mar na literatura

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Influência do mar na literatura Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu, Mas nele é que espelhou o céu.Fernando Pessoa Mar, metade da minha alma é feita de maresia Pois é pela mesma inquietação e nostalgia, Que há no vasto clamor da maré cheia, Que nunca nenhum bem me sasfez. E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia Mais fortes se levantam outra vez, Que após cada queda caminho para a vida, Por uma nova ilusão entontecida. E se vou dizendo aos astros o meu mal É porque também tu revoltado e teatral Fazes soar a tua dor pelas alturas. E se antes de tudo odeio e fujo O que é impuro, profano e sujo, É só porque as tuas ondas são purasSophia de Mello Breyner Andresen Aqueles de um país costeiro, há séculos, contêm no tórax a grandeza sonora das marés vivas. Em simples forma de barco, as palmas das mãos. Os cabelos são banais como algas finas. O mar está em suas vidas de tal modo que os embebe dos vapores do sal. Não é fácil amá-los de um amor igual à benignidade do mar.Fiama Hasse Pais Brandão Fig.1 Fig.2 Fig.3

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Page 1: Mar na literatura

Influência do mar na literatura

“Ó mar salgado, quanto do teu sal

São lágrimas de Portugal!

Por te cruzarmos, quantas mães choraram,

Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar

Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena

Se a alma não é pequena.

Quem quer passar além do Bojador

Tem que passar além da dor.

Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

Mas nele é que espelhou o céu.”

Fernando Pessoa

“Mar, metade da minha alma é feita de maresia

Pois é pela mesma inquietação e nostalgia,

Que há no vasto clamor da maré cheia,

Que nunca nenhum bem me satisfez.

E é porque as tuas ondas desfeitas pela areia

Mais fortes se levantam outra vez,

Que após cada queda caminho para a vida,

Por uma nova ilusão entontecida.

E se vou dizendo aos astros o meu mal

É porque também tu revoltado e teatral

Fazes soar a tua dor pelas alturas.

E se antes de tudo odeio e fujo

O que é impuro, profano e sujo,

É só porque as tuas ondas são puras”

Sophia de Mello Breyner Andresen

“Aqueles de um país costeiro, há séculos,

contêm no tórax a grandeza

sonora das marés vivas.

Em simples forma de barco,

as palmas das mãos. Os cabelos são banais

como algas finas. O mar

está em suas vidas de tal modo

que os embebe dos vapores do sal.

Não é fácil amá-los

de um amor igual à

benignidade do mar.”

Fiama Hasse Pais Brandão

Fig.1

Fig.2 Fig.3

Page 2: Mar na literatura

O Mar e a Viagem A nação portuguesa via no

Mar a sua porta natural — Onde a terra acaba e o mar

começa. Chegara a hora de um país de marinheiros des-

bravar o lendário Mar Tenebroso, a partir da ocidental

praia lusitana. Portugal lançou-se na maior aventura cole-

tiva da sua História: a descoberta de novas terras e do

grande oceano por achar.

J. Cândido Martins

Começámos por adquirir longa experiência na navegação

costeira. Em Lisboa, a construção de barcos tornou célebre

a Ribeira das Naus. O grande impulso vinha da figura em-

blemática e predestinada, o Infante D. Henrique, com a

sua mítica Escola de Sagres.

J. Cândido Martins

Os Descobrimentos eram o cometimento grande e grave de todo um povo, o

peito ilustre lusitano. Contudo, a grande empresa era descobrir o desejado

caminho marítimo para a Índia, dobrando o Cabo das Tormentas, símbolo

mítico dos vedados términos e alegoria de todos os medos e perdições.

J. Cândido Martins

Fig.5

Fig.4

Fig.6

Page 3: Mar na literatura

Instrumentos náuticos

Fig.7

O astrolábio era um instrumento naval antigo, usado para medir a altura dos astros acima do horizonte e para deter-minar a posição dos astros no céu, tendo sido usado, du-rante muito tempo, como instrumento para a navegação marítima.

Fig.8

A bússola foi provavelmente o instrumento de navegação e orientação mais usado durante os descobrimentos. Es-ta “pequena caixa” de madeira é compostas por uma agulha magnetizada colocada num plano horizontal e suspensa pelo seu centro de gravidade, que aponta sempre para o eixo norte-sul, ao seguir a direção do norte magnético da Terra, indican-do-nos o Norte.

O quadrante, que tinha a forma de um quarto de círculo graduado de 0º a 90º e um fio de prumo no centro, tinha duas pínulas com um orifí-cio, por onde se fazia pontaria à Estrela Polar. Este instrumento permi-tia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo o cálculo se baseava na altura desse astro.

Fig.9

Page 4: Mar na literatura

Do desbravado mar português, fica-nos a nostalgia. Por-tugal é, de novo, confinado à sua dimensão terrestre. Es-te regresso a casa ou ao cais, é precisamente um dos sim-bólicos temas que tem inspirado muita da atual Literatu-ra portuguesa: depois do passado marítimo e colonial, Portugal interroga-se sobre o destino ou rumo como na-vio-nação.

J. Cândido Martins

A nostalgia do regresso

Da realização de Expo'98, neste Ano Internacional dos Oceanos e da comemoração dos 500 anos dos Descobrimentos, creio que ficou um saudável sentimento de auto-estima, perante o nosso passado histó-rico. É tempo de nos libertarmos de sentimentos derrotistas e fatalis-tas. É tempo de acabarmos com despropositados complexos de infe-rioridade. É tempo de encarar o futuro com a confiança das grandes realizações do passado.

J. Cândido Martins

Fig.10

Fig.11

Page 5: Mar na literatura

Da profunda influência do Mar na Língua, na Literatura e na Cultura portuguesa. Cos-teiro ou oceânico, o Mar faz parte do nosso devir histórico, está-nos no sangue. É um dos traços da nossa idiossincrasia como povo de vocação atlântica ou marítima. Por isso, numa das suas últimas intervenções públicas, Vergílio Ferreira fez esta bela afir-mação: “Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar.” J. Cândido Martins

Trabalho realizado por : Ana Beatriz

Catarina Gonçalves

10LH1 Inês Fernandes

Valéria Cunha

Conclusão

Fig. 12

Fig.13

Page 6: Mar na literatura

Webgrafia

http://alfarrabio.di.uminho.pt/vercial/letras/candid02.htm

http://osdescobridoresbiju.blogspot.pt/p/instrumentos-nauticos.html

Fig.1 http://www.novomilenio.inf.br/santos/fotos/fotos110b.jpg

Fig.2 https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTmMK8huHQTJjVKqKnHMgmlk9RNSQid9wzb8uQF4I_EKLyW_54IuQ

Fig.3 https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTrl80cqRUhXr3zTU2VGtg_qwDiE--d-JnUZK7frQCD2-xCQ9TL

Fig.4 https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcR9XEGSwnrAjc8_2E9dLKWF3dPbMMclRLhqIVgLW1_k-WjlxM51

Fig.5 http://www.estudopratico.com.br/wp-content/uploads/2014/08/descobrimentos-portugueses.jpg

Fig.6 https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTivhnhb2e8UUaak4IAUfEzrgsBgrW9XqF1GBeIH0JH9Gy8bD4q

Fig. 7 https://lh4.googleusercontent.com/-uZRrLOfqbVU/TYZKZULEP7I/AAAAAAAAABY/Q3jhnlA6TgE/s200/astrolabio%255B1%255D.gif

Fig.8 https://lh5.googleusercontent.com/-XnESuFb5bkU/TYZKmdbd3UI/AAAAAAAAABc/eiV1DSn4WxI/s200/lusophia47-nd-quadrante%255B1%

255D.bmp

Fig. 9 https://lh4.googleusercontent.com/--5kOb4tXizg/TYZLCxt2uOI/AAAAAAAAABg/pb9L8HPuTyI/s200/bussola_antiga%255B1%255D.jpg

Fig. 10 https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRy3o66MdWziygtEYduhqjtOqfCJR7Gwiq4EITe1oiIGaxt-e_a

Fig.11 https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTFF3MzYJ4ImrXWXsgcUIGUBGdr5Iwaw5SXXeyCvR7Y5ySWDiZV

Fig.12 https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTI0XL-OWtiXquMrPnD0_QXMx8BMu9xVCHWMG8WMChHS_bJrdXDzw

Fig. 13 https://www.visitportugal.com/sites/www.visitportugal.com/files/styles/encontre_detalhe_poi_destaque/public/mediateca/P_padrao-

dos-descobrimentos_660x371.jpg?itok=yFGdVura