manual de segurança patrimonial

125

Upload: katia-morais

Post on 08-Aug-2015

569 views

Category:

Documents


15 download

TRANSCRIPT

Page 2: Manual de Segurança Patrimonial

2

1 INTRODUÇÃO À SEGURANÇA

1.1 TEORIA DE MASLOW

Antes de entrarmos na questão específica da Segurança

Patrimonial, é importante que façamos algumas observações sobre a

Segurança Empresarial no sentido mais lato. Se considerarmos que as

empresas têm fins lucrativos, e que são regidos dentro de normas

técnicas específicas, é importante que tenhamos uma noção do que

venha a ser a Segurança Empresarial como um todo.

1.1.1 A NECESSIDADE DE SEGURANÇA

Sabe-se que o ser humano possui inúmeras necessidades, que

vão desde as mais simples como se alimentar e descansar até as mais

complexas como as necessidades de afeto, compreensão e até mesmo

auto-realização.

Disposto a desvendar e hierarquizar essas necessidades, o

pesquisador norte-americano Abraham Harold Maslow desenvolveu

inúmeras pesquisas até chegar a um sistema que ficou conhecido como

“Teoria de Maslow”, que enumera as necessidades humanas dentro de

uma pirâmide hierárquica, qualif icando-as em “primárias” e

“secundárias”.

Maslow nasceu em 1 de abri l de 1908, no Brooklyn, em Nova

York, de uma família descendente de russos. Inicialmente Maslow

estudou direito na Universidade de Nova York, mas após três

semestres percebeu que sua verdadeira vocação não era jurídica, mas

sim o estudo da personalidade humana, pendendo a partir daí, de

forma irreversível, para a Psicologia.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 3: Manual de Segurança Patrimonial

3

Assim, formou-se em Psicologia em 1930, pela Universidade de

Wisconsin. Em 1931 obteve seu mestrado e em 1934 obteve o grau de

PhD em Psicologia pela mesma universidade.

Maslow chegou a ser considerado um dos maiores estudiosos

do comportamento humano de todos os tempos e, após uma longa e

intensa vida acadêmica, morreu de causas naturais em 1970, na

Califórnia.

O grande mérito de Maslow, para os estudiosos da Segurança,

de uma forma geral, foi a constatação de que ela – a segurança - é

uma necessidade humana primária, posterior apenas às necessidades

fisiológicas, ou animais, como alimentar-se, abrigar-se das intempéries

e reproduzir-se.

Abraham Maslow (1908-1970)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 4: Manual de Segurança Patrimonial

4

1.2 HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS, SEGUNDO MASLOW

1.2.1 NECESSIDADES PRIMÁRIAS

As necessidades qualif icadas como primárias são aquelas sem

as quais o ser humano simplesmente não consegue sobreviver e

manter-se de forma estável em seu habitat. São as seguintes:

1.2.1.1 Necessidades Fisiológicas

As necessidades fisiológicas, como a própria designação diz,

são as necessidades do físico, ou seja, al imentar-se, repousar, abrigar-

se das intempéries e reproduzir-se (instinto sexual). Até aqui não

existem muitas diferenças entre o ser humano e os animais irracionais,

ou seja, são necessidades capazes de garantir a sobrevivência

imediata.

1.2.1.2 Necessidades de SEGURANÇA

Uma vez satisfeitas as necessidades do físico, a primeira

necessidade que o ser humano passa a sentir é a de segurança. No

entanto, a segurança descrita aqui por Maslow é uma segurança no

sentido lato, ou seja, não apenas a segurança contra a violência e a

criminalidade, mas também a segurança contra qualquer ameaça ou

perigo, como doenças, desemprego, situações difíceis ou simplesmente

o desconhecido.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 5: Manual de Segurança Patrimonial

5

1.2.2 NECESSIDADES SECUNDÁRIAS

As necessidades qualif icadas como secundárias são aquelas

que completam e realizam o ser humano, mas não são indispensáveis à

sua sobrevivência animal. São as seguintes:

1.2.2.1 Necessidades Sociais

Uma vez satisfeitas as necessidades primárias, a primeira

necessidade que o ser humano passa a sentir é a de relacionar-se, ter

amigos, trabalhar, constituir uma família. São as chamadas

necessidades sociais.

1.2.2.2 Necessidades de Estima ou Afeto

A partir do momento em que o ser humano passa a viver em

sociedade, uma nova necessidade se manifesta, ou seja, não basta ter

uma vida social, é preciso ser estimado, admirado, amado ou

reconhecido.

1.2.2.3 Necessidades de Auto-realização

Finalmente – e uma vez supridas as outras necessidades – o

ser humano passa a querer realizar-se como pessoa, criando,

revolucionando ou simplesmente realizando seus desejos mais íntimos.

No entanto, é importante observar que a segurança abordada

por Maslow é uma segurança no sentido genérico, ou seja, todo e

qualquer evento que possa ameaçar o ser humano. Aqui no entanto,

trataremos de um segurança específica, a Segurança de Hotéis.

Como a atividade hoteleira está enquadrada dentro da atividade

empresarial, aplica-se a ela todos os princípios da Segurança

Empresarial como um todo, apenas com as devidas áreas de

concentração, que devem ser ressaltadas.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 6: Manual de Segurança Patrimonial

6

Algumas publ icações de Maslow, ou sobre ele.

Ponte do Brooklyn, bairro de Nova York, onde Maslow nasceu, em 1908.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 7: Manual de Segurança Patrimonial

7

Universidade de Wisconsin, onde Maslow se formou em Psicologia e também fez

Mestrado e Doutorado.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 8: Manual de Segurança Patrimonial

8

2 SEGURANÇA PATRIMONIAL

2.1.1 CONCEITO DE SEGURANÇA EMPRESARIAL

Antes de falarmos especif icamente em Segurança Patrimonial,

vamos procurar conceituar a Segurança Empresarial como um todo.

Conceituar o que quer que seja é sempre uma tarefa difícil e as

discordâncias são inevitáveis. No entanto, profissionais de Segurança

de todo mundo, concordam que uma boa definição de Segurança

Empresarial pode ser a seguinte:

“Conjunto de Medidas, capazes de gerar um estado, no qual os interesses vi ta is de uma empresa, estejam l ivres de danos, inter ferências e perturbações”.

O conceito acima, aparentemente simples, reveste-se, no

entanto, de grande profundidade e complexidade. Vamos analisar

individualmente cada uma das designações grifadas em negrito.

a) Conjunto de Medidas: A segurança só é ef iciente se for

sustentada sobre um conjunto de medidas, onde umas

possam influenciar outras. Assim, a segurança isolada ou

localizada geralmente não é eficiente. Não adianta ter uma

boa segurança na portaria, por exemplo, se o sistema anti-

furto simplesmente não existe. Não adianta muito ter uma

vigilância de primeira qualidade se a instituição empresarial

simplesmente não possui um bom sistema de prevenção e

combate a incêndios. Assim, as chamas podem queimar e

consumir toda a empresa, incluindo aí, muitas vezes, o

próprio vigi lante. Por isso, a segurança só será eficiente se

for organizada dentro de um conjunto de medidas inter-

relacionadas e complementares.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 9: Manual de Segurança Patrimonial

9

b) Estado: Estado é diferente de situação. Enquanto a situação

é sempre localizada e passageira, o estado é sempre

abrangente e permanente. Assim quando uma pessoa diz que

“está passando por uma situação difíci l” , ela está querendo

dizer que, sobre aquele assunto específico e naquele

momento as coisas não estão bem, mas que podem melhorar

de uma hora para outra. Estamos assim diante de uma

situação. Por outro lado, quando uma autoridade decreta um

“Estado de calamidade pública”, ela está dizendo que a

situação é genérica, abrangente e não tem data certa para

ser alterada. Isso diferencia situação de estado. Assim uma

empresa não deve ter situações de segurança , mas sim um

estado de segurança , ou seja, a segurança deve abranger

toda a empresa por todo o tempo. Só assim a segurança será

eficiente e cumprirá sua função no ambiente empresarial.

c) Interesses Vitais: Vital, vem de “vida”, assim, interesses

vitais são todos aqueles que são indispensáveis para manter

a empresa viva e em atividade. Infelizmente no meio

empresarial há um conceito de segurança meramente

patrimonial, com a adoção de medidas contra furtos, assaltos,

incêndios e coisas do gênero mas, na maioria das vezes, não

existem medidas capazes de proteger os negócios da

empresa, que, em últ ima análise é o que mantém a empresa

funcionando. De nada adianta manter grandes instalações,

super protegidas, se a empresa simplesmente perder seu

mercado, em razão de atos de espionagem e concorrência

desleal. Assim a segurança dos negócios (intel igência) é tão

importante quanto a segurança patrimonial (física).

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 10: Manual de Segurança Patrimonial

10

d) Danos, Interferências e Perturbações: Finalmente, esse

estado, criado por um conjunto de medidas , deve proteger os

interesses vitais da organização empresarial de danos,

interferências e perturbações.

Os danos geralmente estão relacionados a perdas materiais,

como furtos, roubos, acidentes, incêndios e outras ocorrências capazes

de causar prejuízo material à empresa.

As interferências, regra geral, estão relacionadas a atos de

espionagem, sabotagem, furto de informações e concorrência desleal,

ou seja, atos capazes de interferir nos negócios da empresa, causando-

lhe prejuízos f inanceiros.

As perturbações estão sempre relacionadas com aquelas

situações que alteram, ameaçam ou interrompem as atividades normais

da empresa, geralmente com prejuízos f inanceiros, como greves,

paralisações, alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, entre

outros eventos.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 11: Manual de Segurança Patrimonial

11

2.2 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA

Uma das grandes dif iculdades enfrentadas por Profissionais de

Segurança de todo o mundo é convencer o empresário de que

empregar dinheiro na Segurança da empresa, se constitui num

investimento e não em um gasto.

Um método que tem dado resultado é fazer um demonstrativo

ao empresário, dos inúmeros benefícios que uma empresa é capaz de

gerar à sociedade e, ao mesmo tempo, os inúmeros riscos a que ela

está exposta.

Vamos começar aqui, enumerando os benefícios. De uma forma

geral, pode-se dizer que uma organização empresarial é capaz de

proporcionar, entre outros, os seguintes benefícios à comunidade:

a) Lucro aos acionistas ou proprietários; b) Geração de empregos diretos e indiretos; c) Desenvolvimento tecnológico

d) Crescimento do comércio local, em razão do aumento do

poder aquisit ivo da população.

e) Aumento de agências bancárias, em razão do aumento do

fluxo de dinheiro no meio circulante.

f) Melhoria da infra-estrutura, como estradas, portos e

aeroportos, para o escoamento da produção.

g) Investimento em atividades esportivas

h) Apoio a iniciativas comunitárias

i) Incentivo à cultura

j) Aquecimento da economia, de uma forma geral, gerando

maiores e melhores perspectivas de consumo.

Até aqui os benefícios. No entanto, essa organização, capaz de

gerar tantos benefícios à sociedade e ao país, está, ao mesmo tempo,

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 12: Manual de Segurança Patrimonial

12

exposta a inúmeros riscos e perigos, que se não forem previstos,

evitados ou administrados com eficiência podem causar sérios

prejuízos, ou até mesmo a extinção, dessas organizações. De uma

forma geral, podemos dizer que uma organização empresarial está

exposta, entre outros, aos seguintes riscos e perigos:

a) Incêndios, capazes de causar desde riscos materiais

consideráveis até a destruição completa das instalações,

podendo ocorrer, ainda a perda de vidas humanas.

b) Furtos, internos ou externos.

c) Assaltos, que podem inclusive por em risco a vida de

funcionários e dirigentes.

d) Atos de espionagem e concorrência desleal, que podem por a

perder, anos de trabalho e investimentos.

e) Penetração não autorizada em sistemas informatizados,

provocando danos ou praticando fraudes.

f) Atos de terrorismo

g) Sabotagem e Chantagem

h) Greves violentas e paralisações provocadas

intencionalmente.

i) Alcoolismo e drogas no ambiente de trabalho, prejudicando a

produção e ensejando a prática de crimes.

j) Epidemias e contaminações coletivas

k) Acidentes, explosões e desabamentos.

l) Seqüestros de dirigentes da empresa.

Como se pode ver, numa análise atenta de custo/benefício, é

extremamente importante o investimento na segurança das atividades

empresariais. A se lamentar apenas que, nem sempre, os empresários

têm uma exata percepção dessa necessidade.

No entanto, o que estamos falando aqui não é nenhuma

novidade. Já no ano de 1916, Henri Fayol, considerado um dos pais da

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 13: Manual de Segurança Patrimonial

13

moderna Administração, em razão de ter sido o fundador da Escola

Clássica da Administração, já alertava o meio empresarial para a

necessidade de se manter sistemas eficientes de segurança nas

empresas.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 14: Manual de Segurança Patrimonial

14

2.3 A SEGURANÇA NA OBRA DE FAYOL

Henri Fayol era francês, nascido em Constantinopla, então sob

domínio da França, em 1841. Formou-se em engenharia de minas aos

19 anos de idade e passou a trabalhar em diversas empresas

metalúrgicas e carboníferas da França. Durante seu trabalho nessas

empresas, Fayol adquiriu o hábito de tomar notas de todos os detalhes

que chamavam sua atenção, sempre objetivando uma melhoria da

produção e da administração. Com base nessas anotações, Fayol

lançou o seu l ivro “Administração Industrial e Geral”, dando início

assim à Escola Clássica da Administração.

Henr i Fayol (1841-1925), considerado um dos pais da moderna Administração.

L iv ro “Admin is t ração Indus t r i a l e Gera l ” , pub l i cado por Fayo l em 1906 e a té ho je cons ide rado um

c láss i co da Admin is t ração .

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 15: Manual de Segurança Patrimonial

15

Constant inopla, onde Fayol nasceu em 1841.

Foi numa indústr ia metalúrgica e carbonífera, como essa que Fayol in ic iou sua

vida prof iss ional, como engenheiro, aos 19 anos de idade.

Não vamos fazer maiores considerações sobre os detalhes das

teorias de Fayol, mesmo porque esse não é o nosso objetivo aqui. Sob

o ponto de vista da Segurança, é importante ressaltar que, já naquela

época, Fayol considerou a at ividade de Segurança, como essencial,

dentro de uma organização empresarial.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 16: Manual de Segurança Patrimonial

16

Segundo Fayol, um empresa tem seis funções essenciais, que

são as seguintes:

Funções Técnicas Produção de bens e de serviços .

Funções Comerc ia is Vendas , Dis tr ibu ição e D ivu lgação.

Funções F inance i ras Busca e gerênc ia de capi ta is .

Funções Contábe is Dados, Esta t ís t icas e Balanços .

Funções de Segurança Proteção de Bens e de Pessoas .

Funções Admin is t ra t i vas Prever , organizar , coordenar e cont ro lar as a t i vidades da empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 17: Manual de Segurança Patrimonial

17

2.4 SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL E NO EXTERIOR

Muito embora esse gênio da Administração, que foi Henri Fayol

já ter previsto, a tanto tempo, a necessidade de se manter sistemas

eficientes de segurança no meio empresarial, infelizmente, no Brasil,

essa atividade tem sido relegada a um segundo plano pela maioria das

empresas.

Observe-se também que Fayol não colocou nenhuma função

como dependente da outra. Assim, a atividade de Segurança, segundo

Fayol, está em pé de igualdade com as demais funções dentro da

empresa.

No Brasil, é possível observar que as outras funções são

contempladas com cargos de direção e gerência dentro das empresas,

enquanto a segurança geralmente é contemplada apenas com um

modesto cargo de chefia.

Para confirmar isso, basta uma análise na Bolsa de Cargos e

Salários do jornal de maior circulação no Brasil – Folha de São Paulo –

para a confirmação do que aqui se afirma.

Como se vê, as áreas Técnicas, Administrativas, Comerciais e

Financeiras são contempladas com cargos de diretoria. As funções

contábeis são contempladas com cargos de gerência, enquanto as

funções de Segurança são contempladas apenas com um cargo de

Chefia, assim mesmo dentro de apenas um dos aspectos da Segurança

Empresarial (segurança patrimonial), quando se sabe que a segurança

de uma empresa não se l imita apenas à proteção de seu patrimônio

físico, como veremos mais adiante.

Em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa, a

Segurança Empresarial é tratada da forma mais profissional possível,

com a existência de cursos de graduação e pós-graduação

especif icamente em Segurança Empresarial, naqueles países.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 18: Manual de Segurança Patrimonial

18

No Brasil, fel izmente, algumas universidades já estão

começando a entrar na área de ensino da segurança empresarial.

Universidades como a Fundação Álvares Penteado, de São Paulo,

Universidade Estácio de Sá e Fundação Getúlio Vargas, ambas do Rio

de Janeiro, já oferecem cursos de pós-graduação e MBA em algumas

áreas da Segurança Empresarial.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 19: Manual de Segurança Patrimonial

19

2.5 PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA EMPRESARIAL

Toda atividade humana, para ser bem sucedida, deve basear-se

em princípios. Com a Segurança Empresarial não é diferente. Regra

geral, sete são os princípios que regem as atividades de Segurança

Empresarial:

2.5.1 SEGURANÇA É PREVENÇÃO

A segurança é sempre preventiva. Não há que se falar em

Segurança depois que os fatos aconteceram. A função principal da

Segurança é prever os riscos e perigos e, assim, evitá-los. Em últ ima

análise, deve estar preparada para agir imediatamente após a

ocorrência dos fatos danosos.

2.5.2 PREVENÇÃO É TREINAMENTO

Se Segurança é prevenção, a melhor forma de conseguí-la é

através de treinamentos constantes. O treinamento gera

condicionamento, que, por sua vez, aguça e desenvolve as medidas

preventivas, na medida em que as pessoas se acostumam com a idéia

de uma situação ideal de segurança.

2.5.3 O INVESTIMENTO EM SEGURANÇA É PROPORCIONAL AO

RISCO QUE SE CORRE

Um dos grandes problemas das organizações é justamente em

relação aos investimentos em Segurança. A tendência geral é

economizar quando as coisas estão bem e depois gastar

excessivamente quando alguma coisa acontece no ambiente. O ideal é

o equilíbrio. Não há porque a empresa gastar grandes somas em

Segurança se os riscos não são tão grandes. Por outro lado, não deve

omit ir-se quanto a essa importante área com a desculpa de

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 20: Manual de Segurança Patrimonial

20

economizar. Uma Análise de Vulnerabil idades, feita por profissional

qualif icado é que vai determinar o quanto gastar com Segurança.

Qualquer coisa além disso é desperdício e qualquer coisa aquém é

omissão e irresponsabil idade.

2.5.4 A SEGURANÇA NÃO DEVE IMPEDIR NEM DIFICULTAR A LIVRE

MARCHA DA EMPRESA

Não é preciso transformar a empresa num quartel ou delegacia

de polícia para que a Segurança seja eficiente. A atividade de

Segurança é uma “atividade meio”, que tem por função proteger a

empresa para que ela at inja sua “atividade fim”, que é a produção, sem

maiores problemas. Por isso, a Segurança deverá ser eficiente e até

rígida em determinadas situações, mas nunca autoritária ou inibidora, a

ponto de causar constrangimento às pessoas ou entraves no processo

produtivo.

2.5.5 A SEGURANÇA SUSTENTA-SE NUMA BUROCRACIA EFICIENTE

Inicialmente esse princípio pode parecer contraditório, uma vez

que as atividades de Segurança sempre lembram ação e

operacionalidade e não burocracia. No entanto, se essas ações e

operações não forem devidamente planejadas, catalogadas,

administradas e relatadas a eficiência da segurança pode ser

comprometida. Manter um sistema de Administração da Segurança é de

fundamental importância para a sua eficiência. Em capítulo próprio

falaremos especif icamente desse tema.

2.5.6 A SEGURANÇA DEVE ESTAR INTEGRADA ÀS OUTRAS ÁREAS

DA EMPRESA

A Segurança não deve funcionar como uma ilha dentro da

empresa, ou como um quartel ou delegacia de polícia, como já

dissemos. Ela deve estar integrada às outras áreas da empresa,

prestando a elas um serviço satisfatório e, em contra part ida,

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 21: Manual de Segurança Patrimonial

21

recebendo delas apoio e cooperação. É muito importante esclarecer a

todas as áreas da empresa os detalhes das atividades de Segurança,

sua importância e como cada uma delas pode colaborar para que as

pessoas e as instalações da empresa estejam cada vez mais

protegidas.

2.5.7 A SEGURANÇA DEVE SER COMPREENDIDA, ADMITIDA E

APROVADA POR TODOS.

Para que a Segurança seja eficiente, ela deve ser,

primeiramente, compreendida por todos, desde a alta direção até o

mais humilde trabalhador. Uma vez compreendida a necessidade e as

formas de atuação da Segurança, passa-se a admitir sua necessidade.

E, uma vez admitida sua necessidade, ela deve ser aprovada por todos

e, por via de conseqüência, todos devem colaborar com ela e respeitar

suas regras. Só assim se terá uma segurança eficiente no meio

empresarial.

2.5.8 SEGURANÇA TRIDIMENSIONAL

Como já dissemos anteriormente, no Brasil, infelizmente,

confunde-se a Segurança Empresarial com a Segurança Patrimonial,

simplesmente. Quando conceituamos a Segurança Empresarial n o item

1.2., dissemos que ela tem por função proteger os “interesses vitais” da

empresa, ou seja, tudo aquilo que diz respeito à vida da empresa e não

apenas seu patrimônio físico.

Assim, podemos dizer que a Segurança Empresarial possui três

dimensões que poderíamos classif icar da seguinte forma:

a) Segurança Física (Patrimonial)

b) Segurança Estratégica (Inteligência)

c) Segurança Especial (Complementar)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 22: Manual de Segurança Patrimonial

22

Uma empresa que organizar e administrar essas áreas, ainda

que com algumas alterações superficiais ou pontuais, estará

certamente contando com um sistema de segurança satisfatório.

2.6 SEGURANÇA TRIDIMENSIONAL

A Segurança de uma empresa,possui um aspecto

tr idimensional, que pode ser classif icado da seguinte forma:

a) Segurança Física (Patrimonial)

b) Segurança Estratégica (Inteligência)

c) Segurança Especial (Complementar)

A Segurança Física ou Patrimonial protege as instalações

físicas ou materiais da empresa.

A Segurança Estratégica ou de Inteligência protege o

patrimônio invisível da empresa, ou seja, seus negócios. A Segurança Especial ou Complementar protege áreas não

necessariamente l igadas à Segurança, mas que podem afetá-la. Vamos enumerar aqui as principais áreas de cada um desses

importantes setores: Segurança Física (Patrimonial) a) Proteção Perimetral

b) Vigilância

c) Sistemas de Identif icação

d) Controle Interno

e) Incêndios e Emergências

f) Proteção Contra Furtos

g) Prevenção de Assaltos

h) I luminação

i) Abastecimento de Energia Elétrica

j) Materiais Perigosos

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 23: Manual de Segurança Patrimonial

23

Segurança Estratégica (Inteligência)

k) Contra-Espionagem

l) Segurança de Dados (Informática)

m) Terrorismo

n) Sabotagem

o) Chantagem

Segurança Especial (Complementar)

a) Eventos

b) Greves e Paralisações

c) Alcoolismo e Drogas no Ambiente de Trabalho

d) Epidemias

e) Segurança Pessoal, Familiar e Residência

f) Sequestros

Aqui trataremos especif icamente da Segurança Física ou

Patrimonial, ou seja, da proteção do patrimônio físico da empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 24: Manual de Segurança Patrimonial

24

3 PROTEÇÃO PERIMETRAL

3.1 A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO FÍSICO

A primeira providência a ser adotada pela empresa, na

organização de um bom sistema de Segurança Patrimonial, é proteger

suas instalações de violações ou acessos não autorizados, o que deve

ser feito através de um eficiente sistema de Proteção Perimetral, que

nada mais é do que o cercado colocado em torno das instalações do

estabelecimento.

A Proteção Perimetral tem por função proteger o local contra

acessos não autorizados, obrigando dirigentes, funcionários, visitantes

e fornecedores a entrarem na empresa por locais determinados para

cada um.

A Proteção Perimetral deve ser forte e resistente o suficiente

para impedir ou dif icultar sua violação por vândalos ou delinqüentes e

impedir acessos não autorizados.

3.2 TIPOS DE CERCADO

De uma forma geral, são uti l izados numa Proteção Perimetral

um dos seguintes materiais:

a) Muros

b) Alambrados

c) Grades

d) Estrutura de madeira

e) Estacas de concreto

f) Cercas de arame farpado

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 25: Manual de Segurança Patrimonial

25

Os materiais mais uti l izados em Proteção Perimetral são o

muro, a grade e o alambrado. Vamos conhecer as vantagens e

desvantagens de cada um.

M ATERI AL

V ANT AGENS

DESVANT AG ENS

Muros

Res is tênc ia

D i f íc i l V io lação

Al to Custo

Nenhuma vis ib i l idade

in terna ou externa

Grades

Res is tênc ia

V is ib i l idade in terna e

ex terna

D i f íc i l V io lação

Al to Custo

Alambrados

Ba ixo Custo

Fác i l Ins ta lação

V is ib i l idade in terna e

ex terna

Pouca Resistênc ia

Fác i l V io lação

Normalmente, nas empresas é comum a uti l ização do

alambrado, por sua praticidade e baixo custo.

Outra vantagem do alambrado, é que ele permite que o pessoal

da segurança veja o que se passa do lado de fora da empresa,

podendo identif icar, assim, possíveis suspeitos nas redondezas ou

mesmo prever e antecipar-se a alguma ameaça ou atentado.

O cercado deve ser alto o suficiente para impedir sua

transposição por pessoas estranhas. Recomenda-se a altura mínima de

3,00 metros, podendo chegar até 5,00 metros.

No topo do cercado deve ser colocada uma rede de proteção,

que pode ser de arame farpado ou qualquer outro material que cumpra

a mesma função.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 26: Manual de Segurança Patrimonial

26

Empresa protegida com muro Empresa protegida com grades

Empresa protegida com alambrado

Tipos de mater ia is que podem ser colocados no topo do cercado

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 27: Manual de Segurança Patrimonial

27

3.3 ZONA LIVRE INTERNA E EXTERNA

É importante observar a Zona Livre Interna e a Zona Livre

Externa. A primeira é o espaço existente entre o cercado e as

instalações da empresa e o segundo é o espaço existente entre o

cercado e a via pública.

No primeiro caso, a metragem ideal a ser observada é em torno

de 15 metros e no segundo, algo em torno de 4 a 5 metros.

Essas medidas são necessárias para manter um espaço vazio

entre o cercado e a via pública e entre o cercado e as instalações da

empresa, obrigando assim um eventual invasor a ter que se expor em

campo aberto, o que chamaria a atenção do pessoal de segurança.

Observe-se, no entanto, que nem sempre isso é possível,

principalmente para empresas que já estão construídas e em atividade,

mas é uma regra fundamental a ser seguida para futuras edif icações.

3.4 CONDIÇÕES DO TERRENO

O terreno deve ser preferencialmente plano, evitando buracos,

morros ou acidentes geográficos capazes de ocultar um invasor,

principalmente no período noturno.

Caso o terreno em torno da empresa seja muito acidentado, é

necessário providenciar uma terraplanagem. O ideal é que o terreno

seja cimentado ou coberto de grama.

3.5 ÁRVORES E VEGETAÇÕES

Evite tanto quanto possível a existência de árvores ou

vegetações nas proximidades da proteção perimetral. Pode ser bonito,

mas também contribui para ocultar invasores, bombas, aparelhos de

escuta ou outras ameaças à empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 28: Manual de Segurança Patrimonial

28

No entanto, é necessário tomar muito cuidado com essas

questões, para que não ocorra uma violação da lei ambiental. Assim,

antes de cortar árvores ou vegetações existentes na empresa, é

necessário consultar os órgãos de fiscalização ambiental para verif icar

se isso é possível sob o ponto de vista legal.

3.6 ALARMES E DETECTORES

Além da uti l ização dos materiais e métodos adequados, é

importante instalar também alguns equipamentos eletrônicos, capazes

de denunciar a presença de invasores nas proximidades da proteção

perimetral.

Existe no mercado um grande número desses produtos,

cabendo à empresa escolher os modelos que mais se adaptam à sua

realidade, observando sempre os parâmetros de qualidade,

funcionalidade e custos.

Existem basicamente dois t ipos de equipamentos que cumprem

essa finalidade:

a) Sistemas eletrônicos de detecção de invasão;

b) Sistemas eletrônicos de detecção periférica

Alguns equipamentos de detecção per i fér ica e de invasão

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 29: Manual de Segurança Patrimonial

29

3.7 INSPEÇÃO E MANUTENÇÃO

É necessário também fazer constantes inspeções em toda a

extensão da proteção perimetral, para verif icar possíveis rachaduras no

terreno, processos de erosão ou tentativas de violação. Essa inspeção

deve ser feita pelo menos uma vez por mês.

Também é importante testar o funcionamento dos equipamentos

de segurança instalados ao longo da proteção perimetral, para verif icar

se estão funcionando regularmente, evitando assim que eles venham a

falhar diante de uma situação real de risco ou perigo.

Para mais informações sobre equipamentos de Segurança

Perimetral “click aqui” e veja matéria elaborada pela empresa

SPEEDRITE.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 30: Manual de Segurança Patrimonial

30

4 SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA

4.1 VIGILÂNCIA PRÓPRIA OU TERCEIRIZADA

A vigilância é de fundamental importância para a segurança

patrimonial da empresa.

Enquanto a Proteção Perimetral trata-se de uma segurança

estática, constituída por barreiras, a Vigilância é a segurança dinâmica,

desenvolvida pelo elemento humano.

Em empresas de grande porte, é recomendável o s is tema de patrulhamento interno

e per imetral .

A primeira providência a ser tomada pela empresa é optar pela

vigilância própria ou por serviços terceirizados.

O primeiro caso só é recomendável para grandes corporações,

em razão das muitas exigências legais para conseguir uma autorização

de funcionamento de um sistema próprio de vigi lância armada, além de

custos muito elevados.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 31: Manual de Segurança Patrimonial

31

As exigências são praticamente as mesmas para a constituição

de uma empresa de vigi lância, daí a dif iculdade em se conseguir esse

t ipo de autorização para as empresas de menor porte.

Assim, o mais recomendável é a contratação de serviços

terceirizados de vigi lância, principalmente da vigi lância armada.

A maioria das empresas adota um sistema misto, ou seja, a

vigi lância armada fica a cargo de empresas terceirizadas, enquanto os

serviços de portaria e vigi lância desarmada fica a cargo da própria

empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 32: Manual de Segurança Patrimonial

32

4.2 SELEÇÃO E TREINAMENTO DO PESSOAL DE SEGURANÇA

Para o caso da empresa resolver manter seu próprio pessoal de

segurança, recomenda-se que a seleção dos funcionários seja rigorosa,

tanto sob o aspecto técnico como de honestidade pessoal, uma vez

que, pessoas tecnicamente despreparadas podem provocar acidentes,

desastres ou danos ao ambiente empresarial.

Por outro lado, pessoas desonestas podem praticar diversos

atos i lícitos na empresa ou mesmo fornecer informações a criminosos,

para que possam, posteriormente, agir contra o patrimônio da

empresa, ou mesmo contra dirigentes e funcionários.

Por isso, é importante dar atenção especial ao pessoal que irá

trabalhar na segurança da empresa.

O ideal é recrutar pessoas com experiência mil i tar ou policial,

ou ainda que já tenham freqüentado cursos de vigi lância em

estabelecimentos de ensino credenciados pelo Ministério da Justiça.

4.2.1 IMPORTÂNCIA DE UMA BOA SELEÇÃO

A eficiência profissional e a idoneidade moral dos funcionários

da empresa são de fundamental importância para a segurança do

estabelecimento, uma vez que a prestação de serviços de má qualidade

ou a prática de atos i lícitos por parte dos funcionários, pode

comprometer a imagem da empresa, além de causar prejuízos de toda

ordem. Daí a importância de serem bem selecionados e treinados.

4.2.2 PROCESSO SELETIVO

Além das habil idades específicas para as funções de

segurança, a empresa deve fazer as seguintes averiguações, antes de

efetivar a contratação do funcionário:

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 33: Manual de Segurança Patrimonial

33

a) Verif ique empregos anteriores. Procure conversar com

antigos patrões e empregadores, no sentido de obter,

principalmente, informações sobre comportamento pessoal,

honestidade e integridade moral do funcionário.

b) Faça uma investigação social sobre a vida pessoal do

funcionário, tomando cuidado apenas para não cometer

invasão de privacidade ou qualquer outra atitude

constrangedora ou i legal. Procure saber, principalmente,

como é sua vida social e famil iar.

c) Faça uma checagem de antecedentes criminais, procurando

verif icar se o funcionário não possui envolvimento ou

vínculos com o mundo do crime. Com relação aos

antecedentes criminais, é importante ressaltar que o

cometimento de crimes do tipo que qualquer pessoa está

exposta a cometer, como atropelamentos, lesões corporais

em razão de brigas e discussões ou outros delitos mais leves

não devem ser empecilhos para sua contratação. É

perfeitamente possível que uma pessoa que tenha passado

por essas experiências seja uma pessoa íntegra e honesta. O

que se deve observar é se o funcionário já praticou crimes

graves, se tem tendências a praticar crimes contra a empresa

ou capazes de comprometer a imagem da organização. Em

casos como esses a não contratação é recomendada.

d) Faça também uma avaliação psicológica, principalmente para

aferir o nível de sanidade mental do funcionário. Pessoas

desequil ibradas ou emocionalmente instáveis podem provocar

desde situações constrangedoras até verdadeiras catástrofes

no ambiente empresarial.

4.2.3 ACOMPANHAMENTO

Exija lealdade e bons serviços por parte de seus funcionários,

mas, por outro lado, dispense a eles um tratamento cordial e

respeitoso.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 34: Manual de Segurança Patrimonial

34

Para evitar constantes admissões e demissões, procure pagar-

lhes um salário atraente e oferecer-lhes vantagens adicionais, capazes

de mantê-los no emprego.

Não são raros os casos de envolvimento de funcionários da

empresa em atividades criminosas, seja praticando-as diretamente,

seja fornecendo informações a criminosos, para que possam agir contra

o estabelecimento empresarial.

Por isso, a empresa também deve se prevenir contra ações

dessa natureza, adotando o seguinte comportamento:

a) Observe eventuais mudanças de comportamento dos

funcionários, procurando investigar, sigi losamente, quais as

razões dessas mudanças;

b) Evite que funcionários recebam muitos visitantes na empresa

durante o horário de trabalho. Além de restritas, as visitas

devem ocorrer em locais apropriados, como uma sala de

visitas, por exemplo. Não se deve permitir a l ivre circulação

de amigos e parentes dos funcionários nas dependências da

empresa;

c) Mantenha um arquivo de ex-funcionários. Diante de alguma

suspeita ou ameaça, verif ique a possibil idade de

envolvimento de alguns deles; e

d) Caso não mereçam mais sua confiança, devem ser

demitidos. No entanto, pague a eles todos os valores a que

têm direito.

A melhor maneira de evitar problemas com funcionários,

mantendo-os sempre leais e motivados para o trabalho é desenvolver

constantemente treinamentos, palestras e debates, procurando fazer

com que se sintam responsáveis e importantes para a vida da

empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 35: Manual de Segurança Patrimonial

35

4.2.4 TREINAMENTO

Todos os funcionários devem ser orientados a informar ao

responsável pela segurança, qualquer atitude suspeita ou

acontecimentos estranhos que constatarem no exercício de suas

funções.

Instrua-os para que, caso venham a se deparar com cenas de

crimes, como arrombamentos, explosões, depredações ou cadáveres,

não devem tocar em nada e, sim, chamar imediatamente o responsável

pela segurança.

É importante também ministrar a eles treinamentos específicos

na área de segurança, com a contratação de profissionais capacitados

e idôneos para desenvolver esse tipo de trabalho.

Existem no Brasil diversas empresas especializadas em

treinamento de vigi lantes e de pessoal de segurança, de uma forma

geral. É necessário, no entanto, verif icar se a empresa está autorizada

a funcionar pelo Poder Público e se seus serviços são satisfatórios.

Todo funcionário da empresa deve ser treinado em questões de

Segurança, em especial sobre os seguintes aspectos:

a) Como se comportar e agir diante de situações de incêndio,

pânico ou catástrofe.

b) Reconhecer e identif icar atitudes suspeitas de pessoas no

interior da empresa.

c) Não tocar em objetos ou artefatos suspeitos, como bombas,

explosivos ou equipamentos eletrônicos. Em situações como

essas o responsável pela segurança deve ser acionado.

d) Conhecer o funcionamento do sistema de segurança da

empresa, para colaborar com sua eficiência e não atrapalhá-

lo ou obstruí-lo.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 36: Manual de Segurança Patrimonial

36

Todo funcionár io deve ser treinado em si tuações de emergência e combate a

incêndios

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 37: Manual de Segurança Patrimonial

37

4.3 CONTRATAÇÃO DE EMPRESAS DE VIGILÂNCIA

A contratação de serviços terceirizados de vigi lância exige, no

entanto, alguns cuidados por parte da empresa.

Procure fazer uma pesquisa de mercado para verif icar a

idoneidade da empresa que pretende contratar.

Converse com clientes atuais da empresa de vigi lância que

pretenda contratar e procure verif icar critérios como qualidade,

eficiência, honestidade e custos.

Procure averiguar também a qualidade técnica de seus

vigi lantes, procurando saber onde foram treinados e se são reciclados

periodicamente, como manda a lei.

Com relação à contratação de empresas de vigi lância,

transcrevemos a seguir, as recomendações da FENAVIST – Federação

Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores:

(Clique aqui para ver o “Guia do Contratante”)

Também com o objetivo de orientar o tomador de serviços na

área de Segurança e Vigilância, Delegacia Regional do Ministério do

Trabalho em Minas Gerais elaborou um Manual, cujo teor

transcrevemos aqui, na íntegra

(Clique aqui para ver o Manual)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 38: Manual de Segurança Patrimonial

38

5 ORGANIZAÇÃO DA SEGURANÇA

5.1 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA

Para que a empresa venha a ter uma segurança efetiva e

satisfatória é necessário eliminar todo empirismo e improvisação.

Como já vimos inicialmente, a atividade de segurança tem o

mesmo grau de importância, dentro da empresa, do que as demais

atividades, como Produção, Marketing, Contabil idade, Finanças e

Administração.

Assim, é importante que a empresa dispense à área de

Segurança os mesmos cuidados que dispensa a outras áreas. E o

primeiro passo para isso é criar uma Gerência ou Diretoria de

Segurança, colocando como responsável por ela um profissional

qualif icado e habil itado.

Nos países desenvolvidos, a Segurança desempenha um papel da maior

importância na vida das organizações empresar ia is .

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 39: Manual de Segurança Patrimonial

39

5.2 CENTRAL DE SEGURANÇA

É necessário também que a empresa organize e mantenha uma

Central de Segurança, ou seja, um local onde devem estar

centralizados todos os serviços de Segurança.

Essa central deverá ser dir igida pelo Gerente de Segurança, e

deve possuir os seguintes recursos:

a) Monitoramento eletrônico de todas as áreas e dependências

da empresa, através de alarmes, sensores e circuito fechado

de TV.

b) Controle das tubulações de água, ar condicionado, centrais

de energia elétrica e elevadores.

c) Controle do som ambiente com canal exclusivo de

penetração, para avisos sobre incêndios, emergências e

situações de crimes ou violências.

d) Central de Alarmes de furtos, assaltos, incêndios e outras

emergências.

e) Central de radiocomunicação, envolvendo o pessoal de

Segurança e todas as áreas da empresa.

f) Linhas exclusivas de telefone, independentes da central

telefônica e de telefonistas.

g) Burocracia interna da Gerência de Segurança.

Central de Segurança

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 40: Manual de Segurança Patrimonial

40

5.3 PESSOAL DE SEGURANÇA

E para que todo esse sistema de segurança funcione

adequadamente, cumprindo assim sua função, que é proporcionar

segurança ao ambiente empresarial, é necessário organizar

adequadamente a equipe que irá operá-lo.

O tamanho e complexidade da equipe de segurança vão

depender diretamente do porte da empresa. No entanto, o ideal é que

seja constituída da seguinte forma:

a) Presidente ou Diretor Geral: é o responsável direto pelo

comando da empresa. A ele está subordinada a Gerência ou

Diretoria de Segurança.

b) Gerente ou Diretor de Segurança: é o responsável absoluto

por toda a área de Segurança dentro da empresa. Reporta-se

apenas à Presidência ou à Direção Geral.

c) Supervisor de Segurança: é o responsável pelos turnos de

trabalho na área de Segurança, que deve ser desenvolvida

durante as 24 horas do dia.

d) Vigilante: Trabalha nos mais variados ambientes, como

recepção, garagem, corredores e outras instalações da

empresa.

e) Pessoal de Apoio: composto por técnicos e engenheiros,

capazes de agir em situações como quedas de energia

elétrica, falhas nos sistemas de comunicação, danif icação de

equipamentos de segurança, ou qualquer outra missão

técnica que lhes seja solicitada pelo Gerente de Segurança.

f) Pessoal de Emergência: composto por médicos, socorristas,

bombeiros, e outros profissionais, capazes de atender

prontamente a situação como acidentes, incêndios,

desabamentos e outras situações de crise ou emergência;

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 41: Manual de Segurança Patrimonial

41

6 IDENTIFICAÇÃO E CONTROLE INTERNO

6.1 SISTEMAS DE IDENTIFICAÇÃO

A portaria ou recepção da empresa é de vital importância para a

segurança, uma vez que é por ela que entram e saem dirigentes,

funcionários, visitantes e fornecedores. Também é por ela que tentam

passar ladrões, assaltantes, seqüestradores, terroristas, espiões e

outros t ipos de criminosos.

Daí a importância em treinar adequadamente os funcionários

que nela trabalham.

É importante que existam funcionários da Segurança apoiando

os porteiros e recepcionistas, sempre atentos a qualquer anormalidade.

Além do apoio humano, é necessário que o local seja

monitorado com câmeras de circuito interno de TV, controladas

diretamente pela central de segurança.

O pessoal da Segurança, em serviço na recepção deve estar

munido de equipamentos de comunicação, capazes de mantê-los em

contato permanente com a central de segurança.

O ingresso de qualquer pessoa, no interior da empresa, só deve

ser permitido dentro de um processo de identif icação e controle de

acesso eficiente.

O sistema mais prático e simples de identif icação é através de

crachás. Por isso, adote um sistema específico para cada tipo de

pessoa, como dirigentes, funcionários, estagiários fornecedores,

serviços terceirizados e visitantes, entre outros.

Existem no mercado diversas empresas especializadas em criar

sistemas de identif icação, cabendo à empresa escolher o sistema que

melhor se adapte à sua situação particular.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 42: Manual de Segurança Patrimonial

42

Crachás

Os funcionários de empresas de serviços terceirizados, como

empreiteiras, manutenção, jardinagem e outros, devem receber crachás

para circularem apenas nas áreas onde prestarão seus serviços,

devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.

Alguns modelos de catracas, que podem ser ut i l izados no controle de acesso de

funcionários, v is i tantes e fornecedores.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 43: Manual de Segurança Patrimonial

43

6.2 ENTRADA E SAÍDA DE FUNCIONÁRIOS

Para o público interno é recomendável crachás com fotos e

códigos de barras. Já para o público externo, o recomendável é o

sistema que fotografa automaticamente o visitante, guardando a foto e

seus dados em arquivo no computador.

Essas informações poderão ser úteis, posteriormente, em casos

de furtos, assaltos e seqüestros, ou mesmo para comprovar a presença

ou não de determinada pessoa na empresa, em determinado dia e

horário.

Os funcionários de empresas de serviços terceirizados devem

receber crachás para circularem apenas nas áreas onde prestam seus

serviços, devendo ser vedado seu acesso a outras áreas.

Crachás com múlt ip las funções são os mais indicados para o contro le de acesso

de funcionários.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 44: Manual de Segurança Patrimonial

44

6.3 ENTRADA E SAÍDA DE VISITANTES

Todo visitante deverá ser cadastrado na recepção, com os

seguintes dados, que deverão ficar arquivados:

a) Nome completo do visitante;

b) Endereço;

c) Número do Documento de Identidade;

d) Nome da pessoa ou setor que veio visitar;

e) Assunto ou motivo da visita; Horário de entrada; e

f) Horário de saída.

6.4 ENTRADA E SAÍDA DE FORNECEDORES

Adote um sistema semelhante para fornecedores e prestadores

de serviço.

Os crachás fornecidos a visitantes e fornecedores devem possuir

informações sobre o local exato onde devem ir ou circular, através de

cores, por exemplo. Assim o pessoal da Segurança poderá observar

pessoas circulando em locais não autorizados, possibil i tando assim a

identif icação de possíveis suspeitos.

Os veículos de visitantes e fornecedores, também, devem ser

cadastrados com todas as informações já mencionadas, acrescidas com

os seguintes dados: marca e t ipo do veículo, cor, modelo e nº da placa.

Com relação aos fornecedores e visitantes mais freqüentes, é

necessário tomar todo o cuidado possível para evitar a rotina. Na

maioria das vezes, quando uma pessoa, ou representante de alguma

empresa, se tornam freqüentes no ambiente empresarial, é comum a

segurança relaxar, não fazendo os registros necessários. Não raro

ocorrem casos de amizade entre os funcionários da segurança e tais

pessoas.

Por isso, é muito importante treinar o pessoal da Segurança para

evitar esse tipo de comportamento. Já houve casos em que criminosos

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 45: Manual de Segurança Patrimonial

45

se disfarçaram de prestadores de serviço para ingressar em empresas

e cometer crimes. Assim, quando alguém se apresentar na portaria

como fornecedor ou prestador de serviço, o porteiro deve tomar as

seguintes providências:

a) Pedir a apresentação da Ordem de Serviço ou Nota Fiscal.

b) Telefonar para a empresa, pedindo confirmação do serviço

ou fornecimento.

c) Comunicar à direção da empresa sobre a presença do

funcionário e pedir autorização para entrada.

6.5 SEGURANÇA DOS ESTACIONAMENTOS

Os estacionamentos também devem contar com sistemas de

segurança, envolvendo a presença física de vigi lantes, instalação de

circuito fechado de TV, sistemas de controle de acesso e boa

i luminação no período noturno.

Procure manter estacionamentos específicos para funcionários,

visitantes e fornecedores. Os critérios de admissão aos

estacionamentos por parte de visitantes e fornecedores, devem

obedecer aos mesmos critérios adotados para o ingresso de pessoas,

já mencionados anteriormente.

Providencie credenciais ou autorizações para os veículos dos

funcionários, capazes de identif icá-los junto aos vigilantes. De

preferência uti l ize sistemas de controle, através de cartões magnéticos

específicos.

Os estacionamentos também devem contar com serviços de segurança ef ic ientes

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 46: Manual de Segurança Patrimonial

46

6.6 SEGURANÇA DE ÁREAS RESTRITAS

Para áreas restritas como diretoria, laboratórios, centros de

pesquisa, tesouraria, áreas de risco, depósitos, almoxarifados, entre

outros, deve-se criar um sistema complementar de identif icação, como

digitação de códigos, leitura de mãos ou de íris ou qualquer outro

sistema igualmente eficiente.

Por ocasião da demissão de algum dirigente ou funcionário, é

necessário recolher seu crachá, chaves e outros objetos da empresa,

que estejam em seu poder. Se a pessoa demitida t iver acesso a áreas

restritas, deve-se providenciar uma alteração nos códigos ou senhas.

Equipamentos de le i tura biométr ica, catracas codif icadas e le i tura de ír is são

ideais para o controle de acesso em áreas restr i tas ou de al ta segurança.

6.7 MAPA DE CONTROLE

Procure fazer um mapa das atividades internas da empresa e

mantenha-o em arquivo. Nunca se sabe quando será necessário

consultar dados e eventos ocorridos no passado.

O ideal é desenvolver um programa de computador, capaz de

armazenar todos os dados sobre entradas e saídas de funcionários,

visitantes e fornecedores.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 47: Manual de Segurança Patrimonial

47

7 INCÊNDIOS E EMERGÊNCIAS

7.1 O RISCO DE INCÊNDIOS EM EMPRESAS

Um incêndio na empresa pode provocar uma verdadeira

catástrofe, que pode ir desde danos materiais consideráveis, passando

pela perda completa das instalações, podendo causar ainda a perda de

vidas humanas.

Por isso, a empresa deve tomar todas as medidas no sentido de

evitar um incêndio e, também, de controlá-lo, caso ele venha a ocorrer,

apesar de todas as precauções.

Um incêndio na empresa pode ter

conseqüências catastróf icas

Incêndio em prédio comercia l em Madr i ,

em 14 de fevereiro de 2005

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 48: Manual de Segurança Patrimonial

48

7.1.1 PROJETO DE PREVENÇÃO DE INCÊNDIOS

Comece providenciando um projeto de prevenção de incêndio

específico para a empresa, que deverá ser elaborado e assinado por

um Engenheiro de Segurança especializado.

Existe no mercado um grande número de profissionais

habil i tados para a elaboração desse tipo de Projeto. Antes de contratá-

los, no entanto, procure saber mais sobre suas habil idades e legalidade

de suas atividades.

7.1.2 AS PRINCIPAIS CAUSAS DE INCÊNDIOS EM EMPRESAS

O risco da ocorrência de incêndios numa empresa, vai depender

diretamente da quantidade de fontes de possíveis ignições e carga de

elementos combustíveis que se encontram num determinado local,

além, é claro, dos riscos e possibil idades dessa ignição ocorrer, seja

acidentalmente, seja através da ação humana.

É importante manter extintores de incêndio em todos os

andares e instalações da empresa. Todos os dirigentes e funcionários

devem receber treinamento sobre como manusear corretamente, e com

eficiência, um extintor de incêndio.

Observe também o prazo de validade dos extintores.

Providencie para que eles sejam recarregados quando estiverem

próximos do vencimento da validade.

A manutenção constante dos ext intores de incêndio é de vi tal importância para a

segurança do hotel

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 49: Manual de Segurança Patrimonial

49

7.2 TEORIA DO FOGO E DA COMBUSTÃO

Combustão é uma reação química de oxidação, auto-

sustentável, com liberação de luz, calor, fumaça e gases. Para que isso

ocorra é necessária a união de quatro elementos essenciais do fogo,

que são:

a) CALOR – Forma de energia que eleva a temperatura.

Gerada da transformação de outra energia, através de

processo físico ou químico.

b) COMBUSTIVEL – É toda a substancia capaz de queimar e

alimentar a combustão. Elemento que serve de campo de

propagação ao fogo. Os combustíveis podem ser, sólidos,

l íquidos ou gasosos.

c) COMBURENTE – É o elemento que possibil i ta vida as

chamas, e intensif ica a combustão. O mais comum é que o

oxigênio desempenhe este papel, porem não é o único,

existindo outros gases.

d) REAÇÃO EM CADEIA – É a queima auto-sustentável.

É a união dos três itens acima descritos, gerando uma reação

química. Quando o calor irradiado das chamas atinge o

combustível e este é decomposto em partículas menores, que

se combinam com o comburente e queimam, irradiando outra

vez calor para o combustível, formando um ciclo constante.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 50: Manual de Segurança Patrimonial

50

Extinção: É o resultado da retirada de um ou mais dos

componentes acima citados.

7.2.1 FORMAS DE COMBUSTÃO

a) Combustão Completa - É aquela em que a queima produz

calor e chamas e se processa em ambiente rico em

comburente.

b) Combustão Incompleta - É aquela em que a queima produz

calor e pouca ou nenhuma chama e se processa em ambiente

pobre em comburente.

c) Combustão Espontânea - É aquela gerada de maneira

natural, podendo ser pela ação de bactérias que fermentam

materiais orgânicos, produzindo calor e l iberando gases,

alguns materiais entram em combustão sem fonte externa de

calor, ocorre também na mistura de determinadas substancias

químicas, quando a combinação gera calor e l ibera gases.

d) Explosão - É a queima de gases ou partículas sólidas em

altíssima velocidade, em locais confinados.

7.2.2 FORMAS DE PROPAGAÇÃO

O calor pode-se propagar de três diferentes maneiras:

Condução, Convecção e Irradiação. Como tudo na natureza tende ao

equilíbrio, o calor é transferido de objeto com temperatura mais alta

para aqueles com temperatura mais baixa. O mais fr io de dois objetos

absorvera calor até que esteja com a mesma quantidade de energia do

outro.

a) Condução – É a transferência de calor através de um corpo

sólido de molécula a molécula. Quando dois ou mais corpos

estão em contato, o calor é conduzindo através deles como

se fosse um só corpo.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 51: Manual de Segurança Patrimonial

51

b) Convecção – É a transferência de calor pelo próprio

movimento ascendente de massas de gases ou líquido.

c) Irradiação – É a transmissão de calor por ondas de energia

caloríf icas que se deslocam através do espaço.

7.2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS INCÊNDIOS

7.2.3.1 INCÊNDIO é combustão sem controle.

Essa Classif icação foi elaborada pela NFPA - Associação

Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, e adotada pelas: IFSTA -

Associação Internacional para o Treinamento de Bombeiros/EUA, ABNT

– Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Corpos de

Bombeiros/BR.

Os incêndios são classif icados de acordo com os materiais neles

envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa

classif icação determina a necessidade do agente extintor adequado.

a) CLASSE “A” - Combustíveis sólidos, ex. madeiras, papel,

tecido, borracha, etc., caracterizado pelas cinzas e brasas

que deixam como resíduos, sendo que a queima se da na

superfície e em profundidade.

b) CLASSE “B” - Líquidos inflamáveis, graxas e gases

combustíveis, caracterizados por não deixar resíduos e

queimar apenas na superfície exposta.

c) CLASSE “C”- o Material e equipamentos energizados,

caracterizado pelo risco de vida que oferece.

d) CLASSE “D” - o Metais combustíveis, ex. magnésio, selênio,

antimônio, lít io, potássio, alumínio fragmentado, zinco,

t i tânio, sódio e zircônio, caracterizado pela queima em altas

temperaturas e por reagir com agentes extintores comuns

principalmente se contem água.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 52: Manual de Segurança Patrimonial

52

7.2.4 METÓDOS DE EXTINÇÃO

a) Retirada do material combustível, é o método mais simples

de se extinguir um incêndio, baseia-se na retirada do material

combustível, ainda não atingido, da área de propagação do

fogo.

b) Resfriamento é o método mais ut i l izado, consiste em diminuir

a temperatura do material combustível que esta queimando,

diminuindo, conseqüentemente, a l iberação de gases ou

vapores inflamáveis.

c) Abafamento consiste em impedir ou diminuir o contato do

comburente com o material combustível.

d) Extinção química consiste na uti l ização de certos

componentes químicos, que lançados sobre o fogo,

interrompem a reação em cadeia.

7.2.5 AGENTES EXTINTORES

a) Água

Uti l izado nos incêndios de classe: A

b) Espuma

Uti l izado nos incêndios de classe: A e B

c) Gás Carbônico (CO2)

Uti l izado nos incêndios de classe: A, B e C

d) Pó Químico seco

Uti l izado nos incêndios de classe: B e C (na classe D é

uti l izado pó químico especial)

e) Gases Nobres l impos

Uti l izado nos incêndios de classe: A, B e C

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 53: Manual de Segurança Patrimonial

53

7.2.6 EXTINTORES

7.2.6.1 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZADO

Este é o extintor mais indicado para o combate a príncipio de

incêndio em materiais da classe “A” (sólidos); não deverá ser usado em

hipótese alguma em materiais da classe “C” (elétricos energizados),

pois a água é excelente condutor de eletricidade, o que acarretará no

aumento do fogo; devem-se evitar também seu uso em produtos da

classe “D” (materiais pirofóricos), como o magnésio, pó de alumínio e o

carbonato de potássio, pois em contato com a água eles reagem de

forma violenta.

A água agirá por resfriamento e abafamento. Procedimentos para uso:

- retirar o pino de segurança;

- empunhar a mangueira e o gati lho; e

- apertar o gati lho e dirigir o jato para a base do fogo.

7.2.6.2 EXTINTOR DE ÁGUA PRESSURIZÁVEL (PRESSÃO INJETADA)

Seu uso é equivalente ao de água pressurizada, diferindo-se

apenas externamente pelo pequeno cil indro contendo gás propelente,

cuja válvula deve ser aberta no ato de sua uti l ização, a f im de

pressurizar o ambiente interno do extintor, permitindo o seu

funcionamento. O agente propulsor (propulente) é o gás carbônico

(CO2).

Procedimentos de uso:

- abrir a válvula do cil indro de gás;

- empunhar a mangueira e o gati lho; e

- apertar o gati lho e dirigir o jato para a base do fogo.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 54: Manual de Segurança Patrimonial

54

7.2.6.3 EXTINTOR DE PÓ QUÍMICO SECO (PQS)

É o mais indicado para ação em materiais da classe “B”

(líquidos inflamáveis), mas também pode ser usado em materiais classe

“A” e em últ imo caso, na classe “C”. Age por abafamento, isolando o

oxígênio e l iberando gás carbônico assim que entra em contato com o

fogo.

Procedimentos para uso:

- retirar o pino de segurança;

- empunhar a pistola difusora; e

- atacar o fogo acionando o gati lho.

7.2.6.4 EXTINTOR DE PQS COM PRESSÃO INJETÁVEL

As mesmas características do PQS pressurizado, mas

mantendo externamente uma ampola de gás para a pressurização no

instante do uso.

Procedimentos para uso:

- abrir a ampola de gás;

- empunhar a pistola difusora; e

- apertar o gati lho e dirigir a nuvem de pó para a base do fogo.

7.2.6.5 EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA PRESSURIZADO

A espuma é gerada pelo batimento da água com o líquido

gerador de espuma e ar (a mistura da água e do líquido gerador de

espuma está sob pressão, sendo expelida ao acionamento do gati lho,

juntando-se então ao arrastamento do ar atmosférico em sua passagem

pelo esguicho). Será usado em princípios de incêndio das classes “A” e

“B”.

Procedimentos de uso:

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 55: Manual de Segurança Patrimonial

55

- retirar o pino de segurança;

- empunhar o gati lho e o esguicho; e

- apertar o gati lho, lançando a espuma contra o fogo.

7.2.6.6 EXTINTOR DE ESPUMA MECÂNICA COM PRESSÃO INJETADA

As mesmas características do pressurizado, mas mantendo a

ampola externa para a pressurização no instante do uso.

Procedimentos para uso:

- abrir a válvula do cil indro de gás;

- retirar o pino de segurança;

- empunhar o gati lho e o esguicho; e

- apertar o gati lho, lançando a espuma contra o fogo.

7.2.6.7 EXTINTOR DE ESPUMA QUÍMICA

Embora esteja em desuso no mercado, ainda é possível

encontrá-lo em edif icações. Seu funcionamento é possível devido a

colocação do mesmo de “cabeça para baixo”, formando a reação de

soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio.

Depois de iniciado o funcionamento, não é possível a interrupção da

descarga.

Deve ser usado em princípios de incêndio das classes “A” e “B”.

Procedimentos para uso:

- não deitar ou virar o extintor antes de chegar ao local do fogo;

- no local, inverter a posição do cil indro; e

- lançar a espuma contra o fogo.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 56: Manual de Segurança Patrimonial

56

7.2.6.8 EXTINTOR DE GÁS CARBÔNICO (CO2)

É o mais indicado para a extinção de princípio de incêndio em

materiais da classe “C” (elétricos energizados), podendo ser usado

também na classe “B”.

Procedimentos para uso:

- retirar o pino de segurança;

- empunhar o gati lho e o difusor; e

- apertar o gati lho, dir igindo o difusor por toda a extensão do

fogo.

7.2.6.9 EXTINTOR DE HALOGENADO (HALON)

Composto por elementos halogênios (f lúor, cloro, bromo e

iodo). Atua por abafamento, quebrando a reação em cadeia que

alimenta o fogo. Ideal para o combate a princípios de incêndio em

materiais da classe “C”.

Procedimentos para uso:

- retirar o pino de segurança;

- empunhar o gati lho e o difusor; e

- acionar o gati lho, dir igindo o jato para a base do fogo.

7.2.6.10 EXTINTOR SOBRE RODAS (CARRETA)

A diferença dos extintores em geral é a sua capacidade. Devido

ao seu tamanho, sua operação requer duas pessoas.

As carretas podem sêr:

- de água;

- de espuma mecânica;

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 57: Manual de Segurança Patrimonial

57

- de espuma química;

- de pó químico seco; e

- de gás carbônico.

TABELA DE USO DE AGENTES EXTINTORES

Classe de Incêndio ÁGU A ESPUMA PQS CO² H ALON

A S IM

Exce lente S IM

Regular Somente na super f íc ie

Somente na super f íc ie

Somente na super f íc ie

B NÃO S IM

Exce lente S IM

Exce lente S IM Bom

S IM Exce lente

C NÃO NÃO S IM Bom

S IM Exce lente

S IM Exce lente

D NÃO NÃO PQS

Espec ia l NÃO NÃO

UNID ADE EXTINTORA

10 l i t ros 9 l i t ros 4 Kg 6 Kg 2 Kg

ALC ANCE MÉDIO DO

J ATO 10 m 5 m 5 m 2 ,5 m 3 ,5 m

TEMPO DE DESCARG A

60 seg 60 seg 15 seg 25 seg 15 seg

Mater ia l elaborado por Bombeiros – Comércio e Serviços Técnicos Ltda

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 58: Manual de Segurança Patrimonial

58

7.3 CLASSES DE INCÊNDIO E AGENTES EXTINTORES

As i lustrações abaixo, mostram cada um dos agentes extintores

que devem ser aplicados em cada classe de incêndio.

O triângulo verde, o quadrado vermelho e o círculo azul, estão

estampados nos extintores, bastando verif icar qual deles deve ser

uti l izado em determinado tipo de incêndio.

7.4 EXTINTORES DE ÁGUA

A água é o agente extintor de uso mais comum. Usa-se o jato

para o resfriamento e proteção de instalações a distância e para o

enxarcamento de sólidos. Usa-se a água sob a forma de neblina para o

resfriamento de superfícies líquidas; emulsif icação de óleo; proteção de

pessoas, estruturas, máquinas e equipamentos; di luição (álcoois,

amônia); e absorção do calor desprendido na combustão.

A água, contudo, não deve ser empregada em incêndios que

envolvam: equipamentos elétricos energizados; materiais reativos com

a água (carbonatos, peróxidos, sódio metálico, pó de magnésio, etc); e

gases l iquefeitos por resfriamento. Para usar o extintor: a) retire a

trava ou o pino de segurança; b) empunhe firmemente a mangueira; e

c) ataque o fogo, dirigindo o jato para a sua base.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 59: Manual de Segurança Patrimonial

59

7.5 EXTINTORES DE ESPUMA MECÂNICA

Indicado para incêndios Classes A e B. Um líquido gerador de

espuma (de base proteínica ou sintética, usado na concentração de 3

ou 6%) age mecanicamente com água, originando a solução de espuma

que, misturada com ar, forma finalmente a espuma. O volume da

espuma formada em relação ao volume da solução empregada, pode

ser de até 10 (baixa expansão, a mais usada, por ter maior poder de

espalhamento e ser mais pesada), 100 média expansão) ou 1.000

vezes (alta expansão). Restrições ao uso da espuma mecânica: gases

l iquefeitos; l íquidos em fluxo; substâncias que reagem com a água; e

líquidos superaquecidos (superior a 100oC).

7.6 EXTINTORES DE PÓ QUÍMICO

O pó químico é um material pulverulento f inamente dividido,

tratado para ser repelente a água e escoar f luidamente em tubulações,

el iminando as chamas por interrupção das reações em cadeia.

Podem ser empregados em: gases, líquidos e sólidos combustíveis; e,

ainda, em equipamentos elétricos energizados. Os tipos de pós são:

bicarbonato de sódio, de potássio ou de potássio + uréia (MONEX) e

fosfato monoamônio.

7.7 EXTINTORES DE GÁS CARBÔNICO (CO2)

Os extintores de Gás Carbônico, Dióxido de Carbono ou

simplesmente CO2 são util izados, preferencialmente, no combate aos

fogos das Classes B e C, embora possa ser usado, também, nos

incêndios de Classe A, em seu início. Depois dos extintores de água

são, por tradição, um dos mais usados. Os extintores portáteis são

oferecidos com cargas de 4 e 6 kg cada e os extintores sobre rodas,

com carga de 10, 25, 30 e 50 kg cada.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 60: Manual de Segurança Patrimonial

60

7.8 AGENTES EXTINTORES HALOGENADOS

Podem ser considerados como derivados do Metano ou do

Etano, pela substituição dos átomos de Hidrogênio por átomos de

Flúor, Cloro e/ou Bromo. São eles: Tetracloreto de Carbono,

Bromoclorometano, Bromoclorodif luormetano e Bromotrif luormetano.

São usados nos incêndios envolvendo: gases, líquidos e sólidos

combustíveis; e equipamentos elétricos energizados. Seu mecanismo

de extinção dá-se pela interrupção da reação em cadeia e,

secundariamente, por resfriamento. Limitações: substâncias com alto

teor de oxigênio, metais combustíveis e hidretos metálicos.

7.9 ESCOLHA CORRETAMENTE O EXTINTOR

PÓ QUÍMICO CO2 - GÁS CARBÔNICO

ÁGUA ESPUMA MECÂNICA

CLASSE ‘A’

Mater ia is

só l idos, papel ,

madeira ,

tec idos.

BC - Somente

no estágio

in ic ia l

ABC -

EXCELENTE

Somente no

estágio inic ia l

EXCELENTE

satura o

mater ia l e não

permite a

re ignição

EXCELENTE

Forma

cobertura,

satura o

mater ia l e ev i ta

a resignação

CLASSE ‘B ’

L íquidos

inf lamáveis e

h idro

carburetos,

gasol ina, ó leo,

t inta

EXCELENTE

O pó abafa e

interrompe a

cadeia de

combustão. A

cort ina cr iada

protege o

operador.

EXCELENTE

Não deixa

resíduos

Não

recomendável

ESPALHA O

FOGO!

EXCELENTE

Forma

cobertura,

satura o

mater ia l e ev i ta

a resignação

CLASSE ‘C ’

Equipamento

e létr ico at ivo

onde o agente

não é condutor

de

e letr ic idade,

motores e

chaves

e létr icas

EXCELENTE

Não condutor

de e letr ic idade

e protege o

operador do

calor

EXCELENTE

Não condutor

de

e letr ic idade,

Não deixa

resíduos nem

dani f ica o

equipamento

Não

recomendável

É condutor de

e letr ic idade

Não

recomendável

É condutor de

e letr ic idade

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 61: Manual de Segurança Patrimonial

61

EQUIPAMENTO A UTILIZAR

Material A

Apagar

ÁGUAPÓ QUÍMICO

"BC"

CO2

(GÁS

CARBÔNICO)

ESPUMA

MECÂNICA

Materiais

Sólidos

SIM

(excelente)

NÃO

(só para

pequenos

incêndios de

superfície)

NÃO

(só para

pequenos

incêndios de

superfície)

SIM

(excelente)

Líquidos

inflamáveis e

hidrocarburetos

NÃO

(o líquido

incentiva

o fogo)

SIM

(excelente,

inclusive para

gases

liquefeitos)

SIM

(excelente)

SIM

(excelente)

Fogo de

Origem Elétrica

NÃO

(condutor

de

eletricidade)

SIM

(excelente - a

única

desvantagem é

que deixa

resíduos)

SIM

(excelente)

NÃO

(eletricidade

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 62: Manual de Segurança Patrimonial

62

7.10 RISCOS DE INCÊNDIO. NECESSIDADE DE EXTINTORES

EXEMPLO: Calcular o número de extintores para incêndio

classe "A" e risco médio, numa área de 1.500 m2.

1) Cálculo do número de Unidades Extintoras (U.E.) = área total / área

máxima protegida pela capacidade extintora de 1A (Tabela 2):

U.E. = 1.500 m2 / 135 m2 = 12A (aproximadamente)

2) Cálculo do número de extintores = área total / área máxima

protegida por extintor (Tabela 2, r isco médio):

E = 1.500 m2 / 800 m2 = 2 extintores (aproximadamente)

3) Determinação da área máxima a ser protegida por cada extintor

(Tabela 3, r isco médio): A = U.E. / E = 12A / 2 = 6ª.

Entrando-se na Tabela 3 com 6A e risco médio, encontra-se a

área máxima de 800 m2.

4) Se optarmos pela ÁGUA como agente extintor PORTÁTIL, veremos

pela Tabela 4, que haverá a necessidade de: 12A / 2A = 6 extintores

(de 10 l i tros cada).

Tabela 1 - QU ANTID ADE DE EXTINTORES SEGUNDO O RISCO DE FOGO

ÁREA COBERT A POR U.E . R ISCO DE

FOGO CL ASSE DE

OCUP AÇÃO(* ) D IST.MÁX. A PERCORRER

500 m2 pequeno " A" - 01 e 02 20 metros

250 m2 médio "B" - 02 , 04 , 05 e 06 10 metros

150 m2 grande "C" - 07 , 08 , 09 , 10 ,

11 , 12 e 13 10 metros

(*) Segundo Tar i fa de Seguro Incêndio do Brasi l do Inst i tuto de Resseguros do

Brasi l – IRB.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 63: Manual de Segurança Patrimonial

63

Tabela 2 - DETERMINAÇÃO D A UNIDADE EXTINTOR A, ÁRE A MÁXIMA PROTEGID A E DISTÂNCIA MÁXIMA A SER PERCORRID A P AR A FOGO CL AS SE "A"

P ARÂMETROS / RISCO DE INCÊNDIO peq. méd. grd .

Unidade Ext in tora (U .E. ) 2 A 2 A 4 A

Área máx.prot .pe la capac . ex t in tora de 1 A (m2)

270 135 90

Área máxima proteg ida por ex t in tor (m2)

800 800 800

D is tânc ia máxima a percorrer a té o ex t in tor (m)

20 20 20

Tabe la 3 - ÁREA MÁX. PROT. POR EXTINTOR (c lasse A) , m2 EXT. peq . méd. grd .

2 A 540 270 - - -

3 A 800 405 - - -

4 A 800 540 360

6 A 800 800 540

10 A 800 800 800

20 A 800 800 800

30 A 800 800 800

40 A 800 800 800

Tabela 4 - CL ASSIF IC AÇÃO DOS EXTINTORES SEGUNDO O AGENTE EXTINTOR, A C ARG A NOMIN AL E A C AP ACID ADE EXTINTOR A E QUIV ALENTE (C .E.E . )

AGENTE EXTINTOR

C ARG A E.P . C .E .E . E .P . C ARGA E.R. C .E .E . E .R.

Água 10 l 2 A 75 l 150 l 10 A 20 A

Espuma química

10 l 20 l 2 A:2B 2 A:5B 75 l 150 l 6 A:10B

10 A:20B

Espuma mecânica 9 l 2 A:20B

Gás carbônico (CO2)

4 kg 6 kg

2B 2B

10 kg 25 kg 30 kg 50 kg

5B 10B 10B 10B

Pó qu ímico à base de

b icarbonato de sódio

1 kg 2 kg 4 kg 6 kg

8 kg 12 kg

2B 2B 10B 10B 10B 20B

20 kg 50 kg

100 kg

20B 30B

40B

Hidrocarbonetos ha logenados

1 kg 2 kg 2 ,5 kg 4 kg

2B 5B 10B 10B

LEGENDA: E.P.= Ext intor Portát i l E.R.= Ext intor sobre Rodas

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 64: Manual de Segurança Patrimonial

64

7.11 BRIGADAS DE INCÊNDIO

Faça um Plano de Emergência para os casos de incêndio,

abordando o comportamento de cada funcionário, incluindo o socorro e

orientação a pacientes, funcionários, profissionais de saúde e

visitantes.

O Plano deve conter instruções sobre evacuação do local e

socorro a feridos e acidentados.

O hospital deve organizar e treinar uma Brigada de Incêndio,

que terá por missão a prevenção e combate a incêndios bem como

prestação de primeiros socorros.

É interessante que o hospital contrate empresas especializadas

para o treinamento de sua Brigada de Incêndio. Geralmente um curso

de formação de brigadas de incêndio aborda os seguintes aspectos:

7.12 PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO:

a) Teoria do fogo

b) Métodos de extinção de incêndios

c) Classes de incêndios

d) Técnicas de extinção de incêndios

e) Uti l ização de sistemas de combate a incêndios

f) Uti l ização dos equipamentos de proteção individual

g) Métodos de prevenção de sinistros

h) Procedimentos em situação de incêndio

i) Controle de pânico

Treinamento de Combate a Incêndios

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 65: Manual de Segurança Patrimonial

65

7.13 PRIMEIROS SOCORROS:

a) Definição e prevenção de acidentes

b) Princípios e qualidades básicas do socorrista

c) Primeiras ações do socorrista

d) Exame corporal

e) Identif icação dos sinais vitais

f) Procedimentos em caso de parada cardíaca, parada

respiratória, hemorragia, desmaio, estado de choque,

convulsões, ferimentos, fraturas, queimaduras e

envenenamento.

g) Transporte de vít imas

Treinamentos em Pr imeiros Socorros

7.14 BRIGADA DE INCÊNDIO

É através de pessoas treinadas, que se poderá evitar grandes

perdas materiais, sociais e principalmente salvar vidas de muitas

pessoas, além da sua. Sabemos que a prevenção é a melhor estratégia

a ser adotada, muito mais simples do que o combate, além dos custos

serem reduzidos. Aplicando os conhecimentos da "Teoria Geral da

Combustão" em nosso ambiente de trabalho ou em nossa residência,

faremos a prevenção correta, evitando incêndios com procedimentos

simples, lógicos e sem grandes investimentos.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 66: Manual de Segurança Patrimonial

66

7.14.1 DEFINIÇÃO

O fogo é uma reação química que fornece calor, luz e chama.

Só existe fogo na presença de três elementos básicos (combustível,

oxigênio e calor). O fogo pode ser definido como produto da combustão

de material sólido, líquido, gasoso, com liberação de luz e calor. O

oxigênio é o comburente e o material que queima é o combustível

(pode ser sólido, l íquido, em forma de vapor ou ainda na forma

gasosa).

* Calor - é a quantidade de energia, unidade de medida [J], [cal]

* Temperatura - é o nível de energia, unidade de medida dada em

graus [C],[F],[K]

7.14.2 TRANSMISSÃO DO CALOR:

* Condução- propagação através de um meio físico (continuidade

molecular) ex.: barra de aço.

* Convecção - propagação através de um meio circulante gasoso ou

líquido (correntes "térmicas" de vapores) ex.: evaporação de solventes,

vazamento de GLP.

* Irradiação - propagação por ondas caloríf icas que um corpo aquecido

transmite em todas as direções semelhantes a luz. Ex: calor do sol,

chapa de metal aquecida (solda).

* Combustão - é uma reação química em cadeia (contínua), de

oxidação rápida entre um combustível, um comburente, com adição de

energia de ativação, l iberando luz e calor.

* Combustível - é todo material que l ibera vapores inflamáveis

chegando ao ponto de combustão.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 67: Manual de Segurança Patrimonial

67

a) sólido - madeira, papel, tecido

d) líquido - gasolina, álcool, éter, t inta, solvente...

e) gás - hidrogênio, GLP, aceti leno, metano...

f) Comburente - é o oxigênio do ar

g) Ar atmosférico - é a mistura de oxigênio 21%, nitrogênio 78%

e 1% de outros gases.

h) Reação química - reação de oxidação do combustível pelo

oxigênio do ar.

7.14.3 PONTO DE FULGOR

É a mínima temperatura em que os vapores do combustível

aquecido com a aproximação de uma fonte externa de calor, entram em

combustão, e retirada a fonte externa de calor a combustão cessa.

7.14.4 PONTO DE COMBUSTÃO:

É a mínima temperatura em que os vapores de combustível

aquecido com aproximação de uma fonte externa de calor, entram em

combustão, e retirada a fonte de calor externa de calor a combustão

continua (se auto alimenta).

7.14.5 PONTO DE IGNIÇÃO:

É a temperatura da chama ou da fonte de calor; é a temperatura

necessária para inflamar a mistura ou os vapores de combustível. Se

elevar-mos o combustível acima do ponto de ignição, ele explode (auto-

ignição). Ex: gasolina - 42º (ponto de fulgor) + 257º (ponto de ignição)

7.14.6 CLASSES DE INCÊNDIO

São quatro classes de incêndio; classes A, B , C , D. Foi

dividido desta maneira para facil itar a aplicação e uti l ização correta do

agente extintor correto para cada tipo de material combustível.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 68: Manual de Segurança Patrimonial

68

a) * Classe A: Fogo em materiais sólidos de fácil combustão,

que queimam na superfície e profundidade, deixando

resíduos e cinzas. Ex: madeira, papel, tecido, f ibras,

borrachas. Método de extinção - resfriamento.

i) * Classe B: Fogo em combustíveis líquidos que queimam na

superfície e não deixam resíduos. Ex: gasolina, álcool,

solventes. Método de extinção - abafamento/resfr iamento.

j) * Classe C: Fogo em equipamentos elétricos energizados. Ex:

computadores, centrais telefônicas, quadros de comando,

eletrodomésticos, motores elétricos. Método de extinção -

abafamento/extinção química.

k) * Classe D: Fogo em materiais pirofóricos, ou que necessitem

métodos especiais de extinção. Ex: magnésio, sódio metálico,

t i tânio. Método de extinção - abafamento/extinção química.

(areia seca, pó químico especial, l imalha de ferro, carvão em

pó).

7.14.7 AGENTES EXTINTORES

a) * Água - efeito de resfr iamento e abafamento.

l) * Pó químico - abafamento.

m) * Areia seca - abafamento.

n) * Gases inertes - (CO2, nitrogênio, hélio) - retiram/baixam o

nível de oxigênio para menos de 18%.

o) * Espuma mecânica - abafamento.

p) * Espuma química - extinção química.

q) * Vapor

7.14.8 EXTINTORES PORTÁTEIS

São uti l izados para combater o princípio de incêndio.

a) * extintores de água (fogo classe A)

r) * extintores de gás carbônico (CO2) (fogo classe B e C)

s) * extintores de espuma (fogo classe A e B)

t) * extintores de pó químico (fogo classe B,C e D)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 69: Manual de Segurança Patrimonial

69

7.14.9 OBSERVAÇÃO

* Existem também os extintores t ipo carreta, que levam em seu

interior os mesmos agentes extintores, porém com maior quantidade de

carga.

* Os extintores devem ser vistoriados mensalmente, analisando suas

partes (casco, mangotes, válvulas, manômetro), carga, pressão do

ci l indro.

7.14.10 MÉTODOS DE EXTINÇÃO

A extinção do fogo se dá pela interrupção da reação físico-

química, ou seja, através da eliminação de qualquer um dos elementos

[calor, combustível, comburente (oxigênio)]. Pode ser por:

a) * Remoção - retirada do combustível.

b) * Resfriamento - baixar a temperatura do combustível abaixo

do ponto de fulgor.

c) * Abafamento - criar uma barreira entre o combustível e o ar

[ isolando o combustível, retirando o ar (baixar taxa de

oxigênio para menos de 18%)].

d) * Extinção química - bloqueio químico da reação de

combustão.

7.14.11 SISTEMA DE PREVENÇÃO E COMBATE AO FOGO

a) * alarmes

b) * detectores de fumaça

c) * detectores de calor (spincklers)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 70: Manual de Segurança Patrimonial

70

7.14.12 PROCEDIMENTOS EM CASOS DE INCÊNDIO

a) * Desligue a chave geral de eletricidade

b) * Dê o alarme geral

c) * Chame o corpo de bombeiros

d) * Combata o princípio de incêndio dentro das l imitações do

equipamento

e) * Impeça a propagação do fogo

f) * Salve vidas em primeiro lugar, depois os objetos

g) * Não use elevadores

h) * Tente sempre descer (o fogo e o calor tendem a subir)

i) * Molhe suas roupas

j) * Não se tranque em salas

k) * Use um lenço umedecido no nariz para evitar respirar a

fumaça.

O conteúdo desta página foi retirado do site

www.geocit ies.com/bombeirocardoso.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 71: Manual de Segurança Patrimonial

71

Currículo básico do curso de formação de brigada de incêndio

com técnicas de Primeiros Socorros

Parte Teórica Módulo Assunto Obje t i vos

01 - In t rodução Obje t i vos do curso e o br igad is ta

Conhecer os ob je t i vos gera is do curso , responsabi l idade e compor tamento do

br igad is ta

02 - Teor ia do fogo Combustão , seus

e lementos e a reação em cade ia

Conhecer a combustão , seus e lementos , funções , pontos de fu lgor , ign ição e

combustão e a reação em cade ia 03 - Propagação do

fogo Condução, i r rad iação e

convecção Conhecer os processos de propagação do

fogo 04 - C lasses de

incêndio C lass i f icação e caracter ís t icas Conhecer as c lasses de incêndio

05 - Prevenção de incêndio Técnicas de prevenção Conhecer as técn icas de prevenção para

ava l iação dos r iscos em potenc ia l 06 - Métodos de

ext inção Iso lamento , abafamento , res f r iamento e qu ímico Conhecer os métodos e suas ap l icações

07 - Agentes ext in tores Água ( ja to /nebl ina) , PQS, CO² , espumas e out ros

Conhecer os agentes , suas caracter ís t icas e ap l icações

08 - Equipamentos de combate a incêndio

Ext in tores, h idrantes , manguei ras e acessór ios , EPI , cor te , ar rombamento ,

remoção e i luminação

Conhecer os equipamentos , suas ap l icações e manuse io

09 - Equipamentos de detecção, a la rme e

comunicações T ipos e funcionamento Conhecer os meios mais comuns de

s is temas e manuse io

10 - Abandono de área Procedimentos Conhecer técn icas de abandono de área , sa ída organizada , pontos de encontro e

chamada e cont ro le de pânico

11 - Aná l ise de ví t imas Ava l iações pr imár ia e secundár ia

Conhecer as técn icas de exame pr imár io (s ina is vi ta is ) e exame secundár io

(s in tomas, exame da cabeça aos pés)

12 - V ias aéreas Causas de obst rução e l iberação

Conhecer os s in tomas de obst ruções em adul tos , c r ianças e bebês consc ientes e

inconsc ientes

13 - RCP ( rean imação card iopulmonar )

Vent i lação ar t i f ic ia l e compressão card íaca

externa

Conhecer técn icas de RCP com um e do is socorr is tas para adul tos , c r ianças e

bebês

14 - Estado de choque Class i f icação prevenção e t ra tamento

Reconhec imento dos s ina is e s in tomas e técn icas de prevenção e t ra tamento

15 - Hemorrag ias C lass i f icação e t ra tamento Reconhec imento e técn icas de hemostas ia em hemorrag ias ex ternas

16 - Fra turas C lass i f icação e t ra tamento Reconhec imento de f ra turas aber tas e fechadas e técn icas de imobi l i zações

17 - Fer imento C lass i f icação e t ra tamento Reconhec imento e técn icas de t ra tamento espec í f icos em fer imentos loca l izados

18 - Que imaduras C lass i f icação e t ra tamentoReconhec imento , ava l iação e técn icas de

t ra tamento para que imaduras térmicas , qu ímicas e e lé t r icas

20 - Emergênc ias c l ín icas

Reconhec imento e t ra tamento

Reconhec imento e t ra tamento para s íncope, convu lsões , AVC ( Ac idente Vascular Cerebra l ) , d ispné ias , c r ises

h iper tens iva e h ipotens iva , I AM ( In fa r to Agudo do Miocárd io ) , d iabetes e

h ipogl icemia

21 - Transpor te de ví t imas Ava l iação e técn icas

Reconhec imento e técn icas de t ranspor te de ví t imas c l ín icas e t raumát icas com suspe i ta de lesão na co luna ver tebra l

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 72: Manual de Segurança Patrimonial

72

Parte Prática

Módulo Assunto Obje t i vos

01 - Prá t ica Combate a incêndios Pra t icar as técn icas de combate a

incêndio , em loca l adequado

02 - Prá t ica Abandono de área Pra t icar as técn icas de abandono de

área , na própr ia ed i f icação

03 - Prá t ica Pr imeiros socorros Pra t icar as técn icas dos módulos 11 a 21

da par te teór ica

Mater ia l e laborado por Bombeiros – Comercio e Serviços Técnicos Ltda

Os bombeiros devem ser acionados ao menor s inal de incêndio ou s i tuações de

emergência.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 73: Manual de Segurança Patrimonial

73

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 74: Manual de Segurança Patrimonial

74

7.15 EQUIPAMENTOS CONTRA INCÊNDIO

Mantenha hidrantes em locais estratégicos da empresa, bem

como reservatórios de água com grande capacidade de

armazenamento.

Instale sensores de temperatura em todos os andares e

ambientes da empresa, capazes de denunciar um princípio de incêndio.

De preferência, instale chuveiros capazes de lançar jatos de água

quando ocorrer um aquecimento exagerado do ambiente.

A empresa deve manter um sistema de som ambiente, com um

canal exclusivo de penetração pela Segurança capaz de emitir avisos

sobre incêndios e outros perigos.

De uma forma geral, os equipamentos contra incêndio

indispensáveis numa empresa são os seguintes:

Porta corta- fogo

Sinal izadores

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 76: Manual de Segurança Patrimonial

76

Sprink lers Hidrantes

ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS

Tipo DiâmetroPressão Prova

kgf (kPa)

Pressão Ruptura

kgf (kPa)

Pressão Ruptura

após abrasão

kgf (kPa)

1 1.1/2" 21 (2060) 35 (3430) 15 (1470)

2 1.1/2" 28 (2745) 42 (4120) 21 (2060)

2 2.1/2" 28 (2745) 42 (4120) 21 (2060)

APLICAÇÃO (ITEM 4.1)

Loca l Errado Correto

Prédio de Apartamento

(ocupação res idenc ia l)

Mangueira T ipo 1

Shopping Center

Edi f íc io Comerc ia l

Prédio de Escr i tór io

Hote l

Cinema

Aeroporto

Hospi ta l

Estação Rodoviár ia

Estação Ferrov iár ia

Indústr ia-Área Administrat iva

Mangueira T ipo 2

Mangueira T ipo 1:

Dest ina-se a edi f íc ios de ocupação res idenc ia l .

Pressão de trabalho: 10 kgf/cm2 (980 kPa)

Magueira T ipo 2:

Dest ina-se a edi f íc ios comerc ia is e industr ia is ou Corpo

de Bombeiros.

Pressão de rabalho: 14 kgf/cm2 (1370 kPa) t

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 77: Manual de Segurança Patrimonial

77

7.15.1 CENTRAIS DE ALARME:

7.15.1.1 Central de Alarme 1

1 – Central de Alarme Nº. 1

Gabinete externo confeccionado em chapa de aço previamente

tratado por processo de fosfatização (anti-ferrugem) pintado a base de

pó epóxi na cor bege corrugado.Permite a f ixação na parede através de

parafusos e buchas, sendo que, após f ixado, forma um sistema

basculante que facil i ta o acesso para manutenção e permite a retirada

da placa de montagem, onde esta f ixado o conjunto eletrônico,

possibil i tando fácil manuseio em caso de assistência técnica.Dotada de

carregador f lutuador, a Central de Alarme de Incêndio possui proteção

automática contra descarga de baterias, indicador visual de condição

de rede, proteções contra sobretensão de entrada e sobrecarga na

saída.Seu painel possibil i ta rápida verif icação na situação de disparo

bem como botão si lenciador e botão de teste que permite o

acionamento a partir da própria central.

Dimensões:C 273 mm x L 203 mm x A 72 mm

Peso: 5 Kg em média

Tensão de entrada: 110V ou 220V

Freqüência: 50/60 Hz

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 78: Manual de Segurança Patrimonial

78

Tensão de trabalho: 12 V ou 24 V

Consumo: Máximo 55W (em carga)

Autonomia: Superior a uma hora a carga plena

Proteções: NSD – Nível de Segurança de Descarga

Fusíveis de rede 20AG e de bateria 3AG

Sinalização: LED verde (condição de bateria); LED vermelho (Saída

ativada)

Podem ser encontradas versões a partir de 3 até 50 laços de

saída para Alarme e a partir de 3 até 30 laços de saída para Detecção.

7.15.1.2 Central de Alarme 2

2 – Central de Alarme Nº 2

Gabinete externo confeccionado em chapa de aço previamente

tratado por processo de fosfatização (anti-ferrugem) pintado a base de

pó epóxi na cor bege corrugado.Permite a f ixação na parede através de

parafusos e buchas, sendo que, após f ixado, forma um sistema

basculante que facil i ta o acesso para manutenção e permite a retirada

da placa de montagem, onde esta f ixado o conjunto eletrônico,

possibil i tando fácil manuseio em caso de assistência técnica.Dotada de

carregador f lutuador, a Central de Alarme de Incêndio possui proteção

automática contra descarga de baterias, indicador visual de condição

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 79: Manual de Segurança Patrimonial

79

de rede, proteções contra sobretensão de entrada e sobrecarga na

saída.Seu painel possibil i ta rápida verif icação na situação de disparo

bem como botão si lenciador e botão de teste que permite o

acionamento a partir da própria central.

Dimensões:C 273 mm x L 203 mm x A 72 mm

Peso: 5 Kg em média

Tensão de entrada: 110V ou 220VFreqüência: 50/60 Hz

Tensão de trabalho: 12 V ou 24 V

Consumo: Máximo 55W (em carga)

Autonomia: Superior a uma hora a carga plena

Proteções: NSD – Nível de Segurança de Descarga

Fusíveis de rede 20AG e de bateria 3AG

Sinalização: LED verde (condição de bateria);

LED vermelho (Saída ativada)

7.15.1.3 Central de Alarme 3

3 – Central de Alarme 3

Gabinete externo confeccionado em chapa de aço previamente

tratado por processo de fosfatização (anti-ferrugem) pintado a base de

pó epóxi na cor bege corrugado.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 80: Manual de Segurança Patrimonial

80

Permite a f ixação na parede através de parafusos e buchas,

sendo que, após fixado, forma um sistema basculante que facil i ta o

acesso para manutenção e permite a retirada da placa de montagem,

onde esta f ixado o conjunto eletrônico, possibil i tando fácil manuseio em

caso de assistência técnica.

Dotada de carregador f lutuador, a Central de Alarme de

Incêndio possui proteção automática contra descarga de baterias,

indicador visual de condição de rede, proteções contra sobretensão de

entrada e sobrecarga na saída.

Seu painel possibil i ta rápida verif icação na situação de disparo

bem como botão si lenciador e botão de teste que permite o

acionamento a partir da própria central.

Dimensões:C 273 mm x L 203 mm x A 72 mm

Peso: 5 Kg em média

Tensão de entrada: 110V ou 220V

Freqüência: 50/60 Hz

Tensão de trabalho: 12 V ou 24 V

Consumo: Máximo 55W (em carga)

Autonomia: Superior a uma hora a carga plena

Proteções

NSD – Nível de Segurança de Descarga

Fusíveis de rede 20AG e de bateria 3AG

Sinalização: LED verde (condição de bateria);

LED vermelho (Saída ativada)

Também importantes na detecção de princípios de incêndios,

são os detectores de fumaça:

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 81: Manual de Segurança Patrimonial

81

7.15.1.4 Detector Iônico de Fumaça

Detector Iônico de Fumaça - 1

Sensor capaz de detectar produtos de combustão antes mesmo

da presença de fumaça visível. Este detector funciona através de um

circuito eletrônico de estado sólido, que incorpora alto nível de

proteção contra interferências elétricas e transientes de l inha, sendo

também imune às correntes de ar. Todas essas características fazem

dele um sensor altamente confiável e f lexível.

- Detecta fumaça visível e invisível;

- Temperatura de Operação : 0oC à 70oC

- Câmara de ionização unipolar;

- Fiação : 2 f ios

- Carcaça removível para l impeza;

- Raio de Ação : 81 m²

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 82: Manual de Segurança Patrimonial

82

7.16 LEGISLAÇÃO

As Instruções sobre a legislação encontra-se no item específico

conforme orientações da Polícia Mil i tar do Estado de São Paulo e

Corpo de Bombeiros.

Clique aqui passa acessá-lo

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 83: Manual de Segurança Patrimonial

83

7.17 CARTILHA DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS

Clique aqui passar visualizar a carti lha.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 84: Manual de Segurança Patrimonial

84

7.18 CRISES E EMERGÊNCIAS

7.18.1 RISCOS E AMEAÇAS

Além dos incêndios, as empresas estão sujeitos a inúmeras

situações de crises e emergências, capazes de comprometer o bom

funcionamento da instituição. Por isso a direção deve ter sempre pronto

um plano de emergência e contingência, a ser empregado nessas

situações.

Como situações de crise e emergência, podem ser

mencionadas, entre outras, as seguintes:

a) Explosões;

b) Desabamentos;

c) Inundações;

d) Fenômenos naturais, como raios, furacões e tempestades;

e) Intoxicações, como vazamento de gases ou outros produtos

tóxicos;

f) Pânico coletivo, como ameaças de bombas; e outras

situações semelhantes.

g) Ameaças de seqüestros ou atentados.

7.18.2 MEDIDAS PREVENTIVAS

Para não ser vít ima de situações como essas, a empresa deve

antecipar-se ao problema, adotando as seguintes providências:

a) Adote polít icas preventivas, procurando analisar quais são os

riscos que mais ameaçam a empresa, considerando sua

localização, estrutura de construção, capacidade de

hospedagem e áreas vulneráveis, entre outros aspectos.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 85: Manual de Segurança Patrimonial

85

b) Organize Brigadas de Emergência, compostas por

funcionários e dirigentes.

c) Mantenha um canal de comunicação eficiente com o Corpo

de Bombeiros e com a Defesa Civil;

d) Estabeleça previamente qual o t ipo de ação a ser adotada

em cada situação particular, como evacuação e socorro a

feridos;

e) Faça exercícios simulados periodicamente, para manter o

pessoal sempre alerta contra eventuais riscos e perigos; e

h) Elabore um Plano de Contingência, capaz de restabelecer o

funcionamento normal da empresa, mesmo após a situação

de crise ou emergência.

O treinamento deve ser o mais próximo possível da real idade

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 86: Manual de Segurança Patrimonial

86

7.19 ABANDONO DE EDIFICAÇÕES EM CASO DE INCÊNDIO

EM CASO DE INCÊNDIO, SIGA ESTAS ORIENTAÇÕES:

1. NO CASO DE UM EDIFÍCIO O ABANDONO DEVE SER FEITO PELAS ESCADAS, COM CALMA, SEM AFOBAMENTOS; 2. SE UM INCÊNDIO OCORRER EM SEU SETOR OU ESCRITÓRIO, SALA DE AULA OU LABORATÓRIO, SAIA IMEDIATAMENTE. MUITAS PESSOAS MORREM POR NÃO ACREDITAREM QUE UM INCÊNDIO PODE SE ALASTRAR COM RAPIDEZ. 3. SE VOCÊ FICAR PRESO EM MEIO À FUMAÇA, RESPIRE PELO NARIZ, EM RÁPIDAS INALAÇÕES. SE POSSÍVEL, MOLHE UM LENÇO E UTILIZE-O COMO MÁSCARA IMPROVISADA. PROCURE RASTEJAR PARA A SAÍDA, POIS O AR É SEMPRE MELHOR JUNTO AO CHÃO. 4. UTILIZE AS ESCADAS, NUNCA O ELEVADOR. UM INCÊNDIO RAZOÁVEL PODE DETERMINAR O CORTE DE ENERGIA PARA OS ELEVADORES FECHE, MAS NÃO TRANQUE, TODAS AS PORTAS QUE FICAREM ATRÁS DE VOCÊ, ASSIM RETARDARÁ A PROPAGAÇÃO DO FOGO. 5. SE VOCÊ FICAR PRESO EM UMA SALA CHEIA DE FUMAÇA, FIQUE JUNTO AO PISO, ONDE O AR É SEMPRE MELHOR. SE POSSÍVEL, FIQUE PERTO DE UMA JANELA DE ONDE PODERÁ CHAMAR POR SOCORRO. 6. TOQUE A PORTA COM A MÃO. SE ESTIVER QUENTE, NÃO ABRA. SE ESTIVER FRIA, FAÇA ESTE TESTE: ABRA VAGAROSAMENTE E FIQUE ATRÁS DA PORTA. SE SENTIR CALOR OU PRESSÃO VINDO ATRAVÉS DA ABERTURA, MANTENHA-A FECHADA. 7. SE VOCÊ NÃO PUDER SAIR, MANTENHA-SE ATRÁS DE UMA PORTA FECHADA. PORTA SERVE COMO COURAÇA. PROCURE UM LUGAR PERTO DA JANELA, E ABRA-AS EM CIMA E EMBAIXO. CALOR E FUMAÇA DEVEM SAIR POR CIMA. VOCÊ PODERÁ RESPIRAR PELA ABERTURA INFERIOR.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 87: Manual de Segurança Patrimonial

87

8. PROCURE CONHECER OS EQUIPAMENTOS DE COMBATE À INCÊNDIO DO SEU SETOR, PARA UTILIZÁ-LO COM EFICIÊNCIA EM CASO DE EMERGÊNCIA. 9. UM PRÉDIO PODE LHE DAR VÁRIAS OPÇÕES DE SALVAMENTO CONHEÇA-AS PREVIAMENTE. NÃO SALTE DOS PRÉDIOS. MUITAS PESSOAS MORREM SEM IMAGINAR QUE O SOCORRO PODE CHEGAR EM POUCOS MINUTOS. 10. SE HOUVE PÂNICO NA SAÍDA PRINCIPAL, MANTENHA-SE AFASTADO DA MULTIDÃO. PROCURE OUTRA SAÍDA. UMA VEZ QUE VOCÊ TENHAR, NÃO RETORNE. AO CONSTATAR UM PRINCÍPIO DE INCÊNDIO, FIQUE CALMO E LIGUE IMEDIATAMENTE PARA O CORPO DE BOMBEIROS 102: :: NOME CORRETO DO LOCAL ONDE ESTÁ ACONTECENDO O INCÊNDIO; :: NÚMERO DO TELEFONE DE ONDE SE ESTÁ FALANDO; :: NOME COMPLETO DE QUEM ESTÁ FALANDO; :: RELATO DO QUE ESTÁ ACONTECENDO. Autoria: F a b i o B a t i s t a

Divulgação

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 88: Manual de Segurança Patrimonial

88

7.20 AMEAÇAS DE BOMBA

As ameaças de bombas, na sua grande maioria, tratam-se

geralmente de trotes e notícias falsas. No entanto, o uso de explosivos

como forma de chantagem ou vingança vem crescendo a cada dia em

nosso país e em outras regiões do mundo, principalmente pela

facil idade de aquisição de artefatos explosivos no mercado negro e por

meio de contrabando.

Mesmo em se tratando de ameaças falsas, elas costumam

causar grandes danos ou prejuízos ao ambiente ameaçado, provocando

paralisação das atividades, evacuações desnecessárias, e pânico nas

pessoas.

Ainda que a diretoria da empresa não leve em conta a

possibil idade real de ser vít ima desse tipo de ação, é importante que o

setor de Segurança tenha conhecimentos mínimos sobre esse tema e

saiba agir, caso venha a se defrontar com uma situação dessas.

Comece elaborando um Plano Operacional a ser empregado em

situações de ameaças de bombas. Esse Plano deve conter todos os

aspectos preventivos, de gerenciamento da crise e de contingência ou

recuperação das atividades normais da empresa.

Local at ingido por bombas

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 89: Manual de Segurança Patrimonial

89

Normalmente, as ameaças de bomba chegam através de

chamadas telefônicas anônimas, entrega pessoal de bilhetes ou através

de cartas enviadas pelo correio.

Seja qual for o meio de recebimento da ameaça, a Segurança

do hospital deve começar a fazer análises no sentido de responder a

uma pergunta fundamental: A quem interessaria causar algum tipo de

dano a empresa? A partir dessa premissa, a primeira providência a ser

adotada é iniciar uma investigação no sentido de estabelecer

exatamente qual o objetivo das ameaças. É importante observar que a

hipótese da ameaça estar sendo feita com colaboração interna nunca

deve ser descartada.

Logo após o recebimento da ameaça, as medidas mais

recomendadas são as seguintes:

a) Evacue o local sem pânico;

b) Mantenha contato com um órgão policial especializado.

Existem na maioria dos Estados, grupos policiais

especializados em operações anti-bombas.

c) Convoque uma reunião do comitê encarregado do

gerenciamento de crises, para analisar a situação e apoiar o

trabalho da polícia.

Caso algum artefato suspeito seja encontrado pela Segurança

ou pelos funcionários do hospital, adote as seguintes medidas:

a) Não toque e não se aproxime do objeto;

b) Isole a área;

c) Aguarde a chegada de policiais especializados.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 90: Manual de Segurança Patrimonial

90

7.21 GERENCIAMENTO DE CRISES

Como já dissemos anteriormente, “Segurança é PREVENÇÃO”.

No entanto, por melhores que sejam as medidas preventivas, sempre

existe a possibil idade de ocorrer falhas ou violações do sistema. Por

isso é necessário estar sempre preparado para gerenciar algum tipo de

crise, ou seja, é preciso sempre ter um Plano B.

Toda organização empresarial tem compromissos com seus

cl ientes, deve obediência as autoridades e tem algum tipo de

responsabil idade social, no mínimo através do pagamento de impostos,

que acabam gerando verbas públicas e que depois são revertidas em

serviços à comunidade.

Em razão disso, é importante que o funcionamento normal das

organizações seja assegurado através de medidas preventivas ou, em

últ ima análise, através de medidas de contenção e recuperação. E é

justamente aí que entra o chamado Gerenciamento de Crises.

O primeiro passo é constituir uma Comissão de Gerenciamento

de Crises, composta por diretores do estabelecimento e por membros

do setor de Segurança. Esse comitê tem por função analisar todos os

aspectos de uma eventual crise e tomar as providências no sentido de

debelá-la e recuperar as atividades normais da empresa.

Um Comitê de Gerenciamento de Crises deve trabalhar no

sentido de realizar as seguintes tarefas, da forma mais rápida possível:

a) Resposta: é uma reação técnica e ordenada ao evento,

estabelecendo exatamente o que aconteceu e porque

aconteceu.

b) Recuperação: são medidas capazes de fazer com que a

direção do hospital reassuma o comando sobre as atividades

do estabelecimento, el iminando qualquer interferência, por

ventura ainda existente, do evento danoso.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 91: Manual de Segurança Patrimonial

91

c) Restauração: são providências capazes de restabelecer

totalmente o funcionamento normal da empresa.

É importante manter um Comitê de Gerenciamento de Cr ises na Empresa.

7.22 GABINETE DE GERENCIAMENTO DE CRISES DA SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO CEARÁ

Clique Aqui Para Ver as Orientações

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 92: Manual de Segurança Patrimonial

92

7.23 DOENÇAS E EPIDEMIAS

Outra ameaça constante às organizações empresariais são as

transmissões de doenças e epidemias, principalmente em razão de ser,

a empresa, um local com grande concentração de pessoas, ocupando o

mesmo ambiente e usando os mesmos banheiros e refeitórios.

As transmissões podem ir desde uma simples e inofensiva gripe

até doenças contagiosas, com grandes riscos para a saúde.

Os principais prejuízos que uma contaminação coletiva pode

causar às empresas são, entre outros, os seguintes:

a) Comprometimento da produção;

b) Despesas médicas elevadas;

c) Riscos de perda de vidas humanas;

d) Risco de interdição da empresa pelos órgãos da Saúde

Pública;

e) Descrédito da empresa perante o mercado e os

consumidores;

f) Exploração dos fatos pela imprensa ou pela concorrência.

Para evitar esses riscos, a empresa deve adotar as seguintes

medidas:

a) Manter-se informada sobre eventuais riscos de doenças

contagiosas na região, consultando principalmente os órgãos

de Saúde Pública;

b) Manter um serviço médico eficiente, capaz de diagnosticar o

problema no início;

c) Instruir os dirigentes e chefes de seção para comunicar ao

serviço médico qualquer comportamento anormal de

funcionários ou indícios de qualquer contaminação;

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 93: Manual de Segurança Patrimonial

93

d) Tomar cuidados especiais para garantir a qualidade da água

à disposição na empresa, uma vez que muitas doenças

podem ser transmitidas através da água;

e) Fazer exames médicos periódicos nos funcionários e

providenciar vacianções na própria empresa;

f) Desenvolver campanhas educativas junto aos funcionários;

g) Tomar providências imediatas em casos suspeitos.

É recomendável que a empresa mantenha um ambulatór io médico e serviços de

saúde à disposição dos funcionários.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 94: Manual de Segurança Patrimonial

94

8 PROTEÇÃO CONTRA FURTOS E ASSALTOS

8.1 AMEAÇAS AO PATRIMÔNIO DA EMPRESA

Os furtos e assaltos contra empresas vêm crescendo a cada dia.

Os furtos podem ser divididos em internos e externos. No primeiro

caso, os furtos são praticados pelo público interno, ou seja, pelos

próprios funcionários.

No segundo caso os furtos são praticados por pessoas que

entram na empresa com o objetivo de furtar.

Já os assaltos e arrombamentos são praticados por criminosos

profissionais, que planejam e executam a operação criminosa.

Existem diversas medidas e providências, que a empresa pode

adotar para dif icultar ou impedir a ação dos criminosos.

Para evitar crimes praticados pelo público interno, a empresa

deve dar atenção especial à sua polít ica de Recursos Humanos,

tomando cuidados especiais na contratação de pessoal, principalmente

daqueles que terão acesso às f inanças e aos bens da organização.

A primeira providência a ser adotada é criar mecanismos capazes

de impedir a prática de crimes por parte do público interno. Não são

raros os casos de envolvimento de funcionários e dir igentes na

ocorrência de crimes dentro da empresa, tanto os praticando

diretamente, como contribuindo para sua execução, através do

fornecimento de informações para que criminosos possam agir contra o

estabelecimento empresarial.

Por isso, a empresa deve ter uma polít ica correta de contratação

de pessoal, dando especial atenção ao aspecto da Segurança, ou seja,

evitando contratar pessoas que possam vir, de alguma forma, causar

dano à organização.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 95: Manual de Segurança Patrimonial

95

Com o objetivo de orientar executivos e empresários, quanto a

esse importante aspecto, transcrevemos, na íntegra, artigo publicado

no Jornal da Segurança, edição 116, de abri l de 2004, intitulado “Crime

no Local de Trabalho”, assinado pelo especialista israelense Tuvya

Amsel, PhD em Ciências Criminais:

(Clique aqui para ler a Matéria )

Com relação aos furtos e assaltos, a adoção de medidas

preventivas, integrando sistemas eletrônicos, com a vigi lância

desenvolvida pelo elemento humano, pode produzir resultados

extremamente posit ivos na inibição de atos criminosos dentro do

ambiente empresarial, conforme veremos mais à frente.

8.2

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 96: Manual de Segurança Patrimonial

96

8.3 MEDIDAS PREVENTIVAS

Não existem métodos perfeitos ou infalíveis para evitar essas

ações criminosas, mas existem algumas medidas e providências que a

empresa pode adotar, para dif icultar ou impedir a ação dos criminosos.

Assim, recomenda-se a adoção das seguintes medidas:

a) Não deixe objetos de valor em locais onde possam ser

facilmente subtraídos.

b) Instale alarmes e circuito-fechado de TV em locais

estratégicos, principalmente na diretoria, corredores,

portaria, estacionamentos, corredores, depósitos,

almoxarifados, laboratórios e outras áreas consideradas

sensíveis ou importantes sob o aspecto da segurança.

c) Se possível, contrate uma empresa de segurança, que

mantenha um serviço de monitoramento com apoio de um

tático-movel, capaz de ser acionado em socorro da empresa,

quando isso se fizer necessário.

d) Uti l ize trancas e fechaduras de boa qualidade. Adote o

sistema de segredos para as áreas mais sensíveis e

importantes da empresa.

e) Desenvolva campanhas educativas junto a dir igentes e

funcionários. Tente mantê-los como aliados na defesa do

patrimônio da instituição.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 97: Manual de Segurança Patrimonial

97

8.4 CONTROLE INTERNO

Faça também um levantamento do patrimônio móvel da empresa e

numere-os com etiquetas com a logomarca da organização. Isso

costuma desestimular furtos.

Modelos de et iquetas de controle patr imonial

Faça um rígido controle dos materiais existentes nos depósitos e

almoxarifados, para evitar furtos ou desperdícios por parte de maus

funcionários.

O acesso a depósitos e almoxarifados deve ser restrito ao

pessoal que neles trabalham.

Todos os fornecedores e prestadores de serviço devem ser

cadastrados e as entradas e saídas da empresa devem ser registradas

pela Segurança.

De preferência, carros e caminhões devem ser inspecionados na

entrada e na saída, não apenas para conferir eventuais desvios de

materiais, como também para checar a possibil idade de ingresso não

autorizado de pessoas no interior da instituição, como ladrões,

seqüestradores, sabotadores ou terroristas.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 98: Manual de Segurança Patrimonial

98

Realize constantes auditorias em todos os setores da empresa,

procurando rastrear a movimentação de bens ou valores, no sentido de

verif icar possíveis casos de desvio ou má uti l ização.

O acesso a depósitos e almoxari fados deve ser restr i to ao públ ico que neles

t rabalham

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 99: Manual de Segurança Patrimonial

99

8.5 ATENÇÃO COM AS FINANÇAS

Procure evitar grandes quantidades de dinheiro no caixa ou nos

cofres da empresa. Os serviços bancários devem ser uti l izados ao

máximo.

O pessoal encarregado de l idar com as f inanças e o patrimônio da

empresa deve ser de absoluta confiança e o recrutamento desses

funcionários deve obedecer a padrões rigorosos. Da mesma forma,

auditorias constantes devem ser realizadas para verif icar todos os

detalhes sobre a entrada e a saída de dinheiro. Essas auditorias devem

ser realizadas por pessoal especializado e, de preferência, por

empresas independentes, especialmente contratadas para isso.

Evite grandes quantidades de dinheiro no caixa da empresa. Na

medida em que o dinheiro for entrando, deve imediatamente ser

colocado no cofre, através de uma operação de segurança bem

planejada e eficiente executada. Os cofres da empresa devem ser instalados em locais de difíci l

acesso, não devendo ficar exposto na sala da diretoria, tesouraria ou

qualquer outra, uma vez que isso pode chamar a atenção de ladrões.

Mantenha o cofre sempre camuflado, atrás de um móvel, por exemplo.

Todos os dias o dinheiro deve ser retirado dos cofres e

depositado no banco. A empresa deve providenciar sistemas de

segurança para o transporte do dinheiro até o estabelecimento

bancário. De preferência uti l ize sempre sistemas on-l ine, com

transferência direta de valores, sem qualquer contato com dinheiro

vivo. O pagamento dos funcionários não deve ser feito em dinheiro, na

própria empresa. Uti l ize sempre o sistema bancário. Da mesma forma,

procure fazer o pagamento a fornecedores e prestadores de serviço

sempre com cheque ou por sistemas on-l ine.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 100: Manual de Segurança Patrimonial

100

Evite grandes quant idades de dinheiro

na empresa. O s is tema bancário deve

ser ut i l izado ao máximo.

Procure ut i l izar cofres de boa qual idade

e mantenha-os em locais onde não

sejam faci lmente vis tos.

Procure saber onde fica o órgão policial mais próximo e quanto

tempo levaria para que uma viatura chegasse até a empresa.

Convide o Delegado de Polícia e o Comandante da Polícia

Mil i tar da região para uma visita à empresa, e procure obter

informações sobre a criminalidade na região e a melhor maneira de

l idar com a situação.

Faça um levantamento topográf ico nos arredores da empresa,

procurando estabelecer uma possível rota de fuga. Isso poderá facil i tar

o trabalho da polícia em casos de assalto.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 101: Manual de Segurança Patrimonial

101

8.6 CRIMES INFORMATIZADOS

É importante observar também que os crimes praticados através

dos sistemas informatizados estão se tornando cada vez mais comuns

em todos os segmentos sociais e empresariais, por isso a empresa

deve adotar medidas de segurança de dados, contratando profissionais

especializados para esse fim.

O sistema de informática de uma empresa pode ser violado ou

invadido, entre outras, pelas seguintes razões:

a) Desvio de dinheiro do caixa do estabelecimento.

b) Fraudes e adulterações, visando comprometer o bom

funcionamento da empresa.

c) Checar registros e informações sobre dirigentes,

pesquisadores e funcionários, com finalidades criminosas,

como roubá-los, seqüestrá-los ou assassiná-los.

d) Verif icar relação de cientistas e pesquisadores, bem como

suas habil i tações, para passar informações à concorrência,

que poderá tentar contrata-los, desfalcando assim a empresa

violada;

e) Copiar l ista de cl ientes e fornecedores, para posterior prática

de concorrência desleal.

f) Checar os eventos agendados pela empresa, com fins il ícitos,

como sabotagem, colocação de explosivos ou outras práticas

criminosas.

g) Comprometer e neutralizar o sistema, com a introdução de

vírus com alto poder de destruição.

Para evitar tais riscos, a empresa deve tomar as seguintes

providências, em relação a seus sistemas informatizados:

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 102: Manual de Segurança Patrimonial

102

a) Só adquira computadores, softwares e outros equipamentos

diretamente de distribuidor autorizado, mediante o

fornecimento de nota f iscal. Resista à tentação de comprar

produtos contrabandeados e mais baratos, uma vez que eles

já podem vir “grampeados” até a empresa, o que facil i tará o

serviço de eventuais fraudadores.

b) Contrate uma empresa especializada e idônea para

desenvolver uma Polít ica de Segurança de Informações para

a empresa. Antes de contratá-la, faça uma investigação sobre

suas atividades. De preferência peça uma l ista de cl ientes e

procure conversar com eles sobre a eficiência e honestidade

da empresa.

c) A empresa contratada deverá apenas treinar o seu pessoal

para que a empresa possa implantar uma Polít ica de

Segurança de Informações, mas nunca realizar essa tarefa de

forma direta, tomando conhecimento assim dos detalhes do

funcionamento do empresa.

É importante que a empresa mantenha um sistema de segurança para a área de

dados e informações.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 103: Manual de Segurança Patrimonial

103

8.7 EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA

A empresa deve dispor do maior número possível de

equipamentos de segurança. O mercado possui um número enorme

desses equipamentos e uma análise detalhada e individual de cada

estabelecimento é que vai determinar quais equipamentos poderão ser

uti l izados. Aqui, no entanto, vamos nos ater a equipamentos básicos,

essências e até mesmo indispensáveis.

No que diz respeito à segurança das instalações da empresa,

basicamente dois equipamentos são necessários e, ao mesmo tempo,

indispensáveis: alarmes e sensores.

Igualmente, existe no mercado um número enorme desses

equipamentos. Uma análise mais aprofundada, feita por profissional

especializado é que vai determinar, exatamente, quais os t ipos de

equipamentos adequados para cada organização. Nas i lustrações

abaixo, alguns modelos encontráveis no mercado:

Central de Alarmes Sensores

Organograma da Segurança

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 104: Manual de Segurança Patrimonial

104

Deve existir na empresa, uma Central de Segurança, com um

sistema de monitoramento eletrônico, por imagem, das principais

dependências da empresa, conforme i lustração abaixo:

Circui to Fechado de TV. As principais áreas a serem monitoras, durante todo o período

de atividade da empresa, são as seguintes: portão de entrada,

recepção, estacionamentos, depósitos, vias públicas, l inhas de

produção, áreas administrativas e outras áreas consideradas sensíveis

ou importantes sob o ponto de vista da segurança.

Central de Segurança Áreas administrat ivas Estacionamentos

Linhas de Produção Recepção Portão de entrada

Depósitos e Almoxar i fados Vias públ icas, nas proximidades da empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 105: Manual de Segurança Patrimonial

105

8.8 O APOIO DA POLÍCIA

Mantenha um canal de comunicação eficiente com as autoridades

policiais da área, procurando obter delas informações sobre a

criminalidade da região e informando-as a respeito de qualquer

suspeita sobre possível ação de criminosos, bem como sobre os meios

mais rápidos de contar com seus serviços.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 106: Manual de Segurança Patrimonial

106

9 ILUMINAÇÃO E ENERGIA ELÉTRICA

9.1 9.1. IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ILUMINAÇÃO

A empresa deve tomar todas as providências necessárias

quanto à manutenção da segurança das instalações elétricas, evitando

assim acidentes e desperdícios, bem como garantindo a i luminação e o

fornecimento de energia elétrica em todos os ambientes.

Procure iluminar corretamente as áreas externas da empresa,

como pátios, jardins, calçadas, estacionamentos e outros ambientes,

evitando a existência de pontos escuros.

Como já foi dito, o ideal é que não haja grande quantidade de

árvores ou vegetações nos arredores da empresa.

No entanto, se você resolver mantê-los, providencie para que

esses locais estejam bem iluminados, evitando assim que possam

servir de esconderijo para criminosos.

A i luminação das vias públicas, nos arredores das instalações

da empresa também deve ser satisfatória. Em casos de deficiência,

peça ajuda à companhia de energia elétrica responsável pela área.

Uma boa i luminação nos arredores da empresa também contr ibui para a

segurança.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 107: Manual de Segurança Patrimonial

107

9.2 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

Instale sistemas de i luminação de emergência nos pontos

sensíveis da empresa, que possam ser acionados automaticamente, em

casos de queda de energia elétrica.

Modelo de i luminação de emergência

9.3 TREINAMENTO DE PESSOAL

O pessoal da manutenção deve estar em condições de

restabelecer, o mais rápido possível, o fornecimento de energia

elétrica, quando o problema for provocado por fatores internos.

O pessoal da Segurança, bem como dirigentes e funcionários

devem ser treinados em questões relacionadas com energia elétrica,

visando garantir a segurança e evitar desperdícios.

Não deixe a empresa no escuro com a desculpa de economizar.

Lembre-se sempre que os criminosos preferem agir nas sombras.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 108: Manual de Segurança Patrimonial

108

9.4 SEGURANÇA DAS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Proteja as instalações elétricas da empresa e dif iculte ao

máximo o acesso até elas. Estudos indicam que, em casos de assalto

ou atentados, a primeira coisa que os criminosos fazem é cortar o

fornecimento de energia elétrica, uma vez que isso os abriga na

escuridão, além de neutralizar alguns equipamentos de segurança e

dif icultar o trabalho do pessoal da segurança.

As instalações elétricas que oferecem riscos para a vida

humana devem ser corretamente sinalizadas para evitar acidentes.

Somente pessoal autorizado deve ter acesso às instalações elétricas

da empresa.

As áreas que oferecem r iscos para a v ida humana devem ser corretamente

s inal izadas

(Clique aqui para ver cartilha de instruções sobre Segurança em Energia Elétrica)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 109: Manual de Segurança Patrimonial

109

10 PLANEJAMENTO DA SEGURANÇA

10.1 A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO

É importante observar que todas as medidas de segurança aqui

descritas não funcionarão e não terão a eficácia desejada se não forem

adequadamente planejadas e executadas; ou seja, as medidas de

segurança não podem ser adotadas de forma estanque ou isoladas,

uma vez que o sucesso de uma medida sempre dependerá da outra.

Como exemplo disso, pode-se constatar que uma boa proteção

perimetral poderá impedir o acesso de ladrões ao estabelecimento e

um controle de acesso eficiente poderá impedir a entrada na empresa

de um eventual seqüestrador ou ladrão.

Assim, a prevenção de furtos acaba dependendo de uma boa

proteção perimetral e a prevenção de seqüestros pode acabar

dependendo de um bom controle de acesso e assim por diante.

Por isso, as medidas de segurança devem ser planejadas

previamente dentro de uma visão de conjunto.

10.2 TIPOS DE PLANEJAMENTO

Os Planos de Segurança podem regra geral, ser classif icados

dentro da seguinte hierarquia:

• Plano Institucional (ou Estratégico) • Plano Setorial (ou Intermediário) • Plano Operacional (ou de Execução)

O Plano Institucional é um planejamento amplo e abrangente,

envolvendo todo a empresa e deve ser elaborado dentro de uma visão

ideal de segurança para o local.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 110: Manual de Segurança Patrimonial

110

O Plano Setorial é aquele elaborado para áreas ou setores

específicos da empresa como recepção, l inhas de produção, portaria,

estacionamentos, áreas administrativas e depósitos, entre outros.

Já o Plano Operacional é elaborado em seus mínimos detalhes,

visando a solução dos problemas apontados nos planejamentos

anteriores.

Pode-se dizer, assim, que um conjunto de Planos Operacionais

constitui-se num Plano Setorial e um conjunto de Planos Setoriais

constitui-se no Plano Institucional de Segurança da empresa.

10.3 CONTEÚDO DO PLANEJAMENTO

O Planejamento tem por objetivo atender determinados

objetivos na área de Segurança da empresa, por isso deve ser

elaborado de forma a descrever os problemas com clareza,

identif icando suas origens e desenvolvimento, além de propor soluções

exeqüíveis no sentido de soluciona-los. Para isso é necessário elaborar

o documento com o seguinte conteúdo:

FASE 1 (Identif icação do Problema):

a) Objetivo:

Abordar as razões e a necessidade do Planejamento,

procurando mostrar claramente à chefia a existência de um problema e

a necessidade de solucioná-lo.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 111: Manual de Segurança Patrimonial

111

b) Descrição do Problema:

Fazer a descrição ou relato do problema existente.

c) Avaliação da Situação:

Avaliar e analisar o problema ou situação sob o ponto de vista

técnico, fazendo uma abordagem pormenorizada da situação. Descer

aos mínimos detalhes.

d) Medidas Resolutivas:

Apontar as soluções, procurando mostrar todas as alternativas

possíveis para a resolução do problema. Aqui deve-se mostrar os

aspectos posit ivos e negativos de cada alternativa, como custos,

tempo, material necessário, entre outros.

FASE 2 (Resolução do Problema)

a) Execução de Tarefas:

Relacionar, com detalhes, as providências adotadas, de acordo

com a fase 1 do Planejamento.

b) Medidas Futuras:

Fazer uma análise da situação sob a perspectiva de futuro,

procurando demonstrar se o problema está definit ivamente resolvido ou

se a empresa deve tomar medidas extras ou adicionais para garantir a

segurança no futuro.

c) Conclusão:

Finalmente, fazer um relato completo da situação, descrevendo

passo a passo tudo o que aconteceu desde a identif icação do problema

até sua solução.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 112: Manual de Segurança Patrimonial

112

10.4 DOCUMENTOS DE SEGURANÇA

Um documento de planejamento de segurança deve possuir as

seguintes características:

a) REDAÇÃO OBJETIVA: Use uma l inguagem simples e de fácil

compreensão. Evite gírias, erudição ou frases capazes de

provocar interpretações dúbias ou incompletas. A

compreensão errônea de uma norma de segurança pode

provocar verdadeiras catástrofes. Por isso seja o mais

simples e objetivo possível.

b) CLASSIFICAÇÃO SIGILOSA: Os documentos de segurança

não devem ser de domínio público. Somente pessoas

autorizadas devem ter acesso a eles. O carimbo deve ser

colocado no alto e em baixo do papel.

c) NUMERAÇÃO DE PÁGINAS: A numeração das páginas deve

apresentar o número da página junto com o número de

páginas. Ex.: 1/12. Isso quer dizer que o documento possui

12 páginas e a página que está sendo l ida é a de número 1 e

assim por diante. Isso evita fraudes ou adulterações.

d) NUMERAÇÃO DO DOCUMENTO: Os documentos de

Segurança devem ser numerados por ordem de elaboração;

e) RÚBRICA, ASSINATURA E CARIMBO: Cada página do

documento deve ser rubricada por quem o elaborou e um

carimbo deve ser colocado junto com a rubrica. Na últ ima

página, deve constar a assinatura do Planejador e carimbo.

f) DATA: Os documentos de segurança devem ser sempre

datados;

g) ASSUNTO: O objetivo do planejamento deve ser mencionado

logo no seu início;

h) ORIGEM: A pessoa ou o setor responsável pelo

planejamento deve ser mencionado;

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 113: Manual de Segurança Patrimonial

113

i) DIFUSÃO: Deve-se mencionar o destinatário ou os

destinatários do documento, sendo vedado o acesso a outras

pessoas não autorizadas;

j) ANEXOS: Os documentos avulsos que acompanham o

Planejamento devem ser mencionados.

(Ver modelo a seguir)

1/3

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 114: Manual de Segurança Patrimonial

114

CONFIDENCIAL

Empresa X Ltda

Gerência de Segurança

Planejamento No. 012/2005

DATA: 10 de janeiro de 2005

ASSUNTO: Segurança na Recepção

ORIGEM: Gerência de Segurança

DIFUSÃO: Direção Geral

ANEXOS: Fotografias, croquis e orçamentos

T E X T O

CONFIDENCIAL

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 115: Manual de Segurança Patrimonial

115

11 ADMINISTRAÇÃO DA SEGURANÇA

11.1 A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO

A administração cotidiana da Segurança, também, é de

fundamental importância para o sucesso de suas operações.

De nada adianta equipamentos sofist icados e um considerável

efetivo de segurança se todos esses recursos materiais e humanos

forem mal gerenciados.

Daí ser extremamente importante para a empresa a manutenção

de um bem estruturado serviço de segurança, adequadamente

administrado.

11.2 O DIRETOR DE SEGURANÇA

Uma das principais tarefas da EMPRESA é contratar um bom

Gerente de Segurança. Infelizmente, o mercado brasileiro ainda deixa

muito a desejar em termos de qualif icação dos profissionais de

Segurança, embora algumas iniciativas posit ivas já tenham sido

tomadas como a criação de cursos de pós-graduação, especif icamente

em Segurança Empresarial.

Instituições com a Fundação Getúlio Vargas e a Universidade

Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, e a Fundação Álvares Penteado, em

São Paulo, são algumas instituições que criaram cursos de pós-

graduação em Segurança Empresarial. É possível que outras

instituições, em outras regiões do Brasil, também tenham adotado

posição semelhante.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 116: Manual de Segurança Patrimonial

116

Se for possível, é preferível que a empresa contrate um

profissional com esse tipo de habil i tação. Se de todo não for possível,

a empresa terá que optar entre três t ipos de profissionais existentes no

mercado: técnicos de segurança do trabalho, administrados ou mil i tares

e policiais.

Vamos analisar as qualidades e deficiências de cada uma

dessas classes profissionais.

PROFISSIONAL V ANT AGENS DESVANT AG ENS

ADMINISTRADOR

Conhec imentos sat is fa tór ios

na área admin is t ra t i va e empresar ia l .

Pouco ou nenhum

conhec imento na área de Segurança.

TÉC. SEGURANÇA DO

TRABALHO

Conhec imentos sat is fa tór ios na área de Segurança como

um todo.

Conhec imentos mais

concent rados à área de segurança do t raba lho .

MIL ITAR OU POLICIAL

Conhec imentos profundos na

área de Segurança , de uma forma gera l .

Pouco ou nenhum

conhec imento na área admin is t ra t iva e empresar ia l .

Como se vê se não for possível contratar um profissional com

habil i tação universitária, a empresa terá que complementar a formação

profissional de seu gerente, fornecendo a ele treinamento nas áreas

que apresenta mais deficiência. Em empresas maiores, é importante contratar ou designar

alguém para exercer com exclusividade essa função.

Já em empresas menores, é perfeitamente possível que um

outro funcionário acumule as funções de chefe de segurança junto com

suas funções originais. O importante é que a empresa tenha um

responsável pela área de Segurança.

O responsável pela segurança da empresa deve ser escolhido

entre pessoas que apresentem, entre outras, as seguintes aptidões:

a) Liderança;

b) Equilíbrio Emocional;

c) Facil idade em relacionar-se com o público;

d) Diplomacia;

e) Motivação e

f) Disciplina.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 117: Manual de Segurança Patrimonial

117

11.3 DOCUMENTOS DE SEGURANÇA

Conforme vimos no capítulo anterior, a importância de uma

burocracia bem estrutura é muito importante para que a Segurança da

empresa atinja seus objetivos.

Assim como o Planejamento de Segurança deve ser elaborado

dentro de certos padrões técnicos, os Relatórios de Segurança também

o devem ser.

Podemos classif icar os Relatórios de Segurança da seguinte

forma:

a) Relatórios Periódicos

b) Relatórios de Situação

c) Relatórios de Ocorrência

Os Relatórios Periódicos são aqueles elaborados

periodicamente, ou seja: diário, semanal, quinzenal, mensal, bimestral,

semestral e anual. Esses relatórios são elaborados rotineiramente,

independentemente da ocorrência ou não de qualquer fato envolvendo

a área de Segurança. As grandes empresas devem elaborar relatórios

diários ou semanais, enquanto as pequenas ou médias podem elaborar

apenas relatórios mensais e anuais.

Os Relatórios de Situação são aqueles elaborados para relatar

uma situação particular, não necessariamente urgente, mas que requer

providências ou, no mínimo, deva ser do conhecimento da chefia.

Os Relatórios de Ocorrência são aqueles elaborados quando

da ocorrência de algum fato comprometedor da segurança, como

acidentes, assaltos, incêndios ou qualquer outra ocorrência que

comprometa ou possa comprometer as atividades normais da empresa.

(Ver modelo a seguir)

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 118: Manual de Segurança Patrimonial

118

1/3

CONFIDENCIAL

Empresa X Ltda

Gerência de Segurança

RELATÓRIO No. 021/2005

DATA: 09 de setembro de 2004

ASSUNTO: Princípio de Incêndio

ORIGEM: Supervisor do Primeiro Turno

DIFUSÃO: Gerência de Segurança

ANEXOS: Fotografias

T E X T O

CONFIDENCIAL

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares 

www.grupojocemar.com.br 

Page 119: Manual de Segurança Patrimonial

119

A área de segurança também deve manter os seguintes

documentos:

a) Livro Diário, onde devem ser feitas as anotações referentes

ao dia-a-dia da atividade de segurança na empresa;

b) Registro de Ocorrência, onde deverão ser feitas as

anotações sobre fatos e acontecimentos comprometedores da

segurança;

c) Arquivo de Planejamentos;

d) Arquivo de Relatórios;

e) Arquivo de Correspondências Internas;

f) Arquivo de Correspondências Externas;

11.4 GERENCIAMENTO DA SEGURANÇA

O responsável pela segurança da empresa deverá estar sempre

atento para qualquer anormalidade no ambiente e realizar

cotidianamente as seguintes tarefas:

a) Inspeções em todos os ambientes da empresa;

b) Verif icação de Ocorrências, tomando as providências

necessárias.

c) Organização e supervisão de Treinamentos e Simulações.

d) Avaliações constantes (individual e coletiva) e

e) Bom relacionamento com as outras áreas da empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 120: Manual de Segurança Patrimonial

120

11.5 CONTRATAÇÃO DE SERVIÇOS TERCEIRIZADOS

A empresa pode optar por contratar serviços terceirizados, seja

na área de vigi lância, seja na área de monitoramento e alarmes. Antes

de uma contratação é importante verif icar a idoneidade da empresa

prestadora de serviços, para evitar futuros aborrecimentos.

Já f izemos observações nesse sentido, no entanto nunca é

demais reforçar essas informações. Sobre o tema, a pesquisadora

Érika de Casia Zanete, formada em comunicação social, com pós-

graduação em polít ica e estratégia, e especialista em Segurança

Patrimonial, publicou interessante artigo no Jornal da Segurança, em

sua edição de novembro de 2003, cujo teor, por seu valor e

importância, transcrevemos, na íntegra, a seguir:

“A insegurança que afeta a vida das pessoas também atinge as

grandes empresas. Assim, nos dias de hoje, a segurança transformou-

se numa das preocupações l igadas ao desempenho dos

empreendimentos, exigindo o aperfeiçoamento da área de segurança

privada.

No estado de São Paulo, por exemplo, a crescente violência e os

crimes são responsáveis pela alta procura por segurança privada. O

setor cresceu 0,5% nos últ imos dois anos e, no últ imo ano, as

empresas faturaram R$ 2,2 bilhões, uma cifra astronômica e que está

em crescimento.

Ao mesmo tempo, o custo que envolve a proteção não é baixo.

Apenas para se ter uma idéia, o investimento necessário para a

implantação de um posto de vigi lância 24 horas é de aproximadamente

R$ 7.300,00 por mês. Ou seja, é um valor que exige das empresas

muita atenção na hora de selecionar a prestadora de serviços.

Vale lembrar que nem toda empresa de segurança é segura e,

portanto, todo cuidado é pouco na hora de contratar empresas de

segurança para o seu patrimônio. Existem em média 350 empresas

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 121: Manual de Segurança Patrimonial

121

regis-tradas pela Polícia Federal no Estado de São Paulo, quando em

verdade uma estimativa recente mostra que há mais de 1,5 mil

empresas clandestinas, informa o Sindicato das Empresas de

Segurança Privada.

Por isso, ao contratar proteção para o seu patrimônio, tome

alguns cuidados preliminares. É preciso verif icar a idoneidade e o

credenciamento da empresa. Se não, quem pensa que contrata

proteção, está na verdade, ampliando os seus riscos. As empresas

clandestinas são despreparadas e não possuem nenhuma

responsabil idade com a vida das pessoas. Dessa forma, a escolha de

uma empresa de segurança privada deve ser feita com muito critério e

não com base unicamente no preço cobrado pelo serviço.

Atualmente, o consumidor dos serviços de segurança questiona de

forma direta a viabil idade financeira de um projeto de segurança. A

mão-de-obra f icou cara e sua eficácia também é questionada. Os

departamentos internos da segurança estão, hoje, sob grande pressão,

buscando sempre soluções economicamente viáveis. Além disso, há

sempre, por parte do empresariado, a pergunta básica sobre a

competência técnico-profissional do vigi lante, no que tange à busca da

solução integral.

Vale ressaltar que preço muito vantajoso pode esconder grandes problemas. Uma empresa clandestina transfere ao tomador de serviços riscos trabalhistas, previdenciários e também pode apresentar serviços de péssima qualidade e eficiência duvidosa. Assim, antes de fechar qualquer negócio é aconselhável visitar a empresa e conhecer toda sua infra-estrutura.

Todos sabem que, no Brasil, a segurança privada é controlada pelo Ministério da Justiça, operacionalizada pelo DPF - Departamento de Polícia Federal. Para que uma empresa possa funcionar legalmente, lhe é exigido um documento chamado de "Certificado de Segurança", que apenas pode ser fornecido após o cumprimento de todos os ritos processuais preconizados na legislação, através de uma vistoria na sede da empresa. Este documento atesta que as instalações são seguras para a atividade de segurança e autoriza a prestação de tais serviços. É, também, o instrumento que permite à empresa adquirir armas. Em seguida, é fornecida a "Autorização de Funcionamento".

É imprescindível a exigência de alguns documentos para contratar uma empresa séria, lembrando que eles devem ser apresentados em cópia autenticada observando sua data de vencimento:

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 122: Manual de Segurança Patrimonial

122

Documentos para contratação de empresa de segurança patrimonial

• CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) • Alvará de Funcionamento - documento concedido pelo Departamento de Polícia Federal através do Ministério da Justiça, com publicação no Diário Oficial da União. • Certificado de Segurança - concedido pelo Departamento de Polícia Federal, certificando que a empresa foi fiscalizada e está em condições técnicas e operacionais para prestar serviços. • Revisão de Autorização para Funcionamento - concedido pelo Departamento de Polícia Federal através do Ministério da Justiça (para empresas com mais de 1 ano de atividade). • DRD (Divisão de Registros Diversos) - documento concedido pela Secretaria de Segurança Pública - Departamento Estadual de Polícia Científica - atestando que a empresa está sob controle quanto a armamento e munições. • Contrato Social - cópia do contrato em vigor e as demais alterações. • Minuta do Contrato - cópia simples para tomar conhecimento das cláusulas contratuais. • Certidão Negativa de Débitos perante o INSS (*) • FGTS - Certidão de Regularidade Fiscal (CRF) (*) • Certidão de distribuição de ações cíveis - concedida pelo Tribunal de Justiça Estadual do Fórum sede da empresa. • Certidão de distribuição de execução fiscal estadual e municipal - concedida pelo Tribunal de Justiça Estadual do Fórum sede da empresa. • SERASA - apresentar um Relatório de Restrição Cadastral concedido pelo SERASA. • Certidão de Dívida Ativa da União - Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (*) • Consulta, junto à empresa, sua relação de clientes com o objetivo de verificar os serviços que ela vem prestando. (*) Documentos que podem ser consultados através da Internet. Basta ter em mãos o número do CNPJ da empresa. INSS: www.previdenciasocial.gov.br; FGTS: www.caixa.gov.br; Certidão de Dívida Ativa da União: www.pgfn.fazenda.gov.br Outros cuidados importantes • Em São Paulo, verificar a lista de empresas de segurança cadastradas na DELESP (Delegacia de Controle de Segurança Privada do Estado de São Paulo) da Polícia Federal; • Uma lista de empresas regularizadas pode ser encontrada no Sindicato das Empresas de Segurança Privada (SINDESP); • Consultar o Sindicato dos Vigilantes do Estado para obter informações sobre a empresa que será contratada; • Verificar também o critério de escolha dos empregados e treinamento. O vigilante é o fator humano das empresas de segurança e sempre será o elemento mais importante. Investir no ser humano poderá ser o diferencial para o sucesso. As 120 horas-aula exigidas por lei para a formação do vigilante são insuficientes. Tornam-se necessários, portanto, cursos e programas de treinamento complementares; • Consultar também os funcionários desta empresa. Eles irão lhe informar se a empresa paga os salários em dia, repõe o uniforme no prazo e cumpre com suas

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 123: Manual de Segurança Patrimonial

123

obrigações; • Também é válido verificar, junto a conhecidos e amigos, indicação de empresas parceiras de segurança que prestam um bom serviço.

Mais informações

• Lei nº 7.102, de 20/06/83 - dispõe sobre segurança para estabelecimentos financeiros, estabelece normas para constituição e funcionamento das empresas particulares que exploram serviços de vigilância e de transporte de valores e dá outras providências. • Decreto nº 89.056, de 24/11/83 - regulamenta a Lei nº 7.102/83. • Portaria nº 992, de 25/10/95, (DOU 31/10/95) - normatização e uniformização dos procedimentos relacionados às empresas prestadoras de serviços de segurança privada, às empresas que executam serviços de segurança orgânica e, ainda, aos planos de segurança dos estabelecimentos financeiros. • Outras informações podem ser obtidas na Consolidação da Legislação Brasileira de Segurança Privada - SESVESP 5ª Edição Maio/2002.

O que é terceirização? Terceirização é o processo onde se busca a melhoria da qualidade, maior

competitividade, agilidade, eficiência e eficácia da empresa, valendo-se de parcerias com

terceiros, para alcançar seus objetivos. Nesse processo a empresa tomadora concentra todos

seus esforços em sua atividade fim e delega ao parceiro, terceiro, empresas especializadas, a

autoridade para o desenvolvimento de atividades acessórias e de apoio.

Como vantagem, a terceirização elimina o excesso de burocratização das empresas,

“desverticaliza” a estrutura organizacional, proporcionando à organização maior agilidade

nas tomadas de decisões, traz mais especialização, contribuindo para melhoria de seu

produto final.

A contratada passa a ter uma parceira especialista no assunto que trará para dentro

da empresa pessoas qualificadas e conhecedoras do assunto. O que é importante ser

considerado é que não necessariamente haverá redução de custos e sim, simplificação da

estrutura de custos quando se terceiriza um serviço.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 124: Manual de Segurança Patrimonial

124

O que são as empresas clandestinas?

Como a própria denominação denuncia, as chamadas empresas clandestinas atuam no mercado prestando serviços de vigilância e segurança sem estar em condições legais e técnicas para fazê-lo. Assim, provocam verdadeira desordem no setor, prejudicando sobremaneira as empresas legalmente constituídas. Além disso, trabalham em total desobediência à lei, provocando inúmeros problemas (alguns, infelizmente, trágicos), veiculados quase que diariamente pela imprensa.

Conheça mais sobre como atuam as empresas “clandestinas” e como elas contratam seus funcionários:

• admissão de pessoas não habil i tadas (sem curso de

formação em escola credenciada pela Polícia Federal);

• sem verif icação de antecedentes criminais;

• sem exames de saúde física e mental;

• com porte de arma em nome de pessoa física;

• sem critério do mínimo indispensável de escolaridade;

• sem respeito ao piso salarial determinado pela categoria;

• com funcionários sem seguro de vida;

• não recolhendo os encargos sociais;

• não arcando com as responsabil idades civi l e criminal.

Invariavelmente, por ocasião da proposta de serviços, essas

empresas informam ao tomador de serviços, que não existem

problemas, que as exigências da lei só são aplicadas ao vigilante que

trabalha armado. O que não é verdade!

Neste caso, a legislação existente é bastante clara e específ ica.

Determina que toda empresa que exercer a prestação de serviços de

vigi lância ou segurança (no caso inibir ou coibir a ação criminosa), com

profissionais armados ou desarmados, deverá possuir a Autorização de

Funcionamento, documento que deve ser renovado anualmente, e que

permite à empresa explorar este ramo de atividade.”

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br 

Page 125: Manual de Segurança Patrimonial

125

11.6 AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS

A aquisição de equipamentos de segurança, principalmente

em se tratando de produtos eletrônicos e de informática, requer uma

atenção especial do responsável pela segurança da empresa.

Antes de adquirir tais equipamentos, procure antes responder

às seguintes perguntas:

a) Os equipamentos possuem uma origem idônea?

b) O fabricante ou revendedor opera legalmente?

c) Existe alguma garantia?

d) O equipamento é realmente necessário?

e) O custo é compensador?

f) Existe pessoal habil i tado para operá-lo?

g) Ele atende às necessidades da empresa?

h) É de fácil manutenção?

i) É de tecnologia atualizada?

j) A qualidade e eficácia foram testadas?

Só após essa análise criteriosa, será possível adquirir materiais

e equipamentos de boa qualidade, realmente úteis e necessários à

empresa.

Por Jocemar Pereira da Silva & Plácido Ladercio Soares www.grupojocemar.com.br