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ABIM 005 JV Ano XII - Nº 107 - Mar/19 A Mulher e a Maçonaria

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Page 1: Maçonaria - revistaartereal.com.br · Maçonaria Feminina Joaquim Gervásio de Figueiredo E m sã consciência, na Maçonaria e em seus rituais nada existe de que a mulher não possa

ABIM 005 JV Ano XII - Nº 107 - Mar/19

A Mulher e a

Maçonaria

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A Revista Arte Real é um periódico maçônico virtual, fundado em 24 de fevereiro de 2007, de periodicidade mensal, distribuído, gratuitamente, pela Internet, atualmente, para 27.874 e-mails de leitores cadastrados, no Brasil e no exterior, com registro na ABIM - Associação Brasileira de Imprensa Maçônica, sob o nº 005 JV, tendo como Editor Responsável o Irmão Francisco Feitosa da Fonseca, 33º - Jornalista MTb 19038/MG.

www.revistaartereal.com.br - [email protected] - Facebook RevistaArteReal - (35) 99198-7175 Whats App.

Editorial

A Revista Arte Real, consciente de seu importante papel de difundir a cultura maçônica e a conscientização sobre os mais diversos temas, não poderia deixar de reservar a edição de março para dedicar o temário, em homenagem à Mulher. Este nobre Ser que ostenta o título de Sacerdotisa do Lar e Flor da Maternidade, nas palavras do insigne Professor Henrique José de Souza.

Diferentemente das demais comemorações, impulsionadas pelos interesses do comércio, a criação do Dia Internacional da Mulher foi motivada para a conscientização do mais cruel feminicídio coletivo da história, ocorrido em 25 de março de 1911, em Nova York, na Triangle Shirtwaist Company, ceifando as vidas, em um incêndio criminoso, de 125 mulheres, que lutavam por condições melhores de trabalho.

Ao longo da história, suas conquistas foram inúmeras, mas, em verdade, ainda, estão longe de galgar a igualdade de direitos entre os gêneros. Ultimamente, os índices de atos de violências contra a mulher têm sido assustador. Segundo o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos, o Brasil é o 5º país em que mais se comete feminicídio, chegando a ser 48 vezes maior do que acontece no Reino Unido.

De certo, não há muito o que comemorar no mês das mulheres, todavia, não poderíamos nos omitir em tratar do assunto, já que o cerne da situação é o preconceito. A ONU considera que um “aspecto crucial” para enfrentar o problema é envolver os homens na luta contra o feminicídio e “desenvolver normas culturais, que se afastem da masculinidade violenta e dos estereótipos de gênero”. Sendo a família e a defesa dos interesses da sociedade um dos pilares da Maçonaria, temos que ser partícipes, e sair em defesa, para reverter esta situação caótica.

Falando em preconceito, e aproveitando este mês dedicado à mulher, ousamos por trazer à reflexão de nossos leitores um assunto que, há muito, vem

sendo jogado para debaixo do tapete da indiferença: a Mulher na Maçonaria. O objetivo desta edição é fazer Luz sobre a história da mulher na Ordem Maçônica, já que muitos de nossos irmãos, por não se enveredarem em pesquisas sobre o tema, acabam por repetir opiniões de outrem, que assim como eles, trilham sob as trevas da ignorância.

As matérias publicadas, a título de estímulo à pesquisa, jamais, ousariam esgotar o assunto. Extraída do “Dicionário de Maçonaria”, de autoria do ilustre Irmão Joaquim Gervásio de Figueiredo, a matéria “Maçonaria Feminina”, pelas ricas citações, serve de base para o entendimento dos demais artigos publicados. “A Mulher na Maçonaria Brasileira”, de autoria de Vera Facciollo, astróloga e hermetista, fundadora da GLADA, é mais uma matéria riquíssima em informações, que deverá muito contribuir com os interessados no assunto.

Já, o artigo “O Rito de Adoção” descreve o momento em que, na França, no início do século XVIII, iniciava um movimento de criação de diversas Ordens, com a participação de mulheres, e, na segunda metade do século, achou-se por bem, criar o Rito de Adoção, sob o jugo da Maçonaria masculina. Também, de nossa autoria, as matérias “Estrela do Oriente”, e a “Ordem Internacional das Filhas de Jó”, como Ordens Paramaçônicas que são, complementam a participação da Mulher na Maçonaria, ritualisticamente, falando, já que sua participação nas Fraternidades Femininas, junto às Lojas maçônicas, tem um papel imprescindível para a excelência do trabalho de filantropia.

Boa leitura e reflexão para todos!

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Maçonaria FemininaJoaquim Gervásio de Figueiredo

Em sã consciência, na Maçonaria e em seus rituais nada existe de que a mulher não possa participar, e em sua antiga tradição nada há que justifique

a recusa e afastamento do elemento feminino das cerimônias e iniciações maçônicas. E a julgar pelo que se observa em todas as religiões e igrejas, a admissão da cara-metade do homem nos templos maçônicos, hoje, tão vazios em toda parte, só lhes poderia dar maior colorido e vitalidade, e enriquecer sua cultura, sua moral e sua utilidade social.

Tornaria a Loja maçônica mais completa em seu significado filosófico-espiritual e mais autêntica em seu conteúdo simbólico, a ser verdadeira (como o é) a lenda maçônica de que uma Loja é o símbolo do universo, ou o universo em miniatura. Ora, no universo de Deus não há nenhuma distinção entre os sexos; não existem ali leis femininas; as leis iguais para todos, homens e mulheres, anjos e humanos, vivos e mortos. Se esse é o exemplo que nos dá o GADU, por que fazerem os homens coisa diferente no mundo, e, especialmente, na Loja maçônica, reflexo desse Universo? Portanto, sob o critério filosófico, a Maçonaria se destina tanto ao homem como a mulher, complementos que são um do outro e destinados como estão a constituir a família como base celular de uma sociedade bem organizada.

Examinando este assunto à luz da tradição maçônica, se remontamos sua origem aos antigos Mistérios do Egito, Grécia e Roma, sem esquecer a Escola de Pitágoras, fundada em Crotana, em 529 a. C., calcada nesses mistérios, e depois difundida pela Grécia, ali encontramos iniciados homens e mulheres,

passando todos, igualmente, pelas mesmas provas e cerimônias. Se, ao contrário, preferimos encurtar a idade da Maçonaria e situar sua origem nas Corporações Operativas da Idade Média, se, então, nada descobrimos expresso claramente a favor dessa tese, também, nada deparamos contra. Essa foi uma época tenebrosa para a Maçonaria, em que ela foi forçada a trabalhar em completa clandestinidade, devido às perseguições da Igreja Católica e dos governos ditatoriais. Some-se a isso a sua característica de sociedade secreta, que nada deixava escrito, e a do trabalho profissional de seus membros, que era de natureza masculina, e tem-se a completa explicação. No entanto, o exame dos mais antigos documentos maçônicos existentes na Inglaterra, que são minuciosos, em pormenores e em proibições, não nos mostra nenhuma proibição contra as mulheres, e há mesmo indicações de que elas por ali andaram. O primeiro Escrito com o nome de Freemason que aparece, é um ato do Parlamento do ano de 1350, 25º do reinado de Eduardo I, regulamentando a profissão de pedreiro. É minucioso, mas omisso em relação à mulher.

Depois vem o chamado “Manuscrito Régio” ou “Manuscrito de Halliwell”, descoberto por um antiquário não-maçom e aparentemente sacerdote católico, no Museu Britânico de Dnodez, escrito em 1390 e publicado no Magazine Freemason, de junho de 1815, porém que, segundo alguns autores, era cópia de um escrito mais antigo. Trata-se de um pequeno livro em papel de vitela, redigido em poema, com 794 versos, em inglês antigo; as linhas 1 a 86 tratam da antiga tradição da corporação, e, em seguida, divididos em duas partes, os 15 pontos da lei, aumentados de 15 pontos amplificativos, denominados

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“Plures Constitutiones”. Dos versos 97 ao 794, que são de estrito teor legal maçônico, não se encontra nenhuma consignação de ser a Maçonaria privativa tão-só do homem. Bem ao contrário, deparam-se ali provas de que a Maçonaria Operativa daquela época tinha, no mínimo, a colaboração feminina. Com efeito, em seu artigo 10º, versos 203 e 204, se lêem: “que nenhum Mestre suplante outro, senão que procedam entre si como irmão e irmã”. No ponto 9º, versos 351 e 352, dizem-se: amavelmente, servindo-nos a todos, como se fôssemos irmã e irmão.

Em todo esse histórico documento, básico para uma autêntica enumeração dos “Antigos Limites”, ou Landmarks, existe só uma proibição: a de admitir como Aprendizes os servos (verso 129) e os inválidos (verso 154). Também a Constituição de York (cf. YORK, Carta ou Constituição), de 926, em seu artigo 11º assinala a condição obrigatória de o candidato à Iniciação não ser servo, inválido ou de maus costumes, nada expressa contra a iniciação da mulher. Igualmente nada se encontra em outros documentos antigos, como o “Manuscrito de Watson”, datado de 1440, o qual coincide bastante com o “Manuscrito Régio” e com o “Manuscrito de Rawlison”, levando o nome de quem o descobriu na Biblioteca Bodleina de Oxford.

Afinal, no regulamento elaborado em Londres, em 27 de dezembro de 1663, numa assembleia geral, em que Henry Jermin, Conde de Santo Albano, foi eleito Grão-Mestre, consta em seu artigo 2º, que “ninguém seria admitido na confraria que não fosse são de corpo, de nascimento honrado, de boa reputação e submetido às leis do país”. Ainda, uma vez, nenhuma referência à mulher. Mais recente, ainda, é as Constituições da Grande Loja de Hamburgo e os Estatutos da Grande Loja e da Dieta Alemã. Essas Constituições foram aceitas e aprovadas em 10 de março de 1782, sendo Frederico Guilherme, da Prússia, o Grão-Mestre e Protetor da Ordem. Elas reproduzem com esmerada exatidão os “Antigos Limites”, sob a denominação mais moderna de “Charges Landmarks”, e nenhuma alusão fazem à mulher ou contra a sua admissão na Maçonaria. A primeira vez que tal proibição aparece, na longa história da Maçonaria, é no “Livro das Constituições”, compilado e publicado em 1723, por James Anderson, presbítero anglicano e Grande Vigilante da Grande Loja de Londres, em seu artigo 3º, que diz, no final: “As pessoas admitidas a fazer parte de uma Loja devem ser boas, sinceras, livres, de idade madura; não são admitidos escravos, mulheres, pessoas imorais e escandalosas, mas exclusivamente as que gozem boa reputação.”

Esta proibição foi repetida posteriormente no 18º Landmark compilado por Mackey em sua Enciclopédia.

Donde teria James tirado tal proibição para enxertá-la em sua Constituição? É difícil saber-se agora. Tê-la-ia inspirado o Antigo Testamento, em que a lei mosaica era tão dura e cruel com a mulher (João 8:4, 5) e tão liberal com o homem (I Reis 11:3), ao cometerem o mesmo pecado? Ou teve de jungir-se a algum preconceito inglês daquela época, talvez, mesmo apoiado em lei que, mesmo no século XIX foi tão difícil e dolorosa a emancipação política da mulher naquele país, como bem o atesta a luta desesperada das sufragistas? Ramsay, contemporâneo dos reformadores, é desta opinião (V.RAMSAY, Miguel André, 5º). A não ser assim, é inexplicável como se veio a admitir e criar esse óbice à mulher, justamente, na ocasião em que se ampliaram os horizontes da Maçonaria, transformando-a de Operativa em Especulativa, e pelas mesmas mãos que codificaram suas leis e princípios!

O fato é que a Maçonaria continental, jamais, conformou-se com tratamento tão esdrúxulo. Consequentemente, em 1730, esboçou-se, na França, a Maçonaria de Adoção, para as mulheres, em quatro graus. Outras Ordens surgiram depois, como a de Moisés, em 1738, fundada por alemães, e a dos Lenhadores, em 1747, derivada dos Cabonários, na Itália. Mais associações similares vieram depois, como a Ordem do Machado e a Ordem da Felicidade, na França, cujo Grande Oriente acabou criando um novo Rito, em 1774, chamado de Adoção, com seus regulamentos e sob o patrocínio de uma Loja regular. Em 27 de Julho de 1786, o conde Cagliostro, fundava, em Lyon, na França, a Loja-Master Sabedoria Triunfante, do Rito da Maçonaria Egípcia, adaptado a homens e mulheres. E, finalmente, as Lojas de Adoção se espalharam por toda a Europa e depois pela América do Norte, e o movimento culminou na fundação, em 04 de abril de 1893, pelo Dr. Georges Martim e sua esposa, da Ordem Maçônica Mista Internacional “O Direito Humano”, também, conhecida por Co-maçonaria Internacional, que outorga igual direito a homens e mulheres “livres e de bons costumes” e os admite ao mesmo nível de igualdade.

Texto extraído do Dicionário de Maçonaria - Seus Mistérios, Ritos, Filosofias e História, de Joaquim Gervásio de Figueiredo - 33º - Ed. Pensamento.

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A Mulher naMaçonariaBrasileira

Vera Facciollo

O objetivo deste trabalho é o de lançar um pouco de luz sobre alguns aspectos históricos malconhecidos do movimento maçônico feminino no Brasil. Apenas, para introduzir

o tema, vale a pena recordar as origens desse movimento no contexto mundial.

É bastante conhecido o episódio da iniciação da Srta. Marie Deraismes na Loja Libres Penseurs, dependente do Grande Oriente da França, na cidade de Percq, em 1882, em cerimônia presidida pelo Venerável George Martin. Essa cerimônia é considerada uma espécie de marco inicial de um movimento progressista e renovador, que culminou com a fundação da que se chamou Grande Loja da Maçonaria Simbólica Escocesa “Le Droit Humain” (hoje, Ordem Maçônica Mista Internacional “Le Droit Humain”). Posteriormente, expandiu-se para um Supremo Conselho Internacional, com sede em Paris. Atualmente, está estabelecida em muitos países, onde mantém Federações de Lojas com governo próprio, mas sob a jurisdição do mesmo Supremo Conselho.

A primeira Loja na Inglaterra, como fruto dessa semente, foi fundada em 1902, em Londres, sob o nome Human Duty, e a primeira no Brasil foi instalada em 1919, no Rio de Janeiro, com o nome de Loja Ísis.

Menos conhecido, entretanto, é o fato de que, já em 1775, foi eleita a Duquesa de Bourbon, Venerável da Loja Santo Antônio, na França, possivelmente, sob a inspiração e com a participação do Conde Cagliostro, uma figura estranha e controvertida, com certeza, vítima de perseguição e calúnia (conforme foi descoberto em pesquisa direta do processo pelo Irmão Franz Hartmann). Mas era, indiscutivelmente, um defensor da presença feminina nas iniciações, conforme prova a criação por ele, em 1786, na cidade de Lyon, do Rito Egípcio da Maçonaria Andrógina, cuja primeira Mestra Honorária foi a princesa Lamballe. Em 1786, na Rússia, a Imperatriz Catarina II presidia a Loja Clio.

Entretanto, nenhum maçom culto pode negar que, historicamente, a Maçonaria é muito anterior ao século XVIII. E houve, sempre, mulheres participando dos antigos ritos, desde

o velho Egito. Existe um mural bastante reproduzido atualmente, que retrata a recepção de um Adepto Osiriano, na postura exata do grau de Companheiro, numa cerimônia presidida por uma sacerdotisa.

Segundo Gervásio de Figueiredo, autor de um dos mais conceituados Dicionários de Maçonaria, “Se remontarmos a origem da Ordem aos antigos mistérios do Egito, Grécia e Roma, sem esquecer a Escola de Pitágoras, fundada em Crotona, em 529 a.C., calcada nesses mistérios e, depois, difundida pela Grécia, ali encontramos iniciados homens e mulheres, passando todos, igualmente, pelas mesmas provas e cerimônias”.

“Se, porém, preferirmos encurtar a idade da Maçonaria e situar sua origem nas Corporações Operativas da Idade Média, se, então, nada descobrimos expresso, claramente, a favor dessa tese, também, nada deparamos contra.”. “Há provas de que a Maçonaria Operativa daquela época tinha, no mínimo, a colaboração feminina. Num documento, datado de 1390, em forma de versos, lê-se no art. 10, versos 203 e 204: que nenhum mestre suplante outro, senão que procedam entre si como Irmão e Irmã”.

Assim, realmente, a primeira vez que a proibição à mulher surge é no Livro das Constituições, compilado e publicado em 1723 por James Anderson, presbítero anglicano e Grande Vigilante da Grande Loja de Londres, repetida mais tarde no Landmark nº 18, compilado por Mackey em sua Enciclopédia, e que acrescenta as mulheres à mesma categoria dos escravos e dos aleijados para fins de ingresso na Ordem.

Tal proibição, no entanto, não impediu em nada, como se vê, o crescimento das Lojas Mistas ou Femininas e não intimidou os homens de visão em todo o mundo, que não só participaram e frequentaram tais Lojas, como também estimularam e promoveram a fundação de muitas delas. Exemplo disso foi um maçom tão conceituado como Oswald Wirth, sob cuja orientação se faz hoje boa parte da decoração de nossos Templos: ele pertencia a Lojas Mistas e foi fundador de diversas Lojas Mistas no Chile, conforme nos atesta o Ex- Soberano Grande Comendador do Grau 33º da Grande Loja Mista do Chile, nosso ilustre nonagenário Irmão Luís

Revista Arte Real nº 107 - Mar/19 - Pg 03

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Brucher Encina (hoje falecido), seu contemporâneo e companheiro nas lutas maçônicas desse país durante alguns lustros.

Mas, vejamos como a mulher entrou na Ordem Maçônica no Brasil: homens de uma extraordinária visão e cultura universal dirigiam os destinos dos, então, existentes Grande Oriente do Lavradio e Grande Oriente dos Beneditinos. Seres do porte de um Visconde do Rio Branco e Joaquim Saldanha Marinho. A Monarquia agonizava, e a Maçonaria lutava em duas frentes: a abolição da escravatura e a preparação da República. Um vento de reformas e mudanças soprava em nosso país. E, na província de São Paulo, berço da Independência do Brasil, um fato inédito ocorreu aos 14 dias de janeiro de 1871 - um grupo de homens fundou uma loja de mulheres.

A Loja recebeu a designação significativa de 7 de Setembro, sendo, desde o início, uma Loja Capitular, e sua primeira Venerável Mestra foi a Sra. D. Francisca Carolina de Carvalho, sendo Secretária a Sra. Philadelpha Maria de Oliveira Paes, e a Oradora a Sra. Constantina Augusta de Oliveira Campos.

Os fundadores da Loja eram irmãos pertencentes ao quadro das Oficinas Amizade, 7 de Setembro e América, do Grande Oriente dos Beneditinos, que, mais tarde, juntou-se ao Grande Oriente Unido do Lavradio, cuja fusão, em 1872, deu origem ao Grande Oriente Unido e Supremo Conselho do Brasil.

Em 10 de julho de 1872, a Augusta e Respeitável Loja Capitular 7 de Setembro recebeu uma Comissão de Regularização, que, em nome do Grande Oriente Unido do Brasil, concedeu o Breve Constitutivo, em obediência ao Decreto de 15 de dezembro de 1871. O presidente da Comissão foi o Venerável da Augusta e Respeitável Loja Capitular Amizade, o Ilustre Irmão Dr. Joaquim Augusto de Camargo.

A título de Estatutos da novel “Loja de Adopção”, constam dos Anais de 1871 a 1874 da Augusta Beneficente e Respeitável Loja Capitular 7 de Setembro, sob os auspícios do Grande Oriente Unido do Brazil, as dispensações regulamentares mandadas observar, provisoriamente, pelo Grande Inspetor Geral do Grau 33º, Antônio Egydio de Moraes.

Em sessão econômica de 20 de abril de 1871, da Era Vulgar, foi concedido ao Respeitável Irmão João Baptista Paes o título de Membro Honorário. Diz a Carta: “À Muito Augusta e Respeitável Loja de Adopção 7 de Setembro, tendo, na devida consideração, vosso reconhecido mérito, serviços e mais qualidades, que vos adornam, como signal e prova da sua apreciação e reconhecimento do quanto vos deve como um dos fundadores desta Loja de Senhoras, a primeira em nosso Paíz ... resolveu conferir-vos o título de Membro Honorário desta Associação Maçônica...” etc. (respeitando-se a escrita da época).

Os discursos, proferidos por ocasião do Ato de Regularização, foram impressos e distribuídos entre os Irmãos e Irmãs. O discurso do presidente da Comissão de Regularização menciona em seu início: “Os Supremos Poderes da Maçonaria no Brazil, por decreto de 15 de dezembro de 1871, aprovaram a instalação de vossa Oficina, ... autorizando a Fundação de Lojas da Maçonaria de Adopção no Círculo do Grande Oriente, ...e pelo breve Constitutivo, que vos concedem, fazem certa a vossa emancipação, vossa independência, mandando incorporar vossa Loja no Grande Quadro da Maçonaria e conferindo-vos iguais

direitos e atribuições aos das oficinas de seu círculo. Estão, pois, no vosso domínio, todos os Segredos da Maçonaria, todos os seus Mistérios; cuidai deles, sois o mais precioso sacrário de tudo quanto a Maçonaria possui”.

O Ilustre Irmão Kurt Prober, em seu Cadastro Geral das Lojas Maçônicas do Brasil, dá-nos conta que essa Loja 7 de Setembro possuía, no Cadastro do Grande Oriente Unido, em 1875, o nº 134, e que, em 1878, era dirigida pela mesma Sra. D. Francisca Carolina de Carvalho, sendo Secretária a Sra. D. Guilhermina de Oliveira Campos. O autor nos dá como “desaparecida” a Loja antes de 1882. Não há, aparentemente, qualquer outro documento da mesma, que relate como isso aconteceu.

O Cadastro de Kurt Prober nos mostra a relação completa das Lojas Femininas, fundadas sob a jurisdição do Grande Oriente, seus respectivos números de registro e datas de concessão das Cartas (ou Breves) Constitutivas. São nove ao todo, além da supramencionada 7 de Setembro, fundadas entre os anos de 1874 e 1903: Anita Bocayuva, em Campos, RJ; Estrela Fluminense, no Rio de Janeiro; Filhas da Acácia, em Curitiba, PR; Filhas de Hiram, em Juiz de Fora, MG; Filhas do Progresso, no Rio de Janeiro; Fraternidade, em Bagé, RS; Júlia Valadares, em São João da Barra, RJ; Perseverança, em Ouro Preto, MG; Theodora, em Barra de Itapemirim, ES. Delas, uma foi dissolvida, uma foi eliminada pela Ordem, três outras desapareceram, uma, ainda, teve seu pedido de regularização indeferido e as três restantes foram, sumariamente, extintas e suas Cartas Constitutivas cassadas por Ato do Grão-Mestre Quintino Bocayuva, em 25 de setembro de 1903.

Hoje em dia, existem diversas Lojas Femininas ou Mistas por todo o Brasil, que operam de forma independente, ou filiadas a uma potência própria. Adotam ritos idênticos aos das Lojas masculinas e recebem, com gratificante frequência, a visita de irmãos de todos os Orientes, quando, então, são revividas, com todo o esplendor e beleza, as cerimônias realizadas pelos antigos Maçons do Egito, da Grécia, da Pérsia, de Roma e da Idade Média na Europa.

Observação: os dados históricos sobre as Lojas Femininas no Brasil, federadas ao Grande Oriente do Brasil, foram colhidos, diretamente, das suas Atas e do livro publicado na ocasião da fundação da Augusta e Respeitável Loja Capitular 7 de Setembro, no Vale de Tabatinguera, 18 - livro este contendo os discursos proferidos na festiva data. Os arquivos e documentos mencionados se encontram no Museu do Grande Oriente do Brasil, em São Paulo, Rua São Joaquim, 457. Outras informações foram obtidas no Cadastro de Lojas Maçônicas do Brasil, de autoria de Kurt Prober.

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Revista Arte Real nº 107 - Mar/19 - Pg 05

Francisco Feitosa

Lojas de Adoção ou Maçonaria Andrógina são aquelas que admitem mulheres em seus trabalhos. Normalmente, são adotadas por uma

Loja masculina, ligada a alguma Obediência legal, mas considerada irregular pela Grande Loja Unida da Inglaterra, pois, desde que os ingleses inventaram a Maçonaria Obediencial, em 1717, e abriram “franquia” para o resto do mundo, colocaram como ponto de honra a não-iniciação de mulheres, instituindo o Clube, exclusivamente, masculino.

Os partidários da Adoção reclamavam o direito de as mulheres participarem das ocupações maçônicas. As Irmãs, entretanto, estavam longe de participar em igualdade com os Irmãos. O próprio nome, dado a essa Maçonaria Feminina, indicava já que seus membros formavam uma classe inferior na sociedade secreta. As Irmãs não fundaram Lojas particulares e independentes a serem administradas ou dirigidas por elas mesmas, pelo contrário, eram “adotadas” por Lojas masculinas e convidadas nas assembleias por aqueles que tinham criado um ritual especial para elas.

A Loja de Adoção era, essencialmente, um anexo de uma Loja masculina. As reuniões da Loja de Adoção eram, em geral, precedidas de uma sessão da Loja masculina. As Irmãs deveriam estar a postos, a fim de poder entrar na sala onde os Irmãos estavam trabalhando, previamente. Na verdade, a Maçonaria Feminina do século XVIII nunca teve uma organização independente e, jamais, constituiu uma Obediência.

As Lojas de Adoção têm origem tipicamente francesa e são, pois, um produto do espírito francês, daí o seu permanente conflito com a Inglaterra. Clavel afirma, ainda, que “a Franco-Maçonaria das mulheres foi instituída em 1730, mas suas formas só foram fixadas, definitivamente, a partir de 1760”.

Forestier divide essas sociedades em três tipos: 1) sociedades eróticas; 2) associações parodiando as provas que a Maçonaria impunha aos candidatos ou buscando fazer-lhe concorrência; 3) sociedades que estabeleciam laços de afeição platônica entre os membros pertencentes aos dois sexos. Entre as principais, podem-se citar as seguintes: Ordem da Liberdade, Ordem da Felicidade, Ordem dos Cavaleiros e Cavaleiras da Âncora, Ordem dos Cavaleiros e das Ninfas das Rosas, Ordem das Rosas, Ordem dos Mopses, etc.

Em 1730, foi fundada a Ordem da Fidelidade, na França, que tinha, apenas, quatro graus. Dois anos depois, surge outra, a Ordem dos Cavaleiros e Heroínas da Âncora, ligada à Ordem masculina Cavaleiros e Ninfas das Rosas, que não aceitavam mulheres como membros, mas, foram os primeiros a usar os sinais de reconhecimento com elas e aceitar a sua presença em algumas cerimônias. Em 1738, foi fundada a Ordem de Moisés, na Alemanha, que tinha uma filosofia semelhante e, mais tarde, evoluiu para um âmbito misto.

O Rito deAdoção

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Surgiu, em 1747, a Ordem dos Lenhadores, que havia tomado suas principais cerimônias de outra Ordem, os Carbonários da Itália; o lugar de reunião dessas Ordens era conhecido como Corte Florestal (Pedreiros da Floresta), sendo o Mestre chamado de Pai-Mestre e os seus membros tratados por bons primos e boas primas. Foi muito popular na época, e as senhoras da alta nobreza francesa eram muito bem acolhidas nas suas reuniões; essa participação gerou a criação de outras, conhecidas como Ordem do Machado e Ordem da Felicidade, as quais combatiam, fortemente, a Franco-Maçonaria masculina, no que tange ao seu exclusivismo.

Com essas precedências, é criado, em 1774, o Rito da Adoção pelo Grande Oriente de França, que via essas Ordens como potenciais candidatas a prejudicar sua moral, este prescrevendo: “só Franco-Maçons podem comparecer às reuniões; cada Loja de Adoção estará sob o jugo de uma Loja Maçônica regularmente constituída; o Venerável Mestre desta última, ou seu deputado, será o oficial que presidirá acompanhado da Presidente da Loja de Adoção”.

No seguimento dessa decisão, no ano seguinte, é criada, em Paris, a Loja Santo Antônio, regida pela Duquesa de Bourbon, nomeada Grã-Mestra do novo Rito; desta apareceram, posteriormente, mais duas, batizadas de Candura e Nove Irmãs.

O Irmão Bernadin dizia que o Rito de Adoção não tem história, pois essa Maçonaria consistia,

somente, em sessões de iniciação, em cerimônias ritualísticas, em bailes e em divertimentos artísticos.

As principais Lojas de Adoção, em Paris e nas províncias anexadas às Lojas masculinas, foram as seguintes: Verdadeira Virtude, em Annonay (de 1774 a 1780); Perfeita União, em Rennes (1774); Concórdia de Rochefort, Francesa Eleita Escocesa de Bordeaux, Sinceridade de Besançon (1777); Filadélfia, em Narbonne (1780); São Luís, em Dieppe (1783); Perfeita Amizade, em Toulouse; São Luís, no Regimento de Infantaria do Rei (Loja militar volante; estabeleceu Lojas de Adoção em Caen e Nancy); São Luís, São Felipe da Glória e Bons Amigos, em Nancy; Nove Irmãs, em Toul.

Em 1786, aparece a Loja Maçonaria Egípcia ou Rito Egípcio da Maçonaria Andrógina, fundada pelo conhecido Conde Cagliostro; iniciado em 1760 na Maçonaria, este alegava que as mulheres eram admitidas nos antigos mistérios e não havia razão para excluí-las das ordens da época.

Dois anos depois, é fundada a Loja Estrela do Oriente, com um Rito de Adoção de, apenas, quatro graus: Aprendiz, Companheira, Mestra e Perfeita Mestra.

O fim das Lojas de Adoção, em França, começou de maneira brutal, durante a Revolução Francesa; a Princesa Lambelle, Grã-Mestra, em 1786, das Lojas de Adoção, eleita pelas Lojas daquele país, foi encarcerada e executada, em 1792, no período do Consulado. As Lojas de Adoção, ainda, constituiram-se quando Josefina de Beauharnais, a imperatriz de Napoleão Bonaparte, foi encarregada por este de reconstruí-las, tendo esta iniciado a Condessa de Canisy (sua dama de honra) em uma Assembleia, em Estrasburgo, no ano de 1805. Em 1810, o então Imperador acabou por extingui-las. Só 83 anos depois, em 1893, é que reapareceriam.

Indicamos, aos interessados no assunto, o artigo do Irmão Hamilton Junior, intitulado “Maçonaria de Adoção no Grande Oriente do Brasil no Século XIX”, publicado em seu Blog - https://hamiltonjuniorblog.wordpress.com

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Revista Arte Real nº 107 - Mar/19 - Pg 07

Estrela do OrienteFrancisco Feitosa

A Ordem Internacional Estrela do Oriente é uma Organização Paramaçônica e fraternal, onde fazem parte homens Maçons e mulheres acima dos 18

anos com parentesco maçônico.

Embora seja uma Ordem composta por pessoas de convicções profundamente espirituais, é aberta a todas as religiões, sem exceção. Não se trata, portanto, de seita, religião, Maçonaria Feminina ou Mista, tampouco de uma Sociedade Feminista.

Fundada, em 1850, pelo Advogado e Professor universitário, Mestre Maçom e Grão-Mestre do Estado de Kentucky, Irmão Robert Morris, nascido em Massachusetts, nos Estados Unidos, expandiu-se e hoje está presente em vários países: Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Espanha, Alemanha, México, Panamá, Filipinas, Japão, Alaska, Porto Rico, Havaí, Austrália, Canadá e Brasil; contando com aproximadamente 1.200.000 membros, é a maior organização fraternal do mundo a que homens e mulheres podem pertencer.

A verdadeira origem da Ordem da Estrela do Oriente, como Ordem Paramaçônica, estará sempre envolta em mistério. Muitos pesquisadores acreditam que teve origem francesa, em 1703, sendo, para alguns, o primeiro lançamento de “Maçonaria Feminina” ou “Graus Andróginos” (graus para homens e mulheres), o que não é verdade. Seu fundador, Robert Morris, jamais convencido de que todo o bem na Maçonaria deveria limitar-se aos homens, sentiu que ela deveria ser para toda a família maçônica. Sabendo que não poderia mudar os Landmarks da mesma, procurou algum método pelo qual as mulheres pudessem compartilhar com o Irmão Maçom na mesma inspiração, exigida para obras nobres”.

Tais pensamentos, há anos, estavam sendo trabalhados, porém, somente, em 1850, quando esteve confinado em sua casa, depois de um acidente, o Irmão Morris desenvolveu, totalmente, a Ordem Estrela do Oriente na sua forma atual de iniciação.

Durante esse tempo, cuidadosamente, organizou um conjunto de simbolismo e significados para ritualística, conferindo, em um primeiro momento, graus a sua esposa e filhas, e alguns vizinhos, dando início à Ordem.

A Ordem tem se destacado por suas inúmeras obras de assistência, colocando-se como um alicerce social junto às Lojas Maçônicas. Sua chegada ao Brasil se deu em agosto de 1997, no Rio de Janeiro, quando foram instalados quatro Capítulos: “Electa”, “Grande Rio”, “Rio de Janeiro” e “Charlotte Mendenhall”.

Tem como propósito ressaltar valores morais, espirituais, edificar caráter, educar, fazer caridade e servir ao próximo, através de seus trabalhos ritualísticos e filantrópicos. Existe, entre seus membros, um elo fraternal, fazendo-os cada vez mais unidos. Criando oportunidades de servir ao próximo, sempre que for possível. Um dos grandes objetivos da Ordem é dar suporte a duas Ordens Paramaçônicas femininas, a Ordem Internacional do Arco-Íris para Meninas e à Ordem Internacional das Filhas de Jó, incentivando-as à Liderança, dentro de valores morais.

O símbolo da Ordem é uma estrela de cinco pontas; cada ponta representa uma das cinco mulheres, que mereceram destaque na Bíblia: Adah (filha de Nephthah), Esther (a rainha nobre), Electa (a Senhora Eleita), Martha (Irmã de Lázaro) e Ruth (A Colhedeira).

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As reuniões do Capítulo são mensais e, obrigatoriamente, acontecerão em um Templo Maçônico ou Salas Capitulares, pois a Ordem necessita ser apoiada por uma Loja Maçônica.

Podem iniciar, em um Capítulo da Estrela do Oriente, esposas, filhas, noras, mães, irmãs, netas, bisnetas e viúvas de Mestre Maçom, que esteja regular com sua Loja Maçônica. Caso esse Maçom seja falecido, com a documentação da sua Loja Maçônica, atestando sua regularidade na época do falecimento. Os membros de maioridade (ou as jovens que tenham sido ativas por, pelo menos, três anos) da Ordem Internacional das Filhas de Jó ou da Ordem Internacional do Arco-Íris para meninas, desde que se cumpra o requisito da idade mínima de 18

anos (idade válida, também, para todas as categorias de parentesco Maçônico feminino).

Diferente de um Capítulo da Ordem Demolay, somente, poderão assistir às reuniões os membros iniciados no Capítulo e que estejam regulares em suas Lojas Maçônicas. Nem mesmo Mestres Maçons ou autoridades maçônicas podem ter acesso à ritualística e aos segredos da Ordem se não forem iniciados. A perda do direito maçônico de qualquer Maçom, pertencente à Ordem, fá-lo-á perder seus direitos no Capítulo, mesmo que esteja regular na Ordem Estrela do Oriente. Porém, a perda dos direitos do Maçom não implicará privação do direito do membro feminino, cujo parentesco exista.

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Revista Arte Real nº 107 - Mar/19 - Pg 09

A Ordem Internacional das Filhas de Jó é uma Instituição Paramaçônica destinada a jovens do sexo feminino, entre 10 e 20 anos (incompletos),

que tenham parentesco ou relacionamento com Maçons, visando ao aperfeiçoamento do caráter através do desenvolvimento moral e espiritual, encontrado nos ensinamentos que destacam reverência a Deus e às Sagradas Escrituras, lealdade à Bandeira do País e a tudo quanto Ela representa, e amor aos pais e familiares.

Baseia-se nos ensinamentos bíblicos sobre a vida de Jó, sua paciência perante aos desafios e provações pelos quais teve de passar. O nome se refere às três filhas de Jó - Kézia, Jemima e Keren-Happouk; baseado no Capítulo 42, Versículo 15, que diz: “Em toda a Terra, não se encontraram mulheres tão justas quanto as Filhas de Jó, e seu pai lhes deu sua herança dentre seus irmãos”.

O Livro de Jó é uma autêntica composição literária maçônica, que define o seu personagem como pessoa dominada pela inocência, piedade, modéstia, retidão, honestidade, lealdade e compaixão pelos órfãos e viúvas. Essas virtudes são princípios

fundamentais da Maçonaria. As Filhas de Jó receberam esse nome por seguirem os ensinamentos extraídos desse livro.

A Ordem foi criada em 20 de outubro de 1920, na cidade de Omaha, no Estado de Nebraska, Estados Unidos, pela senhora Ethel T. Wead Mick. Foi organizada com o consentimento de J. B. Frademburg, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Nebrasca, Estados Unidos, da Senhora Anna J. Davis, a Grande Mãe da Ordem da Estrela do Oriente, de Nebrasca, e James E. Bednar, o Grande Patrono.

A ordem está presente em alguns países, como Canadá, Austrália, Estados Unidos, Filipinas e Brasil. No Brasil, desde 1990, trazida pelo Maçom

Ordem Internacional das

Filhas de JóFrancisco Feitosa

“A virtude é uma qualidade que, grandemente, honra uma mulher”.(lema da Ordem)

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Revista Arte Real nº 107 - Mar/19 - Pg 10

Alberto Mansur, através do Supremo Conselho do Grau 33º da Maçonaria para a República Federativa do Brasil. O primeiro Bethel, “Rio de Janeiro”, o Mater do Brasil, foi instalado na cidade que lhe deu o nome, funcionando na sede do Supremo Conselho do Grau 33º da Maçonaria, no bairro de Jacarepaguá.

Os benefícios da organização são inenarráveis. Não existe nada mais adequado para uma moça que os belos ensinamentos escritos no Livro de Jó e demonstrados em seus trabalhos ritualísticos, cerimônias, canções e leituras, lançando uma influência forte e inspiradora sobre todos que assistem à reunião em um Templo Sagrado, denominado Bethel.

A palavra Bethel é formada por “Beth”, a segunda letra do alfabeto hebraico, significando “Casa”, “Tenda”, “Habitação”. O sufixo assírio-babilônico “el” denomina o que é divino, assim como na terminação dos nomes dos Arcanjos (Gabriel, Michael, etc.). Portanto, Bethel significa a Casa de Deus.

O trabalho ritualístico da Ordem é baseado no Triângulo, nas três Filhas de Jó, no Livro Sagrado, na Educação e combina emblemáticas representações de antigas Eras latinas e gregas.

Dia 13 de março de 1993, Hotel Glória - RJ. As Sobrinhas Carla Eliana de Araujo Pacheco - Honorável Rainha, Claudia Paes -1ª Princesa e Mariana Pereira Amorim - 2ª Princesa, assumem a direção do Bethel 001 - Rio de Janeiro - o primeiro criado no Brasil - Mater da América Latina.

Elas são iniciadas, reúnem-se ritualisticamente, possuem toques e palavras. Em reunião ritualística, usam paramentos e utilizam instrumentos simbólicos. O Bethel possui o Conselho Guardião, formado por Maçons, Mães de Filhas de Jó e/ou Esposas de Maçons, que ajudam as Filhas de Jó na realização de seus trabalhos; por esse Conselho, passam todas as decisões que as Filhas venham a tomar.

É necessária a realização de atividades filantrópicas, incluindo a de angariar fundos para caridades específicas, além de coletas para caridades nacionais e trabalhos em favor daqueles que estejam necessitados. As atividades sociais do Bethel poderão incluir competição, gincanas, coral e teatro, chás, recepções, festas formais, etc., muitas das quais realizadas fora do Bethel, junto às comunidades.

Existem, também, as “Abelhinhas”, meninas de 7 a 10 anos de idade, que podem tornar-se membros da Ordem. É uma forma de envolvê-las nas atividades sociais do Bethel antes que se tornem membros definitivos.

As garotas, que completam 20 (vinte) anos de idade, não podem mais ocupar cargos, nem usar o Robe. Isso se dá para que as novas tenham a oportunidade de assumí-los. Elas, ainda, podem participar ativamente, porém como membros do Conselho Guardião, se assim o desejarem.

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