máquinas e equipamentos
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Introdução
A revolução industrial foi o marco na utilização de maquinas para o
aumento da produção com finalidade de atender o aumento da demanda por
produtos manufaturados.
Atualmente, é impossível imaginar uma indústria funcionando somente
com maquinário humano. Até mesmo as pequenas indústrias investem em
máquinas para aumentar a produtividade. Observando a existência dos
recursos humanos trabalhando em conjunto com as maquinas e equipamentos,
encontramos diversos riscos ao trabalhador.
Os riscos de acidentes gerados por máquinas, por muitas vezes, são
extrema gravidade podendo ser fatal. Conforme publicação do Ministério do
trabalho e emprego, 25% dos acidentes são ocasionados por maquinas
obsoletas ou sem proteção. Constatado esse fato, o poder público entra em
ação publicando leis e normas para garantir que sejam aplicados dispositivos
de proteção em máquinas e equipamentos com objetivo de garantir a
integridade física do trabalhador.
Em contrapartida, entram em ação os profissionais especializados em
segurança do trabalho para analisar e indicar tecnicamente o melhor dispositivo
de proteção para cada caso.
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2. Legislação pertinente as máquinas e equipamentos
A respeito de proteção de maquinas e equipamentos, encontramos na
legislação vigente artigos na CLT - Consolidação das leis trabalhistas e na
norma regulamentadora 12, onde através da Redação dada pela Portaria SIT
n.º 197, de 17/12/10 foi atualizada e consideravelmente ampliada.
Na CLT encontramos pontos importantes para prevenção de acidentes
envolvendo máquinas e equipamentos. Nos artigos 184 à 186 é definido a
obrigatoriedade de adoção de dispositivos de partida e para e outros que se
fizerem necessários para a prevenção de acidentes do trabalho, especialmente
quanto ao risco de acionamento acidental, os reparos, limpeza e ajustes serem
realizados com as maquinas paradas e finalmente no artigo 186 traz a
competência para o ministério do trabalho e formular normalização adicional
sobre medidas e proteção de segurança em operação de máquinas e
equipamentos.
Como resultante do artigo 186 da CLT, o MTE - Ministério do Trabalho e
Emprego (atualmente denominado dessa forma) através da portaria 3.214/78
trouxe a tona a Norma regulamentadora 12 e recentemente atualizada.
Essa norma, como seu corpo descreve, define referências técnicas,
princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a
integridade física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a
prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de
utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, e ainda à sua
fabricação, importação, comercialização, exposição e cessão a qualquer título,
em todas as atividades econômicas, sem prejuízo da observância do disposto
nas demais Normas Regulamentadoras – NR aprovadas pelaPortaria nº 3.214,
de 8 de junho de 1978, nas normas técnicas oficiais e, na ausência ou omissão
destas, nas normas internacionais aplicáveis.
3.Tipos de máquinas
Todo dispositivo mecânico ou orgânico que executa ou ajuda no
desempenho das tarefas, precisando, para isto, de uma fonte de energia é
considerado como máquina.
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3.1.Torno mecânico
Máquina utilizada na confecção ou acabamento de peças de diversos
tipos e formas. Essa maquina utiliza-se de movimento circular giratório para
formar peças cilíndricas, com ela podemos produzir qualquer tipo de peça
mecânica.
Figura 1 - Torno mecânico fonte: http://pad9784.blogspot.com/p/metalomecanica.html
3.2. Fresadora
Derivada do torno mecânico, equipamento este, especifico para cortar
matéria-prima utilizando a fresa.
Essa fresa, retira fragmentos, dando forma a matéria prima.
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Figura 2 Fresadeira industrial
3.3. Furadeira
Normalmente compostas de cabeçote, denominado de fuso, são
maquinas operatrizes com função de furas materiais. Temos 3 tipos principais
de furadeiras, as horizontais, verticais e industriais.
Figura 3 - Furadeira industrial - http://maua.olx.com.br/furadeira-industrial-tres-cabeca-trabalhando-rochling-hin-iid-35600612
3.4. Aplainadora mecânica
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A função dessa maquina é resolver problemas ocorridos em peças e
componentes mecânico planos e retos
Figura 4 - Aplanadeira mecânica - http://www.dignow.org/post/mec%C3%A2nica-496305-95971.html
3.5. Retificadoras
São maquinas especificas para retificar e polir peças e componentes,
sejam eles planos ou cilíndricos
Figura 5 Retificadora Ferdimat - http://www.comerciodasmaquinas.com.br/
3.6. Extrusoras
São maquinas que utilizam calor, frio e movimento circular para forma
lâminas de plástico. Normalmente alimentadas por resina de polietileno.
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3.7. Solda
Maquina que une peças ou materiais metálicos através do calor. Existem
diversos tipos de solda. Na norma regulamentadora 18 em seu subitem 18.11,
traz os requisitos mínimos de segurança nas operações envolvendo soldagem
e corte a quente.
4. Riscos na utilização de máquinas
Nas máquinas encontramos diversos riscos de acidentes, tanto para
quem opera, quanto para os circunvizinhos. Seguindo esse pensamento,
devemos gerenciar esses riscos.
Para melhor identificação podemos dividir por fontes geradoras de riscos
nas máquinas, são elas: fonte de energia, elementos de transmissão de força,
cantos entrantes, ponto de operação.
4.1. Fonte de energia
A principal fonte de energia encontrada em maquinas é a elétrica, sendo
assim, os riscos de choque evidente. Toda a máquina deverá possuir
aterramento adequado (subitem 12.11.1 da NR 12).
Quando a fonte de energia é a combustão, os riscos estão atrelados a
queimaduras, riscos químicos como o gás carbônico (asfixiante).
4.2 Elementos de transmissão de força e cantos entrantes
Os elementos de transmissão e cantos entrantes em maquinas são
fontes geradoras de esmagamentos de membros superiores e até mesmo
esmagamento de um individuo.
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Figura 5 - Cantos entrantes
4.3. Ponto de operação
Nos pontos de operação, onde é executada a função da maquina,
podemos encontrar lançamentos de material particulados que podem atingir o
trabalhador causando danos graves.
5. Medidas de proteção
Segundo a NR-12, são consideradas medidas de proteção, a ser
adotadas nessa ordem de prioridade:
a) medidas de proteção coletiva – são medidas de engenharia que
venham a proteger mais de um trabalhador. Exemplo: Proteção das partes
moveis, barreira óptica.
b) medidas administrativas ou de organização do trabalho – são
medidas que regulamento ou modificam o local de trabalho com a finalidade de
proteger o trabalhador. Exemplo: ordem de serviço, diminuição de jornada de
trabalho.
c) medidas de proteção individual – é qualquer equipamento
destinado ao uso individual do trabalhador com o objetivo de protegê-lo de um
agente de risco, ou de vários, visando garantir sua segurança e a saúde no
trabalho (MARCO 2004). Essa medida, por sua vez, só poderá ser utilizada
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caso ocorra inviabilidade técnica ou financeira. Exemplo: protetor auricular,
capacete de segurança.
5.1. Medidas de proteção coletiva
5.1.1 Transmissão de força
As partes moveis da máquina de possuir barreiras que impeçam o
acesso acidental de partes do corpo dos trabalhadores.
“12.47. As transmissões de força e os componentes
móveis a elas interligados, acessíveis ou expostos,
devem possuir proteções fixas, ou móveis com
dispositivos de intertravamento, que impeçam o acesso
por todos os lados.” Norma regulamentadora 12
Figura 6 - Proteção de polia
5.1.2 Ponto de operação
O ponto de operação pode provocar acidentes graves, para isso pode-se
aplicar o distanciamento da fonte geradora do risco. Em um prensa, por
exemplo, esse ponto gerador de risco, é a zona de prensagem. Na figura
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abaixo, trata-se de um moinho, onde o material laminado ou copos
descartáveis são triturados para retornarem as extrusoras para serem
derretidos e transformados em novos copos. Para evitar o contato do operador
com as lâminas da máquina, fora instalada um canal de ferro onde distância o
operador das mesmas.
Figura 7 - Arquivo pessoal -Moinho triturador
5.1.3 Aterramento elétrico
Essa medida é essencial para evitar choques aos trabalhadores, caso
ocorra sobrecarga elétrica ou fuga de correte.
A medida em questão deverá ser adotada em todos os equipamentos
que possuam energia elétrica como fonte de energia.
5.1.4 Intertravamento elétrico
Sistema que utiliza um microinterruptor instalado de modo estratégico
que bloqueia ou corta a energia elétrica interrompendo o ciclo da máquina
5.1.5 Proteção sensitiva
Sistema composto de sensores óptico-eletrônicos que formam uma
barreira conforme vai ser protegido. Seu objetivo é impedir que braço, mãos e
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pessoas entrem em zonas de risco e ocorra acidentes, desligando a máquina
ou equipamento.
Figura 8. Arquivo pessoal – cortina de segurança
5.1.6 Proteção por barreira
Consiste na construção ou implantação de barreira física que impeça o
acesso a zona de riscos, como zonas de movimento de cilindros de massa,
engrenagens, polias.
Figura 9 Proteção de partes moveis em acrílico
5.2. Medidas administrativas ou de organização do trabalho
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5.2.1. Arranjo físico e instalações
Devemos ter uma atenção especial ao arranjo físico e as instalações
pois um simples posicionamento da máquina obstruindo a passagem a um
quadro de energia poderá ser fatal.
A Nr 12 traz, em seu corpo, uma atenção prioritária, logo sendo o
primeiro item a ser tratado pela mesma. Nela vem trazendo as seguintes
exigências mínimas exposto na tabela abaixo:
Exigência Subitem da NR12Demarcação das áreas de
circulação12.6
Vias principais de circulação que conduzem a saídas com no mínimo
1,20 m (um metro e vinte centímetros)
12.6.1
Deverão existir áreas especificas de armazenamento de materiais de utilização no processo produtivos
devidamente demarcados
12.7
A distância mínima entre máquinas, em conformidade com suas
características e aplicações, deve garantir a segurança dos
trabalhadores durante sua operação, manutenção, ajuste, limpeza e inspeção, e permitir a movimentação dos segmentos
corporais, em face da natureza da tarefa.
12.8.1
Os pisos dos locais de trabalho onde se instalam máquinas e equipamentos e das áreas de
circulação devem:a) ser mantidos limpos e livres de objetos, ferramentas e quaisquer materiais que ofereçam riscos de
acidentes;b) ter características de modo a prevenir riscos provenientes de
graxas, óleos e outras substâncias e materiais que os
tornem escorregadios; ec) ser nivelados e resistentes às
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cargas a que estão sujeitos.
5.2.2. Manutenção
Dividimos os tipos de manutenção em 4 (quatro), a operativa, preditiva,
preventiva e corretiva.
5.2.2.1. Operativa
A manutenção operativa é realizada pelo operador, compreende em
manusear a maquina seguindo as orientações, indicar possíveis anomalias na
maquina estando ou não em movimento, verificar indicadores no painel de
instrumentos, ou sensores.
Para esse tipo de manutenção poderá ser utilizado uma inspeção prévia
no equipamento, como o exemplo abaixo:
5.2.2.2. Preditiva
O objetivo de evitar o agravamento de problemas e falhas operacionais.
Tem o objetivo de predizer a ocorrência desses problemas a partir de
indicadores de desgaste ou má operação.
5.2.2.3. Preventiva
É ações como o objetivo de prevenir a ocorrência de falhas e problemas
de um sistema, podendo ser máquinas e equipamentos.
5.2.2.4. Corretiva
A manutenção corretiva ocorre quando o evento “falha”, quebra ou não
conformidade em uma máquina ou equipamento é efetivado, então, é
executada ações com o objetivo de corrigi-las.
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5.3. Medida de proteção individual
Quando por inviabilidade técnica ou financeira, quando não forem
suficientes, durante a implantação ou estudo de medidas de caráter coletivo,
poderá ser utilizado EPI.
O Equipamento de proteção individual, como o nome propõe, é um
equipamento que protege somente um individuo de um ou mais agentes
agressivos.
6. Conclusão
O uso de máquinas é uma importante evolução humana e sem elas não
existiria o estilo de vida atual, mas além de trazer benefícios, as máquinas são
fonte geradora de riscos, tanto para quem opera, quando para quem está ao
seu redor.
Para a manutenção da vida e da integridade física desses expostos,
devem-se interpor barreiras eficientes, que impeçam a extrapolação dos riscos
de operação, geradas pelas máquinas. Contudo possuímos condições
tecnológicas para implantar essas barreiras e fica evidente, que tratando de
trabalhadores, a segurança do trabalho deverá gerenciar esses riscos,
adotando as medidas corretas para cada tipo de agente.
7. Referências bibliográficas
SALIBA, Tuffi Messias, Curso básico de segurança e higiene ocupacional. 3 ed.
– São Paulo: LTr, 2010 p. 71 – 75
REIS, Roberto Salvador, Segurança e medicina do trabalho: normas
regulamentadora – 6 ed – São Caetano do Sul: Yendis Editora 2010
OLIVEIRA, Eduardo Milaneli, Manual prático de saúde e segurança do trabalho
– São Caetano do sul: Yendis Editora, 2009