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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE UNB DE PLANALTINA CARLA BORGES REIS MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS CERTIFICADOS NO DISTRITO FEDERAL PLANALTINA/DF 2013

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Page 1: MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS … · correntes de produção, entre as quais a agricultura orgânica tem sido a mais difundida, sendo reconhecida junto ao mercado como

UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FACULDADE UNB DE PLANALTINA

CARLA BORGES REIS

MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE

PRODUTOS ORGÂNICOS CERTIFICADOS NO

DISTRITO FEDERAL

PLANALTINA/DF

2013

Page 2: MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS … · correntes de produção, entre as quais a agricultura orgânica tem sido a mais difundida, sendo reconhecida junto ao mercado como

CARLA BORGES REIS

MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE

PRODUTOS ORGÂNICOS CERTIFICADOS NO

DISTRITO FEDERAL

Relatório de Estágio para conclusão da matéria Estágio Supervisionado ministrado pela professora Fernanda Nascimento, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Gestão do Agronegócio.

Orientador: Professor Mário Ávila

Planaltina/DF

2013

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à minha família, simplesmente por ser a MINHA família!

Obrigada por fazerem parte da minha construção e do meu crescimento!

Agradeço à minha mãe, Marilsa Maria Borges, por ser uma mulher e mãe

maravilhosa, carinhosa, paciente e guerreira. Sua força e bondade sempre foram

referência para mim!

Agradeço ao meu pai, Rudinei Inácio Reis, por me mostrar o quanto a vida pode ser

dura e por me preparar para o que ela reserva para mim!

Agradeço ao meu namorado, Renato Vasconcelos Alves, por ser sempre meu apoio,

meu ponto de fuga, meu melhor amigo, e sempre estar lá pro que eu precisar.

Obrigada por construir sua vida junto com a minha, e me ajudar a cultivar nosso

amor a cada dia!

Agradeço ao professor Reinaldo José Miranda Filho, que sempre fez o possível para

me ajudar, pela paciência, disponibilidade, e pelo respeito e consideração que tem

por todos os seus alunos! Você está fazendo a diferença nessa Universidade!

Agradeço à Ségolène Thomas por me ensinar tantas coisas, pelo carinho e

paciência! Foi uma experiência muito enriquecedora e estimulante. Agradeço ao Eric

Sabourin pela oportunidade. Com certeza levarei muitas coisas comigo!

Agradeço ao meu orientador Mário Lúcio de Ávila, pela confiança dada a mim, pelas

orientações, pela paciência e principalmente pela grande ajuda em desenvolver esse

trabalho!

Agradeço à UnB por me receber de braços abertos, por me fornecer uma educação

de primeira, e por me estimular a dar sempre o melhor de mim. Agradeço a todos os

professores, que passaram por mim durante essa jornada, em especial à Carolina

Lopes Araújo, e que de alguma forma me acrescentaram algo que vou levar por toda

a minha vida!

Page 4: MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS … · correntes de produção, entre as quais a agricultura orgânica tem sido a mais difundida, sendo reconhecida junto ao mercado como

“O futuro do Brasil está ligado à sua terra. O manejo adequado de seus solos é a

chave mágica para a prosperidade e bem estar geral.

A Natureza em seus caprichos e mistérios condensa em pequenas coisas, o poder

de dirigir as grandes; nas coisas simples, a capacidade de reger as complexas.”

(Primavesi)

“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

(Charles Chaplin)

Page 5: MAPEAMENTO DA COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS … · correntes de produção, entre as quais a agricultura orgânica tem sido a mais difundida, sendo reconhecida junto ao mercado como

RESUMO

Os alimentos orgânicos são considerados mais saudáveis por não fazer parte de sua

produção o uso de agrotóxicos, adubos químicos ou hormônios. A expansão da

comercialização de alimentos orgânicos certificados no Distrito Federal, com o intuito

de atender à demanda cada vez maior por produtos mais saudáveis tanto para o

consumidor quanto para o meio ambiente, e devido à implementação de programas

específicos e com o surgimento de parcerias e entidades que organizam o setor, fez

a produção de orgânicos certificados no Distrito Federal chegar onde está hoje, com

2% de participação no mercado agrícola (o que corresponde a um faturamento anual

de R$ 8 milhões) e um crescimento de mais de 40% ao ano. O objetivo principal

deste trabalho é apresentar um mapeamento dos locais de comercialização desses

produtos no Distrito Federal. Foram utilizados como fonte de dados, um

levantamento das feiras feito pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor no

ano de 2012, e um levantamento feito pelo Sítio Corujinha também no ano de 2012

dos locais de comercialização dos produtos orgânicos certificados no Distrito

Federal.

Palavras-chave: alimentos orgânicos; comercialização; mercado.

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ABSTRACT

The organic foods are considered more healthful by not being part of its production

the use of pesticides, chemical fertilizers or hormones. The expansion of certified

organic food market in the Federal District, in order to meet the increasing demand

for healthful products for both: the consumer and the environment, and with the

emergence of partnerships and entities that organize the sector, made the production

of organics in the Federal District reach where it is today, with 2% market share

(which corresponds to an annual turnover of R$ 8 million) and an increase of more

than 40% a year. The main purpose of this paper is to present a mapping of the

marketing of these products in the Federal District. Were used as a source of data, a

survey of fairs made by the Brazilian Institute of consumer protection and another

made for the Corujinha small farm (Sítio Corujinha) in year of 2012 about the places

of commercialization.

Keywords: organic food, marketing, market.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Modelo de produção agroecológica e sustentável

Figura 2 - Vista panorâmica da Fazenda Malunga

Figura 3 - Produtos Orgânicos Mais Representativos de Cada Unidade da

Federação

Figura 4 - Mapeamento das feiras de comercialização de produtos orgânicos no DF

Figura 5 - Mapeamento dos mercados, empórios, lojas e varejões de

comercialização de produtos orgânicos no DF

Figura 6 - Mapeamento dos supermercados de comercialização de produtos

orgânicos no DF

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Relação das feiras de comercialização de produtos orgânicos certificados

no Distrito Federal

Quadro 2 - Relação dos mercados, empórios, lojas e varejões de comercialização de

produtos orgânicos no DF

Quadro 3 - Relação dos supermercados de comercialização de produtos orgânicos

no DF

Quadro 4 - Relação feita pelo Sítio Corujinha

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Dez Países com Maiores Áreas Agrícolas Orgânicas e sua Evolução,

2000 a 2008

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LISTA DE SIGLAS

AGE – Associação de Agricultura Ecológica

CDTORG – Centro de Difusão de Tecnologia em Agricultura Orgânica

CEASA/DF – Central de Abastecimento do Distrito Federal

COTAE – Colegiado Territorial das Águas Emendadas

DAP – Declaração ao PRONAF

EMATER-DF – Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito

Federal

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FNDE – Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação

GDF – Governo do Distrito Federal

GGPAA – Grupo Gestor do Programa de Aquisição de Alimentos

IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário

MO – Mercado Orgânico

PAA – Programa de Aquisição de Alimentos

PAPA – Programa de Aquisição de Produção da Agricultura

PDSTR – Programa Desenvolvimento Sustentável de Territórios Rurais

PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar

PRONAF – Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar

PRORURAL – Programa Estadual de Apoio ao Pequeno Produtor Rural

PTD – Projeto Técnico de Demanda

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SEAGRI – Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural

SEAPA – Secretaria da Agricultura Pecuária e Abastecimento do GDF

SEBRAE – Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural

SINDIORGÂNICOS – Sindicado dos Produtores Orgânicos do Distrito Federal

SPG – Sistema Participativo de Garantia

TAE – Território das Águas Emendadas

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SUMÁRIO

Resumo

Abstract

Lista de Ilustrações

Lista de Quadros

Lista de Gráficos

Lista de Sigas

Introdução ................................................................................................................. 12

Orgânicos ou agroecológicos? .................................................................................. 13

Orgânicos no mundo ................................................................................................. 16

Orgânicos no Brasil ................................................................................................... 16

Orgânicos no Distrito Federal .................................................................................... 19

Comercialização de orgânicos em Brasília – um mapa ............................................. 20

A construção do mercado de orgânicos no Distrito Federal ...................................... 23

O papel da EMATER/DF na construção do mercado ................................................ 26

As organizações de produtores e as feiras ............................................................... 27

Empreendedor de política pública ............................................................................. 29

Relações com as políticas públicas no Distrito Federal ............................................ 32

Programa de Aquisição de Alimentos - PAA ............................................................. 32

Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE ................................................ 33

Programa de Aquisição da Produção da Agricultura – PAPA/DF .............................. 33

Considerações finais ................................................................................................. 35

Referência Bibliográfica ............................................................................................ 36

Anexos ...................................................................................................................... 40

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho foi elaborado como relatório final da disciplina Estágio

Supervisionado Obrigatório da Universidade de Brasília, campus Planaltina, cursada

no primeiro semestre de 2013, ministrada pela professora Fernanda Nascimento.

Essa pesquisa foi feita, pois alguns conceitos ligados à produção orgânica, assim

como o funcionamento desse mercado, ainda são pouco conhecidos por muitas

pessoas. É um trabalho para tentar explicar esses conceitos e melhor contextualizar

o mapeamento dos locais de comercialização desses produtos no DF, objetivo

principal do presente trabalho.

Para fazer esse mapeamento foi feita uma pesquisa documental no site do Instituto

de Defesa do Consumidor (IDEC) e também foi utilizado um documento elaborado

pela Fazenda Corujinha, no ano de 2012 com alguns locais de comercialização (em

anexo).

Os objetivos desse trabalho foram: explicar um pouco como surgiu o mercado de

orgânicos no Brasil e no Distrito Federal e qual a situação atual do mercado; fazer a

diferenciação entre orgânicos e agroecológicos, pois ainda há muita confusão

quanto a esses termos; explicar como se deu a construção desse mercado no DF;

mostrar um pouco sobre as relações desse mercado com as políticas públicas; e,

principalmente, mostrar os locais de comercialização desses produtos certificados.

A metodologia adotada foram os levantamentos bibliográficos, as pesquisas de

campo entrevistas semi-estruturadas.

A estrutura do trabalho está assim definida: inicialmente faz-se uma breve discussão

sobre orgânicos e agroecológicos para evitar confusões conceituais e em seguida,

resgata-se aspectos ligados aos produtos orgânicos no mundo, no Brasil e no

Distrito Federal.

Neste momento são apresentados os aspectos gerais do mercado de produtos

orgânicos no DF, sua construção social e o papel dos agentes de assistência técnica

e, das associações de produtores e de empreendedores políticos nesta

consolidação.

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Por fim, resgatam-se algumas políticas públicas em escala nacional e distrital que

incorporam os produtos orgânicos em seus escopos e alguns aspectos de suas

formulações.

ORGÂNICOS OU AGROECOLÓGICOS?

Há uma confusão às vezes quando se fala de agricultura orgânica e/ou agricultura

agroecológica. Primeiramente é importante falar que a agroecologia é uma ciência

que surge na década de 1970 como forma de estabelecer uma base teórica para

diferentes movimentos de agricultura alternativa que então ganhavam força com os

sinais de esgotamento da agricultura moderna (Assis e Romeiro, 2011). Ela busca o

entendimento do funcionamento de agroecossistemas complexos e suas interações,

tendo como princípio a conservação e a ampliação da biodiversidade dos sistemas

agrícolas como base para auto-regulação e sustentabilidade. Portanto, esse termo

não deve ser entendido como uma prática agrícola, e sim como uma ciência que

estuda os princípios que mais se adéquam à sustentabilidade dos modelos de

produção.

Já a agricultura orgânica é um modelo de produção. A legislação brasileira insere no

conceito de agricultura orgânica uma série de métodos de produção sustentáveis. O

conceito de sistema orgânico de produção agropecuária e industrial abrange os

denominados: ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo, biológico,

agroecológicos, permacultura e outros que atendam os princípios estabelecidos pela

Lei 10.831 (2003).

Com os conceitos de agroecologia e agricultura orgânica bem definidos, nota-se a

grande diferença entre eles. É importante saber também a diferença entre sistemas

agroecológicos de produção e sistemas orgânicos de produção.

Sistemas de produção de base agroecológica caracterizam-se pela utilização de

tecnologias que respeitem a natureza, para, trabalhando com ela, manter ou alterar

pouco as condições de equilíbrio entre os organismos participantes do processo de

produção. Com base na utilização destes princípios, foram desenvolvidas diferentes

correntes de produção, entre as quais a agricultura orgânica tem sido a mais

difundida, sendo reconhecida junto ao mercado como sinônimo de todas as outras,

de acordo com Assis et al. (1998), Costa (1984), Jesus (1996) e Jesus (1985).

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Os princípios da agroecologia podem ser aplicados para implementar a eficiência

dos sistemas agrícolas através do uso de várias técnicas e estratégias. Cada uma

destas terá diferentes efeitos na produtividade, estabilidade e resiliência dentro dos

sistemas de produção, dependendo das condições locais, limitações de recursos e,

em muitos casos, do mercado. O objetivo principal dos sistemas agroecológicos

consiste em integrar componentes de maneira que a eficiência biológica global seja

incrementada, a biodiversidade preservada, e a produtividade do agroecosistema e

sua alta capacidade de se sustentar sejam mantidas (Altieri e Nicholls, 2003).

Como podemos ver na figura a seguir, um dos modelos de sistema de produção

agroecológico:

Figura 1 - Modelo de produção agroecológica e sustentável

Fonte: Cartilha Passo a Passo – PAIS (2008)

Para que seja considerado orgânico o produto deve resultar de um sistema

minuciosamente planejado para utilizar as potencialidades do solo, do clima, da

água e demais recursos naturais de forma equilibrada e sustentável. Indo um pouco

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mais além, o produto orgânico precisa ser oriundo de uma cadeia produtiva na qual

todos os participantes sejam devidamente respeitados.

Em uma rápida definição, o produtor orgânico certificado é aquele que se preocupa

em preservar a biodiversidade e manter todos os seus elementos em estado de

equilíbrio entre si e com os seres humanos. O alcance ambiental desta prática é

bastante amplo, mas, além disso, há também um resultado socioeconômico

inestimável, pois a metodologia orgânica, ao agregar valor aos produtos, contribui

para dar sustentabilidade aos negócios e melhorar a qualidade de vida de todos que

atuam no setor.

Na figura a seguir, um exemplo de produção de orgânicos em grande escala, porém

com técnicas de manejo de solo, diversidade de culturas, adubação verde,

compostagem (...).

Figura 2 – Vista panorâmica da Fazenda Malunga Fonte: Associação Brasileira De Horticultura (2013)

Mas o produto orgânico não se restringe aos legumes, verduras, frutas e cereais in

natura, como algumas pessoas ainda pensam. Cada vez mais as pessoas vão

descobrindo que praticamente qualquer item de consumo pode seguir os rigorosos

padrões da produção orgânica. Já é possível encontrar com facilidade produtos

como cosméticos, roupas, vinhos, peixes e, inclusive, comida congelada, todos

obedecendo aos critérios orgânicos.

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Já o orgânico pode ser agroecológico ou não. Os produtos orgânicos não fazem uso

de produtos químicos sintéticos ou alimentos geneticamente modificados. Mas

podem ser produzidos nos moldes da agricultura convencional ou monocultura, eles

apenas não fazem uso de produtos químicos para o controle de pragas ou doenças.

ORGÂNICOS NO MUNDO

Não é de hoje que a população mundial procura cada vez mais por alimentos mais

saudáveis para melhorarem a qualidade de vida. Com isso, surgiu o mercado de

produtos orgânicos na Europa, e depois se disseminou pelo mundo.

De acordo com uma pesquisa apresentada por Terrazzan e Valarini (2009) em

trabalho realizado com base na pesquisa global sobre a agricultura orgânica 2007/08

pelo Instituto de Pesquisa de Orgânicos, FiBL Agricultura, IFOAM e Fundação

Ecologia e Agricultura (SOEL), o Brasil se encontrava na oitava posição, com 880

mil ha (Gráfico 1).

Gráfico 1- Dez Países com Maiores Áreas Agrícolas Orgânicas e sua Evolução, 2000 a 2008 Fonte: Elaborada por Terrazzan e Valarini (2009) a partir de Ormond et al. (2002), Willer; Yussefi

(2001; 2002; 2004; 2006) e Willer et al. (2008).

ORGÂNICOS NO BRASIL

A produção, processamento, a rotulagem e comercialização dos produtos orgânicos

no Brasil são regidas pela Lei 10.831/03, e seus anexos, em fase final de

regulamentação. A Lei 10831/03 abrange os produtos agrícolas não transformados,

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os produtos de origem animal e os alimentos transformados. A mesma define

igualmente as exigências mínimas requeridas para inspeção à qual cada produtor,

processador ou cada comerciante de produtos orgânicos deve submeter-se e com

as quais deve assumir compromisso.

Três possibilidades são estabelecidas pela Lei 10.831/03:

- Venda direta ao consumidor: Não exige certificação. Os produtores devem estar

organizados e registrados junto ao Ministério da Agricultura que fará o controle direto

do setor.

- Sistema Participativo de Garantia (SPG): Certificação com base, sobretudo, no

controle social. Os produtores devem estar organizados e uma entidade jurídica sob-

controle dos mesmos, deve estar registrada junto ao Ministério da Agricultura, que

fará o controle direto do setor. Essa entidade legalmente constituída será

responsável pela emissão dos documentos de garantia da qualidade orgânica dos

produtos válidos para o mercado nacional.

- Certificação auditada: realizada por certificadora acreditada pelo INMETRO e

credenciada junto ao Ministério da Agricultura, que fará o controle do setor. As

certificadoras, tais como a ECOCERT BRASIL, serão responsáveis pela emissão

dos certificados que garantem a qualidade orgânica dos produtos, válidos para

mercado nacional e mercados internacionais com os quais o Brasil possua acordos

de equivalência.

Segundo o diretor do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Arnoldo de

Campos, o mercado de produtos orgânicos movimenta hoje, no Brasil, “em torno de

meio bilhão de reais”. Segundo o governo esse mercado cresce cerca de 15% a

20% ao ano e é abastecido por cerca de 90 mil produtores, sendo 85% desse total

agricultores familiares. Do total produzido no país, 95% está em propriedades de

pequenos e médios produtores, e 60% (em valor) é exportado. Todas as frutas,

verduras e legumes são comercializados internamente, enquanto quase o total as

commodities (como café e açúcar) são negociados com outros países,

principalmente para os Estados Unidos, Europa e Japão.

Segundo a EMATER, embora haja esse crescimento, os alimentos orgânicos

representam hoje apenas 2% do mercado consumidor, sendo que nos últimos dez

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anos o número de propriedades de alimentos orgânicos no DF aumentou de 120

para 220, em 2013.

Em relação ao tipo de produto, os grandes produtores (com mais de 100ha) se

destacam na produção de frutas, sobretudo citros e frutas tropicais (manga, uva,

etc.), além de cana-de-açúcar, café e cereais orgânicos (soja e milho, basicamente)

(Camargo Filho et al., 2004).

Segundo Campanhola e Valarini (2001), no Brasil, a comercialização de produtos

orgânicos é feita por diferentes mecanismos, dentre os quais distinguem-se dois

grupos principais. No primeiro situam-se as vendas no varejo (venda de entrega em

domicílios, venda direta em feiras livres e em pontos de venda especializados),

feiras de produtores, lojas de produtos naturais, restaurantes, mercados, escolas

para o preparo de merenda, enquanto, no segundo, estão as vendas no atacado,

onde se destacam as distribuidoras e redes de supermercados de produtos

orgânicos.

De acordo com Portal Orgânico (2012), o Ministério do Desenvolvimento Agrário

(MDA) divulgou alguns dados obre a produção orgânica no Brasil: a área total do

País com certificação orgânica representa 1,5 milhão de hectares, sendo Mato

Grosso o campeão em área, com 622.800 hectares, seguido do Pará, com 602.600

hectares e Amapá, com 132.500 hectares. O maior número de produtores abrigados

sob o guarda-chuva de alguma certificação orgânica, porém, está no Pará, campeão

absoluto, com cerca de 3.300 produtores; Rio Grande do Sul, com 1.200; Piauí, com

768; São Paulo, com 741, e Mato Grosso, com 691 (figura 3).

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Figura 3 – Produtos Orgânicos Mais Representativos de Cada Unidade da Federação

Fonte: (Portal Orgânico, 2012)

Na figura 3, na tabela que mostra a área por unidade da federação e o número de

unidades controladas por unidade da federação, porém, por “unidade controlada”,

não se pode entender unidade produtiva, já que o número divulgado subestima o

número real de unidades de produção efetivamente existentes. Isso porque o atual

sistema de avaliação da conformidade identifica apenas o “detentor da certificação”,

que pode ser uma associação de produtores ou uma cooperativa, ou pode ser uma

empresa que comercializa os produtos orgânicos dos produtores vinculados, de

acordo com Marcelo Laurino, coordenador da Comissão da Produção Orgânica de

São Paulo.

ORGÂNICOS NO DISTRITO FEDERAL

Brasília está ha cerca de 20 anos no mercado de orgânicos, mas só nos últimos seis

anos é que o segmento se desenvolveu. Com a criação do Sindicato dos Produtores

Orgânicos do DF (Sindiorgânicos), em 2002, teve uma série de parcerias entre

instituições, como o Sebrae, Embrapa, EMATER, Federação de Agricultura,

Secretaria de Agricultura do DF e Ministério do Desenvolvimento Agrário.

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Brasília, além de ter o primeiro sindicato dos produtos orgânicos do Brasil, também

produziu o primeiro programa brasileiro via internet, totalmente dedicado à produção

orgânica, “O Mundo Orgânico”.

O Sebrae, o Sindicato dos Produtores de Orgânicos do Distrito Federal e a

Federação de Agricultura e Pecuária do Distrito Federal lançaram em 2005 o

Programa “Mundo Orgânico”, o primeiro programa de televisão do País totalmente

dedicado a agricultura orgânica. O lançamento foi realizado durante uma minifeira e

degustações de produtos feitos com ingredientes orgânicos, no auditório do Sebrae

no Distrito Federal.

De acordo com o técnico da Unidade de Acesso a Mercados do Sebrae Nacional,

Enio Queijada de Souza, o objetivo do programa é oferecer informações para que o

consumidor saiba mais sobre a alimentação saudável, como são produzidos os

alimentos e o que este sistema de produção representa para a saúde e para o

planeta.

Além disso, Brasília inovou também sendo a primeira cidade a inaugurar dentro do

CEASA, um mercado dedicado apenas à comercialização de produtos orgânicos, o

Mercado Cooperativo Orgânico. Este mercado foi alvo de estudo de Landel e Senil

(2009) e Ávila (2011), demonstrando suas características e construções sociais.

No ano de 2011, o segmento movimentou R$ 50 milhões, com uma oferta de 5,7 mil

toneladas de produtos. Os brasilienses têm grande potencial de consumo de

produtos orgânicos, devido ao padrão de renda e informação de grande parte da

população. E o mercado de orgânicos no DF só não cresce mais por falta de

produção suficiente para suprir a demanda. Os brasilienses sabem o que são

produtos orgânicos e procuram por eles, mas a produtividade e a comercialização

ainda têm muito que evoluir. A estimativa é que a comercialização de orgânicos

passe dos atuais 2% para 30% em 10 anos.

COMERCIALIZAÇÃO DE ORGÂNICOS EM BRASÍLIA – UM MAPA

Com o mercado de orgânicos do DF crescendo cada vez mais, a cada dia surgem

novos pontos de comercialização desses produtos. A seguir, serão apresentados

apenas locais de comercialização dos produtos certificados, separados em três

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grupos: feiras; lojas, empórios, mercadinhos (...); e supermercados. Além de

listarmos os produtores ou empresas que fazem serviço de entrega (delivery).

Como podemos ver no quadro 1 (em anexo), há hoje 18 feiras espalhadas pelo DF e

que funcionam em dias alternados que comercializam produtos orgânicos

certificados.

Como pode-se perceber, a maioria das feiras está localizada no Plano Piloto, sendo

pouco representativas as feiras nas cidades do entorno. Na figura 4, um

mapeamento para melhor localizar essas feiras.

Figura 4 – Mapeamento das feiras de comercialização de produtos orgânicos no DF Fonte: Elaborado pelo autor

Com relação aos empórios, lojas, mercados e varejões, o DF conta hoje com 8

locais de comercialização diária desses produtos, como listado no quadro 2 (em

anexo).

A figura 5 mostra onde estão distribuídos esses locais de comercialização diária dos

produtos orgânicos.

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Figura 5 – Mapeamento dos mercados, empórios, lojas e varejões de comercialização de

produtos orgânicos no DF Fonte: Elaborado pelo autor

E com relação aos supermercados que comercializam produtos orgânicos, foram

consideradas as redes de maior influência no mercado. É certo que em alguns

mercados regionais, ou locais possam ser comercializados alguns produtos

orgânicos. De acordo com o Quadro 3, 7 são as empresas que oferecem produtos

orgânicos em suas prateleiras, e em todas as unidades espalhadas pelo DF,

totalizando assim 58 pontos de venda em grandes redes de Supermercados.

Empresa Local Marca do Produto

Pão de Açúcar (8) e Extra (4) Todas as lojas TAEQ

Carrefour (10) Todas as lojas VIVER

Walmart (2) Todas as lojas Clube do Produtor

Big Box (10) Todas as lojas Diversos

Oba Hortifruit (9) Todas as lojas Diversos

Super Maia (15) Todas as lojas Diversos

Quadro 3 – Relação dos supermercados de comercialização de produtos orgânicos no DF Fonte: Elaborado pelo autor

Na figura 6, pode-se visualizar a distribuição destes supermercados pelo DF.

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Figura 6 – Mapeamento dos supermercados de comercialização de produtos orgânicos no DF

Fonte: Elaborado pelo autor

A CONSTRUÇÃO DO MERCADO DE ORGÂNICOS NO DISTRITO FEDERAL

A sociologia econômica é influenciada por atores integrantes de grupos inseridos no

contexto social, ou seja, podem ser um comerciante no qual suas vendas e produtos

são influenciados pelas vendas e produtos de outros comerciantes, assim como os

consumidores e seus costumes sociais, cultura regional, religião e etc. No mesmo

conceito baseado na teoria puramente econômica a diferença está no fato de que o

ator neste caso é individualista e não influenciado por outros atores, está inserido

em seu contexto intangível pelos fatores sociais (Steiner e Trylinski, 2006).

Para a sociologia a economia faz parte da sociedade, veio desta e tem a sociedade

como referência básica, mas para a economia simples e pura a economia e o

mercado são referências básicas para a sociedade e sua formação, sendo a

sociedade em si apenas um dado de composição (Peixoto e Marques, 2003).

De acordo com a Legislação Brasileira, principalmente nos artigos 20 e 54 da Lei

8884/94:

“Um mercado é definido como um produto ou um grupo de produtos e uma

área geográfica na qual ele é produzido ou vendido tal que uma hipotética

firma maximizadora de lucros, não sujeita a regulação de preços, que seja o

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único produtor ou vendedor, presente ou futuro, daqueles produtos naquela

área, poderia provavelmente impor pelo menos um ‘pequeno mas

significativo e não transitório’ aumento no preço, supondo que as condições

de venda de todos os outros produtos se mantêm constantes. Um mercado

relevante é um grupo de produtos e uma área geográfica que não excedem

o necessário para satisfazer tal teste”.

Para Durkheim (1975), o mercado é um fenômeno econômico, um fato social, uma

das instituições relativas à troca, a sociedade moderna é fundamentalmente uma

sociedade de mercado, uma sociedade contratual, a maioria das nossas relações

são de natureza contratual. A relação mercantil gera laços sociais mesmo sem

estabelecer relações sociais intimas, mas participa ativamente do processo de

reprodução das instituições sociais (Raud-Mattedi, 2005).

Segundo Peixoto e Marques (2003), a formação social dos mercados é pairada por

fatores políticos, de consumo, razões sociais e etc.

A sociologia das organizações, em versões institucionais, reforça a ideia de que

empresas e mercados transportam consigo as marcas de suas origens, a memória

das fundações nos mostra que a margem de “liberdade de mercado” é menor do que

se imagina (Peixoto e Marques, 2003).

Faz parte das relações sociais da construção de mercado, a implementação de

políticas públicas, já que estas surgem e se desenvolvem a partir de conflitos de

interesses de alguns grupos. Além disso, o mercado tem característica constante

intervenção do governo, seja diretamente ou indiretamente.

Com a união de atores interessados em promover o mercado de alimentos mais

saudáveis e de conduzir um dispositivo de ação pública que pudesse ajudar a

comercialização da agricultura orgânica, foi inaugurado o Mercado de Orgânicos no

CEASA/DF, em 2005, após cinco anos de sua conclusão.

Como os membros da associação não são empresários de políticas públicas, eles

tiveram uma oportunidade de aprendizagem. Integrar o Mercado, participar de sua

construção e participar do dispositivo, permitiu a eles também, melhorar seu perfil

estratégico (Ávila, 2011).

Informações tiradas do trabalho de Ávila nos permite saber que a associação não

está prontamente aberto a novas candidaturas, já que a entrada de membros está

sujeita a condições que não estão previstas no Plano de Trabalho, procurando

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manter um grupo de produtores economicamente homogêneos e em número

limitado a fim de aumentar os benefícios individuais.

“Abrir o Mercado a outros produtores, especialmente os agricultores

familiares praticando preços mais baixos, aumentará a concorrência e

reduzirá as suas vendas, preços e rendimentos.

(...)

A ideia dos associados em formar uma cooperativa corresponde à ambição

de alcançar um nível mais consistente das vendas pela especialização, em

um número limitado de produtos, com a opção de comprar de produtores

fora da associação, ou mesmo do Território das Águas Emendadas, e assim

realizar um ganho intermediário”.

Na verdade, a forma jurídica da cooperativa “oferece-lhe um estatuto de empresa,

ao contrário da associação, de gerar, acumular capital e redistribuir os benefícios

aos seus membros” (Caron e Sabourin, 2003).

Por se tratar de um mercado em expansão, era de se esperar que muitos produtores

demandassem em se associar. Mas o selo de certificação, a cota financeira

estabelecida para novos postulantes e o tipo de produto ofertado pelo postulante,

são fatores limitantes.

Muitos produtores preferem vender seus produtos em outros pontos, pelo fato de

poderem cobrar o preço que acham justo (muitas vezes mais barato que no MO) e

sem ter que pagar cotas, e podendo vender tudo que produzem sem ter que se

limitar aos produtos que a associação permite, pois ela tenta evitar a concorrência

entre seus produtores comerciantes.

O mercado de produtos orgânicos surgiu pela necessidade que os produtores e

grupos de produtores de algumas associações tinham de fazer a promoção e a

comercialização de seus produtos (Ávila, 2011).

Tanto os produtores como os membros de associações viam vantagens de

comercializar seus produtos na CEASA/DF. Os produtores, além de aprenderem

sobre as práticas participativas e conhecerem a trajetória de projetos institucionais,

entram em contato com diversos atores institucionais, como os técnicos da

EMATER-DF, funcionários da SEE-PRONAF/DF e os coordenadores territoriais do

MDA (Ávila, 2011).

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Também segundo esses autores, todos esses atores tinham interesse em

comercializar seus produtos dentro da CEASA. Para muitos, existe o interesse

econômico aliado à necessidade de multiplicar os pontos de venda dedicados à

agricultura orgânica no DF.

São sustentados em relações de amizade, convivência e apoio mútuo, usando estes

fóruns para aprender certas práticas de ação coletiva. Este é o inicio que fornece

recursos importantes para o projeto e para a criação do Mercado de Orgânicos

(Ávila, 2011).

As políticas públicas aplicadas a esse mercado entram para dar apoio ao produtor e

ajuda a valorizar os produtos orgânicos. No âmbito nacional, há o PAA e o PNAE,

ações do governo de combate à fome, a pobreza e de apoio ao crescimento da

agricultura familiar. E no âmbito do DF, há o PAPA/DF, ação do governo que

viabiliza a compra direta pelo GDF de alimentos e produtos artesanais de pequenos

produtores rurais e organizações sociais do setor agrícola.

De acordo com a Pesquisadora de Solos e Nutrição de Plantas, Agricultura

Orgânica, da Embrapa Hortaliças, Ronessa Bartolomeu de Souza, há hoje no

Distrito Federal 100 (cem) produtores orgânicos certificados. E mais 1000 (mil) em

processo de transição agroecológica.

O PAPEL DA EMATER/DF NA CONSTRUÇÃO DO MERCADO

Cada escritório da EMATER-DF é responsável pelo atendimento de uma área

geográfica, devidamente demarcada, denominada área de atuação.

As ações básicas desenvolvidas pelos escritórios da EMATER-DF constam de:

- Prestação de assistência técnica aos produtores rurais visando assegurar

produção e renda das culturas e criações exploradas (orientações sobre preparo do

solo, plantio, controle de pragas e doenças, colheita, manejo de animais, controle

sanitário, melhoramento animal, etc...);

- Prestação de assistência gerencial aos produtores rurais: o que plantar, quando

plantar, onde vender, preço dos produtos e insumos, como combinar as

explorações, etc..., procurando maximizar os recursos disponíveis com maximização

de renda;

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- Dinamização dos produtores e suas famílias, através de reuniões e encontros para

resolução de problemas comuns, busca de melhorias para as comunidades,

realização de eventos culturais e sociais, etc...;

- Treinamento dos produtores, trabalhadores, mulheres rurais em assuntos de seus

interesses através de cursos como por exemplo: alimentação alternativa, primeiros

socorros, artesanato, tratorista, inseminador, vaqueiro, aplicador de agrotóxicos,

tratador de suínos, classificação de produtos, etc...;

- Coleta de dados e informações para conhecimento da realidade a partir da qual se

procura atuar nos assuntos acima relacionados;

- Fornecimento de dados a EMATER Central sobre o trabalho desenvolvido e da

realidade rural;

- Relacionamento com outros órgãos que atuam na área com desenvolvimento de

trabalhos conjuntos junto à população rural, etc...;

- Execução de outros serviços.

Pelo contato permanente com os produtores e suas famílias, praticamente em todas

as ações governamentais ou não, na área rural, a EMATER-DF é acionada para se

pronunciar a respeito, fazer divulgação e mobilização da população rural, trabalho

em parceria e participação em grupos de trabalho. Da mesma forma há uma grande

demanda por parte dos produtores rurais por outros assuntos que não os agrícolas

(aposentadoria, conta de luz, marcação de consultas, etc...) o que demonstra seu

papel também social junto à área rural.

E principalmente a EMATER/DF faz tem um papel muito importante na construção

de mercado, pois ela participa da implementação de certas políticas públicas, como

o PAA, o PNAE e o Programa de Agroecologia.

AS ORGANIZAÇÕES DE PRODUTORES E AS FEIRAS

No início dos anos 2000, várias instituições do Distrito Federal, como o Serviço

Brasileiro de Apoio as Pequenas e Micro-empresas - SEBRAE/DF, o Sindicato de

Produtores Orgânicos do Distrito Federal - SINDORGÂNICOS/Sindicato Rural do

DF, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - EMATER-DF - Empresa

de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF e a Secretaria de Agricultura do

GDF passaram a desenvolver ações mais incisivas em prol da Agricultura Orgânica.

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Registra-se que à época, o diagnóstico realizado pelo SEBRAE/DF indicou que

existiam cerca de 30 produtores que praticavam a Agricultura Orgânica no DF, com

predominância na produção de hortaliças.

Em 2005, verificando a expansão constante da atividade e das demandas, inclusive

a necessidade de organização do setor, o SEBRAE-DF apresentou a proposta de

um trabalho alicerçado na formação de um Arranjo Produtivo Local para abrigar os

grupos de Produção Orgânica do DF. A iniciativa teve aceitação no meio dos

produtores, que optaram pela metodologia e passaram a se reunir, periodicamente,

para construir o Arranjo Produtivo da Agricultura Orgânica do Distrito Federal.

Em 2007, pesquisas realizadas pelo SEBRAE-DF atestaram o incremento de 20%

da produção orgânica no DF, assim como de sua produtividade. Outro marco foi a

criação do Centro de Difusão de Tecnologia em Agricultura Orgânica – CDTORG,

com apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia – projeto instalado e gerido pela

Embrapa Hortaliças, que tem direcionado pesquisas para a área de produção

orgânica e promovido a difusão de resultados junto ao público-alvo, assim

concorrendo para a ampliação do volume e qualidade dos produtos orgânicos nesta

região. A consolidação do crescimento da Agricultura Orgânica traduz-se, na prática,

pelo expressivo número de estabelecimentos que atualmente comercializam esses

produtos orgânicos em todas as redes de supermercado do DF disponibilizando

esses produtos à sua clientela e ainda, pelo funcionamento de 19 feiras

especializadas nesses produtos.

Em virtude do elevado padrão de renda e de informação, os brasilienses formam um

promissor mercado consumidor de orgânicos. “Comprar e ingerir produtos mais

saudáveis passou a dar um certo status. O orgânico virou grife”, comenta o

proprietário da Fazenda Malunga e deputado distrital Joe Valle. Nas feiras do Plano

Piloto, a produção sem agrotóxico é vendida em uma velocidade assustadora.

O associativismo é importante para os produtores, pois viabiliza as atividades

econômicas, possibilitando aos trabalhadores e pequenos proprietários um caminho

efetivo para participar do mercado em melhores condições de concorrência. Com a

cooperação formal entre sócios afins, a produção e comercialização de bens e

serviços podem ser muito mais rentáveis, tendo-se em vista que a meta é construir

uma estrutura coletiva das quais todos são beneficiários. Os pequenos produtores,

que normalmente apresentam as mesmas dificuldades para obter um bom

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desempenho econômico, têm na formação de associações um mecanismo que lhes

garante melhor desempenho para competir no mercado.

Mas apesar de o associativismo ter muitas vantagens, se o interesse econômico for

mais vantajoso, prevalece esse último.

Em entrevista realizada com um produtor que vende em uma feira independente, as

taxas que ele paga à cooperativa para vender no MO muitas vezes não compensa, e

ele prefere vender independente. Apesar de cobrar mais barato do consumidor,

ainda compensa por ele não ter que pagar nenhuma taxa por comercializar seus

produtos na feira.

EMPREENDEDOR DE POLÍTICA PÚBLICA

Há diversos atores que direta ou indiretamente estão envolvidos com as políticas

públicas ligadas à produção de orgânicos no Distrito Federal. Inclui-se o Ministério

do Desenvolvimento Agrário (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária (INCRA), Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade de Brasília (UnB), dentre muitos

outros. Mas além desses há a Secretaria de Inclusão Digital do Ministério da Ciência

e Tecnologia (MCT), que tem na pessoa do secretário, Joe Valle, um ator importante

e fundamental para muitas atividades relativas ao mercado de orgânicos, e muito

importante para as atividades relativas ao Território das Águas Emendadas (TAE).

Alguns atores possuem posicionamento múltiplo (multiposicionamento) nos

diferentes níveis de atuação e consequentemente recursos disponíveis para a ação

pública de maneira diferenciada (Ávila, 2011), Joe Valle é um exemplo desta

situação.

Joe Valle possui múltiplos vínculos que o fazem recurso importante para outros

atores. Dessa forma, compartilhar de sua esfera de contatos pode render bons

dividendos aos atores que não possuem as mesmas facilidades multiníveis deste.

Diversos membros do Colegiado Territorial das Águas Emendadas (COTAE) se

candidataram a cargos no legislativo brasiliense no último pleito e nenhum se

elegeu, ao contrário de Joe Valle, que mesmo não estando oficialmente

representado no TAE saiu vitorioso e com plataforma e propostas que perpassam os

interesses do Território.

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De acordo com Avila (2011), na composição do Colegiado em vigor desde 2009,

Sidney é Diretor de Comunicação, respondendo por repassar todas as informações

pertinentes ao circuito MDA - Território - agricultores familiares.

Sidney pela sua trajetória na EMATER-DF possui vínculos fortes com os técnicos

que introduziram e travaram diversas batalhas pelos produtos orgânicos no DF.

Entre eles, estão o agrônomo Alan (técnico da EMATER-DF), o também agrônomo

Rui (técnico da EMATER-DF) e o engenheiro florestal Joe Valle (Fazenda Malunga)

e outros.

Em 1999, no CEASA do DF, dois anos antes da criação da Associação e mesmo da

existência do projeto do Mercado Orgânico, dois grupos abriram em paralelo dois

pontos de venda para produtos provenientes da agricultura orgânica. O primeiro

situou-se em um pavilhão de venda. Foi aberto por um grupo de três produtores e

um agricultor familiar que foram agrupados de acordo com critérios de convivência:

Josué e seu vizinho JL, se converteram juntos ao modo de produção orgânica.

Fizeram cursos oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e

com professores da Universidade de Brasília (UnB) e entraram em contato com

Vicente, produtor orgânico que os colocou em contato com Joe Valle, fundador da

Associação de Agricultura Ecológica (AGE). Este último que a época, trabalhava na

SEAPA obteve junto à administração do CEASA a concessão de um ponto de venda

(Avila, 2011).

O pequeno número de atores envolvidos na montagem técnico financeira do dossiê

do projeto de Mercado Orgânico é explicado principalmente pela sua pequena

dimensão.

Enquanto a maioria dos atores reivindica a autoria da Associação, parece que a

ideia de sua fundação veio de Alfredo, juntamente com Rui da EMATER (dois atores

anteriormente citados por suas relações de proximidade). Alfredo que trabalhou na

EMATER no início dos anos 90, uniu-se a Rui na promoção da agricultura orgânica

no DF, impulsionada por ideias resultantes das reuniões realizadas em 2001.

Joe Valle, mesmo sem nunca ter sido líder (nunca foi presidente da Associação do

MO e foi ausente em todas as negociações durante a evolução do projeto), é

considerado um grande ator do projeto.

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Joe Valle é Proprietário da Fazenda Malunga, grande empresa de produtos

agroalimentares provenientes da agricultura orgânica da região, que abastece a

maior parte dos supermercados do DF, é engenheiro e importante ator político no

DF. Alfredo é atualmente Deputado Distrital eleito no ano de 2010, anteriormente

ocupou o cargo de Secretário de Inclusão Social do MCT e também fora presidente

da EMATER-DF.

Como fundador da AGE, é pioneiro da produção, comercialização e promoção dos

produtos provenientes da agricultura biológica no DF. É de fato quem aportou

recursos relacionais e apoio institucional e político, intermediando, por exemplo,

contato entre grupos de comercialização informal e a EMATER.

Em 1999, quando comercializava no pavilhão do CEASA, apresentou a ideia de

estruturar um ponto de venda dedicado aos produtos biológicos a Rui, da EMATER-

DF, com quem mantinha relação de amizade. No mesmo ano, se tornou funcionário

da SEAPA (Secretaria da Agricultura Pecuária e Abastecimento do GDF), quando foi

aprovada a lei, institucionalizando um novo programa de desenvolvimento rural a

nível estadual (PRORURAL). Também sob sua influência, o programa foi incluído

em um curso de ação a favor da agricultura biológica, especialmente dando suporte

a comercialização.

Se esse programa não resultou em financiamento direto, ou mesmo na execução de

ações concretas, pode-se inferir que ele ajudou a criar um ambiente institucional

propício para apoiar um projeto como o da Associação e do Mercado Orgânico. Não

se pode porém desprezar: o GDF é de fato signatário e contribuinte com até 20% do

projeto de mercado orgânico, financiado pelo PDSTR do MDA, em 2004 (Avila,

2011).

O que se pôde entender é que esses atores atuaram como estrategistas, utilizando

os recursos que eles tinham para defender o que eles acreditavam. A amizade entre

Rui e Alan da EMATER, ou a rede relacional de Joe Valle na SEAPA, permitiu

entender a rapidez (ou demora) do projeto.

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RELAÇÕES COM AS POLÍTICAS PÚBLICAS NO DISTRITO FEDERAL

PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS - PAA

Criado em 2003, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) é uma ação do

Governo Federal para colaborar com o enfrentamento da fome e da pobreza no

Brasil e, ao mesmo tempo, fortalecer a agricultura familiar. Parte dos alimentos é

adquirida pelo governo diretamente dos agricultores familiares, assentados da

reforma agrária, comunidades indígenas e demais povos e comunidades

tradicionais, para a formação de estoques estratégicos e distribuição à população

em maior vulnerabilidade social.

Os produtos destinados à doação são oferecidos para entidades da rede

socioassistencial, nos restaurantes populares, bancos de alimentos e cozinhas

comunitárias e ainda para cestas de alimentos distribuídas pelo Governo Federal.

Outra parte dos alimentos é adquirida pelas próprias organizações da agricultura

familiar, para formação de estoques próprios. Desta forma é possível comercializá-

los no momento mais propício, em mercados públicos ou privados, permitindo maior

agregação de valor aos produtos.

A compra pode ser feita sem licitação. Cada agricultor pode acessar até um limite

anual e os preços não devem ultrapassar o valor dos preços praticados nos

mercados locais (Ministério Do Desenvolvimento Agrário e Secretaria De Agricultura

Familiar, 2013).

De acordo com o Decreto Nº 7.775, de 4 de Julho de 2012, art. 5º, Parágrafo único:

“O GGPAA estabelecerá metodologia de definição de preço diferenciado para

alimentos agroecológicos ou orgânicos e procedimento para a sua compra,

observado o disposto no parágrafo único do art. 17 da Lei nº 12.512, de 2011.”

Lei Nº 12.512, art. 17º, parágrafo único: Produtos agroecológicos ou orgânicos

poderão ter um acréscimo de até 30% (trinta por cento) em relação aos preços

estabelecidos para produtos convencionais, observadas as condições definidas pelo

Grupo Gestor do PAA.

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PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR - PNAE

O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), gerenciado pelo Fundo

Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), é um programa de assistência

financeira suplementar com vistas a garantir no mínimo uma refeição diária aos

alunos de toda a educação básica (educação infantil, ensino fundamental, ensino

médio e educação de jovens e adultos) matriculados em escolas públicas e

filantrópicas. De acordo com a Lei Nº 11.947 de 2009, Art. 14 - No mínimo, de 30%

dos recursos para alimentação escolar deve ser utilizado para as compras diretas da

agricultura familiar e empreendedor familiar rural; § 1o – Dispensa de licitação

pública.

Para dar um exemplo, Melão (2012) mostra uma tabela com os números do PNAE

para o Paraná. Com esses números, na tabela 4, podemos ter uma ideia de como

funciona a destinação dos recursos do programa.

Tabela 4 - Recursos Totais, Recursos Aplicados na Agricultura Familiar, Municípios e Escolas Atendidas Pela Agricultura Familiar e Pelos Produtos Orgânicos - PNAE/Paraná - 2011 e 2012

Fonte: Melão (2012)

PROGRAMA DE AQUISIÇÃO DA PRODUÇÃO DA AGRICULTURA – PAPA/DF

O Programa de Aquisição da Produção da Agricultura – PAPA/DF foi criado pela Lei

Distrital nº 4.752, de 07 de fevereiro 2012. A regulamentação do programa se deu

através do Decreto nº 33.642, de 02 de maio de 2012.

O Papa-DF viabiliza a compra direta pelo GDF de alimentos e produtos artesanais

de pequenos produtores rurais e organizações sociais do setor agrícola. O programa

dá mais segurança ao pequeno agricultor, com a garantia de mercado para os

produtos e a possibilidade de geração de empregos na propriedade e renda para a

família.

A regulamentação prevê a comercialização via mercado governamental não só de

alimentos, mas também de flores e artesanatos. A lei distrital pretende ainda ir além

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da distribuição de alimentos a pessoas em situação de risco alimentar, alcançando

outras instituições como os restaurantes comunitários, o zoológico de Brasília,

sistema prisional e sistema saúde.

O diferencial do Papa-DF é que os produtores poderão comercializar, no âmbito do

PAPA/DF até R$ 120 mil por ano, o que pode gerar uma média de renda mensal de

até R$ 10 mil.

Serão beneficiados pelo programa os agricultores familiares rurais e urbanos, bem

como povos e comunidades tradicionais e os beneficiários da reforma agrária. Vale

ressaltar que os interessados em participar do Papa-DF devem possuir a Declaração

ao Pronaf – DAP. Já no caso de grupos formais, as entidades devem possuir DAP

Jurídica.

Os órgãos e entidades vinculadas ao Governo do Distrito Federal interessados em

adquirir, com dispensa de licitação, os produtos da Agricultura Familiar, devem

preencher e encaminhar à Coordenação de Compras Institucionais, da Secretaria de

Agricultura e Desenvolvimento Rural – SEAGRI/DF, Projeto Técnico de Demanda –

PTD devidamente preenchido e autuado em processo (Secretaria De Agricultura E

Desenvolvimento Rural, 2013a).

De acordo com o Decreto nº 33.642, de 02 de maio de 2012, que regulamenta a lei

nº 4.752, de 07 de fevereiro 2012, que cria o Programa de Aquisição da Produção da

Agricultura – PAPA/DF:

- Art. 13. Fica estabelecido o valor máximo de até R$120.000,00 (cento e vinte mil

reais), a cada ano civil, por produtor, para aquisição de produtos de que trata este

Decreto.

- Parágrafo único. O valor máximo estabelecido por ano, por produtor, para

aquisição dos produtos da agricultura de que trata este artigo, poderá ser reajustado

anualmente por portaria da SEAGRI/DF, com base em estudos e indicação do

Grupo Gestor.

- Art. 14. Produtos agroecológicos ou orgânicos poderão ter um acréscimo de até

30% (trinta por cento) em relação aos preços estabelecidos para produtos

convencionais, observadas as condições definidas pela SEAGRI/DF.

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Percebe-se com este artigo, que os produtos orgânicos estão recebendo um

estimulo, estão sendo valorizados. Com isso, o mercado de orgânicos tem chance

de crescer e ganhar mercado.

E a diferença dessa política pro PAA é que ela compra não só de produtores

familiares, mas orgânicos em geral, podendo ser de grande ou pequeno produtor.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Como vimos, o mercado de produtos de orgânicos foi se consolidando aos poucos e

com muitos agentes envolvidos nessa construção. Foram muitos anos de

conscientização da população, e amadurecimento dos produtores, de despertar o

interesse dos agentes públicos ou empreendedores políticos para investir tempo e

recursos nesse segmento do mercado.

Hoje o cenário é outro, e quem sai ganhando com isso são os produtores, as

associações, os consumidores, e até mesmo pessoas de classe baixa que

dependem de políticas públicas como o PAPA, o PNAE, o PAA. Com todo esse

incentivo por parte do governo, o mercado só tende a crescer e ser mais valorizado.

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BRASIL. LEI Nº 12.512, DE 14 DE OUTUBRO DE 2011. Institui o Programa de

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BRASIL. LEI Nº 11.947, DE 16 DE JUNHO DE 2009. Dispõe sobre o atendimento da

alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica; altera as Leis nos 10.880, de 9 de junho de 2004, 11.273, de 6 de fevereiro de 2006, 11.507, de 20 de julho de 2007; revoga dispositivos da Medida Provisória no 2.178-36, de 24 de agosto de 2001, e a Lei no 8.913, de 12 de julho de 1994; e dá outras providências. Brasília, 16 de junho de 2009; 188o da Independência e 121o da República.

DISTRITO FEDERAL. LEI Nº 4.752, DE 07 DE FEVEREIRO DE 2012. Dispõe sobre

a criação do Programa de Aquisição da Produção da Agricultura – PAPA/DF e dá outras providências. Brasília, 07 de fevereiro de 2012.

DISTRITO FEDERAL. DECRETO Nº 33.642, DE 02 DE MAIO DE 2012.

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ANEXOS

Quadro 1 – Relação das feiras de comercialização de produtos orgânicos certificados no

Distrito Federal

Região Nome Local Dias da semana

Horário Referência Produtos

comercializados

Asa Norte

Feira da AGE SQN 315 Quarta-feira e

Sábado

06:00 às

12:00

Ao lado da Igreja Messiânica

Hortaliças, frutas, legumes,

laticínios, aves e cereais

SQN 108 Quarta-

feira

06:00

às

12:00

No interior da quadra

SQN 108/109 Sábado

06:00

às

12:00

No estacionamento da

entrequadra, em frente ao

Colégio Pedacinho do Céu

CLN 102 Sábado

07:00

às

14:00

Entrada da quadra, ao lado

do Bloco "A"

SAIN Parque

Estação

Biológica

Quinta-

feira

08:00

às

16:00

No final da Asa Norte, em

frente ao Ed. EMATER/DF

Feira da AGE SQN 303 Sábado

06:00

às

12:00

Ao lado da Igreja Santo

Expedito

Hortaliças, frutas,

legumes,

laticínios, aves e

cereais

Feira do

Assentamento

Colônia I

SCLN 505 Terça-

feira Manhã

Anexo do Ministério do Meio

Ambiente

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Feira do

Assentamento

Colônia I

Instituto Central

de Ciências da

Universidade de

Brasília (UNB) –

Minhocão

Terça-

feira e

Quinta-

feira

manhã Ala Norte

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Sbn, Quadra 1,

Bloco D

Quinta-

feira tarde

Incra - Palácio do

Desenvolvimento

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Feira da AGE 402 Sábado manhã

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Feira do

Apogeu 306 Sábado manhã

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Asa Sul

Feira da AGE SQS 112/312 Quarta-feira e

Sábado

06:00 às

12:00

Ao lado da Escola Ursinho Feliz

Hortaliças, frutas, legumes,

laticínios, aves e cereais

SQS 316 Quarta-

feira

06:00

às

12:00

No interior da quadra

Hortaliças, frutas,

legumes,

laticínios, aves e

cereais

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Feira da AGE SEPS 709/909

Quarta-

feira e

Sábado

06:00

às

12:00

Na lateral esquerda da via

W4, em frente ao Bloco "B"

Hortaliças, frutas,

legumes,

laticínios, aves e

cereais

CLS 409

Quarta-

feira e

Sábado

06:00

às

12:00

Atrás do Restaurante

Girassol (Bloco B)

CLS 313

Quinta-

feira e

Domingo

07:00

às

13:00

Em frente ao Restaurante

Bhumi (Bloco C)

Feira Orgânica

2 703/704 Sábado manhã

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Feira de

Produtos

Orgânicos

Av. L2 Sul, Qd.

603/604

Quarta-

feira

09:00

às

14:00

No estacionamento da

Escola Superior do

Ministério Público da União

e da Procuradoria da

República no DF

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Feira da AGE SQS 315/316 Sábado manhã No espaço do Templo

Budista

Esplanada dos

Ministérios

Feira do Assentamento

Colônia I

Ministério do Meio Ambiente

Quinta-feira

tarde Bloco B

S.I.A.

Mercado Orgânico

CEASA/DF Quinta-feira e

Sábado

06:00 às

12:00

Cooperativa dos Produtores Orgânicos do DF. Acesso

pra CEASA/DF em frente ao Mercado Super Adega. Após portaria, sentido

obrigatório à direita e seguir em frente, à direita

encontra-se o Galpão da Cooperativa

Frutas, verduras, hortaliças e

cereais

CEASA/DF Sábado

06:00

às

12:00

Galpão de comercialização

no varejo (Pedra)

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Sudoeste

Feira da AGE SQSW 303/304 Sábado 06:00

às 12:00

No estacionamento do Colégio CECAN

Hortaliças, frutas, legumes,

laticínios e aves

MOA

Internacional

Ponto de

Distribuição

CSW 01, lote 4,

Edifício Portal

Master – Bloco

A, loja 1

Terça-

feira e

Sexta-

feira

12:00

às

18:00

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Vicente Pires

Barraca de Orgânicos

Feira do Produtor de

Vicente Pires Sábado

06:00 às

12:00

Estrada Parque Taguatinga, com acesso à direita, próximo ao viaduto de

Águas Claras

Guará

Feira do Guará Quinta-feira e

Domingo

08:00 às

17:00 Banca nº 409, Corredor "P"

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Lago Sul

Feira do Jardim

Botânico Jardim Botânico Sábado

06:00 às

12:00

Galpão do Produtor Rural ao lado do Jardim Botânico

Shopping

Frutas, verduras, hortaliças e

cereais

Feira Orgânica

1 SHIS QL 8

Quarta-

feira manhã

atrás da Paróquia Nossa

Senhora do Perpétuo

Socorro (WWF)

Frutas, verduras,

hortaliças e

cereais

Sobradinho

Colorado Sábado 07:00

às 13:00

Em frente ao Mercado Mais Você e Cond. Atenas.

Acesso DF 150 (Fercal) entrar na via para o Cond.

Jardim Europa

Planaltina

Praça dos Namorados

Sábado 07:00

às 13:00

Ao lado da sede da Administração Regional e

Banco BB e BRB

Fonte: Elaborado pelo autor

Quadro 2 – Relação dos mercados, empórios, lojas e varejões de comercialização de produtos

orgânicos no DF

Região Nome Endereço Produtos comercializados

Asa Norte

La Palma CLN 404, Bl. D, loja 16 Desde frutas e verduras selecionadas, até os mais finos

vinhos.

Espaço Natural SCRN 714/715, Bl. G, loja

34 Produtos sem glúten, cereais, azeites, hortaliças...

Empório Orgânico Malunga

CLN 315, Bl. E, loja 60 (tel: 061.3202-6003)

Desde alimentos até produtos de limpeza doméstica.

Empório dos Cogumelos

SCLN 306, Bl. C, loja 40 Cogumelos Agaricus Blazei Murill (Cogumelo do Sol)

desidratados, Cogumelos Champingnon (pré-cozidos) e Cogumelos Shiitake (desidratados).

Daterra SCLN 408, Bl. E, loja 12 Doces, geléias, castanhas, licor de barú, licor de pequi, café, arroz, entre outros. Livros: Alimentação natural, agroecologia,

Permacultura, questões agrárias e sociais.

Asa Sul

Super Varejão Tigrão

CLS 409, Bl. A, loja 30

Comercial de Frutas Alvorada

CLS 415, Bl. A, loja 08

Bio CLS 306, Bl. B

Produtos sem glúten e/ou lactose, diet, bebidas, grãos, hortaliças, legumes, verduras, frutas e molhos. Além de

vestuário, biojoias, objetos de decoração e brinquedos, todos fabricados de forma orgânica.

Lago Sul Mercado Agricarne SHIS QI 13, Bl. H, loja

10/15

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Águas Claras

Mercado Agricarne Av. das Araucárias 1.605

Taguatinga Norte

Super Varejão Taguacenter

CNG 04, Lote 14/15, loja 1 (Praça Taguacenter, ao

lado do Banco BRB)

Sudoeste Alma Zen

Produtos Naturais E Organicos

CLSW 504, BL A, loja 08 Produtos sem glúten, sem Lactose, naturais, orgânicos,

alimentos funcionais, diet e light, óleos, chás...

Fonte: Elaborado pelo autor

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Quadro 4 - Relação feita pelo Sítio Corujinha

Fonte: Sítio Corujinha (2012)