marca da cal - julho 2015

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MARCA DA CAL www.safergs.com.br Edição: 053 - Porto Alegre RS - Julho - 2015 SINDICATO DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL A PRIMEIRA VITÓRIA Direito de Arena e fim do sor- teio foram aprovados na co- missão mista do Congresso. Fotos: ANAF N a quinta-feira 25 de junho a luta dos árbitros brasi- leiros pela valorização da profissão conquistou um significa- tivo avanço com a aprovação da Medida Provisória 671 pela co- missão mista formada no Con- gresso Nacional para examinar a questão. A MP 671 institui o Programa de Modernização da Gestão e da Res- ponsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro. O texto aprovado, de autoria do relator deputado Otávio Leite (PSDB), contempla a arbitra- gem com o Direito de Arena, atra- vés da destinação de 0,5% do pa- trocínio pago pela TV. O parecer também faculta o sorteio ou audi- ência pública (transmissão ao vivo) para escalação de árbitros. A seguir relatório vai ao plenário da Câmara e, em seguida, ao do Senado. Ele precisa passar pelo crivo das duas casas legislativas até 17 de julho, data em que perde a validade. Nas fotos, a ação da Asso- ciação Nacional dos Árbi- tros de Futebol (ANAF) e dos sindicatos da categoria para que os interesses dos árbitros integrassem o tex- to final da MP 671. Missão no Planalto Central Em Brasília, no dia 5 de maio, o presidente da ANAF, Marco Antonio Martins participou, jun- tamente com o árbitro FIFA Sandro Meira Ricci, da segun- da audiência pública que tratou do assunto. O presidente do SAFERGS Car- los Castro igualmente participou do esforço de convencimento de deputados e senadores, que cul- minou na última semana de ju- nho com uma série de audiências com o objetivo de sensibilizar os congressistas para a necessida- de da aprovação de uma legisla- ção específica contemplando os interesses da arbitragem, sobre- tudo com a efetiva profissionali- zação da atividade. "A primeira parte da nossa missão foi cumprida com êxito", ob- servou o presidente Carlos Castro. "A MP 671 representa um avan- ço extremamente positivo nas re- lações trabalhistas da categoria. É benéfica para o conjunto da ar- bitragem do futebol brasileiro", sustentou Castro. Além dos presidentes do SAFER- GS e da ANAF, participaram das reuniões na capital federal o dire- tor tesoureiro Salmo Valentim, o vice-presidente e também presi- dente do SAFESP, Arthur Alves Ju- nior, João Lupato (MS), Luiz Car- los Camara Bezerra (RN), Arilson Bispo da Anunciação (BA), Mar- celo Alves (MT), João Lucas (CE) e Jamir Carlos Gomes (DF). ENTREVISTA Francisco de Paula dos Santos Sil- va Neto revela que o esporte faz par- te de sua vida desde a mais tenra idade. Nas escolas em que estudou participou das seleções de futebol de campo, vôlei, basquete e remo, este no Grêmio Náutico União. Abando- nou a prática esportiva quando en- trou para o mundo da arbitragem. "Quando tracei o objetivo de ser ár- bitro foi porque gosto muito do que faço e sempre que entro em alguma aventura luto e lutei para chegar ao final desta trajetória e sair de cabe- ça erguida do processo", diz Fran- cisco. Confira nas páginas 4 e 5.

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Page 1: Marca da Cal -  Julho 2015

MARCA DA CAL www.safergs.com.br Edição: 053 - Porto Alegre RS - Julho - 2015

SINDICATO DOS ÁRBITROSDE FUTEBOL DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

A PRIMEIRA VITÓRIADireito de Arena e fim do sor-teio foram aprovados na co-missão mista do Congresso.

Fotos: ANAF

Na quinta-feira 25 de junhoa luta dos árbitros brasi-leiros pela valorização da

profissão conquistou um significa-tivo avanço com a aprovação daMedida Provisória 671 pela co-missão mista formada no Con-gresso Nacional para examinar aquestão.

A MP 671 institui o Programa deModernização da Gestão e da Res-ponsabilidade Fiscal do FutebolBrasileiro. O texto aprovado, deautoria do relator deputado OtávioLeite (PSDB), contempla a arbitra-gem com o Direito de Arena, atra-vés da destinação de 0,5% do pa-trocínio pago pela TV. O parecertambém faculta o sorteio ou audi-ência pública (transmissão ao vivo)para escalação de árbitros. A seguirrelatório vai ao plenário da Câmarae, em seguida, ao do Senado. Eleprecisa passar pelo crivo das duascasas legislativas até 17 de julho,data em que perde a validade.

Nas fotos, a ação da Asso-ciação Nacional dos Árbi-tros de Futebol (ANAF) edos sindicatos da categoriapara que os interesses dosárbitros integrassem o tex-to final da MP 671.

Missão no Planalto Central

Em Brasília, no dia 5 de maio,o presidente da ANAF, MarcoAntonio Martins participou, jun-tamente com o árbitro FIFASandro Meira Ricci, da segun-da audiência pública que tratoudo assunto.

O presidente do SAFERGS Car-los Castro igualmente participoudo esforço de convencimento dedeputados e senadores, que cul-minou na última semana de ju-nho com uma série de audiênciascom o objetivo de sensibilizar oscongressistas para a necessida-de da aprovação de uma legisla-ção específica contemplando osinteresses da arbitragem, sobre-tudo com a efetiva profissionali-zação da atividade. "A primeira

parte da nossa missão foicumprida com êxito", ob-servou o presidente Carlos Castro.

"A MP 671 representa um avan-ço extremamente positivo nas re-lações trabalhistas da categoria.É benéfica para o conjunto da ar-bitragem do futebol brasileiro",sustentou Castro.

Além dos presidentes do SAFER-GS e da ANAF, participaram dasreuniões na capital federal o dire-tor tesoureiro Salmo Valentim, ovice-presidente e também presi-dente do SAFESP, Arthur Alves Ju-nior, João Lupato (MS), Luiz Car-los Camara Bezerra (RN), ArilsonBispo da Anunciação (BA), Mar-celo Alves (MT), João Lucas (CE)e Jamir Carlos Gomes (DF).

ENTREVISTA

Francisco de Paula dos Santos Sil-

va Neto revela que o esporte faz par-

te de sua vida desde a mais tenra

idade. Nas escolas em que estudou

participou das seleções de futebol de

campo, vôlei, basquete e remo, este

no Grêmio Náutico União. Abando-

nou a prática esportiva quando en-

trou para o mundo da arbitragem.

"Quando tracei o objetivo de ser ár-

bitro foi porque gosto muito do que

faço e sempre que entro em alguma

aventura luto e lutei para chegar ao

final desta trajetória e sair de cabe-

ça erguida do processo", diz Fran-

cisco. Confira nas páginas 4 e 5.

Page 2: Marca da Cal -  Julho 2015

MARCA DA CAL - Julho 2015

FEDERAÇÃO GAÚCHADE FUTEBOL

2

Av. Borges de Medeiros, 308, SL 141

Fone: (051) 3226-0150. Fax: 3227-9074.

CEP 90.020-020. POA/RS.

E-Mail: [email protected]

www.safergs.com.br

SINDICATO DOS ÁRBITROS DEFUTEBOL DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SUL

Expediente

Editor:

Moacir Sebastião de Sousa

[email protected]

Jornalista Responsável:

José Edi Nunes da Silva (MTB 4650).

[email protected]

Colaborador:

Ademar P. Scheffler

Projeto Gráfico/Diagramação:

MC Comunicação.

Tiragem: 1.000

Diretoria Executiva

Presidente Carlos Alberto Nunes da Castro

1º Vice-presidente:– Paulo Margal Miranda2º Vice-presidente – Paulo Jassin Gutierrez

1º Secretário – Marco Aurélio Magalhães2º Secretário – Jorge Luiz Cardoso da Silva

1º Tesoureiro – Alduino Mocelin2º Tesoureiro - Júlio Cezar Espinosa de Freitas.

Suplentes: Nairon Oberto da Silva eJuliano Orestes da Silva.

Delegados representantes: Wilson LuizMastella e Paulo Roberto Silva Marcolino.

Conselho de ÉticaPresidente: Volnei Fagundes.

Conselho FiscalPresidente: José Roberto Raach.

Departamentos/diretoresDepartamento do Ex-Árbitro: Pedro Ivo ReisDepartamento de Patrimônio: Dirceu Alves

Departamento de Esportes:Luiz Constante Pivatto

Departamento do Interior: Paulino FloresDepartamento Jurídico: Ademar Scheffler

Departamento Técnico: Luiz Abel Ferreira de SouzaDepartamento Social: Airton Fraga

Departamento de Escala: Paulo Roberto SilvaMarcolino e João Roberto Scherer

Ouvidoria: Rogério Gonçalves

A hora do jogo limpo dentro e fora das quatro linhas

A investigação levada a efeitopelo FBI que revelou um es-quema por onde transitavam

somas milionárias na FIFA, confirmaque havia algo de errado na organiza-ção comandada por Joseph Blatter.

As primeiras consequências foram arenúncia de Blatter e a prisão de setedos mais proeminentes executivos domundo da bola, entre os quais o ex-presidente da CBF José Maria Marin,atualmente encarcerado em uma pri-são suíça. Seus companheiros de cár-cere são: Rafael Esquivel, venezuela-no, 68 anos, presidente de FederaçãoVenezuelana de Futebol e membro docomitê-executivo da Conmebol; Eugê-nio Figueiredo, uruguaio, 83 anos, vice-presidente da FIFA, ex-presidente daConmebol, ex-presidente da AssociaçãoUruguaia de Futebol; Eduardo Li, cos-tarriquenho, 56 anos, presidente da Fe-deração da Costa Rica e membro cocomitê-executivo da Concacaf; CostaTakkas, inglês, 58 anos, adido do pre-

Carosassociados eamigos daarbitragemgaúcha.

O desassossego tomou conta domundo do futebol. Num piscar deolhos, a entidade maior, a FIFA, sedesnudou frente a um escândalonunca antes imaginado. Dirigentespresos e o futebol, paixão demilhares e milhares de pessoas detodas as nacionalidades, mergulhouem um mar de lama, de indignaçõese incertezas. Ainda não sabemosonde tudo isso vai dar. Mas temos aconvicção de que a organização dofutebol mundial não será mais amesma. Mudanças são necessárias ehaverão de serem realizadas.

No plano internacional, em quepese as diferenças culturais, econô-

Reprodução/Web

A palavra do Presidente

sidente da Concacaf (Jeffrey Webbs),ex-secretário-geral da Federação dasIlhas Cayman; Júlio Rocha, nicara-guense, 64 anos, presidente da Fe-deração da Nicarágua; Jeffrey Webb,camaronês, vice-presidente da FIFA,presidente da Concacaf e presidenteda Federação das Ilhas Caiman.

Eles são acusados pelo Departa-mento de Justiça americano deembolsarem mais de US$ 150 mi-lhões (quase R$ 470 milhões) emsubornos e comissões desde 1991.

As autoridades americanas ale-gam que as transações ilícitas fo-ram acertadas utilizando bancosdos Estados Unidos. Fora isso, afir-mam ter jurisdição pelo fato de asempresas de mídia do país paga-rem o maior valor de direitos detransmissão da Copa do Mundo.

A operação também teria sidomotivada pelas investigações feitaspelo ex-procurador de Justiça dosEUA, Michael Garcia, contratado

pela FIFA em 2014 para investigar a es-colha da Rússia e do Qatar como sededas Copas de 2018 e 2022, respectiva-mente, desbancando a candidatura ame-ricana. O relatório final apontou umasérie de irregularidades, o que foi ignora-do pela entidade máxima do futebol.Caso os acusados sejam extraditados, elesenfrentarão o processo judicial e podempegar até 20 anos de cadeia.

Para muitos esportistas, a hora é idealpara promover o saneamento do futebolmundial. O maior espetáculo da terra nãopode e não deve permanecer mergulhadona lama indecente em que se encontra emrazão da ação de gestores inescrupulo-sos. Eles sustentam que o jogo limpo deveprevalecer dentro e fora das quatro linhas.

O Departamento Técnico possui um programa de cursos de arbitrageme palestras de atualizações, de acordo com as orientações da FIFA paraas Regras do Jogo de Futebol. Fale com o Sindicato, promova uma ativi-dade no seu clube, instituições e faculdades, na sua cidade e região.

CURSOS E PALESTRAS

[email protected]: (051) 3226-0150

micas e sociais, de modo geral, aarbitragem se manteve avessa àsfalcatruas investigadas pelasautoridades suíças e americanas.Apitando e bandeirando semprede acordo com as regras do jogo,,os homens de preto estão passan-do ao largo desta onda de escân-dalos e desmandos com o futebol.

Claro que não estamos passan-do a mão na cabeça, muitomenos assegurando qualquer tipode carta branca, apenas constata-mos que, neste processo e atéagora, não temos notícia doenvolvimento de colegas nestarede de corrupção no planeta dabola e tão fartamente reproduzidana imprensa daqui e do resto domundo. Ou seja, nenhum árbitroou assistente, tão apupados nosestádios como "ladrões", "gatu-nos", "malas-pretas", "comprados”

e “vendidos”, entre outros desaforosimpublicáveis, está atrás das gradespor conta desta teia internacional decorrupção e jogo de favores.

É preciso, de fato, promover umalimpeza na administração do futebolmundial e, nesse sentido, buscar umamelhor estrutura, sobretudo naformação e nas melhorias das conci-ções de trabalho pra arbitragem.

De nossa parte e no âmbito nacio-nal, estamos trabalhando no sentidode avançar na profissionalização daarbitragem no Brasil. Com isso eassentado numa legislação adequada,vamos dar garantias ao futuro dosprofissionais do apito e, ao mesmotempo, coibir ações dos oportunistasque miram o jogo de futebol comoum grande balcão de negócios e nãocomo espetáculo que tanto encanta,movimenta paixões e muito dinheiro.

Abraços e vamos à luta!

O escândalo revelado recentemente envolvendo dirigen-tes da FIFA é deplorável em todos os sentidos. Ele con-firma rumores que desde há muito circulavam dando con-ta da ocorrência de graves irregularidades nos pactoscomerciais da entidade que comanda o futebol mundial.

INTERNACIONAL

Page 3: Marca da Cal -  Julho 2015

3Julho 2015 MARCA DA CAL○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

CATEGORIA

www.saojoaofarmacias.com.br

A diretoria ressalta queo fardamento fornecido

pelo Sindicato aosassociados deve serutilizado somente nas

competições promovidaspela CBF, FGF e nos

torneios, campeonatos eeventos esportivos cuja

arbitragem seja daresponsabilidade do

SAFERGS.

CEAF/RS: atividades

para o segundo semestre

A Comissão Estadual de Arbitra-gem da Federação Gaúcha divulgoudocumento aos árbitros e assisten-tes da Capital, letras A, B e C, edo Interior, com as atividades quemarcarão o início da temporada dosegundo semestre de 2015.

O limite para entrega da docu-mentação, que vale para todos ecom data de validade a partir dejunho, será em 15 de agosto. Os ár-bitros e assistentes que não entre-garem todos os documentos no pra-zo não concorrerão à escala.

A avaliação física para os que per-tencem a letra A terá a coordena-ção de Alexandre Barreto e acon-tecerá em 17 de julho, às 8 horas(início do teste). Para os integran-tes das letras B e C o coordenadorserá José Mocellin e avaliação seráno dia 24 de julho, também às 8horas. Já o pessoal do Interior seráavaliado no dia 31 de julho, nomesmo horário, e contará com acoordenação de Leonel Pandolfo.

O reteste físico, que vale para to-dos da Capital e Interior, terá Flá-vio Pinheiro Abreu como coorde-nador e está programado para o dia28 de agosto. A CEAF estabeleceque as despesas da reavaliação cor-rerão por conta dos árbitros e as-sistentes participantes.

Todos os testes físicos se darão napista atlética do Centro Estadual deTreinamento Esportivo (CETE) naRua Gonçalves Dias, 628, no bairroMenino Deus, em Porto Alegre. Oatestado médico de aptidão físicadeverá ser apresentado ao professorNascimento, responsável pela apli-cação, no dia da realização do teste.

A Comissão informa, ainda, queo Teste Teórico para árbitros e ár-bitros assistentes da capital das le-tras B e C, Interior e os que nãoatuaram de janeiro de 2014 até 29de junho (somente os que já faziamparte do quadro de árbitros da FGF)será no dia 31 de julho no plenárioda Federação, das 14 às 16 horas.

Confira a lista de documentos edemais informações no site do Sin-dicato: www.safergs.com.br

Fardamento

Novo site do Sindicato no ar

A página que estreou no dia 30de maio faz parte da propos-ta de modernização da co-

municação da diretoria do Sindicato.Nos dias que correm, é muito impor-tante que o associado acesse com faci-lidade as informações do seu interesseno mundo do futebol e da arbitragem.

A nova ferramenta, desenvolvida pelaCodeUp (www.codeup.com.br), emparceria com a Assessoria de Imprensado Sindicato, possibilita, também, umanavegação ágil nos telefones celulares comacesso à rede mundial de computadores.Além da conexão com as redes sociais.

Com isso, as informações transitamem diferentes plataformas e equipa-

mentos, possibilitando um melhor trân-sito para todos aqueles que buscamconteúdo sobre o mundo da arbitragemgaúcha, nacional e do mundo da bola.

É preciso lembrar que o projeto se-gue em aberto para sugestões dos as-

sociados no sentido da interativida-de e da busca de melhorias na pági-na. Para isso, basta acessar o www.safergs.com.br e fazer contato numlink oferecido na página:

Fale Conosco.

A Secretaria Municipal

de Esportes, Recreação e

Lazer (SME) e o SAFER-

GS realiza mais um cur-

so gratuito de arbitragem

de futebol, envolvendo

aulas práticas e teóricas.

Setenta vagas foram dis-

ponibilizadas para o cur-

so que conta com os ins-

trutores Paulo Margal

Miranda, vice-presiden-

te do Sindicato, Luiz

Abel Ferreira de Souza,

do Departamento Técni-

co e Luiz Augusto Muh-

le. No time de palestran-

tes, Vilson Bagatini e o

árbitro Daniel Bins., as-

sociados do Sindicato.

A previsão de encerra-

mento do curso e para a

segunda quinzena de

agosto.

Parceria na formação de novos árbitros

Diplomação do curso para mulheres promovido pelo Sindicato em parceria com a AssociaçãoGaúcha de Futebol Feminino - AGFF, no dia 22 de maio, na sede do SAFERGS

Moah Sousa

Nova ferramenta de comu-nicação visa organizar oconteúdo de forma atraen-te, dar agilidade no tráfegodas informações e possibi-litar interatividade com osusuários.

Page 4: Marca da Cal -  Julho 2015

MARCA DA CAL - Março 20154○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ENTREVISTA

O caso Amarilla

O árbitro paraguaio Carlos Amarilla, da FIFA, ne-gou ter participado de um suposto esquema para bene-ficiar o Boca Juniors contra o Corinthians na CopaLibertadores de 2013. Na ocasião, o time argentino ea equipe paulista se enfrentaram nas oitavas de final.Na partida de ida, realizada na Bombonera, o Bocavenceu por 1 a 0. Já o jogo de volta, no Pacaembu,terminou em 1 a 1, combinação de resultados que eli-minou o Timão. Porém, a atuação da arbitragem foicontestada: dois pênaltis a favor dos brasileiros nãoforam marcados e um gol teria sido mal anulado.

No último dia 21 de junho um programa de TV daArgentina exibiu escutas telefônicas de dirigentes de fute-bol do país vizinho. O "La Cornisa de TV America" mos-trou gravações da chamada "Máfia do Futebol", que estásob investigação local. Uma das conversas exibidas levan-ta suspeitas sobre a arbitragem de Amarilla e seus assis-tentes Carlos Cáceres e Rodney Aquino, que teria prejudi-cado o Corinthians no duelo contra o Boca em 2013. "Fi-quei surpreso com a notícia. Mas quem não deve não teme.Nós cumprimos as regras do jogo. Como árbitros, estamosexpostos a cometer erros, mas nunca ninguém me procu-rou para pedir o favorecimento a uma equipe. Tenho aconsciência tranquila", afirmou Amarilla.

O paraguaio Carlos Alarcón, mandatário da Comis-são de Arbitragem da Confederação Sul-Americana deFutebol (Conmebol) e o argentino Abel Gneco, presi-dente da Comissão de Árbitros da Associação Argenti-na de Futebol (AFA), são citados nas conversas revela-das pelo programa La Cornisa. Nas gravações, Abnelteria pedido ao presidente da Conmebol para escalarAmarilla. Com isso, a Associação Paraguaia de Fute-bol (APF) decidiu afastar, por tempo indeterminado. otrio de arbitragem paraguaio.

Neste cenário, marcado pela suspeita de manipula-ção de resultados, um grupo de 30 homens de preto daConmebol decidiu apoiar o trio paraguaio por meio deuma nota pública. Árbitros renomados como o colom-biano Wilmar Roldán, o paraguaio Enrique Cáceres, ochileno Enrique Osses, o argentino Néstor Pitana, oequatoriano Carlos Vera e o mexicano Roberto Garcíaassinaram o documento. No texto, além da defesa deuma investigação para o caso, eles asseguram que oscolegas são "pessoas dignas e íntegras". Em comunica-do à imprensa, a APF retirou sua confiança nos mem-bros do comitê de arbitragem da Conmebol. Já a CBFenviou uma carta à confederação sul-americana exi-gindo uma apuração mais aprofundada.

A pressão da entidade maior do futebol brasileiro sedeu num período turbulento entre as partes, após a Con-mebol não aliviar a punição ao jogador Neymar, que foisuspenso por quatro partidas por xingar o árbitro Enri-que Osses na derrota da seleção brasileira para a Co-lômbia pela segunda rodada da Copa América. Na dis-puta pela vaga nas semifinais, Brasil empatou em 1 x 1com o Paraguai e foi eliminado da competição nas co-branças de pênaltis. E a arbitragem não teve nada a vercom isso. Para muitos analistas esportivos, jornalistas,jogadores e torcedores é o mesmo caso do jogo coman-dado pelo Amarilla em 2013. Em curtas palavras: atatuada seleção canarinho e o Corinthians paulista deinstituto de beleza foram eliminados das distintas Co-pas porque jogaram uma bolinha de dar dó!

“Apitar é uma taref“Apitar é uma taref“Apitar é uma taref“Apitar é uma taref“Apitar é uma taref

Moah Sousa,Jornalista, editor do Marca da Cal e produtor cultural

Quando foi que arbitragem conquistouo vosso coração?Foi em um torneio no Colégio Júlio de Casti-lhos onde então estudava. Comecei ajudandoos amigos da arbitragem sempre que faltavade um. No final dos jogos meu amigo (até hoje)João Roberto Scherer falou que levava jeitopara a função e eu acreditei nele.Qual o ano que você fez o curso de ar-bitragem?Em 1993, no curso promovido pela Federa-ção Gaúcha de Futebol (FGF).Quando começou a apitar?Na verdade, comecei no campeonato no Colé-gio Júlio de Castilhos, o Julinho, em 1987/1988, não lembro o ano exatamente. Depoiscomecei apitando na várzea de Porto Alegrecom a liga do Careca, como era conhecida naépoca, e foi um grande aprendizado para mi-nha vida dentro da arbitragem.Terias recordações do primeiro jogo?Onde, quando e os nomes dos compa-nheiros da equipe?Meu primeiro jogo valendo foi com o JoãoRoberto Scherer e o Olinto Jesus dos Santosno campeonato na minha escola, o Julinho.Depois como federado, não lembro muito,

mas comecei como assistente e depois de doisanos aprendendo com muitos árbitros comoo Mastella, João Lucio, Silvio Oliveira, Mo-celin, Alexandre Barreto e muitos outros,passei a apitar a pedido meu ao Sr. José LuisBarreto, na época, presidente da Comissãode Arbitragem da FGF.Quando ingressou no quadro da CBF?Foi no ano 2000.Nestes anos todos no mundo do apito,que balanço você faz da tua atuaçãodentro das quatro linhas?Faço um balanço muito positivo, pois passeipor várias provas de força, garra e determina-ção para levar adiante a vida de árbitro atéhoje. São muitos dias e finais de semana longeda família e muitas vezes só para levar xinga-mentos e críticas, mas quando tracei este obje-tivo de ser árbitro foi porque gosto muito doque faço e sempre que entro em alguma aven-tura lutei e luto para chegar ao final desta tra-jetória e sair de cabeça erguida do processo.Quais os pontos ou situações negativasvocê levantaria no exercício do apito?Negativos são poucos, pois sempre tento ver ascoisas da vida pelo lado positivo, mas são ascríticas injustas e a falta de caráter de muitas

Francisco de Paula dos Santos SilvaNeto nasceu em 1º de dezembro de1971. Formou-se em Educação Físicano IPA (Rede Metodista de Educaçãodo Sul) em 1996. Desde fevereiro de1997 labuta como Orientador Disci-plinar de Ensino Médio do Colégio Far-roupilha. É casado com Vanessa Bra-gança Rocha, que conheceu no Natalde 1999. Tem dois filhos, Henrique ePedro. Ingressou na arbitragem em1993 e atualmente faz parte do qua-dro A da Federação Gaúcha de Fute-bol e, em âmbito nacional, do quadro2 da Confederação Brasileira de Fu-tebol. É presença constante nos jogosdo Campeonato Gaúcho e nas três sé-ries do Campeonato Brasileiro. No anode 2014, trabalhou em 34 jogos dasséries A, B e C do Brasileirão, Cam-peonato Brasileiro Sub-17, Sub-20 eCampeonato Brasileiro Feminino, atu-ando como árbitro principal, assisten-te e quarto árbitro. Nesta entrevista,ele falou sobre sua trajetória nos gra-mados gaúchos e nacionais trilhandoo apito e empunhando a bandeira.

Foto/reprodução:Italo Santos

Page 5: Marca da Cal -  Julho 2015

Julho 2015 MARCA DA CAL 5

No mundo dos homens do apito e das ban-

deiras a experiência conta muito e é obtida

em pouco tempo, já que a carreira começa

tarde e termina cedo, aos 45 anos. Em mé-

dia, os árbitros apitam três jogos por mês.

Não é preciso ser economista ou advogado

trabalhista para afirmar que a arbitragem

é mal remunerada, considerando a respon-

sabilidade da função. E, ainda, é preciso

estar sempre muito bem preparado, técnica

e fisicamente. O árbitro exerce seu ofício em

um ambiente altamente competitivo e ele não

pode errar. Nunca! Por outro lado, na maio-

ria dos casos, a arbitragem não é a princi-

Reprodução Getty Images

pessoas no meio do futebol. Também achotriste de ver na arbitragem é que os acertosque são muitos dentro da profissão ninguémlembra, mas algum erro é sempre super di-mensionado.Alguns comparam o árbitro com o golei-ro, ambos não podem errar. Entendes comoverdade e, neste caso, seriam elas duasfunções sempre à beira do precipício?Acho um pouco diferente, pois o goleiro errae sua equipe pode ganhar o jogo e o árbitronunca pode errar, pois poderá ser participati-vo no resultado da partida. Então, há algumadiferença sim.Recentemente, você foi vítima da trucu-lência dos treinadores. Qual a análisedesta situação?Não tenho muito a opinar sobre isto, sempreque um treinador não se portar de maneira cor-reta será expulso da casamata e jogo que se-gue. Cada um fala o que acha, mas fica sempreo profissionalismo acima de tudo dentro do fu-tebol ou em qualquer outra função em sua vida.Sempre ensinei meus filhos a olhar as pessoasnos olhos e não dever nada a ninguém, semprefazendo as coisas pelo correto doa a quem doer.Você chegou a acionar alguém na Justi-ça por causa da arbitragem?Até o momento não tenho nada contra ninguémna justiça.Como você analisa o SAFERGS enquan-to representação da categoria?Acho que faz as suas tarefas de forma adequada.Sou uma pessoa que não gosto de criticar semestar no dia a dia vendo a realidade do processo.Em relação à profissionalização da ar-bitragem, qual o teu posicionamento?Tem que ser por este caminho. No futebol atu-al todo mundo é profissional menos o árbitroque é o comandante do espetáculo. Então nãohá outra saída, alguém tem que tomar estadecisão para o bem do futebol e em especialpara a categoria da arbitragem.O que te encanta na arbitragem?Encanta-me é que você comanda um dos mai-ores espetáculos da terra, um jogo de futebolcom duas torcidas, 22 atletas mais as casama-tas com atletas e comissões técnicas, e muitapaixão dentro de 90 minutos de muita aten-ção, adrenalina e muita responsabilidade - istoé o que me encanta muito.Que recado você daria para as novas ge-rações que estão se integrando no mun-do da arbitragem de futebol?Muita força, determinação, perseverança e von-tade de fazer o que gosta. Então sabedores quea tarefa é árdua mas, vale muito a pena.Qual o jogo inesquecível da sua carreira?Considero todos os jogos inesquecíveis pela im-portância deles todos na minha carreira, sem-pre levo muito a sério cada jogo dentro daarbitragem.Considerando ganhos, perdas e danos: aarbitragem vale a pena?Posso falar que se não valesse a pena já terialargado há tempos, então se continuo é porquegosto e não tenho nada a reclamar.

Perguntado sobre qual o melhor trio

de arbitragem em atuação no futebol

gaúcho e no brasileirão, Francisco Neto

argumentou: “é sempre difícil opinar

sobre o trabalho dos colegas, pois sem-

pre corremos o risco de cometer injusti-

ças, gerar controvérsias. Mas, conside-

rando o atual momento, digo que na ar-

bitragem gaúcha os melhores são Lean-

dro Vuaden, Anderson Daronco e Jean

Pierre. No plano nacional, aponto o Vua-

den, Daronco e, em plena ascensão, o

Luiz Flávio de Oliveira. Eles, na minha

visão, são os melhores. Já sobre os as-

sistentes, opino no geral que o Marcelo

Barison, José Javel, Rafael Alves e Ju-

lio César Santos merecem destaque.”Foto/reprodução: Itamar Aguiar/Raw Image /FramePhoto

pal fonte de renda, e muitos são obri-

gados, como o Francisco Neto, a ter um

emprego fora das quatro linhas. Mui-

tos árbitros e assistentes sustentam que

este quadro os impede de ter uma pre-

paração adequada, tanto na parte físi-

ca quanto nas questões teóricas. Nesta

diagramação de dificuldades e muita

dedicação, as influências são decisivas

ao longo da carreira. Sobre isso, Fran-

cisco argumenta: “sempre gostamos e

nos espelhamos nos melhores árbitros.

Carlos Simon, foi um deles e outros como

o Mastella. Aprendi muito vendo seu

estilo de apitar, parecido com o meu.

Cito também o Dulcídio Wanderley Bos-

chilia de São Paulo. Lembro também

Antônio Pereira da Silva, sempre mui-

to calmo e um excelente caráter. Gostei

de todos eles e peguei um pouco de cada

um, só não cheguei nem perto do que

eles fizeram na arbitragem, mas foram

esses meus espelhos”.

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Page 6: Marca da Cal -  Julho 2015

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6Julho 2015 MARCA DA CAL

Ademar P. SchefflerAdvogado, assessoria jurídica do

SAFERGS

NACIONAL

Profissão: Árbitro de Futebol

Com o reconhecimento legal da profissão de árbitro defutebol no Brasil, através da lei 12.867/2013, a buscapor melhores condições de trabalho e remuneração foiintensificada. A ANAF e os Sindicatos/Associações esta-duais fazem lobby junto ao Congresso Nacional em buscade participação no "Direito de Arena "(venda do espetácu-lo à TV e Mídia em geral), contido na lei Pelé. Importan-te lembrar que tal direito pertence aos clubes, exceto emjogos da seleção nacional, sendo que os atletas tem direi-to a receber 5% do valor arrecadado. Essa atuação juntoaos legisladores é muito importante, inclusive para que alei assegure a participação dos árbitros nos valores pa-gos por empresas pela veiculação do espetáculo futebol.Fruto desse esforço, já existe uma proposição na Câmarados Deputados no sentido de que 0,5% do valor arrecada-do a título de Direito de Arena seja destinado aos árbi-tros.

Por outro lado,é muito importante que a ANAF e osSindicatos atuem, de forma firme, junto à CBF e às Fe-derações Estaduais, para reivindicar direitos e vanta-gens, tais como direito de imagem em razão de patrocí-nio no uniforme; o próprio Direito de Arena, bem comopautas relativas à formalização de Convênio Coletivo deTrabalho. É imprescindível, pois, que a ANAF e os Sin-dicatos estaduais, apesar do interesse pessoal de algunsdirigentes, tenham autonomia e independência para for-mular as reivindicações da categoria junto à CBF e àsFederações Estaduais.

Atividade profissional

Enquanto as reivindicações em prol da melhoria dascondições de trabalho e remuneração estão em curso, odesempenho da atividade propriamente dita também deveprimar pela qualidade. E não é só dentro das quatro li-nhas que o árbitro tem obrigações importantes a desempe-nhar, mas também nos demais procedimentos correlatos,inclusive relatando adequadamente os fatos e infraçõesque ocorrem antes, durante e após a realização das parti-das. Nessa esteira, relatórios incompletos ou omissos temdesaguado em denúncias contra os próprios árbitros naJustiça Desportiva, arrimadas no artigo 266 do CBJD. Apropósito, não custa repetir que "a súmula e o relatório sãodocumentos que devem espelhar todos os detalhes e inci-dentes de uma partida de futebol, de forma objetiva e fiel".

Por isso, importante alertar, mais uma vez, para as conse-quências de relatos incompletos, que impossibilitem a de-núncia e o julgamento dos infratores. Relatar, por exemplo,que "expulsei o treinador da equipe tal por reclamar acinto-samente contra as decisões da arbitragem", ou "expulsei decampo o jogador tal por praticar jogada passível do segundocartão amarelo" é insuficiente para que tais infratores sejamjulgados pela Justiça desportiva. É importante informar aspalavras ou os gestos que o expulso proferiu ou utilizou e, nocaso do segundo cartão amarelo, os detalhes da segunda fal-ta (autor, adversário atingido, tipo e características da infra-ção, se foi ou não na disputa da bola, gravidade de lesão,etc). Além disso, quando fatos envolverem assistentes ou oquarto árbitro é fundamental que tais entes também apresen-tem relatório, corroborando o informe do árbitro principal.

Sérgio Corrêa: “a chave

desse ano é o respeito”

JURÍDICO

A recomendação da CBF de advertir osjogadores que desrespeitarem os homensdo apito tem sido seguida de forma con-

tundente pela maioria. Com isso, apenas nastrês primeiras rodadas da atual edição, 35 car-tões foram aplicados por essa razão. Ano pas-sado, depois de 30 jogos, foram apenas oitocartões por “reclamar contra arbitragem ouprotestar contra a decisão tomada pelo árbi-tro”. O aumento é de 337%. A intolerância àreclamação trouxe a reboque o aumento dosnúmeros gerais de cartões. Nas três rodadasiniciais de 2014, foram 127 amarelos. Nomesmo período de 2015, já são 171 cartões.Em 2014, as advertências por reclamação atéa terceira rodada representaram 6,2% doscartões amarelos aplicados até então. Em2015, esse percentual saltou para 20,4%.

Desrespeito generalizado

Mas o intuito da CBF é mesmo diminuir as re-clamações com a arbitragem em nome do respei-to. “A palavra-chave desse ano é respeito, sem pi-titi ou qualquer coisa do tipo. Torcedor tem o ído-lo e chora por ele. E aí ele vê o ídolo xingandouma autoridade esportiva, que é o árbitro. Aí che-ga na escola, “eu posso xingar, meu ídolo xinga”.Vê o policial, xinga o policial. Virou um desres-peito generalizado.

O futebol, que é uma vitrine e tem penetraçãonas camadas sociais, principalmente nas menores,porque muitos veem no futebol a solução dos pro-blemas, tem que mostrar que é possível ser educa-

do. Que é possível ter uma decisão contra si, ser mul-tado por um guarda, repreendido por uma professo-ra, e aceitar isso de forma normal” afirmou o presi-dente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Corrêa.

Cobrança da CBF

A CBF está pressionando os árbitros para quea recomendação seja seguida. Três homens doapito que aliviaram em jogos das duas primei-ras rodadas ficaram fora do sorteio para a ter-ceira, segundo o chefe da arbitragem. “Tivemosna primeira rodada um árbitro que foi muito bemno jogo, mas deixou que um jogador ofendesse oassistente, sem repreensão. Na segunda rodada,mais dois árbitros deixaram. Por isso, ficaramfora do sorteio para a terceira” explicou Cor-rêa. Depois da chamada de atenção, o númerode cartões da terceira quase dobrou em relaçãoà segunda, indo de 10 para 18.

Na primeira rodada, foram sete amarelos porreclamação. Mas, de acordo com a CBF, não épara amarelar qualquer ponderação com o árbi-tro. “Tivemos um pênalti no jogo entre Atléti-co-MG e Fluminense aos 43 do segundo tempo.Três jogadores do Atlético ficaram a uma dis-tância razoável do árbitro, e falaram “acho quenão foi”. Uma coisa sem pressão, sem dedo nacara, encontrão. Depois do caso Petros, tivemosseis casos de trombada no árbitro. Virou modano Brasil. Não vamos aceitar” – completou Sér-gio Corrêa, relembrando um caso polêmico de2014, no qual o jogador foi punido pelo STJDcom três partidas de gancho.

Repro

dução W

eb

Com a introdução da orientação de tolerância zero às críticas acintosas à arbi-tragem no futebol brasileiro, o número de cartões amarelos na Série A por recla-mação decolou em 2015. Segundo levantamento do Lance!, levando em conta assúmulas, o saldo é muito maior do que no mesmo período do campeonato de2014, quando a ordem de amarelar os “desbocados” não existia de forma clara.

A reclamação dos técnicos também está namira da CBF. “Se acabou o primeiro tempoe for conversar com o árbitro, se for treina-dor, já cometeu a primeira infração. Ele nãopode entrar em campo. É proibido. Se entrar,está invadindo. Se for se dirigir ao árbitrosobre a arbitragem, ele está expulso. Para que

ele vai querer ir lá dizer, ainda que seja, “para-béns”? Invasão de campo e falar com arbitra-gem sobre o trabalho dele… Árbitro não falacom técnico “não bota esse cara não, porqueele é muito ruim” – explica Sérgio Corrêa.

Atenção aos técnicos

Fonte: Lancenet

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Julho 2015 MARCA DA CALCATEGORIA 7

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O apito nas semifinais do Júnior

Na rota das escalas

Na foto, a equipe do SAFERGS que opera as escalas do apito do final de sema-

na, da esquerda pra direita: Matheus Masutti, da administração do Sindicato,

o presidente Carlos Castro, João Roberto Scherer, do Departamento de Escala, o

vice-presidente Paulo Margal e Carlos Bittencourt, assistente que, agora, cola-

bora no comando diário da entidade da arbitragem do Rio Grande do Sul.

Diversão e dança

no Dia das Mães

A proximidade do final de semanapara a arbitragem de futebol é sempreuma loucura. Nas sextas-feiras, porexemplo, os profissionais que se fardamde preto para atuar no tapete verde enas paralelas das brancas linhas que con-figuram os limites do campo numa par-tida de futebol reorganizam suas vidas,remarcam agendas e reprogramam com-promissos só pelo prazer de comandar oespetáculo do mundo da bola.

Para eles, em tais momentos, o apitoe as bandeiras são prioridades, os ins-trumentos que movimentam seus cora-ções e determinam a pulsação de suasalmas. Por isso, não poucas vezes, de-batem e geram problemas no âmbitodo seu convívio social, inclusive com fa-miliares. Mas nada disto é capaz dearrefecer a paixão pelo ofício de apli-car as regras do jogo em umduelo futebolístico.

Nesta moldura, fazem asmalas em euforia, ajeitam osequipamentos de trabalho,

acariciam os uniformes e zarpam semtemores a destinos indeterminados paraparticipar de mais uma disputa de no-venta ou mais minutos: uma partida defutebol. De modo geral, sempre tensa ecompetitiva, onde os protagonistas sãoos jogadores, a bola, os torcedores e aequipe de arbitragem, não necessaria-mente nesta ordem.

Mas, quem determina a abertura e ofechamento das cortinas são os homensde preto, aqueles que fazem soar o api-to, tremulam as bandeiras e dirigem oespetáculo que mais encanta o povo bra-sileiro, o futebol. O resultado da peleia,seja preliminar ou decisão de campeo-nato, pouco importa, eles são felizes sópor fazerem parte de mais um gloriosomomento esportivo. E viva o maior es-petáculo da terra! A bola vai rolar.

O Sindicato disponibilizou uma linha telefônica

exclusivamente para informar as escalas. Ago-

ra, é ligar para o Departamento (51) 3109-5194

e fique sabendo das escalas do fim de semana.

Atenção associados

Aconteceram no sábado 27 de junho as

partidas de volta válidas pela fase semi-

final do Campeonato Estadual Júnior. No

Estádio Alfredo Jaconi, em Caxias do Sul,

Lucas Guimarães Horn foi o árbitro prin-

cipal no confronto entre o Juventude 3 e

o Grêmio 1. Ele foi auxiliado por Max

Augusto Vioni e João Lúcio de Souza. Já

o Internacional 4 jogou e venceu a equi-

pe do Aimoré 1 na Morada dos Quero-

Queros, em Alvorada. Douglas Silva (foto)

comandou o apito. Antonio Padilha e Ti-

ago Diel completaram o time da arbitra-

gem.

O jantar dançante em homena-gem ao Dia das Mães, realiza-do no dia 9 de maio, no Grê-

mio Sargento Expedicionário Geral-do Santana, reuniu representantes davelha guarda do apito com as novasgerações da arbitragem gaúcha.

Além das homenagens prestadaspelo Sindicato às mães dos associa-dos, o que se viu foi um animadoambiente de conversas de amigos ecompanheiros de trabalho, recorda-

ções do passado e projeções para ofuturo do futebol e, principalmente,os impactos na arbitragem.

Depois de saudar e agradecer a pre-sença dos associados, as mães que láestavam, familiares e convidados, opresidente do Sindicato, Carlos Cas-tro, informou as datas dos próximoseventos: o Encontro da Velha Guardado Apito será no dia 11 de setembroe a Festa do Final do Ano da catego-ria acontecerá em 5 de dezembro.

Reprodução Web

Fotos: Nestor Guedes

Associados inativos e da ativa marcaram presença no tra-dicional evento do Sindicato.

GALERIA

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ESPECIAL Julho 2015 MARCA DA CAL

A vida de árbitro como ela é

Nos dias 10, 11, 12 e 13 demaio a arbitragem gaúcha defutebol foi alvo de uma série

de reportagens publicadas no jornalZero Hora. Trata-se de um trabalhode fôlego e grande qualidade jornalís-tica, realizado pelos repórteres JonesLopes da Silva e Sérgio Villar, sob co-ordenação do editor Diego Araújo.

O conjunto de reportagens, que temcomo título geral "Vida de árbitro",apresenta por meio de textos e fotosa dura realidade vivida por árbitrose assistentes para trabalhar em jo-gos do Campeonato Gaúcho. Os tex-tos destacam o estresse das viagenspelo interior do estado e o cansaçoprovocado pelo duplo emprego. Paracompor este painel extremamente re-velador e sensível sobre as dificulda-des enfrentadas pela arbitragem ga-úcha, os jornalistas de Zero Horarodaram cerca de 5 mil quilômetrospor estradas interioranas acompa-nhando os homens e as mulheres doapito e das bandeiras.

Em razão deste trabalho jornalísti-co excepcional, a diretoria do SA-FERGS divulgou uma nota no site daentidade na internet parabenizando aequipe de esportes do jornal e ondequalifica a iniciativa como "extrema-mente positiva não só para o conjun-to da arbitragem gaúcha de futebolcomo também para o todo o universodo futebol (torcedores, jogadores edirigentes), que a partir de agora pas-sarão a observar com outro olhar -seguramente mais compreensivo, cui-dadoso e tolerante - a atuação doshomens e mulheres do apito dentro eao redor das quatro linhas." A nota

destaca também as ações do Sindi-cato em prol da categoria, apoio quese traduz "na redução das mensalida-des, na luta pela melhoria das taxase nas condições de trabalho, além deproporcionar cursos e palestras de atu-alização das regras do jogo e, ainda,no seguro de vida e acidente bancadointegralmente pelo Sindicato semnenhum custo para o associado."

"Vida de árbitro" é um documentopara ser lido, relido e guardado comoo testemunho dos percalços no cami-nho da arbitragem gaúcha de futebolna primeira metade da segunda dé-cada do século 21. Ações desta natu-reza são uma contribuição inestimá-vel à causa do apito e das bandeiras.A arbitragem gaúcha agradece

Na pista e nos vestiários, a dura re-alidade daqueles que trabalham poramor ao mundo da bola

As reportagens, acrescidas de depoimentos em vídeo,estão acessíveis no endereço:www.zh.clicrbs.com.br/rs/esportesDigite no buscador: Vida de Árbitro

Fotos/eprodução: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Maratona nas estradas en-frentada pelos profissionaisgaúchos é tema de matériano jornal Zero Hora, diáriode Porto Alegre.

O presidente do Sindicato, Carlos Castro, foi homenageado no dia 2

de julho pela passagem de mais um ano de vida. Amigos, familiares,

fornecedores, apoiadores e associados do Sindicato marcaram presen-

ça no festejo no restaurante Usina do Espetinho, em Porto Alegre. Na

comemoração abrilhantada pela envolvente música da banda Mistura

Samba, conversas sobre o que se passa dentro e fora das quatro linhas

de uma partida de futebol, torta de morango e muitos parabéns pra

você. Em certo momento, o aniversariante brindou os convidados com

personalíssimas interpretações de boleros clássicos como La Barca,

Solamente Una Vez e Brigas. No final da canja, arrancou apupos da

platéia ao cantar Verdade Chinesa e Mal Acostumado.

Nas despedidas, uma frase: "longa vida ao amigo Castrinho"

Aniversário em noite ilustrada

Sentados, Luciane Casapícolla, Antônio Leite, Carlos Castro e Margôt Cec-

coni. Em pé: Júlio Espinoza e Ronaldo Santos.