manual operacao de estacao de tratamento de esgoto

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SANEAMENTO DE GOIS S/A DIRETORIA DE PRODUO

OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTOParticipao: P-GET / P-GTE / E-GSH / PR-GG / P/SLE Apoio: A-GDP

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO CAPITULO 1

GESTO DO MEIO AMBIENTE E SANEAMENTO AMBIENTAL Autor: Eng. Civil ttila Moraes Jardim Jnior 1.1) Crescimento Populacional e Econmico X Preservao Ambiental

A questo ambiental vem merecendo, a cada dia, maior interesse das naes, em todo o Planeta. Isto porque, o desenvolvimento do mundo moderno evidencia que os recursos naturais no esto sendo suficientes para atender a demanda do sistema econmico e tambm, por outro lado, o meio ambiente tem se mostrado limitado para absorver os resduos e rejeitos gerados. Na verdade, promover o desenvolvimento econmico e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente representa grande desafio para todos os povos. A esse modelo, que compatibiliza adequadamente dois objetivos antagnicos denomina-se desenvolvimento sustentvel. Atingir esse estgio de desenvolvimento exige das naes muito esforo individual, quando o impacto apresenta-se local. Por outro lado, quando os impactos do desenvolvimento apresentam-se geograficamente difusos a soluo demanda acordos internacionais, o que representa um grau a mais de complexidade ao assunto. Pode-se citar como exemplo desses diferentes graus de dificuldades, que os pases desenvolvidos conseguiram, satisfatoriamente, despoluir seus rios, por tratar-se de poluio geograficamente delimitada. Por outro lado, no esto obtendo sucesso em controlar o nvel de gs carbnico na atmosfera. Acordos internacionais sempre representam prejuzos diferenciados para os envolvidos. Ao se verificar a demografia da Terra, Tabela 1, fica evidente que uma das razes para a natureza no vir atendendo a demanda do sistema econmico deve-se a alta taxa de crescimento populacional. Esse crescimento apresenta uma face mais perversa ao retratar que os pases mais pobres apresentam as mais altas taxas de crescimento populacional. Em outras palavras, isto representa dizer que a desigualdade econmica existente entre osMANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:2 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO pases est aumentando a cada dia. Tabela 1: Populao estimada e projetada para o Mundo

POPULAO ESTIMADA (milhes de habitantes) ANO MUNDOPAISES DESENVOLVIDOS PAISES EM DESENVOLVIMENTOMais Pobres Outros

TAXA DE CRESCIMENTO (% ao ano) 1950-2000 1,760,77 2,12,41 2,06

1950 2518813 1705200 1505

2000 60711194 4877668 4209

2050 89191221 76991675 6024

2000-2050 0,770,04 0,911,84 0,72

Fonte: Departamento de Economia e Assuntos Sociais Naes Unidas (2002)

Alm do aumento populacional, outro componente contribui muito para o agravamento ambiental do planeta. As economias das naes esto apresentando vertiginosos crescimentos em suas escalas. Isto quer dizer que o nvel de produo e consumo do planeta est, por isto, tambm crescendo. Esse fenmeno comum principalmente entre os pases ricos, mas tambm est presente em grande parte dos pases em desenvolvimento. Assim, o crescimento populacional aliado aos crescimentos das escalas das economias esto promovendo a escassez de recursos naturais da Terra e evidenciando sua fragilidade em absorver os resduos e rejeitos decorrentes desse desenvolvimento. 1.2) Recursos Hdricos Um dos mais importantes recursos naturais da Terra trata-se da gua. Ela exerce notvel influncia sobre todas as formas de vida no planeta. Pode ser definida de vrias maneiras, dependendo do ngulo de observao. Para os qumicos, ela um composto inorgnico formado por duas molculas de hidrognio e uma de oxignio. Para os fsicos, ela a nica substncia que, a temperatura normal, se apresenta na natureza nos trs estados fsicos (slido, liquido e gasoso). Para os bilogos, ela a substncia responsvel pela existncia e manuteno de vida. Sem ela no haveriam as condies necessrias para a existncia se quer de uma espcie. Para os telogos, a gua uma ddiva de Deus, que purifica,MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:3 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO abenoa, nutre e proporciona aos indivduos o po da vida. Para os sanitaristas, ela um recurso natural renovvel e estocvel, a qual est contida na atmosfera, em formaes rochosas, em depsitos subterrneos, alm de fazer parte do solo, dos animais, das plantas e dos minrios. Para a legisladores brasileiros, a gua um bem pblico de uso comum, no suscetvel de direito de propriedade. Para os economistas, a gua um recurso natural renovvel, porm limitado e escasso, de grande valor econmico, pelo menos em termos de valor de uso. Embora dois teros da superfcie do planeta Terra sejam formados por esse composto qumico, a gua, em condies de ser utilizada para o abastecimento pblico, representa-se um bem escasso. A gua doce um percentual muito baixo em relao ao total existente no globo, cerca de 3%. Destes, cerca de 2/3 formam as placas polares. Outra parte de difcil aproveitamento, pois encontra-se no subsolo a grandes profundidades. Certo que a gua de rios, lagos e subterrnea aproveitveis representam apenas 0,03% do total dos recursos hdricos da Terra. A figura 1, abaixo, facilita o entendimento dessa situao.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Outro assunto de interesse ao se tratar os recursos hdricos descrever o ciclo hidrolgico, que evidencia os fluxos da gua junto a camada superficial na Terra. Esse ciclo, provocado pela absoro da energia solar, responsvel pelo clima e outros fenmenos de primordial importncia: a sobrevivncia da ecodiversidade. A figura 2, abaixo, apresenta uma visualizao sinttica desse ciclo.

O tratamento dispensado aos recursos hdricos deve merecer esforo de todas as naes para no ocorrerem graves problemas de escassez e poluio. Um dos grandes problemas nesse aspecto prende-se a distribuio irregular desse bem no globo terrestre. Os recursos hdricos atendem a muitos interesses da humanidade, da a necessidade de se estabelecer regras para o seu mltiplo uso. Existem formas diferentes de utilizao dos recursos hdricos: 1 - o uso dito consuntivo quando se retira gua de um manancial, exemplo: irrigao, abastecimento humano, dessedentao de animais e abastecimento industrial; 2 - o uso dito no consuntivo quando no se retira gua do manancial, como o caso da pesca, navegao, represamento para gerao de energia, ou mesmo para lazer e recreao.MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:5 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Outro aspecto relevante a ser mencionado, quando se procura uma abordagem sinttica sobre a gesto dos recursos hdricos, trata-se do conceito de bacia hidrogrfica. A bacia hidrogrfica representa a delimitao de toda uma regio que contribua para um dado corpo dgua. No gerenciamento de um corpo hdrico as fronteiras da bacia hidrogrfica devem prevalecer sobre as fronteiras intergovernamentais, pois muitas vezes, um corpo dgua que se destina a diluio de esgotos em um pas pode vir a representar manancial de abastecimento pblico de uma nao vizinha. O uso de gua para abastecimento pblico com o conseqente retorno das guas servidas ao corpo hdrico representa assunto do maior interesse ambiental e tambm de sade pblica. O estudo desse campo do conhecimento, no entanto, se d no mbito do saneamento ambiental. 1.3) Saneamento Ambiental e Sade Pblica Segundo a Organizao Mundial da Sade OMS, saneamento o controle de todos os fatores do meio fsico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre seu bem estar fsico, mental ou social. Representa, em outras palavras, um estado de completo bem estar fsico, mental e social, e no apenas ausncia de doenas. Para promover este bem estar, o saneamento constitui um conjunto de aes sobre o meio ambiente fsico, de controle ambiental, com o objetivo bsico de proteger a sade do homem. 1.4) Os servios de saneamento podem assim ser sintetizados: Abastecimento de gua: abastecimento de gua para as populaes, com qualidade compatvel com a sade publica e em quantidade suficiente para a garantia de condies bsicas de conforto; Coleta e tratamento de esgoto: coleta, tratamento e disposio ambientalmente adequada e sanitariamente segura dos esgotos sanitrios, neles includos os rejeitos provenientes das atividades domsticas, comercial e de servios, industrial e pblica;MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:6 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Coleta, tratamento e disposio final de resduos slidos: Coleta, tratamento e disposio ambientalmente adequada e sanitariamente segura de resduos slidos provenientes das atividades domsticas, comercial e de servios, industrial e pblica; Drenagem Pluvial: coleta de guas pluviais e controle de empoamentos e inundaes; e Controle de Vetores: controle de vetores de doenas transmissveis (insetos, roedores, moluscos, etc). Recentemente o conceito de saneamento vem sendo alterado de saneamento bsico para saneamento ambiental. Isto porque, o estabelecimento de condies mnimas ambientais no poderiam ficar ausentes das necessidades de bem estar do homem. Da a adoo do novo conceito, a seguir descrito: SANEAMENTO AMBIENTAL: o conjunto de aes socioeconmicas que tem por objetivo alcanar um meio ambiente com sanidade, por meio de abastecimento de gua potvel, coleta, tratamento e disposio sanitria de resduos slidos, lquidos e gasosos, promoo da disciplina sanitria do uso do solo, drenagem urbana, controle de doenas transmissveis e demais servios e obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condies de vida rural e urbana.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO CAPTULO 2 CONCEITOS BSICOS DE UM SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITRIO Autores: Eng Ana Lcia Colares Lopes Rocha Eng Romis Alberto da Silva 2.1) O que esgoto? todo despejo proveniente dos diversos usos da gua, tais como as de uso domstico, contendo matria fecal e guas servidas, industrial, de utilidade pblica, de reas agrcolas, de superfcie, de infiltrao, pluviais e outros efluentes sanitrios. Outra denominao: guas residurias. 2.2) Alguns conceitos bsicos:

Sistema de Esgotos Sanitrios - SES: o conjunto de obras e instalaes destinadas a propiciar:

-coleta; -transporte e afastamento; - tratamento; -disposio final dos esgotos de forma adequada;

Esgoto Bruto: esgoto no tratado; Esgoto tratado: esgoto aps a etapa de tratamento, que remove seus principais poluentes; guas de infiltrao: parcela de contribuio dos esgotos que provm das guas do subsolo, que penetra nas canalizaes de esgotos atravs das juntas, poos de visita e defeitos nas estruturas do sistema;

guas pluviais: parcela das guas da chuva que escoa superficialmente; Corpo receptor: corpo d gua que recebe o lanamento de esgotos brutos ou tratados; Contaminao: introduo de substncias nocivas no meio, como por exemplo, organismos patognicos e metais pesados;MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:8 de 122

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ETE Estao de Tratamento de Esgotos; EEE Estao elevatria de esgotos; Montante: direo para o lado da nascente, de onde correm as guas; Jusante: direo para o lado da foz, para onde correm as guas de uma corrente fluvial; Esgoto Afluente ETE: esgoto bruto ou parcialmente tratado que flui para uma unidade de tratamento; Esgoto Efluente ETE: esgoto que flui de um sistema de uma unidade de tratamento; Esgoto fresco: esgoto bruto recm gerado; Esgoto sptico: Esgoto em meio anaerbio, muito poludo; Vazo de Esgotos: a vazo ou descarga de esgotos expressa a relao de quantidade do esgoto transportado em um perodo de tempo. Normalmente a vazo representada pela letraQ e expressa em unidade de volume por unidade de tempo: l/s, m/h, etc...;

A vazo mdia de esgotos domsticos calculada com base no consumo de gua da localidade, ou seja, em funo do consumo mdio dirio de gua de um indivduo, denominado quota per-capita (QPc). Calcula-se a vazo de esgotos utilizando-se do conceito de coeficiente de retorno gua-esgoto. Tal coeficiente situa-se em torno de 80%, ou seja, para cada 100 litros de gua consumida so lanados aproximadamente 80 litros de esgotos na rede coletora;

A vazo de infiltrao no sistema de esgotos sanitrios ocorre atravs de tubos defeituosos, conexes, juntas ou paredes dos poos de visita. A quantidade de gua infiltrada depende de diversos fatores como tipo de material das tubulaes, tipo de junta empregada, tipo de solo, extenso da rede coletora, profundidade do lenol fretico. expressa em l/s/m ou l/s/km;

Vazo industrial: a vazo de esgotos produzida depende do tipo e porte da indstria; Bacia / sub-bacia de contribuio de esgotos: corresponde parte ou toda rea da bacia hidrogrfica que drenam os esgotos. Entende-se por bacia hidrogrfica a rea da superfcie terrestre drenada por um determinado curso d' gua e limitada perifericamente pelo limite do divisor das guas.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO 2.3) Classificao dos esgotos: Os esgotos que chegam s Estaes de Tratamento de Esgotos so basicamente originados de trs fontes distintas:

Esgotos domsticos; guas de infiltrao; Efluentes no domsticos - os esgotos no domsticos devero passar por prtratamentos e/ou tratamentos especficos antes de serem lanados no sistema coletor pblico ou no corpo receptor.

Esgotos Domsticos: Provm principalmente das residncias, edificaes comerciais, instituies ou quaisquer edificaes que contenham instalaes de banheiro, lavanderias, cozinhas ou qualquer dispositivo de utilizao de gua para fins domsticos. Esgotos No Domsticos: Provm principalmente de indstrias esgotos industriais, de hospitais, laboratrios, unidades de sade, lavanderias, lavajatos, oficinas mecnicas. Esses esgotos possuem caractersticas prprias em funo da atividade e do processo industrial empregados. 2.4) Caractersticas do esgoto: 2.4.1) Caractersticas fsicas: As caractersticas mencionadas a seguir so parmetros de relevncia para o estudo dos esgotos sanitrios: Teor de slidos: Os esgotos domsticos apresentam em mdia 0,08% de matria slida e 99,2% de gua. A matria slida total do esgoto pode ser definida como a matria que permanece como resduo aps evaporao a 103C.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Temperatura: ligeiramente superior a das guas de abastecimento; variao conforme as estaes do ano, sendo mais estvel que a temperatura do ar. Influencia na atividade microbiana, na solubilidade dos gases e na viscosidade do lquido; Odor: No esgoto fresco o odor oleoso, relativamente desagradvel, no esgoto sptico o odor ftido, desagradvel, devido ao gs sulfdrico e outros produtos da decomposio; Cor: Os componentes responsveis pela cor so os slidos dissolvidos. No esgoto fresco a cor ligeiramente cinza, no esgoto sptico a cor cinza escuro ou preto; Turbidez: Representa o grau de interferncia com a passagem de luz atravs do lquido, conferindo uma aparncia turva no mesmo. causada por uma grande variedade de slidos em suspenso. Esgotos mais frescos ou mais concentrados geralmente possuem maior turbidez. 2.4.2) Caractersticas qumicas: A origem dos esgotos permite classificar as caractersticas qumicas em dois grandes grupos: a) da matria orgnica; b) da matria inorgnica a) Cerca de 70% dos slidos no esgoto so de origem orgnica. Geralmente, estes compostos orgnicos so uma combinao de carbono, hidrognio, oxignio, algumas vezes com nitrognio. Os grupos de substncias orgnicas so constitudos principalmente por:

compostos de protenas (40 a 60%); carboidratos (25 a 50%); gordura e leos (10%); uria, surfatantes, fenis, pesticidas, etc.MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:11 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO b) A matria inorgnica contida nos esgotos formada, principalmente pela presena de areia e de substncias minerais dissolvidas. A areia proveniente de gua de lavagem de ruas e de guas do subsolo, que chegam s galerias de indevidamente ou se infiltram atravs das juntas das canalizaes. 2.4.3) Caractersticas biolgicas: Os principais organismos encontrados nos rios e nos esgotos so as bactrias, os fungos, os protozorios, os vrus, as algas e os grupos de plantas e de animais. As bactrias constituem talvez o elemento mais importante deste grupo de organismos, que so responsveis pela decomposio e estabilizao da matria orgnica, tanto na natureza como nas unidades de tratamento biolgico. H vrios organismos cuja presena num corpo d'gua indica uma forma qualquer de poluio. As bactrias coliformes so tpicas do intestino do homem e de outros animais de sangue quente (mamferos em geral) e, justamente por estarem sempre presentes no excremento humano (100 a 400 bilhes de coliformes/habitante x dia) e serem de simples determinao, so adotadas como referncia para indicar a grandeza da contaminao. 2.5) Sistema de esgotos sanitrios medida que as comunidades e a concentrao da populao tornam-se maiores, as solues individuais para o destino do esgoto domstico devem dar lugar s solues de carter coletivo denominadas de sistema de esgotos. O sistema unitrio consiste na coleta de guas pluviais, dos esgotos domsticos e dos despejos industriais em um nico coletor. No sistema separador absoluto , os esgotos domsticos ficam completamente separados dos esgotos pluviais. o sistema adotado no Brasil. Um sistema de esgotos sanitrio constitudo das seguintes unidades:

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Ramal Predial: Os ramais prediais so os ramais domiciliares, que transportam os esgotos para a rede pblica de coleta. Coletor: Os coletores recebem os esgotos das residncias e demais edificaes, transportando-os aos coletores-tronco. Por transportarem uma menor vazo, possuem dimetros proporcionalmente menores que os das demais tubulaes. Coletor-tronco: Os coletores-tronco recebem as contribuies dos coletores, transportandoos aos interceptores. Os dimetros so usualmente mais elevados que os dos coletores. Interceptor: Os interceptores correm nos fundos de vale, margeando cursos d'gua ou canais. Os interceptores so responsveis pelo transporte dos esgotos gerados na sua subbacia, evitando que os mesmos sejam lanados nos corpos d'gua. Em funo das maiores vazes transportadas, os dimetros so usualmente maiores que os dos coletores-tronco. Emissrio: Os emissrios so similares aos interceptores, com a diferena de que no recebem contribuies ao longo do percurso. A sua funo transportar os esgotos at a estao de tratamento de esgotos. Poos de Visita: Os poos de visita (Pvs), so estruturas complementares do sistema de esgotamento. A sua finalidade permitir a inspeo e limpeza material), nas junes e em trechos longos. Elevatria (EEE): Quando as profundidades das tubulaes tornam-se demasiado elevadas, quer devido baixa declividade do terreno, quer devido necessidade de se tranpor uma elevao, torna-se necessrio bombear os esgotos para um nvel mais elevado. A partir desse ponto, os esgotos podem voltar a fluir por gravidade. As unidades que fazem o bombeamento so denominadas elevatrias, e as tubulaes que transportam o esgoto bombeado so denominadas linhas de recalque. da rede. Podem ser adotados nos trechos iniciais da rede, nas mudanas (direo, declividade, dimetro ou

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Estao de tratamento de esgotos (ETE): A finalidade das estaes de tratamento de esgotos a de remover os poluentes dos esgotos, os quais viriam a causar uma deteriorao da qualidade dos corpos d'gua. A etapa de tratamento de esgotos tem sido negligenciada em nosso meio, mas deve-se reforar que o sistema de esgotamento sanitrio s pode ser considerado completo se incluir a etapa de tratamento. Disposio final: Aps o tratamento, os esgotos podem ser lanados ao corpo d'gua receptor ou, eventualmente, aplicados no solo. Em ambos os casos, h que se levar em conta os poluentes eventualmente ainda presentes nos esgotos tratados, especialmente os organismos patognicos e metais pesados. As tubulaes que transportam estes esgotos so tambm denominadas de emissrios.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO CAPTULO 3 NOES BSICAS DE QUALIDADE DE GUA E FUNDAMENTOS DE BIOLOGIA E QUMICA APLICADOS AO TRATAMENTO DE ESGOTO Autores: Eng. Civil Ana Lcia Colares L. Rocha Eng. Civil ttila Moraes Jardim Jnior Bil. Wilma Maria Coelho 3.1) Introduo Para a engenharia sanitria, o estudo da gua muito mais que a sua simples caracterizao da molecular H2O. Ao longo do seu ciclo pela natureza a gua incorpora diversas impurezas, que interferem na sua qualidade. Com o desenvolvimento econmico dos ltimos sculos, o homem vem, a cada dia, por todo o globo terrestre, interferindo com mais intensidade sobre a qualidade das guas. Essa ao pode comprometer a sobrevivncia dos seres vivos. Inclusive a vida do homem vem sendo afetada. A importncia da biologia para a engenharia sanitria inquestionvel. Ela relevante no s pela necessidade ecolgica de se preservar as vidas ligadas aos mais diferentes ambientes da Terra, pois todos eles necessitam de gua para haja vida, mas tambm porque a maioria dos processos de tratamento de guas poludas se d por ao biolgica. O presente captulo pretende abordar sinteticamente alguns fundamentos de biologia que so bsicos para a compreenso de dois temas: 1) Da necessidade da existncia de controle da poluio das guas, para garantia de vidas e 2) Como a microbiologia pode favorecer a decomposio da matria orgnica presente em guas poludas, sendo um dos instrumentos mais usuais ao tratamento de esgotos. 3.2) Ecossistema: Ecossistema um complexo sistema de relaes mtuas, com transferncia de energia e de matria, entre o meio abitico e os seres vivos de determinada regio. Dessa forma, um

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO ecossistema formado, necessariamente, de fatores biticos (organismos vivos) e fatores abiticos (elementos fsicos e qumicos do ambiente, como luz, calor, pH, grau de salinidade, variaes de presso etc.). Cada um destes fatores influencia as propriedades do outro e cada um necessrio para a manuteno da vida, como a conhecemos na Terra. Constituem-se em ecossistemas uma floresta, uma campina, uma faixa mais profunda ou mais superficial do mar, de um rio ou de uma lagoa, um aqurio ou at mesmo uma poa dgua, pois nela tambm se encontram organismos interagindo com fatores abiticos. 3.2.1) Principais tipos de Ecossistemas Naturais: a) Ecossistemas dulccolas: Lntico (guas paradas): lagos, tanques etc...; Ltico (guas correntes): rios, riachos etc...; Terras midas: brejos e florestas de pntanos. b) Ecossistemas marinhos: Oceano aberto (pelgico); guas de plataforma continental (guas costeiras); Regies de ressurgncia (reas frteis de alta produtividade pesqueira); Esturios (baas litorneas, estreitos, desembocaduras de rios, salgadios etc...). 3.3) Cadeia alimentar aqutica Uma cadeia alimentar um sistema inter-relacionado de organismos que produzem alimentos, organismos que consomem alimentos e organismos que decompem tecidos vegetal e animal em nutrientes para a sntese de mais alimentos. Os microorganismos desempenham um papel essencial em diversos aspectos desse sistema. Os principais elementos da cadeia alimentar aqutica so:

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Plncton: comunidade de organismos que flutuam na gua, levados pelas correntes aquticas, sendo constitudos pelo fitoplncton e zooplncton. Fitoplncton: O plncton formado por vegetais microscpios. Esses organismos so autotrficos, ou seja: so capazes de sintetizar seus prprios alimentos. Nos ecossistemas aquticos (rios, mares,lagos, etc), os principais organismos, que do origem a cadeia alimentar, so algas microscpicas que flutuam livremente na gua. Elas constituem o fitoplncton que serve de alimento ao zooplncton. Zooplncton: Conjunto de seres heterotrficos (que no so capazes de sintetizar seus prprios alimentos) que tambm so levados passivamente pelo movimento das guas: protozorios, pequenos invertebrados (coppodes crustceos que medem entre 1 a 5 mm) e larvas de animais ma (moluscos, aneldeos, artrpodes, etc). Os organismos do Zooplncton representam os consumidores primrios da cadeia alimentar. Algas Pluricelulares e Pequenos Vegetais: esses organismos aquticos de maior dimenso tambm so autotrficos e juntamente com o fitoplncton constituem a base da cadeia alimentar aqutica. Peixes: Os pequenos peixes representamos consumidores secundrios da cadeia alimentar, enquanto os peixes maiores e outros animais aquticos formam o grupo dos consumidores tercirios. Outros Animais: outros animais de grande porte, dentre os quais o homem, formam o grupo dos consumidores que esto no topo da cadeia alimentar.

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO 3.4) A qualidade da gua e sua importncia para os seres vivos e para o homem A qualidade da gua resultante de fenmenos naturais e da atuao do homem. De maneira geral, pode-se dizer que a qualidade de uma determinada gua funo do uso e da ocupao do solo na bacia hidrogrfica. Tal fato se deve aos seguintes fatores: Condies naturais: mesmo em condies que a bacia hidrogrfica seja preservada, existe a incorporao de slidos em suspenso ou dissolvidos na gua. Pode-se citar como exemplo rios totalmente preservados, ainda existentes na Bacia Amaznica, que tm suas guas repletas de slidos, matria orgnica e no simplesmente H2O (lquido incolor, inodoro, inspido, etc). Interferncia do homem: a interferncia do homem , dependendo da forma que ocupa o solo ou faz o uso da gua, pode representar grande interferncia na qualidade da gua. Quando o homem aplica defensivos no solo, sem os devidos cuidados, ou lana esgoto nos rios, causam algum tipo de ao predadora. As condies naturais da qualidade da gua dos recursos hdricos no representam uma ameaa ecolgica, pois os ecossistemas ali encontrados j esto ambientados a ela. Por outro lado, a interferncia humana na poluio das guas tem que ser disciplinada. Para que os diferentes ecossistemas, aquticos ou terrestres, sejam preservados, certos limites de poluio tm que ser fixados e obedecidos. A determinao desses limites, ou padres ambientais, tambm importante para a garantia de sade e qualidade de vida ao homem. Por isto, os pases fazem leis fixando os nveis de poluio permitidos e os Estados , por sua vez, definem padres especficos para a regio. 3.5) Impurezas encontradas na gua Os diversos componentes presentes na gua, e que alteram seu grau de pureza, podem ser tratados sinteticamente atravs de suas caractersticas, a saber: Caractersticas fsicas: Slidos presentes na gua. Eles podem estar em suspenso (slidosMANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:18 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO de maiores dimenses maiores que 10-3mm. Exemplo: areia, pedaos de folhas, etc), na forma coloidal (slidos de dimenso entre 10-6 mm e 10-3mm) , ou dissolvidos (slidos de menores dimenses entre 10-9mm e 10-6mm) , dependendo do seu tamanho. Caractersticas qumicas: As impurezas podem ser matria orgnica ou inorgnica. As substncias orgnicas presentes na gua so representadas em anlise laboratorial como slidos volteis. As inorgnicas relacionam-se aos slidos fixos. Caractersticas biolgicas: Seres vivos ou mortos. Na avaliao da qualidade da gua, os microorganismos assumem o papel de maior importncia, devido a sua grande predominncia em determinados ambientes e tambm porque so esses organismos microscpios (bactrias, algas, protozorios, etc) que promovem a auto depurao dos despejos. Os microorganismos da gua so especialmente importantes porque esto associados a doenas. O grfico abaixo melhor visualiza esta diviso dos componentes das guas: IMPUREZAS

CARACTERISTICAS FSICAS

CARACTERISTICAS QUMICAS

CARACTERISTICAS BIOLGICAS

Slidos

Gases

Inorgnicos

Orgnicos

Suspensos Colidais Dissolvidos Matria em decomposio

Ser vivo Animais Vegetais Microorganismos

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GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Os recursos hdricos preferencialmente deveriam manter suas caractersticas naturais, pois elas permitiriam a preservao dos diferentes ecossistemas neles existentes e no contribuiriam para contaminao hdrica de muitas doenas ligadas aos lanamentos de esgotos sanitrios. importante se ter em mente que nem sempre a gua dos rios, em suas caractersticas naturais, so prprias ao consumo humano. Muitas vezes elas carregam impurezas, contaminantes qumicos, ou biolgicos, que so prejudiciais sade. Poluio das guas: Entende-se por poluio das guas a adio de substncias ou de formas de energia que, diretamente ou indiretamente, alterem a natureza do corpo dgua de uma maneira que prejudique os legtimos usos que deles so feitos. Esse conceito associa poluio a prejuzos. Uma das formas de poluio que mais causam prejuzos ao homem e ao meio ambiente o lanamento de esgoto sanitrio bruto, sem o tratamento adequado, nos corpos dgua. 3.6) Parmetros de qualidade da gua A qualidade da gua pode ser representada por diversos parmetros, que traduzem as suas caractersticas fsicas, qumicas e biolgicas. Esses parmetros so verificados em laboratrios, atravs de diferentes anlises. Eles servem para definir a qualidade da gua tanto para o abastecimento, como para guas residuais, mananciais (recurso hdrico dos quais se retira gua para abastecimento) e corpos receptores (recurso hdrico nos quais se lanam resduos). Os principais parmetros utilizados para se definir a qualidade das guas so: 3.6.1) Parmetros fsicos: Cor: Representa a colorao da gua. Geralmente a cor est relacionada com os slidos dissolvidos. Esse parmetro determinante para a aceitao de gua para consumo humano. Uma gua de abastecimento deve ser o mais incolor possvel. Cores mais acentuadas em guas naturais representam a presena de matria orgnica em decomposio ou a presena de ferro ou mangans.MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:20 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO Turbidez: Representa o grau de interferncia com a passagem de luz. A turbidez relacionase principalmente presena de slidos suspensos na gua. esteticamente desagradvel, embora no represente inconveniente sanitrio obrigatoriamente. A utilizao desse parmetro comum ao processo de tratamento de gua e tambm de esgoto. Sabor e odor: So parmetros relativos aos sentidos do gosto e do olfato. So parmetros relevantes para a produo de gua de abastecimento. Comumente esto relacionados a presena de matria orgnica em decomposio ou presena de contaminantes industriais. Temperatura: Representa a intensidade de calor da gua. um parmetro de maior importncia para caracterizao de corpos dgua e interfere nos processos de tratamento de gua e esgoto. 3.6.2) Parmetros qumicos: pH: Representa a concentrao de ons de hidrognio H+. D uma indicao da acidez, neutralidade, ou alcalinidade da gua. Os slidos dissolvidos na gua so os agentes que interferem no valor do seu pH. um parmetro de relevncia tanto para o tratamento da gua, como do esgoto. Valores de pH afastados da neutralidade podem afetar a vida nas guas. Interpretao: pH < 7: condio cida pH = 7: condio neutra pH > 7: condio bsica Alcalinidade: Representam a quantidade de ons presentes na gua para neutralizar os ons H+. Os principais constituintes da alcalinidade so os bicarbonatos (HCO3); carbonatos (CO32-); e hidrxidos.(HO-). A constituio da gua, com maior ou menor concentrao variada de cada um desses ons propicia alteraes no valor do pH das guas. Interpretao: A alcalinidade, o teor de gs carbnico e o pH esto relacionados pH < 9,4: presena de hidrxidos ou carbonatos;MANUAL MT 30-OPERAO DE ESTAO E TRATAMENTO DE ESGOTO REVISO: 01 DEZ/2005 Pg:21 de 122

GERNCIA DE DESENVOLVIMENTO DE PESSOAL MANUAL DE OPERAO DE ESTAO DE TRATAMENTO DE ESGOTO pH entre 8,3 e 9,4 presena de carbonatos e bicarbonatos; pH entre 4,4 e 8,3 presena apenas de bicarbonato. Acidez: Capacidade da gua em resistir s mudanas de pH causadas pelas bases. Relaciona-se presena de gs carbnico livre (CO2) e cido sulfdrico (H2S). Tem pouco significado sanitrio. Podem caracterizar decomposio de matria orgnica na gua ou contaminao industrial. Interpretao: A alcalinidade, o teor de gs carbnico e o pH esto relacionados pH > 8,2: ausncia de CO2; pH entre 4,5 e 8,2 acidez carbnica; pH 12 refrigerao a 4C 1mL d e H3PO4 a 4C H2SO4 conc.,at pH 2 a 4C HNO3 conc. at pH < 2 Mais breve possvel 24 horas Mais breve possvel 7 dias Mais breve possvel 7 dias ou 24 horas 6 meses 6 meses

dissolvidos Ao filtrado: HCN3 at pH