manuel bandeira
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1/9/2013rafabebum.blogspot.com
Manuel Bandeira
-poesia modernista: Ritmo Dissoluto, Libertinagem, Lira dos Cinquent’Anos, Estrela da Vida Inteira
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- tuberculoso desde os 18 anos;
morreu aos 82
Estrela da vida inteira.Da vida que poderia Ter sido e não foi. Poesia,Minha vida verdadeira.
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Andorinha
Andorinha lá fora está dizendo: - "Passei o dia à toa, à toa!“
Andorinha, andorinha, minha cantiga é mais triste! Passei a vida à toa, à toa...
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Tematiza constantemente a morte
ou a expectativa da morte
Eu faço versos como quem choraDe desalento... de desencanto...Fecha o meu livro, se por agoraNão tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa... remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente,Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia roucaAssim dos lábios a vida corre,Deixando um acre sabor na boca.- Eu faço versos como quem morre.
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Às vezes é profundamente lírico, outras é irônico
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispneia e suores noturnos.A vida inteira que podia ter sido e que não foi.Tosse, tosse, tosse.
Mandou chamar o médico:— Diga trinta e três.— Trinta e três . . . trinta e três . . . trinta e três . . .— Respire.
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— O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.— Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?— Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
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Outros temas:
o cotidiano, a evocação do passado...
A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros
Vinha da boca do povo na língua errada do povo
Língua certa do povo
Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil
Ao passo que nós
O que fazemos
É macaquear
A sintaxe lusíada
Evocação do Recife (fragmento)
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POEMA TIRADO DE UMA NOTÍCIA DE JORNAL
João Gostoso era carregador de feira livre e morava no
morro da Babilônia num barracão sem número.
Uma noite ele chegou no bar Vinte de Novembro
Bebeu
Cantou
Dançou
Depois se atirou na lagoa Rodrigo de Freitas e morreu
afogado.
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Bar Vinte de Novembro
Lagoa Rodrigo de Freitas
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E morreu afogado...1/9/2013rafabebum.blogspot.com
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Mais temas:
a infância, os conhecidos, a utopia...
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Porquinho-da-Índia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.
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Religiosidade espontânea:
Irene pretaIrene boaIrene sempre de bom humor
Imagino Irene entrando no céu:- Com licença, meu branco.E São Pedro, bonachão:- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.
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Em Pasárgada tem tudoÉ outra civilizaçãoTem um processo seguroDe impedir a concepçãoTem telefone automáticoTem alcaloide à vontadeTem prostitutas bonitasPara a gente namorar
E quando eu estiver mais tristeMas triste de não de não ter jeitoQuando de noite me derVontade de me matar– Lá sou amigo do rei –Terei a mulher que eu queroNa cama que escolhereiVou-me embora pra Pasárgada.
Os dropes de cocaína para dor de dentes (1885) eram populares para crianças. Não apenas acabava com a dor, mas também melhorava o "humor" dos usuários.
Estas tabletes de cocaína eram "indispensáveis para os cantores, professores e oradores". Eles também aquietavam a dor de garganta e davam um efeito "animador" para que estes
profissionais atingissem o máximo de sua performance.
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Maleabilidade formal:
versos livres e brancos;
versos metrificados e rimados.