manual de redação - uerj

60
ÍNDICE 1. Prefácio .................................................................................................................. 02 2. Apresentação ...................................................................................................... 03 3. Etapas do texto jornalístico ............................................................................ 06 4 Dicas e normas gramaticais ............................................................................ 10 5. Regras de acentuação e uso da crase ............................................................ 20 6. Padrões e Convenções ...................................................................................... 24 7. O que se deve evitar ......................................................................................... 30 8. Uso da imagem nos veículos impressos .................................................... 40 9. Glossário jornalístico ....................................................................................... 47 10. Bibliografia .................................................................................................... 59

Upload: liz-patricia-aguiar

Post on 22-Jun-2015

215 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

Page 1: Manual de Redação - UERJ

ÍNDICE

1. Prefácio ..................................................................................................................02

2. Apresentação ...................................................................................................... 03

3. Etapas do texto jornalístico ............................................................................ 06

4 Dicas e normas gramaticais ............................................................................ 10

5. Regras de acentuação e uso da crase ............................................................ 20

6. Padrões e Convenções ...................................................................................... 24

7. O que se deve evitar ......................................................................................... 30

8. Uso da imagem nos veículos impressos .................................................... 40

9. Glossário jornalístico ....................................................................................... 47

10. Bibliografia .................................................................................................... 59

Page 2: Manual de Redação - UERJ

O afastamento de professores de sala de aula, por diversos motivos,nos faz contratar professores substitutos, para ministrarem as disciplinasde responsabilidade desses docentes, por, no máximo, dois semestres.

Um desses professores substitutos é a professora Mônica Reis, queapresentou como projeto de atividade a elaboração de um Manual deRedação. Um desafio aceitado pelos alunos tão logo foi feita a proposta.

Ao final do primeiro semestre de 2002, o Manual estava pronto,aprovado pelo Departamento de Jornalismo para fazer parte da páginada Faculdade de Comunicação Social, com a possibilidade de ser impresso.

Apesar de pronto, a intenção é a de atualizarmos permanentemente,pois sempre há o que acrescentar, principalmente com o dinamismo donosso curso.

Esperamos, com isso, ter dado mais um importante passo paraconsolidar o trabalho que os professores da Faculdade de ComunicaçãoSocial da UERJ, em especial do curso de Jornalismo, têm feito pela melhoriada formação de nossos alunos. Assim como acreditamos estar colaborandocada vez mais com os anseios dos futuros profissionais.

João Pedro Dias VieiraChefe do Departamento de Jornalismo

Prefácio

Page 3: Manual de Redação - UERJ
Page 4: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

4

Noticiar os fatos aos seus leitores constitui um importante dever socialdo jornalista. Levar ao conhecimento da população acontecimentos deutilidade pública exige, porém, uma sólida formação social e rígidas normasquanto à utilização de seu principal instrumento de trabalho: a língua.

Grandes veículos de comunicação, visando adequar o uso lingüísticoao público que pretende alcançar, lançam manuais de redação e estilo:verdadeiros mapas pelos quais os jornalistas devem se guiar na difícil tarefade bem informar.

Mas qual é a utilidade do Manual de Redação e Estilo?Se o dicionário é o pai dos burros como ironicamente já diz o jargão

popular, o Manual de Redação e Estilo é o pai dos ignorantes, quedesconhecem as técnicas, os padrões e os procedimentos do textojornalístico.

De burros e ignorantes, quem consulta dicionários e manuais não têmnada. São escritores, que estão sempre procurando a maneira correta de seexpressar, de tornar o texto mais claro, objetivo, direto, conciso. Como jádizia Carlos Drummond de Andrade, “escrever é a arte de cortar palavras”.É preciso ter poder de síntese.

Desta forma, como escrever um bom lead? Como saber se a expressãoa parte tem ou não crase? Foi com esse objetivo que desenvolvemos oManual de Redação e Estilo da Uerj. Nossa intenção é que a partir deagora ele seja o fiel escudeiro, o amigo inseparável, o livro de cabeceira detodos que se alimentam da ética jornalística e tem por objetivo exercercom dignidade a profissão.

Um manual de redação não é uma cartilha a ser seguida sempre à risca

Apresentação

Page 5: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

5pelos usuários. Ele se destina, especialmente, a guiá-los em cada passo dodia-a-dia da profissão e a estabelecer as resoluções e ideologias própriasde cada veículo ou instituição.

Nesta primeira edição, o Manual de Redação e Estilo da Uerj trazpropostas básicas a serem seguidas pelos alunos de jornalismo naconstrução dos jornais produzidos pela faculdade.

Temos também que levar em conta que, apesar de integrarmos umambiente acadêmico, estamos lidando com um público jovem, com oqual nos comunicaremos numa linguagem menos formal.

Por isso pretendemos que o Manual seja uma ferramenta eficientepara sanar dúvidas e desfazer discordâncias. Sendo assim, a criatividade dealunos e professores passa a ter um veículo capaz de diminuir o esforçogasto com definições de regras, além de proporcionar um incremento notempo útil dedicado à produção de idéias e trabalho inovadores.

O público que tem acesso às publicações elaboradas pela Universidadeé bastante variado. Dessa forma, para que possa atingir o maior númerode leitores possível, é necessário que haja um denominador comum emrelação principalmente, à linguagem. Do contrário, correríamos o risco deexcluir parte dos leitores a quem as notícias interessam.

A clareza do texto é muito importante, já que temos de pensar que oleitor poderá não compreender a matéria e o jornalista não estará presentepara explicar, correndo o risco de a notícia ser deturpada.

Definir o que é notícia é bastante complexo. Requer uma decisão dojornalista. Neste ponto, o jornalismo não tem como ser imparcial. Use obom senso e coloque-se no lugar do leitor, tanto para saber se a informaçãovale ou não como notícia, quanto para determinar os dados que o textojornalístico deve conter.

A partir de agora, você está convidado a descobrir e aprender naspáginas a seguir as etapas do texto jornalístico, palavras e expressões quedevem ser evitadas, padrões e convenções que darão uma cara ao seuveículo, dicas gramaticais, regras de acentuação e muito mais. Bom trabalho!

Page 6: Manual de Redação - UERJ
Page 7: Manual de Redação - UERJ

Reunião de pauta – define quaisassuntos serão abordados e o espaçoque eles terão na edição do dia.Participam das reuniões de pauta oeditor-chefe e os chefes das diversaseditorias. A pauta jamais é umelemento fechado, pois a realidadepode impor a necessidade de abor-dagem de novos assuntos.

Apuração – levantamento e che-cagem de uma notícia. O repórter,orientado pelo chefe da editoria oupelo chefe de reportagem sai paracobrir um fato considerado derelevância para os leitores. Algunstipos de apuração são feitas portelefone e, até mesmo, por meioeletrônico. A reportagem podeconcentrar-se não apenas numacontecimento factual. Ela podeabordar um tema consideradoimportante, mas não urgente. A issodá-se o nome de matérias frias.

Redação – ação de escrever otexto, a partir das informaçõesapuradas.

Edição – supervisão da matéria queo repórter escreveu. A revisão,geralmente realizada pelo redatorpode ser relativa ao uso da línguaportuguesa ou ao conteúdo dotexto. Títulos, sub-títulos, queposição a matéria vai ocupar naspáginas da edição são atribuições doeditor. O repórter não só podecomo deve sugerir títulos.

Fechamento – quando a for-matação da página está quaseacabada e a matéria sofre as últimasadaptações para ser impressa.

Lead – palavra que em inglêssignifica “guia”, tem por finalidadeorientar a leitura, seduzindo o leitora partir de suas primeiras linhas. No

Etapas do texto jornalístico

Page 8: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

8De maneira geral, o título deve

conter a idéia do parágrafo inicial,sem repetir exatamente as palavrase a construção inicial do texto. Devese usar sempre um verbo de ação,da seguinte forma:

1. fatos no presente ou passadopróximo: nesses casos os verbosusados no título devem estar nopresente.Ex: “Malan anuncia aumento deimpostos para cobrir CPMF”.(O GLOBO, 17/04/2002)

2. fatos no passado mais distante:verbo do título no passado,principalmente quando o títulocontêm algum elemento que situe anotícia no tempo.Ex: “Inflação em 1976 foi de 35%”.

3. fatos que vão acontecer: pode-se usar o presente se a data ou épocaestiverem indicadas no título.Quando o futuro é distante, aban-dona-se o presente.

4. situações de impasse ou inde-cisão: o melhor título é aquele querepresente de forma mais dramá-tica a perplexidade do momento.

lead clássico o repórter deveresponder as seguintes perguntas:QUEM faz O QUÊ; COMO;ONDE; QUANDO e POR QUÊ.

OBS: Caso a matéria seja muitocomplexa, admite-se que o parágrafoseguinte (sublead) contenha alguns dositens do sexteto essencial. O bomlead é aquele que prende a atençãodo leitor. O que ele apresenta, o restoda matéria deve detalhar, semomissão. O espaço e a posição dasinformações dependem da im-portância das mesmas. Graficamente,recomenda-se que o lead tenha dequatro a cinco linhas de 75 toques(duas ou três frases).

Pirâmide invertida – nestadisposição a matéria tem asprincipais informações no início dotexto e as menos importantes nosdemais parágrafos em ordemdecrescente de importância.

Título – é a “propaganda” danotícia. Deve concentrar-se no fatoque mais desperta a atenção doleitor. Não deve prometer mais doque contém ou afirmar algo que nãoexista na matéria.

Page 9: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

9Entretítulo – não deve ser usadoem textos pequenos (até quatroparágrafos), a não ser quando oassunto muda ou para chamar aatenção para algo muito im-portante. Não deve ultrapassar umalinha de 35 toques. Deve ser coladoentre cada dois parágrafos.

Page 10: Manual de Redação - UERJ
Page 11: Manual de Redação - UERJ

ConcordânciaNominal – quando o adjetivoconcorda com o substantivo emgênero e número.Verbal – quando o verbo concor-da com o sujeito em pessoa (1ª, 2ªou 3ª) e em número (singular ouplural).

Segundo a norma culta, sãoaceitáveis três tipos de concor-dância: A rígida (ou gramatical), aatrativa (por proximidade) e aideológica (idéia subentendida).

ObservaçõesA concordância atrativa só é

aceitável quando o sujeito com-posto está invertido.

A concordância atrativa ouideológica só é aceitável se o núcleodo sujeito simples estiver no plural.

Casos especiaisOlhar tabela na página 21.

HífenO hífen (-) é usado:a) para ligar os elementos de pala-vras compostas ou derivadas porprefixação.Ex: couve-flor, segunda-feira,guarda-marinha, super-homem,pré-escolar, ex-presidente.b) para unir pronomes átonos averbos.Ex: infor maram-me, retive-o,mostrá-la-ei.c) para, no fim da linha, separar umvocábulo em duas partes.Ex: enfermei-/ro, enfer-/meiro,en-/fermeirod) hífen em prefixos: ver tabela napágina 22.

Palavras compostas, emprego dohífenUsa-se hífen em palavras com-postas:1 – quando a associação dos ele-mentos ganha um sentido diferente

Dicas e normas

Page 12: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

12daqueles exprimidos nos com-ponentes isolados.Ex: arco-íris; pára-choque; pé-de-meia.

2 – quando o primeiro elementotem função adjetiva.Ex: anglo-brasileiro; austro-húngaro; greco-romano.

3 – nas combinações, quando eleexprime relação, acordo.Ex: Brasil-Argentina, combinadoRio-São Paulo.

4 – a ligação é de tempo ou espaço.Ex: Estrada Rio-Petrópolis;período 2000-2002.

5 – à-toa, quando é uma locuçãoadjetiva, como nos exemplos:Sempre foi um homem à-toa (semutilidade, sem função ou valor); orádio só precisou de um consertoà-toa (fácil, sem esforço). A locu-ção adverbial não tem hífen: o alu-no discutia à toa (em vão).

ObservaçõesEmprega-se o hífen em dia-a-dia

quando se refere à rotina diária, aocotidiano. Já dia a dia é cada dia outodos os dias, como em: O cursose aprimora dia-a-dia.

Algumas palavras que causamdúvidas: Instituto Médico-Legal,maus-tratos, manga-larga, infra-estrutura e marcha-a-ré. Vaivém,dona de casa, estado de sítio, fimde semana.

Plural das palavras compostas1) sem hífenTerminadas em:E: pontapés; L: girassolis; M:lobisomens

2) com hífena) Quando os dois termos variam– substantivo + substantivoEx: couves-flores

– substantivo + adjetivoEx: cachorros-quentes

– numeral + substantivoEx: segundas-feiras

b) Quando o primeiro varia– palavra composta com preposiçãoEx: pés-de-moleque; grãos-de-bico– substantivo + substantivo comvalor de adjetivo (invariável)Ex: bombas-relógio; peixes-espada;canetas-tinteiro.

c) Quando o segundo varia– verbo + substantivo

Page 13: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

13Ex: guarda-chuvas; beija-flores.

– reduplicaçãoEx: reco-recos; lambe-lambes.

– advérbio + adjetivoEx: abaixo-assinados; auto-falantes.

– prefixo + substantivoEx: super-homens; vice-reis.

– adjetivos compostosEx: greco-romanos; azul-claros;sócio-político-econômicos.

d) Quando nenhum dos dois varia– cor + substantivoEx: azul-piscina; verde-garrafa.

– verbo + termos invariáveis Ex:bota-fora; cola-tudo.

– expressões substantivadasEx: disse-me-disse; chove-não-molha.

– verbo + verboEx: sobe-e-desce; leva-e-traz.

ImportanteA consulta a diferentes gramá-

ticas e dicionários comprova quenão há consenso, entre os gramáti-cos e lingüistas, para a formaçãodo plural em palavras compostas.Celso Cunha e Lindley Cintra reite-ram que a questão não é fácil. Emvários dicionários, como o Novo

Aurélio, há plurais de compostosformados em desacordo com ospreceitos acima. Em dois casos nãohá qualquer dúvida: quando o pri-meiro termo é verbo ou palavrainvariável (guarda-roupa, grão-du-que, vice-líder), só o segundo va-ria; quando há uma preposição li-gando o primeiro ao terceiro ter-mo (pão-de-ló, mulato-sem-cabe-ça), só o primeiro varia. Nos de-mais casos, é recomendável a con-sulta a dicionários e ao VocabulárioOrtográfico da Língua Portuguesa(onde há a grafia e classe gramaticalde aproximadamente 450 mil pa-lavras). Mas, mesmo assim, podenão se encontrar uma só e inequí-voca forma.

RegênciaOs verbos são intransitivos

quando exprimem uma idéiacompleta, não pedindo comple-mento. São transitivos quandoexigem complemento. Os transitivosdiretos não pedem preposição, osindiretos sim. Essa ligação com oscomplementos é a regência.Uso das preposições:A, ANTE, ATÉ, APÓSCOM, CONTRA

Page 14: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

14Verbos e exemplosAjudarEx: Eles ajudam (T.D.) os maispobres (O.D.)

Assistir (=ver)Ex: Os torcedores assistiam (T.I.)ao jogo (O.I.)

Assistir (= ajudar, socorrer)Ex: A enfermeira assiste (T.D.) odoente (O.D.)

Aspirar (= cheirar)Ex: Aspiraram (T.D.) um ar puro(O.D.)

Aspirar (= desejar)Ex: O governador aspira (T.I.) acargos mais altos (O.I.)

GostarEx: Você gostou (T.I.) de estudar(O.D.)

ObedecerOs alunos sempre obedeciam (T. I.)ao professor (O.D.)Preferir (T.D. e Bitransitivo)Ex: Ela preferiu o outro emprego(O.D.) / Eles preferem Rock (O.D.)a Jazz (O.I.)

ReferirEx: O patrão se referiu (T.I.) a você(O.I.)

VerEx: Ele viu (T.D.) o acidente (O.D.)

DE, DESDE,EM, ENTREPARA, PER, PERANTE, POR,SEM, SOB, SOBRE,TRÁS

* verificar relação na página seguinte

Regência NominalRefere-se ao nome (substantivo

ou adjetivo).Todo complemento nominal tem

preposição.Fez referência aTem necessidade deEstá próximo a/deÉ ávido por

Regência VerbalPrimeiramente, deve-se analisar a

transitividade do verbo

T.D. – transitivo direto / O.D. –objeto direto.

T.I. – transitivo indireto / O.D. –objeto indireto

Bitransitivo – que pede simulta-neamente dois complementos:objeto direto e objeto indireto;biobjetivo, transitivo direto e indi-reto, transitivo relativo (ex.: o verbodar, em dar agasalho aos pobres)

Page 15: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

15Preposição

É muito comum o uso impró-prio das preposições, e a clarezade uma informação, não raro,depende de seu uso inequívoco.Abaixo, segue uma lista de subs-tantivos, adjetivos e advérbios esuas respectivas preposições (do“Novo manual de português”, deCelso Pedro Luft) – de uso maisfreqüente na língua.

Preposição a: acostumado, amor,benéfico, contíguo, devido, favo-rável, fiel, guerra, horror, igual, leal,necessário, nocivo, oblíquo, paralelo,proveitoso, rebelde, sensível, surdo,temível, último, útil, viagem, volta(a ou para).

Preposição com: analogia, bom,bondoso, caridoso, casado, con-formado, contente, encontro,franco, furioso, generoso, (in)-compatível, (in)tolerante, junto,liberal, mau, misericordioso, na-moro, parentesco, severo, solícito,tolerante, triste, zangado.

Preposição contra : acusação,antídoto, conspiração, fúria, guerra,impotente, investida, litígio, luta,manifestação, objeção, pecado,

precaução, prevenção, protesto,queixa, revolta (do).

Preposição de: amante, ávido, certo,chegada, digno, escasso, estreito,grande, medo (de ou a), notícia,receio, saudade, uso, vinda,zombaria.

Preposição em: apoiado, bacharel,confiado, crente, doutor, entendido,fé, formado, hábil, indeciso,interesse (em ou por), lento,mediano, negligente, obstinado,perito, permanência, versado.

Preposição entre: acordo, colisão,entendimento, harmonia, igualdade,junção, ligação, oscilação, pacto,relação, união, vínculo.

Preposição para: apto (para ou a),bom, cedo, convite, ida, licença(para ou de), jeito, mudança, partida,queda, traduzido (para ou em),virado, voltado.

Preposição por: amor, apaixonado,carinho, doido, empenho, esforço,felicitações, gosto, lamento, louco,luta, morto, notável, permuta, reza,troca, veneração.

Preposição sobre: acordo, artigo(capítulo, ensaio, escrito, livro),

Page 16: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

16vocação”, e sim “O momento emque descobri minha vocação”.

PontuaçãoCaso 11. Emprega-se a vírgula para sepa-rar termos e orações de igual valor(regra básica).

2. Não se emprega a vírgula quandoo conectivo E tem valor aditivo.

3. Emprega-se a vírgula quando oconectivo E tem valor adversativo.

4. Emprega-se a vírgula quando oconectivo E liga orações comsujeitos diferentes.

5. Emprega-se dois pontos paraenumerar, explicar e citar.

6. O conectivo E, no final de umaenumeração, tem valor de ter-minalidade.

Exemplos:(1) O diretor, o coordenador e oinspetor se reuniram ontem à tarde.

Eles chegaram cedo, discutirammuito, resolveram tudo.

(2) Eles decidiram alterar o projetoe contratar mais técnicos.

Eles decidiram alterar o projeto,e contrataram mais técnicos.

balanço, curso, decisão, dúvida,explicação, fala, hegemonia, idéia,influência, juízo, lição, meditação,opinião, predomínio, ref lexão,silêncio, superioridade, trabalho,versão, vitória.

Atenção:1.Não se faz a contração da pre-posição de com artigo ou pronomepessoal quando estes ligam o sujeitoe um verbo no infinitivo.Ex: “a dificuldade de ela andar”.

2.O sentido é alterado quando aspreposições a e de mudam de lugarnas expressões “ir de encontro a”(chocar-se) e “ir ao encontro de”(aproximar-se, achegar-se).

3. a) A distinção ao uso de onde eaonde ocorre pelo sentido demovimento que rege a preposiçãoa. Assim, use: “Aonde você vai?”;“Você quer chegar aonde?”; “OBrasil é o país onde cresci”.

b)Outro erro freqüente é usar ondecom idéia de tempo, causa, motivoetc, quando o emprego correto éapenas com referência a lugar: “Aescola onde estudei”. Não escreva“O momento onde descobri minha

Page 17: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

17* nesse caso a vírgula é opcionalporque se entendem outrosvalores além do aditivo.

(3) Já são quatro horas da tarde, e areunião ainda não terminou.(4) Os alunos reclamaram, e adireção atendeu.(5) Foram chamados vários funcio-nários: André, Luíza, Júlio César.(6) Foram chamados vários fun-cionários: André, Luíza, e Júlio César.

Caso 21. Emprega-se vírgula ou ponto-e-vírgula antes dos conectivosadversativo e conclusivo.

2. As conjunções adversativas econclusivas, quando deslocadas,devem ficar entre vírgulas.

3. Emprega-se o ponto-e-vírgulasomente entre termos e oraçõescoordenadas, para indicar umapausa maior do que a vírgula.Normalmente é usado para separaros itens de uma enumeração,especialmente, quando ela já temseparação por vírgulas.

4. A conjunção pois deve ficarentre vírgula quando tem o valorconclusivo.

5. A conjunção pois, com valorcausal ou explicativo, pode ou nãovir antecedida de vírgulas.

Exemplos:(1) Ele trabalha muito, porém, nãofoi promovido.

Ele trabalha muito ; logo,será promovido.(2) Ele trabalha muito; não foi,porém, promovido.

Ele trabalha muito; será,portanto, promovido.(3) Ao serem introduzidos numaempresa, os computadores podemacarretar duas conseqüências, queestão estreitamente relacionadas:uma, de natureza econômica, é aredução de custos; a outra, deimplicações sociais, é a demissão defuncionários.(4) Ele dedica-se à empresa; deverá,pois, ser promovido.(5) Ele deverá ser promovido, poisse dedica à empresa.

Ele deverá ser promovido poisse dedica à empresa.

Caso 31. Emprega-se a vírgula quando oadjunto adverbial está deslocado.

2. Emprega-se a vírgula quando aoração adverbial está deslocada.

Page 18: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

18Ontem, a direção da empresa

se reuniu.

Caso 41. Em um discurso direto, emprega-se dois pontos e colocam-se aspas.

2. Não se empregam vírgulas, doispontos, aspas, quando o discurso éindireto.

3. No discurso direto, a oraçãodeslocada fica entre vírgulas ouentre travessões.

4. Emprega-se o travessão emcaso de diálogos.

Exemplos:(1) O presidente afirmou: “asituação está bastante difícil”.(2) O presidente afirmou que asituação estava bastante difícil.(3)A situação, afirmou o presidente,está bastante difícil.

“A situação – afirmou o pre-sidente – está bastante difícil”.

Caso 51. Coloca-se o aposto entrevírgulas.

2. A oração subordinada adjetivaexplicativa fica entre vírgulas.

3. Emprega-se a vírgula paraseparar orações reduzidas.

4. Pode-se ou não separar comvírgula quando o advérbio estádeslocado numa frase curta.

Exemplos:(1) O técnico analisou o problema noseu último relatório.

No seu último relatório, otécnico analisou o problema.

O técnico, no seu últimorelatório, analisou o problema.(2) Eles resolveram o problema,quando a direção autorizou.

Quando a direção autorizou,eles resolveram o problema.

Eles, quando a direção autorizou,resolveram o problema.

* oração subordinada adverbialtemporal: se a frase começa porela, a vírgula é obrigatória; se elaestá no fim da frase, a vírgula éfacultativa.

(3) Encerrado o prazo, a direçãoadotou novas medidas.

A reunião, chovendo muito,será transferida.(4) Ontem a direção da empresase reuniu.

Page 19: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

193. A oração subordinada adjetivarestritiva pode ou não ser separadapor vírgula; em caso de ambi-güidade não deve.

Exemplos:(1) Dra. Mônica Reis, coordenadorado projeto, visitará nosso setoramanhã.(2) Dra. Mônica Reis, que é coor-denadora do projeto, visitará nossosetor amanhã.(3) Não gosto do projeto que vocêsapresentaram.

Os funcionários desta empresaque trabalharam muito devem seraumentados.

Caso 61. Não se separa por vírgula osujeito do verbo.

2. Emprega-se a vírgula para separaro vocativo do verbo. (o sujeito éoculto, e o modo é imperativo).

3. Não se emprega vírgula emfrases curtas em ordem direta.

4. Emprega-se a vírgula para marcaro deslocamento de um termo.

Exemplos:(1) Paulo vem cá.

(2) Paulo, vem cá!(3) Parece que os palestranteschegaram.(4) Os palestrantes, parece quechegaram.

Caso 71. Termos do tipo ou melhor, a saber,digo, aliás, por exemplo, isto é e outrosque aparecem no meio da frasedevem ficar entre vírgulas.

2. A vírgula também é utilizadapara marcar a omissão do verbo.

Exemplos:(1) Houve a necessidade de umconfronto, ou melhor , de umenfrentamento.(2) O diretor não nos entende nemnós, a ele.

Page 20: Manual de Redação - UERJ
Page 21: Manual de Redação - UERJ

Acentuam-se Observações Exemplos

Todas as palavras proparoxítonas.

Século, ávido, decrépito, Câmara, súbito, cômodo, quiséssemos,

faríamos.

Incluem-se nesta regra as palavras terminadas em ditongos

crescentes.

Água, mágoa, área, superfície, Antônio, inócuo, iníquo, cônscio, tênue, série, míngua, cartório,

miséria, lábio, aéreo, vácuo, oblíquo, abstêmio, relíquia, ambíguo,

deságüe, bilíngüe.

As paroxítonas terminadas em l, n, r, x, i, is, u, us, ei, eis, um,

uns, ão, ãos, ã, ãs, ps .

Móvel, estável, Aníbal, hífen, elétron, Nélson, açúcar, fêmur, revólver,

látex, tórax, júri, cútis, vírus, bônus, pônei, fósseis, fôsseis, fórum, álbuns,

órgão, órgãos, acórdão, acórdãos, órfã, órfãs, ímã, ímãs, bíceps,

fórceps. a) As paroxítonas terminadas em ons mantêm o acento, inexistente

no caso de ens .

Nêutrons, elétrons, prótons, cólons, hifens, viagens, liquens, homens,

nuvens.b) Os prefixos terminados em i ou

r não têm acento.Semi-automático, anti-séptico, super-

homem, inter-regional.c) Pode-se ainda considerar a

regra inversa: acentuam-se todas as paroxítonas, à exceção das

terminadas em a, as, e, es, o, os, am, em e ens .

Casa, antenas, fome, condes, lucro, Carlos, falam, imagem, origens.

As terminadas em a, as, e, es, o, os, em e ens .

Pará, Satanás, café, revê, invés, vocês, complô, cipó, compôs, avós,

porém, também, contém, retêm, reféns, convéns, parabéns.

a) Não se acentuam as oxítonas terminadas em i, is, u e us precedidas de consoante.

Parti, Paris, Edu, tatu, Perus, tabus.

b) Acentua-se o porquê tônico. O porquê da crise.c) As formas verbais oxítonas em a, e e o , seguidas de lo, la, los e las , recebem acento. Se a letra

final for i , precedida de consoante ou vogal não-pronunciada, não

existe acento.

Amá-lo, fazê-la, compô-los, dispô-las, repô-las-ia, descrevê-los-íamos, matá-lo; pedi-las, parti-lo, segui-los, impedi-

la

Os monossílabos tônicos terminados em a, as, e, es, o e

os

Já, gás, fé, crê, pés, mês, Jô, Jó, nós, pôs, dá-lo, fá-lo-ia, vê-las, pô-los.

a) O acento permanece nos prefixos pós, pré e pró .

Pós-operatório, pré-história, Pró-Memória.

b) Os monossílabos em i, is, u, us, em e ens não têm acento.

Vi, quis, cru, nus, bem, vens.

c) O quê tônico é acentuado. Não sei por quê. / Para quê? / O quê da questão. / Um quê maiúsculo. /

Um quê de mistério.

a) Os ditongos abertos éi, éis, éu, éus, ói e óis.

Idéia, papéis, chapéu, mausoléus, heróis, anzóis, réis, rói, sóis, céus,

véu. Os ditongos ai, au e ui, porém,

não têm acento. Incaico, arauto, gratuito (úi).

b) O hiato ôo , quando no fim da palavra, recebe acento, mesmo

que se trate do plural ou de redução.

Enjôo, vôo, vôos, abençôo, zôo, zôos.

Monossílabos

Acentuação

Proparoxítonas

Paroxítonas

Oxítonas

Encontros vocálicos

Regras de acentuaçãoe uso da crase

Page 22: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

22

Acentuam-se Observações ExemplosAcentuação

d) Nos grupos gue, guem, gues, gui, guis, que, quem e ques , acentua-se o u tônico. Se a

terminação for gua ou qua , não existe acento.

Apazigúe, argúem, averigúes, argúi, argúis, obliqúe, obliqúem, obliqúes; averigua (gúa), apaziguas (gúas), obliqua (qúa) e obliquas (qúas).

e) Nos Hiatos, têm acento o i e o u tônicos, acompanhados ou

não de s , que não formem ditongo com a vogal anterior e

estejam isolados na sílaba.

Caída (ca-í-da, i isolado na sílaba), ateísta (ate-ís-ta, grupo is isolado na sílaba), juíza, raízes, proíbe, truísmo,

saúde, miúdo, reúnem, Criciúma, feiúra.

a) Não se acentuam o i nem o u se formarem sílaba com l, m, n, r e z (porque não estarão isolados da outra vogal na sílaba) ou se

forem seguidos de nh .

Raul, Ataulfo, ruim, amendoim, Coimbra, caindo, Constituinte,

oriundo, diurno, sairmos, atrairdes, poluir, juiz, raiz, bainha, campainha,

moinho. b) Mesmo que se trate de

palavras oxítonas, o i e o u deste caso (isolados da outra vogal na

sílaba) são acentuados.

Caí, Jundiaí, Havaí, saí, Tambaú, Jaú, Itaú, baús, Crateús, teiú

c) A regra vale também para as formas verbais seguidas de lo, la,

los e las .

Distraí-lo, substituí-la, atraí-los-á, subtraí-las-emos.

d) Não se acentua, nas palavras paroxítonas, a vogal repetida.

Saara, xiita, Mooca.

e) Mesmo precedidos de vogal, os ditongos iu e ui não têm acento.

Saiu, contribuiu, possuiu, instituiu, pauis (de paul).

Persiste nas seguintes palavras: côa e côas (verbo coar ou substantivo, sinônimo de

coação); fôrma (para diferenciar de forma); pára (verbo e prefixo,

como em pára-quedas), mas não em paras nem param; péla

e pélas (verbo pelar ou sinônimo de bola); pêlo e pêlos

(cabelo); pélo (verbo pelar); pêra (fruta, barba e interruptor), mas não em peras; Pêro (nome ou fruta); pôde (para diferenciar de pode, com som aberto); pólo e pólos (parte da Terra e jogo); pôr (verbo, para diferenciar de por, preposição); têm (verbo,

plural) e vêm (verbo, plural). Os vocábulos pôla, pôlas, pôlo e pôlos mantiveram o acento,

mas não são de uso jornalístico.

O sinal foi abolido, no entanto, em todos os demais casos.

Ele (antes, êle), selo, aquele, toda, ovo, fosse, almoço, esteve.

Acento grave Existe apenas nas crasesÀ, às, àquela, àquelas, àquele,

àqueles, àquilo, àqueloutro, àqueloutros, àqueloutra, àqueloutras

AbreviaturasSe numa abreviatura se

mantém a sílaba acentuada da palavra, o sinal permanece

Séc. (século), págs. (páginas), côn. (cônego).

Trema Usa-se quando o u depois do q

ou g for pronunciado.Repare que só existe trema antes

de e e i .

Agüentar, seqüestro, tranqüilo, lingüiça, qüinqüênio, eqüino,

freqüente, conseqüência, agüei, Birigüi, ambigüidade, eqüestre,

Anhangüera.

Acento diferencial

Encontros vocálicos

Page 23: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

23

Casos Obrigatório Proibido Facultativo

Antes de palavras femininas

Quando admitirem artigo e o termo regente pedir

preposição. Ex: Devemos obedecer às leis.

Se não houver ambas as condições. Ex: Danificaram a

estrada

Nomes próprios referentes a pessoas. Ex: Refiro-me

(a ou à) Gabriela.

Antes de palavras masculinas

Quando estiver subentendida a locução prepositiva à moda de . Ex: Escreveu um texto à

Machado de Assis.

Ex: viajar a convite, traje a rigor, passeio a pé, sal a gosto, tv a cabo, barco a

remo, carro a álcool.Antes de verbos Ex: Estava disposto a ajudar.

a) Pronomes de tratamento senhora e senhorita . Ex: Peço à senhora que não vá agora.

b) Pronomes relativos a qual ou as quais , quando o verbo

exigir preposição. Ex: Esta é a moça à qual me referi.

c) Pronomes demonstrativos a, aquele, aqueles, aquelas.

Ex: Fui àquela loja./ A cena é igual à que vi ontem.

Antes de palavras no pluralQuando não forem definidas pelo artigo. Ex: Discutiam a

portas fechadas.

Antes de nomes de lugaresQuando admitir artigo. Ex:Vou

à Bahia.Quando não admitir artigo. Ex:

Vou a Lisboa.

Adverbiais femininas. Ex: às pressas; à noite; à vontade.

Prepositivas femininas. Ex: à custa de; à beira de; à moda

de.Conjuntivas femininas. Ex: à medida que; à proporção que;

Indicação de horas Ex: Chegamos às dez horas.Depois da palavra para. Ex: O

jogo foi adiado para as 22 horas.

Antes de casa e terraQuando houver modificadores. Ex: Fomos à casa de Joana.

Quando não houver modificadores. Ex: Chegamos

a casa e descansamos.

Expressão a distânciaSe aparecer determinada. Ex:

Olhei o local à distância de uns 50 metros

Se não estiver determinada. Ex: Olhei o local a distância.

Locuções Adverbiais formadas por

elementos repetidos. Ex: gota a gora; cara a cara.

Locuções de instrumento ou meio. Ex: (a ou à) mão; (a ou

à) vela.

Uso de Crase

Antes de pronomes

Na maioria deles, por não admitirem artigos. Ex:

Respondi a todas as cartas. Não é o salário a que aspiro.

Referiram-se a nós

Possessivos femininos. Ex: Não me referi (a ou à) sua

mãe.

Page 24: Manual de Redação - UERJ
Page 25: Manual de Redação - UERJ

• Entidades, organizações políticase instituições ligadas ao Estado esuas subdivisões, departamentos erepartições, quando a palavra tivervalor de substantivo próprio (obs:quando a referência é inde-terminada, não específica, a palavratem valor de substantivo comum,assim sendo, tem a inicial minúscula).Ex.: “O representante da Prefei-tura não foi ao encontro de prefei-turas de todo o país.”

• Períodos, episódios e momentoshistóricos.Ex.: a Revolução Francesa, a Semanade Arte Moderna, a Guerra deCanudos.

• Festas e datas religiosas, come-morações cívicas e tradicionais. Ex.:Quarta-Feira de Cinzas, o Dia daIndependência (o carnaval éexceção).

• Eventos esportivos e culturais. Ex.:os Jogos Olímpicos, o Festival deGramado.

Os padrões de editoraçãoutilizados para este Manual são emsua maioria adotados univer-salmente, com algumas exceções ecaracterísticas próprias.

MaiúsculasO uso da letra maiúscula é

indispensável em:• Aberturas de parágrafos e frases,citações e nomes próprios.

• Nomes e sobrenomes de pessoas;apelidos; pseudônimos.

• Lugares, endereços, regiões,acidentes geográficos, edifícios,prédios e monumentos, estabele-cimentos públicos ou particulares,estádios, ginásios, autódromos,hipódromos, aeroportos, ferrovias,rodovias, cemitérios.

• Instituições da sociedade como aIgreja, a Imprensa, a Justiça.

• Os nomes dos poderes Executivo,Legislativo e Judiciário.

Padrões e convenções

Page 26: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

26• Títulos de jornais, revistas,produções culturais ou artísticas.

• Nomes de impostos e taxas.

• Nomes de comendas e ordens.

MinúsculasUsam-se em:

• Unidades político administrativas.Ex.: país, estado, município.

• Gentílicos de povos e grupos étnicos.Ex.: os franceses, os astecas, os carajás.

• Formas de tratamento.Ex.: senhor, senhora, sr., sra, dona.

• Títulos pessoais e cargos; pro-fissões e profissionais.Ex.: o presidente A, o dentista B, odeputado C.

• Títulos honoríficos como cidadãohonorário, cidadão benemérito.• Nomes de ciências, disciplinas,ramos do conhecimento.

Pesos e medidas• Só se abreviam pesos e medidasse a quantidades estão todas emalgarismos.Ex.: 45t, 3000 km.

• Se as quantidades estão porextenso, ou pelo menos uma parte,

não se abrevia.Ex.: cinco toneladas, 450 milquilômetros.

• Só se abreviam pesos e medidasdo sistema decimal.Ex.: quilo (kg), metro (m), tonelada(t), quilômetro (km). Os demais (libra,hectare, alqueire...) sempre por extensoe com equivalente no sistema decimal.

• As abreviaturas de pesos emedidas não fazem plural nem sãoseguidas de ponto.Ex.: 25 km, e não 25 “kms”.

Datas• Amanhã e ontem têm preferênciasobre os dias da semana.Ex.:“Acontecerá amanhã” e não“acontecerá nesta sexta-feira”.

• O que acontecerá nos próximossete dias deverá ser referido pelo diada semana e não do mês.

• Deve ser evitado o uso da palavraanteontem.

Horas e tempo• Abreviar hora (h). Os minutos nãotêm abreviatura. Ex.: 18h30, 6h15.

• Usa-se meio-dia no lugar de 12he meia-noite em vez de 24h.

Page 27: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

27Cefet – Centro Federal de Edu-cação Tecnológica no caso do Rio,completado com Celso Suckow daFonseca)Cepuerj – Centro de Produçãoda Universidade do Estado doRio de JaneiroCET-Rio – Companhia deEngenharia de TráfegoCiee – Centro de IntegraçãoEmpresa-EscolaCLT – Consolidação das LeisTrabalhistasComlurb – Companhia Municipalde Limpeza UrbanaCoppe-UFRJ – Coordenação dosProgramas de Pós-Graduação daUniversidade Federal do Rio deJaneiroCoren – Conselho Regional deEnfermagemCPI – Comissão Parlamentar deInquéritoCPF – Cadastro de Pessoa Física(do Imposto de Renda)Crea – Conselho Regional deEngenharia, Arquitetura eAgronomiaCremerj – Conselho Regional deMedicinaDetran – Departamento deTrânsito

• Para expressar a duração de umfato, escreve-se por extenso.Ex.: “O incêndio durou sete horas.”

Siglas mais usadasAlerj – Assembléia Legislativa doEstado do Rio de JaneiroAmes – Associação Municipal dosEstudantes SecundaristasAndes – Sindicato Nacional dosDocentes de Instituições de EnsinoSuperiorAnatel – Agência Nacional deTelecomunicaçõesAneel – Agência Nacional deEnergia ElétricaANP – Agência Nacional de PetróleoAsep – Agência Reguladora deServiços Públicos Concedidos(estadual)BC – Banco Central (a sigla oficialé Bacen)BNDES – Banco Nacional de De-senvolvimento Econômico e SocialCAp – Colégio de Aplicação (daUFRJ ou da Uerj, no caso, FernandoRodrigues da Silveira)Capes – Coordenação de Aper-feiçoamento de Pessoal de NívelSuperiorCAT – Central de Apoio aoTrabalhador

Page 28: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

28ECT – Empresa Brasileira deCorreios e TelégrafosEmbrapa – Empresa Brasileira deAgropecuáriaEnem – Exame Nacional doEnsino MédioFaetec – Fundação de Apoio àEscola TécnicaFeema – Fundação Estadual deEngenharia do Meio AmbienteFesp – Fundação Escola de ServiçoPúblicoFGTS – Fundo de Garantia porTempo de ServiçoFGV – Fundação Getúlio VargasFies – Financiamento EstudantilFinep – Financiadora de Estudose ProjetosGED – Gratificação de Estímuloà DocênciaIbama – Instituto Brasileiro doMeio Ambiente e dos RecursosNaturais RenováveisIBGE – Fundação Instituto Bra-sileiro de Geografia e EstatísticaIME – Instituto Militar de En-genhariaInca – Instituto Nacional doCâncerInmetro – Instituto Nacional deMetrologia, Normalização eQualidade Industrial

INPI – Instituto Nacional dePropriedade IndustrialINSS – Instituto Nacional deSeguridade SocialIpea – Instituto de EstudosAvançados em EducaçãoIPTU – Imposto Predial eTerritorial UrbanoITA – Instituto Tecnológico daAeronáuticaMEC – Ministério da EducaçãoNuseg – Núcleo Superior de Es-tudos Governamentais (da Uerj)OAB – Ordem dos Advogados doBrasilPMRJ – Polícia Militar do Estadodo Rio de JaneiroPUC – Pontifícia UniversidadeCatólicaRadiobrás – Empresa Brasileira deRadiodifusãoRioluz – Empresa Municipal deIluminação PúblicaSenac – Serviço Nacional deAprendizagem ComercialSenai – Serviço Nacional deAprendizagem IndustrialSesu – Secretaria de EducaçãoSuperior (do MEC)Sine – Sistema Nacional deEmpregosSMTU – Superintendência Muni-

Page 29: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

29cipal de Transportes UrbanosSTJ – Superior Tribunal de JustiçaTCE – Tribunal de Contas doEstadoTRE – Tribunal Regional EleitoralTRT – Tribunal Reginal doTrabalhoTS – Tribunal SuperiorTST – Tribunal Superior doTrabalhoUbes – União Brasileira dosEstudantes SecundaristasUEE – União Estadual dosEstudantesUenf – Universidade Estadual doNorte FluminenseUerj – Universidade do Estado doRio de JaneiroUFF – Universidade FederalFluminenseUFRRJ – Universidade FederalRural do Rio de JaneiroUGF – Universidade Gama FilhoUNE – União Nacional dosEstudantesUnicamp – Universidade deCampinasUniRio – Universidade do Rio deJaneiro (federal)Uppe – União dos ProfessoresPúblicos no Estado

Siglas dos Estados

AC – AcreAL – AlagoasAM – AmazonasAP – AmapáBA – BahiaCE – CearáDF – Distrito FederalES – Espírito SantoGO – GoiásMA – MaranhãoMG – Minas GeraisMS – Mato Grosso do SulMT – Mato GrossoPA – ParáPB – ParaíbaPE – PernambucoPI – PiauíPR – ParanáRJ – Rio de JaneiroRN – Rio Grande do NorteRO – RondôniaRR – RoraimaRS – Rio Grande do SulSC – Santa CatarinaSE – SergipeSP – São PauloTO – Tocantins

Page 30: Manual de Redação - UERJ
Page 31: Manual de Redação - UERJ

Ao escrever textos jornalísticos, épreciso estar atento a algumas regrassimples que tornam a leitura maisagradável, objetiva e de fácilentendimento. Veja algumas dicas:

1. Evite lead com tom oficioso. Émais importante identificar oacontecimento com clareza. Nolugar de “A governadoraBenedita da Silva vai anunciarnesta sexta-feira o novo secre-tariado”, prefira “O novosecretariado será anunciadonesta sexta-feira pela gover-nadora Benedita da Silva”.

2. Não repita palavras ou ex-pressões da linguagem oral nareprodução de declaraçãotextual. Edite o que foi faladoadequando às normas gra-maticais, sem alterar o sentidoda declaração.

3. Lembre-se da imparcialidadedo jornalista. Adjetivos que

implicam juízos de valor –bonito/feio, verdadeiro/falso,certo/errado – devem serdeixados de lado. Que tal usaradjetivos que enfatizem comprecisão o sentido do subs-tantivo, como redondo, qua-drado, amarelo, azul.

4. Não abuse dos recursosestilísticos.

Atenção aos erros gramaticais eortográficos mais freqüentes:

1. “Mal cheiro”, “mau-humora-do”. Mal opõe-se a bem e mau,bom. Assim: mau cheiro (bomcheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mauhumor, mal-intencionado, maujeito, mal-estar.

2. Entre “eu” e você. Depois depreposição, usa-se mim ou ti:Entre mim e você./Entre eles e ti.

3. “Há” dez anos “atrás”. Há e

O que se deve evitar

Page 32: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

32Vai amanhã ao cinema./Levouos filhos ao circo.

8. Atraso implicará “em” punição.Implicar é direto no sentido deacarretar, pressupor: Atrasoimplicará punição./Promoçãoimplica responsabilidade.

9. Não viu “qualquer” risco. Énenhum, e não “qualquer”, quese emprega depois de negativas:Não viu nenhum risco./Ninguém lhe fez nenhumreparo./Nunca promoveunenhuma confusão.

10. A feira “inicia” amanhã.Alguma coisa se inicia, seinaugura: A feira inicia-se(inaugura-se) amanhã.

11. O time empatou “em” 2 a 2. Apreposição é por: O timeempatou por 2 a 2. Repare queele ganha por e perde por. Damesma forma: empate por.

12. O processo deu entrada “juntoao” STF. Processo dá entradano STF. Igualmente: O jogadorfoi contratado do (e não “juntoao”) Guarani. /Cresceu muitoo prestígio do jornal entre os (enão “junto aos”) leitores./Eragrande a sua dívida com o (enão “junto ao”) banco./A

atrás indicam passado na frase.Use apenas há dez anos ou dezanos atrás.

4. “Entrar dentro”. O certo:entrar em. Veja outras redun-dâncias: Sair fora ou para fora,elo de ligação, monopólioexclusivo, já não há mais, ganhargrátis, viúva do falecido.

5. Preferia ir “do que” ficar.Prefere-se sempre uma coisa aoutra: Preferia ir a ficar. Épreferível segue a mesmanorma: É preferível lutar amorrer sem glória.

6. O certo é exceção, ao invés deexceção. Confira mais algunsexemplos; entre parênteses estáa grafia correta: paralizar(paralisar), beneficiente (bene-ficente), xuxu (chuchu), pre-vilégio (privilégio), vultuoso(vultoso), cincoenta (cinqüenta),zuar (zoar), frustado (frustrado),calcáreo (calcário), advinhar(adivinhar), benvindo (bem-vindo), ascenção (ascensão),pixar (pichar), impecilho (empe-cilho), envólucro (invólucro).

7. Chegou “em” São Paulo. Ver-bos de movimento exigem a, enão em: Chegou a São Paulo./

Page 33: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

33reclamação foi apresentada ao(e não “junto ao”) Procon.

13. “Cerca de 18” pessoas o sau-daram. Cerca de indica arre-dondamento e não pode apa-recer com números exatos:Cerca de 20 pessoas o sauda-ram.

14. Ministro nega que “é” negli-gente. Negar que introduzsubjuntivo, assim como em-bora e talvez: Ministro nega queseja negligente./O jogadornegou que tivesse cometido afalta./Ele talvez o convide paraa festa./Embora tente negar, vaideixar a empresa.

15. A artista “deu à luz a” gêmeos.A expressão é dar à luz, apenas:A artista deu à luz quíntuplos.Também é errado dizer: Deu“a luz a” gêmeos.

16. Comeu frango “ao invés de”peixe. Em vez de indicasubstituição: Comeu frango emvez de peixe. Ao invés designifica apenas ao contrário: Aoinvés de entrar, saiu.

17. Já “foi comunicado” da de-cisão. Uma decisão é co-municada, mas ninguém “écomunicado” de alguma coisa.

Assim: Já foi informado(cientificado, avisado) dadecisão. Outra forma errada: Adiretoria “comunicou” osempregados da decisão.Opções corretas: A diretoriacomunicou a decisão aosempregados./A decisão foicomunicada aos empregados.

18. O pai “sequer” foi avisado.Sequer deve ser usado comnegativa: O pai nem sequer foiavisado./Não disse sequer oque pretendia./Partiu semsequer nos avisar.

19. Comprou uma TV “a cores”.Veja o correto: Comprou umaTV em cores (não se diz TV “a”preto e branco). Da mesmaforma: Transmissão em cores,desenho em cores.

20. “Haja visto” seu empenho... Aexpressão é haja vista e nãovaria: Haja vista seu empenho./Haja vista seus esforços./Hajavista suas críticas.

21. É hora “dele” chegar. Não sedeve fazer a contração dapreposição com artigo oupronome, nos casos seguidosde infinitivo: É hora de elechegar./Apesar de o amigo tê-

Page 34: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

3416. Multas são aplicadas.17. Prisões preventivas sãodecretadas ou pedidas.18. Os estados são separados pordivisas.19. Os países são demarcados porfronteiras.20. O aumento entra em vigor nodia 1º.21. As passagens estarão mais carasa partir do dia 1º.

É preciso ficar atento às palavrashomônimas, ou seja, que têm grafiaou pronúncia semelhantes, mas comsignificados diferentes. As maisconhecidas são:1. Abjeção (baixeza) e objeção(contestação)2. Acender (pôr fogo) e ascender(subir, elevar-se)3. Acidente (desgraça, aconteci-mento casual) e incidente (episódio)4. Amoral (destituído do senso demoralidade) e imoral (desonesto)5. Aresto (decisão judicial) e arresto(apreensão de bens por decisãojudicial)6. Acerto (ajuste) e asserto(afirmação)7. Acento (sinal gramatical) eassento (banco)

lo convidado.../Depois deesses fatos terem ocorrido...

Cuidado com as impropriedades dalinguagem. As formas corretas são:1. Funcionários públicos da ativarecebem vencimentos.2. Servidores aposentados recebemproventos e benefícios.3. Viúvas e herdeiros de apo-sentados recebem pensões.4. Trabalhadores regidos pela CLTrecebem salários.5. Deputados, senadores, prefeitose vereadores recebem subsídios ouvencimentos.6. Presidente da República egovernadores recebem subsídios eajudas de representação.7. Nos orçamentos, a Despesa éfixada e a Receita, estimada.8. Funcionários da justiça sãoserventuários.9. Juiz não dá parecer. Vota, dásentença ou julga.10. Habeas-corpus são requeridos.11. Mandados de segurança sãoimpetrados.12. Recursos são interpostos.13. Sentenças são proferidas.14. Apela-se da decisão do juiz.15. Injunções são feitas.

Page 35: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

358. Área (superfície) e ária (cantiga)9. Arrear (pôr arreios) e arriar(abaixar)10. Bucho (estômago) e buxo (planta)11. Cartucho (canudo de papel) ecartuxo (diz respeito à Cartuxa,ordem religiosa)12. Caça (v. caçar _ perseguir, catar,buscar), cassa (tecido) e cassa (v.cassar _ tornar sem efeito os direitospolíticos)13. Cela (aposento de presos oureligiosos) e sela (arreio)14. Cem (numeral) e sem (pre-posição)15. Ratificar (confirmar, validar) eretificar (corrigir, emendar)16. Recrear (dar recreio a) e recriar(tornar a criar)17. Remição (ato de remir) eremissão (indulgência)18. Ruço (pardo) e russo (daRússia)19. Sede (lugar), sede (necessidadede beber; v. ser) e cede ( v. ceder)20. Soar (ecoar) e suar (transpirar)21. Tacha (prego) e taxa(imposto)22. Tachar (censurar) e taxar (fixarpreço; tributar)23. Tráfego (trânsito, transporte) etráfico (comércio)

24. Vez (ocasião) e vês (v. ver)25. Viagem (substantivo, jornada) eviajem (conjugação do verbo viajar)

Se na época da Reforma Religiosa,no século XVII, foi imposto o In-dex com a lista de livros proibidos,também na redações dos jornaiscirculam listas de palavras e expres-sões proibidas. Confira mais algu-mas:1. abusar de menor2. aduzir3. agente da lei4. agente do mal5. ainda ontem6. alavancagem, alavancar7. altas personalidades8. a nivel9. a partir no lugar de em (o corretoé “As passagens ficaram mais carasna segunda-feira”, e não “... a partirde segunda-feira”)10. apelos insistentes11. a rigor12. Arma no lugar de Força (asForças Armadas são constituídaspor Forças: Exército, Marinha eAreonáutica. O Exército é que écomposto por Armas: Infantaria,Cavalaria, Artilharia etc)13. assessor direto

Page 36: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

36ação, acionar, processar etc?)38. delito39. decúbito40. defasagem41. denso (em frases que incluempalavras como “instigante”)42. desafeto43. desafio aberto44. descartar45. disposição em (o certo é dis-posição para/disposição de)46. a até47. efetivo da PM48. elaborar (em lugar de estudar,preparar, discutir etc)49. elemento (em lugar de pessoa,homem, ladrão etc)50. em termos de51. encontrou a morte52. enfermidade53. entrar pela madrugada54. equacionamento de problema55. erva maldita56. excessivamente nervoso,visivelmente nervoso57. fazer entrega de58. físico avantajado59. flexibilização60. foi colhido por (pela morte, porexemplo)61. fone (para abreviar telefone,use tel)

14. autoridades policiais15. ataúde16. atear fogo17. até porque18. ato tresloucado19. a Câmara vetor (quem veta é oExecutivo. Câmara rejeita)20. breve alocução (expressãoredudante, pois alocuação é semprebreve)21. brincadeira à parte22. canais competentes23. carinhosamente chamado24. causa mortis25. causídico26. celeuma27. chefe da nação (a não ser quandose tratar de nação indígena)28. choque espetacular29. colocar, colocação30. comparsa31. comunicado de que32. confidenciar33. confessar-se (por declarar-se,dizer-se)34. confirmar presença35. consenso geral (por consenso)36. crise acirrada, acirramento dacrise37. dar entrada na Justiça, ingressarna Justiça com, entrar na Justiça (quetal usar impetrar, requerer, mover

Page 37: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

3762. frei por frade (“Frei Estevãodeclarou... O frade revelou...”)63. frisar64. genitor65. gesto extremo66. gol espetacular67. implantar (por criar, instituir,construir, estabelecer, iniciar)68. implementar69. implementos (a não ser quandose tratar dos agrícolas)70. implicar em (somente aceito naacepção de “envolver”: “Implicou-ono roubo das bicicletas”)71. inconformado72. indivíduo (use apenas na acepçãoculta da palavra)73. instigante74. junto com (nos casos em que forpossível usar somente “com”)75. larápio76. lavrar o auto77. magistrado78. mal súbito79. manter encontro, manter reunião eoutras manutenções indébitas80. matrimônio81. meliante82. militar, em lugar de policial militar83. molestar menor84. muito embora85. natural de (por nascido em, ou

nasceu em)86. onde (no lugar de em que)87. penalizar (por punir)88. pleito (que não seja eleição)89. poetisa (use a poeta, o poeta;,substantivo comum-de-dois)90. polaco (o adjetivo referente àPolônia é polonês)91. por razões92. por sua vez93. portar arma94. porte elétrico95. posicionamento96. postular97. praça de guerra98. precioso líquido99. profissional do volante100. questionado, questionamento101. rapto (quando for no sentidode seqüestro)102. remover corpos103. residência104. Revolução de 64 (use movi-mento militar)105. sendo que106. sinalizar (em se tratando deeconomia)107. sistemática do decreto108. sofrer alteração109. soldado do fogo110. telinha, quando estiver sereferindo à televisão (TV)

Page 38: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

38111. tititi112. todos são unânimes em dizer113. tudo começou114. verdadeira praça de guerra115. vias de fato116. viatura (em lugar de carro, dapolícia ou não)117. violento terremoto

NÃO COMPLIQUE; DESCOMPLIQUE.Em vez de... Use...coletivo ônibuscolisão batidacontundido machucadoesposa mulherfalecer morrerfamiliares parentesmansão ou residência casamiserável pobrepelo contrário ao contráriopovo (sociedade) população, sociedadeóbito morteraça (humana) etniarezar (para evangélicos) orarsanitário ou toalete banheiroviatura carro

Page 39: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

39

CACOETES DE LINGUAGEM QUE DEVEM SER EVITADOSabrir com chave de ouro chegar a um

determinador comumextrapolar pergunta que não quer

calarantes de mais nada com direito a familares inconsoláveis preencher uma lacunaaparar as arestas confortável mansão fazer por merecer prejuízos incalculáveisataque fulminante congestionamento

monstrofazer uma colocação quebrar o protocolo

atirar/lançar farpas conseqüênciasimprevisíveis

fonte inesgotável requintes de crueldade

a todo o vapor consternar-seprofundamente

fortuna incalculável respirar alividado

a toque de caixa corações e mentes gerar polêmica rota da colisãoatuação impecável(imprevisível, intocável)

coroar-se de êxito Iimportância vital ruído ensurdecedor

avançanda tecnologia correr por fora inflação galopante sal da terraa voz rouca das ruas debelar as chamas inserido no contexto ser o azarãobater de frente comalguém

desabafar (comosinônimo de dizer)

inundar (quando não sereferir a enchente)

sonora (estrepitosa)vaia

caixinha de surpresas detonar um processo jóia da coroa tirar uma resoluçãocalorosa recepção disparar (como

sinônimo de dizer)líder carrismático trair-se pela emoção

caloroso abraço dispensar apresentação literalmente tomado trocar figurinhascalorosos aplausos do Oiapoque ao Chuí luz no fim do túnel usina de idéiascaminho já trilhado duras (pesadas) críticas na vida real verdadeiro tesourocardápio da reunião em nivel de no fundo do poço via de regracarreira brilhante enquanto (quando

significar condição de)óbvio ululante visivelmente

emocionado (nervoso)carreira meteórica erro gritante os quatro cantos do

mundovítimas fatais

catapular escoriaçõesgeneralizadas

pavoroso incêndio vitória esmagadora

causar espécie estrondoso (fulgurante,retumbante) sucesso

perda irreparável

Page 40: Manual de Redação - UERJ
Page 41: Manual de Redação - UERJ

O conteúdo e o visual da publicação devem definir de forma clara operfil do veículo para que este seja compatível com o seu público alvo,isto é, as matérias e reportagens devem ser pertinentes ao interesse dopúblico e a parte gráfica deve ter um estilo que agrade aos seus leitores,com elementos em plena sintonia com as expectativas deles. Assim, ouso da ilustração, como fotos, mapas, gráficos, vinhetas ou infográficos,é importante para a publicação. Elas tornam o veículo mais leve, agra-dável e peculiar, criando uma identidade visual própria, diferente dasoutras publicações.

As imagens são informação. Elas mostram a notícia a partir de umângulo especial, o ângulo do repórter fotográfico. Mas, embora seja umapessoa que está tirando a foto, ou seja, apesar da foto ser um recorte da

realidade feito pelo fotógrafo, ela é tida pelosleitores como imparcial e idônea: se está nafoto é verdade!

A fotografia complementa e dá vera-cidade à notícia, ela é importante paraconfirmar a informação. Por exemplo: emuma reportagem sobre manifestações énecessário o uso de alguma foto que possa

dar dimensão do evento, uma fotodramática, tentando comover oleitor através da situação mostrada(foto 1), ou uma foto sobre um mo-mento significativo (foto 2).

Uso da imagemnos veículos impressos

Foto 1

Foto 2

Page 42: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

42Fotos podem ser utilizadas para situar o leitor no espaço descrito pela

reportagem. Uma reportagem sobre uma agência de publicidade, ondea notícia é a tecnologia utilizada por ela para desenvolver um determinadocomercial, pode conter fotos das salas da agência, fotos dos programas

de computador utilizados noproduto, e da equipe que tra-balha (quadro 1).

Casos como a foto 3 sãoimportantes devido á força daimagem, não é preciso dizernada. A foto é totalmentecompreensível, além de sercar regada em emoção. É a

típica foto que vende a matéria, apenas o leitor vai ler a reportagempara saber o que houve e quais as proporções. Essa reportagem aindaconta com uma seqüência de fotos (quadro2) para contar a história da forma maisprecisa, através imagens, pois as palavraspodem levar o leitor a criar uma imagem,que provavelmente vai ser diferented aimagem real. Assim, fotos raras, momentosda realidade chocantes, devem entrar naedição das reportagens, pois chamam aatenção do leitor para a matéria.

Quadro 1

Quadro 2

Foto 3

Page 43: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

43Edição da Reportagem

A edição consiste em adaptar a reportagem ao espaço disponível. Epor isso nem sempre é possível colocar várias fotos. O importante é queo equilíbrio da página é estético. A qualidade e a informação contida nafoto são os fatores que determinam qual será utilizada. A reportagemcom foto acaba tendo mais importância do que sem ela.

FotografandoÉ importante ressaltar que a foto cria expectativa no leitor, ela chama

atenção e vende o produto que está nas bancas. A fotografia é a testemunhaocular de total credibilidade e o ato de fotografar é físico-mecânico, oque a torna imparcial. Existem casos onde a foto é mais interessante doque a reportagem. E, às vezes, a foto é utilizada para levantar, melhorar, aqualidade da matéria.

Quanto mais opções o editor tiver na hora de escolher a foto que vaientrar na matéria, melhor será a sua edição. Por isso, o repórter fotográficodeve tirar sempre fotos horizontais e verticais (fotos 4 e 5), de diversosângulos (fotos 6,7,8 e 9) e nos modos sintético (resumo do Lead da matéria,foto 10), descritivo (geral do local, situando todos os presentes no local,foto 11) e pormenorizada (detalhes, foto 12).

LegendasO texto que acompanha a foto é chamado de legenda. Ele não explica

a foto, a foto tem que se explicar. Mas, ele pode e deve trazer umainformação não contida na foto, como o nome da pessoa que aparece,ou o que aconteceu depois do momento em que a foto foi tirada.

IlustraçõesPara fins didáticos dividiremos as ilustrações em duas linhas. Ilustração

independente da matéria e ilustração complementar de matéria. A primeiraseria as Charges, os cartuns e os quadrinhos, que possuem conteúdo próprio.

Page 44: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

44A ilustração complementar seria toda aquela que acompanha um texto,seja para decorá-lo, enriquecê-lo ou acrescentar seu conteúdo.

Charges, Cartuns e quadrinhos.Charges: Sempre tratam de um assunto que é ou foi notícia em um

período recente. Destacam-se pelo conteúdo muitas vezes político epolêmico. (figura 1) Na grande maioria das vezes trazem celebridades,políticos, pessoas conhecidas do grande público como protagonistas. Ébastante autoral, ou seja, exprime muitas vezes o ponto de vista do chargista.Recebe um tratamento de destaque. Geralmente é uma sub-seção doprimeiro caderno (no caso dos jornais). Não tem formato e tamanhosdefinido,. sua periodicidade acompanha a do veículo. Se este é diário, apublicação da charge também será diária.

Cartum: É de conteúdo lúdico, atemporal. Não tem compromisso coma realidade. O humor está presente em quase todas as peças. Não temformato e tamanhos definidos. Não tem um protagonista fixo.(figura 2)Este pode ser qualquer pessoa, animal ou objeto. O local e a periodicidadede publicação varia conforme o veículo.

Quadrinhos: Como o Cartum, é de conteúdo lúdico, atemporal, nãotem compromisso com a realidade, e prima pelo humor. Porém, salvoalgumas exceções, possui um leque de personagens que são protagonistasfixos. (figura 3) Geralmente é um esquete com começo meio e fim ou umcapítulo de uma pequena novela. O local e a periodicidade de publicaçãovaria de acordo com o veículo, sendo que pode estar atrelado a um cadernoespecífico, como um semanário infantil.

Por ser independentes, essas ilustrações estão sujeitas a poucas convenções.Porém deve-se atentar para o local onde essas ilustrações estarão dispostasno veículo. Um cartum ou quadrinho não fica bem ao lado de uma colunapolicial. Tampouco uma charge política não deve estar num caderno de

Page 45: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

45cultura. A linha editorial do veículo também deve ser observada. Se estefor uma revista de esportes, por exemplo, o Cartum deve preferencialmenteter esse tema.

Ilustrações complementaresAs ilustrações que complementam um texto devem ter uma conexão

física com ele para que o leitor possa interligá-los. Devem estar na mesmapágina, conectados por legendas ou por elementos gráficos de editoração,como ícones e barras coloridas que os identifiquem como parte de umtodo comum.

Algumas dessas ilustrações podem ter caráter meramente decorativo.(figura 4) Várias podem ser suas justificativas. Aliviar o bloco de texto paratornar a leitura mais agradável, identificar graficamente o assunto do textosem necessidade de se iniciar a leitura, (figura 5) substituir a falta de umaeventual fotografia, ou simplesmente enriquecer o texto (figura 6). Outrasservem de ícones para pequenos textos ou para ilustrar situações hipotéticasou de um passado que não fora devidamente ilustrado (figura 7).

InfográficosChamaremos de infográfico toda ilustração que se destine a explicar ou

destacar algum aspecto do texto a ele anexado. São exemplos deinfográficos: mapas, gráficos numéricos, simulação de situações, maquetese plantas de edificações, tabelas personalizadas e etc..(figuras 8, 9, 10, 11).

Os infográficos devem sempre conter uma informação relevante ouuma informação já detalhada no texto, mas que precise de uma soluçãográfica para ser melhor interpretada.

Os mapas podem ser meramente geográficos ou estarem em umcontexto histórico. Vários mapas podem ser usados em seqüência pararepresentar uma situação, como o avanço de um exército durante anos ouo aumento de uma área desértica através dos séculos. Se não importaremmuito ao contexto, detalhes geográficos como relevo, pequenas nuancesde rios e fronteiras podem ser suavizadas ou até mesmo descartadas. As

Page 46: Manual de Redação - UERJ

localidades que não tiverem importância no contexto não precisam serassinaladas. Além das linhas de fronteiras, o uso de cores para diferenciaras áreas é essencial. O uso desse recurso deve estar sempre associado alegendas, que devem estar próximas ao mapa. Quando é necessário quese dê à idéia de movimento, podem ser usadas setas, que também podemter cores e legendas próprias.(figura 12)

Gráficos numéricos são muito usados em matérias de economia,sociologia, e até saúde. Os mais usados são os de linhas, barras, colunas epizza. Neles podem ser usados elementos que os identifiquem melhorcom o texto. Exemplo: num gráfico sobre saúde que fale da média deremédios consumidos por faixa etária, podem ser usadas ilustrações depílulas como unidade de valor, e uma legenda traduzir que cada píluladaquela equivale a 10 gramas de remédio. (figura 13)

Ilustrações podem ser usadas na dramatização de situações das quais érelevante que se descreva detalhadamente o ocorrido a partir de um relato.Num seqüestro, por exemplo, a ação dos banidos é simulada através dequadrinhos. É importante que o ilustrador seja o mais fiel possível aorelato, não dando margem à outras interpretações do fato.

Page 47: Manual de Redação - UERJ
Page 48: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

48

agilidade – Qualidade essencial dojornalismo. A agilidade de um jornalse mede por sua capacidade defazer o produto mais informativo,analítico, completo e rigoroso nomenor tempo possível. Oplanejamento ajuda a garantir aqualidade do jornal todos os dias,mas o jornalista deve estar prontopara modificar tudo o que tiver sidoplanejado, quando as condições oexigirem.

arte – Tudo o que puder serapresentado na forma de tabelas,mapas, quadros e gráficos não deveser editado na forma de texto. Atendência do jornalismo é a uti-lização cada vez maior de artes,principalmente coloridas, queatraem mais o leitor do que o texto.Admite-se que algumas artes con-tenham apenas texto, quandohouver necessidade de destacarinformação verbal (artes do tipo

“Para entender o caso”, ficha técnica,cronologia, glossário). Nesses casos,redija o texto em tópicos separados.

artigo – Gênero jornalístico quetraz interpretação ou opinião doautor. Sempre assinado. Pode serescrito na primeira pessoa. Umjornal se reserva o direito de nãopublicar artigo que, na opinião desua assessoria jurídica, veiculecalúnia, difamação ou injúria, oupossa, por qualquer outro motivolegal, dar margem a processojudicial com base na legislação emvigor. Embora a responsabilidadejurídica pelo artigo caiba a quem oassina, a responsabilidade jorna-lística e política cabe ao jornal.Decisão quanto à publicação ounão de artigo compete à Direçãode Redação.

barriga – Publicação de grave errode informação. Quando um jornal

Glossário jornalístico

Page 49: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

49erra, reconhece o erro. Quandooutro veículo de informação erra,o jornal noticia quando o lapso temgrande importância jornalística.

bigode – Designa o fio, origi-nalmente mais grosso no centro efino nas pontas, que separa textos,títulos, fotografias etc. Não ocupatoda a largura do material quesepara.

boneca/boneco – Modelo gráficosimulado de um jornal, caderno, li-vro ou revista a ser impresso. Suafunção é permitir uma visualizaçãodo conjunto formado por textos,fotos e outros elementos gráficosnas páginas. É confeccionado nomesmo formato em que se pretendeimprimir.

boneco fotográfico – Jargãoeditorial que designa fotografia deuma pessoa em que aparecem seurosto, em geral de frente, e parte doseu tronco.

box – Texto curto que aparececercado por fios, em associaçãocom outro texto, mais longo. Podeser texto de serviço, biografia,

reprodução integral de um do-cumento, diálogo, pequena en-trevista pingue-pongue, comentário,aspecto pitoresco da notícia etc.

broche – É a foto ou ilustraçãoaplicada sobre outra foto ou ilus-tração maior, em região de poucainformação visual. Funciona comoinformação complementar. Usecom critério e parcimônia. Tambémé chamado de destaque.

caderno – Cada um dos conjuntosde folhas dobradas, com nomínimo quatro páginas, quecompõem o jornal. Um jornal usaintensivamente o recurso de criarcadernos e subcadernos para aten-der a interesses específicos de seusleitores, seguindo uma tendência dojornalismo contemporâneoconhecida como segmentação.

calhau – Determinados anúnciosreferentes ao próprio jornal pre-parados com antecedência parapreencher, sempre que necessário,espaços em branco de uma páginacriados pela falta de material pre-visto (jornalístico ou de publici-dade). Faça tudo o que puder para

Page 50: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

50evitar seu uso. Também se diz pejo-rativamente de texto muito “frio”ou considerado ruim. A expressãovem do francês caillou, prova-velmente derivado do gaulês *calia-vo, e significa pedra solta, seixo.

”calhau” informativo – Pequenotexto noticioso sem grande urgênciade publicação que os editores eeditores-assistentes devem ter à mãopara preencher, em caso denecessidade, espaços em brancodeixados em uma página por faltade material previsto ou para acertara modulação.

chamada – Texto curto na PrimeiraPágina que resume as informaçõespublicadas pelo jornal a respeito deum assunto. Remete o leitor para aspáginas que trazem a coberturaextensiva. Mais do que qualqueroutro, é um texto jornalístico queexige frases curtas, secas,substantivas. Deve dar ao leitor idéiade completude. Recomenda-seevitar o excesso de palavras comoontem, que, segundo, afirmou.

copidesque – Palavra aportu-guesada do inglês copydesk. De-

signa o trabalho – ou pessoa que oexecuta – de reescrever textos parapublicação. Em um jornal, o textoé copidescado de preferência pelopróprio autor. Quando for ine-vitável que outro jornalista o faça, aassinatura do autor deve ser su-primida se as alterações forem pro-fundas e não puderem ser comu-nicadas a ele. Textos de colabora-dores devem ser copidescadosapenas para adequação às normasda gramática e deste manual, salvoexceções definidas pela Secretaria deRedação.

cruzar informação – Significaconfrontar informação originária dedeterminada fonte com uma fonteindependente. Assim, cruzar comuma fonte significa possuir duasorigens para uma informação.Cruzar com duas fontes, três.Qualquer informação de cujaveracidade não se tenha certeza deveser cruzada, exceto em cir-cunstâncias excepcionais previstasneste manual.

”deadline” – Palavra inglesa quesignifica prazo final – em jornalismo,para o fechamento de uma edição.

Page 51: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

51diagramação – Consiste notrabalho de compor títulos, textos,gráficos, fotos, mapas e ilustraçõesna página, de forma equilibrada eatraente, buscando criar um ca-minho de leitura segundo a hie-rarquia dos assuntos determinadapelo editor. Dentro dos limites doprojeto gráfico do jornal, o dia-gramador deve procurar criar des-taques e contrastes entre os ele-mentos visuais da página para torná-la jornalisticamente eficaz eplasticamente agradável.

edição – É o processo através doqual o material jornalístico chega àforma final em que aparece aosolhos do leitor. A palavra é usadatambém para designar o jornal ouconjunto de exemplares de um certodia. O processo de ediçãopressupõe escolha e hierarquia dostemas e sua apresentação gráfica aoleitor. Editar é escolher os temasmais importantes da pauta,organizar o material jornalístico como objetivo de explicitar essa hierar-quia ao leitor, conceber as páginas eseu conjunto de forma a apresentarde maneira lógica e harmônica asnotícias do dia. Para isso o editor

deve usar todos os recursos gráficose jornalísticos de que dispõe.

edição extra – Fato de excepcionalimportância jornalística podejustificar uma edição extraordinária:um jornal menor que o habitual,sobre tema específico, distribuídomais tarde que a edição do dia. Oprogresso dos meios eletrônicos decomunicação tornou a edição extrasupérflua, exceto em situações nasquais a TV e o rádio não podemprestar informação completa. Foi ocaso das listas de preços tabeladosno Plano Cruzado em 1986 e daGuerra do Golfo em 1991.

fac símile – Do latim fac simile,isto é, fazer igual. Designa repro-dução idêntica de um documento.Um jornal procura publicar facsímile do todo ou de parte de do-cumento sempre que presumeexistir curiosidade do leitor sobreseu aspecto ou autenticidade.

“feature” - Gênero jornalístico quevai além do caráter factual eimediato da notícia. Opõe-se a“hard news”, que é o relato obje-tivo de fatos relevantes para a vida

Page 52: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

52política, econômica e cotidiana. Um“feature” aprofunda o assunto ebusca uma dimensão mais atem-poral. Define-se pela forma, nãopelo assunto tratado. Pode ser umperfil, uma história de interessehumano, uma entrevista.

fechamento – Conclusão dotrabalho de edição. Em um jornal,quem fecha deve estar tão preo-cupado com a qualidade da ediçãoquanto com o cumprimento docronograma industrial. Deve sedispor a reabrir a edição sempre queum imprevisto relevante o exigir,mas apenas com autorização daSecretaria de Redação. O atraso nofechamento prejudica a impressãoe distribuição do jornal.

fluxo – O processo industrial exigeque cada seção ou editoria não ape-nas seja fechada dentro de um horá-rio-limite, mas também que seu fe-chamento tenha um fluxo adequado.Se todas as páginas de uma editoriaforem fechadas apenas no prazo final,surgirão dificuldades na impressão. Ofluxo lento de uma editoria prejudicao das que fecham mais tarde, afetandoa circulação do jornal.

gaveta – Material jornalístico “frio”,preparado com antecedência. Oeditor deve sempre manter textosde gaveta para usar em caso deemergência.

gravata – É a frase que vem logoabaixo do título de uma arte e quetem a função de explicar o que elaapresenta. A palavra serve tambémpara designar o fio que separa otítulo do corpo de uma tabela.

“hard news” – Em inglês, tem osentido de notícia importante.Designa o relato objetivo de fatose acontecimentos relevantes para avida política, econômica e cotidiana.Opõe-se a “soft news” e “feature”,textos mais leves e saborosos quenão precisam ter relação imediatacom a descrição de um aconte-cimento (por exemplo, um perfil).

importância da notícia – Critérioselementares para definir aimportância de uma notícia:a) Ineditismo (a notícia inédita é maisimportante do que a já publicada);b) Improbabilidade (a notícia menosprovável é mais importante do que aesperada);

Page 53: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

53c) Interesse (quanto mais pessoaspossam ter sua vida afetada pelanotícia, mais importante ela é);d) Apelo (quanto maior a curio-sidade que a notícia possa despertar,mais importante ela é);e) Empatia (quanto mais pessoaspuderem se identificar com opersonagem e a situação da notícia,mais importante ela é).

Ao levar em consideração essescritérios, não esqueça que asreportagens de um jornal devematender às necessidades de in-formação de seus leitores, queformam um grupo particulardentro da sociedade. Esses inte-resses mudam e o jornal participade modo ativo desse processo.

janela – Nome dado em um jornal,à “feature” ou “side” editado entrefios, formando quadro. O texto,em itálico, é acompanhado de títuloem duas linhas, linha-fina e foto ouarte. O termo também é usado,mais raramente, para designar oespaço que se abre numa página ouem texto para aplicar selo, capitular,foto ou anúncio.

legenda – Recurso essencial de edi-ção. A legenda não é colocada soba foto apenas para descrevê-la, em-bora não possa deixar de cumpriressa função. Por ser um dos primei-ros elementos da página que atrai oleitor, merece tanto cuidado quantoos títulos. Deve ser atraente e con-quistar a atenção. A boa legendatambém esclarece qualquer dúvidaque a foto possa suscitar. Não devesimplesmente descrever aquilo quequalquer leitor pode ver por si só.A legenda fotográfica deve atenderà curiosidade do leitor, que desejasaber o que ou quem aparece na fo-to, o que está fazendo, onde está.Sempre que for cabível, deve usarverbo no presente (o presente domomento em que a foto foi tirada).

lead – Palavra aportuguesada doinglês “lead”, conduzir, liderar. Ojornalismo usa o termo para re-sumir a função do primeiro pará-grafo: introduzir o leitor no texto eprender sua atenção. Há dois tiposbásicos de lide: o noticioso, queresponde às questões principais emtorno de um fato (o quê, quem,quando, como, onde, por quê), e o

Page 54: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

54não-factual, que lança mão deoutros recursos para chamar aatenção do leitor.O caráter condutor do lide se aplicapara quem lê e para quem escreve.Se ao produzir um texto você nãoavança, fica preso nos primeirosparágrafos, é muito provável queo problema esteja no lide – ele oconduziu a um caminho errado deestrutura de texto. Você nãoconsegue mais escrever. O leitor,possivelmente, não conseguirá maisler. Nesses casos, o melhor é refazero lide. Elabore seu lide de modoque um título atraente e infor-mativo seja feito a partir dele comnaturalidade. Não deixe para quemvai titular o texto (pode até ser vocêmesmo) a tarefa de decifrar oraciocínio do autor e juntar infor-mações dispersas.

Em um jornal, o lide noticioso deve:a) Sintetizar a notícia de modo tãoeficaz que o leitor se sinta infor-mado só com a leitura do primeiroparágrafo do texto;b) Ser tão conciso quanto possível.Procure não ultrapassar cinco linhasde 70 toques (lauda) ou de 80 toques(terminal de computador normal);c) Ser redigido de preferência na

ordem direta (sujeito, verbo epredicado).

Atenção agora para o que vocêdeve evitar no lide:a) Esconder o fato principal emmeio a informações como loca-lização geográfica, horário, am-bientação e idade – todas elasrecomendadas neste manual, o quenão quer dizer que todas devam serfornecidas de uma só vez;b) Usar, sem explicar, nome, palavraou expressão pouco familiar àmédia dos leitores;c) Começar com advérbio ougerúndio;d) Começar com declaração entreaspas, fórmula desgastada pelo usoindiscriminado. Reserve-a paracasos de declarações de impacto:“Não acredito no livre mercado”,disse o empresário.

Para o segundo tipo de lide, o não-factual, não existe receita. É fácil fazerum lide burocrático. Mas conquistara atenção do leitor e ao mesmotempo informá-lo é um desafio.

manchete – É a principal notíciado dia e deve receber o título maisimportante da Primeira Página. Este

Page 55: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

55deve obedecer, de acordo com oimpacto da notícia, à seguintegradação, em ordem decrescente:a)três linhas em seis colunas;b) duas linhas em seis colunas;c) uma linha em seis colunas;d) duas linhas em quatro colunas;e) três linhas em três colunas;f) uma linha em cinco colunas;g) duas linhas em três colunas;h) quatro linhas em duas colunas;i) uma linha em quatro colunas.

módulo – Cada um dos formatosfixos que são usados na paginaçãode um jornal. O jornal trabalha comtrês módulos básicos:a) Módulo 100 - Texto de umacoluna. Seu tamanho reduzido exigeredação concisa, direta inteligente;b) Módulo 200 - Texto de duas co-lunas. Admite um maior deta-lhamento da notícia;c) Módulo 300 - Texto de trêscolunas. Reserve-o para notíciasrealmente importantes.

notícia – Puro registro dos fatos,sem opinião. A exatidão é o ele-mento-chave da notícia, mas váriosfatos descritos com exatidão podemser justapostos de maneira tenden-

ciosa. Suprimir ou inserir uma infor-mação no texto pode alterar o signi-ficado da notícia. Não use dessesexpedientes.

“off the record” – Em inglês, forados registros. Designa informaçãode fonte que se mantém anônima.O oposto de “off ” é a informação“on”, em que a fonte apareceidentificada. No Brasil, a maioriadas informações “off the record”são publicadas.

Basicamente, há três tipos deinformação “off the record”:a) “Off ” simples - Obtido pelojornalista e não cruzado com outrasfontes independentes;b) “Off ” checado - Informação“off ” cruzada com o outro ladoou com pelo menos duas outrasfontes independentes;c) “Off ” total - Informação que,a pedido da fonte, não deve serpublicada de modo algum, mesmoque se mantenha o anonimato dequem passa a informação. O “off ”total ser ve só para nor tear otrabalho jornalístico.

olho – Recurso de edição maisusado em um jornal para anunciar

Page 56: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

56os melhores trechos de textos lon-gos e arejar sua leitura. Em geral temapenas três linhas de texto cen-tralizadas, nas quais se destacam fra-ses relevantes e sugestivas do artigo,entrevista ou transcrição. Para ganharespaço, admitem-se alteraçõespequenas e supressão de palavras.

ouvir o outro lado – Todo fatocomporta mais de uma versão.

Registre sempre todas as versõespara que o leitor tire suas conclusões.

Quando uma informação éofensiva a uma pessoa ou entidade,ouça o outro lado e publique asduas versões com destaqueproporcional.

Se a versão ofensiva aparece emtítulo, publique a do outro ladotambém em título ou pelo menosem linha-fina. Dar destaque pro-porcional é, por exemplo, dedicarpara o outro lado um box de umacoluna dentro de um texto de trêscolunas. A resposta a uma acusação,crítica ou opinião divergente jamaisdeve ser ocultada no final de umtexto ou omitida. Se não for possívelouvir o outro lado no mesmo dia, otexto deve ser submetido à Direçãode Redação, que decidirá sobre a

publicação. Quanto mais específicapuder ser a explicação, melhor.

página aberta – Aquela na qualainda falta material jornalístico oude publicidade.

página americana – Designaçãodada a páginas quase inteiramenteocupadas por anúncio, com exceçãode uma faixa reservada para aRedação, que se estende no alto pelalargura das seis colunas e de cima abaixo na coluna da direita (páginaspares) ou da esquerda (páginasímpares). É frequente nas ediçõesde fim-de-semana. Esse formatode página, que dificulta a edição defotos e artes, exige criatividade deeditores e diagramadores.

página dupla – Duas páginas detamanho padrão usadas para ummesmo assunto ou anúncio. Podemser ou não as páginas centrais de umcaderno.

página espelhada – Aquela quefica ao lado de uma outra. Noti-ciário que ocupa mais de uma pá-gina de jornal deve ser colocado, depreferência, em páginas espelhadas.

Page 57: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

57página ímpar – As notícias maisimportantes são editadas nas páginasde número ímpar porque, em tese, elasatraem mais atenção visual do leitor doque as páginas de número par.

portrait – É o boneco fotográficoem que também aparecem objetosou situações relacionados com asatividades do personagem da foto.

Primeira Página – Como vitrinedo jornal, ela expõe os principaisassuntos da edição. Deve ser repre-sentativa de todas as editorias. Otexto precisa ser exemplar em qua-lidade, concisão e clareza. Fotos eartes (de preferência em cores) têmprioridade. É feita por uma equipeexclusiva. Seu conteúdo é discutidoem reuniões vespertinas diárias. Adefinição de seu desenho e damanchete é feita pela Secretaria deRedação e submetida à Direção deRedação. Os editores devem seesforçar para que os assuntos de suaárea estejam presentes na PrimeiraPágina com frequência.

rafe – Do inglês rough, que podeser traduzido por rascunho. Esboçode desenho, arte ou diagramação de

uma página, a partir do qual o arte-finalista ou diagramador executamo produto final.

registro – Alguns fatos merecemser publicados no jornal, mas nãodemandam maior investigação ouinvestimento de reportagem. Oregistro pode ser feito de formarápida no interior de um texto oucomo uma notícia curta.

retranca – Termo genérico paradesignar cada unidade de texto emjornal. Mais especificamente,designa o código (em letras e nú-meros) com que se localiza um textonos diagramas de qualquer páginade uma edição.

sangrar – Recurso gráfico queconsiste em deixar que se invadacom texto, foto ou ilustração oespaço externo às margens oucoluna da página do jornal ourevista.

suíte – Do francês suite, isto é, série,seguimento. Em jornalismo, designaa reportagem que explora os des-dobramentos de notícia publicadana edição anterior. Em um jornal,

Page 58: Manual de Redação - UERJ

toda suíte deve rememorar os fatosanteriormente divulgados.

sumário – Pequenos textos dePrimeira Página reunidos no quadrocom fundo colorido normalmenteeditado na parte inferior da capa.O termo serve para designar cadauma das unidades informativas (quepodem ter título e texto, apenastítulo ou apenas texto) ou o conjuntodelas (o quadro todo). Todos os ca-dernos da edição são nele represen-tados por seus logotipos.

suplemento – Termo tradicionalpara designar caderno temático comperiodicidade semanal.

tablóide – Formato de jornal cujamancha tem aproximadamente ametade do formato standard. A áreade impressão corresponde a 32 cmpor 24,9 cm. Apenas na Região Suldo Brasil esse formato teve algumsucesso, mas muitos cadernos degrandes jornais diários recorrem a ele.

texto-legenda – Também cha-mado de foto-legenda. Legendaampliada que, em combinação coma foto ou ilustração a que se refere,

deve esgotar o assunto de que trata.Deve ser curto, objetivo e combinaras qualidades do bom texto com asda boa legenda. Textos-legendastêm sempre título em maiúsculas.Dependendo da foto, o título podefugir ao padrão sujeito ativo/verbono presente. Eventualmente, o títulopode recorrer a trocadilho ou outrasformas de humor.

tiragem – Total de cópias pro-duzidas por um jornal ou revista emuma edição. Diferencia-se dacirculação paga, que é o total deexemplares da edição vendidos. Atiragem é a soma da circulação pagacom a circulação por cortesia maiso encalhe.

vinheta – Originalmente, pequenoselementos decorativos desenhadospor miniaturistas medievais nasmargens dos manuscritos. Osmotivos provinham de plantascomo videiras, daí o nome (vignette,em francês, é o diminutivo de vigne,videira ou vinha). A expressãodesigna hoje a forma gráfica usadapara caracterizar uma seção napágina de jornal ou revista. Tambémé empregada em rádio e televisão.

Page 59: Manual de Redação - UERJ
Page 60: Manual de Redação - UERJ

Man

ual

de R

edaç

ão e

Est

ilo

60

Folha de São Paulo, Manual de Redação, São Paulo, 2001O Estado de São Paulo, Manual de Redação e Estilo, 1997O Globo, Manual de Redação e Estilo, 2000Jornal do Brasil, Normas de Redação, 1988Folha Dirigida, Manual de Redação, 2002O Dia, Manual de Redação, 2000

Bibliografia