manual de identificacao de falsificacoes

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 M  ANUAL DE IDENTIFICAÇÃO DE F  ALSIFICAÇÕES

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Manual que aponta como identificar contrafacções (falsificações) das principais marcas de produtos mundialmente comercializados.

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  • manual de identificao de falsificaes

  • diga no falsificao

  • falsificao de maRcas o cRime do sculo XXi

    emPResas se unem contRa a falsificao

    a atuao do BPg

    tReinamentos e aPReenses

    emPResas associadas / como identificaR PRodutos falsificadosBicchanelfaBeR-castellhenkellouis VuittonmotoRolanikenokiaPhiliP moRRissouza cRuzswedish match

    contRafao de maRcas

    contatos

    04

    05

    06

    08

    1012141618202224262830

    32

    53

    ndice

  • falsificao de maRcas o cRime do sculo XXi

    A falsificao de marcas e a pirataria so as atividades criminosas que mais tm crescido no mundo. Segundo estudo sobre o impacto econmico da contrafao e da pirataria, realizado em novembro de 2009 pela Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico OECD1, esses crimes movimentam mais de 250 bilhes de dlares por ano. O estudo mostra que o comrcio de produtos contrafeitos e piratas evoluiu em mais de 120% entre 2000 e 2007.

    Pesquisas do IbOPE realizadas em 2008, a pedido da Cmara de Comrcio dos EUA e do Conselho Empresarial brasil Estados Unidos, sobre o impacto da pirataria no setor de consumo no brasil, mostram que a perda de faturamento na indstria, em razo da venda de produtos falsificados dos setores de roupas, tnis, brinquedos, relgios, perfumes, cosmticos, jogos eletrnicos e peas para motos, pode ser estimada em at 93,1 bilhes de reais. Esse mesmo estudo mostra que o impacto nos impostos por ser estimado em uma perda na arrecadao de at 18,6 bilhes de reais2.

    Mas o prejuzo no s ao Fisco. O desvio da clientela dos fabricantes dos produtos originais gera prejuzos significativos s indstrias e pe em risco milhares de postos de trabalho, que esto sendo perdidos ou deixam de ser criados em razo da comercializao de produtos falsificados ou contrabandeados.

    H prejuzo, tambm, para os consumidores que esto sendo enganados ao comprar produtos falsos, de baixa qualidade e de pouca durabilidade, que frequentemente pem em risco a sua sade e segurana.

    Por trs da falsificao de produtos esto verdadeiras quadrilhas internacionais que so sustentadas com os altos lucros dessa prtica, que acabam financiando outras atividades criminosas.

    1 www.oecd.org/sti/counterfeitinng2 Ibope 11/11/2008

    04

  • emPResas se unem contRa a falsificao

    Diante do significativo aumento da comercializao de produtos falsificados no brasil, renomadas empresas vtimas desse tipo de crime uniram-se na criao do Grupo de proteo Marca BpG. Atualmente, esto associadas ao bPG as empresas Bic, chanel, FaBer-castell, henkel, louis Vuitton, Motorola, nike, nokia, philip Morris, swedish Match e souza cruz.

    O objetivo principal do bPG o combate falsificao de marcas, violao de patentes, concorrncia desleal e comercializao de produtos objeto de contrabando e descaminho no pas, mediante atuao junto aos rgos competentes dos poderes Executivo, Legislativo e Judicirio.

    Para atingir esse objetivo, o bPG promove seminrios e treinamentos aos serventurios e funcionrios de todo e qualquer rgo pblico, autarquias municipais, estaduais e federais; prope a criao de leis, regulamentos, portarias e outros instrumentos jurdicos que visem ao fortalecimento das normas de represso e fiscalizao de mercadorias ilcitas no pas; oferece suporte tcnico aos institutos de percia, colabora na destruio de produtos apreendidos pelas autoridades pblicas; firma convnios de cooperao e atua com fornecimento de informaes e denncias para as autoridades federais, estaduais e municipais.

    Atravs do site www.BpG.orG.Br, o bPG disponibiliza um canal constante de comunicao com a associao ou com seus associados.

    O bPG vem crescendo e recebendo adeso de renomadas empresas, de diversos segmentos, interessadas em unir esforos para combater a contrafao de marcas e o ingresso de produtos ilegais no pas. O apoio e conscientizao de todos os setores so vitais para combater esse problema, que traz prejuzos para toda a sociedade.

    05

  • a atuao do BPg

    Desde a sua criao, o bPG teve como ao prioritria o treinamento de autoridades aduaneiras, fiscais e policiais que atuam na represso contrafao de marcas e s fraudes correlatas no pas.

    Por meio do proGraMa de treinaMento e seMinrio soBre FalsiFicaes de Marcas, realizado nas principais capitais e portos brasileiros, mais de trs mil pessoas j foram treinadas, entre auditores fiscais da Receita Federal, delegados, agentes e peritos das polcias Federal e Civil, inspetores da Polcia Rodoviria Federal, fiscais Estaduais e Municipais, e autoridades de diversos outros rgos.

    seminRios e tReinamentossoBRe falsificao de maRcas

    O bPG est firmando convnios de cooperao com rgos pblicos, com o objetivo de disponibilizar s autoridades informaes sobre o comrcio de produtos ilcitos, suporte tcnico e operacional para a realizao de medidas de represso ao comrcio de produtos falsificados, elaborao de laudos de contrafao e realizao de treinamentos, seminrios e cursos de capacitao sobre a falsificao de produtos das empresas associadas, a exemplo do convnio que foi assinado com a Procuradoria do Ministrio Pblico do Estado de So Paulo. O trabalho de cooperao do bPG com os rgos pblicos tambm abrange a destruio, de forma ecologicamente responsvel, de produtos falsificados que foram apreendidos em operaes de represso, a exemplo da destruio de isqueiros, culos, tnis, bolsas e outras mercadorias apreendidas pela Receita Federal.

    conVnios de cooPeRao com Rgos PBlicos

    06

  • Priorizando a aprovao do Projeto 333/99, que aumenta as penas dos crimes contra falsificao de marcas e de concorrncia desleal, o bPG tem participado de reunies, seminrios e eventos ocorridos no Congresso Nacional, com objetivo de sensibilizar os deputados federais e o presidente da Cmara dos Deputados para a aprovao do PL 333/99. O bPG tambm est atuando junto Comisso Especial destinada a analisar proposies referentes ao combate pirataria, denominada cepirata, para o aprimoramento dos projetos de lei sobre essa matria que tramitam no Congresso Nacional. Nesse mister, o bPG tambm participa de iniciativas de outras associaes, a exemplo do Frum Nacional de Combate Pirataria e Ilegalidade FNCP, do qual associado.

    No dia 3 de dezembro de 2009, o Grupo de Proteo Marca bPG foi empossado como novo membro do Conselho Nacional de Combate Pirataria e Delitos contra a Propriedade Intelectual. O CNCP um rgo do Ministrio da Justia que tem por competncia estudar e propor medidas e aes destinadas ao enfrentamento da pirataria e combate a delitos contra a propriedade intelectual no pas, entre outras atividades. O conselho formado por rgos pblicos vinculados a vrios ministrios, a exemplo do Departamento de Polcia Federal, Departamento de Polcia Rodoviria Federal, Secretaria da Receita Federal, Secretaria Nacional de Segurana Pblica e por representantes de organizaes e associaes civis escolhidas pelo ministro da Justia.

    Diante do objeto social do bPG, que o combate s falsificaes de marcas, e em razo do trabalho da associao no combate a esse principal delito contra a propriedade intelectual, h uma perfeita afinidade de propsitos das atividades da associao com as aes que compem o Plano Nacional de Combate Pirataria, elaboradas pelo conselho.

    A associao ser representada no conselho pelo seu presidente, Fbio Cesar Espejo, e pelo seu consultor, Luiz Claudio Gar, que tero um mandato inicial de dois anos.

    atuao junto aoPodeR legislatiVo

    o BPg no conselho nacional de comBate PiRataRia cncP

    07

  • tReinamentos e aPReenses

    LOCAL DATA PARTICIPANTES LOCAL DATA PARTICIPANTES

    TREINAMENTOS BPG

    SUBTOTAL

    SUBTOTAL

    25 EVENTOS

    24 EVENTOS

    2.503

    983

    LOCAL DATA PARTICIPANTES LOCAL DATA PARTICIPANTES

    TOTAL 49 EVENTOS 3.486 PARTICIPANTES

    PARANAGU PRFOZ DO IGUAU PRSANTOS SPPONTA POR MSPORTO ALEGRE RSSO PAULO SPSO PAULO SPRECIFE PEFORTALEZA CESO PAULO SPSALVADOR BARIO DE JANEIRO RJBRASLIA DFPORTO ALEGRE RS

    GUARULHOS SPVIRACOPOS SPSANTOS SPPONTA POR MSCORUMB MSSANTANA DO LIVRAMENTO RSURUGUAIANA RSGUARA PRFOZ DO IGUAU PRSO PAULO SPSALVADOR BAMANAUS AMPORTO VELHO RO

    SET/2002OUT/2002ABR/2003JUN/2003AGO/2003OUT/2003NOV/2003MAR/2004MAR/2004MAI/2004JUN/2004SET/2004NOV/2004ABR/2005

    JUN/2007JUN/2007JUN/2007AGO/200AGO/2007AGO/2007 AGO/2007 SET/2007SET/2007SET/2007OUT/2007OUT/2007OUT/2007

    6610610446

    17115725

    113497887

    1077335

    57433739334537635267563338

    BRASLIA DFDOURADOS MSAQUIDAUANA MSCAMPO GRANDE MSPORTO ALEGRE RSSO BORJA RSFORTALEZA CEBELO HORIZONTE MGFOZ DO IGUAU PRGUARA/NOVO MUNDO PRFOZ DO IGUAU PR

    ITAJA SCRIO DE JANEIRO RJCHU RJVITRIA ESBRASLIA DFRECIFE PEPARANAGU PR VITRIA ESFOZ DO IGUAU PRSANTOS SPRECIFE PE

    MAI/2005AGO/2005AGO/2005AGO/2005SET/2005SET/2005OUT/2005NOV/2005AGO/2006MAI/2009MAI/2009

    NOV/2007DEZ/2007DEZ/2007DEZ/2007AGO/2008AGO/2008SET/2008OUT/2008NOV/2008NOV/2008NOV/2008

    2234203660402937414420

    4271

    230158164

    94260128

    782437

    TREINAMENTOS BPG COM PARCERIA FIESP

    100.000.000

    10.000.000

    1.000.000

    100.000

    10.000 2002

    Unidades

    200820072006200520042003 2009

    1.993.393 2.295.5974.316.7761.092.113711.8623.802.2681.022.581 34.925.016

    aPReenses de PRodutos contRafeitos Realizadas PoR Rgos PBlicos

    08

  • emPResas associadascomo identificaR PRodutos falsificados

  • Com sede na Frana e presente em mais de 160 pases, a bIC uma empresa que atua nas categorias de papelaria, isqueiros e barbeadores. Durante mais de 50 anos, tem honrado a tradio de oferecer produtos da mais alta qualidade a preos acessveis a seus consumidores, o que faz da bIC uma das marcas mais conhecidas do mundo. No brasil, a empresa possui uma unidade fabril situada na Zona Franca de Manaus.

    Canetas, marcadores, lpis, corretivos, colas, isqueiros, barbeadores, produtos para barbear e produtos ps-barba.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    caneta- Medidas sem padronizao,

    variando de uma marca para outra;

    - Marca bIC ou outra marca com m qualidade de gravao;

    - No existe orifcio de ventilao;

    - Tampinha com acabamento ruim, sem orifcio ou mal ventilada;

    - Ponta mais comprida e fina;

    - Suporte mais curto sem a marca bIC.

    isqueiro

    - Logomarca falsa ou ausncia de marca;

    - Ausncia do encaixe do corpo no protetor metlico;

    - Protetor metlico com formatos diferentes;

    - Acionador plstico. Molete com ranhuras perpendiculares s rodas acionadoras;

    - Fundo transparente e ausncia de cdigos de rastreabilidade. Ausncia de esfera metlica.

    10

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    saiBa mais:desde 2002, o isqueiro e a caneta Bic cristal receBeraM do INPI (instituto nacional da propriedade industrial) o reGistro tridiMensional, que possiBilita aos rGos Federais, estaduais e Municipais identiFicareM e apreendereM cpias que, MesMo seM Fazer aluso Marca Bic, iMitaM sua ForMa Fsica. a Bic colaBora coM as autoridades pBlicas na coleta e destruio de produtos ileGais apreendidos das cateGorias canetas, lpis preto, BarBeadores e isqueiros.

    Importante: os isqueiros passaM por diVersos testes realizados pela FUCAPI laBoratrio credenciado pelo INMETRO. ao receBer o selo holoGrFico, o produto teM Garantia de seGurana do consuMidor e coMercializao leGal no Brasil. produtos seM o selo holoGrFico ou coM selo holoGrFico Falso so alVo de Fiscalizao e apreenso por parte dos rGos coMpetentes.

    65c por4 horas

    resistncia alta teMperatura

    2x a pressodo Vapor docoMBustVel

    resistncia presso

    15 MG/Min. Mx.

    resistncia perdade coMBustVel

    de 50 a120 MM

    altura da chaMaresistncia queda

    3 quedasde 1,5 M

    Marca Bic GraVadano corpo a 33,5 MMda extreMidade

    oriFcio de Ventilao a 73,5 MM da extreMidade

    taMpinha coMBoM acaBaMento

    taMpa VentiladaconForMe a norMaiso 11540

    ponta Mdia de lato Marca Bic GraVadano suporte da ponta

    Minscula esFeraMetlica

    Fundo BrancocoM 4 cdiGos derastreaBilidade

    acionadorMetlico

    Molete coMranhuras

    paralelas srodas acionadoras

    texto GraVadoeM Baixo-releVoe cdiGo derastreaBilidade

    (nuMerao Voltil)

    Marca BicGraVada eMalto-releVo

    encaixe do corpono protetorMetlico

    11

  • A Chanel uma conceituada empresa de origem francesa fundada por Gabrielle Coco Chanel, uma das maiores estilistas de todos os tempos. Especializada em artigos de luxo, tornou-se uma das maiores empresas do mundo nesse segmento, produzindo peas de alta costura, cosmticos e tratamento, perfumes, joalheria, culos e relgios.

    Perfumes, cosmticos, artigos de vesturio alta costura, bolsas e acessrios como relgiosde pulso e sapatos.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    este tipo de etiqueta no usado pela chanel

    eMBalaGeM no corresponde oriGinal

    os produtos oriGinais nunca so exportados por outras eMpresas

    Frascos e eMBalaGens no correspondeM aos oriGinais

    12

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    saiBa mais:os produtos oriGinais da chanel soMente so FaBricados na Frana, itlia ou sua e deVeM, necessariaMente, ser coMercializados eM pontos de Venda autorizados.

    pontos e/ou eMpresas autorizados:Moda e artiGos de couro chanel Boutiques (Villa daslu e shoppinG cidade JardiM)relGios natan Joiasprodutos de perFuMaria e cosMticos atraVs da iMportao e distriBuio pela neutrolaB B.c.c. ltda.culos atraVs da iMportao e distriBuio pela luxotica

    os relGios de pulso so ManuFaturados na sua e deVeM conter:

    - indicao swiss ou swiss Made no Mostrador;

    - iMpresso swiss Made e chanel e chanel paris Mais o ano de FaBricao na parte de trs;

    - nMero de srie (cada relGio teM uM nMero);

    - selos leGais indicatiVos do Material utilizado (ouro, prata ou outros);

    - Marca chanel no Fecho.

    detalhe da loGoMarcacertiFicado de autenticidade oriGinal coM holoGraMa do loGo chanel

    13

  • Desde sua fundao em 1761, na cidade de Nuremberg Alemanha, a Faber-Castell tem pautado suas aes por um grande respeito ao ser humano e ao meio ambiente e sabe quanto essa postura importante para garantir um futuro saudvel para as prximas geraes.

    Para a Faber-Castell, a responsabilidade socioambiental no se resume a uma iniciativa isolada ou sazonal, mas em um processo contnuo que nasceu h mais de 240 anos.

    O Grupo Faber-Castell possui vrias unidades fabris em diversos pases. No brasil, desde 1930, encontram-se a diviso de lpis, com duas plantas em So Carlos-SP, e a diviso de esferogrficas, canetas, apontadores, lapiseiras, na Zona Franca de Manaus.

    - EcoLpis de Cor- EcoGiz de Cera- EcoLpis Grafite- Cola em basto- Caneta Hidrogrfica- Marcadores

    - Esferogrfica- Corretivo- Apontador- Pastilhas de Aquarela- Lapiseiras- Pintura Facial

    - Grafite- Massa de Modelar- borracha- Linha Art & Graphic- Guache- Linha Design

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea a PRinciPal caRacteRstica do PRoduto ilegal

    Uma etiqueta vermelha oculta a advertncia de que a vendadeste produto proibida no brasil. Essa prtica caracterizao crime de contrabando.

    14

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    saiBa mais:a FaBer-castell lanou uM coMunicado inForMando que os lpis de cor que ForaM exportados para pases da aMrica do sul esto reinGressando ileGalMente no pas. a reintroduo no Brasil de produtos destinados exclusiVaMente exportao, assiM coMo a Venda, exposio Venda e Manuteno desses produtos eM depsito, constitui criMe de contraBando, conForMe estaBelece o artiGo 334, 1 do cdiGo penal Brasileiro, razo pela qual a FaBer-castell denuncia tal prtica s autoridades coMpetentes.

    os ecolpis so produzidos coM Madeira 100% reFlorestada, certiFicados pelo Fsc (Florest stewardship council) e seMpre deVeM apresentar cinco iMpresses:

    cdiGo de FaBricao GraVado a seco e coMposto de 4 alGarisMos que representaM o dia e o ano

    eM que Foi FaBricado - ex.: 0579 = 26 de FeVereiro de 2009

    a FaBer-castell desenVolVeu uMa eMBalaGeMde lpis de cor exclusiVaMente para os pasesdo Mercosul na qual todas as inForMaes so GraFadas eM espanhol, indicando tratar-se de produto destinado exportao

    inscrioind.Brasil.GraVada a seco

    nMero da cor coMposto de3 alGarisMos e iMpresso eM hot staMpinG dourado

    inscrio eco iMpressaeM hot staMpinG dourado

    loGo FaBer-castell iMpressoeM hot staMpinG dourado

    eMBalaGeM para exportaoeMBalaGeM nacional (GraFada eM portuGus)

    15

  • A Henkel uma empresa que atua no brasil no ramo de colas, adesivos instantneos, massas epxi, adesivos para construo e bricolagem e fitas adesivas voltados para a utilizao no lar, escolas e escritrios.

    Alm disso, a Henkel comercializa produtos para tratamento capilar. A empresa conta com quatro plantas produtivas localizadas em Jundia, Diadema, Itapevi e Cotia, alm da ASK acadeMy schwarzkopF proFessional, na cidade de So Paulo.

    Adesivos de montagem, adesivos de construo, adesivos de contato, adesivos industriais, massas epxi, selantes, espuma expansiva e produtos para tratamento capilar.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    Loctite Super bonder o produto alvo de falsificao:- Possibilidade de encontrar embalagens vazias ou com pouco contedo;- Produto de baixa qualidade que no funciona;- vendido no mercado informal por preos muito baixos.

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    adesiVos de consuMo

    adesiVos proFissionais adesiVos industriais

    cosMticos

    16

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    saiBa mais:super Bonder Foi lanado no Brasil eM 1976. o pas hoJe o que Mais Vende o produto no Mundo. lder aBsoluto de Mercado na cateGoria, coM 80% de participao e 99% de conheciMento de Marca*.a henkel do Brasil exporta super Bonder para o Mundo inteiro.

    * Fonte: Nielsen e GfK Indicator 2009.

    detalhes iMportantes da eMBalaGeM super Bonder:

    tiMa qualidade de iMpresso; inForMao 50% Mais Forte; Foto do hoMeM de ponta-caBea; loGo loctite soBre tarJa VerMelha; tarJa VerMelha e loGo henkel no rodap; a GraMatura 3G.

    existeM 2 taMpas oriGinais

    as Verdadeiras cartelasde loctite super BonderpossueM o loGo da henkele, na tarJa VerMelha daparte superior da cartela,a Marca loctite

    soMente os carteles soexportados nesta caixa

    17

  • A empresa foi criada em 1854 pelo fabricante de artigos de viagem francs Louis Vuitton. J no ano de 1896, em reao falsificao, seu filho, George Vuitton, criou o famoso monograma Canvas, que se tornou uma caracterstica da marca.

    Seus produtos so comercializados em suas 430 lojas ao redor do mundo e seus artigos em couro so produzidos em dez unidades fabris exclusivas localizadas na Frana, na Espanha, na Itlia e nos Estados Unidos.

    Malas e bolsas em couro, roupas e acessrios de luxo, joias, culos, relgios e sapatos.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    a louis Vuitton traBalha exclusiVaMente coM artiGos de luxo e os produtos contraFeitos da Marca no apresentaM os padres de qualidade caractersticos da eMpresa

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    18

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    - Todos os produtos de couro Louis Vuitton so produzidos em fbricas prprias. - A comercializao de seus produtos se d somente em lojas Louis Vuitton.

    saiBa mais:os produtos coMercializados no Brasil VM diretaMente da Frana e s podeM ser Vendidos eM uMa de suas seisloJas. eM so paulo, esto localizadas na rua haddock loBo, shoppinG iGuateMi, shoppinG cidade JardiM e daslu. no rio de Janeiro, na rua Garcia daVila. e eM Braslia, no shoppinG iGuateMi Braslia.

    19

  • A Motorola mundialmente conhecida pelas inovaes trazidas ao mercado de comunicao, como o desenvolvimento de tecnologias, produtos e servios de telefonia mvel.

    O brasil foi escolhido como base industrial da Amrica do Sul e, para tanto, foram feitos grandes investimentos na implantao e estruturao de unidades fabris, na contratao de mo de obra e em pesquisa e desenvolvimento. Atualmente, possui 7.500 funcionrios e a maior exportadora nacional de bens de tecnologia da informao.

    Aparelhos celulares, acessrios para telefonia, produtos com tecnologia bluetooth, entre outros.

    PRinciPais PRodutos

    conhea alguns dos PRinciPais PRodutos falsificados

    os aparelhos FalsiFicados so iMportados seM nenhuMa Marca, para depois sereM adesiVados coM o loGo Motorola

    zn4

    partes soltas carreGador

    Bateria Bt60

    a1200 V3 k1 headsets

    PRinciPais maRcas

    20

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    zn4

    Sua venda no autorizada no brasil. Mesmo diante da proibio, o aparelho pode ser encontrado em larga escala no mercado pirata.

    saiBa mais:J se encontra no Mercado Brasileiro o Moto dext. o Mais noVo lanaMento da Motorola conta coM a tecnoloGia MotoBlur e utiliza o sisteMa operacional android do GooGle para inteGrar seus usurios a redes sociais coMo twitter, orkut e FaceBook. a coMplexidade de sua tecnoloGia proVaVelMente diFicultar, Mas no iMpossiBilitar sua cpia pela indstria da pirataria.

    loGo M estilizado apresenta textura exclusiVa e de qualidade superior

    o Modelo oriGinal apresenta Maior alinhaMento das superFcies e uMa textura de qualidade superior perceptVel tanto VisualMente quanto ao tato

    pintura da superFcie posterior na colorao cinza e texturizada

    ntida diFerena na qualidade do Material utilizado no acaBaMento dos produtos

    headsets

    21

  • Calados esportivos, roupas e acessrios.

    PRinciPais PRodutos

    A Nike, lder mundial em artigos esportivos com operao em aproximadamente 200 pases, desenvolve e comercializa calados, vesturio e acessrios que ajudam atletas profissionais e amadores a aumentar seu desempenho dentro e fora do universo esportivo.

    No incio da dcada de 90, a Nike terceirizou a fabricao de seus produtos com fornecedores certificados que so obrigados, por um rgido cdigo de conduta internacional, a operar de acordo com as melhores prticas industriais e trabalhistas.

    A Nike utiliza matria-prima certificada para fabricar seus produtos. Com a colaborao de centenas de atletas, desenvolve produtos inovadores para cada modalidade esportiva, de forma sustentvel e socialmente responsvel.

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    - Desconfie de preos muito abaixo do valor praticado no mercado;

    - Produtos originais Nike no so vendidos por vendedores ambulantes;

    - Fique atento qualidade do produto: nos tnis originais, o solado de borracha, enquanto nos falsos de um composto plstico de difcil flexo;

    - Em caso de dvida quanto procedncia ou comercializao, contate o SAC da Nike.

    22

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    oriGinaltecnoloGia de aMorteciMento

    Falsoausncia de aMorteciMento

    saiBa mais:Metade dos calados Vendidos pela nike no Brasil produzida localMente. no caso de Vesturio, esse VoluMe cheGa a 60%. soMente os produtos de alta tecnoloGia so iMportados, norMalMente de pases da sia (Vietn, china, indonsia e Malsia) ou do leste europeu. as principais FaMlias tecnolGicas de aMorteciMento dos calados nike so air, shox, dynaMic support e lunarlite. os produtos so seMpre identiFicados coM essas Marcas reGistradas. alM da leVeza, os produtos oFiciais podeM ser FacilMente identiFicados pela qualidade do acaBaMento.

    os tnis oriGinais possueM tecnoloGia de aMorteciMento. nos Modelos nike air, essa tecnoloGia consiste eM Bolsas de ar no solado. nos tnis Falsos, MesMo naqueles identiFicados coM a expresso air, no h nenhuM sisteMa de aMorteciMento.

    seGundo laudos da uniVersidade de santa catarina e do ctcaa (centro tecnolGico do calado de couro e aFins) do rio Grande do sul, os tnis Falsos que no so dotados de tecnoloGia de aMorteciMento podeM causar leses s articulaes coMo artrose precoce

    os tnis oriGinais so eMBalados eM caixas coM identiFicao do Modelo, nuMerao e outras inForMaes soBre o produto

    os tnis Falsos so eMBalados eM sacos plsticos, seM nenhuMa identiFicao

    23

  • A Nokia Corporation foi fundada em 1865 na Finlndia como usina de fabricao de papel. Ao longo do tempo, mudou o ramo de suas atividades e, graas sua estratgia mercadolgica e s inovaes tecnolgicas apresentadas, tornou-se lder mundial em tecnologia de comunicao digital. A Nokia do brasil Tecnologia Ltda., subsidiria da Nokia Corporation, a nica empresa autorizada a fabricar, importar e distribuir produtos, acessrios e componentes da marca Nokia.

    Aparelhos celulares, acessrios para telefonia, produtos multimdia.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    Falsos selos socolocados soBrea placa Me

    qualquer aparelho seM a Marca nokia aparente que, ao ser liGado, apresente esta iMaGeM contraFeito

    principais produtos FalsiFicados

    24

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    Nos aparelhos originais, a placa me deve estar livre e exposta, sem nenhum tipo de cobertura ou adesivo.

    Ao ligar os aparelhos originais Nokia, a imagem Connecting People (marca registrada Nokia no iNPI sob os nmeros 826006370 e 826006248) surge em movimento.

    saiBa mais:todo produto oriGinal nokia VeM acoMpanhado de uM certiFicado de Garantia elaBorado coM itens de seGurana antiFraude, a FiM de eVitar FalsiFicaes: iMpresso eM papel texturizado; selo holoGrFico aplicado; cdiGo de Barras.

    Fase 1 Fase 2 Fase 4Fase 3

    25

  • Lder mundial no ramo de tabaco, a Philip Morris International responsvel pela comercializao de seus produtos em cerca de 160 pases. Em seu portflio esto sete das quinze maiores marcas do mundo.

    Comprometida com o fornecimento de produtos da mais alta qualidade, a Philip Morris interage de forma pr-ativa com agncias reguladoras e com a comunidade de sade pblica para tratar as questes complexas que envolvem o uso do tabaco.

    Cigarros.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    ausncia do selo de controle ou aplicao de selo Falso, que Branco eM toda a sua extenso quando exposto luz uV

    eMBalaGeM do produto FalsiFicado iMpressa eM oFFset (Mquinas para produo de pequenos VoluMes iMpresso coM Bordas lisas)

    26

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    o Fitilho possui diMenso de 1,6 MM e contM repetidaMente os dizeres philip Morris international, eM letras cinza-claro, coM 1 MM de altura

    eMBalaGeM do produto oriGinal iMpressa eM rotoGraVura (Mquinas para produo de Grandes VoluMes iMpresso coM Bordas sinuosas)

    saiBa mais:caractersticas do selo de controle Fornecido pela casa da Moeda- tinta especial Brilhante contornando a palaVra Brasil;- iMpresso calcoGrFica coM tinta especial que Muda do rosa para o Verde ao inclinar-se o selo

    para trs, eM Faixa soBre a palaVra Brasil;- no reFlete ou Brilha quando exposto luz uV.

    27

  • Fundada em 1903, no Rio de Janeiro, pelo imigrante portugus Albino Souza Cruz, subsidiria do grupo british American Tobacco, que comercializa seus produtos em cerca de 180 pases. Seu portflio conta com dezesseis marcas, sendo Derby, Hollywood, Free e Carlton as quatro primeiras na preferncia dos consumidores brasileiros.

    A empresa opera em todo o ciclo do produto, desde a produo e processamento de fumo at a fabricao e distribuio de cigarros. Tambm reconhecida por seus investimentos em projetos relacionados ao meio ambiente, educao e desenvolvimento local sustentvel.

    Cigarros.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    ausncia do selo de controle ou aplicao de selo Falso, que Branco eM toda a sua extenso quando exposto luz uV

    eMBalaGeM do produto FalsiFicado iMpressa eM oFFset (Mquinas para produo de pequenos VoluMes iMpresso coM Bordas lisas)

    28

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    eMBalaGeM do produtooriGinal no reFlete quandoexposta luz uV

    saiBa mais:caractersticas do selo de controle Fornecido pela casa da Moeda- tinta especial Brilhante contornando a palaVra Brasil;- iMpresso calcoGrFica coM tinta especial que Muda do rosa para o Verde ao inclinar-se o selo

    para trs, eM Faixa soBre a palaVra Brasil;- no reFlete ou Brilha quando exposto luz uV.

    eMBalaGeM do produto oriGinal iMpressa eM rotoGraVura (Mquinas para produo de Grandes VoluMes iMpresso coM Bordas sinuosas)

    29

  • A Swedish Match um grupo internacional com sede em Estocolmo, Sucia. Produz globalmente charutos, cigarrilhas, fumo para cachimbo, fumo de mascar, snuff, fsforos, isqueiros descartveis, aparelhos de barbear e acendedores para carvo e lenha. Os produtos so comercializados em mais de 150 pases.

    A empresa possui duas fbricas no brasil uma em Curitiba, onde so produzidos os fsforos Fiat Lux Casa, Cozinha Fortes, Extra-Longos, Pinheiro, Olho, Moa e beija-Flor para abastecer o mercado nacional; e outra em Manaus, para a produo dos isqueiros descartveis Cricket distribudos no brasil e na Amrica Latina.

    Palitos de fsforo, charutos, cigarrilhas, fumo, isqueiros, aparelhos de barbear e acendedores.

    PRinciPais PRodutos

    PRinciPais maRcas

    conhea algumas das caRacteRsticas dos PRodutos falsificados

    - Marca Cricket gravada somente em baixo-relevo no protetor de chamas;

    - Ausncia do selo de qualidade do iNMETRO;

    - No possui esfera metlica de vedao do gs na base (o enchimento de gs feito pela parte de cima do isqueiro);

    - Cores que fogem ao padro.

    30

  • como identificaR o PRoduto oRiginal

    saiBa mais:o selo do INMETRO coMproVa que o isqueiro atende norMa Brasileir a nBr iso 9994 uMa especiFicao rGida, Baseada na norMa internacional, soBre a seGurana e deseMpenho do isqueiro, que atesta que Foi produzido eM FBricas certiFicadas conForMe a iso 9002.

    cores-padro:

    alM das cores-padro, taMBM possVel encontrar dois outros Modelos: eleGance (corpo preto coM o protetor dourado) e sleeVe (possui uM inVlucro de plstico coM Variados desenhos)

    Marca cricket iMpressae GraVada eM Baixo releVona parte de trs doprotetor

    selo de qualidade do INMETRO

    esFera Metlica de Vedaodo Gs na Base

    indstria Brasileira, cricket epzFM (produzido na zona Franca deManaus) iMpressos na Base

    31

  • legislao

    contRafao de maRcastutela juRdica e noRmas de RePResso

    1 - introduo

    Os direitos relativos Propriedade Industrial esto regulados pela Lei n 9.279, de 14 de maio de 1996. Consoante o artigo 2 desta Lei, a proteo a estes direitos efetua-se mediante a concesso de patentes de inveno e de modelo de utilidade, registro de desenhos industriais, registro de marcas, represso s falsas indicaes geogrficas e concorrncia desleal.

    Atendo-se ao objetivo deste manual, que o de fornecer informaes teis identificao e represso de falsificaes, as normas jurdicas a seguir apresentadas constituem um resumo da legislao aplicvel s apreenses de produtos ilcitos, tanto no mbito judicial, quanto no administrativo, com nfase na falsificao de marcas e apresentao de alguns conceitos e normas que tipificam outras condutas ilcitas associadas ao comrcio e importao de mercadorias falsificadas.

    2 - tutela Jurdica da propriedade industrial

    A proteo s marcas registradas e s criaes industriais uma garantia constitucional presente em nosso ordenamento jurdico desde a primeira Constituio do Imprio do brasil, de 1824. Na Carta Magna de 1988, esta proteo est prevista em seu artigo 5, XXIX:

    A lei assegurar aos autores de inventos industriais privilgio temporrio para sua utilizao, bem como proteo

    s criaes industriais, propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em

    vista o interesse social e o desenvolvimento tecnolgico e econmico do pas.

    Do preceito constitucional emergiram Leis da Propriedade Industrial, sendo a atual a Lei n 9.279, de 14 de maio de 1996, que garante direitos aos titulares de marcas, patentes e desenho industrial, nos seguintes termos:

    Patentes:Art. 6 Ao autor de inveno ou modelo de utilidade ser assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta

    a propriedade, nas condies estabelecidas nesta Lei.

    Art. 40. A patente de inveno vigorar pelo prazo de 20 (vinte) anos e a de modelo de utilidade pelo prazo 15

    (quinze) anos contados da data de depsito.

    Art. 42. A patente confere ao seu titular o direito de impedir terceiro, sem o seu consentimento, de produzir, usar,

    colocar venda, vender ou importar com estes propsitos:

    I - produto objeto de patente;

    II - processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.

    32

    Luiz CLaudio Gar

  • desenho industriaL:Art. 94. Ao autor ser assegurado o direito de obter registro de desenho industrial que lhe confira a propriedade,

    nas condies estabelecidas nesta Lei.

    Art. 108. O registro vigorar pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depsito, prorrogvel por 3 (trs)

    perodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada.

    Art. 109. A propriedade do desenho industrial adquire-se pelo registro validamente concedido.

    Pargrafo nico. Aplicam-se ao registro do desenho industrial, no que couber, as disposies do art. 42 e dos

    incisos I, II e IV do art. 43.

    MarCas:Artigo 129. A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido conforme as disposies desta

    Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o territrio nacional, observado quanto s marcas

    coletivas e de certificao o disposto nos arts. 147 e 148.

    Artigo 130. Ao titular da marca ou ao depositante ainda assegurado o direito de:

    (...)

    III - zelar pela sua integridade material ou reputao.

    Art. 133. O registro da marca vigorar pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data da concesso do registro,

    prorrogvel por perodos iguais e sucessivos.

    Os artigos acima definem que o sistema brasileiro de registro de marcas, patentes e desenhos industriais atributivo de direito, ou seja, adquire-se pelo registro vlido expedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, que a Autarquia Federal encarregada de processar e conceder os registros de marcas e patentes no pas.

    A Tutela Jurdica da Propriedade Industrial tambm assegurada por Convenes e Tratados Internacionais das quais o brasil signatrio, como a Conveno de Paris, de 1883, que est em vigor no brasil por fora do Decreto n 75.572, de 08/04/75, que assim dispe:

    Art. 1

    (1) Os pases a que se aplica a presente Conveno constituem-se em Unio para a proteo da propriedade

    industrial.

    (2) A proteo da propriedade industrial tem por objeto as patentes de inveno, os modelos de utilidade, os

    desenhos ou modelos industriais, as marcas fbrica ou de comrcio, as marcas de servio, o nome comercial e as

    indicaes de procedncia ou denominaes de origem, bem como a represso da concorrncia desleal.

    Art. 2

    (1) Os nacionais de cada um dos pases da Unio gozaro em todos os outros pases da Unio, no que se refere

    proteo da propriedade industrial, das vantagens que as leis respectivas concedem atualmente ou venham a

    conceder no futuro aos nacionais, sem prejuzo dos direitos especialmente previstos na presente Conveno. Em

    consequncia, tero a mesma proteo que estes e os mesmos recursos legais contra qualquer atentado dos

    seus direitos, desde que observem as condies e formalidades impostas aos nacionais.

    Tem-se, portanto, que, uma vez registrada uma marca, um desenho industrial ou concedida uma patente de inveno, o seu titular tem o direito de usar o objeto do registro com exclusividade e de impedir que terceiros dele faam uso sem a sua autorizao.

    33

  • 3 - das Marcas

    No que diz respeito s marcas, a exclusividade no seu uso est adstrita ao ramo de atividade do titular, exceto em relao marca de alto renome, que goza de proteo especial em todos os ramos de atividade. De acordo com a legislao e com os conceitos divulgados no site do Instituto Nacional da Propriedade Industrial INPI, Marca todo sinal distintivo, visualmente perceptvel, que identifica e distingue produtos e servios de outros anlogos, de procedncia diversa, bem como certifica a conformidade dos mesmos com determinadas normas ou especificaes tcnicas1.

    As marcas podem se apresentar e serem registradas das seguintes formas:

    noMinativa:

    constituda por uma ou mais palavras no sentido amplo do alfabeto romano, compreendendo, tambm, os

    neologismos e as combinaes de letras e/ou algarismos romanos e/ou arbicos. Exemplos:

    bIC NIKE LV - LOUIS VUITTON - NOKIA - PHILIP MORRIS

    Mista:

    constituda pela combinao de elementos nominativos e elementos figurativos ou de elementos nominativos,

    cuja grafia se apresente de forma estilizada. Exemplos:

    FiGurativa:

    constituda por desenho, imagem, figura ou qualquer forma estilizada de letra e nmero. Exemplos:

    Tridimensional:

    constituda pela forma plstica (estende-se por forma plstica, a configurao ou a conformao fsica) de

    produto ou de embalagem, cuja forma tenha capacidade distintiva em si mesma e esteja dissociada de qualquer

    efeito tcnico. Exemplos:

    1 www6.inpi.gov.br

    34

  • 4 - da contraFao de Marcas

    A mesma lei que garante a exclusividade de uso da marca, tipifica como crime a reproduo total ou parcial e a imitao de marcas registradas, bem como a importao, exportao, venda, exposio venda, ocultao e manuteno em depsito de mercadorias contrafeitas com marcas alheias, consoante os seguintes artigos da Lei 9.279/96:

    Artigo 189. Comete crime contra o registro de marca quem:

    I - reproduz, sem autorizao do titular, no todo ou em parte, marca registrada, ou imita-a de modo que possa

    induzir confuso;

    Pena: - deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano, ou multa.

    Artigo 190. Comete crime contra registro de marca quem importa, exporta, vende, oferece ou expe venda,

    oculta ou tem em estoque:

    I - produto assinalado com marca ilicitamente reproduzida ou imitada, de outrem no todo ou em parte;

    Pena: - deteno, de 1 (um) a 3 (trs) meses, ou multa.

    As normas acima tipificam o crime de contrafao de marcas. A expresso contrafao, no Direito brasileiro, possui um sentido amplo e pode ser empregada para definir qualquer ato que importe em violao ao direito de propriedade industrial, seja pela reproduo total de uma marca, patente ou qualquer outro ttulo, ou pela sua simples imitao de modo a induzir o consumidor a erro ou confuso. Os vocbulos2 contrafao e falsificao so sinnimos.

    contraFazer: Reproduzir, imitar, imitar por falsificao.

    FalsiFicar: Imitar ou alterar com fraude, adulterar (substncias alimentcias), reproduzir, imitando; contrafazer.

    Nesse sentido, pode-se dizer que um produto que ostente uma reproduo desautorizada ou imitao de uma marca registrada um produto contrafeito ou um produto falsificado.

    Importante se destacar, tambm, a posio doutrinria sobre a contrafao de marcas, em especial os critrios para aferio das imitaes. Para tanto, valemo-nos das lies do maior tratadista em matria de propriedade industrial, Joo da Gama Cerqueira, que assim nos ensina:

    Os atos praticados por terceiros, que importe violao do uso exclusivo da marca, constituem infraes do

    registro, a que se d o nome genrico de contrafao. Esta expresso possui sentido amplo; como observa

    Carvalho de Mendona, na doutrina jurdica e, ainda, em algumas legislaes, a palavra contrafao serve para

    indicar sinteticamente o fato mediante o qual por qualquer modo, se atenta contra o direito da marca alheia.3

    (...)

    O crime de reproduo consuma-se pelo simples fato da execuo da marca, independentemente do uso ou

    aplicao a qualquer produto. Para se verificar o delito, porm, no necessrio que a marca seja materialmente

    perfeita. No influem, tambm, os meios empregados pelo infrator para executar a reproduo.

    2 Dicionrio Aurlio da Lngua Portuguesa Verso Eletrnica 3.0.3 Tratado da Propriedade Industrial RT Vol.2 1982, 2 Ed., pg.1087.

    35

  • Como j acentuamos, no crime de reproduo de marca no se cogita de saber se a marca reproduzida suscetvel

    de provocar confuso e induzir em erro o consumidor. evidente que, consistindo a reproduo na cpia da marca

    legtima, a marca falsificada forosamente se confundir com a que lhe serviu de modelo. 4

    Distingue-se da reproduo a imitao, porque, neste caso, no h cpia servil da marca registrada, mas

    apenas semelhana capaz de criar confuso prejudicial ao titular da marca anterior e aos prprios consumidores.

    A identidade caracteriza a reproduo; a semelhana caracteriza a imitao. (...) O contrafator sempre procura

    artifcios que encubram ou disfarcem o ato delituoso. No copia servilmente a marca alheia, empregando marca

    semelhante, que com ela se confunda, a fim de iludir o consumidor. 5

    O critrio fundamental para apreciao de imitaes de marcas o aspecto de conjunto, valorando-se as semelhanas e no as diferenas. Nesse sentido, destacam-se as seguintes lies extradas de obras doutrinrias sobre Propriedade Intelectual:

    Dois princpios so capitais para a determinao da colidncia. Em primeiro lugar, a colidncia ou anterioridade

    deve ser apreciada levando em conta as semelhanas do conjunto, em particular dos elementos mais expressivos,

    e no das diferenas de detalhe. 6

    -:-

    Na apreciao das possibilidades de confuso entre uma marca e outra, necessrio que a marca original e a

    imitao sejam examinadas uma depois da outra e no comparativamente, isto , uma ao lado da outra. preciso

    que os peritos e os juzes sejam colocados na posio de consumidores para poder avaliar as possibilidades de

    confuso e no de meros julgadores. Isto de primordial importncia porque nem sempre o comerciante tem as

    duas marcas colocadas em posio de fiel comparao. Assim, pois, mais fcil entregar a segunda (imitao)

    pela primeira e o consumidor desatento a adquire como sendo da mesma origem, da mesma qualidade, da mesma

    natureza. Alis e neste particular, ressalte-se que os comerciantes so mestres em entregar a marca contrafeita

    como sendo igual ou bastante semelhante original e o fazem munidos, naturalmente, de outros motivos. Dentre

    esses, um sempre sobressai, qual seja, do preo do produto que no tocante imitao sempre inferior ao da

    marca imitada.

    Eis porque a questo relativa imitao das marcas dever ser sempre apreciada pelo conjunto dos elementos que

    constituem a marca e no pelas dissemelhanas, pois que estas ltimas so sempre colocadas para justificar uma

    eventual defesa. Observe-se, ainda,que na figura da imitao o exame levado a efeito, no dever ser profundo,

    comparativo, mas sim como se fora um simples olhar do consumidor que pretende apenas e to-somente adquirir

    um produto. 7

    -:-

    De se concluir, portanto, que o juiz e por que no, tambm o perito , devem considerar que a aquisio de um

    produto ou mercadoria, que no geral, feita numa quase-instantaneidade, constituda muitas vezes de um mero

    impulso, sem que o adquirente constate se est adquirindo, efetivamente, o produto da marca desejada, ou, por

    outras palavras, o da marca autntica.

    4 Tratado da Propriedade Industrial RT Vol.2 1982, 2 Ed., pg. 1092.5 Obra citada, pg. 915.6 barbosa, Denis borges; Uma Introduo Propriedade Intelectual Ed. Lmen Jris, 2 Ed. 2003, pg. 810.7 Soares, Jos Carlos Tinoco; Crimes contra a Propriedade Industrial e de Concorrncia Desleal Ed. RT, 1980, pg. 53/54.

    36

  • Para tanto, Nlson Hungria oferece um critrio que convm ser seguido, e que, por essa razo, vamos transcrev-lo:

    a marca deve ser apreciada no seu carter de conjunto, e no nos seus elementos considerados isoladamente

    (pode acontecer que nenhum detalhe seja inteiramente semelhante e, no entanto, a disposio, as combinaes, a

    forma dos caracteres etc., numa viso de conjunto, podem tornar inevitvel ou fcil a confuso); b) deve se cuidar

    da impresso que ela possa produzir, no aos olhos da pessoa meticulosamente atenta ou aos olhos adestrados

    de um perito, mas aos dos distrados ou incautos da grande maioria dos consumidores; c) deve se contemplar

    a marca genuna e, em seguida, a acoimada de imitao, e verificar se a impresso deixada pela segunda

    lembra a produzida pela primeira; d) devem ser desprezados os elementos secundrios ou caracterizadores da

    eficcia diferenciadora. Como acentua DiGuglielmo, a semelhana entre as marcas e a possibilidade de confuso

    dependem, antes de tudo, da primeira impresso visual do conjunto. 8

    5 - outros criMes relacionados ao coMrcio de produtos contraFeitos

    Como evidenciado por diversos autores, a contrafao de marcas, seja por reproduo ou imitao, no tem s o titular da marca como vtima. O consumidor enganado pela compra de um produto contrafeito como se fosse original , tambm, vtima da ao do falsificador. Por tal razo, entre os princpios que nortearam a poltica nacional de relaes de consumo, estatudas no artigo 4 do Cdigo de Defesa do Consumidor, foi inserida a represso concorrncia desleal e contrafao de marcas, consoante disposio do seu inciso VI:

    coibio e represso eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrncia

    desleal e utilizao indevida de inventos e criaes industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos,

    que possam causar prejuzos aos consumidores

    Os produtos contrafeitos, notadamente os que ostentam reproduo total de marcas registradas, so oferecidos ao consumidor com falsas informaes sobre a sua procedncia. Invariavelmente, este tipo de produto ostenta etiqueta falsa, indicando ter sido fabricado pela empresa titular da marca. A falsidade desta informao caracteriza crime contra as relaes de consumo conforme dispe a Lei 8.137/90. A tipificao desse crime tambm ocorre em relao aos produtos que no atendem s especificaes de segurana definidas por rgos de metrologia ou reguladores, que tornam o produto inadequado ao consumo. Nestes casos, aplicam-se as seguintes normas:

    Lei 8.137/90:

    Artigo 7 - Constitui Crime contra as relaes de consumo:

    (...)

    VII induzir o consumidor ou usurio a erro, por via de indicao ou afirmao falsa ou enganosa sobre a natureza,

    qualidade de bem ou servio, utilizando-se de qualquer meio, inclusive a veiculao ou divulgao publicitria;

    (...)

    IX vender, ter em depsito para vender ou expor a venda, ou, de qualquer forma, entregar matria-prima ou

    mercadoria, em condies imprprias ao consumo:

    Pena - deteno, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, ou multa.

    8 Pierangeli, Jos Hentique; Crimes contra a Propriedade Industrial e Crimes de Concorrncia Desleal Ed. RT, 2003, pgs.220/1.

    37

  • Lei 8.078/90:

    Artigo 18

    6 So imprprios ao uso e consumo:

    II - os produtos deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos, fraudados, nocivos

    vida ou sade, perigosos ou, ainda, aqueles em desacordo com as normas regulamentares de fabricao,

    distribuio ou apresentao;

    O comerciante que vende produtos falsos como se fossem originais tambm tem sua conduta tipificada como crime de Fraude no Comrcio, conforme dispe o Cdigo Penal. Neste caso, mais uma vez, o consumidor a vtima do delito:

    Art. 175 - Enganar, no exerccio de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:

    I - vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

    II - entregando uma mercadoria por outra;

    Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.

    Grande parte dos produtos falsificados que se proliferam no mercado de procedncia estrangeira, tendo a China como a principal origem. Estes produtos ingressam no pas atravs de portos, aeroportos ou regies de fronteiras com pases vizinhos, notadamente o Paraguai. Nestes casos, sempre que a introduo da mercadoria no pas for clandestina ou mediante importao fraudulenta, haver a prtica do crime de contrabando ou descaminho capitulado no artigo 334 do Cdigo Penal:

    Art. 334 - Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou

    imposto devido pela entrada, pela sada ou pelo consumo de mercadoria:

    Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

    1 - Incorre na mesma pena quem:

    b) pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;

    c) vende, expe venda, mantm em depsito ou, de qualquer forma, utiliza em proveito prprio ou alheio,

    no exerccio de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedncia estrangeira que introduziu

    clandestinamente no Pas ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introduo clandestina

    no territrio nacional ou de importao fraudulenta por parte de outrem;

    d) adquire, recebe ou oculta, em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial,

    mercadoria de procedncia estrangeira, desacompanhada de documentao legal, ou acompanhada de

    documentos que sabe serem falsos.

    2 - Equipara-se s atividades comerciais, para os efeitos deste artigo, qualquer forma de comrcio irregular ou

    clandestino de mercadorias estrangeiras, inclusive o exercido em residncias.

    3 - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou descaminho praticado em transporte areo.

    Havendo concurso de delitos (falsificao e descaminho) aplicar-se- a pena mais grave (Artigo 70 do Cdigo Penal). Neste caso, prevalecer a competncia da Justia Federal, cuja ao penal pblica incondicionada.

    38

  • No caso da mercadoria contrafeita ser objeto de descaminho, a manuteno deste produto em depsito, a venda ou a sua exposio venda por comerciante que sabe tratar-se de produto de crime, pode tipificar, ainda, receptao qualificada, conforme disposto no artigo 180 do Cdigo Penal e entendimento jurisprudencial citado aps a transcrio do artigo de Lei:

    Art. 180

    1 - Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, ter em depsito, desmontar, montar, remontar, vender,

    expor venda, ou de qualquer maneira utilizar em proveito prprio ou alheio no exerccio de atividade

    comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime.

    Pena recluso de 3 a 8 anos, e multa.

    2 - Equipara-se atividade comercial, para efeito do pargrafo anterior, qualquer forma de comrcio irregular

    ou clandestino, inclusive o exerccio em residncia.

    Posio Jurisprudencial:

    STJ: A receptao (art.180, do CP) configura-se mesmo que a coisa adquirida seja produto de crime no

    classificado como de natureza patrimonial, motivo pelo qual h de se entender tipificada a infrao quando o bem

    produto de descaminho(JSTJ 29/295 e RSTJ 27/86

    Incorre nas penas do art. 180, caput, o agente que explora o ramo de locao de fitas de videocassete, sabendo-

    se tratar-se de fitas sem selo, no podendo, portanto, desconhecer a origem espria do material, o que demonstra

    o dolo em sua conduta (RJDTACRIM 26/177).

    6 - norMas de represso s contraFaes

    a) aes cVeis No mbito cvel, o titular do direito violado poder ingressar com uma ao de busca e apreenso do produto contrafeito, onde quer que esteja. Pode, ainda, ingressar com uma ao de obrigao de no fazer, com pedido para absteno de importar, exportar, vender, expor venda, ou manter em depsito mercadoria contrafeita, sob pena de pagamento de multa diria. Esta ao poder ser cumulada com pedido de indenizao por danos materiais e morais. As principais normas da Lei da Propriedade Industrial que autorizam a busca e apreenso e o pedido de obrigao de no fazer so as seguintes:

    Artigo 207 - Independentemente da ao criminal, o prejudicado poder intentar as aes cveis que considerar

    cabveis na forma do Cdigo de Processo Civil

    Artigo 209. Fica ressalvado ao prejudicado o direito de haver perdas e danos em ressarcimento de prejuzos

    causados por atos de violao de direitos de propriedade industrial e atos de concorrncia desleal no previstos

    nesta Lei, tendentes a prejudicar a reputao ou os negcios alheios, a criar confuso entre estabelecimentos

    comerciais, industriais ou prestadores de servio, ou entre os produtos e servios postos no comrcio.

    1 - Poder o Juiz, nos autos da prpria ao, para evitar o dano irreparvel ou de difcil reparao, determinar

    liminarmente a sustao da violao ou ato que enseje, antes da citao do ru, mediante caso julgue

    necessrio, cauo em dinheiro ou garantia fidejussria.

    39

  • 2 - Nos casos de reproduo ou imitao flagrante de marca registrada, o juiz poder determinar a apreenso de

    todas as mercadorias, produtos, objetos, embalagens, etiquetas e outros que contenham a marca falsificada

    ou imitada.

    No que diz respeito s indenizaes por violao de direitos marcrios, alm da norma do caput do artigo 209 acima citado, o Cdigo da Propriedade Industrial assim dispe:

    Art. 210. Os lucros cessantes sero determinados pelo critrio mais favorvel ao prejudicado, dentre os seguintes:

    I - os benefcios que o prejudicado teria auferido se a violao no tivesse ocorrido; ou,

    II - os benefcios que foram auferidos pelo autor da violao do direito; ou

    III - a remunerao que o autor da violao teria pago ao titular do direito violado pela concesso de uma licena

    que lhe permitisse legalmente explorar o bem.

    A responsabilidade pela reparao dos danos causados pela falsificao de marcas objetiva. Foi o que o legislador estatuiu nos artigos 927, pargrafo nico e 931 do Cdigo Civil de 2002, que assim dispem:

    Art. 927 - Aquele que por ato ilcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repar-lo.

    Pargrafo nico: Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em

    lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por natureza, riscos para os

    direitos de outrem.

    Art. 931 - Ressalvados outros casos previstos em lei especiais, os empresrios individuais e as empresas respondem

    independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulao.

    As condenaes ao pagamento de indenizao por danos materiais, decorrentes da venda de produtos contrafeitos, so frequentes nos Tribunais Estaduais e no Superior Tribunal de Justia, conforme acrdo exemplar relatado pela Ministra Nancy Andrighi:

    (...) notria a enorme extenso que a prtica da contrafao assumiu em nosso Pas, principalmente no segmento

    de mercado sob anlise (artigos de marroquinaria). Esse panorama ftico injusto e pernicioso no pode ser ignorado

    pelo Poder Judicirio, sob pena de no se cumprir, nesse campo, a almejada pacificao social, representada pela

    tica e concorrncia que devem informar as prticas comerciais.

    (...) o artigo 209 da Lei n. 9279/96, em clara exegese, no condicionou a reparao dos danos materiais prova

    da comercializao dos produtos fabricados...

    O dispositivo autoriza a reparao material se houver violao de direito de propriedade industrial, o que, no

    presente processo, constitui fato devidamente comprovado com a apreenso de bolsas falsificadas. Nesses

    termos considerados, a indenizao por danos materiais no possui como fundamento a comercializao do

    produto falsificado, mas a vulgarizao do produto e a depreciao da reputao comercial do titular da marca

    levada a cabo pela prtica da falsificao

    De fato, aquele que estaria disposto a comprar, por uma soma considervel, produto exclusivo, elaborado pelo

    titular da marca em ateno a diversos padres de qualidade, durabilidade e segurana, no mais o faria se tal

    produto fosse vulgarizado por meio de uma falsificao generalizada. Conclui-se, assim, que a falsificao, por

    si s, provoca substancial reduo no faturamento a ser obtido com a venda do produto distinguido pela marca

    registrada, o que autoriza, em consequncia, a reparao dos danos materiais. (trechos do voto da Insigne Relatora

    Min. Nancy Andrighi, no julgamento do Recurso Especial n 466.761-RJ, j. 03.04.2003,Terceira Turma do STJ).

    40

  • De igual modo, pacfica a indenizao por danos morais em razo dos prejuzos acarretados reputao da marca, mesmo tratando-se de pessoa jurdica. Nesse sentido, a Smula 227 do Superior Tribunal de Justia preconiza que A pessoa jurdica pode sofrer dano moral. O Cdigo Civil de 2002 estatuiu em seu artigo 186, que o dano moral tido como ato ilcito e deve ser reparado, independentemente do dano material:

    Art. 186. Aquele que, por ao ou omisso voluntria, negligncia ou imprudncia, violar direito e causar dano a

    outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilcito.

    Na deciso proferida pelo Superior Tribunal de Justia acima citada, relatada pela Ministra Nancy Adrighi, tambm foi imposta a condenao aos danos morais pela contrafao de marcas, nos seguintes termos:

    A vulgarizao do produto e a depreciao da reputao comercial do titular da marca, efeitos da prtica da

    falsificao, constituem elementos suficientes a lesar o direito imagem do titular da marca, o que autoriza, em

    conseqncia, a reparao por danos morais, fixados em R$ 50.000,00 (cinqenta mil reais).

    B) aes criMinais As aes penais nos crimes contra a propriedade industrial so de natureza privada e se processam mediante Queixa-Crime, conforme prescrevem os seguintes artigos da Lei da Propriedade Industrial:

    Art. 199. Nos crimes previstos neste Ttulo somente se procede mediante queixa, salvo quanto ao crime do art.

    191, em que a ao penal ser pblica.

    Art. 200. A ao penal e as diligncias preliminares de busca e apreenso, nos crimes contra a propriedade

    industrial, regulam-se pelo disposto no Cdigo de Processo Penal, com as modificaes constantes dos artigos

    deste Captulo.

    Diante do carter privado da ao penal, o direito de acusar pertence ao titular do direito da propriedade industrial que foi violado, ou seja: pertence ao particular. Como ensina Jos Frederico Marques, A ao penal privada um caso de substituio processual em que o estado transfere ao particular o direito de agir e de acusar, para que este promova a instaurao do processo penal, deduzindo em juzo a pretenso punitiva nascida no fato delituoso.9

    No entanto, para exercer o seu direito de queixa, a vtima, titular do direito violado dever obedecer a uma srie de formalidades estabelecidas no Cdigo de Processo Penal, das quais se destacam:

    Art.524 No processo e julgamento dos crimes contra a propriedade imaterial, observar-se- o disposto nos

    Captulos I e III do Ttulo I deste Livro, com as modificaes constantes dos artigos seguintes.

    Art.525 No caso de haver o crime deixado vestgio, a queixa ou a denncia no ser recebida se no for instruda

    com o exame pericial dos objetos que constituam o corpo de delito.

    Art.526 Sem a prova de direito ao, no ser recebida a queixa, nem ordenada qualquer diligncia preliminarmente

    requerida pelo ofendido.

    Art. 527. A diligncia de busca ou de apreenso ser realizada por dois peritos nomeados pelo juiz, que verificaro

    a existncia de fundamento para a apreenso, e quer esta se realize, quer no, o laudo pericial ser apresentado

    dentro de 3 (trs) dias aps o encerramento da diligncia.

    9 Elementos de Direito Processual Penal Ed. bookseller, vol. 1 1997 pg. 323.

    41

  • Art. 528. Encerradas as diligncias, os autos sero conclusos ao juiz para homologao do laudo.

    Art. 529. Nos crimes de ao privativa do ofendido, no ser admitida queixa com fundamento em apreenso e

    em percia, se decorrido o prazo de 30 dias, aps a homologao do laudo.

    Pargrafo nico: Ser dada vista ao Ministrio Pblico dos autos de busca e apreenso requeridas pelo ofendido,

    se o crime for de ao pblica e no tiver sido oferecida queixa no prazo fixado neste artigo.

    Art. 530. Se ocorrer priso em flagrante e o ru no for posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo anterior

    ser de 8 (oito) dias.

    O artigo 525 do Cdigo de Processo penal, acima citado, estabelece a principal condio para propositura da Queixa-Crime por contrafao de Marca, tal seja: a elaborao de laudo pericial que constitui a prova da materialidade do delito, sem a qual a Queixa-Crime no ser recebida. Esta prova realizada atravs de Medida de busca e Apreenso, na qual dois peritos nomeados pelo Juiz apreendero exemplares do produto contrafeito e elaboraro um laudo atestando a contrafao. O laudo ser homologado e a partir de ento o titular da marca dever ingressar com a ao penal no prazo de trinta dias.

    Importante se observar, ainda, no que diz respeito propositura da Queixa-Crime, que o titular da marca deve obedecer o prazo decadencial de 6 (seis) meses. o que determinam os artigos 38 do Cdigo de Processo Penal e 103 do Cdigo Penal:

    Art. 38 (CPP). Salvo disposio em contrrio, o ofendido, ou seu representante legal, decair no direito de queixa

    ou de representao, se no o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem

    o autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denncia.

    Art. 103 (CP)- Salvo disposio expressa em contrrio, o ofendido decai do direito de queixa ou de representao

    se no o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem o autor do crime,

    ou, no caso do 3 do art. 100 deste Cdigo, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denncia.

    Um dos fatores de estmulo proliferao da falsificao de marcas no pas a brandura das penas cominadas aos delitos de contrafao de marcas. No caso da importao, exportao, venda, exposio venda ou manuteno em depsito de mercadoria contrafeita, a pena de apenas trs meses de deteno ou multa. A prescrio da ao, neste caso, de dois anos. A fabricao de produtos contrafeitos apenada com, no mximo, um ano de deteno.

    Em razo das penas aplicadas aos delitos de contrafao de marcas, estes delitos so considerados crimes de menor potencial ofensivo, de competncia dos Juizados Especiais Criminais, consoante dispe a Lei 9.099, de 26/09/1995, atualizada pela Lei 11.313/06:

    Art. 61. Consideram-se infraes penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenes

    penais e os crimes a que a lei comine pena mxima no superior a 2 (dois) anos, cumulada ou no com multa.

    (Redao dada pela Lei n 11.313, de 2006).

    Art. 72. Na audincia preliminar, presente o representante do Ministrio Pblico, o autor do fato e a vtima e, se

    possvel, o responsvel civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecer sobre a possibilidade da

    composio dos danos e da aceitao da proposta de aplicao imediata de pena no privativa de liberdade.

    42

  • Art. 74. A composio dos danos civis ser reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentena irrecorrvel,

    ter eficcia de ttulo a ser executado no juzo civil competente.

    Pargrafo nico: Tratando-se de ao penal de iniciativa privada ou de ao penal pblica condicionada representao,

    o acordo homologado acarreta a renncia ao direito de queixa ou representao.

    Nos casos de Instaurao de Inqurito Policial para apurar a autoria do delito, o pargrafo 5 do artigo 5 do Cdigo de Processo Penal estabelece que nos crimes de ao privada, a autoridade policial somente poder proceder a inqurito a requerimento de quem tenha qualidade para intent-la, ou seja, o titular da marca. No entanto, tratando-se de crimes de competncia do Juizado Especial Criminal, o procedimento a ser observado poder ser tambm o do artigo 69 e seguintes da Lei 9.099, que assim dispe:

    Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrncia lavrar termo circunstanciado e o encaminhar

    imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vtima, providenciando-se as requisies dos exames periciais

    necessrios.

    Art. 72. Na audincia preliminar, presente o representante do Ministrio Pblico, o autor do fato e a vtima e, se

    possvel, o responsvel civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecer sobre a possibilidade da

    composio dos danos e da aceitao da proposta de aplicao imediata de pena no privativa de liberdade.

    Art. 73. A conciliao ser conduzida pelo Juiz ou por conciliador sob sua orientao.

    Art. 74. A composio dos danos civis ser reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentena

    irrecorrvel, ter eficcia de ttulo a ser executado no juzo civil competente.

    Pargrafo nico: Tratando-se de ao penal de iniciativa privada ou de ao penal pblica condicionada

    representao, o acordo homologado acarreta a renncia ao direito de queixa ou representao.

    Art. 75. No obtida a composio dos danos civis, ser dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de

    exercer o direito de representao verbal, que ser reduzida a termo.

    Pargrafo nico: O no oferecimento da representao na audincia preliminar no implica decadncia do direito,

    que poder ser exercido no prazo previsto em lei.

    Art. 76. Havendo representao ou tratando-se de crime de ao penal pblica incondicionada, no sendo caso

    de arquivamento, o Ministrio Pblico poder propor a aplicao imediata de pena restritiva de direitos ou multas,

    a ser especificada na proposta.

    O procedimento acima cabvel aps a apreenso de produtos contrafeitos pela Autoridade Policial, caso em que o titular do direito violado comparecer audincia preliminar juntamente com o autor do delito, para eventual composio de danos e aplicao de pena alternativa. Por esta razo que o pargrafo nico do artigo 74 estabelece que no caso de ao penal privada o acordo realizado na audincia resultar na renncia ao direito de queixa.

    Contudo, tendo o titular da marca a pretenso de ingressar com a Queixa-Crime pelo crime de contrafao, as regras estabelecidas nos artigos 524 e 529 do Cdigo de Processo Penal devero ser obedecidas, independentemente do que for apurado no Inqurito Policial ou no Termo Circunstanciado de Ocorrncia, notadamente em relao prova pericial. Se j houve apreenso do produto falso, seja pela Autoridade Policial, Administrativa ou Judicial, no caso de Medidas Cveis, o laudo ser elaborado pelos peritos atravs de vistoria de exemplares apreendidos. Em nenhuma hiptese a Queixa-Crime ser recebida sem o exame pericial do produto contrafeito.

    43

  • c) Medidas adMinistratiVas, pelas alFndeGas Como j mencionado no captulo da Tutela Jurdica, no obstante as protees conferidas s marcas pela Constituio Federal e pela Legislao especfica, o brasil signatrio de convenes internacionais destinadas proteo da propriedade industrial e represso da concorrncia desleal. Entre estas convenes, destaca-se a Conveno de Paris, de 1883, em vigor no brasil por fora do Decreto n 75.572, de 08/04/75, que, entre outras normas, assim dispe:

    Artigo 9

    1) O produto ilicitamente assinalado com uma marca de fbrica ou de comrcio ou por um nome comercial ser

    apreendido ao ser importado nos pases da Unio onde essa marca ou esse nome comercial tm direito proteo legal

    2) ...

    3) A apreenso ser efetuada a requerimento do Ministrio Pblico, de qualquer outra autoridade competente ou

    de qualquer interessado, pessoa fsica ou jurdica, de acordo com a lei interna de cada pas.

    No tocante aos produtos contrafeitos procedentes de outros pases, a Lei da Propriedade Industrial permite que a Alfndega realize a sua apreenso, de ofcio ou a requerimento da parte interessada, consoante dispe o artigo 198:

    Podero ser apreendidos, de ofcio ou a requerimento do interessado, pelas autoridades alfandegrias, no ato

    da conferncia, os produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas ou que apresentem falsa

    indicao de procedncia.

    A norma acima foi reproduzida no artigo 605 do Novo Regulamento Aduaneiro - Decreto n. 6.759 de 05 de fevereiro de 2009:

    Artigo 605. Podero ser retidos, de ofcio ou a requerimento do interessado, pela autoridade aduaneira, no

    curso da conferncia aduaneira, os produtos assinalados com marcas falsificadas, alteradas ou imitadas, ou que

    apresentem falsa indicao de procedncia.

    O mais recente e abrangente tratado internacional sobre direitos da propriedade industrial o TRIPs (Trade Related Aspects of Intellectual Property Rights), tal seja: Acordo sobre Aspectos dos Direitos da Propriedade Intelectual. Este acordo foi negociado no mbito da Rodada do Uruguai de Negociaes do GATT (General Agreement on Tariffs and Trade) ou Acordo Geral de Tarifas e Comrcio, que resultou, em 1994, na Ata Final que Incorpora os Resultados da Rodada do Uruguai de Negociaes Comerciais Multilaterais do GATT, promulgada em nosso pas pelo Decreto n 1.355, de 30/12/1994. De se destacar, nesta Ata, os seguintes artigos que disciplinam a atuao das autoridades alfandegrias na represso ao comrcio de produtos contrafeitos:

    seo 4 - exiGnCias esPeCiais reLativas s Medidas de FronteirasArtigo 51- Suspenso de Liberao pelas Autoridades Alfandegrias

    Os Membros adotaro procedimentos, de acordo com as disposies abaixo, para permitir que um titular de

    direito, que tenha base vlida para suspeitar que a importao de bens com marca contrafeita ou pirateados possa

    ocorrer, apresente um requerimento por escrito junto s autoridades competentes, administrativas ou judiciais,

    para a suspenso pelas autoridades alfandegrias da liberao desses bens. Os Membros podem permitir que

    um requerimento dessa natureza seja feito com relao a bens que envolvam outras violaes de direitos de

    propriedade intelectual, desde que as exigncias desta Seo sejam satisfeitas. Os Membros tambm podem

    permitir processos correspondentes, relativos suspenso da liberao pelas autoridades alfandegrias de bens

    que violem direitos de propriedade intelectual destinados exportao de seus territrios.

    44

  • Artigo 52 - Requerimento

    Qualquer titular de direito que inicie os procedimentos previstos no Artigo 51 ter de fornecer provas adequadas para

    satisfazer as autoridades competentes, de acordo com a legislao do pas de importao, que existe, prima facie,

    uma violao do direito de propriedade intelectual do titular do direito e de fornecer uma descrio suficientemente

    detalhada dos bens, de forma a que sejam facilmente reconhecidos pelas autoridades alfandegrias. As autoridades

    competentes informaro ao requerente, dentro de um prazo de tempo razovel, se aceitaram o requerimento e,

    quando determinado pelas autoridades competentes, o prazo em que agiro as autoridades alfandegrias.

    Artigo 55 - Durao da Suspenso

    Se as autoridades alfandegrias no tiverem sido informadas, num prazo de at 10 dias teis aps a notificao

    ao requerente da suspenso da liberao, de que um processo tendente a uma deciso sobre o mrito do pedido

    tenha sido iniciado por outra parte que no o ru, ou que a autoridade devidamente capacitada tenha adotado

    medidas cautelares prolongando a suspenso da liberao dos bens, os bens sero liberados, desde que todas

    as outras condies para importao e exportao tenham sido cumpridas; em casos apropriados, esse limite de

    tempo pode ser estendido por 10 dias teis adicionais. Se o processo tendente a uma deciso sobre o mrito do

    pedido tiver sido iniciado, haver, quando solicitada pelo ru, uma reviso, inclusive o direito de ser ouvido, a fim

    de se decidir, dentro de um prazo razovel, se essas medidas sero modificadas, revogadas ou confirmadas. No

    obstante o acima descrito, quando a suspenso da liberao dos bens for efetuada ou mantida de acordo com

    uma medida judicial cautelar, sero aplicadas as disposies do pargrafo 6 do Artigo 50.

    ARTIGO 59 Remdios

    Sem prejuzo dos demais direitos de ao a que faz juz o titular do direito e ao direito do ru de buscar uma reviso

    por uma autoridade judicial, as autoridades competentes tero o poder de determinar a destruio ou a alienao

    de bens que violem direitos de propriedade intelectual, de acordo com os princpios estabelecidos no Artigo 46.

    Com relao a bens com marca contrafeita, as autoridades no permitiro sua reexportao sem que sejam

    alterados nem os submetero a procedimento alfandegrio distinto, a no ser em circunstncias excepcionais.

    As normas acima foram incorporadas ao Regulamento Aduaneiro (Decreto n. 6.759 de 05 de fevereiro de 2009) nos seguintes artigos:

    Art. 606. Aps a reteno de que trata o art. 605, a autoridade aduaneira notificar o titular dos direitos da marca

    para que, no prazo de dez dias teis da cincia, promova, se for o caso, a correspondente queixa e solicite a

    apreenso judicial das mercadorias (Lei n 9.279, de 1996, art. 199, e Acordo sobre Aspectos dos Direitos de

    Propriedade Intelectual Relacionados ao Comrcio, Artigo 55, aprovado pelo Decreto 1355 de 1994)

    1 O titular dos direitos da marca poder, em casos justificados, solicitar que seja prorrogado o prazo estabelecido

    no caput uma nica vez, por igual perodo

    2 No caso de falsificao, alterao ou imitao de armas, brases ou distintivos oficiais nacionais, estrangeiros

    ou internacionais, sem a necessria autorizao, a autoridade aduaneira promover a devida representao fiscal

    para fins penais, conforme modelo estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (Lei n 9.279, de

    1996, art. 191).

    Art. 607. Se a autoridade aduaneira no tiver sido informada, no prazo a que se refere o art. 606, de que foram

    tomadas pelo titular da marca as medidas cabveis para apreenso judicial das mercadorias, o despacho

    aduaneiro destas poder ter prosseguimento, desde que cumpridas as demais condies para a importao ou

    exportao.

    45

  • Art. 608. O titular da marca, tendo elementos suficientes para suspeitar que a importao ou a exportao de

    mercadorias com marca contrafeita venha a ocorrer, poder requerer sua reteno autoridade aduaneira,

    apresentando os elementos que apontem para a suspeita.

    Ao tratar dos casos de perdimento de mercadorias, o Regulamento Aduaneiro manteve em vigor norma consagrada pelos Decretos-Lei n 37 de 1966 e 1.455 de 1976 que tambm amparam o perdimento de mercadorias falsificadas:

    Art. 689. Aplica-se a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipteses, por configurarem dano ao Errio

    (Decreto-Lei n37, de 1966, art. 105; e Decreto-Lei n 1.455, de 1976, art. 23, caput e 1, este com a redao

    dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59):

    VIII - estrangeira, que apresente caracterstica essencial falsificada ou adulterada, que impea ou dificulte sua

    identificao, ainda que a falsificao ou a adulterao no influa no seu tratamento tributrio ou cambial;

    Como exemplo da aplicao da norma cima citada, tm-se decises judiciais atinentes s apreenses, pela Alfndega, de mercadorias falsificadas que estavam em trnsito pelo Porto de Santos. Tais apreenses foram mantidas atravs de vrias decises da Justia Federal em Mandados de Segurana impetrados contra a Inspetoria da Alfndega do Porto de Santos. A posio da Justia tem sido firmada nos moldes da deciso proferida no Mandado de Segurana Processo n 2001.61.04.005778-6:

    O expediente utilizado teve, nitidamente, como motivao, a inteno de burlar o controle aduaneiro. Tal prtica leva,

    inexoravelmente, ao perdimento do bem, nos moldes do artigo 105, inciso VIII, do Decreto-lei 37/66, in verbis:

    Art. 105 Aplica-se a perda da mercadoria:

    VIII Estrangeira que apresente caracterstica essencial falsificada ou adulterada, que impea ou dificulte sua

    identificao, ainda que a falsificao ou a adulterao no influa no seu tratamento tributrio ou cambial.

    Nesse diapaso, mister ressaltar a competncia e jurisdio da autoridade impetrada para fiscalizar, apreender

    e aplicar a pena de perdimento s mercadorias, ainda que transitoriamente no territrio nacional, com fulcro nos

    artigos 267, pargrafo 2., e 278 do Regulamento Aduaneiro, no seguinte sentido...

    ...

    Assim, havendo indcios da prtica de ilcito penal a bordo de embarcao, pelo crime, em tese, capitulado nos

    artigos 189, 190 e 198 da Lei no. 9.279/96, aplica-se a lei penal brasileira na forma do artigo 5., pargrafo 2., do

    Cdigo Penal

    Ainda no mbito administrativo, permanecem vigentes os artigos 65 e 66 da Instruo Normativa n 206, de 25/09/02, da Secretaria da Receita Federal, que submetem a mercadoria introduzida no Pas, sob fundada suspeita de irregularidade punvel com a pena de perdimento, aos procedimentos especiais de controle aduaneiro. O artigo 66 desta instruo relaciona o cometimento de infrao propriedade industrial como uma situao de irregularidade citada no artigo precedente:

    Art. 65. A mercadoria introduzida no Pas sob fundada suspeita de irregularidade punvel com a pena de perdimento

    ou que impea seu consumo ou comercializao no Pas, ser submetida aos procedimentos especiais de controle

    aduaneiro estabelecidos neste ttulo.

    Art. 66. As situaes de irregularidade mencionadas no artigo anterior compreendem, entre outras hipteses, os

    casos de suspeita quanto:

    (..)

    46

  • II - ao cometimento de infrao legislao de propriedade industrial ou de defesa do consumidor que impea a

    entrega da mercadoria para consumo ou comercializao no Pas;

    (..)

    2 Nas hipteses dos incisos II e III do caput deste artigo, a Coana disciplinar os procedimentos a serem

    adotados conforme a legislao especfica aplicvel a cada caso.

    Art. 67. A seleo das importaes a serem submetidas aos procedimentos especiais de que trata esta Instruo

    Normativa poder ocorrer por deciso:

    I - da Coana, mediante direcionamento do importador para o canal cinza de conferncia e correspondente

    informao s unidades aduaneiras;

    II - do titular da unidade da SRF ou de qualquer servidor por ele designado que tomar conhecimento de situao

    com suspeita de irregularidade que exija a reteno da mercadoria como medida acautelatria de interesses da

    Fazenda Nacional.

    De modo geral, o procedimento adotado pelas Alfndegas de informar o titular da marca sobre a reteno, possibilitando acesso mercadoria para elaborao de laudo que ateste a sua falsidade, ocasio em que tambm poder ser notificado para ingressar com a Medida Judicial referida no artigo 606 do Regulamento Aduaneiro.

    Diante das normas estatudas na Lei da Propriedade Industrial, no Acordo TRIPs e no Regulamento Aduaneiro, as Autoridades Alfandegrias podem adotar duas posies em relao s mercadorias falsificadas: suspender a liberao da mercadoria contrafeita, de ofcio ou a pedido do titular da marca, notificando-o para que promova uma ao judicial tendente deciso de mrito contra o importador, ou realizar a apreenso e decretar o perdimento da mercadoria mediante processo administrativo. Salvo melhor juzo, a primeira opo melhor se aplica aos casos de importaes regulares, onde a figura do importador nacional pode ser conhecida. A segunda opo, melhor se aplicaria aos casos de mercadorias em trnsito, ordem, sem informaes do importador ou mediante outras fraudes, casos em que o perdimento administrativo poder ter outros fundamentos, a exemplo de falsa declarao de contedo e abandono.

    A apreenso de mercadorias contrafeitas em trnsito aduaneiro pelo Porto de Santos, mantida pela deciso proferida no Mandado de Segurana acima citado, que endossou a aplicao do artigo 105, VIII, do Decreto 37/66 exemplo de apreenso de mercadoria contrafeita decidida to somente na esfera administrativa. Quanto aplicao do Regulamento aduaneiro nos casos de reteno da mercadoria e notificao do titular da marca para ingressar com medida tendente decretao da apreenso judicial, a ementa do Acrdo proferido pelo Tribunal de Justia de Santa Catarina exemplifica a posio dos Tribunais:

    aGravo de instruMento anteCiPao de tuteLa aPreenso de MerCadorias (tnis) eM aLFndeGa reProduo ParCiaL de MarCa reGistrada e eMbLeMtiCa eM Produtos seMeLhantes indCios de ContraFao e ConCorrnCia desLeaL aPreenso dos Produtos at o desFeCho da ao PrinCiPaL Medida que se iMPe arts. 209, 2, da Lei de ProPriedade industriaL (9.279/96) e 544 do novo reGuLaMento aduaneiro (deCreto 4.543/2002).

    (tribunaL de Justia de santa Catarina - Primeira Cmara de Direito Comercial, Agravo de Instrumento n. 2004.037372-3, Rel. Des. Tlio Pinheiro, julgado em 16.06.2005).

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  • 7 - a atuao das alFndeGas e a questo do siGilo Fiscal

    Num mundo globalizado, onde intenso o comrcio internacional de mercadorias, a falsificao de marcas uma das atividades criminosas que mais cresce, a ponto de ser tratada como um fenmeno mundial. Neste cenrio, a atuao das Aduanas, como rgo controlador e fiscalizador da entrada de mercadorias em cada pas, tornou-se imprescindvel no combate a esta atividade ilcita, notadamente em razo da origem da maior parte dos produtos falsificados, tal seja: alguns pases asiticos, dentre os quais se destaca a China.

    A Secretaria da Receita Federal do brasil, atravs de suas Alfndegas, intensificou a fiscalizao e vem registrando expressivas apreenses de produtos falsificados. No entanto, suscitou-se, com estas apreenses, uma questo referente possvel quebra de sigilo fiscal por parte do Auditor Fiscal, ao fornecer, ao titular da marca violada, o nome do importador do produto contrafeito, para que este exera seu direito persecuo penal ou ajuze a necessria ao para manuteno da apreenso. A questo suscitada diz respeito eventual violao da norma do artigo 198 do Cdigo Tributrio Nacional, que veda a divulgao, por parte da Fazenda Pblica ou de seus servidores, de informaes obtidas em razo do ofcio, sobre a situao econmica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros, e sobre a natureza e o estado de seus negcios ou atividades.

    Atendo-se, entretanto, ao enunciado do artigo 198 do CTN e o conjunto da ordem jurdica em vigor, em especial Acordos Internacionais, Constituio Federal e Leis que tratam da proteo propriedade industrial e de aes para coibir este tipo de delito, o entendimento pela no divulgao do nome do importador afigura-se com uma interpretao que extrapola o princpio da norma questionada.

    Como evidenciado nas normas do Regulamento Aduaneiro, o titular da marca deve ingressar com uma queixa ou com uma ao judicial para manuteno da apreenso da mercadoria retida pela Alfndega, sob pena de no o fazendo, a mercadoria contrafeita ser liberada. Para atender a este comando legal, o titular do direito violado poder se valer tanto da ao criminal, quanto da cvel. Em ambos os casos, os direitos assegurados aos titulares da marca somente podero ser exercidos mediante o conhecimento da autoria do delito, ou seja, o nome do importador da mercadoria.

    No caso da ao criminal, a contrafao de marcas processa-se somente mediante queixa-crime, por ser uma Ao Penal Privada, ou seja: o direito de acusar pertence ao particular, neste caso, ao titular do direito da propriedade industrial que foi violado. Logo, a persecuo penal destes crimes depende, exclusivamente, do titular da marca, que detm o interesse jurdico na obteno da informao da autoria da informao. Nesse sentido, o Tribunal Regional Federal da 4 Regio firmou o seguinte entendimento:

    ao CauteLar exibio de doCuMentos. interesse de aGir. CarnCia da ao. Medida satisFativaUma vez apreendidos pela Secretaria da Receita Federal produtos falsificados similares aos produzidos pela Parte

    Autora, resta evidente o seu interesse jurdico na exibio dos documentos administrativos e outros relativos

    importao, a fim de que possa tomar as providncias legais cabveis para a defesa de sua marca e tambm proteger-se

    contra a concorrncia desleal, como bem sinalizou o Juzo a quo. (Apelao Cvel 2000.70.08.000984-2/PR)

    Alm do interesse jurdico do titular da marca na obteno da informao que indique o nome do importador e da necessidade desta informao, para atendimento de normas que possibilitem a tutela jurisdicional para coibir a entrada e comercializao de produtos contrafeitos no pas, o titular da marca tambm possui o direito constitucional informao, como preconiza o artigo 5, inciso XXXIII, da Constituio Federal:

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  • XXXIII todos tm direito a receber dos rgos pblicos informaes de seu interesse particular, ou de interesse

    coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo

    sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e do Estado;

    Indubitvel o interesse particular do titular da marca registrada de ser informado sobre o nome do importador que est praticando ato tipificado como crime e que viola os seus direitos. No se trata de uma questo de sigilo imprescindvel segurana da sociedade e do Estado.

    A aplicabilidade deste princpio constitucional, para evidenciar o direito do titular do direito violado a ter acesso ao nome do importador de produto contrafeito, foi bem delineada no seguinte Julgado do Tribunal Regional Federal da 4 Regio:

    Constitucional. Mandado de Segurana. Falsificao de Produtos. Obteno de informaes sobre terceiro.

    Sigilo fiscal no caracterizado. 1. O art. 5, inciso XXXIII da CR/88 assegura o direito de receber, dos rgos

    pblicos, informaes de interesse do requerente, excetuadas as que coloquem em risco a segurana da

    sociedade e do Estado. A Lei n 9.279/96 regulamenta a disposio constitucional e d amparo pretenso do

    impetrante, sendo o mandado de segurana a via adequada, pois no se trata de informaes sobre a pessoa

    do requerente, que dariam ensejo ao hbeas data, mas sobre terceiros. 2. Hiptese de sigilo fiscal no configurada,

    porque as informaes pretendidas pela impetrante, relativas operao de importao envolvendo produtos

    falsificados, no dizem respeito s obrigaes fiscais da importadora, nem sua situao econmica. A importao

    operao complexa, que no envolve apenas relao de carter tributrio, incluindo relaes de natureza civil

    e administrativa, que no so cobertas pelo sigilo fiscal. Ainda que houvesse incompatibilidade das informaes

    pretendidas com o sigilo fiscal, a questo se solucionaria pela supremacia da norma constitucional que d acesso

    informao, sobre as disposies do CTN, mormente em se tratando de informaes que vo ao encontro

    do interesse da coletividade, maior vtima das falsificaes do produto. 4. Recurso de Apelao e remessa oficial

    desprovidos. Mantida a sentena que concedeu a segurana. (MAS n 75075, Rel. Juza Tais Schilling Ferraz, publ.

    em 13/06/2002).

    O mesmo Tribunal firmou outra posio semelhante, consagrando o mesmo princpio:

    CauteLar de exibio de doCuMentos. Garantia ConstituCionaL. interesse JurdiCo. MerCadoria FaLsiFiCada. A Constituio Federal/88, no art. 5 XXXIII, garante Parte Autora o direito de receber dos rgos pblicos

    informaes de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que sero prestadas no prazo da lei,

    sob pena de responsabilidade. Com ressalva daquelas cujo sigilo seja imprescindvel segurana da sociedade e

    do Estado.

    incontestvel o interesse jurdico da Parte Autora na exibio de documentos relativos ao processo administrativo

    de apreenso de mercadoria falsificada, pois como vtima a falsificao de suas marcas, s poder tomar as

    medidas cabveis de posse de informaes que efetivamente identifiquem os responsveis pela fabricao e

    distribuio dos produtos falsificados. (APELAO CVEL 2001.70.08.000120-3/PR).

    Partilhando do mesmo entendimento, o E. Tribunal de Justia do Estado de So Paulo proferiu a seguinte deciso nos