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MANUAL DE BIOSSEGURANÇA Santa Cruz do Sul, 2004 Curso de Odontologia

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Page 1: manual_biosseguranca ACD

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA

Santa Cruz do Sul, 2004

Curso de Odontologia

Page 2: manual_biosseguranca ACD

2

A Comissão de Biossegurança do Curso de Odontologia da Universidade

de Santa Cruz do Sul - UNISC tem como papel fundamental a criação de um programa

de controle de infecção, visando proteger pacientes e a equipe de saúde - professores,

estudantes e pessoal auxiliar - do risco de transmissão de doenças infecciosas nas

clínicas desta Universidade. Para tanto, elaborou o presente Manual de Biossegurança.

Esta Comissão está composta pelos seguintes membros:

• Profa . Cláudia Fabiana Reichert Bender

• Profa. Magda de Sousa Reis

• Prof. Rogério Brasiliense Elsemann

• Profa. Ronise Ferreira Dotto

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3

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA 2004

SUMÁRIO

1 Comissão de Biossegurança ................................................................................... 4

2 Ambientação da Atividade Odontológica .............................................................. 5

3 Esterilização por Processo Físico ........................................................................... 8

4 Preparo do instrumental a ser esterilizado na Central de Esterilização ................. 11

5 Desinfecção ............................................................................................................ 13

6 Uso de Barreiras nas Superfícies ........................................................................... 15

7 Proteção da Equipe de Saúde ................................................................................. 16

8 Acidentes de Trabalho ........................................................................................... 26

9 Conduta após Acidente com Instrumental Pérfurocortante no Curso de

Odontologia da UNISC .............................................................................................

27

10 Recomendação para Profilaxia de Hepatite B para Profissionais de Saúde com

Risco de Contaminação .............................................................................................

30

11 Cuidados em Radiologia ...................................................................................... 30

12 Cuidados no Laboratório de Prótese .................................................................... 31

13 Manejo de Material Biológico (Fragmento De Tecido Humano Advindo De

Biópsias) ....................................................................................................................

34

14 Dentes Extraídos .................................................................................................. 34

15 Cuidados com o Lixo ........................................................................................... 35

16 Normas de Prevenção na Clínica ......................................................................... 36

17 Normatização da Limpeza das Clínicas ............................................................... 39

18 Referências Bibliográficas ................................................................................... 46

19. Anexo – Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT ................................... 47

Page 4: manual_biosseguranca ACD

4

MANUAL DE BIOSSEGURANÇA 2004

1 COMISSÃO DE BIOSSEGURANÇA

• Profa. Cláudia Fabiana Reichert Bender

• Profa. Magda de Sousa Reis

• Prof. Rogério Brasiliense Elsemann

• Profa. Ronise Ferreira Dotto

A Portaria nº 40/2000, de 26.12.2000, da Secretaria do Estado de Saúde, aprova

a Norma Técnica de Biossegurança em Estabelecimentos Odontológicos e Laboratórios

de Prótese do Rio Grande do Sul. Essa Norma estabelece que em estabelecimentos de

assistência odontológica com mais de seis profissionais exercendo atividades clínicas,

deverá ser instituída uma Comissão de Biossegurança.

Dentre as funções dessa Comissão, uma é a de fazer cumprir o que determina o

Regulamento Interno exigido pela mesma Portaria, como:

- descrever os cuidados relativos aos aspectos de Biossegurança;

- estabelecer as rotinas de procedimentos no controle de doenças

transmissíveis; e

- manter registro das ocorrências relativas às doenças de notificação

compulsória.

O papel fundamental da Comissão envolve a criação de um programa de

controle de infecção, visando proteger pacientes e a equipe de saúde (professores,

estudantes, pessoal auxiliar e/ou técnico) do risco de transmissão de doenças infecciosas

nas clínicas do Curso de Odontologia da UNISC. As metas específicas desse programa

são:

- reduzir o número de microorganismos patogênicos encontrados no ambiente

de tratamento;

Page 5: manual_biosseguranca ACD

5

- reduzir o risco de contaminação cruzada no ambiente de tratamento;

- proteger a saúde dos pacientes e da equipe de saúde;

- conscientizar a equipe de saúde da importância de aplicar constantemente as

técnicas adequadas de controle de infecção;

- difundir entre todos os membros da equipe de saúde o conceito de

precauções universais, assumindo que qualquer contato com fluidos do corpo

é infeccioso e requer que todo profissional sujeito ao contato direto com eles

se proteja do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV), ou da hepatite B, C

ou D; e

- estudar e atender às exigências dos regulamentos governamentais locais,

estaduais e federais.

Para atingir seus objetivos, a Comissão de Biossegurança elaborou o presente

Manual numa seqüência que envolve algumas definições, noções sobre limpeza,

esterilização e desinfecção de artigos e normas para o seu emprego, a proteção da

equipe de saúde, envolvendo a lavagem das mãos e o uso de barreiras, a limpeza,

desinfecção e o uso de barreiras nas superfícies, seqüência de trabalho nas clínicas,

procedimentos diante de acidentes pérfuro-cortantes, limpeza das clínicas; eliminação

do lixo, cuidados com o ar e a água.

Este trabalho visa ao bem comum. Considerando que "os profissionais das

equipes de saúde bucal devem estar devidamente informados e atentos aos riscos

ocupacionais inerentes às atividades desenvolvidas", é responsabilidade de todos

contribuir para o cumprimento das normas propostas, bem como para a manutenção de

um ambiente de trabalho seguro e saudável.

2 AMBIENTAÇÃO DA ATIVIDADE ODONTOLÓGICA

Na área da saúde não há nenhuma atividade que apresente um quadro tão

heterogêneo de detalhes com vistas ao controle de infecção quanto a Odontologia. Isso

pode dificultar a tomada de decisões em relação aos cuidados quanto à esterilização ou à

desinfecção de superfícies e/ou instrumentos. As dificuldades poderão ser eliminadas ou

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6

reduzidas se o profissional distinguir o ambiente de atuação e o risco potencial de

transmissão dos instrumentos e materiais utilizados.

2.1 Classificação dos ambientes

Áreas não críticas - são aquelas não ocupadas no atendimento dos pacientes ou às

quais estes não têm acesso. Essas áreas exigem limpeza constante com água e sabão.

Ex. sala de espera, corredores e recepção.

Áreas semicríticas - são aquelas vedadas às pessoas estranhas às atividades

desenvolvidas. Ex.: lavanderia, laboratórios, biotério. Exigem limpeza e desinfecção

constante, semelhante à doméstica.

Áreas críticas - são aquelas destinadas à assistência direta ao paciente, exigindo

rigorosa desinfecção. Ex.: clínicas de atendimento e ambiente de esterilização. Os

equipamentos e mobiliários pertencentes a essas áreas requerem cuidados mais

freqüentes de limpeza e desinfecção, porque são os que mais se contaminam e os que

mais facilmente podem transmitir doenças. Pisos, tampos, peitoris e demais superfícies,

localizados nessas áreas, também merecem limpeza freqüente e cuidadosa porque

acumulam resíduos contaminados resultantes das atividades.

Áreas contaminadas - superfícies que entram em contato direto com matéria orgânica

(sangue, secreções ou excreções), independentemente de sua localização. Exigem

desinfecção com remoção da matéria orgânica e limpeza com água e sabão. Ex. clínicas,

escovódromos e laboratórios.

2.2 Classificação dos artigos

Artigos críticos - são aqueles que penetram nos tecidos subepiteliais da pele e mucosa,

sistema vascular ou em outros órgãos isentos de microbiota própria. Ex.: instrumentos

de corte ou ponta, artigos cirúrgicos - pinças, afastadores, fios de sutura, catéteres,

drenos - e soluções injetáveis.

Page 7: manual_biosseguranca ACD

7

- processo: lavagem e esterilização.

Artigos semicríticos - são aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra e/ou

pele não íntegra. Ex.: material para exame clínico (pinça, sonda e espelho),

condensadores, moldeiras, porta-grampos.

- processo: lavagem e esterilização.

Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou não

entram em contato direto com o paciente. Ex.: termômetro, equipo odontológico,

superfícies de armários e bancadas, aparelhos de raios X.

- processo: lavagem.

2.3 Classificação dos procedimentos clínicos

Os procedimentos clínicos dividem-se em:

Procedimento crítico - todo procedimento em que haja presença de sangue, pus ou

matéria contaminada pela perda de continuidade do tecido.

Procedimento semicrítico - todo procedimento em que exista a presença de secreção

orgânica (saliva), sem perda de continuidade do tecido.

Procedimento não crítico - todo procedimento em que não haja a presença de sangue,

pus ou outras secreções orgânicas, inclusive saliva.

Page 8: manual_biosseguranca ACD

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3 ESTERILIZAÇÃO POR PROCESSO FÍSICO

3.1 Vapor saturado sob pressão

É o processo que oferece maior segurança e economia. Pode ser realizado em

autoclave convencional horizontal ou autoclave a alto vácuo. A autoclave vertical é

própria para laboratório, não devendo ser utilizada para a esterilização de artigos

médico-cirúrgicos e odontológicos, pois os pacotes ficam superpostos dificultando a

drenagem do ar, retardando a penetração do vapor e dificultando a secagem dos artigos,

o que não garante a sua esterilização.

Tempo e temperatura de esterilização:

A esterilização ocorre em 30’, 15’ ou 4’. Porém o processo completo

(aquecimento, esterilização, secagem), dura aproximadamente 1h30min.

- Usar exposição por 30 (trinta) minutos a uma temperatura de 121ºC, em

autoclaves convencionais (uma atmosfera de pressão).

- Usar exposição por 15 (quinze) minutos a uma temperatura de 132ºC, em

autoclaves convencionais (uma atmosfera de pressão).

- Usar exposição por 04 (quatro) minutos a uma temperatura de 132ºC, em

autoclaves de alto vácuo.

3.2 Calor seco

O calor seco gerado em estufa elétrica (forno de Pasteur) é de uso limitado pois

sua penetração e distribuição dentro da câmara não se faz de maneira uniforme, além do

que o processo requer um tempo de exposição mais prolongado a altas temperaturas,

sendo inadequado para certos materiais, tais como tecidos e borrachas. A estufa deve

possuir um termômetro que indica a temperatura atingida no interior e um termostato

responsável pela manutenção da temperatura desejada. Deve-se colocar as caixas

maiores nas prateleiras superiores e as menores nas inferiores facilitando a condução de

Page 9: manual_biosseguranca ACD

9

calor, sem encostá-las na parede da estufa, nem encostar o bulbo do termômetro nas

caixas.

Importante:

- não colocar grande quantidade de material dentro das caixas, nem

sobrecarregar o aparelho;

- seguir o manual de instruções do fabricante;

- na central de esterilização do Curso de Odontologia, o tempo e a temperatura

utilizados na estufa são: 01 (uma) hora a 170ºC;

- atualmente, somente a esterilização das brocas tem sido realizada no calor

seco em razão de o calor úmido provocar a oxidação das mesmas.

3.3 Limpeza do instrumental

É primordial para qualquer tipo de processo de esterilização, a limpeza do

instrumental (1º - colocar no molho em solução enzimática; 2º - lavar com detergente

neutro e escova; 3º - complementar com uso de ultra-som.). Essa lavagem deve ser

realizada através de escovação com detergente líquido (neutro ou enzimático), podendo

ser complementada com aparelhos de ultra-som.

Importante: Utilizar SEMPRE as luvas de borracha.

Limpar efetivamente o instrumental e caixa, logo após sua utilização, através de

escovação com escova de cerdas de nylon (cada aluno deverá ter a sua), e detergente

neutro, esses disponibilizados pela Central de Esterilização. Uma opção melhor para a

limpeza é o uso do detergente enzimático (agente de limpeza com agentes tensio-ativos

e enzimas), em cubas de plástico que sempre estarão disponíveis no setor de lavagem da

Central de Esterilização durante o período de funcionamento das clínicas.

- as auxiliares de clínica deverão deixar disponível para os alunos detergentes

enzimáticos em recipientes de plástico, sendo usado as medidas de 4ml de

solução para 1l de água;

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- ao término da atividade clínica, os instrumentos devem ser mergulhados na

solução por 5 a 10 minutos, e, depois, bem escovados e enxaguados sob água

corrente;

- secar cuidadosamente com papel absorvente, inclusive as articulações, para

evitar corrosão e enrijecimento;

- a solução enzimática será eliminada ao final do horário da clínica, sendo

então o recipiente lavando com água e detergente, enxaguado, enxugado e

deixado sobre a pia, sendo essa uma responsabilidade das auxiliares de

serviços gerais, ou dos auxiliares de clínica da Central de Esterilização.

3.4 Acondicionamento

Para autoclave:

- instrumental em pouca quantidade: utilizar envelope de papel crepado ou

grau cirúrgico;

- instrumental em maior quantidade: acondicionar em caixa metálica

totalmente perfurada ou bandeja (até 4 cm de altura) envolvido em papel

crepado ou grau cirúrgico;

- as caixas de inox quando não totalmente perfuradas, devem ser embaladas

com papel crepado ou grau cirúrgico sem a tampa;

- o instrumental com trava de fechamento deverá estar entreaberto.

Lembrete: As caixas (perfuradas ou não) devem ser forradas com papel

crepado.

Para estufa:

- somente as brocas serão esterilizadas na estufa, devendo estar

acondicionadas em vidro ou material resistente ao calor seco e envolvidas

em papel crepado.

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3.5 Prazo de validade

Recomenda-se o prazo de 7 (sete) dias de validade para os artigos esterilizados

por processo físico, considerando que a embalagem permaneça íntegra.

ATENÇÃO: Caso o pacote esterilizado seja aberto e não utilizado, deve-se considerá-

lo contaminado, necessitando ser submetido ao processo de esterilização novamente. O

mesmo é indicado para pacotes que estejam rasgados.

4 PREPARO DO INSTRUMENTAL A SER ESTERILIZADO NA CENTRAL DE

ESTERILIZAÇÃO

Cabe ao usuário da Central de Esterilização seguir as seguintes instruções,

pertinentes à limpeza e ao acondicionamento abordados no item anterior (páginas 9 e

10).

4.1 Limpeza

4.2 Entrega

O material deve ser entregue na Central de Esterilização de acordo com o dia e

horário preestabelecidos, e não será aceito caso esteja em condições inadequadas para

validação do processo de esterilização.

4.3 Retirada

O material, depois de esterilizado, deverá ser retirado na Central de Esterilização

obedecendo as regras estabelecidas por esta Central.

Page 12: manual_biosseguranca ACD

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4.4 Validade

O material processado pela Central de Esterilização terá validade de 7 dias, a

contar da data de esterilização, desde que não tenha sido retirado da embalagem

protetora, e a mesma permaneça íntegra.

4.5 Cuidados com as peças de mão

O tratamento pelo calor exige que sejam seguidas as instruções do fabricante

quanto à limpeza e à lubrificação dos mesmos, para prolongar sua vida útil. É aceita a

desinfecção por calor ou álcool 70%, utilizando-se também a instalação de barreiras.

4.6 Técnica para empacotamento de material e instrumental

Na esterilização em autoclave

O empacotamento de material e/ou instrumental a ser esterilizado em autoclave

deve obedecer a uma seqüência na execução das dobras, conforme a ilustração a seguir.

Esta seqüência tem por finalidade manter a assepsia da área de trabalho, evitando

contaminação por manipulação inadequada do material estéril.

A B C

Page 13: manual_biosseguranca ACD

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D E F

G H

(A finalização pode ser com

fita crepe, não será permitida a

embalagem do material fora do

local determinado, na central de

esterilização)

5 DESINFECÇÃO

É o processo pelo qual são destruídos os microorganismos em sua forma

vegetativa, sendo utilizado no tratamento de superfícies ou áreas críticas e áreas

contaminadas. A desinfecção diária deve ser realizada com hipoclorito de sódio a 1%,

água e sabão. Ao empregar agentes desinfetantes, utilizar os Equipamentos de Proteção

Individual – EPI.

Page 14: manual_biosseguranca ACD

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5.1 Descontaminação de instrumentos

Imergir o material contaminado na solução enzimática, idealmente por 5 a 10

minutos.

5.2 Desinfecção de instrumentos

Para os instrumentos semicríticos e não-críticos somente será usada a solução

enzimática para realizar a desinfecção.

Imergir o material limpo e seco na solução, por 5 a 10 minutos, obedecendo aos

detalhes apresentados na esterilização química. Depois de desinfetados, os instrumentos

devem ser retirados da solução e abundantemente enxaguados para eliminação completa

dos resíduos do desinfetante.

5.3 Desinfecção de superfícies

- Empregar desinfetantes de nível intermediário, uma vez que o trabalho

odontológico envolve a produção de aerossóis capazes de atingir distâncias

de 1,5 a 2 metros;

- Verificar se não há incompatibilidade entre o detergente usado e o

desinfetante;

- Nunca deixar o desinfetante em contato com a superfície a ser

descontaminada por um período menor que o indicado.

ATENÇÃO: após cada atendimento, o aluno deverá fazer a desinfecção de áreas

contaminadas. No caso de contaminação localizada (com presença de sangue, excreções

ou secreções), deve-se: colocar luva de borracha; aplicar hipoclorito de sódio a 1%;

deixar agir por 10 minutos; retirar com papel toalha; limpar com água e sabão.

Page 15: manual_biosseguranca ACD

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6 USO DE BARREIRAS NAS SUPERFÍCIES

6.1 Barreiras

“É mais fácil, mais seguro e mais correto evitar a contaminação com o uso de

barreiras, que descontaminar uma superfície suja, ou tentar eliminá-la depois que

ocorreu ou pretender que o processo de desinfecção mate todos microorganismos que se

acumularam sobre a superfície desprotegida” (“SCHAEFER”, 1994).

Uma alternativa para a desinfecção das superfícies é o uso de barreiras. A

barreira elimina a necessidade de desinfecção entre pacientes, uma vez que evita

contaminações. Todavia, sempre deve ser trocada após cada paciente.

6.1.1 - Atributos da barreira

- baixo custo;

- impermeabilidade;

- tamanho suficiente para cobrir completamente a área a ser protegida.

6.1.2 – Materiais

- folha de alumínio;

- plástico;

- PVC;

- polipropileno.

6.1.3 Uso

Áreas de alto toque e/ou difíceis de limpar/desinfetar:

- interruptor;

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- alça do refletor;

- botoneira;

- comandos da cadeira;

- mangueiras;

- cabeça, alça e disparador do raio X;

- base, timer e pistola do fotopolimerizador.

7 PROTEÇÃO DA EQUIPE DE SAÚDE

7.1 Barreiras pessoais

- a proteção para equipe de saúde - professores e funcionários - será fornecida

pela instituição;

- cabe aos alunos providenciar a aquisição dos equipamentos de proteção

individual obrigatórios.

7.1.1 Luvas

Sempre que houver possibilidade de contato com sangue, saliva contaminada por

sangue, contato com a mucosa ou com superfície contaminada, o profissional deve

utilizar luvas. Embora as luvas não protejam contra perfurações de agulhas, está

comprovado que elas podem diminuir a penetração de sangue em até 50% do seu

volume. As luvas não são necessárias enquanto se faz o contato social com o paciente,

tomada do histórico, medição da pressão sangüínea ou procedimentos similares. Luvas

não estéreis são adequadas para exames e outros procedimentos não cirúrgicos; luvas

estéreis devem ser usadas para os procedimentos cirúrgicos.

Page 17: manual_biosseguranca ACD

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Uso das luvas

- antes do atendimento de cada paciente, o profissional deve lavar suas mãos e

colocar novas luvas. Após o tratamento de cada paciente ou antes de deixar a

clínica, o profissional deve remover e descartar as luvas e lavar as mãos.

- em procedimentos de longa duração as luvas deverão ser substituídas pois

essas NÃO resistem ao contato prolongado com as secreções.

- tanto as luvas para procedimento como as cirúrgicas deverão ser

descartadas, não sendo permitida a sua reutilização, pois:

- a lavagem das luvas pode causar a penetração de líquidos através de furos

imperceptíveis;

- a ação dos agentes desinfetantes, óleos, loções oleosas e tratamentos térmicos, como o

uso do autoclave, podem determinar sua deterioração;

- os antissépticos aumentam o tamanho e o número de orifícios nas luvas e removem o

revestimento externo da maioria das luvas comerciais.

Tipos de luvas

As luvas estão disponíveis, no comércio, em 5 tipos:

- luvas cirúrgicas de látex estéreis;

- luvas descartáveis de látex;

- luvas descartáveis de vinil;

- sobreluvas de PVC;

- luvas para limpeza geral de borracha grossa.

Normas na utilização das luvas:

- as luvas NÃO devem ser utilizadas fora das áreas de tratamento;

- as luvas devem ser trocadas entre os tratamentos de diferentes pacientes;

- a parte externa das luvas NÃO deve ser tocada na sua remoção;

Page 18: manual_biosseguranca ACD

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- as luvas devem ser checadas quanto à presença de rasgos ou furos antes e

depois de colocadas, devendo ser trocadas, caso isso ocorra;

- se as luvas se esgarçarem ou rasgarem, durante o tratamento de um paciente,

devem ser removidas e eliminadas, lavando-se as mãos antes de calçar uma

nova luva;

- superfícies ou objetos fora do campo operatório NÃO podem ser tocados por

luvas usadas no tratamento do paciente. Recomenda-se a utilização de sobre-

luvas ou pinças esterilizadas;

- em procedimentos cirúrgicos demorados, com sangramento intenso, e em

casos de pacientes que se saiba houver risco de contaminação, está indicado

o uso de dois pares de luvas;

- se ocorrerem acidentes com instrumentos pérfurocortantes, as luvas devem

ser removidas e eliminadas, as mãos devem ser lavadas e o acidente

comunicado ao professor responsável da disciplina e/ou responsável pela

Biossegurança.

Técnica para a colocação das luvas esterilizadas

- colocar o pacote sobre uma mesa ou superfície lisa, abrindo-o sem

contaminá-lo. Expor as luvas de modo que os punhos fiquem voltados para

si;

- retirar a luva esquerda (E) com a mão direita, pela dobra do punho. Levantá-

la, mantendo-a longe do corpo, com os dedos da luva para baixo. Introduzir a

mão esquerda, tocando apenas a dobra do punho;

- introduzir os dedos da mão esquerda enluvada sob a dobra do punho da luva

direita (D). Calçar a luva direita, desfazendo a seguir a dobra até cobrir o

punho da manga do avental;

- colocar os dedos da mão D enluvada na dobra do punho da luva E, repetindo

o procedimento acima descrito;

- ajustar os dedos de ambas as mãos;

Page 19: manual_biosseguranca ACD

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- após o uso, retirar as luvas puxando a primeira pelo lado externo do punho, e

a segunda pelo lado interno.

7.1.2 Máscaras

Durante qualquer tipo de procedimento (exame, tratamento...) em qualquer

paciente, deve ser usada máscara na face para proteger as mucosas nasais e bucais da

exposição ao sangue e saliva. A máscara deverá ser descartável e apresentar camada

dupla ou tripla, para filtração eficiente.

Normas para a utilização das máscaras:

- NÃO são necessárias no contato social, tomada da história clínica, medição

da pressão arterial ou procedimentos semelhantes;

- devem ser colocadas após o gorro e antes dos óculos de proteção;

- devem adaptar-se confortavelmente à face, sem tocar lábios e narinas;

- não devem ser ajustadas ou tocadas durante os procedimentos;

- devem ser trocadas sempre que se tornarem úmidas, quando dos

procedimentos geradores de aerossóis ou respingos, ou apresentarem

qualquer teor de sujidade, o que diminui sua eficiência;

- não devem ser usadas fora da área de atendimento, nem ficar penduradas no

pescoço;

- devem ser descartadas nos locais apropriados, após o uso em cada turno

devem ser removidas enquanto o profissional estiver com luvas. Nunca com

as mãos nuas;

- para sua remoção, devem o mínimo possível ser manuseadas e somente pelos

bordos ou cordéis, tendo em vista a contaminação;

- o uso de protetores faciais de plástico NÃO exclui a necessidade da

utilização das máscaras.

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7.1.3 Óculos de proteção

Óculos de proteção com vedação lateral, ou protetores faciais de plástico, devem

ser usados para proteção ocular contra acidentes ocupacionais (partículas advindas de

restaurações, placa dentária, polimento) e contaminação proveniente de aerossóis ou

respingos de sangue e saliva.

Normas para a utilização dos óculos de proteção:

- devem ser utilizados durante o tratamento de qualquer paciente;

- devem ser utilizados: quando necessário no laboratório, na desinfecção de

superfícies e durante a manipulação de instrumentos na área de lavagem;

- NÃO devem ser utilizados fora da área de trabalho.

Cuidados

A limpeza dos óculos de proteção ou protetores faciais deve ser realizada através

da sua lavagem e desinfecção com álcool 70%, após cada procedimento.

7.1.4 Aventais

Os aventais devem ser utilizados nas clinicas e laboratórios. O seu uso é

imprescindível sempre que houver possibilidade de sujar as roupas com sangue ou

outros fluidos orgânicos.

O modelo de avental indicado é: de cor branca, gola alta do tipo "gola de padre",

com mangas longas e punho (de elástico ou ribana) comprimento 3/4, sendo mantido

sempre abotoado até o pescoço.

Normas para a utilização dos aventais:

- o avental fechado, com colarinho alto e mangas longas (com elástico ou

ribana), é o que oferece a maior proteção;

- devem ser trocados sempre que contaminados por fluidos corpóreos;

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- devem ser retirados na própria clínica. Apresentando qualquer sujidade,

deverão ser retirados com cuidado e colocados em sacos de plástico, para

posterior limpeza. Com essa atitude, evita-se a veiculação de

microorganismos da clínica para outros ambientes, inclusive o doméstico.

7.1.5 Gorros

Os gorros têm a função de proteger os cabelos, orelhas e testa da contaminação

através de aerossóis e gotículas de sangue e saliva. Os modelos mais indicados são

aqueles descartáveis que protegem cabelos, cobrem totalmente as orelhas e toda a testa.

Normas para a utilização dos gorros:

- os cabelos deverão estar presos;

- devem ser trocados sempre que contaminados por fluidos como aerossóis

advindos de diversos procedimentos e de exposição à saliva e à sangue nos

atos de cirurgia.

7.2 Lavagem e cuidado das mãos

Nenhuma outra medida de higiene pessoal tem impacto tão positivo na

eliminação da infecção cruzada na clínica odontológica quanto a lavagem das mãos. A

lavagem simples das mãos, ou lavagem básica das mãos, que consiste na fricção com

água e sabão, é o processo que tem por finalidade remover a sujidade e a microbiota

transitória. A água e o sabão removem os microrganismos transitórios adquiridos direta

ou indiretamente do contato com o paciente. Portanto, antes de procedimentos

odontológicos de rotina, como exames e técnicas não cirúrgicas (procedimentos semi-

críticos) e após procedimentos críticos, basta a lavagem com sabão líquido comum.

Page 22: manual_biosseguranca ACD

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Por ser tão importante a lavagem das mãos gerou regras como:

- todo estabelecimento de assistência odontológica deve ter lavatório com água

corrente, de uso exclusivo para lavagem de mãos dos membros da equipe de saúde

bucal;

- a lavagem de mãos é obrigatória para todos os componentes da equipe de saúde

bucal;

- o lavatório deve contar com: dispositivo que dispense o contato de mãos com o

volante da torneira ou do registro quando do fechamento da água; toalhas de papel;

sabonete líquido;

- a limpeza e/ou descontaminação de artigos não deve ser realizada no mesmo

lavatório para lavagem de mãos.

Quando realizar a lavagem das mãos:

- no início do dia;

- antes e após o atendimento do paciente;

- antes de calçar as luvas e após removê-las;

- após tocar qualquer instrumento ou superfície contaminada;

- antes e após utilizar o banheiro;

- após tossir, espirrar ou assoar o nariz;

- ao término do dia de trabalho.

Técnica para lavagem das mãos:

- remover anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitinhas;

- umedecer as mãos e os pulsos em água corrente;

- dispensar sabão líquido suficiente para cobrir mãos e pulsos;

- ensaboar as mãos;

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- esfregar o sabão em todas as áreas, com ênfase particular nas áreas ao redor

das unhas e entre os dedos, por um mínimo de 15 segundos antes de

enxaguar com água fria. Dar atenção especial à mão não dominante, para

certificar-se de que ambas as mãos fiquem igualmente limpas. Obedecer a

seqüência:

- palmas das mãos;

- dorso das mãos;

- espaços entre os dedos;

- polegar;

- articulações;

- unhas e pontas dos dedos;

- punhos.

- secar completamente utilizando toalhas de papel descartáveis.

Page 24: manual_biosseguranca ACD

24

Lavagens das Mãos

7.4 Lavagem e antissepsia das mãos

É o processo utilizado para destruir ou remover microorganismos das mãos,

utilizando antissépticos. Realizada antes de procedimentos cirúrgicos e de

procedimentos de risco, utiliza antissépticos com detergente ou a lavagem com água e

sabão, seguida de antisséptico. O procedimento é basicamente o mesmo descrito na

lavagem das mãos.

Solução utilizada na antissepsia das mãos

- solução de digluconato de clorexidina a 2 ou 4% com detergente.

7.5 Antissepsia cirúrgica das mãos

É o processo usado para:

Page 25: manual_biosseguranca ACD

25

- eliminar a microbiota transitória, constituída por contaminantes recentes

adquiridos do ambiente e que ficam na pele por períodos limitados;

- controlar a microbiota residente, constituída pelos microorganismos

residentes na pele, ou seja, que sobrevivem e se multiplicam na pele e podem

ser repetidamente cultivados;

- manter efeito residual por 2 a 6 horas.

O preparo cirúrgico ou degermação cirúrgica das mãos e antebraços deve ser realizado

antes de cirurgias e procedimentos invasivos (procedimentos críticos). O tempo

necessário para realizar o preparo cirúrgico varia com o tamanho da superfície. Porém,

para efeito de padronização, recomenda-se um período de 5 minutos. A escovação visa

remover microorganismos e sujidades de locais de difícil acesso, como pregas cutâneas

e unhas e deve-se restringir a esses, pelo risco de causar lesões de pele que favoreçam a

proliferação microbiana. As escovas devem ser de cerdas macias, descartáveis ou

devidamente esterilizadas.

Técnica para antissepsia cirúrgica das mãos

- remover anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitinhas, das mãos e antebraços;

- prender os cabelos e posicionar corretamente o gorro, a máscara e óculos;

- abrir a torneira e regular a temperatura e fluxo da água;

- lavar as mãos e antebraços com solução degermante e enxaguar;

- escovar as unhas durante 1 minuto com solução degermante. Desprezar a

escova;

- friccionar mãos e antebraços com solução degermante por 4 minutos,

seguindo uma seqüência sistematizada para atingir toda a superfície (tempo

total de 5 minutos);

- enxaguar abundantemente as mãos/antebraços com água corrente, deixando

escorrer das mãos para os cotovelos;

- secar as mãos e antebraços com compressa estéril;

- calçar luvas estéreis.

Page 26: manual_biosseguranca ACD

26

7.6 Cuidados com as mãos

- limpar sob as unhas. As unhas são áreas comuns para impacção de sangue e

este sangue não é facilmente removido pelas técnicas de lavagem das mãos.

Portanto, devem ser mantidas curtas e palitos de plástico ou de madeira

podem ser utilizados para limpá-las;

- em presença de lesões exsudativas ou dermatite úmida em qualquer área da

pele exposta, evitar o contato com pacientes e o manejo de qualquer

equipamento usado para o tratamento, até a resolução do problema;

- as mãos devem sempre ser secas completamente. A secagem adequada pode

ser o primeiro passo na prevenção de irritações na pele;

- escolher produto com pH semelhante ao da pele (pH 5,5 a 6,5), assim a

camada córnea se mantém forte, impermeável e lisa. Diante de produtos com

pH maior (8,0 a 9,0), após múltiplas lavagens a alcalinidade altera o pH da

pele, resultando em aspereza, vermelhidão, queratina fraca, superfície rugosa

e relativamente porosa;

- sempre que realizar trabalhos fora da clínica, que possam prejudicar as mãos,

usar luvas domésticas de borracha;

- proteger os cortes ou abrasões nas mãos ou antebraços com curativo

impermeável (micropore) antes do trabalho em consultório.

8 ACIDENTES DE TRABALHO

De acordo com o Ministério da Saúde (1999), abaixo estão relacionadas as

regras para prevenção de acidentes.

8.1 Prevenção de acidentes

- as agulhas devem ser reencapadas pela “técnica da mão única”, técnica de

deslizar a agulha para dentro da tampa deixada sobre uma superfície

(bandeja do instrumental ou mesa auxiliar);

Page 27: manual_biosseguranca ACD

27

- durante o trabalho, a passagem das seringas sobre o paciente deve ser

minimizada ou totalmente eliminada, se possível;

- manusear com o máximo cuidado com objetos pérfuro-cortantes, como

bisturis e exploradores, para evitar cortes e arranhões;

- não colocar objetos contaminados nos bolsos dos uniformes;

- usar diques de borracha e sugador de alta potência sempre que possível;

- não tocar olhos, nariz, boca, máscara ou cabelo durante o atendimento do

paciente;

- não se alimentar, beber nem fumar na clínica.

ATENÇÃO: A seriedade dos acidentes nas clínicas exige de todos muito cuidado. Por

isso, é importante que:

- para qualquer paciente, seja realizada uma anamnese bem feita;

- todos (alunos, professores e funcionários das clínicas) façam vacinação

contra a hepatite B;

- se manuseie cuidadosamente os instrumentos pérfuro-cortantes;

- após a utilização de brocas (sejam elas de qualquer tipo), seja feita sua

retirada imediatamente;

- a limpeza do instrumental seja feita com uso de luva de borracha grossa.

9 CONDUTA APÓS ACIDENTE COM INSTRUMENTAL

PÉRFUROCORTANTE NO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNISC

A política atual da Saúde, considera todo e qualquer paciente (independente da

idade) como portador de vírus patogênicos em seu sangue, com possibilidade de

transmiti-los. Baseado nisso recomenda que seja realizada a profilaxia antiviral

idealmente até duas horas após qualquer acidente com instrumentos pérfuro-cortantes.

Assim, a Comissão de Biossegurança do Curso de Odontologia da UNISC estabelece

Page 28: manual_biosseguranca ACD

28

uma conduta específica após esse tipo de acidente (seja com alunos, professores e

funcionários das clínicas), com a finalidade de agilizar o atendimento.

A orientação que será descrita abaixo deverá ser seguida sempre que houver

algum tipo de acidente com instrumental pérfuro-cortante em qualquer parte do corpo

(dedos, mãos, braços, cotovelo). O tempo decorrido entre um acidente e outro não

mudará em nada a orientação. Caso o aluno, professor ou funcionário envolvido no

acidente se negar a realizar os procedimentos recomendados, o mesmo deverá assinar

um termo de compromisso.

O que fazer após o acidente com instrumento pérfuro-cortante:

PRIMEIRO:

- se estiver atendendo ao paciente: parar imediatamente o

atendimento! Realizar o primeiro cuidado local: se o acidente ocorreu

na pele, lavar abundantemente com água e sabão, ou com o antisséptico;

se na mucosa, lavar abundantemente com água ou soro fisiológico. E em

seguida informar ao professor;

- se estiver recolhendo e/ou lavando o instrumental: parar

imediatamente a atividade! Realizar o primeiro cuidado local: se o

acidente ocorreu na pele, lavar abundantemente com água e sabão, ou

com o antisséptico; se na mucosa, lavar abundantemente com água ou

soro fisiológico. E em seguida informar ao professor ou procurar o

responsável pela biossegurança.

ATENÇÃO: Não usar substâncias cáusticas como hipoclorito de sódio e não provocar

maior sangramento do local ferido, por serem atitudes que aumentam a área lesada e,

conseqüentemente, maior exposição ao material infectante.

SEGUNDO:

- O professor responsável junto com o aluno deverá preencher uma

Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT (anexo 1), na coordenação

do curso. Solicitar o auxílio de um funcionário previamente treinado

Page 29: manual_biosseguranca ACD

29

pela Comissão de Biossegurança para esse fim. Esse funcionário irá

solicitar um veículo da UNISC para transporte do aluno acidentado e de

um acompanhante, se necessário, ao Centro Municipal de Atendimento a

Sorologia – CEMAS. Caberá a esse funcionário orientar o motorista

quanto ao endereço do CEMAS (Rua.........................................., nº..........

– Fone: 3711 3883). O funcionário também informará ao CEMAS que o

acidentado está se encaminhando para lá ou, não sendo horário de

atendimento do mesmo, ligará para um dos médicos que prestam

atendimento no CEMAS para orientações gerais; sendo necessária a

medicação antiretroviral, o funcionário avisará ao SIS e encaminhará o

acidentado para lá ou para o plantão do SUS (Rua Ernesto Alves, nº...... –

fone: ...................) a fim de receber a medicação, que é fornecida

gratuitamente.

TERCEIRO:

- O professor responsável ou substituto deverá conversar com o

paciente (se o acidente ocorreu durante o atendimento e ainda está na

clínica), explicando o que acontecerá com o aluno frente ao ocorrido, e

solicitar sua colaboração no sentido de submeter-se à coleta de sangue,

para os exames sorológicos necessários. Deve-se deixar claro que o

exame não é obrigatório. Portanto, não será possível exigir que o

paciente o faça. Se o acidente ocorreu após a liberação do paciente,

entrar em contato o mais breve possível com ele para pedir sua

colaboração no sentido de realizar os exames necessários. Arquivar a

segunda via da documentação preenchida (anexo 2).

ATENÇÃO: Se o acidente ocorrer após a saída dos professores, o aluno deverá

comunicar a um funcionário da clínica, que entrará em contato com o professor

responsável pela disciplina ou com o responsável da Biossegurança.

No CEMAS

- com a Comunicação de acidente na mão, o aluno dirigir-se-á à secretária

do CEMAS, que já estará avisada do acidente;

Page 30: manual_biosseguranca ACD

30

- apresentar-se à ela, que encaminhará o acidentado para conversar com

um dos funcionários do CEMAS (enfermeira, assistente social, psicólogo

ou médico);

- após, será agendada a data que o acidentado assistirá a uma palestra

educativa/preventiva sobre DSTs e HIV/AIDS e que fará a coleta de

sangue;

- no dia da coleta de sangue, serão marcados o dia e a hora para o

acidentado receber o resultado do exame.

10 RECOMENDAÇÃO PARA PROFILAXIA DE HEPATITE B PARA

PROFISSIONAIS DE SAÚDE COM RISCO DE CONTAMINAÇÃO

É norma da UNISC que todos os alunos, professores e funcionários, que atuam

nas clínicas do Curso de Odontologia, devam estar vacinados contra Hepatite B.

11 CUIDADOS EM RADIOLOGIA

- usar sempre luvas durante as tomadas radiográficas;

- proteger com barreiras (sacos plásticos ou filmes de PVC ou plástico) as

partes do aparelho de raios X que forem tocadas durante as tomadas

radiográficas, após desinfetar com álcool 70%;

- o cabeçote e o botão disparador do aparelho de raio X deverão ser

desinfetados com álcool 70%, e protegidos com barreiras;

- depois da tomada radiográfica, descartar o saco plástico e, com pinça

clínica, ou através do auxiliar, remover o filme do posicionador e colocá-

lo em uma toalha de papel ou copo descartável. NUNCA tocar no filme

com luvas contaminadas pela saliva do paciente. Se isso ocorrer, fazer a

desinfecção do filme com gaze embebida em álcool 70%, friccionando as

faces do filme por 30 segundos;

Page 31: manual_biosseguranca ACD

31

- quando não for possível usar o posicionador e o filme embalados com

plástico, o operador deverá solicitar a ajuda de um auxiliar para

posicionar o cilindro localizador. Nos casos em que o operador estiver

sozinho, deverá cobrir o cabeçote do aparelho e o botão disparador com

plástico. Os posicionadores (mesmo usados com plástico) após o uso

deverão ser lavados com água e detergente e desinfetados em álcool

70%;

- para as técnicas panorâmicas, os mordedores (blocos de mordida)

deverão receber barreiras e após o uso deverão ser lavados com água e

detergente e desinfetados em álcool 70%;

- os filmes somente poderão ser levados para o processamento na câmara

escura ou nas caixas de revelação, se estiverem livres de contaminação;

- antes do processamento das radiografias, o operador deve colocar as

sobreluvas e levar os filmes para a câmara escura em copo descartável ou

toalha de papel;

- as bancadas das câmaras escuras ou as caixas de revelação deverão ser

desinfetadas ao final do dia com álcool 70%.

12 CUIDADOS NO LABORATÓRIO DE PRÓTESE

Para se garantir a biossegurança nos moldes e próteses, fazem-se necessários cuidados

com a desinfecção dos mesmos.

12.1 Desinfecção de moldes

Existe uma preocupação quanto à influência da desinfecção dos moldes sobre a

reprodução dos detalhes, a estabilidade dimensional e o grau de umedecimento dos

materiais de moldagem. É importante, portanto, a seleção de desinfetante compatível

com o material, lembrando que a compatibilidade pode variar com o fabricante. São

usados o hipoclorito de sódio e o glutaraldeído.

Page 32: manual_biosseguranca ACD

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Técnica para desinfecção de moldes:

- lavar em água corrente, remover o excesso de água, batendo suavemente

a moldeira sobre uma superfície firme;

- borrifar o materail de moldagem com o hipoclorito de sódio;

- envolver a moldeira e o material de moldagem com papel toalha ou gaze

umedecido com o desinfetante;

- colocar em cuba de plástico com tampa, ou em saco de plástico com

fecho, por 10 minutos;

- lavar em água corrente;

- secar;

- vazar modelo.

12.2 Desinfecção de próteses

As próteses devem sofrer desinfecção quando são recebidas ou enviadas ao

laboratório, durante as várias etapas da confecção. A técnica de desinfecção é a mesma

já descrita para moldes. Um aviso: produtos semelhantes de diferentes fabricantes

podem exibir compatibilidade diferente a um desinfetante.

Próteses fixas de metal e porcelana são desinfetadas em glutaraldeído.

Próteses totais e removíveis são desinfetadas em hipoclorito de sódio 0,5% ou 1%.

Obs.: Algumas próteses podem requerer limpeza antes da desinfecção. Essa deve ser

feita no consultório, com o uso de instrumentos manuais e/ou limpador ultra-sônico.

Para esse último, colocar a peça num saco de plástico com fecho ou bequer de vidro e

acionar o aparelho por 3 a 10 minutos com água. Em alguns casos o desinfetante pode

ter que ser substituído por um tipo especial de solução para limpeza ultra-sônica.

Page 33: manual_biosseguranca ACD

33

CUIDADO DURANTE O MANUSEIO DE PRÓTESES

O desgaste e polimento: em moldes, aparelhos e próteses só deve ser realizado sobre

material desinfetado. O envio de dispositivos não desinfetados para o laboratório cria

condições para a infecção cruzada.

Uso de brocas e pedras: todas as brocas e pedras usadas no laboratório devem ser

esterilizadas antes do uso e empregadas para material de um único paciente, antes de

serem esterilizadas novamente.

Tornos e ventilação: como trabalho com o torno odontológico tanto pode causar uma

difusão da infecção, e também um ferimento. A ação rotatória dos discos, pedras e tiras

gera aerossóis, respingos e projéteis. Sempre que o torno for usado, deve-se colocar

óculos protetores, abaixar o protetor de plexiglas e acionar o sistema de ventilação. É

altamente recomendado o uso de máscara. TODOS os acessórios, como pedras, discos

de pano e tiras devem ser esterilizados entre usos ou jogados fora. O torno deve ser

desinfetado ao final de cada período de aula clínica.

Pedra-pomes: para cada paciente devem ser usados pedra-pomes e forradores de

bandeja novos. O baixo custo da pedra-pomes e a comprovada contaminação bacteriana

presente na pedra-pomes reutilizada PROÍBE usos múltiplos.

Polimento: se o material a ser polido foi preparado assepticamente, são mínimos os

riscos de infecção. Para evitar a difusão potencial de microorganismos, contudo, todos

os agentes para polimento devem ser retirados em pequenas quantidades dos

reservatórios grandes. O material não usado não deve retornar ao estoque central, mas,

sim, ser eliminado. A maioria dos acessórios para polimento é de uso único, descartável.

Os itens reutilizáveis devem ser, se possível, ou esterilizados ou desinfetados entre usos.

Casos intermediários: tanto as próteses parciais como as totais passam por estágios

intermediários de experimentação em cera. Coroas unitárias, pontes e armação de

próteses parciais freqüentemente são testadas antes da cimentação ou soldagem. Elas

devem ser desinfetadas antes de serem devolvidas ao laboratório. Na maioria dos casos,

os procedimentos são os mesmos descritos para o trabalho terminado.

Page 34: manual_biosseguranca ACD

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13 MANEJO DE MATERIAL BIOLÓGICO (Fragmento de Tecido Humano

Advindo de Biópsias)

- o material biológico deverá ser colocado em frasco resistente contendo

formaldeído a 10%, com tampa segura, e transportado em saco plástico

ao laboratório;

- tomar cuidado durante a coleta, para evitar a contaminação externa do

frasco;

- se ocorrer contaminação externa do frasco, fazer a limpeza e desinfecção.

14 DENTES EXTRAÍDOS

O que fazer com os dentes extraídos:

- devolver ao paciente, se ele o desejar;

- o ideal é que o paciente seja informado da importância que a doação de

seu dente terá para futuras pesquisas e concorde em assinar o termo de

doação, para que o mesmo seja destinado ao Banco de Dentes;

- se ele for considerado "lixo patológico humano" não poderá ser

devolvido ao paciente e sim eliminado no recipiente para pérfuro-

cortantes;

- no caso de usá-los no ensino, observar a rotina exposta a seguir:

- os dentes extraídos devem ser considerados infectantes e

classificados como amostras clínicas, pois contêm sangue, por isso

durante todo o seu manuseio é importante usar EPI;

- as pessoas que coletam, transportam ou manipulam dentes extraídos

devem manejá-los com os mesmos cuidados tomados com a biópsia;

- antes da manipulação, os dentes devem ser desinfetados por 30

minutos em glutaraldeído a 2% ou hipoclorito de sódio a 1%, e

Page 35: manual_biosseguranca ACD

35

depois livrados do material aderente, através de escovação com

detergente e água;

- depois de limpos, os dentes devem ser autoclavados, lembrando

que dentes com restaurações de amálgama não podem ser

autoclavados (pois o mercúrio seria liberado ao aquecimento, criando

um risco químico), devendo ser tratados com solução de

glutaraldeído por 10 horas e lavados em água corrente;

- a superfície de trabalho e os equipamentos devem receber barreiras

e serem limpos e desinfetados após o término dos trabalhos.

ATENÇÃO: Para outras utilizações, pesquisa por exemplo, os procedimentos propostos

devem ser reavaliados para que não interfiram na metodologia utilizada.

15 CUIDADOS COM O LIXO

A organização de um sistema de manuseio eficiente do lixo começa com a

segregação do lixo infecctante daquele que não o é, no local onde é gerado.

Deve-se classificar como lixo potencialmente infectante, instrumentos afiados como

agulhas, lancetas, bisturis ou vidro quebrado contaminado, sangue e fluidos corporais,

dentes extraídos considerados como “lixo patológico humano”, bem como materiais

contaminados com eles.

O descarte destes materiais deve seguir as seguintes orientações:

- objetos pérfuro-cortantes, tais como agulhas, lâminas de bisturi, brocas,

pontas diamantadas, limas endodônticas, devem ser descartados em

recipientes vedados, rígidos, e identificados com a simbologia de risco

biológico. Após seu fechamento, devem ser acondicionados em saco

branco leitoso, preenchido até 2/3 de sua capacidade, para evitar

vazamentos. Nunca tentar descartar um objeto pérfuro-cortante, num

recipiente cheio demais. A caixa de descarte para pérfuro-cortantes

deverá ser substituída caso esteja acima do nível permitido, ressaltando-

se que essa deve ser utilizada somente para material perfurocortante e

Page 36: manual_biosseguranca ACD

36

não para o lixo comum. Caso a caixa de descarte esteja no seu nível

máximo, a troca poderá ser solicitada pelos alunos na central de

distribuição da clínica;

- durante o uso, os recipientes para pérfuro-cortantes devem ficar

facilmente acessíveis, localizados no local de geração, mantidos sempre

na posição vertical;

- todo o material descartável, como sugadores, tubetes de anestésico,

máscaras, luvas, gazes, algodão deve ser desprezado em sacos de plástico

branco e impermeável, com rótulo de "contaminado";

- o lixo infectante gerado nas clínicas deve ser transportado, em carrinhos

fechados, até o local para guarda desses resíduos, onde será mantido em

condições perfeitamente higiênicas até ser transportado pelo Serviço de

Coleta Seletiva da Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul;

- os restos de mercúrio deverão ser mantidos em recipientes plásticos

rígidos, vedados por tampa rosqueável, contendo fixador no seu interior

e, posteriormente, enviados para a 13ª Coordenadoria Regional de Saúde

– CRS, situada na Rua Júlio de Castilhos, 36, em Santa Cruz do Sul;

- os resíduos comuns deverão ser embalados em sacos plásticos para lixo

doméstico.

16 NORMAS DE PREVENÇÃO NA CLÍNICA

Medidas de proteção pessoal

Utilização de gorro, máscara, óculos de proteção, luvas descartáveis, cirúrgicas

ou de procedimento, e avental (além do uniforme branco total) para o atendimento e/ou

orientação de procedimentos clínicos.

ATENÇÃO: É terminantemente proibido o uso de máscara, gorro e luvas fora das

clínicas.

Page 37: manual_biosseguranca ACD

37

Rotina para procedimentos clínicos

1. Esterilizar, na Central de Esterilização, tudo o que possa ser esterilizado;

2. Trazer para a clínica ou consultório somente o material e instrumental necessário;

não serão permitidos outros itens, como bolsas, cadernos;

3. Colocar os pacotes sob a mesa auxiliar;

4. Vestir o avental, prender os cabelos e colocar o gorro;

5. Antes da entrada do Paciente na Clínica:

- Lavar as mãos e calçar as luvas de borracha grossa;

- Acionar as tubulações de água (alta-rotação, seringa tríplice) por 30

segundos e o sistema "flush";

- Desinfetar, através de fricção de gaze ou algodão embebido em álcool

70%, as seguintes partes do equipo: pontas de alta-rotação e micro-

motor; seringa de ar-água; alça do refletor; controle de manobra da

cadeira; cadeira; pontas de sucção; tampo da mesa operatória;

- Lavar e retirar a luva de borracha;

- Lavar novamente as mãos;

- Estender o campo operatório sobre a mesa operatória e organizar a

disposição do instrumental esterilizado;

- Colocar todas as barreiras, os protetores da seringa tríplice e o sugador;

6. Conduzir o paciente para a clínica;

7. Ajustar a cadeira e o cabeçote;

8. Colocar óculos, avental e dar um guardanapo de papel para o paciente;

9. No caso de cirurgia, colocar gorro e campo cirúrgico no paciente;

10. Verificar o prontuário e/ou plano de tratamento e colocá-lo na mesa auxiliar;

11. Colocar máscara e óculos;

Page 38: manual_biosseguranca ACD

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12. Lavar as mãos e calçar as luvas para atendimento;

13. Iniciar o trabalho de atendimento ao paciente;

14. Terminado o tratamento, descartar as luvas de atendimento, lavar as mãos, liberar o

paciente e, ao voltar;

15. Calçar luvas de borracha, recolher o instrumental para lavagem, remover todas as

barreiras e realizar a desinfecção de superfícies.

Cuidados com o material utilizado

Material descartável:

- Agulhas, lâminas de bisturi e outros materiais perfurocortantes deverão ser

armazenados em um recipiente de paredes rígidas – Descarpak.

- Gaze, algodão, sugador, pontas plásticas deverão ser colocados em saco plástico

resistente utilizado como lixeira, preso por fita adesiva à mesa auxiliar.

Instrumental

- lavar na ante-sala da esterilização, local destinado para esse fim

(NUNCA na pia para lavagem das mãos);

- colocar imerso na solução enzimática;

- remover sujidades com a escova sob água corrente;

- secar bem;

- acondicionar.

Equipamentos de Proteção Individual

- remover o EPI somente após a limpeza do instrumental;

- remover e lavar os óculos de proteção;

- remover e descartar a máscara;

Page 39: manual_biosseguranca ACD

39

- remover, lavar e desinfetar as luvas de borracha;

- lavar as mãos.

ATENÇÃO: Qualquer procedimento realizado em local não desinfetado ou sem

barreiras, deverá ser feito utilizando luva de plástico (sobreluvas) à luva de atendimento.

17 NORMATIZAÇÃO DA LIMPEZA DAS CLÍNICAS

A Comissão de Biossegurança do Curso de Odontologia da UNISC tem como

atribuição propor normas para o controle de infecções. Considera que as clínicas

odontológicas são áreas críticas e que:

- o controle de infecção invariavelmente começa pela limpeza;

- a limpeza das clínicas deve ser resultante de uma ação conjunta de

alunos, auxiliares das clínicas e funcionários da limpeza;

- a limpeza deve ser monitorada e registrada por todos seus usuários.

A Comissão de Biossegurança do Curso de Odontologia da UNISC, com intuito de

efetivar o controle de infecção, propõe o estabelecimento de responsabilidades para

alunos, auxiliares de clínicas, auxiliares de serviços gerais (limpeza). E para viabilizar a

normatização, determina competências para a própria comissão de biossegurança, para

coordenação a de área clínica e para a coordenação do curso.

A limpeza das clínicas deve ser feita após os atendimentos de cada período

diariamente por alunos, auxiliares de clínicas e funcionários da limpeza. O seu controle

será feito pelo próximo usuário que, OBRIGATORIAMENTE, preencherá um quadro

em cada box. Periodicamente esse quadro será avaliado pela Comissão de

Biossegurança

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40

São Atribuições dos Alunos:

Antes do atendimento:

- usando luva de borracha grossa: correr água por 30 segundos em todo o

encanamento do equipo, para eliminar microorganismos;

- fazer a desinfecção do equipo com álcool 70%, nas seguintes partes:

pontas de alta rotação e micromotor; seringa tríplice, alça do refletor,

pontas de sucção; tampo da mesa operatória; refletor e comandos;

suporte das peças de mão e seringa; cadeira; mesa auxiliar;

- lavar e retirar a luva de borracha; lavar as mãos;

- colocar as barreiras de proteção nos locais indicados.

Durante o atendimento:

- manter o ambiente de trabalho organizado;

- retirar medicamentos ou aparelhos da Central de Distribuição sem luvas

ou calçando sobreluvas, quando estiver usando luvas;

- substituir as luvas sempre que necessário;

- proteger com barreiras qualquer outro aparelho utilizado no tratamento

(fotopolimerizador, bisturi elétrico);

Após o atendimento:

- descartar as luvas de atendimento;

- lavar as mãos e colocar a luva de borracha;

- remover todas as barreiras;

- recolher campos e aventais, acondicionar em um saco plástico, para

encaminhar à lavanderia;

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- acondicionar o lixo;

- realizar a desinfecção das almotolias e do material retirado na

distribuição com álcool 70%;

- avisar os funcionários da necessidade de reposição do papel e detergente

de cada box.

ATENÇÃO

- gaze ou qualquer tipo de lixo no chão do box não serão tolerados;

- todas as atividades com material sujo serão feitas com luvas de borracha,

não sendo permitido o uso de outras luvas ou a ausência delas;

- é terminantemente PROIBIDO jogar material de moldagem, resina ou

gesso na pia e cuspideira;

- o aluno deverá obedecer aos horários estipulados pela central de

esterilização para entregar e retirar o instrumental.

São atribuições dos Auxiliares de Clínica:

Da central de esterilização:

- apresentar-se paramentado com avental de manga longa, sapato branco

fechado e gorro, e com o restante do EPI, quando necessário;

- receber, esterilizar e distribuir material para as clínicas;

- fornecer material esterilizado para a triagem, a professores, alunos e

monitores no plantão;

- limpar as autoclaves;

- repor campos, gazes e algodão;

- repor papel-toalha, álcool 70% e detergente;

- assessorar professores em relação ao controle de esterilização.

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42

Da central de distribuição:

- apresentar-se paramentado com avental de manga longa, sapato branco

fechado e gorro;

- distribuir medicamentos somente a alunos e professores que estiverem

sem luvas ou calçando sobreluvas ;

- repor medicamentos e materiais diversos;

- controlar o almoxarifado da clínica;

- encaminhar os pedidos de compras das clínicas, ao responsável pelas

clínicas;

- assessorar os professores em relação aos materiais utilizados pelas

diferentes disciplinas na clínica.

- repor campos, gazes e algodão;

- repor papel toalha, álcool 70% e detergente;

São Atribuições dos Auxiliares de Serviços Gerais:

- apresentar-se paramentado com avental branco de manga longa, sapato

branco fechado e gorro;

- recolher diariamente, durante a limpeza noturna, as peneirinhas dos

sugadores, desinfetando-as em solução de hipoclorito de sódio a 1%, por

30 minutos (enquanto se realizar a desinfecção da cuspideira), em

seguida, limpá-las com auxílio de escova sob água corrente;

- desinfetar a cuspideira com hipoclorito de sódio a 1%, desprezando

aproximadamente 10 ml da solução no encanamento, em seguida, com

auxílio de buchas (não de bombril), lavá-las com sabão ou saponáceo;

- aspirar pequena quantidade (50 ml) de hipoclorito com a tubulação do

sugador;

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- desinfetar as escovinhas utilizadas para lavagem de material, em solução

de hipoclorito a 1% por 30 minutos, logo após, enxaguar e guardar;

- recolher todo o lixo da clínica, embalado em saco plástico e conduzir ao

local destinado a este fim;

ATENÇÃO: Todos os materiais utilizados na limpeza, tais como balde, rodo, vassoura,

devem ser lavados com água e detergente neutro antes de serem guardados. As luvas de

borracha devem ser lavadas por dentro e por fora e colocadas para secar viradas pelo

avesso, após cada limpeza e desinfecção.

Competências da Comissão de Biossegurança:

- dar ciência das normas de biossegurança a todos os professores e

funcionários e envolvê-los na sua execução;

- propor normas viáveis para padronização da limpeza das clínicas;

- atualizar o processo de limpeza diante de modificações físicas dos

ambientes ou na presença de novos agentes desinfetantes;

- estabelecer ao final de cada semestre uma semana para a limpeza geral

das clínicas, proibindo seu uso durante esse periódo;

- realizar anualmente curso prático obrigatório para novos funcionários

com atividades nas clínicas;

- possibilitar novos cursos de atualização sobre a temática de

biossegurança a todos os funcionários das clínicas;

- discutir sugestões que lhe sejam encaminhadas;

- analisar periodicamente os quadros sobre conservação das clínicas, para

discutir com os envolvidos as falhas encontradas;

- desenvolver material explicativo impresso para os alunos, professores e

funcionários;

- fiscalizar o cumprimento das normas estabelecidas neste manual.

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44

Atribuições do Coordenador da Área Clínica:

- propor aos funcionários das clínicas uma divisão adequada de tarefas,

para que não haja sobrecarga para alguns;

- fiscalizar a ação da equipe da limpeza;

- receber as avaliações quanto à limpeza dos professores responsáveis

pelas disciplinas clínicas;

- cobrar da Coordenação do Curso a realização da dedetização, limpeza

das caixas d'água e limpeza do sistema de ar condicionado das clínicas;

- agendar os cursos de treinamento para os funcionários em geral;

- encaminhar para treinamento funcionários recém-contratados.

Competências da Coordenação do Curso:

- respeitar a periodicidade na dedetização, limpeza das caixas d'água e na

limpeza do sistema de ar condicionado das clínicas;

- fornecer para os auxiliares de clínica e de limpeza o EPI completo:

aventais de manga longa, avental impermeável, luvas de borracha, gorro,

máscara, luvas e óculos de proteção;

- solicitar os produtos de limpeza e desinfecção, ao setor responsável, não

substituindo os produtos sem prévia consulta à Comissão de

Biossegurança, pois o princípio ativo deve ser avaliado e os funcionários,

reorientados;

- exigir a freqüência dos novos funcionários nos cursos de "treinamento

para funcionários";

- cobrar a participação dos funcionários de clínicas nos cursos de

reciclagem propostos pela Comissão de Biossegurança.

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Atribuições dos Professores (responsáveis pelas disciplinas clínicas):

- fazer cumprir as normas de biossegurança pelos usuários (alunos,

professores e funcionários);

- fiscalizar o estado da clínica ao chegar, informando as condições ao

coordenador da área clínica.

Atribuições do Coordenador de Laboratório:

- respeitar a periodicidade na dedetização, limpeza das caixas d'água e na

limpeza do sistema de ar condicionado dos laboratórios;

- fiscalizar a ação da equipe da limpeza;

- agendar os cursos de treinamento para os funcionários em geral;

- encaminhar para treinamento funcionários recém-contratados.

ATENÇÃO: No ambiente das clínicas somente serão aceitos avisos revestidos com

plástico. Os papéis deverão ser afixados em quadros de aviso fora das clínicas.

Page 46: manual_biosseguranca ACD

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18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 - BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. COORDENACÃO NACIONAL DE DST E

AIDS. Controle de infecções e a prática odontológica em tempos de aids: manual de

condutas – Brasília: Ministério da Saúde, 2000.

2 - GUANDALINI, S. L.; MELO, N. S. F. O.; SANTOS, E. C. P. Biossegurança em

Odontologia. Dental Books. 2.ed. Curitiba, 1999.

3 - MANUAL DE BIOSSEGURANÇA. Faculdade de Odontologia de Bauru – São

Paulo. 2000.

4 - PORTO ALEGRE, PREFEITURA MUNICIPAL. Manual de biossegurança para

estabelecimentos Odontológicos. Porto Alegre, PMPA, 1998.

5 – MUNDSTOCK, Luciana Sebastiany. Biossegurança em radiologia odontológica.

Monografia (especialização): Universidade de Passo Fundo, 2003.

6 – ESTRELA, C. ESTRELA, C. R.A. Controle de infecção em odontologia. São Paulo:

Artes Médicas, 2003.

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19. ANEXO – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DE TRABALHO - CAT

Modelo de registro de acidentes de trabalho

Condições do acidente

- data e hora da ocorrência

- tipo da exposição

- área corporal atingida no acidente

- material biológico envolvido na exposição

- utilização ou não de EPI pelo profissional de saúde, no momento do acidente

- avaliação do risco-gravidade da lesão provocada

- causa e descrição do acidente

- local onde ocorreu o acidente

Dados do paciente

- identificação

- dados sorológicos e/ou virológicos

- dados clínicos

Dados do profissional de saúde

- identificação

- ocupação

- idade

- datas de coleta e os resultados dos exames laboratoriais

- uso ou não de medicamentos anti-retrovirais

- reações adversas ocorridas com a utilização de anti-retrovirais

- uso ou não de gamaglobulina hiperimune e vacina para hepatite B

- uso de medicação imunossupressora ou história de doença imunossupressora

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OBS I – Descobrir em que prováveis pacientes o material/instrumental foi usado. Pegar a ficha desses pacientes-fonte, para fazer contato com eles e ter dados da sua anamnese.

OBS II – A recusa do profissional para a realização do teste sorológico ou para o uso das quimioprofilaxias específicas deve ser registrada; o formulário específico de comunicação de acidente de trabalho deve ser preenchido para o devido encaminhamento.