pap adulto

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Processo de avaliação psicológica adultos e idosos Aspectos do desenvolvimento no adulto e idoso Prof Dr João Carlos Alchieri Universidade federal do Rio Grande do Norte

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Processo de avaliação psicológica adultos e idosos

Aspectos do desenvolvimento no adulto e idoso

Prof Dr João Carlos Alchieri

Universidade federal do Rio Grande do Norte

Objetivos Reconhecer os fundamentos teóricos e metodológicos subjacente aos

processos de avaliação psicológica nas diferentes práticas em psicologia; [NC - Competência 1 do eixo estruturante (b)];

Identificar nas demandas de atuação do psicólogo nos processos de avaliação psicológica, o conhecimento e análise dos recursos necessários a sua ação; [NC - Competência 2 do eixo estruturante (e)]; [EC - Competência 3];

Discernir a prática da avaliação psicológica dentre as diversas necessidades da atuação profissional, em consonância com princípios éticos e a especificidade das demandas; [NC - Competência 1 do eixo estruturante (f)]; [EC - Competência 3];

Discernir dentre as diversas possibilidades avaliação e tratamento os instrumentos, métodos e técnicas passíveis de uso nas demandas individuais e coletivas; [NC - Competência 4 do eixo estruturante (c)];

Conteúdo Avaliação cognitiva e intelectiva

Avaliação de comportamentos e de personalidade

Avaliação competências e habilidades

Avaliação Neuropsicológica

Avaliação Pericial

Avaliação Bariátrica

Cronograma Aspectos do desenvolvimento adaptado e desadaptado na

idade adulta Aspectos do desenvolvimento adaptado e desadaptado na

terceira idade Avaliação psicológica em processos seletivos no trabalho Processos avaliativos em situações especiais Processos avaliativos em atendimentos clínicos psicológicos Avaliação em neuropsicologia

Recursos Aulas (atividades pequenos grupos, expositivas e

dialogadas)

Atividades extra classes (vídeos, casos clínicos, textos )

Avaliação por casuísticas em três momentos

Desenvolvimento

IDADE ADULTA

Desenvolvimento adultez Mesmo que não universal, há mudanças amplamente

partilhadas na idade adulta

Adulto jovem 20 a 40 anos

Meia idade 40 a 65 anos

Envelhecimento após 65 anos

Como estudar o desenvolvimento? Desenvolvimento saudável?

Patologias

Estudos transversais

Estudos longitudinais

Acompanhamento de pessoas sem doenças

O que seria o envelhecimento normal?

Resumo das mudanças físicas Visão

40-45 anos

Visão de perto deficiente e sensibilidade à claridade

Audição

Por volta dos 50 anos

Perda da capacidade de ouvir tons muito altos ou muito baixos

Olfato

Por volta dos 40 anos

Declínio na capacidade de discriminar cheiros

Músculos

Por volta dos 50 anos

Perda do tecido e da força. Tônus pode ser alterado mesmo antes (30 anos)

Ossos

Por volta dos 50 anos

Osteoporose e artrite

Coração e pulmões

35-40 anos

Declínio da capacidade durante exercícios físicos

Sistema Nervoso

40-45 anos

Densidade dos dentritos; perda de matéria cinzenta; sinapses mais lentas

Sistema imunológico

Antes dos 20 anos

Redução de células T (estudos sobre depressão e estresse)

Sistema reprodutor

35 anos

Riscos de aborto; diminuição da fertilidade nas mulheres

Elasticidade

Gradativa

Altura 40 anos 2,5 a 5 cm de perda Peso Disseminação da meia idade (mudança na

localização de gorduras) Aumento do peso masculino Pele e cabelo Idade variável Rugas, cabelo branco, diminuição da transpiração

e oleosidade

Saúde 40 anos marca uma certa mudança nas causas de

mortes

Saúde x classe social

Alcoolismo (18 a 40 anos)

Fumo?

Saúde Mental Transtornos emocionais na fase jovem

Esquizofrenia

Alcoolismo

Depressão

Funcionamento Cognitivo

Auge do Pensamento

Declínio mais lento e gradativo do que se imaginava

Influência do modo de vida

QI – Estudo de Seattle

média de QI 100

testagem a cada 7 anos

questiona a queda gradativa

inteligência cristalizada e fluida

Estrutura Cognitiva Pensamento pós-formal

Forma pragmática de pensamento

baseado no passado

A razão nem sempre é aplicável no dia-a-dia

O estágio formal faz pensar sobre as soluções de problemas, mas como tomar as decisões?

“Eu acho que será a melhor fase da vida. Já tendo dinheiro, emprego, concluído todos os estudos... Vai ser só curtir” (mulher, 25 anos)

“Lembro da juventude com certa saudade, mas acho que a maturidade tem sido muito boa pra mim. Me sinto seguro, independente e numa situação familiar confortável, pois ainda tenho meus pais. O problema é que me lembro que vou ficar velho. Mas até lá posso repensar esta fase e mudar a idéia sobre a velhice” (homem, 40)

Pensamento adulto

1. Mundo Adulto:

1. Problemas complexos

2. Uso da experiência na resolução dos problemas

3. Senso moral e relativismo

4. Capacidade de lidar com os dilemas existenciais

Novas perspectivas sobre a cognição adulta

Além de Piaget: a transição para o pensamento pós-formal:

“pensamento maduro que utiliza a experiência subjetiva e a intuição, bem como a lógica, e é útil para lidar com a ambigüidade, com a incerteza, com a inconsistência, com a contradição, com a imperfeição e com a conciliação.” (Papalia e Feldman, p. 531, 2006)

Pensamento pós-formal

“Isso pode funcionar no papel, mas na vida real...” (oscilar entre o abstrato e concreto)

“Vamos tentar do seu modo, se não der certo vamos tentar do meu” (múltiplas soluções)

“Se você quer a solução mais prática, faça isso; se quiser a solução mais rápida, faça aquilo” (pragmatismo)

“Fazer isso lhe dará o que ele quer, mas isso o fará infeliz?” (paradoxo: contradições, aspectos morais)

Discernimento e conhecimento prático (Sternberg)

A importância da EXPERIÊNCIA DE VIDA:

A vida nos coloca frente a desafios, problemas; mas é dessa experiência que tiramos informações, a solução para os problemas. A experiência nos fornece tanto problemas práticos como informações para resolvê-los.

Discernimento e conhecimento prático (Sternberg)

EXPERIÊNCIA DE VIDA:

‘Insight criativo’ = elemento experencial

‘Insight prático’ = elemento contextual

Inteligência Prática (savoir-vivre e savoir-faire)

“Know-how” (conhecimento tácito) – refere-se ao conhecimento que adquirimos sozinhos, são informações que não são formalmente ensinadas ou abertamente expressas

Competência social no mundo adulto

Inteligência Pós-formal

Conhecimento tácito

Inteligência prática

Autoestima

Otimismo

Inteligência Emocional

O papel do trabalho no desenvolvimento cognitivo das pessoas

Como a educação superior e o trabalho afetam o desenvolvimento cognitivo?

1. O campo de atuação ajuda no aperfeiçoamento das capacidades

de raciocínio

2. Estudantes universitários tendem a sair de um pensamento rígido (formal) a um pensamento mais flexível e relativo

3. A complexidade substantiva do trabalho tendem a se envolver em atividades de lazer mais complexas

Memória Curto prazo

capacidade de memorizar um número longo por alguns minutos

Longo prazo

dificuldades de recuperação

Problemas na codificação

Desenvolvimento Social e da Personalidade na Idade Adulta

Sabemos cada vez menos com o decorrer do desenvolvimento

As pessoas vão se tornando mais diferentes

As teorias de desenvolvimento em Psicologia vão se enfraquecendo ao longo do ciclo vital

Os papéis sociais Como caracterizar a idade adulta?

A perspectiva do “amadurecimento” não é suficiente.

3 papés fundamentais

- profissional

- conjugal

- parental

A saída do núcleo familiar Fase de transição (saída sem casamento)

Síndrome do ninho vazio

Teoria do apego

Configurações atuais

Família Efeito sanduíche

Aumento da expectativa de vida dos pais

1800 – Aos 37 anos esperava-se a morte dos pais

2000 – Aos 60 anos espera-se a morte dos pais

Mudança do papel familiar na meia-idade – pai, avô e filho

Aspectos positivos e negativos

De que forma ajuda e é ajudado?

Interações entre gerações Existe o famoso “conflito de gerações”?

Adultos de meia-idade estão mais expostos à influencia das gerações acima e abaixo

Estudo de Hagestad (1984)

Famílias formam padrões de interação Mulhres apresentam mais conflitos familiares

Homens apresentam mais conflitos não-familiares (política, questões sociais etc)

Casamento Mudanças na faixa etária

- EUA: 40% das mulheres de 20 anos na década de 70

- Na década de 90, eram apenas 20%

Mudanças na duração da união

- Brasil: Taxa de divórcio foi maior que casamentos entre 2006 e 2007

Maior parte dos divórcios acontecem entre o 5 e 15 ano.

EUA 2/3 de todos os casamentos acabam em divórcio

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1,8

Parceiro

aprovado ou

elogiado

Fez algo bom

para o

parceiro

Problemas,

emoções ou

sentimentos

partilhados

3 meses

um ano

Redes Sociais Comboio – criação de redes de fortalecimento social

Amizades baseadas na similaridade

Diferenças de gênero: mulheres desempenham melhor papéis de intimidade. Homens de atividade.

Relacionamentos x amizades

O Papel Profissional Ajustamento psicológico passa pela profissão

Dierenças de gênero

Escolha da profissão

- família

- educação e inteligência

- personalidade

Tipologia de personalidades para o trabalho (Holland, 1973)

- Artístico

- Empresarial

- Convencional

- Social

- Pesquisador

- Realista

Personalidade Continuidade e mudanças

Teoria dos “Cinco Grandes Fatores” (McCrae e Costa)

- Neuroticismo (,83)

- Extroversão (,82)

- Abertura à experiência (,83)

- Satisfação (,63)

- Conscientização (,79)

Mudanças na Personalidade

- teoria do “big five” não enxerga mudanças

- evidências de estudos longitudinais

- mudanças nos papéis sociais

- efeito da experiência

- acontecimentos inesperados (doenças, mortes, status social)

Considerações Diferenças individuais

Os que não seguem o ciclo esperado

- não se casam

- não têm filhos

- não heterossexuais

Declínio Físico e Cognitivo

Principais marcos

Aumento do risco de doenças crônicas

Diminuição de funções cognitivas – especialmente memória e velocidade de raciocínio

Audição e Visão

Notícias positivas

Aumento de QI e vocabulário

Manutenção da criatividade

Diminuição de doenças emocionais – estresse e depressão

Crise da Meia-Idade? Funções psicológicas estão em equilíbrio para a

maioria das pessoas

Estabilidade econômica e social

Profissão, família e amigos

Negativamente

Climatério (diferenças de gênero)

Síndrome do ninho vazio (reconfigurações modernas)

A idade influencia no trabalho

Em geral, o desempenho no trabalho melhora com a idade e experiência. Contudo, trabalhadores mais jovens tendem sair-se melhor em atividades que exigem respostas rápidas e a serem menos comprometidos com seus atuais empregos do que trabalhadores mais velhos.

Personalidade Cinco principais visões das mudanças em personalidade

para a meia-idade

Interioridade

Tendência a buscar a realização interna e um encontro consigo mesmo. Mudança de valores quanto aos objetivos da vida (bem-estar, felicidade, família, estabilidade)

Integridade do Ego

Não difere muita da interioridade. Busca-se uma mudança de significado para as escolhas e reconciliação com o passado

Flexibilidade e Tenacidade

Adaptação de metas e aceitação de limites

Maturidade dos Mecanismos adaptativos

Capacidade de se dar conta dos mecanismos mais apropriados e coerentes

Desvio do Papel Sexual

Flexibilidade das questões de gênero. Relações mais igualitárias, com compartilhamento de tarefas e papéis

Conseqüências atuais Mudanças no plano de aposentadoria

Efeitos econômicos e políticos do novo papel da meia-idade

Ex dos países desenvolvidos

Relações geracionais alteradas

Por ex. avós não idosos

Perspectivas de futuro diferenciadas

Envelhecimento Populacional

Conquista da humanidade X Desafios

Forma rápida e distinta nos países

1º mundo: 1 século para envelhecer

Brasil: 30 anos (final dos anos 60)

Definição Cronológica:

• 60 Anos (países em desenvolvimento)

• 65 Anos (países desenvolvidos).

Envelhecimento Populacional

14,5 milhões

20,5 milhões

32 milhões

de idosos

(IBGE, 2000; IBGE, 2011; OMS, 2005)

1991

10 milhões

2000

2010

2025 Brasil

As pesquisas sobre envelhecimento vêm ganhando cada vez mais espaço no mundo científico, devido ao ↑do n° idosos.

Demografia do envelhecimento

França e Brasil: % por sexo e idade (%) - vários períodos

Fatores desencadeantes do Envelhecimento Populacional

DOENÇAS INFECCIOSAS

DOENÇAS CRÔNICAS

TR

AN

SIÇ

ÃO

EP

IDE

MIO

GIC

A As Mudanças no perfil das

doenças com substituição gradual da mortalidade por doenças infecto-parasitárias para as crônico-degenerativas, levam ao ↑ n°de pessoas incapacitadas (perda da autonomia e dificuldade nas AVD) levam ao idoso a ficarem dependentes de cuidados de longa duração.

(VERAS, 2009; KALACHE et al, 1987)

↓fecundidade ↓mortalida

de

↓natalidade

Fatores desencadeantes do Envelhecimento Populacional no Brasil

Promovem a Base Demográfica para o Envelhecimento Populacional com o ↑ no n° Idosos

T

RA

NSI

ÇÃ

O D

EMO

GR

ÁFI

CA

(RAMOS, VERAS, KALACHE, 1987; LEBRÃO, 2009; IBGE, 2011)

Envelhecimento Populacional Brasileiro

Idade 60 Anos

1980 – 6,1% da população

1991 – 7,3 % da população ( 11 milhões)

2000 – 8,6% da população (20.590 milhões)

2011 – 12,1% da população (23,5 milhões )

2025 – 15% da população ( 32 milhões)

6ª pop. Idosa do mundo, em nº absolutos

(PNAD/IBGE, 2011)

RN (2011)

(11,84%)

(385.000 hab.)

Brasil, 1950-2050: RD % dos componentes jovem e idoso)

Período %

Jovem Idoso

1950 93.3 6.7

1975 91.2 8.8

2000 85.0 15.0

2025 66.2 33.8

2050 46.7 53.3 Source: UN, 2003

Envelhecimento da população

=

Feminização da velhice

=

Pior qualidade de vida?

Realidade da População Brasileira x Mudanças na Família

.

Novos desafios

A inserção da mulher no mercado de trabalho;

Os contraceptivos e a redução do tamanho das famílias;

A falta de tempo na vida moderna vêm modificando

a relação do cuidado;

Escassez de alternativas para as famílias manterem seus

Idosos em casa comprometendo sua função do cuidar;

Impulsionou a demanda por internações em ILPI.

As mudanças na distribuição por idade

Os Indicadores da distribuição por idade e do processo de envelhecimento

1. Os grandes grupos etários

As mudanças na distribuição por idade

Os grandes grupos etários :

Os menores de 15 anos

A pop. em idade de trabalhar : 15 a 64 anos

Os idosos de 65 e mais anos (Ou 60)

LONGEVIDADE

JEANNE CALMENT, MORTA AOS 122 ANOS EM 1997.

KAMATO, JAPONESA, MORTA AOS 116 ANOS.

YUKICHI, JAPONES, MORTO COM 114 ANOS.

EUGÉNIE BLANCHARD, FRANCESA MORREU 114 ANOS.

BRASIL: GENEROSA MORELLI, 113 ANOS.

Papéis Sociais Aposentadoria

Morte doa pais

Morte do cônjuge

Independência dos filhos

Netos

Diferenças de gênero Mais homens casados

Mais homens recasados

Mais mulheres moram sozinhas

Mulheres refazem papéis sociais mais facilmente

grupos, voluntariado, atividades domésticas

Efeitos da saúde – os que moram com família alegam motivos de doença

Efeitos culturias

EUA – mais de 70% já morou sozinho

Japão – apenas 7% já morou sozinho

Fatores para morar com a família Renda

Idosos com menores rendimentos

Etnicidade

Latinos e afro-americanos vivem mais com a família

70% dos homens brancos e 50% dos latinos vivem sozinhos

Número de filhos e filhas

Maior número de filhos, especialmente filhas, aumenta a chance de morar com a família

Mudanças na Personalidade

Integridade

Consciência da sua própria idade. Aceitar a vida como vivida. Ajustar-se às mudanças

Desespero

Avaliação negativa da vida. Considera muito curta para compensar os erros

Alienado

Satisfeito com sua vida atual. Resiste a qualquer auto-análise, a qualquer avaliação da sua vida inteira

Dissonante

Começa a tentar resolver o dilema da integridade e está cheia de ambivalências

Teoria do Descompromisso Diminuição do espaço de vida

Interação menor com as pessoas e diminuição dos papéis sociais

Individualidade aumentada

Está cada vez menos sujeito à regras e expectativas estritas

Aceitação

Desvincula-se ativamente dos papéis e relações, tornando-se mais voltado para si

VULNERABILIDADES FÍSICAS E MENTAIS

PROXIMIDADE DA MORTE

PERDA DE PAPÉIS SOCIAIS

MUDANÇAS NA APARÊNCIA FÍSICA

OS IDOSOS NÃO VIVEM ISOLADOS E O SEU BEM-ESTAR

ESTÁ INTIMAMENTE LIGADO AO DA SOCIEDADE COMO UM

TODO.

O QUE DIFERENCIA O

GRUPO DOS IDOSOS?

Fatores de risco

Perda de papéis sociais

Perda da autonomia

Morte de amigos e parentes

Saúde em declínio

Isolamento social

Restrições financeiras

Redução do funcionamento cognitivo (capacidade de compreender e pensar

de uma forma lógica, com prejuízo na memória).

Transtornos psiquiátricos mais

comuns em idosos

Demência

Demência tipo Alzheimer

Demência vascular

Esquizofrenia

Transtornos depressivos

Transtorno bipolar (do humor)

Transtorno delirante

Transtornos de ansiedade

Transtornos somatoformes

Transtornos por uso de álcool e outras substâncias

Sintomas atípicos

Diagnóstico difícil

Principais sinais: dor moral e lentificação

ideomotora

As “máscaras” da depressão

Depressão no idoso

Distúrbios cognitivos (pseudo-demência)

Ansiedade (agitação, insônia)

Queixas somáticas

Delírios de prejuízo

Atitude regressiva

Máscaras da Depressão

AVC

Demência

Doença de Parkinson

Distúrbio tireoideano

Vasculites

Coronariopatias e ICC

Câncer

Dor crônica

Depressão secundária

Redução do peso (10%), fluxo sanguíneo cerebral (15-20%), dilatação dos ventrículos;

Redução progressiva e irreversível do número de neurônios cerebrais (particularmente no hipocampo) , cerebelares e medulares;

Deposição neuronal de liposfuscina;

Degeneração vascular amilóide;

Aparecimento de placas senis e degeneração neurofibrilar;

Comprometimento da neurotransmissão dopaminérgica e colinérgica.

Lentificação da velocidade da condução nervosa

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Inteligência

Totalidade de funções cognitivas que formam o pensamento humano. Funções corticais altas que formam a mente humana.

Inteligência é habilidade de gerar conhecimento

A inteligência fluida atinge seu ápice em torno dos 25 anos, amadurece até os 50 e declina até os 75 anos.

A partir dos 75 anos:

depósito de substância neurofibrilar no hipocampo confusão entre estar senescente ou senil.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Inteligência

Preservado: Testes medindo habilidades cristalizadas, e habilidades verbais estão inalteradas.

Alterado: Inteligência fluida que envolve resolução de problemas, inteligência não verbal e velocidade de processamento das informações.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

O hipocampo é uma pequena estrutura bilobular alojada profundamente no centro do cérebro.

Tal como o teclado do nosso computador, o hipocampo é como uma espécie de posto de comando: À medida que os neurônios do córtex recebem informação sensorial, transmitem-na ao hipocampo.

Somente após a resposta do hipocampo é que os neurônios sensoriais começam a formar uma rede durável .

Sem o "consentimento" do hipocampo a experiência desvanece-se para sempre.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Os estímulos são registrados na memória de longo prazo mediante repetição ou através de sua carga afetiva.

Enquanto a decisão de armazenar ou diluir uma informação possa ser voluntária, a eficácia dessa memorização nem sempre depende de nossa vontade. A garantia da eficácia da memória, indiretamente da consciência que se tem do vivido, é um atributo automático do hipocampo

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Atenção

Preservado: Atenção sustentada, atenção em um tipo de informação por um período.

Alterado: Atenção dividida,ou habilidade de concentrar-se em mais de um tipo de informação ao mesmo tempo .

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Função Executiva

Preservado: Funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia.

Alterado: Diminuição das performance nos testes neuropsicológicos. Pode ser devido, em parte, à redução da velocidade de execução dos testes (evitar testes cronometrados).

O envelhecimento bem sucedido parece não afetar as funções executivas necessárias para realização das tarefas do dia-a-dia.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Linguagem

Preservada: Compreensão, vocabulário, habilidades sintáticas.

Alterada: Recuperação de palavras espontâneas, fluência verbal.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Habilidades Visoespaciais

Alterações: Rotação mental de objetos, cópias complexas, união de objetos e habilidades espaciais abstratas.

Redução clara da velocidade de performance nestes testes.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Habilidades Psicomotoras

Alterações: Redução significativa do tempo de resposta, relacionado tanto no processamento cognitivo quanto nas habilidades motoras

Testes que necessitam de velocidade e respostas rápidas aos estímulos, estarão provavelmente reduzidas.

Avaliar o risco e a segurança do paciente continuar dirigindo.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Memória

Preservada: Memória remota, procedural e memória semântica.

Alterada: Aumento da dificuldade de aprender novas informações. Menor curva de aprendizado e menor quantidade de informações aprendidas.

Entretanto, a memória do paciente é suficiente para as demandas e garante a independência funcional.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Conceito Memória Função cognitiva específica de armazenar e resgatar

informações.

Tipos

Memória episódica Memória semântica Memória de procedimento Memória operacional

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Memória episódica Sistema de memória utilizado para lembrar experiências

pessoais vividas em um contexto próprio. Ex: telefonema de um amigo, jantar da noite passada. Lobo temporal mesial (hipocampo, córtex entorrinal) e

prosencéfalo basal.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Memória semântica

Armazenamento de conhecimento factual e conceitual. Inclui todo o conhecimento do mundo ao nosso redor.

Ex: cor de uma determinada flor, nome do primeiro presidente do Brasil.

Região inferior e lateral do lobo temporal

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Memória semântica

Memória de procedimento

Capacidade de aprender habilidades comportamentais e cognitivas que são usadas de forma automática e inconsciente.

Ex: aprender a dirigir

Área motora suplementar, gânglios da base, cerebelo.

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Memória operacional Combinação das capacidades de atenção,

concentração e memória recente. Capacidade de manter ou manipular informações de forma mais temporária.

Ex: estudar para uma prova

Requer memória episódica Córtex pré-frontal e áreas subcorticais

ENVELHECIMENTO X DEMÊNCIA

Idosos Residentes em Instituições de Longa Permanência

O Processo de Institucionalização

Ocorre quando o idoso apresenta níveis de dependência e um dos fatores condicionantes é o desempenho nas AVD, afetando sua autonomia e a qualidade de vida, tornando-o dependente.

Realidade da Institucionalização no RN

9 % dos municípios possuem ILPI

29 instituições (16 em Natal )

Instituições filantrópicas (72,4,6%), privadas (27,6%)

Natal: 16 ILPI, sendo 10 privadas e 6 filantrópicas

780 pessoas institucionalizadas

62,8% mulheres

Idosos independentes (38,1%)

Idosos dependentes (38,6% ) + Semidependentes (23,2).

Resultados Preliminares

Identificação n° idosos com alterações cognitivas significativas dentro da pontuação dos escores do instrumento, identificando-se que dos 243, 156 idosos (64,2%) não apresentaram condições para responder à entrevista.

Redução da população para uma amostra de 87 idosos (35,8%) residentes nas instituições.

Distribuição das ILPI pelo nº de idosos pesquisados e % de perdas pelo MEEM

Instituição

Total de Idosos

“n” válido

(MEEM)

% Perdas

(MEEM)

n (%) n (%) %

A 29 11,93 9 10,34 31,03

B 37 15,22 8 9,19 21,62

C 22 9,05 11 12,64 50

D 108 44,44 48 55,17 44,44

E 34 13,99 8 9,19 23,52

F 13 5,34 3 3,44 23,07

TOTAL 243 100,0 87 100,0 35,80

CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS QUANTO AS INFORMAÇÕES DE SAÚDE E INSTITUCIONALIZAÇÃO

Tempo de institucionalização:

22,3% (menos de 1 ano)

40,0% entre 1 a 5 anos

20,0% (6 a 10 anos)

17,7 há mais de 10 anos

Como chegou a ILP:

69,4% trazidos por parentes ou outras pessoas

Principal motivo da institucionalização:

73,6% (falta de suporte familiar ao cuidado).

CARACTERIZAÇÃO DOS IDOSOS QUANTO AS INFORMAÇÕES DE SAÚDE E INSTITUCIONALIZAÇÃO

Moradia antes da ILPI:

41,2% residiam sozinhos

49,4% com familiares e/ou parentes

Maior Problema Referido: 55,17% (saúde)

80,0% faz uso de medicamentos

54,0% apresentam dificuldades para dormir.

82,3% dos idosos respondentes não praticam nenhuma atividade física na instituição.

Anos de Estudo

N %

Não sabe ler e escrever 25 28,8

1 – 4 anos 32 36,8

5 – 8 anos

↑ 8 anos

23

7

26,4

8,0

Total 87 100,0

A Média do número de anos de estudo foi de 3,27 anos (DP= 3,20).

Distribuição dos Idosos em Relação aos Anos de Estudo

Foram significativas as diferenças entre as médias dos itens: Orientação Espacial – OE (p=0,02)

Evocação - EV (p=0,05)

Nomeação - NO (p=0,02)

Repetição - RP (p=0,01)

Leitura – LE (p=0,05).

Gráfico 1– Comparativo da aplicação do MEEM (1ª e 2ª avaliações)

Conclusões

Foi verificado um ↑índice de alterações cognitivas entre os idosos institucionalizados, isso mostra o quão forte apresenta-se esta perda cognitiva nesta população, estando este decaimento possivelmente a não ativação nos aspectos cognitivos naquelas instituições.

Os resultados são sugestivos, como meio de confirmar os achados e implantar medidas de prevenção aos agravos à saúde, tendo em vista que os referidos déficits são capazes de causar prejuízos na vida diária do idoso;