manual de redação oficial cbmdf (2012)

Upload: alessandro-justino-santana

Post on 29-Oct-2015

131 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Manual de Redação do CBMDF

TRANSCRIPT

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

1PAGE 117

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERALMANUAL DE REDAO OFICIAL

2 ediorevista e ampliada

BRASLIA, 2012

Os autores:

Ten-Cel. QOBM/Comb. MARCUS VINCIUS BRAZ DE CAMARGO, matr. 1297668Ps-graduado em Percia de Incndio e Produo de Provas Judiciais,

em Gesto Estratgica de Polticas de Segurana Pblica e Mestrando em Sociologia.2 Tenente QOBM/Int. PRICLES RODRIGUES DE OLIVEIRA, matr. 1402709Bacharel em Direito.Subtenente QBMG-1 LENO RODRIGUES DE QUEIROZ, matr. 1403430Graduado em Servio Social.Subtenente QBMG-1 CLUDIO DE OLIVEIRA BRASIL, matr. 1396618Bacharel em Administrao e ps-graduado em Marketing.3 Sargento QBMG-1 SOLANGE DE CARVALHO LUSTOSA, matr. 1404266Licenciada em Letras, Mestre em Lingustica e Doutoranda em Lingustica.

No h assuntos urgentes, h assuntos atrasados.

(mxima burocrtica)

Nada faais por esprito de partido ou vanglria, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vs mesmos. Cada qual tenha em vista no seus prprios interesses, e, sim, os dos outros.

(Filipenses 2. 3-4)

We must love them both those whose opinions we share and those whose opinions we reject. For both have labored in the search for truth, and both have helped in the finding of it.

St. Thomas de Aquino (1225-1274)

[Ns devemos amar ambas: aquelas opinies que compartilhamos e aquelas que rejeitamos.

Porque elas trabalham na procura da verdade e ajudam a encontr-la.]

Este manual dedicado a todas as praas do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal que participam de todas as fases que envolvem a tramitao da documentao oficial da Corporao.

Agradecemos a colaborao do Ten-Cel. QOBM/Comb. JODIR CSAR MENEZES, pela orientao quanto ao trato com a documentao reservada/sigilosa.

Agradecemos, tambm, a dedicao do 2 Ten. RRm. MANOEL JOS DA SILVA MATOS ao ensino de redao oficial para os vrios cursos j realizados na Corporao e as suas sugestes feitas a este Manual, decorrentes de sua leitura minuciosa, com o intuito de que ele se torne uma referncia bibliogrfica de efetiva consulta.

SUMRIO

Nota sobre a 2 edio9

Sobre o Manual de Redao Oficial do CBMDF11

1. O que redao? Como se faz? 13

1.1. O que Redao Oficial? 16

2. A Formatao geral de documentos do CBMDF 20

2.1. A formatao do envelope 23

2.2. Formatao para publicao em Dirio Oficial do Distrito Federal24

3. Requisitos necessrios para a formulao de atos administrativos26

3.1. Classificao dos atos administrativos 27

3.1.1. Normativos 28

3.1.1.1. Portaria 28

3.1.1.2. Despacho32

3.1.1.3. Ordem de servio33

3.1.1.4. Ordem de misso34

3.1.2. Enunciativos34

3.1.2.1. Parecer tcnico35

3.1.2.2. Relatrio35

3.1.2.3. Informao36

3.1.3. De assentamento37

3.1.3.1. Ata37

3.1.4. Comprobatrios37

3.1.5. De correspondncia38

3.1.5.1. Carta38

3.1.5.2. Circular39

3.1.5.3. Exposio de motivos39

3.1.5.4. Memorando40

3.1.5.5. Mensagem (fax)41

3.1.5.6. Ofcio41

3.1.6. Outros42

3.1.6.1. Comunicao de acidente42

3.1.6.2. Atestado de origem43

3.1.6.3. Inqurito sanitrio de origem44

3.1.6.4. Requerimento45

3.1.6.5. Declarao de beneficirio46

3.1.6.6. Nota de boletim46

4. A correspondncia virtual da Corporao49

5. Os boletins da Corporao50

5.1. O boletim geral50

5.2. O boletim reservado50

6. Arquivamento da documentao52

6.1. O Arquivo-Geral52

6.2. Informaes sobre arquivamento de documentos52

7. Dvidas relacionadas redao oficial militar54

7.1. A formao do gnero feminino no CBMDF54

7.2. Uso de maiscula no CBMDF56

7.3. Pronomes de tratamento58

7.4. Abreviaturas mais utilizadas na Corporao61

7.5. As siglas utilizadas no CBMDF64

7.6. Regncia verbal / regncia nominal70

7.6.1. Regncia verbal70

7.6.2. Regncia nominal74

7.7. Diferenas entre: em exerccio, por delegao, respondendo pelo74

7.8. Diferena entre atenciosamente e respeitosamente76

7.9. O enquadramento77

7.10. A documentao sigilosa78

7.11. A tramitao da documentao (normal / urgente / urgentssimo / sujeito a prazo)78

7.12. Autenticao de documentos79

7.13. O recebimento de documentos80

7.14. Junto a ou junto de80

7.15. Expresses com grafia e sons semelhantes81

7.15.1. A fim de ou afim81

7.15.2. Tampouco ou to pouco81

7.15.3. Porque, porqu, por que ou por qu82

7.15.4. H ou a82

7.16. O mesmo (problema de referenciao) e outros termos referenciais83

7.17. Gerundismo84

7.18. Atravs de85

7.19. Hfen86

7.20. Novo Acordo Ortogrfico de Lngua Portuguesa87

Referncias bibliogrficas90

Anexos94

Anexos A e B modelo de endereamento de envelope95

Anexo C modelo de portaria96

Anexo D modelo de portaria97

Anexo E modelo de despacho98

Anexo F modelo de ordem de servio99

Anexo G modelo de nota de instruo100

Anexo H modelo de ordem de misso101

Anexo I modelo de parecer tcnico102

Anexo J modelo de relatrio103

Anexo K modelo de ata104

Anexo L modelo de declarao105

Anexo M modelo de certido106

Anexo N modelo de carta107

Anexo O modelo de circular108

Anexo P modelo de memorando109

Anexo Q modelo de ofcio110

Anexo R modelo de comunicao de acidente112

Anexo S modelo de atestado de origem114

Anexo T modelo de inqurito sanitrio de origem115

Anexo U modelo de requerimento116

Anexo V modelo de nota de boletim117

Anexo W modelo de nota de boletim118

Anexo X modelo de nota de boletim119

Nota sobre a 2 edioDesde a primeira edio deste Manual, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) passou e passa por mudanas significativas, as quais foram materializadas em vrios dispositivos legais. Dentre eles, temos a reestruturao das unidades que compem a Instituio, com a sano dos Decretos n. 7.163, de 29 de abril de 2010; e n. 31.817, de 21 de junho de 2010, os quais regulamentam o art. 10-B, incisos I e II da Lei n. 8.255, de 10 de novembro de 1991, que aprova a Lei da Organizao Bsica (LOB) do CBMDF. Houve tambm, nesse perodo, a adoo do plano de carreira da Corporao, o qual trouxe algumas alteraes nas abreviaturas, como a de intendente, includa e problematizada nesta nova edio. Em decorrncia dessa nova adaptao estrutural, o boletim geral passou a ser a nica publicao ostensiva da Corporao, incorporando as matrias do agora extinto boletim do comando operacional. Dessa forma, foram excludos alguns tpicos da edio anterior por no mais estarem de acordo com a nova realidade desta Instituio. O nmero de autoridades que podem publicar matrias tambm aumentou ou foram renomeadas e, por isso, essas alteraes foram includas nesta nova edio.Tambm foram acrescentadas, de maneira sucinta, as modificaes motivadas pela adoo do Novo Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa, o qual dever ser implementado, em sua totalidade, em 2013. Algumas questes de gramtica foram includas, no entanto, cabe ressaltar que este manual no tem a pretenso de esgotar todas as questes de gramtica, sentido etc., sendo utilizado simultaneamente com uma gramtica, dicionrios e materiais afins.Outra informao que deve ser ratificada a de que existem ainda vrios outros documentos administrativos que no foram contemplados neste manual, mas que so francamente utilizados na Corporao. O motivo de no terem sido abordados ou at mesmo citados decorre do fato de serem exclusivos de determinados rgos ou setores, por exemplo, a certido de tempo de servio produzida nica e exclusivamente pelo Departamento de Recursos Humanos. De igual maneira, h ainda alguns expedientes mais complexos que so elaborados por uma equipe qualificada e com formao para isso, como o caso da elaborao de editais de licitao ou concursos. Os expedientes que foram includos neste manual so aqueles que, de certa forma, podem, em algum momento, ser elaborados por qualquer militar desta Instituio.

Fato importante a destacar na tramitao dos expedientes que ao receber documento alusivo a assunto que no de sua competncia o setor dever dar seguimento ao rgo competente, no o devolvendo ao signatrio, cumprindo assim o que dispe o Decreto n 83.936, de 6 de setembro de 1979, que simplifica exigncias de documentos, publicado no Dirio Oficial da Unio de 10 de setembro de 1979, ponto esse no abordado na edio anterior.

A adoo deste manual em espaos de ensino da Corporao louvvel visto que o cuidado com a lngua (adequao ao momento, contexto e aos participantes) deve ser sempre algo na mente de qualquer militar no momento da escrita oficial, pois por meio dela que a Corporao se insere em outros rgos, quer seja para realizar convnios, externar colaborao tcnica, ceder militares e at mesmo fatos considerados menos relevantes como elogios, agradecimentos, etc. Enfim, a ateno do militar no momento da escrita de atos administrativos de extrema importncia, pois, dependendo de sua atuao escrita, a Corporao ser melhor representada.Sobre o Manual de Redao Oficial do CBMDF

H tempos o CBMDF espera por uma normatizao de seus atos administrativos que viesse ao encontro de perguntas sobre a maneira correta de se elaborar cada expediente. A dificuldade geralmente advm apenas no momento da escrita e surgem questes que variam do pronome de tratamento a ser utilizado at como retratar as mulheres militares desta Corporao.

Com o intuito de dirimir essas dvidas e mais algumas outras que foram lembradas, este manual foi elaborado no s para os militares atrelados ao servio administrativo da Corporao, mas tambm para todos aqueles que, uma vez ou outra, precisam relatar alteraes no servio, fazer um requerimento e no sabem ou necessitam de modelo para redigirem.

Deve-se salientar que os militares que participaram da confeco deste manual tiveram como preocupao primordial abarcar tudo o que se refere tramitao da documentao oficial do CBMDF, o que incluiu aspectos sobre a maneira e onde arquivar os documentos, o trato com a documentao sigilosa, a padronizao tanto de atos administrativos como do envelope utilizado, alm de inserir questes gramaticais consideradas problemticas e mais frequentes no momento da escrita.

Um ponto crucial deste manual, certamente, o estabelecimento da padronizao das formas nominais referentes s mulheres militares do CBMDF. A questo do feminino polmica, pois h bastante controvrsia entre o uso dessas formas. A Academia Brasileira de Letras, no Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (VOLP), registrou a existncia de alguns desses termos flexionados, mas tal flexo no abarca todos os postos/graduaes. Este manual pretende, por meio da observao do uso desses vocbulos, definir qual ser a forma utilizada nesta Corporao. Deve, no entanto, ser observada a Lei n. 12.605/2012, que determina o emprego da flexo de gnero para nomear profisso ou grau em diplonas.A bibliografia central deste manual o Manual de Redao Oficial da Presidncia da Repblica, o Manual de Redao Oficial do Governo do Distrito Federal e as Instrues Gerais para a Correspondncia, as Publicaes e os Atos Administrativos no mbito do Exrcito. O fato de no ter adotado nenhum dos manuais citados anteriormente deve-se especificidade da documentao oficial produzida pelo CBMDF, pois, embora seja rgo atrelado ao GDF, militar, caracterstica que deve ser evidenciada em seus atos administrativos, da a procura por expedientes que retratem essa natureza.Deixam de constar neste manual os atos administrativos de ajuste, tais como o convnio e o contrato, alm do edital em virtude de serem complexos e requererem uma ateno redobrada. Os primeiros por estarem regulados por legislao federal (Lei n. 8.666, de 27 de fevereiro de 1993), com consequncias sujeitas Lei de Responsabilidade Fiscal; o ltimo, por estar sujeito s implicaes legais nem sempre interessantes para a Administrao Pblica.Este manual pretende, tanto quanto possvel, mostrar solues para alguns dos problemas frequentes no mbito burocrtico, para algumas perguntas igualmente frequentes sobre a tramitao ou elaborao de determinados expedientes, baseadas em conhecimentos que, infelizmente, no so to pblicos quanto deviam e na observao de outras instituies coirms sobre o assunto.

Os autores

1. O que redao? Como se faz?

Escrever fcil: voc comea com uma letra maiscula e termina com um ponto final. No meio voc coloca idias.

(Pablo Neruda, poeta Chileno)

A escrita a resposta a uma necessidade social: as informaes precisavam ser eternizadas, passadas para as outras geraes e a memria j no era mais suficiente, mas com ela apareceram alguns problemas como ambiguidade (devido falta de contexto), no entendimento do texto (em decorrncia do pouco conhecimento do cdigo) ou entendimento errado (a ironia geralmente no lida como ironia). Ao contrrio da fala, em que a interao em tempo real; a escrita no possui a capacidade de reestruturao do entendimento do leitor. S para se ter uma ideia desse processo, quando o falante percebe que foi mal entendido ou que h algo que prejudicou o entendimento de sua mensagem (informao constatada pela expresso do ouvinte), ele parafraseia ou d mais exemplos para que seja garantida a sua interpretao e, com ela, a sua inteno de fala. O escritor no possui esses recursos, no d sequer para assegurar que o leitor seja o nico a ter acesso ao texto e, consequentemente, controle sobre a leitura que este faz.No entanto, h semelhanas entre os dois processos: escrever, assim como o falar, relacional, pressupe leitor/ouvinte, meio e assunto, alm de uma srie de outros recursos que tentam garantir ou reduzir as interpretaes de um texto escrito. Infelizmente, a maior parte do ensino de Lngua Portuguesa escrita, se resume ao ensino de gramtica normativa e pouca nfase dada s prticas de redao e interpretao de textos. Dessa forma, tem-se um crescente nmero de pessoas que passam anos (cerca de 10 ou mais) cursando os ensinos fundamental e mdio sem saberem, efetivamente, escrever ou interpretar um texto escrito.

A verdade que a lngua escrita no uma mera representao da lngua oral. Soares (2005:17), sobre esse aspecto, alerta que:

No se escreve como se fala, mesmo quando se fala em situaes formais; no se fala como se escreve, mesmo quando se escreve em contextos informais.Talvez estas sejam as maiores dificuldades a serem vencidas no ato de escrever: alm do pouco domnio do cdigo escrito, a falta de conhecimento no uso de elementos gramaticais necessrios para articular as ideias que o escritor quer compartilhar. A no reflexo sobre esses problemas encontrados durante a produo de texto culmina, muitas vezes, com textos que retratam o oral no escrito ou uma plena desconexo de sentidos, digresses (perder-se em seu raciocnio) etc., fazendo com que o seu autor considere que no h erro, no h problema.Na verdade, a maior parte dos erros no est atrelada ao uso da forma padro de linguagem, mas, sim, a uma srie de problemas de estrutura textual, como falta de coerncia e trechos truncados. Mas como devemos proceder para resolver o problema? Uma possvel soluo est em dois momentos da escritura de um texto: a elaborao e a reviso.Para elaborar um texto (no s aquele relacionado redao oficial), devemos antes ter em mente alguns dados importantes como: o qu, de que forma, para quem comunicar tal tema, para quando e qual efeito esperado com isso. A escrita um processo relacional e, por isso, precisamos ter esses dados em mo, para pensarmos ou controlarmos os efeitos de nosso texto.

Vamos avaliar a aplicabilidade desse processo. Se o militar se tornou pai, ele precisar informar esse fato Corporao para receber os benefcios que lhe garante a lei. Dessa forma, o quesito o qu informar o nascimento do filho. O de que forma ser atendido com o preenchimento da declarao de beneficirio, direcionada ao Diretor de Gesto de Pessoal (para quem) e o efeito esperado a incluso do dependente e a garantia de alguns benefcios previstos.Essa relao funciona para tudo: se no for possvel responder a essas questes mentalmente, pode-se recorrer elaborao de rascunho ou esquema, pois, dessa forma, o texto muito dificilmente ser superficial, repetitivo, obscuro ou inconsistente. Boaventura (1993) mostra, por meio de vrios exemplos, que a esquematizao de textos, quer seja para a elaborao, quer seja para a interpretao de vital importncia para se conseguir um texto bem escrito ou bem interpretado. Alm disso, tudo o que se faz diariamente (bolo, casa, manuteno de equipamento, etc.) segue um roteiro previamente definido.

Em uma dada situao como, por exemplo, a apresentao de um bombeiro que foi movimentado para uma determinada unidade militar, temos a necessidade de, alm das questes relacionadas ao o qu, de que forma, para quem comunicar tal tema e qual efeito esperado com isso, j expostos anteriormente, informar algumas coisas que, de certa forma, ajudaro a unidade que receber esse militar na funo de controlar a sua vida profissional. Pensando assim, pode-se colocar, no memorando que o apresenta, o nmero do boletim em que a movimentao foi realizada e se o bombeiro j usufruiu frias para o ano em curso ou qualquer outro impedimento ou benefcio que esteja gozando (concesso de horrio especial para estudo, como exemplo). O uso de esquema ou rascunho ajudar nesse processo de seleo de informao.Depois que o texto estiver pronto, a reviso deve ser procedida para que se tenha certeza de que h coerncia com o objetivo a que se pretende atender. Garcez (2004: 126) aponta algumas perguntas que ajudam nessa fase, as quais sero aqui lembradas:

I - h excesso de informao? H informaes incompletas ou confusas? As informaes factuais esto corretas?II - linguagem: formal ou informal. A linguagem est adequada situao? A opo escolhida tornou o texto harmonioso ou h oscilaes sbitas e inadequadas?

III - impessoalidade ou subjetividade. O posicionamento adotado como predominante mantm-se ou essa opo no ficou consistente no texto?

IV - ao vocabulrio. As escolhas esto adequadas ou h repeties enfadonhas e pobreza vocabular? Algum termo pode ser substitudo por expresso mais exata? H clichs, frases feitas, excesso de adjetivos, expresses coloquiais inadequadas, jargo profissional?

V - s estruturas sintticas e gramaticais. O texto est correto quanto s exigncias da lngua padro? As transies entre as ideias esto corretas e claras? Os conectivos so adequados s relaes entre as ideias? A diviso de pargrafos corresponde s unidades de ideias?

VI - ao objetivo e situao. Est de acordo com o objetivo estabelecido inicialmente? As idias principais esto evidentes?

1.1. O que Redao Oficial?

A redao oficial o meio utilizado pelo Poder Pblico para externar atos administrativos, bem como estabelecer regras para a conduta de servidores pblicos ou regular o funcionamento de seus rgos. caracterizada pela impessoalidade, formalidade, objetividade, conciso, clareza, uniformidade e o uso da norma padro da Lngua Portuguesa.

O texto impessoal quando no h marcas ou impresses individuais de quem o escreve; a autoridade entende que, embora seja ela a assinar o documento, o faz em nome do servio pblico. Em virtude disso, o assunto tratado sempre possui um carter impessoal, no cabendo qualquer tom particular ou pessoal no texto.Da, decorre o carter formal do texto, obedecendo a certas regras formais, como o padro culto da linguagem, polidez, tratamento adequado, padronizao do papel e da diagramao do texto, princpios que constituem a formalidade do texto oficial.

Como o processo de leitura a atribuio de significado aos mais variados textos, a clareza um princpio mais que necessrio, pois s se atribui significado quilo que est claro. No entanto, para o texto obter essa qualidade ele precisa ser coeso, estar em uma linguagem de entendimento fcil (sem gria ou jarges tcnicos), no ser ambguo. Segundo o Manual da Presidncia da Repblica, texto conciso aquele que:(...) consegue transmitir um mximo de informaes com um mnimo de palavras. Para que se redija com essa qualidade, fundamental que se tenha, alm de conhecimento do assunto sobre o qual se escreve, o necessrio tempo para revisar o texto depois de pronto. nessa releitura que muitas vezes se percebem eventuais redundncias ou repeties desnecessrias de idias.

Entenda-se como ato administrativo aquele praticado no exerccio da funo administrativa. Ressalta-se que h dois tipos distintos de atos administrativos: aqueles que geram efeitos jurdicos e os que no os geram. Di Pietro (2005:189) define ato administrativo como sendo:(...) a declarao do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurdicos imediatos, com observncia da lei, sob regime jurdico de direito pblico e sujeita a controle pelo Poder Judicirio.

Dessa forma, o redator deve ter conscincia de que, no momento em que escreve, est representando a instituio da qual faz parte; que a sua redao ter publicidade; tramitar em lugares outros que no os de sua instituio; e, principalmente, refletir a imagem dessa instituio (GNERRE: 1998). Outra observao a ser feita, pautando-se pela definio exposta acima, que o ato administrativo est sujeito a controle do Poder Judicirio, o que implica dizer que os atos administrativos podem gerar processos judiciais que sero avaliados luz do Direito e no mais do Poder Executivo. Todo processo disciplinar pode ser revisto juridicamente, mas o contrrio no se opera. Por isso, o administrador responsvel por aquilo que assina; o ato administrativo , por excelncia, uma fonte de prova legal.Como utilizada para estabelecer normas ou diretrizes, a redao oficial utiliza a norma padro da linguagem, no sendo permitida a utilizao de gria, regionalismo, jargo tcnico etc., que se limitam a grupos restritos, fato que pode dificultar o amplo acesso ao teor do ato administrativo por parte do destinatrio.

Para garantir a plena interpretao textual, as expresses literrias ou em linguagem conotativa so proibidas em textos em redao oficial. O redator desse tipo de texto deve se esforar ao mximo para no o contaminar de impresses pessoais, porque a falta de impessoalidade, alm de contrariar o estabelecido pela Constituio Federal, ainda interfere na atuao da Administrao Pblica.

notrio que a impessoalidade plena e a existncia de uma nica interpretao so difceis ou mesmo impossveis, mas o redator deve tentar atingir ou aproximar-se desses dois parmetros.

Quanto aos estrangeirismos ou emprstimos no sero proibidos no mbito desta Corporao, mas a recomendao a favor do no uso, principalmente quando j existe equivalente na Lngua Portuguesa. Tal ressalva tem por objetivo primar por um dos maiores smbolos nacionais do Pas: a Lngua Portuguesa falada no Brasil. Alm disso, h uma tendncia, por parte da Administrao Pblica como um todo, pelo uso de correlatos ao invs de emprstimos que deve ser considerada.

Os documentos oficiais produzidos no CBMDF dividem-se em quatro partes: cabealho, texto, fecho e rodap.

O cabealho identifica o CBMDF como rgo de origem do documento com o setor em que foi produzido, sendo que, no caso de expedientes produzidos para o pblico externo, estes traro tambm a identificao do Governo do Distrito Federal, acima da identificao da Corporao, com o logotipo do CBMDF esquerda e a logomarga do GDF direita.O texto a parte que compreende o desenvolvimento do assunto tratado.

O fecho limita-se a expresso de saudao final e a identificao do signatrio. Em alguns expedientes, no haver saudao, como o caso da NB e da ata.O rodap destinado aposio do endereo fsico, telefone e endereo eletrnico do setor de produo do documento.

2. A formatao geral de documentos do CBMDF

De forma geral, os documentos confeccionados no CBMDF obedecem s seguintes especificaes:

I - especificao do tamanho do papel: A4 (210 mm x 297 mm).

II - colorao do papel: branca ou parda (quando reciclado).

III - tipo de fonte: arial.

IV - cor da fonte: preta.V - tamanho da fonte: 12 no texto, 10 nas transcries, ementas, identificao das continuaes das folhas ou citaes e 8 nas notas de rodap.

VI - estilo da fonte: normal.

VII - margem direita: 2 cm.

VIII - margem esquerda: 3 cm.

IX - margem superior: 3 cm.

X - margem inferior: 2 cm.XI - o texto ter 2,5 cm de distncia da margem esquerda.

XII - espao entre linhas do cabealho e do texto: 1,5 cm.

XIII - espao entre linhas das citaes e notas de rodap: simples.

XIV - idioma: Lngua Portuguesa.

XV - variante: norma padro.

XVI - o cabealho das folhas dever conter os seguintes elementos em todos os documentos que exigem timbre, este ser formatado e impresso, conforme modelo abaixo:

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

DENOMINAO DA OBMDENOMINAO DA SEO

DENOMINAO DA SUBSEO

a) no lado direito, o braso do CBMDF;

b) ao centro, abaixo de um espao simples, os nomes da Corporao, da Organizao Bombeiro Militar (OBM), da denominao da Seo e, se for o caso, da denominao da Subseo, todos centralizados, em fonte arial 12, em caixa alta e em negrito, com espaamento de 1,5 cm entre as linhas entre cada denominao; se o editor de texto utilizado no comportar tal recurso, ser usada uma linha em branco;

c) no lado esquerdo, a nova marca publicitria do Governo do Distrito Federal (GDF), conforme estabelece o Decreto n 32.781, de 25 de fevereiro de 2011, do GDF, ou as alteraes que surgirem;d) nos documentos expedidos a destinatrios externos Corporao, o texto central dever ser o seguinte:

GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL

DENOMINAO DA OBM

e) o cabealho estar em todas as folhas do documento, no entanto, a partir da segunda folha, dever constar, entre parnteses, a expresso com o tipo de documento, nmero, sigla do rgo expedidor, folha atual sobre o total de folhas, em fonte arial 10, alinhado esquerda do documento, permitindo a identificao da continuao das folhas na seguinte forma: (Continuao do Ofcio n. 33-EMG/SELEG, folha 2/3).

Tal procedimento visa evitar a separao e perda de partes do documento; sugere-se, ainda, que em todas as folhas seja colocada uma rubrica, no sentido de coibir possveis alteraes ou substituies de partes da documentao.

XVII - rodap: todas as folhas dos documentos elaborados devero conter os seguintes dizeres, centralizados e seguindo as margens definidas neste Manual, o slogan Braslia patrimnio da humanidade deve ser digitado sobre linha horizontal e as demais informaes sobre a OBM que originou o documento se localizaro abaixo dessa linha horizontal, conforme modelo a seguir:

Braslia Braslia patrimnio da humanidade

_____________________________________________________________________________________________________

Endereo completo da OBM - Telefones e endereo eletrnico da OBM

a) fonte: arial.b) tamanho da fonte: 8.Observaes sobre a formatao dos documentos:

I - para cada tipo de correspondncia (ofcio, memorando entre outras), adotada uma numerao, seguindo de ordem natural dos nmeros inteiros, iniciada em 1 de janeiro de cada ano e encerrada a 31 de dezembro.a) a numerao constar de:

1. espcie do documento (como regra expressa por extenso e em caixa alta, exceo admitida para a nota de boletim que poder vir expressa pelas letras NB);

2. numerao de ordem da OBM que elabora o documento, sem a utilizao de zeros esquerda do numeral representativo;

3. o ano de elaborao do documento;

4. as abreviaturas das Organizaes Bombeiro Militar, seguindo a ordem decrescente de hierarquia entre os rgos em caixa alta, mximo trs rgos. Haver situaes em que sero utilizadas as iniciais do nome do militar; e5. quando se tratar de expediente sigiloso, a numerao de ordem da OBM precedida e separada por um trao da letra maiscula correspondente ao grau de sigilo do documento, a saber: Reservado (R), Confidencial (C), Secreto (S) e Ultra-Secreto (US).

Exemplo: MEMORANDO n. R-2/2012-EMG/SELEG.II - deve-se evitar o abuso no uso de expresses em negrito, itlico, sublinhado, letras maisculas, sombreado, sombra, relevo, bordas, caixas de texto, ou qualquer outra formatao que afete a sobriedade dos documentos.III - nomes: prprios de militares, pensionistas e dependentes dos militares do CBMDF em letras maisculas, completos e sem abreviatura; os demais, apenas com as iniciais maisculas, previstas para os substantivos prprios. No se faz necessrio negritar ou destacar o nome de guerra do militar, porm permitido.

IV - os postos e graduaes sero grafados apenas com as iniciais maisculas, mesmo quando abreviados.

V - no haver trao para assinatura, a qual dever ser feita com caneta preta ou azul.

VI - deve-se evitar: a) o uso excessivo de grifos, letras maisculas, negritos, abreviaturas e siglas;b) quando se tratar de expediente interno Corporao, frmulas de pura cortesia, tais como: tenho a honra de (...), sero abolidas, no se tratando de desateno pessoal, mas de objetividade, a qual torna mais direta e sucinta a exposio, alm de marcar o carter militar da correspondncia.

VI - a data dever vir expressa como 1 para representar o primeiro dia de cada ms e, nos demais casos, apenas com o nmero referente ao dia sem o uso do zero esquerda, sendo que a sigla do Distrito Federal (DF) ser utilizada apenas nos documentos expedidos para destinatrios que se encontrarem em outro Estado Federado, da seguinte forma: Braslia, 1 de janeiro de 2011 ou Braslia-DF, 1 de janeiro de 2011.VIII - o fecho, que tem incio com a saudao, se encerra com a assinatura do autor do documento oficial, a qual dever conter o nome completo, seguido do posto ou graduao, funo e matrcula (no utilizada quando se tratar do Comandante-Geral), centralizadas, com espaamento simples entre linhas.

Nome completo, nome em caixa alta, sem abreviatura posto/graduao - QOBM/QBMG

Funo

Matrcula

2.1. A formatao do envelope

Para efeito de padronizao da documentao como um todo, no se pode esquecer do preenchimento do envelope no qual a documentao encaminhada. De preferncia, o preenchimento deve ser feito por meio de digitao, principalmente quando estiver destinado a autoridades externas Corporao.

No envelope, o endereamento das comunicaes dirigidas s autoridades tratadas por Vossa Excelncia ter a forma prevista no Anexo A.Para as demais, tratadas por Vossa Senhoria, a padronizao obedece ao modelo do Anexo B.Cabe ressaltar que essa formatao pode ser relativizada, uma vez que a maioria dos envelopes disponveis na Corporao timbrado. Da mesma forma, de uso corrente nesta Instituio o uso de etiqueta para designar o emissor e o receptor.2.2. Formatao para publicao em Dirio Oficial do Distrito Federal

A publicao de matrias no Dirio Oficial do Distrito Federal (DODF) foi padronizada pela edio do Decreto n. 23.501, de 31 de dezembro de 2002, do GDF, que institui normas para as publicaes do DODF (publicado no DODF n. 12, de 16 de janeiro de 2003 e republicado no DODF n. 103, de 30 de maio do mesmo ano). Para isso, para tanto deve-se observar:

I - tamanho do papel: o formato fundamental dos papis a serem encaminhados para publicao em DODF 210 mm x 297 mm (A4).II - mdia eletrnica: alm da documentao devidamente impressa em papel, imprescindvel a remessa da matria a ser publicada em mdia eletrnica e devero ser geradas em editor de texto, salvas em formato RTF (Rich Text Format).

a) fonte: Times New Roman;

b) tamanho da fonte: 9;

c) estilo da fonte: normal; e

d) espaamento: simples entre as linhas.III - margem:

a) margem superior: 1 cm;

b) margem inferior: 0 cm;

c) margem esquerda: 1 cm;

d) margem direita: 0 cm;

e) medianiz: 0 cm;

f) cabealho: 0 cm;

g) rodap: 0 cm;

h) largura da pgina: 13 cm; ei) altura da pgina: 29 cm.IV - a mdia eletrnica e a sua reproduo em papel devero:

a) vir acompanhados por ofcio, discriminando as matrias a serem publicadas;

b) ser agrupadas em um s arquivo de acordo com a seo do DODF onde sero publicadas;

c) trazer digitado o nome do signatrio e, no caso de atas, resolues, acrdos, etc., que contenham o nome de mais de um signatrio, estes devero vir sequencialmente, na largura de 12 cm;

d) vir em texto corrido e no dever conter negrito, sublinhado, itlico e suas combinaes e recuo de abertura de pargrafo;

e) as tabelas, balanos e quadros devero possuir 12 ou 25 cm de largura. As linhas horizontais e verticais podero ser substitudas pela Diretoria de Divulgao de forma a se adequarem aos padres grficos utilizados para editorao dos jornais. Os caracteres da tabela podero ter corpo menor que 9 (nove);

f) ser encaminhados em forma de tabela e/ou quadro os decretos de crditos suplementares, a execuo oramentria, as leis e os balanos patrimoniais;

g) estar no padro JPEG, PDF ou TIF as figuras, grficos e formulrios e devero possuir 12 ou 25 cm de largura com altura at 29 cm; e

h) os textos devem ser impressos na cor preta e em papel branco ou pardo, quando reciclado.

3. Requisitos necessrios para a formulao de atos administrativos

Hely Lopes Meireles (2003) postula a existncia de cinco requisitos para a formulao de atos administrativos: competncia, finalidade, forma, motivo e objeto. Esses requisitos so importantes no momento da redao de atos administrativos, pois balizam o redator sobre alguns pontos que devem ser obedecidos sob pena de tornarem os atos invlidos ou prejudicar a sua tramitao.

Partindo do requisito competncia, por exemplo, temos que nenhum ato (...) pode ser realizado validamente sem que o agente disponha de poder legal para pratic-lo (MEIRELES, 2003:147). Dessa forma, se o agente no detiver o poder necessrio, o ato torna-se invlido. Temos, como exemplo, a troca/permuta de servio. s vezes, os militares se esquecem que h a necessidade de comunicar e obter da administrao o aval para a troca de servio e que no cabe a eles agir dessa forma. No raro, possvel encontrar papis que contenham, escritos de prprio punho, autorizao por parte dos militares envolvidos para efetuar a transao. Essa autorizao no vlida porque os autores, embora sejam as partes envolvidas, no possuem o poder para deliberar sobre o assunto. Cabe ressaltar que a troca em si no proibida, mas deve partir da administrao, por meio da autoridade hierarquicamente competente para formalizar a transao, para que todos fiquem resguardados em caso de problemas administrativos e/ou operacionais.No que se refere finalidade, o administrador deve ter sempre em mente que o ato administrativo precisa ter finalidade pblica. No exemplo anterior, o fim pblico a formalizao de troca de servio para que a administrao garanta os direitos e deveres s partes, pois se houver algum problema de ordem operacional durante o servio desenvolvido pelo Soldado AKIL DE OLIVEIRA COSTA, por exemplo, no responda administrativa ou criminalmente, a Soldado ANA CAROLINA BRAGNCIA, a qual estava oficialmente escalada para a atividade, alm de garantir que o servio ser desempenhado por algum.

Quanto forma, o administrador ou redator deve obedecer ao princpio de que a administrao precisa de procedimentos especiais e formas igualmente especiais para manifestar a sua vontade, a qual o interesse pblico. Se a forma utilizada no for a prevista, o ato administrativo poder se tornar nulo. No exemplo anterior, se houver a retratao em tempo hbil, a escala poder ser publicada, como retificao em um boletim da Corporao. No entanto, se os militares estiverem lotados na Academia de Bombeiro Militar (ABMIL) e a escalao tiver sido publicada no boletim geral, seu comandante no poder elaborar uma nota de boletim retificando a escala, pois no possui competncia legal para publicar matria em boletim geral. Ento, o ato administrativo no poder ser jamais uma nota de boletim, mas, sim, um memorando ao Diretor de Ensino para que seja retificada a escalao no boletim geral, o qual possui competncia legal para tal. O administrador deve sempre se lembrar de que: nula a forma, nulo o ato.O motivo a situao de direito ou de fato que determina ou autoriza a realizao do ato administrativo (MEIRELES, 2003). Deve sempre vir expresso, excetuando-se os casos em que a lei desobrigar o agente. Seguindo o exemplo da troca de servio, embora a retificao aparea sem motivao em um item de boletim geral, ela no ocorre assim. Os militares envolvidos devero justificar a sua necessidade, a qual ser analisada pelo administrador. A vinculao da troca, por exemplo, perda de aposta no motivo para a existncia do ato, pois est no campo do interesse pessoal e no do interesse corporativo.Todo ato administrativo tem por objeto a criao, modificao ou comprovao de situaes jurdicas concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas ao do Poder Pblico (MEIRELES, 2003:150). No exemplo trabalhado, o ato administrativo muda a situao de militares: um passa a escalado o outro a no-escalado, implicando as sanes penais e administrativas decorrentes dessa nova situao s partes.3.1. Classificao dos atos administrativos

Entenda-se por ato administrativo todo ato em que expressa a vontade do Estado, praticada pelo Poder Pblico, em conformidade com a lei, objetivando produzir efeitos de direito ou impor obrigaes. Ao contrrio do que se pensa, todo ato administrativo, mesmo o de correspondncia, reflete a administrao pblica e no o indivduo por ela representado.

De acordo com a finalidade e a peculiaridade de cada expediente, os atos administrativos podem ser classificados nas seguintes categorias:

atos de correspondncia;

atos enunciativos; atos normativos; atos de ajuste; e atos comprobatrios.3.1.1. Normativos

Como o prprio nome antecipa, todos os atos que expem orientaes, normas, regulamentos e disciplinam a execuo de determinado servio, de acordo com dispositivos legais, so classificados como atos normativos. Os exemplos desse grupo so: a portaria, o decreto, a instruo, a ordem de servio, a resoluo, o edital, o regimento e o regulamento.

3.1.1.1. Portaria (Anexos C e D)As portarias do CBMDF se dividem em dois tipos: numerada e no numerada. A diferena entre elas pertinente ao assunto, ou seja, aquelas que tratam de questes que atingem a Corporao como um todo (acrescentam, reformulam ou excluem determinadas formas de funcionamento da Corporao, geralmente normativas) so numeradas; as demais que incidem de forma pontual para alguns militares (movimentao de oficiais, de agregao de militares, designao de comisso) no so numeradas, so apenas datadas.

Cabe salientar que as portarias so atos administrativos internos que estabelecem procedimentos alusivos ao pessoal e ao funcionamento ou organizao de servios, como tambm orientam quanto aplicao de textos legais, alm de disciplinar matria que dependa de regulamentao.

As portarias numeradas possuem algumas especificaes: so articuladas (divididas em artigos), devendo ser regidas observando-se a Lei Complementar n. 13, de 3 de setembro de 1996, que regulamenta o art. 69 da Lei Orgnica do Distrito Federal, dispondo sobre a elaborao, redao, alterao e consolidao das leis do Distrito Federal; e, no que couber, a Lei Complementar n. 95, de 26 de fevereiro 1998, que dispe sobre a elaborao, a redao, a alterao e a consolidao das leis, conforme o art. 1, pargrafo nico, da LC n. 95/98 e o art. 59, pargrafo nico, da Constituio Federal.Ao longo de todo o Captulo III da lei complementar, tratada a redao dos atos normativos. No artigo 52, a remisso a dispositivos de lei deve ser iniciada pelo artigo, devendo, quando seguido do respectivo nmero, ser indicado pela abreviatura art. ou arts., conforme se use a remisso para um ou mais artigos. A complementao do artigo deve ser isolada por vrgulas. Dessa forma, para citar o 2 de algum artigo, a citao deve ser assim: arts. 2, 2; 11, II, da Lei tal.

Entre algumas normas prprias no tocante redao dos atos normativos, em especial portaria, como bem disciplina aquela lei complementar, temos:

I - a epgrafe: grafada em caracteres maisculos, identificando singularmente a portaria (PORTARIA N. 1, DE 25 DE DEZEMBRO DE 2012 ou PORTARIA DE 25 DE DEZEMBRO DE 2012);II - a ementa: grafada com fonte duas linhas abaixo e fonte inferior da epgrafe, (epgrafe em fonte 12, ementa em 10, duas linhas abaixo), situada entre o centro e a margem direita do papel, sem pargrafo e espaamento simples entre linhas;III - o prembulo: traz a competncia da autoridade para a prtica do ato;IV - artigo ser indicado por meio da abreviatura Art. seguida da numerao ordinal at o nono e cardinal depois deste;a) entre a numerao em algarismo ordinal e o texto no ser colocado nenhum sinal; depois da numerao em algarismo cardinal, ser colocado um ponto, sendo que o texto ser antecedido por um ou dois espaos em branco, sem traos ou outros sinais;b) o artigo ser desmembrado em pargrafos ou incisos e as alneas em itens.V - o pargrafo: representado pelo sinal grfico , com a mesma regra de numerao do artigo, devendo ser utilizada, quando existir apenas um pargrafo, a expresso Pargrafo nico. separado do texto, por um ou dois espaos em branco. No haver inciso nico, alnea nica ou item nico;a) quando necessrio, o pargrafo ser desmembrado em incisos;b) o texto normativo dos pargrafos e do pargrafo nico ser iniciado por letra maiscula, terminando com ponto, sendo que, em caso de desdobramento em incisos, terminar com dois pontos.VI - os incisos: representados por algarismos romanos seguidos de hfen, tm o texto iniciado por letra minscula, terminado com ponto, sendo que, havendo a necessidade, ser desmembrado em alneas, caso em que terminar com dois pontos;VII - as alneas sero indicadas por letras seguidas de parnteses [a), b), c)], com o texto iniciando com letra minscula, terminando com ponto, exceto se desmembrada em itens, quando terminar em dois pontos;

VIII - os itens: representados por numerao cardinal seguida de ponto (1., 2., 3.), tero o texto iniciando com letra maiscula e terminando com ponto. Por ser a menor representao dentro de um ato normativo, o item no tem desmembramento.12) a portaria poder, para melhor entendimento, agrupar os artigos em: Parte (especial, geral), Livros, Ttulos, Captulos (todos em letras maisculas) e em Sees e Subsees (em letra minscula).

ESQUEMA DA ESTRUTURA DAS PORTARIAS

(com base na Lei Complementar n. 95/98 e na Lei Complementar n. 13/96, do Distrito Federal)

1. Prembulo1.1. Ttulo1.1.1. EpgrafeIdentifica o ato como portaria com numerao prpria, situando-a no tempo (dia, ms e ano).

1.1.2. EmentaVerbo na terceira pessoa do singular do presente do indicativo. Sntese do contedo, objeto da portaria / O texto da ementa entre o centro e a margem direita, fonte menor que o texto normativo.

1.2. Frmula

de promulgao1.2.1. autoria

1.2.2. fundamento legal

1.2.3. ordem de execuo

1.2.4. facultada a justificao dos atos que levaram elaborao da portaria, sob a forma de considerandos, mas, sempre que possvel, deve ser evitada (fazendo parte da instruo dos autos do processo administrativo, cujo nmero deve constar como adendo ao complemento legal)O Comandante-Geral (1.2.1.), no uso das atribuies que lhe conferem os incisos (...) e observando a instruo dos autos de n. (...) (1.2.2), resolve (1.2.3.):

2. Texto ( articulado)2.1. artigo: unidade bsica.Termina com ponto ou dois pontos / possuem uma nica frase / sentido completo, existe uma nica regra.

2.2. pargrafo: unidade complementarUnidade complementar para apreenso do sentido.

Um s pargrafo nico, mais de um utiliza-se o smbolo ( dependente do caput).

2.3. inciso: explicita normas.

2.3.1. alnea: complementa o inciso (letra minscula);

2.3.2. itens: complementa a alneaCompleta o sentido do caput ou do pargrafo / para melhorar o sentido faz-se um desdobramento.

Nmeros cardinais, seguido de ponto.

3. Fecho3.1. consignao do local, data e assinatura da autoridade signatria do ato/ aps o ltimo artigo.

As portarias datadas dispensaro o uso de ementa e sero articuladas em itens, os quais sero grafados com numeral cardinal seguidos de ponto, com o texto iniciando com letra maiscula, e, quando necessrio, sero desdobrados em alneas, quando terminaro em dois pontos.Uma utilizao bastante recorrente no CBMDF a referncia errada a incisos e alneas, os quais so tratados como itens e letras, respectivamente.

Perceba a diferena no seguinte exemplo:

O COMANDANTE-GERAL, no uso das atribuies que lhe compete os itens II, III e VI do art. 7 do Decreto n. 7.063, de 29 de abril de 2010, que regulamenta o item I do art. 10-B da Lei n. 8.255, de 20 de novembro de 1991, que dispe sobre a organizao bsica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, resolve (...).

O certo seria:

O COMANDANTE-GERAL, no uso das atribuies que lhe compete o art. 7, incisos II, III e VI, do Decreto n. 7.063, de 29 de abril de 2010, que regulamenta o art. 10-B, inciso I, da Lei n. 8.255, de 20 de novembro de 1991, que dispe sobre a organizao bsica do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, resolve (...).

3.1.1.2. Despacho (Anexo E) o ato administrativo que contm a deciso das autoridades administrativas sobre o assunto submetido sua apreciao. Nem sempre representa deciso a respeito do assunto apreciado, pois pode deliberar para autoridade ou rgo competente que decidir sobre a questo.

No CBMDF, no h normatizao quanto a esse expediente, uma vez que ele, geralmente, no aparece numerado, sendo, geralmente, feito no prprio documento que originou a apreciao. Alguns so feitos com uso de carimbos, outros de maneira aleatria, mas para efeito deste manual, ser considerado o despacho digitado, manuscrito ou por meio de carimbo (conforme estabelecido no Manual de Gesto de Documentos do GDF). O despacho ser considerado como movimentao a ser exposta durante a tramitao do documento.Podem-se resumir as caractersticas do despacho da seguinte forma:

I - breve e fundamentado em informaes ou parecer;II - consta do corpo do processo (quando houver);III - geralmente manuscrito (grafado em caneta azul ou preta);IV - a regra que no seja publicado; eV - o formulrio pode ser carimbado, conforme o exemplo:

CBMDF AJGERPROT. N. _________/_____/______ s ___h____ min.

AO: _________________________________________

PARA: _______________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

_____________________________________________

Em _____/______/_______

ASS.:_________________________________________

Cabe ressaltar, no entanto, que o Comandante-Geral utiliza o despacho decisrio, o qual numerado e objetiva avaliar e deliberar sobre solicitaes, constando, tambm, fundamentao legal.3.1.1.3. Ordem de Servio (Anexo F) o ato administrativo mediante o qual o titular da OBM, alm de outras autoridades de nvel hierrquico equivalente, determina a realizao de certo servio ou regulamenta procedimentos para a sua execuo, orienta as unidades orgnicas e/ou subordinadas quanto ao desempenho de suas funes. utilizada, tambm, para assuntos normativos, de pessoal e administrativos.Consiste no estabelecimento de encargos para unidades orgnicas e/ou militares subordinados, a fim de cumprir determinada misso.

A ordem de servio precisa conter:

I - cabealho (conforme modelo j exposto neste manual);

II - denominao do ato ORDEM DE SERVIO, em negrito, seguida de nmero, ano e rgo que a gerou ao centro;

III - finalidade (ementa);

IV - referncia (fundamentao legal); e

V - atribuies.

VI fecho;VII rodap (observando o modelo previsto neste manual).

No CBMDF, esse expediente bastante produtivo para regulamentar a efetivao de solenidades, sendo denominado como NOTA DE INSTRUO (Anexo G).Embora esse expediente seja quase sempre utilizado para normatizar e pormenorizar solenidades no CBMDF, ele pode ser aproveitado em outros campos, como regulamentando um dispositivo legal, dessa forma ter uma outra estrutura.3.1.1.4. Ordem de Misso (Anexo H) o ato administrativo mediante o qual o Comando Operacional confecciona documento prprio com ordens e determinaes s unidades operacionais para atender, preventivamente, a possveis problemas em shows e eventos decorrentes da aglomerao de pessoas.

Esse expediente administrativo confeccionado aps recebimento de informaes fornecidas pela Secretaria de Segurana Pblica sobre a especificidade do evento, como pblico estimado, incio e trmino, quantidade de militares a serem escalados ou a guarnio designada para a preveno, pessoa ou instituio responsvel pela realizao do evento etc.3.1.2. Enunciativos

Compem essa categoria todos os atos que se restringem a emisso de opinio sobre determinado assunto ou declaram um fato com base em dispositivos legais.

3.1.2.1. Parecer Tcnico (Anexo I) um ato do agente pblico sobre determinado processo, baseado na anlise do caso e indicada, posteriormente, a soluo para a situao, a qual precisa estar justificada com dispositivos legais e informaes relevantes. O uso de parecer bastante importante, pois assessora o agente pblico a tomar as decises que o caso necessita. Dessa forma, infere-se que o parecer o meio pelo qual determinada atitude da administrao ser tomada, a qual ser evidenciada por meio de nota de boletim, despacho decisrio ou qualquer outro expediente com essas caractersticas.O parecer pode ser tcnico ou normativo.

Segundo Eli Lopes Meireles (2003), o parecer tcnico: o que provm de rgo ou agente especializado na matria, no podendo ser contrariado por leigo ou, mesmo, por superior hierrquico. Nessa modalidade de parecer ou julgamento no prevalece a hierarquia, pois no h subordinao no campo da tcnica.Dessa forma, infere-se que somente pessoas capacitadas sobre determinado assunto podero emitir parecer tcnico, os quais s podero ser contestados por pessoas igualmente qualificadas. Os pareceres jurdicos emitidos pela Assessoria Jurdica do CBMDF esto includos nessa categoria.

J o parecer normativo convertido, depois de aprovado pela autoridade, em norma de procedimento interno.

3.1.2.2. Relatrio (Anexo J)Segundo Martins & Zilberknop (2001: 252), deve-se entender por relatrio o documento atravs do qual se expem os resultados de atividades variadas. No simplesmente a relao de fatos, mas deve ser objetivo, informativo e apresentvel, qualidades que s so atingidas se o seu autor demonstrar capacidade para tal.

um documento de circulao interna em que a exposio escrita, circunstanciada, deve ser dirigida ao superior hierrquico para relatar a execuo de atividades, acontecimentos e fatos, no qual se narra uma atividade, ocorrncia ou se expe a execuo de uma misso ou de um servio, bem como quando no exerccio de cargo, funo ou desempenho de atribuies. O contedo do relatrio, os assuntos e a periodicidade devem ser determinados por autoridade competente. O destinatrio deve figurar sempre no canto inferior esquerdo da primeira pgina.

O relatrio possui as seguintes partes:

I - cabealho (destinado identificao);

II - parte expositiva (assunto propriamente dito do relatrio);

III - concluso;IV fecho; eV rodap (com informaes da OBM de lotao do relator).

Uma utilizao bastante frequente desse expediente, no CBMDF, refere-se ao relatrio de viagem, no qual o autor deve expor os acontecimentos e suas avaliaes sobre a viagem, visto que, geralmente, ela tem como objetivo o estudo.

3.1.2.3. Informao

A informao um ato administrativo que visa esclarecer, de forma minuciosa, uma determinada situao autoridade a qual destinada. semelhante ao ato administrativo estudo utilizado pelo Exrcito Brasileiro, pois tambm tem como objetivo a anlise e o equacionamento de problemas de maior complexidade, por meio do raciocnio lgico. A diferena entre esses dois atos est no fato de que a informao no tem em si a tomada de deciso, mas visa municiar a autoridade destinatria de dados que a levem a tal fim.

De uma forma geral, a informao possui um cabealho, a especificao do assunto e qual a documentao que a gerou. composta de algumas partes como: do pedido, dos dados do solicitante, da regulamentao, dos fatos e concluso.

3.1.3. De assentamento

3.1.3.1. Ata (Anexo K)Em sntese, ata um resumo de fatos e decises que aconteceram em uma assemblia, sesso ou reunio para um determinado objetivo.

A ata precisa de um termo de abertura e encerramento, geralmente escrita a mo pelo secretrio em livro prprio (com folhas numeradas e rubricadas). Possui valor jurdico, por isso, deve ser escrita de tal forma que nada seja alterado ou modificado sem o consentimento dos participantes do evento, uma vez que todos devero assin-la ao final, cabendo ao secretrio retificar, dentro do prprio corpo do texto, as alteraes aceitas.

Os nmeros devem ser escritos por extenso, a variante da Lngua Portuguesa adotada a padro, deve-se evitar abreviaes, expresses coloquiais, os espaos para os pargrafos. O tempo verbal utilizado na ata o pretrito perfeito do indicativo.

Com o advento da informtica, aceita-se que a ata seja transcrita digitalmente, contanto que se tenha o devido cuidado com o arquivamento e com possveis fraudes ou alteraes no conhecidas pelos membros da reunio, assemblia ou sesso. No entanto, quando escrita a mo, no h a construo de pargrafos, devendo seguir texto contnuo em um nico bloco paragrfico. J em caso de digitao, no h essa necessidade, uma vez que o texto no permite a sua adulterao.3.1.4. Comprobatrios

So aqueles que servem como prova para determinado fato. Como tipos de documentos comprobatrios tm-se o atestado e a certido, sendo que a diferena entre eles que o primeiro atesta a verdade referente a determinado fato transitrio; enquanto a outra atesta fato permanente.

So exemplos de atestado: comparecimento nos hospitais, nas clnicas e nas policlnicas (mdica e odontolgica), e atestado de sade. J para a certido, h a de nascimento, casamento, de bito etc.No entanto, em algumas situaes na Corporao, os militares so surpreendidos com a necessidade de elaborar declaraes, geralmente relacionados ao conhecimento ou comprovao de determinada situao, como o caso do recebimento de um determinado documento ou do conhecimento dos autos de um processo administrativo (ANEXO L). Em outras situaes necessrio comprovar para a instituio de ensino a condio de militar, sendo expedida pela autoridade pblica, na condio de possuidor de f pblica (ANEXO M). Por isso o contedo de certides e declaraes dessa natureza plstico, ou seja, se adapta necessidade motivadora (conforme anexos L e M deste manual). De certa forma, h alguns itens bsicos que devem conter o documento. No caso da certido e da declarao, por exemplo, necessrio expor o que e a quem se certifica/declara e para qual motivo. O cabealho da declarao genrico, ou seja, coloca-se apenas o nome da Instituio, nesse caso: CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO DISTRITO FEDERAL. Nas declaraes expedidas por militares para o CBMDF, necessrio estabelecer a que se destina (comprovao) e o rgo a que direcionado (no caso em questo o CBMDF) e o objeto declarado. Quando a declarao for expedida pela Corporao, ter o cabealho padro estabelecido por este manual.3.1.5. De correspondncia

Os atos que tm por objetivo maior estabelecer comunicao entre pessoas, rgos ou entidades so classificados como sendo de correspondncia. So exemplos deste grupo: o aviso, a carta, a circular, a exposio de motivos, o memorando, a mensagem, o ofcio.

3.1.5.1. Carta (Anexo N)Entenda-se como carta:A forma de correspondncia por meio da qual os dirigentes da Administrao do Distrito Federal se dirigem a personalidades e entidades pblicas e particulares para tratar de assunto oficial.

Esse ato administrativo possui a seguinte estrutura:

I - designao do rgo, dentro de sua respectiva ordem hierrquica;

II - denominao do ato CARTA em caixa alta e em negrito;

III - numerao/ano, local e data na mesma direo;

IV - destinatrio (nome, cargo, endereo);

V - vocativo;

VI - texto (exposio do assunto);

VII - fecho;

VIII - assinatura;

IX - nome, completo em caixa alta, posto/graduao;

X - funo; eXI - matrcula.

No CBMDF, esse expediente praticamente no utilizado, pois, por se tratar de assunto oficial, as autoridades entendem que o ato administrativo ofcio atende s necessidades e, por isso, o ofcio tem incorporado as atribuies da carta e a substitudo, no entanto, para efeito deste Manual, ser exposto modelo tambm desse ato.

3.1.5.2. Circular (Anexo O)So atos administrativos de mesmo teor destinados para vrios funcionrios ou setores administrativos incumbidos de certo servio ou do desempenho de certas atribuies em circunstncias especiais. Ela possui a mesma estrutura do memorando.

Em virtude de possuir a caracterstica de mesmo contedo para conhecimento de vrias sees e unidades do CBMDF, pode ser substituda pela ordem de servio, a qual acaba por economizar recursos materiais e humanos, alm de ser conhecida ao mesmo tempo por todos os rgos interessados, por meio de sua publicao em boletim geral.

3.1.5.3. Exposio de motivos

Ao contrrio do que eventualmente se pratica no mbito do CBMDF, a exposio de motivos um ato administrativo dirigido ao Presidente da Repblica ou ao Vice-Presidente da Repblica elaborado por Ministros de Estado. Essa documentao tem um formato semelhante ao utilizado para o ofcio e pode conter anexos para corroborar a justificativa para a tomada de deciso por parte do Presidente da Repblica.

De outra forma, a exposio de motivos utilizada por militares do CBMDF no possui numerao, pois em geral, vem diluda em notas de boletim, ofcios, sindicncias etc., a enumerao dos fatos e dos dados utilizada para sintetiz-los e pontu-los de tal forma que a autoridade para quem destinada a comunicao tenha uma maior visibilidade sobre o assunto e possa deliberar com maior propriedade.

Devido especificao inerente ao ato administrativo denominado exposio de motivos que ser destinado ao Presidente ou ao Vice-Presidente, como foi anteriormente relatado, no ser possvel a sua utilizao pelo CBMDF, todavia, a caracterstica importante de expor de forma eficaz os fatos e dados ser considerada principalmente na elaborao do ato administrativo informao (ver item 3.1.2.3.).

O Manual de Redao Oficial do Governo do Distrito Federal, possivelmente numa analogia ao Manual de Redao da Presidncia da Repblica, prev a utilizao da exposio de motivos vinculando-a ao expoente mximo do GDF: o Governador. Dessa forma, estariam autorizados os secretrios e autoridades de igual nvel hierrquico.3.1.5.4. Memorando (Anexo P)Segundo o Manual de Redao da Presidncia da Repblica:

Memorando a modalidade de comunicao entre unidades administrativas de um mesmo rgo, que podem estar hierarquicamente em mesmo nvel ou em nveis diferentes. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicao eminentemente interna.

o documento empregado para exposio de projetos, ideias, diretrizes etc. devendo ser utilizado o prprio documento para despachar sobre o assunto, no entanto, nas instituies militares o memorando foi muito utilizado como forma de obter justificativas para atrasos, faltas e no cumprimento de misses por parte de militares, utilizao que deve ser repensada, pois a caracterstica principal do memorando a agilidade, uma vez que ele requer um retorno rpido sobre o assunto que tratado e, por isso, deve ser aplicado para atingir esse objetivo.

Por circular internamente em um mesmo rgo, ser adotado o uso do Memorando no lugar do que atualmente se denominam ofcio interno, parte e encaminhamento, os quais no so mais utilizados no CBMDF.

3.1.5.5. Mensagem (fax)

No h a utilizao desse expediente na Corporao, sendo realizado apenas o envio de documentos (ofcio, parecer, portaria etc) via fax smile, com o objetivo de agilizar a tomada de determinada providncia imediatamente, at que o documento original seja entregue via postal ou por malote.

Deve-se ressaltar o fato de que a transmisso de fax possui o custo da ligao telefnica (se o destinatrio estiver em Braslia, a tarifa normal; se em outro estado ou pas, o custo ser de uma ligao interurbana ou internacional). Talvez por causa desse motivo, essa tecnologia de envio de dados est em franco processo de obsolescncia, pois atualmente, quando se exige rapidez no envio de determinado expediente, a forma encontrada o escaneamento do documento e o seu envio por meio de correio eletrnico. Essa estratgia alm de diminuir os custos consideravelmente evita a perda de alguma parte do texto durante a transmisso.

Sobre o assunto, ainda possvel agregar como ponto positivo o fato de que o envio via correio eletrnico no requer, nos tempos atuais, equipamentos complicados ou de elevado custo, alm de ser possvel acessar os dados em qualquer parte do globo terrestre.

3.1.5.6. Ofcio (Anexo Q)Ofcio o documento que tem por finalidade o tratamento de assuntos oficiais entre o CBMDF e os demais rgos da Administrao Pblica, e, tambm, entre as instituies particulares e as pessoas fsicas.

Sua estrutura possui as seguintes partes:

I cabealho;

II denominao do ato administrativo OFCIO, em negrito; seguido da numerao/ano e sigla da OBM/Seo;

III local e data alinhada com o nmero do ofcio;

IV cargo do destinatrio e endereo alinhado esquerda;

V assunto;

VI vocativo;

VII texto;

VIII fecho; eIX rodap.3.1.6. Outros

H outros atos administrativos bem peculiares utilizados pelo CBMDF, criados pela necessidade inerente s atribuies da Administrao Pblica para com a funo de bombeiro militar.

Entre eles podemos citar a Comunicao de Acidente e seus desdobramentos (atestado de origem, inspeo de sade de controle, exame de sanidade de acidentados em ato de servio, inqurito sanitrio de origem), a declarao de beneficirio e seus desdobramentos.3.1.6.1. Comunicao de Acidente (Anexo R)A comunicao de acidente considerada como sendo um expediente de carter urgentssimo devendo ser confeccionada e enviada Secretaria da Policlnica Mdica (POMED), obrigatoriamente, em 48 (quarenta e oito) horas depois do acidente (conforme determinao publicada como item VI do Boletim Geral n. 90, de 15 de maio de 2006).

Esse documento visa esclarecer e evidenciar as circunstncias que cercaram o fato que deu origem ao acidente (art. 3, 3 do Decreto n. 26.604, de 23 de fevereiro de 2006, do Governo do Distrito Federal, que aprova as Instrues Reguladoras dos Documentos Sanitrios de Origem, para a Polcia Militar e o CBMDF, e d outras providncias). O autor da comunicao deve ter conscincia de que o teor da descrio poder prejudicar ou beneficiar o militar vtima de acidente e, por isso, responsvel por suas consequncias. De uma forma geral, ela deve ser fiel aos fatos e conter as informaes pedidas no modelo constante deste manual. O relato deve ater-se s causas e circunstncias do acidente, fatores que influem na sua classificao, ou seja, como sendo acidente em servio ou no. Cabe salientar que o militar autor da comunicao no precisa ser formado em Medicina ou outras reas de sade, pois o relatrio exigido e que deve conter a comunicao de acidente preliminar, so informaes bsicas de uma pessoa leiga, baseado em sua observao do acidente, na qualidade de testemunha. Todavia, isso no diminui a importncia desse relato, pois com ele pode-se avaliar tambm se a vtima concorreu para que o acidente acontecesse, fato que pode ser imputado a ela transgresso disciplina.

Para melhor definio de quesitos importantes para a elaborao da documentao que poder ou no incorrer na formao de processo sobre o acidente, foi sancionado o Decreto n. 26.604/2006, do Governo do Distrito Federal, no qual prev que o acidentado dever ser avaliado por mdico da Corporao, o qual dever emitir parecer sobre a necessidade ou no de atestado de origem. Tal exigncia implica a apresentao do acidentado Secretaria da POMED (exceto aquele que estiver internado em unidade de sade alheia Corporao).3.1.6.2. Atestado de Origem (Anexo S)O mdico avaliador, opinando pela elaborao do atestado de origem, comear, ento, procedimentos para arrecadao de dados que fomentaro um processo de investigao sobre o acidente. S para se ter uma idia, o atestado de origem constitudo de 4 (quatro) etapas sucessivas: I - provas materiais (objetiva, entre outras coisas, estabelecer uma relao de causa e efeito entre o servio que a vtima desempenhava com o acidente sofrido e este com as leses ou perturbaes mrbidas resultantes); II - homologao (reconhece a natureza do servio que a vtima se incumbia no momento do acidente, bem como sua relao com as leses ou perturbaes mrbidas resultantes); III - inspeo de sade de controle (acompanhamento mdico do tratamento de sade da vtima, a fim de indicar diagnstico e estabelecer, nos pareceres mdicos, a relao de causa e efeito que possa existir entre as leses encontradas e as constantes da prova tcnica); e IV - exame de sanidade de acidentado em ato de servio (percia mdica final, na qual constem os procedimentos mdicos efetuados e a condio atual da vtima de alta: se curada ou melhorada).

3.1.6.3. Inqurito Sanitrio de Origem (Anexo T)Os atos administrativos relacionados com acidentes de militares em servio possuem algumas consideraes importantes, no que se refere ao cumprimento de prazos, so eles:

Documento

ProcedimentoPrazo

Comunicao de acidenteConfeco e envio do militar autor da comunicao autoridade competente.No mximo em 48 (quarenta e oito) horas depois do acidente.

HomologaoRealizada pelo Chefe do Estado-Maior-Geral.5 (cinco) dias teis a contar do recebimento.

Provas materiais e Homologao do atestado de origemConcluso e publicao em boletim geral.20 (vinte) dias aps a data do acidente, prorrogveis por igual perodo, at duas vezes.

Atestado de origemLavratura pelo Diretor de Sade.20 (vinte) dias aps a data do acidente, prorrogveis por igual perodo, at duas vezes.

Inqurito sanitrio de origemConcluso.Mximo de 120 (cento e vinte) dias, a contar da nomeao do encarregado, publicada em boletim geral, prorrogvel por mais 60 (sessenta) dias.

3.1.6.4. Requerimento (Anexo U) o documento interno ou externo pelo qual o peticionrio dirige-se a uma autoridade para pleitear direitos ou benefcios previstos na legislao em vigor.

O requerimento redigido em 3 pessoa, com linguagem simples e comedida, no devido tratamento a que fizer jus a autoridade a quem for dirigido. fundamentado nos detalhes concernentes s alneas, aos pargrafos e aos artigos da legislao geradora do direito requerido. No requerimento de bombeiros militares e civis do CBMDF, constaro:

I - o requerente deve declarar ser a primeira vez que requer. Caso contrrio, informar que ordem sequencial toma o requerimento apresentado, esclarecendo o despacho que foi dado ao requerimento anterior. Quando requerer aps a primeira vez, apresentar, nas vezes posteriores, argumentos ou fatos que justifiquem a reviso do despacho anterior;

II - em casos de repeties de requerimentos sobre o mesmo assunto, a autoridade que indeferir o ltimo requerimento poder declar-lo encerrado na esfera administrativa;

III - no caso de peticionrio sem vnculo com o CBMDF (procurador legalmente constitudo), o requerimento dar entrada no Comando-Geral do CBMDF. No residindo o peticionrio no Distrito Federal, efetuar a remessa postal, devidamente registrada, para o Comando-Geral do CBMDF;

IV - a autoridade que primeiro encaminhar um requerimento, nele inserir as informaes pertinentes. O encaminhamento contendo essas informaes feito por meio de um primeiro despacho, conforme o modelo de Despacho de Encaminhamento;

V - todo requerimento deve, obrigatoriamente, dar entrada na OBM onde o interessado serve ou estiver vinculado para fins de percepo de proventos ou de penso militar. Deve, tambm, sair da OBM de origem devidamente instruda, com todas as informaes e documentos necessrios sua apreciao e deciso, sendo encaminhado via cadeia de comando, por meio do Despacho de Encaminhamento. Nas informaes, constaro, quando julgados necessrios, os seguintes dados pertinentes ao assunto do requerimento:

a) sobre o requerente - informaes pessoais, tais como: data de nascimento, data de praa, posto/graduao ou cargo atual, matrcula, entre outras conforme modelo em anexo;

b) sobre o amparo - o enquadramento na legislao que ampara ou nega o direito pretendido, citao de Leis, Regulamentos, Avisos, Portarias do Comandante-Geral ou outros em que se fundamenta a pretenso do requerente;c) sobre o que requer - estudo fundamentado e sinttico sobre o requerido e o parecer da autoridade que presta as informaes, quanto pretenso do requerente, salvo os assuntos subjetivos, em que o comandante no tenha os subsdios para fundamentar seu parecer;d) os requerimentos encaminhados em desacordo com a presente publicao sero devolvidos aos interessados; e

e) vedado ao militar ou civil dirigir o mesmo pedido, simultaneamente, a mais de uma autoridade administrativa.3.1.6.5. Declarao de beneficirio

Trata de um ato administrativo cujo objetivo a incluso de beneficirio de militar que o requer. Geralmente est associado a outros atos como o requerimento, declarao e termo de declarao, pois geralmente, quando se pleiteia a incluso, pede-se (no caso de menor) assistncia pr-escolar e adicional de natalidade.

Sua complexidade mnima, visto que um formulrio com respostas pontuais, sem muita elaborao textual. 3.1.6.6. Nota de Boletim (Anexo V, W e X)A nota de boletim (NB) um ato administrativo que visa dar publicidade, pois a funo do boletim, quer seja ostensivo, quer seja reservado, tornar pblicos atos dos mais variados para que surtam os efeitos legais.Os assuntos contidos so extremamente diversificados; tratam de frias, viagens, cursos, processos disciplinares etc., os quais so separados e organizados nas cinco partes que compem o boletim.

A NB contm:

I o cabealho (ao centro e em caixa alta);

II a identificao e o nmero do expediente, a sigla/abreviatura da seo, diretoria, centro etc., alinhados esquerda;

III o local e a data, na mesma linha da identificao e nmero do expediente, alinhados direita;IV a pigrafe alusiva autoridade que pratica o ato (ao centro e com destaque nico, caixa alta), exemplo: ATO DO COMANDANTE-GERAL;

V a epgrafe alusiva ao ato praticado pela autoridade (centralizada e com destaque nico, caixa alta), exemplo: CONCESSO DE ABONO ANUAL;

VI o prembulo, que traz o enquadramento legal que d atribuies autoridade responsvel pela prtica do ato (texto justificado, com pargrafo (2,5), inicial maiscula, terminado com resolve, em minsculo, seguido de dois pontos);

VII ato realizado pela autoridade (deve ser marcado por verbo no infinitivo, com destaque nico (caixa alta), seguido das demais informaes que cercam o ato);

VIII local e data de onde o ato foi assinado (justificado direita);

IX assinatura;

X nome completo (sem abreviatura, com iniciais maisculas, em caixa alta) seguida da abreviatura do posto e do quadro a que pertence o oficial;

XI - funo; e

XII - matrcula.Quanto formatao, a NB seguir a seguinte padronizao:

I se houver mais de um ato a epgrafe alusiva autoridade que pratica os atos vir no plural, como exemplificado: ATOS DO COMANDANTE-GERAL, ATOS DO DIRETOR DE GESTO DE PESSOAL, etc.;II o prembulo, com o enquadramento legal geral, vir logo abaixo, antes da epgrafe alusiva aos atos;III a epgrafe referente ao primeiro ato seguido do ato praticado, iniciado com o smbolo usado para grafar incisos, exemplo: I CONCESSO DE ABONO ANUAL;

IV a epgrafe alusiva ao segundo ato seguido do ato praticado, observando que a ordem do ato ser marcada pelo smbolo de inciso (II, III, etc), exemplo: II INDEFERIMENTO DE REQUERIMENTO;

V se houver mais de uma deliberao no mesmo ato, elas devem ser sinalizadas com o smbolo usado para marcar itens, nmero cardinal, seguidos de ponto;VI se houver listagem de militares, estes sero marcados com o smbolo usado para alneas (letras), seguidos de parnteses;VII os nomes dos militares, pensionistas e beneficirios sero grafados em caixa alta, sem quaisquer destaques para o nome de guerra;VIII se o(s) ato(s) gerar(em) consequncias, estas devero ser enumeradas com letras minsculas do alfabeto, seguidas de parnteses; eIX o texto ser escrito em arial, tamanho 12, espao simples.

4. A correspondncia virtual na Corporao

A utilizao de e-mails oficiais da Corporao para envio de documentos se mantm ainda pouco utilizada, geralmente restrita ao envio de notas de boletins para publicao no boletim geral, planilhas ou algum arquivo que poder compor como anexo algum expediente administrativo.

De uma forma geral, a utilizao de documentos virtuais ainda pouco explorada no CBMDF. Soma-se a esse contexto o fato de que a documentao virtual precisa, para ter valor legal, de certificao digital, o que ainda a Instituio no possui.Ressalta-se que o envio de informaes oficiais em endereo eletrnico no institucional revela falta de compromisso e desateno com a coisa pblica, por isso os e-mails institucionais devem ser abertos diariamente e utilizados efetivamente no expediente da Corporao.5. Os boletins da Corporao

A Corporao possui algumas publicaes que so utilizadas para levar ao conhecimento do pblico interno os atos praticados e as decises das autoridades, bem como torn-las oficiais para fins de pagamentos de frias, dirias ou para conhecimento de escalantes e chefes sobre afastamentos de militares, concedidos pelos mais variados motivos com durao igualmente variada, alm de expor atos normativos emanados pelo Comandante-Geral.

O boletim geral possui 5 (cinco) partes: a primeira parte refere-se ao Servio Dirio; a segunda, ao Ensino e Instruo; a terceira versa sobre Assuntos Gerais e Administrativos; a quarta Justia e Disciplina; e a quinta Comunicao Social, seguida dos Ineditoriais.5.1. O boletim geral

No boletim geral, so tornadas pblicas informaes de carter ostensivo, e, principalmente, as deliberaes do Comando-Geral, que um rgo colegiado de assessoramento ao Comandante-Geral, e composto pelas seguintes autoridades: Comandante-Geral, Subcomandante-Geral, Chefe do Estado-Maior-Geral, chefes de departamentos, Controlador, Chefe de Gabinete do Comandante-Geral, diretores, Comandante Operacional e Ajudante-Geral.O boletim geral regulado por instrumento normativo especifico que delimita as autoridades com competncia para publicao, circulao, formatao e outras especificidades.

5.2. O boletim reservado

Por se tratar de assuntos classificados no grau de sigilo reservado, referentes ao servio de inteligncia do CBMDF, a publicao do boletim reservado de competncia do Centro de Inteligncia, e o acesso ao seu contedo acontece por meio eletrnico e de acordo com a hierarquia de seus leitores: os oficiais superiores tm acesso a todas as matrias publicadas; os oficiais intermedirios no tm acesso parte destinada aos oficiais superiores; aos oficiais subalternos no so disponibilizados assuntos inerentes aos oficiais superiores e intermedirios; e as praas especiais, subtenentes e sargentos s leem os itens relacionados ao seu crculo hierrquico.

O boletim reservado poder ter suplemento e composto de quatro partes: primeira parte: Servio; segunda parte: Ensino e Instruo; terceira parte: Assuntos Gerais e Administrativos; e quarta parte: Justia e Disciplina.

As autoridades que podem publicar matrias no boletim reservado esto definidas no art. 10 da Portaria n. 15, de 23 de fevereiro de 2011, as quais so: Comandante-Geral; Subcomandante-Geral; Chefe do Estado-Maior-Geral; Controlador; Chefes de Departamentos; Chefe de Gabinete do Comandante-Geral; Ajudante-Geral; Comandante Operacional; o Auditor, o Corregedor, o Ouvidor e o Comandante do Ncleo de Custdia, na prtica dos atos administrativos e dentro de sua competncia regulamentar; o Comandante do Centro de Inteligncia, na prtica dos atos administrativos e dentro de sua competncia regulamentar; o Comandante do Centro de Comunicao Social, na prtica dos atos administrativos e dentro de sua competncia regulamentar; os Diretores, o Subcomandante Operacional, o Chefe do Estado-Maior do Comando Operacional e o Comandante do Comando Especializado, na prtica dos atos administrativos e dentro de sua competncia regulamentar.

A circulao no possui uma periodicidade definida, pois ela s acontece quando h matria a ser noticiada. Assim como o boletim geral, o boletim reservado regulamentado por instrumento normativo prprio.6. Arquivamento da documentao

O arquivamento da documentao produzida pelo CBMDF acontece de forma descentralizada, ou seja, cada secretaria desenvolve um arquivo prprio para controle de seus documentos, geralmente, devido falta de espao, o arquivo das secretarias permanecem durante, no mximo, um ano e, por isso, precisam ser reavaliados em termos de quais devero permanecer arquivados e quais devero ser descartados, bem como a retirada, dessa massa documental, de fotocpias de processos ou arquivos.6.1. O Arquivo-Geral

O Arquivo-Geral do CBMDF est subordinado AJGER e possui por atribuio arquivar os documentos permanentes da Corporao. Embora ainda no esteja vinculado ao Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ), o Arquivo-Geral est em processo de adequao para adoo da legislao federal e distrital sobre o assunto e de desenvolvimento de uma tabela prpria de temporalidade de documentao. Tal tabela define quais documentos devem ter uma determinada permanncia no que se refere ao arquivamento.

6.2. Informaes sobre arquivamento de documentos

No momento do arquivamento, o militar deve atentar para a documentao que pode ser arquivada, pois todo ato administrativo que produza efeitos jurdicos, ou seja, pode ser objeto de reviso jurdica, deve ser arquivado.

Dessa forma, esto automaticamente fora do arquivo permanente todos os documentos que cumpriram o seu trmite e no possuam implicaes jurdicas posteriores. Exemplo: expediente solicitando a presena da banda de msica, de prevenes; requerimentos solicitando afastamentos que tiveram sua deliberao publicada em algum dos boletins da Corporao.

Para efeitos legais, o arquivamento s pode acontecer para documentos originais, o que no inclui os fotocopiados. Ressalta-se que, embora o Judicirio tenha dado f pblica a cpia de documento autenticada por servidor pblico, cabe salientar que ela possui o seu valor at ser contestada, momento em que deve ser apresentado o documento original (ver item 7.12. deste manual).

Soma-se s desvantagens, a vida til de alguns materiais enviados para o Arquivo-Geral do CBMDF.

MATERIAL

VALIDADE

Fax3 a 5 dias (se no exposto ao sol).

Cpias fotocopiadas (xerox)5 anos (mximo) em condies ideais.

Cpias heliogrficas2 anos (mximo) em condies ideais.

Fitas de vdeo5 anos

Meios ticos e digitais30 anos

Disquete1 ano

Fotografias em preto e branco100 anos (mximo)

Fotografias coloridas30 anos (mximo)

Dentre os materiais citados anteriormente, ressalta-se a quantidade enorme de fotocpias (xerox) encontradas. s vezes, chega-se a encontrar de 3 ou mais cpias do mesmo documento! Alm de possuir uma vida til relativamente pequena (5 anos), sem o original a cpia nada vale para efeito legal, j que possui f pblica at que solicitada a cpia original, a qual no aparecendo invalida a fotocpia, tornando-a nula ou imprestvel para processos judiciais ou como valor de prova.7. Dvidas relacionadas redao oficial militar

H algumas peculiaridades que devero ser tratadas de forma padronizada no CBMDF. Entre elas, podemos citar a formao do gnero feminino no CBMDF, abreviaturas, o enquadramento de atos administrativos entre outras que sero abordadas neste captulo.

7.1. A formao do gnero feminino no CBMDF

No h uma padronizao ou diretriz sobre o assunto. As gramticas normativas apenas deliberam sobre o feminino de capito (capit) e o Vocabulrio Ortogrfico da Lngua Portuguesa (o VOLP), produzido pela Academia Brasileira de Letras, no prev as flexes para todos os postos e graduaes.As mulheres ingressaram no CBMDF em 1993 e, desde essa data, o assunto sobre a formao do feminino para postos e graduaes causa polmica por causa da falta de normatizao. J foram utilizadas, de forma aleatria e sem nenhuma interveno do Comando-Geral, trs formas distintas para o caso: 1) o soldado Maria; 2) o soldado/fem. Maria; e

3) a soldado Maria. Sendo at utilizada a expresso a soldada. Essas variantes apareceram paralelas a modificaes da insero das mulheres na Corporao. As ocorrncias 1 e 2 so constatadas mais frequentemente no perodo em que o quadro feminino era separado do masculino. O VOLP consagra os substantivos soldada, caba, sargenta, subtenente, tenente, capit, majorina, coronlia. Como possvel perceber, o VOLP no prev todas as flexes (subtenente e tenente permanecem inalteradas). No entanto, com a eleio de uma mulher ao cargo de presidente de Repblica, ressurgiu alguns termos at ento no usados, como presidenta. A justificativa de marcar, sim, por meio da flexo do substantivo, ou seja, linguisticamente, o espao conquistado pelas mulheres. Embora o termo cause estranheza, est previsto no VOLP, sendo, portanto legtimo. Aliado a esse movimento est a Lei Federal n. 2.749, de 2 de abril de 1956, que determina o uso oficial da forma feminina para designar cargos pblicos ocupados por mulheres, a qual tambm foi trazida tona em virtude do contexto sociopoltico. possvel, seguindo a mesma linha de raciocnio da flexo de presidenta, flexionar subtenenta e tenenta, as quais no constam no VOLP.Na verso anterior deste manual, foi normatizado que as flexes de gnero dos substantivos referentes a postos e graduaes seguiriam a normatizao prevista para os substantivos comuns de dois gneros, ou seja, apresentam o mesmo formato tanto para o masculino quanto para o feminino, sendo definido pelo uso do artigo, conforme os seguintes exemplos:

o soldado a soldado

o cabo a cabo

o sargento a sargento

o tenente a tenenteo capito a capit

o major a majoro tenente-coronel a tenente-coronelo coronel a coronel

A adoo dos substantivos comuns de dois gneros para os substantivos referentes aos postos e s graduaes implica o no uso da crase para os relacionados ao feminino. A explicao para o fato estaria no cerne da estrutura desses vocbulos: como a concepo primeira est amalgamada por sua significao masculina no haveria a ocorrncia da crase, a qual tem por regra bsica no anteceder substantivos masculinos.

Ex.: Concedo frias ao soldado Marcelo.

Concedo frias a soldado Marcela (sem crase). Concedo frias soldada Marcela.

Nesta nova verso deste manual, ficam estabelecidas as duas formas como legtimas, sendo possvel utilizar ambas, no no mesmo documento oficial, pois a opo por uma das formas implica questes ideolgicas distintas. Assim como afirma o gramtico Ataliba de Castilho,

nada impede que um termo at chegue a substituir o anterior. O uso o senhor da lngua. Vejamos como, daqui a alguns anos, as pessoas se referiro a esse cargo quando ocupado por uma mulher.

No s para os postos e graduaes que ser estabelecida a flexo como substantivos comuns de dois gneros, os substantivos militar e oficial seguiro a mesma flexo.

Ex.: A militar (a oficial) dever comparecer Seo.

O militar (o oficial) dever comparecer Seo.

No entanto, o substantivo praa, segundo o dicionrio etimolgico (Houaiss), feminino, sendo, portanto, utilizado tanto para militares do sexo masculino quanto para o feminino indiferentemente.

Ex.: As praas realizaram a misso conforme previsto.

Quanto s outras formas relacionadas a funes ou cargos, permanece o prescrito pelas gramticas de Lngua Portuguesa. Exemplo:1) A presidenta da Comisso de Recebimento de Material compareceu reunio.

2) A escriv da referida sindicncia est de licena especial.

3) A executora do contrato entre o CBMDF e a Marinha do Brasil dever observar a durao do acordo. 7.2. Uso de maiscula no CBMDF

facilmente constatada a utilizao exagerada de palavras com as iniciais maisculas em atos administrativos, no s aqueles elaborados pelo CBMDF, mas por toda a administrao pblica. S para se ter uma idia do excesso empregado comumente, transcrevemos um trecho de uma nota de boletim antes da correo ortogrfica:

Por ter demonstrado compromisso com a funo que exerce nesta Comisso e em especial Corporao, o FULANO, evidencia ser um Militar e Profissional ntegro, Responsvel, Zeloso e Correto nos seus Compromissos, caractersticas indelveis ao Bombeiro Militar. Prezo, por demais pela maneira como conduz seus Companheiros de trabalho, tambm com Eficincia e Eficcia as misses que lhe so confiadas, alm de orientar com profissionalismo e proficincia seus subordinados. (sic)

S neste pequeno trecho, contamos doze vocbulos grafados com maiscula desnecessariamente. O uso de maiscula no prejudica muito o texto, j que pode ser entendida a mensagem que se quis passar, no entanto, alm de evidenciar um desconhecimento do cdigo lingustico, ainda confunde o leitor sobre a importncia da palavra. A grosso modo, o uso de maiscula alerta o leitor para coisas incomuns como o nome de determinada pessoa, de determinado local, festividades, entre outras coisas. No trecho anterior, tudo importante para o autor, pois ele sinalizou dessa forma.

Alguns podem pensar que a utilizao de maisculas ou minsculas se d a revelia, ou seja, cabe a quem escreve deliberar sobre isso. Ao contrrio do que possam pensar os adeptos dessa prtica, existe uma normatizao pela gramtica do portugus padro que restringe a utilizao da maiscula, acontecendo nos seguintes casos:CasosExemplos

Comeo de perodo, verso ou citao direta.O Comandante-Geral fez o pronunciamento.

Substantivos prprios, apelidos.Brasil, D. Pedro II, Beira Mar.

Palavras que indeterminam pessoas, atuando como substantivos prprios.Fulano age de acordo com a lei.

Pronomes referentes a nomes sagrados.Cremos nEle.

As palavras Sol, Lua, Terra quando designativos astronmicos.A Lua gira em torno da Terra.

Nomes de altos conceitos religiosos, sociolgicos e polticos.a Igreja, o Estado, a Repblica.

Nomes de fatos histricos e importantes, de atos solenes.Idade Mdia, Dia das Mes, Inconfidncia Mineira.

Nomes de redes de rdio e televiso, jornais, peridicos e revistas.Carta Capital, TV Educativa, TV Senado.

Nomes de reparties, edifcios, corporaes.Ministrio das Comunicaes, Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, Palcio D. Pedro II.

Nomes de artes, cincias, ramos cientficos e disciplinas escolares. mestre em Lingustica. Leciona Qumica e Fsica no Colgio D. Pedro II.

CasosExemplos

Nomes que designam cargos, dignidades ou postos (quando acompanhados do nome ou quando o cargo substituir o nome).

O Papa Bento XVI. O Reitor da UnB. O Presidente da Repblica. O Ajudante-Geral. O Juiz Militar.

Nomes dos pontos cardeais e colaterais.Leste, Sul, Norte, Oeste, Sudeste.

Nomes comuns tornados prprios, para dar um realce.O Mestre (Jesus Cristo) deixou sua mensagem humanidade.

A segunda inicial da palavra composta unida por hfen, se for um substantivo prprio ou o intitulativo de uma obra, um congresso, uma conferncia.Tenente-Coronel, Ajudante-de-Ordens, Decreto-Lei.

Os termos estado e municpio, quando precederem seu respectivo nome e estiverem determinados.O Municpio de guas Lindas. O Estado de Gois.

A palavra capital, quando se referir cidade que aloja a alta administrao do Pas.O evento acontecer nesta Capital Federal.

A citao de ementas contidas no texto de leis, projetos, requerimentos etc.Lei Federal n. 7.800, de 10 de julho de 1989, que Dispe sobre as diretrizes oramentrias para o ano de 1990 e d outras providncias.

Leis, projetos de lei, decretos-lei, anteprojetos, normas, portarias e assemelhados.Portaria n. 21. Decreto n. 31.817.

A designao dos trs poderes da Repblica.Poder Executivo, Poder Legislativo e Poder Judicirio.

Expresses de tratamento e reverncia, palavras e frmulas respeitosas que se queiram realar.Sr. (Senhor), V.Ex (Vossa Excelncia), meu caro Amigo, meu querido Pai, minha adorvel Me.

7.3. Pronomes de Tratamento

Os pronomes de tratamento so palavras e locues que valem como pronomes pessoais e, embora se refiram segunda pessoa do discurso (para quem se fala), seguem a flexo da terceira pessoa (de quem se fala). Dessa forma, os pronomes possessivos e o verbo devero estar, obrigatoriamente, na terceira pessoa. Sobre essa questo, no raro, se encontra exemplos que mostram uma associao errada entre o pronome de tratamento e pronomes oblquos sobre o mesmo referente. Exemplos:

1) Encaminho a Vossa Senhoria documento que trata de assunto de vosso interesse (errado).2) Encaminho a Vossa Senhoria documento que trata de assunto de seu interesse (correto).

3) Comunico a Vossa Senhoria que o Soldado Fulano, matr. xxxxxxx se acidentou durante o servio. Informo-vos que no houve negligncia, imprudncia o