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Manual Nutron ® de Manejo de Creche

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Manual Nutron® de Manejo de Creche

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Introdução ..................................................................................................................................................... 41. Leitão de Maternidade ................................................................................................................................ 5 1.1. Uniformização de leitegadas ................................................................................................................... 6 1.2. Manejo do leitão na maternidade ........................................................................................................... 62. Desmame ..................................................................................................................................................... 7 2.1 Preparação da instalação para alojamento dos leitões .......................................................................... 7 2.1.1. Água ............................................................................................................................................... 7 2.1.2. Ração ............................................................................................................................................ 7 2.1.3. Sala e Baias .................................................................................................................................. 83. Creche ..................................................................................................................................................... 9 3.1. Alojamento dos leitões ........................................................................................................................... 9 3.2. Fornecimento de água ......................................................................................................................... 10 3.3. Prevenção do jejum prolongado após o desmame .............................................................................. 124. Programa alimentar .................................................................................................................................. 15 4.1. Fases da produção e fatores decisórios ............................................................................................... 16 4.1.1. Fase de preparação ..................................................................................................................... 16 4.1.1.1. Fatores de decisão .......................................................................................................... 16 4.1.1.2. Produtos na fase de preparação .................................................................................... 17 4.1.2. Fase de transição ....................................................................................................................... 19 4.1.2.1. Nível de desafi o .............................................................................................................. 19 4.1.2.2. Produtos para a fase de transição ................................................................................. 20 4.1.3. Fase de rápido crescimento ........................................................................................................ 22 4.1.3.1. Produtos para a fase de crescimento ............................................................................. 235. Sanidade ................................................................................................................................................... 24 5.1. Principais pontos relacionados à saúde dos leitões ............................................................................ 24 5.2. Tratamento dos animais doentes ......................................................................................................... 25 5.2.1. Tratamento individual ................................................................................................................... 25 5.2.1.1. Tópicos importantes para medicação individual ............................................................. 25 5.2.2. Tratamento do lote ...................................................................................................................... 26 5.3. Plano sanitário ..................................................................................................................................... 276. Ambiente ................................................................................................................................................... 28 6.1. Qualidade do ar .................................................................................................................................... 28 6.1.1. Amônia ......................................................................................................................................... 28 6.1.2. Monóxido de carbono .................................................................................................................. 29 6.1.3. Dióxido de carbono ..................................................................................................................... 29 6.1.4. Umidade ...................................................................................................................................... 29

Sumário Geral

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6.2. Manejo do ambiente térmico .............................................................................................................. 30 6.2.1. Temperatura e fluxo de ar ............................................................................................................ 30 6.2.2. Temperatura de superfície .......................................................................................................... 33 6.3. Iluminação ........................................................................................................................................... 337. Limpeza e desinfecção das instalações ................................................................................................. 358. Conclusões ............................................................................................................................................... 379. Referências ............................................................................................................................................... 38

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Introdução

Esse manual de manejo fornece as melhores práticas para assegurar um excelente desem-penho na fase de creche.

Durante essa fase crítica, o suíno desenvolve as capacidades imunológica, fi siológica e in-testinal que determinam sua saúde e desempenho nas fases posteriores. Aplicando as práticas de manejo adequadas, a produtividade dos leitões pode ser maximizada e as mudanças fi sio-lógicas, como o desmame, podem ser superadas de maneira menos traumática.

O objetivo deste manual é fornecer informações de manejo, sanidade e nutrição para obter o máximo desempenho dos leitões na fase de creche. Para isso, é necessário abordar alguns pontos críticos ainda na fase de maternidade que possuem alto impacto.

A qualidade do período neonatal é decisiva no desempenho das fases subsequentes.

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1. Leitão de maternidade

As primeiras 24 horas de vida do leitão são fundamentais para o desempenho nas fases subsequentes.

Garantir a ingestão adequada de colostro é vital para assegurar a sobre-vivência do leitão e maximizar o seu desempenho.

As ações a seguir podem auxiliar nesse ponto:

W Mamada segregada: marcar os primeiros 6-7 leitões nascidos. Após o nascimento de todos os leitões, separar os primeiros nascidos e deixar os outros leitões terem acesso ao colostro. Se possível, realizar esse manejo nas primeiras 12 horas de vida.

W Aquecer os leitões após o nascimento: os leitões, principalmente os de baixo peso, são muito suscetíveis à hipotermia, por isso, é necessário aquecê-los com lâmpadas ou tapetes térmicos.

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1.1. uniformização de leitegadas

O objetivo deste manejo é garantir a ingestão adequada de leite para todos os leitões e deve ser feito até as 24 horas de vida. Alguns pontos são importantes nesse manejo:

1.2. Manejos de leitão na maternidade

Abaixo estão descritos os manejos que podem ter impacto no desempenho de leitões na fase de creche. Para revisar os outros manejos realizados nos leitões na fase de maternidade, consultar o Manual Nutron® – Manejo de Gestação e Maternidade.

W Checar o número de tetos funcionais.

W Tetos que produzem colostro no primeiro dia após o parto.

W Selecionar os leitões menores e alocá-los em uma porca receptora.

W A porca receptora deve ser de segundo ou terceiro parto e com bom aparelho mamário.

W Misturar o menor número possível de leitões e deixar a mesma quantidade de leitões e

tetos viáveis.

W Transferir leitões entre porcas com data de parto semelhante.

W Não movimentar leitões entre diferentes salas de maternidade.

W Manter os leitões na mesma sala/lote para evitar problemas sanitários.

uniformização

3

3

14-21

3

A aplicação de ferro dextrano previne a anemia em leitões. A dose depende do produto utilizado.

Cortar um terço da cauda utilizando um cauterizador. Higienizar com fre-quência o equipamento.

O dia da vacinação depende do proto-colo de vacinas. Consultar o veteriná-rio responsável. A vacinação deve ser feita, no mínimo, uma semana antes do desmame.

Aplicação oral de Anti-coccidiostático (toltrazuril). A dose depende do produ-to utilizado.

Aplicar no terceiro dia de vida.

Vacinação é o melhor mé-todo de prevenção contra patógenos virais. Vacina-ção ao desmame reduz ganho de peso compara-do a aplicação uma se-mana antes do desmame.

Durante o verão recomen-da-se a aplicação de duas doses.

Aplicação de ferro

Corte de cauda

Vacinação

Anti-cocci-diostático

Manejo Dias de vida

Descrição observações

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2. Desmame

O desmame deve ser feito em datas programadas, de acordo com o manejo da granja. Deve ser realizado de forma calma e sempre respeitando os princípios básicos de bem-estar animal.

2.1. Preparação da instalação para alojamento dos leitões

2.1.1. Água

W Revisar os fi ltros de água.W Checar o fl uxo de água nas chupetas. O mesmo deve ser de 1 litro/minuto.W Checar todos os aspersores/nebulizadores.W Checar a pressão de água. Deve ser menor de 20 psi.W Posicionar os bebedouros 5 cm acima da altura da paleta dos leitões menores.

2.1.2. Ração

W Ajustar todos os comedouros adequadamente, de maneira que não haja desperdício de ração e muito menos restrição de ração aos leitões (Figura 1). Mais detalhes estão descritos no tópico “Programa Alimentar” deste manual.W Instalar comedouros semelhantes aos de maternidade e colocar ração antes do alojamento dos leitões.

Figura 1: O comedouro da esquerda está ajustado adequadamente. Já o comedouro da direita está muito aberto, ocasionando desperdício de ração.

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2.1.3. Sala e Baias

W Manter o sistema de “todos dentro - todos fora” nas salas de creche.

W Reparar portões, pisos, portas, cortinas, exaustores, etc. Fazer manutenção das máquinas e motores.W Colocar iscas para roedores ao longo da instalação. Remover as iscas no dia do alojamento dos leitões. Revisá-las periodicamente. As mesmas podem ser posicio- nadas dentro da instalação, porém em lugares inacessíveis aos leitões.W Iniciar o aquecimento da sala com bastante antecedência ao alojamento dos leitões. A temperatura recomendada é de 30°C.W Checar todos os comedouros e bebedouros quanto à presença de sujidades/dejetos.W Revisar os equipamentos de ventilação e aquecimento para garantir um ambiente adequado para os animais.W Checar se todos os materiais necessários estão disponíveis na granja. Isso inclui peças de reposição para motores/sistemas de alimentação/hidráulicos, medicação, ração, etc.W Checar equipamentos para medicação via água e injetável.W Providenciar materiais para enriquecimento ambiental (brinquedos, bolas, palha, entre outros) para reduzir as brigas.

Manter as salas vazias no mínimo por duas noites entre os lotes de creche. Além de permitir que a sala seque adequadamente, a ausência de água/umidade dificulta a sobrevivência de patógenos, o que ajuda a quebrar os ciclos das principais doenças.

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3. Creche

3.1. Alojamento dos leitões

W Transferir os leitões para a creche mantendo as leitegadas.

Esse manejo reduz consideravelmente a contaminação entre leitegadas e a ocorrência de brigas no alojamento.

W Se não for possível manter a leitegada na baia, não é recomendado a uniformização dos leitões de acordo com o peso ou tamanho.

A uniformização dos leitões ao alojamento é necessária em situações onde há venda de leitões por faixa de peso. Inicialmente, alojar nas baias 110% da capacidade, mantendo algu-mas baias vazias para alojar 10% dos leitões.

em granjas onde há intenção de uso mínimo de antimicrobianos é funda-mental manter os leitões da mesma leitegada na mesma baia ou misturar, no máximo, duas leitegadas.

Quando os leitões são alojados de acordo com o tamanho, há aumento no número de brigas, resultando em mais injúrias aos leitões e não há be-nefícios em relação ao ganho de peso ou uniformidade no período fi nal de creche. (Faccin, 2017)

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1. Ao alojar os leitões nas baias, apenas duas ações são recomendadas:

W Separar 10% de leitões menores e/ou de baixo peso e colocar nas baias vazias. Esses leitões não têm condições de competir por acesso ao comedouro ou bebedouro com animais maiores.W Separar os leitões doentes e/ou machucados dos leitões menores, colocando-os em uma outra baia. Isso reduz a disseminação das doenças e permite o monitoramento desses animais.

2. As baias vazias para o alojamento dos leitões menores e doentes devem ficar nas áreas mais quentes do galpão (geralmente no centro).

3. Deve-se dar atenção especial aos leitões menores/doentes com o objetivo de aumentar a viabilidade do lote de creche. Algumas ações estão descritas a seguir:

W Providenciar lâmpadas de aquecimento suplementar para criar um ambiente mais confortável;

W Colocar mantas de borracha ou outro material isolante térmico para prevenir a perda de calor para o piso;

W Fornecer ração de alta densidade nutricional e em forma de papinha para estimular o consumo;

W Garantir que os leitões tenham acesso à água assim que entrarem nas baias. Em muitos casos, os leitões não têm acesso à água durante o transporte, o que pode resultar em desidratação.

3.2. Fornecimento de água

Recomenda-se uma relação de um bebedouro para 10 leitões, com um mínimo de dois bebedouros por baia.

Essa relação não leva em consideração bebedouros presentes nos comedouros.

W Garantir acessibilidade aos bebedouros posicionando as chupetas a 46 cm de distância uma das outras. A altura do bebedouro deve ser 5 cm acima do lombo dos animais.

W Os bebedouros podem ser do tipo chupeta pendular ou fixo com regulagem de altura (Figura 4).

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Figura 2. Bebedouro fixo com regulagem de altura.

Essa relação não leva em consideração bebedouros presentes nos comedouros.

W Posicionar os bebedouros em local de fácil drenagem, por exemplo, na área de piso vazado.W Recomenda-se um fluxo de água de 1,0 litro/minuto:

{ Para certificar-se do fluxo de água, acionar o bebedouro durante um minuto, depositan- do toda a água em um recipiente. Após o término do tempo, verificar a quantidade de litros que saíram em um minuto.{ O baixo fluxo de água pode ser causado por obstrução na tubulação. Se o fluxo for muito baixo, remover e limpar as chupetas. Se o fluxo continuar baixo, realizar a limpeza em toda a rede hidráulica.

W Verificar diariamente se os bebedouros estão limpos e funcionando.W Verificar regularmente a qualidade da água de bebida dos animais. O intervalo entre as análises vai depender da fonte de água utilizada:

{ Sistema público de água: dependendo da região, é exigida uma análise de água por ano.{ Poço artesiano: realizar uma análise anualmente.{ Fonte superficial: realizar quatro análises por ano (trimestralmente). Nesse tipo de água, nota-se uma variabilidade muito grande da qualidade da água de uma análise para outra. Também há maior risco de contaminação por patógenos e substâncias tóxicas.

W Amostragem da água: { Sempre utilizar recipientes fornecidos pelo laboratório que irá analisar a água ou agência de controle. Os recipientes devem ser livres de contaminação bacteriana para não interferir no resultado do exame.

{ A amostra deve ser coletada diretamente do bebedouro.{ Remover resíduos e sujidades presentes na chupeta antes de fazer a amostragem.{ Acionar a chupeta por aproximadamente 2 minutos, para obter uma amostra represen- tativa.

W Referências para níveis minerais e microbiológicos estão apresentados nas tabelas 1 e 2, respectivamente.

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Fonte: Task Force on Water Quality Guidelines (TFWQG), 1987.

1000

100

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3000

5.0

0.51

0.12

5.0

0.02

1.0

1.0

5.0

2.03

0.1

0.003

0.5

1.0

0.05

0.2

0.1

50.0

Cálcio

Nitrato e nitrito

Nitrito livre

Sulfato

TDS

Alumínio

Arsênio

Berílio

Boro

Cadmo

Cromo

Cobalto

Cobre (suíno)

Fluoreto

Chumbo

Mercúrio

Molibdênio

Níquel

Selênio

urânio

Vanádio

Zinco

Componente ComponenteConcentração (mg/L)

Concentração (mg/L)

Tabela 1. Características físico-químicas recomendadas para água.

Tabela 2. Níveis máximos para presença de patógenos na água.

< 1000/100ml

< 500mg/ml

Coliformes termotolerantes

Sólidos dissolvidos totais

Patógeno Parâmetro

Fonte: Embrapa, 2005.

Leitões que não consomem ração até 42 horas pós-desmame têm, apro-ximadamente, três vezes mais chance de apresentarem subdesenvolvi-mento que leitões que consomem ração antes desse período, indepen-dentemente do peso ao desmame. (Laskoski, 2016)

3.3. Prevenção do jejum prolongado após o desmame

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Portanto, um jejum prolongado gera prejuízos semelhantes para leitões de baixo, médio ou alto peso de entrada na creche.

Garantir uma iluminação adequada nos comedouros. Os suínos não gostam de colocar a ca-beça em lugares confinados e escuros. Se possível, utilizar comedouros na divisória das baias e que seja possível visualizar os leitões do outro lado do comedouro. Isso serve de estímulo para o aumento do consumo de ração. Preferencialmente, iniciar a alimentação na fase de creche com ração líquida. Segue abaixo algumas recomendações:

W Utilizar um cano de PVC de 150 mm (Figura 5) cortado ao meio (longitudinalmente);

W Preparar a mistura da ração com água na proporção de 2 partes de água para 1 parte de ração;

W Para os leitões menores (10% do lote), recomenda-se o fornecimento de papinha na proporção de 2 partes de água para 1 parte de Neopigg 2. Deve ser fornecido no cano de PVC citado acima. Além disso, recomenda-se fornecer quantidade maior das primeiras fases de ração para essa categoria de animais;

W Observar os leitões enquanto se alimentam. O comedouro deve estar vazio em até 30 minutos;

W Fornecer 3 vezes ou mais ao dia. Esse manejo não apenas garante o fornecimento de ração fresca como também é um bom momento para a observação dos animais mais debilitados e que não comem;W No terceiro dia de alojamento, iniciar o fornecimento de ração seca por cima da ração úmida;

W Parar com o fornecimento de ração líquida após o quinto dia (se prorrogado o manejo, pode fazer com que alguns leitões fiquem dependentes da ração úmida e não aprendem a comer a ração seca).

Figura 3. Exemplo de comedouro auxiliar para fornecimento de papinha ou leite.

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W Quando não fornecer ração líquida: { Colocar um comedouro adicional nas baias. De preferência, o mesmo utilizado nas celas parideiras. Caso contrário, pode ser um comedouro redondo de coloração clara ou mais chamativa (Figura 4);

{ Fornecer ração diariamente;{ Fornecer um comedouro extra cheio de água para evitar a desidratação. Embora muito subestimado, o risco de desidratação é maior do que o de fome.

Figura 4. Comedouros utilizados nas celas parideiras (setas) posicionados próximos ao co-medouro de creche.

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4. Programa alimentar

A Rapid Neopigg™ é uma solução inovadora e de alta tecnologia que ad-equa o nível de investimento em nutrição aos desafi os de cada granja e ao objetivo do produtor.

Com a ajuda do TechPig é possível quantifi car, em cada fase, estes fato-res de risco de forma a garantir a escolha do melhor programa alimentar.

Além disto, através da sua ferramenta de modelagem TechPig, permite criar cenários bus-cando a máxima lucratividade e o sucesso do negócio.

Foram identifi cados três momentos onde fatores relacionados às necessidades do animal e aos objetivos do negócio mudam signifi cativamente. Desta forma, justifi cando os processos decisórios, cada um deve ocorrer antes do início de cada uma das três fases que identifi camos como:

Com o TechPig se recomenda o investimento em dietas mais complexas (leite, aditivos, etc...) apenas para aqueles animais que têm necessidade delas e, portanto, respondem a estas dietas mais caras. Animais menos desafi ados, respondem bem a dietas mais simples, desta forma, a ferramenta recomenda dietas mais em conta.

Garantindo a performance desejada e o investimento apenas no que é necessário, evitando desperdícios e maximizando a rentabilidade.

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MATeRNIDADe CReCHe CReCHe

Fase 0 Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4

PRePARAÇÃo TRANSIÇÃoRÁPIDo

CReSCIMeNTo

4.1. Fases da produção e fatores decisórios

4.1.1. Fase de preparação

Nesta etapa o leitão ainda está com a mãe e, sem dúvidas, seu principal e preferencial ali-mento é o leite materno. Por outro lado, especialmente as fêmeas hiperprolífi cas, apresentam desmames mais tardios e, durante o estresse calórico, a quantidade de leite produzida não é sufi ciente para que o animal desempenhe níveis mais próximos do seu potencial de crescimento.

Nestes casos, a suplementação de alimento faz com que o peso à desmama seja um pouco melhor, com maior uniformidade dos lotes e, eventualmente, menos desordens intestinais, ain-da quando o leitão é lactente.

Desta forma, animais que recebem alimentação suplementar sofrem menos durante o des-mame, consomem mais alimento, aproveitam melhor este alimento e, consequentemente, cres-cem mais e têm menor propensão a desordens digestivas após o desmame.

O ganho de peso devido à alimentação suplementar até o desmame é na maioria das vezes pequeno neste momento. O maior benefício está na melhora do peso ao fi nal da fase de creche.

4.1.1.1. Fatores de Decisão

A escolha do produto adequado é muito relevante. Composição, forma física e adição de água têm grande efeito no estímulo ao consumo. Cada produto e sua forma de fornecimento tem suas peculiaridades. A escolha deve ser de acordo com as condições da granja, mas sem-pre levando em consideração que o importante é nunca deixar de fornecer ração para o leitão. Também é fundamental sempre seguir as recomendações abaixo:

o principal benefício do início precoce da alimentação é que o animal, ao ter contato com outros alimentos, desenvolve o hábito de consumo e estimula a maturação do seu trato digestivo.

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W Fornecer pequenas quantidades várias vezes ao dia. Quanto mais fresca a ração, maior será o consumo.W Fornecer 30 minutos antes de alimentar as porcas. Os leitões copiam o comportamento de alimentação da mãe.W Espera-se um consumo entre 250 e 500 gramas por leitão de ração Neopigg Mater ou Neopigg 2, variando conforme o início do fornecimento e a idade de desmame de desmame.

W Leitões podem usar para defecar. Colocar o comedouro no momento de fornecer a ração. Isso aumenta a curiosidade dos leitões e, consequentemente, o consumo de ração.

W Para garantir água fresca para os leitões.

W Há grande risco de fermentação, se isto ocorrer, o consumo cai signifi cativamente e há riscos de desordens intestinais.

Iniciar o fornecimento de ração no

5° dia de vida

Não colocar o comedouro vazio

antes do 5° dia

Acionar os bebedouros diariamente

No caso de papinha, os cuidados devem

ser redobrados

Alimentação em geral

O consumo esperado pode variar muito. Diversos fatores contribuem signifi cativamente para esta variação:

a. Quanto mais velho o leitão maior o consumo.b. Quanto mais leite a porca produz, menor o consumo.c. Produtos com fórmulas adequadas à fase, apresentam maiores consumos.d. Manejo adequado, propicia maiores consumos.e. Geralmente, alimentos na forma de papinha, contribuem para maior consumo.f. A ração peletizada gera um consumo real relativamente maior, pois gera baixo desperdício.g. Substitutos lácteos na forma líquida, são os que propiciam os maiores consumos.

Apenas como referência, animais desmamados com cerca de 21 dias e ração fornecida a partir do 5° dia de vida devem gerar um consumo aparente com cerca de 200g/leitão. Animais desmamados com 25 dias já devem consumir cerca de 400g. Animais desmamados com 28 dias e recebendo substitutos lácteos na forma líquida com equipamentos apropriados, chegam a consumir até 2kg (base matéria seca) até o desmame.

4.1.1.2. Produtos para a fase de Preparação

No programa Rapid Neopigg™ estão disponíveis dois produtos prontos para uso: a Neopigg 2 e a Neopigg Mater.

A Neopigg 2 é uma ração completa rica em nutrientes de alta digestibilidade. Ela pode ser utilizada seca ou na forma de “papinha” (duas partes de água para uma de ração), pois possui cereais pré-cozidos que garantem uma boa solubilização e homogeneidade da mistura.

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A Neopigg 2 também é recomendada para o desmame de leitões menores e mais fracos, bem como para a recuperação de animais com desempenho baixo.

A Neopigg Mater é um suplemento pronto e peletizado de elevada atratividade. Foi de-senhada para proporcionar maior consumo e estimular a rápida maturação do sistema digestivo. É rica em probióticos e prebióticos, não possui nenhum tipo de antibiótico, o que promove o desenvolvimento de uma flora intestinal saudável. Assim, melhora o desempenho do leitão na maternidade e, principalmente, o prepara para o desmame. Por ser peletizado e de fácil manejo, apresenta desperdício muito pequeno. Não é recomendado para uso na forma de papinha e não pode ser utilizado para o desmame e para a recuperação de animais fracos.

A Neopigg 2 e a Neopigg Mater devem ser fornecidas em comedouros (Figura 2) colocados na cela parideira. Algumas características do comedouro são importantes:

1. Redondo: melhor interação social no momento da alimentação;

2. Altura máxima de 8cm;

3. Material “brilhante” ou com coloração chamativa;

4. Posicionado onde os leitões passam frequentemente, levando em consideração os seguintes pontos:

a. Ficar fora do alcance dos membros da porca;b. Distante de pontos de água para não molhar a ração;c. Distante das laterais da cela parideira para que todos os lados do comedouro sejam acessíveis;d. Próximo ao comedouro da porca pois os leitões imitam o comportamento de alimenta-ção da mãe.

Figura 5: Comedouro de maternidade para leite ou ração seca.

Caso o produtor tenha dificuldade em utilizar os produtos prontos, que foram desenhados especificamente para a fase de Preparação e que, portanto, devem proporcionar resultados superiores, é possível também utilizar as ra-ções Fase 1 dos programas de transição.

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4.1.2. Fase de transição

Durante o desmame e de forma relativamente rápida o leitão se transforma radicalmente, muda de local, muda de companheiros, fica longe da mãe e, principalmente, sua dieta é drasti-camente alterada. Deixa o leite materno rico em nutrientes, de altíssima digestibilidade, aquecido e recebe uma ração seca.

As rações de transição são desenhadas para atender às necessidades dos leitões, que ainda têm seu aparelho digestivo imaturo e, portanto, precisam ser formuladas com quantidades signi-ficativas de ingredientes especiais que se assemelhem ao leite da mãe. Tais ingredientes, como derivados de leite, plasma e aditivos, tornam estas rações com alto valor agregado.

Desta forma, quanto mais rápido uma dieta promover o desenvolvimento do trato digestivo do leitão para aproveitar nutrientes de ingredientes mais simples, como o milho e farelo de soja, mais barato será o programa nutricional. Por outro lado, a passagem de uma ração complexa com maior custo, para uma mais simples, de menor custo antes do tempo, pode causar adversi-dades, em que a economia com a ração não cobre os prejuízos a longo prazo.

4.1.2.1. Nível de desafio

Na vida do suíno, o período logo após o desmame, chamado de Fase de Transição, é o de maior desafio. Quando não é realizado um bom trabalho de manejo e a definição do programa de arraçoamento adequado nessa fase, o desenvolvimento é severamente prejudicado, com riscos elevados de baixo desempenho na creche, mortalidade, morbidade e de enfraquecimento do leitão, deixando-o muito mais suscetível a diversos outros problemas, como, por exemplo, doenças respiratórias.

Por outro lado, o desafio do desmame não é igual para todos os animais. Animais mais jovens tem maior dificuldade para se adaptar ao novo ambiente e ao novo alimento. Em geral, leitões mais leves, também são mais sensíveis. Animais que nunca receberam ou receberam pouca ra-ção suplementar durante o período de lactação, também estão menos adaptados (ver seção de Preparação). Animais em granjas com alta suscetibilidade a infecções por patógenos e manejo/instalações deficientes estão sujeitos a maiores desafios.

Na prática, mas também sustentado por experimentos científicos, estes animais que estão sob condições de maior desafio têm necessidade de alimentos diferenciados e em níveis maio-res, por exemplo, de derivados de leite, proteínas nobres (plasma) e de aditivos nutricionais, que tornam estas dietas mais onerosas. No entanto, eles respondem a este investimento, tendo menor redução de consumo pós-desmame, menos desordens digestivas e, consequentemente, crescem de forma eficiente e saudável.

Animais desmamados mais tarde e em boas condições de granja apresentam um excelente desenvolvimento com dietas mais simples, portanto, com menor nível de investimento.

Dietas para uma transição rápida requerem o emprego de tecnologias apropriadas, como as utilizadas na Rapid Neopigg™, que, com apenas 7,4 kg de ração de transição, faz com que o leitão fique apto para uma dieta formulada apenas a base de milho e farelo de soja.

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A adversidade é definir de forma prática, mas com bom grau de precisão o nível de desafio e, consequentemente, o nível de investimento necessário em nutrição para garantir o resultado desejado. Para isto foi desenvolvido o TechPig – uma ferramenta complementar que quantifica o nível de desafio e auxilia na definição do programa nutricional.

Com o TechPig o nível de desafio é quantificado a partir destes pontos:

h. Idade ao desmame, quanto mais jovem, maior o desafio.

i. Diferença de idade entre as leitegadas mais novas e as mais velhas, quanto maior a diferença, maior é o desafio, havendo um número de animais mais jovens que a média.

j. Peso ao desmame, em geral, lotes com pesos menores têm maiores problemas de desen-volvimento.

k. Consumo de ração na maternidade, quanto maior consumo, mais desenvolvido fisiologi-camente o leitão, desta forma, menor o desafio.

l. Mortalidade, quanto maior for a mortalidade, maior suscetibilidade de infecção e piores são as condições de ambiência e manejo, indicando maior desafio.

4.1.2.2. Produtos para a fase de Transição

No programa Rapid Neopigg™ estão disponíveis três linhas de produtos para a fase de tran-sição, cada uma recomendada para animais submetidos a diferentes níveis de desafio, os quais são quantificados pelo TechPig.

Todas a linhas aportam níveis equivalentes de nutrientes, tais como aminoácidos, vita-minas, minerais e energia, mas possuem níveis diferentes de ingredientes nobres como derivados lácteos, plasma, aditivos, etc.

As linhas são:

Indicada para animais sob nível de desafio bai-xo. As rações produzidas com a linha Matura são adequadas para animais que já possuem um siste-ma digestivo mais desen-volvido, portanto, não res-pondem a níveis mais altos de derivados lácteos ou outros ingredientes nobres. Desta forma é possível produzir rações com in-vestimentos mais baixos.

Recomendada para ani-mais sob nível de desafio intermediário. Desenvolvidas com um aporte de ingredientes nobres e de aditivos em quantidades apropriadas para atender às necessida-des destes animais e ga-rantir uma transição rápida e suave.

Desenhada para ajudar leitões submetidos a de-safios elevados durante a transição. É enriquecida com aditivos que fortificam significativamente o siste-ma imune e elevado nível de nutrientes de alta diges-tibilidade para animais com sistema gastrointestinal ima turo.

MATuRA

CoRe

PRIMA

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Todas as linhas são compostas por três concentrados nos quais milho, farelo de soja e óleo são agregados na propriedade. Eventualmente outros ingredientes podem ser utilizados, para isto, recomenda-se contatar nossos consultores de nutrição.

Independentemente da linha e do grau de desafio, recomenda-se fornecer:

Manejo especial para animais menores e mais desafiados pode ser elaborado com Neopigg 2 (alimento da fase de Preparação) ou com uso de quantidades maiores de alimento da Fase 1, eventualmente na forma de papinha. Para definir um programa que melhor atenda às necessidades, contate um dos consultores da Nutron®.

Para os leitões consumirem as rações dessa fase, além da qualidade das rações, é impor-tante verificar alguns pontos na granja para para garantir a ingestão de ração adequada nesse período:

W Fornecer espaço de comedouro suficiente para os leitões. O ideal é que, para cada 10 a 12 leitões, haja uma boca (19cm) de comedouro. Além disso, para garantir o acesso de todos os leitões ao comedouro, as orientações abaixo devem ser levadas em conside- ração:

{ Quando utilizar comedouros lineares, recomenda-se disponibilizar 5cm de comedouro por leitão presente na baia.{ No caso de comedouros automáticos, disponibilizar 3cm lineares por leitão.

W Garantir que a ração esteja disponível 24 horas por dia e que seja fresca. Recomenda-se abastecer os comedouros várias vezes ao dia durante as primeiras duas semanas de alojamento.W Aproximadamente 10-15% dos leitões não consomem ração nos primeiros dias de creche. Isso ocorre devido a diferença no tamanho e idade entre os leitões. Esses animais entram em processo de refugagem e podem ser identificados como demonstra a Figura 3. Os mesmos devem ser identificados e removidos das baias aplicando manejos diferenciados.W Ajustar frequentemente os comedouros para que não haja restrição alimentar ou desperdício de ração.

FASe 11,4 Kg/Leitão

FASe 22,0 Kg/Leitão

FASe 34,0 Kg/Leitão

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Figura 6: Identificação de leitões que não ingeriram ração. Com o dedo indicador e polegar, fazer uma pinça no flanco do leitão. Caso os dedos se encontrarem facilmente, significa que o estômago do leitão está vazio.

4.1.3. Fase de rápido crescimento

Animais que passaram pela fase de transição de forma adequada estão prontos para expressar todo o seu potencial genético. Leitões nesta fase já têm seu aparelho gastroin-testinal bastante desenvolvido e preparado para digerir dietas com ingredientes convencionais (milho, farelo de soja, óleo, etc...).

Estes animais ainda extremamente jovens crescem rápido e magros, têm pouco gasto de energia para se manter e, portanto, têm uma conversão alimentar excelente. Por isso, são muito sensíveis aos níveis de aminoácidos (lisina, treonina, metionina, triptofano, etc...). Desta forma podemos facilmente controlar a velocidade de ganho destes animais através do nível de lisina.

Em geral os produtores se deparam com duas situações:

Há casos em que, devido a estrutura da granja e de comercialização dos lei-tões, animais muito pesados não tra-zem o devido retorno econômico, pois ultrapassam o peso ideal. Assim rece-beriam uma bonificação, mas passam a receber apenas o valor dos suínos terminados. Nestes casos, é possível trabalhar com níveis de lisina e ener-gia mais baixos, reduzindo bem o cus-to alimentar e desacelerando o ganho de peso, mas sem prejudicar o desen-volvimento futuro do animal. Em geral, em situações como esta o produtor visa ter o menor custo por quilo de lei-tão produzido.

Em outros casos, quanto mais pesado o leitão, melhor para o produtor. Nestes casos, o maior retorno sobre o investi-mento (ROI - diferença entre o custo com alimentação e o valor do leitão) justifica o investimento em fórmulas com maior valor agregado, devido aos maiores ní-veis de aminoácidos e de energia. Vale lembrar também que, em geral, animais mais pesados na saída de creche apre-sentam melhor desempenho nas fases subsequentes. em geral a cada 1kg a mais no final da creche, o animal vai apresentar 2,5kg a mais no final da terminação. Isto deve ser levado em conta por produtores que levam seus animais até o abate.

1 2

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4.1.3.1. Produtos para a fase de Rápido Crescimento

No programa Rapid Neopigg™ existem duas opções de produtos para preparar a ração Fase 4:W A Rapid Neopigg KG é mais apropriada para produtores que visam o menor custo por quilo produzido.W A Rapid Neopigg ROI é indicada para produtores que procuram maximizar o ganho de peso na creche. Estes produtos apresenta um perfil de aminoácidos mais ajustados para níveis mais elevados de lisina digestível na dieta e contém um conjunto de aditivos que ajuda o animal a lidar com dietas que, consequentemente, têm níveis de farelo de soja mais elevados.A escolha dos produtos e dos níveis de nutrientes (lisina e energia) na Fase 4 é facili-

tada pela ferramenta TechPig, que além de recomendar o nível de nutriente necessário para atender às expectativas de ganho, gera relatórios gráficos que permitem comparar desempe-nhos zootécnicos e econômicos de diferentes cenários (programas nutricionais).

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5. Sanidade

A sanidade dos leitões na fase de creche é fundamental para obter um bom resultado técnico e econômico. Por isso, existem ferramentas que podem auxiliar no diagnóstico e controle das enfermidades a fi m de minimizar o impacto no desempenho animal.

5.1. Principais pontos relacionados à saúde dos leitões

Esses sinais são expressados pelos próprios animais e podem fazer parte do comportamen-to, aparência ou excreções dos leitões. Abaixo estão descritos alguns sinais que podem indicar alguma enfermidade:

No momento em que se caminha ao longo do galpão avaliando os leitões, esses são os pri-meiros indicadores de que há algo errado.

W Anorexia

W Letargia (sempre deitado)

W Defi nhamento, visibilidade dos ossos da coluna vertebral

W Coloração pálida

W Tosse

W Espirro

W Fezes moles/diarreia

W Prolapso

W Causofagia/necrose de orelha

W Arranhões graves/feridas abertas

W Amontoamento

W Claudicação

W Abscesso

W Pelos arrepiados

W Cabeça baixa

W Deitado nos cantos ou fundo da baia

o primeiro passo é possuir uma excelente biosseguridade interna e ex-terna da granja. o segundo passo é a identifi cação precoce de animais doentes e com sinais clínicos evidentes.

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5.2. Tratamento dos animais doentes

O tratamento é o primeiro passo após a detecção do problema. Porém, o tipo de tratamento depende da circunstância. Há dois principais pontos que devem ser levados em consideração no tratamento de animais doentes:

W O que está causando os sinais clínicos? É muito importante determinar a causa para selecionar a ferramenta correta, por exemplo, infecções virais e bacterianas podem ter os mesmos sinais clínicos, mas não podem ser tratadas da mesma forma. Em caso de dúvidas, pergunte ao veterinário responsável.

W O problema é observado a nível individual ou em todo o lote? Uma regra simples é quando os sinais clínicos são observados em menos de 10% dos animais, o tratamento deve ser individual. Caso contrário, o tratamento deverá ser no lote inteiro.

5.2.1. Tratamento individual

Recomenda-se marcar os animais tratados para monitorar a evolução. Se possível, transferir o leitão para uma baia hospital. Utilizar seringa e agulha limpas.

Utilize a solução correta para solucionar o problema:

Comportamento dos outros leitões com o animal doente

Infecção bacteriana

Claudicação

Infecção viral

Fornecer material de distração (palha, brinquedos, etc.). Se possível, retirar o leitão doente da baia e alocar em uma baia hospital.

Determinar se os pulmões ou intestinos são afetados e utilizar o antimicrobiano adequado segundo o plano de sanidade (ver tópico Plano Sanitário).

Depende da causa da claudicação. Se for infecção, seguir as orientações do tópico anterior. Contusão, aplicar um analgésico. Fratura, realizar a eutanásia do leitão de forma humanitária.

Nenhuma forma curativa disponível. A vacinação é o melhor método de prevenção.

5.2.1. 1. Tópicos importantes para medicação individual

Muitos antibióticos são administrados por via injetável, evitando o desperdício e assegurando que todo o antimicrobiano seja aplicado no animal. No entanto, a aplicação injetável também tem alguns riscos, especialmente quanto à contaminação cruzada. Por isso, sempre que utilizar medicação via injetável:

W Usar seringa e agulha limpas. Trocar a agulha a cada 5 leitões, isso reduz o risco de contaminação cruzada.

W Aplicar a dose recomendada pela bula ou de acordo com o médico veterinário responsável.

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W Utilizar seringas com ajuste de dose, prevenindo superdosagens nos animais (Figura 7).W Aplicar o medicamento via intramuscular na região entre a orelha e a paleta.

W Usar agulhas de tamanho apropriado (Tabela 3).

W Colocar as agulhas e seringas em depósitos apropriados para descarte.

W Marcar os leitões com bastão ou spray:

{ Utilizar cores diferentes baseado no dia do tratamento;

{ Fazer a marcação em diferentes partes do corpo ou com símbolos diferentes de acordo com o tipo de tratamento.

W Armazenar os medicamentos em local apropriado, mantendo a temperatura constante e higiene no local. Remover as agulhas dos frascos durante a armazenagem para prevenir a contaminação do medicamento.

Figura 7. Exemplo de seringa reutilizável com ajuste de dosagem.

Tabela 3. Recomendação de tamanho de agulha.

12.7 (0.5 in)

15.9 (0.625 in)

19.1 (0.75 in)

<11.3

11.3-22.6

>22.6

20

18

16

Peso Calibre Comprimento (mm)

5.2.2. Tratamento do lote (medicação via água)

W A medicação via água não é utilizada quando menos de 10% dos animais são afetados.

W Discutir o uso da medicação com o veterinário responsável. A decisão de usar ou não a medicação vai depender da severidade do problema e do número de animais afetados.

W usar a medicação e as doses recomendadas pelo veterinário responsável. Baixas dosagens podem desenvolver resistência a antimicrobianos assim como o uso indeterminado do medicamento.

W A medicação via água poderá ser realizada na própria caixa de água ou ainda com dosadores instalados na rede hidráulica (Figura 8). Este último é o melhor sistema.

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5.3. Plano Sanitário

O plano sanitário deve ser estabelecido pelo médico veterinário responsável da granja e estar disponibilizado para todos os funcionários. Ele deve conter:

W Um resumo dos patógenos mais comuns na granja (baseado em análises laboratoriais).

W Um protocolo de medicação padrão de acordo com os sinais clínicos do leitão, incluindo o medicamento, dose e número de aplicações.W Planejamento dos tratamentos recorrentes que devem ser feitos periodicamente (vermífugo, vacina, etc.).

W Detalhes para a medicação do lote (duração do tratamento, medicamento, etc.).

W Tipos de marcações (doses e tipo da doença).

W Registro das medicações realizadas nos animais.

W Planejamento das visitas do médico veterinário responsável.

Além disso, recomenda-se realizar exames periódicos para identificação de novos patógenos na granja. Também é importante a realização de estudos sorológicos periódicos para as princi-pais enfermidades presentes na granja para o ajuste de esquemas de vacinação e/ou medicação preventiva.

Manter uma gestão sanitária da granja é rentável a longo prazo, pois per-mite o uso mais eficiente de antibióticos e, consequentemente, com cus-tos mais baixos.

Figura 8. Dosador instalado na rede hidráulica para medicação via água de bebida.

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6. Ambiente

O ambiente na fase de creche é crucial para um bom desenvolvimento durante essa fase. Considerando que a maioria das granjas no Brasil não são climatizadas, sabe-se da difi culdade em manter um ambiente com temperatura estável, principalmente em regiões onde há uma amplitude térmica diária muito grande. Nesta seção, estão citados alguns pontos para manter um ambiente adequado para os leitões, incluindo qualidade de ar, temperatura e luminosidade.

6.1. Qualidade do ar

O pulmão é um dos poucos órgãos que estão em contato direto com o ambiente externo. Devi-do ao seu papel de ingestão de oxigênio e excreção de gases tóxicos, eles formam uma barreira contra os patógenos. Por isso, a manutenção da qualidade do ar, incluindo a concentração de patógenos é muito importante para a alta produtividade.

Os principais parâmetros que devem ser levados em consideração, bem como seus níveis máximos e equipamentos para medi-los, estão descritos abaixo:

6.1.1. Amônia

A amônia é um gás formado a partir dos dejetos. É o gás que mais está presente nas instala-ções de suínos. Pode afetar os pulmões e olhos tanto de suínos como de humanos, causando uma sensação de queimação, irritação e tosse. Além disso, sabe-se que o aumento da con-centração de amônia pode afetar a funcionalidade dos pulmões e reduzir o ganho de peso dos animais (Colina et al., 2000).

AMÔNIA

• < 10 ppm• Gastec 3L CO

tubes

MoNÓXIDo De CARBoNo (Co)

• <35 ppm• Gastec 3L CO

tubes

uMIDADe

• 50-70%• Indoor air quality

monitor 800046

DIÓXIDo De CARBoNo (Co2)

• < 3.000 ppm• Indoor air quality

monitor 800046

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A concentração de amônia pode ser controlada por três fatores:

6.1.2. Monóxido de Carbono

O monóxido de carbono é um gás incolor e inodoro, produzido pela queima inefi ciente de ma-téria orgânica. É um gás altamente perigoso, uma vez que tem alta afi nidade pelo Grupo Heme dos glóbulos vermelhos. Isso resulta em menor capacidade de transporte de oxigênio no sangue com consequente sufocamento do animal.

As causas de aumento dos níveis de monóxido de carbono são os aquecedores de ar desre-gulados (a chama laranja é um indicador de emissão de CO). A manutenção adequada dos equi-pamentos e uma boa ventilação são, portanto, as principais ferramentas para evitar a formação deste gás e garantir a extração do mesmo para fora da instalação.

6.1.3. Dióxido de Carbono

O dióxido de carbono é um gás resultante da respiração dos próprios leitões. O excesso desse gás pode gerar apatia nos leitões com consequente redução do consumo de ração e ganho de peso. Geralmente os níveis elevados desse gás estão relacionados a taxa de ventilação insufi -ciente.

6.1.4. umidade

Umidade é a concentração de vapor de água no ar. O grau de umidade afeta os suínos de duas maneiras. A primeira é através da redução da capacidade evaporativa do leitão. Como re-sultado, o suíno entra em estresse térmico em baixa temperatura quando a umidade é alta. Uma visão geral do efeito da temperatura e umidade está representada na Figura 9.

Ajuste da ventilação

Manejo de dejetos

Nutrição

Um aumento da taxa de ventilação e quantidade apropriada de entrada de ar contribuem para a redução de amônia.

A retenção de dejetos na instalação é o principal fator para a produção de gás. Vários estu-dos comprovam que a remoção periódica desses dejetos reduz a produção de gás:

a. Em sistemas com o piso vazado com canaleta de dejetos, recomenda-se esvaziar uma vez a cada duas semanas, reduzindo a emissão de amônia em 20%. Pode-se reduzir ainda mais a emissão quando deixar os dejetos abaixo de 10cm de água;b. Em sistema com piso compacto, o piso deve ser limpo com água. Se a água é um limitante, a limpeza deverá ser feita por meio de raspagem.

Como a amônia é resultante da excreção de nitrogênio devido a uma nutrição rica em prote-ína, basta ajustar os níveis de proteína da ração a fi m de atender somente as exigências do animal. Dessa forma, há menor eliminação de nitrogênio pelos dejetos e, consequentemente, menor emissão de amônia.

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Figura 9. Relação entre temperatura, umidade e capacidade adaptativa do suíno.

RH (%)

Tem

p

Área perigosa

Área ideal

Área perigosa

Muito perigosa

Muito perigosa

0

10

20

30

40

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Além disso, a umidade afeta a qualidade do ar. Em baixa umidade (abaixo de 50%), pe-quenas partículas podem se movimentar livremente pelo ar, resultando em um aumento dos ní-veis de poeira e de problemas respiratórios. Já em umidade alta (acima de 70%), ocorre aumento do crescimento microbiológico (bactérias, fungos, etc.).

6.2. Manejo do ambiente térmico

Três fatores são importantes para manejar o ambiente térmico:

6.2.1. Temperatura e fluxo de ar

Temperatura do ar é um item complexo no manejo do ambiente, principalmente em galpões sem sistemas de climatização. Além disso, o fluxo de ar pode alterar a temperatura do galpão dependendo da temperatura externa e interna. Independente do sistema de climatização, os se-guintes pontos são muito importantes no controle da temperatura:

a. Limpar as entradas e saídas de ar. Vegetação ou outros obstáculos podem bloquear a en-trada ou saída de ar e limitar o fluxo de ar.

b. Garantir o isolamento térmico para reduzir o efeito do ambiente externo.

c. Aferir a temperatura com equipamentos adequados e posicionados da melhor maneira. Os sensores devem estar no nível dos animais.

o isolamento térmico proporciona um clima mais estável evitando a per-da de calor nos períodos frios do ano e a entrada de calor na instalação durante os períodos quentes.

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Como descrito anteriormente, o fluxo de ar pode interferir na sensação térmica sentida pelos leitões. No entanto, em clima frio, há grande diferença na temperatura do ar externo e interno. Se manejado de forma inapropriada, o vento proveniente da área externa pode entrar diretamente sobre os leitões, o que pode baixar bruscamente a sensação térmica. O controle do vento vai depender do sistema de ventilação existente.

O uso de cortinas automáticas é recomendado nesses casos (Figura 10). Esse sistema con-tém um sensor de vento e de temperatura. Dependendo do lado em que o ar entra na instalação, o sistema identifica através do sensor e movimenta a cortina do lado correspondente.

Figura 10. Sistema de cortinado automático em uma instalação de creche.

Em sistemas climatizados, o vento e a temperatura podem ser melhor controlados. Porém, o sistema é complexo e requer uma interação dinâmica entre os termômetros, exaustores e outros componentes do sistema de climatização. Com o controle da entrada de ar, é possível direcionar o ar frio (inlets) que entra na instalação para que se misture com o ar quente que já está na par-te superior da sala antes de entrar em contato com os leitões (Figura 11). Essa movimentação de ar pode ser facilmente identificada pelo uso de máquina de fumaça (Figura 12).

Figura 11. Fluxo adequado de ventilação dentro de uma instalação climatizada.

Inlets

exaustoresexaustores

entrada de ar

entrada de ar

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Figura 12. Avaliação da direção do ar com fumaça.

Tanto em sistemas abertos ou quanto em climatizados, a utilização de sistemas de aque-cimento é fundamental para manter a temperatura dentro da zona de conforto térmico reco-mendada para leitões nessa fase, principalmente em regiões onde a diferença de temperatura interna e externa for muito alta.

Para instalações que não possuem sistema automático de controle de temperatura, de uma forma geral, recomenda-se iniciar o alojamento dos leitões com uma temperatura ambiente de 29°C. A medida que os leitões forem fi cando maiores, a temperatura pode ser menor, conforme demonstra a Tabela 4.

Tabela 4. Referência de temperatura interna do galpão de creche conforme a idade de alo-jamento dos leitões.

Para instalações que possuem algum sistema automático de climatização ou aquecimento, recomenda-se ajustar o sistema de acordo com a Tabela 5.

29,0

28,0

27,0

26,0

25,0

24,0

1

2

3

4

5

6

Semana de alojamento

Temperatura ideal (°C)

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Tabela 5. Curva de controle de ambiente para instalações sem aquecimento de piso. As alterações podem ser feitas diariamente respeitando a proporcionalidade dos valores a seguir:

6.2.2. Temperatura de superfície

Manejar a temperatura de superfície das baias é mais difícil. O concreto e outros materiais re-querem um tempo muito grande para alcançar a temperatura adequada, principalmente quando não há sistemas de aquecimento de piso. Por isso, é importante o aquecimento da instalação previamente ao alojamento dos leitões. Na ausência de aquecimento de piso, providenciar man-tas ou tapetes para evitar a perda excessiva de calor pelos leitões recém-alojados.

6.3. Iluminação

A instalação de maternidade e creche são muito diferentes entre si. Como resultado disso, leitões recém-desmamados fi cam desorientados quando são alojados na creche. A utilização de uma boa iluminação pode ajudá-los a localizar os comedouros e bebedouros da creche e reduzir o período em que fi cam em jejum. Os leitões não costumam ir até o comedouro quando o ambiente está escuro, como demonstrado no gráfi co 1. Longos períodos de luz mostram uma redução no período de jejum pós-desmame, aumentam o consumo diário de ração, o ganho de peso e melhoram o sistema imune (Niekamp et al., 2007; Bruininx et al., 2002). A recomendação padrão é deixar a instalação iluminada durante as primeiras 72 horas após o alojamento dos leitões. Esse período pode ser estendido para os primeiros 5 dias. Após esse período, manter 16 horas de luz e 8 horas de escuro.

1

7

14

21

28

35

42

56

29,0

28,0

27,0

26,0

25,0

24,0

23,0

22,0

-0,5

-0,5

-0,5

-1,0

-1,0

-1,0

-1,0

-1,0

1,71

1,71

1,71

1,95

1,95

2,20

2,41

2,94

6,00

6,00

6,00

12,89

12,89

13,50

14,95

17,19

Dias na fase

Temperatura início ventilação (0C)

Início aquecimento delta (0C)

Ventilação mínima/leitão (CFM)

Ventilação máxima/leitão (CFM)

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Gráfico 1. Percentual de leitões que não comeram em relação ao período de luz.%

leitõ

es q

ue

não

co

mer

am

Luz desligada Luz ligada % Leitões que não comeram

Horas após desmame

100

50

0

2 6 10 14 18 22 26 30 34 38 42 46

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W Remover todos os leitões.

W Esvaziar os comedouros e as linhas de distribuição automática.

W Molhar a instalação por quatro horas para facilitar a remoção dos dejetos.

W Limpar cuidadosamente todas as superfícies das baias, utilizando uma bomba de alta pressão, de preferência, com água quente. Iniciar limpando o piso das baias para remover a maioria dos dejetos aderidos ao piso.

W Limpar todas as superfícies das baias e equipamentos na seguinte ordem:

1. Depois de limpar todas as baias desta maneira, deve aplicar detergente em forma de espu-ma em todas as superfícies da instalação. Após a aplicação do detergente, realizar uma nova limpeza com a bomba de alta pressão, seguindo a mesma ordem descrita acima. Se possível, limpar as canaletas de dejetos após a remoção do detergente.

7. Limpeza e desinfecção das instalações

ParedesComedouro

Piso Balança Tapetes InletsParte interna e externa

ForrosBebedouros

Corredores Tábuas de manejo Ventilador e

exaustores

Botas

Checar a instalação após fi nalizar a limpeza para verifi car se ainda contém matéria orgânica. A sala é considerada limpa quando não há pre-sença de matéria fecal, incluindo nos comedouros e bebedouros.

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3. Desinfetar todas as áreas e equipamentos da instalação e deixar secar por, pelo menos, 48 horas.

4. Fazer rotação de desinfetantes pelos menos uma vez ao ano, baseado no princípio ativo do produto.

5. Realizar a limpeza da tubulação de água utilizando desinfetantes a base de cobre, amônia quaternária, peróxido de hidrogênio ou ácidos orgânicos. Acionar todas as chupetas para que a solução desinfetante percorra toda a tubulação. Isso pode ser feito colocando grampos nas chupetas.

6. Lavar os corredores.

7. Se possível, direcionar sempre as mesmas pessoas para realizar a limpeza, já que com o passar do tempo elas vão adquirindo mais experiência na tarefa.

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8. Conclusão

Com o programa Rapid Neopigg™ é possível escolher o melhor programa nutricional que atenda os objetivos do negócio. Garantindo que as necessidades dos animais sejam aten-didas conforme o grau de desafi os que estão submetidos. Fazendo que o investimento em alimentação esteja otimizado.

A aplicação dessas práticas de manejo são a base para o sucesso no manejo do leitão de creche. O resumo dessas práticas resulta nos seguintes pilares:

W O objetivo da fase de creche é produzir um leitão bem desenvolvido, capaz de se adaptar perfeitamente às mudanças ocorridas no desmame.W Preparar adequadamente a instalação de creche para minimizar o efeito do desmame.W Se possível, manter os leitões da mesma leitegada na mesma baia de creche.W O monitoramento da temperatura da sala de creche é fundamental para a obtenção de bons resultados nessa fase.W A prevenção da entrada de patógenos na creche é a principal defesa na gestão sanitária da creche.W A base da gestão sanitária é a detecção de problemas sanitários e a ação correta para a solução do problema.W Disponibilizar mais atenção para os leitões doentes/pequenos é a base para transformar esses leitões em animais de alto desempenho.W O estímulo ao consumo de ração é o ponto mais importante nos primeiros dias de creche. Fornecer a quantidade adequada de ração e da maneira correta, reduz o intervalo de jejum pós-desmame.W O fornecimento de água de qualidade e em quantidade recomendada é fundamental para o bom desempenho na creche.

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9. ReFeRÊNCIAS

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GUSTIN, P. et al. Effects of atmospheric ammonia on pulmonary hemodynamics and vascular permeability in pigs: Interaction with endotoxins. Toxicology and applied pharmacology, 1994. 125(1): p. 17-26.

LASKOSKI, F. Desempenho de leitões submetidos a diferentes espaços de comedouro quan-do mantidos em alta densidade na fase de creche. 2016. 51 f. Dissertação Mestrado em Ciên-cias Veterinárias) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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