manual do cuidador introdução paciente acamado em terapia ... · ou gástrica e sonda de...

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Este manual tem como objevo fornecer informações sobre a Assistência Nutricional Domiciliar a fim de que você e sua família sintam-se seguros e bem cuidados. Ele visa esclarecer eventuais dúvidas a respeito da Terapia Nutricional Enteral, como administrá-la, os cuidados necessários e como atuar diante de algumas situações especiais. Nosso objevo é a busca de soluções para todas as necessida- des nutricionais dos indivíduos em assistência domiciliar. Desta- ca-se a importância da relação do paciente com seus familiares e da adequada orientação das pessoas mais próximas, propor- cionando maior qualidade de vida e encorajando os pacientes a parciparem de eventos sociais e realizarem suas próprias avi- dades básicas. A nutrição enteral é a introdução de substâncias líquidas nutricionalmente completas no tubo digesvo por sonda de fino calibre posicionada ou implantada no estômago, duo- deno ou jejuno ou ainda por meio de sonda de calibre mais grosso introduzido por um oricio na região abdominal, na altura do estômago ou intesno (gastrostomia ou jejunosto- mia, respecvamente). Esse po de terapia se faz necessária quando a alimentação pela boca é insuficiente ou impossível de ser realizada. Daí as neces- sidades nutricionais serem sasfeitas pela nutrição enteral. A alimentação adequada é aquela que contém nutrientes (pro- teínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais) em quanda- des equilibradas. Os alimentos enterais estão na forma líquida ou em pó e contêm os mesmos nutrientes e valor nutricional equivalente a uma alimentação normal e equilibrada. Caso você não esteja conseguindo se alimentar como antes, saiba que é muito importante que a sua alimentação seja adequada e suficiente para que não haja perda de peso. A Terapia Nutricional Enteral é um método simples, seguro e eficaz que ajudará a manter o seu estado nutricional adequa- do, com uma melhor qualidade de vida! Introdução Terapia Nutricional Enteral Manual do cuidador em Terapia Nutricional Enteral domiciliar Fornecido por: Nutricionista Ana Paula B. Feregue CRN: 07102452/ES Revisão: Dr. Ricardo Perez Médico Intensivista CRM: 6777/ES Rodovia BR 259 - Bairro IBC CEP: 29712-400 - Colana/ES Tel.: (27) 2102-2222 www.saobernardoaparthospital.com.br Paciente Acamado • Eleve a cabeceira da cama de 30 a 45 graus, durante a ad- ministração da dieta. • Se administração for por bolus ou intermitente, mantenha o paciente nesta posição 30 minutos após a infusão da dieta para evitar refluxo. • Se houver orientação da equipe deve-se aspirar o resíduo gástrico, antes de cada etapa de administração da dieta en- teral. Esta manobra não precisa ser realizada em pacientes com alimentação duodenal ou jejunal. Se houver refluxo igual ou maior que 50 ml, suspender a dieta, aguardar 1 hora com decúbito elevado e tentar novamente. Paciente não acamado • Sente o paciente durante toda a administração da dieta. Preparação do paciente

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Page 1: Manual do cuidador Introdução Paciente Acamado em Terapia ... · ou gástrica e sonda de gastrostomia ou jejunostomia, comunicar imediatamente à Assistência Domiciliar. Não tente

Este manual tem como objeti vo fornecer informações sobre a Assistência Nutricional Domiciliar a fi m de que você e sua família sintam-se seguros e bem cuidados. Ele visa esclarecer eventuais dúvidas a respeito da Terapia Nutricional Enteral, como administrá-la, os cuidados necessários e como atuar diante de algumas situações especiais.Nosso objeti vo é a busca de soluções para todas as necessida-des nutricionais dos indivíduos em assistência domiciliar. Desta-ca-se a importância da relação do paciente com seus familiares e da adequada orientação das pessoas mais próximas, propor-cionando maior qualidade de vida e encorajando os pacientes a parti ciparem de eventos sociais e realizarem suas próprias ati vi-dades básicas.

A nutrição enteral é a introdução de substâncias líquidas nutricionalmente completas no tubo digesti vo por sonda de fi no calibre posicionada ou implantada no estômago, duo-deno ou jejuno ou ainda por meio de sonda de calibre mais grosso introduzido por um orifí cio na região abdominal, na altura do estômago ou intesti no (gastrostomia ou jejunosto-mia, respecti vamente).Esse ti po de terapia se faz necessária quando a alimentação pela boca é insufi ciente ou impossível de ser realizada. Daí as neces-sidades nutricionais serem sati sfeitas pela nutrição enteral.A alimentação adequada é aquela que contém nutrientes (pro-teínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais) em quanti da-des equilibradas. Os alimentos enterais estão na forma líquida ou em pó e contêm os mesmos nutrientes e valor nutricional equivalente a uma alimentação normal e equilibrada.Caso você não esteja conseguindo se alimentar como antes, saiba que é muito importante que a sua alimentação seja adequada e sufi ciente para que não haja perda de peso.A Terapia Nutricional Enteral é um método simples, seguro e efi caz que ajudará a manter o seu estado nutricional adequa-do, com uma melhor qualidade de vida!

Introdução

Terapia Nutricional Enteral

Manual do cuidadorem Terapia Nutricional

Enteral domiciliar

Fornecido por:Nutricionista Ana Paula B. Fereguetti CRN: 07102452/ESRevisão: Dr. Ricardo PerezMédico IntensivistaCRM: 6777/ES

Rodovia BR 259 - Bairro IBCCEP: 29712-400 - Colati na/ES

Tel.: (27) 2102-2222www.saobernardoaparthospital.com.br

Paciente Acamado• Eleve a cabeceira da cama de 30 a 45 graus, durante a ad-ministração da dieta.

• Se administração for por bolus ou intermitente, mantenha o paciente nesta posição 30 minutos após a infusão da dieta para evitar refl uxo.

• Se houver orientação da equipe deve-se aspirar o resíduo gástrico, antes de cada etapa de administração da dieta en-teral. Esta manobra não precisa ser realizada em pacientes com alimentação duodenal ou jejunal. Se houver refl uxo igual ou maior que 50 ml, suspender a dieta, aguardar 1 hora com decúbito elevado e tentar novamente.

Paciente não acamado• Sente o paciente durante toda a administração da dieta.

Preparação do paciente

Page 2: Manual do cuidador Introdução Paciente Acamado em Terapia ... · ou gástrica e sonda de gastrostomia ou jejunostomia, comunicar imediatamente à Assistência Domiciliar. Não tente

Artesanais ou Caseiras – Dieta preparada a base de alimentos na sua forma original (in natura) que deverá ser cozida, liquidi-fi cada e coada garanti ndo assim uma viscosidade e consistên-cia adequadas para fácil introdução através de sondas. Pode ser adicionada de suplementos nutricionais industrializados. Industrializadas – Dieta composta por nutrientes na sua for-ma sintéti ca ou não, onde os mesmos são adicionados em proporções corretas de acordo com as necessidades nutri-cionais do paciente. É uma dieta completa e balanceada que podem ser encontradas na forma líquida ou em pó.

Obs: A dieta em pó necessita de reconsti tuição ou diluição com água.

Tipos de Dietas Enterais

Vias de Administração da Alimentação Enteral

Formas de Administração das Dietas Enterais Equipamentos, utensílios e materiais necessário

Cuidado no preparo da Dietas Entarais

As dietas enterais podem ser administradas de forma contí nua ou intermitente, de acordo com a tolerância digesti va do pa-ciente e dos meios que encontram-se disponíveis no domicílio.

INTERMITENTEA forma intermitente é mais parecida com a alimentação habi-tual. Consiste em administrar certa quanti dade da dieta enteral prescrita pelo médico e/ou nutricionista em intervalos regulares.O volume de cada etapa deverá ser proposto em função do vo-lume total no dia e da tolerância digesti va do paciente.A administração intermitente pode ser realizada de 2 maneiras:1) BolusAdministração da dieta enteral com auxílio de uma seringa de 50 ml. Método que deve ser uti lizado com muito rigor por po-der ocasionar transtornos digesti vos devido a uma administra-ção rápida demais.Procedimento: Aspirar a dieta com a seringa e conectá-la na sonda. Lentamente empurrar o êmbolo da seringa, para que aos poucos a dieta seja infundida. Não ultrapassar 20 ml por minuto. 2) GravitacionalAdministração da dieta em frasco por gotejamento, suspenso em suporte. Permite uti lização mais lenta que o bolus e muitas vezes é melhor tolerada.Procedimento: Conectar o equipo ao frasco plásti co descartável ou diretamente no frasco da dieta (se for o sistema fechado). A pinça do equipo deve estar fechada. Suspender o frasco pelo menos 60 cm acima da cabeça do paciente.Abrir a pinça para permiti r que o líquido escorra até o outro ex-tremo do equipo, fechar a pinça, conectar o extremo do equipo na sonda e regular a velocidade de administração com o equipo.

CONTÍNUAA forma contí nua consiste numa administração por gotejamen-to contí nuo, por no máximo 18h, em bomba de infusão, com pausa noturna. Procedimentos: Conectar o equipo da bomba com a pinça fe-chada ao frasco da dieta enteral. Suspender o frasco pelo me-nos 60 cm acima da cabeça do paciente. Abrir a pinça para per-miti r que a dieta corra até o outro extremo do equipo. Fechar a pinça. Colocar o equipo na bomba de infusão e seguir as instru-ções corretas de cada bomba. Conectar o extremo do equipo à sonda e regular a velocidade de administração da dieta enteral. Abrir a pinça do equipo e iniciar a infusão.

Para que a Terapia Nutricional Enteral mantenha o estado nutri-cional do paciente, alguns equipamentos, utensílios e materiais são necessários obter:

Sonda: tubo fi no (sonda gástrica ou entérica) ou mais calibroso (sonda de gastrostomia) e fl exível de material ti po poliureta-no ou silicone que permite o alimento chegar ao estômago ou além dele.

Frasco plásti co: Necessário para dietas de sistema aberto. Reci-piente de plásti co, graduado e com capacidade para 300 ou 500 ml para acondicionamento da dieta enteral.Equipo: tubo de PVC com cone que permite o transporte da dieta enteral do frasco à sonda do paciente.

Seringa de 50 ml: para higienização da sonda.Esparadrapo hipoalergênico: para fi xação da sonda.Bomba de infusão (desde que solicitado pela equipe que acom-panha o paciente): equipamento que controla o volume de die-ta enteral a ser infundido no paciente.Água fi ltrada e/ou fervida: em temperatura ambiente.

É fundamental que estas dietas sejam preparadas com todo cuidado para evitar contaminação. Essa contaminação pode ser proveniente dos equipamentos, utensílios e superfí cies higieni-zadas inadequadamente, de ingredientes mal armazenados e uti lizados na preparação da dieta, do armazenamento inade-quado da dieta enteral e das condições higiênicas dos manipu-ladores.

• Lave sempre as mãos com água e sabão antes do preparo e do manuseio da dieta. Seque-as com papel toalha descartável. O local do preparo da dieta deverá ser limpo com álcool 70%.

• Se for uma dieta em pó, separe os utensílios necessários (fu-nil, liquidifi cador, colher e copo graduado) e higienize todo o material com álcool 70% antes de usar. Verifi que a data de va-lidade do produto. Siga rigorosamente a orientação de preparo que o nutricionista lhe forneceu, pois a dieta está balanceada

segundo as necessidades nutricionais do paciente.

• Caso exista opção de se uti lizar dieta enteral caseira/artesa-nal, lave bem os alimentos com água corrente, prepare confor-me orientações prescritas.

• Quanto às dietas líquidas de sistema aberto, verifi car data de validade, higienizar a embalagem da dieta com água, sabão é álcool 70%. Agitar o produto antes do envase.

• Em embalagens de dietas líquidas e sistema fechado verifi car data de validade. Agitar o produto antes de uti lizá-lo.

• Independente do ti po de dieta uti lizada, lembrar que a admi-nistração deve ser feita em temperatura ambiente. Se a dieta esti ver guardada na geladeira é preciso reti rar o frasco e deixá-lo a temperatura ambiente por 30 minutos antes administrá-la.

• Após administração da dieta e/ou líquidos (sucos, chás, etc) lavar a sonda com água em seringa para evitar obstrução.

• Quando necessário administrar medicamentos pela sonda, uti lizar a seringa. Se forem comprimidos triturá-los e dissolvê-los em água. Lavar a sonda após a administração.

• Uti lizar a dieta até no máximo 24h após o seu preparo ou se-gundo especifi cações do fabricante. Após este período despre-zar a sobra.

• Os frascos da dieta não deverão ser reuti lizados por um perío-do superior a três dias, sendo que um deverá ser usado somen-te para água e outro para dieta. O equipo deverá ser trocado diariamente.

• Após administração da dieta, lavar o frasco e equipo com água morna e sabão neutro. Deixar escorrer bem, acondicionar em vasilha plásti ca limpa e com tampa na geladeira.

• Quando acidentalmente houver perda de sonda nasoentérica ou gástrica e sonda de gastrostomia ou jejunostomia, comunicar imediatamente à Assistência Domiciliar. Não tente recolocá-la!

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