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Planificação e facilitação de formação de produtores de rádio Manual de formação de formadores

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Planificação e facilitação de formação de produtores de rádio

Manual de formação de formadores

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Sobre as organizações envolvidas: FORCOM Fundado em 2004, o Fórum Nacional das Rádios Comunitárias, Organização Não Governamental designada por FORCOM , é um organismo colectivo, representativo e defensor dos interesses das Rádios Comunitárias de Moçambique. O FORCOM trabalha para promover o fortalecimento das Rádios Comunitárias nacionais com vista a assegurar a sua sustentabilidade a longo prazo. É, também, uma entidade privilegiada de interacção entre as Rádios filiadas, por um lado e, por outro, entre elas e as autoridades públicas em geral, nomeadamente o Governo de Moçambique, bem como o sector privado e outras forças vivas da sociedade. www.forcom.org.mz UNICEF UNICEF, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, foi estabelecido em 1946 pelas Nações Unidas e neste momento trabalha em 190 países através de Programas e Comités Nacionais. O seu objectivo fundamental é ajudar a criar um ambiente protector para as crianças do mundo inteiro. O UNICEF está presente em Moçambique desde 1975. As áreas focais actuais são a sobrevivência e desenvolvimento da criança, HIV e SIDA e educação básica com foco na igualdade de género, qualidade e protecção da criança. www.unicef.org/mozambique MEDIA SUPPORT A Media Support foi fundada como uma ONG inglesa independente e empresa de consultoria em 2001 com o objectivo de usar a mídia – particularmente a rádio – para oferecer informação e educação, e promover as metas de desenvolvimento e democracia nos países em desenvolvimento. Através da sua rede de especialistas, a Media Support trabalha com emissoras locais para criar programas de rádio e vídeo que ajudam as pessoas a entenderem as questões que afectam as suas vidas. A maior parte do seu trabalho concentra-se na formação e programação em rádio mas também inclui televisão, imprensa, internet e teatro comunitário www.mediasupport.org

Título: Manual de formação de formadores - Um manual de apoio na planificação de sessões de capacitação para formadores © Texto: Media Support, FORCOM, UNICEF Autora e layout: Lena Vind-Andersen Assessoria Técnica da Media Support: Salvatore Fiorito, Nicola Harford, Rogeiro Matralha, Eunice Chichava Tradução, Revisão e Edição: Nadalina Sitoe Pscheidt Ano de produção: 2012 Impressão: Académica, Lda. A informação e ilustrações contidas nesta publicação podem ser livremente reproduzidas, publicadas ou usadas sem permissão da Media Support, FORCOM ou UNICEF. Contudo, estas organizações requerem que sejam citadas como fontes de informação. A primeira edição deste manual foi possível graças ao apoio do UNICEF. Os conteúdos são da responsabilidade dos autores e não reflectem necessariamente a opinião do UNICEF. Projecto N°: 2010-028/UNICEF Colaboradores chave que apoiaram o desenvolvimento deste manual: O Grupo de Referência, que realizou a revisão e aconselhamento: FORCOM: João dos Santos Jerónimo, Benilde Nhalevilo, Luísa Banze, Hortêncio Jeremias UNESCO: Zulmira Rodrigues, Noel Chicuecue, Lina Timana UNICEF: Dulce Nhacuongue N’WETI: Denise Namburete, Vanessa Macamo, Gildo Nhapuala O grupo de produtores e coordenadores de rádio, que fizeram o pré-teste dos materiais: João dos Santos Jerónimo, Hortêncio Jeremias, Olga Mutemba, Gerson Norte, John Chekwa, Suzana Langa, Anselmina Cesário, Octávio Fonseca, Amade Ismael, Luísa Banze A Media Support agradece a todos que contribuíram para a produção deste material, incluindo aqueles que não foram aqui mencionados pelo nome.

Referências: Os exercícios e o material de apoio deste manual foram retirados de muitas fontes e adaptados para se adequarem ao propósito específico deste manual. Adicionando as fontes já citadas no manual, a autora gostaria de agradecer pelos materiais inspiradores as seguintes organizações: The Global Youth Network project, UNODC and ESCAP: Life Skills Training Guide for Young People: HIV/AIDS and Substance Use Prevention, UNITED NATIONS New York, 2003 Academy for Educational Development, International Center for Research on Women and International HIV/AIDS Alliance: Understanding and challenging HIV stigma - Toolkit for action, United King-dom, 2007 Fletcher, A. FireStarter Youth Power Curriculum: Participant Guidebook. Olympia, WA: Freechild Project, 2002

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Prefácio

Este manual faz parte de um conjunto de ferramentas desenvolvidas com objectivo de contribuir para o enriquecimento de todo o manancial de instrumentos e materiais que permitam a produção de melhores conteúdos para as rádios comunitárias. O processo da produção destes materiais foram acompanhados de uma Formação de dez (10) Formadores provenientes das Rádios Comunitárias como forma de potenciar e maximizar o capital humano existente ao nível das Rádios Comunitárias. O sector das Rádios Comunitárias em Moçambique é uma plataforma de advocacia e disseminação de informação valiosa atingindo Moçambicanos de diferentes origens no seu ambiente e língua local. O grande potencial das rádios comunitárias alcançarem e atraírem uma audiência grande e leal, através do desenvolvimento de conteúdos e participação da comunidade, é uma clara indicação de que a formação de produtores de rádio é essencial. O conjunto de ferramentas é constituído por três manuais e três guias temáticos: O Manual do Produtor é para o uso de todos os produtores de rádio locais. O manual apresenta métodos de trabalho úteis para a produção participativa de programas radiofónicos educativos para crianças e adultos em rádio comunitária. O Manual de Formadores de Produtores é para uso de formadores que pretendem educar produtores de rádio locais a produzirem bons conteúdos para rádio. Contém exercícios que podem ser usados para estruturar um curso. O Manual de Formação de Formadores é para uso de formadores que desejam educar outros formadores em habilidades de facilitação participativa. Contém informação básica acerca da aprendizagem humana e habilidades para a vida assim como exercícios que podem ser usados para estruturar um curso sobre como ensinar a ensinar. Para além disso, foram produzidos três (3) guias temáticos com o objectivo de apoiar os produtores das rádios comunitárias na sua importante tarefa de produzir programas em cada uma das três áreas temáticas: Direitos da Criança com enfoque na prevenção contra violência e abuso sexual da criança. Prevenção do HIV com foco no estigma. Sobrevivência e Desenvolvimento da Criança (Malária, Promoção de higiene, Prevenção da diarreia e cólera e Aleitamento materno). Cada guia é composto por uma secção de informação básica sobre cada assunto e uma secção que introduz a metodologia para transformar ideias e informações em programas locais contendo mensagens específicas e questões sensíveis nos temas seleccionados. Com esta iniciativa, o FORCOM espera contribuir para a necessidade contínua de capacitação para garantir uma produção, disseminação e monitoria de qualidade dos programas de rádio que possam trazer mudanças sociais e de comportamento dentro das comunidades que servem. Agradecemos ao UNICEF, a Media Support, ao Grupo de Referência e de Revisão e a equipa que

participou na produção dos exemplos áudio, pela sua incondicional contribuição na produção destas ferramentas. Acreditamos que estes produtos irão contribuir para a melhoria da qualidade dos pro-gramas produzidos nas rádios comunitárias. A todas e todos, o nosso KANIMAMBO!

Benilde Nhalevilo

Benilde Nhalevilo Directora Executiva do FORCOM 2012

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Indíce

Bem-vindos 7 Como usar este manual 8 Como estruturar o seu curso 9 Planos de actividade 11

Secção 3 Exercícios de Introdução

1.1 Definição de habilidades para a vida 13 1.2 Principais estratégias e técnicas de Habilidades para a Vida 13 1.3 Como é que as habilidades para a vida podem ajudar os jovens? 14 1.4 Como é que as habilidades para a vida podem ajudar na produção de rádio? 14 1.5 Principais componentes das habilidades para a vida 15 EXERCÍCIOS: 1.A: Explorando habilidades para a vida – Que habilidades tenho? 17 1.B: Explorando habilidades para a vida – Para que servem as habilidades para a vida? 18 1.C: Habilidades que preciso – Habilidades para a vida e produção de rádio 19

2.1. Como é que assimilamos a aprendizagem? 21 2.2. Como aprendemos e processamos informação nova? 22 2.3 Critérios chave para que a aprendizagem ocorra 23 EXERCÍCIO: 2.A Entendendo como aprendemos 24

Introdução 7

Módulo 1 - Habilidades para a vida – o que são? 12

Módulo 3 – Educação baseada em habilidades para a vida: abordagem e metodologia 25

Módulo 4 – Técnicas de facilitação participativa 30

20 Módulo 2 – Como é que os seres humanos aprendem?

3.1 Usando uma abordagem de habilidades para a vida no ensino 26 3.2 O que são métodos participativos? 27 3.3. Como é que os métodos participativos se adequam a educação

baseada em habilidades para a vida? 27 3.4. Como é que os métodos participativos se adequam a diferentes faixas etárias? 28 EXERCÍCIO: 3.A: Educação baseada em habilidades para a vida e metodologia participativa 29

4.1 Que habilidades precisa um facilitador? 31 EXERCÍCIO: 4.A: O que faz um bom facilitador? 34

5.1 As fases do desenvolvimento humano 36 5.2 Dicas de facilitação 37 5.3 Dicas de planeamento 38 5.4 Relações entre adultos e crianças 39 EXERCÍCIO: 5.A: O que pensamos sobre as crianças? 40

Módulo 5 – Trabalhar com crianças 35

Módulo 6 – Trabalhar com grupos 42

6.1 Conselhos para trabalhar com grupos 43 EXERCÍCIO: 6.A: Aprendendo a ser uma equipa 44

Módulo 7 – Como planear um curso 47

7.1 Definir o objectivo do curso – porque é que faz formação 48 7.2 Programação do conteúdo 50 7.3 Escolhendo o conteúdo 51 7.4 Logística 53 7.5 Ferramentas de planeamento do curso 54 EXERCÍCIOS: 7.A: A teia de conexões – Criando auto-estima 57 7.B: Planeamento do curso e facilitação 58 7.C: Avaliação da facilitação pela audiência 60

7.D: Avaliação da facilitação pelos participantes 61

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Introdução

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Introdução

Bem-vindos

Este é um manual que ensina como planear e facilitar um curso. Está focalizado nos conhecimentos e habilidades necessárias para usar uma abordagem baseada nas habilidades para a vida para a educação. O principal objectivo é proporcionar aos formadores, conhecimentos básicos sobre habilidades para a vida e característica humanas de aprendizagem, assim como fornecer orientações práticas para o uso de metodologia de ensino participativo, adequada para esta abordagem de educação. Os sete módulos de ensino foram elaborados com a intenção de serem combinados com um curso participativo preliminar onde os participantes podem ter uma experiência prática sobre a metodologia participativa e conhecimentos sobre o tema específico que irão ensinar. Os módulos podem ser geralmente divididos em 3 áreas principais de ensino:

Conceitos teóricos básicos sobre a aprendizagem e o ensino humano

Habilidades de facilitação e considerações específicas para trabalhar com grupos e crianças Experiência prática de ensino e conselhos sobre planeamento de cursos

Módulos 1-3

Módulos 4-6

Módulo 7

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Módulo 1 – Habilidades para a vida – o que são? O objectivo deste módulo é ensinar aos participantes o que são habilidades para a vida e como e quando podem ser aplicadas. Módulo 2 – Como é que os seres humanos aprendem? O propósito deste módulo é ensinar as características básicas de assimilação do ensino pelos seres humanos e como este é processado e conservado. Módulo 3 – Educação baseada em habilidades para a vida: abordagem e metodologia: A finalidade deste módulo é explicar que critérios são necessários para usar uma abordagem de educação baseada em habilidades para a vida e como a metodologia participativa é adequada para esta abordagem. Módulo 4 – Técnicas de facilitação participativa: O desígnio deste módulo é definir e discutir que habilidades um facilitador participativo necessita são necessárias para e ensinar algumas técnicas e oferecer dicas sobre como lidar com situações comuns durante as sessões de formação. Módulo 5 – Trabalhar com crianças: A intenção deste módulo é fazer com que os participantes reflictam sobre que considerações especiais existem quando se trabalha com crianças e como as suas atitudes em relação às crianças irão afectar o seu estilo de ensino e o tratamento delas. Módulo 6 – Trabalhar com grupos: O objectivo deste módulo é analisar as dinâmicas do trabalho em grupo e oferecer conselhos úteis sobre a mesma. O trabalho em grupo é um dos métodos de facilitação participativa mais usados. Módulo 7 – Como planear um curso: O propósito deste módulo é formar os participantes para planearem um curso e executarem sessões de formação em termos práticos. Em cada módulo irá encontrar uma secção contendo factos e informações básicas necessárias para o curso. Partes dessas secções podem ser usadas como folhetos para os participantes. Cada módulo também contém uma ou mais sugestões de exercícios que ajudam a ensinar o conteúdo do módulo.

Os sete módulos são:

Introdução

Como usar este manual Sobre os módulos de ensino O manual encontra-se dividido em sete módulos de ensino principais. Cada um começa com secções contendo informação factual e/ou conselhos sobre a matéria em questão. No final de cada módulo irá encontrar um ou mais exercícios concebidos para ensinar a matéria do módulo aos participantes.

Os módulos de ensino do manual

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Dia 1 Dia 2 Dia 3 Dia 4 Dia 5 Dia 6

Exercícios de Introdução 3.1 +3.2 no Manual de Formadores de Produtores Tema e exercícios relevantes para o assunto que os participantes irão depois ensinar aos outros.

Tema e exercícios relevantes para o assunto que os participantes irão depois ensinar aos outros.

1.A Explorando habilidades para a vida – que habilidades tenho? 1.B Explorando habilidades para a vida – Que usos tem as habilidades para a vida? 1.C Habilidades que preciso – Habilidades para a vida e produção de rádio 2.A Entendendo como aprendemos 6.A Aprendendo a ser uma equipa

3.A Educação baseada em habilidades para a vida e metodologia participativa 4.A O que faz um bom facilitador? 5.A O que pensamos sobre crianças?

7.B Planeamento e facilitação de Cursos 7.A A rede de ligações – Construir a auto-estima

7.B Planeamento e facilitação de Cursos 7.C Avaliação da facilitação pela audiência

7.D Avaliação da facilitação pelos participantes Exercícios de Avaliação do curso 5.1 + 5.2 + 5.3 no Manual de Formadores de Produtores

Estruturar um curso

Introdução

Como estruturar o seu curso O manual é concebido para ser usado em conjunto com o Manual de Formadores de Produtores apresentado nesta mesma série de publicações. Isto significa que alguns exercícios estão direccionados especificamente para participantes que precisam de ministrar cursos de produção de rádio. Também significa que alguns dos exercícios mencionados no plano abaixo podem ser encontrados no manual de Formadores de Produtores. Estes são os exercícios de introdução e avaliação geral que devem ser usados no início e no fim de qualquer curso. Também pode escolher outros exercícios ao seu gosto. Contudo, este manual pode ser facilmente usado por formadores com outros objectivos e temas em mente. A maneira mais simples de estruturar o seu curso é seguindo todos os módulos e exercícios assim como estão aqui enumerados. Adicionando exercícios de introdução e avaliação, assim como alguns dias para realizar um curso participativo inicial, um plano de curso pode ser assim:

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Estruturar um curso

Introdução

Se estiver a formar exclusivamente para habilidades de facilitação use as sugestões da secção 4 no Manual de Formadores de Produtores para adicionar exercícios que, por exemplo, formam habilidades de negociação e de oferecer comentários. Contudo, antes de começar um curso desta natureza, deve planear um mínimo de 2-4 dias para simplesmente ensinar aos participantes a matéria que supostamente irão ensinar aos outros assim que concluírem o curso. Forme-os usando a mesma abordagem e metodologia descrita neste manual. Pode ser um curso como o sugerido na página 13 do Manual de Formadores de Produtores ou partes desse curso, para poder dar aos participantes uma ideia sobre os métodos. Obviamente, quanto maior exposição anterior os seus participan-tes tiverem tido aos métodos participativos, mais fácil será o seu entendimento dos conteúdos deste curso. O curso pode também incluir sessões temáticas específicas sobre qualquer tema a sua escolha. Para isso, pode convidar facilitadores externos ou faze-lo pessoalmente.

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Objectivo:

Preparativos: Espaço e disposição das cadeiras: Duração: Materiais:

Planos de actividade O manual é composto de vários exercícios de formação, cada um com um plano de actividades detalhado. Os planos irão ajudá-lo a executar cada exercício. Assim que seleccionar um exercício, leia todo o plano de actividade para ter uma ideia do que é necessário. Certifique-se que o objectivo, métodos e requisitos de logística do exercício estão claros para si, isto irá ajudá-lo a preparar-se. Cada plano de actividade contêm:

Objectivo: O objectivo geral do exercício e os conhecimentos que as pessoas irão adquirir ou o que serão capazes de fazer no final da sessão.

Preparativos: Qualquer preparativo que precisa de fazer antes de começar o exercício.

Espaço e disposição das cadeiras: Como organizar o local de formação.

Duração: Estimativa de tempo necessário para cada exercício. O tempo irá variar de acordo com o tamanho do grupo, as durações propostas são para grupos de 10 pessoas, grupos maiores precisam de mais tempo.

Passos: Descrição passo a passo dos métodos envolvidos no exercício e o conteúdo da formação. Os passos são o centro de cada plano de actividade e incluem informação sobre sub-tópicos, questões usadas para orientar as discussões ou para o processo de conhecimento e resumos dos pontos a serem enfatizados no fim de cada actividade.

Notas para os facilitadores: Notas sobre a importância do exercício, conselhos extra sobre como facilitar o exercício e outras sugestões . !

Materiais: Equipamento técnico, material de escritório, folhetos, etc., que são usados durante as sessões de formação.

Planos de actividade

Introdução

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Habilidades para a vida – o que são?

Este módulo descreve o que são habilidades para a vida e como ensinar este tópico. É composto de informação factual, definindo o que são habilidades para a vida, para que servem e como usar uma abordagem de habilidades para a vida para fins de educação. No final do módulo encontrará três exercícios que permitem que os participantes entendam o que são habilidades para a vida. O primeiro explora o conceito de habilidades para a vida no dia-a-dia, o segundo focaliza-se na razão porquê estas são importantes e o terceiro é especificamente dirigido aos participantes que irão fazer parte da formação de produção de rádio.

Módulo 1 Habilidades para a vida

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Explique as definições abaixo ou distribua pelos participantes na forma de folheto.

Módulo 1 Habilidades para a vida

1.1 Definição de habilidades para a vida A Organização Mundial da Saúde (OMS) define habilidades para a vida como “as habilidades para comportamento adaptativo e positivo que permitem aos indivíduos lidar efectivamente com as exigências e desafios da vida quotidiana”. Em outras palavras: habilidades para a vida são àquelas habilidades que nos permitem interagir com outras pessoas e adaptar o nosso comportamento, se e quando algo nos induz a mudar algo nas nossas vidas. São habilidades fundamentais que todos precisamos de aprender para funcionar bem na sociedade, como a habilidade de pensamento crítico, tomada de decisão e cooperação com os outros. Dão-nos a habilidade de aprendermos coisas novas, analisar a nossa vida e agir no mundo onde vivemos. É muito importante ensiná-las aos jovens para que sejam capazes de navegar neste mundo. O UNICEF define habilidades para a vida como “uma mudança de comportamento ou abordagem ao desenvolvimento do comportamento elaborada para lidar com o equilíbrio de três áreas: conhecimentos, atitudes e habilidades”. A definição do UNICEF é baseada em evidências de pesquisas que sugerem que é pouco provável que ocorra uma mudança no comportamento de risco se as competências baseadas nos conhecimentos, atitudes e habilidades não forem abordadas. Isto significa que se quiser educar alguém para ser capaz de avaliar os riscos na sua vida e fazer escolhas saudáveis para se proteger a si e a sua saúde, é essencial que ensine e aborde as habilidades para a vida, assim como melhorar o conhecimento factual dos participantes e explorar as atitudes desafiadoras. 1.2 Principais estratégias e técnicas de Habilidades para a Vida O UNICEF, UNESCO e OMS listam as dez principais estratégias e técnicas de habilidades para a vida como sendo: resolução de problemas, pensamento crítico, comunicação eficaz, tomada de decisão, pensamento criativo, relacionamento interpessoal, autoconhecimento, empatia, lidar com o stress e lidar com as emoções. A auto-consciência, auto-estima e auto-confiança são as ferramentas essenciais para compreender as forças e fraquezas de cada um. Consequentemente a pessoa é capaz de distinguir oportunidades disponíveis e preparar-se para enfrentar possíveis ameaças o que leva ao desenvolvimento de uma consciencialização social sobre as preocupações da família e da sociedade. Com isto, é possível identificar problemas que surgem tanto na família como na sociedade, explorar alternativas, medir os prós e os contras e tomar decisões racionais ao resolver cada problema ou questão assim que surge. Também implica ser capaz de ter relações interpessoais produtivas com os outros. Habilidades para a vida também permitem uma comunicação efectiva, por exemplo, ser capaz de diferenciar ouvir e escutar e garantir que as mensagens são transmitidas correctamente para evitar má comunicação e interpretação errada.

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A maioria dos profissionais de desenvolvimento concorda que habilidades para a vida são geralmente aplicadas no contexto de eventos de saúde e eventos sociais. São usadas em muitas áreas: prevenção do uso de drogas, violência sexual, gravidez na adolescência, prevenção de HIV e prevenção do suicídio. Mas também são úteis na educação do consumidor, educação ambiental, educação sobre paz e educação para o desenvolvimento, subsistência e geração de rendimentos, entre outros. Elas também são essenciais para uma boa produção de rádio.

Desenvolver habilidades para a vida ajuda os adolescentes a transformarem conhecimentos, atitudes e valores em comportamentos, como por exemplo a aquisição de habilidades para reduzir riscos de saúde especiais e adoptar comportamentos saudáveis que melhoram as suas vidas no geral (tal como planear o futuro, planear a carreira, tomar decisões e formar relações positivas). Os jovens de hoje em dia crescem rodeados de mensagens contraditórias sobre sexo, uso de drogas, álcool e gravidez na adolescência. Por um lado, os pais e professores falam com os adolescentes acerca dos perigos de sexo prematuro e promíscuo, gravidez na adolescência, DTS e HIV, drogas, violência e álcool, e por outro lado, as mensagens transmitidas pelos artistas e a pressão dos pares contradizem as mensagens anteriores, e frequentemente até promovem comportamentos opostos. É através das habilidades para a vida que os adolescentes podem lutar contra esses desafios e proteger-se. Felizmente, o desenvolvimento de habilidades para a vida entre adolescentes pode capacitar os jovens a evitarem a gravidez até atingirem a maturidade física e emocional, desenvolver tanto nas raparigas como nos rapazes comportamentos sexuais seguros e responsáveis, sensibilidade e equidade nas relações de género, preparar jovens rapazes para serem pais e amigos responsáveis, encorajar adultos, especialmente pais, a escutarem e responderem aos mais jovens, ajudar os jovens a evitarem riscos e dificuldades e envolvê-los em decisões que afectam as suas vidas.

1.3 Como é que as habilidades para a vida podem ajudar os jovens a fazerem melhores escolhas na vida?

Produzir rádio requer um pensamento crítico e habilidades de tomada de decisão muito fortes pois a principal tarefa de qualquer produtor de rádio é saber onde encontrar a informação que precisa para um programa e depois decidir como é que tal informação pode ser usada para atingir o objectivo do programa. Todas as habilidades interpessoais e de comunicação também são fundamentais. A escuta activa é, por exemplo, uma habilidade chave para produzir boas entrevistas e manter éticas jornalísticas satisfatórias. Um produtor de rádio de qualquer idade precisa de ter a habilidade de encontrar e processar informação. Outras habilidades importantes a ter são a auto-avaliação dos seus valores e comportamentos e analisar a influência da mídia e dos pares na sua vida e na dos outros. Muitas das habilidades que um produtor precisa são semelhantes às que um facilitador precisa. Veja a secção 4.1 para informação adicional.

1.4 Como é que as habilidades para a vida podem ajudar na produção de rádio?

Módulo 1 Habilidades para a vida

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1.5 Principais componentes das habilidades para a vida Explique as definições abaixo e distribua as páginas 13-14 aos participantes como folheto. A Organização Mundial da Saúde (OMS) categoriza as habilidades para a vida nas seguintes três componentes:

Módulo 1 Habilidades para a vida

Incluem habilidades de tomada de decisão/resolução de problemas e habilidades de recolha de informação. As pessoas também devem ter a habilidade de avaliar as futuras consequências das suas acções presentes e das acções dos outros. Precisam de ser capazes de determinar soluções alternativas e analisar a influência dos seus próprios valores e os das pessoas a sua volta.

Habilidades de pensamento crítico/ tomada de decisão

Incluem comunicação verbal e não verbal, escuta activa e a habilidade de expressar sentimentos e fazer comentários. Nesta categoria também estão as habilidades de negociação/recusa e assertividade que afectam directamente a habilidade de gerir conflitos. Empatia, que é a habilidade de ouvir e entender as necessidades dos outros, é também uma habilidade interpessoal chave. O trabalho em grupo e a habilidade de cooperar incluem a expressão de respeito pelas pessoas a nossa volta. O desenvolvimento deste conjunto de habilidades permite que os adolescentes sejam aceites na sociedade. Estas habilidades resultam na aceitação de normas sociais que fornecem uma base para o comportamento social adulto.

Habilidades interpessoais/comunicação

Referem-se a habilidades para aumentar o lócus de controlo interno de modo a que a pessoa acredite que pode fazer diferença no mundo e afectar a mudança. A auto-estima, auto-conhecimento, auto-avaliação e a habilidade de estabelecer metas também fazem parte da categoria mais geral de habilidades de auto-gestão. É preciso lidar com a raiva, angústia e ansiedade e também aprender a lidar com a perda e o trauma. Stress e gestão de tempo são elementos chave, assim como pensamento positivo e técnicas de relaxamento.

Habilidades de gerir situações e auto-gestão

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Habilidades de pensamento crítico/habilidades de tomada de decisão Habilidades de pensamento crítico:

Analisar influência dos pares e da mídia

Analisar atitudes, valores, normas sociais e crenças e os factores que os afectam

Identificar informação relevante e fontes de informação Habilidades de tomada de decisão:

Habilidades de recolha de informação

Avaliar as futuras consequências das suas acções presentes e das acções dos outros

Determinar soluções alternativas para os problemas

Habilidades de análise em relação a influência dos valores e atitudes pessoais e dos outros na motivação

F O L H E T O

1.B

Habilidades para aumentar o lócus de controlo interno

Habilidades de auto-estima/construção de confiança

Habilidades de auto-consciencialização incluindo consciencialização de direitos, valores, atitudes, forças e fraquezas

Habilidades de estabelecer metas

Auto-avaliação / auto-revisão / auto-monitoria

Habilidades para gerir sentimentos

Gestão da raiva

Lidar com angústia e ansiedade

Habilidades de gerir perda, abuso e trauma

Habilidades para gerir stress

Gestão de tempo

Pensamento positivo

Técnicas de relaxamento

Habilidades de gerir situações e auto-gestão

Habilidades de negociação/recusa

Negociação e gestão de conflictos

Habilidades de assertividade

Habilidades de recusa

Empatia

Habilidade de escutar e entender as necessidades e circunstâncias dos outros e expressar esse entendimento

Habilidades de advocacia

Habilidades de influenciação e persuasão

Habilidades de fazer contactos e motivação

Habilidades interpessoais/de comunicação

Habilidades interpessoais/de comunicação:

Comunicação verbal/não verbal

Escuta activa

Expressão de sentimentos; fazer comentários (sem culpar) e receber comentários

Cooperação e trabalho em equipa

Expressar respeito pelas contribuições dos outros e diferença de estilos

Avaliar as nossas próprias habilidades e contribuir para o grupo

Módulo 1 Habilidades para a vida

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Objectivos: Explorar o conceito de habilidades para a vida. Conhecer as habilidades para a vida usadas pelos participantes no seu dia-a-dia. No final desta sessão os participantes irão: Conhecer as habilidades

para a vida e o seu uso na vida quotidiana

Preparativos: Cópias do folheto 1.A e 1 B para todos os participantes. Espaço e disposição das cadeiras: Precisa de ter bastante espaço no chão para fazer este exercício. Duração: 1 hora Materiais: Cartões coloridos, marcadores, papel gigante, fita-cola, cópias do folheto 1.A e 1.B para todos.

1.A Explorando habilidades para a vida – Que habilidades tenho?

Módulo 1 Habilidades para a vida EXERCÍCIO 1 A

Notas para os facilitadores: Este simples exercício cria um entendimento mútuo sobre o conceito de habilidades para a vida e apura o nível de habilidades para a vida existentes no grupo. A categorização das habilidades para a vida da OMS e do UNICEF é dada no princípio deste módulo. Esta categorização pode ser usada para o resumo do exercício e como um folheto.

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8 Passos:

1. Convide os participantes a sentarem-se em círculo. Pergunte-lhes se já ouviram falar do termo “habilidades para a vida”? O que sabem sobre isso?

2. Explique que todos nós temos certas habilidades que permitem-nos viver as nossas vidas. Por exemplo, a habilidade de escrever, trabalhar com os outros ou tomar decisões. Distribua o folheto 1.A e 1.B e discuta o significado das definições da OMS e do UNICEF.

3. Distribua um cartão colorido por cada participante e peça-lhes para escreverem as mais importantes habilidades que possuem. Dê 5 minutos para os participantes fazerem este exercício.

4. Convide os participantes a exibirem os seus cartões no chão. Peça-lhes para agruparem os que são semelhantes.

5. Pergunte se os cartões representam a maior parte das habilidades necessárias para conduzir uma vida saudável e produtiva. Se não, peça para adicionarem as habilidades em falta. Enquanto os participantes estiverem ocupados com esta actividade prepare três cartões com os títulos – “Todos temos”, “Alguns temos” e “Nenhum de nós tem”.

6. Quando os participantes acabarem de escrever e agrupar os cartões peça que arrumem-nos em linha horizontal no chão.

7. Coloque os três cartões que preparou em linha vertical, próximo a linha horizontal dos outros cartões. Feito isto, poderá desenhar uma matriz de linhas e colunas no chão. Deverá ter 4 linhas e tantas colunas quanto o número de cartões existentes. Agora peça aos participantes para preencherem a matriz começando de cima e movendo-se da esquerda para a direita. Assim que a matriz estiver completa peça aos participantes para discutirem as razões dos resultados da matriz. Por exemplo, porque é que algumas pessoas têm somente algumas habilidades e não outras?

8. Peça voluntários para copiarem a matriz para uma tabela que irá pendurar na parede.

Habilidades para a vida

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Objectivos: Aprender sobre a importância das habilidades para a vida nas nossas vidas. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Entender porquê as

habilidades para a vida são críticas para uma vida saudável e produtiva.

Preparativos: Antes de fazer este exercício é necessário que já tenha feito o exercício anterior. Espaço e disposição das cadeiras: Precisa de espaço suficiente para três grupos discutirem. Duração: 45 minutos. Materiais: A matriz do exercício anterior, papel gigante e marcadores.

1.B Explorando habilidades para a vida – Para que servem as habilidades para a vida?

Notas para os facilitadores: Este exercício enfatiza a utilidade e importância das habilidades para a vida. Pode usar a informação dada nas secções 1.2 e 1.4, assinale porquê as habilidades para a vida são importantes para os jovens. Faça menção especial a importância da educação sobre saúde.

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4 Passos:

1. Coloque a matriz do exercício anterior no chão.

2. Divida os participantes em três grupos – grupo das habilidades de comunicação/interpessoais, grupo das habilidades de tomada de decisão/pensamento crítico e grupo das habilidades de gerir situações/auto-gestão. Peça aos três grupos para observarem a matriz e registarem as habilidades relativas ao seu grupo. Explique a tarefa aos grupos da seguinte maneira: Discutam e tomem nota dos benefícios de possuir as habilidades para a vida que foram registadas por cada grupo. Discutam e tomem nota dos problemas que a pessoa enfrentaria se não tivesse essas habilidades.

3. A seguir peça aos três grupos para sentarem em três locais diferentes. Dê-lhes um papel gigante e marcadores. Dê 30 minutos para realizarem esta actividade.

4. Convide os grupos a mostrarem o seu trabalho e fazerem apresentações. Incentive discussão e perguntas entre os grupos. Resuma e conclua o exercício enfatizando a importância das habilidades para a vida.

Módulo 1 Habilidades para a vida EXERCÍCIO 1 B

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Objectivos: Aprender sobre habilidades essenciais necessárias para a produção de rádio. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar as habilidades

para a vida que são essenciais para a produção de rádio.

Preparativos: É necessário que já tenha feito o exercício 1.A para que possa fazer este exercício. Espaço e disposição das cadeiras: Organize as cadeiras em círculo. Duração: 20 minutos. Materiais: A matriz do exercício 1 e marcadores vermelhos.

1.C Habilidades que preciso – Habilidades para a vida e produção de rádio

Módulo 1 Habilidades para a vida EXERCÍCIO 1 C

Notas para os facilitadores: Este exercício focaliza-se efectivamente nas habilidades que crianças, jovens e adultos precisam de ter para poderem produzir rádio. Mais uma vez, enfatize as dez principais habilidades para a vida e explique como são úteis para a produção de rádio. Use os conhecimentos das secções 1.4 e 1.5 para este efeito.

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4 Passos:

1. Convide os participantes a sentarem-se em círculo. Explique que das habilidades para a vida previamente discutidas, algumas são muito importantes para a produção de rádio.

2. Peça aos participantes para observarem as habilidades para a vida exibidas na matriz, resultado do exercício 1.A.

3. Dê ao grupo 10 minutos para discutir as habilidades para a vida que consideram mais importantes para a produção de rádio. Convide um voluntário para fazer um círculo com marcador vermelho a volta das habilidades para a vida identificadas como “mais importantes” pelos participantes.

4. A seguir, observem a matriz mais uma vez e vejam quantas pessoas possuem cada habilidade. Conclua o exercício com um resumo dos resultados.

Habilidades para a vida

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Como é que os seres humanos aprendem?

Este módulo apresenta informação factual sobre como os seres humanos aprendem. A aprendizagem foi e ainda é matéria de estudos profundos, muitas metodologias e teorias foram testadas e descartadas ao longo do caminho. A maioria dos pesquisadores concorda, contudo, que o processo de aprendizagem tem algumas características fundamentais relativas a quando e como ocorre na vida, como absorvemos um novo conhecimento, como o retemos e que estilos de aprendizagem fundamentais os aprendizes têm. No final deste módulo irá encontrar um exercício que irá permitir que os participantes identifiquem as características chave de como a aprendizagem ocorre

Módulo 2 Aprendizagem

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2.1. Como é que assimilamos a aprendizagem? Aprendemos através dos nossos sentidos, nós vemos, ouvimos, tocamos, saboreamos e cheiramos o nosso caminho para o conhecimento, assim como fazemos na vida. Alguns sentidos são geralmente mais usados do que os outros para a aprendizagem formal, e a maior parte das pessoas tem um estilo de aprendizagem favorito baseado nos sentidos que mais usam para absorver conhecimento. Isto não significa que o formador precisa de descobrir que estilo cada participante prefere, muito provavelmente existem diferentes tipos de aprendizagem e muitos dos participantes aprendem melhor usando combinações de estilos diferentes ao longo do curso mas sempre vale a pena planear um curso que integre os três tipos de aprendizagem. Os métodos favoritos dos três tipos diferentes também podem ser usados para diferentes propósitos num curso. Existem várias subdivisões e combinações possíveis das três categorias de estilos de aprendizagem, mas a maioria dos pesquisadores concorda que os três estilos básicos são os apresentados a seguir.

Módulo 2 Aprendizagem

Aprendizes visuais, auditivos e

cinestésicos

Os aprendizes visuais recolhem melhor a informação observando, lendo e assistindo. Eles precisam e gostam de visualizar as coisas, preferem explicações ilustradas ou tabelas, cartões coloridos ou organizadores gráficos. Um aprendiz visual pode “ver” as ideias através do seu olho da mente, lembrando detalhes visuais de lugares visitados ou imagens já vistas.

Aprendizes visuais

Aprendizes auditivos são pessoas que gostam de ouvir e falar. Eles processam melhor a informação através da repetição das instruções, silenciosamente ou em voz alta, de modo a que possam “ouvir” a informação enquanto enviam-na para a memória e aprendem melhor discutindo as ideias. Eles pensam em palavras e verbalizam os conceitos e frequentemente tem uma excelente memória para nomes, datas e trivialidades. Aprendizes auditivos respondem melhor a jogos de palavras e aprendem melhor do trabalho em grupo e ouvindo cassetes ou CD’s educativos.

Aprendizes auditivos

Aprendizes cinestésicos apreendem conhecimento através do movimento e toque. Crianças pequenas dependem muito deste tipo de aprendizagem e por isso é praticamente impossível andar num museu onde não se pode mexer nada porque elas são compelidas a “ver” através do toque. Este tipo de aprendizes processa o conhecimento através de sensações físicas e prefere uma abordagem orientada para a acção onde o papel dos formadores é mínimo. Aprendem bem através de encenações e exercícios com jogos. Normalmente apreciam desporto ou outras actividades onde podem se movimentar.

Aprendizes cinestésicos

Fonte: http://www.4therapy.com/life-topics/parenting/how-do-kids-learn-2342

Aprendizagem

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Como aprendemos

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Módulo 2 Aprendizagem

A divisão do processo de aprendizagem em três fases de Kurt Lewin oferece um melhor entendimento sobre como aprendemos coisas novas e como é que a aprendizagem acontece. A teoria contempla as seguintes três fases no processo de aprendizagem de um programa de formação:

Descongelamento: Antes do descongelamento os participantes não atribuem suficiente importância ao problema de pretender novos comportamentos. Os métodos de formação que devem ser usados na fase inicial de um programa são aqueles que oferecem o máximo de estimulação e envolvimento. Descongelamento é para a formação o mesmo que lavrar é para a agricultura.

Movimentação: A exploração, tentativa e erro, novos conhecimentos e experiências são eventos necessários para mover-se e aprender. Os estudos de caso, exercícios individuais e prática de novas habilidades são alguns dos métodos que enaltecem a movimentação e aprendizagem.

Recongelamento: É a fase final. Os participantes enquadram os novos conhecimentos, entendimento e habilidades da formação que são úteis e aceitáveis dentro dos seus padrões pessoais de rotina, trabalho e vida diária. Os métodos apropriados para esta parte do processo são os estudos de caso, encenações, tarefas individuais e reflexão.

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2.2. Como aprendemos e processamos informação nova?

Fonte: Kurt Lewin, “Group Decision and Social Change” in T.N. Newcomb and E. Hartley (eds), Readings in Social Psychology (New York: Holt, 1947)

Aprendizagem

Onde ocorre o processo de aprendizagem? Para muitos pesquisadores, a participação social é a principal actividade pela qual a aprendizagem ocorre. A actividade social e participação iniciam cedo, pais interagem com os filhos e através dessas interacções as crianças adquirem os comportamentos que permitem-lhes tornar-se membros efectivos da sociedade. De acordo com o psicólogo Lev Vygotsky, as crianças aprendem através da internalização das actividades, hábitos, vocabulário e ideias dos membros da comunidade onde crescem.

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Critérios chave para que a aprendizagem

ocorra

Módulo 2 Aprendizagem EXERCÍCIO 2 A

As descobertas científicas acima citadas podem ser resumidas em alguns critérios chave para que a aprendizagem aconteça: Aprendizagem: É afectada pelo ambiente social e físico. É adquirida através dos sentidos e cada um tem um estilo de

aprendizagem favorito diferente. É efectiva quando os aprendizes participam activamente. Os

participantes devem estar envolvidos dado que a falta de envolvimento significa falta de aprendizagem.

É facilitada quando as situações são reais e naturais e podem ser relacionadas às vidas dos participantes.

É mais efectiva quando repetida e praticada. A prática é importante, para cada nova habilidade ensinada, um exercício deve ser elaborado para praticar. Nenhuma habilidade é adquirida sem prática, a prática produz entendimento da teoria e dá origem a novas perguntas.

É melhor retida usando métodos baseados em “aprender fazendo” que permite aos participantes aprenderem por eles mesmos e na repetição de informações fundamentais. Precisa de tempo e pensamento. Tempo para reflexão é essencial.

2.3 Critérios chave para que a aprendizagem ocorra

Fonte: O.P. Dahama, O.P. Bhatnagar; Education and Communication for Development (2nd Edition), Oxford and IBH Publishing Co. Pvt. Ltd, 1991.

Aprendizagem

Como é que retemos informação? Muitos estudos mostram que os aprendizes possuem a habilidade de reter: 10 por cento do que lêem 20 por cento do que ouvem 30 por cento do que vêem 50 por cento do que vêem e ouvem 70 por cento do que ouvem e dizem 90 por cento do que fazem Se uma mensagem for transmitida uma vez, o cérebro lembra-se somente de 10 por cento dela um dia depois e se a mesma mensagem é transmitida seis vezes num dia, o cérebro lembra-se de 90 por cento dela. Por isso os formadores devem repetir, recapitular e rever as mensagens da formação muitas vezes.

Fonte: The Global Youth Network project, UNODC and ESCAP: Life Skills Training Guide for

Young People:HIV/AIDS and Substance Use Prevention, UNITED NATIONS New York, 2003

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Objectivos: Ensinar como os seres humanos absorvem e processam informação. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar as

características básicas de aprendizagem dos seres humanos.

Preparativos: Este exercício pressupõe que os participantes já tenham participado num curso participativo. Se estiver a ensinar a participantes para que estes possam ensinar a outras pessoas sobre uma matéria particular de forma participativa, o melhor é que os seus participantes primeiro façam o mesmo curso que devem ensinar aos outros, assim terão uma experiência pessoal acerca dos métodos e como estes funcionam. Isto ajuda bastante no entendimento da matéria a ensinar e a metodologia usada. Prepare um plano de curso para ser pendurado onde todos possam ver. Espaço e disposição das cadeiras: Pendure o plano do curso numa parede e peça aos participantes para sentarem ou ficarem de pé a volta dele. Duração: 1 hora e meia.

2.A Entendendo como aprendemos

Módulo 2 Aprendizagem EXERCÍCIO 2 A

Notas para os facilitadores: Se possível, no fim do exercício deve distribuir pelos participantes as secções deste manual usadas no exercício como folhetos para que eles possam estuda-los no seu tempo livre. Se pretender fazer isto, anuncie aos participantes no princípio da sessão para que eles não tenham que tomar notas extensivas.

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3 Passos: Análise de como aprendemos.

1. Distribua uma lista de exercícios feitos no curso ou escreva os nomes claramente no plano do curso. Peça as pessoas para listarem 3-5 exercícios dos quais se lembram vividamente e acham que mais aprenderam com eles. Faça uma votação rápida para ver se algum exercício destacou-se mais que os outros. Provavelmente encontrará algumas diferenças nos votos. Se houver um claro favorito entre todos peça alguém para explicar o que gostou no exercício. 2. Explique as diferenças nos estilos de aprendizagem (veja 2.1) e peça aos participantes para identificarem quais dominaram os diferentes exercícios. Discuta como eles são misturados para atender a diferentes aprendizes.

3. Peça as pessoas para considerarem características semelhantes nos diferentes exercícios, isto é, todos têm diferentes formas de discussões que se reflectem na aprendizagem. Pode suplementar isto com folhetos de instruções de facilitação escritas para dois ou três exercícios do curso. Liste as sugestões no papel gigante e explique o processo de aprendizagem em três fases e como retemos informação. (Veja 2.2 e 2.3, página 22-23) Não gaste mais de 10 minutos explicando as fases. Faça o resumo usando os pontos-chave da secção 2.3 como orientação, adicionando também, as sugestões dos participantes.

Aprendizagem

Materiais: Para todos os participantes, folheto da lista de exercícios de um curso, folhetos com 2-3 instruções de exercícios (opcional).

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Educação baseada em habilidades para a vida:

abordagem e metodologia

Este módulo lida com a maneira como as habilidades para a vida podem ser ensinadas aos outros, examina o que uma abordagem baseada em habilidades para a vida deve considerar e explica como e porquê a metodologia de ensino participativa é a melhor para esta abordagem. O exercício no fim do módulo ensina aos participantes a compreenderem como os métodos participativos apoiam a educação baseada em habilidades para a vida.

Módulo 3 Abordagem e metodologia

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3.1 Usando uma abordagem de habilidades para a vida no ensino Explique as definições abaixo ou distribua pelos participantes na forma de folheto.

Módulo 3 Abordagem e metodologia

F O L H E T O

3.A

Usar uma abordagem de habilidades para a vida no ensino significa que o curso é elaborado de modo a que os participantes pratiquem o uso das suas habilidades para a vida ou desenvolvam novas enquanto aprendem sobre um tema. De acordo com o UNICEF a abordagem de habilidades para a vida pode ser bem sucedida se os aspectos seguintes forem considerados: a) Habilidades – as habilidades psicosociais e interpessoais estão interligadas umas as outras. Por exemplo, a tomada de decisão provavelmente irá envolver componentes de pensamento criativo e crítico e análise de valores. b) Conteúdo – Para efectivamente influenciar comportamentos, as habilidades devem ser utilizadas num conteúdo específico. “Sobre o quê estamos a tomar decisões?” Aprender sobre a tomada de decisões fará mais sentido se o conteúdo for relevante e permanecer constante. Seja qual for a área do conteúdo, deve ser considerado um equilíbrio de três elementos: conhecimentos, atitudes e habilidades. c) Métodos – a educação baseada em habilidades não pode ocorrer quando não existe interacção entre os participantes, ela depende de grupos de pessoas para ser eficaz. Não se pode aprender habilidades interpessoais e psicossociais sentando sozinho e lendo um livro. Para esta abordagem ser bem sucedida, todas as três componentes devem estar presentes, habilidades para a vida, conteúdo e método. Isto efectivamente significa que as habilidades para a vida podem ser aprendidas através do uso de certos métodos e ferramentas. Os critérios do UNICEF para garantir o sucesso de uma educação baseada em habilidades para a vida são os seguintes: - As abordagens tradicionais “baseadas em informação” geralmente não são suficientes para produzir mudanças de atitudes e comportamentos. Por exemplo, um curso sobre “comportamentos seguros” não irá necessariamente levar a prática de comportamentos seguros. Assim, o curso deve ser substanciado por exercícios e situações onde os participantes podem praticar o comportamento aprendido e experimentar os seus efeitos. A teoria de aprendizagem de adultos enfatiza que os adultos aprendem melhor o que podem associar com a sua experiência e prática. - Funciona melhor quando incrementada ou reforçada. - Funciona melhor se for combinada com o desenvolvimento de políticas, acesso aos serviços de saúde apropriados e desenvolvimento da comunidade e da mídia. As considerações acima e os critérios do UNICEF assim como as descobertas científicas sobre o que cria as melhores condições para a aprendizagem fazem do método de ensino participativo o mais apropriado para usar uma abordagem de habilidades para a vida na formação.

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Métodos participativos

3.3 Como é que os métodos participativos se adequam a educação baseada em habilidades para a vida? Os métodos participativos são adequados para uma abordagem à educação baseada em habilidades porque todos são baseados em discussões e interacção entre os participantes e criam conhecimentos usando uma série de estilos de aprendizagem diferentes formando assim, habilidades de comunicação e de comunicação interpessoal através da exposição dos participantes a várias interacções sociais. Os métodos também convidam a reflexão e auto-avaliação, o que é fundamental para incentivar os participantes a explorarem os comportamentos e valores estão interconectados. Os valores e os comportamentos são elementos críticos das habilidades para a vida. Absorvemos “valores” através de várias fontes como amigos, professores, pais, livros, cerimónias religiosas e filmes e histórias, esses valores tem uma grande influência no nosso comportamento e é importante explorá-los. A mudança de comportamento é um processo muito demorado, requer muita paciência e vontade. Normalmente o comportamento muda somente quando começamos a explorar e questionar os nossos valores. Por isso, a formação precisa de incentivar os participantes a examinarem o conceito de valores e como é que estes estão presentes nas suas próprias vidas e influenciam as suas formas de pensar e comportar-se.

Módulo 3 Abordagem e metodologia

Os métodos participativos incluem discussões em grupos de vários tamanhos, encenações, chuva de ideias, o uso de cartões coloridos e imagens para exercícios baseados na associação entre palavra e imagem e muito mais. (Para uma lista mais ampla dos métodos específicos usados e a sua aplicação, por favor refira-se a secção de metodologia do Manual de Formadores de Produtores, páginas 16-19. Para um exemplo de aplicação leia qualquer exercício no mesmo manual). No geral, os métodos participativos são elaborados para criar entendimento sobre uma matéria e não para ensinar através da memorização. Quando a informação é superficialmente memorizada é mais facilmente esquecida. Os participantes têm a oportunidade de experimentar novos conhecimentos e habilidades e pensar naquilo que estão a fazer, falar com os outros participantes e formadores, pedir clarificações e entender como pode ser aplicado em muitas situações para poderem entender o que está a ser ensinado. Neste sentido, a estrutura geral da maioria dos exercícios participativos reflecte o processo geral de aprendizagem descrito acima.

3.2 O que são métodos participativos? Abordagem e Metodologia

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Métodos participativos

Módulo 3 Abordagem e metodologia

Os métodos podem facilmente ser adaptados para se adequarem a diferentes faixas etárias: São apropriados para crianças pequenas porque muitas crianças precisam de estar fisicamente activas e faz parte da sua natureza procurar oportunidades de aprender. Elas participam na aprendizagem usando os seus sentidos e fazendo inúmeras perguntas para poderem entender completamente a tarefa em questão. São apropriados para adolescentes porque assim podem praticar habilidades sociais valiosas e treinar as suas habilidades analíticas para que possam fazer escolhas saudáveis nas suas vidas e interagir positivamente com a comunidade local. Também são adequados para adultos apesar do seu processo de aprendizagem ser diferente do das crianças. Como as crianças e adolescentes, os adultos aprendem melhor numa atmosfera de envolvimento activo e participação. Mas algumas das diferenças, que mais se aplicam aos adolescentes são: Adultos são aprendizes voluntários, eles tem o direito e a necessidade de saber porquê um tópico ou sessão é importante para eles. Os adultos normalmente vêm com intenção de aprender, se isto não for entendido ou apoiado eles desligam-se ou deixam de aparecer. Os adultos têm experiência e aprendem reverificando a sua aprendizagem com a experiência passada ou presente. É por isso que os adultos aprendem melhor através de uma abordagem do mundo real, com tópicos que focam assuntos relevantes para as suas vidas diárias.

3.4. Como é que os métodos participativos se adequam a diferentes faixas etárias?

(Fonte: Robert Smith 1983; Alan Rogers 1986; Jenny Rogers 1989b)

Abordagem e Metodologia

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Objectivos: Ensinar como os métodos participativos apoiam a educação baseada em habilidades para a vida No final desta sessão os participantes serão capazes de: Entender o que são

métodos participativos. Identificar critérios para

educação baseada em habilidades para a vida.

Preparativos: Os mesmos do exercício 2.A. Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em semi-círculo para que todos possam ver o papel gigante na última parte do exercício. Duração: 1 hora e meia Materiais: Plano de exercícios, cartazes para escrever os métodos, cópias do Folheto 1.B por cada par de participantes, papel gigante e marcadores.

3.A Educação baseada em habilidades para a vida e metodologia participativa

Módulo 3 Abordagem e metodologia EXERCÍCIO 3 A

Notas para os facilitadores: O passo 4 necessita que todos tenham a capacidade de ler bem. Se este não for o caso, faça uma leitura em voz alta. !

3 Passos:

1. Peça aos participantes para observarem uma lista de exercícios do seu curso e pensarem em todos os métodos e materiais usados no curso. Liste as sugestões de métodos em cartazes individuais. Se algumas das sugestões forem semelhantes, agrupe-as no mesmo cartaz. Somente nomeie as técnicas, isto é, grupos de 3-5, chuva de ideias, escrita individual, encenações, etc.

2. Divida os participantes em grupos de dois e dê um cartaz com um método participativo diferente a cada par. Pode pôr todos os cartazes num cesto e pedir que cada grupo tire um. Se algum método chave estiver a faltar nas sugestões feitas no passo um, adicione da lista da página 16 - 17 do Manual de Formadores de Produtores. Ofereça uma lista de habilidades para a vida (Folheto 1.B) a cada par. Dê 10 minutos para listarem duas ou três observações sobre que habilidades para a vida acham que cada método pode adicionar baseando-se nas suas experiências durante o curso. Peça a todos para lerem em voz alta o que escreveram e fazerem um resumo do que foi discutido.

3. Explique como os métodos participativos apoiam a educação baseada em habilidades para a vida através da reflexão e exploração de valores e atitudes (veja 3.2 – 3.4). Pergunte: Que exercícios fizeram com que reflectisse sobre os seus valores? Como é que os métodos participativos ajudaram nisso? Distribua o folheto 3.A e dê 10-15 minutos para os participantes o lerem. Pergunte: Como é que a abordagem e critérios descritos pelo UNICEF se adequam com a metodologia participativa? Resuma os pontos-chave num papel gigante.

Abordagem e Metodologia

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Técnicas de facilitação participativa

Este módulo ensina habilidades e técnicas usadas na facilitação participativa com especial atenção aos comportamentos, questionamento e apresentação de técnicas. O exercício no fim do módulo ensina aos participantes as habilidades que devem tentar aplicar e oferece bons conselhos sobre como fazê-lo antes de tentarem realizar uma sessão de facilitação.

Módulo 4 Facilitação participativa

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Escuta activa

Comunicação não verbal

4.1 Que habilidades precisa um facilitador? As qualidades mais importantes que um formador deve ter são o entusiasmo pela matéria que ele ou ela ensina e conhecimento do assunto. Sem estas duas qualidades nada mais irá funcionar. Contudo, existe uma série de habilidades e técnicas que é aconselhável que o formador possua. Como para a maioria das actividades na vida, um facilitador precisa de dominar, em algum grau, todas as habilidades para a vida básicas as que se encontram aqui apontadas são apenas as que têm importância chave. Nesta secção são dados conselhos práticos sobre como as habilidades são aplicadas numa sessão de facilitação participativa e exercícios sobre como treinar as habilidades são referidos.

Módulo 4 Facilitação participativa

Facilitação participativa

Escuta activa:

A escuta activa é um elemento essencial para um processo de comunicação efectiva. A comunicação torna-se ineficaz quando: as pessoas estão tão preocupadas com o que vão dizer que não prestam atenção ao que a outra pessoa diz. As pessoas esperam por uma oportunidade para concentrar a conversa num assunto sendo discutido por outra pessoa para que possam expressar os seus pontos de vista. As pessoas escutam selectivamente – ouvem só o que querem ouvir. As pessoas interrompem e terminam as frases da outra pessoa, mudando-a de acordo com os seus próprios objectivos. O treino da escuta activa pode ser feito na maioria dos exercícios onde um dos passos é a discussão em plenária. Simplesmente peça a todos que querem falar para pegarem numa almofada ou numa bola. Quando tiverem acabado de falar podem atirar o objecto para outra pessoa que estiver a indicar que também quer dizer algo ou para outra pessoa à sua escolha mesmo se não estiver a indicar que quer falar. Aqueles que recebem a bola podem escolher passa-la para outra pessoa sem dizer nada (seguindo as mesmas regras) ou falar e depois passa-la. Isso irá fazer com que os participantes fiquem conscientes de quem fala muito e quem não fala e pode ajudar a corrigir comportamentos lamentáveis como os citados acima.

Comunicação não verbal:

Linguagem corporal: Isto é mais importante do que as pessoas pensam e muito mais difícil de aprender a controlar do que a comunicação verbal pois não é uma área na qual pensamos conscientemente na maioria do tempo. Aqui estão alguns conselhos a ter em mente: A sua própria linguagem corporal: Dê atenção física a outra pessoa, procure parecer envolvido adoptando uma posição de corpo aberto; não fique com os braços cruzados. Mantenha contacto com os olhos e mostre expressões faciais e outros sinais de que está interessado no que a outra pessoa está a dizer. Linguagem corporal da outra pessoa: Verifique o nível de energia observado a linguagem corporal dos participantes – eles parecem aborrecidos ou com sono? Pergunte “Como se sentem? Já está na hora de um intervalo?” Mude de tópico, faça um intervalo ou um jogo para acordar as pessoas. Estes são especialmente efectivos no reinício da sessão depois do almoço ou jantar e durante sessões com palestras longas. Veja o exercício 6.A para treinar a observação da linguagem corporal.

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Comunicação verbal

Módulo 4 Facilitação participativa

Facilitação participativa

Comunicação verbal A comunicação verbal é com certeza a base para a maior parte do ensino. Existem muitas habilidades e técnicas que se praticadas, podem beneficiar um facilitador participativo:

Habilidades de questionamento:

Não interrompa ou desvie quem está a falar. Incentive discretamente – respostas simples que incentivam a pessoa que está a falar a ir directo ao ponto ou contar a história. Faça questões relevantes mas que não sejam muitas. Não tome o papel de inquisidor; mantenha um silêncio atento após cada questão e não coloque mais de uma questão ao mesmo tempo. Espere pelas respostas – dê tempo as pessoas para pensarem e encontrarem as respostas.

Habilidades reflectivas:

Diga a outra pessoa o que acha que ela sente. Por exemplo “estás obviamente feliz”, “parece que estás zangado” ou “parece-me que estás chateado”.

Habilidades de parafrasear:

Por exemplo “se entendo correctamente”, “então dizia que”, ou “está a dizer que”.

Habilidades de focalizar:

Educadamente pedindo as pessoas para focarem-se no assunto principal. Por exemplo “Sei que esses assuntos são importantes para si, mas existe algo em particular que podemos fazer sobre isso?” “Daquilo que mencionou, o que mais lhe preocupa?”

Habilidades de inclusão:

Incentive a todos para falarem. Redireccione para envolver os outros – “Ele disse…O que os outros acham?” Incentive contribuições – use as suas mãos e corpo para encorajar os participantes. Pergunte sempre “Quem gostaria de acrescentar algo?” Se não houver resposta, refaça as perguntas de maneira diferente. Use o exercício 4.4.5. sobre debate radiofónico no Manual de Formadores de Produtores para treinar as habilidades acima.

Habilidades de resumir:

Resumir e verificar concordância antes de mover-se para a próxima questão ou tópico. Aponte rapidamente as questões principais para relembrar os pontos mais importantes. Escreva os pontos principais em palavras-chave num papel gigante e depois explique-os. Se passar muito tempo a escrever ou a explicar as coisas mais importantes que deseja que os participantes lembrem irá perder-se em detalhes excessivos.

Habilidades de apresentação:

Faça apresentações somente quando tiver certeza que as pessoas não conhecem o tópico. Fale devagar, claramente e em voz alta. Use a regra de manter a apresentação curta e simples – menos de 10-15 minutos. Explique somente o básico. Use o exercício 7.B para praticar as habilidades acima citadas. Estas também são praticadas sempre que um membro do grupo deve fazer uma apresentação dos resultados do grupo.

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Habilidades de negociação/recusa

Habilidades de gerir situações

Cooperação e trabalho em equipa

Sentir empatia é fundamental para um facilitador. Os participantes precisam de aprovação, elogios e aceitação para se sentirem incentivados a participar. O facilitador precisa de ouvir e entender as suas necessidades e contexto, e expressar esse entendimento. Seja flexível e adaptável sempre que possível. Tão importante quanto isso, eles precisam também de conselhos construtivos. Use os exercícios 4.6.1 e 4.6.2 sobre Monitoria e avaliação de programas no Manual de Formadores de Produtores para treinar essas habilidades.

Módulo 4 Facilitação participativa

Facilitação participativa

Habilidades de dar e receber comentários:

Negociação e gestão de conflitos:

Se os exercícios tiverem causado opiniões muito diferentes que tenham sido expressas durante uma discussão, a capacidade de unir o grupo e manter o controlo sem causar efeitos adversos é uma habilidade necessária.

Habilidades de assertividade/recusa:

Não é sempre possível acomodar as opiniões e solicitações de todos. O facilitador deve ser capaz de defender-se e tomar controlo da actividade (por exemplo terminar as actividades dentro dos prazos). Use o exercício 4.4.3 B sobre Mini drama no Manual de Formadores de Produtores para treinar estas habilidades e/ou os exercícios 4.4.5. A e B sobre debate radiofónico para adicionar também as habilidades de advocacia.

Habilidades de gerir o stress:

Habilidades de gestão do tempo: Gestão do tempo é importante para se poder atingir o objectivo do curso. Se um formador não consegue fazer tudo o que havia planeado, a responsabilidade é sempre dele/a mesmo/a, que ou planeou muito pouco tempo ou permitiu muitos desvios e atrasos. Uma forte organização e habilidade de planeamento são necessárias para fazer com que um curso corra bem. Assim como concluir a tempo! Não arraste os assuntos para o fim do dia. Manter os seus participantes felizes é metade do trabalho. Se interferir com o seu tempo livre eles irão reclamar. O exercício 7.B irá treinar esta habilidade profundamente, e a maior parte dos exercícios do Módulo 4.4 do Manual de Formadores de Produtores também treinam as habilidades de controlo do tempo.

Habilidades de cooperação e trabalho em equipa:

Expressar respeito pelas contribuições dos outros e seus estilos diferentes é fundamental para uma metodologia participativa. Qualquer pessoa que esteja a aprender através deste método irá praticar estas habilidades ao ser solicitado para cooperar com pessoas diferentes. Incentive os participantes a partilharem ideias e habilidades igualmente. É importante que respeite a diversidade entre os seus participantes e evite comportamentos dominantes. Para fazer com que os seus participantes tomem atenção especial sobre como incentivar estas habilidades use o exercício 6.A sobre as dinâmicas de grupos para praticarem.

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Objectivos: Ensinar habilidades e técnicas de facilitação e dar aos participantes a oportunidade de questionarem o formador sobre as suas ideias e dúvidas em relação a estas habilidades e técnicas. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar que

qualidades e habilidades um bom facilitador deve possuir.

Preparativos: Como nos exercícios passados ajuda se os participantes já tiverem tentado um curso participativo ou pelo menos um dia de exercícios dado que irá providenciar um bom ponto de partida para a discussão. Espaço e disposição das cadeiras: Sentem-se em círculo se estiverem a agrupar os cartazes no chão, se não, é necessário ter espaço para todos poderem observar a parede. Duração: 1 hora. Materiais: 3-4 cartões ou cartazes por participante.

4.A O que faz um bom facilitador?

Módulo 4 Facilitação participativa EXERCÍCIO 4 A

Notas para os facilitadores: A parte fundamental deste exercício é a sessão de perguntas e respostas porque oferece uma oportunidade para que os participantes testem as suas próprias ideias e discutam o que acham que pode ser difícil para eles mesmos. É importante dar espaço para considerações muito pessoais. Se oferecer uma lista das coisas que um facilitador deve saber ou ser capaz de fazer pode fazer com que os participantes se sintam inseguros ao notarem que podem não ser igualmente fortes em tudo. Enfatize que com alguma experiência prática todos eventualmente irão descobrir as áreas onde são mais fortes e que a personalidade do professor também joga um papel importante nas técnicas que funcionam melhor. As sugestões escritas neste módulo, por exemplo, somente são bons conselhos – não regras. A natureza flexível e cativante da facilitação participativa irá fazer com que cada sessão de ensino seja tão única como o facilitador e cada um dos participantes.

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2 Passos:

1. Distribua 1-2 cartazes a todos os participantes e peça para escreverem a habilidade mais importante ou outra coisa que achem que um professor participativo deve ser capaz de fazer. Por exemplo: Controlar o tempo, deixar que todos falem, etc.

2. Ponha os cartazes na parede ou no chão, agrupando os semelhantes juntos. Pergunte se podem pensar em habilidades que estejam a faltar e adicione as sugestões. Refira-se ao texto 4.1 se os participantes esgotarem o que escrever. Depois pergunte: Qual destas habilidades percebe como sendo a mais difícil de dominar? Porquê? Continue com a sessão de perguntas e respostas onde os participantes têm a oportunidade de fazer perguntas sobre as habilidades e diferentes situações e como lidar com elas.

Facilitação participativa

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Trabalhar com crianças

Este módulo proporciona conhecimentos básicos sobre o desenvolvimento da criança e conselhos para trabalhar com elas. Trabalhar com crianças de uma forma participativa exige atenção especial ao estilo de facilitação e necessidades das crianças. Ainda mais importante, requer que o formador tenha considerado a sua atitude para com as crianças. Muitos adultos tendem a direccionar as crianças e mostrar como as coisas são feitas, mas as crianças precisam de descobrir as coisas por si, tal como os adultos. Isto requer que o formador seja capaz de dar espaço para as crianças para aprenderem. O exercício prático no fim do módulo permite que formadores adultos considerem como as suas atitudes perante as crianças influenciam o seu estilo de ensino. No decorrer do seu curso, comece por fazer o exercício e depois use o texto sobre as fases de desenvolvimento dos seres humanos como um folheto para distribuir depois.

Módulo 5 Trabalhar com crianças

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O tipo de adultos em que nos tornamos, como agimos e reagimos em diferentes situações e como interagimos com os outros são influenciados por muitas coisas – a nossa educação, ambiente, cultura, tradições e famílias. Uma das influências mais importantes é o que acontece connosco durante a infância. O psicólogo de desenvolvimento Erik H. Erikson descreveu o desenvolvimento humano em 8 diferentes fases:

5.1 As fases do desenvolvimento humano

Módulo 5 Trabalhar com crianças

F O L H E T O

5.A

Primeira fase – concepção até 1 ano: Confiança/Desconfiança Normalmente, durante este tempo o bebé fica perto da sua mãe a maior parte do tempo. O bebé aprende a confiar que pelo menos uma pessoa irá responder às suas necessidades básicas de comida, contacto (toque) e conforto. A mãe aprende a reconhecer o choro do bebé quando está com fome, desconfortável ou se sente sozinho. Se ela não reage, o bebé não irá aprender a confiar e pode desenvolver um sentido forte de medo. Segunda fase – 1-3 anos: Autonomia, vergonha, dúvida A criança está a aprender a ter algum controlo sobre o seu corpo: andar, falar, vestir e controlar as necessidades. Se a criança se sente frustrada nesta fase, se as pessoas se riem dela, ou se é punida severamente, ele/a irá desenvolver zanga e ira contra os adultos. Terceira fase – 3-5 anos: Iniciativa/Culpa É um tempo de exploração e experiência para a criança. É importante que seja incentivada a tomar iniciativa e não ser punida ou culpada quando comete erros. Se gritar com a criança ou bater-lhe pode bloquear a sua iniciativa. Ele/a irá aprender a ter ansiedade e sentir “que não sou bom/boa”. Quarta fase – 6-12 anos: Indústria/inferioridade Muitas crianças aprendem a cooperar com os outros (na escola ou em casa) e a realizar tarefas. A criança precisa de encorajamento constante enquanto aprende. Se a criança começar a sentir-se como um fracasso a esta altura, ela transforma esse sentimento em acusação e culpa. Quinta fase – 13-18 anos: Identidade/Difusão de papéis Este é o tempo da descoberta da identidade própria como jovem mulher ou homem. Começa a independência em relação aos pais. Se uma criança tiver desenvolvido ansiedade e culpa nas fases anteriores terá mais dificuldades nesta fase. Podem sentir-se tímidos, não amados e inseguros. Esses sentimentos podem durar por muitos anos. Sexta fase – 19-25 anos: Intimidade/Isolamento O jovem atinge uma fase de autoconfiança em relação a ser uma pessoa sexual; ele/a pode desenvolver relações e intimidade. Se não tiverem autoconfiança podem permanecer isolados e sozinhos. Sétima fase – 25-55 anos: Generatividade/Estagnação Através da habilidade de conhecer outra pessoa, existe a possibilidade de dar vida a outros, seja através do casamento e filhos ou através de ocupações de ajuda ou relações informais. Caso contrário, a pessoa pode sentir-se incapaz de contribuir para o crescimento da sociedade humana. Oitava fase – 55 em diante: Integridade/Desespero Se uma pessoa tiver completado as outras fases da vida com sucesso, este é o tempo em que pode olhar para trás e integrar todas as suas experiências. Estarão disponíveis a ajudar a geração mais jovem como uma ‘pessoa sábia’. Uma pessoa ‘sem sucesso’ irá olhar para o futuro com desespero, consciente de não ter dado vida ao mundo.

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Dicas de facilitação

5.2 Dicas de facilitação

Certifique-se que as crianças entendem o que está a acontecer e porquê estão presentes. Sempre explique às crianças porque estão a participar no curso ou a fazer exercícios. Seja claro e esteja pronto para responder a quaisquer perguntas.

Apresentações - Pense em formas simples e não ameaçadoras para as crianças apresentarem-se ao grupo no princípio do curso. Use canções, jogos e rimas para ajudar a quebrar o gelo.

Orientando, não dirigindo – As crianças podem fazer as coisas de maneira diferente dos adultos, sempre que poder, deixe que as crianças tenham maior controlo quanto possível sobre um jogo ou exercício. Tente manter um equilíbrio entre orientar de forma suave e assumir e dirigir tudo.

Incentivando crianças menos confiantes – Pense em formas de incentivar crianças menos confiantes a participarem mas também lembre-se que as crianças tem o direito de não participar se não quiserem. Não trabalhe sozinho, se possível, tenha disponível uma equipa de facilitadores/assistentes para lhe ajudarem no curso. Em algumas ocasiões os diferentes grupos de crianças estarão a realizar actividades diferentes, certifique-se que existem pessoas para ajudar na equipa de facilitação.

Oiça o que as crianças dizem e deixe-lhes falar - Use a reformulação de frases para confirmar, encorajar expressão e assegurar que as crianças se sentem livres. Assegure-lhes que não existem respostas certas ou erradas quando falamos das nossas próprias experiências.

Linguagem – Pense na forma como explica as coisas. Use palavras simples e não jargão de cursos! Verifique que as crianças entendem o que diz.

Esteja consciente da sua linguagem corporal – Tente sentar ou ajoelhar-se para estar no mesmo nível que as crianças pequenas.

Revelação – considere como irá responder se as crianças revelarem questões de exploração ou abuso. Certifique-se que a sua organização tem um plano ou orientações sobre que acções se devem tomar nestes casos.

Fotos – Se tirar fotos sempre confirme com as crianças se isto está bem para elas e avise se as fotos serão exibidas em público. Se for a imprimir as fotos precisa do consentimento dos pais por escrito.

Crie tempos livres e brincadeiras no curso – É importante dar oportunidade as crianças de se misturarem e de se expressarem. Se possível tenha disponíveis alguns brinquedos como bolas, bonecas e lápis de cera. As canções, jogos e drama funcionam muito bem com crianças, incentive as crianças a entoarem canções, partilharem as suas preferidas e demonstrarem danças e mais.

Módulo 5 Trabalhar com crianças

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Dicas de planeamento

5.3 Dicas de planeamento

Faixas etárias – é mais fácil trabalhar com grupos de crianças com idades similares, por exemplo dos 8 aos 10 anos ou dos 11 aos 13 anos, etc. Se tiver uma grande diferença de idades os interesses das crianças serão muito mais diferentes do que de adultos. Uma criança de 10 anos e outra de 16 tem preocupações muito diferentes enquanto com adultos uma diferença de 5-10 anos não é um grande problema.

Sempre obtenha autorização dos encarregados de educação – Assegure que eles sabem onde as suas crianças estarão, a duração e os arranjos de transporte, etc.

Necessidades extra – Esteja preparado para acomodar necessidades diferentes. Antes do curso, se for possível, verifique se alguma criança tem necessidades especiais. Tenha um plano pronto para o caso de alguma criança ficar doente (uma sala de descanso, informação sobre a clínica mais próxima, etc.).

Refeições e fome – Pense em oferecer uma refeição ou lanche antes de começar o curso para que a fome não impeça que uma criança participe (algumas crianças podem não ter refeições regulares).

Segurança física – Antes e durante o curso esteja consciente de quaisquer questões de segurança, especialmente com jogos físicos. Torne o espaço o mais seguro para crianças quanto possível.

Quando estiver a planear o programa, certifique-se que existe uma mistura de exercícios focalizando diferentes assuntos. Se um exercício for difícil ou emocional, faça com que o próximo seja mais suave com foco em superar problemas, resiliência, apoio, etc.

Módulo 5 Trabalhar com crianças

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Os adultos não estão sempre conscientes do grande impacto que têm na forma como a criança cresce.

As crianças dependem dos adultos para orientação e apoio, amor e atenção.

Se uma criança cresce sentindo-se não amada ou negligenciada, isto irá influenciar a maneira como irá comportar-se como adulto.

As crianças aprendem imitando o comportamento dos adultos. Isto significa que se uma criança: Vive com criticismo, aprende a condenar. Vive com hostilidade, aprende a lutar. Vive com ridicularização, aprende a ser tímido. Vive com encorajamento, aprende a ser confiante. Vive com tolerância, aprende a ser paciente. Vive com elogios, aprende a apreciar. Vive com justiça, aprende a ser justo. Vive com segurança, aprende a ter confiança. Vive com aceitação e amizade, aprende a encontrar amor no mundo.

5.4 Relações entre adultos e crianças

Relações entre adultos e crianças

Módulo 5 Trabalhar com crianças

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5.A O que pensamos sobre as crianças?

5 Passos:

Declarações secretas

1. Dê a cada participante dez folhas de papel. Use uma cor para homens e outra para mulheres. 2. Explique a tarefa: ‘Irei ler algumas declarações sobre crianças e gostaria que anotassem as vossas opiniões sobre cada declaração. Usem uma folha diferente para cada declaração, se concordam com a declaração ponham um sinal de certo no papel e se discordam ponham uma cruz. Depois dobrem os papéis, um facilitador irá recolher os papéis depois de cada declaração. As respostas serão anónimas – ninguém ficará a saber o que escreveu.’ Assegure que todos têm canetas. 3. Leia a primeira declaração em voz alta. Dê aos participantes algum tempo para responderem, anote as respostas num papel gigante antes da declaração seguinte ter terminado mas não deixe que o processo se alongue. Não apresente as respostas nesta fase. Discussão 4. Quando tiver lido todas as declarações e recolhido todas as respostas, apresente os papéis gigantes com as respostas um por um e pergunte aos participantes como se sentem em relação aos resultados. Pergunte ‘Houveram algumas surpresas? Como é que as nossas crenças sobre crianças afectam a maneira como as tratamos?’

Módulo 5 Trabalhar com crianças

Trabalhar com crianças

Objectivos:

Assegurar que os participantes estejam claros sobre as suas atitudes em relação as crianças antes de começarem a formá-las e considerar como isto pode influenciar o seu estilo de facilitação.

No final desta sessão os participantes terão: • Reflectido sobre as suas

crenças em relação às crianças.

• Clarificado as suas atitudes em relação às crianças.

Preparativos:

Organize a sala de modo a que os participantes não estejam sentados muito perto um dos outros. Prepare papéis gigantes para respostas escrevendo cada declaração em cima do papel e uma tabela para as respostas Sim/Não/Homens/Mulheres. Veja os materiais na página seguinte.

Declarações

As crianças não sabem bem o que querem.

As crianças precisam de ser punidas duramente se cometem erros.

As crianças aprendem valores morais dos adultos a sua volta.

As crianças devem ser encorajadas a serem o mais independente possível.

A personalidade da criança está desenvolvida na altura em que faz 2 anos de idade.

As crianças geralmente herdam os maus comportamentos dos pais.

Uma vez que as crianças começam a andar não precisam de muito contacto físico com os adultos.

As crianças devem fazer sempre o que os adultos dizem.

Algumas crianças portam-se mal desde o dia que nasceram.

As crianças devem ser vistas mas não ouvidas.

Opção: Distribua as fases de desenvolvimento de Eriksson no folheto 5 A. Em pequenos grupos, discutam se esta teoria corresponde ao entendimento dos participantes sobre os seus próprios filhos ou crianças que tenham visto crescer.

5. Resumo: Resumir os pontos principais da discussão sobre relações entre adultos e crianças da página anterior para finalizar o exercício.

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Duração: 1 hora.

Módulo 5 Trabalhar com crianças EXERCÍCIO 5 A

As crianças não sabem bem o que querem.

Sim Não

Mulheres

Homens

Notas para os facilitadores:

Este exercício é parecido com uma pesquisa de grupo sobre atitudes em relação a crianças. Funciona melhor se tiver uma equipa de três – um facilitador para ler as declarações e dois assistentes para recolherem as respostas e contar os resultados. Adicione mais declarações se necessário, ou mude-as para incluir crenças locais. Tente assegurar que recolhe e anota as respostas rapidamente.

! Trabalhar com

crianças

Materiais:

Pequenas folhas de papel em conjuntos de dez (diferentes cores para homens e mulheres). Cópias do folheto 5.A sobre as fases do desenvolvimento humano. (opcional)

Quadros preparados como no exemplo abaixo, para todas as declarações que usar.

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Trabalhar com grupos Este módulo trata do trabalho em grupo que é uma das técnicas chave da facilitação participativa e fornece uma forma de levar as pessoas a envolverem-se em discussões. Os grupos são importantes para criar debates que podem levar a uma mudança de percepções e ajudar as pessoas a contemplarem acções que levam a mudanças de atitudes e comportamentos. Ainda assim, é importante manter o trabalho em grupo interessante e um facilitador deve ser capaz de criar um espírito de trabalho em grupo e cooperação no grupo e assegurar que ninguém domine os outros. O exercício no fim do módulo fornece uma oportunidade para discutir como funcionam as dinâmicas de grupos e ensina aos participantes a observarem comportamentos disruptivos. É também importante para consciencializar os participantes sobre como a sua linguagem corporal e personalidade influenciam a forma como eles são vistos pelos outros.

Módulo 6 Trabalhar com grupos

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Início da sessão:

Processo:

Apresentação de resultados:

6.1 Conselhos para trabalhar com grupos

Módulo 6 Trabalhar com grupos

Dê uma explicação clara ao grupo sobre a tarefa, tempo e método de apresentar resultados. Se a tarefa for difícil, escreva as instruções num papel gigante para que todos estejam claros. Varie o tamanho dos grupos nas diferentes sessões – pares, grupos de três, quatro e cinco. E sempre mude os membros dos grupos para que os participantes trabalhem com pessoas diferentes. Ajude as pessoas a sentirem-se confortáveis umas com as outras através de jogos que criam confiança e exigem cooperação, a divisão dos grupos pode ser usada para este efeito. Para mais informação sobre divisão de grupos veja secção 2.3 sobre metodologia no Manual de Formadores de Produtores.

Quando os participantes colocam-se em grupos, ande a volta deles para verificar se eles entenderam a tarefa. Não vá muito rápido – deixe o grupo ajudar a definir o ritmo apropriado e dê tempo suficiente para fazerem o seu trabalho. Também não vá muito devagar, se os grupos estiverem constantemente a falhar concluir o trabalho na duração estipulada, ou significa que fez o cálculo errado do tempo que precisam para as tarefas e precisa de ajustar o próximo exercício para coincidir com o tempo disponível ou então os grupos não entenderam como devem cooperar para alcançar compromissos e soluções. Neste caso, pode ajudar cada grupo orientando as suas discussões. Se a programação for sempre adiada confiança dos participantes no facilitador e a satisfação com o curso reduz. Faça poucos trabalhos em grupo a tarde, altura em que o nível de energia é baixo.

Mesmo sendo quase sempre importante que todos os grupos apresentem os resultados dos seus trabalhos ao resto dos grupos, isto funciona melhor se os grupos tiverem trabalhado em tópicos um pouco diferentes. Se todos tiverem ponderado sobre o mesmo assunto, as respostas irão tornar-se muito repetitivas. Se antecipar que este será o caso, pode decidir que só um grupo faça a apresentação e pedir aos outros para contribuírem com pontos adicionais que possam ter, senão uma sessão de apresentação de resultados pode tornar-se muito aborrecida.

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Objectivos: Praticar teambuilding e análise da dinâmica de grupo através de resolução de problemas práticos. Serve para desenvolver habilidades de cooperação, irá demonstrar que o trabalho em equipa pode ajudar a resolver problemas mas que as vezes é preciso fazer um esforço para incluir a todos. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Observar que trabalhar

em equipa é importante para encontrar soluções para os problemas.

Cumprir prazos sobre pressão.

Seguir os passos do planeamento de projectos até a conclusão.

Analisar as dinâmicas de grupo.

6.A: Aprendendo a ser uma equipa O problema a ser resolvido é a construção de uma torre tridimensional que fique de pé usando somente os materiais fornecidos pelo facilitador. Esta actividade pode ajudar o grupo a entender as habilidades e desafios que têm ao trabalhar como equipa. Pode também servir como uma lição útil para ensinar como trabalhar com limitações de materiais e com prazos.

Módulo 6 Trabalhar com grupos EXERCÍCIO 6 A

9 Passos: O arranjo. 1. Peça dois voluntários, eles devem sair da sala para receber instruções em separado. Se tiver um assistente, dê as instruções enquanto o próximo passo acontece.

2. Divida o resto dos participantes em grupos de 5-6, explique que cada grupo deve escolher um representante a quem serão dadas as instruções e os materiais para que o grupo complete a tarefa. Os grupos devem ficar em diferentes lugares da sala e escolher um representante.

3. Explique aos dois voluntários antes escolhidos: “A tarefa de cada um de vocês é observar um grupo, observem como eles se comportam uns com os outros, a sua linguagem corporal, quem colabora, quem lidera, quem fica atrás, como cada um contribui para resolver a tarefa. Tomem notas do que acontece, se algo cai ou se as condições e comportamentos mudam. Não falem com ninguém, nem expliquem o que estão a observar. Depois de terem concluído a tarefa terão que reportar as vossas observações a todos.” Peça aos voluntários para tomarem os seus lugares, um para cada grupo. Eles devem sentar-se um pouco afastados mas ainda serem capazes de seguir a conversa. O mais importante é que os outros “esqueçam” que os observadores estão lá, por isso eles precisam de ser discretos. Construindo as torres 4. Peça aos representantes dos grupos para irem a um lugar separado (centro da sala ou uma sala diferente) para receberem instruções e materiais. Entregue um saco de materiais a cada representante. Explique: “Esta é uma actividade para trabalhar na comunicação e colaboração e o objectivo é construir a torre mais alta que fique de pé com os materiais que estão no saco. Haverá prémios (ou direitos) para os vencedores.” O seguinte se aplica: Critérios de sucesso: A torre deve ter pelo menos 1.5 metros e deve ser capaz de aguentar uma brisa moderada sem cair (soprada pelo facilitador). Orientações: O seu grupo tem 15 minutos para planear, 8 minutos para construir e 12 minutos para dar informação sobre o exercício. Não podem tocar em nenhum dos materiais durante a fase de planeamento e a torre deve ficar de pé sem nenhum apoio externo (isto é, não pode estar colada ao chão, tecto, parede ou a um membro da equipa). Responda às perguntas que tiverem. Tente ser muito geral, se tiverem perguntas específicas diga algo como “já dei todas as instruções que podia dar, grupo terá que descobrir o resto”. Depois anuncie que os representantes irão retornar aos seus grupos e assim que o fizerem os facilitadores não podem responder a mais nenhuma pergunta.

Trabalhar com grupos

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Preparativos: Antes da actividade é preciso organizar um pacote de materiais de construção para cada grupo. Divida os participantes em grupos de 5-6. Se tiver menos de 10 pessoas, provavelmente esta não é a melhor actividade para o seu curso. O mais importante é dividir os materiais de forma desigual e colocar em sacos ou caixas fechadas de modo a que os participantes não possam ver que cada grupo está a receber um conjunto de materiais diferente. Cada grupo deve ter uma grande quantidade de um dos materiais, e pouco dos outros. Veja exemplos nas materiais página 46. Espaço e disposição das cadeiras: Organize tantas mesas quanto o número de grupos e coloque-as em diferentes lugares da sala de modo a que cada grupo tenha um local de construção. Duração: 1 hora

5. Deixe que os grupos planeiem, depois de alguns minutos de construção tem algumas escolhas:

Pode pedir aos representantes para se encontrarem no centro da sala e reportarem uns aos outros algo que tiverem feito bem e um desafio que estejam a enfrentar ou; Pode pedir para todos pararem a construção por um momento e observarem o progresso das outras equipas. Mais uma vez, os facilitadores não podem responder a nenhuma pergunta e não podem encorajar ou desencorajar colaboração! É importante tentar desviar…se perguntarem, “Como é que os outros tem mais cola que nós?” pode dizer “Desculpe, mas não posso responder a nenhuma pergunta a esta altura, mas parece que vocês estão a ter progressos.” Assim que começarem a ver que os outros têm materiais diferentes, alguns irão fazer perguntas, outros irão tentar implorar, trocar ou roubar materiais, e outros irão somente resignar-se ao facto de que não é justo e irão continuar a focar-se em trabalhar com o que tem. Devido a distribuição desigual de materiais, para poderem construir a torre mais alta possível, os grupos terão que juntar-se e partilhar materiais. Mas por terem sido divididos em grupos e isso implicar concorrência para muitos, poucos participantes irão tentar sugerir que os grupos colaborem e partilhem materiais. Mesmo se alguém no grupo sugerir, é pouco provável que todos concordem. Não incentive ou desincentive nenhuma acção, somente tome notas de tudo para usar no resumo. Comece a contar o tempo de novo após 2-3 minutos e chame a todos para um resumo quando o tempo estiver esgotado.

6. Decida quem é o vencedor do concurso soprando em cada torre, no caso de todas equipas terem conseguido construir uma.

Reflexão: 7. Os facilitadores devem colocar as seguintes perguntas ao grupo inteiro: Levante a mão se ajudou a construir uma torre! O que funcionou bem? Construíram a torre mais alta que podiam? Porquê ou porque não?

Adicione as seguintes perguntas se os grupos não colaboraram ou partilharam materiais: Assumiram que só podiam colaborar com os que faziam parte do vosso grupo? O que teria sido possível fazer se tivessem decidido partilhar recursos entre todos? Teriam construído uma torre mais alta? Porquê não fizeram isso? Adicione as seguintes perguntas se os grupos colaboraram: Como chegaram a decisão de colaborar? O que foi possível fazer depois de tomarem a decisão de partilhar recursos? O que constituiu um desafio?

8. Chame os voluntários para revelarem as suas observações dos grupos. Pergunte como é que os grupos completaram a tarefa: Completaram a tarefa mas negligenciaram relações? Todos os membros do grupo estiveram envolvidos? Será que alguém estava mais preocupado em fazer com que todos se sentissem bem acerca do grupo em vez de atingir resultados?

Módulo 6 Trabalhar com grupos EXERCÍCIO 6

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Materiais: Uma selecção de materiais para construir, por exemplo: copos de papel, pratos de papel, tigelas, palitos de sorvete ou agitadores do café, canetas ou lápis baratos, papel gigante e/ou cartolina, cola (fita adesiva funciona melhor), palhinhas para beber, corda, tesouras, pedaços de madeira ou plástico ou qualquer outra coisa que se pode encontrar facilmente. Um pacote de rebuçados ou outro prémio semelhante em quantidade suficiente para todos (alternativamente pode usar o “direito de se gabarem” como prémio) Prepare pacotes com conteúdos diferentes para cada grupo, por exemplo: Pacote #1 1 rolo de fita adesiva, 10 copos de papel, 5 palitos de sorvete/agitadores de café/colheres de chá, 4 folhas de papel gigante, 2 pedaços de cartolina. Pacote #2 Uma pequena tira de fita adesiva (enrolada numa caneta), 25 copos de papel, 5 pratos de papel, 8 folhas de papel gigante, 5 palhinhas. Pacote #3 1 metro de fita adesiva, 10 copos de papel, 35 palitos de sorvete/agitadores de café/colheres de chá, 20 palhinhas, 1 folha de papel gigante, corda,

tesoura.

9. Depois do relatório dos voluntários, peça aos grupos para fazerem comentários. Resumo: Explique que aqueles que lideram e aqueles que seguem são igualmente importantes para realizar uma tarefa. Aqueles que não falam muito e aqueles que ouvem com atenção também servem um propósito dentro do grupo. Enfatize que o trabalho de equipa não é somente sobre atingir um objectivo, é também um processo. Como facilitador precisa de estar consciente das dinâmicas de grupos tanto quando se trata do grande grupo de todos os participantes ou quando os participantes trabalham em pequenos grupos.

Módulo 6 Trabalhar com grupos EXERCÍCIO 6 A

Notas para os facilitadores: Este é um exercício divertido, funciona bem em qualquer curso como uma forma de demonstrar o facto de que o trabalho em equipa requer participação de todos os membros do grupo. Esta actividade requer que as instruções sejam seguidas à risca. Opções adicionais incluem o uso do cronómetro e alteração dos materiais. O exercício precisa de muitos recursos, por isso deve ser planeado com antecedência para que todos materiais sejam organizados. O mais importante é que cada grupo tenha um conjunto diferente de materiais e que os facilitadores façam com que isso não seja imediatamente óbvio. Assim que se tornar mais óbvio, os facilitadores não devem desencorajar ou encorajar colaboração e partilha. A maioria dos participantes quando são divididos em grupos irá assumir que devem competir um com o outro mas não o facilitador não deve dizer especificamente que é uma competição. Irá abordar o assunto nas perguntas do resumo baseadas na escolha que os grupos fizeram em relação a colaborar ou competir.

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Como planear um curso Este módulo detalha o que é necessário considerar no planeamento prático de um curso. Explica como escolher os objectivos do curso e das sessões, oferece conselhos sobre como organizar a programação e escolher o conteúdo do curso e como gerir as logísticas. Também oferece exemplos de ferramentas de planeamento para as diferentes fases do processo de planeamento. Os exercícios no fim do módulo centralizam-se em oferecer experiência prática aos participantes no planeamento e facilitação.

Módulo 7 Planear um curso

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7.1 Definir o objectivo do curso – porque é que faz formação? Todos os cursos de formação devem ter um objectivo geral de ensino que deve mencionar a quem vai formar e qual o objectivo principal do curso. Por exemplo, um curso baseado em exercícios deste manual e do Manual de Formadores de Produtores pode ter um objectivo geral assim: Educar (um grupo especial de pessoas) para formarem produtores de rádio locais em desenvolvimento de conteúdos para programas educacionais usando uma abordagem baseada em habilidades para a vida e metodologia participativa. Cada sessão do curso deve também ter um objectivo de aprendizagem específico. A formulação cuidadosa de objectivos serve dois propósitos: permite que os formadores determinem que tipo de aprendizagem é desejada e como é que a aprendizagem será medida. Os objectivos devem ser expressos numa linguagem simples para permitir que os participantes sejam capazes de julgar se atingiram os objectivos ou não. Um objectivo bem escrito deve usar um verbo de acção. Os formadores precisam de considerar o tipo de linguagem que melhor irá descrever o que querem que os participantes alcancem quando escrevem os objectivos da aprendizagem. Os objectivos devem focar-se em acções claramente definidas e mensuráveis. Se os objectivos forem vagos e confusos pode ser difícil determinar a aprendizagem real que ocorre num programa de formação. Os critérios irão variar dependendo do tipo de aprendizagem desejado. Diferentes tipos de aprendizagem devem ser medidos de maneiras diferentes.

Módulo 7 Planear um curso

Planificação

Definir o objectivo do curso

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Nome da categoria

Capacidade Verbos de acção associados são:

Conhecimento Capacidade de recordar ou reconhe-cer os itens de informação, ideias, etc.

Listar, escrever, reproduzir, declarar, nomear, seleccionar, medir.

Compreensão Capacidade de mostrar entendimen-to de ideias, por exemplo expres-sando ideias nas suas próprias pa-lavras ou transpondo para formas alternativas.

Identificar, seleccionar, explicar, no-mear, contrastar, representar, formular, ilustrar, classificar.

Aplicação Capacidade de aplicar conhecimen-to e ideias para satisfazer as exigên-cias da situação ou problema que são novos para os aprendizes.

Predizer, avaliar, escolher, mostrar, construir, usar, seleccionar, explicar, encontrar, desempenhar, calcular, de-monstrar.

Análise Capacidade de lidar com situações ou problemas que exigem mais do que a simples aplicação de ideias, i.e., situações onde os elementos devem ser analisados e reestrutura-dos antes da aplicação de ideias relevantes.

Analisar, resolver, seleccionar, concluir, justificar, comparar, identificar, criticar, separar, contrastar, dividir, diferenciar.

Síntese Capacidade de colocar ideias em conjunto de novas maneiras que vão além do que tenha sido especifica-mente ensinado.

Combinar, resumir, argumentar, organi-zar, seleccionar, reafirmar, deduzir, dis-cutir, concluir, relacionar, generalizar.

Avaliação Capacidade de julgar a qualidade ou valor de material com referência em critérios apropriados.

Julgar, determinar, apoiar, identificar, seleccionar, avaliar, reconhecer, defen-der, escolher, evitar, criticar.

Fonte: Bloom’s Taxonomy and Learning Concept in Writing Objectives

Abaixo apresentam-se algumas sugestões de palavras a usar para definir diferentes tipos de aprendizagem. Esta é uma lista de diferentes tipos de capacidades aplicável a diferentes matérias que os participantes podem desenvolver como resultado da experiência da aprendizagem:

FOLHETO 7.A

Módulo 7 Planear um curso

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Entendendo o seu grupo alvo – A quem irá formar? Antes de planear o conteúdo, é importante entender o perfil do participante. Tente descobrir: quantas pessoas estarão presentes, porque desejam participar na formação e qual é a sua experiência, idade, género,… Será que eles tiveram alguma exposição anterior ao tema? Quanto mais souber, melhor poderá planear o conteúdo do curso.

7.2 Programação do conteúdo Sincronizar a organização do conteúdo Planear a ordem em que vai apresentar o conteúdo do curso e a ordem das sessões é muito importante para que o curso corra bem. Questões de tempo e ritmo devem ser consideradas: Quando planeia sessões individuais do curso: Planeie cada sessão minuciosamente. Pense realisticamente quanto tempo cada sessão irá levar. Isto significa: realize a sessão passo a passo na sua mente, meça o tempo que precisa para as explicações que irá dar, incluindo tempo para distribuir os materiais e para perguntas extra e reflexão. Depois adicione 10-15 minutos, para qualquer efeito. O trabalho em grupo leva mais tempo do que o esperado e sessões participativas não são tão previsíveis quanto palestras. Por isso esteja consciente do tempo quando planear – decida quanto tempo precisa para cada sessão. E não entre em pânico – apesar de tanto se esforçar – a sua programação sempre ultrapassa o tempo previsto. A flexibilidade é um elemento chave para uma facilitação eficiente, por isso encontre uma forma de incorporar o que ainda é preciso ensinar no tempo que ainda resta do curso. As vezes é melhor cortar ou adiar uma sessão do que tentar fazer tudo rapidamente por falta de tempo. Quando planear a ordem das sessões para um curso de formação: A altura do dia tem um impacto significativo no modo como as pessoas irão responder as diferentes abordagens de aprendizagem. A maioria das pessoas concentra-se melhor de manhã. Depois do almoço os participantes tendem a ficar letárgicos e menos concentrados. A caminho da noite os participantes podem estar agitados. Considere estes factores quando estiver a planear uma sessão. A duração e sincronização de uma sessão de formação tem um grande impacto no modo como os seus participantes irão aprender. Assegure-se que aloca tempo para relaxamento: faça intervalos periódicos e mantenha essa periodicidade. E comece e conclua as sessões numa hora que seja conveniente para os participantes.

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Planificação

Programação do conteúdo

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Programação do conteúdo

7.3 Escolhendo o conteúdo Quando escolher o conteúdo a ensinar, considere quanto os participantes já sabem, o que precisam de aprender e quanto tempo está disponível para cobrir o material. Para ajudar na selecção de materiais, pense no que os participantes devem saber e podem saber. A sessão deve ser estruturada a volta dos pontos-chave que o facilitador acredita que eles devem saber no final da sessão. No Manual de Formadores de Produtores, secção 2.2, sobre como estruturar um curso, pode encontrar muitas sugestões sobre que critérios pode usar para determinar os conteúdos a colocar num curso. Enquanto o objectivo e o grupo alvo do seu curso ajudam a decidir o tema do conteúdo (ensinar sobre produção de drama de rádio a crianças, uso de linguagem para um grupo editorial adulto trabalhando em questões de saúde, etc.), existem outros elementos para os quais deve reservar tempo quando planeia a programação do seu curso. Estes são uma introdução apropriada do curso e dos participantes e uma forma de avaliar o curso no fim.

Módulo 7 Planear um curso

Planificação

Usando conteúdos e métodos para criar o ritmo do curso É sempre melhor usar uma combinação de métodos de aprendizagem e alterar o ritmo da aprendizagem. Por exemplo, pode começar com um jogo, depois fazer uma breve palestra e acabar com trabalho em grupo. Elabore as sessões para incluírem múltiplos métodos – associação visual, encenações, discussão, jogos e estudos de caso. Use métodos diferentes e tamanhos de grupos diferentes em tópicos diferentes para manter as coisas interessantes.

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Introdução do curso

Avaliação do curso

Veja sugestões sobre como fazer exercícios de introdução e avaliação no Manual de Formadores de Produtores: Secção 3: Exercícios de introdução Secção 5: Exercícios de avaliação

Módulo 7 Planear um curso

A introdução do curso é a sua primeira reunião com os participantes e é importante criar uma atmosfera de conforto que irá criar confiança e um ambiente de aprendizagem confortável. Se os seus participantes não se sentirem confortáveis uns com os outros, o seu trabalho em grupo não irá funcionar bem e alguns irão desistir das sessões plenárias. A melhor forma de começar é mostrando aos participantes que você também quer conhecê-los quando fizer a introdução dos elementos do curso. Aprenda os nomes dos participantes, seja informal e comece a sessão com um arranjo de cadeiras circular que o põe no mesmo grupo dos participantes em vez de fazer o papel de professor afastado deles. Os elementos mais importantes de uma introdução são: Apresentação dos participantes, anotação das expectativas dos participantes, fixação de regras básicas, apresentação do plano do curso e realização de uma pequena pesquisa inicial sobre os conhecimentos e habilidades dos participantes na matéria a ser ensinada no curso para efeitos de avaliação futura. Todas estas são actividades não ameaçadoras que ajudam os participantes a sentirem-se mais seguros.

Porquê a introdução do curso é importante

A avaliação do curso é a única forma de avaliar o que foi aprendido e como é que a aprendizagem ocorreu. É uma maneira de melhorar como facilitador. Não realize esta actividade com pressa, nos últimos dez minutos do curso. Se avaliar uma actividade em curso irá fornecer comentários para fazer ajustes durante o curso e irá também ajudar os participantes a darem contribuições específicas na avaliação final do curso. Pode organizar uma breve avaliação no fim de cada dia ou na manhã seguinte para incentivar os participantes a reverem o que aprenderam. Veja por exemplo o exercício chamado 5.1 Escrita Livre na secção 5 no Manual de Formadores de Produtores e os exercícios do resto da secção sobre avaliação do curso para um exemplo de como fazer avaliações do fim do dia e do fim do curso. O mais importante é reservar tempo para isso!

Porquê a avaliação do curso é importante

Planificação

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7.4 Logística

Módulo 7 Planear um curso

No primeiro dia do curso:

Os preparativos e a organização são a chave para que o curso corra bem. Sem isso, a sua gestão do tempo irá falhar e períodos longos do curso serão gastos preparando cartazes e papéis gigantes. Chegue cedo para estar preparado para dar as boas vindas aos participantes quando chegarem. Organize a sala O espaço para a formação deve ser preparado com antecedência. Organize os materiais ao longo da parede. Tenha tudo o que vai precisar numa mesa (por exemplo, tabelas, marcadores, fita-cola, papel colorido, lápis, canetas, lápis de cera, tesoura, linha, cola, cavilhas, materiais de leitura, folhetos, travessas e transparências). Pode não vir a usar nenhum desses materiais de uma vez mas ainda assim planeie o que vai usar e tenha o material à mão e em ordem para não perder tempo ainda a procura dos seus apetrechos. Organize os seus folhetos Prepare o material de leitura e informação relevante com antecedência e dê aos participantes nos intervalos apropriados durante o curso. Guarde-os em pastas, prontos a serem distribuídos. Use o espaço nas paredes (se não tiver paredes use os espaços disponíveis tal como árvores, cordas amarradas a dois postes ou pilares) para exibir o tópico da formação. Fotografias e resultados de programas de formação anteriores ajudam a criar um ambiente de aprendizagem confortável. Evite o uso de material evidente sobre preservativos, seringas e comportamentos sexuais.

Logística

Antes do curso:

O mais importante é realizar as sessões num local que seja conveniente para os participantes. Mas deve também satisfazer as necessidades do curso. Visite o local antes e verifique: Existe espaço suficiente para os exercícios e jogos? A organização do equipamento de formação é adequada? Existe provisão para electricidade, água, casas de banho assim como comida e bebidas? Se possível organize-se para planear e executar o curso com outro facilitador ou assistente. Verifique o seu equipamento: Se for usar equipamento como retroprojector, sistema de som, projector, gravador, vídeo/TV, certifique-se que tudo funciona bem e está disponível.

Planificação

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Logística

Durante o curso

Ferramentas de planeamento

Primeira fase:

Decidir que exercícios

irá usar

7.5 Ferramentas de planeamento do curso Durante o planeamento de um curso, muitas vezes é útil organizar a informação sobre o curso em diferentes tipos de planos de curso. A primeira fase trata de decidir que exercícios irá usar durante o curso e quando os vai realizar. Para isto, pode ser útil usar notas em post-it ou pequenos papéis onde escreve o nome do exercício, o método principal, e a duração. Depois pode movimentar os exercícios para ver como organiza-los, tendo em mente que deseja uma mistura de estilos de aprendizagem, métodos e exercícios apropriados para cada altura do dia. Depois pode produzir um plano de curso como no exemplo abaixo que irá entregar aos participantes durante a introdução:

Módulo 7 Planear um curso

Nome do curso, data e local

Dia de semana, data

Hora Actividade Facilitação

8:00 – 9:30 Nome do exercício/ Tema e objectivo prin-cipal curto

Nome da pessoa ou organização re-sponsável pela sessão

9:30—10:30 Como acima Como acima

Envolva os participantes na gestão da formação. Organize voluntários para diferentes tarefas. Mude a disposição do espaço de formação cada dia para combinar com o conteúdo das sessões. Por exemplo, se estiver a planear falar de sexualidade no primeiro dia, disponha cartazes e fotografias relacionadas com a matéria nas paredes e se no segundo dia planear tratar do HIV e SIDA mude os cartazes, fotografias e disposição das cadeiras. Esta mudança quebra a monotonia e cria um ambiente de aprendizagem adequado as necessidades dos participantes e formadores. Pode também mudar o espaço – vá para fora e organize grupos em baixo de árvores. Se tiver um co-facilitador ou assistente podem revezar-se na facilitação e anotações no papel gigante e apoiarem-se um ao outro – se um estiver com dificuldades, o outro deve ajudar.

Planificação

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Planificação

Ferramentas de planeamento

Segunda fase:

Preparação das necessidades

Módulo 7 Planear um curso

A segunda fase consiste em encontrar o material e preparação das necessidades. Para tal pode usar um plano como o seguinte:

Preparativos para (nome do curso)

Data Preparativos Responsável

2-3 meses antes

Reservar o local para a formação: Critérios: Por exemplo: sala para 20 pessoas, acesso a electricidade, etc.

Nome da pessoa ou pessoas re-sponsáveis pela acti-vidade

Um mês antes Contactar os participantes: Precisam de saber: Por exemplo: trazer CD de músi-cas, hora e local, etc.

2-3 semanas antes

Comprar material de escritório e outros materiais: Lista detalhada do que irá pre-cisar, por exemplo 20 canetas, 10 blocos de notas, etc.

1 semana antes

Preparar cartazes e outros ma-teriais: Por exemplo: x foto-cópias do Folheto 1.A, escre-ver declarações nos cartazes, etc.

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A terceira fase é o planeamento detalhado da facilitação. Trata-se de saber exactamente o que vai dizer e quando, e quem será responsável por fazer o quê durante o curso. Basicamente inclui tudo o que precisa de fazer como facilitador antes, durante e depois do curso. Para isto, pode preparar um plano assim:

Nome do curso, Dia de semana, data

Hora Actividade Responsável

7:30 Organizar o local do curso Nome(s) da pessoa responsável

8:00 -8:05 Dar as boas vindas Pôr crachás

Bem-vindo: Nome Distribuir crachás: No-me

8:05 – 8:30 Exercício 3.3. Desenhe a sua vida Explique o desenho 5 min (Desenhar família, trabalho, 3 passa-tempos, usar símbolos) Tempo para desenhar: 15 min Pendurar os desenhos: 5 min

Facilitação: Nome Distribuir papel e mar-cadores: Nome

8:30 – 9:30 Exercício 4.3.1. Spots Tocar exemplo de spots 3 min Explicar tarefa 6-7 min (Todas as partes da equipa de produção para o programa “A pessoa do dia”, spot max 30 sec etc.) Divisão aos pares, música para jogo, 2 min

Facilitação: Nome Tocar CDs com spots e música: Nome Editar spots sala 1: Nome Editar spots sala 2: Nome

Continuar a listar cada tarefa do exercício e tomar notas do que vai dizer. Lembre-se de pensar em pausas que inevitavelmente ocorrem quando as pessoas precisam de encontrar as suas cadeiras/blocos de notas/canetas/parceiro etc. As pessoas NUNCA voam para as suas cadeiras e ficam preparadas para ouvir na altura em que o relógio indica que deviam fazê-lo. Planeie isto desde o princípio quan-do pensar nos exercícios para evitar ficar frustrado por causa de atrasos.

Módulo 7 Planear um curso

Planificação

Ferramentas de planeamento

Terceira fase:

Planeamento detalhado da

facilitação

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Exercícios

Objectivos: Confirmar aos participantes que todos possuem qualidades válidas para a tarefa de planificação e facilitação e dar ao grupo um sentido de espírito de equipa e conexão para realizarem a tarefa da melhor forma possível. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Reconhecer que todos

possuem qualidades válidas para contribuir numa equipa.

Reconhecer que com apoio da equipa podem ser fortes e confiantes.

Preparativos: Nenhum Espaço e disposição das cadeiras: Organize o chão para que todos possam sentar em círculo

Aqui encontrará exercícios para treinar o planeamento de cursos e habilidades de facilitação participativa. Como mencionado anteriormente, a melhor forma de ensinar os outros a facilitar de maneira participativa é primeiro deixar-lhes experimentar por si como os métodos funcionam, de preferência na matéria que deverão ser capazes de ensinar depois do curso. A melhor maneira de ensiná-los a planear e facilitar um curso é deixar-lhes tentar fazer as suas próprias sessões de facilitação com uma audiência teste ou com os co-participantes agindo como alunos. Quando os participantes tiverem concluído todos os módulos anteriores estarão prontos para os próximos exercícios. O primeiro é um exercício de construção de confiança para ajudar a levantar o espírito de equipa e motivação para planear e executar as suas próprias sessões. O método pode também ser usado para propósitos de avaliação. O segundo exercício oferece orientações de como organizar sessões com uma audiência para os participantes praticarem. O terceiro e quarto são exercícios de avaliação que pode fazer com os participantes e audiência depois de concluir o segundo exercício.

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 A

Notas para os facilitadores: Esta técnica pode ser usada para muitos outros fins, dependendo de que qualidades pede as pessoas para descreverem. Poderia também ser a habilidade para ajudar, ocasiões em que gostariam de defender-se, esperanças para o futuro ou algo onde um sentido de auto-estima e espírito de equipa é necessário. Isto depende completamente da matéria. Em todos os casos funciona bem para criar um intervalo divertido que permite que todos falem e cria a sensação de pertença e auto-confiança.

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7.A A teia de conexões – Criando auto-estima

3 Passos: 1. Peça ao grupo para sentar em círculo e entregue a uma pessoa um rolo de corda. Peça para ele ou ela dizer uma qualidade que possui para ensinar aos outros e depois atirar o rolo para outra pessoa, segurando a ponta da corda. Repita até que todos tenham apanhado o rolo e dito uma qualidade. 2. Pergunte aos participantes: O que é que a teia representa (união, unidade, ligações entre nós, etc.)? O que haveria de acontecer se uma pessoa não participasse? Como é que as suas qualidades podem ajudar os outros? 3. Faça o resumo recordando a todos que devem lembrar-se de quem é a sua audiência e planear a melhor formação possível para eles – não escolher somente aquilo que eles mesmo gostariam de experimentar.

Planificação

Duração: 15 – 20 minutos Materiais: Um rolo de corda

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Objectivos: Introduzir ferramentas de planeamento de cursos e fornecer experiência prática de ensino para dar oportunidade aos participantes de testarem as suas próprias habilidades e explorarem forças e fraquezas nas suas próprias técnicas e comportamentos. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Planear os seus próprios

cursos. Preparar e facilitar uma

sessão participativa.

Espaço e disposição das cadeiras: Para a parte 1: uma mesa grande no meio da sala com todos sentados a volta dela. Duração: Irá depender inteiramente do número de participantes. Todos devem ter oportunidade de fazer alguma parte da facilitação. Materiais: Cópias da amostra do plano do curso para todos os grupos. Cópias do manual ou exercícios individuais. Todos os materiais que os participantes irão precisar para as suas sessões (papel, canetas, cartazes, apetrechos, etc.) Se houver alguns limites é preciso avisar aos participantes antes de começarem a planear.

7.B Planeamento do curso e facilitação

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 B

6 Passos: Planeamento do curso

1. Explique os detalhes de onde e como organizou a audiência para que os participantes ensinem e quem irá constituir a audiência. Também mencione se existe mais do que um grupo para ensinar durante o dia e que condições de ensino existem (equipamento técnico, espaço). Alternativamente escreva tudo num papel gigante e dê aos participantes um folheto com a informação.

2. Explique a tarefa: “Devem planear ensinar este grupo/estes grupos amanhã. Como arranjar a ordem de sessões de formação, que conteúdos escolher e quem facilita que parte é inteiramente da vossa responsabilidade. Tentem maximizar as qualidades que têm como grupo para produzir um bom plano que dá oportunidade a todos de facilitar mas também lembrem-se que a vossa primeira preocupação é oferecer a audiência um curso coerente. Ajudem-se uns aos outros durante a sessão e talvez o melhor é atribuir duas pessoas para cada actividade.”

3. Distribua uma amostra de plano de curso do terceiro tipo mencionado na secção 7.5 das ferramentas de planeamento do curso. Explique como cada categoria é preenchida. Distribua um Manual de Formadores ou cópias de muitos exercícios que podem escolher e adaptar para criar o seu curso.

4. Explique que a sua primeira tarefa é encontrar um objectivo geral para o curso. Isto é particularmente importante se a mesma audiência tiver sessões com diferentes participantes como facilitadores. Se cada participante ou equipa de participantes tiver uma audiência diferente somente precisam de um objectivo para cada sessão individual, adequado para a audiência. Distribua o Folheto 7.A a cada grupo se necessário.

5. Dê pelo menos meio dia para que os participantes planeiem o mini curso. Esteja disponível para dar assistência a qualquer altura. Verifique como eles estão a andar acerca dos objectivos do curso depois de uma hora. No final do dia cada grupo/facilitador deve fornecer uma lista dos materiais que vai precisar.

Planificação

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Preparativos: Este exercício funciona melhor se os participantes puderem praticar as suas habilidades com uma audiência real consistindo de membros do grupo alvo dos seus cursos. Pode ser um grupo de crianças ou adultos ou um grupo misto. Precisa de arranjar esse evento com alguma antecedência especialmente se envolver crianças e precisar de tempo para ter autorização dos seus encarregados de educação. A forma mais simples é fazer com que os participantes vão ao encontro da audiência em vez do oposto. Leve os participantes por exemplo para a escola ou rádio local e organize uma audiência que gostaria de ter formação gratuita. Verifique o local previamente para poder informar as condições aos participantes para que planeiem de acordo. Dado que todos os participantes devem ter oportunidade de praticar, não faz mal se tiver que usar membros de audiência diferentes no mesmo dia desde que saiba os detalhes de quando o novo grupo irá entrar. Veja as notas dos facilitadores para sugerir como fazer exercícios usando o seu próprio grupo de participantes como audiência.

Facilitação do curso

6. Durante o mini curso deixe os participantes gerirem a execução. Sente-se num lugar discreto e tome notas durante todas as sessões. Anote comportamentos, hábitos, reacções da audiência, jeitos de falar e organização de cada participante. Sempre que os outros participantes não estiverem a facilitar ou prestar assistência devem fazer o mesmo. Explique isto aos participantes antes de começarem as sessões. Depois da formação faça uma rápida avaliação sobre como a audiência apreciou as diferentes sessões e técnicas usadas e uma avaliação profunda sobre como os participantes geriram a formação. A última pode ser feita no dia seguinte. Para isto, veja os exercícios 7.C e 7.D das páginas seguintes.

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 B

Notas para os facilitadores: Podem se obter melhores resultados deste exercício se a audiência real for muito parecida com a audiência que os participantes irão ensinar depois e se a audiência não souber qual o conteúdo do curso previamente. Isto irá dar aos participantes informação útil para as suas sessões de formação futuras. Se precisar de usar os próprios participantes como audiência faça o seguinte: Peça a cada participante para preparar uma curta sessão (15-30 minutos, dependendo do número de participantes e tempo disponível) numa matéria a sua escolha. Pode ser inspirada no conteúdo do curso que pretendem ensinar mas com uma nova faceta ou pode ser sobre uma matéria que os participantes conhecem (não necessariamente relacionada com o conteúdo do curso anterior) que precisam de ensinar aos seus colegas usando métodos participativos. A última opção exige criatividade, pois o método precisa de ser aplicado a uma matéria que podem nunca ter ensinado antes. Isto não é uma má coisa para desenvolver num participante.

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Planificação

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Objectivos: Este exercício serve para garantir que os participantes recebem comentários úteis sobre o seu desempenho na facilitação da audiência do exercício passado. Também acaba o dia de forma satisfatória para a audiência, permitindo que comentem sobre o que aprenderam e como aprenderam. No final desta sessão os membros da audiência serão capazes de: Reflectir sobre a sua

experiência de aprendizagem.

Os participantes serão capazes de: Realizar um exercício de

avaliação de um curso/sessão.

Preparativos: Quando organizar a audiência vai precisar que cada grupo reserve tempo suficiente para também realizar esta rápida avaliação. Espaço e disposição das cadeiras: Organize as cadeiras em semi-círculo a volta de um papel gigante. Duração: 15-20 minutos. Materiais: Papel gigante e marcadores.

7.C Avaliação da facilitação pela audiência

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 C

Notas para os facilitadores: Se tiver diferentes grupos de audiência precisa de fazer o mesmo para todos os grupos. Neste caso, peça aos participantes que não estiverem a facilitar no momento para fazerem as sessões de avaliação com a audiência. O exercício não pode ser feito pela mesma pessoa que fez a facilitação e estará a ser avaliada. Se a sua audiência for composta por crianças pode também desenhar tabelas com caras sorridentes e não tão sorridentes e pedir que marquem as suas escolhas para cada coisa que pretende avaliar, por exemplo: método, conteúdo, etc.

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2 Passos: 1. Coloque as seguintes perguntas aos membros da audiência e escreva as respostas chave e comentários em breves notas num papel gigante para cada uma: O que achou que foi a coisa mais importante que aprendeu hoje? Porquê? Que parte da formação gostou mais? Porquê? Houve algumas partes da formação que gostou menos que outras? Porquê? Pergunte se alguém tem algum comentário adicional. Quando as sugestões terminarem, agradeça a todos pela participação.

Planificação

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Objectivos: Convidar o participante a reflectir sobre as suas próprias habilidades de facilitação e experiência prática de dirigir uma sessão participativa. No final desta sessão os participantes serão capazes de: Identificar que

habilidades de facilitação são os seus pontos fortes e fracos.

Analisar uma sessão de formação com o objectivo de encontrar formas de melhora-la.

Preparativos: Nenhum, excepto que o exercício 7.B tenha sido feito antes deste. Espaço e distribuição das cadeiras: Todos precisam de um lugar para escrever, de preferência não perto uns dos outros.

7.D Avaliação da facilitação pelos participantes

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 D

4 Passos: 1. Dê a cada participante 2 cartões de cores diferentes, isto é, se tiver dez participantes irá precisar de 10 cartões vermelhos e 10 azuis para cada um deles. 2. Explique: “Irei dizer os vossos nomes, um de cada vez, para cada nome peço que escreva o que achou que a pessoa fez muito bem na sua sessão de facilitação num cartão azul. Depois escreva o que acha que a pessoa deve melhorar no cartão vermelho. Quando todos tiverem terminado iremos recolher os cartões e entregar a pessoa sobre quem escreveram. Depois seguimos para outra pessoa.” Arranje um assistente ou voluntário para recolher os cartões e entregar a pessoa certa. 3. Quando todos os participantes tiverem os seus cartões e tiverem tido tempo para lê-los pergunte se alguém gostaria de partilhar os pensamentos ou comentários que recebeu. Continue a pedir contribuições. Pergunte: Acha que os cartões estão correctos? Ficou surpreendido com os cartões? 4. Quando a discussão dos cartões terminar pergunte se alguém tem questões, medos ou ideias vindas da experiência de facilitação. Pergunte: O que acham que correu bem? Como se sentiu ao facilitar? O que achou difícil? O que correu mal e como pode ser corrigido da próxima vez? A esta altura é importante dar tempo para que os participantes reflictam nas suas experiências como facilitadores e como acham que as coisas correram. Dê tantos conselhos construtivos quanto puder, tomando em consideração as questões colocadas.

Planificação

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Notas para os facilitadores: Se fez o exercício de facilitação anterior com os seus participantes a fazerem de audiência pode fazer este exercício de facilitação logo após a sessão em vez de fazê-lo no fim do dia ou no dia seguinte. O exercício aqui sugerido requer que todos os participantes estejam presentes durante a facilitação teste e que tomem notas extensivas enquanto eles não estiverem a facilitar. Se isto for difícil, uma alternativa é que o facilitador principal faça uma avaliação individual de cada participante em plenária. Uma sugestão de sequência seria: Primeiro o facilitador principal apresenta uma avaliação individual do desempenho do primeiro facilitador. Depois os outros participantes podem contribuir com comentários adicionais. No fim, o participante que estiver a ser avaliado pode comentar sobre o que achou das avaliações feitas pelo facilitador principal e pelos outros participantes. Depois o facilitador principal repete o processo com o segundo participante e assim em diante até que todos tenham recebido comentários. Uma boa técnica para oferecer comentários é o método de sanduíche descrito no Manual de Formadores de Produtores (4.5.1 A sanduíche de comentários), dado que este método evita que as pessoas se sintam desconfortáveis quando criticadas.

! Planificação

Duração: 1-2 horas dependendo de quantas questões são levantadas. Materiais: Cartazes para todos os participantes (veja passo 1).

Módulo 7 Planear um curso EXERCÍCIO 7 D

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