manual de sbv-adulto novembro 2010

Upload: helder-lima-nogueira

Post on 11-Jul-2015

372 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

M I N I S T R I O D A S A D E

MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA

M I N I S T R I O D A S A D E

DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro de 2010

2MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

NDICE

CADEIA DE SOBREVIVNCIA SUPORTE BSICO DE VIDA POSIO LATERAL DE SEGURANA OBSTRUO DA VIA AREA SITUAES ESPECIAIS EM SUPORTE BSICO DE VIDA

3MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

CADEIA DE SOBREVIVNCIAOBJECTIVOS: Compreender O conceito de cadeia de sobrevivncia identificando os seus elos O princpio subjacente a cada elo da cadeia A importncia da cadeia de sobrevivncia luz do conhecimento actual, considera-se que h trs atitudes que modificam os resultados no socorro s vtimas de paragem cardio-respiratria: 1. Pedir ajuda, accionando de imediato o sistema de emergncia mdica; 2. Iniciar de imediato manobras de Suporte Bsico de Vida (SBV); 3. Aceder desfibrilhao to precocemente quanto possvel, quando indicado. Estes procedimentos sucedem-se de uma forma encadeada e constituem uma cadeia de atitudes em que cada elo articula o procedimento anterior com o seguinte. Surge assim o conceito de cadeia de sobrevivncia composta por quatro elos, ou aces, em que o funcionamento adequado de cada elo e a articulao eficaz entre os vrios elos vital para que o resultado final possa ser uma vida salva. Os quatro elos da cadeia de sobrevivncia so: 1. Acesso precoce ao sistema de emergncia mdica (112) 2. Inicio precoce de SBV 3. Desfibrilhao precoce 4. Cuidados Ps-Reanimao (SAV)

Acesso Precoce O rpido acesso ao sistema de emergncia mdica assegura o incio da cadeia de sobrevivncia. Cada minuto sem chamar socorro reduz a possibilidade de sobrevivncia da vtima. Para o funcionamento adequado deste elo fundamental que quem presencia uma determinada ocorrncia seja capaz de reconhecer a gravidade da situao e saiba activar o sistema de emergncia, ligando adequadamente 112 (para poder informar o qu, onde, como e quem). A incapacidade de adoptar estes procedimentos significa falta de formao. A conscincia de que estes procedimentos podem salvar vidas humanas deve ser incorporada o mais cedo possvel na vida de cada cidado.4MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

SBV Precoce Para que uma vtima em perigo de vida tenha maior hiptese de sobrevivncia fundamental que sejam iniciadas de imediato, no local onde ocorreu a situao, manobras de SBV. Isto s se consegue se quem presencia a situao tiver a capacidade de iniciar o SBV. O SBV permite ganhar tempo, mantendo alguma circulao e alguma ventilao at chegada de socorro mais diferenciado para instituir os procedimentos de Suporte Avanado de Vida (SAV). Desfibrilhao Precoce A maioria das paragens cardio-respiratrias, no adulto, ocorre devido a uma perturbao do ritmo cardaco a que se chama Fibrilhao Ventricular (FV). Esta perturbao do ritmo cardaco caracteriza-se por uma actividade elctrica catica de todo o corao, em que no h contraco do msculo cardaco e, como tal, no bombeado sangue para o organismo. O nico tratamento eficaz para esta arritmia a desfibrilhao que consiste na aplicao de um choque elctrico, externamente a nvel do trax da vtima, para que a passagem da corrente elctrica pelo corao pare a actividade catica que este apresenta. A desfibrilhao eficaz determinante na sobrevivncia de uma Paragem CardioRespiratria (PCR). Tambm este elo da cadeia deve ser o mais precoce possvel. A probabilidade de conseguir tratar a FV com sucesso depende do tempo. A desfibrilhao logo no 1 minuto em que se instala a FV pode ter uma taxa de sucesso prxima dos 100%, mas ao fim de 8-10 minutos a probabilidade de sucesso quase nula. Cuidados Ps-Reanimao (SAV) Este elo da cadeia uma mais valia. Nem sempre a desfibrilhao eficaz, por si s, para recuperar a vtima, ou por vezes a desfibrilhao pode no estar indicada. O SAV permite conseguir uma ventilao mais eficaz (atravs da entubao endotraqueal) e uma circulao tambm mais eficaz (atravs da administrao de frmacos). Idealmente dever ser iniciado ainda na fase prhospitalar e continuado no hospital, permitindo a estabilizao das vtimas recuperadas de PCR, preservando assim as funes do crebro e corao. A cadeia de sobrevivncia representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos que permitem salvar vtimas de paragem cardiorespiratria. Para que o resultado final possa ser, efectivamente, uma vida salva, cada um dos elos da cadeia vital e todos devem ter a mesma fora. Todos os elos da cadeia so igualmente importantes: de nada serve ter o melhor SAV se quem presencia no sabe ligar 112. Em resumo:5MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

O bom funcionamento da cadeia de sobrevivncia permite salvar vidas em risco Todos os elos da cadeia de sobrevivncia so igualmente importantes A cadeia de sobrevivncia tem apenas a fora que tiver o seu elo mais fraco

6MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

SUPORTE BSICO DE VIDAOBJECTIVOS: Compreender O conceito de suporte bsico de vida O que se entende por: avaliao inicial, via area, ventilao e circulao A sequncia de procedimentos que permitem executar SBV correctamente Como colocar uma vtima em posio lateral de segurana Os problemas associados ao suporte bsico de vida A doena cardaca isqumica a principal causa de morte no mundo. Na Europa a doena cardiovascular representa cerca de 40% de todas as mortes antes dos 75 anos. A morte sbita responsvel por 60% das mortes do adulto por doena coronria. A maioria destas mortes ocorre fora do ambiente hospitalar. No obstante o desenvolvimento tecnolgico nos ltimos anos, o aperfeioamento das tcnicas de reanimao cardio-respiratria (RCR), a formao em suporte bsico e avanado de vida e a criao de sistemas organizados de emergncia mdica, morrem anualmente em todo o mundo milhes de pessoas por ausncia, atraso ou insucesso das manobras de RCR. O objectivo da RCR recuperar vtimas de paragem cardio-respiratria, para uma vida comparvel que tinham previamente ao acontecimento. O sucesso das manobras de RCR est condicionado pelo tempo, pelo que, quanto mais precocemente se iniciar o SBV maior a probabilidade de sucesso. Se a falncia circulatria durar mais de 3-4 minutos poder provocar leses cerebrais irreversveis. Qualquer atraso no incio de SBV reduz as hipteses de sucesso. O Suporte Bsico de Vida, um conjunto de procedimentos bem definidos e com metodologias padronizadas, que tem como objectivo reconhecer as situaes de perigo de vida iminente, saber como e quando pedir ajuda e saber iniciar de imediato, sem recurso a qualquer utenslio, manobras que contribuam para a preservao da ventilao e da circulao, de modo a manter a vtima vivel at que possa ser institudo o tratamento mdico adequado e, eventualmente, se restabelea o normal funcionamento respiratrio e cardaco. As manobras de SBV no so, por si s, suficientes para recuperar a maior parte das vtimas de paragem cardio-respiratria. O SBV destina-se a ganhar tempo, mantendo parte das funes vitais at chegada do Suporte Avanado de Vida.7MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

No entanto, em algumas situaes em que a falncia respiratria foi a causa primria da paragem cardio-respiratria, o SBV poder reverter a causa e conseguir uma recuperao total. O Suporte Avanado de Vida implica a utilizao de frmacos, ventilao por entubao traqueal, monitorizao cardaca e desfibrilhao elctrica. Como referido anteriormente o conceito de suporte bsico de vida implica que seja praticado sem recurso a qualquer equipamento especfico. Etapas e Procedimentos O SBV inclui as seguintes etapas: Avaliao inicial Manuteno de via area permevel Ventilao com ar expirado Compresses torcicas Os trs elementos do SBV, aps a avaliao inicial, so, designados classicamente por ABC: A Airway Via Area B Breathing Respirao C Circulation Circulao Posicionamento da Vtima e do Reanimador As manobras de SBV devem ser executadas com a vtima em decbito dorsal, no cho ou sobre um plano duro. Se a vtima se encontrar, por exemplo, numa cama as compresses torcicas, no sero eficazes uma vez que a fora exercida ser absorvida pelas molas ou espuma do prprio colcho. Se a vtima se encontrar em decbito ventral deve ser rodada em bloco para decbito dorsal, mantendo o alinhamento da cabea pescoo e tronco, se estiver consciente pode ser mantida na posio em que est. O reanimador deve posicionar-se junto da vtima para que, se for necessrio, possa fazer compresses e ventilaes sem ter que fazer grandes deslocaes. Sequncia de Aces Avaliao inicial consiste em: 1. Avaliar as condies de segurana no local 2. Avaliar se a vtima responde Depois de assegurar que esto garantidas as condies de segurana, aproxime-se da vtima e pergunte em voz alta Est bem? Sente-se bem?, enquanto a estimula batendo suavemente nos ombros;

Est bem ? Sente-se bem ?

8MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

3. Se a vtima responder, pergunte o que se passou, se tem alguma queixa, procure ver se existem sinais de ferimentos e se necessrio v pedir ajuda.

4. Se a vtima no responder, informe o reanimador 2 e prossiga a avaliao, se estiver sozinho pea ajuda gritando em voz alta Preciso de ajuda tenho aqui uma pessoa desmaiada!. No abandone a vtima e prossiga a avaliao.

Ajudem-me !

Com dois reanimadores, dever informar o 2 e prosseguir a avaliao.

A etapa seguinte a via area A 5. fundamental proceder permeabilizao da via area. Desaperte a roupa volta do pescoo da vtima e exponha o trax. Nota: No se deve perder tempo a verificar se h corpos estranhos na boca, a menos que quando executar uma insuflao, esta no faa o trax elevar-se. Nessa situao, deve verificar se visualiza corpos estranhos soltos dentro da boca (por exemplo: comida, prteses dentrias soltas, secrees), se existirem deve remov-los. As prteses dentrias bem fixas no devem ser removidas.9MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Coloque a palma de uma mo na testa da vtima e os dedos indicador e mdio da outra mo no bordo do maxilar inferior; Efectue simultaneamente a extenso da cabea (inclinao da cabea para trs) e elevao do maxilar inferior (queixo).

Ao efectuar a elevao do maxilar inferior no deve comprimir as partes moles do queixo, coloque os dedos apenas na parte ssea. Quando existe suspeita de trauma fundamental manter o alinhamento da cervical, pelo que a permeabilizao da via area deve ser efectuada usando a tcnica de sub-luxao da mandbula.

Sub-luxao da mandbula

Aps ter efectuado a permeabilizao da via area passe avaliao da respirao (VOS) at 10 segundos.10MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

6. Para verificar se respira normalmente deve manter a permeabilidade da via area, aproximar a sua face da face da vtima e: VER se existem movimentos torcicos;

OUVIR se existem rudos de sada de ar pela boca e nariz da vtima; SENTIRna sua face se h sada de ar pela boca e nariz da vtima,

Aquando da avaliao do VOS deve procurar a existncia de movimentos respiratrios normais isto , observar se o trax se eleva e baixa ciclicamente, como numa respirao normal. Em cerca de 40% dos casos de paragem cardaca, as vtimas apresentam movimentos respiratrios ineficazes conhecidos por gasping ou respirao agnica os quais no devem ser confundidos com respirao normal. Estes movimentos so, ocasionais e no cclicos, no causam uma expanso torcica normal, e correspondem a uma fase transitria que precede a ausncia total de movimentos respiratrios, e tendem a cessar rapidamente. Tanto os profissionais de sade como os leigos tm dificuldade em estabelecer se a respirao normal ou no. Em caso de dvida, actue como se a vtima no ventilasse. A palpao do pulso carotdeo (ou qualquer outro pulso) um mtodo impreciso para confirmar a presena ou ausncia de circulao, quer para leigos quer para profissionais de sade.

11MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Se a vtima respira normalmente dever continuar com a avaliao e se necessrio coloca-la em posio lateral de segurana. Aps a colocao em PLS dever ir pedir ajuda e regressar para junto da vtima reavaliando-a frequentemente.

7. Se a vtima no respira normalmente, deve ser feito o pedido de ajuda diferenciada e iniciar de imediato compresses torcicas.

No momento em que se confirma a paragem cardio-respiratria, o segundo reanimador efectuar o pedido de ajuda diferenciada enquanto o primeiro reanimador inicia o SBV.

Se estiver sozinho, aps verificar que a vtima no respira normalmente, ter que efectuar de imediato o pedido de ajuda diferenciada. Este pedido de ajuda diferenciada extremamente importante para garantir a continuidade do tratamento. Para iniciar compresses torcicas a vtima deve estar em decbito dorsal sobre uma superfcie rgida com a cabea no mesmo plano do resto do corpo. Ajoelhe-se junto vtima.

12MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Coloque a base de uma mo no centro do trax, (na metade inferior do osso do meio do trax externo) Coloque a outra mo sobre esta. Entrelace os dedos e levante-os, ficando apenas a base de uma mo sobre o esterno, e de forma a no exercer qualquer presso sobre as costelas. Mantenha os braos esticados e sem flectir os cotovelos, posicione-se para que os seus ombros fiquem perpendiculares ao esterno da vtima. Pressione verticalmente sobre o esterno, de modo a deprimir o trax pelo menos 5cm (sem exceder 6 cm). Alivie a presso, de forma que o trax possa descomprimir totalmente, mas sem perder o contacto da mo com o esterno. Repita o movimento de forma a obter uma frequncia de pelo menos 100 compresses por minuto (sem exceder 120 por minuto). O gesto de compresso deve ser firme, controlado e executado na vertical. Os perodos de compresso e descompresso devem ter a mesma durao. Sincronize as compresses com ventilaes: Ao fim de 30 compresses, permeabilize a via area (extenso da cabea e elevao da mandbula). Efectue 2 ventilaes, que devero demorar cerca de 1 segundo cada (as duas ventilaes no devem demorar no total mais de cinco segundos). Reposicione as mos sem demora, na correcta posio sobre o esterno e efectue mais 30 compresses torcicas. Mantenha a relao compresses torcicas e ventilaes numa relao de 30:2.

13MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Se as ventilaes iniciais no promoverem uma elevao da caixa torcica, ento na prxima tentativa deve: Observar a cavidade oral e remover qualquer obstruo visvel. Confirme que est a ser efectuada uma correcta permeabilizao da via area. No efectue mais de 2 ventilaes antes de reiniciar compresses torcicas. Se estiver presente mais de um reanimador, devem alternar a realizao de compresses torcicas a cada 2 minutos (5 ciclos de 30:2) para prevenir a fadiga. A troca dever ser efectuada demorando o menor tempo possvel.

Realizar SBV utilizando s compresses torcicas poder ser efectuado nas seguintes situaes: Se no for capaz ou no estiver disposto a efectuar as ventilaes boca-a-boca, efectue apenas compresses torcicas Se forem efectuadas apenas compresses torcicas, estas devem ser realizadas de forma contnua, a uma frequncia de pelo menos 100 por minuto. As manobras uma vez iniciadas devem ser continuadas sem interrupo at que: Chegue ajuda diferenciada e tome conta da ocorrncia.14MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

A vtima mostre sinais de estar a despertar: mexer, abrir os olhos, e respirar normalmente. O reanimador fique exausto.

ALGORITMO DE SUPORTE BSICO DE VIDA ADULTOGARANTIR CONDIES DE SEGURANA Avalie estado de conscinciaEst bem ? Sente-se bem ?

Abane suavemente Chame em voz alta

Se responde: AVALIE Chame ajuda se necessrio

Na ausncia de resposta GRITE POR AJUDA

Se no Responde GRITE POR AJUDA Permeabilize a via area Pesquise respirao normal (VOS) at 10 segundos Na ausncia de respirao normal LIGUE 112 INICIE COMPRESSES TORCICAS

Se respira normalmente: Coloque em PLS Chame ajuda Reavalie

Faa 30 compresses seguidas de 2 insuflaes 15MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

CONTINUE SBV At chegar ajuda At existir respirao normal At ficar exausto

16MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Existncia de dois Reanimadores Embora a realizao de compresses e ventilaes de forma sincronizada por duas pessoas seja mais eficaz, por reduzir o tempo perdido entre compresses e ventilaes, a realizao de SBV a dois reanimadores requer mais treino do que a aprendizagem da tcnica apenas a um reanimador. Neste caso, um dos reanimadores efectua ventilaes e o outro, as compresses. Troca de SBV a um reanimador para SBV a dois reanimadores Estando presentes dois reanimadores um deles ter ido ligar 112, aps a confirmao da paragem cardio-respiratria, pelo que o reanimador que ficou junto da vtima poder ter que iniciar SBV (compresses e ventilaes) sozinho. Neste caso, o outro elemento quando regressar deve iniciar as compresses torcicas, aproveitando o tempo durante o qual esto a ser efectuadas as 2 insuflaes para localizar o ponto onde dever fazer as compresses. Deste modo reduzem-se as perdas de tempo desnecessrias. Deve iniciar as compresses logo que esteja feita a segunda insuflao, no esperando que a expirao se complete passivamente. As mos devem ser mantidas sempre em contacto com o trax, mesmo durante a fase das insuflaes, tendo o cuidado, nesta fase, de no exercer qualquer presso, caso contrrio aumenta a resistncia insuflao de ar, a ventilao no eficaz e ocorre insuflao gstrica com a consequente regurgitao. O reanimador que est a fazer as insuflaes dever preparar-se para iniciar as mesmas imediatamente aps a 30 compresso. Isto requer treino para que no haja perda de tempo mas sem prejuzo da correcta execuo das manobras. Troca de reanimadores natural que ao fim de algum tempo o reanimador que est a fazer as compresses esteja cansado pelo que se torna necessrio trocar. A troca deve17MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

ser efectuada perdendo o menos tempo possvel e idealmente a cada 2 minutos. O reanimador que est a fazer as compresses deve anunciar (ex.: durante as insuflaes) que pretende trocar no final da prxima srie de 30 compresses. Durante essa srie de 30 compresses o reanimador que estava a fazer as ventilaes preparara-se para passar a fazer compresses. Logo que complete a srie de 30 compresses o mesmo reanimador deve efectuar de seguida as duas insuflaes. Durante esse perodo o outro reanimador localiza o ponto de apoio das mos, para que uma vez terminada a segunda insuflao possa fazer de imediato compresses. Problemas Associados ao SBV O SBV quando executado correctamente, permite manter a vtima vivel at chegada do SAV. Podem, no entanto, ocorrer alguns problemas. Problemas com a ventilao A hiperventilao perigosa porque aumenta a presso intra-torcica diminuindo o retorno venoso ao corao pelo que reduz o dbito cardaco. Outro dos problemas que pode ocorrer com a ventilao a insuflao de ar para o estmago, o que pode ter graves consequncias, tal como a sada do contedo do mesmo para a via area. Tambm pode provocar elevao do diafragma que restringe os movimentos respiratrios tornando a ventilao menos eficaz. Fazer insuflaes com presses altas facilita a ocorrncia de insuflao gstrica. Se detectar a presena de insuflao gstrica no deve tentar resolver o problema comprimindo o estmago, pois vai causar a regurgitao do contedo. Problemas com as compresses As compresses torcicas, mesmo quando correctamente executadas, apenas conseguem gerar aproximadamente um quarto do dbito cardaco normal. Efectuar compresses obliquamente em relao ao trax da vtima diminui a eficcia das compresses. As compresses torcicas podem causar fractura de articulaes das costelas com o esterno e consequentemente causar leses de rgos internos como: rotura do pulmo, do corao ou mesmo do fgado. Este risco minimizado, mas no totalmente abolido, pela correcta execuo das compresses. A preocupao com as potenciais complicaes do SBV no deve impedir o reanimador de iniciar prontamente as manobras de SBV dado que, no caso de uma vtima em paragem cardio-respiratria, a alternativa ao SBV a morte.18MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Suspenso de manobras de SBV A deciso de terminar os esforos de reanimao uma deciso mdica, mesmo que lhe possa parecer infrutfero no deve suspender as manobras de SBV sem indicao mdica.

Em resumo: O suporte bsico de vida uma medida de suporte que permite manter a vtima vivel at chegada do suporte avanado de vida. A sequncia de aces baseia-se na metodologia ABC: Via Area, Ventilao, Circulao. fundamental saber como e quando pedir ajuda e iniciar o mais precocemente as manobras de SBV.

POSIO LATERAL DE SEGURANATal como foi referido anteriormente, se a vtima respira normalmente mas est inconsciente, deve ser colocada em Posio Lateral de Segurana (PLS). Quando uma vtima se encontra inconsciente em decbito dorsal, mesmo que respire espontaneamente, pode desenvolver um quadro de obstruo da via area e deixar de respirar. A via area pode tambm ficar obstruda por regurgitao do contedo gstrico, secrees ou sangue. Neste caso a vtima deve ser colocada numa posio que mantenha a permeabilidade da via area, garantindo a no obstruo por queda da lngua e que permita a livre drenagem de qualquer lquido da cavidade oral, evitando a entrada do mesmo nas vias respiratrias, nomeadamente no caso de a vtima vomitar. A posio lateral de segurana deve respeitar os seguintes princpios: Ser uma posio o mais lateral possvel e de forma a que a cabea fique numa posio em que a drenagem da cavidade oral se faa livremente. Ser uma posio estvel. No causar presso no trax que impea a respirao normal.19MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Possibilitar a observao e acesso fcil via area. Ser possvel voltar a vtima em decbito dorsal de forma fcil e rpida. No causar nenhuma leso vtima. No existir suspeita de trauma.

Como deve proceder para colocar uma vtima em PLS: Retirar culos e objectos volumosos (chaves, telefones, canetas etc.) dos bolsos da vtima. Alargar a gravata (se apropriado) e desapertar o colarinho. Ajoelhar ao lado da vtima e estender-lhe os braos e as pernas. Permeabilizar a via area, efectuando a extenso da cabea e elevao do maxilar inferior. Colocar o brao da vtima, mais prximo de si, dobrado a nvel do cotovelo, de forma a fazer um ngulo recto com o corpo da vtima ao nvel do ombro e com a palma da mo virada para cima.

Dobrar o outro brao da vtima sobre o trax e encostar a face dorsal da mo face da vtima, do lado do reanimador. Man ter a mo da vtima nesta posio segurando com a palma da mo do reanimador.

20MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Com a outra mo segurar a coxa da vtima, do lado oposto ao reanimador, imediatamente acima do joelho e levant-la, mantendo o p no cho, de forma a dobrar a perna da vtima a nvel do joelho.

Manter uma mo a apoiar a cabea e puxar a perna, a nvel do joelho, rolando o corpo da vtima na direco do reanimador.

Ajustar a perna que fica por cima de modo a formar um ngulo recto a nvel da coxa e do joelho.

21MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Se necessrio ajustar a mo sob a face da vtima de forma que a cabea fique em extenso. Verificar se a via area se mantm permevel, certificando-se que a vtima respira sem fazer rudo, se necessrio reposicionar a cabea. Vigiar regularmente.

Se a vtima tiver que permanecer em PLS por um longo perodo de tempo, recomendase que seja colocada sobre o lado oposto ao fim de 30 minutos, para diminuir o risco de leses resultantes da compresso sobre o ombro.

Se a vtima deixar de respirar espontaneamente necessrio voltar a colocla em decbito dorsal. Em resumo: As vtimas inconscientes que respiram devem ser colocadas em PLS, desde que no haja suspeita de trauma.

22MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

A colocao em PLS permite manter a permeabilidade da via area e evitar a entrada de contedo gstrico na via area

OBSTRUO DA VIA AREAOBJECTIVOS: Identificar as situaes de obstruo total e parcial da via area, reconhecendo os seus sinais e sintomas Conhecer as causas e tipos de obstruo da via area Compreender a sequncia de actuao perante uma vtima com obstruo da via area

Epidemiologia A obstruo da via area uma emergncia absoluta que se no for reconhecida e resolvida leva morte em minutos. Uma das formas mais frequentes de obstruo da via area a resultante de uma causa extrnseca via area alimentos, sangue ou vmito. Qualquer objecto slido, pode funcionar como corpo estranho e causar obstruo da via area obstruo mecnica. A gua no actua como corpo estranho pelo que no esto indicadas manobras de desobstruo da via area em vtimas de afogamento pois podem causar complicaes e apenas atrasam o incio de SBV. Causas A obstruo da via area, por corpo estranho, nos adultos ocorre habitualmente durante as refeies, com os alimentos, e est frequentemente associada a alcoolismo ou tentativa de engolir pedaos de comida grandes e mal mastigados. Os doentes idosos com problemas de deglutio esto tambm em risco de obstruo da via area por corpo estranho e devem ser aconselhados a comer de forma cuidadosa. Reconhecimento A obstruo da via area, sobretudo quando ocorre num local pblico, como um restaurante, frequentemente confundida com um ataque cardaco. importante distinguir a obstruo da via area de outras situaes dado que a23MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

abordagem diferente. Na obstruo da mecnica da via area existem vrias manobras que podem ser efectuadas, com o objectivo de resolver a obstruo e que, caso sejam bem sucedidas, podem evitar a paragem respiratria. Classificao A obstruo da via area pode ser total ou parcial. Na obstruo parcial, onde ainda existe a passagem de algum ar a vtima comea por tossir, ainda consegue falar e pode fazer algum rudo ao respirar. Enquanto a vtima respira e consegue tossir de forma eficaz o reanimador no deve interferir, devendo apenas encorajar a tosse, vigiar se a obstruo ou no resolvida e se a tosse continua a ser eficaz. A vtima com obstruo parcial da via area pode, logo partida, apresentar uma tosse ineficaz, dificuldade respiratria marcada e cianose, ou estes sinais podem surgir progressivamente se a situao no for resolvida. Nesta situao necessrio actuar rapidamente como se de uma obstruo total se tratasse. Na obstruo total, onde j no existe passagem de ar na via area, a vtima no consegue falar, tossir ou respirar, nem emite qualquer rudo respiratrio. Poder demonstrar grande aflio e ansiedade e agarrar o pescoo com as duas mos. necessrio actuar rapidamente, se a obstruo no for resolvida a vtima poder rapidamente ficar inconsciente e morrer. No caso de obstruo total da via area causada por corpo estranho, deve comear por tentar a desobstruo da via area com aplicao de pancadas interescapulares e, no caso de insucesso, tentar ento compresses abdominais ou manobra de Heimlich. Sequncia de Actuao na Obstruo Mecnica Vtima consciente Enquanto a vtima respira e consegue tossir de forma eficaz o reanimador no deve interferir, devendo apenas encorajar a tosse, vigiar se a obstruo ou no resolvida e se a tosse continua a ser eficaz. Se uma vtima consciente com obstruo da via area se apresenta com tosse ineficaz, incapaz de falar ou de respirar proceda de imediato aplicao de pancadas interescapulares: Tcnica para aplicao de pancadas interescapulares 1. Colocar-se ao lado e ligeiramente por detrs da vtima;24MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

2. Suportar o corpo de vtima a nvel do trax com uma mo, mantendo-a inclinada para a frente, numa posio tal que se algum objecto for deslocado com as pancadas possa sair livremente pela boca;

3. Aplicar pancadas com a base da outra mo, na parte superior das costas, ao meio, entre as omoplatas, isto , na regio interescapular; 4. Cada pancada dever ser efectuada com a fora adequada tendo como objectivo resolver a obstruo; 5. Aps cada pancada deve verificar-se se a obstruo foi ou no resolvida, aplicando at 5 pancadas no total. Se a obstruo no for resolvida com a aplicao das pancadas interescapulares passar aplicao de compresses abdominais Manobra de Heimlich. Esta manobra causa uma elevao do diafragma e aumento da presso nas vias areas, com a qual se consegue uma espcie de tosse artificial, forando a sada do corpo estranho. A ocorrncia de complicaes pode ser minimizada pela correcta execuo da manobra, isto , nunca comprimir sobre o apndice xifide ou na margem inferior da grelha costal, mas sim na linha mdia abdominal um pouco acima do umbigo. Mesmo com uma tcnica totalmente correcta podem ocorrer complicaes. Tcnica para execuo da manobra de Heimlich 1. Colocar-se por trs da vtima;25MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

2. Colocar os braos volta da vtima ao nvel da cintura; 3. Fechar uma das mos em punho, e coloc-la com o polegar encostado ao abdmen da vtima, na linha mdia um pouco acima do umbigo e bem afastada do apndice xifide; 4. Com a outra mo agarrar o punho da mo colocada anteriormente e puxar, com um movimento rpido e vigoroso, para dentro e para cima na direco do reanimador; 5. Cada compresso deve ser um movimento claramente separado do anterior e efectuado com a inteno de resolver a obstruo; 6. Repetir as compresses abdominais at 5 vezes, vigiando sempre se ocorre ou no resoluo da obstruo e o estado de conscincia da vtima.

Repetir alternadamente 5 pancadas interescapulares 5 compresses abdominais at desobstruo ou at a vtima ficar inconsciente. A manobra de Heimlich tambm pode ser executada pela prpria vtima de obstruo da via area, no caso de se encontrar sozinha. Para tal dever colocar uma mo em punho um pouco acima do umbigo e com a outra mo em cima da primeira comprimir para cima e para dentro com um movimento rpido. No caso de no obter sucesso poder comprimir a poro superior do abdmen contra uma superfcie rija, como por exemplo as costas de uma cadeira ou um varo de escadas. A manobra de Heimlich s deve ser aplicada a vtimas de obstruo da via area conscientes. Vtima inconsciente26MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Caso uma vtima com obstruo da via area fique inconsciente durante a tentativa de desobstruo da via area o reanimador deve: 1. Amparar a vtima at ao cho para que esta no se magoe. 2. Activar o sistema de emergncia mdica ligando 112; 3. Iniciar compresses torcicas, seguindo o algoritmo de SBV, 4. Pesquisar a cavidade oral antes de efectuar as insuflaes. No caso de uma vtima encontrada inconsciente o algoritmo de actuao mantm-se igual ao algoritmo de SBV. RESUMO A obstruo da via area uma situao emergente que pode levar morte da vtima em poucos minutos Reconhecer a situao e iniciar de imediato medidas adequadas pode evitar a paragem cardiorespiratria e salvar uma vida

ALGORITMO DE DESOBSTRUO DA VIA AREA

Vtima conscienteSe tosse ineficaz Incapaz e falar ou incapaz de respirar Se consegue tossir eficazmente Encorajar a tosse Vigiar se resolve a obstruo e 27

MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Vigiar se a tosse deixa de ser eficaz At desobstruo ou at 5 vezes

At desobstruo ou at 5 vezes

Continuar alternadamente 5 pancadas interescapulares 5 compresses abdominais at:

LIGAR 112

Resoluo da obstruo ou Vtima ficar inconsciente

Algoritmo SBV 30 compresses 2 insuflaes Pesquisa boca antes de insuflaes

28MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

SITUAES ESPECIAIS EM SBVExistem algumas situaes em que se justifica complementar as manobras gerais de suporte bsico de vida com atitudes adequadas situao especfica. Afogamento O termo afogamento utiliza-se para designar a submerso num lquido, condicionando sufocao. Quando ocorre paragem cardio-respiratria, existe primariamente uma paragem respiratria, causada pela impossibilidade de respirar submerso num fludo. Por estar muitas vezes associado a hipotermia, sendo por vezes possvel a recuperao da vtima aps perodos prolongados de paragem. A vtima deve ser retirada da gua na horizontal, considerando sempre a possibilidade de traumatismo craniano e/ou da coluna cervical quando existir histria de mergulho ou acidente em desportos aquticos. Nestas situaes devem adequar-se as manobras situao de suspeita de trauma. No devem ser efectuadas manobras de desobstruo da via area, na tentativa de expulsar gua das vias areas inferiores, dado que s vo atrasar o incio do SBV. Electrocusso As consequncias de um choque elctrico dependem de vrios factores, nomeadamente, do tipo de corrente, da sua intensidade e do tempo de contacto com a fonte de energia. As leses causadas pela corrente de alta tenso so habitualmente mais graves. No entanto pode ocorrer paragem cardio-respiratria em acidentes com a corrente domstica no momento da aplicao do choque. fundamental garantir a segurana de quem socorre. Desligar sempre a fonte de energia antes de abordar a vtima. No caso de corrente de alta voltagem, h possibilidade de a mesma ser conduzida distncia por um fenmeno de arco voltaico. Iniciar SBV logo que possvel considerando sempre a possibilidade de existncia de traumatismo da coluna cervical e adequando as manobras a essa situao.

29MANUAL DE SUPORTE BSICO DE VIDA INEM- DEPARTAMENTO DE FORMAO EM EMERGNCIA MDICA Novembro 2010

M I N I S T R I O D A S A D E

Gravidez Na gravidez as probabilidades de sobrevivncia do feto dependem do sucesso da reanimao da me. No ltimo trimestre da gravidez, pelas dimenses que o tero atinge, o retorno de sangue ao corao pode estar comprometido, pela compresso que o tero faz sobre a veia cava inferior. Se no existir retorno de sangue ao corao, no possvel manter circulao. A descompresso da veia cava inferior consegue-se colocando uma almofada (ou algo equivalente) debaixo da anca direita da vtima, para que o tero seja deslocado para a esquerda. As manobras de SBV no sofrem qualquer outra alterao.

Hipotermia A hipotermia define-se pela presena de uma temperatura central