manejo de leitões nas fases de maternidade e creche
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Manejo de leitões nas fases de maternidade e creche
Eloisa Helena Mendes Vieira Zootecnista – Mestre em Nutrição de Não Ruminantes
Consultora técnica Vetmix
• Introdução
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Animais precoces Bom ganho de peso diário
(GPD)
Baixa deposição de gordura
(ET)
↑ quantidade de carne magra
na carcaça (%CM)
Boa conversão alimentar (CA)
Genética, alimentação, sanidade, instalações e manejo.
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• Introdução
percepção sensorial
desenvolvida
alguns aspectos pouco
desenvolvidos
Neurologicamente
maduros
Fisiologicamente
imaturos
Sistema
termorregulador Sistema imunológico
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Assistência permanente ao parto
Natimortos intraparto (durante o parto):
• Leitões com aparência normal, bem
formados;
• Pode haver presença de mecônio
(fezes) sobre a pele.
Principais causas de mortalidade:
Nascimento de leitões fracos;
Leitões sufocados
Esmagamentos;
Inanição;
Hipoglicemia;
Hipotermia.
5 a 10% da mortalidade dos leitões acontece no primeiro dia de vida. (ABRAHÃO et al., 2004)
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Objetivo:
Desobstruir as vias respiratórias;
Ativar os sistemas circulatório e respiratório;
Evitar a perda de calor corporal.
Secagem do leitão
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Com parada respiratória
Com batimentos cardíacos
Amarração, corte e desinfecção do umbigo
tintura de iodo (5 a 7%) ou iodo glicerinado
Reanimação de leitões aparentemente mortos
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Objetivo:
Evitar infecções umbilicais localizadas ou focos de infecções que
podem se distribuir pelo organismo, reduzindo o crescimento do
leitão e podendo causar até sua morte.
Com parada respiratória
Com batimentos cardíacos
Amarração, corte e desinfecção do umbigo
Reanimação de leitões aparentemente mortos
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Primeira mamada
• Manejo dos leitões recém nascidos
A ingestão de colostro precisa
ocorrer uniformemente na
leitegada.
Objetivo:
Fornecer anticorpos para os leitões, uma vez que eles nascem
praticamente sem imunidade, já que a placenta da fêmea suína não
permite a transferência de anticorpos para os fetos durante a
gestação.
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Primeira mamada
Quanto menor for o período entre o
nascimento e a ingestão de colostro,
maiores serão as chances de
sobrevivência do leitão. (BIERHALS e MAGNABOSCO, 2014)
A absorção das imunoglobulinas
é dependente da capacidade de
absorção da parede intestinal do
leitão.
0-6 horas após o
parto
24-36 horas
após o parto
A concentração de imunoglobulinas no colostro diminui
rapidamente após o parto.
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• Manejo dos leitões recém nascidos
Uniformização das leitegadas pós-parto
Porcas da mesma sala
Uniformização dos leitões por peso
Até 24 horas pós-parto
Diminuir o número de refugos e
melhorar a eficiência da criação.
Objetivo:
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Desgaste dos dentes
4 caninos
4 incisivos
Corte de cauda (caudectomia)
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Aplicação de ferro
10 a 20% das
necessidades
diárias
reservas corporais
Anemia
ferropriva
Redução da taxa de
crescimento
Leve dificuldade
respiratória
Maior predisposição
à doenças
Diarreia neonatal
Pneumonias
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Cuidados
de higiene
• Formação de abscessos
• Infecções localizadas
Refluxo Subdosagem
200 mg de ferro
dextrano
Aplicação de ferro
10 a 20% das
necessidades
diárias
reservas corporais
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Treinamento para uso do escamoteador
• Ambiente seco
• Aquecimento adequado
• Boa luminosidade
Leitões conduzidos ao escamoteador
Escamoteador é fechado
Escamoteador é aberto
vassoura ou
qualquer objeto
± 40 min. leitões livres
para mamar
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Os manejos traumáticos (caudectomia,
desgaste de dentes, aplicação de ferro) não
devem ser realizados com os leitões dentro do
escamoteador.
• Manejo dos leitões na primeira semana
Treinamento para uso do escamoteador
• Ambiente seco
• Aquecimento adequado
• Boa luminosidade
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Fornecimento de calor adicional
A temperatura do leitão recém nascido pode cair de 1,7 a 7,2 °C
logo após o parto. (SOBESTIANSKY et al., 1987)
↘ temperatura Mobiliza
glicogênio
Morte por
hipoglicemia
Aquecimento artificial dos leitões pode ser
feito através de:
Pisos aquecidos (por energia ou água);
Lâmpadas infravermelhas;
Resistências elétricas.
• Manejo dos leitões na primeira semana
Leitões neonatos
32 a 34°C
Leitões até o desmame
29 a 31 °C (PERDOMO et al., 1985)
Temperatura de
conforto
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Castração
Eliminar o odor e o sabor desagradáveis da carne
dos animais inteiros. Objetivo:
É um procedimento cirúrgico.
A higiene da maternidade, dos instrumentos e do
operador constitui o fator determinante sobre a
ocorrência de infecções na castração.
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Exposição dos testículos e extirpação dos mesmos
juntamente com o cordão espermático
Limpeza da pele do saco escrotal
Realização de um corte longitudinal na bolsa
escrotal sobre cada testículo
Os testículos devem ser trazidos próximos à
superfície com os dedos indicador e polegar
• Manejo dos leitões na primeira semana
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Castração
Presença de hérnia escrotal, mono ou criptorquidismo.
Amarrar com barbante desinfetado, cortar o
testículo e desinfetar o local
Uma pessoa deve segurar o leitão pelas pernas
traseiras com a barriga voltada para o castrador
Introduzir o dedo indicador no corte, tracionar o
cordão espermático e expor o testículo
Desinfetar a região inguinal e fazer um corte de
mais ou menos 2 cm entre o último par de tetas
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Castração imunológica
Alternativa à castração cirúrgica.
Vacina possui uma forma de GnRH
modificado;
Causa uma reação tecidual;
Estabelece uma barreira imunológica
(Dunshea et al., 2001; Thun et al., 2006; Heck, 2011; Martinuzzi et al., 2011)
Vantagens:
Bem-estar dos leitões
Aproveita-se os efeitos
anabolizantes dos hormônios.
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Castração imunológica
Protocolo de imunocastração de machos inteiros abatidos aos
110 e 130 kg de peso vivo:
(Silva et al., 2011)
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• Manejo dos leitões na primeira semana
Fornecimento de ração
A utilização dessa ração quase não influencia
no peso ao desmame.
Adapta o paladar dos leitões ao sabor das
rações e possibilita o desenvolvimento precoce
das enzimas digestivas necessárias à digestão
da ração sólida.
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• Manejo dos leitões no desmame
A separação definitiva dos leitões da porca é um processo
muito estressante:
Perda do contato com a porca;
Troca de alimentação;
Supressão da imunidade passiva;
Tensões sociais;
Adaptação ao novo ambiente.
Pode ser realizada em diferentes momentos ou idades, e, em
geral, pode ser classificada em:
Superprecoce 7 a 14 dias de idade
Precoce 21 a 28 dias de idade
Tardio > 28 dias de idade (NUNES, 2014)
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• Manejo dos leitões no desmame
A separação definitiva dos leitões da porca é um processo
muito estressante:
Perda do contato com a porca;
Troca de alimentação;
Supressão da imunidade passiva;
Tensões sociais;
Adaptação ao novo ambiente.
Estado sanitário geral;
Desenvolvimento dos leitões;
Qualidade da ração e da água;
Higiene da criação;
Fatores ambientais;
Instalações disponíveis;
Qualidade da mão-de-obra.
Importante fator
Há uma relação positiva entre o peso ao desmame e a eficiência de
crescimento de suínos e qualidade de carcaça de animais abatidos.
(PINHEIRO e DALLANORA, 2014)
Forte
correlação
Peso ao
desmame
Peso na saída
de creche
1 kg agregado ao peso
do desmame
2,5 kg adicionais na
saída de creche
5,3 kg adicionais ao
abate
(PINHEIRO e DALLANORA, 2014)
Desmamar leitões com 5,5 kg
aos 21 dias de idade
Idade ao abate
% de carne magra na carcaça
• Manejo dos leitões no desmame
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Melhor
manejo
Máximo
potencial
Ganho de peso e
conversão alimentar
estresse
sistema
Primeira semana pós-desmame
Os leitões com ganhos superiores na semana
subsequente ao desmame chegam ao abate alguns
dias antes que os animais com uma baixa taxa de
ganho ou que perdem peso nesse período. (PINHEIRO, 2014)
adaptar
amenizar
Maximização do consumo
de ração e água
• Manejo dos leitões na creche
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• Manejo dos leitões na creche
Uniformização das baias por peso
Beneficia os leitões mais leves ao desmame com um consumo
proporcionalmente maior de pré-inicial que aqueles mais pesados.
Melhor adequação das necessidades de cada categoria classificada
Praticamente o mesmo custo
• Atrito dos sólidos com a estrutura intestinal;
• Disponibilidade de água;
• Estado sanitário do animal;
• Hipersensibilidade transitória aos antígenos da
dieta.
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• Manejo dos leitões na creche
Uma das maiores preocupações com o desempenho dos leitões nos
primeiros dias após o desmame é o consumo de ração e de água.
Gráfico 1. Tempo para consumo de água pós-desmame Com um manejo deficiente de fornecimento de água, pode-se
observar perda de peso dos leitões nos primeiros dias pós-
desmame, com sinais claros de desidratação.
Maximizar o consumo
Dietas com ingredientes
de alta digestibilidade e
água de qualidade!
Os leitões devem ser estimulados ao consumo!
A utilização de comedouros e bebedouros
suplementares, reabastecidos várias vezes
ao dia.
Dica:
• Manejo dos leitões na creche
Maior
consumo
Secreção de
enzimas
Aumento na altura
das vilosidades
Incremento no
ganho de peso
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Comedouros e bebedouros suficientes!
15 cm de comedouro/animal;
10 animais por bebedouro;
Vazão de 1 litro/minuto
Altura regulável ao tamanho e
desenvolvimento dos leitões
3 a 5 centímetros acima do dorso
• Manejo dos leitões na creche
O acesso à fonte de água e alimento é um importante fator na
determinação da variabilidade no lote.
(PINHEIRO, 2014)
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• Manejo dos leitões na creche
Ambiência
fator determinante
É fundamental que os leitões sejam mantidos
em sua zona de conforto para que todos os
nutrientes absorvidos sejam utilizados para o
crescimento e não para a manutenção da
temperatura corporal.
Fonte: Adaptado de SILVA (1999)
Grandes amplitudes térmicas na temperatura diária, associadas às
altas concentrações de gases (amônia) e poeira, acabam por
ocasionar irritações no trato respiratório dos animais.
desconforto e sensação de frio
Leitões amontoados Leitões ofegantes e
espalhados
sensação de calor excessivo
Observar comportamento dos leitões:
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O manejo de cortinas é fundamental
para manter a temperatura adequada a
cada fase, permitindo a renovação de ar
das salas e impedindo a incidência
direta de correntes de ar frio sobre os
leitões.
Idade dos
leitões
Temperatura ideal (°C) Temperatura crítica (°C) Umidade
relativa (%)
máxima mínima máxima mínima ótima
4 semanas 22 21 31 10 70
5 a 8
semanas 22 20 30 08 50 – 70
9 semanas 20 18 27 08 50 – 70
Tabela 1. Zona de termoneutralidade de leitões em diferentes idades
• Manejo dos leitões na creche
• Ajustar toda a sala antes do desmame, regulando comedouros e
bebedouro;
• Respeitar a relação de 10 leitões/bebedouro.
• Definir lotes pelo tamanho dos animais (padronização);
• Estimular o consumo através do fornecimento de 6 a 8 tratos diários;
• Atenção especial à hidratação dos leitões;
• Atenção ao manejo de cortina e limpeza das salas (formação de gás);
Resumindo:
Indicador Valor Crítico Meta
Conversão alimentar >2,2 <2,0
Peso médio na saída da
creche (kg) 22,0 23,5
Tabela 1. Valores críticos e metas na fase de creche
Fonte: Embrapa Suínos e Aves (2003)
• Manejo dos leitões na creche
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As estratégias utilizadas nas diferentes fases de
criação dos suínos devem ser escolhidas de acordo
com os desafios presentes nas granjas, de modo a
garantir as melhores taxas de crescimento, melhor
conversão alimentar e taxas de mortalidades
mínimas.
• Considerações finais
Manejo de leitões nas fases de maternidade e creche
Eloisa Helena Mendes Vieira [email protected]
(85) 9 9975.6930
Obrigada!