mapeamento das doenÇas epidÊmicas de … · os dados sobre as doenças foram fornecidos em...

63
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA RAFAEL DIAS DE ALMEIDA MAPEAMENTO DAS DOENÇAS EPIDÊMICAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES VITÓRIA 2006

Upload: lekhanh

Post on 09-Nov-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA

RAFAEL DIAS DE ALMEIDA

MAPEAMENTO DAS DOENÇAS EPIDÊMICAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA PARA O MUNICÍPIO DE VITÓRIA - ES

VITÓRIA 2006

15

1 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação

As estatísticas internacionais apontam que cerca de 80% das doenças e mais de

30% das mortes em países em desenvolvimento são causadas pelo consumo de

água contaminada. No Brasil, 65% das internações hospitalares são provenientes de

doenças de veiculação hídrica, muitas dessas doenças estão relacionadas com

baixa cobertura de água e rede de esgotamento sanitário, como no caso da diarréia

e cólera. Outras relacionadas à inundação, como a leptospirose, malária e dengue

(BRASIL, 2005).

Diante dessas estatísticas, a produção de informações para a gestão de serviços e

formulação de políticas de saúde é hoje um desafio às administrações públicas, na

busca por planejamento e atuação mais direta dos serviços de saúde.

O Brasil consegue ao mesmo tempo possuir um acúmulo de dados, com baixo

percentual de utilização para apoio a decisão, e carência de informações que devem

dar conta da complexa situação de saúde do país (FERREIRA, 1998).

No caso dos dados de saúde e doença, esses têm dimensões espaciais e podem

ser expressos no contexto da distribuição geográfica. Enquanto isso, as séries

estatísticas contribuem com a dimensão temporal.

Os dados – fatos distintos e objetivos, relativos a eventos e a objetos – são muito

importantes, mas para sua utilização em favor de todos os níveis da organização

(operacional, gerencial e político), precisam geralmente ser minimamente

contextualizados e/ou condensados, sendo assim convertidos em informação.

É nesse momento então que se faz presente à contribuição da ciência e das

tecnologias computacionais.

De um lado a Geografia da Saúde resulta da interligação dos conhecimentos

geográficos e médicos, mostrando a importância do meio geográfico no

aparecimento e distribuição de uma determinada doença, aliado a esta, os Sistemas

de Informações Geográficas (SIGs) se adequam perfeitamente à abordagem

16

territorial na medida em que permitem a distribuição espacial dos dados e a

visualização das relações espaciais entre dados, a detecção de processos de

concentração e de dispersão de fluxos e contra fluxos, bem como a identificação dos

processos históricos de comportamento dos dados, segundo Pina (1998).

Sendo assim, o mapeamento das doenças é fundamental quando se considera a

necessidade de vigilância diante de uma epidemia, como a da cólera, por exemplo,

pois o conhecimento do padrão geográfico das doenças pode fornecer informações

sobre etiologia e fisiopatologia de determinados eventos mórbidos.

O presente trabalho consiste em, mapear ocorrência de casos de doenças

epidêmicas de veiculação hídrica, nos bairros do município de Vitória, através de

dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), contidos no Sistema

de Informação sobre Agravos Notificados (SINAN). Proporcionado assim, evidenciar

a empregabilidade do SIG como instrumento na otimização, geração e analise das

informações epidemiologias, a fim de conhecer a distribuição espacial das doenças

no município.

1.2 Problemática e justificativa

O Setor de saúde no Brasil é detentor de um extenso banco de dados, onde

podemos encontrar inúmeros sistemas de informações (Sistema de Informação

sobre Internações Hospitalares – SIH, Sistema de Informação sobre Procedimentos

Ambulatoriais – SAI, Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM, Sistema de

Informação sobre Agravos Notificados – SINAN, etc.), que abrange dados vitais, de

morbidade, gerenciais entre outras.

Se por um lado, estes dados estão disponíveis, por outro, freqüentemente sua

utilização é limitada pela ausência e baixa qualidade de ferramentas de análise.

A geração de informações e de conhecimento em saúde não ocorre em grande parte

das organizações municipais componentes do SUS. Os municípios se limitam a

executar as rotinas de acumulação dos dados que são exigidos pelo Ministério da

Saúde. As rotinas de acumulação de dados são efetivadas porque delas depende o

repasse de recursos que custeiam o financiamento do Sistema Municipal de Saúde.

17

A não distinção entre dados e informação tem custado muito aos processos de

decisão nas organizações. Neste sentido, este trabalho busca utilizar as tecnologias dos SIGs em conjunto com

os dados do SINAN, proporcionando uma otimização da geração de informações

na Vigilância Epidemiológica, mais especificamente através do mapeamento das

doenças epidêmicas de veiculação hídrica, a fim de conhecer a distribuição espacial

das doenças, sua incidência e população de risco para o planejamento e atuação

mais direta dos serviços de saúde para o Município de Vitória.

1.3 Objetivos da pesquisa

A presente pesquisa tem por objetivos buscar:

a) Estabelecer mapas temáticos para cada doença pesquisada;

b) Conhecer a distribuição espacial das doenças epidêmicas de veiculação hídrica e

como comporta sua incidência no Município de Vitória.

c) Gerar informações através de mapas, gráficos e tabelas;

d) Analisar e discutir os resultados, procurando apontar as possíveis motivações que

levaram aos mesmos;

e) Evidenciar a validade, qualidade e a empregabilidade do SIG como ferramenta da

Epidemiologia.

1.4 Procedimentos metodológicos 1.4.1 Base de dados e bases cartográficas Em visita ao setor de Vigilância Epidemiológica da SEMUS, foi realizada uma

pesquisa no SINAN, a fim selecionar as doenças de veiculação hídrica (doenças

com fonte na água e relacionadas à água), que ocorreram no município, no período

18

de 1999 a 2005. Após o levantamento, foram selecionadas quatro doenças: Dengue,

Malária, Hepatites A/E e Leptospirose.

O número casos de hepatites A e E, foram somados, pois consideramos o modo de

transmissão, sintomas e evolução das doenças semelhantes. Assim para simplificar

a escrita, doravante, utilizaremos hepatites A/E.

Os dados sobre as doenças foram fornecidos em planilha eletrônica Excel, contém

os seguintes campos: unidades de saúde, data da notificação, raça/cor,

escolaridade, data de nascimento, idade, sexo, bairro e ocupação.

No caso da dengue, buscamos complementar seu estudo, com a aquisição de dados

sobre o Índice de Infestação Predial, para as regiões de saúde, no período de 2001

a 2005, que foram cedidos pelo Centro de Controle de Zoonoses da Prefeitura de

Vitória.

O Índice de Infestação Predial indica o número de casas visitadas onde são

encontradas larvas do mosquito. Para o Ministério da Saúde o ideal é percentual

inferior a 1%. Se o índice fica entre 1% e 3%, a situação é de atenção. Acima disso,

é considerado caso de alerta (PORTAL DA SAÚDE, tópicos em saúde, 2006).

Na geração dos mapas de Taxa de Incidência, utilizamos os dados populacionais

censitários do IBGE para o ano de 2000.

Para o mapeamento, foram usados dois tipos de bases cartográficas. Uma base que

trás a divisão por bairros do Município de Vitória e a segunda base, contendo a

Divisão Administrativa por Regiões de Saúde (Anexo mapas)

O município de Vitória possui oficialmente setenta e nove bairros, segundo a

Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Cidade de Vitória (SEDEC),

considerada a oficial pelo IBGE. A SEMUS utiliza uma divisão administrativa onde o

município é dividido em 6 regiões administrativas. É importante comentar que, esse

tipo de regionalização, que reúne bairros de diferentes classes sociais na

composição de cada região, pode contribuir para distorções nos resultados.

19

Divisão administrativa das Regiões de Saúde do Município de Vitória/ES, Segundo SEMUS

REGIÃO DO CENTRO REGIÃO CONTINENTAL REGIÃO DO FORTE DE SÃO JOÃO

Bairro do Cabral Bairro do Quadro

Santa Tereza Vila Rubim

Ilha do Príncipe Bairro do Moscoso

Centro Parque Moscoso

Santa Clara Fonte Grande

Piedade

Jabour/Aeroporto António Honório

Segurança do Lar Sólon Borgues

Goiabeiras Maria Ortiz

Bairro República Boa Vista

Mata da Praia Morada de Camburi

Jardim da Penha/Pontal de Camburi

Jardim Camburi

Cruzamento

Forte São João Romão

Fradinhos Ilha de Santa Maria

Jucutuquara Monte Belo

Barro Vermelho Enseada Do Suá

Ilha do Frade Ilha do Boi

Praia do Suá Praia do Canto Santa Helena Santa Lúcia

Bento Ferreira Jesus de Nazaré

REGIÃO DE MARUÍPE REGIÃO DE SANTO ANTÔNIO REGIÃO DE SÃO PEDRO

Bairro de Lourdes/ Nazareth

Maruípe Santa Cecília

Santos Dumont São Cristóvão

Tabuazeiro Andorinhas Joana D’arc Santa Luiza

Santa Martha Bonfim

Bairro da Penha Itararé

Consolação Gurigica

Horto São Benedito

Estrelinha Grande Vitória

Inhanguetá Universitário Bela Vista

Mario Cypreste Santo Antônio

Ariovaldo Favalessa Caratoíra

Condusa Ilha das Caieiras

Santos Reis São Pedro Redenção

Santo André São José Conquista

Nova Palestina Resistência

Figura 3 - Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Vitória – SEMUS, 2002

20

Foram feitas alterações e considerações na base de dados e cartográficas, para que

fosse possível a execução da pesquisa.

Na base de dados cedida pela Vigilância Epidemiológica, referente ao número de

casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue, alguns bairros como

Alagoano, São Pedro I, II, III, IV e V e Bomba possuem nomes diferentes do padrão

reconhecido pela SEDEC e pelo IBGE. Assim, ao gerar os mapas de divisão dos

bairros, optamos por seguir o padrão de nomenclatura oficial da SEDEC e do IBGE

para a base cartografia. Portanto os bairros citados acima passaram a se chamar

Ariovaldo Favalessa, São Pedro, Redenção, São José, Santos Reis, Nova Palestina

e Santa Luiza. Outros bairros estavam sendo chamados por nomes populares como

Morro do Cabral e Morro do Quadro, quando o oficial é Bairro do Cabral e Bairro do

Quadro.

Ainda na base de dados, encontramos o caso em que bairros vizinhos foram unidos,

ou seja, possuem um único número de casos, como: Bairro de Lourdes e Nazareth;

Jabour e Aeroporto; Jardim Penha e Pontal de Camburi. Diante desse fato, no

processo de mapeamento, não foi possível identificar, separar e distribuir o número

real de casos para cada bairro, segundo divisão da SEDEC e IBGE. Sendo assim,

para não comprometer a pesquisa, consideramos a base de dados da Vigilância

Epidemiológica mantendo um único número de casos para cada bairro agrupado,

porém, sem alterar a divisão administrativa dos bairros na base cartográfica.

Divisão dos bairros de Vitória/ES

BAIRROS

SEGUNDO A SEDEC E IBGE SEGUNDO BASE DE DADOS DA VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Bairro de Lourdes Nazareth Bairro de Lourdes/Nazareth

Jabour Aeroporto Jabour/Aeroporto

Jardim Penha Pontal de Camburi Jardim Penha/Pontal de Camburi

Figura 4 - Fontes: SEDEC, IBGE e SEMUS

21

1.4.2 Procedimentos para criação dos mapas

Parte da pesquisa foi realizada por meio de microcomputador e um conjunto de

softwares como ArcGIS 9.0, que trabalha com o conceito de SIG, além de outros

softwares auxiliares como editor de texto, planilha eletrônica, CAD’s, entre outros

ferramentas que contribuíram para a execução da pesquisa.

A idéia inicial da pesquisa era somente mapear o quantitativo de casos de malária,

leptospirose, hepatites A/E e dengue, registrados no SINAN. Após amadurecimento

do trabalho, foi incluído o mapeamento do Índice de Infestação Predial de dengue e

Taxa de Incidência para dengue, hepatites A/E e leptospirose. Além destes, foram

criados mapas contendo o número de casos levando em consideração o período

chuvoso (úmido) e seco, tendo como finalidade, observar a influencia pluvial na

ocorrência das doenças.

Para a geração dos mapas com número de casos de malária, leptospirose, hepatites

A/E e dengue foram usados da base de dados os campos: data da notificação

(constituído de dia/mês/ano) e bairro. Assim, foram confeccionados ao todo 60

mapas classificados por Regiões de Saúde e bairros para os anos de 1999 a 2005.

Nos mapas de Índice de Infestação Predial de dengue, os anos de 1999 e 2000 não

puderam ser mapeados por falta de dados do Centro de Controle de Zoonoses,

sendo assim, foram gerados mapas de 2001 a 2005 para Regiões de Saúde.

No mapeamento da taxa de incidência para leptospirose, hepatites A/E e dengue foi

utilizado o seguinte cálculo (BRASIL, 1996):

Taxa de Incidência = Número de casos x 100.000 habitantes

População

A taxa de incidência é uma medida estatística que mede risco de se adoecer em

determinado local. Assim, utilizando a taxa é possível fazer comparações entre

populações de diferentes tamanhos (com números desiguais de pessoas sob risco).

(BRASIL, 1996)

22

A partir dos dados fornecidos pela Vigilância Epidemiológica (número de casos) e

dados populacionais do ano de 2000 do IBGE, aplicou-se fórmula acima, obtendo-se

o valor da incidência das doenças para os anos de 1999 a 2005, tanto para as

Regiões de Saúde como para os bairros, obtendo ao todo um total de 42 mapas.

É preciso explicar que para se atingir uma taxa de incidência exata seria necessária

haver uma estimativa da população dos bairros para todos os anos calculados

entretanto, não existe a estimativa populacional por bairro para o Município de

Vitória.

No site do IBGE, encontramos um modelo para estimar o contingente populacional

dos municípios brasileiros, empregando uma metodologia onde se observa a

tendência de crescimento populacional do município, entre dois Censos

Demográficos consecutivos.

O método requer a existência de uma projeção populacional, que leve em

consideração a evolução das componentes demográficas (fecundidade, mortalidade

e migração). Assim não é possível aplicar a metodologia para alcançar estimativas

populacionais por bairro, pois cada bairro possui seus componentes demográficos

diferenciados.

Vale destacar que o método para o cálculo da taxa de incidência, utilizando o Censo

Demográfico do ano 2000, vem sendo aplicado desde 2000 pela Gerencia de

Vigilância Epidemiológica da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro no

acompanhamento e mapeamento dos casos de dengue para o município, o que nos

dá segurança no emprego da metodologia.

Com intuito de observar e comparar a influência pluvial na ocorrência dos casos de

leptospirose e dengue foram criados os mapas das Regiões de Saúde e bairros,

contendo os números de casos das doenças para os períodos chuvoso e seco, para

os anos de 1999 a 2005, onde geramos um total de 48 mapas.

Na construção do método para a geração dos mapas, identificamos o início e fim dos

períodos, onde o período chuvoso ocorre de 15 de outubro a 15 de março, e o

23

período seco vai de 16 de março a 14 de outubro, segundo convenção adotada

pelos meteorologistas, Costa (1994).

Convenção para os períodos seco e chuvoso em Vitória/ES

PERÍODOS DIA/MÊS Seco 16/03 (março) a 14/10 (outubro)

Chuvoso 15/10 (outubro) a 15/03 (março)

Figura 5 - Fonte: Costa (1994)

Podemos observar na tabela acima, que o período chuvoso compreende seis

meses, divididos em três meses para um ano e três meses para o outro ano. Como

nossa intenção é mapear o número de casos das doenças em um ano, segundo a

base de dados do SINAN, foi necessário criar uma nova convenção que se

adequasse à proposta.

Assim, o período chuvoso foi dividido em dois períodos, em um único ano, ou seja,

foram selecionados os casos compreendidos no intervalo de 01 de janeiro a 31 de

março e 01 de outubro a 31 de dezembro desse mesmo ano. Já para o período seco

não houve alteração nas datas.

Convenção aplicada à pesquisa

EM UM ANO PERÍODOS - DIA/MÊS

Chuvoso 01/01 (janeiro)

a 15/03 (março)

Seco 16/03 (março)

a 14/10 (outubro)

Chuvoso 15/10 (outubro)

a 31/12 (dezembro) Figura 6

Ao todo a pesquisa gerou 159 mapas, referente aos temas citados anteriormente.

Com intuito de divulgá-los, juntamente com a pesquisa, foi desenvolvido um site, que

apresenta separadamente para cada doença: os mapas, tabelas, gráficos, e

informações, conforme mostra o ANEXO F.

O site encontra-se on-line e pode ser acessado pelos endereços:

http://www.ufes.br/~geoufes/lgu/adovh/adovh.htm http://www.ufes.br/~geoufes/depgeo.html

24

1.5 Área de estudo A área em estudo corresponde ao município de Vitória, Capital do Estado do Espírito

Santo, localizada geograficamente entre os paralelos latitudinais 20° e 20°30’, e

entre os paralelos longitudinais 40° e 40°30’, possuindo características

geomorfológicas com uma parte continental e outra insular, onde grande parte do

município é formada pelo maciço central, compreendendo um conjunto de morros,

alguns constituídos por habitações construídas em locais irregulares.

Figura 7 – Localização da área de estudo

Contando com uma população de 292.304 habitantes, segundo o Censo do ano

2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A cidade Vitória

integra uma área geográfica de grande nível de urbanização, concentrando grande

parte das atividades administrativas, econômicas, hospitalares, entre outros, do

Estado do Espírito Santo.

No decorrer da história, no que diz respeito à ocupação e urbanização de Vitória, há

relatos quanto às epidemias, eram uma preocupação para a administração naquela

época.

Além do condicionamento natural que limitava o crescimento da cidade, a questão do saneamento também constituía um problema que necessitava ser atacado. As freqüentes epidemias formavam um quadro nada animador, alastrando-se facilmente devido às precárias condições sanitárias da Cidade [...] (CAMPOS JÚNIOR, 1996, p.152)

25

Atualmente a SEMUS, junto ao setor Gerência de Vigilância Epidemiológica,

desenvolvem ações de monitoramento e combate às doenças epidêmicas por meio

de controle informatizado dos dados através do Sistema de Informação sobre

Agravos Notificados (SINAN), implementado desde 1999 pelo Sistema Único de

Saúde (SUS).

2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Geografia da Saúde

A Geografia da Saúde, resulta da interligação dos conhecimentos geográficos e

médicos, mostrando a importância do meio geográfico no aparecimento e

distribuição de uma determinada doença.

Lacaz (apud LEMOS; LIMA, 2000), conceitua Geografia médica como a disciplina

que estuda a geografia das doenças, isto é, a patologia à luz dos conhecimentos

geográficos.

Pessôa (apud LEMOS; LIMA, 2000), considera a Geografia Médica como disciplina

que tem por fim o estudo da distribuição e da prevalência das doenças na superfície

da terra, bem como de todas as modificações que nelas possam advir por influência

dos mais variados fatores geográficos e humanos.

A Geografia da Saúde, ao buscar a identificação dos locais de ocorrência das

doenças, busca também a descrição e a explicação das diferenças existentes na

superfície terrestre e a relação da humanidade com o meio, oferecendo assim,

subsídios para o estudo da Epidemiologia que, Rouquayrol & Goldbaum descrevem:

Epidemiologia é a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde (apud LEMOS; LIMA, 2000, p.77)

26

A importância da Geografia da Saúde nos estudos da Epidemiologia pode ser

percebida desde que a teoria da unicausalidade – que leva em conta apenas o

agente transmissor – deixou de ser a única forma de explicação pela disseminação

de doenças e passou a ser aceito o conceito de multicausalidade – agente

transmissor aliado a caráter físicos, químicos, biológicos, ambientais, sociais,

econômicos, psicológicos e culturais.

Snow (apud LEMOS; LIMA, 2000), de 1849 a 1854 acompanhou a ocorrência de

duas epidemias de cólera em Londres, utilizando o tempo e o espaço e formulando

hipóteses para entender como a doença se espalhava nos diferentes locais, desde o

início dos sintomas, até seu completo desaparecimento.

O pesquisador fez um levantamento dos lugares de ocorrência dos óbitos, chegando

à suspeita de que a contaminação era decorrente de uma bomba pública de água.

Realizou pesquisa junto ao serviço de registro de óbitos das mortes recentes de

pessoas que residiam nas proximidades geográficas da bomba de água. Verificou o

falecimento de pessoas que residiam afastadas da bomba, mas que consumiam

dessa água e observou também a ausência de casos da doença entre trabalhadores

de uma cervejaria localizada próxima à bomba, que não consumiam desta água.

Estes conjuntos substanciais de evidências foram os primeiros passos decisivos

para comprovação de que a água era o meio de transmissão da doença.

Em relação ao Brasil, ainda são pouquíssimos os estudos pertinentes à Geografia da

Saúde, principalmente se comparados ao grande impulso na produção de pesquisas

nesta área em outros países do mundo. A Geografia da Saúde no Brasil se

referencia a duas grandes obras: Introdução à Geografia Médica no Brasil (Lacaz,

1972) e Ensaios Médico-Sociais (Pessôa, 1960).

2.2 Sistemas de Informações Geográficas (SIGs)

Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) vêm se destacando como uma

tecnologia em grande processo de desenvolvimento, onde possui uma gama muito

27

grande de aplicações em situações muito diferentes. Cada grupo de usuário apóia

sua própria definição de SIG. Diante deste cenário selecionamos algumas definições

que julgamos serem válidas dependendo do contexto em que são enunciadas:

a) “[...] conjunto de elementos inter-relacionados que visam à coleta, entrada,

armazenamento, tratamento, análise e provisão de informações” (SANTOS,

2002, p.4);

b) Rodrigues e Quintanilha (apud SANTOS, 2002, p.5), “[...] são modelos do mundo

real úteis a um certo propósito; subsidiam o processo de observação (atividades de

definição, mensuração e classificação), atuação (atividades de operação,

manutenção, gerenciamento, construção, etc ...) e a análise do mundo real”.

c) Aspiazú & Brites (apud SANTOS, 2001), consideram que os Sistemas de

Informações Geográficas (SIGs) são um conjunto de técnicas que integram dados de

fontes diversas, como mapas, imagens de satélites, censos, entre outros, sendo

possível por meio dessa integração, realizar operações de análise.

São componentes de um SIG: hardware (componentes computacionais), software

(os programas de SIG), peopleware (a pessoa que analisa), bases de dados (que

tratados transformam-se em informação), e os métodos e procedimentos a serem

seguidos.

Um SIG integra dados espaciais e de outros tipos num único sistema. Isso permite

combinar dados de uma variedade de diferentes fontes e tipos, provenientes de

muitos bancos de dados diferentes. O processo de converter mapas e outros tipos

de informações espaciais numa forma digital, via SIG, torna possíveis métodos

novos e inovadores para a manipulação e exibição de dados geográficos.

O SIG vem sendo aplicado numa enorme variedade de campos: geografia, logística,

geologia, agricultura, planejamento, segurança pública, saúde, preservação de

recursos naturais e muitos outros. Em quase todos esses campos há necessidade

de ênfase na coleta, integração e análise de dados espaciais, que naturalmente

podem ser tratados por um SIG.

28

2.3 O SIG e a Saúde

Na área de saúde, os SIGs têm se tornado uma ferramenta de bastante utilidade

devido à sua capacidade de integrar diversas operações, já comentadas

anteriormente, o que auxilia o processo de entendimento da ocorrência de eventos,

predição, simulação de situações, planejamento e estratégias no campo da

vigilância em saúde.

Muitos autores têm usado o SIG no auxilio a pesquisas científicas com grande

sucesso. Reissman (2001) pesquisou casos de risco de envenenamentos em

crianças; Carvalho (1997) classificou sócio-economicamente a população carioca,

por meio do estudo das áreas geográficas mapeadas.

Além dos pesquisadores, podemos citar instituições como Laboratório de

Geoprocessamento da Fundação Oswaldo Cruz, que desde 1995, utiliza o

SIG/FIOCRUZ no desenvolvimento de pesquisas de saúde na Região Metropolitana

do Rio de Janeiro, considerando a distribuição espacial de doenças, riscos

ambientais, localização de serviços de saúde, relacionando-os com dados da

população. Ainda no Rio de Janeiro a Secretaria Municipal de Saúde, através da

Coordenação de Programas de Epidemiologia, desenvolve desde 2000 um trabalho

de mapeamento dos casos de dengue para o Município.

2.4 Água

O abastecimento de água é um dos serviços sanitários mais importantes: a

implantação ou melhoria dos serviços de abastecimento de água traz como

resultado uma rápida e sensível melhoria na saúde e nas condições de vida de uma

comunidade, constituindo-se no melhor investimento em benefício da saúde pública.

O destino adequado dos excrementos humanos/esgotos sanitários, a drenagem das

águas pluviais, o manejo, tratamento e/ou disposição adequada dos resíduos sólidos

e o controle de reservatórios e vetores transmissores de doenças são ações de

saneamento ambiental também de grande importância sanitária (MORAES, 2000).

29

Embora tenhamos conhecimento da importância das ações de saneamento

ambiental para a saúde pública, as políticas públicas para a área social pouco

consideram essa questão. Não é por acaso que os dados da Pesquisa Nacional de

Saneamento Básico 2000 (PNSB), realizada pelo IBGE, mostram que o saneamento

ambiental no Brasil apresenta graves deficiências: cerca de 18 milhões de pessoas

sem acesso ao abastecimento público de água nas cidades, 93 milhões sem coleta

de esgoto, 14 milhões sem coleta de lixo, além de problemas sérios de inundações

urbanas. Essas deficiências são decorrentes, entre outras causas, de um modelo

inadequado de desenvolvimento e de urbanização, de ineficiências na prestação dos

serviços, da contenção de investimentos públicos nas últimas décadas e,

especialmente, da ausência de uma política de saneamento.

Os resultados do Censo do IBGE, realizado em 2000, refletem a qualidade dos

serviços prestados no Município de Vitória: 99,33% dos domicílios particulares

permanentes em Vitória possuem rede geral de abastecimento de água. No Brasil,

este percentual é de 77,82%. No caso de esgotamento sanitário, 89,78% dos

mesmos domicílios estão ligados à rede geral ou pluvial de esgoto. O índice nacional

é de apenas 47,24%.

Qualidade dos serviços de saneamento Domicílios particulares permanentes (Percentual)

Ano:2000 Situação=Urbana+Rurual Tipo de esgotamento

sanitário Forma de abastecimento

de água Destino do lixo Brasil, Região Geográfica,

Unidade da Federação, Região Metropolitana e

Município

Rede geral de esgoto ou pluvial Rede geral Coletado

Brasil 47,24 77,82 79,01 Sudeste 73,42 88,33 90,32 Espírito Santo 56,25 80,76 77,57 Grande Vitória 67,13 96,31 90,72 Vitória-ES 89,78 99,33 99,56 Figura 8 - Fonte: Censo Demográfico 2000,IBGE

30

2.5 Doenças de veiculação hídrica

Os principais riscos à saúde estão associados à contaminação das águas por

bactérias, vírus e parasitas.

Os riscos relacionados com o consumo de água contaminada vão desde doenças

mais simples até doenças muito graves: diarréias, cólera, hepatites, conjuntivites,

poliomielite, leptospirose, escabioses, febre tifóide, esquistossomose e outras

verminoses. As enfermidades resultantes da contaminação microbiológica das águas

de consumo humano causam um grande impacto na população.

As doenças podem afetar um número limitado de indivíduos ou comunidades

inteiras, de acordo com o número e o tipo de microorganismos presentes na água. A

infecção pode ocorrer como resultado de se beber água contaminada ou através de

seus usos diários: preparação de comidas e asseio.

A contaminação microbiológica da água ocorre, geralmente, através das fezes de

origem humana ou animal. A presença nas proximidades de uma área de captação

de águas residuárias e/ou de excretas de pessoas doentes ou portadoras saudáveis

de patógenos podem ser a causa da contaminação da água.

Seguindo a classificação ambiental das doenças, no que se relaciona à questão da

água, baseada no conceito de White el. al (1972) e apresentado por Prost (1992)

(apud PHILIPPI, 2005), temos:

a) Doenças com fonte na água: dependem da água para sua transmissão como

cólera, diarréia aguda, leptospirose (desenvolvida na maioria das vezes durante as

inundações pela mistura da urina do rato), febre tifóide, giárdias, amebíase, hepatite

infecciosa (A e E) . A água age como veículo passivo para o agente de infecção;

b) Doenças devido à falta de higiene: dependem da educação da população e da

disponibilidade de água segura. Essas doenças estão relacionadas à infecção do

ouvido e alergia na pele e olhos;

31

c) Doenças relacionadas à água: o agente utiliza a água para se desenvolver, é o

caso da: malária, esquistossomose, dengue, febre hemorrágica, febre amarela e

filáriose.

Devemos esclarecer que a pesquisa delimitou seu estudo apenas a quatro tipos de

doenças: malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue.

Vale ressaltar que as doenças a serem pesquisadas constam na relação nacional

de doenças de notificação compulsória, onde todo caso suspeito ou confirmado deve

ser comunicado ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, o mais rápido possível,

conforme estabelece a lei nº 6.259/75.

A Lei nº 6.259/75, dispõe sobre a organização da Vigilância Epidemiológica, e estabelece que “é dever de todo cidadão comunicar à autoridade sanitária local a ocorrência de fato comprovado ou presumível de casos de doença transmissível, sendo obrigatório a médicos e outros profissionais de saúde, no exercício de sua profissão, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, a notificação de casos suspeitos ou confirmados das doenças de notificação compulsória” (BRASIL, 1996 p. 33)

2.5.1 Malária

A Malária é uma doença de conhecimento médico (Hipócrates, 460-370 a.C.) e

popular desde épocas remotas, ocorrendo em grandes áreas da Europa, Ásia,

África, Oceania e América. O termo malária é de origem italiana, pois os médicos

locais afirmavam que a malária era adquirida ao se respirar o ar pestilento dos

pântanos (mal ária, ou mau ar). Outras denominações dessa doença são: paludismo,

impaludismo, febre palustre, maleita, sezão e tremedeira.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a malária é reconhecida

como grave problema de saúde pública no mundo, ocorrendo em mais de 40% da

população de mais de 100 países e territórios. Sua estimativa é de 300 a 500

milhões de novos casos, e 1 milhão de mortes ao ano (BRASIL, 2005).

No Brasil, aproximadamente 99% dos casos de malária, se concentram na região

amazônica. Esta é composta pelos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão,

32

Mato Grosso, Pará, Rondônia e Tocantins. A região é considerada a área endêmica

do país para malária. A maioria dos casos ocorre em áreas rurais, mas há registro

da doença, também, em áreas urbanas. Mesmo na área endêmica, o risco de

contrair a doença não é uniforme.

A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium e cada uma de suas

espécies determina aspectos clínicos diferentes para a enfermidade. No caso

brasileiro, destacam-se três espécies do parasito infectante: o P. falciparum, o P.

vivax e o P. malarie. O protozoário é transmitido ao homem pelo sangue, geralmente

pela picada da fêmea do mosquito Anopheles ou, mais raramente, por outro tipo de

meio que coloque o sangue de uma pessoa infectada em contato com o de outra

sadia, como o compartilhamento de seringas (consumidores de drogas), transfusão

de sangue ou até mesmo de mãe para feto, na gravidez (BRASIL, 2005).

A distribuição geográfica do Plasmódio está intimamente ligada à presença do vetor

e este, por sua vez, é dependente da geografia ambiente, incluindo tipo de terreno,

vegetação, índice de pluviosidade, temperatura, umidade relativa do ar, e muitas

vezes, da ação dos humanos sobre o meio ambiente (formação de lagos, sistemas

de irrigação, minerações etc.).

O quadro clínico típico é caracterizado por febre alta, acompanhada de calafrios,

sudorese profusa e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da

espécie do parasito infectante.

O movimento migratório desordenado dificulta o controle da malária, permitindo um

enorme afluxo de pessoas não-imunes para áreas de alta transmissão. Além disto,

permite o refluxo de indivíduos com a infecção para regiões onde a transmissão da

malária fora interrompida. Todo caso de malária deve ser notificado às autoridades

de saúde, tanto na área endêmica, quanto na área não endêmica.

2.5.2 Hepatites A/E

A hepatite é doença infecciosa aguda, causada por vírus. Existem pelo menos cinco

tipos de vírus, designados de A até E, que são considerados vírus da hepatite.

33

Embora o fígado seja o órgão-alvo de cada um destes vírus, eles diferem bastante

na sua estrutura, forma de transmissão e evolução da doença por eles causada

(MURRAY; ROSENTHAL; KOBAYASHI; PFALLER, 2000).

Em nossa pesquisa, estudaremos apenas os casos que se referem às hepatites A e

E, que são causadas por meio da ingestão de água e alimentos contaminados.

Segundo Murray, Rosenthal, Kobayashi e Pfaller (2000, p.434) “Cerca de 40% dos

casos agudos de hepatite são causados pelo vírus da hepatite A (HAV)”. Conforme

comentado anteriormente, é transmitido por via orofecal: na água e alimentos

contaminados e através das mãos sujas, em que sua incidência relativamente alta,

está diretamente relacionada com as condições precárias de higiene e as

aglomerações excessivas. Os indivíduos infectados pelo HAV nos países em

desenvolvimento consistem, em sua maioria, em crianças, já nos países

desenvolvidos, a infecção ocorre numa fase mais tardia da vida.

O Brasil tem risco elevado para a aquisição de hepatite A, em razão de condições

deficientes ou inexistentes de saneamento básico, nas quais é obrigada a viver

grande parte da população, inclusive nos grandes centros urbanos (CIVES, 2006).

Os sintomas causados pelo HAV decorrem de lesão hepática, febre, fadiga, náusea,

perda do apetite e dor abdominal, raramente produz doença fatal.

A transmissão do HAV pode ser evitada através das medidas de prevenção contra

doenças transmitidas por água e alimentos e pela vacinação. As medidas de

proteção incluem tratamento da água potável com cloro, consumo de alimentos

cozidos e lavagem apropriada das mãos, particularmente nas creches.

A transmissão, os sintomas e a evolução da hepatite E, assemelham-se muito aos

da doença causada pela HAV (MURRAY; ROSENTHAL; KOBAYASHI; PFALLER,

2000).

34

2.5.3 Leptospirose

É uma zoonose*, de grande importância social e econômica, por apresentar elevada

incidência em determinadas áreas, alto custo hospitalar e perdas de dias de

trabalho, como também por sua letalidade, que pode chegar a até 40% dos casos

mais graves.

A leptospirose apresenta distribuição universal. No Brasil, é uma doença endêmica

tornando-a epidêmica em período chuvoso, principalmente em centros urbanos

maiores, devido à aglomeração populacional de baixa renda em condições

inadequadas de saneamento, e à alta infestação de roedores infectados (BRASIL,

2005).

Os animais são os reservatórios essenciais para a persistência dos focos da

infecção, que pode ser encontrado em roedores e outros mamíferos silvestres,

atingindo animais domésticos (cães, gatos) e outros de importância econômica (bois,

cavalos, porcos, cabras, ovelhas). Esses animais, mesmo quando vacinados, podem

tornar-se portadores assintomáticos e eliminar a L. interrogans junto com a urina.

O rato de esgoto (Rattus novergicus) é o principal responsável pela infecção

humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres

humanos. A L. interrogans multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos,

e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal. O homem é infectado

casual e transitoriamente, e não tem importância como transmissor da doença. A

transmissão de uma pessoa para outra é muito pouco provável (CIVES, 2006).

A L. interrogans eliminada junto com a urina de animais sobrevive no solo úmido ou

na água, que tenham pH neutro ou alcalino. Não sobrevive em águas com alto teor

salino. A L. interrogans penetra através da pele e de mucosas (olhos, nariz, boca) ou

através da ingestão de água e alimentos contaminados. A presença de pequenos

ferimentos na pele facilita a penetração, que pode ocorrer também através da pele

íntegra, quando a exposição é prolongada (CIVES, 2006).

* Doença e infecções que são naturalmente transmitidas entre animais vertebrados e o homem (NEVES, 2003).

35

O quadro clínico da doença apresenta-se de maneira diversa, com quadros leves,

moderados e graves, podendo até levar ao óbito. A maioria das pessoas infectadas

pela Leptospira interrogans desenvolve sintomas discretos ou não apresenta

manifestações da doença. As manifestações da leptospirose, quando ocorrem, em

geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio de

dez dias).

As manifestações iniciais são: febre alta de início súbito, sensação de mal estar, dor

de cabeça constante e acentuada, dor muscular intensa, cansaço e calafrios. Dor

abdominal, náuseas, vômitos e diarréia são freqüentes, podendo levar à

desidratação. É comum que os olhos fiquem acentuadamente avermelhados e

alguns doentes podem apresentar tosse e faringite. Após dois ou três dias de

aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, ainda que menos intensamente

(BRASIL, 2005).

O risco de transmissão pode ser reduzido nos centros urbanos através da melhoria

das condições de infra-estrutura básica (rede de esgoto, drenagem de águas

pluviais, remoção adequada do lixo e eliminação dos roedores). A limpeza e

dragagem de córregos e rios são medidas fundamentais para reduzir a ocorrência de

inundações.

2.5.4 Dengue A dengue é uma doença infecciosa, que ocorre principalmente em áreas tropicais e

subtropicais do mundo, inclusive no Brasil. É de transmissão essencialmente

urbana, ambiente no qual se encontram todos os fatores fundamentais para sua

ocorrência: o homem, o vírus, o vetor e, principalmente, as condições políticas,

econômicas e culturais formando a estrutura que possibilita e mantém a cadeia de

transmissão. A dengue pode ser transmitida por duas espécies de mosquitos (Aëdes aegypti e

Aëdes albopictus), que picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum

(Culex), que pica durante a noite (CIVES, 2006).

36

O Aëdes aegypti, prolifera-se dentro ou nas proximidades de habitações (casas,

apartamentos, hotéis etc) em qualquer meio que contenha água limpa (caixas

d'água, cisternas, latas, pneus, cacos de vidro, vasos de plantas). As bromélias, que

acumulam água na parte central (aquário), também podem servir como criadouros. A

transmissão da dengue é mais comum em cidades. Também pode ocorrer em áreas

rurais, mas é incomum em locais com altitudes superiores a 1200 metros.

A Dengue se apresenta em duas formas, sendo uma de evolução mais branda,

forma Clássica e outra mais grave, na forma de Febre Hemorrágica da Dengue

(FHD). Após a picada do mosquito, se este estiver infectado com o vírus passa para

o hospedeiro que é o ser humano podendo este desenvolver a doença ou não, ou

seja, aquele que não desenvolve a patologia é denominado de doente assintomático

ou portador são, enquanto que aquele que desenvolve a doença é chamado de

sintomático. O período de incubação da patologia varia de 3 a 15 dias, sendo em

média de 5 a 6 dias (BRASIL, 2005).

O quadro clínico da dengue na grande maioria dos casos (mais de 95%), causa

desconforto e transtornos, mas não coloca em risco a vida das pessoas. As

manifestações iniciais são: febre alta, dor de cabeça, muita dor no corpo e, às vezes,

vômitos. É freqüente que, 3 a 4 dias após o início da febre, ocorram manchas

vermelhas na pele, parecidas com as do sarampo ou rubéola, e prurido (coceira).

Também é comum que ocorram pequenos sangramentos (nariz, gengivas) (CIVES,

2006).

O combate ao mosquito deve ser feito de duas maneiras: eliminando os mosquitos

adultos e, principalmente, acabando com os criadouros de larvas. Para isso é

importante que recipientes que possam encher-se de água sejam descartados ou

fiquem protegidos com tampas. Qualquer recipiente com água e sem tampa,

inclusive as caixas d'água, podem ser criadouros dos mosquitos que transmitem

dengue.

37

3 RESULTADOS Neste capítulo serão apresentados e comentados os resultados na forma de mapas,

gráficos e tabelas das quatro doenças pesquisadas. Posteriormente, iremos analisar

e discutir tais resultados.

3.1 Malária

O número de pessoas infectadas por malária no Município de Vitória, no período

entre 1999 a 2005, foi de 48 casos, sendo que nos anos de 1999 e 2000 não houve

registro de casos.

Evolução de casos de malária em Vitória - 1999 a 2005

0 0 1 2

13

20

12

0

5

10

15

20

25

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Figura 9 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

De acordo com o gráfico acima, percebemos que no intervalo de 2001 a 2004,

houve um aumento no registro de casos de malária. Para os dois primeiros anos,

foram notificados respectivamente 1 e 2 agravos, evoluindo para 13 casos em 2003

e chegando ao número máximo de 20 no ano de 2004, decaindo em 2005 para 12

casos.

38

A Região Continental é a que possuí o maior número de pessoas infectadas dentre

as Regiões de Saúde, com 15 casos no total, seguido de 12, para as Regiões do

Forte São João e São Pedro; 6 casos Região de Maruípe e por fim, as Regiões que

se destacaram com menor número de agravos, São Pedro com 2 e Centro com 1

caso, como mostra o gráfico abaixo e o mapa (Figura 10 – Anexo mapas).

Total de casos de malária por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

1

15

12

6

2

12

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Regiões de Saúde

Cas

os

CentroContinentalForte São JoãoM aruípeSanto AntônioSão Pedro

Figura 11 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Em relação aos bairros, os que possuem maior número de pessoas infectadas são:

Jardim Camburi e Jardim da Penha/Pontal de Camburi, cada um com total de 6

casos entre 2002 a 2005. Além desses bairros, Nova Palestina possui um total de 6

casos, sendo metade dos 12 casos registrados no período de 2001 a 2005, e o

bairro Jesus de Nazareth com 4 casos em 2004, conforme o mapa (Figura 12–

Anexo mapas).

39

3.2 Hepatites A/E O número de notificações de hepatites A/E em Vitória, entre os anos de 1999 a

2005, é de 129 casos, onde no ano de 2000, ocorreu o maior número de casos 52,

em contrapartida, para os anos de 1999, 2002, 2003 e 2004 o número de pessoas

infectadas variou entre 3 a 11 casos.

Evolução dos casos de hepatites A/E em Vitória - 1999 a 2005

52

19

3 51011

29

0

10

20

30

40

50

60

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Figura 13 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória A Região de Maruípe concentra o maior número de casos de hepatites A/E, 40 no

total, seguido pelas Regiões Continental com 26 casos; São Pedro 21; Forte São

João 20; Santo Antônio 16 e Região do Centro, com apenas 6 casos registrados,

conforme gráfico abaixo e mapa (Figura 14 – Anexo mapas)

Total de casos de hepatite A/E por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

6

26

20

40

16

21

0

510

15

2025

30

3540

45

Regiões de Saúde

Cas

os

CentroContinentalForte São JoãoM aruípeSanto AntônioSão Pedro

Figura 15 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

40

Interpretando o gráfico a seguir, que nos mostra a evolução dos casos de hepatites

A/E por Regiões de Saúde, percebemos que a Região de Maruípe possui, com

maior freqüência, um elevado número de casos. Enquanto a Região do Centro

notificou-se casos apenas em 1999,2000 e 2004.

Evolução dos casos de hepatite por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

1

4

1

1

10

5

1

1

3

5

3

11

2

1

1

1

1

3

14

7

2

5

9

1

6

4

5

2

7

1

1

1

9

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 16 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória No mapa (Figura 17– Anexo mapas), temos o total de casos por bairros entre 1999 a

2005, onde podemos destacar os bairros com maior registro de casos: Nova

Palestina, Itararé e Consolação cada um com 8 casos; Bairro da Penha 7; Jardim

Camburi 6; São Pedro, Grande Vitória e Santo Antônio cada um com o total de 5

casos.

41

No que se refere à taxa de incidência, que é uma medida estatística que estima o

risco de ocorrência de casos de doenças em um determinado local (regiões e

bairros). Podemos observar no gráfico a seguir que a Região de São Pedro detém

as maiores taxas de incidência para os anos de 1999, 2000, 2002, 2003 e 2005.

Devemos destacar também, as taxas de incidência na Região de Santo Antônio,

onde em 2001, atingiu o coeficiente de 14 casos a cada 100.000 habitantes.

Taxa de Incidência de hepatites A/E por Regiões de Saúde - 1999 a 2005por 100.000 habitantes

4

16

4

1

12

6

1

1

4

6

6

21

4

2

2

2

2

5

21

11

3

8

14

4

22

14

18

7

24

3

3

3

31

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 18 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE – Censo Demográfico 2000

Em relação à taxa de incidência nos bairros, no período de 1999 a 2005, foram

observadas as taxas e selecionados os bairros onde os coeficientes possuíram com

maior freqüência os valores elevados Assim os bairros com maior tendência de

ocorrência de hepatites A/E são: Conquista; Jabour/Aeroporto; Antônio Honorário;

Bairro do Moscoso; Fradinhos; Jesus de Nazareth; Boa Vista; Horto; Forte São João;

Fonte Grande; Ariovaldo Favalessa; São José; Goiabeiras; Santos Dumont; Bento

Ferreira; Nova Palestina; Andorinhas; São Benedito e Grande Vitória.

42

3.3 Leptospirose

O registro de casos de leptospirose no Município de Vitória, no período estudado,

compreende 192 casos. Desse total, 126 casos ocorreram somente em 2004,

constituindo um número superior aos anos anteriores.

Evoluação dos casos de leptospirose em Vitória - 1999 a 2005

3 414

4

126

2912

0

20

40

60

80

100

120

140

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Figura 19 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

A Região de Maruípe, com 73 casos no total, corresponde à região de maior número

de notificação. Abaixo desta, com valores próximos, encontramos as regiões de São

Pedro 36 casos; Continental 25; Santo Antônio 24; Forte São João 20 e Centro com

14 casos, de acordo com o gráfico abaixo e mapa (Figura 20– Anexo mapas).

Total de casos de leptospirose por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

1420

3625

73

24

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Regiões de Saúde

Cas

os

CentroContinentalForte São JoãoM aruípeSanto AntônioSão Pedro

Figura 21 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

43

Interpretando o gráfico a seguir, constatamos que a Região de Maruípe, dentre as

outras regiões é a única que possui notificações para todos os anos pesquisados,

porém, a concentração de 55 casos no ano de 2004, contribui em boa parte, no

montante de casos dessa região.

Evolução dos casos de leptospirose por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

1

2

2

8

1

2

1

1

17

4

1

3

2

1

12

1

2

2

1

2

1

55

10

1

2

2

1

13

5

4

3

21

8

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 22 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

No que se refere ao número de casos de leptospirose nos bairros podemos

acompanhar através do mapa (Figura 23 – Anexo mapas), a distribuição do total de

casos. Dentro da Região de Saúde de Maruípe destacam-se seis bairros com maior

número casos de leptospirose para o período estudado: Maruípe 13 casos;

Consolação 9; Tabuazeiro 9; Itararé 8; Santos Dumont e São Cristóvão ambos com

8 casos.

Além dos bairros citados acima, completam a relação: Santo Antônio 10 casos

(Região de Santo Antônio), São José 8, São Pedro 7, Resistência 6 (Região de São

Pedro) e Jardim Camburi 7 casos (Região Continental).

44

É importante comentar os bairros que não tiveram nenhum caso de leptospirose

registrado: Bairro do Cabral, Piedade e Vila Rubim (Região do Centro); Antonio

Honório, Bairro Republica, Boa Vista, Morada de Camburi e Solon Borges (Região

Continental); Barro Vermelho, Bento Ferreira, Fradinhos, Ilha Bela (Ilha do Boi), Ilha

de Santa Maria, Ilha do Frade, Romão e Santa Helena (Região do Forte São João);

Santa Luiza (Região de Maruípe); Ariovaldo Favalessa e Universitário (Região de

Santo Antônio); Conquista e Redenção (Região de São Pedro).

No estudo dos casos de leptospirose, levando em consideração as notificações nos

períodos seco e chuvoso, foram encontrados seguintes resultados: num total de 192

notificações, 64 se deram no período seco (PS) e 128 no período chuvoso (PC).

Somente no ano de 2004, foram 94 casos no PC, contra 32 no PS, valores bem

acima dos outros anos estudados.

Evolução dos casos de leptospirose para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

1 28

33

32

15

112

34

94

14

0102030405060708090

100

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Seco

Chuvoso

Figura 24 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Analisando o gráfico acima percebemos que no período seco o número de

notificações é maior para os anos de 1999, 2002, 2003 e 2005. Porém, no gráfico a

seguir, que mostra total de casos por Regiões de Saúde, o período chuvoso em

todas as regiões, registra os maiores números de casos, com destaque para a

Região de Maruípe com 52 casos para o PC e 21 para o PS.

45

Total de casos de leptospirose por Regiões de Saúde para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

8 108

1714

2115

46

52

16

21

0

10

20

30

40

50

60

Centro Continental Forte SãoJoão

M aruípe SantoAntônio

São Pedro

Caso

s

Seco

Chuvoso

Figura 25 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Além do gráfico acima, podemos observar a distribuição dos casos de leptospirose

por Regiões de Saúde, para os períodos seco e chuvoso, e atrás do mapa (Figura

26 – Anexo mapas).

Já os mapas (Figuras 27 e 28 – Anexo mapas), apresentam o total de casos por

bairros para os períodos seco e chuvoso, onde o bairro Santo Antônio, em todos os

casos registrados, 10 no total, foram notificados no período chuvoso.

Podemos citar ainda, outros bairros com alto número de casos no período chuvoso:

Maruípe 12 casos; Tabuazeiro 8; Consolação 7; Itararé e Santos Dumont cada um

com 6 casos. Comparado com o período seco, os bairros que tiveram maior registro

de casos foram: Jardim Camburi; São Cristóvão e Inhangueta cada um com 4

notificações entre 1999 a 2005.

Observando o gráfico abaixo, referente à taxa de incidência de leptospirose por

Regiões de Saúde, fica evidente a concentração das maiores taxas no ano de 2004,

onde se destaca a Região de Maruípe, com taxa de 84 casos a cada 100.000

habitantes. Destaca-se a Região de São Pedro, que possuiu em 2001, 2002 e 2005,

as maiores taxas de incidência, em relação às outras Regiões de Saúde.

46

Taxa de Incidência de leptospirose por Regiões de Saúde - 1999 a 2005por 100.000 habitantes

4

8

8

31

4

2

1

1

21

5

2

6

4

2

23

2

3

3

2

3

2

84

15

4

7

7

4

47

18

14

10

73

28

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 29 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE - Censo Demográfico 2000

No período de 1999 a 2005 foram observados os anos em que as taxas de

incidência de leptospirose foram altas, sendo selecionado os bairros onde esses

valores se repetiram com maior freqüência. Assim, os bairros onde há maior risco de

contrair leptospirose são: Bairro do Quadro; Goiabeiras; Jabour/Aeroporto; São José;

Consolação; Tabuazeiro e Condusa. 3.4 Dengue Para os casos de dengue, foram registrados de 1999 a 2005 no Município de Vitória,

19.812 casos, deste total, 6.229 ocorreram somente em 2003, seguido por 5.636

casos em 2000 e 4.259 casos em 2002. Assim, esses três anos somados,

concentram mais da metade do número de agravos no período estudado.

47

Evolução dos Casos de dengue em Vitória - 1999 a 2005

268

5636

1778

4259

6229

4871155

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Figura 30 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória Observando o gráfico abaixo e o mapa (Figura 31 – Anexo mapas), temos uma

noção de como os casos de dengue estão distribuídos pelas Regiões de

Administrativas de Saúde.

Total de casos de dengue para Regiões de Saúde - 1999 a 2005

3984

22212487

4883

27383499

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

Regiões de Saúde

Cas

os

CentroContinentalForte São JoãoM aruípeSanto AntônioSão Pedro

Figura 32 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

A Região Continental, com 4.883 casos, constitui a região de maior número de

notificações, seguida pelas Regiões de Maruípe com 3.984; Santo Antônio 3.499;

Forte São João 2.738; Centro 2.487 e São Pedro com 2.221 casos notificados.

48

Analisando a série histórica, do número de ocorrência nas Regiões de Saúde,

através do gráfico a seguir, percebemos que o ano de 2003, o número de casos

entre as regiões possui valores aproximados, já em 2002, as Regiões Continental e

Maruípe, destacam-se em relação às outras regiões, pela quantidade elevada de

casos. O mesmo ocorre no ano de 2000, com a Região de Santo Antônio onde

foram notificados 1.710 casos de dengue.

Evolução dos casos de dengue por Regiões de Saúde - 1999 a 2005

17

802

157

326

1026

67

92

142

958

740

1179

1256

141

467

23

574

296

651

1072

51

71

49

1117

391

1039

1121

109

158

23

1710

128

308

1051

84

195

14

475

66

756

703

35

172

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 32 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Os bairros que possuem maior registro de casos de dengue no período estudado

são: Jardim Camburi com 1427 casos; Santo Antônio 1238; Jardim da Penha/Pontal

de Camburi 939; Maria Ortiz 872; Grande Vitória 777; Ilha do Príncipe 585;

Jabour/Aeroporto 531; Bairro do Quadro 503; Bairro da Penha 498; Centro 470;

Itararé 422 e Maruípe 414 casos. Já os bairros que se destacam com pequeno

número de casos notificados: Ilha do Frade 3; Ilha Bela (Ilha do Boi) 10; Conquista

10; Redenção 12 e Bairro do Cabral 16 casos, conforme mapa (Figura 33 – Anexo

mapas)

49

No levantamento dos casos de dengue para os períodos seco e chuvoso, obtivemos

os seguintes resultados: num total de 19.812 notificações, 10.914 ocorreram no

período seco e 8.898 no período chuvoso.

Acompanhando o gráfico abaixo podemos observar que os casos de dengue no

período seco em relação ao período chuvoso são maiores para os anos de 1999,

2000, 2001, 2004 e 2005, onde chama atenção o número de registros no ano 2000,

4.594 casos, em contrapartida, no ano de 2003 no PC foi notificado 4.264 agravos.

Evolução dos casos de dengue para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

1008 976

2356

4264

279

19651903

189

4594

179208

7701042

790

500100015002000250030003500400045005000

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Cas

os

Seco

Chuvoso

Figura 34 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Já em relação às Regiões de Saúde, os totais de casos encontrados para os

períodos seco e chuvoso são próximos, com exceção da Região Continental e Santo

Antônio, como mostra o gráfico abaixo e o mapa (Figura 35 – Anexo mapas).

50

Total de Casos de Dengue por Regiões de Saúde para os períodos seco e chuvoso - 1999 a 2005

2981

1367 1471

2223 2207

111612671120 11051292

17611902

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

Centro Continental Forte SãoJoão

M aruípe SantoAntônio

São Pedro

Caso

s

Seco

Chuvoso

Figura 36 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Nos bairros, os que se destacam com maior registro de casos, para os dois períodos

são: Jabour/Aeroporto; Jardim Camburi; Maria Ortiz; Grande Vitória; Santo Antônio e

Nova Palestina, conforme mapas (Figuras 37 e 38 – Anexo mapas)

Referente à taxa de incidência de dengue para as Regiões de Saúde de Vitória,

encontramos duas regiões que em 2000 e 2003, se destacam com as maiores taxas

de incidência, Região de Santo Antonio e Região do Centro.

51

Taxa de Incidência de Dengue por Regiões de Saúde - 1999 a 2005por 100.000 habitantes

67

3150

616

1281

4030

264

361

173

1168

902

1437

1532

172

570

45

1113

574

1264

2080

99

138

76

1711

599

1592

1717

167

242

83

6134

460

1105

3770

302

700

49

1654

230

2633

2448

122

599

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 39 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE - Censo Demográfico 2000

Na distribuição da taxa de incidência por bairros de 1999 a 2005 foi observado, para

cada ano, as taxa que possuíam valores elevados com maior freqüência. Assim

foram selecionados os bairros onde há maior risco de se contrair dengue:

Jabour/Aeroporto; Horto; Bairro do Quadro; São José; Grande Vitória; Estrelinha;

Santo Antônio; Ilha do Príncipe e Consolação.

4 ANÁLISES, DISCUSSÕES E CONSIDERAÇÕES Neste capítulo, faremos à análise e discussão dos resultados apresentados

anteriormente, onde procuraremos apontar as possíveis motivações que geraram

tais resultados. E por fim, faremos uma breve consideração do que foi tratado. Para

um melhor entendimento, discutiremos cada doença separadamente.

52

4.1 Malária

Segundo o Portal da Saúde (2006), atualmente, a malária concentra-se na região da

Amazônia Legal, que responde por mais de 99% dos casos registrados no País. Nos

estados das demais regiões, os casos registrados são quase totalmente importados

da região Amazônica ou de outros países onde ocorre transmissão.

Nos últimos anos, tem sido observada a ocorrência de surtos de transmissão de

malária em diversos estados não-Amazônicos. O Ministério da Saúde, por meio do

Relatório da Situação Epidemiológica da Malária no Brasil 2005, aponta à ocorrência

de surtos em vários estados, onde se destaca o Ceará, que apresentou, em 2002,

402 casos de malária. No ano de 2004, os surtos mais importantes ocorreram nos

estados do Piauí e Espírito Santo, com o registro de 89 e 81 casos respectivamente.

Já no Município de Vitória, em nossa pesquisa, obteve um total de 48 agravos de

malária registrados no período de 2001 a 2005, onde no ano de 2004, foram

notificados 20 casos, número bastante elevado se comparado aos 13 casos de 2003

e 12 casos no ano de 2005, conforme os resultados apresentados anteriormente.

Tal surto de transmissão, no Espírito Santo, pode ser relacionado com o processo de

migração de capixabas para o Estado de Rondônia, nas décadas de 70 e 80, onde

Governo Federal estimulou a ocupação de terras na Amazônia (PACHECO, 2001).

Com o tempo, esses migrantes ocuparam espaços nos diversos segmentos

profissionais da nova sociedade onde estavam inseridos.

É comum, por exemplo, ao longo das cidades nascidas no eixo da BR-364 (Cuiabá-Porto Velho), ver placas indicando Máquina de Café Colatinense, Borracharia Capixaba, Hotel Linhares e outras mais. Era natural, assim, que esses migrantes tomassem também gosto pela política, para muitos o meio fácil de conseguir algum destaque (PACHECO,2001).

Sendo assim, muitos desses capixabas, mesmo estando em Rondônia, mantém

vínculos com Espírito Santo, retornado ao estado para rever seus parentes, amigos

ou mesmo em viagens de passeio, conforme depoimento de Ronilton Capixaba, que

vive em Rondônia desde 1983.

53

"Todo ano eu vou uma ou duas vezes ao Espírito Santo. Fico muito na praia de Barra do Riacho, além de visitar Ecoporanga [...]” (PACHECO, 2001).

Portanto, esses migrantes capixabas ao retornarem ao estado podem estar

infectados pelo protozoário causador da malária, podendo acontecer aqui à

manifestação da doença.

Outra situação que pode ocorrer, são capixabas que viajam para Rondônia e outras

Estados do Norte, regiões de alta transmissão de malária, ao retornarem, estão

infectados.

A partir de 2003, constatamos um crescimento do número de pessoas infectadas

pela doença, em Vitória. Tal fato pode estar associado à migração de “retorno” de

capixabas, que se deslocaram para Rondônia ou mesmo o afluxo de novos

migrantes da Região Amazônica para Vitória, em virtude da nova dinâmica

econômica do Estado.

Diante do quadro apresentado, a situação passa a ser preocupante, uma vez que

toda a Região Não-Amazônica é receptiva para transmissão de malária e os serviços

de vigilância em saúde, talvez não estejam preparados para enfrentar o problema.

Os apontamentos apresentados, seria uns dos instrumentos base, para que haja

outros estudos mais aprofundados a respeito da ocorrência de malária em Vitória ou

mesmo no Espírito Santo, permitindo assim, identificar mudanças na dinâmica da

transmissão da doença e contribuindo no planejamento de ações de prevenção e

combate a malária.

4.2 Hepatites A/E

As hepatites virais apresentam distribuição universal e magnitude variável de acordo

com a região do país. As hepatites A/E apresentam alta prevalência nos países em

desenvolvimento, onde as condições sanitárias e socioeconômicas são precárias.

54

Os estudos de prevalência no Brasil demonstram uma redução dos índices de

infecção pelo vírus da hepatite A. A prevalência está em torno de 65%, enquanto

chega a 81% no México e a 89% na República Dominicana. Os índices de

infecção estão relacionados à idade e às condições socio-econômicas das

populações. No Brasil, chegam a 95% nas populações mais pobres e a 20% nas

populações de classe média e alta. A diferença é mais acentuada entre crianças e

adolescentes. Nas pessoas com mais de 40 anos de idade, a prevalência da

infecção quase sempre é superior a 90%, refletindo as condições de risco existentes

na infância (CIVES, 2006).

No Brasil não existem relatos de epidemias causadas pelo vírus da hepatite E. Os

dados disponíveis são escassos e incompletos, embora demonstrem a ocorrência da

infecção (PORTAL DA SAÚDE, tópicos de saúde, 2006).

Em Vitória, de acordo com os dados levantados em nossa pesquisa foram

registrados de 1999 a 2005, 129 casos de hepatites A/E. Observando a tabela

abaixo, o ano de 2000 destaca-se com 52 casos notificados, no entanto, após este

ano, houve uma queda na ocorrência da doença até 2004.

Distribuição de casos de hepatites A/E para Vitória/ES de 1999 a 2005

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL 11 52 19 3 5 10 29 129

Figura 40 - Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória

Fazendo uma analogia entre a tabela acima e a distribuição dos casos de hepatite A

para o Estado do Espírito Santo, de maneira geral, notamos certa tendência de

Vitória acompanhar o aumento e a redução do número de caso no Estado, para o

mesmo período.

Distribuição de casos de hepatite A para o Espírito Santo de 1999 a 2005

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005* TOTAL 272 458 479 165 197 233 369 2.175

Figura 41 - Fonte:MS/SVS, SES e SINAN a partir de 1998 *Dados preliminares

Em relação à distribuição dos casos dentro do Município, de acordo com o

levantamento do número de agravos por Regiões de Saúde, a Região de Maruípe,

55

possui um total de 40 casos notificados, sendo o maior quantitativo da doença, se

comparado às outras cinco regiões. Quatro são os bairros que contribuem para a

concentração dos casos: Itararé e Consolação ambos com 8 casos; Bairro da Penha

7 e Bonfim com 4 casos.

Além destes, podemos citar em outras regiões, bairros que possuem grande número

de casos como: Nova Palestina 8 casos; Jardim Camburi 6; Grande Vitória, São

Pedro, Santo Antônio e Conquista todos com 5 casos. O restante dos casos

encontra-se distribuídos entre os diversos bairros do Município.

As condições como: saneamento insuficiente, renda familiar baixa, menor instrução

escolar e alagamentos em bairros onde atenção da administração pública é reduzida

contribui para o desenvolvimento e/ou a disseminação das hepatites A/E, em que

sua transmissão se dá, por via fecal-oral, ocorrida por meio de água e alimentos

contaminados ou pelo contato de pessoa a pessoa (contato intra-familiar e

institucional) devido à falta de cuidados com higiene.

Por sua forma de transmissão, o vírus das hepatites A/E afetam, sobretudo crianças,

que desenvolvem uma infecção normalmente assintomática, isto é, não apresentam

sintomas, sendo por este motivo, os principais reservatórios da doença (CIVES,

2006).

Para o Brasil, a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) possui estimativa de

infecção pelo HAV de aproximadamente 130 casos novos por 100 mil habitantes ao

ano e de que mais de 90% da população maior de 20 anos tenha tido exposição ao

vírus. Entretanto, com as melhorias nas condições de saneamento, alguns estudos

têm demonstrado um acúmulo de casos em adultos e jovens acima de 20 anos

(PORTAL DA SAÚDE, tópicos de saúde, 2006).

No entanto, em nossa pesquisa não foi observado esse deslocamento da infecção

para faixas etárias mais elevadas. Dos 129 casos registrados em Vitória, 109 estão

na faixa de 0 a 15 anos e 20 caso, acima de 15 anos.

56

Diante desses dados, onde as contaminações predominantes são em crianças,

constata-se que doença pode estar sendo transmitida ou por uma fonte comum

contaminada (água, alimentos e locais com deficiência sanitária) ou por contato

pessoal, como ocorre, por exemplo, em instituições de ensino (creche e escolas) ou

mesmo intra-familiar.

Sendo assim, esses são apenas alguns apontamentos propostos por nossa

pesquisa, em que somente uma investigação epidemiológica, provavelmente do tipo

caso-controle, poderia levar a descoberta dos modos de transmissão que vem

ocorrendo em Vitória.

4.3 Leptospirose No Brasil, entre 1996 e 2005, foram notificados 33.174 casos de leptospirose. Para o

Espírito Santo, de 1999 a 2005, foram registrados 852 casos da doença, segundo

Ministério da Saúde (PORTAL DA SAÚDE, Tópicos de Saúde, 2006).

Já para o Município de Vitória, no mesmo período, foram notificados 192 casos da

doença, em que somente no ano de 2004, ocorreram 126 casos. Comparando as

duas tabelas abaixo, notamos certa tendência do número de casos no município

acompanha a dinâmica do estado, visto que, em 2004 tanto o estado quanto

municípios tiveram o maior número de casos no período, fato que discutiremos mais

a frente.

Distribuição de casos de leptospirose para o Espírito Santo e Vitória/ES

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL Espírito Santo 6 20 104 40 27 221 137 852 Vitória 3 4 14 12 4 126 29 192

Figura 42 - Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória, MS/SVS, SES e SINAN

A distribuição dos casos de leptospirose no município, concentra-se na Região de

Saúde de Maruípe, possuindo um total de 73 notificações para o período estudado,

desse total, 55 casos estão distribuídos entre seis bairros da região: Maruípe 13

casos; Consolação e Tabuazeiro ambos cada um com 9 casos; Itararé, Santos

Dumont e São Cristóvão todos cada um 8 casos.

57

Dentro de outras regiões, podemos destacar também, alguns bairros que

concentram grande quantidade de casos, como: Santo Antônio 10 casos; São José

8; São Pedro e Jardim Camburi sendo 7 casos para cada um e Resistência 6 casos.

Assim, muitos desses bairros fazem parte dos contrastes sociais presentes nas

grandes cidades, em que os habitantes desfavorecidos, sócio economicamente,

ocupam áreas irregulares, muitas vezes sujeitas a enchentes, cujos problemas de

saneamento e coleta de lixo constituem elevado risco à doença, pois a proliferação

de roedores nestas áreas é favorecida.

Diante dessa situação, a maioria dos casos de leptospirose ocorre na periferia das

grandes cidades, em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos,

presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes.

Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas

poderá se infectar.

Em nossa pesquisa, realizamos o levantamento do número de casos de leptospirose

para os períodos seco e chuvoso, a fim de evidenciar e apontar a influência pluvial

como uma das causas que propicia a transmissão da doença.

Segundo nosso levantamento, do total de 192 casos, 64 foram notificados no

período seco e 128 casos no período chuvoso. Conforme foi apresentado no início

dessa discussão, o ano de 2004 foi o que apresentou maior número de casos da

doença tanto para o Espírito Santo, quanto para Vitória. Neste ano, no município,

foram registrados 32 casos no período seco contra 94 no período chuvoso.

Podemos apontar como uma das causas desse quantitativo em 2004 a ocorrência

de chuvas intensas nos períodos considerados pela pesquisa como chuvoso,

conforme relatam os Boletins de Informações Climáticas (INFOCLIMA) apresentados

pelo Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos (CPTEC) e Instituto

Nacional de Meteorologia (INMET). Na primeira quinzena de janeiro, a atuação dos sistemas frontais, a configuração de três episódios de ZCAS e o desenvolvimento de áreas de instabilidade favoreceram chuvas em toda a Região. As chuvas intensas no

58

Espírito Santo, no centro e norte de Minas Gerais e em São Paulo superaram a média do mês. (INFOCLIMA, 2004, n.2, Fev.) No período de 7 a 11 de fevereiro, a primeira ZCAS esteve associada ao avanço da segunda frente fria do mês e provocou chuvas contínuas no Espírito Santo, norte de Minas Gerais, sul da Bahia, Goiás, Mato Grosso e no sul da Região Norte. (INFOCLIMA, 2004, n.3, Mar) No mês de março as chuvas ficaram acima da média histórica no Espírito Santo, no norte de Minas Gerais e no norte do Rio de Janeiro. (INFOCLIMA, 2004, n.4, Abr) No extremo norte do Espírito Santo, nordeste de Minas Gerais e em pequenas áreas do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro, as chuvas estiveram acima da média durante os primeiros dez dias de dezembro. (INFOCLIMA, 2004, n.12, Dez.)

É importante destacar também, na comparação entre o total de casos de

leptospirose por Regiões de Saúde para os períodos seco e chuvoso, em todas as

seis Regiões de Saúde ocorreu maior número de casos no período chuvoso. Além

disso, no bairro Santo Antônio, todas as 10 notificações da doença foram nesse

período.

Sendo assim, pode-se relacionar a ocorrência de leptospirose com o do regime das

chuvas, demonstrando ser um instrumento entre vários, que busca contribuir para o

conhecimento do perfil epidemiológico da leptospirose. Devemos salientar que a

doença não é determinada somente pelo regime pluvial, mas sim por uma

multiplicidade de fatores de ordem ambiental e social, que devem ser levados em

consideração em futuros estudos.

4.4 Dengue No Brasil, as condições socio-ambientais favoráveis à expansão do Aedes aegypti

possibilitaram a dispersão do vetor desde sua reintrodução em 1976 e o avanço da

doença. Essa reintrodução não conseguiu ser controlada com os métodos

tradicionalmente empregados no combate às doenças transmitidas por vetores.

Programas com baixíssima ou mesmo nenhuma participação da comunidade, sem

integração intersetorial e com pequena utilização do instrumental epidemiológico

mostraram-se incapazes de conter um vetor com altíssima capacidade de adaptação

59

ao novo ambiente criado pela urbanização acelerada e pelos novos hábitos.

(PORTAL DA SAÚDE, tópicos de saúde, 2006)

Assim, o Aedes aegypti tem sido responsável por epidemias de dengue em diversas

capitais brasileiras. Em Vitória, foram registrados 19.812 casos de dengue, no

período de 1999 a 2005. Para o Estado do Espírito Santo, foram ao todo, 166.314

casos registrados.

No município Vitória, os anos de 2000, 2002 e 2003 obtiveram o maior número de

casos de dengue para o período, fato que é observado também, para o Espírito

Santo, conforme mostra as tabelas abaixo.

Distribuição de casos de dengue para o Espírito Santo e Vitória/ES

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 TOTAL Espírito Santo 634 19.483 28.666 34.349 5.295 5.295 6.480 166.314 Vitória 268 5.636 1.778 4.259 6.229 487 1.155 19.812

Figura 43 - Fonte: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória, MS/SVS, SES e SINAN No que diz respeito à distribuição dos casos, no município, em todas as seis Regiões

Administrativas de Saúde, o total de notificações para o período, em cada região,

superaram 2.000 casos, onde a maior concentração ocorre na Região Continental,

com um total de 4.883 agravos e a menor, 2.221 casos, na Região de São Pedro.

Em contrapartida, no levantamento do Índice de Infestação Predial* de 2001 a 2005,

para as Regiões de Saúde, a Região de São Pedro destaca-se com os maiores

índices, onde os valores superam 3%, condição classificado pelo Ministério da

Saúde como situação de alerta. Já para a Região Continental e outras, no geral, os

índices estão entre 1% a 3%, classificados com situação de atenção.

* Número de casas visitadas onde são encontradas larvas do mosquito da dengue.

60

Índice de Infestação Predial de dengue por Regiões de Saúde - 2001 a 2005

1,5

1,9

1,7

2,2

1,7

0,6

0,8

1,1

3

1,3

1,1

1

1

2

1,9

2

2,5

3,2

4,6

2,8

4

2,7

2,5

2,7

2,2

3,9

3,8

4,6

5,1

3

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 44 – Fonte de dados: Centro de Controle de Zoonoses – SEMUS Vitória

Podemos apontar como um dos motivos para o índice acima de 3%, na Região de

São Pedro, o predomínio de casas nos bairros que compõe essa região, o que

propicia o armazenamento de água em caixas de água, cisternas, tonéis, entre

outros recipientes, como vasos, pneus, garrafas que são mais freqüentes em casas

que em apartamentos. Esses recipientes têm sido apontados como os de maior

freqüência de presença de larvas.

Contudo, a maior infestação não leva necessariamente a uma maior incidência, o

que se explica pelo fato de que o mosquito precisa antes estar contaminado pelo

vírus para que haja propagação da doença. É o que podemos observar no gráfico

abaixo, onde a Região de São Pedro, com exceção do ano de 2002, possui taxa de

incidência com valores abaixo de outras regiões. Além disso, um maior índice de

infestação não determina necessariamente um maior número de casos.

61

Taxa de Incidência de Dengue por Regiões de Saúde - 2001 a 2005por 100.000 habitantes

616

1281

4030

264

361

902

1437

1532

172

570

574

1264

2080

99

138

599

1592

1717

167

242

460

1105

3770

302

700

230

2633

2448

122

599

2001

2002

2003

2004

2005

São PedroSanto AntônioM aruípeForte São JoãoContinentalCentro

Figura 45 – Fonte de dados: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE - Censo Demográfico 2000

Em relação à notificação de casos nos bairros, a dengue ocorreu em todos os

bairros do Município de Vitória, em pelo menos um dos anos estudados, com

exceção dos bairros: Santa Clara; Segurança do Lar e Gurigica*

Assim, podemos citar alguns bairros com total de casos elevados, como: Jardim

Camburi com 1.427 casos; Santo Antônio 1.238; Jardim da Penha/Pontal de

Camburi 939; Maria Ortiz 872; Grande Vitória 777; Ilha do Príncipe 585;

Jabour/Aeroporto 531; Bairro do Quadro 503; Bairro da Penha 498; Centro 470;

Itararé 422 e Maruípe 414 entre outros. E bairros com pequeno número de agravos,

como: Ilha do Frade com 3 casos; Ilha Bela (Ilha do Boi) 10; Redenção 12; Bairro do

Cabral 16 e Santa Luiza com 27 casos.

* Na base de dados cedida, não consta a ocorrência de casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue para os seguintes bairros: Santa Clara, Segurança do Lar e Gurigica. Tal coincidência merece estudos mais rigorosos.

62

No Brasil, a distribuição da dengue obedece a um padrão sazonal de ocorrência,

coincide com o verão, período o qual a chuva e as temperaturas elevadas

contribuem para a proliferação do vetor (BRASIL, 2005).

Sendo assim, em nossa pesquisa realizamos o levantamento do número de

notificações da doença para os períodos seco e chuvoso, com intuito de observar a

dinâmica da doença nesses períodos.

De acordo com os dados levantados de 1999 a 2005, 19.812 casos dengue foram

registrados em Vitória, desse total, 10.914 aconteceram no período seco e 8.898 no

período chuvoso. Com exceção dos anos de 2002 e 2003, onde o número de casos

da doença foi maior, para o período chuvoso, a dengue acontece no restante dos

anos, em maior quantidade, no período seco.

Diante das estatísticas, apontaremos a seguir, algumas possíveis causas para

predominância de casos de dengue no período seco em Vitória.

Conforme comentado anteriormente, a dengue tem uma maior proliferação no verão

(período chuvoso), temporada na qual o Ministério da Saúde juntamente com os

Estados e Municípios intensificam o combate ao mosquito Aedes aegypti.

Em 2002, o Ministério da Saúde instituiu o Dia Nacional de Combate à Dengue, o dia

D, realizado em todo Brasil. O movimento, que faz parte da ação conjunta dos

governos estadual, municipal e federal, além da sociedade civil organizada, tem por

objetivo sensibilizar a população no combate à dengue de forma preventiva

(PORTAL DA SAÚDE, agência saúde, 2005).

[...] O dia D é acompanhado por outras iniciativas preventivas, entre elas a campanha educativa e de mobilização, já veiculada em TVs, rádios e jornais de todo o Brasil, com o slogan. Para combater a dengue, você e a água não podem ficar parados. A campanha é dividida em duas etapas. A primeira começou no último dia primeiro. Já a segunda fase será veiculada em janeiro de 2006. Estará presente nos principais programas de auditório da TV brasileira e na chamada mídia de mobiliário urbano, como paradas de ônibus, bancas de revistas e estações de metrô e trem. (Agencia Saúde, Nov. 2005)

63

Assim, durante os meses que acontecem as campanhas (novembro a fevereiro), há

uma cooperação da comunidade em seguir as recomendações para impedir a

proliferação do mosquito. Após esse período as campanhas tendem a diminuir,

juntamente com o comportamento preventivo da população, com isso, a época que é

considerada de baixa transmissão (período seco), o registro de casos ocorrerem em

maior número.

Diante dessa diversidade de casos distribuídos pelo município, fica claro o quanto é

complexo identificar o perfil epidemiológico da dengue em cada uma das unidades

especiais, ou seja, são vários os fatores sócio-ambientais que influenciam no

surgimento, distribuição e transmissão desse agravo nos bairros e Regiões de

Saúde. Somente estudo mais detalhado desses fatores, que não é o objetivo dessa

pesquisa, revelaria o perfil da dengue em Vitória.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Verifica-se, na presente pesquisa, que a utilização conjunta entre o SIG e o SINAN,

é uma importante ferramenta da epidemiologia e saúde pública na otimização das

informações. Ou seja, através dos dados armazenados no SINAN, e a tecnologia de

mapear do SIG, conseguimos orientar e localizar a ocorrência das doenças, dentro

de um determinado espaço geográfico, sendo facilmente visualizado por meio de

mapas.

Assim, os responsáveis pela saúde pública, de posse dos mapas, têm um acesso às

informações de maneira clara. O que proporciona, aos especialistas em

epidemiologia, o desenvolvimento de análises, bem como, a aplicação em modelos

preventivos para os bairros e Regiões de Saúde. A utilização do SIG sem dúvida traz

novas perspectivas à gestão dos serviços de saúde.

Por fim, esta pesquisa pretendeu trazer uma contribuição no sentido de demonstrar

que a geografia, mais precisamente a Geografia da Saúde, pode ajudar no

planejamento e estratégias no campo da saúde, mostrando a importância do meio

geográfico no aparecimento e distribuição de uma ou várias doenças.

64

6 BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Manual de Dengue – Vigilância Epidemiológica e atenção ao doente. Brasília, 1996.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Centro Nacional de

Epidemiologia. Guia de vigilância epidemiológica. 5 ed. Brasília, 2005.

CAMPOS JÚNIOR, Carlos Teixeira de. O Novo arrabalde. PMV, Secretaria

Municipal de Cultura e Turismo.Vitória, 1996

CIVES. Centro de Informação em Saúde para Viajantes. Faculdade de Medicina.

Universidade Federal do Rio de Janeiro. Disponível em:

<www.cives.ufrj.br/informacao/viagem/infeccoes.html>. Acesso em: 18 set. 2006

COSTA, Ricardo Brunow., O Clima de Vitória. 1994, Disponível em:

<http://www.vitoria.es.gov.br/secretarias/cultura/ihges/brunow.htm>, Acesso em: 18

set. 2006

FERREIRA, Janete M., RODRIGUES, Celeste de S. Informação no setor saúde:

participação no processo e controle da epidemia dentro do município de Belo

Horizonte. IN: Espaço BH – Trabalho, Tecnologia e Informação na Administração Municipal, ano II, n. 3 / 4, mar./out. 1998.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico 2000.

Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/>, Acesso em: 18 set. 2006

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas de Saneamento. 2004.

CD-ROM

INFOCLIMA. Informação Climática: Instituto Nacional de Meteorologia. Centro de Previsão de Tempo de Estudos Climáticos. ano 10 ,n. 2/3/4/12, 2004.

Disponível em: <http://www.cptec.inpe.br/infoclima/>. Acesso em: 14 nov. 2006

65

LEMOS, Jureth Couto, LIMA, Samuel do Carmo. A Geografia Médica e As Doenças Infecto-Parasitárias. Caminhos De Geografia - Revista On Line Programa

De Pós-Graduação Em Geografia. Instituto De Geografia Ufu, 2002

MORAES, Luiz Roberto Santos. Saneamento ambiental como ação de saúde pública: um discurso a ser praticado. CD Controle Social dos Serviços Públicos.

Idec/Polis, 2000

MURRAY,P; ROSENTHAL, K.; KOBAYASHI, G.; PFALLER, M. Microbiologia Médica. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.

NEVES, David Pereira. Parasitologia Dinâmica. São Paulo. Editora Atheneu, 2003.

PACHECO, Rodrigo. Capixabas em Rondônia: Século Diário. n.12, 2001.

Disponível em: <http://www.seculodiario.com.br/seculo/2001/seculo12/index6.htm>.

Acesso em: 10 nov. 2006

PINA, Maria de F. R. P. “Potencialidades dos Sistemas de Informações Geográficas

na Área de Saúde”. IN: NAJAR, Alberto Lopes (org.) Saúde e espaço: estudos

metodológicos e técnicos de análise. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 1998.

PORTAL DA SAÚDE. Ministério da Saúde. Relatório da Situação Epidemiológica de Malária no Brasil 2005. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/

arquivos/pdf/situacao_epidemio_malaria.pdf.> Acesso em: 10 nov. 2006

PORTAL DA SAÚDE. Ministério da Saúde. Agência Saúde, Nov. 2005. Disponível

em:<http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21074&janela

=1> Acesso em: 10 nov. 2006

PORTAL DA SAÚDE. Ministério da Saúde. Tópicos de Saúde. Disponível em: <

http://portal.saude.gov.br/portal/svs/visualizar_texto.cfm?idtxt=21428 >. Acesso em:

30 out. 2006

PHILIPPI, Arlindo Jr.; Saneamento, Saúde e Ambiente: fundamentos para um desenvolvimento sustentável. Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde

Pública, Núcleo de Informações em Saúde Ambiental. Barueri-SP, Ed. Manole.2005

66

SANEMANTO Básico. Guia do Investidor. Prefeitura Municipal de Vitória, Vitória.

Disponível em: <www.vitoria.es.gov.br/negocios/guia_investidor/infra_sanea.htm>.

Acesso em: 19 dez. 2005

SANTOS, Alexandre Rosa dos. Apostila de Geoprocessamento. Vitória, 2002.

SANTOS, Alexandre Rosa dos. Caracterização morfológica, hidrológica e ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Turvo Sujo, Micro-Região de Viçosa, MG. Viçosa. Universidade Federal de Viçosa. Tese.2001

SAÚDE-RIO. Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. Disponível em:

<http://www.saude.rio.rj.gov.br/ >. Acesso em: 20 set. 2006

67

Anexo A - Relação de mapas gerados

MAPAS DOENÇAS SÉRIES Localização e População - A

Casos por Regiões de Saúde malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue B-M, B-H, B-L e B-D

Total de casos por Regiões de Saúde

malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

B-MT, B-HT, B-LT e B-DT

Casos por Bairros malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue C-M, C-H, C-L e C-D

Total de casos por Bairros malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

C-MT, C-HT, C-LT e C-DT

Casos por Regiões de Saúde para os períodos seco e chuvoso

leptospirose e

dengue D-L e D-D

Total de casos por Regiões de Saúde para os períodos seco e chuvoso

leptospirose e

dengue

D-LT e D-DT

Casos por bairros para o período seco

leptospirose e

dengue E1-L e E1-D

Casos por bairros para o período chuvoso

leptospirose e

dengue E2-L e E2-D

Total de casos por bairros para o períodos seco

leptospirose e

dengue

E1-LT e E1-DT

Total de casos por bairros para o período chuvoso

leptospirose e

dengue

E2-LT e E2-DT

Índice de Infestação Predial Dengue F-D

Taxa de Incidência por Regiões de Saúde

Hepatites A/E, leptospirose e

dengue G-H, G-L e G-D

Taxa de Incidência por bairros Hepatites A/E, leptospirose e

dengue H-H, H-L e H-D

68

ANEXO B – Casos de MALÁRIA por Regiões de Saúde e bairros de Vitória/ES Regiões Administrativas de Saúde

Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total Casos

Região do Centro 0 0 0 1 0 0 0 1 Bairro do Moscoso 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro do Cabral 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro do Quadro 0 0 0 0 0 0 0 0 Centro 0 0 0 0 0 0 0 0 Fonte Grande 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha do Príncipe 0 0 0 1 0 0 0 1 Parque Moscoso 0 0 0 0 0 0 0 0 Piedade 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Clara (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Tereza 0 0 0 0 0 0 0 0 Vila Rubim 0 0 0 0 0 0 0 0 Região Continental 0 0 0 1 3 7 4 15 Antonio Honório 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro Republica 0 0 0 0 0 1 0 1 Boa Vista 0 0 0 0 0 0 0 0 Goiabeiras 0 0 0 0 0 0 0 0 Jabour/Aeroporto(*) 0 0 0 0 0 0 0 0 Jardim Camburi 0 0 0 0 1 4 1 6 Jardim da Penha/Pontal de Camburi(*) 0 0 0 1 1 2 2 6 Maria Ortiz 0 0 0 0 1 0 0 1 Mata da Praia 0 0 0 0 0 0 0 0 Morada de Camburi 0 0 0 0 0 0 1 1 Segurança do Lar (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Solon Borges 0 0 0 0 0 0 0 0 Região do Forte São João 0 0 0 0 3 5 4 12 Barro Vermelho 0 0 0 0 0 0 2 2 Bento Ferreira 0 0 0 0 1 1 1 3 Cruzamento 0 0 0 0 0 0 1 1 Enseada do Suá 0 0 0 0 0 0 0 0 Forte São João 0 0 0 0 0 0 0 0 Fradinhos 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha Bela (Ilha do Boi) 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha de Santa Maria 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha do Frade 0 0 0 0 0 0 0 0 Jesus de Nazareth 0 0 0 0 1 4 0 5 Jucutuquara 0 0 0 0 0 0 0 0 Monte Belo 0 0 0 0 0 0 0 0 Praia do Canto 0 0 0 0 0 0 0 0 Praia do Suá 0 0 0 0 0 0 0 0 Romão 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Helena 0 0 0 0 1 0 0 1 Santa Lucia 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de Maruípe 0 0 0 0 1 4 1 6 Andorinhas 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro da Penha 0 0 0 0 0 1 0 1 Bairro de Lourdes/Nazareth(*) 0 0 0 0 0 0 0 0 Bonfim 0 0 0 0 0 0 0 0 Consolação 0 0 0 0 1 2 0 3 Gurigica (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Horto 0 0 0 0 0 0 0 0 Itararé 0 0 0 0 0 0 0 0 Joana D'arc 0 0 0 0 0 0 1 1 Maruípe 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Cecília 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Luiza 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Martha 0 0 0 0 0 0 0 0

69

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

CasosSantos Dumont 0 0 0 0 0 0 0 0 São Benedito 0 0 0 0 0 0 0 0 São Cristóvão 0 0 0 0 0 0 0 0 Tabuazeiro 0 0 0 0 0 1 0 1 Região de Santo Antônio 0 0 0 0 1 0 1 2 Ariovaldo Favalessa 0 0 0 0 0 0 0 0 Bela Vista 0 0 0 0 0 0 0 0 Caratoira 0 0 0 0 0 0 0 0 Estrelinha 0 0 0 0 0 0 0 0 Grande Vitória 0 0 0 0 0 0 0 0 Inhangueta 0 0 0 0 0 0 0 0 Mario Cypreste 0 0 0 0 0 0 0 0 Santo Antonio 0 0 0 0 1 0 1 2 Universitário 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de São Pedro 0 0 1 0 5 4 2 12 Condusa 0 0 0 0 0 0 0 0 Conquista 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha das Caieiras 0 0 0 0 0 0 0 0 Nova Palestina 0 0 1 0 4 0 1 6 Redenção 0 0 0 0 0 0 0 0 Resistência 0 0 0 0 0 1 0 1 Santo André 0 0 0 0 0 0 1 1 Santos Reis 0 0 0 0 0 1 0 1 São José 0 0 0 0 1 2 0 3 São Pedro 0 0 0 0 0 0 0 0

RESUMO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Geral Total casos de malária 0 0 1 2 13 20 12 48

Fonte Informação Epidemiológica: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória (*) Banco de dados da Vigilância Epidemiológica considera único bairro. (**) Na base de dados cedida, não consta a ocorrência de casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

70

ANEXO C – Casos de HEPATITES A/E por Regiões de Saúde e bairros de Vitória/ES

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Casos Região do Centro 1 4 0 0 0 1 0 6 Bairro do Moscoso 1 0 0 0 0 0 0 1 Bairro do Cabral 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro do Quadro 0 0 0 0 0 0 0 0 Centro 0 0 0 0 0 1 0 1 Fonte Grande 0 1 0 0 0 0 0 1 Ilha do Príncipe 0 0 0 0 0 0 0 0 Parque Moscoso 0 2 0 0 0 0 0 2 Piedade 0 1 0 0 0 0 0 1 Santa Clara (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Tereza 0 0 0 0 0 0 0 0 Vila Rubim 0 0 0 0 0 0 0 0 Região Continental 1 10 5 1 1 3 5 26 Antonio Honório 0 2 0 0 0 0 0 2 Bairro Republica 0 1 0 0 0 0 1 2 Boa Vista 0 2 0 0 0 0 0 2 Goiabeiras 1 1 2 0 0 0 0 4 Jabour/Aeroporto(*) 0 1 1 0 0 1 1 4 Jardim Camburi 0 2 0 0 1 0 3 6 Jardim da Penha/Pontal de Camburi(*) 0 1 1 0 0 2 0 4 Maria Ortiz 0 0 0 1 0 0 0 1 Mata da Praia 0 0 1 0 0 0 0 1 Morada de Camburi 0 0 0 0 0 0 0 0 Segurança do Lar (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Solon Borges 0 0 0 0 0 0 0 0 Região do Forte São João 3 11 2 1 1 1 1 20 Barro Vermelho 0 0 0 0 0 0 0 0 Bento Ferreira 0 2 0 1 1 0 0 4 Cruzamento 0 0 0 0 0 1 0 1 Enseada do Suá 0 0 0 0 0 0 0 0 Forte São João 0 3 0 0 0 0 0 3 Fradinhos 1 0 0 0 0 0 0 1 Ilha Bela (Ilha do Boi) 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha de Santa Maria 0 1 0 0 0 0 0 1 Ilha do Frade 0 0 0 0 0 0 0 0 Jesus de Nazareth 2 1 1 0 0 0 0 4 Jucutuquara 0 0 0 0 0 0 1 1 Monte Belo 0 0 0 0 0 0 0 0 Praia do Canto 0 0 0 0 0 0 0 0 Praia do Suá 0 2 1 0 0 0 0 3 Romão 0 2 0 0 0 0 0 2 Santa Helena 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Lucia 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de Maruípe 3 14 7 0 2 5 9 40 Andorinhas 0 0 0 0 1 0 0 1 Bairro da Penha 0 4 3 0 0 0 0 7 Bairro de Lourdes/Nazareth(*) 0 1 0 0 0 0 0 1 Bonfim 0 3 0 0 0 0 1 4 Consolação 1 1 0 0 0 1 5 8 Gurigica (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Horto 0 1 0 0 0 0 0 1 Itararé 2 2 0 0 0 1 3 8 Joana D'arc 0 0 1 0 0 0 0 1 Maruípe 0 1 1 0 0 0 0 2 Santa Cecília 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Luiza 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Martha 0 1 0 0 1 0 0 2

71

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Casos Santos Dumont 0 0 2 0 0 0 0 2 São Benedito 0 0 0 0 0 3 0 3 São Cristóvão 0 0 0 0 0 0 0 0 Tabuazeiro 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de Santo Antônio 1 6 4 0 0 0 5 16 Ariovaldo Favalessa 0 3 0 0 0 0 0 3 Bela Vista 0 0 0 0 0 0 1 1 Caratoira 0 2 0 0 0 0 0 2 Estrelinha 0 0 0 0 0 0 0 0 Grande Vitória 0 1 0 0 0 0 4 5 Inhangueta 0 0 0 0 0 0 0 0 Mario Cypreste 0 0 0 0 0 0 0 0 Santo Antonio 1 0 4 0 0 0 0 5 Universitário 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de São Pedro 2 7 1 1 1 0 9 21 Condusa 0 0 0 0 0 0 0 0 Conquista 0 0 0 0 1 0 4 5 Ilha das Caieiras 0 0 0 0 0 0 1 1 Nova Palestina 1 2 0 1 0 0 4 8 Redenção 0 0 0 0 0 0 0 0 Resistência 0 0 0 0 0 0 0 0 Santo André 0 0 0 0 0 0 1 1 Santos Reis 0 0 0 0 0 0 0 0 São José 0 3 0 0 0 0 0 3 São Pedro 1 2 1 0 0 0 1 5

RESUMO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Geral Total de casos de hepatites A/E 11 52 19 3 5 10 29 129

Fonte Informação Epidemiológica: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória (*) Banco de dados da Vigilância Epidemiológica considera único bairro. (**) Na base de dados cedida, não consta a ocorrência de casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

72

ANEXO D – Casos de LEPTOSPIROSE por Regiões de Saúde e bairros de Vitória/ES

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Casos Região do Centro 1 0 1 2 0 8 1 14 Bairro do Moscoso 0 0 0 0 0 2 0 2 Bairro do Cabral 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro do Quadro 1 0 1 0 0 0 0 2 Centro 0 0 1 1 0 2 0 4 Fonte Grande 0 0 0 0 0 1 1 2 Ilha do Príncipe 0 0 0 1 0 0 0 1 Parque Moscoso 0 0 0 0 0 1 0 1 Piedade 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Clara (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Tereza 0 0 0 0 0 2 0 2 Vila Rubim 0 0 0 0 0 0 0 0 Região Continental 0 0 2 1 1 17 4 25 Antonio Honório 0 0 0 0 0 0 0 0 Bairro Republica 0 0 0 0 0 0 0 0 Boa Vista 0 0 0 0 0 0 0 0 Goiabeiras 0 0 2 1 0 0 0 3 Jabour/Aeroporto(*) 0 0 0 0 1 3 0 4 Jardim Camburi 0 0 0 0 0 6 1 7 Jardim da Penha/Pontal de Camburi(*) 0 0 0 0 0 3 2 5 Maria Ortiz 0 0 0 0 0 4 0 4 Mata da Praia 0 0 0 0 0 1 1 2 Morada de Camburi 0 0 0 0 0 0 0 0 Segurança do Lar (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Solon Borges 0 0 0 0 0 0 0 0 Região do Forte São João 0 1 3 2 1 12 1 20 Barro Vermelho 0 0 0 0 0 0 0 0 Bento Ferreira 0 0 0 0 0 0 0 0 Cruzamento 0 0 0 0 0 0 1 1 Enseada do Suá 0 0 2 0 0 0 0 2 Forte São João 0 1 0 0 0 0 0 1 Fradinhos 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha Bela (Ilha do Boi) 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha de Santa Maria 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha do Frade 0 0 0 0 0 0 0 0 Jesus de Nazareth 0 0 1 1 0 2 0 4 Jucutuquara 0 0 0 0 0 1 0 1 Monte Belo 0 0 0 0 0 3 0 3 Praia do Canto 0 0 0 1 1 3 0 5 Praia do Suá 0 0 0 0 0 1 0 1 Romão 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Helena 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Lucia 0 0 0 0 0 2 0 2 Região de Maruípe 2 2 1 2 1 55 10 73 Andorinhas 0 0 0 1 0 1 0 2 Bairro da Penha 0 0 0 0 0 4 0 4 Bairro de Lourdes/Nazareth(*) 0 0 0 0 0 0 1 1 Bonfim 1 1 0 0 0 0 1 3 Consolação 0 0 0 0 0 7 2 9 Gurigica (**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Horto 0 0 0 0 0 1 0 1 Itararé 0 0 1 0 1 4 2 8 Joana D'arc 0 1 0 0 0 1 0 2 Maruípe 0 0 0 1 0 11 1 13 Santa Cecília 0 0 0 0 0 0 1 1 Santa Luiza 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Martha 0 0 0 0 0 2 0 2

73

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Casos Santos Dumont 0 0 0 0 0 7 1 8 São Benedito 0 0 0 0 0 1 1 2 São Cristóvão 0 0 0 0 0 8 0 8 Tabuazeiro 1 0 0 0 0 8 0 9 Região de Santo Antônio 0 1 2 2 1 13 5 24 Ariovaldo Favalessa 0 0 0 0 0 0 0 0 Bela Vista 0 0 0 0 1 1 0 2 Caratoira 0 0 0 0 0 1 1 2 Estrelinha 0 0 1 0 0 0 0 1 Grande Vitória 0 1 0 2 0 1 0 4 Inhangueta 0 0 0 0 0 2 2 4 Mario Cypreste 0 0 0 0 0 1 0 1 Santo Antonio 0 0 1 0 0 7 2 10 Universitário 0 0 0 0 0 0 0 0 Região de São Pedro 0 0 4 3 0 21 8 36 Condusa 0 0 0 0 0 1 1 2 Conquista 0 0 0 0 0 0 0 0 Ilha das Caieiras 0 0 1 0 0 2 0 3 Nova Palestina 0 0 0 0 0 4 1 5 Redenção 0 0 0 0 0 0 0 0 Resistência 0 0 0 2 0 2 2 6 Santo André 0 0 1 0 0 2 1 4 Santos Reis 0 0 0 0 0 0 1 1 São José 0 0 0 0 0 6 2 8 São Pedro 0 0 2 1 0 4 0 7

RESUMO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Geral Total de casos de leptospirose 3 4 14 12 4 126 29 192

Fonte Informação Epidemiológica: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória (*) Banco de dados da Vigilância Epidemiológica considera único bairro. (**) Na base de dados cedida, não consta a ocorrência de casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

74

ANEXO E – Casos de DENGUE por Regiões de Saúde e bairros de Vitória/ES Regiões Administrativas de Saúde

Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total Casos

Região do Centro 17 802 157 326 1026 67 92 2487 Bairro do Moscoso 0 5 3 17 47 2 1 75 Bairro do Cabral 0 3 2 6 4 0 1 16 Bairro do Quadro 2 179 33 55 204 14 16 503 Centro 6 91 39 76 205 20 33 470 Fonte Grande 1 63 8 13 39 6 2 132 Ilha do Príncipe 5 261 30 60 224 3 2 585 Parque Moscoso 1 17 8 24 86 6 13 155 Piedade 0 17 2 7 30 4 0 60 Santa Clara(**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Santa Tereza 1 79 20 57 98 6 11 272 Vila Rubim 1 87 12 11 89 6 13 219 Região Continental 142 958 740 1179 1256 141 467 4883 Antonio Honório 0 8 6 17 13 1 1 46 Bairro Republica 4 114 48 94 87 8 11 366 Boa Vista 1 11 12 20 18 1 0 63 Goiabeiras 7 47 20 73 72 4 8 231 Jabour/Aeroporto(*) 41 104 106 109 91 10 70 531 Jardim Camburi 19 249 152 321 372 74 240 1427 Jardim da Penha/Pontal de Camburi(*) 6 163 198 164 313 20 75 939 Maria Ortiz 59 164 159 273 160 10 47 872 Mata da Praia 0 54 22 59 86 7 10 238 Morada de Camburi 2 22 4 11 8 4 1 52 Segurança do Lar(**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Solon Borges 3 22 13 38 36 2 4 118 Região do Forte São João 23 574 296 651 1072 51 71 2738 Barro Vermelho 0 9 1 6 16 1 0 33 Bento Ferreira 1 25 14 43 76 0 11 170 Cruzamento 1 19 24 27 47 1 0 119 Enseada do Suá 0 11 3 3 16 0 2 35 Forte São João 2 91 39 41 39 2 1 215 Fradinhos 2 14 5 17 42 1 2 83 Ilha Bela (Ilha do Boi) 0 3 1 1 4 0 1 10 Ilha de Santa Maria 4 138 27 96 237 12 7 521 Ilha do Frade 0 0 0 1 2 0 0 3 Jesus de Nazareth 2 14 23 194 92 0 7 332 Jucutuquara 3 60 21 29 158 4 4 279 Monte Belo 2 43 27 33 114 1 3 223 Praia do Canto 1 52 27 34 70 4 9 197 Praia do Suá 1 26 40 61 80 19 12 239 Romão 3 50 23 46 37 1 4 164 Santa Helena 0 1 8 5 14 2 2 32 Santa Lucia 1 18 13 14 28 3 6 83 Região de Maruípe 49 1117 391 1039 1121 109 158 3984 Andorinhas 3 233 19 61 55 10 14 395 Bairro da Penha 3 59 57 155 198 7 19 498 Bairro de Lourdes/Nazareth(*) 2 26 9 15 30 1 1 84 Bonfim 1 39 28 64 80 5 20 237 Consolação 1 21 56 80 106 11 6 281 Gurigica(**) 0 0 0 0 0 0 0 0 Horto 1 17 8 13 18 2 1 60 Itararé 7 80 40 143 127 7 18 422 Joana D'arc 5 100 21 85 89 3 9 312 Maruípe 11 139 20 103 104 16 21 414 Santa Cecília 1 32 4 9 14 1 1 62 Santa Luiza 0 6 3 6 12 0 0 27 Santa Martha 1 135 24 89 90 8 20 367

75

Regiões Administrativas de Saúde Bairros 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Casos Santos Dumont 0 14 21 25 23 8 3 94 São Benedito 0 9 46 28 13 1 4 101 São Cristóvão 7 81 19 80 77 9 7 280 Tabuazeiro 6 126 16 83 85 20 14 350 Região de Santo Antônio 23 1710 128 308 1051 84 195 3499 Ariovaldo Favalessa 2 108 4 11 87 3 3 218 Bela Vista 4 179 10 35 72 8 40 348 Caratoira 1 87 9 20 81 1 8 207 Estrelinha 3 151 7 21 105 14 15 316 Grande Vitória 2 341 29 66 315 10 14 777 Inhangueta 1 145 9 34 82 13 18 302 Mario Cypreste 0 11 0 2 24 2 3 42 Santo Antonio 10 667 57 117 262 32 93 1238 Universitário 0 21 3 2 23 1 1 51 Região de São Pedro 14 475 66 756 703 35 172 2221 Condusa 1 9 1 31 22 1 4 69 Conquista 0 1 0 2 3 0 4 10 Ilha das Caieiras 0 25 1 34 27 3 14 104 Nova Palestina 2 165 16 178 130 4 53 548 Redenção 0 1 0 2 6 1 2 12 Resistência 3 63 15 128 52 6 48 315 Santo André 1 48 6 57 54 1 7 174 Santos Reis 0 6 2 33 33 1 2 77 São Jose 5 108 15 135 238 9 30 540 São Pedro 2 49 10 156 138 9 8 372

RESUMO 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Total

Geral Total de casos de dengue 268 5636 1778 4259 6229 487 1155 19812

Fonte Informação Epidemiológica: Gerência de Vigilância Epidemiológica – SEMUS Vitória (*) Banco de dados da Vigilância Epidemiológica considera único bairro. (**) Na base de dados cedida, não consta a ocorrência de casos de malária, hepatites A/E, leptospirose e dengue

76

ANEXO F – Site – Endereços: http://www.ufes.br/~geoufes/lgu/adovh/adovh.htm http://www.ufes.br/~geoufes/depgeo.html