh weight basis

and the lower activity of ascorbate peroxidase were circumstantially linked to increased

H2O2 levels, which may have caused damage to chloroplast membranes. On the other

hand, the +N plants showed higher concentrations of chlorophylls and carotenoids,

which possibly brought about an increase of the light fraction used in photochemistry

and a decrease of the light fraction dissipated thermally, particularly under shade

conditions. In sun-grown plants, activities of catalase and glutamine synthase increased

(despite the occurrence of photoinhibition), which circumstantially evidence higher

photorespiration rates in plants grown in the open. In any case, the acclimation of the

photosynthetic machinery under full sunlight was strongly dependent on the nitrogen

availability. In the third experiment, it was shown that the current main non-destructive

methodologies for estimating the area of coffee leaves underestimate the true leaf area.

A power model (Y = ß0Xß1) based on two leaf dimensions [Leaf area = 0.6626(Length x

Width)1.0116; R2 = 0.996] with high precision and accuracy, random dispersion pattern of

residuals and also unbiased, irrespective of cultivar and leaf size and shape, was

developed. Even when the length (but not width) alone was used as the single leaf

dimension, the power model developed still predicted with good accuracy the leaf area,

but at the expense of some loss of precision, as particularly found for 8% of the leaves

sampled with length-to-width ratios below 2.0 or above 3.0.

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1

I. INTRODUÇÃO GERAL

Das 103 espécies descritas de Coffea (Davies et al. 2006), apenas duas,

C. arabica L. e C. canephora Pierre ex Froehner têm importância econômica no

mercado internacional, recebendo seus produtos comercializados a denominação

genérica de “café arábica” e “café robusta”, respectivamente. O café, depois do

petróleo, é considerado a principal mercadoria no mundo. Seu mercado gera,

anualmente, mais de 90 bilhões de dólares. Cerca de 8% da população mundial, i.e., 500

milhões de pessoas, estão envolvidas no mercado do café, desde o plantio até o

consumo final. Atualmente, cerca de 63% da produção mundial de café deriva-se de

café arábica e os 37% restantes, de café robusta. O Brasil, desde o século XIX, vem-se

destacando como o maior produtor mundial de café, seguido pela Colômbia e Vietnam

(DaMatta & Ramalho 2006).

Originário das florestas tropicais da África, onde é encontrado em estado

espontâneo como vegetação de sub-bosque, desenvolvendo-se, portanto,

permanentemente sob sombra, o cafeeiro expandiu-se e adaptou-se às mais variadas

condições ecológicas da faixa tropical. No Brasil, atualmente, os cafezais vêm sendo

conduzidos quase exclusivamente a pleno sol, enquanto em muitos países da América

Central, por exemplo, a espécie é mais freqüentemente cultivada em sistemas

arborizados. Não obstante, cafeeiros cultivados a pleno sol produzem satisfatoriamente

e, na maioria dos casos, mais que os plantios à sombra. Como conseqüência, o

sombreamento, como prática cultural regular, foi abandonado em várias regiões do

mundo, como no Brasil e no Quênia (Malavolta 2000). Entretanto, tem-se observado

interesse crescente na reimplantação do sombreamento em cafezais, particularmente

porque essa prática está associada à conservação de recursos do ambiente e por permitir

menor uso de insumos para uma produção sustentável de café (DaMatta & Rena 2002).

Apesar de a grande maioria dos trabalhos indicar que o cafeeiro exibe folhas

com características típicas de sombra, sua taxa de assimilação líquida de carbono (A)

pode ser maior a pleno sol que à sombra, desde que a abertura estomática não seja

limitante (DaMatta & Rena 2002). Na maioria dos trabalhos em que se observa maior A

à sombra que a pleno sol, menor condutância estomática (gs) para folhas expostas

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2

parece explicar, em parte, essas observações (Freitas et al. 2003; Kumar & Tieszen

1980). Ressalte-se, todavia, que, pelo menos no Brasil, as cultivares atualmente

plantadas foram selecionadas em ensaios de competição quase sempre conduzidos a

pleno sol e, portanto, podem, potencialmente, apresentar adaptações a altas irradiâncias

em extensão superior àquelas selecionadas para ambientes sombreados (DaMatta 2004).

Com efeito, observa-se freqüentemente em cafeeiros a pleno sol, por exemplo, redução

da área foliar específica (AFE), cloroplastos com menos grana e menos tilacóides por

granum (Fahl et al. 1994), alta razão clorofila a/b e reversão da fotoinibição

relativa89 Tm(a)Tj0.09765 0 09 Tm(a)Tj0.09765 0 0 -0.09765 3060.09765 0 0 -0.09765 3274 -0.09765n0 -0.09765 2810 3199 Tm(a)T80.09765 0 0 -0.09765 2230 3889 Tm(i8Tj0-0.09765 3060 0 -0.09765 3034 3199 Tm(e)0 0 -0.09765r0 -0.09765 3091 2854 Tm(s)Tj0.09765 0á0 -0.09765 3186 3544 Tm(e)TTm(a)Tj0. 0 -0.09765 3204 2509 Tm(e)TTm(a)Tj0. 0 -0.09765 3656 3199 Tm(c3Tj0.09765 0d0 -0.09765 3447 1819 Tm(l)T10.09765 0 0 -0 Tf0.09765 0 0 -0.09765 1874 3889 Tm(3)Tj0.09765 00 0 -0.09765 3968 3199 Tm(A66j0.09765 0D0 -0.09765 3808 2854 Tm(f)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2475 3889 Tm(38Tj0.09765 0M0 -0.09765 4002 3544 Tm(9)Tj0.09765 0 0 -0.09765 4158 2509 Tm(s)630.09765 0 0 -0.09765 2230 3889 Tm(4)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2230 3889 Tm(4)Tj0.09765 0 0 -00 0 -0.09765 4452 3544 Tm(a)Tj0.09765 0&765 0 0 -0.09765 4629 1129 Tm(o)530.09765 0M0 -0.09765 4002 3544 Tm(98310.09765 0 0 -0.09765 4158 2509 Tm(s91 0 -0.09765 3060.09765 0 0 -0.0976550Tj0.09765 0 0 -0.09765 5264 3199 Tm(t)Tj0.09765 0 0 -0.09765 5320 3199 Tm(o1420 -0.09765r0 -0.09765 3091 2854 Tm(o)Tj((a)Tj0. 0 -00 0 -0.09765 5354 2509 Tm(p)310.09765 010 -0.09765 5436 2164 Tm(e)T10.09765 090 -0.09765 5530 3544 Tm(l)T10.09765 090 -0.09765 5530 3544 Tm(l6T10.09765 070 -0.09765 5752 3544 Tm(o)T10.09765 0 Tf0.09765 0 0 -0.09765 4269 3544 Tm(5)Tj0.09765 09765 0 0 -0.09765 5635 2164 Tm(a91Tm(a)Tj0.c0 -0.09765 6004 1819 Tm(p)Tj0.09765 0 0 -0.09765 4158 2509 Tm(60930 -0.09765r0 -0.09765 3091 2854 Tm(6)Tj0.09765 0 0 -0.09765 4158 2509 Tm(6)Tj(a)Tj0.c0 -0.09765 6004 1819 Tm(p3370.09765 0 0 -0.09765 5320 3199 Tm(63930 -0.09765 3060.09765 0 0 -0.0976564820 -0.09765r0 -0.09765 3091 2854 Tm(6)Tj -0.09765í0 -0.09765 6606 2164 Tm(d)T40.09765 0 0 -0.09765 5264 3199 Tm(66820 -0.09765 0 -0.09765 5320 3199 Tm(67370.09765 0i0 -0.09765 6794 2509 Tm(m)T3(a)Tj0.c0 -0.09765 6004 1819 Tm(p8810.09765 0 0 -0.09765 4158 2509 Tm(69700.09765 0 0 -00 0 -0.09765 7113 3199 Tm(e)TTm(a)Tj0.q0 -0.09765 7212 1819 Tm(s)TTm(a)Tj0. 0 -0.09765 7372 1474 Tm(l)TTm(a)Tj0.e0 -0.09765 7401 2854 Tm(r)T40.09765 09765 0 0 -009765 0 0 -0.09765 6407 3544 Tm()Tj10.09765 0i0 -0.09765 6794 2509 Tm(75774 -0.09765n0 -00 0 -0.09765 7113 3199 Tm(e)Tj(-0.09765 0 -0.09765 5320 3199 Tm(78010.09765 0 0 -0.09765 7714 3199 Tm(s900(-0.09765 0 -0.09765 5320 3199 Tm(7956m(a)Tj0. 0 -0.09765 7372 1474 Tm(8056m(a)Tj0.mf0.09765 0 0 -0.09765 8549 3199 Tm(s200(-0.097659765 0 0 -0.09765 8327 2854 Tm(r)170.09765 0i0 -0.09765 6794 2509 Tm(n)T34 -0.09765n0 -0.09765 2810 3199 Tm(i)T30.09765 0d0 -0.09765 3447 1819 Tm(85T30.09765 0 0 -0.09765 8684 3544 Tm(ç)2j(a)Tj0.c0 -0.09765 6004 1819 Tm(83274 -0.09765 0 -0.09765 8885 2164 Tm(s)06m(a)Tj0.mf0. 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da plasticidade aos diferentes ambientes lumínicos (Pandey et al. 2003). Em geral, as

plantas desenvolvem “folhas de sol” e “de sombra” quando aclimatadas a diferentes

níveis de luminosidade. Assim, folhas de sombra, por sua maior área foliar (Fahn 1990),

apresentam menos estômatos por unidade de área que uma folha característica de sol

(Onwueme & Johnston 2000; Salisbury 1927). Por outro lado, a razão entre o número

de estômatos e número de células comuns da epiderme se mantém, em geral, constante,

independentemente das condições de crescimento das plantas (Fahn 1990; Salisbury

1927; Teare et al. 1971).

O nitrogênio (N) é o quarto elemento mais abundante na composição das

plantas, depois do carbono e dos elementos da água (Epstein 1972). A alta exigência do

cafeeiro em N é um fato conhecido há muito tempo, e é acentuada com a idade da planta

(Malavolta et al. 2002), particularmente com o início da produção de grãos. Plantas

lenhosas, em geral, apresentam teores foliares médios de N em torno de 1-2%, enquanto

no cafeeiro esses teores são de 3-4%, podendo chegar a 4-5%. Ademais, valores abaixo

de 2,3% (ou em alguns casos abaixo de 2,7%) já são considerados como deficientes para

a cultura (Moraes 1981). Não havendo outros fatores limitantes, a nutrição nitrogenada

promove o rápido desenvolvimento da planta, o aumento das ramificações dos ramos

frutíferos, o número de gemas florais, a formação abundante de folhas e,

conseqüentemente, o aumento da produtividade do cafeeiro (Malavolta 1980). Sabe-se

que plantas cultivadas sob quantidades inadequadas de N não expressam totalmente seu

potencial genético, pois, sob tais condições, ocorre uma série de alterações

morfofisiológicas, afetando, negativamente, o desenvolvimento das culturas (Evans

1989). Cabe ressaltar, ainda, que plantas bem nutridas, especialmente em N, possuem,

via de regra, um sistema antioxidante (demonstrado por um aumento na atividade das

enzimas do sistema antioxidativo) e fotoprotetor mais robusto (Ramalho et al. 1998;

Ramalho et al. 2000; Yu et al. 1999), fato importante para a aclimatação da planta a

diferentes estresses, como altas irradiâncias, deficiências minerais ou baixas

temperaturas.

A área foliar de uma planta pode ser grandemente afetada pela disponibilidade

de luz e de nutrientes. Com efeito, a área foliar é uma variável-chave para a maioria dos

estudos fisiológicos e agronômicos envolvendo crescimento, interceptação de luz,

transpiração e eficiência fotossintética (Blanco & Folegatti 2005). Portanto, a área foliar

afeta fortemente o crescimento e a produtividade, e a estimativa de área foliar é, pois,

um componente fundamental dos modelos de crescimento das plantas (Lizaso et al.

2003). No cafeeiro, entretanto, o método não-destrutivo atualmente mais utilizado para

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mensuração da área foliar, desenvolvido por Barros et al. (1973), leva a uma

subestimação considerável da área foliar (Tavares-Júnior et al. 2002). Assim, o

desenvolvimento de um novo método não-destrutivo para estimar-se, precisa e

acuradamente, a área foliar do cafeeiro reveste-se de particular importância.

Pretendeu-se, neste trabalho, estudar o efeito da luz e do nitrogênio sobre as

características morfológicas da epiderme, em especial sobre a anatomia dos estômatos,

procurando-se explicar a variabilidade da densidade e do índice estomático com os

níveis de luz. Adicionalmente, avaliou-se a fotossíntese e os mecanismos de

fotoproteção do cafeeiro nas condições de inverno de Viçosa, sudeste do Brasil,

cultivando-se plantas a pleno sol e à sombra, sob dois níveis de nitrogênio. Em adição,

procurou-se avaliar os métodos atualmente utilizados para a estimação da área foliar do

cafeeiro, bem como propor um novo método não-destrutivo de mensuração, que seja, ao

mesmo tempo, confiável, preciso acurado e prático.

(Barros et al. 1973)

1.1 – Literatura citada

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II. CAPÍTULO I

Respostas alométricas e morfologia foliar em café cultivado sob diferentes níveis de irradiância e de nitrogênio

2.1 – Introdução

A luz é um dos fatores-chave que afeta o crescimento e a distribuição dos

tecidos ao longo da planta (Fahn 1990). A aclimatação fotossintética envolve uma

variedade de respostas, tanto em níveis anatômico, morfológico, bioquímico e

fotossintético. Há uma íntima relação entre as características foliares e a irradiância na

qual as folhas são expostas, em especial durante nos primeiros estádios do

desenvolvimento. Em geral, as plantas desenvolvem “folhas de sol” e “folhas de

sombra” quando aclimatadas a diferentes níveis de irradiância. As principais diferenças

anatômicas entre as folhas de sol e de sombra têm sido largamente documentadas. As

folhas de sol apresentam, geralmente, tecidos paliçádicos mais bem desenvolvidos,

maior superfície mesofílica por unidade de área, menor área foliar específica (AFE) e

folhas mais espessas quando comparadas a folhas desenvolvidas à sombra (Esau 1976;

Fahn 1990).

Conjuntamente com o mesofilo, a epiderme também sofre alterações

consideráveis com mudanças na intensidade luminosa. A superfície foliar, em geral, é

maior nas folhas de ambientes com algum grau de sombra, apresentando células

maiores e estômatos mais distantes entre si. Nesse sentido, a densidade estomática (DE),

que representa o número de estômatos por unidade de área, pode variar, dentre outros

fatores, com a irradiância, temperatura, concentração de CO2, e com o status hídrico da

planta, ou mesmo com o genótipo (Christophes0

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que levam à diferenciação da epiderme (incluindo os estômatos) e outros tecidos

foliares (Fahn 1990), exibiria variações mínimas ou negligenciáveis em resposta a

variações do ambiente, conforme preconizado por Salisbury (1927). Desde 1927, pois, o

IE passou a ser usado como mais uma característica morfológica da folha, servindo,

muitas vezes, como ferramenta taxonômica (Ayodele & Olowokudejo 2006; Mishra

1997; Teare et al. 1971). Entretanto, questiona-se a invariabilidade do IE, uma vez que

já foi demonstrado que ele pode variar, dentre outros fatores, com a irradiância (Lake et

al. 2001; Pandey et al. 2003; Rahim & Fordham 1991), com a concentração de CO2

atmosférico (Miyazawa et al. 2006; Uhl & Kerp 2005) e com o status hídrico da planta

(Liao et al. 2005; Zhao et al. 2006). A despeito dessas considerações, muitos autores

descrevem que isso seria um mero erro na interpretação dos dados (Mishra 1997;

Schoch et al. 1980; Tichá 1982). Em todo o caso, correlações negativas entre o IE e a

densidade de células epidérmicas ordinárias (DC) (Liao et al. 2005; Miyazawa et al.

2006; Pandey et al. 2003) ou a área ocupada pelos estômatos (AE) (Mishra 1997), ou

ainda correlação positiva entre o IE e a DE (Hovenden & Schoor 2006; Mishra 1997;

Pandey et al. 2003; Uhl & Kerp 2005), entre o IE e a área das células epidérmicas

ordinárias (AC) (Rahim & Fordham 1991) ou mesmo entre o IE e a condutância

estomática (gs) (Miyazawa et al. 2006) têm sido reportadas em diversos trabalhos

recentes.

Em função de sua origem em ambientes sombreados, o cafeeiro vem sendo

tradicionalmente considerado como uma espécie de sombra. Todavia, há considerável

capacidade de aclimatação das plantas a pleno sol; com efeito, em muitas situações,

cafeeiros a pleno sol produzem mais que aqueles à sombra (DaMatta 2004a, 2004b).

Saliente-se que a aclimatação às altas irradiâncias parece largamente dependente do

status de nitrogênio (N) na planta (Ramalho et al. 2000), o que explicaria, pelo menos

em parte, a alta exigência do cafeeiro em N (DaMatta 2004a). Registre-se, também, que

tanto a disponibilidade de luz, como a de N, podem ter impactos significativos sobre a

fotossíntese e sobre o crescimento e a morfologia da planta (Fownes & Harrington

2004; Guo et al. 2007; Ramalho et al. 2000; Seemann 1989; Warren 2004; Warren &

Adams 2004), mas muito pouco tem sido explorado sobre os efeitos combinados desses

dois fatores em cafeeiros. Neste estudo, foram avaliados os efeitos da disponibilidade de

luz e do N sobre o crescimento e sobre a morfologia foliar em geral, e sobre a

morfologia do estômato em particular, em plantas jovens de café arábica cultivada em

vasos.

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2.2 – Material & Métodos

2.2.1 – Material vegetal e condições de cultivo

Os experimentos foram conduzidos em Viçosa (20º45’S, 42°54’W, 650 m de

altitude), Minas Gerais, em fatorial 2 x 3, sendo duas irradiâncias (pleno sol e à sombra

– 50%) e três níveis de nitrogênio (0, 16 e 23 mM), seguindo-se de um delineamento

inteiramente casualizado. Mudas de café (C. arabica L. cv Catuaí Vermelho IAC 44),

com 3-4 pares de folhas, foram plantadas em vasos de 12 L, contendo uma mistura de

60% de areia e 40% de solo. Após a análise da composição da mistura, realizou-se a

adubação e a correção do pH do substrato, de acordo com análise de solo e

recomendações técnicas para a cultura. A umidade do substrato foi mantida próxima à

capacidade de campo, via irrigações periódicas. Metade das plantas foi cultivada a pleno

sol, e a outra metade, sob telado (sombrite®), com 50% da radiação solar. Nos primeiros

45 dias após o transplante, as plantas foram fertiirrigadas quinzenalmente com solução

nutritiva completa de Hoagland (Epstein 1972). Após esse período, 250 mL de solução

nutritiva de Hoagland, modificada ou não, foram aplicados semanalmente, de modo a

obterem-se três níveis de N: 0, 16 e 23 mM (Tabela 1), respectivamente, níveis de N

deficiente, adequado e em excesso para a cultura. As avaliações e amostragens foram

realizadas entre novembro de 2005 e março de 2006, utilizando-se das folhas mais

novas, totalmente expandidas.

Tabela 1. Composição de macro e micronutrientes de solução nutritiva de Hoagland (Epstein 1972), com modificações, de modo a fornecer três níveis de N. A composição dos demais micronutrientes foi mantida conforme Epstein (1972).

Sal 0 mM 16 mM 23 mM

KCl 4 mM --- ---

KH2PO4 2 mM --- ---

CaCl2 4 mM --- ---

MgSO4 1 mM 1 mM 1 mM

KNO3 --- 6 mM 6 mM

NH4H2PO4 --- 2 mM 2 mM

Ca(NO3)2 4H2O --- 4 mM 4 mM

NH4NO3 --- --- 1 mM

NaNO3 --- --- 6 mM

Fe-EDTA 0,1 mM 0,1 mM 0,1 mM

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2.2.2 – Avaliações alométricas

Cinco meses após o plantio, as plantas foram fracionadas em parte aérea

(folhas e caule) e sistema radicular. As seguintes características morfológicas foram

avaliadas:

(i) área foliar total, (ii) área foliar específica, (iii) biomassa da parte aérea (PA),

(iv) biomassa do sistema radicular (SR), (v) biomassa total e (vi) razão PA : SR. Para a

determinação da área foliar total, as folhas foram digitalizadas, com a utilização de um

scanner de mesa Genius 1200XE (KYE Systems UK Ltd., Croydon, Surrey, UK) e as

imagens foram analisadas pelo software Image-Pro® Plus (version 4.1, Media

Cybernetics, Inc., Silver Spring, EUA). Na determinação do acúmulo de biomassa, as

frações foram secas em estufa 70ºC, 72 h, quando sua massa foi determinada. Para

determinação da AFE, dez discos foliares, de 1,4 cm2, foram secos até peso constante.

Para cálculo da AFE utilizou-se da seguinte fórmula: (Carmello-Guerreiro 1995)

)(sec

)(cos)(

212

kgamassa

mdisdosfoliaráreakgmAFE

2.2.3 – Avaliações anatômicas

De cada repetição, coletou-se uma folha completamente expandida, que foi

fixada por 48 h, em FAA50, e mantida em etanol 70% (Johansen 1940) até o uso.

Fragmentos foliares foram tratados com clorofórmio, 95%, 2 h, sob agitação e, em

seguida, com etanol 70% e água corrente. Posteriormente, os fragmentos foram tratados

com NaOH 10%, 2 h, sob agitação, seguidos de NaOCl 10% até completa clarificação

dos tecidos. Subseqüentemente, os fragmentos foram corados com solução de violeta

cristal, 1%, por 48 h. Os fragmentos foram, então, desidratados em série etílica /

xilólica, e montados entre lâmina e lamínula com resina sintética (Permount®). Para a

determinação da densidade estomática e das células ordinárias da epiderme, foram

escolhidos, aleatoriamente, 20 campos de 0,171 mm2, de acordo com Salisbury (1927).

Para determinação do IE utilizou-se da fórmula: IE (%) = [(DE) / (DE + DC)] x 100, em

que DE e DC, significam, respectivamente densidade estomática e densidade das células

ordinárias da epiderme. A partir das medidas de comprimento e largura do estômato,

obtiveram-se a razão comprimento : largura e a área do estômato, considerando-o como

uma elipse [área =

x (C/2) x (L/2)], em que C e L representam o comprimento e

largura, respectivamente. A área das células epidérmicas ordinárias foi obtida por

subtração entre a área total do campo microscópico e a área ocupada pelos complexos

estomáticos. A densidade das células ordinárias foi calculada a partir de 20 campos,

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com auxílio do programa de análise de imagens, descrito abaixo. Para a determinação

da espessura foliar, fragmentos fixados em FAA50 foram incluídos em 2-hidroxietil-

metacrilato (Leica Microsystems Nussloch, GmbH, Heibelberg, Alemanha), segundo as

recomendações do fabricante, seccionados a 7 m e corados com azul de toluidina

(O’Brien et al. 1965) e montados entre lâmina e lamínula com resina sintética

(Permount®). Todas as medições foram obtidas com auxílio do programa Image Pro®

Plus version 4.1 (Media Cybernetics, Inc., Silver Spring, EUA).

10 m

Co

mp

rim

en

to

Largura

Po

ro

2.2.4 – Nitrogênio total

Amostras foliares foram secas a 70oC, por 72 h, das quais se determinaram o

nitrogênio orgânico (Jackson 1958) e o nitrogênio nítrico (Cataldo et al. 1975). A soma

das duas frações representa o nitrogênio total.

2.2.5 – Procedimentos estatísticos

Cada unidade experimental foi composta por uma planta por vaso. As

análises de correlações foram feitas utilizando-se do programa estatístico Statistica 7.0

(StatSoft, Inc., Tulsa, Oklahoma, EUA) e as diferenças entre as médias dos tratamentos

foram analisadas pelo teste estatístico de Newman Keuls, mediante o programa

estatístico Sigmaplot 9.0 com Sigmastat integration (Systat Software, Inc., San Jose,

CA, EUA).

(Salisbury 1927)

Figura 1. Complexo estomático, evidenci-ando a tomada das dimensões do estômato (diâmetro polar: comprimento e diâmetro equatorial: largura). Em cinza, são represen-tadas as células subsidiárias. A área do com-plexo estomático foi tomado pelo contorno das células subsidiárias e células- guarda.

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2.3 – Resultados e Discussão

2.3.1 – Avaliações alométricas

O cultivo das mudas de cafeeiro a pleno sol causou uma diminuição

significativa na área foliar total e na AFE (13,5% e 16%, respectivamente; Tabela 2).

Por outro lado, o acúmulo de biomassa de raízes e biomassa total foi, em média, maior

(50% e 19%, respectivamente) nas plantas cultivadas a pleno sol que à sombra (Tabela

2). Menor área foliar, porém com maior acúmulo de biomassa, indica que a fotossíntese

das plantas a pleno sol, ao longo do tempo, deve ter sido maior que nas plantas à

sombra. Essas informações suportam as sugestões de DaMatta (2004a,b) de que o

cafeeiro não deve ser considerado uma espécie de sombra, apesar de ter evoluído em

ambientes sombreados.

Via de regra, a maioria dos pesquisadores parece concordar que mudas de café

crescem melhor à sombra que a pleno sol (Maestri & Barros 1977). Todavia,

geralmente, em experimentos em que se comparam plantas nas duas condições de

irradiância, o volume de substrato em que as plantas crescem é, ordinariamente, muito

pequeno. Como a pleno sol a evapotranspiração é maior que à sombra, uma menor

disponibilidade de água para mudas a pleno sol poderia explicar o seu menor

crescimento. O fato de a planta apresentar folhas maiores (e maior área foliar) (Tabela

2) e mais verdes (maior concentração de clorofila por unidade de massa; dados não

mostrados) à sombra que a pleno sol, pode transmitir uma falsa percepção de maior

vigor da planta à sombra. Nesse contexto, cultivando mudas de café por sete meses em

sacolas (11 x 22 cm; ~850 cm3), Paiva et al. (2003) verificaram que, sob 50% de

sombreamento, as mudas apresentavam maior área foliar e massa seca que a pleno sol;

os mesmos autores verificaram, também, que a razão parte aérea : sistema radicular (em

base de massa) foi, respectivamente, 6,0 e 5,6, nas plantas sob 50% de sombra e a pleno

sol. Observa-se, no presente trabalho (Tabela 2), que, ao contrário daqueles autores, a

razão PA : SR foi, respectivamente, 2,2 e 1,5, nas plantas sob 50% de sombra e a pleno

sol. Elevados valores de razão PA : SR são indicativos de uma forte restrição espacial

ao crescimento radicular e, assim, provavelmente, o balanço entre as raízes e a parte

aérea é perdido, i.e., as raízes não conseguem suprir a parte aérea, especialmente de

água (Poorter & Nagel 2000), diferentemente do que foi aqui observado, em que o

crescimento radicular não foi diminuído pelo volume do substrato. Ademais, as plantas

cultivadas à sombra apresentam maior área foliar total e específica e maior razão de

massa foliar (Tabela 2), e as plantas cultivadas a pleno sol maior biomassa do sistema

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radicular. Assim, verifica-se que o cafeeiro cultivado à sombra aloca mais biomassa

para a parte aérea que radicular, enquanto as cultivadas a pleno sol alocam,

proporcionalmente, mais biomassa para o sistema radicular, de forma a compensar a

maior demanda evaporativa da parte aérea nas condições de plena irradiância. Tomados

em conjunto, essas informações sugerem que o cafeeiro, mesmo na fase de muda, pode

crescer a maiores taxas a pleno sol que à sombra, desde que o volume de substrato não

limite a disponibilidade de água para a planta como um todo. Em todo o caso, não se

pode descartar potenciais diferenças interespecíficas no que diz respeito ao crescimento

das plantas de café a pleno sol e à sombra, bem como o papel diferencial de

fitorreguladores (e.g. auxinas, giberelinas) na expansão celular (Kende et al. 1998;

Yang et al. 1996) e na alocação diferencial de biomassa ao longo da planta.

O suprimento de nitrogênio, de modo semelhante à irradiância, também alterou

a partição de biomassa das plantas. Verificou-se que as plantas supridas com 16 e

23 mM de N acumularam mais biomassa total quando em comparação com as

deficientes. Entretanto, a nutrição nitrogenada se traduziu em efeitos mais significativos

no acúmulo de biomassa na PA do que no SR, fato também reportado em mudas jovens

de Picea engelmannii cultivadas sob 10 ou 100 mg N L-1, tanto a pleno sol quanto

Tabela 2. Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0, 16 e 23 mM) sobre os teores foliares de N e variáveis alométricas em plantas jovens de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Médias ± EP (n = 10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

Plantas à sombra Plantas a pleno sol Parâmetros

0 mM 16 mM 23 mM 0 mM 16 mM 23 mM

N total (g kg-1 MS)

19,9 ± 0,7 Ac

32,1 ± 1,3 Ab

35,7 ± 0,5 Aa

20,1 ± 0,2 Ac

29,2 ± 1,0 Ab

37,2 ± 0,8 Aa

Área foliar total (dm2)

8,4 ± 0,6 Ab

19,9 ± 0,8 Aa

21,3 ± 1,4 Aa

7,2 ± 0,7 Bb

17,8 ± 0,8 Ba

17,9 ± 1,8 Ba

Área foliar específica (m2 kg-1)

15,9 ± 0,6 Aa

13,6 ± 0,8 Aa

14,5 ± 0,8 Aa

14,1 ± 0,4 Ba

11,6 ± 0,8 Ba

11,3 ± 0,6 Ba

Biomassa das folhas (g)

6,1 ± 0,5 Ab

14,1 ± 0,7 Aa

15,2 ± 1,1 Aa

5,6 ± 0,5 Ab

15,3 ± 0,8 Aa

14,5 ± 1,6 Aa

Biomassa da parte aérea (g)

9,5 ± 0,8 Ab

19,5 ± 1,0 Aa

20,8 ± 1,6 Aa

9,4 ± 0,9 Ab

22,1 ± 1,6 Aa

20,7 ± 2,5 Aa

Biomassa do sistema radicular (g)

7,6 ± 1,1 Ba

7,9 ± 0,7 Ba

8,4 ± 1,6 Ba

10,8 ± 1,5 Aa

14,1 ± 1,4 Aa

11,0 ± 2,2 Aa

Biomassa total (g)

17,2 ± 1,9 Bb

27,4 ± 1,7 Ba

29,2 ± 3,0 Ba

20,2 ± 2,4 Ab

36,2 ± 2,9 Aa

31,7 ± 4,3 Aa

Parte aérea / Sistema radicular

1,33 ± 0,11 Ab

2,51 ± 0,11 Aa

2,69 ± 0,25 Aa

0,91 ± 0,06 Bb

1,62 ± 0,09 Ba

2,04 ± 0,23 Ba

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sob 30% de irradiância (McKinnon & Mitchell 2003). Dessa forma, a razão PA : SR

elevou-se com o aumento do suprimento de N, independentemente do regime de luz

empregado (Tabela 2). Assim, acredita-se que a partição de biomassa entre a parte aérea

e radicular tenha sofrido alterações diferenciais com a adubação nitrogenada, de

maneira semelhante ao anteriormente reportado em plantas de mandioca cultivadas em

diferentes concentrações de nitrogênio (Cruz et al. 2003).

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plantas cultivadas à sombra, a expansão celular pode ter sobrepujado as divisões

celulares que acarretam aumento do número de células, uma vez que se observou um

aumento médio de 35% na área individual das células e uma redução média de 20% da

sua densidade (Tabela 3). Apesar do fato do número de divisões celulares ser controlado

geneticamente (Nadeau & Sack 2003), o ambiente pode exercer forte pressão e alterar

esse padrão; dessa forma, folhas sombreadas, freqüentemente, apresentam incremento

do número de divisões celulares, como forma de incrementar a área foliar, conforme

descrito para Populus sp. (Ceulemans et al. 1995). Em alguns casos, tanto o número de

divisões celulares quanto a área média das células podem ser aumentados com a

diminuição da intensidade luminosa (Friend & Pomeroy 1970; Salisbury 1927; Yano &

Terashima 2001). A análise de correlações (Tabela 4) demonstra que houve uma

interação negativa significativa (r = -0,987 p = 0,001) entre a densidade das células

epidérmicas ordinárias e a sua área, de modo que, com o sombreamento, a área foliar

unitária é maior, fato que eleva também o volume das células epidérmicas e,

conseqüentemente, reduz sua freqüência. Comportamento semelhante ao observado

neste estudo também foi reportado em Allium sativum (Rahim & Fordham 1991).

As folhas de C. arabica têm padrão dorsiventral, com parênquima lacunoso,

ocupando, em média, 74% do volume do mesofilo (Tabela 3), além de serem

hipoestomáticas, com estômatos paracíticos (Figura 1). Não se verificou diferenças

significativas entre a espessura foliar das plantas cultivadas a pleno sol ou à sombra.

Entretanto, tanto as superfícies adaxial e abaxial da epiderme foram mais espessas nas

plantas cultivadas à sombra que a pleno sol (Tabela 3). É possível, porém, que, devido a

maior demanda evaporativa das plantas cultivadas a pleno sol, a composição da parede

periclinal externa das folhas destas plantas apresentem uma maior proporção de ceras e

cutícula que nas plantas cultivadas à sombra, em especial na superfície adaxial da

epiderme, conforme anteriormente demonstrado para a espécie (Fahl et al. 1994). Cabe

ressaltar, ainda, que o parênquima paliçádico foi significativamente mais espesso nas

folhas desenvolvidas a pleno sol n

7

(

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T

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Sabe-se que a diferenciação estomática é uma característica estabelecida

durante os primeiros estádios do desenvolvimento da folha (Nadeau & Sack 2002;

Radoglou & Jarvis 1990), mas a rota exata ou sinalização que governa essa

diferenciação não está totalmente esclarecida (Bergmann 2004; Lake et al. 2001;

Miyazawa et al. 2006; Salisbury 1927; Serna & Fenoli 2000). Recentemente, tem-se

relatado que, durante a ontogenia foliar, DE e IE são influenciados pela intensidade de

luz e pela concentração de CO2 na qual as folhas maduras se encontravam, o que sugere

que tais folhas tenham um papel significativo no desenvolvimento das novas folhas,

provavelmente pela geração de um sinal sistêmico que envolve a planta como um todo

(Brownlee 2001; Köhler & Mueller-Roeber 2004; Lake et al. 2001; Miyazawa et al.

2006; van Hoof et al. 2006; Yano & Terashima 2001). Apesar de alguns relatos sobre a

alteração do IE em folhas expostas a diferentes irradiâncias (Brownlee 2001; Lake et al.

2001; Miyazawa et al. 2006; Pandey et al. 2003; Rahim & Fordham 1991), pouco se

conhece sobre as reais causas dessa alteração.

Tabela 3. Efeito do sombreamento sobre as características anatômicas da folha, em plantas jovens de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Médias ± EP (n = 10). Letras maiúsculas denotam diferenças significativas (teste t, p = 0,05) entre as médias dos tratamentos.

Parâmetros Plantas a pleno sol Plantas à sombra

Área foliar unitária (dm2) 0,41 ± 0,01 B 0,56 ± 0,02 A

Densidade estomática (estômatos mm-2) 184,42 ± 3,59 A 138,84 ± 4,57 B

Índice estomático (%) 20,08 ± 0,23 A 19,09 ± 0,28 B

Densidade das células ordinárias (células mm-2) 733,65 ± 7,95 A 587,86 ± 13,11 B

Diâmetro polar do estômato ( m) 26,80 ± 0,18 ns 26,89 ± 0,23 ns

Diâmetro equatorial do estômato ( m) 17,79 ± 0,10 ns 17,85 ± 0,16 ns

Área do estômato ( m2) 374,72 ± 3,81 ns 377,24 ± 5,25 ns

Área do complexo estomático ( m2) 1136,46 ± 36,14 ns 1137,94 ± 24,02 ns

Área das células ordinárias ( m2) 1069,09 ± 21,79 B 1437,24 ± 26,75 A

Superfície adaxial da epiderme ( m) 23,17 ± 0,70 B 25,50 ± 0,42 A

Superfície abaxial da epiderme ( m) 16,11 ± 0,39 B 17,28 ± 0,43 A

Parênquima paliçádico ( m) 58,97 ± 1,40 A 54,71 ± 1,24 B

Parênquima lacunoso ( m) 163,85 ± 4,70 A 155,21 ± 4,71 A

Espessura total da folha ( m) 262,1 ± 5,83 A 252,7 ± 5,58 A

PP : PL 0,37 ± 0,01 A 0,35 ± 0,01 A

Espaços de ar no PL (%) 21,63 ± 0,80 B 25,96 ± 0,77 A

Demonstrou-se, neste estudo, que as células ordinárias da epiderme têm uma

alta plasticidade, diferentemente do que ocorre com as células subsidiárias ou mesmo

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com as células-guarda. O sombreamento das folhas acarretou uma elevação de 35% na

área das células epidérmicas ordinárias e uma redução de 20% da sua freqüência, fato

que, em conjunto afetam diretamente o IE, uma vez que foi evidenciado neste estudo,

uma interação positiva entre o IE e a DC (r = 0,500 p = 0,05), e negativa entre o IE e

AC (r = -0,571 p = 0,001). Apesar disso, nenhuma alteração significativa foi percebida

nas dimensões das células subsidiárias ou mesmo nas das células-guarda. Em função

disso, o IE das folhas desenvolvidas a pleno sol e à sombra foi, respectivamente,

20,08% e 19,09%, uma elevação de 5,2% em favor das folhas de sol. Situações

semelhantes às apresentadas neste estudo também foram reportadas em Allium sativum

(Rahim & Fordham 1991), em Arabidopsis thaliana (Lake et al. 2001), em Populus

trichocarpa (Miyazawa et al. 2006) e em Ginkgo biloba (Pandey et al. 2003). Não

obstante, a alteração do IE não foi correlacionada com nenhuma das características

estomáticas avaliadas (Tabela 4), de forma distinta do apresentado por muitos autores,

que descrevem que as alterações no IE são reflexos da alteração das dimensões do

estômato, uma vez que a elevação da DE, com conseqüente diminuição das suas

dimensões, elevaria o IE na mesma proporção (Ceulemans et al. 1995; Ciha & Brun

1975; Lake et al. 2001; Liao et al. 2005; Rahim & Fordham 1991; Salisbury 1927).

Tabela 4. Coeficientes de correlação entre as características foliares, em plantas jovens de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. IE = índice estomático, AF = área foliar, AFE = área foliar específica, DE = densidade estomática, DC = densidade das células epidérmicas, DP = diâmetro polar do estômato, LE = diâmetro equatorial do estômato, AE = área estomática, CE = área do complexo estomático, AC = área das células epidérmicas, EM = espessura foliar. Os valores são significativos a p = 0,05 (*), p = 0,01 (**), p = 0,001 (***), ou não significativos (ns; p > 0,05).

IE AF AFE DE DC DP LE AE CE AC EM

IE ___ -0,423

* -0,018

ns 0,767 ***

0,500 *

0,179 ns

0,344 ns

0,318 ns

0,090 ns

-0,571 ***

-0,236 ns

AF ___ ___ 0,315

ns -0,736

*** -0,769

*** 0,033

ns -0,398

* -0,223

ns 0,273

ns 0,744 ***

-0,162 ns

AFE ___ ___ ___ -0,415

* -0,548

** -0,203

ns 0,171

ns -0,010

ns -0,130

ns 0,538

** -0,399

ns

DE ___ ___ ___ ___ 0,937

* 0,035

ns 0,221

ns 0,149

ns -0,027

ns -0,956

*** 0,029

ns

DC ___ ___ ___ ___ ___ -0,041

ns 0,115

ns 0,038

ns -0,086

ns -0,987

*** 0,181

ns

DP ___ ___ ___ ___ ___ ___ 0,300

ns 0,799 ***

0,309 ns

-0,007 ns

-0,217 ns

LE ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ 0,813

*** -0,326

ns -0,086

ns -0,340

ns

AE ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ -0,019

ns -0,049

ns -0,343

ns

CE ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ -0,043

ns -0,020

ns

AC ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ -0,160

ns

EM ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___ ___

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Ad

PP

LCPL

Ab

FV

Figura 2. Superfície abaxial (A, B) da folha, seção transversal da folha (C, D) e seção paradérmica do parênquima lacunoso (E, F) de plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol (A, C, E) ou à sombra (B, D, F). Ad = Superfície adaxial da folha, Ab = superfície abaxial da folha, PP = parênquima paliçádico, PL = parênquima lacunoso, PE = Parede periclinal externa, PI = Parede periclinal interna, LC = lacunas de ar no parênquima lacunoso, Cl = cloroplastos, FV = feixe vascular, Es = Estômato, CS = Cavidade estomática. Barra 50 m

Neste estudo, a DE foi afetada pelo sombreamento em maior extensão que o IE

(33% e 5,2%, respectivamente), variações similares às relatadas em Ginkgo biloba

(Pandey et al. 2003) e em Vigna sinensis (Schoch et al. 1980). Com o aumento da

expansão foliar, em resposta ao sombreamento, houve uma redução na DE, sem

alterações aparentes nas dimensões dos estômatos, porém com alterações significativas

na área média das células ordinárias da epiderme (Tabela 4 e Figura 2). Isso sugere que

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a diferenciação estomática seja regulada por um mecanismo morfofisiológico diferente

daquele que determina a divisão ou a expansão das células epidérmicas e comprova a

plasticidade diferencial das células ordinárias da epiderme na alteração do IE com a

alteração nos níveis de irradiância.

Os resultados apresentados neste trabalho mostram que o sombreamento afeta a

DE e o IE, embora as alterações neste último sejam mais discretas. Essa alteração

diferencial faz da última uma característica mais aplicável para inferências taxonômicas,

enquanto a primeira é mais adequada para indicar a plasticidade morfológica da espécie

aos diferentes ambientes de luz. Neste sentido, as variações em IE ou mesmo em DE,

em café, podem ser atribuídas à maior plasticidade das células epidérmicas ordinárias, e

não às células estomáticas como apresentado para outras espécies (Ciha & Brun 1975;

Hovenden & Shimanski 2000; Mishra 1997; Onwueme & Johnston 2000; Pallardy &

Kozlowski 1979; Poole & Kürschner 1999).

2.5 – Literatura citada

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a

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III. CAPÍTULO II

Fotossíntese, metabolismo antioxidativo e fotoproteção em plantas de Coffea arabica L. avaliadas no inverno e submetidas a diferentes níveis

de irradiância e nitrogênio

3.1 – Introdução

O café arábica é originário das florestas tropicais da África, onde é encontrado

em estado espontâneo como vegetação de sub-bosque. Entretanto, as cultivares

largamente utilizadas no Brasil foram selecionadas em ensaios de competição quase

sempre conduzidos a pleno sol e, portanto, podem, potencialmente, apresentar

adaptações a altas irradiâncias em extensão superior àquelas selecionadas para

ambientes sombreados (DaMatta 2004). Em todo o caso, o cafeeiro, a pleno sol, pode

ser submetido a um excesso de energia radiante que, por seu turno, pode limitar a

fotossíntese pela inativação dos centros de reação, devido, em parte, à superexcitação da

cadeia de transporte de elétrons, que gera espécies reativas de oxigênio (EROs, e.g.

H2O2, 1O2, OH , O2

-) danosas aos lipídios de membrana (Blankenship 2006). Não

obstante, as plantas podem reduzir a absorção da luz, e.g. via redução da concentração

de clorofilas e aumento da reflectância da radiação incidente (Lambers et al. 1998).

Adicionalmente, a fotoproteção pode ser alcançada pelo aumento da dissipação do

excesso de energia via carotenóides ou pela elevação do metabolismo das EROs, que,

em geral, envolve três mecanismos: (i) a participação de antioxidantes (e.g. -tocoferol,

-caroteno, luteína, violaxantina, anteraxantina e zeaxantina) associados às membranas

lipídicas, (ii) pequenas moléculas antioxidantes solúveis em água (e.g. ascorbato,

glutationa) e (iii) antioxidantes enzimáticos incluindo as enzimas dismutase do

superóxido, catalase, peroxidase do guaiacol e as enzimas do ciclo ascorbato-glutationa

(e.g. peroxidase do ascorbato, redutase do monodesidroascorbato e redutase do

desidroascorbato) (Nishiyama et al. 2006). Coletivamente, esses mecanismos podem

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largamente minimizar potenciais aumentos na concentração de EROs (Blankenship

2006; Bray et al. 2000; Holt et al. 2005). Sem um sistema fotoprotetor eficaz, pode

ocorrer fotoinibição da fotossíntese, caracterizada por um declínio sustentado no

rendimento quântico da fotossíntese e um decréscimo da eficiência fotoquímica máxima

do fotossistema (FS) II (Fv/Fm) e, em muitos casos, por um decréscimo no rendimento

quântico potencial do FSII (Corcuera et al. 2005; DaMatta & Maestri 1997; Ögren

1991). Nesse sentido, a participação dos carotenóides na fotoproteção da maquinaria

fotossintética é de fundamental importância (Demmig-Adams et al. 1996b).

As plantas são capazes de aclimatar suas taxas fotossintéticas a diferentes

intensidades luminosas, o que implica em mudanças substanciais no conteúdo e/ou

composição da maquinaria fotossintética (Demmig-Adams et al. 1996b). Registre-se

que a aclimatação a diferentes ambientes lumínicos pode grandemente depender da

disponibilidade de nutrientes (Lambers et al. 1998), particularmente o N (Evans &

Poorter 1997). Nesse sentido, a fertilização nitrogenada, via de regra, tem efeitos

positivos sobre o crescimento e pode atenuar os efeitos deletérios de condições

ambientais sub-ótimas, i.e., temperaturas marginais (Hikosaka 1997; Lawlor et al. 1987;

Ramalho et al. 2003) e altas intensidades luminosas (Carelli et al. 2006; Evans &

Poorter 1997; Fahl et al. 1994; Ferrar & Osmond 1986; Osmond 1987).

O cafeeiro é uma espécie lenhosa sempre-verde que apresenta taxas de

assimilação líquida de CO2 (A) relativamente baixas, não excedendo a 12 mol CO2

m-2 s-1 (Andrade Neto 2005; DaMatta 2004). Nas condições de inverno de Viçosa,

sudeste do Brasil, tem-se observado taxas negligenciáveis de crescimento (Barros &

Maestri 1974; DaMatta et al. 1999; Silva et al. 2004) em paralelo a uma redução

marcante das taxas de fotossíntese (Chaves et al. 2008; Silva et al. 2004), fato atribuído

tanto a limitações estomáticas como não estomáticas. Portanto, a baixa utilização

fotoquímica da luz pode resultar em fotodanos principalmente no inverno, época em que

são comuns noites com baixas temperaturas seguidas de dias ensolarados. Ademais,

nessa época e, em condições de campo, as folhas do cafeeiro podem exibir menor

concentração de N, em função da grande remoção desse elemento pelos frutos (até 95%

do N total da planta; Cannell 1975), que são colhidos normalmente até junho, fato que

pode levar a uma deficiência nitrogenada na planta. Em última análise, a deficiência de

N poderia exacerbar a ocorrência 56 2 84.81 0.56250 81.93 -2 0.09765 0 6509765 0 0 -0.09765 3777 10811 Tm3901 Tm(a)Tj0.09765 0 0 -0.097086 Tm(a)Tj0.09765 0 0 -0.09765 33412 11846 Tm(e)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2840 118.09765 5137 10466 Tm(o)Tj0965 33412 11846 Tm(e)Tj0.09765 0 0 -020965 33412 11d.09765 5335 10121 Tm(r)Tj0909765 0 0 -0.09765 3462 11846 Tm(r)T50.09765 0 0 -0.09765 4362 11846 Tm(c)Tj0865 33412 11846 Tm(e)Tj0.09765 0 0 -060865 33412 110.09765 5734 10121 Tm(e)Tj0

a

ecs7T5 33412 11846 Tm(e)Tj0.09765 0 0 -627.09765 0 0 -0.09765 4174 11846 Tm(ê)T60.09765 0 0 -m.09765 6490 8396 Tm(e)Tj0.90 -0.09765 3777 10811 Tm3901 Tm(a)Tj0.090..09765 0 0 -0.09765 2185 11846 Tm(o)T67..09765 0 0 -0.09765 6882 9431 Tm(t)Tj02.09765 0 0 -0.09765 3851 11846 Tm(c)T692.09765 0 0 -0.09765 7064 8741 Tm(a)Tj02.09765 0 0 -0.09765 3851 11846 Tm(c)T712.09765 0 0 -s.09765 7209 10121 Tm(n)Tj00765 2840 118.09765 5137 10466 Tm(o)T725609765 0 0 -0.097-0.09765 7432 11156 Tm(a)Tj2309765 0 0 -0.09765 7064 8741 Tm(a)Tj52765 33412 11846 Tm(e)Tj0.09765 0 0 - 0 3uei

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olttC

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típicas de inverno do sudeste do Brasil, a principal região produtora de café arábica do

mundo.

Os objetivos deste trabalho foram, portanto, avaliar o comportamento

fotossintético e fotoprotetor de plantas de café no inverno submetidas a diferentes níveis

de N e avaliar os efeitos da disponibilidade desse elemento sobre a aclimatação das

plantas a diferentes ambientes lumínicos.

(Cannell 1975; Ramalho et al. 2000)

3.2 – Material & Métodos

3.2.1 – Desenho experimental

Os experimentos foram conduzidos em Viçosa (20º45’S, 42°54’W, 650 m de

altitude), Minas Gerais, em fatorial 2 x 2, sendo duas irradiâncias (pleno sol e à sombra

– 50%) e dois níveis de nitrogênio (0 e 23 mM), seguindo-se um delineamento

inteiramente casualizado. Mudas de café (C. arabica L. cv Catuaí Vermelho IAC 44),

com 3-4 pares de folhas, foram plantadas em vasos de 12 L, contendo mistura de 60%

de areia e 40% de solo. Após a análise da composição da mistura, realizou-se a

adubação e a correção do pH do substrato, de acordo com análise química e

recomendações técnicas para a cultura. A umidade do substrato foi mantida próxima à

capacidade de campo, via irrigações periódicas. Metade das plantas foi cultivada a pleno

sol, e a outra metade, sob telado (sombrite®), com 50% da radiação solar. Nos primeiros

45 dias após o transplante, as plantas foram fertiirrigadas quinzenalmente com solução

nutritiva completa de Hoagland (Epstein 1972). Após esse período, 250 mL de solução

nutritiva de Hoagland, modificada ou não, foram aplicados semanalmente, de modo a

obterem-se dois níveis de N: 0 e 23 mM, conforme a Tabela 1. As avaliações e

amostragens foram realizadas entre junho e julho de 2007, utilizando-se das folhas mais

novas, totalmente expandidas, do terceiro ou quarto par, a partir do ápice, de ramos

plagiotrópicos.

3.2.2 – Parâmetros agrometeorológicos

O déficit de pressão de vapor entre o interior da folha e a atmosfera ( e) foi

calculado conforme Landsberg (1986). Para isso, foram tomadas, ao longo do período

de avaliação das trocas gasosas, as temperaturas do ar (bulbo seco e bulbo úmido) e da

folha, utilizando-se, respectivamente, de um psicrômetro e de um termopar associado à

pinça de um fluorômetro modulado (FMS2, Hansatech, Norfolk, Reino Unido).

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A radiação fotossinteticamente ativa (RFA) foi medida com um sensor também

acoplado à pinça do fluorômetro. Alternativamente, RFA foi também medida com um

fotômetro/radiômetro (Li-185, LI-Cor, Lincoln, Nebraska, EUA). (Landsberg 1986)

Tabela 1. Composição de macro e micronutrientes da solução nutritiva de Hoagland (Epstein 1972), com modificações, de modo a fornecer dois níveis de N. A composição dos demais micronutrientes foi mantida conforme Epstein (1972).

Sal 0 mM (–N) 23 mM (+N)

KCl 4 mM ---

KH2PO4 2 mM ---

CaCl2 4 mM ---

MgSO4 1 mM 1 mM

KNO3 --- 6 mM

NH4H2PO4 --- 2 mM

Ca(NO3)2 4H2O --- 4 mM

NH4NO3 --- 1 mM

NaNO3 --- 6 mM

Fe-EDTA 0,1 mM 0,1 mM

3.2.3 – Área foliar específica (AFE)

Dez discos de 1,4 cm2 foram coletados de cada planta, secos em estufa a 70ºC,

por 72 h, quando sua massa foi determinada. Para cálculo da AFE utilizou-se da

seguinte fórmula:

)kg(asecmassa

)m(cosdisdosfoliarárea)kgm(AFE

212

3.2.4 – Trocas gasosas e parâmetros de fluorescência

A taxa de assimilação líquida do carbono (A), a condutância estomática (gs) e a

razão entre as concentrações interna e ambiente de CO2 (Ci/Ca) foram medidas às 12:00-

14:00 h, em sistema aberto, sob concentração de CO2 ambiente, com um analisador de

gases a infravermelho portátil (LICOR 6400, Li-COR, Lincoln, Nebraska, EUA).

Os parâmetros de fluorescência da clorofila (CHL) a foram também determinados

naqueles horários, bem como na antemanhã, nas mesmas folhas utilizadas para as

medições das trocas gasosas, por meio do fluorômetro com pulso modulado, descrito

acima. Após serem adaptados ao escuro, por 30 min, tecidos foliares foram inicialmente

expostos a pulsos de luz vermelho-distante [1-2 mol (fótons) m-2 s-1] para a

determinação da fluorescência inicial (F0). Em seguida, pulsos de luz saturante, com

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irradiância de 6000 mol (fótons) m-2 s-1 e duração de 1 s, foram aplicados para

determinar-se a fluorescência máxima emitida (Fm). Nas amostras adaptadas ao escuro,

a eficiência máxima do FSII foi estimada pela razão entre as fluorescências variável e

máxima, Fv/Fm = (Fm-F0)/Fm. Para a obtenção da fluorescência em steady-state (Fs),

utilizou-se uma irradiância actínica artificial de 500 e 1000 mol (fótons) m-2 s-1,

respectivamente para plantas cultivadas à sombra ou a pleno sol. Essa irradiância,

aplicada por 300 s, foi equivalente à irradiância média interceptada pelas folhas à

sombra e ao sol. Subseqüentemente, pulsos de luz saturante [6000 mol (fótons) m-2 s-1;

1 s] foram aplicados para medir-se a fluorescência máxima das amostras sob luz (Fm’).

Com esses parâmetros, estimou-se a fração da energia absorvida utilizada na fase

fotoquímica da fotossíntese (P), a fração da energia dissipada termicamente (D) e a

fração de energia absorvida não utilizada na fotoquímica nem dissipada termicamente

(PE) (Demmig-Adams et al. 1996b).

3.2.5 – Ensaios bioquímicos

Para a determinação da atividade da sintetase da glutamina (GS) e de

carboidratos e aminoácidos, amostras foliares foram coletadas entre 7:00-9:00 h. Para a

determinação de enzimas do metabolismo antioxidativo, e danos celulares, amostras

foliares foram também coletadas entre 12:00-14:00 h. Para determinação da

concentração de pigmentos, amostras foliares foram coletadas na antemanhã e entre

12:00-14:00 h. Todo o material vegetal foi imediatamente congelado em nitrogênio

líquido e, em seguida, armazenado a -80ºC, até o uso.

3.2.5.1 – Clorofilas e carotenóides

Dois discos foliares foram homogeneizados em acetona 90%, a 4ºC.

O homogenato foi transferido para um microtubo, e expurgado com N2 gasoso durante

2 min. Após 30 min de repouso, os microtubos foram centrifugados a 15000 g, 10 min,

4ºC. O sobre.09765 0 (g)Tj0.09765 0 0 -0.09765 7000 10366.09765 0 0 -0.09765 3158 68166 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3214 96766 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3158 68320 Tm(.09765 0 (g)Tj0.09765 0 0 -0.09420 Tm(.09765t09765 0 0 -0.09765 3476 6471 TTm(e)Tj0.09760.09765 0 0 -0.09765 3807 10611 Tm(C)Tj0.09765 0 0 -0.09765 3735 49917 Tm(b)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2786 13836 Tm(.09765t09765 0 0 -0.09765 3476 64811 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 3957 49948 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3214 94048 Tm00 10366 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 4349 10220 Tm(.09765f09765 0 0 -0.09765 4289 96761 Tm(o)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2686 14361 Tm(o)Tj0i)Tj0.09765 0 0 -0.09765 4519 96764 Tm(.09765f09765 0 0 -0.09765 4289 96036 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 3957 44636 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 4331 75611 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 4744 78518 Tm(r)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2853 14864 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 4900 78513 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3214 95013 Tm00 10366 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 5472 71121 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 4900 75264 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 4744 75320 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 5306 75087 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 4900 7571 TTm(e)Tj0.09765 0 0 -0.09765 5253 64521 Tm(.09765é09765 0 0 -0.09765 5661 71614 Tm(s)Tj0.09760.09765 0 0 -0.09765 5472 71036 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3214 95913TTm(e)Tj0.09760.09765 0 0 -0.09765 3807 13664 Tm(s)Tj0.09765 0 0 -0.09765 6123 49921 Tm(.09765 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 6278 10366 Tm(.09765f09765 0 0 -0.09765 4289 96467 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 3957 4691 TTm(.09765.09765 0 0 -0.09765 4331 76566 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 4744 76635 Tm(.09765.09765 0 0 -0.09765 5306 76702 Tm00 10366 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 5472 76711 Tm(4)Tj0.09765 0 0 -0.09765 6980 81963 Tm(o)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2686 17014 Tm(s)Tj0 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 7478 10290 Tm00 10366.09765 0 0 -0.09765 3214 97396 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 3957 4791 TTm(O)Tj(â09765 0 0 -0.09765 7533 75066 Tm(s)Tj0 )Tj5 0 0 -0.09765 7673 10396 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 7763 78566 Tm(O)Tj(.09765 0 0 -0.09765 4744 7816 TTm(.09765.09765 0 0 -0.09765 5306 77902 Tm00 10366 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 5472 78664 Tm(s)Tj0d09765 0 0 -0.09765 8173 96764TTm(e)Tj0.09760.09765 0 0 -0.09765 3807 1036 TTm(.09765p09765 0 0 -0.09765 8439 10365 Tm(o)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2686 1711 TTm(.09765.09765 0 0 -0.09765 5306 78602 Tm00 10366 )Tj0.09765 0 0 -0.09765 5472 78366 Tm(s)Tj0d09765 0 0 -0.09765 8173 96873TTm(e)Tj0.09760.097648 Tf0.09765 0 0 -0.09765 1874 10711 TTm()Tj/F1 2048 Tf0.09765 0 0 -0.09765 6014 70711 TTm()Tj/,45.0976ETq10.097 Tf311 TTm()cm92.21 -96 m92.21 -32 l92.21 -24 93.12 -6 Tm3.81 -66 c94.43 -63 95.31 -6 Tm.43 -61 c97.62 -60 98.87 -1 Tm(En-60 c101.81 -6 Tm.17 -66 Tm4.21 -6 Tc106.12 -63TTm.12 -67 Tm.21 -2 Tc111.21 -2 Tl110.68 -6 T108.56 -6 Tm5.17 -3Tc102.66 0.3161 TTz(En2Tm3.31 Tc88.56 2103.81 0.5661 T81.93 - Tc79( 1- 785.17 -66 76.21 -67Tc70.12 -60 63.87 -4 57.93 -1 c66 T.1 T46.87 3967.1 T3Tc39.62 3106.21 7.1 T33.93 1.17 c31(En0.66366 28.43 -6107.21 -3 c07.62 5.87 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0 -0.09765 2187 1091 TT2136)Tj/p09765 0 0 -0.09765 2187 10623 T2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 2686 10723 T2136)Tj/s09765 0 0 -0.09765 2292 10801 T2136)Tj/t09765 0 0 -0.09765 2853 10718 T2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 2686 1095 T12136)Tj/ )Tj0.09765 0 0 -0.09765 2932 13021 T2136)Tj/f09765 0 0 -0.09765 3186 8196 TT2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 2686 1326 TT2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 3874 10353 T2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 3424 75021 T2136)Tj/.09760.09765 0 0 -0.09765 3807 1066 T12136)Tj/i09765 0 0 -0.09765 3735 4991 TT2136)Tj/d09765 0 0 -0.09765 2786 13837TT2136)Tj/.09765 0 0 -0.09765 3963 1032 TT2136)Tj/n1 2048 Tf0.09765 0 0 -0.09765 4906 8502 TT2136

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28

440 nm, e as áreas dos cromatogramas dos respectivos padrões (VKI, Horsholm,

Dinamarca), obtidos naquele comprimento de onda, de acordo com método descrito em

Ramalho et al. (1997). O estado de epoxidação dos carotenóides do ciclo das xantofilas

(DEPS), envolvendo os componentes do ciclo das xantofilas, violaxantina (V),

anteraxantina (A) e zeaxantina (Z), foi calculado con

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30

(Biosystems LTDA, São José dos Pinhais, PR, Brasil). Detalhes adicionais estão

descritos em Lima et al. (2002). (Lima et al. 2002)

3.2.7 – Procedimentos estatísticos

À exceção dos parâmetros fotossintéticos e de fluorescência, que foram

tomados em blocos, as demais variáveis foram submetidas à análise de variância

segundo delineamento inteiramente casualizado. Quando necessário, os dados foram

transformados para seguir uma distribuição normal, usando-se para isso o teste de

Kolmogorov-Smirnov. As análises de correlações foram feitas utilizando-se do

programa estatístico Statistica 7.0 (StatSoft, Inc., Tulsa, Oklahoma, EUA) e as

diferenças entre as médias dos tratamentos foram analisadas pelo teste t, mediante o

programa estatístico Sigmaplot 9.0 com Sigmastat integration (Systat Software, Inc.,

San Jose, CA, EUA).

3.3 – Resultados e Discussão

3.3.1 – Ambiente, características foliares e metabolismo do nitrogênio

Nos meses de avaliação, a temperatura mínima média foi de 8,7ºC, e a máxima,

de 25,5ºC. Entretanto, foi comum o registro de temperaturas abaixo de 6ºC e superiores

a 28ºC (Figura 1). Grande parte das coletas foi realizada no mês de julho, quando se

registraram as temperaturas anuais mais baixas (a média anual das temperaturas

mínimas e máximas foram, respectivamente, 15,8ºC e 26,6ºC). Salienta-se que, em

Viçosa (MG), durante o inverno, há predominância de baixas temperaturas,

especialmente noturnas, com baixa nebulosidade e baixa umidade relativa do ar ao

longo do dia. Em todo o caso, as plantas dos diferentes ambientes lumínicos estiveram

expostas a déficits de pressão de vapor similares, em torno de 3,0 kPa, ao meio-dia

(Figura 2).

O teor foliar de nitrogênio total foi, em média, 58% maior nas plantas +N em

relação às plantas –N, que exibiram teores deficientes de N, i.e., inferior a 27 g kg-1 MS

(Moraes 1981), independentemente do ambiente lumínico, ao contrário das plantas +N,

em que o teor foliar foi superior a 30 g kg-1 MS (Tabela 2), independentemente da

irradiância. O aumento da disponibilidade de N foi acompanhado por aumento do teor de

aminoácidos solúveis totais (30%) e de proteínas solúveis totais (146%), bem como na

atividade da GS (~115%) (Tabela 2). Resultados semelhantes foram observados em

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31

plantas de Manihot esculenta cultivadas com 3 e 12 mM de N (Cruz et al. 2004).

Mesmo sem efeito aparente do sombreamento sobre a concentração de aminoácidos totais

(Tabela 2), a atividade da GS foi significativamente maior (30%) nas plantas cultivadas a

pleno sol em comparação àquelas sob sombra (Tabela 2) para um dado nível de N. Essas

diferenças sugerem que o aumento relativo da atividade da enzima nas plantas a pleno sol

possa estar mais diretamente associado à fotorrespiração que com a síntese de novos

aminoácidos (Guo et al. 2007; Linka & Weber 2005; Oliveira et al. 2002).

A fotorrespiração também poderia explicar a maior atividade da GS nas plantas +N, uma

vez que se sabe que a atividade da enzima é diminuída sob deficiência do mineral (Cruz et

al. 2003).

Tem

pera

tura

(ºC

)

A

0,0

8,0

16,0

24,0

32,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 290,0

8,0

16,0

24,0

32,0

1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31

B

Temperatura (ºC

)

Figura 1: Temperaturas máximas ( ) e mínimas ( ) diárias registradas em junho (A) e julho (B) de 2007. As linhas horizontais representam a média mensal daquelas temperaturas e as regiões grifadas de cinza, as datas de coleta. Fonte: Estação Climatológica, UFV.

Aa

e (k

Pa)

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

+ N N

AaAa Aa

Figura 2: Déficit de pressão de vapor entre o interior da folha e a atmosfera ( e) em plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol (colunas vazias) ou sob 50% de irradiância (colunas cheias) em 0 ou 23 mM de N. Cada coluna representa a média ± EP (n = 10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

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32

A AFE foi, em média, 7% maior nas plantas desenvolvidas à sombra em relação

àquelas desenvolvidas a pleno sol (Tabela 2). Em contrapartida, as plantas +N mostraram

menor AFE (em média 8%) quando comparadas às plantas –N. A influência da

irradiância sobre a AFE tem sido largamente documentada em diferentes espécies

vegetais (Fahn 1990; Salisbury 1927; Valladares et al. 2000), em que folhas de sombra,

por receberem menor intensidade de fluxo de fótons, traduzem esse efeito pelo aumento

da área foliar por unidade de massa. Por outro lado, parece não haver relação entre a

nutrição mineral e a AFE, num padrão que se acredita ser mais influenciado pela alocação

diferencial dos nutrientes, em especial o nitrogênio, entre as plantas dos distintos

ambientes lumínicos do que da nutrição per se (Evans & Poorter 1997; Fahl et al. 1994;

Valladares et al. 2000). Neste estudo, entretanto, o incremento da disponibilidade de N

promoveu redução na AFE em extensão maior que o efeito da luz (Tabela 2).

Tabela 2: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre as características foliares, frações nitrogenadas, aminoácidos livres totais, atividade da sintetase da glutamina (avaliadas pela produção de -glutamil hidroxamato; GT) e proteínas solúveis totais em plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Médias ± EP (n = 6-10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúscula s

2

1

1

4

,

5

7

5

±

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8

1

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/

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p 11285sa e metabolismo do carbono2048 Tf0.08935 0 0 -0.08935 2627 5799 Tm.

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33

por outros autores sob condições semelhantes de cultivo às deste estudo (DaMatta et al.

1997; Silva et al. 2004). Dentre os mecanismos que explicariam os baixos valores de A,

em café, a baixa condutância difusiva, i.e. estomática e mesofílica, parece ser

preponderante nessa resposta (Araújo 2006; Silva et al. 2004). De qualquer modo, o frio

afeta negativamente as taxas fotossintéticas, tanto no cafeeiro (DaMatta et al. 1997;

Ramalho et al. 2003; Silva et al. 2004) como em outras espécies lenhosas (Corcuera et

al. 2005), devido, em parte, ao comprometimento da capacidade de fixação do CO2

provocada pelas baixas temperaturas. Todavia, é provável que limitações difusivas

tenham papel de destaque na magnitude de A, fato evidenciado pelos baixos valores de

gs e de Ci : Ca. Com efeito, tem-se sugerido, para o cafeeiro, que as baixas temperaturas

noturnas podem afetar em larga extensão gs, independentemente de as temperaturas

diurnas serem adequadas às trocas gasosas (Bauer et al. 1985). Acredita-se, também,

que, em café, o frio possa diminuir a condutância mesofílica, reduzindo a

disponibilidade de CO2 nos sítios de carboxilação da rubisco e, pois, afetando

negativamente A (Bauer et al. 1985; Silva et al. 2004). Cumpre ressaltar que, apesar da

estimativa de Ci ser sujeita a uma série de erros potenciais, especialmente quando gs é

baixa, parece razoável admitir-se que, devido à natureza homobárica das folhas do café,

não se tenha sobrestimado a razão Ci : Ca (DaMatta 2003). Por outro lado, salienta-se

que a capacidade fotossintética potencial, que pode ser deduzida da radioatividade total

incorporada (ensaio sob condições saturantes de luz e CO2 e, portanto, sem efeitos de

limitações difusivas) foi inferior nas plantas –N em relação às plantas +N,

independentemente se cultivado à sombra ou a pleno sol (Tabela 4). Isso demonstra que

os efeitos positivos da nutrição nitrogenada sobre a fotossíntese, in situ, devem ter sido

aparentemente atenuados ou mesmo anulados pelas resistências difusivas impostas

presumivelmente pelas baixas temperaturas noturnas, especialmente nas plantas a pleno

sol (cf. Tabelas 3 e 4).

Os tratamentos aplicados não afetaram consistentemente as concentrações de

glicose e de frutose (Figura 3). Em contraste, os teores de sacarose e de amido foram

menores nas plantas –N que nas +N, independentemente da irradiância. Considerando-

se que as plantas –N acumularam menos biomassa (dados não mostrados), os seus

menores teores de sacarose e de amido podem ser um reflexo de uma menor taxa de

fotossíntese, integrada ao longo do tempo nas plantas –N.

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Tabela 3: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a assimilação líquida de carbono (A), a condutância estomática (gs) e a razão entre a concentração interna e externa de CO2 (Ci : Ca) em plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Cada valor representa a média ± EP (n = 10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

Plantas a pleno sol Plantas à sombra Características

–N +N –N +N

A ( mol CO2 m-2 s-1) 1,5 ± 0,1 Ba 1,6 ± 0,1 Aa 2,1 ± 0,2 Aa 2,1 ± 0,3 Aa

gs (mmol m-2 s-1) 19,0 ± 0,7 Aa 12,2 ± 0,1 Ab 13,1 ± 0,7 Ba 10,8 ± 1,0 Ab

Ci : Ca 0,55 ± 0,04 Aa 0,46 ± 0,05 Aa 0,46 ± 0,04 Aa 0,41 ± 0,04 Aa

Tabela 4: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a partição do 14C fotossintético em folhas de plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Valores de radioatividade incorporada nas diferentes frações (aniônica = ácidos orgânicos; catiônica = aminoácidos; neutra = açúcares solúveis totais; e insolúvel = amido e componentes de parede celular) são expressos em kBq m-2. Valores representam a média ± EP (n = 6). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

Plantas a pleno sol Plantas à sombra Frações

–N +N –N +N

Aniônica 60 ± 1,0 Ab 87 ± 1,0 Aa 58 ± 2,5 Ab 77 ± 1,4 Ba

Catiônica 79 ± 1,4 Ab 162 ± 4,8 Aa 69 ± 2,8 Ab 146 ± 3,4 Ba

Neutra 1202 ± 21,3 Ab 1833 ± 24,5 Aa 1111 ± 23,7 Bb 1724 ± 22,7 Ba

Insolúvel 139 ± 1,4 Aa 86 ± 1,0 Ab 98 ± 4,3 Ba 89 ± 1,6 Ab

Total 1480 ± 21,2 Ab 2168 ± 25,4 Aa 1337 ± 23,6 Bb 2036 ± 21,6 Ba

Os dados de fluxo metabólico (Tabela 4), obtidos sob condições ótimas de luz,

CO2 e temperatura, indicam que as plantas cultivadas a pleno sol exibiram maior

capacidade fotossintética (maior radioatividade total incorporada; 6-10%) quando

comparadas às plantas de sombra, a despeito de A ter sido ligeiramente, porém

significativamente, menor nas plantas ao sol. Verificou-se, ainda, que a capacidade

fotossintética potencial das plantas –N foi, em média, 33% menor que a das plantas +N

em fixar o 14CO2. Todavia, a partição de 14C para a síntese de amido foi maior nas

plantas –N (Tabela 4). Nessas plantas, pode ter ocorrido um desbalanço entre C e N, de

forma que grande parte do carbono fotossintético foi acumulada transientemente nas

folhas, sob a forma de amido primário, em vez de seguir para síntese de aminoácidos e

ácidos orgânicos, como deve ter ocorrido nas plantas suplementadas com N. Essa

hipótese pode ser confirmada pelo efeito inverso na síntese de açúcares solúveis, que foi

maior nas plantas suplementadas. Além disso, o NO3-, per se, pode diretamente afetar a

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síntese de amido, por reprimir a atividade da pirofosforilase da ADP-glicose, mas não

da sintase da sacarose-fosfato, sugerindo que a síntese de amido poderia ser estimulada

sob baixos níveis de N (Stitt et al. 1989).

glic

ose

mm

ol k

g M

F-1

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

Bb

AaAaAa

Ab

Ab

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

Aa

BaAbAa

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

0,00

40,00

80,00

120,00

160,00

Bb

Ab

AaAa

Aa

Aa

+ N N + N N

frutose mm

ol kg M

F-1

amido m

mol kg

MF

-1

saca

rose

mm

ol k

g M

F-1

Figura 3: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a concentração de açúcares solúveis e amido em plantas de Coffea arabica L. As plantas foram cultivadas a pleno sol (colunas vazias) ou sob 50% de irradiância (colunas cheias). Cada coluna representa a média ± EP (n = 6). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

3.3.3 – Fluorescência, fotoproteção e metabolismo antioxidativo

A razão Fv/Fm das plantas –N cultivadas a pleno sol foi menor que 0,75

(Figura 4), valor inferior ao mínimo encontrado nas plantas cultivadas à sombra, porém

semelhante ao valor apresentado por DaMatta et al. (1997) para cafeeiros avaliados no

inverno. Nas plantas –N, cultivadas a pleno sol, independentemente do horário de

avaliação, houve queda discreta (10%), porém significativa na razão Fv/Fm, fato não

observado entre as plantas +N e –N cultivadas à sombra (Figura 4). Possivelmente,

devido aos efeitos combinados das baixas temperaturas noturnas e altas irradiâncias

diurnas, valores de Fv/Fm inferiores a 0,65 foram observados nas plantas –N cultivadas a

pleno sol (Figura 4). Os menores valores de Fv/Fm reportados no inverno podem estar

relacionados à presença de um aceptor de elétrons parcialmente reduzido, possivelmente

devido à baixa mobilidade da plastoquinona sobre a membrana tilacoidial,

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especialmente após noites frias seguidas de dias com altas irradiâncias (Havaux 1987;

Larcher & Neuner 1989), como acontece em Viçosa, no inverno. Ressalte-se, ainda, que

essa redução pode ter sido uma conseqüência, e não uma causa, da perda de capacidade

de assimilação do carbono, na medida em que menores taxas de fotossíntese

requereriam menos ATP e menos NADPH (Silva et al. 2004). Ressalte-se, também, que

decréscimos sustentados na razão Fv/Fm, no inverno, têm sido associados com a

retenção noturna de grandes quantidades de zeaxantina e anteraxantina, fato atribuído

aos efeitos inibitórios do frio sobre a enzima desepoxidase da violaxantina, que converte

a zeaxantina e anteraxantina a violaxantina, com a diminuição da irradiância (Demmig-

Adams & Adams III 1992; Demmig-Adams et al. 1996a). Neste estudo, o acúmulo

noturno de anteraxantina e zeaxantina (Tabelas 4 e 5) são evidências circunstanciais de

que o frio tenha afetado aquela enzima, fato suportado pela correlação negativa entre o

acúmulo de A+Z e a queda de Fv/Fm (r = -0,832 p

0,001; Figura 6a). Outras

evidências de que o frio, por inibir a desepoxidase da violaxantina, provoca diminuições

significativas na razão Fv/Fm também foram reportadas em outras espécies (Logan et al.

1998a; Verhoeven et al. 1997). Com efeito, a queda da razão Fv/Fm, associada com

elevação de F0, nas plantas cultivadas a pleno sol, porém mais marcantemente nas

plantas –N, pode ainda ser atribuído à fotoinativação do FSII, possivelmente associada à

degradação da proteína D1 (Martínez-Ferri et al. 2004; Ramalho et al. 2003), ou então a

um desacoplamento parcial e temporário entre as antenas e os centros de reação dos

fotossistemas (DaMatta & Maestri 1997). A persistência da fotoinativação do FSII nas

plantas –N, cultivadas a pleno sol, pode ser confirmada pela ausência de recuperação

do Fv/Fm na antemanhã. Em contraste, os maiores valores de Fv/Fm das plantas +N,

especialmente naquelas cultivadas à sombra, mostram que estas foram menos afetadas

pela imposição dos estresses, na medida em que exibiram recuperação da eficiência do

FSII (Figura 4), com maiores valores de P e menores de D e PE (Figura 5). (DaMatta et

al. 1997)As membranas tilacoidais das plantas aclimatadas às baixas irradiâncias

possuem uma grande concentração de pigmentos-antena associados aos centros de

reação dos fotossistemas e uma menor quantidade de componentes de transporte de

elétrons (Anderson 1986). A elevação na concentração de carotenóides e/ou uma

redução da concentração de clorofilas pode auxiliar as plantas a minimizar a

fotooxidação (Corcuera et al. 2005). Dessa forma, uma menor concentração de

clorofilas nas plantas cultivadas a pleno sol, sem alterações significativas nos níveis de

N nas folhas, fez reduzir a razão CHL/N nessas plantas, indicando que o decréscimo na

concentração de clorofilas não foi diretamente associado à disponibilidade de N. Nesse

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contexto, a menor concentração de CHL pode ser considerada como um mecanismo de

ajuste entre a absorção e a utilização fotoquímica da luz. Portanto nas plantas cultivadas

a pleno sol, bem como naquelas deficientes em N, uma menor concentração de

clorofilas, e menor razão CHL/N, seria vantajoso, uma vez que diminuiria a absorção de

fótons, contribuindo, assim, na atenuação dos efeitos deletérios das altas irradiâncias

(Martínez-Ferri et al. 2004). Ademais, como A e Z também são capazes de dissipar o

excesso de luz absorvida, atenuando a formação de 1O2, o aumento do pool de

xantofilas, tanto em base de massa ou de CHL, e a conversão de V em A e Z (Tabelas 6

e 7) nas folhas das plantas –N, independentemente da irradiância, podem indicar maior

capacidade fotoprotetora (Logan et al. 1998a). Entretanto, a menor absorção de luz e a

fotoproteção associada ao ciclo das xantofilas não foram suficientes para evitar danos à

maquinaria fotossintética, visto que foram registrados, nas plantas cultivadas a pleno

sol, menores valores de Fv/Fm e maiores valores de F0 (Figura 4), além de maiores

concentrações de H2O2, MDA e maiores taxas de extravasamento de eletrólitos (Tabela

8; ver à frente).

50

90

130

170

210

50

90

130

170

210

F0

B

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

FF

vm

/

C

0,60

0,65

0,70

0,75

0,80

0,85

FF

vm

/

12:00 h 05:00 h

D

Aa*

Bb*

Ba*Ab*

F0

A

12:00 h 05:00 h

Aa

Bb

AaAa

Ab

Aa

Ab

Aa*Aa*

Ba*

Ba*

Aa

Plantas a pleno sol Plantas à sombra

Figura 4: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 mM; colunas pretas) e 23 mM; colunas cinzas) sobre a fluorescência basal (F0) e a eficiência fotoquímica máxima do FSII (Fv/Fm) em plantas de Coffea arabica L. As plantas foram cultivadas a pleno sol (A, C) ou sob 50% de sombreamento (B, D). Cada coluna representa a média ± EP (n = 10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística entre os horários, para um mesmo nível de nitrogênio e irradiância, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância estatística entre os níveis de nitrogênio, dentro de um mesmo horário e irradiância (teste t, p = 0,05) e asteríscos (*) denotam significância entre os níveis de irradiância (teste t, p = 0,001).

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38

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

Ab

A

Bb

Aa

Ba

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

Ba

Aa

Bb

Ab

0,00

0,05

0,10

0,15

Ba

Aa

Ba

Aa

B

C

+ N N

+ N N

P

D

PE

Figura 5: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a fração da energia utilizada na fase fotoquímica da fotossíntese (A), da energia dissipada na forma de calor (B) e na energia não utilizada na fase fotoquímica e nem dissipada como calor (C), avaliadas em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol (colunas vazias) ou sob 50% de irradiância (colunas cheias). Cada coluna representa a média ± EP (n = 10). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

Embora uma das principais respostas freqüentemente observadas em plantas

desenvolvidas à sombra seja o decréscimo da razão CHL a/b, neste trabalho (Tabela 5),

a exemplo de outros relatos em café (Chaves et al. 2008; Dias 2006; Fahl et al. 1994),

tal razão parece responder pouco ou nada às variações na irradiância. Ademais, houve

pequena ou nenhuma alteração na razão clorofilas/carotenóides entre plantas ao sol e

sob sombra, quando o padrão esperado de resposta seria um decréscimo relativo nessa

razão nas plantas à plena exposição solar, de modo a permitir-lhes uma maior

capacidade de dissipação da energia de excitação, principalmente via operação do ciclo

das xantofilas (Demmig-Adams & Adams III 1996; Ma et al. 2003). Por outro lado,

verificou-se, uma queda, da antemanhã para o meio-dia, da concentração de CHL, com

a elevação da irradiância, fato também relatado em outros estudos (Corcuera et al. 2005;

Martínez-Ferri et al. 2004), o que poderia auxiliar na redução da absortância foliar nas

horas de maior elevação solar.

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Tanto em base de CHL como em base de massa, independentemente dos

tratamentos e dos horários de avaliação, a luteína foi o principal carotenóide acumulado

nas plantas (em média 41,3% na antemanhã e 38% ao meio-dia) (Figura 7). O teor dos

demais carotenóides variou, de forma que a violaxantina foi o segundo principal

carotenóide na antemanhã (20%) e o de menor acúmulo ao meio-dia (3,9%). Com a

elevação da irradiância, a zeaxantina tomou lugar de destaque, passando da quinta para

a segunda colocação (6,4% e 24% na antemanhã e meio-dia, respectivamente).

A posição dos demais carotenóides variou pouco, mas dentre estes pode-se destacar o

-caroteno, com acúmulo relativo de 5,7 e 9,9% na antemanhã e ao meio-dia,

respectivamente. Em base de CHL, a concentração de anteraxantina, luteína, zeaxantina

e -caroteno foi maior nas plantas –N em comparação às +N, especialmente nas plantas

expostas a pleno sol, as quais apresentaram menor razão / -caroteno devido à queda

mais acentuada nos níveis de -caroteno que nos de -caroteno (Tabela 6).

Tais resultados confirmam o papel da luteína, zeaxantina e do -caroteno como os

principais carotenóides envolvidos na dissipação térmica da energia radiante e estão em

consonância com os dados apresentados para o gênero Coffea (Ramalho et al. 2003) ou

mesmo para outras espécies lenhosas (Corcuera et al. 2005; Demmig-Adams et al.

1996b; Valladares et al. 2000). Ressalte-se, também, que as correlações da razão Fv/Fm

com as concentrações de zeaxantina (r = -0,674) e de zeaxantina mais anteraxantina (r =

-0,832) na antemanhã (Figura 6a) sugerem que o acúmulo noturno desses carotenóides

deve ter papel de destaque na queda da razão Fv/Fm. Resultados semelhantes foram

também reportados em Vitis labrusca (Chen & Chen 2003), em Mahonia repens (Logan

et al. 1998b) e em outras espécies herbáceas (Logan et al. 1998a). Apesar de o frio ter

causado danos aos fotossistemas, fato evidenciado pelas variações em Fv/Fm e F0

(Figura 4), os maiores conteúdos absolutos de carotenóides em base de massa, incluindo

aqueles do ciclo das xantofilas, especialmente nas plantas +N cultivadas à sombra

(Tabela 5 e 7), traduziu-se-lhes, possivelmente, em maior capacidade de dissipar a

radiação excessiva. Como conseqüência, a formação de H2O2, MDA e extravasamento

de eletrólitos (Tabela 8) foram reduzidos. Saliente-se, também, que houve uma

correlação positiva entre a concentração de N e a razão Fv/Fm (Figura 6b), o que sugere

que a manutenção de elevada eficiência fotoquímica do FSII pode ser altamente

dependente da disponibilidade de N.

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40

0

20

40

60

80

100

120

140

160

0,60 0,65 0,70 0,75 0,80

Fv/Fm

A

+

Z

(chl

)

A

0,85 0,90

BN

Fv/Fm0,60 0,65 0,70 0,75 0,80 0,85 0,90

15

18

21

24

27

30

33

36

Figura 6: Correlações de Pearson entre a concentração (em base de clorofila) de anteraxantina + zeaxantina (A + Z) e a razão entre as fluorescências variável e máxima (Fv/Fm) (r = -0,832, p = 0,001) (A) e entre a concentração foliar de N e a razão Fv/Fm (r = 0,596, p = 0,001) (B), em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol e sob 50% de irradiância. Os dados foram obtidos na antemanhã.

Tabela 5: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre o conteúdo foliar de clorofilas e carotenos em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Valores representam a média ± EP (n = 6). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística entre os horários, para um mesmo nível de nitrogênio e irradiância, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância estatística entre os níveis de nitrogênio, dentro de um mesmo horário e irradiância (teste t, p = 0,05); asteríscos (*) denotam significância entre os níveis de irradiância (teste t, p = 0,001).

Plantas a pleno sol

Plantas à sombra

Características 05:00 h 12:00 h

05:00 h 12:00 h

-N +N -N +N

-N +N -N +N

CHL (a + b) (g kg-1 MF)

1,65 Ab

3,37 Aa

1,03 Bb

2,56 Ba

1,79 Ab*

4,02 Aa*

1,62 Ab*

3,82 Aa*

CHL (a / b) (g kg-1 MF)

2,61 Aa

2,67 Aa

2,83 Aa

2,55 Aa

2,61 Aa

2,61 Aa

2,88 Aa

2,63 Aa

CHL / Carot. (g kg-1 MF)

2,60 Aa

2,96 Aa

2,23 Aa

2,95 Aa

2,88 Aa

3,08 Aa

2,97 Aa

3,21 Aa

CHL / N (mg kg-1)

80,48 Aa

125,35

Aa 50,42 Bb

75,90 Aa

99,15 Ab*

133,26 Aa*

81,12 Ab*

99,15 Aa*

Carot. / N (mg kg-1)

18,90 Aa

25,23 Aa

13,36 Ba

16,70 Aa

25,02 Aa*

28,70 Aa*

21,02 Aa*

20,89 Aa*

Carotenóides totais (g kg-1 MF)

0,42 Ab

0,71 Aa

0,29 Bb

0,53 Ba

0,52 Ab

0,87 Aa

0,35 Bb

0,79 Aa

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Tabela 6: Conteúdo foliar de xantofilas e carotenos em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância em 0 e 23 mM de N. Os valores são expressos em g kg-1 de clorofila e representam a média ± EP (n = 6). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística entre os horários, para um mesmo nível de nitrogênio e irradiância, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância estatística entre os níveis de nitrogênio, dentro de um mesmo horário e irradiância (teste t, p = 0,05); asteríscos (*) denotam significância entre os níveis de irradiância (teste t, p = 0,001).

Plantas a pleno sol

Plantas à sombra

Características

05:00 h 12:00 h 05:00 h 12:00 h

-N +N -N +N

-N +N -N +N

Neoxantina 32,8 Aa 34,8 Aa 28,4 Aa 34,5 Aa 56,1 Aa* 37,3 Ab* 32,4 Ba* 34,6 Aa*

Violaxantina 52,8 Aa 40,5 Ab 5,4 Ba 7,3 Ba

72,5 Aa 43,2 Ab 5,0 Bb 16,7 Ba

Anteraxantina 30,6 Aa 20,4 Aa 23,6 Aa 9,5 Bb

40,6 Aa 14,1 Ab 13,0 Ba 13,8 Aa

Luteína 97,2 Aa 91,9 Aa 114,1 Aa 92,5 Aa

157,8 Aa 93,1 Ab 85,6 Ba 79,3 Aa

Zeaxantina 20,4 Ba* 12,4 Ba* 116,8 Aa*

54,2 Ab*

37,0 Aa 7,9 Bb 52,2 Aa 31,4 Aa

-Caroteno 4,5 Aa 4,4 Ba 6,2 Aa 8,7 Aa

4,5 Ba* 5,6 Ba* 9,3 Ab* 12,9 Aa*

-Caroteno 17,1 Ba 11,2 Ba 30,1 Aa 18,0 Ab

14,1 Ba 13,0 Ba 23,8 Aa 21,7 Aa

-Caroteno 0,28 Ab 0,40 Aa 0,21 Ab 0,54 Aa

0,32 Ab* 0,44 Ba* 0,40 Ab* 0,60 Aa*

V + A + Z 103,8 Aa

73,4 Aa 145,7 Aa 70,9 Ab

150,1 Aa 65,1 Ab 70,2 Ba 61,8 Aa

A + Z 50,9 Ba* 32,9 Bb* 140,3 Aa*

63,6 Ab*

77,5 Aa 21,9 Ab 65,2 Aa 45,1 Ab

DEPS 0,33 Ba 0,28 Ba 0,87 Aa 0,78 Aa

0,36 Ba 0,20 Bb 0,84 Aa 0,62 Ab

0

Acú

mul

o re

lativ

o (%

)

A

-caroteno-carotenoZeaxantinaLuteínaAnteraxantinaNeoxantinaViolaxantina

20

40

60

80

100B

0

Acúm

ulo relativo (%)

20

40

60

80

100

+ Nplantas à sombra plantas a pleno sol plantas à sombra plantas a pleno sol

N N + N N + N N + N

Figura 7: Acúmulo relativo de carotenóides do ciclo das xantofilas, -caroteno e -caroteno em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância em 0 ou 23 mM de N. Os dados foram avaliados na antemanhã (A) e ao meio-dia (B). Cada porção de coluna representa a média de seis repetições.

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Tabela 7: Conteúdo foliar de xantofilas e carotenos em plantas de Coffea arabica cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância em 0 e 23 mM de N. Os valores são expressos em mg kg-1

MF e representam a média ± EP (n = 6). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística entre os horários, para um mesmo nível de nitrogênio e irradiância, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância estatística entre os níveis de nitrogênio, dentro de um mesmo horário e irradiância (teste t, p = 0,05); asteríscos (*) denotam significância entre os níveis de irradiância (teste t, p = 0,001).

Plantas a pleno sol

Plantas à sombra

Características

05:00 h 12:00 h 05:00 h 12:00 h

-N +N -N +N

-N +N -N +N

Neoxantina 55,4 Ab 114,5 Aa 29,6 Bb 87,9 Ba 73,4 Ab* 152,2 Aa*

51,6 Bb* 129,0 Ba*

Violaxantina 90,1 Ab 134,8 Aa 5,4 Bb 18,6 Ba

100,1 Ab* 176,4 Aa*

8,0 Bb* 62,7 Ba*

Anteraxantina 48,3 Aa 65,7 Aa 19,8 Ba 24,2 Ba

51,8 Aa 56,9 Aa 20,6 Bb 53,2 Aa

Luteína 162,9 Ab

301,3 Aa 104,9 Bb 235,7 Ba

211,9 Ab* 379,9 Aa*

136,1 Bb*

298,0 Ba*

Zeaxantina 32,4 Ba 39,9 Ba 96,8 Aa 137,4 Aa

47,1 Aa 31,8 Bb 83,0 Aa 121,1 Aa

-Caroteno 7,6 Ab 14,5 Aa 6,5 Ab 21,4 Aa

7,5 Bb* 23,0 Ba* 14,5 Ab* 45,6 Aa*

-Caroteno 27,1 Aa 36,7 Aa 29,7 Ab 44,5 Aa

22,9 Bb* 52,8 Ba* 37,2 Ab* 80,1 Aa*

-Caroteno 0,28 Aa 0,40 Aa 0,21 Ab 0,54 Aa

0,32 Ab* 0,44 Ba* 0,40 Ab* 0,60 Aa*

V + A + Z 170,8 Ab

240,4 Aa 122,0 Ab 180,2 Ba

198,9 Ab 265,1 Aa 111,5 Bb 237,0 Aa

DEPS 0,33 Ba 0,28 Ba 0,87 Aa 0,78 Aa

0,36 Ba 0,20 Bb 0,84 Aa 0,62 Ab

Avaliaram-se quatro enzimas importantes na remoção de EROs. Enquanto a

SOD e a GR são distribuídas em vários compartimentos celulares (e.g. mitocôndria,

cloroplasto) a APX é tipicamente cloroplastídica (Bray et al. 2000), enquanto a CAT se

restringe basicamente aos peroxissomos (Buchanan & Wolosiuk 2006). As atividades

da SOD e da GR não foram significativamente afetadas pelos tratamentos. Por outro

lado, a atividade da APX foi significativamente menor nas plantas –N, especialmente à

sombra, em relação às plantas +N, enquanto a atividade da CAT foi menor nas plantas à

sombra em relação às plantas a pleno sol, independentemente da nutrição nitrogenada

(Figura 8). Registre-se que a CAT é a principal enzima responsável pela remoção de

H2O2 produzido na fotorrespiração (Buchanan & Wolosiuk 2006) e, portanto, sua maior

atividade a pleno sol (~23%) pode ser tomada como evidência indireta do aumento da

fotorrespiração a pleno sol, reforçando a sugestão feita anteriormente de que maiores

atividades de GS, a pleno sol, também estaria associada com diferenças na magnitude

da fotorrespiração. Nas plantas –N, a redução da atividade da APX sem alterações na

atividade da SOD pode ter acarretado maior acúmulo de H2O2 nessas plantas, fato

circunstancialmente suportado pela relação negativa (-0,845 p 0,001) entre a atividade

da APX e a concentração de H2O2. De modo oposto, a maior atividade da APX nas

plantas +N pode estar associada à uma maior capacidade de metabolizar EROs,

conforme sugerido para Mahonia repens (Logan et al. 1998b). Considerando-se os

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Tabela 8: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a produção de peróxido de hidrogênio (H2O2), aldeído malônico (MDA) e extravasamento de eletrólitos em plantas de Coffea arabica L. cultivadas a pleno sol ou sob 50% de irradiância. Médias ± EP (n = 7). Letras maiúsculas diferentes denotam significância estatística (teste t, p = 0,05) entre os níveis de irradiância, para um mesmo nível de nitrogênio, enquanto letras minúsculas diferentes denotam significância entre os níveis de nitrogênio, dentro de uma mesma irradiância.

Plantas a pleno sol Plantas à sombra Características

–N +N –N +N

H2O2 (mmol kg-1 MS) 6,38 ± 0,25 Aa 2,61 ± 0,09 Ab 3,84 ± 0,10 Ba 0,67 ± 0,05 Bb

Aldeído malônico ( mol kg-1 MS)

186,3 ± 7,5 Aa 96,7 ± 3,4 Ab 190,7 ± 19,4 Aa 79,0 ± 3,6 Ab

Extravasamento de eletrólitos (%) 6,14 ± 0,60 Aa 2,44 ± 0,17 Ab 6,06 ± 0,41 Aa 2,83 ± 0,23 Ab

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

Aa

Aa

AaAa

0

20

40

60

80

100

Bb

Ab

AaAa

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

Ba

Aa

Ba

Aa

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0AaAa

AaAa

SO

D U

g

MF

-1

AP

X U

g M

F-1

GR

U g

MF

-1

CAT

U g

M

F-1

N

+ N

N

+ N

Figura 8: Efeito do sombreamento e da nutrição nitrogenada (0 e 23 mM) sobre a atividade da dismutase do superóxido (SOD), peroxidase do ascorbato (APX), catalase (CAT) e redutase da glutationa (GR) em plantas de Coffea arabica L. As plantas foram cultivadas a pleno sol (colunas vnt

s ) v oaa

as

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plantas desenvolvidas sob altas irradiâncias, conforme já sugerido em café (Ramalho et

al. 2000) e também para outras espécies (Chen & Chen 2003; Logan et al. 1998a). Em

todo o caso, sugere-se, aqui, que a maior atividade da APX, associada à maior

disponibilidade de N, tenha papel de destaque na fotoproteção das plantas +N.

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3.4 – Síntese dos principais resultados e conclusões

Níveis mais elevados de N, nas plantas suplementadas, promoveu maior síntese

de aminoácidos e proteínas solúveis totais nessas plantas, fato associado, pelo menos em

parte, à maior atividade da GS.

As baixas temperaturas noturnas, aliadas às altas irradiâncias, especialmente

nas plantas cultivadas a pleno sol, afetaram significativamente a assimilação líquida de

carbono, devido, principalmente, a limitações difusivas. Nas plantas cultivadas à

sombra, todavia, reportaram-se taxas fotossintéticas significativamente maiores quando

comparadas às plantas de sol. A capacidade fotossintética potencial, entretanto, foi

maior nas plantas a pleno sol, bem como nas +N. Isso demonstra que os efeitos

positivos da nutrição nitrogenada sobre a fotossíntese, in situ, devem ter sido

aparentemente atenuados pelas resistências difusivas impostas, presumivelmente, pelas

baixas temperaturas noturnas.

As plantas –N apresentaram folhas amareladas, i.e., mostraram menor

concentração de clorofilas (Tabela 5; Apêndice 1), com redução ainda mais pronunciada

nas plantas cultivadas a pleno sol. Nessas plantas, ocorreu menor concentração de

carotenóides, em base de massa, e menor atividade da APX, fatos possivelmente

associados ao acúmulo mais pronunciado de H2O2, que pode ter acarretado danos às

membranas cloroplastídicas. Por outro lado, as plantas +N apresentaram maiores

concentrações de clorofilas e carotenóides, fato que contribuiu para a elevação de

P (31%) e queda de D (18,5%), de forma ainda mais pronunciada nas plantas cultivadas

à sombra. Em todo o caso, verificou-se que a aclimatação do cafeeiro a pleno sol

envolve uma combinação entre a menor absorção de luz (devido à diminuição da

concentração de clorofila) e um aumento da dissipação térmica nas antenas dos

fotossistemas. Nas plantas cultivadas a pleno sol, houve maior atividade da CAT, apesar

da ocorrência de fotoinibição crônica. Tal fato, associado com a maior atividade da GS,

são indícios circunstanciais de maior atividade fotorrespiratória das plantas cultivadas a

pleno sol, que levaria a um maior consumo de poder redutor, menor impacto sobre os

fotossistemas e maior capacidade fotoprotetora. Em todo o caso, a aclimatação da

maquinaria fotossintética a condições de plena irradiância é fortemente dependente da

disponibilidade de N. Estes resultados explicam, pelo menos em parte, as altas

exigências em N pelo cafeeiro quando cultivado a pleno sol, apesar de suas baixas taxas

de fotossíntese e de eficiência fotossintética do uso desse elemento.

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IV. CHAPTER III

Allometric models for non-destructive leaf area estimation in coffee

(Coffea arabica and C. canephora)1

W.C. Antunes2, M.F. Pompelli2, D.M. Carretero2 & F.M. DaMatta2

1 Manuscript in press to publication in Annals of Applied Biology, 2008 2 Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa, 36570-000 Viçosa, MG, Brasil

Correspondence

F.M. DaMatta, Departamento de Biologia Vegetal, Universidade Federal de Viçosa,

36570-000 Viçosa, MG, Brasil

E-mail: [email protected]

Running title: Leaf area estimation in coffee

4.1 – Abstract

We aimed to evaluate the currently used allometric models, as well as to propose a reliable and accurate model using non-destructive measurements of leaf length and/or width, for estimating the area of leaves of eight field-grown coffee cultivars. For model construction, a total of 1,563 leaves were randomly selected from different levels of the tree canopies and encompassed the full spectrum of measurable leaf sizes (0.3 to 263 cm2) for each genotype. Power models better fit coffee leaf area than linear models. To validate the model, an independent data set of 388 leaves was used. We demonstrated that the currently used allometric models are biased, underestimating the area of a coffee leaf. We developed a single power model (Y = ß0X

ß1) based on two leaf dimensions [Leaf area = 0.6626(Length x Width)1.0116; standard errors: ß0 = 0.0064, ß1 = 0.0019; R2 = 0.996] with high precision and accuracy, random dispersion pattern of residuals and also unbiased, irrespective of cultivar and leaf size and shape. Even when the length (but not width) alone was used as the single leaf dimension, the power model developed still predicted with good accuracy the leaf area, but at the expense of some loss of precision, as particularly found for 8% of the leaves sampled with length-to-width ratios below 2.0 or above 3.0.

Keywords: Coffea arabica, Coffea canephora, estimating model

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4.2 – Introduction

Among 103 species of the Coffea genus (Davies et al. 2006), Coffea arabica L.

(arabica coffee) and C. canephora Pierre ex Froehner (robusta coffee) dominate the

world coffee trade, being responsible for about 65% and 35%, respectively, of world

coffee production. Coffee is one of the most important commodities in international

agricultural trade, generating over US$ 90 billion each year and involving about 500

million people in its management, from cultivation to final product for consumption.

It is currently grown in some 80 countries in four continents. Brazil is the world’s

largest coffee producer, followed alternately by Colombia and Vietnam. Many African

countries including Uganda, Burundi, Rwanda and Ethiopia have coffee as their main

source of foreign exchange (DaMatta & Ramalho 2006).

Leaf area (LA) is a key variable for most agronomic and physiological studies

involving plant growth, light interception, photosynthetic efficiency, evapotranspiration,

and responses to fertilisers and irrigation (Blanco & Folegatti 2005). Therefore, LA

strongly influences crop growth and productivity and estimation of LA is a fundamental

component of crop growth models (Lizaso et al. 2003). However, the measurement of

the surface area of a large number of leaves is often costly, time-consuming and

destructive. A modelling approach involving linear relationships between LA and one or

more dimensions of the leaf is an inexpensive, rapid, reliable, and a non-destructive

alternative for accurately measuring LA (Lu et al. 2004; Williams III & Martinson

2003). However, in many studies the adequacy of the model assumptions for estimating

LA has not been carefully examined. In this regard, small or minor violations of the

underlying assumptions can invalidate the inferences drawn from the analysis in a major

way. A simple and effective method for detecting model deficiencies in regression

analysis is the examination of residual plots. Residual analysis may lead to suggestions

of structure or point to information in data that might be missed or overlooked if the

analysis is based only on summary statistics (Chatterjee & Hadi 2006).

The most commonly used method employing leaf dimensions for estimating

the area of a coffee leaf was proposed by Barros et al. (1973). They obtained a linear

model without intercept in which the LA (dependent variable) can be calculated as the

product of the leaf length (L) and width (W) (independent variables) multiplied by a K

coefficient (0.667). Other two similar equations [LA = 0.63LW, with the K coefficient

derived as the ratio of LA to the product of L and W (Awantramani & Gopalakrishna

1965); and LA = 0.220 + 0.649 LW, with coefficients estimated using least square

linear regression analysis (Rey & Alvarez 1991)] were also proposed for estimating the

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area of a coffee leaf. However, these equations have been chosen based only on values

obtained for the coefficient of determination (R2) and the standard error of estimates,

without assessing their accuracy. In fact, Tavares-Júnior et al. (2002), confronting the

method of Barros et al. (1973) against a standard method for measuring LA, found that

it was biased, significantly underestimating the true leaf area. In addition, these models

were just developed for a single arabica coffee genotype, and hence no information is

available on whether or not such models can be successfully extrapolated to other coffee

genotypes. From the a.09765 0 0 -0.09765 379p9 Tm(0)Tj0.09765 0 0 -0.090.09765 0 0 -0.09765 3790 30.09765r9 1819 Tm(l)Tj0.09765 0 0 -07i

, 3250.09765 0 0 -0.09765 4429 2854 Tm(e)Tj( )100.09765 0 0 -0.09765 2608 3544 Tm( )Tj0.09765 0i0 -0.09765 4552 2509 Tm(e)T40.09765 0 0 -0.09765 4676 2854 Tm(r)9j0.09765 0 0 -0.09765 2419 3544 Tm(489j0.09765 0 0 -0.09765 4374 2854 Tm(l9550.09765 0 0 -0.09765 3516 3544 Tm(e)Tj(51400.09765 0 0 -0.09765 3701 3544 Tm(52290.09765 0 0 -0.09765 2063 3544 Tm(c)T90.09765 0 0 -0.09765 5760 2164 Tm(d)Tj( 5250.09765 0 0 -0.09765 5804 2509 Tm(r5920.09765 0i0 -0.09765 4552 2509 Tm(e)Tj0.09765 0g9765 5600 2509 Tm(e)Tj( )T765 0 0 -0.09765 379p9 Tm(0)Tj0.09758T765 0 0 -0.r9765 5760 2164 Tm(d)Tj( )T465 0 0 -0.09765 379p9 Tm(0)Tj0.09760T465 0 0 -0.u0 -0.09765 6029 1474 Tm(a)T40.09765 0 0 -0.09765 2608 3544 Tm(61920.09765 0l0 -0.09765 6189 2854 Tm(t)T80.09765 0 0 -0.09765 6353 2509 Tm(f)Tj( )T40.09765 0 0 -0.09765 6189 2854 Tm(t)Tj765r9 1819 Tm(l)Tj0.09765 0 0 -076)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2608 3544 Tm(66660.09765 0 0 -0.09765 6189 2854 Tm(t721765r9 1819 Tm(l)Tj0.09765 0 0 -0768100.09765 0 0 -0.09765 6841 2854 Tm(d)Tj( )060.09765 0 0 -0.09765 3701 3544 Tm(e)Tj0.09765 0 0 -0.09765 7299 2854 Tm(c)Tj0.09765 0 0 -0.09765 7299 2854 Tm(c)Tj5 0 0 -0.u0 -0.09765 6029 1474 Tm(73Tj5 0 0 -0. 0 -0.09765 7378 2164 Tm(r)T00.09765 0 0 -0.09765 3701 3544 Tm(75280.09765 0 0 -0.09765 6189 2854 Tm(75840.09765 0 0 -0.09765 3516 3544 Tm(e)Tj(77690.09765 0 0 -0.09765 4676 2854 Tm(792j0.09765 0 0 -0.09765 2163 3544 Tm(802j0.09765 0 0 -0.09765 8639 2509 Tm(d12j0.09765 0 0 -0.09765 8167 1474 Tm(e)120.09765 0l0 -0.09765 8237 2509 Tm(e)Tj( )640.09765 0 0 -0.09765 7970 2854 Tm(f)Tj0.09765 0 0 -0.09765 2163 3544 Tm(85Tj0.09765 0r0 -0.09765 8501 2164 Tm(d)Tj( )940.09765 0L0 -0.09765 8716 2164 Tm(h)T765 0 0 -0.A0 -0.09765 8883 2854 Tm(s)Tj( )Tj/F1 2048 Tf0)Tj65 0 0 -0.09765 8167 1474 Tm(a)Tj0)Tj65 0s9765 1930 2509 Tm(t)Tj( )T10)Tj65 0 0 -0.09765 2263 3544 Tm(t)Tj0)Tj65 0 0 -0.09765 2516 2509 Tm(i15j0)Tj65 0 0 -0.09765 1874 2164 Tm(m30j0)Tj65 0 0 -0.09765 2572 2509 Tm(a3960)Tj65 0 0 -0.09765 2263 3544 Tm(t4520)Tj65 0 0 -0.09765 2516 2509 Tm(i5Tj0)Tj65 0o0 -0.09765 2519 3544 Tm(e)Tj0)Tj65 0n0 -0.09765 2632 2164 Tm(f)Tj( )830)Tj65 0o0 -0.09765 2519 3544 Tm(e)Tj0)Tj65 0f0 -0.09765 2927 2509 Tm(,)Tj( )230)Tj65 0c0 -0.09765 3037 2509 Tm(s)T20)Tj65 0o0 -0.09765 2519 3544 Tm(321j0)Tj65 0f0 -0.09765 3171 2509 Tm(g)T90)Tj65 0f0 -0.09765 3171 2509 Tm(g)Tj0)Tj65 0 0 -0.09765 8167 1474 Tm(343f0)Tj65 0 0 -0.09765 3412 2854 Tm(d)Tj( )980)Tj65 0 0 -0.09765 2516 2509 Tm(36540)Tj65 0s9765.09765 3671 1819 Tm(r)Tj( )T70)Tj65 0n0 -0 379p9 Tm(0)Tj0.09765T70)Tj65 0 0 -0.09765 3874 1474 Tm(e)960)Tj65 0 0 -0.09765 3986 1819 Tm(c)8j0)Tj65 0 0 -0.09765 8167 1474 Tm(i)Tj0t42520

44180e

y. 7100f4

h10j051Tj0d 53930u5490

ed

d613j0

68 T0

62 T0a3 T0d6629066840

68380

6

n

715j0n 3330

775220

7a6T078560

791j0

e 0760

81320

e 3950

84840

u5840o

880600

s s

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individual leaf (taken as a reference) was measured with an area meter

(Area Measurement System, Delta-T Devices, Cambridge, UK).

Several linear and non-linear regression models between L and W dimensions

and LA were run for each genotype. Equality of a set of linear regression models among

genotypes was examined using the test for model identity (slopes and intercepts)

described by Graybill (2000). Here, we present only linear and power relationships

since they better fit coffee LA than other tested models. When power models

(Y = ßoXß1) were used, both dependent and independent variables were subjected to

logarithmic transformation before analysis. To compare the estimated LA with the

observed LA graphical procedures described by Graybill (2000) were adopted.

Statistical criteria for model selection were based on the F test, coefficient of

determination, standard error of estimates, and dispersion pattern of residuals. These

criteria allowed us to evaluate the occurrence of bias, and model precision and accuracy.

In this regard, bias denotes the statistical difference between a population mean or test

results and an accepted reference or true value, accuracy represents the overall distance

between the estimated (or observed) value and the true value, and precision denotes the

variation among individual measurements (variance) (see further details in Walther &

Moore 2005). (Graybill 2000; Walther & Moore 2005)

All the statistical analyses were performed using the software Statistica version

7.0 (StatSoft, Tulsa, OK, USA), DataFit version 8.0.32 (Oakdale Engineering, Oakdale,

PA, USA) and Minitab 14 (Minitab Inc, State College, PA, USA).

4.4 – Results

Separate regression models that estimate LA from L, W, and the L-W product

did not differ significantly (a = 0.05) among genotypes for the L-W power model we

developed (Table 1) and for the other power models (Table 2). Therefore, data for these

genotypes were pooled and single regression models were fitted to the combined data.

The coefficient of determination adjusted for the degrees of freedom (Ra2) for all tested

models was highly significant, exceeding 97.5% (Table 2). Noteworthy, the linear

models without (LA = 0.667 LW) and with (LA = 0.220 + 0.649 LW) intercept

respectively developed by Barros et al. (1973) and by Rey & Alvarez (1991) showed

good precision (low SE; Table 2) but were biased (-0.051 and -0.074, respectively,

p = 0.0001), leading to a significant underestimation of LA (Fig. 1). The linear model

(LA = 0.701 LW) we developed had also good precision, but its bias (0.002, p = 0.0001)

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led to an overestimation of LA (Fig. 1). It is also worth noting that the model assuming

an elliptical shape of leaves failed to adequately predict LA, that is, it also led to an

overestimation of LA (data not shown) probably because coffee leaves are not perfectly

elliptical.

The biased model LA = 0.701 LW was modified by introducing a constant ßo

(-0.527). Compared with this model, the modified model (LA = -0.527 + 0.706 LW)

showed similar and high Ra2 value, but was more precise and accurate and unbiased

(Table 2, Fig. 2A). Nonetheless, the dispersion pattern of residuals did not follow a

normal distribution (i.e. a heteroscedastic behaviour) when the L-W product approaches

zero (Fig. 2A, inset). This feature translates into underestimation of LA, especially for

small leaves with L < 5 cm or W < 2 cm (relative errors of 60%).

The best estimation of the area of a coffee leaf could be obtained through the

power model LA = 0.6626(LW)1.0116. This model, in addition to showing high Ra2,

accuracy and precision, and lack of bias (Table 2, Fig. 1, Fig. 2B), could also rigorously

estimate LA regardless of leaf dimensions (Fig. 2B, inset, Fig. 3). The reduction of

estimation errors was manifested through the increasing Fcalc and the decreasing sum of

residual squares as compared with the linear regression models (Table 2).

A simplification of the L-W power model was tested by taking a single-leaf

dimension (Fig. 4A), either L (LA = 0.2132L2.1176) or W (LA = 2.1125W1.8643)

(Table 2). When developing such a model, we noted that the residual scatter plot had a

heteroscedastic behaviour (shown for L in Fig. 4B, but also valid for W, data not

shown). In this context, the ordinary least square method for estimating the model

coefficients cannot be reliably used unless corrective action for removing

heteroscedascity needs to be adopted (Chatterjee & Hadi 2006). This was done by

logarithmic transformation of data resulting in residual scatter plot with random mean

and variance distribution (Fig. 4C). The developed power models based on single-

dimension factors, when compared with the L-W power model, showed a slight

decrease in Ra2 and lower precision, but with similar accuracy (Table 2, Fig. 1).

In fact, the LA estimated by the power models strongly agreed with the observed values,

with R2 = 0.977, 0.982, and 0.996, respectively for L, W, and L-W models (Fig. 5).

In the model validation analysis, the 0 and 1 coefficients were compared by

using the calibration and validation data sets. As shown in Fig. 6, the predictive power

of the L and L-W models performed well whereas the W model failed to adequately

predict the area of an individual leaf.

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crops like black pepper (Kandiannan et al. 2002), grapevine (Williams III & Martinson

2003), and dwarf coconut tree (Sousa et al. 2005).

Differences in leaf shape may occur even within individuals, as found in Salix

viminalis (Verwijst & Wen 1996). In the current study, however, we did not find

consistent differences in leaf shape (as judged from the L/W ratio; Verwijst & Wen

1996) within and between coffee species (data not shown). In contrast, random

differences in leaf shape among the sampled leaves were detected. Whereas caution

must be exercised when using the L model for estimating the area of leaves with L/W

ratios below 2.0 or above 3.0, the L-W power model allowed reliable LA estimations

regardless of differences in leaf shape (Fig. 3). Nonetheless, bearing that limitation in

mind, the single-leaf dimension power model incorporating L may be an interesting

option since it requires measurement of only one leaf dimension, thus simplifying

measurement procedures (Williams III & Martinson 2003), an important aspect

specially in field when a large number of leaves has to be monitored. Furthermore,

when using the L model there is obviously no need to measure W, which is not as easily

gauged as L because the need of considering an imaginary perpendicular line to the leaf

L and also because fully expanded coffee leaves are not always perfectly flat. These

facts must be judiciously considered when measuring W to obtain reliable LA

estimations using the L-W model.

In conclusion, we developed simple predictive models to accurately estimate

the area of leaves for all the genotypes we investigated, including the most widely

grown cultivars of both arabica and robusta coffee in Brazil. Power models better fit

coffee LA than linear models, and thus the earlier proposed models should be avoided

for LA estimation. Compared with the L-W power model, the L-based model also

allowed reliable LA estimations, but at the expense of some loss of precision, as

particularly found for 8% of the sampled leaves (2.0 < L/W ratio < 3.0). In contrast,

irrespective of cultivar and leaf developmental stages and shapes, we demonstrated that

the L-W power model is an excellent and non-destructive tool for studying leaf growth

and development in coffee.

4.6 – Acknowledgements

Scholarships granted by the Brazilian Government (W.C. Antunes and

M.F. Pompelli – CNPq, and D.M. Carretero – CAPES) are gratefully acknowledged.

Special thanks are due to Mr. Geraldo de Jesus for his assistance in the selection of

leaves in Germplasm Bank of the Federal University of Viçosa. This study was partially

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funded by the Minas Gerais State Research Foundation, Brazil (Grant CAG APQ-3995-

3.08/7).

4.7 – References

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Barros RS, Maestri M, Vieira M, Braga-Filho LJ (1973) Determinação da área de folhas do café (Coffea arabica L. cv. ‘Bourbon Amarelo’). Rev Ceres 20: 44-52

Blanco FF, Folegatti MV (2005) Estimation of leaf area for greenhouse cucumber by linear measurements under salinity and grafting. Sci Agric 62: 305-309

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DaMatta FM, Ramalho JDC (2006) Impacts of drought and temperature stress on coffee physiology and production: a review. Braz J Plant Physiol 18: 55-81

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Table 1.

Analysis of variance (ANOVA) for model (Y = ßoXß1) identity test, in which X is the product of

length and width. Both dependent and independent variables were log-transformed before analysis. Data derived from the calibration data set (n = 1,563 leaves). Source of variation (SV), degrees of freedom (DF), sum of squares (SS), mean squares (MS), and calculated F (Fcalc).

SV DF SS MS Fcalc

Parameters (16) (3,377.2199)

- Reduction (ß’s)

2 3,377.1977 - Reduction (Ho)

14 0.0222 0.00159 1.26 Residual 1,546 1.9518 0.00126 Total 1,562 3,379.1717

F5%(14,8) = 1.69

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Table 2.

Statistical models, regression coefficients, standard errors of estimates (SE), coefficients of determination adjusted for the degrees of freedom (Ra

2), degrees of freedom of residuals (R-DF), residual sum of squares (R-SS) and calculated F (Fcalc) and equations of leaf area as a function of linear dimensions of leaves (length, L, and width, W) of diverse coffee genotypes.

Model Coefficients SE Ra2 R-DF R-SS F calc Estimative of LA (Y)

Y# = ß1x + ei ß1 = 0.667 - 0.9889 430 - - Y = 0.667*L*W

ßo = 0.2197ß1 = 0.649

Y = ß1x + ei ß1 = 0.70125 0.000797 0.9957 1,562 9,855.56 360,018.6 Y = 0.70125*L*Wßo = -0.52665 0.001165ß1 = 0.70604 0.094246ßo = 0.66256 0.006137ß1 = 1.01156 0.001871ßo = 0.21318 0.005606ß1 = 2.11756 0.009113ßo = 2.11246 0.030150ß1 = 1.86425 0.006936

Y = ßoxß1ei 0.9833 1,561 38,076.51 91,018.5 Y = 2.11246*W1.86425

Y = ßoxß1ei 0.9781 1,561 49,827.86 69,044.8 Y = 0.21318*L2.11756

Y = ßoxß1ei 0.9959 1,561 9,615.62 368,800.9 Y = 0.66256*(L*W)1.01156

Y = 0.2197 + 0.649*L*W

Y = ßo + ß1x + ei 0.9958 1,561 9,659.45 367,120.6 Y = -0.52665 + 0.70604*L*W

Y## = ßo + ß1x + ei - 0.9425 878 - -

# Barros et al. (1973)

## Rey & Alvarez (1991)

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Figure legends

Figure 1. Statistical analysis of the deviation of the estimated area from the observed area for an individual leaf. Leaf area for coffee was estimated using several models in which 0 and 1 are coefficients. Vertical bars denote means, and spreads denote 95% confidence intervals of the difference. L = length; W = width. See further details in the text.

Figure 2. The relationship between estimated leaf area and leaf dimensions (L, length; W, width) for eight coffee genotypes using a linear (A) and a power (B) model. The initial portion of analysis of dispersion pattern of residuals for the respective models is shown in the insets. Arrow indicates an underestimated area for small leaves when using the linear model (A – inset).

Figure 3. Difference between the real leaf area and the calculated leaf area for the different models and classes of length-to-width (L/W) ratio. Vertical bars denote means, and spreads denote 95% confidence intervals. Statistical differences (p = 0.05, t test) are denoted by asterisks.

Figure 4. The relationship between estimated leaf area and leaf length (L) for eight coffee genotypes using a power model (A). Symbols as in Figure 11. In the insets, dispersion pattern of residuals relative to the model Y = 0(L) 1 (B) and dispersion pattern of log-transformed residuals of that model presenting a homoscedastic distribution (C) are shown.

Figure 5. The relationship between estimated and observed leaf area for eight coffee genotypes. Symbols as in Figure 11. Leaf area was estimated using power models (see Table 14) based on both single leaf dimensions, length (A) or width (B), and the product of two-leaf dimensions, length and width (C). Dotted line represents the 1:1 relationship.

Figure 6. Statistical comparisons of the 0 and 1 coefficients of the power models Y = ßo(X)ß1

using the calibration (black circles; n = 1,563) and the validation (white circles; n = 388) data sets. Vertical bars represent the 99% confidence intervals for coefficient means.

Figure 7. 0 estimation in the model = ßo(LW)ß1 as a function of sample size. Vertical bars represent the 99% confidence intervals for the 0 coefficient means. The numbers above the bars denote the sample size (n = 10) (A). The entire data set was composed by a sample of 1,563 leaves. In the inset, inverted polynomial regression for 0 deviation as a function of leaf size showing the approximate minimum sample size (indicated by the arrow) to develop a regression model to reliably predict the area of coffee leaves (B).

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62

Est

imat

ed d

iffe

renc

e (c

m2

leaf

-1)

Fig. 1

1.0

0.5

0.0

-0.5

-1.0

-1.5

-2.0

-2.5

-3.0

-3.5

Obs

erve

Bar

ros

et a

l.

(197

3)

ß 1(L

W

ß o

+

ß o(L

W)

*

*

Rey

and

Alv

arez

(1

991)

*

ß o(W

)ß1

ß o(L

)ß1

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63

0

50

100

150

200

250

300

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64

L/W classes

Est

imat

ed d

iffe

renc

e (c

m2

leaf

-1)

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

Fig. 3

ß1(LW)

ßo(LW)ß1

ßo(L)ß1

ßo(W)ß1

ßo + ß1(LW)

L/W > 3.0 *

*

*

*

*

L/W < 2.0 2.0 < L/W < 3.0

*

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65

Length (cm)

0 5 10 15 20 25 30 35

Lea

f ar

ea (

cm2 )

0

50

100

150

200

250

300

Fig. 4

0 5 10 15 20 25 30

-30

-20

-10

0

10

20

30

40

ABLength (cm) Residual0,00,20,40,60,81,01,21,41,6Log10 (L) Residual C 0.0 0.2 0.4 0.6 0.8 1.0 1.2 1.4 1.6 0.3 0.2 0.1 0.0 -0.1 -0.2 -0.3 Y = 0.2132(L)21 176 Ra2 = 0.978

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66

Est

imat

ed le

af a

rea

(cm

2 )

0

50

100

150

200

250

300

100

150

200

250

300

Observed leaf area (cm2)050100150200250300050100150200250300 Fig. 5 A B C Y = 0.987X Ra2 = 0.9770 Y = 0.992X Ra2 = 0.9820 Y = 0.998X Ra2 = 0.9960

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67

's c

oeff

icie

nts

Fig. 6

2.5

2.0

1.5

1.0

0.5

0

^

^

Y = ßo(LW)ß1

ß1

ßo

^

^

Y = ßo(L)ß1

ßo

ß1

^

^

Y = ßo(W)ß1

ßo

ß1

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68

Sample size

o

Fig. 7

10

20 100 50

200 300 1563

A

B

^

0.80

0.15

0.12

0.09

0.06

0.03

0.00

0 200 400 1400 1600

Var

iabi

lida

de (

0)

0.75

0.70

0.65

0.60

0.55

0.50

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69

V. CONCLUSÕES GERAIS

Neste trabalho, foram realizados dois experimentos, conduzidos

separadamente e analisados como tal, para investigar os efeitos da irradiância e da

nutrição diferencial de nitrogênio sobre (i) as respostas alométricas e morfológicas e

(ii) os mecanismos de fotoproteção em plantas de café avaliadas no inverno.

Procurou-se, ainda, avaliar as atuais metodologias de estimação da área foliar do

cafeeiro e propor uma nova equação que permitisse a estimação com acurácia e

precisão da área foliar do cafeeiro nas duas espécies mais cultivadas no Brasil

(Coffea arabica e C. canephora).

No primeiro experimento, verificou-se que a deficiência de N acarretou

redução marcante no acúmulo de biomassa, independentemente do ambiente lumínico.

Em todo o caso, mesmo na fase de muda, as plantas cultivadas ao sol acumularam mais

biomassa que as plantas à sombra, um forte indício de que as taxas fotossintéticas

líquidas foram maiores nas primeiras. Verificou-se, ainda, que os efeitos da nutrição

nitrogenada sobre as características alométricas e morfológicas avaliadas foram mais

relevantes entre 0 e 16 mM de N que entre 16 e 23 mM de N. Dessa forma, a nutrição

supra-ótima de N (23 mM) não teria efeitos significativos, tal que justificasse sua

utilização a nível de campo. A disponibilidade de luz, mas não a de N, promoveu

alterações na morfologia da epiderme; com o aumento da expansão foliar, em resposta

ao sombreamento, houve redução na densidade estomática, que foi bem mais

pronunciada que a redução observada no índice estomático. Essas alterações ocorreram

sem variações aparentes nas dimensões dos estômatos, porém com alterações

significativas na área média das células ordinárias da epiderme, sugerindo uma

plasticidade diferencial das células ordinárias da epiderme na alteração do índice

estomático, em resposta a variações da irradiância.

No segundo experimento, as plantas foram submetidas a dois níveis de N

(0 e 23 mM), sendo também cultivadas a pleno sol e à sombra; entretanto, as plantas

foram avaliadas no inverno. As baixas temperaturas noturnas, aliadas às altas

irradiâncias, especialmente nas plantas cultivadas a pleno sol, afetaram

significativamente a assimilação líquida de carbono, devido, principalmente, a

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limitações difusivas. Nas plantas cultivadas à sombra, todavia, reportaram-se taxas

fotossintéticas significativamente maiores quando comparadas às de plantas a pleno sol.

A capacidade fotossintética potencial, por outro lado, foi maior nas plantas a pleno sol,

bem como nas plantas +N. Isso demonstra que os efeitos positivos da nutrição

nitrogenada sobre a fotossíntese, in situ, devem ter sido aparentemente atenuados pelas

resistências difusivas impostas, presumivelmente, pelas baixas temperaturas noturnas.

Verificou-se ainda, que as baixas temperaturas noturnas, afetam diretamente a eficiência

do FSII, tal que a razão Fv/Fm é fortemente reduzida nas plantas cultivadas a pleno sol,

de modo ainda mais pronunciado nas plantas deficientes em N. Essas plantas, todavia,

apresentaram menor concentração de clorofilas, com redução ainda mais pronunciada

nas plantas cultivadas a pleno sol. Nessas plantas, ocorreu, ainda, menor concentração

de carotenóides, em base de massa, e menor atividade da APX, fatos possivelmente

associados ao acúmulo mais pronunciado de H2O2, que pode ter acarretado danos às

membranas cloroplastídicas. Por outro lado, as plantas +N apresentaram maiores

concentrações de clorofilas e de carotenóides, fato que contribuiu para a elevação de P e

queda de D, de forma ainda mais pronunciada nas plantas cultivadas à sombra. Nas

plantas cultivadas a pleno sol, houve maior atividade da CAT, apesar da ocorrência de

fotoinibição crônica. Tal fato, associado com a maior atividade da GS, são indícios

circunstanciais de maior atividade fotorrespiratória das plantas cultivadas a pleno sol.

Em todo o caso, a aclimatação da maquinaria fotossintética a condições de pleno sol foi

fortemente dependente da disponibilidade de N.

Adicionalmente, foram avaliadas as principais metodologias não-destrutivas de

estimação da área foliar do cafeeiro, verificando-se que essas metodologias, em geral,

levam a uma subestimação da área foliar. Desenvolveu-se, neste trabalho, uma nova

equação para estimar-se, não-destrutivamente, a área foliar; o modelo foi desenvolvido

a partir de oito genótipos de café (arábica e robusta), gerando-se uma equação potencial

(x = 0,663 CL1,012) (x = área foliar, C = comprimento, L = largura) capaz de estimar

com alta precisão (99,6%), acurácia e ausência de viés a área de folhas de diferentes

idades, forma e tamanho em cafeeiros. Uma simplificação do modelo pôde ser

alcançada a partir de apenas uma dimensão linear da folha, gerando-se uma equação do

tipo x = 0,213 L2,118. Nesse modelo, a precisão foi ligeiramente reduzida (97,8%).

Entretanto, o modelo pode ser perfeitamente utilizado para folhas com razão

comprimento/largura entre 2,0 e 3,0, onde se enquadra a maioria (92%) das 1563 folhas

utilizadas no desenvolvimento dos modelos em questão, ou mesmo em experimentos

que não requeiram tamanha precisão na estimação da área foliar.

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71

APÊNDICE I

Arquitetura da copa de plantas de Coffea arabica L. cultivadas sob 0, 16 e 23 mM de N (respectivamente da direita para a esquerda) a pleno sol (A) e à sombra (B). Verificar que nas plantas +N (16 e 23 mM) a alocação de biomassa foi maior que nas plantas -N (0 mM). Verificar ainda que nas plantas deficientes ocorreu um maior amarelamento das folhas, de modo ainda mais pronunciado nas plantas cultivadas a pleno sol, evidência indireta de maior comprometimento do sistema fotossintético e fotoprotetor.

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