mapeamento instrumentos controle minucioso · como o café e a cana-de-açúcar, aqui no brasil e...

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Mapeamento instrumentos -.... Controleminucioso a H á quem associe agricultura de precisão (AP) a algum pacote de soluções mágicas que chegam até nós, via satélite, para resolver todos os pro- blemas da agricultura a partir da sua adoção. Esse conceito persistirá enquanto houver de- sinformação. Há poucos anos, quando a AP surgiu, a tônica era de que a onda, que se apro- ximava, permitiria tomar uniformes as produ- tividadesdas lavouras,fazendo com que as man- chas fossem abolidas e se nivelasse tudo pelas altas produtividades. A aplicação de insumos em taxas variadas seria praticável para cada metro quadrado da lavoura. Em reportagens, era descrita a simplicida- --. l\1oqulnas 2~ " " i: m D ,g '" -- --- '" '" de eletrônica de todo o processo e, num toque 1 de automação, o agricultor tiraria da colhedora um cartão de memória com os dados de colhei- ta (entenda-se, o mapa de produtividade) e in- seriria esse mesmo cartão em algum controla- dor de máquina acoplada ao trator no qual es- tivesse instalado um GPS e com isso, ele pode- ria fazer a operação de adubação ou semeadura em taxa variada. Noutra frente, se dizia que a amostragem de solo em grade, acompanhada de um certo rigor estatístico, iria permitir resol- ver quase tudo e a aplicação de fertilizantes baseada nesse conjunto de dados, novamente, seria suficiente para nivelar a produtividade pelo seu máximo. ~ www.cultivor.inf.br Claas Passou-se a entender um pouco melhor as variabilidades existentes nas lavouras e por con- ta dos primeiros dados disponíveis, observa-se que para tomar o desafio ainda mais interes- sante, as correlações entre produtividade e fa- tores,de produção individuais, são baixas. E mcil concluir-se que a agricultura de hoje é praticada "pela média". Um pequeno agri- cultor conhece em detalhes a sua roça, diferen- temente do gerente ou do proprietário de uma grande fazenda, de alguns milhares de hecta- res. Na medida em que as propriedades aumen- taram de tamanho, esse detalhamento foi sen- do deixado de lado. Por isso, pode-se dizer que se pratica a agricultura "pela média". Faz-sea amostragem de solo e um resultado vale para todo talhão ou até para a propriedade inteira e, na colheita, diz-se que a propriedade produziu tantos sacos por hectare e essa agricultura pela média acaba escondendo muita coisa. Um mapa de produtividade, que é um bom ponto de partida para quem quer entender e praticar AP,mostra informações surpreenden- tes. As lavouras em geral, apresentam manchas de produtividades extremamente variadas. Por- tanto, o que se pratica nos dias de hoje é uma simplificaçãoestritamente deordem prática,por fulta de recursos técnicos para maior detalha- mento. A proposta da AP é permitir que se faça aquilo que o pequeno agricultor sempre fez, porém em larga escala e associando todo o co- nhecimento acumulado pelas ciências agrárias até hoje. A idéia básica é de que o agricultor possa inicialmente identificar as manchas de alta e de baixa produtividade dos atuais talhões e depois possa administrar essasdiferenças.Para que isso seja possível,é necessário um bom grau de automatização e essa automatização depen- ... Molim: "o objetivo da APé controlardetalhadamentea produtividade para aplicar as medidas necessárias" Abril 2004 .

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Page 1: Mapeamento instrumentos Controle minucioso · como o café e a cana-de-açúcar, aqui no Brasil e algodão, tubérculos, frutíferas em geral, feno, ... guns dispositivos especiais

Mapeamentoinstrumentos

-....

Controleminucioso

a

Há quem associe agricultura deprecisão (AP) a algum pacotede soluções mágicas que chegam

até nós, via satélite, para resolver todos os pro-blemas da agricultura a partir da sua adoção.Esse conceito persistirá enquanto houver de-sinformação. Há poucos anos, quando a APsurgiu, a tônica era de que a onda, que se apro-ximava, permitiria tomar uniformes as produ-tividadesdas lavouras,fazendo com que as man-chas fossem abolidas e se nivelasse tudo pelasaltas produtividades. A aplicação de insumosem taxas variadas seria praticável para cadametro quadrado da lavoura.

Em reportagens, era descrita a simplicida-

--. l\1oqulnas

2~

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i:

mD ,g'"-- --- '"'"de eletrônica de todo o processo e, num toque 1de automação, o agricultor tiraria da colhedoraum cartão de memória com os dados de colhei-

ta (entenda-se, o mapa de produtividade) e in-seriria esse mesmo cartão em algum controla-dor de máquina acoplada ao trator no qual es-tivesseinstalado um GPS e com isso,ele pode-ria fazer a operação de adubação ou semeaduraem taxa variada. Noutra frente, se dizia que aamostragem de solo em grade, acompanhadade um certo rigor estatístico, iria permitir resol-ver quase tudo e a aplicação de fertilizantesbaseada nesse conjunto de dados, novamente,seriasuficientepara nivelara produtividade peloseu máximo.

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www.cultivor.inf.br

Claas

Passou-se a entender um pouco melhor asvariabilidades existentes nas lavouras e por con-ta dos primeiros dados disponíveis, observa-seque para tomar o desafio ainda mais interes-sante, as correlações entre produtividade e fa-tores,de produção individuais, são baixas.

E mcilconcluir-se que a agricultura de hojeé praticada "pela média". Um pequeno agri-cultor conhece em detalhes a sua roça, diferen-temente do gerente ou do proprietário de umagrande fazenda, de alguns milhares de hecta-res. Na medida em que as propriedades aumen-taram de tamanho, esse detalhamento foi sen-do deixado de lado. Por isso,pode-se dizer quese pratica a agricultura "pela média". Faz-seaamostragem de solo e um resultado vale paratodo talhão ou até para a propriedade inteirae,na colheita, diz-se que a propriedade produziutantos sacos por hectare e essa agricultura pelamédia acaba escondendo muita coisa.

Um mapa de produtividade, que é um bomponto de partida para quem quer entender epraticar AP,mostra informações surpreenden-tes. As lavouras em geral, apresentam manchasde produtividades extremamente variadas.Por-tanto, o que se pratica nos dias de hoje é umasimplificaçãoestritamente deordem prática,porfulta de recursos técnicos para maior detalha-mento.

A proposta da AP é permitir que se façaaquilo que o pequeno agricultor sempre fez,porém em larga escala e associando todo o co-nhecimento acumulado pelas ciências agráriasaté hoje. A idéia básica é de que o agricultorpossa inicialmente identificar as manchas dealta e de baixa produtividade dos atuais talhõese depoispossaadministrar essasdiferenças.Paraque issosejapossível,é necessárioum bom graude automatização e essa automatização depen-

...

Molim: "o objetivo da APé controlardetalhadamenteaprodutividade para aplicar as medidasnecessárias"

Abril2004

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NA proposta da AP é permitir que se faça aquilo que o pequeno agricultor sempre fez, porém

em larga escala e associando todo o conhecimento acumulado pelas ciências agrárias até hoje"-11111180 1 (e9.3 lia.) 302.2hl

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Mapa de produtividadede milhocolhidoem 2004 em um talhão de 69 ha.,

mostrandoasdiferençasque,nonnalmente,oconemnaprodutividadedaslavouras

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Calcario recomendado- 200-667 kg/haD 668 - 1267 kg/ha- 1267 - 1787 kg/ha- 1787 -2274 kg/ha- 2274 -3465 kg/ha

~.

Mapa de recomenda~ão de calcário em uma área de 302 ha. de cerradoa partirde amostragemem grade, mostrandoa grande varia~ão na demanda do produto

de dê tecnologiasmodernas, muitas delas ape-nas adaptadas para o meio agrícola. Exemplodisso são o GPS, a informática e muitos dos

sensores e controladores utilizados nas máqui-nas agrícolas.

A AP deve ser vista como um sistema de

gestã~ ou de gerenciamento da produção agrí-cola. E um elenco de tecnologiase procedimen-tos utilizados para que as lavouras e o sistema

. de produção sejamotimizados, tendo como ele-mento chave o gerenciamento da variabilidadeespacial da produção e dos fatores nela envolvi-

dos.

Hoje a AP é o agente da geração de basesde dados de uma preciosidadeainda poucocom-preendida pela maioria de nós. Embora tudoisso tenha começado com os grãos, é perfeita-mente admissível que o conceito se estenda a

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"Os avançOs até aqui obtidos nesse tipo de trabalho têm dado embasamento paramuitas iniciativas novas e instituições e agricultores já começam a utilizá-Ias"-

qualquer cultura, sem exceção.A questão é ape-

nas como monitorar o que acontece e com quefreqüência.

Nos cereaisem geral, houve um empenhoinicial maior devido às extensas áreas que ocu-pam. Hoje já há soluções em várias culturascomo o café e a cana-de-açúcar, aqui no Brasile algodão, tubérculos, frutíferas em geral, feno,tomate industrial e outras, em outros países.

Sem dúvida, a melhor informação do re-sultado de uma lavoura é a colheita. Na agri-cultura pela média, essa informação se resumea um número. Na AP essainformação é o mapadeprodutividadeque mostra o total ç:olhidoparacada pequena porção da lavoura. E uma ima-gem que representa a variabilidade espacial daprodução. Para se gerar os mapas de produtivi-dade de grãos é necessária a instalação de al-guns dispositivosespeciaisna colhedora. A con-figuraçãobásica de um sistema inclui um sen-sor de fluxo de grãos e um sensor de umidadeda massa de grãos, ambos instalados no eleva-dor de grãos limpos da máquina, um sensor develocidadeda máquina, um interruptor ou sen-sor de plataforma, GPS e o monitor com siste-ma para armazenamento de dados, instaladona cabine. Váriasoutras ferramentas estão sen-

do propostas e testadas, visando sempre identi-ficaras manchas existentesem um talhão, como

as fotografias aéreas, as imagens de satélite, avideografia,a amostragem de solo em grade, amensuração da condutividade elétrica do soloetc. Todas merecem a devida atenção e fazemparte do sistema.

A técnica que tem-se tomado bastante po-pular e que se soma às informações da culturaé a geraçãodo mapa individual para cada indi-cador da fertilidade do solo a partir da amos-tragemem grade.Paraissoé necessárioum certoinvestimento na coleta de amostras, cada umalocalizadavia GPS. Outras informações podemser registradas, como por exemplo, a localiza-ção de focos de infestação de doenças, pragasou invasoras.

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Esse é apenas o campo da coleta de dadospara um bom diagnóstico, que é a fase seguin-te. Nessa, a interpretação e explicação para osfatos passa a ser a tarefa mais complexa. Naprática, deve-se identificar os fatores que po-dem causam as baixasprodutividades onde elasse manifestarem. É a arte de fazer aquilo quese faz hoje com base nas médias, porém emcada pequena porção da lavoura.

A outra ~e do processo,posterior ao diag-nóstico, é a aplicaçãodos insumos na dose cer-ta em cada local.De nada serviriao diagnósticodosproblemas localizadossenão houvessecomofazer o tratamento também localizado.Já exis-tem veículos de aplicaçãode fertilizantes capa-zes de carregar um ou vários produtos, separa-dos para a composição da aplicação localizadada devida mistura. Em alguns países, essa tare-fa normalmente é feita por prestadores de ser-viços ou cooperativas que se especializaramnessa tarefa. Também são disponíveis equipa-mentos para variar a densidade de semeadura,automaticamente, no campo. A aplicação loca-lizada de defensivosagrícolascom dosagensva-riadas e circuito de injeção direta do princípioativo, no fluxo de água ou diretamente nos bi-cos, também já é disponível. Nesse contexto, jásão oferecidosprodutos e serviçosao agricultorbrasileiro. No entanto, o domínio das técnicaspassa por uma avaliaçãoe adaptação às nossasparticularidades.

Com esse intuito várias instituições, den-tre elas a EsalglUSP, vêm conduzindo traba-lhos de pesquisa na área. O chamado "ProjetoAP" é um conjunto de ações que tem comometa maior a avaliaçãoda tecnologia como elavem sendo concebida e oferecida ao usuário.

Dessa forma, várias atividades de pesquisa vêmsendo desenvolvidas,especialmente com enfo-que para a avaliação dos recursos disponíveispara se praticar AP.

www.cullivar.inf.br

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Os avanços até aqui obtidos nesse tipo detrabalho têm dado embasamento para muitasiniciativas novas e instituições e, agricultoresjácomeçam a utilizá-Ias. A montagem de siste-mas em nível de propriedade ou grupo de agri-cultores, bem como a estruturação de consul-torias especializadas e prestadores de serviços,são algumas das frentes que começam a se abrire podem ser balizadas com as experiênciasjásomadas.

Ainda existem muitas perguntas em termosde o que fazer com as informações coletadas.De qualquer maneira, a recomendação tem sidode se coletar o máximo possível de dados decampo, pois um único mapa de colheita, porexemplo, não oferece muitas indicações. Sãonecessários vários níveis de informação (ma-pas) para uma análise mais ampla do que ocor-re em um determinado segmento da lavoura,além da bagagem de conhecimento indispen-sável do agricultor e de seus colaboradores.

Uma forma de se simplificar um pouco aabordagem da AP da forma como tem sidodis-cutida é com base na identificação e demarca-ção de unidades de gerenciamento ("zonas demanejo"). Na medida em que o agricultor pas-sa a trabalhar a propriedade não mais comoúnica, ou seja, isola cada talhão e os consideracomo unidades gerenciais, as desuniformida-des começam a surgir. Isso leva ao tratamentoindividualizado de cada talhão em todos os sen-

tidos; desde a amostragem de solo, passandopela colheita, até a contabilidade. Esse é o iní-cio do processo de gerenciamento por unida-des. O que falta é definir essas unidades dentrode cada talhão. Assumindo que as manchasexistem e que conhecendo-as podemos melho-rar as técnicas de gerenciamento da lavoura,deve-se lançar mão de ferramentas que penni-tam definir essas unidades. Para isso, podemser utilizadosos mapas de produtividade,as

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Fotos Massey

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fotos aéreas, as imagens de satélite, a amostra-gem de solo em grade e outras técnicas maisrecentes.

Definidas essas unidades, passa-se a criarsubdivisõesvirtuais nos talhões que são as bor-das dessas unidades, diferenciadas entre si poralgum critério ou fator. Desse ponto para fren-te, as táticas de gerenciamento devem ser mu-dadas e todos os princípios até aqui discutidos,relativosa AP podem ser aplicados, porém semtanta sofisticaçãode equipamentos. A própriadelimitação e demarcação dessas unidades demanejo pode ser feita com tecnologiasapropri-adas. Em função das recentes dificuldades quea AP tradicionalvem enfrentando, especialmen-te ligadosao seu alto custo de adoção e indefi-nição quanto ao retomo, bem como ausênciade boas correlações que expliquem as causasdas variabilidades locais, a tendência da ado-ção das unidades de gerenciamento vem cres-cendo. Porém, é importante não esquecer queessa também é uma simplificação de ordemprática, porém melhor do que a nossa agricul-tura "pela média" de hoje.

As novas tecnologi~s trazem consigo asdúvidas e os encantos. E conhecido o fato de

que essas novidades têm sua fase de euforiaacompanhada de adoção um tanto desordena-da; segueuma fasede desapontamento e aban-dono. Somente depois é que ocorre o ressurgi-mento com equilíbrio. Esse modelo é bastanteconhecido e o exemplo mais próximo de nós éa história doplantio direto no Brasilehoje, sabe-se que a sua adoção é uma questão de sobrevi-vência em muitas regiões.

Se esse for o caminho da AP, talvez a faseda euforia já tenha passado. A expectativa é deque, a partir de agora, as coisaspossam aconte-cer de uma maneira mais cautelosa e que aspressões causadas pela novidade não dominemas decisões. No entanto, muitas dúvidas per-

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duram, associadas às particularidades dos sis-temas de produção adotados no Brasil. Quan-tos já se perguntaram como será o campo daaplicação variada de fertilizantes. As soluçõesque se conhece e que vêm de fora, utilizam adistribuição de sólidos a lanço. Quanto dessatecnologiajá é dominada no Brasil? Será possí-veldifundir indiscriminadamente essaprática?A solução mecânica de se fazer aplicaçãovaria-da de uma mistura (NPK) nas semeadoras dehoje é bastante simples. Porém, será que issoresolve? A variabilidade de deficiência de fós-

foro e potássio, por exemplo, são independen-tes uma da outra.

Assim também, outras frentes devem servistas com olhar critico para que não se criemparadigmas já no início do processo.Um exem-plo é a amostragem de solo em grade. Já houvea tendência de generalizar-seo conceito de queela só é possível com um conjunto de equipa-mentos sofisticados que automatizam a opera-ção. Vê-se que há demandas básicas que de-vem ser trabalhadas nos próximos anos paraque se tenha um sistema viável e adaptado ànossa realidade. Esse é o caminho que a pes-quisa procura perseguire a indústria deveapoiar,pois dependerá do sucesso desse esforço paraviabilizaros seus produtos e serviçosainda pou-co adaptados.

Os aspectos econômicos envolvidospertur-bam o potencial usuário. Os americanos e eu-ropeus têm alertado para o fato de que em grãosem geral, como culturas de baixo valor agrega-

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do, a ren1abilidadeda AP é menos evidente queem culturas mais nobres. No entanto, os espe-cialistas da área advertem para o fato de que amensuração da relação entre custo e benefícioé bastante complexa e intuitiva. A estimativado custo da obtenção de uma informação nãoé uma tarefa simples.

A AP,da forma como vem sendo praticada,enfocando quase que exclusivamente o geren-ciamento da adubação com base em amostra-gem do solo em grade, tem resultado em racio-nalização significativano uso de insumos, es-pecialmente de calcário.O que se tem observa-do é economia nos produtos e nas operações,na medida em que as aplicaçõessão dirigidas eas quantidades são melhor administradas, che-gando a porções das lavouras que nem rece-bem produto porque os mapas dizem que nãoé necessário. Somente isso demonstra que sepode melhorar em muito nosso gerenciamentocom esse tipo de "ajuste fino".

Técnicas mais aprimoradas de gerencia-mento, mesmo sem muita sofisticação, serãoexigênciaem breve. A AP está aí para mostrar ocaminho e alertar para o fato de que é possívelmelhorar nossa forma de ver nossos sistemas

de produção. As lavouras não são uniformescomo se assume na hora de tomar as decisões.

Isso é o bastante para questionar o que é prati-cadono presente. 01

José Paulo Molin,Esalq e CNPq

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www.tUllivor.inf.br l'1équlnas.-

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