manual para educadores - a criança e a violência

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  • 8/9/2019 Manual para Educadores - A Criana e a Violncia

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    Crianas expostas violncia domstica

    Manual para Educadoresde Infncia

    Conhecer e qualificar as respostas na comunidade

    3,50

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    A importncia do tema.

    Definies.

    O que ?

    Roda do Poder e Controlo.

    Dados disponveis sobre Violncia Domstica.Impacto nas crianas.

    Potenciais impactos em diferentes idades.

    Sinais de alerta nas crianas.

    Formas de apoio.

    Como agir em caso de perturbaes de comportamento nas crianas.

    Estratgias para lidar com comportamentos difceis.

    Programas eficazes.

    Quando uma me vtima de violncia domstica.

    Formas de apoiar uma criana que revelou uma situao de violncia.Linhas de orientao para a tomada de decises e para a interveno.

    Como apresentar queixa aos servios de proteco a crianas.

    Planeamento da segurana.

    A histria da Laura.

    A histria do Henrique.

    Referncias.

    Brochura para os pais.

    Onde procurar ajuda.

    Adaptado da publicao original:

    Children Exposed to Domestic Violence

    Autores: Linda L. Baker, Peter G. Jaffe, Lynda Ashbourne, Janet Carter

    Patrocinado por: The David and Lucile Packard Foundation (Canad)

    ISBN: 1-895953-13-8

    Adaptao: Frum Municipal de Cascais contra a Violncia Domstica

    Traduo: Associao de Beneficincia Luso-Alem (ABLA)Design: www.ideia-ilimitada.pt

    ISBN: 978-972-637-168-7

    Cascais, Maro de 2007

    ndice.

    Ficha Tcnica.

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    Este Manual pode ser adquirido directamente

    ou solicitado Livraria Municipal de Cascais.

    Preo: 3,50 (IVA includo)

    Cmara Municipal de Cascais

    Morada: P. 5 de Outubro, 2754-501 Cascais

    Tel. 214825379

    Fax. 214836970

    Pedidos.

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    As pessoas que ensinam e cuidamde crianas pequenas encontram-senuma posio ideal para as apoiare ajudar.

    A importncia

    do tema.

    Porque motivo preciso de saber?

    A necessidade que as crianas tm de viver num am-biente consistente e previsvel posta em acusa pelaviolncia domstica comportamento abusivo de umparceiro sobre o outro com o objectivo de o controlare dominar. As rotinas tendem a ser interrompidas, ossons e imagens podem ser perturbadores. As pessoasque ensinam e cuidam de crianas pequenas encon-tram-se numa posio ideal para as apoiar e ajudar.

    Crianas com idades inferiores a 5 anos tm maiorprobabilidade de viver num lar onde ocorre violn-cia domstica, do que crianas de qualquer outrafaixa etria.1

    Crianas que convivem com a violncia domsticacorrem maior risco de vir a ter problemas emocio-nais e comportamentais acrescidos.2, 3

    A identificao precoce de problemas pode pos-sibilitar a interveno e o apoio mais cedo e de

    forma mais eficaz s crianas e s suas famlias.4

    Os servios de apoio primeira infncia podemconstituir-se como locais de segurana e apoio paracrianas mais vulnerveis. Os adultos que trabalhamnestes programas podem contribuir para mudar avida de uma criana afectada pela violncia.

    Como poder este manual ajudar-me?

    Este manual contm informaes que podero aju-dar-me a:

    Compreender melhor a violncia domstica e oimpacto que esta tem em crianas pequenas;

    Reconhecer os sinais que as crianas poderomanifestar quando esto a passar por dificulda-des. Estes sinais podem ocorrer por vrias razes,entre as quais se inclui a violncia domstica;

    Aprender formas de apoiar as crianas e de lidarcom comportamentos difceis;

    Oferecer apoio e informaes sobre recursosdisponveis a pais que sejam eventualmente vti-mas de violncia domstica (ver brochura para ospais na pgina 29).

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    Educadorde infncia um termo que se refere a profissionais que traba-lham com crianas no sentido de estimular o desen-volvimento psicolgico, cognitivo, fsico e social decrianas que no atingiram a idade escolar, atravsda planificao e organizao de actividades educa-cionais, a nvel individual ou em grupo, contribuindopara o seu bem-estar e para o desenvolvimento dasua autonomia.

    Recursos

    e equipamentospara a infnciaDirigem-se a crianas que ainda no atingiram a idadeescolar e amas, creches e jardins-de-infncia.

    Violnciadomstica um termo que traduz uma variedade de compor-tamentos utilizados por uma pessoa para controlar edominar outra com quem tem, ou teve, uma relaontima ou familiar. Significa o mesmo que maus-tratose violncia familiar.

    Definies.

    AgressorRefere-se a pessoas violentas para com os seuscompanheiros. utilizado com o mesmo significado

    que ofensor, abusador e mal-tratante.

    VtimaRefere-se a pessoas abusadas pelos seus compa-nheiros ntimos. usado com o mesmo significadoque sobrevivente, maltratada, abusada. Muitaspessoas que trabalham na rea da violncia domsti-ca preferem o termo sobrevivente, uma vez que estereflecte a realidade de muitas pessoas abusadas quelidam e enfrentam os abusos com a sua fora e capa-cidades pessoais.

    Crianas expostas violncia domsticaRefere-se a crianas que vem, ouvem e tm cons-cincia da violncia praticada entre a figura paternae materna. usado com o mesmo significado quecrianas que convivem com a violncia.

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    A Violncia domstica...

    Ocorre em todos os grupos etrios, raciais, so-cioeconmicos, educacionais, profissionais e re-ligiosos;

    Ocorre em situaes de relacionamento ntimo;

    Costuma envolver um comportamento continuadoque inclui diferentes tipos de abusos agressofsica, abuso psicolgico, emocional e econmico,e o uso de crianas (ver Roda do Poder e Controlo,pgina 6);

    usada para intimidar, humilhar ou amedrontaras vtimas como uma forma sistemtica de manu-teno de poder e controlo sobre as mesmas;

    um comportamento abusivo que, na maioriados casos, foi aprendido pelo agressor (compor-tamento abusivo moldado na famlia de origem;comportamento abusivo recompensado obtmresultados desejados para o agressor);

    O que ?

    Entender a violncia domstica ajuda-nosa apoiar as crianas afectadas.

    causado pelo agressor e no pela vtima oupelo relacionamento;

    uma ofensa criminal, na qual utilizada fora ouameaa de fora fsica ou sexual;

    Afecta, de formas diferentes, homens e mulhe-res: as mulheres so vtimas de mais violncia, deformas mais graves de violncia e sofrem danosmais graves, durante toda a vida, do que a quesofrem os homens;5

    Poder representar um maior risco para a vti-ma e seus filhos no momento da separao doagressor;6

    Resulta num comportamento da vtima centradoem garantir a sua sobrevivncia (minimizar ou ne-gar a violncia, assumir a responsabilidade pelaviolncia, proteger o agressor, utilizar lcool oudrogas, autodefesa, procurar ajuda, permanecer

    numa relao abusiva).

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    Roda do Poder

    e Controlo.

    Desenvolvido pelo Domestic Abuse Intervention Project, 202 E. Superior St., Duluth, MN 55802

    Para mais informaes, contactar: [email protected] ou fax: (218)722-1053

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    A violncia contra as mulheres acontece, principalmente, em relacionamentos

    ntimos. Segundo dados da Unio Europeia, uma em cada cinco mulheres

    sofreu maus-tratos por parte do seu marido ou companheiro, pelo menos uma

    vez na vida.

    Em Portugal, de acordo com dados do Ministrio da Administrao Interna,

    de 2000 a 2005, foram contabilizadas 89213 vtimas de violncia domstica,o que significa uma mdia de 40 vtimas por dia. Existem vtimas de todas as

    categorias de gnero e classes etrias. No entanto, na sua grande maioria,

    elas so mulheres adultas com 25 ou mais anos de idade.

    A violncia domstica assume muitas vezes contornos de extrema gravidade,

    podendo inclusivamente levar morte. De acordo com o Observatriodas Mulheres Assassinadas, em Portugal, no ano de 2005, 33 mulheres

    foram mortas no seio familiar, 29 pelo companheiro, ex-namorado ou parceiro,

    e quatro por outros familiares.

    De acordo com os dados das foras de segurana de Cascais, a PSP

    e a GNR registaram, em 2005, 342 situaes de maus-tratos ocorri-dos no Concelho de Cascais o que em termos mdios, corresponde a

    7 crimes de maus tratos por semana.

    Dados disponveis

    sobre ViolnciaDomstica.

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    Impacto nas

    crianas.Assistir, ouvir ou ter conhecimento de actos de violnciapraticados contra o pai ou a me constitui uma ameaaao sentimento de estabilidade e segurana da criana

    que deve ser proporcionado pela famlia.

    As crianas nestas circunstncias podero sofrerde maiores problemas emocionais e comportamen-tais.2, 4, 7, 8

    Algumas crianas que sofrem destes problemasmanifestam reaces traumticas de stress (pertur-baes do sono, reaces intensificadas de pnico,preocupao constante sobre um possvel perigo).9

    As crianas que convivem com a violncia domsticaesto expostas a um maior risco de sofrer danos fsi-cos ou abusos na infncia (fsicos, emocionais).10, 11

    As crianas podero manifestar uma forte ambivaln-cia para com o progenitor violento: o afecto coexistecom o ressentimento e o desapontamento.4

    As crianas podero imitar e aprender as atitudes e oscomportamentos moldados quando ocorrem maus--tratos por parte de um progenitor.4

    A exposio violncia poder dessensibilizar ascrianas para o comportamento agressivo. Quando talacontece, a agresso torna-se normal e tem menosprobabilidade de causar preocupao nas crianas.

    O agressor poder usar os filhos como uma tctica decontrolo das vtimas.12

    Seguem-se alguns exemplos:

    Afirmar que o mau comportamento dos filhos a razo das agresses contra o progenitor noofensor;

    Fazer ameaas de violncia contra os filhos e osseus animais de estimao diante do progenitorno ofensor;

    Manter os filhos como refns ou rapt-los comouma forma de castigar a vtima adulta ou obtercondescendncia;

    Contar aos filhos coisas negativas sobre o com-portamento do progenitor abusado.

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    POTENCIAL IMPACTO DA VIOLNCIADOMSTICA

    Barulhos e imagens visuais fortes associadas violnciapodem ser perturbadoras.

    Os progenitores podero no ser capazes de responderconsistentemente s necessidades dos filhos, o que po-

    der afectar negativamente a ligao progenitor/filho.

    O medo e a instabilidade podero inibir a exploraoe as brincadeiras; a imitao nas brincadeiras poderestar relacionada com um testemunho de agresso.

    Aprendem sobre agresso em interaces observadas.

    Aprendem formas pouco saudveis de exprimir a raiva ea agresso, possivelmente confundidas por mensagensdissonantes (o que vejo versuso que me dizem).

    Podero atribuir a violncia a algo que tenham feito.

    Aprendem os papis de gnero associados violnciae vitimao.

    A instabilidade poder inibir a independncia; poderoter comportamentos regressivos.

    Maior conscincia das prprias reaces violncia nolar e do seu impacto nos demais (preocupaes relati-vas segurana da me, queixa contra o pai).

    Possivelmente mais susceptveis de adoptar racionaliza-es ouvidas como forma de justificar a violncia (o lcoolprovoca a violncia; a vtima mereceu a agresso).

    A capacidade para aprender poder diminuir devido aoimpacto da violncia (distraco); podero ignorar osconceitos positivos, seleccionando ou fixando apenas

    os conceitos negativos.Podero aprender sobre os papis de gnero associa-dos violncia conjugal (homens = agressores / mulhe-res = vtimas).

    ASPECTOS ESSENCIAISDO DESENVOLVIMENTO

    Crianas decolo e bebsque comeama gatinhar

    Crianasem idadepr-escolar

    Crianas emidade escolar(6-11 anos)

    Absorvem informaes domeio que as rodeia, atravsdos sentidos.

    Estabelecem ligaes seguras.

    Tornam-se exploradores maisactivos do seu mundo e apren-dem atravs das brincadeiras.

    Aprendem sobre interacoe relacionamentos sociaisatravs do que ouveme observam na famlia.

    Aprendem a expressar,de formas apropriadas,a agresso e a raiva,assim como outras emoes.

    Pensam de formasegocntricas.

    Formam ideias sobre o papeldos diferentes sexos combase em mensagens sociais.

    Aumento da independnciafsica (vestir-se, etc.).

    Aumento da conscinciaemocional de si prpriase dos demais.

    Maior complexidade de julga-mento do bem e do mal: nfa-se na justia e na inteno.

    O sucesso escolar e socialcria um impacto essencialno auto-conceito.

    Maior identificao compares do mesmo sexo.

    Potenciais impactos

    em diferentes idades.

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    Mal-estar fsico (dor de cabea, dor de barriga)

    Ansiedade com a separao (alm do que serianormal para a idade da criana)

    Dificuldade em dormir (medo de adormecer)

    Comportamento agressivo crescente e sen-timentos de raiva (infligir maus tratos fsicos a siprpria ou aos outros)

    Preocupao constante sobre um possvelperigo

    Aparente perda de aptides anteriormen-te adquiridas (uso da casa de banho, nomesdas cores)

    Sinais de alerta

    nas crianas.

    Sugerimos que os pais procurem ajuda para os filhos juntode um mdico ou uma instituio de apoio famlia quandoo comportamento da criana:

    for fisicamente prejudicial a ela prpria ou aos demais(cortar a roupa com uma tesoura, deitar-se na rua, etc.);for to intenso que interfira com a adaptao quotidianada criana nas actividades;no responder s estratgias bsicas de orientao infantil;persistir com o tempo (3 a 6 semanas).

    Crianas pequenas podero manifestar algumas das seguintes dificuldadesquando convivem com a violncia domstica.4, 13, 14 No entanto, crianas pequenaspodero manifestar estes problemas por muitas outras razes, o que no significanecessariamente que tenham sido expostas violncia domstica.

    Afastamento dos outros e das actividades

    Falta de interesse ou incapacidade de expri-mir sentimentos sobre qualquer coisa

    Preocupao excessiva sobre a seguranados entes queridos (necessidade de ver os ir-mos durante o dia, perguntar constantementepela me)

    Dificuldade em escolher ou concluir umaactividade ou tarefa

    Alto nvel de actividade, agitao fsicaconstante e/ou dificuldade em concentrar--se a nveis atpicos para a idade ou fase dedesenvolvimento da criana

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    Formas

    de apoio.O que podem fazer os tcnicos de edu-cao infantil?

    As crianas pequenas beneficiam da ajuda de pro-

    fissionais de apoio e de locais seguros,4 tais comoinfantrios e escolas. Os tcnicos de apoio primeirainfncia podero ajudar crianas pequenas afectadaspela violncia domstica:

    providenciando um meio acolhedor;

    criando um ambiente de previsibilidade atravs derotinas de apoio s crianas;

    desenvolvendo estratgias para facilitar a adaptaodas crianas s actividades (ver pginas 14 e 15);

    Prestando apoio aos pais (estratgias de cuidadosinfantis) e informaes sobre recursos comunit-rios (ver pginas 29 a 31).

    O que pode fazer a Comunidade?

    As respostas a nvel da comunidade s situaes deviolncia domstica devero assegurar servios conti-

    nuados acessveis e coordenados que:

    forneam segurana;

    promovam o bem-estar emocional de todas asvtimas;

    obriguem os agressores a prestar contas atravsde sanes legais e programas de reeducao.

    Algumas crianas afectadas pela violncia poderobeneficiar do apoio de especialistas em aconselha-mento familiar ou de programas para o tratamento detraumas infantis. Os especialistas fornecem aos pres-tadores de cuidados as abordagens para apoiar asnecessidades das crianas (monitorizar o que estasvem e ouvem na televiso, uma vez que podem sermais vulnerveis ao impacto prejudicial da violnciados media). Os especialistas podem tambm ajudardirectamente as crianas a lidar com o stress traum-tico e a expressar as suas emoes.

    As crianas podero beneficiar tambm de apoiosinformais na comunidade. As intervenes deveroservir para preservar contactos positivos das crianas

    com pessoas que lhes so importantes (os avs), bemcomo uma participao continuada das crianas emactividades fora de casa (servios de apoio infncia,actividades de natureza religiosa).

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    Deixe claro na sua mente quais as pre-ocupaes relativas ao comportamentoda criana, antes de falar com o pai ou ame. Pense sobre como expressar ver-balmente a sua preocupao. Descre-va o comportamento sem o interpretar.Poder ser-lhe til considerar as seguin-tes perguntas:

    Quais os comportamentos que so preocupantes?

    Quando comearam a verificar-se?

    Com que regularidade ocorrem?

    De que forma afectam a criana, outras crianas,a equipa, as actividades?

    Como reage a criana resposta da equipa?

    Pea opinies, sempre que possvel.

    Pea a opinio de um colega ou supervisor acerca dassuas preocupaes e possveis formas de resposta.

    Como agir em caso

    de perturbaesde comportamentonas crianas.

    Lembre-se de que tais comportamentospodem ser manifestados pelas crianaspor vrias razes.

    Apesar de preocupante, a existncia de comporta-mentos problemticos poder ser explicada por diver-sos factores na vida da criana. A exposio violn-cia domstica apenas uma das possibilidades.

    Acalmar as crianas e aumentar o seusentimento de segurana atravs de:

    criao de regras e rotinas simples que permitams crianas saber o que esperar;

    explicaes simples sobre coisas que as preocu-pam (barulhos);

    deixar que as crianas se expressem naturalmen-te atravs da linguagem e das brincadeiras.

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    As seguintes directrizes so teis paralidar com perturbaes de comportamento,independentemente do factor violncia domstica.

    Convide o pai ou a me para falar consi-go sobre o comportamento do filho.

    Tente ter esta conversa num local seguro (no seugabinete, numa sala longe da presena das crianase de outros pais). No deixe mensagem de voz notelefone de casa sobre potenciais problemas, umavez que isto poderia prejudicar a vtima adulta e/oua criana. Caso uma mensagem de voz seja a nicamaneira de contactar o pai ou a me, poder optarpor uma mensagem que contenha:

    o seu nome e a sua funo na instituio;

    a indicao de que gostaria de falar sobre os pro-gressos do filho;

    um nmero de telefone para que possa entrar em

    contacto consigo.

    Lembre-se de que poder ser difcil para o progenitorfalar ao telefone, caso se encontre num relaciona-mento abusivo e o abusador esteja presente.

    Faa saber que voc est preocupadocom a criana.

    Descreva o que est a observar na escola/creche.Pergunte-lhe como tem sido o comportamento da

    criana em casa e se tem alguma ideia sobre o quepoder estar a incomodar o seu filho. importan-te que transmita as suas perguntas demonstrandoapoio, sem qualquer tom de ameaa ou intimidao.

    Seguem-se algumas sugestes sobre como poderfazer as perguntas:

    Estou preocupado com este comportamento...,e gostaria de ajudar o seu filho. Tem alguma ideiapor que o Joo est a agir desta forma?

    Passa-se alguma coisa em casa que possa estara perturb-lo?

    Lembre-se que nem sempre fcil falarsobre problemas familiares.

    A violncia domstica e outros problemas familiaresso frequentemente tratados com grande ocultao.Por vezes, a ocultao uma maneira de garantir asegurana. Ao perguntar, voc far com que a fam-

    lia saiba que est preocupado e que deseja ajud-los.Eles podero optar por falar consigo futuramente,caso estejam a ter problemas de violncia ou outros,os quais possam estar a afectar a criana.

    Fornea informaes sobre recursosdisponveis.

    Oferea informaes sobre recursos existentes nacomunidade que possam ajudar a criana e a famlia(casas-abrigo para mulheres, instituies de apoio

    vtima ou na rea da violncia domstica, programasde tratamento de traumas infantis, servios de inter-pretao lingustico-culturais) (ver pginas 29 a 31).

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    Estratgias para lidar

    com comportamentosTEMPO/ROTINAAo recebera criana

    Recreio

    Tempo de grupo

    COMPORTAMENTO

    Ansiedade gravede separao.

    Comportamento deambu-lante/sem objectivo.

    Necessidade de veros irmos.

    Temas de violncia recor-rentes nas brincadeiras.

    Brincadeiras manipulado-

    ras/agressivas.

    Desateno.

    O QUE PODER AJUDAR

    Aproxime-se do pai/da me para oferecer ajuda.

    Planeie separaes futuras atravs de um esquemacom imagens em que defina com as crianas as di-ferentes fases da rotina diria (chegada ao centro,pendurar o casaco, ir para a sala, procurar o professor,dar 2 abraos e 2 beijos me, dizer adeus, dizer que

    a me a vir buscar depois do recreio/ sada/depoisdo almoo).

    Mantenha a criana junto de si. No force a crianaa procurar uma actividade. A criana necessita de sesentir segura e estabelecer relao com um agenteeducativo de cada vez. Com o tempo, a criana criarrelacionamentos com outros tcnicos.

    Ajude a criana a procurar uma actividade e dirija-a(empilhar e derrubar blocos). Isto ajudar a criana a terum sentido de controlo sobre o meio.

    Estabelea horas para que os irmos estejam juntos.Fornea um ponto de referncia concreto para a crian-a (aps a sesta). Procure ser constante, pois isto ajudaa criar confiana. Estabelea limites de horas das visitas(at hora do lanche).

    No julgue nem tente calar a criana. Oua, observe ecomente sobre como a criana poder sentir-se. Inter-venha quando for solicitado de modo a garantir a segu-rana da criana e dos demais.

    Corrobore sentimentos e estabelea limites claros so-

    bre quais os comportamentos que so bons e os queno so bons (Sei que ests zangado/a, mas no bom bater; Vamos...).

    Crie e ensine formas de resolver problemas e conflitos(ao nvel da criana).

    Ajude a criana a ter uma experincia de grupo positivaatravs de actividades curtas, sentando a criana juntode um adulto, elogiando todas as tentativas de manter-se atenta, acompanhando o ritmo da criana e discutin-do questes que interessam criana.

    Inclua no programa actividades de preveno da violn-cia adequadas idade da criana.

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    difceis.*TEMPO/ROTINAMudana deactividades

    Sesta

    Ida para casa

    COMPORTAMENTO

    Comportamento des-concentrado/recusas(recusa-se a arrumar ascoisas, corre de um ladopara outro), empurra osoutros, cada vez maisagitada fisicamente.

    Comportamento ansioso(movimentos irrequietos,excessivos, comporta-mento hostil na horade fazer a sesta).

    Recusa-se a ir para casaquando chega o pai oua me; demonstra raivacontra o pai/a me;chora (mesmo quese tenha portado bemdurante todo o dia).

    O QUE PODER AJUDAR

    D indicaes criana sobre as prximas actividades,tanto individualmente como em grupo.

    Utilize quadros com imagens definindo o programa di-rio, referindo-se frequentemente aos mesmos.

    Numa folha de papel, desenhe um relgio mostrando

    a hora da prxima actividade e pea criana que sejaela a dizer quando chegar a hora de juntar o grupo paramudar de actividade.

    Se possvel, no obrigue a criana a dormir. Providencieuma sala para os acordados, onde ficaro as crianasque no queiram dormir.

    Transforme a hora da sesta num momento positivo eacolhedor, deixando que a criana fique no seu colo.

    Leve a criana a fazer a sesta mesmo depois de todasas outras j estarem a dormir. Assim, voc ter tempopara apoiar esta criana.

    No exija que a criana durma. Utilize este tempo paradar carinho criana, para que ela tenha a certeza deque amada, apreciada e que est segura.

    Faa com que a sesta seja uma hora positiva. No useameaas (Se no ficares quieto, tiro-te o boneco depeluche at depois da sesta.).

    Estimule o uso de objectos transaccionais que facilitema brincadeira com outros (bonecos de peluche, cober-

    tores, garrafas, canecas), mesmo com crianas maiscrescidas.

    Isto poder no ter que ver com o lar. Poder estarmais relacionado com a dificuldade que a criana esta sentir com a perda de controlo ou mudana de acti-vidades (a criana pode no ter acabado de brincar oupoder precisar de algum tempo para partilhar com opai ou a me tudo o que fez durante o dia).

    Poder indicar um lao ntimo com o pai/a me e noum problema. Frequentemente, deixamos que as pes-

    soas que amamos vejam o nosso pior lado.

    * Desenvolvido em colaborao com Kathy Moore, Early Childhood Education Resource Teacher & Instructor.

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    Programas

    eficazes. As crianas pequenas so apoiadasquando os programas:

    respondem s necessidades individuais das crian-

    as (algumas crianas podero precisar de maisaconchego fsico e apoio emocional);

    fornecem oportunidades de diverso e experinciaspositivas;

    informam as crianas sobre o que devero esperar,criando rotinas e preparando-as para futuros eventos;

    promovem relacionamentos saudveis e seguros;

    apoiam as crianas que vivem situaes de mudan-a (ao mudar-se para um abrigo de mulheres, emsituaes de separao/divrcio, separao de ani-mais de estimao).

    Os educadores de infncia so apoiadosquando os programas:

    reconhecem que ouvir acerca dos abusos que osprogenitores e as crianas sofreram poder serperturbador, podendo evocar ou intensificar recor-daes difceis para alguns educadores;

    do aos professores oportunidades para questiona-rem de forma profissional e confidencial;

    apoiam prticas saudveis para lidar com o stress(exerccios, ambiente de trabalho favorvel, equilbrioentre trabalho e vida domstica).

    Articulao entre programas de apoio primeira infncia e outras instituiesque ajudam famlias vtimas de violnciadomstica

    Ser benfica a criao de relacionamentos com casas--abrigo, programas de apoio jurdico e servios de acon-selhamento.

    Estes elos ajudam a lidar com as lacunas do sistema,permitindo-lhe fornecer aos progenitores informaesde referncia sobre os recursos existentes.

    Promover relaes de trabalho e protocolos entre pro-gramas de apoio s crianas e casas-abrigo facilitaroas trocas de opinies sobre as necessidades das crian-as. Os profissionais que trabalham em casas-abrigopodero ser uma excelente fonte de apoio, informaoe aconselhamento.

    Em muitas comunidades, existem fruns ou redes cen-trados na temtica da violncia contra a mulher. Estasestruturas podero oferecer oportunidades de trabalhoem rede, podendo ter subgrupos focados nas necessi-dades das crianas.

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    Quando um dos

    progenitores vtima de violncia

    Procure uma hora e um local segurospara falar com o progenitor.

    Tente telefonar numa hora em que seja provvel que ocompanheiro no esteja em casa. Quando ele atendero telefone, pergunte-lhe se uma altura convenientepara falar sobre algumas preocupaes suas sobre oseu filho. Poder pedir-lhe que venha creche/escolapara falar consigo.

    Partilhe as suas preocupaes sobre ocomportamento da criana.

    Fale com ele acerca das suas preocupaes do pris-ma da adaptao da criana e do bem-estar da mes-ma no programa.

    Demonstre apoio e fornea informaessobre recursos comunitrios.

    Poder ser muito difcil para um pai ou uma me ou-vir que o seu filho contou a um no-familiar sobre

    os abusos sofridos. O progenitor poder ficar preo-cupado com situaes difceis que possam resultardesta revelao, incluindo preocupaes com umamaior segurana. A vtima poder reagir com raivaou negao. importante manter uma atitude deapoio. Voc poder optar por enfatizar que a crianano estava a tentar ser desleal ou causar problemas.A maioria das vtimas adultas querem e tentam prote-ger os seus filhos.

    Encoraje a vtima a contactar organiza-es no mbito da violncia domsticapara pedir apoio e ajuda relativamente acomo planear a sua segurana.

    Fornea contactos telefnicos ou informaes sobremedidas adicionais de segurana. Oferea a oportu-nidade de telefonar e providencie um telefone e priva-cidade. Se possvel, certifique-se de que a ligao foirealizada.

    Garanta vtima que no ir falar como alegado agressor sobre o problema.

    Falar com o alegado agressor sobre as suas preo-cupaes poder pr em perigo a criana ou o pro-genitor vitimado. Ao garantir-lhe que no falar como companheiro agressor sobre assuntos relacionadoscom a violncia poder aliviar alguma preocupaoque a me possa estar a sentir como consequnciadesta revelao.

    Verifique se ser obrigado a apresentarqueixa aos respectivos servios de pro-teco s crianas (ver pginas 22 a 24).

    Se houver suspeitas de que a vtima adulta maltra-ta a criana (atravs de agresses fsicas), contac-te os respectivos servios de proteco s crianassem falar com a vtima sobre as suas preocupaes.Poder, tambm, partilhar com ela as suas preocupa-es e, quando necessrio, informar da obrigatorieda-de de apresentar queixa.

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    Formas de apoiar

    uma criana querevelou uma situaode violncia.

    Deixe que a criana conte a sua histria.

    Falar com um adulto em quem confiam, normalmenteajuda as crianas a falarem sobre acontecimentos per-turbadores e violentos que ocorram nas suas vidas.

    Tranquilize a criana.

    Se uma criana lhe confiar uma revelao sobre um in-cidente perturbador, tranquilize-a corroborando os seussentimentos (Parece-me que isto foi muito difcil parati. E agora, como te sentes). Consoante a situao,poder tambm ser til deixar transparecer crianaque voc gostou de que ela lhe tivesse contado, as-segurando-lhe que a violncia no culpa dela e queningum deveria ser magoado.

    Uma criana mais velha poder pedir-lhe que no con-te nada a ningum. Ser importante que voc a infor-me de que precisar de contar a algumas pessoas paragarantir a segurana da criana.

    No pressione a criana a falar.

    importante ter em mente que o seu papel no o de juntar provas ou investigar a situao, mas simouvir e entender os sentimentos que a criana est apartilhar consigo.

    No critique ou fale negativamente so-bre o agressor.

    As crianas tm, frequentemente, sentimentos con-fusos ou contraditrios para com o agressor. Poderoodiar os abusos mas gostar das histrias ou dos jo-gos que o progenitor abusivo s vezes l ou joga comelas. As crianas podem sentir-se, simultaneamente,muito zangadas e leais para com o progenitor abusivo.

    Se voc criticar o progenitor ofensivo, os sentimen-tos de lealdade e proteco que a criana nutre poraquele podero lev-la a sentir que no pode falaracerca do abuso.

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    Os tcnicos de educao infantil podero ser confrontados comrevelaes por parte de crianas sobre situaes de violncia,mas podero dispor de informaes limitadas sobre comoas apoiar. As directrizes que se seguem pretendem ajud-loa reagir eficazmente a uma revelao feita por uma criana.

    No faa promessas criana que nopossa cumprir.

    Por vezes os tcnicos ficam to comovidos com asituao de uma criana, e desejam de tal formaproteg-la e confort-la, que fazem afirmaes queno podem cumprir. Vejamos alguns exemplos: Man-ter-te-ei em segurana; No deixarei que ele voltea magoar a tua me; No contarei a ningum o quetu me contaste. Ainda que seja com boas intenes,tais promessas podem diminuir a confiana da criananos outros, quando descobrem que estas afirmaesno eram verdadeiras. Isto poder fazer com que acriana acredite que ningum capaz de ajud-la eque no vale a pena contar a mais ningum as coisasdesagradveis que se passam l em casa.

    Acompanhe o ritmo da criana.

    As crianas pequenas tm perodos de ateno curtose tipicamente no se concentram muito tempo num de-terminado assunto, ainda que se trate de um aconteci-mento perturbador. mais provvel falarem um pouco,mudarem de assunto ou passarem para outra activi-dade e, eventualmente, voltarem a referir-se queleacontecimento perturbador. importante acompanharo ritmo da criana e apoi-la a prosseguir as activida-des, quando ela se sentir preparada para o fazer (istopoder ser difcil quando, ao ser confrontado com umarevelao, voc no estiver preparado para dar conti-nuidade s actividades).

    A criana poder escolher um determinado momentopara revelar a sua histria porque alguma mudanade circunstncias veio provocar um desequilbrioe as abordagens de que a criana dispe para lidarcom a situao esto afectadas.Demonstrar interesse e apoio criana que faz umarevelao aumenta o seu sentimento de segurana e a sua

    disponibilidade para partilhar preocupaes no futuro.

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    As directivas que se seguemtm por objectivo ajud-loa decidir como agir quandotomar conhecimento de

    que uma criana est a serexposta violncia domstica.

    Linhas de orientao

    para a tomadade decises e para

    a interveno.Averigue se existe alguma questo quedeva ser comunicada s autoridades:

    Existe alguma indicao de maus-tratos juridicamen-te reconhecidos como negligncia, agresso fsica ousexual (com base nas informaes que a criana ou oprogenitor revelou ou na resposta da criana quandoindagada se est a ser magoada)?

    H alguma indicao de riscos srios para a crianaou outros? Por exemplo:

    danos iminentes contra algum (ameaa especfi-ca de matar e a recente aquisio de uma arma);

    risco crescente (um problema existente em queuma mudana recente poder ser um sinal de umperigo crescente a vtima tenta deixar o compa-

    nheiro que est a ameaar mat-la com uma armarecentemente adquirida);

    uma situao de violncia domstica permanente,mas com uma mudana na capacidade da par-te no ofensora de proteger-se a si e criana(mudana no padro de abuso).

    Pea a opinio do seu coordenador ou supervisor.

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    Nenhuma poltica ou directiva pode prever as circunstnciasespecficas de todas as crianas ou famlias.Portanto, a segurana e a proteco de qualquer dano

    iminente devem ser a principal preocupao.

    No caso de haver uma indicao demaus tratos legalmente reconhecidosou riscos graves:

    Siga as directivas para a apresentao de queixas autoridades competentes, na pgina 22 (estasdirectivas so tambm teis para apresentar queixa polcia).

    Caso no haja maus tratos legalmentereconhecidos nem riscos graves:

    Fale com a vtima adulta sobre a possibilidade de se-rem encaminhadas para um servio de apoio social,de apoio psicolgico e/ou de apoio especfico a vti-mas de violncia domstica.

    Documente a revelao da criana e a sua reacosegundo a poltica interna da instituio.

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    Como apresentar

    queixa aos serviosde proteco

    a crianas.Antes de apresentar a queixa:

    Pea a opinio do seu coordenador.

    Assegure-se de que a sua instituio presta todo oapoio possvel situao, devendo manter-se aolongo de todo o processo.

    Caso seja apropriado, e em colaborao com os ser-vios da comunidade de apoio psicolgico e social,pondere a apresentao de queixa Comisso deProteco de Crianas e Jovens.

    Informe a criana ou o progenitor da sua obrigaode apresentar queixa, providencie apoio e abordequaisquer preocupaes sobretudo aquelas rela-cionadas com a segurana (Conheo algum quepode ajudar-te a ti e tua mam. Vou contar a essa

    pessoa.).

    Assegure-se de que possui informaes actualizadassobre a criana e sobre a situao que iro ser solici-tadas pelo tcnico dos servios de proteco (nome,data de nascimento, endereo, nomes dos pais, des-crio da situao de violncia a que a criana ex-posta, contactos de possveis testemunhas).

    Em Portugal, os maus-tratoslegalmente reconhecidos(e/ou riscos graves de)devem ser comunicados

    aos servios competentes.A legislao exige tambmque a exposio violnciadomstica seja comunicadas Comisses de Protecode Crianas e Jovens.Ao faz-lo, considereos seguintes pontos:

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    Ao apresentar a queixa:

    Defina quem apresentar a queixa de acordo com apoltica da instituio (supervisorversus tcnico que

    ouviu a revelao).

    Comunique as informaes relativas revelao e to-das as demais informaes relevantes (preocupaesanteriores com a situao).

    Informe-se sobre as medidas que podero ser to-madas pela Comisses de Proteco de Crianas eJovens e quando.

    Registe a data em que fez a denncia, a forma comoo fez (correio, fax, e-mail) e procure saber qual o an-damento do processo.

    Transmita as informaes para que a CPCJ tome emconsiderao a segurana de todos os envolvidos nasua investigao e no seu relatrio.

    Se desejar, explicite que deseja o anonimato dadenncia.

    Aps apresentar a queixa:

    Tranquilize a criana e faa-a saber o que deve espe-rar (A minha amiga Maria vai pedir-te que fales com

    ela. Vai perguntar-te se queres a sua ajuda. Ela ajudacrianas e os seus paps a ficarem em segurana.).

    Com a devida cautela, informe outras pessoas, se-gundo os requisitos legais ou da instituio (funcion-rios da instituio envolvidos com a criana, os pais).

    Mantenha o acompanhamento da situao durante odecorrer do processo.

    Pode acontecer que as polticas e procedimentos

    da sua instituio paream pr em causaa segurana da criana, da vtima adulta,a sua e de outros. Caso isto ocorra, aviseimediatamente o seu coordenador e procurea opinio e conselhos das instituies envolvidasou a envolver.

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    Planeamento

    da segurana.Ao ir buscar a criana

    essencial que voc saiba quem poder ir buscarcriana e quem no poder faz-lo. Talvez precise

    de consultar permanentemente o processo da crianaa fim de assegurar-se de que no houve alterao deplanos (isto depender de como as informaes sopartilhadas na sua instituio).

    Estabelea um plano no caso de algum que nodeve contactar com a criana a tente ir buscar (quemficar com a criana, quem chamar a polcia, quemexplicar ao progenitor ou outros em questo que apolcia foi contactada).

    Quando existentes, devero ser guardados no proces-so todos os documentos do tribunal que impeam queum progenitor no autorizado tente ir buscar a crian-a. Voc poder ter de explicar isto me e encoraj--la a procurar aconselhamento jurdico nos casos emque no haja documentos judiciais que identifiquemquem responsvel pela guarda legal da criana ouque explicitem impedimentos de acesso mesma.

    Educao sobre segurana

    Procure transmitir informao genrica sobre segu-rana a crianas em idade pr-escolar. Estas infor-

    maes so teis para a maior parte das crianas. importante que as crianas no se sintam unica-mente responsveis pela sua prpria segurana oupela segurana dos seus familiares.

    Ensine as crianas a usar o telefone numa situaode emergncia. Isto pode ser ensinado a cada crianaindividualmente ou de uma forma mais geral a todasas crianas.

    Por exemplo:Marca 112.A pessoa que atender dir Linha de Emergncia Ento tu dizes O meu nome ..............................Depois dizes, Preciso de ajudaConta o que se passa (A minha casa est a arder,ou Algum est a ser agredido.)A seguir, diz onde ests, Moro na rua ...................O meu nmero de telefone .................................

    Sugerimos que informe os pais quando decidir dar formaosobre segurana s crianas solicitando autorizao para

    que a criana participe. H situaes em que os pais poderoNO querer que certas informaes sejam ensinadas aosseus filhos. Por exemplo, por vezes, no seguro que umacriana pequena saiba a sua morada, pois poder dar essainformao ao agressor, comprometendo a segurana dosdemais membros da famlia.

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    Como lidar com a presena dos paisem eventos escolares quando existeviolncia domstica

    Concentre-se na criana e na participao da crianano evento.

    Obtenha cpias de documentos legais que indiquemmudanas relativas guarda, custdia e regras de aces-so (acordos de custdia e visitas, ordem restritiva).

    Acautele-se para no culpar inadvertidamente um dospais por qualquer situao que possa ocorrer quandoestiver a falar com a criana.

    Esteja ciente das suas atitudes e sentimentos paracom cada um dos progenitores e com a situao emgeral. Isto ajud-lo- a salvaguardar-se contra assuas atitudes e sentimentos que possam levar a umaprtica pouco proveitosa e no profissional.

    Esteja preparado para ser flexvel a fim de apoiarsolues que maximizem o bem-estar e a seguranada criana, dos seus familiares e dos funcionrios(separe reunies com o pai e com a me).

    Voc (ou o seu supervisor ou coordenador) precisarode estar preparados para tomar decises acerca dalimitao do acesso, em eventos escolares, a um dos

    progenitores que tenha comportamentos que preju-diquem a segurana e o bem-estar da criana e dostcnicos que a acompanham.

    Quando a me e os filhos esto a residirnuma casa-abrigo

    Providencie estabilidade e consistncia.

    A transferncia para um abrigo implica uma mudanae incerteza relativamente ao futuro. O sentimento desegurana da criana pode ser aumentado atravs daprtica de actividades rotineiras e previsveis na cre-che/escola. Pergunte me e, com a autorizaodesta, pergunte aos funcionrios do centro acercadas necessidades particulares da criana. Contacteregularmente a me, assegurando-lhe que est a par-tilhar com ela os aspectos positivos do quotidiano dacriana, assim como quaisquer preocupaes.

    Colabore com o plano de segurana que possater sido desenvolvido em conjunto com o proge-nitor no agressor.Em alguns casos, as vtimas adultas tero desenvolvi-do um plano sobre o que fazer no caso de o progenitoragressor ir creche/escola. importante que todasas pessoas da creche/escola tenham conhecimentodesse plano. Isto poder envolver protocolos estabe-lecidos com a casa-abrigo e a polcia para o caso deuma situao de crise (um progenitor agressor semautorizao exige ver a criana).

    Esteja informado das polticas e procedimentoscaso ocorra uma situao de crise.

    As polticas que incluem procedimentos sobre comolidar com situaes difceis e perturbadoras so degrande utilidade (Quem chamar a polcia? Quem ficarcom a criana? Para onde ser levada a criana at quechegue a polcia?). O objectivo maximizar a seguran-a e minimizar a perturbao emocional das crianas,dos progenitores e do pessoal da creche/escola.

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    Comportamento preocupanteA Laura uma adorvel rapariguinha de quatro anos de idade com excelentes ca-pacidades verbais. Ela tende a tratar as outras crianas da escola com um carinhomaterno. Ultimamente, voc tem notado que a Laura demonstra frequentementepreocupao com o irmo beb e a me. Ela tem dificuldades em separar-se dame todas as manhs. H duas semanas ela tem pedido para ir creche ver o irmobeb, o Paulo. Tem sido cada vez mais difcil encoraj-la a voltar para o grupo nasala do pr-escolar. Se voc tenta lev-la de volta, ela comea a chorar e recusa-sea dar um passo.

    Encontro com um progenitorVoc organiza um encontro com a D. Irene, a me da Laura. Descreve-lhe o compor-tamento da sua filha e expressa a sua preocupao. Pergunta-lhe se ela observou umcomportamento semelhante. A D. Irene diz que a Laura um pouco como uma mepara o Paulo e que tem passado a dormir no quarto dele. A Laura faz uma grandeconfuso se a D. Irene tenta fazer com que ela volte para o seu prprio quarto.Voc pergunta se h algumas mudanas ou acontecimentos na vida da Laura quepoderiam explicar a preocupao que ela tem com o Paulo e a me. A D. Irene diz quetudo est bem, mas que as coisas se tornaram um pouco mais complicadas entreela e o marido. Voc pergunta se ela ou as crianas so agredidas quando as coisasficam mais complicadas. A D. Irene diz-lhe que o marido um bom pai e que apenasest a passar por um mau bocado devido ao facto de ter perdido o emprego. Ela dizque o marido tem estado nervoso porque est preocupado com as contas para pagar.Ela diz-lhe que o marido diz coisas sem inteno e que diz estar preocupado com odinheiro que ela gasta em fraldas e medicamentos para o Paulo. A D. Irene explicaque talvez seja esta a razo pela qual a Laura est preocupada com o Paulo, mas dizque o marido jamais agrediu as crianas. Voc diz que bom saber que o seu maridonunca agrediu as crianas. Voc pergunta-lhe se ele alguma vez lhe bateu quandoesteve contrariado ou preocupado. A D. Irene diz que isto no acontece muitas vezes.Quando voc tenta inform-la acerca de servios de apoio a vtimas, a D. Irene diz quej est inteiramente informada.

    Planos para apoiar a LauraA Laura visitar o Paulo, durante o dia, em alturas pr-determinadas (ao chegarem, a

    meio da manh, ao almoo, antes da sesta) durante as prximas 2 semanas. Se pedirpara ver o Paulo noutras alturas, a Laura ser encorajada a fazer-lhe algo para levarna prxima visita (um desenho para colocar na sala do Paulo).O tcnico que apoia o Paulo falar com a Laura sobre ele, reconhecendo o papel delacomo a irm mais velha e providenciado que ela possa ajudar a cuidar dele quandovier visit-lo.A D. Irene explicar Laura por que o pai fica zangado e garantir-lhe- que o Pauloest bem.Voc encoraja a D. Irene que lhe diga se acontecer alguma coisa que faa com que aLaura se preocupe mais e tenha maiores dificuldades em afastar-se do Paulo e dela.Voc concorda em inform-la dos progressos da Laura durante as prximas semanas.

    A Histria

    da Laura.

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    HistricoO Henrique (4 anos) frequenta a creche h seis meses, estando a viver na sua co-munidade com a famlia h menos de um ano, desde que vieram da Amrica Central.A sua me, a Sr. Maria, anda a fazer um curso a tempo inteiro para poder trabalhardepois. O Henrique tem 2 irmos mais velhos, com 8 e 10 anos. O pai do Henrique,o Sr. Jos, trabalha numa fbrica local.

    Comportamento preocupanteO Henrique j aprendeu um pouco de portugus desde que est aos seus cuidados,

    mas sente-se facilmente frustrado quando as outras crianas tm dificuldade em per-ceber o que ele diz. Tem ataques sbitos de ira, atirando cadeiras e brinquedos contraas outras crianas. Na semana passada, ele atingiu uma das raparigas do grupo comum camio de brinquedo, fazendo-lhe um golpe na testa. O Henrique tem dificuldadeem brincar com as outras crianas, mas sente-se extremamente feliz quando est abrincar sozinho.

    Recolha de opiniesAps o incidente da semana passada, voc pede a opinio de alguns dos tcnicosda creche e ao seu supervisor. Como grupo, vocs imaginam que o Henrique possaestar a assistir a uma situao de violncia em casa. Vocs concordam que ainda noh informaes suficientes, mas que ser bom falar com a Sr. Maria sobre a sua vidafamiliar. Os seus colegas sugerem-lhe que d Sr. Maria o contacto telefnico deuma tcnica especializada no trabalho com famlias imigrantes e situaes de violn-cia. Este servio fica perto da escola que a Sr. Maria frequenta. Sugerem-lhe quefale primeiro com a Sr. Maria e que lhe diga que a tcnica poder ajud-la havendoou no violncia em casa.

    Encontro com os paisNo dia seguinte, voc pede Sr. Maria que venha creche para falar consigo acercadas suas preocupaes. Voc menciona-lhe os ataques de fria do Henrique e o seucomportamento agressivo para com as demais crianas. Ela diz que muito parecidocom o pai e que os outros irmos tambm brigam muito uns com os outros. Voc per-gunta-lhe se o Henrique passa muito tempo com o pai. Ela diz que o Sr. Jos trabalhapor turnos e que costuma sair depois do trabalho de modo que raramente est em casa.

    Voc pergunta-lhe se ela tem amigas na comunidade e ela diz que fez algumas amizadesna escola e que as suas amigas lhe do apoio. Diz que as amigas lhe indicaram um ATLpara os filhos e que o tcnico de l tambm veio falar com ela sobre o comportamentodo mais velho. Depois, fala-lhe das dificuldades e da violncia em que viviam no pas deorigem. Diz que s vezes o marido lhe batia e tambm nas crianas. No fim da reunio,voc d-lhe o contacto da tcnica e reitera a sua preocupao com o comportamento doHenrique, dizendo-lhe que ningum merece ser agredido. Voc e a Sr. Maria combinamencontrar-se semanalmente para avaliar o comportamento do Henrique na creche.

    Planos para apoiar o HenriqueVoc pede a um aluno que passe mais tempo individualmente com o Henrique, ga-rantindo maior segurana para o grupo e encorajando-o a aprender mais brincadeiras

    em conjunto.Voc d apoio e encoraja o Henrique para que lhe diga quando estiver a sentir-sefrustrado.Voc continua a transmitir ao Henrique que agredir os outros algo inaceitvel.Voc tenta ajud-lo a aprender formas aceitveis de expressar a sua raiva.Voc decide ensinar-lhe formas de expressar os sentimentos atravs da pintura.

    A Histria

    do Henrique.

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    1 | Fantuzzo, J., Boruch, R., Beriama, A., Atkins, M., & Marcus, S. (1997). Domestic violence and children: Prevalenceand risk in five major U.S. cities. Journal of the American Academy of Child and Adolescent Psychiatry, 36, 116-122.

    2 | Safe from the Start: Taking Action on Children Exposed to Violence: Summary. (November 2000). Washington, DC:U.S. Department of Justice, Office of Justice Programs, Office of Juvenile Justice and Delinquency Prevention.

    3 | Rossman, B.B.R. Hughes, H.M., & Rosenburg, M.S. (2000). Children and Interparental Violence: The Impact ofExposure. Philadelphia, PA: Brunner/Mazel.

    4 | Osofsky , J.D., & Fitzgerald, H.E. (2000). Infants and violence: Prevention, intervention and treatment. In WA/MHHandbook of Infant Mental Health, Volume 4, 164-196. new York, NY: John Wiley & Sons, Inc.

    5 | Tjaden, P., & Thoennes, N. (November, 2000). Full report of Prevalence, Incidence and Consequences of ViolenceAgainst Women: Findings from the National Violence Against Women Survey. Washington, DC: National Institute ofJustice, NCJ 183781.

    6 | Bachman, R., & Saltzman, L.E. (1995). National Crime Victimization Survey, Violence Against Women: Estimatesfrom the Redesigned Survey. Washington, DC: Bureau of Justice Statistics, NCJ 154348.

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    8 | Edleson, J.L. (1999). Childrens witnessing of adult domestic violence. Journal of Interpersonal Violence, 14(8),839-870.

    9 | Graham-Bermann, S.A., & Levendosky, A.A. (1998). Traumatic stress symptoms in children of battered women.Journal of Interpersonal Violence, 14, 111-128.

    10 | National Research Council (1993). Understanding Child Abuse and Neglect. Washington, DC: National Academy Press.

    11 | Breaking the Cycle of Violence: Recommendations to Improve the Criminal Justice Response to Child Victims andWitnesses(Junho 1999). Washington, DC: U.S. Department of Justice, Office of Justice Programs, Office for Victimsof Crime, NCJ 176983.

    12 | Schechter, S., & Ganley, A.L. (1995). Domestic Violence: A National Curriculum for Family Preservation Practitioners.San Francisco, CA: Family Violence Prevention Fund.

    13 | Tips for Parents and Other Caregivers: Raising our Children in a Violent World. Support Through Difficult Times.Panfleto produzido pelo the Child Witness to Violence Project, Boston Medical Center, Boston, MA.

    14 | Fantuzzo, J.W., De Paola, L.M., Lambert, L., Martino, T., Anderson, G., & Sutton, S. (1991). Effects of interpersonalviolence on the psychological adjustment and competencies of young children. Journal of Consulting and ClinicalPsychology, 59, 258-265.

    Referncias.

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    Recebaajudapara

    comportamentos

    preocupantes

    doseufilho.

    Seocomportamentoestapre

    judicaracrianae/outerceiros

    Seoproblemadificultaarealiz

    aodasactividadesdiriasda

    criana(comer,dormir,brincar)

    Seassuastentativasderesolveroproblemanoresultam

    Seocomportamentopersiste

    durante3

    aseissemanasou

    voltaaverificar-seapsterces

    sado

    Aquempediraju

    da?

    Aomdicodefamliaououtromdico

    enfermeiradocentrodesad

    e

    Aoprofessordaescolaoudac

    reche

    Aumparenteouamigodeconfiana

    Seaprimeirapessoaaquemvocr

    ecorreunosoubecomoajudar,

    nodesista.Tenteoutrapessoa,oucontacteosserviosenumera-

    dosnoversodestapgina.

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  • 8/9/2019 Manual para Educadores - A Criana e a Violncia

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