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BEM-VINDOS À MAÇONARIA (1ª PARTE) Ninguém ama aquilo que não conhece bem e nem se esquece daquilo que ama. Ninguém dá o que não tem. a) SIMBOLISMO MAÇÔNICO O símbolo é imagem, é pensamento... Ele nos faz captar, entre o mundo e nós, algumas dessas afinidades secretas e dessas leis obscuras que podem muito bem ir além do alcance da ciência, mas que nem por isso são menos certas. Todo símbolo é, nesse sentido, uma espécie de revelação. Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em todas as suas partes. É preciso, portanto, penetrar pacientemente seu significado. Somente pelo estudo dos símbolos é que se pode chegar ao esoterismo. (Esoterismo opõe-se a Exoterismo; podemos traduzir livremente esses dois termos por ensino secreto e ensino público. Hoje, aliás de forma abusiva, a tendência é fazer da palavra esoterismo sinônimo de ocultismo. Não podemos nos gabar ou nos vangloriar de sermos um “Iniciado”, ou, em outras palavras, de ser o único a estar de posse do Conhecimento e da Verdade. “Iniciado” (de initium, começo) quer dizer simplesmente “colocado no caminho”, e o Maçom sincero sabe, mesmo quando se tornou Companheiro e Mestre, que ele continua a ser um Aprendiz. Seu acerto é nosso, seu insucesso reparte-se conosco. Abra seu coração, coloque-nos a par das suas dificuldades, transmita-nos suas vivências, ensine-nos também a ser caminho. Você já sentiu as transformações que opera. Já sentiu seus progressos? O estudo aprofundado dos símbolos e, sobretudo, dos símbolos maçônicos pode levar muito longe. Nesta terra, tudo é símbolo; as próprias palavras, na realidade, não passam de símbolos das idéias. Na vida corrente, são muitos os símbolos de deferência, de amizade, de alegria, de luto, etc. o homem que saúda tirando o chapéu ou inclinando a cabeça simboliza com isso a deferência que ele quer manifestar à pessoa saudada; o aperto de mão – que se transformou numa cortesia banal – é um símbolo de afetividade, de cordialidade, de devotamento, de lealdade; sua recusa é símbolo de inimizade. O brinde é um símbolo de amizade e de esperança em alguém ou em alguma coisa. Por que levantar a mão direita por ocasião de um juramento senão para simbolizar a

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BEM-VINDOS À MAÇONARIA (1ª PARTE)

Ninguém ama aquilo que não conhece bem e nem se

esquece daquilo que ama. Ninguém dá o que não tem.

a) SIMBOLISMO MAÇÔNICO

O símbolo é imagem, é pensamento... Ele nos faz

captar, entre o mundo e nós, algumas dessas afinidades secretas

e dessas leis obscuras que podem muito bem ir além do alcance

da ciência, mas que nem por isso são menos certas. Todo

símbolo é, nesse sentido, uma espécie de revelação.

Na Maçonaria, o símbolo é constante e latente em

todas as suas partes. É preciso, portanto, penetrar

pacientemente seu significado.

Somente pelo estudo dos símbolos é que se pode

chegar ao esoterismo. (Esoterismo opõe-se a Exoterismo;

podemos traduzir livremente esses dois termos por ensino

secreto e ensino público. Hoje, aliás de forma abusiva, a

tendência é fazer da palavra esoterismo sinônimo de ocultismo.

Não podemos nos gabar ou nos vangloriar de sermos um “Iniciado”, ou, em outras

palavras, de ser o único a estar de posse do Conhecimento e da Verdade.

“Iniciado” (de initium, começo) quer dizer simplesmente “colocado no caminho”, e o

Maçom sincero sabe, mesmo quando se tornou Companheiro e Mestre, que ele continua a ser um

Aprendiz.

Seu acerto é nosso, seu insucesso reparte-se conosco. Abra seu coração, coloque-nos a

par das suas dificuldades, transmita-nos suas vivências, ensine-nos também a ser caminho.

Você já sentiu as transformações que opera. Já sentiu seus progressos?

O estudo aprofundado dos símbolos e, sobretudo, dos símbolos maçônicos pode levar

muito longe. Nesta terra, tudo é símbolo; as próprias palavras, na realidade, não passam de símbolos

das idéias.

Na vida corrente, são muitos os símbolos de deferência, de amizade, de alegria, de luto,

etc. o homem que saúda tirando o chapéu ou inclinando a cabeça simboliza com isso a deferência

que ele quer manifestar à pessoa saudada; o aperto de mão – que se transformou numa cortesia

banal – é um símbolo de afetividade, de cordialidade, de devotamento, de lealdade; sua recusa é

símbolo de inimizade. O brinde é um símbolo de amizade e de esperança em alguém ou em alguma

coisa. Por que levantar a mão direita por ocasião de um juramento senão para simbolizar a

sinceridade? O anel de casamento não simboliza, acaso, a aliança indefectível que deve unir os

esposos? Etc.

Todo mundo compreende esses símbolos simples e banalizados. Mas existem outros

símbolos menos freqüentes, mais ocultos: filosofais, religiosos, iniciáticos. Durante seu tempo de

aprendizado, a tarefa exclusiva do Aprendiz consiste na observação e análise de tudo o que se passa

num mundo inteiramente novo para ele, devendo concentrar seus esforços por aprender, assimilar e

adotar as posturas e atitudes desconhecidas no mundo profano.

As vezes, sua casca é dura de ser quebrada, mas a semente, uma vez libertada, mostra-se

tanto mais deliciosa!

O iniciado deve romper a casca mental, isto é, fugir do racionalismo esterilizante, para

atingir a transcendência; somente depois de romper essa casca é que se torna possível o acesso á

verdadeira iniciação.

Todos os símbolos abrem portas, sob a condição de não nos atermos apenas – como

geralmente acontece – às definições morais.

A iniciação “abre portas” até então proibidas ao recipiendário.

b) INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO APRENDIZ-MAÇOM

São determinados instrumentos profissionais, a maioria tirada da antiga arte

arquitetônica, que a Maçonaria simbólica usa como emblema de Virtudes e ensinamentos.

São os seguintes os principais instrumentos e utensílios do Aprendiz – Maçons, e seus

respectivos significados morais:

a) A RÉGUA DE 24 POLEGADAS (precisão na execução durante 24 horas de cada

dia);

b) O MAÇO (decisão na aplicação);

c) O CINZEL (discernimento na investigação).

A Régua de 24 polegadas figura nas Lojas simbólicas da Franco-Maçonaria como

instrumento de trabalho e medida do tempo, no sentido de que não se deve mal gastar as horas na

ociosidade e egoísmo, mas parte delas na meditação e estudo, parte no trabalho, e parte no recreio e

repouso, “porém todas no serviço da humanidade”;

O Maço (MALHO) com o cinzel, é o instrumento de trabalho do Aprendiz, para

alegoricamente “desbastar a pedra”, ou educar a agreste e inculta personalidade para uma vida ou

obra superior. O malho simboliza a vontade, energia, decisão, o aspecto ativo da consciência,

necessário para vencer e superar os obstáculos;

O Cinzel corresponde à penetração, discernimento e receptividade intelectuais, ou o

aspecto passivo da consciência, indispensável para descobrir as protuberâncias ou falhas da

personalidade.

c) OUTRAS OBSERVAÇÕES - Sois Maçom? - MM. II. C. T. M. RR. Isso porque um Aprendiz Maçom deve duvidar de si mesmo e da fragilidade de seus

conhecimentos maçônicos. Ele deve, portanto, evitar de dar uma opinião sem antes recorrer às luzes da sabedoria de seus Irmãos.

- De que forma vos fazeis reconhecer como Maçom? - Através dos Sinais, Palavras e Toque. Um Maçom se reconhece pelo seu modo de agir, sempre eqüitativo e sincero (sinais);

sua linguagem leal e sincera (palavras); enfim, pela atitude fraternal que manifesta com todos aqueles que está unido pelos laços de solidariedade.

- A que horas os Maçons costumam começar e terminar seus trabalhos? - Os trabalhos começam ao Meio-dia e terminam à meia-noite. Estas horas convencionais indicam que o homem atinge parte de sua maturidade, na

metade de sua vida, antes de poder ser útil a seus semelhantes; mas que, deste instante, até a sua hora final, deve trabalhar sem descanso para o bem estar comum!

d) AMOR FRATERNAL

O grande mistério maçônico esta na simplicidade que se configura na palavra amor. O

amor e respeito a tudo e a todos. Agora como Maçom tem por missão eliminar de dentro de si o egoísmo, daí a

necessidade de cultivar seu espírito de coletividade através do Amor Fraternal. E não é por acaso que em Loja de Aprendiz, o Livro Sagrado é aberto sobre o altar no Salmo 133 (A excelência da União Fraternal – Cântico de Romagem de Davi):

Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os Irmãos, - traduz a satisfação e a alegria do Amor Fraternal.

Valdemar Sansão

E-mail: [email protected]: (011) 3857-3402

Fontes consultadas: - “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher; - Instruções Complementares Para Maçons 1º Grau – GOP); - “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA” Da Primeira à Sétima Instrução – Grau I Valdemar Sansão (aguardando publicação)

A Maçonaria nos dá a oportunidade do autoconhecimento. É a realização do “conhece-te a ti mesmo”. O homem precisa conhecer-se para entender-se. Quem nunca repudiou um ato seu, após analisar sua conduta? Há uma inata necessidade de dominar-se o microcosmo. A Maçonaria nos dá caminhos para esta realização; cabe-nos aprender a trilhá-los.

BEM-VINDOS À MAÇONARIA 2ª PARTE

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que

ensina” (Cora Coralina)

a) O QUADRO DO APRENDIZ

01 – Três Degraus (Corpo, Alma e Espírito)

Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser comentado pelos 1ºs Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o segundo grau, que fará dele um Companheiro.

Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser comentado pelos 1ºs Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o segundo grau, que fará dele um Companheiro.

Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser comentado pelos 1ºs Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o segundo grau, que fará dele um Companheiro.

Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser comentado pelos 1ºs Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o segundo grau, que fará dele um Companheiro.

02 – Porta do Templo 03 – Delta Radiante com o OLHO SIMBÓLICO no meio 04 – Coluna J (Booz) e Coluna B (Jachin) 05 – Romãs (a multiplicação e a União) 06 – Esquadro e Compasso (Justiça e Retidão) – O Compasso abre-se para o Céu 07 – Prumo ou Perpendicular 08 – Nível 09 – Pedra Bruta 10 – Pedra Cúbica 11 – Prancha de Traçar 12 – Malhete e Cinzel 13 – Sol (ativo) 14 – Lua (passiva) 15 – Janela de Grades fixas 16 – Corda de 7 Nós (Artes ou Ciências Liberais) 17 – Borlas 18 – Orla Denteada (ou corda de 81 Nós) 19 – As 4 Borlas (Prudência, Temperança, Justiça e Coragem) ou (Terra, Água, Fogo e Ar)

No início, qualquer local podia ser transformado em Templo. Bastava desenhar com giz,

no chão, o “Quadro” simbólico do grau em que a Oficina trabalhava. Após cada reunião, esse “Quadro” era apagado.

Mais tarde, fez-se uso de uma tela pintada, que era desenrolada por ocasião das reuniões; atualmente, o Templo reproduz todos os símbolos do “Quadro”.

Esse “Quadro” comporta duas Colunas, encimadas por Romãs, enquadrando uma Porta à qual conduzem três Degraus; estes, seguidos de um Adro em mosaico. Vêem-se ai também Três Janelas, uma Pedra bruta e uma Pedra cúbica pontiaguda. Uma corda com três nós emoldura esse “Quadro”, que compreende, além disso, o Sol e a Lua, as duas Luminárias, o Esquadro e o Compasso, a Perpendicular e o Nível, o Malhete e o Cinzel, a Prancha de traçar.

No Painel da Loja se condensam todos os símbolos que devemos conhecer; e, se bem os interpretarmos, fáceis e muito claras ser-nos-ão as Instruções subseqüentes.

A Loja Maçônica, possui três JÓIAS MÓVEIS que são: o Esquadro, o Nível e o Prumo, assim chamadas porque são transferidas, cada ano, aos novos Veneráveis e Vigilantes, com a passagem da Administração.

As JÓIAS FIXAS são três: a Prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a Pedra Polida. A Prancheta da Loja serve para o Mestre desenhar e traçar. Simbolicamente, exprime

que o Mestre guia os Aprendizes no trabalho indicado por ela, traçando o caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento, a fim de poderem progredir nos trabalhos da Arte Real. (A expressão Arte Real é um termo que tem diversas definições). Entre elas: “A Maçonaria chama-se Arte Real, porque ensina aos homens a se governarem a si mesmos”; “a Arte Real é aquela que leva o homem à perfeição humana”.

A Pedra Bruta (no painel acima o 9), serve para nela trabalharem os Aprendizes, marcando-a e desbastando-a, até que seja julgada polida, pelo Mestre da Loja;

A Pedra Polida ou Cúbica é o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos, que o Compasso e o Esquadro (06) mostram estar talhado de acordo com as exigências da Arte. Representa o saber do Homem no fim da vida, quando a aplicou em atos de piedade e virtude, verificáveis pelo Esquadro da Palavra Divina e pelo Compasso da própria consciência esclarecida.

b) A PEDRA BRUTA À direita e à esquerda do “Quadro do Aprendiz” figuram uma Pedra Bruta e uma Pedra

Cúbica pontiaguda. Se certos símbolos maçônicos provocaram poucos comentários, a Pedra bruta e a Pedra cúbica não estão nesse caso. Aqui as dissertações abundam e os cursos de moral se inflam, transformando-se em rios.

A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar por corrigir.

A Pedra bruta, com efeito, pode ser considerada como o símbolo da Liberdade, e a Pedra talhada como o símbolo da Escravidão.

Vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir Luz. Uma Loja, justa e perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma “pedra bruta”, com a qual se identificará. E a Pedra talhada, terminada, feita de todos os preconceitos, de todas as paixões, de toda intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão de uma verdade inexpugnável e única, fazem do homem o escravo de seu meio.

Sim, o Aprendiz, pela Iniciação maçônica, que é um novo nascimento, reencontra o estado da natureza; ele se liberta de tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. (No hermetismo, a pedra bruta simboliza a primeira matéria, a “matéria-prima” que servirá para a elaboração da “Pedra Filosofal”. – Hermetismo – Doutrina esotérica que tira o seu nome de Hermes Trismegisto e que os primitivos gregos teriam ensinado aos iniciados). Ele reencontra a “Liberdade de Pensamento”, e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele

próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único.

Na Maçonaria, contrariamente ao que ocorre na maioria dos outros agrupamentos humanos, cada Irmão conserva sua inteira liberdade; ele não pode nem deve receber nenhuma palavra de ordem suscetível de influenciar seus atos. Os anti-maçons, que pretendem o contrário, mostram com isso um desconhecimento total acerca da verdadeira Maçonaria.

c) TRATAMENTO FRATERNO

O tratamento fraterno de você (tratamento íntimo entre iguais) é geralmente adotado

pelos Maçons. O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e

também entre os irmãos. O ideal seria a introdução obrigatória do tratamento coloquial na Loja, porque isso garante a igualdade de todos os irmãos e permite o nascimento de um verdadeiro sentimento de união. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como Franco-Maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os seus irmãos. Se ela se mostra indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamada de você dá provas de uma vaidade deveras deslocada em nosso meio.

Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.

EPÍLOGO

Coloquemos o Grande Arquiteto do Universo em nossas vidas, em nossas Lojas e não

apenas em nossas palavras. Não recusemos a prece e o estudo. Pratiquemos todo o bem de que sejamos capazes.

É preciso dedicação e estudo. Conhecimento e exercício. Sem exercitarmos o que parece termos aprendido jamais aprenderemos.

Somos igualmente iniciados para construir o Reino do Grande Arquiteto do Universo, a principiar de nós mesmos.

Trabalhemos por mais luz no nosso próprio caminho.

Valdemar Sansão E-mail: [email protected]

Fone: (011) 3857-3402 Fontes consultadas: - Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP; - “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher; - “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA” Valdemar Sansão (aguardando publicação)

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

“Templo Maçônico é a atmosfera de amor, de verdade e de justiça formada pela união de corações ávidos das mesmas esperanças sequiosos de idênticas aspirações porque sem esse isocronismo de ação, sem essa elevação, poderá haver quando muito, grupos de homens, nunca porém Maçonaria”.

BEM-VINDO À MAÇONARIA 3ª PARTE

Em Maçonaria ninguém poderá esgotar um assunto,

porque a cada minuto que passa a nossa mente concebe novas definições para os mesmos símbolos.

a) AS TRÊS VIAGENS E OS QUATRO ELEMENTOS

Segundo o rito antigo, diz Ragon, o

aspirante viajava pelos subterrâneos e não pelo templo. No fim de suas caminhadas, ele encontrava a seguinte inscrição:

“Quem quer que tenha feito essas viagens, sozinho e sem medo, será purificado pelo fogo, pela água e pelo ar e, tendo podido vencer o terror da morte, com a alma preparada para receber a luz, terá o direito de sair do seio da terra e de ser admitido à revelação dos grandes mistérios”.

“Ele tinha o direito de voltar sobre seus passos, se lhe faltasse coragem para ir mais longe”.

O primeiro elemento é a Terra, o domínio subterrâneo onde se desenvolvem os germes e as sementes. Ela é representada pela Câmara de Reflexões onde está encerrado o Recipiendário. A primeira viagem refere-se ao Ar,

a segunda à Água, a terceira ao Fogo.

Gravura do Ir.’. “Chico Laranjeira” da Loja

“Arautos do Pogresso” Recife/PE

As purificações que acompanham tais viagens lembram que o homem nunca é suficientemente puro para chegar ao templo da filosofia.

Já, de acordo com Wirth, o simbolismo dessas três viagens: “A primeira viagem é o emblema da vida humana. O tumulto das paixões, o choque dos interesses diversos, a dificuldade dos empreendimentos, os obstáculos que os concorrentes interessados em nos prejudicar e sempre dispostos a nos desencorajar multiplicam sob nossos passos, tudo isso é figurado pela irregularidade do caminho que o Recipiendário percorreu e pelo ruído que se fez a seu redor”.

“Para desenvolver ao Recipiendário sua segurança, submetem-no à purificação pela Água. Trata-se de uma espécie de batismo filosófico, que lava de toda impureza... ao ruído ensurdecedor da primeira viagem seguiu-se um tinido de armas, emblema dos combates que o homem constantemente é forçado a travar”.

“Para contemplar a verdade que se esconde dentro dele mesmo, o Iniciado deve saltar um tríplice cinturão de fogo. É a prova do Fogo... O iniciado permanece no meio das chamas

(paixões ambientes) sem ser queimado, mas ele se deixa penetrar pelo calor benfazejo que dele emana”.

Acrescentamos que, aos quatro elementos, costuma-se fazer corresponder os quatro períodos da vida humana: infância, adolescência, idade madura e velhice. Poderíamos ainda fazê-los corresponder aos quatro pontos cardeais, às quatro estações, às quatro idades do Mundo: idade do ouro, da prata, do bronze e do ferro, etc. Todas essas comparações são bastante banais e quase não ajudam para a compreensão dos símbolos.

Pode-se admitir – sem grandes dificuldades – que o homem se compõe não só de um corpo e de uma alma, mas de quatro partes distintas, às quais daremos seus nomes latinos: Spiritus, Animus, Mens, Corpus. A cada uma dessas partes faremos corresponder um dos elementos na seguinte ordem: Fogo, Água, Ar, Terra.

b) DEUS, O GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO

A noção do Grande Arquiteto do Universo, na Maçonaria, é ao mesmo tempo mais

ampla e mais limitada que a do Deus das diferentes religiões. (Note-se que não suprimimos a palavra “Deus”, mas que lhe acrescentamos o epíteto de “Grande Arquiteto do Universo”).

A Franco-Maçonaria, desde sua origem, adotou a expressão “O Grande Arquiteto do Universo”, mostrando assim a sua concepção da divindade em suas relações com o mundo e com o homem.

O Grande Arquiteto do Universo simboliza o princípio reitor (aquele que rege) da Maçonaria e do Universo. Trabalhar para a glória do Grande Arquiteto do Universo, isso pode significar, ad libitum (à escolha, à vontade): ou trabalhar sob o signo de Deus; ou, ainda, trabalhar de acordo com o princípio reitor que orienta para o Progresso a evolução do mundo e da humanidade.

O primeiro artigo das Obrigações de um Franco-Maçom, de Anderson, foi redigido nestes termos: “Um Maçom é obrigado, por sua condição, a obedecer à lei moral; e se ele compreende bem a Arte, nunca será um ateu estúpido, nem um libertino irreligioso”. Mais embora, nos tempos antigos, os Maçons fossem considerados, em cada país, como pertencente à religião, fosse qual fosse, desse país ou dessa nação, considera-se agora mais a propósito deixar a cada um suas opiniões particulares, isto é, que sejam pessoas de bem e leais, em outras palavras, homens honrados e probos, sejam quais forem as denominações ou crenças que possam diferenciá-los. A Maçonaria torna-se, assim o centro da União e o meio de assegurar uma fiel amizade entre pessoas que, de outra forma, continuariam perpetuamente afastadas uma das outras.

c) LIVRE E DE BONS COSTUMES

Para que um candidato seja admitido à iniciação, a Maçonaria exige que ele seja “livre e

de bons costumes”. A segunda parte esteve sempre e continua ainda em pleno vigor, porém a primeira

sofreu modificações no decorrer dos séculos, desde os da Maçonaria operativa.

Existindo os servos, durante a Idade média, todas as corporações exigiam que o candidato a aprendiz para qualquer Oficio tivesse “nascido livre”, visto que, como servo ou escravo, ele não era dono de si mesmo. No entanto, quando a escravidão foi suprimida na Grã-Bretanha, a Grande Loja da Inglaterra teve de modificar os seus estatutos, substituindo a expressão “nascido Livre” pela de “homem livre”.

d) MORAL MAÇÔNICA

Moral – Conjunto de regras de conduta consideradas como válidas, quer de modo

absoluto para qualquer tempo ou lugar, quer para grupo ou pessoa determinada. A Moral está na base da Maçonaria, em sua história, em suas leis, em todo o seu

desenvolvimento. É a razão de ser e o principal objetivo da Instituição que, sem ela, não se poderia manter. Esse objetivo é mesmo assinalado na primeira linha do primeiro artigo dos “Deveres de um Maçom”, nas “Constituições” Maçônicas, desde 1723: “Um Maçom é obrigado pela sua dependência (à Ordem) a obedecer à Lei moral...”. Assim, a Moral maçônica é a moral solidarista (que tem responsabilidade recíproca).

e) O BEM E O MAL

A Maçonaria procura fazer penetrar na consciência dos Maçons a seguinte fórmula:

fazes tudo o que pode contribuir para a felicidade da Humanidade; abstenha-se de fazer tudo o que pode causar prejuízo ou pena à Humanidade. A Maçonaria ensina aos seus adeptos: fazes parte da Humanidade, a sua (dela) prosperidade é a tua prosperidade: o seu sofrimento é o teu sofrimento; o que é bom ou mau para ela o é igualmente para ti; a Humanidade florescente é o teu Paraíso; a Humanidade perecendo é o teu inferno. O Bem é o que, sendo generalizado, criaria à espécie humana condições de existência mais favoráveis à sua felicidade. O Mal é o contrário.

Valdemar Sansão

E-Mail: [email protected]: (011) 3857-3402

Fontes consultadas: - “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher; - “Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia” – Nicola Aslan; - Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP; - “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA” Valdemar Sansão (aguardando publicação)

A literatura maçônica, em geral, tem intenção de colocar informações à disposição dos Irmãos, procurando incentivar o exercício de pensar, concentrar e meditar, a fim de formar juízo de valores e criar decisões individuais a partir dos dados recebidos para serem trabalhados segundo os seus conceitos e orientados pelo bom senso que sempre deve prevalecer nas conclusões.

BEM-VINDO À MAÇONARIA

4ª PARTE

COMO ENCONTRAR DEUS! Os céus proclamam a glória de Deus e o

firmamento anuncia as obras de suas mãos. Salmo 19,1

A 4ª Instrução do 1º grau é aberta

com a interrogação: “QUE É A

MAÇONARIA”?

A resposta: “Uma associação

íntima, de homens escolhidos, cuja doutrina

tem por base o Grande Arquiteto do

Universo, que é Deus; como regra: a Lei

Natural; por causa: a Verdade, a Liberdade e

a Lei Moral; por princípio: a Igualdade, a

Fraternidade e a Caridade; por frutos: a

Virtude, a Sociabilidade e o Progresso; por

fim, a felicidade dos povos que, incessantemente, ela procura reunir sob a bandeira da paz. Assim, a

Maçonaria nunca deixará de existir, enquanto houver o gênero humano”.

Há dois mil anos um homem veio ao mundo para pregar uma doutrina de amor, bondade e humildade de espírito.

O objetivo deste trabalho é fornecer subsídios nessa direção, proporcionando ao recém-

iniciado elementos de reflexão através dos quais possa, de forma consciente, trabalhar os seus

sentimentos e a sua razão, seja racionalizando sentimentos por intermédio do bom senso e da

lógica, seja iluminando a inteligência e os pensamentos com as luzes dos bons sentimentos.

Lapidar os próprios sentimentos é tarefa árdua, mormente para os Aprendizes.

Restringido à três páginas, nestas tentaremos mostrar o que de mais importante

representa a base de nossa doutrina, embora sabendo que ninguém pode definir o Grande

Arquiteto do Universo.

Entre todos os landmarks anglo-saxões, existe um de extrema importância pelas

discussões que provocou. É a crença na existência de Deus, considerado como o Grande

Arquiteto do Universo.

Wirth comenta esse landmark nos seguintes termos: “Que esta crença esteja implicada

pelo caráter religioso fundamental da Franco-Maçonaria é algo que não contestaremos. O Iniciado

que compreende a Arte jamais será um ateu estúpido ou um libertino irreligioso. (“Libertino” tem

aqui o sentido antigo: “Livre da disciplina da fé religiosa”). Essa certeza deve levar-nos a confiar

em quem procura a luz com sinceridade. Não temos de exigir dele um credo determinado, que o

obrigue a aceitar uma concepção teológica necessariamente discutível. Não erigimos o Grande

Arquiteto do Universo como um objeto de crença, mas vemos Nele o símbolo mais importante da

Maçonaria, símbolo que deve ser estudado como os demais, a fim de que se compreenda a

Maçonaria e se construa, cada um por si, num desafio ao egoísmo, o santuário de suas convicções

pessoais.

A noção do Grande Arquiteto do Universo, na Maçonaria, é ao mesmo tempo mais

ampla e mais limitada que a do Deus das diferentes religiões. (Note-se que não suprimimos a

palavra “Deus”, mas que lhe acrescentamos o epíteto de “Grande Arquiteto do Universo”).

A Franco-Maçonaria desde sua origem, adotou a expressão “O Grande Arquiteto do

Universo”, mostrando assim a sua concepção da divindade em suas relações com o mundo e com o

homem.

Sendo Deus o Ser Supremo admitido em todas as religiões, é a existência Suprema,

Superior, Criadora e Indefinível, cujo estudo constitui uma das bases da Maçonaria.

O Cristianismo prega o amor, pedindo que seja feito ao próximo o mesmo que se

almeja para si; Jesus de Nazareth, aquele que deu sua vida pela salvação dos homens, respondeu

aos Fariseus: “Amar a Deus com todas as forças e a seu próximo como a si mesmo, é da lei e dos

profetas; não há maior mandamento”. Aos que perguntaram qual o caminho para o Reino dos

Céus, declarou: “Procurai em primeiro lugar a Justiça e o resto vos será dado em abundância”.

O Judaísmo quer que o nocivo não seja feito aos outros. Moisés, tirou da escravidão os

filhos de Israel, ditou: “Tu venerarás somente o DEUS único e não talharás imagens a sua

semelhança; respeitarás o dia de descanso; não jurarás em vão; honrarás Pai e Mãe; não

cometerás adultério; não roubarás os bens de outrem; não levantarás falso testemunho; não

cobiçarás a mulher, nem os bens do próximo”.

O Islamismo ensina que, para ser um crente, é preciso desejar ao próximo o que se quer

para si mesmo; Maomé, o Profeta por excelência, do Islam dita: “Deus é Deus e não há outro

Deus”. “Ninguém pode ser chamado verdadeiro crente se não desejar a seu irmão o que para si

deseja”;

O Confucionismo dirige o pensamento para não fazer aos outros o que não se quer para

si mesmo. Sua doutrina consiste, inteiramente, em ensinar a retidão do coração e o amor ao

próximo. Há uma regra universal de conduta que se contém na palavra RECIPROCIDADE. “Tu

que não és capaz de servir aos homens, como poderás servir, aos deuses? Não conheces a vida,

como poderás conhecer a morte”?;

O Budismo quer que não seja feito ao semelhante aquilo que lhe pudesse magoar.

Gautama, o Buda renunciou os direitos de nascimento e de fortuna. Sua lei é a lei do perdão para

todos.

Crenças e religiões de toda ordem existem e devem ser respeitadas. É admitido pelo

Alto que cada um busque o Criador em sua própria concepção teológica. O homem está ligado a

Deus pela alma, que é sua essência e seu universo maior de compreensão, raciocínio e sentimento.

Não necessita de representantes e intermediários para tanto.

Tantas outras seitas existem, tantos outros mandamentos escritos de diversas outras

formas permanecem, mas, acima de tudo, se há vínculos com a essência do Amor, da Bondade, da

Justiça e da Sabedoria, ligados a Deus, apesar da variedade de suas revelações falam a mesma

linguagem, porque ela corresponde às necessidades universais e aspirações permanentes da

Natureza humana.

Jamais utilizar a religião e a fé para o embrutecimento dos bons sentimentos, o cultivo

da riqueza material ou o fanatismo que pode levar até à exaltação que impele o fanático a praticar

atos criminosos em nome da religião.

Hoje se fala muito de espiritualidade e, com freqüência, o que se quer dizer é: “Não

pertenço a nenhuma religião organizada”. A religião em si, não consegue eliminar completamente

o lado mais tenebroso da humanidade. Não pode acabar com as guerras, a crueldade, a ganância e o

sofrimento dos pobres, mas alivia tudo isso e dá uma visão perene de nosso eu melhor e mais puro,

e do mundo melhor que a Maçonaria almeja criar, oferecendo um antídoto ao medo que a morte

desperta em nós e que nos transporta com fé e esperança há dias melhores para a Humanidade.

O Maçom tem como dever honrar e venerar o Grande Arquiteto do Universo e cumprirá

todos esses deveres porque tem a Fé, que lhe dá coragem; a Perseverança, que vence os

obstáculos; o Devotamento que o leva a fazer o Bem e a Justiça, mesmo com risco de sua vida,

sem esperar outra recompensa, que a tranqüilidade de consciência.

Precisamos estar mais presentes em nossas Lojas, porque lá os Irmãos, pela união e pelo

pensamento se aproximam de Deus, buscando a esperança. Lá nos reeducamos para superar o

individualismo e, diante de Deus, abrir o coração para aprendermos que o Grande Arquiteto do

Universo é a autoridade final, e, que nós, Seus filhos temos o dever de seguir pelos caminhos que

nos levam a Ele, que são sempre os mesmos que nos levam uns aos outros.

Ir.’. Valdemar Sansão

E-mail: [email protected]: (011) 3857-3402

Fontes de Consulta: - Rituais Maçônicos; - “O Despertar para a Vida Maçônica” Valdemar Sansão (aguardando publicação)

tem

A fé em Deus não é um ato convencional que se expressa por um momento em casa e nos plos. É um sentimento de confiança e amor, atuante e permanente, que deve ser praticado, não

nos templos, como no lar, no ambiente de trabalho, no meio da sociedade.

BEM-VINDO À MAÇONARIA

5ª PARTE

Em igualdade de circunstâncias, é meu dever preferir um Irmão, sempre que para fazê-lo não cometa uma injustiça, que fira minha consciência.

Dos grandes ensinamentos

contidos na 5ª Instrução do Grau I –

Aprendiz Maçom, nos permite priorizar a

Solidariedade justa, pura e fraternal, que

deve existir entre nós onde estiver uma causa

justa.

No intuito de não cometer

injustiças procuramos relatar o que

definimos como justiça.

a) JUSTIÇA

O que é justiça? O que significa ser justo? Eternas, constantes, necessárias e

permanentes indagações que a humanidade já fez, faz e fará ao longo de toda sua existência.

A melhor definição de justiça, que comporta muitos conceitos, é ter cada um o que é

seu. Assim, agir com justiça é dar a cada qual o que lhe pertence. É a absoluta imparcialidade na

concessão, distribuição e manutenção de qualquer vantagem, bem ou interesse de toda espécie, ao

ser humano.

Impossível ao homem agir com plena justiça, porque lhe faltam condições morais

suficientes para ter total imparcialidade. Seu estágio na Terra é incompatível com a perfeição, único

fator que lhe iria conferir tal requisito.

Não sendo perfeito o individuo, não possui plena imparcialidade. Não a tendo,

impossível se lhe torna ser integralmente justo. E quem não o é, jamais poderá agir com absoluta

justiça.

Enfim, não é difícil perceber que somente o Grande Arquiteto do Universo está apto a

agir com Justiça Absoluta, entendida esta como a plenitude do dar a cada um o que é seu, sem erros,

nem equívocos de qualquer espécie.

Só Aquele que tudo vê e tudo sabe não comete enganos, pois tudo conhece. A Justiça

Divina tem esse caráter: não erra jamais.

Crendo nisso, o homem deve pacificar o seu âmago e encarar os fatos do cotidiano com

naturalidade. Nada lhe acontece por acaso. Nenhum obstáculo chega à sua frente por engano.

Deus é, por isso, Sábio. Deu à criatura conhecimento limitado e, a partir desses parcos

dados que ela consegue reter em sua mente e utiliza em seu raciocínio, deve desnudar-se de suas

falsas aparências e de sua pretensão de ser o centro do universo, acatando o que a Justiça Divina lhe

confere.

Deus é também Justo porque exige de Seus filhos exatamente aquilo que cada um pode

dar, nem mais, nem menos. Muito conhecimento implica maior responsabilidade. Quanto mais

alguém souber, mais lhe será cobrado. O ser humano precisa aquietar o seu interior, vivenciando

justiça em suas reflexões e em seus atos, coroando a sua existência com resignação diante da

Magnitude Divina.

A ação causa reação. Há algo mais justo?

Por que o indivíduo contesta, nesse sentido, o óbvio? Se faz algo positivo, natural que

provoque uma reação de igual teor. Produzindo o negativo, o mesmo lhe advém. Deve o Maçom

conhecer a regra da ação e reação.

b) SOLIDARIEDADE E JUSTIÇA

Há quem acuse os Maçons de progredirem no mundo profano, graças ao nosso sistema

de recíproca proteção. São afirmações dos que, não conhecendo a razão das coisas, julgam

incondicional nossa solidariedade. Se há Maçons que galgam posições elevadas e de grandes

responsabilidades sociais, a razão se oculta, evidentemente, na seleção dos candidatos profanos para

serem Iniciados na Ordem, entre os cidadãos dignos de serem aproveitados na conquista do seu

progresso pessoal e da felicidade da humanidade.

Para o profano ingressar na Ordem é exigida do padrinho (apresentante) muita

responsabilidade, compreensão e tolerância. Nada se justifica, após o desfecho negativo, sem boas e

justas razões, revoltar-se e renunciar, brigando com seus IIr.’. por causa de um inconveniente

apresentado no julgamento das aptidões do mérito e do valor moral, intelectual ou de qualquer outra

ordem, do cidadão indicado.

Antes dever-se-á, com muito cuidado e rigor, apurar as qualidades do indicado: com

vizinhos, amigos íntimos e no local de trabalho. Em especial, o seu comportamento familiar,

considerando o ingresso de interesse da Loj.’. e da Ord.’..

O padrinho, obcecado, só vê virtudes no “amigo”, sem distinguir os lados negativos,

defeitos visíveis e identificados com muita facilidade por outro Ir.’..

A recusa do candidato, por homens livres e de bons costumes, causa ao padrinho

despreparado um sentimento de revolta que o leva a afastar-se do convívio fraterno. Deveria este

espelhar-se no passado e constatar as inúmeras decepções de aceitos que, sem motivos justos e

aparentes, abandonam a Ordem sem cumprirem suas obrigações, embora conhecendo os principais

deveres do homem Maçom.

A indignação não deve existir, pois a soberana assembléia descobriu imperfeições no

candidato e, no momento, não o considerou apto. Por que então rebelar-se no ato do impedimento e

considerar normal quando o afilhado se desvia dos ideais da Ordem?

A pior decepção é, concluído todo o demorado e exaustivo processo, no dia da iniciação

o afilhado não comparece, ou então apenas é iniciado e em seguida, se afasta em definitivo da

Ordem.

Reflitamos bem antes de tomarmos alguma atitude intempestiva na apresentação de

candidatos. Casamento apressado se desfaz na lua-de-mel. Vamos ler e reler com calma e

independência a quinta instrução do Grau de Aprendiz, e sejamos tolerantes com a Loja, com os

IIr.’., para que reine harmonia no quadro de obreiros.

Ir.’. Valdemar Sansão

E-mail: [email protected]: (011) 3857-3402

Consultado: - O Ritual do Aprendiz Maçom.

Irmsoc

O amparo moral e material, que, individual e coletivamente, devemos aos nossos ãos, não vai até o dever de proteger aos que, fugindo de suas responsabilidades iais, se desviam do caminho da moral e da honra.