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O Estatuto da Criança e do Adolescente e os Agentes Educadores da Escola

Autora: Maria Aparecida Iargas Karas1

Orientadora: Sonia Ana Leszczynski2

RESUMO O trabalho desenvolvido durante a realização do PDE objetivou demonstrar a importância da atuação dos funcionários da escola, como agentes educadores, tomando como discussão inicial o conhecimento destes sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA. Tal discussão tem como foco principal demonstrar que as ações desenvolvidas no contexto escolar muitas vezes são arbitrárias, em decorrência da falta de conhecimento destes sujeitos em relação aos direitos da Criança e do Adolescente. Optou-se pelo estudo de dois artigos do ECA, os artigos 18 e 70, posto que estes ressaltam de forma clara e objetiva o dever de todo cidadão em preservar e garantir os direitos inerentes a criança e ao adolescente. Os resultados apresentados foram levantados através da realização da implementação do Projeto de Intervenção no Colégio Estadual professor Júlio Szymanski, em Araucária, cujos sujeitos envolvidos foram os agentes que atuam nas áreas de Manutenção da Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente, Alimentação Escolar e Interação com o Educando. A segunda parte de conclusão dos trabalhos deu-se através do Grupo de Trabalho em Rede, onde participaram os professores da Rede Estadual de Educação do Paraná.

Palavras-chave: Agentes; Estatuto da Criança e do Adolescente, Direito.

1 INTRODUÇÃO

Paro (2000) descreve que a educação deve ser entendida como um

processo de atualização histórica do homem, sendo indispensável para que este

construa a sua identidade histórica e social, neste sentido o papel da escola é ofertar

1 Professora Pedagoga do Colégio Professor Júlio Szymanski. 2 Professora e Chefe do Departamento de Educação na Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR

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subsídios para que os sujeitos apropriem-se dos saberes necessários ao seu

desenvolvimento e ao mesmo tempo constituam-se como cidadãos socialmente

atuantes.

Neste contexto a principal função da escola é educar para a democracia.

Todavia, educação não é apenas informação. Alfred Whitehead (1969, p.13) já disse com propriedade que “um homem meramente bem informado é o maçante mais inútil na face da terra.” Se educação é atualização histórico-cultural, supõe-se que os componentes de formação que ela propicia ao ser humano são algo muito mais rico e mais complexo do que simples transmissão de informações. Como mediação para a apropriação histórica da herança cultural a que supostamente têm direito os cidadãos, o fim último da educação é favorecer uma vida com maior satisfação individual e melhor convivência social. (PARO, 2000, p.27)

Mas quem são os educadores afinal?

No texto elaborado pela SUED/PR3 (2009, p.11) este questionamento é

respondido de forma bastante sucinta e objetiva: “porque a sociedade humana é

educadora, somos todos educadores”.

Cabe ressaltar que em voga, quando se discute a educação e mais

precisamente a função social da escola, em geral, caracteriza-se o trabalho

desenvolvido pelo gestor escolar, pelos docentes e pela equipe pedagógica, pouco

se contempla o papel dos agentes educacionais (funcionários administrativos, da

limpeza e da cozinha) como parte integrante do contexto escolar.

As crianças, quando chegam à escola, chamam professoras, porteiras, merendeiras e serventes de “tias”, não é verdade? Elas não fazem distinção entre docentes e não-docentes. Para elas, todas e todos são adultos, responsáveis por seu cuidado, educação e, até, correção. Já o mundo oficial, a burocracia, faz essa distinção: o professor é educador, os outros são seus auxiliares, seu apoio, seu suporte. É como se participassem, em menor escala e com menor responsabilidade, da missão educativa do professor. Precisamos mudar essa concepção. Professores, funcionários, assim como os diretores, os coordenadores, são e devem ser todos educadores, com funções distintas. (MONLEVADE, 2006, p.66)

3 Superintendência de Educação da Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná.

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Tomando tais premissas como iniciais, este trabalho justifica-se pela

discussão acerca do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA no contexto

escolar, tomando como público alvo à equipe dos funcionários que atuam nas Áreas

de Manutenção da Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente,

Alimentação Escolar e Interação com o Educando. A finalidade deste propósito

remete-se a discussão referente ao estatuto especificamente os artigos 18 e 70, que

discorrem sobre a Educação como Direito de Todos.

O objetivo geral remete-se a desenvolver relações entre teoria e prática

acerca dos artigos 18 e 70 contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA,

envolvendo leitura e atividades reflexivas junto aos funcionários que atuam nas

Áreas de Manutenção da Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente,

Alimentação Escolar e Interação com o Educando.

A problematização observada para tais pertinências remete-se a problemas

no cotidiano escolar decorrentes da aparente falta de conhecimento sobre o que

está estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente.

Como parte conclusiva deste projeto, serão apresentados os resultados do

Projeto de Intervenção Pedagógica, realizado na escola e também as discussões

realizadas através do Grupo de Trabalho em Rede – GTR, no ano de 2011.

O Projeto de Intervenção Pedagógica foi realizado no Colégio Estadual

Professor Júlio Szymanski - Ensino Médio, Normal e Profissional, na cidade de

Araucária.

2 DESENVOLVIMENTO 2.1 O RECONHECIMENTO DOS AGENTES EDUCACIONAIS COMO EDUCADORES NÃO-DOCENTES

Segundo Paulo Freire¹ (1983, p.27):

Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convocar os que vivem em torno da escola, e dentro da escola, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda considerando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.

1 - Patrono da Educação Brasileira. Lei nº 12612 de 13 de abril de 2012.

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De acordo com a Lei Complementar nº123/2008, sancionada pela

Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, em seu artigo 5º o quadro de

Funcionários da Educação Básica da Rede Pública Estadual do Paraná é integrado

pelos cargos de Agente Educacional I e Agente Educacional II.

O artigo 6º reza que o Agente Educacional I poderá desenvolver suas

atividades nas seguintes áreas de concentração: I - manutenção de infra-estrutura

escolar e preservação do meio ambiente; II - alimentação escolar; III - interação com

o educando. Para o exercício destas funções é exigido o ensino fundamental

completo.

Para desempenhar as atividades atribuídas de Agente Educacional II,

conforme disposto no artigo 7º na área de: I - administração escolar; II - operação de

multimeios escolares, a escolarização exigida é o médio completo.

São atribuições do Agente Educacional I, responsáveis pela manutenção de

infra-estrutura escolar e preservação do meio ambiente; alimentação escolar;

e/ou interação com o educando as seguintes atividades, conforme anexo I da

referida lei: zelar pelo ambiente escolar, preservando, valorizando e integrando o

ambiente físico escolar; executar atividades de manutenção e limpeza, tais como:

varrer, encerar, lavar salas, banheiros, corredores, pátios, quadras e outros espaços

utilizados pelos estudantes, profissionais docentes e não docentes da educação,

conforme a necessidade de cada espaço; lavar, passar e realizar pequenos

consertos em roupas e materiais; utilizar aspirador ou similares e aplicar produtos

para limpeza e conservação do mobiliário escolar; abastecer máquinas e

equipamentos, efetuando limpeza periódica para garantir a segurança e

funcionamento dos equipamentos existentes na escola; efetuar serviços de

embalagem, arrumação, remoção de mobiliário, garantindo acomodação necessária

aos turnos existentes na escola; disponibilizar lixeiras em todos os espaços da

escola, preferencialmente, garantindo a coleta seletiva de lixo, orientando os

usuários – alunos ou outras pessoas que estejam na escola para tal; coletar o lixo

diariamente, dando ao mesmo o destino correto; executar serviços internos e

externos, conforme demanda apresentada pela escola; racionalizar o uso de

produtos de limpeza, bem como zelar pelos materiais como vassouras, baldes,

panos, espanadores, etc.; comunicar com antecedência à direção da escola sobre a

falta de material de limpeza, para que a compra seja providenciada; abrir, fechar

portas e janelas nos horários estabelecidos para tal, garantindo o bom andamento

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do estabelecimento de ensino e o cumprimento do horário de aulas ou outras

atividades da escola; guardar sob sua responsabilidade as chaves da instituição,

quando for o caso, ou deixar as chaves nos locais previamente estabelecidos; zelar

pela segurança das pessoas e do patrimônio, realizando rondas nas dependências

da instituição, atentando para eventuais anormalidades, bem como identificando

avarias nas instalações e solicitando, quando necessário, atendimento policial, do

corpo de bombeiros, atendimento médico de emergência devendo, obrigatoriamente,

comunicar as ocorrências à chefia imediata; controlar o movimento de pessoas nas

dependências do estabelecimento de ensino, cooperando com a organização das

atividades desenvolvidas na unidade escolar; encaminhar ou acompanhar o

público aos diversos setores da escola, conforme necessidade; acompanhar os

alunos em atividades extra classe quando solicitado; preencher relatórios relativos a

sua rotina de trabalho; participar de cursos, capacitações, reuniões, seminários ou

outros encontros correlatos às funções exercidas ou sempre que convocado; agir

como educador na construção de hábitos de preservação e manutenção do

ambiente físico , do meio-ambiente e do patrimônio escolar; efetuar outras tarefas

correlatas às ora descritas; preparar a alimentação escolar sólida e líquida

observando os princípios de higiene, valorizando a cultura alimentar local,

programando e diversificando a merenda escolar; responsabilizar-se pelo

acondicionamento e conservação dos insumos recebidos para a preparação da

alimentação escolar; verificar a data de validade dos alimentos estocados,

utilizando-os em data própria, a fim de evitar o desperdício e a inutilização dos

mesmos; atuar como educador junto à comunidade escolar, mediando e dialogando

sobre as questões de higiene, lixo e poluição, do uso da água como recurso natural

esgotável, de forma a contribuir na construção de bons hábitos alimentares e

ambientais; organizar espaços para distribuição da alimentação escolar e fazer a

distribuição da mesma, incentivando os alunos a evitar o desperdício; acompanhar

os educandos em atividades extracurriculares e extraclasse quando solicitado;

realizar chamamento de emergência de médicos, bombeiros, policiais, quando

necessário, comunicando o procedimento à chefia imediata; preencher relatórios

relativos a sua rotina de trabalho; comunicar ao(à) diretor(a) , com antecedência, a

falta de algum componente necessário à preparação da alimentação escolar, para

que o mesmo seja adquirido; efetuar outras tarefas correlatas às ora descritas.

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Consta ainda no referido anexo, as atribuições do Agente Educacional II,

sendo estas: realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar

onde trabalha; auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando

como educador e gestor dos espaços e ambientes de comunicação e tecnologia;

manter em dia a escrituração escolar: boletins estatísticos; redigir e digitar

documentos em geral e redigir e assinar atas; receber e expedir correspondências

em geral, juntamente com a direção da escola; emitir e assinar, juntamente com o

diretor, históricos e transferências escolares; classificar, protocolar e arquivar

documentos; prestar atendimento ao público, de forma pronta e cordial; atender ao

telefone; prestar orientações e esclarecimentos ao público em relação aos

procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade escolar; lavrar termos de

abertura e encerramento de livros de escrituração; manter atualizados dados

funcionais de profissionais docentes e não docentes do estabelecimento de ensino;

manter atualizada lista telefônica com os números mais utilizados no contexto da

escola; comunicar à direção fatos relevantes no dia-a-dia da escola; manter

organizado e em local acessível o conjunto de legislação atinente ao

estabelecimento de ensino; executar trabalho de mecanografia e de reprografia;

acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou

extracurriculares; participar de reuniões escolares sempre que necessário; participar

de eventos de capacitação sempre que solicitado; manter organizado o material de

expediente da escola; comunicar antecipadamente à direção sobre a falta de

material de expediente para que os procedimentos de aquisição dos mesmos sejam

realizados; executar outras atividades correlatas às ora descritas; catalogar e

registrar livros, fitas, DVD, fotos, textos, CD; registrar todo material didático existente

na biblioteca, nos laboratórios de ciências e de informática; manter a organização da

biblioteca, laboratório de ciências e informática; restaurar e conservar livros e outros

materiais de leitura; atender aos alunos e professores, administrando o acervo e a

manutenção do banco de dados; zelar pelo controle e conservação dos

documentos e equipamentos da Biblioteca; conservar, conforme orientação do

fabricante, materiais existentes nos laboratórios de informática e de ciências;

reproduzir material didático através de cópias reprográficas ou arquivos de imagem

e som em vídeos, “slides”, CD e DVD; registrar empréstimo de livros e materiais

didáticos; organizar agenda para utilização de espaços de uso comum; zelar pelas

boas condições de uso de televisores e outros aparelhos disponíveis nas salas de

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aula; zelar pelo bom uso de murais, auxiliando na sua organização, agir como

educador, buscando a ampliação do conhecimento do educando, facilitada pelo uso

dos recursos disponíveis na escola; quando solicitado; participar das capacitações

propostas pela SEED ou outras de interesse da unidade escolar; decodificar e

mediar o uso dos recursos pedagógicos e tecnológicos na prática escolar; executar

outras atividades correlatas às ora descritas.

Conforme documento elaborado pelo MEC, em 2004, denominado “Por uma

política de valorização dos trabalhadores em educação”, a atual concepção de

escola, principalmente no âmbito público demanda novas ressignificações do espaço

escolar, transitando-se do modelo de educação elitista e seletiva para um modelo

democrático e participativo.

Neste sentido também é necessário ressignificar-se a atuação dos sujeitos

que compõem o contexto escolar, entre eles os funcionários das escolas. Os

funcionários das escolas devem ser compreendidos como trabalhadores não-

docentes da educação, porém devem ser tratados como educadores.

Hoje, com a progressiva expansão da escolarização, percebe-se que, mais do que ser instruída por professores, a população precisa ser educada por educadores, compreendendo-se que todos os que têm presença permanente no ambiente escolar, em contato com os estudantes, são educadores, independentemente da função que exerçam. Nesse cenário, merendeiras precisam, também, cuidar da educação alimentar, bibliotecários, ajudar na construção do hábito da leitura e da educação literária, secretários devem colaborar com o processo avaliativo do ensino e da aprendizagem, configurando-se a instituição de novas identidades funcionais. (MEC, 2004, p.16)

O processo de reconhecimento do trabalho dos funcionários no contexto

escolar caracteriza-se por uma nova constituição das identidades funcionais dos

sujeitos que compõem o ambiente escolar, que segundo Castells (apud MEC, 2004,

p.20) baseia-se num “conjunto de princípios e atributos culturais, profissionais e

culturais” que devem ser modificados e (re)construídos.

Não obstante, a nova função social da escola, a extensão de seu campo de ação, exige a reformulação de sua filosofia de trabalho. Mais do que nunca, torna-se incoerente pregar a inclusão social em um ambiente onde os

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próprios funcionários não têm participação nos processos pedagógicos, administrativos e decisórios. (MEC, 2004, p.32)

O reconhecimentos dos agentes educacionais no contexto escolar como

partícipes do processo educacional, não resume-se apenas a sua participação nos

processos de gestão escolar, também é necessária a sua capacitação profissional,

incluindo discussões que sejam pertinentes ao contexto onde estes encontram-se

inseridos. A formação profissional dos agentes educacionais deve ser estabelecida a

partir de discussões formativas realizadas no ambiente escolar onde estes atuam.

É apropriado dizer, em complementação, que a formação em serviço cumpre, entre outros objetivos, o de fortalecer a construção das novas identidades funcionais, traduzido na constituição das carreiras, na valorização pessoal, profissional e salarial, voltando os olhos da sociedade para uma nova e promissora área de trabalho. O reconhecimento dessas novas identidades como carreiras constituídas, regulamentadas em planos, com progressão baseada na titulação e no piso salarial definido, caracteriza-se em elemento essencial, provocador da abertura de concursos públicos para o provimento de cargos técnicos. (MEC, 2004, p.33)

Esse redimensionamento do papel dos agentes educacionais na escola deve

refletir ações educativas que possibilitem a estes refletirem criticamente sobre as

suas atividades, reconhecendo-se como educadores, contribuindo desta forma para

a construção de uma sociedade mais democrática e participativa.

2.2 ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Nas palavras de Beust (2000): “... a educação é vital para o homem como o

próprio ato de sobreviver, no sentido de preservar sua frágil existência e assegurar

sua evolução. Com a educação, o homem adapta-se ao meio em que vive, a ponto

de ser ela tão importante e fundamental quanto o ato de procriar ou de desenvolver-

se na vida social. Neste sentido, a educação é a própria humanidade”.

Neste sentido para garantir os direitos inalienáveis a todo o sujeito

necessários a supressão das suas necessidades físicas, emocionais, psicológicas e

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espirituais, surge à educação como elemento catalisador da garantia da

continuidade das conquistas humanas. Para formalizar a educação e socializar o

conhecimento a todos os indivíduos independente de suas condições sociais e

econômicas surge a “escola pública”.

A escola pública como Sistema de Garantia de Direitos é resultado dos

paradigmas surgidos no período iluminista e racionalista como conseqüência da

Revolução Industrial, baseados em ações desprovidas de sentimentos.

Há, ainda hoje, em todo o mundo, uma inércia – herança tardia da Renascença, do Iluminismo, do Racionalismo e da Revolução Industrial – de se conceber as soluções dos problemas humanos, inclusive sociais, em termos meramente técnicos e materialistas. Tal abordagem dá ênfase aos recursos, especialmente econômicos, não às pessoas; à transferência de conhecimento e tecnologia, não à educação e à capacitação; às normas e regulamentos, não ao diálogo; às exigências técnicas e financeiras, não às espirituais. (BEUST, 2000, p.34)

Partindo-se deste contexto, vários ordenamentos jurídicos como legislações e

políticas de garantia de direitos, surgiram a partir de 1940, entre eles a Declaração

Universal dos Direitos do Homem (1948), a Declaração Universal dos Direitos da

Criança (1959), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), o Estatuto da

Criança e do Adolescente (1990) e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (1996), além dos princípios estipulados pela Constituição Federal (1988).

Beust (2000) discorre que a educação garante a sobrevivência e a saúde da

espécie, permitindo construir um padrão de existência único sobre o planeta

denominado civilização, sendo a educação, portanto, um sistema de garantia e

continuidade das conquistas humanas.

A educação humana precisa despertar em cada indivíduo não apenas aqueles comportamentos e características que sejam necessários e adequados à sociedade em que vive, mas também à expressão daqueles imponderáveis potenciais inatos que lhe permitam sentir-se em paz com sua “consciência intrínseca”. Isso não pode ser alcançado senão por meio de uma educação que encoraje a criatividade e a auto-expressão, mais do que a imitação e o conformismo. (BEUST, 2000, p.31)

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Marshall em seus estudos realizados na década de 60, sobre a evolução dos

direitos, demonstra que três períodos de evolução dos mesmos: civis – século XVIII,

políticos – século XIX e sociais no século XX.

Segundo Marshall, “a educação é um pré-requisito necessário da liberdade civil” e, como tal, um pré-requisito do exercício de outros direitos. O Estado, neste caso, ao interferir no contrato social, não estava conflitando com os direitos civis. Afinal, esses devem ser utilizados por pessoas inteligentes e de bom senso e, para tanto, segundo o autor, o ler e o escrever são indispensáveis. A educação das crianças está diretamente relacionada com a cidadania, e, quando o Estado garante que todas as crianças serão educadas, este tem em mente, sem sombra de dúvida, as exigências e a natureza da cidadania. Está tentando estimular o desenvolvimento de cidadãos em formação. O direito à educação é um direito social de cidadania genuíno porque o objetivo da educação durante a infância é moldar o adulto em perspectiva. Basicamente, deveria ser considerado não como o direito da criança freqüentar a escola, mas como o direito do cidadão adulto ter sido educado. (MARSHALL apud CURY, 2002, p.248)

Embora o direito a educação, seja declarado em lei, como acrescenta Cury

(2002), este não é independente dos jogos sociais e da manutenção do status quo,

podendo esse direito ser interpretado como um produto dos processos sociais

vigentes.

Como principal documento de garantia de direitos, cabe citar o Estatuto da

Criança e do Adolescente, criado em 1990, cujas atribuições são direcionadas no

campo das esferas: administrativa, civil, penal, processual civil e processual penal,

além de institucionalizar a obrigatoriedade da criação do Conselho Tutelar e

Conselhos de Direitos, no âmbito das esferas municipais.

Entre os principais artigos de afirmação desta garantia cabe citar dois artigos

18 e 70 que rezam que:

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-

os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou

constrangedor.

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça ou violação dos direitos

da criança e do adolescente.

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Os Sistemas de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente devem

estar relacionados aos paradigmas sociais e organizacionais decorrentes das atuais

transformações sociais e tecnológicas.

Partindo-se destas prerrogativas, a educação é apresentada como um meio

de acesso aos direitos humanos, cabendo a si, o papel de promotora do

desenvolvimento humano e das suas potencialidades, por meio da construção de

conhecimentos que potencializem os valores, atitudes e comportamentos em prol da

conquista da cidadania.

Para Freire (1983) “não há educação sem amor”, pois é através das relações

afetivas que o conhecimento pode ser construído de forma a desenvolver as

potencialidades afetivas, cognitivas e sociais dos sujeitos.

Neste ínterim a Pedagogia do Afeto pressupõe uma aprendizagem vivencial,

que se baseia em relações envoltas em emoções e na identificação mútua entre Eu

e o Outro.

Na educação, é fundamental desenvolver a capacidade de diálogo e afeto,

numa pedagogia que prestigie a vida em todas as suas dimensões. Sempre é

possível conversar, expressar a sua palavra, resgatar o melhor de nossas

experiências, ressituar as questões, construir plataformas de negociação no plano

interpessoal, grupal e social. Trata-se de trabalhar muito a capacidade de escuta do

outro, de deixar-se afetar, de repensar as próprias convicções, idéias, sentimentos,

de desenvolver a capacidade de negociação, básica para construir com outros,

conjuntamente.

3 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A aplicação do Projeto de Intervenção na escola ocorreu durante a semana

pedagógica do mês de julho entre os dias 20/07 a 22/07/2011.

Participaram da aplicação do projeto 32 funcionários que atuam nas Áreas

de Manutenção da Infraestrutura Escolar e Preservação do Meio Ambiente,

Alimentação e Interação com o Educando. O projeto foi aplicado nos seguintes

horários: das 8h00m as 12h00m (período da manhã) e das 13h00m as 17h00m

(período da tarde). Dos 32 participantes, 20 compareceram em período integral e 12

tiveram presença parcial, participando em apenas um horário.

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No primeiro momento de aplicação do projeto foi realizada uma breve

explanação sobre a função social da escola. Relacionando várias concepções

acerca da educação ao longo do tempo, tomando como base referencial os

preceitos defendidos pelo Movimento da Revolução Francesa até a

contemporaneidade acerca da educação pública e gratuita.

Os participantes perceberam-se inseridos em vários momentos da História e

descreveram as suas experiências enquanto alunos. Dando continuidade a

discussão lançou-se aos participantes a seguinte questão: Quem são os

educadores?

Tomando tal questão como premissa discutiu-se a questão do

reconhecimento dos funcionários da escola como “educadores não docentes”.

Todos se perceberam importantes e extremamente necessários para

melhoria das práticas educativas no contexto escolar.

Esta experiência permitiu constatar que os funcionários têm contatos diários

com os alunos antes mesmo das aulas, portanto precedem os professores ou a

equipe pedagógica. Valorizou-se então que sua atuação pode ser vital e absoluta na

orientação que por ventura seja necessária aos alunos.

Os resultados conclusivos no momento da implantação foram muito positivos

(expressos verbalmente por todos os participantes).

Os participantes conseguiram perceber-se como parte integrante do

processo educativo, colocando que são capazes de lidar com situações que ocorrem

no ambiente escolar, mesmo que não tenham a formação específica muitas vezes

dos docentes ou da equipe pedagógica.

Particularmente sobre o tema central do Projeto de Intervenção, os artigos

18 e 70, do Estatuto da Criança e do Adolescente foi apresentado em slides um

pequeno histórico sobre os Direitos da Criança e do Adolescente. Na sequência, foi

distribuída uma cópia do Caderno Temático e uma cópia do estatuto da Criança e do

Adolescente para cada participante.

Após a leitura do texto Estatuto da Criança e do Adolescente: Sistema de

Garantia de Direitos, do Jurista José Cordeiro Santiago (1999) passou-se a ser

discorrido qual o entendimento dos agentes educacionais em relação aos direitos da

criança e do adolescente.

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Os participantes colocaram que não tinham muito conhecimento das leis,

porque nunca são chamados para participarem de reuniões pedagógicas ou de

palestras sobre o tema quando estas ocorrem na escola.

Outra atividade desenvolvida foi realizada após os participantes assistirem

ao vídeo: do Professor Antonio Carlos Gomes da Costa (2011) – Capacitação em

ECA. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=7S9Jv9v0deA.

Após os alunos assistirem o vídeo estes colocaram as suas opiniões acerca

do Estatuto, relacionando os direitos e também os deveres da criança e do

adolescente. Enfatizaram a participação dos pais no contexto da escola que é

mínima, descreveram as dificuldades que eles percebem em relação ao trabalho dos

professores e da equipe pedagógica no atendimento aos alunos. Sobretudo,

colocaram que se tivessem participação mais atuante no ambiente escolar poderiam

realizar muitas ações conjuntas o que possibilitaria uma melhor organização do

espaço escolar que contribuiria de forma positiva na escola.

Parece que ficou óbvio o conhecimento que os funcionários têm sobre a vida

dos alunos, as situações de risco que estes se encontram, os seus anseios, as suas

decepções amorosas, os seus problemas familiares, financeiros e muitas vezes

psicológicos.

Bem como, foi possível evidenciar que muitas destas informações não

chegam a equipe pedagógica, posto que há um enorme distanciamento entre o

trabalho docente e o trabalho não-docente no ambiente escolar.

Os participantes colocaram a necessidade de terem acesso a cursos de

capacitação que pudessem direcionar de forma mais pedagógica a atuação destes

no ambiente escolar. Colocaram também a questão de necessidade de

encaminhamentos ao Conselho Tutelar, embora tenha ficado claro que a Direção da

escola deve assinar tais procedimentos. Os mesmos colocaram que seria importante

eles saberem alguns procedimentos, principalmente em relação a problemas de

indisciplina e ato infracional no contexto escolar, porque muitas situações que as

vezes ocorrem no pátio da escola. No entanto, muitas vezes os funcionários não

sabem diferenciar o que é um mau comportamento de ações que são tidas como

infração.

A participação dos funcionários oportunizou o enriquecimento do meu

projeto de intervenção, posto que através das discussões realizadas foi possível

compartilhar e enriquecer vivências experienciais.

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A segunda parte complementar a formação do Programa de

Desenvolvimento Educacional – PDE, referiu-se a apresentação da Proposta

Didático-Pedagógica através do ambiente virtual e-moodle, onde os professores da

rede estadual, inscreveram-se para participar do Grupo de Trabalho em rede – GTR,

cujo objetivo é divulgar as propostas de trabalho desenvolvidas pelos professores

cursistas PDE.

Em cada Grupo de Trabalho em Rede – GTR inscreveram-se 15

professores. As atividades realizadas no ambiente virtual constituíram-se de

atividades a serem respondidas nos itens Fórum e Diário. Os professores que

compuseram o meu grupo de trabalho apresentaram formação acadêmica em várias

áreas do conhecimento: matemática, ciências sociais, letras (português/inglês;

português/espanhol), pedagogia, história, artes visuais, direito, administração de

empresas.

A primeira atividade desenvolvida foi realizada no Fórum de Discussão para

que os cursistas trocassem entre si as suas experiências acerca da participação em

Conselhos no contexto escolar, oportunizando a este a troca de experiências e

também de discussões pertinentes ao assunto.

Temática: Refletir e discutir sobre o tema proposto na Proposta Didático-

Pedagógica nas escolas.

Fórum 1 Descrição/Encaminhamento: A educação é apresentada como um meio de acesso

aos direitos humanos, cabendo a si, o papel de promotora do desenvolvimento

humano e das suas potencialidades, por meio da construção de conhecimentos que

potencializem os valores, atitudes e comportamentos em prol da conquista da

cidadania.

Para FREIRE (1983) “não há educação sem amor”, pois é por meio das relações

afetivas que o conhecimento pode ser construído de forma a desenvolver as

potencialidades afetivas, cognitivas e sociais dos sujeitos.

Participante, sua realidade de trabalho, sua prática pedagógica, nas contribuições de

estudos (Semanas Pedagógicas), a atuação dos gestores ano a ano de sua carreira,

deixaram marcas, registros e impressões que colaboram no seu perfil profissional.

Compartilhe dessas experiências: (você participou de Conselhos? Escolar? De

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Classe?; Vivenciou gestões democráticas?; Gestões autoritárias?; Como você

presenciou o trabalho, a participação da família na escola? No uso do espaço

escolar?; Você foi vítima de assédio moral/outro?; Seus colegas Agentes

educadores estão realizando Formação Continuada? e outras experiências que

julgar ser necessário).

Entre as respostas obtidas apenas quatro participantes, atuam em

Conselhos de Direito do seu município, porém todos os cursistas ressaltaram a

importância de estudar-se o Estatuto da Criança e do Adolescente no contexto

escolar, observando-se que o questionamento maior nesta questão foi sobre a

participação dos pais nas reuniões e nas atividades promovidas pelas escolas.

Vivenciamos dia a dia a falta de participação dos pais na comunidade escolar. Verifica-se que ano a ano os alunos são colocados na Escola e essa tem acumulado muito mais funções do que antigamente, que era somente de educar. Esse acúmulo de funções adquirido pela escola está deixando muitas lacunas que deveriam ser preenchidas pela família dos alunos. Cada vez mais notamos o distanciamento de regras básicas de convivência como o respeito aos professores, e funcionários do colégio, educação e traquejo social em solicitar algo, e de palavras simples que abrem as portas, como "com licença", "por favor", "obrigado". O que nos era ensinado no berço familiar, aos poucos, e de forma mais individualizada, foi transferida para a Escola, que tem que repassar muito rápido e de forma coletiva, não sendo possível individualizar cada aluno, pois não há potencial humano que consiga transmitir laços familiares e educacionais para uma sala de aula com mais de 40 alunos como temos hoje em dia em vários colégios. (PARTICIPANTE)

Em relação ao questionamento envolvendo a gestão escolar, os

participantes colocaram a importância do papel do gestor no desenvolvimento das

ações educativas no contexto escolar, ressaltando que estas devem ser

democráticas, porém não podem ser totalmente libertárias, porque muitas vezes a

liberdade acaba resultando em práticas de libertinagem no ambiente escolar.

Sobre a questão relacionada à Semana Pedagógica os cursistas abordaram

a importância desta orientada com temas que estejam relacionados aos problemas

da escola.

Na minha trajetória como educadora há 22 anos na rede estadual, tenho a dizer que nas semanas pedagógicas a cada ano fica muito a desejar, em minha opinião, pois o que de fato importa é a realidade em que a escola está inserida, é isto que devemos discutir propostas para suprir as necessidades que o ambiente escolar precisa, e não textos que muitas vezes não tem nada haver com o que estamos precisando naquele momento. Então deveria ter um espaço de tempo nas semanas

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pedagógicas para se debater as reais necessidades daquela escola. (PARTICIPANTE)

Ainda nesta questão foi perguntado ao cursistas se já sofreram assedio

moral na escola, apenas um cursista colocou que teve problemas em relação a esta

temática, porém não evidenciou qual foi o problema ocorrido.

A segunda atividade deste primeiro módulo referiu-se as contribuições dos

cursistas postadas no Diário.

Temática: Refletir criticamente sobre a relevância da Produção Didático-Pedagógica

para a realidade da escola pública. Diário 1 Descrição/encaminhamentos: Promover uma discussão sobre a Produção Didático-

Pedagógica, para que haja interação entre os participantes e tutor, o que contribuirá

para ampliação das idéias relacionadas à temática proposta.

Educação é parte dos direitos humanos. Escola é a instituição responsável na

aprendizagem. Nós, atores nas unidades educacionais, desempenhamos

funções/atividades que contribuem no processo ensino/aprendizagem. São 21 anos

da Lei 8.069/90-Estatuto da Criança e Adolescente. Você conhece o ECA? Qual

artigo lhe chama mais a atenção? Você conhece os artigos 18 e 70 que são

propostos no Projeto de Intervenção?

Sobre as respostas dadas pelos cursistas no Diário, todos ressaltaram a

importância de conhecer-se o ECA, colocando que é necessário que esta discussão

seja efetivada como uma prática constante no contexto escolar, envolvendo os

vários segmentos que compõem o ambiente escolar.

Acredito que não só os funcionários administrativos deveriam ter um amplo conhecimento do Estatuto da Criança e do Adolescente- ECA, mas toda a comunidade escolar. Claro que o foco da pesquisa da Tutora é esse, e é uma louvável escolha, já que os funcionários convivem cotidianamente com problemas entre alunos na escola, mas por outro lado, vejo que muitos professores, gestores, pedagogos e coordenadores, desconhecem o Estatuto e cometem várias atrocidades com as crianças e adolescentes. Assim, diante da importância do tema, como sugestão, gostaria que o projeto fosse estendido aos demais participantes da Comunidade Escolar. (PARTICIPANTE)

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Utilizo há algum tempo o ECA, se consideramos que como educadores a indisciplina é o fator que mais incomoda nossa prática pedagógica, temos o artigo 6º. Na interpretação desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Em sendo assim já utilizei muito esse e principalmente na última experiência no colégio Interlagos trabalhamos por dois dias o artigo, mostrando aos educandos que faz-se necessário o cumprimento dos direitos e deveres de estudantes para o bem de toda a comunidade escolar: assim a Escola pública poderá cumprir seu dever: Proporcionar o acesso ao conhecimento cientifico historicamente construído pela humanidade! (PARTICIPANTE)

Os participantes apontaram que o Projeto de Intervenção pode ser aplicado

na escola, para todos os segmentos, inclusive porque muitos funcionários não

conhecem as legislações educacionais, sendo importante que estes também tomem

conhecimento desses documentos evitando desta forma práticas que não condizam

com o que é permitido pela Lei.

Temática: Socialize neste Fórum de Discussão suas observações referente à

Produção Didático-Pedagógica. Não esqueça de interagir com as contribuições

postadas por seus colegas.

Fórum 2 Descrição/encaminhamentos: Discussão da redução da idade penal

Quando acontecem tragédias com adolescentes envolvidos em atos infracionais, a

mídia (TV, rádio, jornais, internet) inflama a população com interesse na redução da

idade penal. Qual sua opinião a respeito? Lembre-se: você deverá realizar no

mínimo duas interferências com os demais colegas neste GTR.

Em relação à apreciação da Produção Didático-Pedagógica no contexto

escolar, os participantes novamente ressaltaram a importância de elaborar-se

grupos de discussão na escola.

No dia a dia de uma escola, principalmente no horário do intervalo, sempre nos deparamos com problemas entre as crianças e adolescentes, onde muitos sofrem ofensas, ameaças e por muitas vezes agressões, tanto dos colegas de sala, quanto de pessoas estranhas ao ambiente escolar. Dessa forma é de extrema importância que a equipe de funcionários que trabalha nas áreas de infraestrutura da escola, na área de alimentação e meio ambiente, tenham conhecimento dos direitos e garantias que assistem essas crianças e adolescentes, protegendo-os de qualquer tipo de ameaça ou eminente agressão. Mesmo por que, a omissão da comunicação de violação de direitos da Criança e do adolescente se traduz em crime para quem comente. Assim é de extrema necessidade que nossos funcionários

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sejam conhecedores destas normas e possam agir conforme preconiza a legislação. (PARTICIPANTE)

Em relação ao questionamento sobre a redução da idade penal, o

participante que atua na Assessoria Jurídica da Secretaria de Educação do Estado

do Paraná colocou a seguinte resposta:

Quanto à maioridade penal é um assunto que gera muitas discussões, mas sou da opinião que tem os norte-americanos, que é “pode matar, pode pagar”, mas não creio que a idade de 16 anos seja razoável para a maioridade penal, tendo em vista que hoje em dia o crime organizado está aliciando até crianças de 9 anos ou menos, por isso que acredito na premissa acima citada, tem o discernimento de fazer o crime, terá o dever de cumprir a pena imputada. Temos também que ter cuidado em falar em maioridade penal, tendo em vista que a competência para legislar sobre direito penal é privativa da União, então estados e municípios não poderão efetuar legislações complementares sobre esse tema, e também por que muitos juristas acreditam que é cláusula pétrea (ou seja, dura, imutável) o artigo 228 da Constituição Federal sobre a maioridade penal, e em sendo cláusula pétrea, nem com emenda constitucional é possível alterá-la. Para alterar uma cláusula como essa somente pode ocorrer quando houver uma mudança de Forma e Regime de Estado, pois faz-se necessária uma nova constituição, e só mudando o poder é que se torna possível isso. Um exemplo atual disso é a Líbia, que derrubou o ditador Muammar Khadaffi, e irá implantar um novo governo, e promulgará, daqui a 8 meses uma nova constituição e eleições para escolha dos governantes. Em outros países a idade mínima para a responsabilidade criminal é variável, sendo de 07 anos na Austrália, Kuwait, Bangladesh, Índia, África do Sul, Paquistão, Myanmar (ex-Birmânia), Tailândia, Nigéria, Sudão, Tanzânia, Suíça e Trinidad e Tobago. A maioridade penal começa aos 08 anos na Líbia, Quênia, Indonésia na Escócia. No Iraque, na Etiópia e nas Filipinas, aos 9 anos. No Irã, 9 anos para mulheres e 15 anos para homens.Na Inglaterra e País de Gales, Malásia; no Nepal e Ucrânia, a maioridade penal começa aos 10 anos. Na Turquia, aos 11 anos. Começa a maioridade penal aos 12 anos no Equador, Uganda, Israel, Marrocos, Coréia do Sul, Líbano, Grécia, Canadá e Holanda. Em Israel e Nova Zelândia, Uzbequistão, Argélia, Espanha, França e Polônia, aos 13 anos. Aos 14 anos na Áustria, Rússia, Alemanha, China, Japão, Vietnã, Itália e Armênia. Na Dinamarca, Noruega, Egito, Suécia e Finlândia, a maioridade penal é fixada aos 15 anos. Nesses países, adolescentes entre 15 e 18 anos estão sujeitos a um sistema judicial voltado para os serviços sociais, sendo a prisão o último recurso. Aos 16 anos na Argentina, Chile e Cuba. Em Portugal, a maioridade penal é estabelecida a partir dos 16 anos, sendo que, entre 16 e 21 anos, o agente está sujeito a um Regime Penal Especial, conforme previsto no artigo 9º do Código Penal Português. Na Polônia, a maioridade penal começa aos 17 anos. Aos 18 na Colômbia, Peru e em Luxemburgo; Nos Estados Unidos, a maioridade penal varia de acordo com e a legislação vigente em cada estado. Alguns estados fixaram uma idade mínima legal, que varia entre 6 e 12 anos. Os demais seguem o chamado “direito consuetudinário”, que não é escrito, mas baseado nos usos e costumes. No México, a maioridade penal varia de 6 a 12 anos, conforme o Estado. No âmbito da Assembléia Legislativa, essa matéria já foi objeto de proposições anteriores, tendo a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação adotado entendimento no sentido de considerar a redução da maioridade penal cláusula pétrea, imodificável até mesmo pela via da proposta de emenda à Constituição.

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Todavia, tramita atualmente na referida Comissão Proposta de Emenda à Constituição para instituir a maioridade penal a pessoas com menos de dezoito anos. Se a Comissão mudar o entendimento anterior, essa PEC será admitida e seguirá seu trâmite regimental. Outras propostas apresentadas sobre a matéria seriam apensadas por tratarem do mesmo assunto. Se for rejeitada, a posição anterior pela inconstitucionalidade será mantida, em prejuízo da apreciação de nova PEC na mesma sessão legislativa. Ressalta-se, ainda, que esse tema não pode ser tratado em projeto de lei, já que a inimputabilidade do menor de dezoito anos é estabelecida pela Constituição Federal, no seu art. 228, nos seguintes termos: "São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial." A questão que se discute, atualmente, no âmbito da Comissão de Constituição e Justiça e de Redação é se o art. 228 da CF constitui ou não cláusula pétrea, para fins de redução da maioridade penal no Brasil. Somente após essa discussão é que poderemos reduzir a maioridade penal no Brasil como muitos querem. (PARTICIPANTE)

A interrogação acerca da redução penal trouxe a tona discussões envolta

em sentimentos de injustiças sofridas, o cotidiano escolar onde muitos docentes,

funcionários e pedagogos vivem permeados por adolescentes que cometem atos

infracionais, que em jurisdições de outros países, seriam consideradas crimes. A

posição dos participantes em relação à redução penal mostrou também que este

assunto deve ser discutido em várias instâncias: educacional, jurídica, assistência

social, conselhos de direito e principalmente com os pais que são os responsáveis

pela educação e pela transmissão de valores aos seus filhos.

Os apontamentos do colega XXX, realmente nos fazem refletir sobre a premissa de que se não houver uma discussão mais ampla e políticas que assegurem os direitos da criança como pleno desenvolvimento, no que tange a condição do adolescente, pessoa em desenvolvimento, não adianta reduzir a maioridade penal, precisamos sim de políticas que assegurem as responsabilidades da sociedade (órgãos competentes) para dar condições ao adolescente de uma vida digna. Como o texto assegura, o infrator é vitima de uma sociedade de consumo, hipócrita desumana e cruel, isso precisa mudar primeiramente. (PARTICIPANTE)

Temática: Refletir criticamente sobre a relevância da Produção Didático-Pedagógica

para a realidade da escola pública. Diário 2 Descrição/encaminhamentos: Objetivo da atividade: Refletir criticamente sobre a

relevância da Produção Didático-Pedagógica para a realidade da escola pública.

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No espaço escolar, no dia a dia, encontramos situações de violação, ameaça,

omissão contra crianças e adolescentes. Como educadores precisamos ter atitudes

condizentes com o Estatuto da Criança e do Adolescente, e no exercício da

cidadania agir com o compromisso da justiça. Relacione esta temática com sua

experiência, na sua Unidade Educacional.

Sobre esta questão os cursistas apontaram que em relação ao ECA é

necessário que sejam disseminados no contexto da escola, os direitos e deveres

propostos no referido estatuto, posto que atualmente, vive-se uma pedagogia do

“não dá nada” no ambiente escolar. Desta forma é necessário colocar-se

principalmente para os pais sobre as suas responsabilidades legais quanto ao

acompanhamento escolar dos seus filhos, a garantia de condições dignas de

sobrevivência e a garantia dos direitos a saúde, lazer e moradia. Também

apontaram que muitos pais delegam atualmente os problemas com seus filhos

unicamente a escola, e que quando averigua-se a real situação do aluno, percebe-

se que os problemas são oriundo muitas vezes da falta de atuação da família na

educação dos seus filhos.

É necessário como profissionais da educação, ter um papel ativo diante de situações que violem os direitos das crianças e adolescentes. Buscando deste modo, levar às autoridades competentes, os casos que necessitarem atenção especial, visando garantir os direitos das crianças e adolescentes, que estejam sendo violados. (PARTICIPANTE) Na escola em que atuo já tivemos problemas com maus tratos, abandono e negligência por parte de familiares e cuidadores, ocasionando prejuízos de higiene, nutrição, saúde, proteção e afetividade. A primeira providência adotada pela escola foi de chamar os familiares e responsáveis para que houvesse uma solução. Muitos casos foram resolvidos com uma intervenção positiva, buscando o bem estar e a segurança do aluno. Em outros houve necessidade de acionar o Conselho Tutelar para que os direitos fossem assegurados. (PARTICIPANTE) Um exemplo muito bom disso é o projeto FICA da Secretaria da Educação, que exige da equipe pedagógica e dos professores a verificação dos alunos faltantes ou desistentes, e após esse levantamento a obrigação de entrar em contato com os pais ou responsáveis legais, informando-os da necessidade do aluno voltar a freqüentar o colégio sob pena de ação criminal contra esse responsável legal ou pai por abandono intelectual. (PARTICIPANTE)

Temática: Refletir criticamente sobre a relevância da Produção Didático-Pedagógica

e sua viabilidade de aplicação na sua Unidade Educacional

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Fórum 3 Descrição/encaminhamentos: Analisar e propor encaminhamentos sobre a produção

Didático-Pedagógica e sua viabilidade de implantação na sua escola de atuação.

Sobre a Produção Didático-Pedagógica os cursistas apontaram que foi

positiva para a reflexão sobre as suas próprias práticas educacionais, porém a maior

contribuição, acredito, seja que como o projeto foi voltado para os funcionários,

muitos educadores participantes do Grupo de Trabalho em rede, também

perceberam a importância do trabalho dos agentes educacionais no contexto

escolar.

Este é um importante trabalho a ser realizado, mantendo informados todos os que participam deste processo, mesmo que de forma indireta. Apresentar o Estatuto da criança e adolescente e discutir sobre a melhor forma de garantir os direitos destas crianças é fundamental para todo o processo educativo. (PARTICIPANTE) Além de uma Gestão Democrática dentro da escola, necessitamos de capacitação dos funcionários para que estes possam desenvolver suas funções de forma eficaz. Desta forma é muito importante qualificá-los e capacitá-los, principalmente no que tange a aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente, onde existe uma lacuna nas escolas, pois nem mesmo professores conhecem claramente os direitos e deveres que lá estão elencados. Sendo assim, parabenizo pela iniciativa e como sugestão para um próximo projeto creio que deveriam ser incluídos toda a comunidade escolar para conhecer o ECA, professores, funcionários, coordenadores, pedagogos, enfim todos que fazem parte do processo de aprendizagem. (PARTICIPANTE) Propiciar discussões desta natureza no ambiente escolar é altamente salutar, se considerarmos que há muito pouco tempo ainda as crianças e adolescentes eram vistos como objetos, sem vontade própria e principalmente sem direitos que lhe garantissem dignidade. Em função desta concepção é que temos um vasto histórico de agressões às crianças e adolescentes, das mais variadas formas, passando pela agressão física, a pressão psicológica e tantas outras. É importante que assuntos como este sejam discutidos amplamente com todos os profissionais da educação, se considerarmos, que durante muito tempo, os agentes educacionais não eram vistos também como pessoas que desempenham um importante papel na formação dos alunos. (PARTICIPANTE)

Temática: Refletir criticamente sobre a relevância da Produção Didático-Pedagógica

e sua viabilidade de aplicação na sua Unidade Educacional

Diário 3 Descrição/encaminhamentos: Baseadas nas experiências relatadas no Fórum 3

desta Temática, referentes à Produção Didático-Pedagógica, escolha uma das três:

(a) escolher pelo menos uma atividade do caderno de Produção Didático-

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Pedagógica e aplicar em sua escola ou local de trabalho (adaptando quando

necessário); (b) relatar uma experiência explicando as atividades desenvolvidas, as

perspectivas alcançadas e/ou frustradas que esteja relacionada a uma das ações da

proposta de implementação; (c) sugerir uma atividade a ser desenvolvida e os

objetivos pretendidos, informando a área de atuação.

Cada cursista elaborou uma atividade para ser aplicada em sua escola ou

área de atuação, todas relacionadas à divulgação do Estatuto da Criança e do

Adolescente.

A realização do Grupo de Trabalho em Rede demonstrou a necessidade de

discutir-se as questões relativas aos direitos e deveres da Criança e do Adolescente

no contexto escolar, envolvendo os vários sujeitos que são responsáveis pelo

processo de educação: professores, pedagogos, funcionários, direção,

pais/responsáveis legais, conselhos de direito.

A questão da participação dos vários atores sociais evidencia a emergência

de capacitação dos sujeitos que constituem o espaço escolar, garantindo desta

forma práticas que respeitem os educandos em relação aos seus direitos, porém

ressaltando também os seus deveres.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao discutir-se a função social da escola é necessário denotar-se que esta se

constitui para além de um espaço de construção do conhecimento, sua

funcionalidade remete-se a promoção da socialização, da cidadania, da consciência

critica e de atitudes baseadas na garantia de direitos e no cumprimento dos deveres.

Tal premissa deve embasar todas as práticas educativas desenvolvidas no contexto

escolar, e que necessariamente envolve também todos os sujeitos que compõem o

contexto escolar, entre estes aqueles que apresentam maior invisibilidade na escola:

os agentes educacionais.

Por muito tempo, quando se ressaltou o papel dos educadores no contexto

escolar, evidenciou-se apenas o trabalho de docentes, pedagogos e gestores

escolares, porém hoje com a reconfiguração do espaço escolar e com as conquistas

alcançadas ainda de forma tímida pelos funcionários das escolas, estes também

passaram a compor a categoria “educadores”.

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A grande dificuldade em discutir-se a importância da atuação dos agentes

educacionais nas ações educativas desenvolvidas pela escola deriva-se da

escassez de material sobre o papel dos funcionários no contexto escolar, como

promotores da educação.

REFERÊNCIAS BEUST, L.H. Ética, Valores e Proteção à Infância e Juventude. In: Pela Justiça na Educação. Armando Konzen, et.al. (coord.). Brasília: MEC. FUNDESCOLA, 2000. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei no 8.069, de 13/7/90, dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Brasília: Casa Civil, 1991. Costa, Antonio Carlos Gomes da (2011) – Capacitação em ECA. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=7S9Jv9v0deA. CURY, C.R.J. Direito à Educação: direito à igualdade, direito à diferença. Cadernos de Pesquisa, n. 116, p. 245-262, julho/ 2002. FREIRE, P. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Ed. Paz e Terra, 1983. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Por uma política de valorização dos trabalhadores em educação: em cena, os funcionários de escola. Brasília-DF: MEC/SEB, 2004. MONLEVADE, J.A.C. Funcionários de escolas: cidadãos, educadores, profissionais e gestores. Brasília-DF: Universidade de Brasília, Centro de Educação a Distância, Profuncionário, Módulo 1, 2006. PARANÁ. Lei Complementar nº 123, de 09 de setembro de 2008. Institui o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos do Quadro dos Funcionários da Educação Básica da Rede Pública Estadual do Paraná. Curitiba-PR: Casa Civil, 2008. PARO, V. Educação para a democracia: o elemento que falta na discussão da qualidade do ensino. Revista Portuguesa de Educação, Universidade do Minho, vol.13, nº01, 2000. SUED. Retorno da semana pedagógica de fevereiro de 2009: perfazendo o caminho do currículo. Curitiba-PR: CGE/SEED, 2009. Disponível em: www.nre.seed.pr.gov.br, acesso em ago/2012.

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Agradecimentos:

Em memória a Professora Diretora Bernabete E. Torres de Souza da Escola

Estadual Dom Ático Ferreira Da Costa.

Se hoje concluí este trabalho do PDE-2010/Paraná, é porque ontem (32 anos atrás)

alguém me olhou e viu o quê não estava na luz da consciência.

Agora,...

Meu amanhã me oportuniza a olhar e enxergar pessoas que também ainda estão

invisíveis ao saber.

(Nesta época eu com 23 anos concluía a 6ª série no supletivo noturno. Ouvi quando

ela disse: Minha filha você tem jeito para ser professora!) ACREDITEI. Cida Karas.