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MANUAL DE BOAS PRÁTICAS – AÇÕES PILOTO

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MANUAL DE BOAS PRÁTICAS

– AÇÕES PILOTO

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A regeneração urbana foi uma das prioridades assumidas pela CIP – Con-federação Empresarial de Portugal.

É minha convicção profunda de que uma estratégia de regeneração ur-bana bem conduzida tem um impacto direto significativo sobre a atividade económica, contribuindo decisivamente para combater a crise e ajudar a promover um modelo de desenvolvimento sustentado para o futuro do país. Os impactos são consideráveis: no investimento que induz; na atividade geo-graficamente disseminada que promove no tecido empresarial, sobretudo na fileira da construção; no recurso que faz a know-how, materiais e tecno-logia nacionais; e na dinamização económica das cidades e das regiões que provoca, com criação imediata de empregos, atração e fidelização de popu-lações, revitalização do comércio urbano, turismo e das atividades ligadas a cultura e ao lazer.

Foi com esta visão que promovemos o projeto “Fazer Acontecer a Regene-ração Urbana”, apoiado pelo Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), no âmbito do programa Compete, e que nos mantemos fortemente empenha-dos na divulgação de todas as atividades envolvidas.

Neste contexto, divulgamos agora o trabalho desenvolvido no âmbito dos diagnósticos relacionados com o mercado de arrendamento, a legislação fiscal e licenciamento, as políticas de solos, os planos diretores e limitações de intervenção nas zonas históricas, os mecanismos de financiamento e de incentivos e o comércio de proximidade como elemento dinamizador das cidades, com os quais pretendemos colaborar com as entidades públicas na identificação dos constrangimentos que impedem uma maior dinâmica destas políticas, tão importantes para o futuro do país.

Desejo sinceramente que as propostas que aqui são formuladas ajudem quem decide a apresentar as políticas corretas e as medidas adequadas, para que se ultrapassem os constrangimentos identificados, de modo a tor-nar a regeneração urbana em Portugal uma verdadeira estratégia de com-bate à crise e de apoio ao desenvolvimento das cidades, das populações e do país como um todo.

António Saraiva, Presidente da CIP

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A CIP – Confederação Empresarial de Portugal tem vindo a promover a Regeneração Urbana como uma estratégia de viabilização da recuperação dos centros urbanos, zonas históricas e grandes equipamentos abandona-dos ou degradados das cidades portuguesas, de criação de oportunidades de revitalização da atividade da fileira da construção e de dinamização da economia das cidades e das regiões.

A Regeneração Urbana constitui uma oportunidade estratégica para Portu-gal porque:

• Viabiliza a realização de investimento;

• Envolve o comércio, a indústria e o turismo;

• Consome materiais e produtos em grande parte produzidos em Portugal;

• Rentabiliza estruturas existentes que se encontram desaproveitadas ou subaproveitadas;

• Cria emprego qualificado, atraindo engenheiros e arquitetos, desenha-dores e projetistas, operários, artistas e artesãos;

• Reanima a vida das cidades, atrai turistas e fixa novos habitantes;

• Melhora a qualidade de vida das populações;

• Permite rentabilizar poupanças privadas.

Só com a criação de condições objetivas favoráveis se incentivarão as autar-quias, os proprietários dos imóveis, os investidores, os agentes económicos da fileira da construção e os empresários relacionados com o comércio de proximidade, a empenharem-se nesta importante tarefa da regeneração das cidades, promovendo o empreendedorismo, criando emprego qualifica-do com aparecimento de novas profissões com um carácter mais integrado, melhorar a qualidade de vida das populações, a reanimação e revitalização económica das cidades, das regiões e, em última análise, do país.

A importância do tema e a preocupação em definir uma estratégia orien-tadora para o desenvolvimento das políticas de regeneração urbana para o país conduziu a CIP a apresentar uma candidatura ao Sistema de Apoio a Ações Coletivas (SIAC), sob o lema “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise”.

Para que esta estratégia possa vir a ser definida importava começar por diagnosticar os constrangimentos e os principais estrangulamentos que têm impedido a implementação de projetos com ambição, vocacionados para regenerar de uma forma integrada o património edificado das cidades e, dentro destas, os seus centros históricos enquanto polos de desenvolvi-mento da economia.

Só um rigoroso diagnóstico de posicionamento das políticas, regimes e sis-temas que condicionam e envolvem as questões relacionadas com a rege-neração urbana, nas diversas vertentes que podem potenciar a sua adoção, rentabilidade e sustentabilidade nas regiões de convergência, permitirá ga-rantir uma estratégia de sucesso neste domínio.

FAzER ACONtECER A REgENERAçãO URbANA

títUlO

Manual de Boas Práticas – Ações Piloto

EQUIPA DO EStUDO

Exertus – Consultores

Samuel Silva

Sara Ataíde

Design gráfico

Olga Ribeiro

EntidAdE PRoMotoRA

CIP – Confederação Empresarial de Portugal

PROjEtO

Fazer Acontecer a Regeneração Urbana

DEPóSItO lEgAl

ISbN

978-989-98323-4-3

tiRAgEM

100 exemplares

DAtA

Março 2013

PROjEtO COFINANCIADO PElO EStADO PORtUgUêS E PElA UNIãO

EUROPEIA

FIChA tÉCNICA

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É neste sentido que o projeto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana – uma saída para a crise” previu a realização de um conjunto de Estudos de Diagnóstico relacionados com:

• Estudo sobre o mercado de arrendamento e de toda a legislação envolvida;

• Estudo sobre a legislação fiscal, processos de licenciamento, procedi-mentos administrativos e normativas, associados aos processos de rege-neração;

• Estudo sobre as políticas de solos nas principais cidades das regiões de convergência, planos diretores e limitações de intervenção no edificado nas zonas históricas;

• Estudo sobre as políticas e veículos de incentivos e de financiamento à re-generação urbana, suas implicações sociais e análise sobre a organização da oferta e a rentabilização dos investimentos neste domínio;

• Estudo sobre as dinâmicas e importância do comércio de proximidade, enquanto elemento agregador das dinâmicas dos centros das urbes.

O estudo que a seguir se apresenta enquadra-se nesta orientação. As conclusões e as propostas resultantes da sua realização já contribuíram de uma forma significativa para iniciativas legislativas relevantes e serão uma base sólida para a estratégia global que constitui o principal objetivo perse-guido no âmbito deste projeto.

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introdução Manual de Boas Práticas ............................................................09

1. Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento..............................17 1.1. Enquadramento territorial, histórico e urbanístico................................17

1.2. Reabilitação Urbana da Cidade...............................................................19

2. zona Piloto...................................................................................................21

2.1. Definição da zona Piloto...........................................................................21

2.2. Objectivos..................................................................................................23

3. Auscultação Pública.....................................................................................24

3.1. Contributos................................................................................................24

4. Envolvimento de Instituições do Ensino Superior.......................................25

4.1. Propostas...................................................................................................25

5. Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos Públicos............................................39

5.1. Propostas..................................................................................................42

1. Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento................................65

1.1. Enquadramento territorial, histórico e urbanístico................................65

1.2. Reabilitação Urbana da Cidade................................................................69

2. Áreas Piloto.................................................................................................72

2.1 Definição das Áreas Piloto........................................................................72

2.2. Vocações...................................................................................................74

3. Auscultação Pública....................................................................................75

4. Envolvimento de instituições de ensino superior......................................76

5. Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos Públicos............................................77

5.1. Propostas..................................................................................................88

1. Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento..............................107

1.1. Enquadramento territorial, histórico e urbanístico...............................107

1.2. Reabilitação Urbana das três Cidades...................................................111

2. Áreas Piloto................................................................................................115

2.1. Definição das Áreas Piloto......................................................................115

2.2. Vocações..................................................................................................118

3. Auscultação Pública...................................................................................120

3.1. Propostas.................................................................................................120

4. Envolvimento de instituições de Ensino Superior.....................................124

1

2

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INtRODUçãO

ViAnA do CAstElo

FIgUEIRA DA FOz

PoRtAlEgRE, MARVão E SOUSEl

íNDICE

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iloto INtRODUçãO

4.1. Propostas..............................................................................................124

5. Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos Públicos..........................................127

5.1. Propostas................................................................................................130

Resultados e Conclusões ............................................................................179

5CONClUSãO

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introdução Manual de Boas Práticas1

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Esta ação foi planeada visando fazer um teste de aplicação de potenciais estratégias de intervenção numa amostra selecionada de um lote de três cidades/áreas urbanas das regiões de convergência, incorporando o princí-pio do “learning by doing” na definição da estratégia coletiva a produzir, através de realização de estudos prévios, capazes de permitir uma avaliação de impactos nos domínios; da requalificação, enquadramento urbanístico e ambiental e da revitalização económica dos espaços, relacionada nomeada-mente com o mercado de arrendamento, o comércio de proximidade e com atividades como o turismo, a cultura, lazer e outras.

As estratégias de regeneração, para serem efetivas, devem apoiar-se no desenvolvimento de visões locais que as enquadrem e que facilitem a con-jugação dos agentes e das instituições, para a implementação das soluções preconizadas, reconhecendo a diversidade de diferentes situações, circuns-tancias, necessidades, oportunidades e prioridades colocadas pelas dife-rentes áreas.

A dinâmica gerada em torno destas experiências demonstrará o interesse e a oportunidade das intervenções integradas de regeneração urbana, reve-lando a necessidade de alargar e consolidar o trabalho desenvolvido, a ou-tros espaços dentro dessas cidades e a outras cidades das regiões de con-vergência e do país como um todo, no sentido de garantir uma abordagem sistémica, harmonizada e contínua, que viabilize o acesso a ideias e orien-tações capazes de permitir uma análise comparativa e do posicionamento face a outras soluções, sem obrigar ao compromisso de envolver recursos que inviabilizem à partida a sua adoção.

As intervenções no domínio da regeneração urbana requerem políticas que sejam coerentes e se reforcem mutuamente aos diferentes níveis espaciais -local (bairro, zona urbana,) e regionais, que tenham em atenção a escala mais adequada para enquadrar diferentes problemas e soluções e se en-quadrem no momento que o país vive de indisponibilidade pública para fi-nanciar grandes intervenções o que obriga a captar a iniciativa privada e portanto a limitar o âmbito e a perseguir a rentabilidade económica.

Dependem da implementação efetiva de programas dirigidos para áreas críticas e a afetação de recursos que abrangem o trabalho conjunto de diferentes tipos de instituições e agentes, numa perspetiva horizontal, que atravessa as fronteiras das organizações e dos programas que funcionam, numa lógica vertical. Dependem sobretudo do trabalho em parceria que en-volve vários atores enquadrados em sectores que com atividades comple-mentares.

tendo em conta a complexidade de que se revestem estes projetos e o facto de não se poder voltar a falhar, pelos efeitos negativos que acarretaria so-bre a economia, a realização desta medida irá permitir testar convicções instaladas e ideias resultantes dos estudos e diagnósticos realizados, para reduzir o risco associado à definição de uma estratégia coletiva.

A informação e experiências a recolher nesta medida irá em síntese per-mitir:

• Ajudar e validar a organização a montar para a realização de projetos in-tegrados de regeneração urbana, pelas exigências que colocam de trabalho em parceria que deverão incluir as comunidades locais;

• Ajudar na captação de empresas para a formação da rede colaborativa a formar, para responder às necessidades de complementaridade que este tipo de projetos coloca;

• Apoiar a campanha de marketing orientada para apresentar e promover o projeto;

1INtRODUçãO

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• suportar a produção do Manual de Boas Práticas da Regeneração Urbana e a definição da Estratégia Coletiva, principal objetivo desta candidatura;

• Apoiar a disseminação da estratégia coletiva de regeneração urbana e demonstrar com dados concretos, o seu interesse, a viabilidade, a sustenta-bilidade e a oportunidade para a realização de intervenções integradas de regeneração urbana, para alargar e a sua implementação a outros espaços, dentro das regiões de convergência e noutras regiões do país.

A sua realização foi planeada para ser realizada em seis fases:

Fase 1. Seleção de cidades/ áreas urbanas potencialmente interessantes para serem enquadradas neste estudo piloto. Esta fase foi efetuada em es-treita ligação com o Conselho Consultivo para a Regeneração, que foi cham-ado a pronunciar-se sobre os alvos a considerar.

Fase 2. Contacto com autarquias e organismos relacionados com os proces-sos de regeneração urbana eleitos como alvo, para se obter o seu parecer e procurar garantir o seu envolvimento desde o início. Discussão de metodo-logias, temas a abordar, impactos a estudar e resultados analíticos a obter.

Fase 3. Planeamento das ações e identificação dos grupos de trabalho a constituir.

Fase 4. Realização de ações capazes conduzir aos estudos prévios deseja-dos.

Fase 5. Apresentação pública dos resultados obtidos com a realização destes casos piloto e às entidades que fazem parte do Conselho Consultivo para a Regeneração.

Fase 6. Recolha de opiniões e sistematização, para a produção do Manual de boas Praticas e contribuição para a produção da Estratégia Coletiva alvo final deste trabalho

Foram selecionadas inicialmente como cidades piloto:

• Viana do Castelo

• Figueira da Foz

• Portalegre

Por sugestão do presidente da Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo (CiMMA) foi alargada a todos os 15 municípios desta Comunidade, a pos-sibilidade de virem a propor zonas de regeneração. Foi assumido que seria efetuada uma primeira seleção dos municípios que apresentassem candi-daturas, para que o caso piloto abrangesse apenas três dos quinze municí-pios, sendo que um destes três seria Portalegre.

Após um processo interno de seleção acabaram por ser escolhida os mu-nicípios de Marvão e sousel, passando a medida a abranger cinco municí-pios

• Viana do Castelo

• Figueira da Foz

• Portalegre

• Marvão

• sousel

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A CIP pretendeu transmitir uma perspetiva inovadora aos processos de regeneração através da criação de uma amostra de casos de intervenção com potencial para vir a ser replicada noutras zonas, cidades e regiões e do envolvimento de um leque alargado de interessados no processo, nomea-damente; investidores, empresários, académicos, estudantes e residentes, com sugestões, ideias e propostas de regeneração, capazes de potenciar as iniciativas e o impacto na revitalização económica das zonas escolhidas.

Nesta perspetiva foi decidido

• Que todo o processo deveria ser desenvolvido na base de uma parceria en-tre as Câmaras Municipais respetivas, as Associações Empresariais locais e a CIP, para que as visões urbanísticas sociais e empresariais tivessem uma integração harmoniosa no desenvolvimento de todo o processo.

Assim em viana do castelo participou a Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), na figueira da Foz a Associação Comercial e industrial da Figueira da Foz (ACIFF) e o Conselho Empresarial do Centro (CEC) e nos três municípios doa Alto Alentejo o Núcleo Empresarial de Portalegre (NER-POR).

• Que o modelo a seguir, deveria permitir o envolvimento de todos os players potencialmente interessados na regeneração urbana de cada um dos municípios, nomeadamente a população e eventuais investidores, esta-belecimentos de ensino superior de arquitetura ou que desenvolvam ciclos de ensino vocacionado para a reabilitação urbana e profissionais arquitetu-ra em geral, através do lançamento de auscultações públicas destinadas a residentes e proprietários das zonas piloto, e concursos de ideias dirigidos a estudantes de arquitetura de uma escola superior da região e a profis-sionais em geral.

Foi elaborado um roadmap estabelecendo o processo a seguir e definidos os requisitos gerais a que devem obedecer a(s) zona(s) a propor pelos mu-nicípios abrangidos. O roadmap geral do processo aprovado passou pela realização das seguintes fases

• Escolha da(s) zona(s) a regenerar.

• lançamento de uma auscultação pública para recolha de sugestões de regeneração das zonas escolhidas

• lançamento de um concurso de ideias para a(s) zona(s) escolhida(s) di-rigido a estudantes de arquitetura e de reabilitação urbana

• lançamento de um concurso de ideias para a(s) zona(s) escolhida(s) di-rigido a profissionais de arquitetura

• nomeação de um júri para escolha das propostas a distinguir. Este júri deveria ser constituído por representantes da CIP, da Autarquia, das Asso-ciações Empresariais envolvidas e sempre que possível por personalidades com notoriedade no domínio da arquitetura e funcionar de acordo com os princípios de acordo com as normas em vigor para os concursos.

• trabalho conjunto para uma análise sumária da viabilidade económica de cada uma das ideias e escolha das propostas a distinguir como vencedoras

• Realização de sessões públicas para divulgação das ideias rececionadas e das que foram distinguidas, procurando dar a visibilidade necessária, na procura de promotores para a sua concretização.

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A escolha das áreas piloto obedeceu aos seguintes requisitos:

• Cobrirem uma área limitada (quarteirão, praça, parque ou mesmo edifício) e serem integradas, ou seja, deverão ter uma componente urbanística, ar-quitetónica mas também ambiental e de viabilidade económica.

• ter uma forte relação custo / benefício/ potencial demonstrador, uma vez que se pretende atrair investimento privado para a sua implementação.

• não envolver riscos de índole social que possam inviabilizar o sucesso na implementação de projetos.

• Poder ajudar a promover a revitalização da zona como um todo harmo-nioso e integrado, onde possam coexistir e ter forte dinâmica, espaços de lazer, zonas residenciais destinadas ao arrendamento, comércio urbano, turismo e serviços.

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ViAnA do CAstElo

Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento

zona Piloto

Auscultação Pública

Envolvimento de Instituições do Ensino Superior

Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos

Públicosr

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o concelho de Viana do Castelo localiza-se no noroeste peninsular encon-trando-se inserido na nUt iii - sub-região Minho-lima. Embora ocupe uma posição geograficamente periférica relativamente ao contexto nacional, ocupa uma posição estratégica de grande centralidade relativamente à Euro região galiza-Norte de Portugal.

1

1.1

ContEXto E FAtoREs PRoMo-toREs do dEsEnVolViMEnto

EnQUAdRAMEnto tERRitoRiAl, hIStóRICO E URbANíStICO

Integra a associação transfronteiriça de municípios Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular, que procura delinear estratégias comuns para o de-senvolvimento económico, social, tecnológico e científico, na procura da promoção da coesão económica, social e cultural, mediante a estruturação de um território comum.

As principais vias de comunicação que ligam ao território envolvente são a A28, que estabelece a ligação ao Porto e a Espanha, a A27, que estrutura o território da nUt no sentido nascente-poente, e a linha do Minho, ferrovia de ligação ao Porto e a Espanha.

ilUstRAÇão 1. loCAliZAÇão do ConCElHo dE ViAnA do CAstElo

IlUStRAçãO 2. EURO REgIãO gAlIzA NORtE

1 grande parte da informação foi retirado do Enquadramentos dos termos de referência do Concurso Público de Concepção (Ideias) para a Regeneração Urbana de uma área localizada no Centro Histórico de Viana do Castelo.

ilUstRAÇão 3. ViAnA do CAstElo E ÁREA EnVolVEntE

Devido à sua localização junto ao estuário do rio lima, possui um porto de mar comercial e infraestruturas de transporte de mercadorias relevante à escala regional

De acordo com os dados provisórios dos Censos 2011, possui uma área de 319 Km2 e uma população de 88767 habitantes, distribuída por 40 fregue-sias.

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Em termos económicos, este território apresenta algumas unidades produ-tivas de dimensão relevante, nomeadamente ligadas à construção naval, à produção de pasta de papel e, mais recentemente, ao fabrico de compo-nentes para a produção de energia eólica.

A fundação de Viana do Castelo remonta a 1258 e tem origem num ato es-tratégico e político de D. Afonso III de disseminação pelo território de polos urbanos destinados a promover a sua ocupação e defesa.

A dimensão e forma urbana apresentam-se muito condicionadas pela relação com os elementos naturais - o mar, o rio e o monte. A cidade, a partir de uma localização original junto do rio, moldou-se no seu processo de crescimento aos elementos naturais, que a condicionaram formalmente.

ilUstRAÇão 4. RElAÇão MAR E Rio

ilUstRAÇão 5. ÁREA CEntRAl dE ViAnA do CAstElo

O tecido urbano é compacto e caracteriza-se por uma regularidade de matriz ortogonal, com a orientação norte-sul / nascente/poente, embora adaptada à forma da margem do rio e ao relevo de forma orgânica.

A partir de uma ocupação medieval caracterizada pela regularidade e pela compacidade do edificado, conformado por uma muralha, a cidade cresceu até ao princípio do século XX através da abertura de arruamentos ortogonais entre si, que desenharam quarteirões livres de construções no interior e ocupados perifericamente por edifícios geminados entre si, de grande ho-mogeneidade formal e construtiva, caracterizadas pelo uso de uma gama de materiais (pedra, madeira e reboco) que, apesar de restrita, resultou num conjunto urbano equilibrado e variado, de grande riqueza formal e expres-siva.

Momentos de prosperidade económica, nomeadamente durante a época dos descobrimentos, proporcionaram à cidade alguns imóveis de grande qualidade arquitectónica, que contribuíram para a sua qualificação enquan-to entidade, onde a imagem do conjunto acaba por ser o aspecto mais im-portante e valioso.

no final do século XiX chegou a Viana do Castelo o caminho-de-ferro, cujo traçado viria a marcar de forma determinante o desenho urbano, ao consti-tuir-se como um novo elemento de contenção, uma barreira ao crescimento da cidade, referência formal equivalente, em termos urbanos, à muralha medieval, para um novo período de densificação e compactação urbana. Na sequência da construção desta infra-estrutura e da sua estação, viria a ser

aberta a Avenida dos Combatentes, elemento urbano de cariz estruturante que dividiu a cidade sensivelmente a meio.

No século XX a cidade transpôs de forma definitiva o limite definido pelo caminho-de-ferro, na busca de terrenos com dimensão suficiente para al-bergar os novos equipamentos (escolares, de saúde, administrativos, etc.) e bairros habitacionais que suportaram o crescimento demográfico. Os limi-tes naturais a norte e a sul (monte e rio) forçaram a cidade a crescer na direcção nascente e poente, “acomodando-se” às vertentes do monte de Stª luzia e às ribeiras e veigas agrícolas da Areosa e Meadela.

Recentemente, a cidade conheceu um período de grande dinâmica ur-banística, com a implementação do programa Polis que, a partir de 2000 proporcionou à cidade uma década de invulgar concentração de investi-mento público, responsável pela elaboração de instrumentos de gestão do território, pela construção de obras de requalificação do espaço público, de renovação das redes públicas de abastecimento de água, electricidade, gás, telecomunicações, drenagem de esgotos, bem como de construção de equipamentos públicos.

Pela importância urbana que o Programa Polis desempenhou na cidade, destacam-se como principais intervenções:

• As obras de arranjo de espaço público com construção de estacionamento subterrâneo, que permitiram a implementação de uma estratégia que privi-legiou o conforto e segurança dos peões, face aos automóveis;

• A concretização do anel viário interno ao caminho-de-ferro, que veio a permitir, juntamente com a avenida dos Combatentes, a constituição de uma estrutura viária que concentrou todo o trânsito automóvel, abrindo a possibilidade de concretizar o objectivo enunciado na alínea anterior;

• As obras na frente sul, que definiram um remate lógico para a avenida dos Combatentes, permitindo à cidade a reaproximação com a margem do rio, perdida nos anos 80, aquando das obras de regularização da margem decorrentes de necessidades da operação portuária.

1.2REAbIlItAçãO URbANA DA

CIDADE2

2 grande parte da informação foi retirado do Enquadramentos histórico e Urbanístico e Enquadramento Estratégico dos termos de referência do Concurso Público de Concepção (Ideias) para a Regeneração Urbana de uma área localizada no Centro Histórico de Viana do Castelo.

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Neste período foram ainda elaborados os planos de pormenor do Centro histórico, da Frente Ribeirinha e Campo da Agonia, que sinteticamente se caracterizaram por:

• o plano de pormenor da Frente Ribeirinha e Campo da Agonia procurou garantir a requalificação das frentes sul e poente da cidade, desenhando a requalificação de áreas de grande centralidade que permaneciam com défice de desenho, de funcionalidade e de entrosamento com a envolvente.

• o plano de pormenor do Centro Histórico, partindo da análise e da ava-liação arquitectónica do edificado existente, definiu regras de intervenção e de ocupação com o objectivo de preservar e valorizar o património ar-quitetónico, bem como de privilegiar a função habitacional face às restantes funções. Este plano veio também propor novos edifícios habitacionais para áreas ocupadas com outras funções e a abertura de novos arruamentos.

Na vertente espaço público, o plano consolidou e reforçou a estratégia de tornar mais ruas pedonais e estabelecer a prioridade ao peão, através da definição de áreas com interdição ou restrições ao trânsito automóvel, bem como o estreitamento geral das faixas de rodagem e adopção de sentidos únicos de circulação.

Além do investimento realizado na requalificação do espaço público e de edifícios públicos, foi também possível apoiar algumas obras de reabilitação de edifícios privados, nomeadamente através de candidaturas ao programa RECRIA que, juntamente com obras de iniciativa privada, têm contribuído para que o edificado se apresente, em termos gerais, em bom estado de conservação.

Relativamente ao posicionamento estratégico, Viana do Castelo assume o papel de “motor”, pretendendo manter elevados níveis de atratividade e de qualidade urbana, que se aprofunda com funções / valências que permitam a sua manutenção e reforço como referência no contexto regional, tendo como enquadramento as opções estratégicas municipais decorrentes do plano estratégico em vigor para o período 2010 - 2020:

Viana do Castelo assume como Visão para 2020: Viana pretende assumir como um destino atlântico associado aos valores da sustentabilidade, mo-tor de uma economia baseada no mar e nas energias renováveis e espaço de ambiências, urbanas e rurais, que reinterpretam a tradição regional em contextos de inovação e contemporaneidade.

E como Missão: Atrair investimento orientado para a consolidação de dinâmicas económicas existentes/ emergentes com sentido de inovação, num quadro de crescente coesão e sustentabilidade, contribuindo para a afirmação de Viana do Castelo nos planos regional e nacional.

distinguindo como Valores:

• Contemporaneidade no sentido de obrigar à adopção e integração das di-mensões de inovação e de sustentabilidade nos sistemas cultural, social e económico e nas estruturas locais;

• Coesão enquanto garantia de crescente equidade nas estruturas, social e territorial perante as oportunidades e no acesso a bens e serviços públicos;

• Participação traduzida no envolvimento activo e sistemático dos agentes, públicos e privados, na prossecução da estratégia de desenvolvimento for-mulada e na execução e regulação do respectivo plano de ação;

• Cooperação no duplo sentido, de interacção interna e de abertura e rela-cionamento com o exterior, assegurando a Viana do Castelo um posiciona-mento activo no contexto das dinâmicas de globalização.

Objectivos estratégicos:

Dimensão territorial e ambiental

- Consolidar a rede de acessibilidades estruturais de reforço da conectivi-dade externa nos modos ferroviário e marítimo e a intermodalidade;

- garantir uma evolução territorial harmoniosa, abrangendo as dimensões da ocupação e gestão do território, da mobilidade e do acesso aos serviços colectivos;

- Promover a salvaguarda e valorização das áreas ambientalmente mais sensíveis, designadamente, a orla costeira, as zonas ribeirinhas e outras áreas de Rede de Natura.

Dimensão económica

- Reforçar o posicionamento e inserção de Viana do Castelo no sistema re-gional de inovação em estruturação;

- Melhorar as condições de atracção e acolhimento empresarial no con-celho;

- Estruturar o desenvolvimento do cluster das energias renováveis e das fileiras económicas do mar, metalomecânica, da madeira, da agricultura praticada em espaços fechados e dos produtos de base regional;

- Reforçar o concelho de Viana do Castelo como destino turístico, susten-tável e diferenciador, baseado na diversidade de recursos e ativos locais e regionais;

- Criar condições para aumentar a competitividade dos produtos tradicio-nais nos mercados nacional e internacional;

- Qualificar o mercado de trabalho e melhorar o seu funcionamento.

Dimensão social e cultural

- Promover a qualificação das pessoas num sentido de melhoria da sua qualidade de vida e de desenvolvimento da dimensão humana e num quadro de abertura à diversidade e ao multiculturalismo;

- Promover e valorizar o capital cultural local e regional e favorecer a sua transformação em fatores de qualificação das pessoas, de melhoria da sua qualidade de vida e de fomento das artes e da criatividade;

- Aprofundar respostas inovadoras, multidisciplinares e integradas, para os problemas sociais e da exclusão.

Dimensão institucional

- Melhorar as condições de diversificação e capacitação institucional do concelho;

- Assegurar um modelo de governance adequado à prossecução da estraté-gia de desenvolvimento do concelho e o reforço da cooperação institucional, no concelho e no seio de espaços territoriais alargados (em particular den-tro da nUts iii Minho-lima e da Euroregião galiza e norte de Portugal).

o Centro Histórico de Viana do Castelo escolhido pela autarquia como en-quadramento da estratégia de desenvolvimento urbano, nomeadamente no Projecto de Parcerias de Regeneração Urbana, foi considerado como uma oportunidade para voltar a enquadrar nesta urbanização o lançamento do Projecto-piloto da CIP.

2

2.1

zONA PIlOtO

DEFINIçãO DA zONA PIlOtO

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O objectivo estabelecido foi o de dotar a autarquia com um portefólio de ideias fundamentadas como estudos prévios, que permitissem regenerar os espaços escolhidos e que uma vez analisada a sua viabilidade por equipas mistas da CIP e da Autarquia, se tornasse possível atrair a iniciativa privada para a sua implementação.

A zona de enquadramento do projecto CIP, chamemos-lhe zona piloto, lo-caliza-se na parte nascente do Centro Histórico de Viana do Castelo, de-limitada a norte pela rua da bandeira, a nascente pela avenida Afonso III, pela praça Afonso iii e rua Abel Viana, a sul pela rua João tomás da Costa e avenida luís de Camões e a poente pela rua Martim Velho, praça dª. Maria Primeira e largo das Almas, encontrando-se abrangida pelo plano de por-menor do Centro histórico.

IlUStRAçãO 6. IDENtIFICAçãO DA zONA PIlOtO

ilUstRAÇão 7. loCAliZAÇão do CEntRo HistÓRiCo dE ViAnA do CAstElo

Adjacentes à zona piloto foram identificados alguns edifícios e elementos relevantes e que deveriam ser tomados em consideração embora por mo-tivos distintos, nomeadamente:

1. Edifício do governo Civil – Edifício onde esteve instalado o governo Civil até à sua extinção, em 2011. trata-se de um palácio urbano localizado no eixo de um novo arruamento previsto pelo plano de pormenor do Centro histórico.

2. Quarteirão residencial – Quarteirão constituído por dois edifícios, cons-truídos no âmbito do programa Vianapolis no local anteriormente ocupado

pelo mercado municipal, destinados a realojar os moradores do edifício jar-dim, cuja demolição se encontra prevista pelo plano de pormenor do Centro histórico.

3. Capela das Almas – Edifício religioso de origem medieval, com elevado valor simbólico para a cidade, foi alvo de obras de reabilitação levadas a cabo pelo município, albergando um núcleo museológico aberto ao público.

4. Edifício jardim – Edifício residencial construído nos anos 70. Apresenta a cércea mais alta registada no Centro histórico e a sua demolição encontra-se prevista pelo plano de pormenor do Centro histórico, para dar lugar à construção do novo mercado municipal.

5. Edifício adjacente à marina e área envolvente. Este edifício foi construído na década de 90, com o objectivo de complementar a construção da marina com uma estrutura comercial e de equipamentos. Após um período de de-clínio, conheceu recentemente uma intervenção de reabilitação e instalação de um ambicioso programa comercial, essencialmente à custa de insta-lação de estabelecimentos de restauração e bebidas, mas cujos resultados ficaram muito aquém das expectativas. No entanto a grande maioria das suas frações encontra-se actualmente devoluta.

A seleção da zona piloto para o estudo, prendeu-se com o facto de se en-tender prudente focar a análise em determinados locais considerados es-tratégicos, possibilitando assim a apresentação não só de soluções para intervenção física, mas também da selecção de objectivos que fomentem a recuperação do edificado e o estabelecimento de actividades comerciais e habitação.

Foram estabelecidos os seguintes objetivos para orientar o desenvolvimen-to das propostas:

• Concretizar as propostas contidas no PPCH, nomeadamente ao nível dos arruamentos e dos edifícios propostos.

• integrar esta área nas dinâmicas dominantes da envolvente, garantin-do uma melhor ligação a nascente (relação com a área central), poente (relação com o acesso à ponte Eiffel e relação com a barreira ferroviária) e sul (relação com o Jardim Marginal e a margem do rio lima, onde se lo-caliza a marina de recreio).

• Propor uma nova funcionalidade do edifício adjacente à marina, tendo como preocupação a sua interação com a cidade, nomeadamente ao nível dos acessos, e a instalação de um programa que garanta a sua sustentabi-lidade económica.

• Propor medidas para incentivar a instalação de dinâmicas socioeconómi-cas capazes de impulsionar a área e fazer com esta se constitua como um dos “motores” do Centro histórico.

• Propor medidas de incentivo à fixação de residentes.

• Propor intervenções ao nível do edificado, nomeadamente em imóveis im-portantes para a estratégia proposta.

• demonstrar a viabilidade económica da intervenção, nomeadamente pela capacidade de atração de investimento privado e pela capacidade de gerar retorno.

• Propor modelo de mobilidade para a área de intervenção e sua relação com a envolvente, nomeadamente no que diz respeito às vertentes pedonal,

2.2oBJEtiVosZONA PILOTO

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ciclável, automóvel, controlo de acessos, estacionamento, cargas e descar-gas, etc.

• demonstrar as potencialidades do modelo proposto, nomeadamente da sua relação com os utilizadores sob o ponto de vista funcional, nas vertentes habitação, comércio, lazer, turismo, etc.

• Potenciar a qualidade arquitetónica e urbana existentes.

• Melhorar a qualidade ambiental da área, nomeadamente nas vertentes poluição atmosférica e acústica.

Foram apresentadas em sessão pública, aos proprietários e moradores das áreas piloto com o intuito de os envolver e informar, os objectivos do pro-jetos e os temas escolhidos como enquadramento para a criação de ideias relacionadas com a regeneração urbana dessas áreas.

Foi produzido um regulamento para o lançamento de uma auscultação à população visando a recolha de ideias de regeneração as áreas piloto es-colhidas.

Pretendia-se que estas ideias representassem a visão da população que vive a e na cidade todos os dias, para auxiliar o trabalho dos profissionais que irão apresentar propostas para o Plano de Regeneração Urbana.

As propostas a apresentar deveriam não só sugerir temas e ideias capazes de promover a preservação do património e da memória local, mas também dar um contributo de inovação capaz de criar novas dinâmicas e dinamizar social e economicamente o município de Viana.

Foi feita uma Auscultação Pública entre 12 e 27 de Abril de 2012 que visava predominantemente valorizar ideias diferenciadoras que pudessem ser uti-lizadas para definição de um Plano de Regeneração Urbana na área piloto.

Foram recebidos e avaliados contributos que, dada a liberdade total de par-ticipação definida à partida, se apresentaram muito heterogéneos quanto à forma e temas abordados, tenho sido formalizados por várias vias desde o email à proposta formal.

o júri integrou o Presidente da CM de Viana do Castelo, Engº José Maria Costa, o Vereador da CM de Viana do Castelo, Arqº luís nobre, o Engº luís Ceia, presidente da AEVC, o Arqº Rui Correia, docente da Escola superior gallaecia e o Engº samuel silva.

tendo em consideração os critérios de avaliação definidos – originalidade e inovação, potencial de concretização e aplicabilidade, viabilidade e sus-tentabilidade e versatilidade – mereceram destaque do júri apenas duas propostas:

• “Proposta de requalificação intramuros do burgo medieval de Viana do Castelo”, apresentada por tiago da Costa Arieira

• “lanchonete – quiosque de apoio”, apresentada por Maria José Cunha e bárbara Carmo.

Enquanto a primeira constitui uma reflexão acerca do conceito de rea-bilitação e do desenvolvimento urbano da cidade, acompanhada por uma proposta de intervenção no núcleo medieval, assente na constituição de um eixo pedonal alternativo, indutor de novas áreas públicas e de novos

equipamentos e actividades, a segunda proposta sugere alguns locais da cidade para a colocação de uma estrutura ligeira, amovível – um quiosque – tomando como ponto de partida alguma investigação histórica acerca da existência deste tipo de estruturas em Viana do Castelo e do seu papel di-namizador das áreas públicas sob sua influência.

Foi lançada uma iniciativa de Concurso de Concepção de Ideias dirigido a instituições de ensino superior da região, com o principal objectivo de reco-lher e valorizar ideias diferenciadoras que pudessem ser utilizadas para posterior definição de um Plano de Regeneração Urbana nas áreas selec-cionadas, dentro do perímetro do Centro Histórico de Viana do Castelo.

Foi produzido um Regulamento específico para o lançamento deste con-curso.

As propostas apresentadas deveriam sugerir ideias capazes de promover a preservação do património e da memória dos locais em causa, de toda a área envolvente, capazes de criar novas dinâmicas para estes espaços e, desta forma, potenciar e alavancar o processo de Regeneração Urbana e dinamizar social e economicamente toda a envolvente.

Foi celebrado um Protocolo de colaboração entre o município de Viana do Castelo e a Escola Superior gallaecia (ESg) Instituição Universitária de carácter transfronteiriço, devido à sua localização e ao facto de parte da sua comunidade académica ser espanhola, para que no âmbito do mestrado em arquitetura e urbanismo os alunos estudassem com detalhe a área piloto e desenvolvessem propostas de intervenção.

Apesar da intervenção se ter centrado em cinco áreas piloto numa zona limitada de enquadramento, pretendeu-se que as propostas tivessem uma escala maior e que apresentassem soluções capazes de contribuir para o enriquecimento de toda a cidade numa óptica de valorização e atração in-tegrada.

o concurso decorreu entre 12 de Março e 2 de Maio de 2012 e foi aberto a todos os alunos inscritos na ESg.

Foram apresentados publicamente no dia 27 de junho de 2012, nas insta-lações da santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, os nove trabalhos elaborados pelos alunos da Escola Superior gallaecia para as áreas piloto definidas, no âmbito do plano de regeneração urbana da zona histórica de Viana do Castelo.

os trabalhos foram avaliados por um júri que integrou o Presidente da CM de Viana do Castelo, Eng.º José Maria Costa, o Vereador da CM de Viana do Castelo, Arq.º luís nobre, o Eng.º luís Ceia, presidente da AEVC, o Profes-sor Arq.º Manuel Correia Fernandes, Catedrático da FAUP, em represen-tação da Ao, o Arq.º Rui Correia, presidente da Fundação Convento de ora-da, o Professor Arq.º david Viana, docente na Esg e o Eng.º samuel silva.

Foram apresentados a concurso nove propostas, utilizando como critérios de avaliação:

1. grau de originalidade e inovação no quadro da dinâmica do desenvolvi-mento local;

3

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AUSCUltAçãO PÚblICA

CONtRIbUtOS

4

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EnVolViMEnto dE institUiÇÕEs DO ENSINO SUPERIOR

PROPOStAS

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2. Demonstração de potencial de concretização, nomeadamente aplicabili-dade da ideia;

3. Viabilidade e sustentabilidade da ideia;

4. Versatilidade em termos de capacidade de interagir com a estrutura glo-bal do programa a defender.

As propostas elaboradas pelos grupos constituídos e submetidas a con-curso, foram em síntese as que a seguir são descritas por ordem de clas-sificação atribuída pelo júri que identificou um primeiro premio ex aequo e três menções honrosas:

gRUPo 2 – PRiMEiRo PRÉMio (Ex aequo)

A proposta “ImaginArte” como o próprio nome indica centra-se na arte e cultura. Pretendeu criar iniciativas sinergias entre arte, educação e náu-tica aliando uso do espaço público ao máximo. baseia-se com o seguinte o seguinte princípio: porque imaginar é fantasiar, inventar, sentir, criar, es-boçar, projectar e liberdade para sonhar.

Acções propostas:

• tornar pedonal uma parte significativa do espaço público

• Criação de espaços verdes

• Criação da Escola das Artes

• Criação de uma bolsa de habitações sociais e para arrendamento

• Cobertura de parte do espaço público da área de intervenção

• Potenciação das praças, pátios e espaços verdes como um elemento nu-clear de integração

• incorporação de alguns pátios interiores no espaço público

• Reordenação dos espaços verdes

• Redesenhar as circulações

• implementar espaços expositivos no espaço público

• implementar na Marina actividade dinâmicas de forma a relaciona-las com o centro histórico

• Conjugar vários tipos de usos (serviços, educação, comercio, ateliers e habitação)

• integração dos espaços estruturais: marina de recreio /alameda /bairro

• dinamizar o espaço público com eventos

• Requalificação das áreas adjacentes à via-férrea

ilUstRAÇão 8. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA

ilUstRAÇão 13.iMAgEM ViRtUAl dos EsPAÇos VERdEs dA PRoPostA

ilUstRAÇão 9. iMAgEM ViRtUAl ilUstRAtiVA do dinAMisMo dos PÁtios

ilUstRAÇão 10. iMAgEM ViRtUAl ilUstRAtiVA do dinAMisMo dAs PRAÇAs

ilUstRAÇão 11. iMAgEM ViRtUAl ilUstRAtiVA dAs CiRCUlAÇÕEs dA PRoPostA

ilUstRAÇão 12. iMAgEM ViRtUAl ilUstRAtiVA dA diVERsidAdE dE Usos

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ilUstRAÇão 14. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA PARA A MARinA

ilUstRAÇão 17. EsQUEMA dos PRinCÍPios dA PRoPostA nos VÁRios CAMPos QUE PREtENDE AbORDAR

ilUstRAÇão 18. EsQUEMAs dos FAtoREs QUE Vão AlAVAnCAR A ZonA Piloto EConÓMiCo E soCiAlMEntE

ilUstRAÇão 15. iMAginÁRio do CHoColAtE EM ViAnA

ilUstRAÇão 16. iMAgEM sÍntEsE do ConCEito dA PRoPostA

GRUPO 8 – PRIMEIRO PRÉMIO (Ex aequo)

Esta proposta denominada “Doce Viana” centra-se na memória histórica e sensorial que representa para todos os vianenses a Fábrica de Chocolates Avianense, daí aas potencialidades associadas ao chocolate ter sido consi-derada como suporte imaginário para a conceção desta proposta.

A reabertura da fábrica, num princípio de produção “gourmet”, para além de levar à criação direta de emprego, possibilitaria também o surgimento de um conjunto de espaços públicos que contribuiriam para a (re) ativação e regeneração de toda a zona.

A proposta segue claramente um objectivo de reactivação económica, na medida em que a reabertura da fábrica, a criação de museus e a construção de um SPA permitirão aumentar a oferta de empregos, actualmente es-cassa naquela zona, para os próprios residentes do bairro.

Por sua vez, a dinamização do comércio tradicional (mercearias, pastela-rias, pequenas lojas de roupa, etc.) também ajudará a economia da zona e contribuirá para a fixação da população.

Objetivos:

• integração social

• Potenciação do espaço público, requalificação e revitalização

• Reordenação do trânsito e circulações

• Reavivar a memória coletiva no que diz respeito à Fábrica de Chocolate

• inserção de espaços verdes

• Reinterpretação patrimonial

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Ações propostas:

• Utilizar as fachadas graficamente e esculturalmente e inserção de ele-mentos verdes

• ligação de percursos sPA em três pontos Viana, saúde e Beleza

• Recuperação e reabilitação de habitações

• Atracão de população

• dotação de serviços

• Abertura do tecido urbano

• Requalificação e dotação de atividades no espaço público

• Aumento das vias pedonais e integração do uso da bicicleta no espaço urbano

• Reabertura da fábrica de Chocolate

• Criação das semanas gastronómicas, rota de museus e um Festival anual do Chocolate

• Abertura de 2º ciclo na Escola de Hotelaria

• Criação de um Centro i+d+i e de um novo Centro social e Cultural

• ocupação equilibrada dos espaços com níveis distintos (desportivo, cul-tural, turístico, usuário

ilUstRAÇão 19. ÁREA dE oCUPAÇão A nÍVEl dEsPoRtiVo

ilUstRAÇão 20. ÁREA dE oCUPAÇão A nÍVEl CUltURAl

ilUstRAÇão 25. EsQUEMA dAs PRinCiPAis AÇÕEs dinAMiZAdoRAs dAs indÚs-tRiAs CUltURAis E CRiAtiVAs

ilUstRAÇão 21. ÁREA dE oCUPAÇão A nÍVEl tURÍstiCo

ilUstRAÇão 22. ÁREA dE oCUPAÇão A nÍVEl do UsUÁRio.

ilUstRAÇão 23. CoRAÇão dE ViAnA sEgUndo A PRoPostA

ilUstRAÇão 24. MAQUEtE dA PRoPostA

GRUPO 1 – MENÇÃO HONROSA

A proposta defendeu que se deveria refletir sobre os modelos sociais e urbanos atuais e abandonar o dogma do crescimento permanente e ilimi-tado. Apontou como potencialidades o investimento futuro no turismo e nos produtos inerentes, potencialização do centro histórico e o uso da cultura e arte como motores de inovação.

A proposta assentou na Industria Criativa: sectores de atividade organi-zada que têm como objetivo principal a reprodução, promoção e venda de bens e serviços provenientes da criatividade humana. Pretendeu fortalecer a relação entre economia e cultura para funcionar como forma de desen-volvimento coletivo, humano, económico e tecnológico, incluir os cidadãos no processo e articular e direcionar os espaços públicos para a cultura e educação.

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PatrimonioCultural y Natural

productos derivados y servicios de mu-seos, sitios arque-

ológicos, históricos, paisajes culturales

Libros y Prensalibros, periódicos,

otros materiales im-pressos, bibliotecas,

ferias de libros

Diseños y Servicios Creativosmoda, diseño grá-

fico, diseño interior, paisajismo, servicios de arquitectura y de

publicidad

Artes Visualesy Artesanía

pintura, escultura, fotografia, artesanía Medios

Audivisuales e Interactivos

filmes y videos, radio y televisión, podcas-ting, mainstreaming, juegos de video y de

animacion

PresentacionesArtísticas y Celebra-

cionesartes escénicas,

música, festivales, festividades y ferias

INDUSTRIASCULTURALESY CREATIVAS

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Ações propostas:

• Criação de oficinas criativas i+C e laboratórios i+d

• implementação de espaços partilhados

• Aliar industria com a criatividade

• no que diz respeito ao campo residencial apostar em princípios ecológicos privilegiando os espaços verdes e a área livre de carros

• investir numa educação criativa

• Criar um cluster que agregue industria, universidade, centro de negócio, sector da comunicação, um canal de sinergias, eventos e apresentações

• Potenciar o uso do espaço público com pontos de reunião, arte urbana e espaços expositivos

GRUPO 3 – MENÇÃO HONROSA

A proposta denominada de “Ecobairro” assenta em aliar urbanismo e sus-tentabilidade ambiental e social. O ponto de partida foi a requalificação da zona de intervenção, apontando a necessidade para criar um espaço confor-tável e habitável para, a seguir, o processo de regeneração seja eficaz. Esta requalificação parte de princípios sustentáveis, ligando o espaço natural e urbano.

Ações propostas:

• tornar as ruas pedonais

• Abertura de uma rua nova e inserção de uma cobertura vegetal e espaços e elementos criativos

• inserção de elementos verdes, espelhos de água, piscinas e potenciação dos espaços na alameda e via do comboio

• incentivar a habitação sustentável: adaptação das habitações na área com os princípios da arquitetura sustentável para minimizar o consumo e obter energia por meio de sistemas passivos, fachadas vegetais e hortas

• instalação de uma ecoestação, implementação de ecotécnicas:

- Instalação de sistemas de poupança de água: sistemas para capturar e armazenar água da chuva, que poderá ser empregada para a sanita, a máquina de lavar a roupa, regar o jardim podendo assim poupar até 40% do consumo total da habitação.

- Aerogeneradores

- Instalação de painéis solares

- Reciclagem

- lâmpadas energeticamente eficientes

• dotar a área de comércios e serviços de vários tipos

• Criar cursos relacionados com a temática da sustentabilidade e ambiente

ilUstRAÇão 26. EsQUEMA dA PRoPostA

ilUstRAÇão 27. EsQUiÇo dA PRoPostA PARA UMA RUA nA ZonA Piloto

ilUstRAÇão 28. MAQUEtE dA PRoPostA

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GRUPO 4 – MENÇÃO HONROSA

Foi proposta a criação de redes com finalidades diferentes (educação, re-ligião, economia, habitação, ambiente, administrativo, ócio, saúde e despor-to) com a finalidade de dinamizar e criar movimento na área de intervenção.

A proposta dividiu-se em quatro fases distintas com objetivos próprios e distintos, nomeadamente:

• Fase 1: mobilidade, eliminar barreiras físicas, acessibilidade e desenvolvi-mento sustentável

• Fase 2: qualidade de vida e valorização do centro da cidade através da renovação e reocupação de imoveis e melhorias no espaço público

• Fase 3: criação de redes de emprego sustentável, comunicação e com-pletar redes

• Fase 4: interação e coesão social, valorização da identidade e ativismo urbano

ilUstRAÇão 29. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA

ilUstRAÇão 30. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA PARA A ZonA Rio

ilUstRAÇão 31. EsQUEMA dAs REdEs PRoPostAs

Ambiental

Rede de mercado

Religioso

Rede do porto

Educação

Rede necessidades básicas

Económica

Rede livre

Residencial

Apoio ao mercado

lazer

Relação com o porto

Saúde

Necessidades básicas

Competências existentes

Administrativo

Equipamentos propostos

livre localização

Ações propostas:

• Melhoria da hotelaria

• Criação de um novo centro náutico

• Ampliação do porto

• implementação de atividades ligadas ao rio

• ocupação dos edifícios principais com atividades ligadas ao mar e ao tu-rismo potenciando os produtos regionais

REDES PROPOStAS

GRUPO 5

Os objetivos desta proposta consistiram em gerar emprego, relação bairro-cidade, criação de um espaço de dinamização social e promover a fixação da população.

A estratégia proposta foi:

• Criar uma rua com variados ateliers com oferta desde a pintura, design, costura, arquitetura, moda, artesanato, mas com predominância para as áreas da tecnologia, nomeadamente para a tecnologia náutica.

• desenvolver um bairro que se dedique à investigação náutica. Podendo assim os jovens licenciados estagiarem e colaborarem na mesma. Viana do Castelo teria acesso à mais recente tecnologia náutica.

• Habitação com preço acessível, com a fixação do atelier no bairro surge a necessidade de uma habitação próxima do local de trabalho, surgindo a possibilidade de reabilitar os pisos superiores dos ateliers. O objetivo foi a fixação da população mais jovem, com a procura da primeira habitação, criando condições adequadas ao arrendamento.

• Arrendamento dos imoveis reabilitados com o valor máximo de rendas estipulado.

• Criar percursos que acresçam dinamismo

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ilUstRAÇão 32. iMAgEM dA loCAliZAÇão dos Usos dA PRoPostA

ilUstRAÇão 33. iMAgEM ViRtUAl dos AtEliERs CEntRAdos nA HotElARiA

ilUstRAÇão 34. iMAgEM ViRtUAl dos AtEliERs CEntRAdos nA oURiVEsARiA

ilUstRAÇão 35. iMAgEM ConCEPtUAl dA PRoPostA

ilUstRAÇão 36. EsQUEMA dA PRoPostA

GRUPO 6

Os objetivos desta proposta foram:

• Valorizar e qualificar o património natural;

• Aumentar a atratividade concelhia pela criação de um sistema de percur-sos articulados e complementares

• Aumentar a proximidade à natureza pela sua devida infra-Estruturação

• Promover a pesca desportiva; praia fluvial e desportos náuticos sem motor

• Promover a gastronomia como produto turístico

• Promover o alojamento em modelos “low cost”

• Promover a ourivesaria e joalharia

As ações propostas foram:

• tomar como motores de desenvolvimento o ensino (através da Escola Profissional de Hotelaria), a cultura (através do Museu Avianense e a ga-leria Multifuncional) e a economia (através da requalificação do edifício da mariana e melhoria do alojamento)

• Criação de ateliers e escolas centrados na hotelaria, ourivesaria em edifí-cios de referência da cidade

• Promover a oferta de espaços ordenados para a localização de equipa-mentos no seu enquadramento paisagístico;

• Criar percursos e circuitos de manutenção são medidas de valorização de regulação e usufruto dos recursos naturais (linhas de água; a serra; as hortas);

GRUPO 7

A proposta centrou-se na potencialidade do vinho como forma de dinami-zação e regeneração urbana de Viana do Castelo.

As ações propostas foram as seguintes:

• Redesenho da circulação e percursos

• inserção de videiras nos espaços públicos para sobra de ruas, percursos e esplanadas

• dinamização de espaços com inserção de vários usos

• Potenciação da gastronomia da região

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GRUPO 9

A proposta denominada de “bairro Saudável” centrou-se na saúde e no bem-estar como mote de toda a intervenção. Como tal propôs a implemen-tação de um bairro saudável onde os cidadãos, instituições e organizações trabalhariam em conjunto para a saúde, bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos vianenses.

Ações propostas:

• Revitalização das praças e dos pequenos negócios

• Potenciação e criação de espaços verdes

• Controlo e condicionamento da circulação

• implementação de serviços de apoio à 3ªidade e criação de atividades lúdi-cas

• Criação de espaços de congregação social

• Reabilitação e reconstrução de imoveis

• Criação de percursos

ilUstRAÇão 37. EsQUEMA dos sERViÇos dE APoio À tERCEiRA idAdE E Es-PAçOS lÚDICOS

ilUstRAÇão 38. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA PARA o EsPAÇo PÚBliCo

Foi lançado a 11 de dezembro de 2012 pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, um Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Ur-bana das áreas piloto definidas. A data limite fixada para a apresentação de propostas foi o dia 25 de Fevereiro de 2013. O intuito foi o de promover a instalação de dinâmicas que conduzam à reabilitação urbana das estrutu-ras físicas (edificado, espaço público e infraestruturas) e à regeneração das atividades humanas que se desenrolam nessas estruturas, nomeadamente, atividades económicas e culturais.

Procurava-se valorizar ideias inovadoras e diferenciadoras, apresenta-das sob a forma de estudo prévio que possam ser utilizadas na posterior definição de um Plano de Regeneração Urbana para as áreas selecionadas.

Simultaneamente, pretendeu-se impulsionar a revitalização da atividade económica, que numa perspetiva de promover a contemporaneidade, a diferenciação, a inovação, e considerando a identidade de cada local, per-mita criar novas dinâmicas nas áreas de intervenção de Viana.

Foi produzido um Regulamento que estabeleceu que as ideias a apresentar deveriam capazes de promover a preservação e valorização do património material e imaterial, sem descurar o carácter particular de cada uma das áreas de intervenção. Deveriam ainda preconizar a implementação de um conjunto de medidas que efetivamente concretizem a regeneração urbana dos espaços em referência. Pretendia-se que estas ideias pudessem a vir sustentar ações a implementar na área proposta, sob variadas formas, tais como, candidaturas a fontes de financiamento, instrumentos de gestão, projetos, etc.

O concurso visou valorizar ideias que se distinguissem pela inovação, pela adequabilidade ao local, pela consentaneidade com os objetivos estratégi-cos definidos pelo Município e pelo pragmatismo e possibilidade de imple-mentação.

Embora o programa tenha sido intencionalmente aberto e totalmente re-cetivo a todas as propostas, desde que pertinentes face ao local e ao en-quadramento na regulamentação aplicável, enumerou alguns aspetos que deveriam ser obrigatoriamente motivo de reflexão / proposta pelos concor-rentes:

• Estrutura socioeconómica da área

• Conforto e segurança urbana

• Acessibilidade – relação funcional com a envolvente e interações dentro da área

• Arruamentos previstos pelo plano de pormenor do Centro Histórico

• integração do troço da rua da Bandeira localizado na área de intervenção na dinâmica comercial observada a poente

• Relação da área de intervenção com o Jardim Público, localizado a sul

• Proposta para a substituição do edifício jardim pelo novo mercado mu-nicipal

• Colmatação de frentes edificadas previstas pelo plano de pormenor do Centro histórico

• dar novos usos, por de novo a funcionar e vocação do edifício localizado junto da marina

• integração de compromissos assumidos pelo Município através de licen-ciamento

5EnVolViMEnto dE PRoFissionAis NACIONAIS E INtERNACIONAIS DE

ARQUitEtURA AtRAVÉs dA oRgAni-zAçãO DE CONCURSOS PÚblICOS

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• sustentabilidade económica

• Financiamento

Relativamente à implementação e faseamento das propostas, dada a atual dificuldade em mobilizar meios financeiros para as intervenções propostas, deveria ser dada particular atenção pelos concorrentes à quantificação e ao faseamento do investimento, bem como a sua proveniência, privilegiar a capacidade de atracão de investimento privado ou de mobilização de fundos públicos disponíveis através de candidaturas.

Assim, os concorrentes deveriam dedicar especial atenção à demonstração da viabilidade económica da intervenção, quantificando de forma detalhada os custos estimados, à qual deveria ser contraposta a indicação detalhada das fontes de financiamento, bem como os retornos esperados da interven-ção.

O faseamento temporal do investimento poderia ser uma forma de compati-bilizar recursos escassos com implementação de ações. Por este motivo, as propostas deveriam ser acompanhadas de uma proposta de faseamento das intervenções, às quais deveria estar associado, a cada momento, o ba-lanço entre necessidade de investimento e fontes de financiamento.

As propostas deveriam ainda estar enquadradas nos instrumentos de gestão do território. E a área piloto definida encontrava-se e encontram-se em vigor os seguintes instrumentos de gestão do território:

• Plano diretor Municipal de Viana do Castelo: Revisão aprovada na segun-da reunião da Assembleia Municipal de Viana do Castelo de 11 de Março de 2008, da sessão ordinária iniciada no dia 29 de Fevereiro de 2008 e publicada através do Aviso nº 10601/2008 no diário da República, série ii, de 4 de Abril de 2008.

• Plano de Urbanização da Cidade: Aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros nº 92/99, publicado no d.R. nº 188/99 série i-B de 13 de Agosto – Regulamento. declaração de Ratificação nº 15-Q/99, publicada no d.R. nº 229/99 i-B 3º suplemento, de 30 de setembro – Carta de Zonamento. Alteração por adaptação aprovada na reunião da Assembleia Municipal de Viana do Castelo de 24 de Junho de 2008 e publicada através do Aviso nº 20245/2008 no diário da República nº 136, 2ª série, de 16 de Julho de 2008.

• Plano de Pormenor do Centro Histórico: Aprovado pela declaração nº 248/2002, publicada no d.R. nº 183 série ii, de 9 de Agosto de 2002.

• Plano de Pormenor da Frente Ribeirinha e Campo da Agonia: Aprovado pela Resolução de Conselho de Ministros nº 134/2002, publicada no d.R. nº 262 Série I-b, de 13 de Novembro de 2002. Alteração aprovada na reunião da Assembleia Municipal de Viana do Castelo de 25 de Fevereiro de 2011 e pu-blicada através do Aviso nº 7644/2011 no diário da República nº 60, 2ª série, de 25 de Março de 2011. Retificação através da declaração de retificação nº 1178/2011, publicada no d.R. nº 141, 2ª série, de 25 de Julho.

As propostas apresentadas estiveram revestidas de alguns condicionantes devido ao facto da área piloto se encontrar na sua totalidade inserida numa zona Especial de Proteção a imóveis classificados designada “zona Arqueo-lógica de Viana do Castelo”, criada em 1973 e publicada no diário do gover-no nº 149, 2ª série, de 27 de Junho. E deveria ainda ser considerada pela proposta a observância do projeto aprovado para a parcela ocupada pela antiga fábrica de chocolates “Avianense”, que contempla a construção de um hotel e de um edifício residencial de tipologia multifamiliar.

Foi nomeado um júri para apreciação das propostas que incluiu represen-tantes do Município de Viana do Castelo, da Associação Empresarial de Via-na do Castelo, da CIP, da Direção Regional de Cultura do Norte e da Escola Superior gallaecia.

A avaliação dos trabalhos pelo júri obedeceu a uma grelha de avaliação es-pecificamente criada que considerou três fatores principais com as ponde-rações indicadas

1. Originalidade, inovação e pertinência global da solução programática e conceptual proposta, expressa como uma mais-valia para a cidade, tendo em conta a importância da área em estudo (40%)

2. Qualidade geral da solução arquitetónica e urbana (30%)

3. Exequibilidade financeira e económica da solução (30%)

O fator de avaliação 1 compreendia os seguintes subfactores:

a) Integração e articulação da solução proposta com a respetiva envolvente;

b) Capacidade de valorização e atratividade;

c) Observância das condicionantes referidas no Programa Preliminar e ane-xos.

O fator de avaliação 2 compreendia como subfactores respetivamente:

a) Relação do custo da intervenção com as soluções de sustentabilidade propostas;

b) Faseamento espacial e temporal da Intervenção.

O fator de avaliação 3 compreendia como subfactores:

a) Reforço da estrutura morfológica do tecido urbano e da sua qualidade ambiental e formal;

b) Resposta às questões de estacionamento e circulação viária, tendo em conta os diversos equipamentos existentes e a propor;

c) Qualidade estética e inovação tipológica e construtiva das novas inter-venções.

No decorrer do processo do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana das áreas piloto definidas para Viana do Castelo a participação e dinamização da CIP foi constante mantendo uma relação de proximidade, cooperação, apoio e colaboração com todos os intervenientes, deste o município, associações aos candidatos. Nomeadamente no apoio aos potenciais candidatos para esclarecimento dos objetivos, vocações das áreas piloto, preocupações com sustentabilidade económica e potenciais programas, apoios e incentivos que pudessem existir de forma a permitir e otimizar a concretização das propostas a colaborar.

Concluído o prazo fixado para o concurso foram rececionadas e considera-das válidas pelo júri oito propostas que foram submetidas ao processo de avaliação pelo júri nomeado.

Concluído o processo de avaliação, o júri distinguiu um trabalho e atribuiu uma menção honrosa, que irão em conjunto com as restantes avaliadas servir para atrair investidores para a sua concretização e promover a re-flexão e o debate acerca da Regeneração Urbana das áreas piloto de Viana, considerando um conceito alargado à sua envolvente, para que se possam encontrar soluções que potenciem a revitalização e valorização deste local.

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Foi organizado um evento para apresentação pública de todas as ideias e sugestões recebidas e premiadas, pelo júri nomeado com base em regula-mentos produzidos para o efeito no dia 26 de Março de 2013 na sede da AEP em Matosinhos.

Posteriormente a Câmara Municipal de Viana do Castelo propõe-se pro-mover apresentações públicas dos projetos resultantes desta iniciativa procurando potenciais investidores que possam viabilizar a realização dos mesmos.

Apresenta-se a análise separada as oito propostas classificadas como re-sultado do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Ur-bana, ou pela ordem de mérito tendo em conta a classificação atribuída pelo júri contendo uma breve descrição dos aspetos caracterizadores e distin-tivos da cada uma, seguida da apreciação feita pelo júri.

PROPOSTA 4135 – PROPOSTA VENCEDORA

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

A proposta teve como objetivos gerar / regenerar / potenciar o desenvolvi-mento, o conhecimento e a criatividade.

Assentou sobre a criação de dois elementos polarizadores – centro de arte e tecnologia (a instalar no edifício do antigo gC) e centro de ciência (a insta-lar no edifício da marina) – e sobre a melhoria da fluidez dos movimentos pedonais.

Propôs as seguintes ações:

• Redesenhar o espaço público, alargando os passeios e restringindo a cir-culação viária em algumas zonas (acompanhado com adoção de medidas de descriminação positiva para moradores).

• Privilegiar movimentos pedonais, aumentando a fluidez da área através da criação de novos atravessamentos (entre rua da bandeira e rua joão de brito / entre rua do gontim e av. luís de Camões / ligação a nascente, com passagem sobre caminho de ferro (CF)) e de zona verde a poente do hotel do chocolate.

• instalar dos seguintes equipamentos:

- Edifício do antigo governo Civil e edifício contíguo a poente – centro de arte e tecnologia / incubadora de empresas / apoio à criação de novos pro-jetos e centro de inovação empresarial (apoio a empresas já estabelecidas). Propõe abertura do jardim à cidade. Apostam nesta intervenção como forma de revitalizar a rua da bandeira.

- Rua da Bandeira, nº 150 – instalação de galeria + ateliers. Projeto prevê ligação entre rua da bandeira e rua joão de brito ao nível do R/C.

- Edifício da marina – centro de ciência – integração no programa nacional Ciência Viva, zona expositiva e de experimentação / laboratórios / ateliers / ludoteca / loja / restaurante / cafetaria. Skatepark e ampliação da área de parque infantil ao nível do espaço exterior.

- Propõe programas habitacionais, desenvolvendo as soluções tipológicas para os lotes A2, A4 e A6 do PPCh e para o edifício atualmente ocupado pela “garagem do joão Pequeno” (devoluto).

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Foi feita uma estimativa de custo com base no estudo apresentado, numa abordagem à estimativa de custo da obra, tendo por base valores e custos de obras de natureza similar, atendendo às características dos materiais, elementos de construção, sistemas e equipamentos, discriminando da for-ma seguinte:

5.1PROPOStAS

ilUstRAÇão 39.FAsEAMEnto E EstiMAtiVA dE CUsto totAl

Feito a estimativa do custo total de 9.950.000€ e apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente com a melhoria das condições de vida, mobilidade, dinamismo estudantil e oferta cultural se conseguira atrair novos negó-cios, turistas, artistas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apresentava viabilidade económica.

Depois da apreciação do júri a proposta foi declara como vencedora.

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ilUstRAÇão 40. EsQUEMA dA PRoPostA

ilUstRAÇão 41. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA

PROPOSTA 4053 – MENÇÃO HONROSA

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

A proposta elegeu quatro objetivos estratégicos: Valorização do espaço público / Criação de elementos estruturantes / Valorização do conjunto edi-ficado / Promoção de relações sociais, acessos e mobilidade.

Procedeu a uma análise detalhada da qualidade arquitetónica e do estado de conservação do edificado e estabelece graus de intervenção.

Fez análise dos estrangulamentos estruturais e das potencialidades da área.

• Ao nível dos estrangulamentos, a área foi vista como heterogénea, des-contínua, desregrada (circulação viária / pedonal), deprimida (muita pre-sença de devolutos), com população envelhecida, pouco qualificada e pouco competitiva.

• Ao nível das potencialidades, a área apresentou uma morfologia favorável à mobilidade suave, segurança, potencial de conectividade, previsão de no-vas intervenções (hotel, mercado), valores patrimoniais, possibilidade de acolher novos usos (devolutos).

Propôs as seguintes ações:

• Concentrar os incentivos no campo das energias renováveis, da arte & design aplicado à valorização do património, no desenvolvimento das áreas afins com o mar e na projeção da cidade no exterior.

• nas áreas de desenvolvimento do conceito: turismo e lazer – reorgani-zação de produtos e estratégias de marketing / Serviços e equipamentos – inovação e desenvolvimento aplicáveis à tecnologia e investigação, artes plásticas, design e economia do mar / habitação e vivências – inverter a tendência de envelhecimento e saída através de medidas de incentivo ao ar-rendamento jovem e comercial, intensificação de vivências e maior taxa de ocupação e consolidação identitária.

• intervir em elementos estruturantes tais como: Hostel galeria no lote A2 do PPCh/Centro de inovação e desenvolvimento do património no edifício contíguo à igreja de S. bento; “Urban street gallery” e agência municipal na garagem do “joão Pequeno”/Programas habitacionais no núcleo de S. ben-to / “ID cluster” (inovação e desenvolvimento, ninho de empresas, espaços de atelier, serviços de apoio às atividades económicas) no edifício contíguo à Capela das Almas/Restaurante e serviços no edifício do antigo tribunal do trabalho/Pólo de i&d nas áreas do conhecimento e do mar no edifício da marina/loja do cidadão no lote A6 do PPCh.

• Adotar perfis-tipo para os arruamentos da área de intervenção.

• Reduzir as cérceas dos edifícios previstos pelo PPCH para os lotes A4 e A6.

• Avançar com diversas medidas de acesso a financiamentos, identificando fontes de financiamento (programas) e benefícios fiscais (através de delimi-tação de ARU).

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Feito a estimativa do custo total de 11.545.626,20€ e apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente com a melhoria da mobilidade, promoção da cidade, dinamismo e oferta turística e cultural se conseguira atrair novos negócios, turistas, artistas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apresentava viabilidade económica.

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ilUstRAÇão 42. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA

Depois da apreciação do júri a proposta obteve o segundo lugar.

ilUstRAÇão 43. iMAgEns ViRtUAis dA PRoPostA

ilUstRAÇão 44. iMAgEns sÍntEsE dA PRoPostA

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PROPOSTA 4122 - TERCEIRO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostAA proposta assumiu a qualidade ambiental, espacial e sensorial como linha orientadora, relacionando as várias valências da cidade com os seus atores.

Seguiu os níveis de classificação do Plano de Pormenor do Centro histórico (PPCh) e apostou no condicionamento de circulação em diversos arrua-mentos, estreitamento de faixas de rodagem e aumento de passeios, cria-ção de bolsa de estacionamento para moradores / cargas e descargas na av. luís de Camões.

As ações propostas foram as seguintes:

• Estabelecer ligação ao edifício da marina através do desnivelamento da av. Marginal.

• Criar elementos marcantes na paisagem urbana de sustentação de cobertura translúcida de ligação entre edifício da marina e jardim.

• Prolongar o estacionamento subterrâneo sob o mercado até à av. Mar-ginal.

• Adotar uma solução viária no nó do náutico através de rotunda.

• Propor um programa para edifícios previstos no PPCH – Edifício A6 (junto ao antigo governo Civil) – escola superior de gastronomia; Edifício A4 (atrás do bloco residencial Polis) – residência de estudantes; Edifício A2 (perto da capela das Almas) – espaço experimental de arte.

• instalar uma unidade hoteleira subordinada ao tema “mar” e instalação de uma loja-âncora no edifício da marina.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

• Viabilidade económica apoiou-se em PPP, em benefícios fiscais, em co-financiamento comunitário e em programas como o jESSICA.

• Apresentou proposta de faseamento em três fases onde as intervenções foram divididas consoante a sua prioridade, no entanto as ações descritas poderiam realizar-se em qualquer momento das três fases, existindo con-dições técnicas e económicas por parte dos promotores / proprietários e de acordo com a Proposta, em articulação com a Agência Municipal.

• Fez uma estimativa de custos total de 11.545.626,20 € ilUstRAÇão 45. EstiMAtiVA totAl dE CUstos

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ilUstRAÇão 46. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA

ilUstRAÇão 47. iMAgEM dA MAQUEtE ViRtUAl dA PRoPostA

PROPOSTA 4141 – QUARTO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostAA proposta assentou no estabelecimento de um sistema axial de relações, uma vez que identificou a necessidade de ligar ações já previstas.

Estabeleceu um paralelo com a acupunctura, na medida em que propõe a estimulação de pontos (acupontos) que se dispõem sobre eixos (meridia-nos).

Apostou na criação de uma nova centralidade, fluida ao nível dos movimen-tos pedonais, tomando como referências conceptuais os playgrounds de Amsterdão (anos 60) e a reabilitação da frente fluvial de bordéus.

teve como Acão emblemática a criação de uma nova praça resultante do aterro do espelho de água existente entre o edifício da marina e o jardim com os entulhos resultantes da demolição do Edifício jardim.

Propôs o estabelecimento de três níveis de relação: capilar (à cota do pavi-mento), pontual (ao nível do edificado) e integrada (garantida ao nível pro-gramático), nomeadamente:

• Ações da estratégia capilar: intervenções ao nível dos eixos rua da Bandei-ra e av. luís de Camões, com intervenções ao nível da regularização das cotas dos pavimentos, além da construção de passagem superior pedonal ao CF na rua da bandeira.

• Criação de dois eixos perpendiculares aos anteriores, o primeiro com origem no novo mercado, passando entre os dois edifícios que constituem o quarteirão residencial do antigo mercado e chegando à rua da bandeira através de espaço criado pela demolição de edifício existente / o segun-do com origem na parcela ocupada pela garagem do “joão Pequeno”, e seguindo até ao antigo gC através de um canal previsto no PPCh como novo arruamento.

• Ações da estratégia pontual: Criação do anfiteatro das Almas / instalação de um medical & spa hotel no edifício da marina / instalação de uma exten-são do Museu de serralves no edifício do antigo gC.

• Estratégia integrada: ocupação de edifícios devolutos com programas comerciais ao nível do R/C e habitação nos pisos superiores e ampliação do número de pisos dos edifícios existentes para promover o desejado au-mento da densificação. Identifica o conflito entre os peões e os automóveis e propõe a restrição de circulação automóvel no período diurno.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Feito a estimativa do custo total de 1.734.264€ e apontadas as mais-vali-as, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente com a melhoria da mobilidade, relação entre espaços, dinamismo e oferta comercial se conseguira atrair novos negó-cios, turistas, artistas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apresentava viabilidade económica.

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ilUstRAÇão 48. EstiMAtiVA dE CUsto

Depois da apreciação do júri a proposta obteve o quarto lugar.

ilUstRAÇão 49. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA

ilUstRAÇão 50. Pontos dE intERVEnÇão dA PRoPostA

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ilUstRAÇão 51. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA nA BEiRA Rio

ilUstRAÇão 52. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA dA dinAMiZAÇão do EsPAÇo PÚblICO

ilUstRAÇão 53. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA dA dinAMiZAÇão do EsPAÇo PÚblICO

ilUstRAÇão 54. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA nA PRAÇA lEtHEs

PROPOSTA 4144 – QUINTO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostAA proposta estabeleceu considerações gerais acerca dos fatores que con-tribuíram para o carácter compartimentado e isolado desta área – saída de funções administrativas, do mercado, da fábrica e barreira constituída pelo CF e estrada nacional (EN).

Apoiou a sua leitura urbana da zona na identificação de dois eixos, ambos com extremos na rotunda do hotel Axis e no Campo da Agonia, foram eles: a frente de rio, que passa pelo Jardim Marginal e pelo Campo da Agonia / o eixo que abrange as ruas da Bandeira e Manuel Espregueira.

Considerou que as fortíssimas restrições à circulação automóvel, aliadas ao modelo de negócio em vigor na exploração dos parques de estacionamento são os principais entraves à fixação de residentes e à dinamização de ativi-dades dedicadas ao pequeno comércio.

A proposta teve como principais elementos caracterizadores a ampliação da marina e a diminuição de cércea do Edifício jardim que, aliada à demolição do volume adjacente a norte, permitiria a construção de uma praça.

Propôs as seguintes ações:

• Ampliar a marina para poente, até ao enfiamento da rua gago Coutinho, permitiria o aumento da capacidade de atracagem de 130 para 350 embar-cações.

- Esta opção seria reforçada pela instalação de uma unidade hoteleira no edifício da marina, com 40 unidades de alojamento.

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- seria ainda complementada com a ampliação do Jardim Marginal para nascente, graças ao redesenho da rotunda do Náutico.

• demolir dois pisos do Edifício Jardim, com redesenho da cobertura, uma vez que considera a proposta do PPCh financeiramente insustentável. neste edifício seriam localizados serviços públicos no 11º andar, mantido e ampliado o estacionamento existente a norte, sob uma praça sobrelevada.

• Manter a função administrativa para o edifício do antigo gC, com uso público do jardim, como forma de revitalizar rua da bandeira. Propõe novo edifício de remate na rua de Aveiro.

• ocupar os edifícios e alinhamentos definidos pelo PPCH na envolvente ao quarteirão residencial do antigo mercado com edifícios térreos ocupados por garagens.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Quantificou as principais ações propostas e identificou a origem do investi-mento (público / privado). Feito a estimativa do custo total de 11.070.000€, em que as componentes privadas e públicas correspondem respetivamente a 5.550.000,00€, e 5.520.000,00€,, e apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomea-damente com a melhoria da mobilidade, do trafego no porto, dos espaços verdes e da oferta comercial se conseguira atrair novos negócios, turistas, artistas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apre-sentava viabilidade económica.

Depois da apreciação do júri a proposta obteve o quinto lugar.

PROPOSTA 4162 – SEXTO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostAA proposta identificou diversos elementos da cidade que adquiriram o es-tatuto de ícones e considerando-os importantes na leitura da cidade

Assumiu as orientações do PPCh, ao nível dos edifícios e da circulação viária.

Propôs as seguintes ações:

• Criar mais um miradouro sobre a cidade, constituído por uma torre de cinco pisos a erigir no jardim do antigo gC, cuja conceção arquitetónica / artística deveria ser subordinada ao tema “filigrana”.

• Realinhar a rua nova de s. Bento (recuo do plano de fachada).

• Aumentar a permeabilidade ao nível do peão na parcela da antiga ga-ragem do “joão Pequeno”.

• intervir de forma a coletivizar o uso de logradouros, através de acordos de cedência (reversíveis) a celebrar entre proprietários de um determinado quarteirão.

• instalar um centro de experimentação e das ciências, juntamente com associações culturais no edifício da marina.

• Criar zonas de estadia na marginal, voltadas para o rio.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Apontou o recurso a fundos públicos e a financiamentos comunitários como inevitabilidade em tempos de crise.

Feito a estimativa do custo total de 418.732€ e apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente com a melhoria da mobilidade, dinamismo do espaço público e oferta cultural se conseguira atrair novos negócios, turistas, artis-tas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apresen-tava viabilidade económica.

ilUstRAÇão 55. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA CoM dEstAQUE dA AMPliAÇão dA MARinA

IlUStRAçãO 56. lOCAlIzAçãO DAS PROPOStAS ilUstRAÇão 57. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA

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Depois da apreciação do júri a proposta obteve o sexto lugar.

ilUstRAÇão 58. iMAgEM sÍntEsE dA intERVEnÇão no EsPAÇo PÚBliCo

ilUstRAÇão 59. FAsEAMEnto dA intERVEnÇão E oRigEM do inVEstiMEnto

PROPOSTA 4152 – SÉTIMO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

A proposta apresentou como princípio geral o conceito “Viana do Castelo, 24 horas por dia em movimento”. Para isso, propôs a instalação na área de estudo de funções compatíveis com horário noturno, nomeadamente:

• Construir um casino no edifício do antigo gC e uma discoteca no lote A4 do PPCh.

• Criar um eixo pedonal verde, perpendicular ao edifício do antigo gC, com edifícios revestidos plantas e com terraços ajardinados com piscinas.

• Criar uma zona temática dedicada ao desporto e à saúde na envolvente à praça dª Maria, com a construção de edifício de ginásios, piscinas, discoteca e parede de escalada e de edifício destinado à instalação de uma clínica. É proposto o aproveitamento das áreas verdes no interior do quarteirão resi-dencial do antigo mercado para a prática de atividades desportivas ao ar-livre.

• o uso coletivo por moradores de logradouros existentes, com construção de estacionamento subterrâneo.

• Aumentar do passeio na av. luís de Camões e a construção de uma nova ponte pedonal entre o Jardim Marginal e o edifício da marina, onde se pre-tende instalar um “cluster empresarial de produtos regionais”.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Dada a atual dificuldade em mobilizar meios financeiros para as interven-ções propostas, foi dada atenção à quantificação e ao faseamento do in-vestimento, bem como a sua proveniência, sendo de privilegiado o investi-mento privado e o investimento público restringe-se as zonas de circulação públicas, podendo o seu financiamento ser mobilização de fundos públicos disponíveis através de candidaturas.

O faseamento da intervenção, foi pensando tendo sempre em mente as di-versas áreas a intervir e temas a tratar, com principal incidência no tipo de investimento.

Foi demonstrada a viabilidade económica da intervenção, quantificando de forma detalhada os custos estimados, sendo contraposto com o tipo de in-vestimento, quer público, quer privado.

Depois da apreciação do júri a proposta obteve o sétimo lugar.

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ilUstRAÇão 61. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA, noMEAdAMEntE ÁREAs VERdEs.

ilUstRAÇão 62. iMAgEM sÍntEsE dA PRoPostA

ilUstRAÇão 63. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA

PROPOSTA 3976 – OITAVO LUGAR

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostAEsta proposta assentou sobre 3 pilares: Intervenção sobre arruamentos; construção de uma “urban Wall” e construção de pontes pedonais de li-gação do edifício da marina com o jardim. E propôs as seguintes ações:

• Repavimentar as faixas de rodagem em asfalto – borracha e dos passeios em lajetas de betão.

• Reorganizar o trânsito para pôr vias de sentido único, com faixas de rodagem com 3m.

• Criar estacionamento à superfície.

• Construir um novo edifício no interior do quarteirão delimitado pela rua do gontim, rua Abel Viana, Av. luís de Camões e rua nova de s. Bento, aces-sível através de “cul-de-sac”.

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ilUstRAÇão 60. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA no CAMPo do dEsPoRto E SAÚDE

• inserir no edifício da marina um programa de apoio à marina + salas de exposição polivalentes + zonas de restauração.

• Aquisição de imóveis degradados pela Câmara Municipal de Viana do Castelo (CMVC) e arrendamento após reabilitação.

• lançar concursos para concessões do uso dos imóveis mais importantes (não especifica os usos).

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

• sustentabilidade económica apoiada na cobrança de rendas.

• não apresentou estimativa de custos pelo que não pode ser analisada a sua viabilidade económica.

Depois da apreciação do júri a proposta obteve o nono lugar.

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3 FIgUEIRA DA FOz

Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento

Áreas Piloto

Auscultação Pública

Envolvimento de instituições de ensino superior

Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos

Públicos

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A Figueira da Foz pertence ao distrito de Coimbra, está inserida na região Centro, sub-região do Baixo Mondego (nUt iii) e situada na foz do rio Mondego com o oceano Atlântico. o Concelho da Figueira da Foz, fica lo-calizado na costa atlântica de Portugal e tem como Concelhos limítrofes; Cantanhede, Montemor-o-Velho, soure e Pombal.

1

1.1

ContEXto E FAtoREs PRoMo-toREs do dEsEnVolViMEnto

EnQUAdRAMEnto tERRitoRiAl, hIStóRICO E URbANíStICO

ilUstRAÇão 64. loCAliZAÇão dA FigUEiRA dA FoZ A nÍVEl nACionAl

ilUstRAÇão 65. REgião do BAiXo MondEgo1

1 www.baixomondego.pt

As atuais ligações rodoviárias da A14 e da A17 ao Centro da Cidade da Figuei-ra da Foz, sede do Concelho, ligam-na aos principais corredores rodoviários nacionais e a Espanha. As ligações ferroviárias encontram-se atualmente garantidas, via Alfarelos ou Coimbra, à linha do Norte e consequentemente às ligações internacionais. Distando cerca de 180 Km de lisboa, 120 Km do Porto e 40 Km de Coimbra, possuiu uma localização estratégica e central no contexto geográfico nacional. Mauzinho

Com uma excelente acessibilidade a lisboa e Porto, cerca de 90 minutos, o Município está dotado de um conjunto de acessibilidades, rodo – ferroviári-as e marítimas, que lhe conferem uma posição de destaque na Região, tam-bém potenciada pela existência de um Porto Comercial, em crescimento, e de um Porto de Recreio.

O Concelho tem uma área de 380 km2 e uma população aproximada de 63.000 habitantes. tem 18 Freguesias, das quais 7 apresentam uma extensa faixa litoral, num total de cerca 38 km de praias, a que acresce uma sig-nificativa área sob jurisdição da Administração do Porto da Figueira da Foz.

A cidade da Figueira da Foz é a segunda maior cidade do distrito, com uma área total de 379,4 km 2 e cerca de 6 2601 habitantes e resulta da agregação do aglomerado de S. julião, na colina voltada ao Rio, com o núcleo piscatório de Buarcos na enseada de Mar, tem uma extensa e contínua frente de água, rio e mar, e um conjunto diversificado de recursos turísticos e económicos, que potenciam uma forte posição estratégia na região.

Foi elevada á categoria de vila em 1771 e a 20 de Setembro de 1882 a cidade. A sua origem remonta ao século XI. Nessa altura a Figueira da Foz apresen-tava-se como um povoado da Foz do Mondego e um local de passagem para importantes portos interiores, como Montemor-o-Velho e Coimbra e mais tarde, como centro de exportação de mercadorias da região.

A Figueira está, desde sempre, através do modo de vida e atividade dos seus habitantes, intimamente ligada ao mar e ao rio, que assumiram em várias fases da sua história um importante papel na economia da região. A cidade cresceu ao longo dos séculos como povoação ribeirinha, inteiramente vi-rada para o rio Mondego, onde se desenvolvia toda a atividade portuária, piscatória e comercial.

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IlUStRAçãO 66. FREgUESIAS DO CONCElhO DA FIgUEIRA DA FOz

ilUstRAÇão67. toRRE do RElÓgio, CAstElo E EsPlAnAdA silVA gUiMARãEs NA DÉCADA DE SEtENtA2

IlUStRAçãO 68. CASINO DA FIgUEIRA NA DÉCADA DE tRINtA

IlUStRAçãO 69. CASINO OCEANO NA DÉCADA DE tRINtA3

A exploração e exportação do sal, a pesca longínqua do bacalhau, a seca e a conserva de peixe e a construção naval, hoje quase desaparecidas, foram atividades que ao longo dos tempos muito marcaram o desenvolvimento do Concelho.

A cidade iniciou a sua expansão e evolução no séc. XViii, com o desenvolvi-mento do porto e da indústria de construção naval. junto ao mar ficavam dunas, palheiros e pardieiros escassamente habitados e a estrada que le-vava a buarcos. O seu crescimento continuou no séc. XIX com a abertura de novas vias de comunicação e a consequente afluência de veraneantes. No final do século XIX foi decidido desenvolver a Figueira da Foz como zona balnear, nomeadamente a área que vai hoje do Jardim Municipal à Avenida Marginal.

Foi nesta altura, na transição do século XIX para o Século XX, que surge o bairro Novo como um espaço urbano de vocação balnear, à imagem das estâncias balneares francesas de biarritz e Arcachon.

A construção do bairro, então designado por bairro Novo de Santa Catarina, foi iniciada por iniciativa da “Companhia Edificadora Figueirense”, que em 1868 lançou o respetivo Plano de Construção de malha reticulada, para uma plataforma elevada sobranceira ao mar e ao rio e que tem por remate uma imensa “ varanda panorâmica”, depois designada por Esplanada Silva gui-marães. Um conjunto de construções, destinadas ao alojamento e ao diver-timento dos banhistas (hotéis, restaurantes, bares e lojas) foi preenchendo uma malha urbana equilibrada, que se consolida através do tempo sobr-etudo pelas linguagens arquitetónicas propostas.

O bairro Novo tornou-se numa das áreas mais distintas e conhecidas da cidade.

Neste período surgem também alguns dos ex-libris da cidade como a torre do Relógio, Forte de Santa Catarina, Casino Oceano, esplanada e castelo Silva guimarães.

Em 1927 foi inaugurado o Casino da Figueira da Foz, o mais antigo da Penín-sula Ibérica.

Com a instalação das indústrias de pasta de papel e de fabrico de papel, com a Celbi em 1965 e a Soporcel em 1984, e a recuperação económica da Vidreira do Mondego a partir de 1987, hoje integrada na multinacional saint – gobain, o Concelho retomou uma nova dinâmica no seu desenvolvimento económico, que completou a longa tradição como destino turístico de ex-celência, no país e além-fronteiras, embora atualmente a situação tenha sofrido algumas mudanças.

também na década de oitenta, mais propriamente em 1982, ano em que se comemorou o Primeiro Centenário da Elevação a Cidade da Figueira da Foz, foi inaugurada a Ponte Edgar Cardoso, que veio substituir a ponte antiga e a partir daí as embarcações passaram a conseguir passar sob a ponte. A nova ponte, que rapidamente se transformou num ex-libris da cidade, é ainda hoje considerada uma das mais bonitas e imponentes do país.

IlUStRAçãO 70. PONtE EDgAR CARDOSO

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2 http://estacaochronographica.blogspot.pt

3 http://arquivoartigospalhetas.blogspot.pt

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Por outro lado, com a melhoria das acessibilidades regionais e a instalação de alguns equipamentos estruturantes, durante as décadas de 80 e 90, verificou-se uma alteração de tendências de crescimento dos aglomerados urbanos e da própria sede do Concelho com o crescimento das periferias e abandono dos centros, que estão a ser reequacionadas na nova estratégia de desenvolvimento, em fase de implementação.

Como principais recursos turísticos e atrativos da cidade identificam-se o sol e a praia, a ampla marginal, o extenso areal. É conhecida como a “Rai-nha das Praias de Portugal” devido às suas extensas praias.

IlUStRAçãO71. PRAIA DA FIgUEIRA DA FOz

Complementando os recursos naturais da Figueira da Foz e fazendo desta cidade um destino de férias agradável e pleno, acrescenta-se a constante animação, os seus múltiplos espaços verdes, que convidam a agradáveis passeios, como o Parque das Abadias, da zona ribeirinha, da Serra da boa Viagem e das lagoas de Quiaios e do Bom sucesso.

Recentemente o Cabo Mondego, um promontório na serra da Boa Viagem nos arredores da Figueira da Foz, foi declarado Monumento natural na-cional. O Parque das Abadias é um dos “pulmões” da cidade e um local de lazer. Este Parque atravessa a cidade ao meio, indo desde a zona norte da cidade, até ao Jardim Municipal, que sofreu recentemente, intervenções de remodelação.

A Figueira da Foz tem ainda um Património Histórico valioso: o Museu Mu-nicipal Dr. Santos Rocha com vasto espólio (coleções de arqueologia, etno-grafia africana e oriental, numismática, pintura, escultura, cerâmica e mo-biliário), a coleção de Azulejos de Delft (Casa do Paço), as inúmeras igrejas com vários elementos em talha dourada, o palácio sotto Mayor, o Paço de Maiorca, o Forte de stª Catarina e a Fortaleza de Buarcos e os vestígios arqueológicos.

A torre do Relógio (situada em frente à Esplanada Silva guimarães, na Praia do Relógio) é, igualmente, uma das referências da cidade, bem como o Forte de santa Catarina e o Palácio sotto-Mayor, que marca história numa zona mais central da Figueira da Foz.

IlUStRAçãO 72. FORtE DE SANtA CAtARINA

ilUstRAÇão 73. PAlÁCio dE sotto MAYoR

Com a recente construção do Centro de Artes e Espetáculos (CAE) a cidade ganhou notoriedade nacional no campo das artes e do espetáculo. O CAE possuiu uma sala com capacidade para 800 pessoas, inúmeras salas de exposições e um pequeno auditório apetrechado com as mais modernas tecnologias de som e imagem.

IlUStRAçãO 74. CENtRO DE ARtES E ESPEtÁCUlO CAE

Devido às condições naturais e ao equipamento turístico, a Figueira da Foz impôs-se como estância balnear, não apenas para a zona centro de Portu-gal, mas também para famílias de todo o país e turistas dos quatro cantos do mundo, em especial espanhóis.

Desde sempre que o conjunto de recursos naturais de qualidade – Rio, Estuário, Mar, serra e lagoas - e valores patrimoniais diversificados po-tenciaram à Figueira da Foz a possibilidade de competir com outras áreas territoriais na captação de funções centrais e atividades de âmbito cultural, científico, de recreio e lazer e em particular no turismo, sector em que o Município sempre se constituiu como um marco de referência e de tradição regional, nacional e também além – fronteiras.

No entanto as características particulares da cidade, algumas modificações e a transformação dos hábitos de procura do segmento do turismo, à se-melhança do que vem acontecendo em muitas outras cidades do litoral, contribuiu para que nos últimos anos se fosse manifestando alguma perda da sua atratividade. Processo que a Autarquia procura necessariamente in-verter, através da colmatação de algumas fragilidades instaladas, nomea-damente ao nível da degradação do edificado das áreas urbanas centrais e da desvitalização do seu comércio tradicional.

1.2REAbIlItAçãO URbANA DA

CIDADE

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Foi na década de 80 que se verificaram as primeiras ruturas na escala ar-quitetónica e nas suas funcionalidades do bairro Novo. A posterior perda de residentes e a fragilização do comércio tradicional, que conferia grande animação ao bairro Novo, surge na sequência da criação de novas grandes urbanizações na Cidade, a par com a perda demográfica verificada em todo o Concelho e com a diminuição de procura no sector do turismo.

Com o crescimento acelerado da Cidade da Figueira da Foz para fora do seu centro urbano tradicional, decorrente da urbanização acelerada ocorrida nos anos 80 e início de 90 do século XX, acrescida da perda demográfica ve-rificada nas últimas décadas e do crescente fator de sazonalidade verificado nas frentes urbanas litorais, tornou-se evidente esta perda de dinâmica e de competitividade na recuperação de todo o seu tecido urbano central.

Fenómeno que se pretende alterar potenciando as boas condições naturais, económicas e sociais, e qualidade de vida existentes na Figueira da Foz, fatores determinantes para a aposta numa posição competitiva de Cidade Média na Costa Atlântica nacional. Um desafio que a Autarquia tem vindo a assumir no decurso dos últimos anos.

Nomeadamente com o enquadramento do Concelho da Figueira da Foz na Comunidade intermunicipal do Baixo Mondego, são assumidos para este Município um conjunto de Projetos considerados de importância supra-municipal, que integram o respetivo Plano territorial de Desenvolvimento do Baixo Mondego, nomeadamente no que toca à valorização dos recursos endógenos da Região e em particular à promoção e integração do turismo, cultural e de natureza, na valorização de toda esta área territorial.

A Autarquia tendo como principal objetivo a implementação de uma estra-tégia integrada de desenvolvimento sustentável do Concelho e o aumento da qualidade de vida dos seus habitantes, foi definido um Plano de Desen-volvimento Estratégico para o Município, acompanhado do lançamento do processo participativo da Agenda 21 local, a par com o retomar do desen-volvimento do processo de revisão do Plano diretor Municipal e de outros instrumentos de gestão territorial.

Potenciar a vertente do turismo, numa ótica de um desenvolvimento sus-tentado, que permita dar o necessário suporte programático para também enquadrar as propostas que vierem a ser equacionadas para a Praia da Figueira – Buarcos, no âmbito da revisão do PooC ovar – Marinha grande, e a definição de um conjunto de projetos de renovação do espaço público e da frente edificada marginal, da malha consolidada de buarcos e em parti-cular do bairro Novo, é o que efetivamente a Autarquia pretende concretizar com um conjunto de projetos que tem vindo a lançar e no qual o presente concurso também se enquadra.

o Município encontra-se igualmente, desde 2009, envolvido na implemen-tação de um Projeto de Regeneração Urbana ao longo da frente ribeirinha do Estuário do Mondego até à frente marítima, ao abrigo do Programa das Parcerias para a Regeneração Urbana do Programa Operacional do Centro.

Esta intervenção tem como principal aposta a requalificação de toda a marginal Ribeirinha, na vertente lúdico-ambiental e de fruição do Estuário do Mondego, integrando a criação de novos espaços públicos e de lazer e pequenos equipamentos associados, em toda a área envolvente do Porto de Recreio e Forte de santa Catarina, a reabilitação do Mercado Municipal, e o reordenamento da circulação e do estacionamento em toda esta zona e bairro Novo.

A requalificação urbana da Cidade, já em curso, deverá ser necessaria-mente articulada com todas as outras propostas que se venham a desen-volver para a sua restante malha urbana, entendida como espaço contínuo, sendo orientadas no sentido de melhor favorecer e explorar o capital de diferenciação e as sinergias a retirar da relação entre os espaços urbanos de frente de Rio e de frente de Mar, favorecendo a sua ligação.

Estão atualmente a ser desenvolvidas ações numa área de intervenção de 400000 m2 centrada em três unidades de ação, nomeadamente:

• Requalificação do Mercado Municipal e Área Envolvente

• Requalificação da Área Envolvente do Forte de santa Catarina

• Revitalização do Bairro novo

Com este conjunto de intervenções o Município pretende regenerar a área de intervenção, contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos figuei-renses e para o aumento da competitividade e atratividade da cidade.

ilUstRAÇão 75. idEntiFiCAÇão dA ÁREA dE intERVEnÇão do PlAno MUniCi-PAl E ObRAS A SER REAlIzADAS PElA AUtARQUIA

U1. REQUALIFICAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL E ÁREA ENVOLVENTE

Entidades envolvidas: Câmara Municipal da Figueira da Foz; Estruturas e investimentos do Mondego, sA

Enquadramento: o Mercado Municipal surge como um ponto de confluên-cia diário de grande parte dos habitantes da cidade, é símbolo desta e ícone do bairro Novo. Este e a sua zona envolvente permitem fazer a ligação da zona oeste da cidade com a zona balnear oceânica e de lazer fluvial, consti-tuindo um eixo de penetração importante no bairro Novo.

Contudo, esta é uma zona caracterizada por grande incoerência e desequilí-brio urbanístico, possuindo algum edificado abandonado (Edifício das Frei-rinhas, Edifício “trabalho”) e espaços públicos descaracterizados, sendo que o próprio Mercado necessita de algum reaproveitamento funcional dos seus espaços e de uma forte intervenção de modernização e conservação.

Características dos Projetos: Corresponde a uma área de construção de 6780 m2, de superfície soberta de 4800 m2 e 3350 m2 em arranjos exterio-res, onde se caminha para consolidar uma estrutura centenária como a do mercado e ampliar a sua área útil, através da: renovação dos revestimentos exteriores e das coberturas centrais; criação de lojas e módulos de venda interior e respetivos acessos mecânicos e estáticos (escadas rolantes e es-

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cadas); renovação dos módulos comerciais e bancas operadoras; disponi-bilização de 350 bancas de venda de hortifruticulturas e flores e 27 ilhas para pescado; requalificação geral da envolvente exterior com tratamento de espaços verdes, incluindo instalação e equipamentos urbanos.

U2. REQUALIFICAÇÃO DA ENVOLVENTE DO FORTE DE SANTA CATARINA

Entidades envolvidas: Câmara Municipal da Figueira da Foz; Administração Porto da Figueira da Foz, SA; tennis Club da Figueira da Foz

Enquadramento: A intervenção a ser desenvolvida para a envolvente do Forte de Santa Catarina, imóvel classificado e de grande valor simbólico na história da Cidade da Figueira da Foz, estende-se a toda a área compreen-dida entre a torre do Relógio, a Esplanada Silva guimarães, o atual Porto de Recreio e a frente do Mercado Municipal.

Características dos Projetos: Corresponde a uma área de intervenção de 8,3 hectares, onde se pretende requalificar 280m de Frente de Rio; criar uma área de 1,3 hectares de espaços verdes, com plantação de 170 árvores e 130 arbustos; criar 1000 m de percursos pedonais e 570 m de ciclovia; aumentar e organizar o estacionamento com 135 novos lugares; melhorar de aspetos paisagísticos e de segurança local; fazer o reordenamento ro-doviário da Avenida de Espanha e tornar pedonal a Rua Engenheiro Silva e Avenida 25 de Abril; criar espaços de lazer, incluindo anfiteatro ao ar livre e um espelho de água.

U3. REVITALIZAÇÃO DO BAIRRO NOVO

Entidade envolvidas: Figueira Parques, EM

Enquadramento: A regeneração urbana deve conciliar a intervenção física de grande porte em espaços e edifícios com componentes interpretativas e de mobilidade.

Ou seja, a forma como se define os espaços e a sua legibilidade é impor-tante na medida em que se incute uma compreensão mais cuidada desses espaços, uma apreensão das suas potencialidades, e um maior conforto e atratividade no seu atravessamento e fruição.

Espera-se, deste modo, facilitar os fluxos no interior do bairro Novo, re-solvendo alguns problemas de funcionalidade de tráfego e estacionamento

Características dos Projetos: Corresponde a uma área de cerca de 5,3 hec-tares onde se pretende melhorar o estacionamento, transito e mobilidade contribuindo para a dinamização do bairro.

O bairro Novo escolhido pela autarquia como enquadramento da estraté-gia de desenvolvimento urbano, nomeadamente no Projeto de Parcerias de Regeneração Urbana foi considerado como uma oportunidade para voltar a enquadrar nesta urbanização o lançamento do Projeto-piloto da CIP.

O objetivo estabelecido foi o de dotar a autarquia com um portefólio de idei-as fundamentadas como estudos prévios, que permitissem regenerar os espaços escolhidos, e que uma vez analisada a sua viabilidade por equipas mistas da CIP e da Autarquia, se tornasse possível atrair a iniciativa privada para a sua implementação.

A zona de enquadramento do projeto CIP, o bairro Novo, localiza-se na área

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2.1

MEdidAs dE REgEnERAÇão

DEFINIçãO DAS ÁREAS PIlOtO

urbana da Cidade da Figueira da Foz, nas Freguesias de S. julião e está delimitada a poente pela Avenida 25 de Abril (marginal da Praia), a sul pela Rua Engo. Silva, a nascente pelo Passeio Infante D. henrique e a Norte pela Rua Alexandre herculano, encontrando-se toda ela abrangida por um Plano de Pormenor, em vigor desde 2008.

De acordo com as orientações definidas para a seleção das áreas piloto, procurou-se identificar dentro desta zona, áreas mais restritas, onde o con-ceito defendido de regeneração urbana, pudesse ser diretamente aplicado, em função de temáticas aglutinadoras e complementares.

Dentro do perímetro alargado definido, foram delimitadas três áreas piloto consideradas prioritárias e capazes de potenciar uma intervenção que de uma forma gradual no futuro poderão funcionar como casos a replicar a todo o perímetro do bairro Novo e consequentemente à Cidade.

Esta atividade teve por base um trabalho de equipa, que envolveu técnicos da Autarquia, da CIP, da ACIFF e do CEC e um levantamento detalhado no terreno, para estudar a influência direta que tem o mar e o rio, a atividade marítima e a utilização balnear, como elementos identificadores e estrutu-rantes do bairro Novo e outros aspetos julgados pertinentes para levar em linha de conta nomeadamente:

• A diversidade de épocas construtivas presentes e os variados modelos es-téticos representados nos imóveis, do formalismo da Arte Nova e Art Deco ao Modernismo, bem como as diversas tipologias de construção associadas;

• A forte ligação entre os diversos quarteirões que garante a evidente uni-dade urbana;

• A relação de escala do edificado com o espaço público urbano, a escala de rua;

• As características de alguns equipamentos urbanos que lhe conferem particular identidade, nomeadamente o Mercado, o Casino, bem como ou-tros que se apresentam em áreas de proximidade, tendo como exemplo a Piscina de Mar, o grande Hotel (hoje Hotel Mercure) e o Jardim Municipal ou o tribunal;

• A perda de residentes e o aumento de uso urbano claramente sazonal

• A multiplicidade e complementaridade das funções urbanas que foram existindo e o seu desaparecimento na atualidade;

• As variadas tipologias de construção utilizadas,

• o significativo número de equipamentos urbanos distribuídos pelo Bairro

Face ao trabalho realizado, foi decido, no enquadramento urbano do bairro Novo, que as áreas a submeter a projeto seriam as seguintes:

ÁREA A, delimitada pela Esplanada Silva guimarães, a poente, Rua Cândido Reis, a norte, Rua da liberdade, a nascente, e Rua Engenheiro Silva, a sul. onde se incluem os edifícios do Município, na esplanada, e o antigo edifício da jAPFF;

ÁREA B, delimitada pela Rua bernardo lopes, a poente, Rua Francisco António Diniz, a norte, Passeio Infante D. henrique, a nascente, e Rua En-genheiro Silva, a sul. Que integra o antigo hotel hispânia, o edifício adja-cente ao Mercado, o Conservatório de Música e a moradia da esquina da Rua bernardo lopes;

ÁREA C, delimitada pela Rua bernardo lopes, a poente, Rua Cândido Reis, a norte, Passeio Infante D. henrique, a nascente, e Rua Francisco António

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Diniz, a sul. Que integra o edifício “habiserve”, o edifício “trabalho” e o Cen-tro de Diversões.

A seleção de áreas piloto para o estudo, prendeu-se com o facto de se en-tender prudente focar a análise em determinados locais considerados es-tratégicos, possibilitando assim a apresentação não só de soluções para intervenção física, mas também da seleção de temas que enquadrem a cria-tividade para a produção de ideias de recuperação do edificado e o estabe-lecimento de atividades comerciais, lazer cultura, turismo e habitação para arrendamento, em torno desses temas.

tendo por base uma análise sumária do tecido urbano, dos seus constrangi-mentos e potencialidades, e as inter-relações e necessária articulação com as intervenções iniciadas pelo Município, foram assumidas pela equipa, que as ideias a produzir para as três áreas piloto teriam de se submeter às seguintes temáticas:

ÁREA A – ORIENTADA PARA A TEMÁTICA DO TURISMO E LAZER.

O conjunto de edifícios com frente para a Esplanada Silva guimarães, dos quais o designado Castelo já se encontra a ser intervencionado, os espaços de restauração e similares existentes na parte inferior da esplanada, o posi-cionamento estratégico deste conjunto urbano como espaço de “ rótula” entre a frente de mar e a frente ribeirinha e a sua ligação adjacente ao percurso pedonal mais intenso e emblemático de toda a zona, o Picadeiro, potenciam o incremento de atividades associadas ao lazer, bem como es-paços de diversão e esplanadas que permitam contrariar os efeitos da sa-zonalidade manifesta.

2.2 VoCAÇÕEs

IlUStRAçãO 76. ÁREA A

IlUStRAçãO 77. ÁREA b IlUStRAçãO 78. ÁREA C

ÁREA B – ORIENTADA PARA A TEMÁTICA DA HABITAÇÃO PARA ARENDA-MENTO E HOTELARIA

Nesta área é manifesta a componente habitacional unifamiliar e multifa-miliar (edifício Mondego) associada a funções complementares, onde se integram a unidade de ensino do Conservatório de Música, o Mercado Mu-nicipal, o edifício adjacente ao Mercado com um projeto para habitação mul-tifamiliar, e o tradicional hotel hispânia recentemente encerrado.

A frente de quarteirão voltada para o Rio e para a zona da Marina, na con-tinuidade do Mercado Municipal, pela qualidade do edificado existente e pelo seu enquadramento paisagístico, reúne igualmente um forte potencial para a regeneração desta malha urbana.

ÁREA C – ORIENTADA PARA A TEMÁTICA DO COMÉRCIO E SERVIÇOS

Esta área integra os edifícios “habiserve”, “trabalho” e Centro de Diversões, que estando devolutos poderão potenciar uma intervenção dinamizadora de atividade comercial e de serviços, e do próprio espaço público envolvente, a que não deverá ser alheia a presença de proximidade do Casino, do Mercado Municipal (em reabilitação) e mesmo do amplo Jardim Municipal, onde se localizam edifícios de serviços de particular importância, como é o caso dos Ctt, da Pt Comunicações, do tribunal e Conservatória do Registo Civil. A particular localização da Rua joão de lemos, adjacente ao edifício “tra-balho”, não deverá ser descurada na sua função de “ charneira”, na interli-gação entre a área C e b.

Das três áreas piloto definidas considerou-se que a área C assumia par-ticular importância para o projeto em causa pela presença e localização estratégica do edifício do trabalho beneficiado por três frentes de rua (Rua Cândido dos Reis, Rua joão de lemos e Rua Francisco António Dinis) e pela área de construção que lhe está associada. No entanto este edifício datado da década de oitenta, elevado estado de degradação e com uma volumetria e conceção arquitetónica desajustada com a envolvente, apresenta carac-terísticas passiveis a ser reabilitado e adquirir novas funções contribuindo para a sua valorização económica.

Foram apresentados em sessão pública, aos proprietários e moradores das áreas piloto para os envolver e informar, os objetivos do projeto e os temas escolhidos como enquadramento para a criação de ideias relacionadas com a regeneração dessas áreas. Na sessão foi lançado o desafio para a sua participação ativa no processo produzindo sugestões para ações concretas a desenvolver.

3AUSCUltAçãO PÚblICA

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Foi produzido um Regulamento para lançamento de uma auscultação à população visando a recolha de ideias de regeneração para as áreas piloto escolhidas.

Pretendia-se que estas ideias representassem a visão da população que vive na cidade todos os dias, e em particular dos residentes na zona de in-tervenção, para auxiliar o trabalho dos profissionais que irão apresentar propostas para o Plano de Regeneração Urbana.

As propostas a apresentar deveriam não só sugerir ideias capazes de pro-mover a preservação do património e da memória local, mas também de criarem novas dinâmicas sociais económicas e empresariais que ajudas-sem a dinamizar os locais, a urbanização e a própria cidade da Figueira da Foz como um todo.

A auscultação foi lançada no dia 11 de junho de 2012 tendo a sua conclusão sido fixada para o dia 13 de julho de 2012.

Infelizmente a recetividade registada aos apelos feitos durante o período previsto para esta atividade, não contribuiu para a participação da popu-lação, não tendo sido rececionado nenhum contributo ou proposta, condu-zindo a que os objetivos desta ação não puderam cumpridos.

Foi lançada uma iniciativa de Concurso de Conceção de Ideias dirigido a instituições de ensino superior na área da arquitetura, com o principal obje-tivo de recolher e valorizar ideias diferenciadoras, que pudessem ser utili-zadas para posterior definição de um Plano de Regeneração Urbana para as áreas piloto.

Foi produzido um Regulamento específico para o lançamento deste con-curso.

As propostas apresentadas deveriam sugerir ideias para promover a preservação do património e da memória das áreas piloto dentro dos temas definidos e também serem capazes de dar um contributo de contempora-neidade e inovação, visando criar novas dinâmicas para estes espaços e, desta forma, potenciar e alavancar o processo de Regeneração Urbana e dinamizar social e economicamente a cidade da Figueira da Foz.

Foi celebrado um Protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal da Figueira da Foz e o Centro Regional das Beiras (Viseu) da Universidade Católica Portuguesa, em Novembro de 2011, para que no âmbito do mesmo os alunos da licenciatura em Arquitetura, especificamente nas disciplinas dedicadas à regeneração urbana, no ano letivo de 2011-2012, estudassem com detalhe as áreas piloto abrangidas pelo Projeto.

O concurso de ideias dirigido aos estudantes desta Universidade foi fixado para decorrer de 16 de julho a 14 de Setembro de 2012.

no entanto o curso de arquitetura do Centro Regional das Beiras (Viseu) da Universidade Católica Portuguesa foi descontinuado a meio do ano letivo e o Departamento de Arquitetura viu-se obrigado a interromper os trabalhos entretanto iniciados.

Posteriormente foi tentado envolver a Faculdade de Arquitetura da Univer-sidade de Coimbra, que tem um historial de colaboração com a Camara da Figueira em iniciativas deste tipo. todavia o adiantado do ano letivo impediu que o corpo docente pudesse vir a dar o seu assentimento ao envolvimento dos alunos nesta iniciativa. Por estes motivos os objetivos desta ação não puderam ser cumpridos.

Foi lançado em dezembro de 2012 pela Câmara Municipal da Figueira da Foz, um Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana das zonas piloto, com data limite fixada para apresentação de propostas foi o dia 4 de janeiro de 2013, com o intuito de procurar soluções e promover a reflexão e o debate sobre as +áreas piloto.

Procurava-se valorizar ideias inovadoras e diferenciadoras, apresenta-das sob a forma de estudo prévio que possam ser utilizadas na posterior definição de um Plano de Regeneração Urbana para as áreas selecionadas dentro do seu perímetro.

Foi produzido um Regulamento para o lançamento de um concurso público de ideias para as áreas piloto, que estabeleceu que as ideias a apresen-tar deveriam clarificar devidamente o papel que o bairro Novo deveria as-sumir, no âmbito da sua regeneração, enquanto parte integrante da Cidade, e as relações que deveriam ser estabelecidas e / ou fortalecidas com as intervenções de reabilitação do Mercado Municipal e da Frente Ribeirinha e Forte de santa Catarina, que a Câmara Municipal está a levar a efeito, bem como de outros espaços urbanos de proximidade.

A iniciativa foi destinado a:

• Profissionais independentes ou empresários em nome individual habilita-dos a exercer a atividade de elaboração de estudos e projetos de Arquitetura em Portugal, com inscrição válida na Ordem dos Arquitetos;

• Pessoas coletivas cujo objeto social abranja a atividade de elaboração de estudos e projetos de arquitetura, tendo, obrigatoriamente, nos seus qua-dros, técnico(s) com a habilitação profissional exigida no ponto anterior.

• Profissionais de outros Estados-Membros da União Europeia puderam em igualdade de circunstâncias com os de nacionalidade portuguesa apre-sentar as suas ideias, desde que garantissem as qualificações profissio-nais equivalentes às exigíveis em Portugal para o desempenho da respetiva profissão. Deveriam garantir a inscrição numa associação profissional con-génere, assim como a posse de habilitações académicas equivalentes.

As propostas deveriam ser passíveis de potenciar:

• A revitalização do tecido económico e social que lhe está associado, por via da criação de novos fatores de competitividade, inovando e apresentando novas ofertas que permitam fixa população e atrair visitantes;

• A requalificação do ambiente urbano, incluindo a proteção e valorização do espaço público e do edificado, o aumento da mobilidade integral dos ci-dadãos e a garantia de segurança urbana;

• A exploração de fatores identitários e de potenciais recursos, pela criação de espaços temáticos e de novos conceitos de uso urbano;

• Uma ampla fruição do Bairro novo, como espaço público de excelência capaz de contribuir para o aumento de competitividade da Cidade.

O estudo deveria necessariamente abordar as relações de circulação urba-na, trânsito automóvel e estacionamento, continuidade de espaço público, articulação com a estrutura ecológica urbana, nomeadamente com o jar-dim Municipal e o Parque das Abadias, e com as relações de fruição pública das frentes de Rio e Mar.

O potencial de qualificação urbana existente impôs uma particular aten-ção à heterogeneidade do edificado e à relação espaço construído / espaço público no que toca à escala e ao conteúdo das intervenções propostas. Entendeu-se, assim, que o processo de regeneração urbana, para além da

4EnVolViMEnto dE institUiÇÕEs dE ENSINO SUPERIOR

5EnVolViMEnto dE PRoFissionAis NACIONAIS E INtERNACIONAIS DE

ARQUitEtURA AtRAVÉs dA oRgAni-zAçãO DE CONCURSOS PÚblICOS

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criação de fatores de competitividade e da consequente melhoria das com-ponentes económica e social, deveria necessariamente garantir também a valorização da imagem do edificado, a mobilidade integral a todos os ci-dadãos e a segurança urbana, ou seja a total requalificação do ambiente urbano

Existiram alguns condicionantes relativamente aos candidatos:

• os membros de um grupo concorrente não poderiam participar simulta-neamente a título individual ou integrar diferentes agrupamentos de concor-rentes, subscrevendo, simultaneamente, diferentes trabalhos de conceção.

• Cada participante deveria formar uma Equipa de Projeto, constituída obrigatoriamente por um arquiteto, autor do projeto ordenador, e por todos os técnicos que considere indispensáveis para o desenvolvimento do tra-balho de Conceção.

• não podem ser participantes as entidades singulares ou coletivas que se encontrem em qualquer situação de impedimento legal, de acordo com a legislação em vigor para os concursos públicos.

• Foram ainda impedidos de participar os membros do Júri, colaboradores, peritos e consultores e funcionários e agentes da Autarquia e outras enti-dades singulares ou coletivas que, por quaisquer circunstâncias, tivessem acesso a informação privilegiada ao procedimento lançado.

Pretendeu-se que as ideias e propostas apresentadas fossem financeira-mente racionais e sustentáveis em termos económicos, devendo ser obje-to não só de uma estimativa global da intervenção, mas também, sempre que possível de valores parcelares, relativos às várias áreas e componentes programáticas que integram a proposta, de modo a permitir um trabalho posterior da equipa mista dos técnicos da camara com a equipa de projeto da CIP para apurar a viabilidade da sua implementação.

Não havendo intenção da autarquia efetuar os investimentos relativos às intervenções propostas, pretendeu-se que as soluções distinguidas fossem capazes de aliciar parceiros privados que promovam a sua execução.

A viabilização da execução das propostas poderá passar também por uma intervenção faseada, no tempo e/ou no tipo de investidor, mantendo a coe-rência do trabalho e respeitando o programa em causa.

Para além do Análise da viabilidade económica o Concurso de Conceção também se enquadrou nos instrumentos de gestão territorial, tais como:

• Plano Regional de ordenamento do território do Centro / PRot aprovado em Conselho Regional do Centro em 2001.05.09 (ainda não publicado).

• Plano de ordenamento da orla Costeira (PooC) ovar-Marinha grande / PEot ratificado pela Resolução do Conselho de Ministros nº 142/ 2000, pub-licada a 20 de Outubro de 2000, com processo de revisão em curso.

• toda a área de praia e frente marginal é abrangida pelo PooC, sendo clas-sificada na respetiva planta de síntese e planta de condicionantes.

• Plano diretor Municipal da Figueira da Foz / PMot ratificado pela Reso-lução do Conselho de Ministros nº 42/ 94, publicada a 18 de Junho de 1994, com processo de revisão em curso.

• Plano de Urbanização da Figueira da Foz / PMot ratificado pela Portaria nº 519/ 95, publicada a 31 de maio de 1995, com processo de revisão em curso.

• Plano de Pormenor do Bairro novo / PMot com deliberação nº 441/2008,

publicada em 19 de Fevereiro de 2008:

A sua localização, implantados na malha edificada, do bairro Novo e envol-vente que levantaram outras condicionantes, devido ao facto de existirem alguns imóveis classificados e respetivas zonas de proteção que importa referir:

• grande Hotel e Piscinas, classificados como imóveis de interesse Público pelo dec. nº 5/2002, de 19 de Fevereiro;

• Forte de sta. Catarina de Ribamar, classificado como imóvel de interesse Público pelo decreto nº 44075 de 5 de dezembro de 1961, cuja zona de pro-teção ainda abrange uma pequena área do “Parque das gaivotas”;

• Capela de sta. Catarina, classificada como imóvel de interesse Público pelo decreto nº 44075 de 5 de dezembro de 1961;

• Esplanada silva guimarães / Castelo Engenheiro silva, Antigo turismo e Casa das Conchas, no conjunto classificados como Imóvel de Interesse Municipal por despacho de 14 de outubro de 1999;

• torre do Relógio, classificada como imóvel de interesse Municipal por Despacho de 15 de maio de 2003;

• Edifício do “Casino oceano”, classificado como imóvel de interesse Mu-nicipal por Despacho de 15 de maio de 2003;

• Edifício do “ Centro de diversões”, classificado como imóvel de interesse Municipal por despacho de 15 de maio de 2003;

• Mercado Municipal, classificado como imóvel de interesse Municipal por despacho de 4 de Março de 2002;

• Casa do Paço, classificada como imóvel de interesse Público pelo decreto nº 47508 de 24 de Janeiro de 1967;

• Edifício dos Ctt da Figueira da Foz, classificado como imóvel de interesse Público pelo Decreto – lei 173 / 2006 de 24 de agosto;

• ZEP / Zona Especial de Proteção de imóvel de interesse Público, abran-gendo o Edifício dos Ctt e a Casa do Paço, delimitada por despacho de homologação de 2010.01.19.

A iniciativa foi publicitada no Diário da República e no jornal Oficial da União Europeia, no site da Câmara Municipal da Figueira da Foz, no site do projeto e no site da ACIFF – Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, bem como na Plataforma de Compras Públicas “ CONStRUlINK”

A iniciativa mereceu também o apoio da Companhia de Seguros Açoriana sA que, através de patrocínio celebrado com o Município, assumiu o paga-mento de um prémio simbólico ao trabalho selecionado como vencedor e de uma Menção Honrosa a atribuir.

Foi nomeado um júri para apreciação das propostas que incluiu represen-tantes do Município da Figueira da Foz, da ACiFF, da CiP e de um represen-tante da Ordem dos Arquitetos, Secção Regional do Norte.

A avaliação dos trabalhos pelo júri obedeceu a uma grelha de avaliação es-pecificamente criada que considerou três fatores principais com as ponde-rações indicadas

1. Originalidade, inovação e pertinência global da solução programática e conceptual proposta, expressa como uma mais-valia para a cidade, tendo em conta a importância da área em estudo (40%)

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2. Exequibilidade financeira e económica da solução (30%)

3. Qualidade geral da solução arquitetónica e urbana (30%)

O fator de avaliação compreendia os seguintes subfactores:

a) Integração e articulação da solução proposta com a respetiva envolvente;

b) Capacidade de valorização e atratividade;

c) Observância das condicionantes referidas no Programa Preliminar e ane-xos.

O fator de avaliação compreendia como subfactores respetivamente:

a) Relação do custo da intervenção com as soluções de sustentabilidade propostas ;

b) Faseamento espacial e temporal da Intervenção.

O fator de avaliação compreendia como subfactores:

a) Reforço da estrutura morfológica do tecido urbano e da sua qualidade ambiental e formal;

b) Resposta às questões de estacionamento e circulação viária, tendo em conta os diversos equipamentos existentes e a propor;

c) Qualidade estética e inovação tipológica e construtiva das novas inter-venções.

No decorrer do processo do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana do bairro Novo a participação e dinamização da equi-pa de projeto da CIP foi constante mantendo uma relação de proximidade, cooperação, apoio e colaboração com todos os intervenientes, nomeada-mente no apoio aos potenciais candidatos para apoio e esclarecimento dos objetivos, vocações das áreas piloto, preocupações com sustentabilidade económica e potenciais programas, apoios e incentivos que pudessem exis-tem de forma a permitir e otimizar a concretização das propostas a elabo-rar.

Concluído o prazo fixado para o concurso foram rececionadas e considera-das válidas pelo júri cinco propostas que foram submetidas ao processo de avaliação pelo júri nomeado

Concluído o processo de avaliação, o júri distinguiu uma proposta vencedo-ra, sem atribuir menções honrosas, que irá em conjunto com as restantes avaliadas servir para atrair investidores para a sua concretização e promo-ver a reflexão e o debate acerca da Regeneração Urbana do bairro Novo da Figueira da Foz, considerando um conceito alargado à sua envolvente, para que se possam encontrar soluções que potenciem a revitalização e valori-zação deste local.

Foi organizado um evento onde foi para apresentação pública de todas as ideias e sugestões recebidas e premiadas, pelo júri nomeado com base em regulamentos produzidos, no dia 26 de Março de 2013 na sede da AEP em Matosinhos.

Posteriormente o Município da Figueira da Foz propôs-se promover os pro-jetos resultantes desta iniciativa divulgando as ideias e os objetivos pro-curando potenciais investidores que possam viabilizar a sua realização.

As cinco propostas classificadas como resultado do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana das áreas piloto do bairro Novo foram as seguintes:

Proposta 02 – Vencedora

Esta proposta pretende criar incentivos à localização de empresas nos edi-fícios devolutos do bairro Novo ou mesmo a reconversão de edifícios exis-tentes, através da redução de taxas municipais ou de outros benefícios.

Defende que a instalação de multiplicidade de atividades associada a grandes marcas empresariais e/ou a novas incubadoras de empresas con-tribuiria para a dinamização das áreas abrangidas pela mesma e a procura de elementos complementares, tais como a procura da habitação próxima ao local de trabalho.

Estratégia e objetivos da proposta

Como objetivos de ação propôs:

• Requalificar e dinamizar o eixo comercial da Rua Cândido dos Reis, pro-longando o caracter pedonal da Rua até ao Jardim Municipal e procedendo à uniformização de pavimentos e mobiliário urbano;

• Regenerar urbanisticamente os quarteirões do Centro de diversões e do Edifício trabalho, promovendo a correção das assimetrias do edificado e melhoria dos arranjos exteriores;

• Formalizar espaços verdes e zonas de estadia qualificados em diferentes pontos da área de intervenção e reforço da arborização nos principais eixos;

• Requalificar o património, visando a melhoria da imagem urbana e incen-tivo do turismo cultural;

• definir um programa que vise minorar o impacto de edifícios dissonantes (edifício “trabalho” e das finanças);

• Reforçar as áreas de estacionamento de forma a potenciar a deslocação ao centro e a fixação de atividade e população.

De seguida detalham-se as propostas definidas para as Áreas piloto A, b e C:

Área A: Para esta área a Proposta pretende incrementar novas atividades ligadas ao turismo e ao lazer, com a criação de novos espaços de diversão, esplanadas e outros elementos que promovam e aumentem a permanência dos utentes e contrariem a sazonalidade característica da urbanização.

Como ação apresenta a requalificação dos espaços de transição (no que se refere à zona de estacionamento adjacente à Esplanada Silva guimarães, frente ao hotel Costa de Prata) nomeadamente:

• Apresentar instalações artísticas provisórias na Rua Cândido Reis

• Criar um largo com identidade própria, combinando estacionamento com áreas de lazer arborizadas, funcionando como zona de transição entre a Esplanada Silva guimarães e o bairro Novo.

• Apostar no comércio ao nível térreo na Rua da liberdade

• Adaptar edifícios devolutos a novos usos.

5.1PROPOStAS

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ilUstRAÇão 79. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl dA RUA Cândido dos REis

ilUstRAÇão 80. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl dA EsPlAnAdA silVA gUiMARãEs

ilUstRAÇão 82. ÁREA B, iMAgEM ViRtUAl dA RUA BERnARdo RodRigUEs

ilUstRAÇão 81. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl dA RUA dA liBERdAdEilUstRAÇão 83. ÁREA B, iMAgEM ViRtUAl dA ZonA ARBoRiZAdA dA AVEnidA 25 DE AbRIl.

Área B: Para esta área a Proposta pretende consolidar a malha urbana existente, com a construção de novos edifícios nos espaços ainda “vagos” e a requalificação dos edifícios marcantes e de valor arquitetónico, adaptan-do-os, sempre que houver possibilidade, a novos conceitos e reutilizações para usos terciários e habitacionais, numa perspetiva de dinamizar esta zona do bairro Novo, tendo em considerando a intervenção de requalifi-cação do Mercado Municipal atualmente em curso.

A intervenção procurou ainda valorizar os espaços públicos existentes, com destaque para o principal eixo de acesso e a criação de novos espaços de estadia, junto à Av. 25 Abril, nomeadamente:

• Pavimentar e intervir em elementos verdes da Rua Bernardo lopes

• Criar na proximidade da Avenida 25 de Abril e do Mercado Municipal, uma zona de fruição e lazer arborizada, associada a um quiosque cuja atividade permitirá dinamizar a vivência do espaço, com pavimentos distintos e diver-sas espécies arbustivas.

• Aproveitar o antigo Hotel Hispânia para uma unidade hoteleira associada a atividades ligadas ao mar, numa parceria entre Câmara Municipal, proprie-tário e Clube Naval.

• Reconverter o edifício Auto Peninsular num silo automóvel e construção de dois novos edifícios para colmatar malha existente e reconversão de edi-fícios devolutos a novos usos.

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Área C: Para esta área a Proposta pretende dignificar a identidade desta zona central do bairro Novo e qualificar os espaços públicos existentes, conservar e manter as características dos diversos edifícios com valor ar-quitetónico e por outro lado minimizar o impacto resultante da presença de edifícios com linguagens descontextualizadas. Nomeadamente:

• demarcar vias

• Repensar a zona pedonal entre edifício do “trabalho” e “Centro de di-versões” de forma a constituir uma zona central de diversão noturna e diur-na

• Reabilitar o edifício do “trabalho”

• demolir o edificado existente dado a sua degradação e construir uma nova frente edificada. O novo edifício deverá fazer a transição entre o edifício “trabalho” e os edifícios existentes no Passeio Infante Dom henriques, num jogo controlado de volumes e cérceas.

IlUStRAçãO 84. zONA PEDONAl ENtRE O EDIFíCIO DO “tRAbAlhO” E O CENtRO dE diVERsÕEs

Numa reflexão geral foram apontados como possíveis resultados da proposta:

• A estrutura comercial e de restauração se revitalize e passe a ter um saldo positivo;

• Exista interesse, por parte dos proprietários, em reabilitar edifícios devolu-tos, para construir novos ou simplesmente proceder a obras de conservação nas fachadas dos edifícios;

• A habitação existente destinada a uso sazonal, de 2ª habitação, passe a ter uma utilização permanente, por modo de venda ou aluguer;

• Exista interesse por quem habita os espaços em contribuir para a quali-dade dos mesmos;

• As carências de estacionamento sejam colmatadas, dada a reduzida dis-tância entre o local de trabalho vs. habitação vs. bens de consumo;

• A vivência do bairro seja revitalizada e contínua ao longo do ano.

Análise da viabilidade económica

Foi planeada a implementação das intervenções propostas para as Áreas A, b e C em duas fases, num período total de 16 meses, sendo a 1ªfase de 6 meses e a 2ª de 10 meses.

A 1ª fase integraria a zona A, numa perspetiva de qualificar a área envol-vente à Esplanada Silva guimarães, onde já se encontra em processo de requalificação o Forte de Santa Catarina, e na 2ª fase as zonas b e C, por se pretender uma intervenção conjunta, com influência na vivência do bairro Novo.

A proposta apresentada remete essencialmente para intervenções no es-paço público pelo que investimento teria que ser essencialmente a realizar pela autarquia com alguns financiamentos em regime de parceria, para com base neste investimento publico atrair o investimento privado.

Foi calculado o custo de cada fase especificando os elementos a intervir no espaço publico e edificado e enunciados os principais intervenientes.

ilUstRAÇão 85. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 2

A base de raciocínio sobre o retorno foi a de que com uma nova imagem do bairro Novo conseguida pela melhoria do espaço público, a requalificação dos edifícios e a ocupação dos espaços devolutos, as áreas piloto serão mais atrativas a investidores e comerciantes que ai se queiram instalar, bem como a novos moradores e turistas, contribuindo assim para a dinamização, desenvolvimento e retorno económico do investimento, alcançando assim a regeneração urbana do espaço.

Calculados os custos e estudados os resultados que potencialmente con-seguirão ser atingidos como retorno económico do investimento, concluiu-se que a proposta poderia vir a apresentar uma viabilidade económica posi-tiva.

PROPOSTA 01 – MENÇÃO HONROSA

A proposta definiu como estratégia, uma aposta no turismo Sénior, nomea-damente no segmento cultural e prime. Pretendeu criar uma nova dinâmica que atraia clientes para um segmento de mercado pouco explorado ao nível regional e nacional. A proposta incluiu a instalação de agentes dinamiza-dores do espaço urbano, centrados e dirigidos à terceira idade.

Esta estratégia pretendeu ser de fácil implementação, devido às caracte-rísticas e à disponibilidade de infraestruturas existentes na cidade e o seu ele-vado potencial de transformação.

Identificou como fatores potenciadores do bairro Novo para o turismo sé-nior a sua centralidade, escala humana, proximidade ao mar e característi-cas urbanísticas e arquitetónicas. Com a ocupação por este público-alvo e

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agentes e coadjuvantes associados (familiares, profissionais e prestadores de serviços, etc.), a ocupação do espaço urbano e do parque edificado seria incrementada e poderia contribuir de forma determinante para quebrar o ciclo de sazonalidade que atualmente caracteriza o bairro Novo.

Esta proposta ambiciona a sua replicação para o restante tecido urbano da cidade da Figueira da Foz

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

Propõe a instalação de um Centro de formação técnica na área da geriatria, abrangendo o sector do turismo, restauração e apoio social, que possam servir os equipamentos propostos, nomeadamente: hotelaria e restauração, serviços domiciliários; apoio técnico e social à comunidade; animação/tu-rismo sénior; nutrição sénior; etc.

O objetivo do Centro é formar profissionais para dar resposta ao variado conjunto de serviços e necessidades deste grupo etário.

A associação do bairro Novo com o centro de formação é apresentada como um elemento estratégico para a criação de um pólo tecnológico, dedicado à investigação no campo dos estudos geriátricos, potenciado para o desen-volvimento e promoção de tecnologias inovadoras para o apoio e melhoria das condições de vida associadas à terceira idade.

Defende que a ocupação por parte dos trabalhadores e estudantes destes dois equipamentos (o centro e o polo tecnológico) a par da implementação de medidas incentivam a permanência e o arrendamento económico no in-terior do bairro, contribuem para a revitalização do parque edificado exis-tente, ocupado ou devoluto, ao introduzir novos agregados familiares, pro-mover a fixação de empresas e atividades inovadoras.

Após a identificação dos núcleos funcionais de intervenção para cada área piloto estabelece critérios gerais de dimensionamento para os diferentes espaços e equipamentos, e organiza-os em quatro objetivos estratégicos que visam assegurar uma regeneração planeada e estruturada da área de intervenção:

Valorização do espaço público

• Restituir o carácter e a identidade própria, permitindo uma leitura de con-junto (com coerência do mobiliário urbano, nas soluções de pavimentos, iluminação);

• organizar o estacionamento e melhorar as condições de circulação pedonal e automóvel, dando prevalência à circulação pedonal e condicio-nando a circulação automóvel, marcando claramente as áreas de transição;

• Promover a valorização e integração paisagística das ruas, substituindo o material vegetal degradado;

• Melhorar as condições de segurança, conforto e sustentabilidade (estraté-gias de iluminação eficaz e económica com redução dos custos energéticos, de conservação e manutenção);

ilUstRAÇão 86.ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl soBRE A CAsA dAs ConCHAs nA Es-PlAnAdA silVA gUiMARãEs.

ilUstRAÇão 87.ÁREA B, iMAgEM ViRtUAl do silo AUtoMÓVEl nA RUA RAYMUn-do EstEVEs.

Criação de elementos estruturantes

• dotar os lotes vazios e o parque edificado expectante com serviços e/ou atribuir-lhes novas funcionalidades (esplanadas, espaços expositivos, áreas de estadia, etc.), distribuídos por vários pontos-chave;

• Aquisição de edifícios por entidades públicas e privadas para reabilitação e dinamização segundo o programa apresentado;

• instalar equipamentos e serviços estruturantes para dinamização do bair-ro.

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ilUstRAÇão 88. ÁREA C, iMAgEM ViRtUAl do intERioR do EdiFÍCio do “tRA-bAlhO”

ilUstRAÇão 90. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl soBRE A EsPlAnAdA silVA gUiMA-RãES.

ilUstRAÇão 89. ÁREA C, iMAgEM ViRtUAl do EdiFÍCio do “tRABAlHo” E CEn-tRo dE diVERsÕEs

Valorização do Conjunto Edificado

• Recuperar fachadas e reabilitação de edifícios de interesse patrimonial ou arquitetónico;

• Criar/restituir a imagem de identidade do Bairro novo (com base num levantamento de fachadas – arquivo histórico/documental);

• incentivar o arrendamento permanente versus arrendamento sazonal.

Promoção de relações sociais, acessos e mobilidade

• Promover uma circulação pedonal segura, confortável e livre de obstácu-los;

• Melhorar as relações sociais e de vizinhança, através da criação de es-paços de convívio e lazer e da promoção de iniciativas que apelem à inte-gração da população na dinamização do bairro.

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Esta proposta identificou o programa de apoio financeiro foi o fundo jES-SICA, com enquadramento até 2015, como o mais adequado como fonte de financiamento face ao conceito apresentado.

As medidas aqui previstas incluem um bom número de projetos potencial-mente enquadráveis pelo jESSICA, tais como: hotéis, pousada, requalifi-cação de imóveis para atividades comerciais e de serviços, bem como de edifícios com potencial turístico, reabilitação de edifícios para a construção de residências sénior, de estudantes, unidades de cuidados continuados de saúde, construção de parques de estacionamento, incubadoras de empre-sas, espaços multiusos, mercados municipais, centros de cultura, etc.

Para as medidas que não podem beneficiar do jESSICA (ex. as intervenções que se destinam à habitação) a proposta aponta como solução de financia-mento o Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), que permitiria viabilizar operações que são normalmente de maior risco ou de rentabilidade menos atrativa para o mercado. No entanto a constituição do FDU não foi apresen-tada como uma condição fundamental para a execução da proposta, mas como uma potencialidade de funcionar como um elemento estruturante e facilitador para o seu desenvolvimento a curto prazo.

A constituição do FDU requer o envolvimento de entidades com caracterís-ticas e âmbitos de atividade específicos na área e enquadramento, como por exemplo o sector bancário e financeiro, bem como outras entidades privadas e o sector público. O objetivo apresentado para o FDU foi apoiar projetos concretos (por via de concessão de empréstimos ou garantias) que imprimem o necessário desenvolvimento urbano ao qual o fundo se destina. também este aspeto foi tido em conta, sendo que a maioria dos agentes promotores do desenvolvimento urbano seriam do sector privado incluindo parcerias com entidades como a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF), po-tencialmente interessados neste instrumento.

Paralelamente indicam-se outros programas que poderiam apoiar finan-ceiramente a implementação de algumas das medidas. Apresenta ainda como aplicáveis várias medidas no quadro dos incentivos fiscais a promover pelo município, abrangendo área de reabilitação expressa no Decreto-lei 307/2009:

• isenção de emissão de licença camarária;

• isenção de iMi por períodos a definir;

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• isenção de iMt nas aquisições de edifícios com um uso destinado à habi-tação própria, permanente;

• Ficam isentos de iRC rendimentos de fundos de investimento imobiliário, os que operem de acordo com a legislação nacional, e que, entre outras condições, tenham 75% dos seus bens imóveis a recuperar em áreas de reabilitação urbana.

• dedução no iRs de encargos com a reabilitação

• isenção em taxas municipais (licenciamento, alvarás, vistorias, etc.)

• linha de crédito bonificado através de protocolo com entidade bancária;

• isenção de iMt na alienação de prédios ou de frações;

• Redução do iVA nas empreitadas de reabilitação

• Apoio técnico na elaboração de projeto e na execução de obras;

• Fornecimento de caderno de encargos e de apoio técnico para os traba-lhos.

Para além destes incentivos apresentou uma medida para promover a rea-bilitação dos edifícios que penaliza os proprietários de edifícios muito degra-dados e/ou devolutos.

• Majoração do iMi nos prédios devolutos;

• Majoração do iMi nos prédios muito degradados.

Foram ainda analisados os possíveis enquadramentos noutros programas de incentivo disponíveis com capacidade e potencialidade de cofinanciar a proposta, nomeadamente:

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Foi apresentada uma estimativa total de custos da intervenção onde foi equacionado o envolvimento e apoio de algumas entidades públicas, priva-das e programas de incentivo.

Para cada medida foi apresentado um custo e de que forma é que esse custo podia ser suportado. Na ilustração seguinte faz-se uma caracterização mais detalhada.

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ilUstRAÇão 91. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 1

Com a valorização do espaço público, ocupação dos edifícios devolutos e instalação de novas valências e equipamentos, as áreas piloto do bairro Novo ficariam providas de maior qualidade de vida, conforto e segurança e com isso conseguiriam atrair mais residentes e turistas.

Estando esta proposta virada para a terceira idade a melhoria das condições de mobilidade, iluminação, conforto e segurança contribuem decisivamente para o sucesso da intervenção e a atração de novos residentes e utilizadores das novas valências.

A equipa não conseguiu identificar com rigor o retorno face ao investimen-to identificado, tendo em conta a amplitude da ideia apresentada, todavia foi transmitido ao júri, uma vez analisados os custos, o enquadramento de todos os instrumentos de apoio financeiro possíveis de utilização para a realização das ações propostas e o potencial económico que reside nos equipamentos propostos, que a proposta iria dinamizar a área, gerar de-senvolvimento e dar um retorno económico positivo face ao investimento, concluindo-se que a proposta apresentava viabilidade económica e cumpria os objetivos de dinamização e regeneração das áreas piloto do bairro.

PROPOSTA 04 – TERCEIRO LUGAR

Esta proposta visa combater o caracter de sazonalidade desta área ur-bana; dinamizar e potencializar ocupação habitacional, turística, comércio e serviços existentes; requalificar o espaço público, pedonal e viário; criar condições para a intervenção ser feita de forma faseada e garantir exequibi-lidade financeira da proposta.

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

• Elaboração de um Regulamento do Plano de Regeneração Urbana e sal-vaguarda complementar com o plano existente para o bairro Novo, cuja fi-nalidade seria regulamentar acerca:

- Dos instrumentos que regulam a uniformização do espaço público, ocu-pação de via publica, por esplanadas, publicidade, sinalética, afixação de reclames e painéis publicitários;

- Das medidas de proteção e intervenção no património arquitetónico;

- Das propostas de alteração das acessibilidades na área do plano

• Realização de trabalhos de infraestruturas gerais, nomeadamente:

- As redes aéreas passem a ser subterrâneas equipadas com caixas de visita;

- Repavimentar com novos revestimentos adequados á resistência especí-fica de cada trafego assim como a comodidade, confortam e segurança de utilização;

- Novos equipamentos públicos, especificamente iluminação pública e mo-biliário urbano;

- Remover obstáculos para estacionamento;

- Instalar de rede de recolha seletiva de lixo com ecopontos subterrâneos;

• transformar/criar edifícios em “Hot spots”, para preencher os “vazios ur-banos” ou edifícios em ruinas existentes na área de intervenção, através de uma rede de construções “identificadoras” capazes de funcionar como suporte físico à instalação de empresas e marcas, preferencialmente de cariz comercial.

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• Reabilitar do “Hotel Hispânia” e adapta-lo a Centro de Formação de tu-rismo e hotelaria, pensada para ser fruto da iniciativa dos próprios agentes turísticos da Figueira e para a formação e inovação do sector hoteleiro e turismo. Aqui foi proposta a concretização de:

- Workshops e formação, quer para o conjunto de unidades da Figueira da Foz mas também abrangendo um território mais vasto;

- Manter dois pisos de alojamento, em primeiro lugar para os próprios for-mandos quando deslocados, mas que em pico de procura possa proporcio-nar experiencias distintas ao público em geral.

- Restaurante, integrado neste conceito de inovação hoteleira, que concen-tre em simultâneo as competências de formação estando aberto ao público.

• demolir o “Edifício trabalho” e construir o Centro de Alto Rendimento Desportivo, uma intervenção de investimento privado.

• Como ações complementares, propôs:

- Melhoria do acesso à praia

- Requalificar a zona da esplanada Silva guimarães

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Relativamente ao faseamento, a proposta previu que a totalidade do inves-timento fosse feita durante os primeiros 4 anos. Ainda durante o 4º ano, previu o início do período de retorno do investimento até ao final dos 6 anos seguintes.

Cronologicamente as ações foram agendadas do global para o particular, pelo que a primeira ação A apresentada, foi a discussão e aprovação do Regulamento do Plano de Regeneração Urbana e Salvaguarda cuja duração prevista foi de um ano.

A ação seguinte, b, relaciona-se com trabalhos e infraestruturas gerais, cu-jas receitas serão proveniente de taxas e impostos municipais pagos pelos proprietários dos edifícios das áreas de intervenção.

A ação C, relaciona-se com edifícios dos hot spot cuja rentabilidade depende da sua concessão a marcas e empresas de referência e como tal propõe a necessidade em adaptar o investimento aos timings da concessão.

A ação D, por sua vez, relaciona-se com a reabilitação do hotel hispânia e a sua adaptação a Centro de Formação de turismo e hotelaria, que dependia da iniciativa privada com eventual recurso a apoios comunitários no âmbito de projetos turísticos, sendo as receitas obtidas através das formações e serviços prestados.

A ação E relaciona.se com a construção do Centro de Alto Rendimento Des-portivo. Depende da iniciativa privada com eventual recurso a apoios comu-nitários no âmbito de projetos turísticos.

Foram ainda apresentadas duas ações complementares (melhoria de acesso à praia e requalificação da explana da Silva guimarães) de iniciativa publica e visam obter uma mais-valia qualitativa na utilização do espaço público.

O custo foi calculado e especificado relativamente às etapas necessárias em cada ação e dividido relativamente ao financiamento privado ou público.

Foi ainda apresentada a relação entre custos e receitas no decorrer dos seis anos do projeto, concluindo-se que o volume das receitas superava os custos, permitindo classificar esta proposta como possuidora de viabilidade económica, positiva e enriquecedora para o município.

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IlUStRAçãO 93. CUStOS tOtAIS E RECEItAS gERADAS DA PROPOStA 4

ilUstRAÇão 94. iMAgEM ViRtUAl gERAl dA PRoPostA

PROPOSTA 03 – QUARTO LUGAR

Esta proposta apresenta como solução a reconfiguração de todo o aspeto da cidade, e desenvolver novos momentos de permanência no bairro Novo aliados a pequenos quiosques com esplanadas no interior dos núcleos dos quarteirões.

A cada Área piloto foi atribuído um tema característico da cidade da Figueira da Foz: “A Praia” (tema da área A), “O Rio” (tema da área b) e “A Serra”(tema da área C).

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ilUstRAÇão 95. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl do CEntRo dE tAlAssotERAPiA.

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

A criação de novos equipamentos aliados à transformação urbana proposta para o bairro Novo (novas estruturas e ambientes com uma preocupação ambiental e energética) têm o intuito de Interligar a cidade através do bairro Novo, inovar o conceito de bairro, atrair novos habitantes e visitantes para este novo centro e valorizar o património e a história do bairro Novo.

Área A- tema Praia

• Criar um centro de talassoterapia, junto à esplanada silva guimarães para potencializar um dos recursos naturais mais básicos da Figueira da Foz, a água salgada

• Criar percursos pedonais e espaços públicos que remetam para o tema específico da área.

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ilUstRAÇão 96. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl dos PERCURsos QUE EVoCAM o tEMA “PRAIA”

Área B – tema Rio

• substituir o antigo edifício do trabalho pelo Hotel Casino de forma a per-mitir albergar todos os utentes e artistas do Casino da Figueira da Foz, in-clui um anfiteatro de forma a acolher novamente um evento que outrora foi importante para a cidade, o festival Internacional de Cinema;

• Criar um Mercadinho de Produtos Regionais no antigo Colégio das Frei-rinhas, em frente ao atual Mercado Municipal, este equipamento pretende divulgar os produtos, tradições e a cultura da região da Figueira da Foz;

• Criar duas Residências para estudantes no antigo Hotel Hispânia e no edifício adjacente ao Mercado. Estes equipamentos pretendem atrair a vida universitária para dentro do bairro Novo, dando mais movimento ao bairro durante todo o ano e ainda a criação de percursos pedonais e espaços públi-cos que remetam para o tema específico da área

ilUstRAÇão 97. ÁREA A, iMAgEM ViRtUAl do HotEl CAsino.

ilUstRAÇão 98. ÁREA B, iMAgEM ViRtUAl dos PERCURsos QUE EVoCAM o tEMA “RIO”

ilUstRAÇão 99. ÁREA C, iMAgEM ViRtUAl dos PERCURsos QUE EVoCAM o tEMA “SERRA”

Área C –Tema Serra

Construir um jardim moldado em forma de serra rasgado por um percurso irregular que leva o visitante a serpentear por entre as árvores e pendentes da própria “Serra”.

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AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

A Proposta apresentou três fases da intervenção, programadas da seguinte forma:

• 1ª Fase:

- Reordenamento do trânsito

- Alteração do perfil da rua

- Inclusão de ciclovias

- Remoção dos lugares de estacionamento nas ruas

- Requalificação do parque de estacionamento junto ao Mercado Municipal

- Implantação de árvores em algumas ruas

• 2ª Fase:

- Requalificação e transformação do hotel hispânia e do edifício adjacente ao Mercado Municipal em Residências para Estudantes

- Construção do hotel Casino/Centro de Espetáculos

- Construção do Centro de talassoterapia

- Requalificação e transformação do Colégio das Freirinhas em Mercadinho de Produtos Regionais

- Requalificação e ampliação do parque de estacionamento subterrâneo em frente ao Mercado Municipal

• 3ª Fase:

- Requalificação e transformação do interior dos quarteirões em núcleos “Praia”, “Rio” e “Serra”

Foi apresentado o cálculo do custo de cada intervenção, baseado nas áreas e em alguns casos no valor global.

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ilUstRAÇão 100. EstiMAtiVA do CUsto totAl dA PRoPostA 3

Uma vez que as intervenções se centram essencialmente na reconversão e requalificação dos espaços públicos o investimento teria que ser público da responsabilidade da autarquia.

Como muitas das ações são pontuais permitindo que sejam feitas de forma célere e económica. Embora no seu conjunto o investimento seja significa-tivo com retorno difícil de estimar.

O facto de a proposta potenciar algumas características naturais da cidade está ao mesmo tempo a promover o turismo o que revela bastante poten-cial.

Concluiu-se que as ações propostas conduzem a um significativo acrésci-mo de dinamismo, atratividade e qualidade de vida do bairro Novo e que a proposta contempla soluções com potencialidades para atrair novos mora-dores e investidores e consequentemente permitirá um significativo retorno económico e alavancará a regeneração urbana das áreas piloto.

Analisados os custos e avaliados os potenciais resultados e retornos suscetíveis de virem a ser obtidos com as intervenções propostas, conside-rou-se que a proposta será potencialmente viável em termos económicos.

PROPOSTA 05 – QUINTO LUGAR

O objetivo da Proposta foi alavancar um processo eficaz de regeneração ur-bana e uma dinamização económico-social da zona de Intervenção Priori-tária do presente concurso, de acordo com uma visão alargada ao conjunto urbano envolvente.

Neste sentido, os objetivos a atingir e as estratégias a desenvolver deverão ser transponíveis a todo o bairro Novo e, por extensão, a toda a cidade.

Na proposta para o Plano de Regeneração Urbana do bairro Novo, esta-belecem-se prioridades orientadas segundo 3 eixos, nomeadamente:

• Reforço da coerência da estrutura urbana e dos usos associados

• Coesão social e económica, mecanismos de decisão e o envolvimento par-ticipativo da população

• sustentabilidade e inovação tecnológica

EstRAtÉgiA E oBJEtiVos dA PRoPostA

O Programa geral de intervenção apresentado propõe ideias orientadas para 4 áreas de atuação que funcionam de forma complementar:

Edifícios e Equipamentos de Uso Coletivo: Foram identificados edifícios a precisar de ser reabilitados e ou modernizados salvaguardando (caso haja) a função ecológica do jardim e enumerados os novos usos propostos:

• Edifício – largo Coronel galhardo para onde foram definidos como novos usos vocacionais: loja de Regeneração Urbana; Centro de Interpretação do bairro Novo; loja âncora; habitação residencial; hotelaria e restauração.

• Edifício de gaveto para onde foram definidos como novos usos vocacion-ais: Centro de dia; hotelaria (especialmente para o turismo sénior; Apart-hotel) e Restauração

• Antigo Hotel Hispânia (atualmente à venda) para onde foram definidos como novos usos vocacionais: hotelaria (especialmente para hostel ou Aparthotel), Restauração com esplanada no jardim e habitação residencial e/ou social (especialmente para os jovens)

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• Edifício adjacente ao Mercado para onde foram definidos como novos usos vocacionais: habitação residencial e/ou social e Atividade comercial no lo-gradouro posterior (loja de gestão de bicicletas de aluguer)

• Edifício do “trabalho” (parcialmente abandonado) para onde foram defi-nidos como novos usos vocacionais: Silo automóvel, Restauração (cafés e bares a nível da Rua pedonal junto ao Centro de Diversões), Armazéns e Escritórios

• Edifício – Centro de diversões (atualmente abandonado) para onde foram definidos como novos usos vocacionais: Indústrias criativas e culturais, Ate-liers de arquitetura, design, moda, artesanato, etc., Coworking e galeria de exposições

• Edifício – Jardim infante dom Henrique (atualmente abandonado) para onde foram definidos como novos usos vocacionais: loja âncora, Restau-ração, loja de Regeneração Urbana, Centro de Interpretação do bairro Novo, hotelaria e habitação residencial e/ou social

• Centro Cultural das Freirinhas (atualmente abandonado) para onde foram definidos como novos usos vocacionais: Centro cultural e social, biblioteca, loja de Regeneração Urbana, galeria de exposições e Coworking

• Praça de touros e envolvente, para onde foram definidos como novos usos vocacionais: Equipamento multiuso e Proteção e valorização do es-paço público envolvente

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ilUstRAÇão 101. iMAgEM ViRtUAl PARA o EdiFÍCio dE gAVEto.

ilUstRAÇão 102. iMAgEM ViRtUAl PARA o EdiFÍCio do “tRABAlHo”

ilUstRAÇão 103. iMAgEM ViRtUAl PARA o CEntRo dE diVERsÕEs.

Espaço Público: Nas intervenções no espaço público propõe a instalação de equipamentos de apoio, tais como café-bar, recreio e lazer, postos in-formação etc. Estas estruturas são baseadas na reinterpretação de conten-tores de carga e remetem para o carácter portuário da cidade. Os espaços identificados foram:

• Esplanada silva-guimarães - intervenção proposta: Requalificação de um espaço público emblemático e criação de equipamentos de apoio, moderni-zando e diversificando a oferta de usos e valorizando o espaço público en-volvente. Foram definidos como novos usos vocacionais: Atividades ligadas ao recreio e lazer e Equipamentos de apoio (café-bar; postos de informação, etc.)

• logradouro comunitário - intervenção proposta: Requalificação do es-paço público, inovando o relacionamento dos residentes com este tipo de espaços, e garantindo o seu relacionamento com a envolvente. Foram defi-nidos como novos usos vocacionais: Atividades ligadas ao recreio, lazer, desporto e contacto com a natureza, hortas Urbanas e Equipamentos de apoio (estacionamento de bicicletas, mobiliário urbano)

• Jardim infante dom Henrique - intervenção proposta: Requalificação do espaço público, através do aumento da sua permeabilidade visual; melhoria das circulações pedonais e criação de equipamentos de apoio, modernizan-do e diversificando a oferta de usos e valorizando o espaço público envol-vente. Esta intervenção inclui também o espaço público em frente ao mer-cado prolongando a continuidade pedonal até a esplanada Silva-guimarães.

Foram definidos como novos usos vocacionais: Atividades ligadas ao re-creio, lazer, contacto com a natureza e Equipamentos de apoio (café-bar; postos de informação, etc.).

• Requalificação das quatro praças - intervenção proposta: Requalificação do espaço público e criação de equipamentos de apoio, modernizando e diversificando a oferta de usos e valorizando o espaço público envolvente. Foram definidos como novos usos vocacionais: Atividades ligadas ao re-creio, lazer, desporto e relação com a natureza e Equipamentos de apoio

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ilUstRAÇão 104. iMAgEM ViRtUAl PARA A EsPlAnAdA silVA gUiMARãEs

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(café-bar; postos de informação, estacionamentos de bicicletas, parques infantis, etc.)

• Parque das Abadias - intervenção proposta: Requalificação do espaço público e criação de equipamentos de apoio, modernizando e diversificando a oferta de usos e valorizando o espaço público envolvente. Foram definidos como novos usos vocacionais: Atividades ligadas ao recreio, lazer, desporto e relação com a natureza e Equipamentos de apoio (café-bar; postos de in-formação, estacionamentos de bicicletas, parques infantis, etc.)

Rede de percursos e circulações: Reordenamento da circulação viária e pedonal - Intervenção proposta: Reordenamento da circulação viária e pedonal, assim como a introdução de estratégias de abrandamento ou redução da velocidade dos carros a 30km/h (zona 30), dando resposta às questões de estacionamento e a sua relação com a envolvente; Requalifi-cação e valorização do ambiente urbano e abordagem integrada de questões de mobilidade e acessibilidades. Foram definidos como novos usos voca-cionais: Atividades ligadas ao lazer, comércio serviços e Equipamentos de apoio (café-bar; postos de informação, etc.)

Instrumentos de Planeamento e gestão do Programa de Acão: De forma a garantir a exequibilidade das propostas descritas, defende que estas de-verão ser acompanhadas por instrumentos de planeamento e gestão do programa, que visem a proteção, preservação, valorização e promoção do bairro Novo da Figueira da Foz, os quais se apresentam seguidamente:

• Elaborar o Plano de Regeneração Urbana (PRU)

• Criar a sociedade de Regeneração Urbana do Bairro novo (sRU)

• Programa de gestão dos equipamentos dinamizadores culturais exis-tentes e propostos

• Plano de divulgação e Comunicação (PdC)

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

A calendarização apresentada na Estimativa do Custo desta Proposta, es-tabelece um período sete anos para garantir a sua viabilidade sem com-prometer a coerência global da solução, e foi elaborada tendo em conta critérios como a prioridade/ urgência das intervenções, a articulação com outros planos e projetos, a existência de estudos ou procedimentos prévios em curso e ainda critérios relativos à distribuição geográfica pela área de intervenção.

ilUstRAÇão 105. EstiMAtiVA do CUsto totAl dA PRoPostA 5

A proposta privilegiou medidas cuja finalidade foi procurar a viabilidade e sustentabilidade da proposta, nomeadamente:

• Privilegiou a reabilitação de edifícios à sua demolição e nova construção, o que conduziu a uma poupança da ordem de 60%. Adicionalmente, per-mitirá melhorar a eficiência energética mediante a introdução de materiais compatíveis com os preexistentes que otimizem o comportamento dos ele-mentos construtivos que o compõem. Além destes aspetos, permite manter o tecido urbano tradicional, com os respetivos benefícios na vida dos seus habitantes.

• sustentabilidade Económica, social e cultural, na medida em que parte das habitações criadas será disponibilizada para o regime de arrendamento, favorecendo o acesso a habitação digna a sectores da população com pro-blemas generalizados, assim como a convivência inter- geracional.

• Habitação social com a criação de vivendas de proteção oficial para ar-rendamento, destinadas preferentemente para jovens menores de 35 anos, com rendimentos ponderados inferiores a 1.000 euros/mês, favorecendo a convivência inter- geracional e a fixação de população no bairro Novo e por extensão na cidade. As vivendas em regime de arrendamento serão adjudi-cadas por um tempo limite de 10 anos, oscilando o valor do arrendamento entre os 70 e os 250 euros mensais, em função do número de quartos e dos rendimentos dos adjudicatários.

• incentivos à reabilitação urbana tais como (Benefícios fiscais; isenção de iMi e iMt (na primeira transação); redução da taxa nominal do iVA; linhas de apoio financeiro ao empreendedorismo; criação de bolsa de imóveis objeto de intervenção pelos privados, apoio técnico, etc.

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Sendo uma proposta que privilegia a reabilitação e modernização de edifí-cios para usos que possam alavancar e contribuir para o desenvolvimento da cidade (turismo, hotelaria, arte, cultura, serviços e apoio à reabilitação) e contribuir para o aumento de receitas e o consequente retorno económico do investimento feito, foi considerado positivo e potencialmente viável em termos económicos.

PoRtAlEgRE, MARVão E soUsEl

Contexto e Fatores Promotores do Desenvolvimento

Áreas Piloto

Auscultação Pública

Envolvimento de instituições de Ensino Superior

Envolvimento de profissionais nacionais e internacionais de arquitetura através da organização de Concursos

Públicostas

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A região que integra os concelhos de Portalegre, Marvão e sousel, está si-tuada no Alentejo interior, apresenta uma população envelhecida e pouco numerosa, um fraco tecido empresarial e imensas potencialidades, consi-derando a extrema riqueza patrimonial, paisagística e cultural.

os concelhos de Portalegre, Marvão e sousel, localizados no Alto Alentejo, inserem-se administrativamente no Distrito de Portalegre, na Sub-Região do Alto Alentejo (nUt iii), tendo Portalegre como concelhos limítrofes Mar-vão, Castelo de Vide, Arronches, Crato, Monforte e Espanha, Marvão faz fronteira com Portalegre, Castelo de Vide e Espanha, e por último, sousel tem como concelhos limítrofes Avis, Fronteira, Estremoz, Arraiolos e Mora.

Com uma razoável acessibilidade aos grandes centros urbanos, Portalegre dista 230 Km de lisboa, 105 Km de Évora, 380 Km do Porto, 74 Km de bada-joz, 134 Km de Cáceres e a 450 Km de Madrid. os municípios em referência, são dotados de vias, que lhe conferem uma posição de destaque na região. Acede-se de lisboa à sub-região de Portalegre pela via A23 e A6 e acede-se de Espanha (badajoz) a Portalegre, pela EN246.

Assim, as atuais ligações rodoviárias à cidade de Portalegre e às vilas de Marvão e sousel, sedes dos concelhos, ligam-nas aos principais corredores rodoviários nacionais e a Espanha.

Portalegre, Marvão e sousel, povoações cujas origens remontam a muitos séculos passados, são lugares onde a carga histórico-cultural se sobrepõe sobre outros componentes e valores. Essas identidades únicas afiguram-se como mais-valias para cada um dos concelhos em análise.

PORTALEGRE

Portalegre foi constituída cidade a 23 de Maio de 1550, e é sede de distrito e de concelho.

Situado no Norte Alentejano, em pleno coração do Parque Natural da Serra de s. Mamede, o Concelho de Portalegre é constituído por 10 freguesias, 2 urbanas (Sé e S. lourenço) e 8 rurais (Alagoa, Alegrete, Carreiras, Fortios, Reguengo, Ribeira de Nisa, S. julião e Urra).

A área total da cidade é de 9,9km2 e a população é constituída por cerca de 15.000 habitantes. A taxa média de crescimento da cidade é de -8,7% e o índice de envelhecimento é de 169,6%.

Portalegre, capital de distrito e do Alto Alentejo, é uma cidade de média dimensão do interior do, que perante as tendências da evolução urbana das últimas décadas, que conduziu a uma distribuição da população de forma assimétrica, concentrando-se preferencialmente nos centros urbanos do litoral e apresentando uma baixa densidade demográfica nos centros urba-nos do interior, tem vindo a revelar algumas dificuldades em manter a sua centralidade na região do Norte Alentejo.

Importa referir também que a região em referência se caracteriza pela ru-ralidade do território, por um modelo de povoamento disperso, com dinâmi-cas regressivas de ordem económica e é por toda esta conjuntura local, mas também nacional, que urge contrariar esta realidade desfavorável ao desenvolvimento económico e social do Alto Alentejo.

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ContEXto E FAtoREs PRoMo-toREs do dEsEnVolViMEnto

EnQUAdRAMEnto tERRitoRiAl, hIStóRICO E URbANíStICO

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IlUStRAçãO 106. lOCAlIzAçãO DIStRItO DE PORtAlEgRE

IlUStRAçãO 107. CONCElhO DE PORtAlEgRE

IlUStRAçãO108. PAlÁCIO DA bARAhONA

IlUStRAçãO 109. SÉ DE PORtAlEgRE

na idade Média, Portalegre desenvolveu-se de modo significativo, tanto que D. Dinis mandou levantar a cintura de muralhas o que demonstra o cresci-mento do aglomerado e a sua importância estratégica fronteiriça.

No entanto, Portalegre desenvolveu-se principalmente a partir do século XVi, mais especificamente a partir de 1549, com a elevação do aglomerado a cidade e com a criação do bispado entregue a D. Frei julião de Alva. Foi a partir desta data que Portalegre se transformou num importante centro administrativo, económico e religioso.

Particularmente a elevação a sede de bispado, materializada na construção ao longo da segunda metade de quinhentos da igreja catedral, contribui de modo significativo para o crescimento e importância da cidade e também para a instalação de importantes famílias nobres e burguesas que anima-ram o território dentro de muralhas com um conjunto de casas eruditas, particularmente nos séculos XVii e XViii, e que fizeram rapidamente ex-travasar o primitivo núcleo urbano para fora do recinto fortificado. Facto que contribuiu que no período do barroco o número de construções civis au-mentasse claramente (embora não representem um património de referên-cia daquele movimento artístico em Portugal) como por exemplo o Palácio Accioli, o solar dos Viscondes de Portalegre, o Palácio Amarelo e principal-mente o Palácio barahona.

A Sé é um edifício de grande relevância na cidade, o vasto templo demons-tra o carácter de uma construção imponente, monumental, própria da sua função.

O centro histórico, núcleo central da cidade de Portalegre, apresenta-se como uma área urbana consolidada, com um desenho urbano que resulta da diferente ocupação ao longo dos tempos, com alguns edifícios de ele-vado peso histórico e patrimonial como casas nobres, palacetes, edifícios religiosos e outros monumentos. O tecido urbano é constituído por malhas de quarteirões irregulares e ruas estreitas que desembocam em largos, praças e pracetas, que pontuam e referenciam o espaço público central.

A quantidade de edifícios classificados na cidade de Portalegre, remete para a riqueza patrimonial existente, devendo por esse facto, o tipo de interven-ções ao nível do subsolo, ser ponderada, de modo a salvaguardar eventuais achados arqueológicos.

Portalegre, devido à sua localização geográfica entre o Alto Alentejo e a beira, encontra-se numa zona de extrema diversidade paisagística

No que diz respeito á atividade e industria desenvolvida, a cidade apresenta uma forte tradição industrial, remontando a indústria têxtil ao século XVii. No século XIX, surgiu a Fábrica da Cortiça Robinson, dedicada ao fabrico de rolhas de cortiça que é parte integrante da memória de Portalegre e que contém um valioso espólio de arqueologia industrial.

Em 1947, é fundada a manufatura de tapeçaria de Portalegre que, pelo seu trabalho artístico, se tornou o ex-libris da cidade. As célebres e únicas tapeçarias que desde a década de 40 do século XX, refletem um trabalho artístico, fazem parte de um património extremamente valioso que importa preservar e evidenciá-lo ainda mais e também a nível internacional.

Como atracões culturais Portalegre tem os museus Municipal de Por-talegre, josé Régio e tapeçaria guy Fino, e ainda no espaço onde outrora existiu o Convento de São brás, foi construído em 2006, o Centro de Artes e Espetáculo de Portalegre.

Para além dos estabelecimentos de ensino do pré-escolar, primeiro ciclo e secundário, o Instituto Politécnico integra a Escola Superior de Educação, a Escola Superior de Enfermagem e a Escola Superior de tecnologia e gestão, cujas instalações se situam em vários locais da cidade.

MARVÃO

Marvão tem uma área de 154,9Km2 e uma população aproximada de 3553 habitantes.

o concelho de Marvão tem 4 freguesias; Beirã, santa Maria de Marvão, san-to António das Areias e São Salvador da Aramenha.

A utilização dos rochedos de Marvão para refúgio de povoações assoladas por povos invasores, como atalaia ou como ponto estratégico em termos estreitamente militares, datará, pelo menos, do período romano.

no século X, Marvão era identificada como o Monte da Amaya. o primeiro rei de Portugal, d. Afonso Henriques, terá conquistado Marvão, na sua cam-panha de 1160/1166.

Em 1226, d. sancho ii atribui a Marvão o seu primeiro foral, um dos primei-ros forais régios atribuídos no Alentejo. o castelo de Marvão foi tomado por forças partidárias do Mestre de Avis, sendo alcaide Fr. Pedro Álvaro Pereira, Prior do Crato, Fronteiro-mor do Alentejo e alcaide de Portalegre.

A partir da restauração da independência, a velha fortificação medieval é reabilitada face às novas tecnologias de guerra, ficando abaluartada nas

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zonas sensíveis e transformando-se o castelo na sua cidadela. No decorrer da guerra desempenha um importante papel na defesa do Alto Alentejo.

Após a queda de Castelo de Vide, em 1704, entregou-se a Praça de Marvão sem batalha.

Marvão sofreu vários ataques nas guerras das laranjas (1801), peninsulares (1807-1811) e liberais (1832-1834) e civil (1846 e 1847).

ilUstRAÇão 110. FotogRAFiA AÉREA dE MARVão

IlUStRAçãO 111. CONCElhO DE SOUSEl

SOUSEL

Sousel tem uma área de 279,4Km2 e uma população aproximada de 5103.

O concelho de Sousel tem 4 freguesias: Cano; Casa branca; Sousel e Santo Amaro.

A vila de Sousel e seu termo foi comenda da Ordem de Avis e consta que os primeiros povoadores de Sousel, por volta do séc. XIII, foram principalmente fidalgos em virtude de doações reais de grandes extensões de terrenos.

Na década de trinta, a vida económica do Concelho de Sousel estava mar-cada pela notável produção agrícola, pela indústria de moagem de trigo e pelas produções de azeite e de cal para construções. Aliás, o Concelho de Sousel era, nessa época, considerado um dos melhores centros oleícolas do país, rivalizando com os melhores do mundo. A vida sociocultural de Sousel, na década de 30, contava com as importantes touradas que se realizavam na Praça de touros da serra de s. Miguel, e com o cineteatro instalado no largo do Castelo, desde 1927.

IlUStRAçãO 112. SOUSEl

Nas últimas décadas do Séc. XX surgem novas infraestruturas, onde se destaca a Pousada de s. Miguel, o Matadouro Regional do Alto Alentejo e o Complexo Desportivo. A caça passou a ser imagem de marca do concelho, associada ao olival, à agricultura e à agro-indústria.

Presentemente, existem cerca de 24973 habitantes no concelho de Por-talegre. Não obstante este baixo número ainda é o território municipal mais povoado no distrito. Atualmente, o concelho de Marvão tem 3553 residentes e o de Sousel, 5103 moradores.

Pela análise do baixo índice demográfico conclui-se que é importante de criar mecanismos que promovam o crescimento demográfico da região em questão e tornem todo o tecido urbano mais atrativo, aproveitando-se de forma sustentável, a excelente qualidade de vida existente no Alto Alentejo.

E é neste contexto, de procura de fatores positivos, proporcionando siner-gias entre os parceiros através do correto aproveitamento dos recursos endógenos que existem em cada território concelhio, que se pretendeu in-tervir nas três áreas piloto propostas, reforçando um dos cinco pólos es-truturantes do Alentejo, a cidade de Portalegre e promovendo a internacio-nalização da região, que se deseja alcançar apostando numa regeneração urbana diferenciadora, respeitando a forte identidade de cada local e ge-rando uma nova dinâmica de abertura externa, em particular, para a vizinha Espanha.

Para além da concertação intermunicipal nesta iniciativa de intervenção no espaço urbano, tendo sido estabelecidas para a concretização das medi-das propostas, parcerias entre Portalegre, Marvão e sousel, pretende-se também aumentar o número de visitantes e empreendedores interessados nesta região.

Relativamente ao processo de reabilitação urbana dos municípios aqui em questão já foram feitas várias intervenções no entanto continua a haver ne-cessidade de aprofundar os efeitos deste tipo de estratégia e que se consiga alcançar a regeneração urbana dos mesmos.

no caso de Marvão, toda a Vila já foi alvo de intervenções profundas de substituição das suas infraestruturas, assim como da requalificação dos espaços públicos. Embora o Município se tenha empenhado na melhoria das suas infraestruturas e dos espaços de fruição, para os proprietários de imóveis no interior da Vila, não tem sido estímulo suficiente para efetuarem a recuperação dos seus imóveis que se vão degradando ao longo do tempo.

1.2REAbIlItAçãO URbANA DAS

tRêS CIDADES

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Dos três municípios é em Portalegre que se encontram mais processos de reabilitação urbana. Portalegre tem tido um percurso assinalável pelo menos desde 1999 (data de declaração da ACCRU), no que respeita a inicia-tivas de regeneração urbana desta última década das quais se salientam:

• Recuperação de edifícios notáveis

• Programa Polis

• Programa PRoHABitA

• Rede de Património de Portalegre

• Candidatura às Parcerias para a Regeneração Urbana

• Empreitadas no Centro Histórico promovidas pela Câmara Municipal de Portalegre, de 1999 a 2010

• Processos de Reabilitação de Particulares

Destacam-se as duas últimas vertentes, por revelarem a atenção e dis-posição para a intervenção no centro histórico, tanto da componente direta da Câmara Municipal (empreitadas que totalizam quase 30 milhões de eu-ros na última década), como da componente da iniciativa privada, uma vez que dela constam mais de 40 processo de Obra para o Centro histórico de Portalegre somente para os anos de 2008, 2009 e 2010.

No âmbito do Programa Polis, foram reabilitados alguns espaços edificados e não edificados. Em conjunto com a Câmara e Fundação Robinson foi ain-da possível melhorar a qualidade do parque edificado e do espaço público bem como as condições de fruição e de articulação entre si, a recuperação de edifícios notáveis, como: o da Real Fábrica de lanifícios; a recuperação consistente e articulada do espaço central da cidade e a intervenção da Fundação Robinson no âmbito da Rede de Património de Portalegre.

A antiga fábrica da cortiça foi recentemente reabilitada tornando-a no atual Espaço Robinson que inclui o Convento de São Francisco o qual foi recente-mente classificado como zona Especial de Proteção.

O município de Portalegre ao abrigo do PROhAbItA, tem vindo a reabilitar alguns edifícios habitacionais do centro histórico que se encontravam devo-lutos e em mau estado de conservação

Na atualidade, encontra-se em elaboração o Plano de Pormenor para o Centro histórico da Cidade de Portalegre, que deverá assumir a figura de Plano de Pormenor de Reabilitação Urbana.

Relativamente ao Centro histórico apesar da degradação do edificado, ao envelhecimento da população e à perda de centralidade, num processo se-melhante a muitas outras cidades portuguesas, têm sido diversas as ações de melhoria promovidas pela Câmara Municipal e outros parceiros, design-adamente a Fundação Robinson.

Com efeito, em diversos espaços da cidade, em particular no centro históri-co e na evolvente imediata, foram realizadas intervenções ao nível da rea-bilitação do edificado, da requalificação e valorização da paisagística do espaço público, da criação ou beneficiação de percursos pedonais, da re-estruturação da rede viária e da construção de parques de estacionamento que, globalmente, têm vindo a contribuir para a revitalização de Portalegre e para a sua afirmação como centro estruturante do sistema urbano re-gional e nacional

A ACRRU (área crítica de recuperação e reconversão urbanística – declara-da desde 1999), foi convertida em ARU (área de reabilitação urbana declara-

da em 2011), encetando-se consequentemente um documento denominado de Estratégia de Reabilitação Urbana (ERU).

ilUstRAÇão 113. liMitE dA A.R.U.

Com o enquadramento dos concelhos da Portalegre, Marvão e sousel na Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, integrados na NUt III-Alto Alentejo, são assumidos para estes municípios, um conjunto de projetos considerados de importância supramunicipal, que integram o respetivo Plano territorial de Desenvolvimento do Norte Alentejano, nomeadamente no que toca à valorização dos recursos endógenos da região e em particular à promoção e integração do turismo, cultural e de natureza, na valorização de toda esta área territorial.

Constituindo objetivos importantes das autarquias em referência, a imple-mentação de uma estratégia integrada de desenvolvimento sustentável e o aumento da qualidade de vida dos seus habitantes, foi definido um Plano de Desenvolvimento Estratégico, integrado no Programa territorial de Desen-volvimento do Norte Alentejano (período de 2008 a 2013).

O Norte Alentejano encontra-se “encravado” entre dois corredores estru-turantes na ligação a Espanha, o IP6 e o IP7, mas revela uma fraca aces-sibilidade ao interior da região, que contrasta com as boas acessibilidades externas.

Pretende-se tornar o território que integra as três áreas piloto, mais “apto” enquanto destino turístico de excelência, associado a uma oferta qualificada e ajustada às características ambientais, naturais e patrimoniais de Por-talegre, Marvão e sousel.

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Como forma de complementar e contribuir para o processo de regeneração urbana na cidade e região e ciente da importância de dinamizar, recuperar e revitalizar o as áreas de intervenção identificadas, com enquadramento na estratégia municipal geral pré-definida e em implementação, as autarquias de Portalegre, Marvão e sousel entenderam a importância de se associar ao projeto “FAzER ACONtECER A REgENERAçãO URbANA”, promovido pela CIP- Confederação Empresarial de Portugal (com o apoio do programa CoMPEtE / siAC) e, desta forma, promover o debate e a análise de propos-tas com vista à definição de uma estratégia coerente, racional e sustentável para a definição de um Plano de Regeneração Urbana para as áreas defi-nidas.

Portalegre foi um caso especial na medida em que aqui foi assumido que a ação piloto de regeneração urbana, deveria envolver as autarquias integra-das na Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, pela oportunidade de revitalização económica que daí poderá advir para o distrito e porque o pro-jeto se afigurou como um projeto âncora de alavanca ao desenvolvimento socioeconómico e cultural da área de intervenção

A CIP com esta iniciativa, levada a cabo em parceria com as Autarquia de Portalegre, Marvão e sousel, CiMAA - Comunidade intermunicipal do Alto Alentejo e NERPOR -AE - Associação Empresarial da Região de Portalegre, que com o seu envolvimento pretendeu transmitir uma perspetiva empre-sarial essencial ao seu sucesso, procura contribuir para o desenvolvimento das três autarquias e da região envolvente, através de uma nova estraté-gia de regeneração urbana, capaz de gerar simultaneamente; melhoria das condições sociais, revitalização dos espaços públicos e atração de novas populações, com base em propostas de intervenção sustentáveis, quer em termos económicos quer ambientais.

Para testar a validade da aplicação desta nova orientação estratégica de regeneração urbana, foi concebido, no âmbito do plano de ação aprovado, a realização de um conjunto de ações piloto que envolveram as autarquias integradas na Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo, nomeadamente:

• definição de áreas piloto;

• Processo de recolha de ideias e sugestões, para uma zona de regeneração identificada como alvo, que abrangeu toda a população da cidade através de uma auscultação pública;

• Concurso de ideias destinado a estudantes;

• Concurso de ideias internacional destinado a profissionais.

O objetivo estabelecido foi dotar as autarquias com um portefólio de ideias fundamentadas, que permitam regenerar os espaços escolhidos, através da atração da iniciativa privada para a sua implementação.

Os principais objetivos de implementação do projeto-piloto na cidade de Portalegre, visam contrariar a atual conjuntura de desertificação dos cen-tros urbanos do interior do país.

Nesta perspetiva, pretende-se implementar o seguinte conjunto de medi-das:

• Conferir dignidade, presença, vivacidade e atratividade dos valores que integram as áreas de intervenção;

• Regenerar e requalificar através da recuperação física dos edifícios e dos espaços exteriores;

• Renovar a imagem da zona comercial de Portalegre, segundo uma filoso-

fia de atuação de modernidade, promovendo a qualidade cénica/arquitetóni-ca e multifuncionalidade;

• identificar equipamentos e edifícios passíveis de serem utilizados como polos de atração, nomeadamente no sector dos serviços, da restauração e hotelaria, comércio e cultura;

• Promover o empreendedorismo próprio e local, assegurando o espaço físico como motor de arranque da sustentabilidade económica;

• Melhorar a acessibilidade (interna e externa) e aumentar a oferta de esta-cionamento de proximidade;

• Estimular a função residencial na envolvente externa da zona de inter-venção;

• Requalificação dos corredores de fruição e dos percursos turísticos, in-cluindo introdução de sinalética urbana preferencial.

As áreas de intervenção do projeto-piloto “Fazer Acontecer a Regeneração Urbana”, estão inseridas na ARU.

As áreas piloto escolhidas em cada um dos Municípios como enquadra-mento da estratégia de desenvolvimento urbano, nomeadamente no Projeto de Parcerias de Regeneração Urbana, foi considerado como uma oportuni-dade para voltar a enquadrar nas três áreas em questão o lançamento do Projeto-piloto da CIP.

O objetivo estabelecido foi o de dotar os municípios com um portefólio de ideias fundamentadas como estudos prévios que permitissem regenerar os espaços escolhidos, e que uma vez analisada a sua viabilidade por equipas mistas da CIP e da Autarquia, se tornasse possível atrair a iniciativa privada para a sua implementação.

De acordo com as orientações definidas para a seleção das áreas piloto, procurou-se identificar dentro de cada um dos municípios, áreas mais res-tritas, onde o conceito defendido de regeneração urbana, pudesse ser dire-tamente aplicado, em função de temáticas aglutinadoras e complementa-res.

Cada um dos municípios apresentou as áreas piloto que consideravam com maior importância para intervir e tendo em conta a possibilidade de que a intervenção poderia vir a ser executada, fosse capaz de trazer valor não ape-nas para o município onde se localize mas para todos os outros municípios do Distrito de Portalegre.

As áreas propostas podiam já ter sido alvo de intervenção pública, mas que por algum motivo o objetivo não foi atingido e que com esta iniciativa passe a existir a possibilidade de os alcançar.

No processo de seleção teve-se ainda em conta a sua escala territorial e o nível de investimento, ou seja, não deveriam ser apresentadas áreas dema-siado grandes e/ou complexas que tornasse inviável qualquer intervenção, nem demasiado pequenas e/ou simples que tornasse nulo o seu impacto.

Dentro do perímetro alargado definido, foram delimitadas três áreas piloto consideradas prioritárias e capazes de potenciar uma intervenção que de uma forma gradual no futuro poderão funcionar como casos a replicar a todo o perímetro de Portalegre, Marvão e sousel.

O grupo responsável pela seleção das áreas piloto foi constituído por ele-

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2.1

ÁREAS PIlOtO

DEFINIçãO DAS ÁREAS PIlOtO

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mentos da CiM Alto Alentejo, das Associações Comerciais e industrias, in-vestidores e Empresários locais, do NERPOR e da CIP.

PORTALEGRE

no Município de Portalegre a área piloto perfez 33000m2, e integra o eixo comercial tradicional composto pelo largo josé lourinho, a Rua 5 de Outu-bro, o largo josé Duro, o largo de S. lourenço, o largo 28 de janeiro, a Rua do Comércio, o largo Frederico laranjo, o largo luís de Camões, o largo da Misericórdia, a Rua de Elvas, o largo de s. Agostinho, o largo serpa Pinto e a Praça do Município, constituindo a mais antiga artéria comercial de retalho da cidade, conhecida como “Rua Direita” devido à sua localização privilegiada e à identidade histórica e cultural na cidade.

de acordo com o PdM, esta zona está inserida na Unidade de Planeamento e gestão – UOPg5 – Centro histórico de Portalegre – habitação, Comér-cio, Serviços e Equipamentos. Faz parte da área de intervenção do Plano de Pormenor de Conservação, Reconstrução e Reabilitação Urbana do Centro histórico de Portalegre.

A escolha desta área piloto, teve em conta a situação de referência desfa-vorável, nomeadamente a degradação avançada do tecido edificado/não edi-ficado e do declínio das atividades económicas, em pleno centro histórico.

IlUStRAçãO 114. ÁREA PIlOtO DE PORtAlEgRE INSERIDA NA A.R.U.

MARVÃO

no Município de Marvão a área piloto inseriu-se na Vila de Marvão. Esta área foi selecionada como área piloto porque constitui um dos eixos principais da Vila e pelo fato de dar notoriedade ao processo, ter potencialidade de atrair investidores e reduzir o risco associado à definição de uma estratégia cole-tiva para a regeneração urbana.

A área piloto abrange três Ruas: Rua do Castelo, Rua do Espirito Santo e Rua das Portas da Vila. situam-se no interior da vila e estão inseridas na zona do Plano de Pormenor, salvaguarda e Valorização do sítio de Marvão.

Para além da importância arquitetónica e urbanística da Vila de Marvão, classificada como Imóvel de Interesse Nacional desde 1948, o turismo e os equipamentos e serviços que dele dependem devem ser encarados como uma estratégia complementar para a sustentabilidade do sítio, e sempre numa perspetiva de fomentar a qualidade de vida desta comunidade. Iden-

ilUstRAÇão 115. RUAs dA VilA dE MARVão

tificou-se o turismo como a principal atividade económica da Vila o que traz perversões e desequilíbrios graves.

SOUSEL

no Município de sousel a área piloto selecionada foi a Pousada de são Miguel, a sua envolvente e a ligação ao centro da vila.

A Pousada foi construída em 1992 e encerrada em 2010 e foi apresentada como um elemento essencial da oferta turística e com potencialidades para ser um empreendimento âncora para o futuro Desenvolvimento turístico desta Região.

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ilUstRAÇão 116. PoUsAdA dE soUsEl EM PlEno FUnCionAMEnto

A seleção de áreas piloto para o estudo, prendeu-se com o facto de se en-tender prudente focar a análise em determinados locais considerados es-tratégicos, possibilitando assim a apresentação não só de soluções para intervenção física, mas também da seleção de temas que fomentem a recu-peração do edificado e o estabelecimento de atividades comerciais e habi-tação, em torno desses temas.

tendo por base uma análise sumária do tecido urbano, dos seus constrangi-mentos e potencialidades e as inter-relações e necessária articulação com as intervenções iniciadas pelos Municípios, apresenta-se as temáticas es-pecíficas para cada uma das áreas piloto selecionadas:

ÁREA PILOTO DE PORTALEGRE – ORIENTADA PARA A ÁREA TEMÁTICA DO COMÉRCIO E SERVIÇOS

O eixo comercial tradicional que inclui as principais ruas com comércio (Rua 5 de Outubro, Rua do Comércio e Rua de Elvas), encontra-se extrema-mente debilitado e com um tecido edificado com patologias preocupantes, com uma apropriação do espaço público residual, e ainda com uma imagem global descaracterizada. Pretende-se com a intervenção neste local, con-seguir criar um cluster cujo motor incentivador esteja associado ao comér-cio tradicional de excelência e à oferta de serviços qualificados e inovadores, ajustados às características patrimoniais e urbanísticas. Nesta perspetiva, deseja-se que se expresse como uma medida unificadora e desafiadora para o desenvolvimento local, fomentando a consolidação do posicionamen-to geoestratégico e a competitividade do tecido empresarial de Portalegre.

Os principais objetivos que se pretendiam implementar na cidade, visam contrariar a atual conjuntura de desertificação dos centros urbanos nomea-damente:

• Conferir dignidade, presença, vivacidade e atratividade dos valores que integram a área de intervenção;

• Regenerar e requalificar através da recuperação física dos edifícios e dos espaços exteriores;

• Renovar a imagem da zona comercial de Portalegre, segundo uma filoso-fia de atuação de modernidade, promovendo a qualidade cénica/arquitetóni-ca e multifuncionalidade;

2.2VoCAÇÕEs

• identificar equipamentos e edifícios passíveis de serem utilizados como pólos de atração, nomeadamente no sector dos serviços, da restauração e hotelaria, comércio e cultura;

• Promover o empreendedorismo próprio e local, assegurando o espaço físico como motor de arranque da sustentabilidade económica;

• Melhorar a acessibilidade (interna e externa) e aumentar a oferta de esta-cionamento de proximidade;

• Estimular a função residencial na envolvente externa da zona de inter-venção;

• Requalificar os corredores de fruição e dos percursos turísticos, incluindo a introdução de sinalética urbana preferencial;

• Melhorar a qualidade de vida de quem vive, trabalha e visita a área de intervenção por meio da recuperação/reabilitação de infraestruturas e/ou equipamentos degradados/abandonados; e, por último,

• interligar todos os objetivos anteriormente descritos nas premissas defi-nidas no plano de pormenor de conservação, reconstrução e reabilitação do centro histórico de Portalegre.

ÁREA PILOTO DE MARVÃO – ORIENTADA PARA A ÁREA TEMÁTICA DO TU-RISMO

O primordial objetivo estratégico da ação-piloto foi garantir o dinamismo de Marvão e em equilíbrio com a aptidão turística, prevendo que o aumento dos residentes arrastaria consigo a dinamização do comércio e vitalidade da vila.

Num concelho pequeno onde a agricultura e a indústria não se apresentam como sectores em crescimento o turismo aparece como um sector poten-ciador do concelho.

Numa perspetiva de conservação integrada, aliou-se à requalificação física do edificado e, simultaneamente, ao estimulo das atividades económicas e as manifestações socioculturais desta comunidade.

ÁREA PILOTO DE SOUSEL – ORIENTADA PARA A ÁREA TEMÁTICA DO TU-RISMO

A pousada de são Miguel constitui um elemento essencial da oferta turística de Sousel, e da região Alentejo podendo vir a ser um empreendimento ân-cora para o futuro desenvolvimento turístico desta região.

Esta pousada, a primeira unidade hoteleira de turismo cinegético do país, está situada no cimo da colina de são Miguel, a poucos quilómetros da vila. Possui 28 quartos duplos e 4 Suites com terraços exclusivos e tem os serviços comuns habituais neste tipo de equipamento, dispondo toda a zona da Pousada de um panorama generoso sobre a planície alentejana.

A Pousada tem também agregado diversos equipamentos, contendo ainda áreas de apoio, como piscina e canil, já que se tratava de um edifício forte-mente ligado ao turismo de caça.

O atual estado de degradação em que se encontra o edifício da pousada reflete a forma como o processo de encerramento foi conduzido, não tendo sido acautelada uma solução razoável. Nos últimos tempos, o espaço en-contra-se votado ao abandono e a atos de vandalismo constantes.

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O objetivo é dinamizar e promover Sousel enquanto espaço de vivências turísticas, posicionando no território a marca “SOUSEl”, enquanto produto/destino turístico de referência.

A revitalização da Pousada de são Miguel através da continuidade da opera-ção hoteleira, passa pela racionalização dos espaços existentes e pela sua adaptação aos segmentos - alvo que vierem a ser definidos.

Em termos arquitetónicos é fundamental que as ideias para a sua reabili-tação privilegie o património paisagístico em que a unidade hoteleira se in-sere e adapte o interior a novos conceitos e requisitos turísticos.

Foram apresentadas em sessão pública, aos proprietários e moradores das áreas piloto com o intuito de os envolver e informar, os objetivos do projetos e os temas escolhidos como enquadramento para a criação de ideias rela-cionadas com a sua regeneração urbana dessas áreas.

Foi produzido um regulamento para o lançamento de uma auscultação à população visando a recolha de ideias de regeneração para as áreas piloto escolhidas.

Pretendia-se que estas ideias representassem a visão da população que vive a e na cidade/vila todos os dias, para auxiliar o trabalho dos profissio-nais que irão apresentar propostas para o Plano de Regeneração Urbana.

As propostas a apresentar deveriam não só sugerir temas e ideias capazes de promover a preservação do património e da memória local, mas tam-bém dar um contributo de contemporaneidade e inovação capaz de criar novas dinâmicas e dinamizar social e economicamente os municípios de Portalegre, sousel e Marvão.

Foi feita uma Auscultação Pública entre 11 de junho e 13 de Setembro de 2012 que visava predominantemente valorizar ideias diferenciadoras que pudessem ser utilizadas para definição de um Plano de Regeneração Ur-bana nas áreas piloto selecionadas nos três municípios.

Como resultado desta auscultação pública foram recebidas dezasseis propostas para Portalegre, uma para Marvão e duas para sousel.

As principais ideias expressas pelos auscultados em Portalegre foram as seguintes:

• instalar bebedouros ao longo da zona comercial;

• Colocar dispensadores de sacos para dejetos caninos;

• Criar um percurso para visita de museus e/ou igrejas;

• Usar um autocarro antigo (com as cores da cidade – amarelo e preto) para funcionar como posto de informação;

• Criar um espaço de aluguer de bicicletas, carrinhos de bebé e cadeiras de rodas;

• disponibilizar um local de fornecimento de mapas da cidade;

• Promover a valorização das lendas e tradições locais;

• Promover a animação de rua (teatro, números de circo, feiras, ranchos, etc.);

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3.1

AUSCUltAçãO PÚblICA

PROPOStAS

• Criar jogos de pavimento como forma de entreter as crianças quando os pais vão às compras;

• Prover a zona comercial de mais cores e flores;

• instalar um sistema de micro pulverizadores ao longo de toda a zona co-mercial, como forma de arrefecimento durante o Verão;

• Colocar mais bancos;

• Recuperar e limpar todas as fachadas da zona comercial;

• Atrair novos investidores para abrirem lojas de qualidade, dando-lhes benefícios fiscais;

• Promover a abertura de esplanadas de qualidade, sem publicidade;

• Remover toda a publicidade exterior que seja dissonante sobre o contexto urbano;

• tornar todos os parques de estacionamento gratuitos;

• Reservar estacionamento para os utentes da farmácia;

• Alterar o trânsito e permiti-lo nos dois sentidos;

• Criar jogos de animação;

• Manter as ruas limpas;

• Cativar as pessoas para abrirem mais lojas;

• sensibilizar os proprietários para baixarem as rendas;

• disponibilizar novos espaços para arrendamento com preços atrativos que convidem à inovação e renovação;

• Criar novos postos de informação turística;

• Criar percursos pedonais com a sinalética adequada;

• Criar o circuito das portas da cidade;

• Promover a melhoria ambiental criando um sistema de toldos na zona comercial, amenizando assim as amplitudes térmicas;

• Melhorar a imagem da zona comercial;

• sinalizar os edifícios históricos, de interesse turístico;

• sinalizar os estabelecimentos comerciais de interesse turístico;

• Criar a figura de provedor ou zelador da cidade;

• Proibir a circulação de cães e gatos sem trela;

• substituir os traços amarelos por pilaretes, evitando-se assim o estacio-namento indevido;

• Rever os sentidos de trânsito;

• “obrigar” os proprietários de edifícios históricos a mantê-los;

• Promover e apoiar as atividades culturais;

• Restabelecer a circulação do minibus;

• instalar um quiosque com petiscos na zona do Museu das tapeçarias;

• organizar grupos de trabalhos comunitários para quem vandalize os es-paços públicos e privados;

• Promover a ocupação de lojas vagas, diminuindo as rendas;

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• tornar o estacionamento gratuito até uma hora de duração;

• Colocar pilaretes ao longo de toda a área de intervenção para evitar o estacionamento;

• substituir os candeeiros partidos;

• Rever o horário dos bares e outros estabelecimentos noturnos da área de intervenção (ser só permitido até às 23:00horas);

• intervir em todos os largos;

• Criar zonas de sombra através da aplicação de telas de ensombramento entre os edifícios;

• Criar espaços verdes;

• introduzir iluminação cénica e música ambiente na zona comercial;

• Proibir o estacionamento “anárquico”;

• Criar um centro comercial;

• Criar zonas de diversão;

• Promover os produtos gastronómicos de qualidade e as tradições locais;

• introduzir sinalética informativa/turística;

• Remover o mobiliário urbano e colocar novo;

• Promover as associações locais e disponibilizar espaços para a instalação das suas sedes na área de intervenção;

• Aumentar o número de bares e de esplanadas;

• disponibilizar um mini - comboio turístico não poluente;

• definir planos anuais de animação;

• Promover a realização de concertos nas igrejas;

• Promover a realização de exposições, mostras gastronómicas e de arte-sanato, folclore, etc.;

• Potenciar o impacto turístico do museu das tapeçarias;

• Criar um sistema de isenção de taxas e licenças;

• Abrir os restaurantes, bares e cafés também ao fim de semana;

• Passar toda a cablagem da EdP para uma galeria técnica subterrânea;

• garantir vigilância policial frequente;

• Recuperar todos os edifícios degradados;

• Construir casas de banho públicas;

• Proibir a circulação de velocípedes;

• Recriar as “tasquinhas” de antigamente;

• Proceder ao levantamento de todas as lojas fechadas e promover o seu arrendamento, aplicando rendas mais económicas;

• Criar um gabinete de apoio ao empreendedorismo, com aconselhamento personalizado;

• Criar a loja do Cidadão no Paços do Concelho;

• Proibir a circulação do minibus nas ruas pedonais;

• intervir no edifício que ruiu na Rua 5 de outubro;

• Abrir todas as lojas aos sábados; e, por último,

• Criar eventos festivos como as feiras medievais e mensalmente criar o dia outlet em todas as lojas da zona comercial.

ilUstRAÇão 117. CARtAZ dA AUsCUltAÇão PÚBliCA EM PoRtAlEgRE

As principais ideias expressas pelos auscultados em Marvão foram as seguintes:

• terminar colocação de sinalética;

• Retirar mobiliário urbano estragado e em desuso;

• Reabilitar urgentemente duas habitações situadas na Rua das Portas da Vila, propriedade do Município para serem arrendadas a interessados;

• dinamizar para alojamento da Casa do governador;

• Restringir o acesso automóvel dentro da Vila de Marvão, aos moradores e população concelhia, integrando ainda os moradores ocasionais (pessoas hospedadas nas unidades hoteleiras);

• não ceder a Associações ou particulares espaços, sejam habitações, co-mércios/espaços museológicos, que são de todos, de todos os contribuintes, mas antes definir regras justas, fazendo concursos;

As principais ideias expressas pelos auscultados em Sousel foram as seguintes:

• Conseguir que a Pousada de são Miguel seja propriedade pública e dos Souselenses;

• Alterar o nome da Pousada;

• transformar o espaço num nucelo central de turismo;

• Converter no Museu de produtos do Conselho e dos Cristos;

• Usar o espaço para ações de formação e publicidade das empresas da região;

• Apostar no turismo sénior no inverno e para jovens no Verão;

• investir nos transportes;

• Estabelecer parcerias com outros municípios com o intuito de criar siner-gias;

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Foi lançada uma iniciativa de Concurso de Conceção de Ideias dirigido a instituições de ensino superior na área da regeneração urbana, com o prin-cipal objetivo de recolher e valorizar ideias diferenciadoras que pudessem ser utilizadas para posterior definição de um Plano de Regeneração Urbana nas áreas selecionadas, dentro do perímetro dos Centros históricos dos municípios de Marvão, Portalegre e sousel.

Foi produzido um Regulamento específico para o lançamento deste con-curso.

As propostas apresentadas deveriam sugerir ideias capazes de promover a preservação do património e da memória dos locais em causa, de toda a área envolvente, capazes de dar um contributo de contemporaneidade e inovação, de criar novas dinâmicas para estes espaços, potenciar e alavan-car o processo de Regeneração Urbana e dinamizar social e economica-mente, não só os municípios envolvidos mas todo o distrito de Portalegre.

Apesar da intervenção se ter centrado em áreas piloto de três municípios pretendeu-se que as propostas tivessem uma escala maior e que apresen-tassem soluções capazes de contribuir para o enriquecimento de todo o distrito, numa ótica de valorização e atração conjunta.

Foi celebrado um Protocolo de colaboração entre três os municípios envolvi-dos (Portalegre, Marvão e sousel) e o instituto Politécnico de Portalegre, para que os alunos do mestrado de reabilitação urbana lecionado na Escola Superior de tecnologia e gestão, no ano letivo de 2011-2012 procurando formar equipas polivalentes envolvendo alunos de gestão, engenharia e de-sign, para que estudassem com detalhe as áreas piloto e desenvolvessem propostas de intervenção para serem incluídas nos projetos-piloto a aplicar em Portalegre, Marvão e sousel.

O concurso de ideias dirigido aos estudantes da Escola Superior de tecnolo-gia e gestão de Portalegre dos cursos de design e engenharia e do mestra-do em reabilitação foi lançado no dia 15 de junho de 2013.

No decorrer do processo do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana destinado a estudantes das áreas piloto definidas para Portalegre, Marvão e sousel a participação e dinamização da CiP foi con-stante procurando expor os objetivos e mantendo uma relação de proximi-dade, cooperação, apoio e colaboração com todos os intervenientes, desde os municípios aos professores e estudantes.

Numa primeira fase foi apresentado nas instalações do Instituto Politécnico de Portalegre o projeto CIP bem como os objetivos e pretensões do Con-curso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana e das áreas piloto dedicado aos estudantes.

No decorrer do processo a CIP acompanhou o desenvolvimento das propos-tas desenvolvidas pelos grupos, em estrita ligação com os professores que funcionaram como mentores esclarecendo os objetivos e procurando que as propostas fossem ao encontro do modelo preestabelecido, tentando ao máximo evitar projetos megalómanos e sem qualquer viabilidade. Apoiou ainda a análise económica feita para cada uma das propostas, sendo que como se tratava de um projeto académico esta questão não foi tratada tão a fundo como no caso dos Concursos para Profissionais.

Em suma, houve um contacto constante e continuo com os candidatos para apoio e esclarecimento dos objetivos, vocações das áreas piloto, preocu-pações com sustentabilidade económica e potenciais programas, apoios e

4

4.1

EnVolViMEnto dE institUiÇÕEs dE ENSINO SUPERIOR

PROPOStAS

incentivos que pudessem existem de forma a permitir e otimizar a concreti-zação das propostas a elaborar.

Os alunos foram divididos em três grupos, cada um dos quais se dedicou às áreas piloto de um município específico. Como resultado deste Concurso de Ideias, resultaram três propostas cada uma remetendo para as áreas piloto de um município. Não foi possível traduzir em valores os investimentos e os retornos previsionais de cada uma das propostas, uma vez que os grupos se preocuparam sobretudo em que o faseamento do projeto fosse exequível, sem o quantificarem os cash flows suscetíveis de virem a ser conseguidos.

PROPOSTA PARA A ÁREA PILOTO DE PORTALEGRE

A proposta centra-se na revitalização e dinamização da Rua do Comércio e a atração de pessoas, novos residentes e investidores.

O grupo de estudantes propôs um processo de regeneração urbana faseado em que as fases estão interligadas e dependem umas das outras. O pro-cesso estrutura-se da seguinte forma:

• Primeira fase:

- Recuperar as duas frações (5t1 e 5t2) para habitação low cost destinada a jovens

- Estabelecer uma zona de comércio e serviços com a recuperação de frações para lojas e escritórios

- Criar ateliers e um espaço expositivo de trabalhos de alunos de artes

- Recuperar os edifícios mais marcantes da Rua do Comércio para aí esta-belecer instituições, clubes ou associações

• segunda fase (baseada nos resultados da fase anterior):

- Alargar a oferta de habitação e escritórios

- Recuperação de espaços comerciais para posterior arrendamento

- lojas de produtos tradicionais

• terceira fase (dependendo do sucesso das fases anteriores):

- Reabilitar as restantes frações

- Construir um hostel no edifício do antigo café “O Facha”

No que diz respeito à viabilidade económica, a proposta assenta num in-vestimento faseado em que numa primeira fase através da reabilitação de edifícios e espaços pontuais para lojas e habitações de estudantes com o intuito de atrair pessoas para o centro da cidade.

Cumprido o objetivo da primeira fase o centro histórico seria mais atrativo e consequentemente com mais viabilidade para investimento privado. Posto isso, o objetivo seguinte seria ir-se procedendo progressivamente à recu-peração e reabilitação de todos os imóveis marcantes, com potencialidade de investimento e a necessitar de intervenção.

Cumpridos os objetivos das diferentes fases, os edifícios devolutos estariam recuperados e ocupados com atividades dinamizadoras e novos residentes desta forma a área piloto estaria dinamizada e reabilitada, regenerada.

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ilUstRAÇão 118. FAsEAMEnto E oBJEtiVos dA PRoPostA PARA PoRtAlEgRE

ilUstRAÇão 119. intERVEnÇÕEs sUgERidAs PARA A RUA PRinCiPAl dE MAR-Vão.

PROPOSTA PARA A ÁREA PILOTO DE MARVÃO

A proposta apresentada para a área piloto de Marvão teve como objetivo atrair turistas e investidores e dar uma oferta turística de qualidade.

O grupo de estudantes que tratou este município propôs a reabilitação de edifícios (inicialmente os edifícios de propriedade municipal seguidos dos edifícios privados).

Propôs ainda a implementação de uma Residencial Partilhada de forma a se tornar uma alternativa aos habituais hotéis e pousadas. Nessa Residencial os hóspedes teriam a possibilidade de usufruir de forma mais direta e natu-ral do meio rural, oferta cultural e gastronómica da Vila.

A fase seguinte propunha criar espaços para artistas, um centro de ex-posições na antiga prisão e a requalificação da casa do poeta joão Apolinário para um Museu.

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No que diz respeito à viabilidade económica a proposta assentava maiori-tariamente no aproveitamento do existente para a criação de atividades di-namizadoras relacionadas com o turismo e capazes de desenvolver e com isso gerar mais riqueza no município e regenerar a área piloto definida para Marvão.

depois de cumprido o objetivo Marvão teria mais possibilidades para atrair investimento privado e assim poderia proceder à recuperação de restantes imoveis a necessitar de intervenção e/ou com valor histórico e simbólico.

PROPOSTA PARA A ÁREA PILOTO DE SOUSEL

A proposta apresentada para a área piloto de Sousel teve como objetivo acrescentar à função hoteleira o conceito de ecoturismo e assim promover e oferecer alguns pontos diferenciadores da restante oferta.

O grupo de estudantes apontou como ações:

• Reabilitar a edificação e infraestruturas

• introduzir infraestruturas autossustentáveis (geradores, painéis fotovol-taicos e solares)

• Criar redes com associações ligadas á sustentabilidade de recursos, agri-cultura, vinhos, marmorária e produtos regionais

• implementar e promover workshops ligados à natureza como a apanha da azeitona e uva e o cultivo agrícola.

No que diz respeito à viabilidade económica a proposta apostava na cria-ção de uma Identidade Corporativa responsável por todo o processo de re-generação do projeto destinado ao ecoturismo e assente em princípios de sustentabilidade ambiental.

Foi lançado a 4 de Janeiro de 2013 pelas autarquias de Portalegre Marvão e Sousel, o Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Ur-bana da zona histórica e comercial de Portalegre, um conjunto de ruas em Marvão e a Pousada de s. Miguel em sousel.

A data limite fixada para a apresentação de propostas foi o dia 4 de Março de 2013, como o intuito de procurar soluções que visem a requalificação das áreas piloto e onde se julga ser estratégico iniciar um processo de Regene-ração Urbana, que alastre a toda a sua envolvente, beneficiando assim os três municípios e envolvente.

Simultaneamente, pretendeu-se impulsionar a revitalização da atividade económica, que numa perspetiva de promover a contemporaneidade, a diferenciação, a inovação, e considerando a identidade de cada local, per-mita criar novas dinâmicas nas áreas de intervenção de Portalegre, Marvão e Sousel.

Foi produzido um Regulamento para o lançamento de um concurso público de ideias para as áreas piloto de Portalegre, Marvão e sousel, que estabele-ceu que as ideias a apresentar deveriam sugerir temas e ideias capazes de promover a preservação e valorização do património material e imaterial, sem descurar o carácter particular de cada uma das áreas de intervenção. Deveriam ainda preconizar a implementação de um conjunto de medidas que efetivamente concretizem a regeneração urbana dos espaços em refe-rência.

5EnVolViMEnto dE PRoFissionAis NACIONAIS E INtERNACIONAIS DE

ARQUitEtURA AtRAVÉs dA oRgAni-zAçãO DE CONCURSOS PÚblICOS

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As propostas deveriam ainda expressar de forma global a promoção das mais-valias pré-existentes em cada zona, onde a dinamização económico-social da cidade e das vilas que integram o concurso, e que fazem parte da CiMAA – Comunidade intermunicipal do Alto Alentejo, representem um papel preponderante nas vivências das populações locais.

O Concurso de Conceção de Ideias foi destinado a cidadãos nacionais e es-trangeiros que se poderiam organizar individualmente ou formar equipas multidisciplinares (urbanismo, arquitetura, paisagismo, gestão, design, en-genharia, comunicação, etc.) tendo como obrigatoriedade a presença de um arquiteto coordenador.

Foram fixados alguns impedimentos relativamente aos candidatos:

• os membros de um agrupamento Concorrente não podem ser simulta-neamente concorrentes a título individual ou integrar diferentes agrupa-mentos de concorrentes, subscrevendo, simultaneamente, diferentes tra-balhos de conceção.

• Cada Concorrente/Agrupamento de Concorrentes deve formar uma Equi-pa de Projeto, constituída obrigatoriamente por um arquiteto, autor do pro-jeto ordenador, e por todos os técnicos que considere indispensáveis para o desenvolvimento do trabalho de Conceção.

• não podem ser Concorrentes as entidades singulares ou coletivas que se encontrem em qualquer situação de impedimento legal, de acordo com o disposto no artigo 55.° do Código dos Contractos Públicos (CCP) e no artigo 44.° do Código do Procedimento Administrativo (CPA).

• Estão ainda impedidos de concorrer, ou de colaborar a qualquer título com um Concorrente, os membros do júri, colaboradores, peritos e consultores do mesmo, funcionários e agentes da Entidade Adjudicante e outras enti-dades singulares ou coletivas que, por quaisquer circunstâncias, tenham tido acesso a informação privilegiada relativa ao presente procedimento.

Relativamente à análise da viabilidade económica da intervenção, dados os constrangimentos financeiros impostos pelo momento que todos vivemos, pretendeu-se que as ideias e propostas apresentadas fossem financeira-mente racionais e sustentáveis, devendo as mesmas conter não só a esti-mativa global da intervenção, mas também valores parcelares relativos às várias áreas e componentes programáticas que integram a proposta.

Não havendo intenção da autarquia em efetuar os investimentos relativos às intervenções propostas no presente concurso, pretendeu-se que a solução vencedora fosse capaz de aliciar parceiros privados que promovam a sua execução.

Face ao exposto, os concorrentes deveriam enquadrar as suas propostas com esta situação, atendendo ao facto que o recurso a financiamento se encontra, cada vez mais limitado, pelo que as novas ferramentas de finan-ciamento serão um importante alvo para a procura de verba que viabilize a execução das propostas as quais poderão também passar por uma inter-venção faseada, no tempo e/ou no tipo de investidor, mantendo a coerência do trabalho e respeitando o programa em causa.

Foi nomeado um júri para apreciação das propostas que incluiu represent-antes do Município de Portalegre, de Marvão, de sousel, do nERPoR-AE, da CiP, da CiMAA e o arquiteto Carrilho da graça.

A avaliação dos trabalhos pelo júri obedeceu a uma grelha de avaliação es-pecificamente criada que considerou três fatores principais com as ponde-rações indicadas:

1. Originalidade, inovação e pertinência global da solução programática e conceptual proposta, expressa como uma mais-valia para a cidade, tendo em conta a importância da área em estudo (40%)

2. Exequibilidade financeira e económica da solução (30%)

3. Qualidade geral da solução arquitetónica e urbana (30%)

O fator de avaliação compreendia os seguintes subfactores:

a) Integração e articulação da solução proposta com a respetiva envolvente;

b) Capacidade de valorização e atratividade;

c) Observância das condicionantes referidas no Programa Preliminar e ane-xos.

O fator de avaliação compreendia como subfactores respetivamente:

a) Relação do custo da intervenção com as soluções de sustentabilidade propostas;

b) Faseamento espacial e temporal da Intervenção.

O fator de avaliação compreendia como subfactores:

a) Reforço da estrutura morfológica do tecido urbano e da sua qualidade ambiental e formal;

b) Resposta às questões de estacionamento e circulação viária, tendo em conta os diversos equipamentos existentes e a propor;

c) Qualidade estética e inovação tipológica e construtiva das novas inter-venções.

No decorrer do processo do Concurso Público de Conceção (Ideias) para a Regeneração Urbana das áreas piloto definidas para Portalegre, Marvão e Sousel a participação e dinamização da CIP foi constante mantendo uma relação de proximidade, cooperação, apoio e colaboração com todos os in-tervenientes, desde os municípios aos candidatos. Nomeadamente no apoio e esclarecimento dos objetivos, vocações das áreas piloto, preocupações com sustentabilidade económica e potenciais programas, apoios e incen-tivos que pudessem existir de forma a permitir e otimizar a concretização das propostas a colaborar.

Concluído o prazo fixado para o concurso foram rececionadas e considera-das válidas pelo júri doze propostas que foram submetidas ao processo de avaliação pelo júri nomeado.

Concluído o processo de avaliação, o júri distinguiu um primeiro e um se-gundo prémio e atribuiu uma menção honrosa, que irão em conjunto com as restantes avaliadas servir para atrair investidores para a sua concretização e promover a reflexão e o debate acerca da Regeneração Urbana das áreas piloto de Portalegre Marvão e sousel, considerando um conceito alargado à sua envolvente, para que se possam encontrar soluções que potenciem a revitalização e valorização deste local.

Foi organizado um evento para apresentação pública de todas as ideias e sugestões recebidas e premiadas, pelo júri nomeado com base em regula-mentos produzidos para o efeito no dia 26 de Março de 2013 na sede da AEP em Matosinhos.

Está prevista uma sessão pública para entrega de prémios que se prevê venha a ocorrer durante o mês de junho.

Posteriormente os três municípios alentejanos envolvidos, irão promover os

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projetos resultantes desta iniciativa procurando potenciais investidores que possam viabilizar a realização dos mesmos.

As doze propostas recebidas foram em síntese as seguintes;

PROPOSTA 1 - PROPOSTA VENCEDORA

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Ao se centrar no comércio, turismo e espaço público, a proposta apontou a isenção do pagamento de taxas de ocupação de via pública ou de venda ambulante para os produtores locais devidamente credenciados (adesão à plataforma Ammaia) como incentivo à sua adesão.

Como ação comum às três áreas piloto foi proposta a criação de um web-site e uma aplicação gratuita para smartphone e outros dispositivos móveis (iOS e Android) - Ammaia para se conseguir a concentração de toda a infor-mação relativa ao património (georreferenciado), alojamento e restauração, agenda cultural, eventos, mas também a compra de produtos regionais di-retamente aos produtores sob a marca da região com expedição para todo o mundo.

O objetivo desta plataforma foi para além de valorizar os produtos e serviços locais permitir a eliminação de intermediários, redução de custos de mar-keting e sua comercialização, garantindo maiores margens de lucro e/ou preços mais competitivos com benefícios a médio e longo prazo para as comunidades (emprego, cativação de fundos externos).

Considerando que a intervenção no património edificado é de difícil execução (a propriedade é sobretudo privada), com custos muito elevados para a rea-lidade socioeconómica do concelho e benefícios muito questionáveis (não garante a reocupação dos edifícios e da malha urbana), a intervenção con-centrou-se espaço público, com pouca ou nenhuma obra a realizar. Nesse sentido propõe-se uma estratégia, o desenho de um processo que valorize e melhore as condições de vida na área de intervenção, fomente a criação de novos negócios e que crie as condições para uma recuperação do edificado pela iniciativa privada.

Portalegre

Nesta área piloto a intervenção concentrou-se no espaço público, com pou-ca ou nenhuma obra a realizar. Nesse sentido propôs:

• transformar o eixo comercial tradicional (composto pela Rua de Elvas, Rua do Comércio, Rua 5 de Outubro, largo josé Duro, largo de São lourenço, largo luís de Camões, largo da Misericórdia, largo de santo largo serpa Pinto e Praça do Município) num mercado de produtos locais com frequên-cia regular (2 a 3 dias por semana) no qual os produtores agropecuários da região, sobretudo dos concelhos de Portalegre, Marvão e sousel, venderiam diretamente os seus produtos ao consumidor final (farmers market).

5.1PROPOStAS

ilUstRAÇão 120. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA VEnCEdoRA PARA PoRtAlEgRE

ilUstRAÇão 121. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA VEnCEdoRA PARA MARVão

ilUstRAÇão 122. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA VEnCEdoRA PARA soUsEl

Marvão

Para Marvão esta proposta visou a criação de um ciclo de valorização dos recursos endógenos (fileira agropecuária, cinegética, tradições, artesanato) / rutura da marginalidade (social e económica)/ retorno aos campos/ repo-voamento/ recuperação do património edificado.

Nomeadamente:

• organizar regularmente concertos, teatro (veja-se o exemplo do festival Escrita na Paisagem) ou projeção de filmes (festival de cinema) e para esse efeito a proposta preconizou construir uma bancada ligeira (sem fundações, facilmente desmontável)

• Recuperar de imoveis e atribui-los a jovens, idosos ou outras faixas da população mais carenciadas.

• Construir no exterior da fortificação novos fogos destinados a habitação social ou de custos controlados, tendo em conta a disponibilidade destes edifícios. O princípio da proposta era que não se necessitava de mais edifí-cios mas sim de uma melhor utilização do património imobiliário existente, em benefício da recuperação e repovoamento do conjunto da fortaleza do Marvão.

Sousel

A proposta para esta área piloto centrou-se na requalificação e aproveita-mento do existente de forma integrada onde as novas funções se comple-mentam. Foi proposto:

• transformar a Praça de touros Pedro louceiro numa Escola de equitação/picadeiro Municipal Pedro louceiro

• Construir um edifício no limite nordeste do terreiro adjacente à praça de touros e à Capela de Nossa Senhora do Carmo, para apoio da Escola de Equitação e miradouro

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• Reaproveitar parcialmente o edifício da pousada para turismo em Es-paço Rural (t.E.R.) e o restante edifício destinar à instalação dos serviços e escritórios da escola de equitação, de associações recreativas locais (por exemplo Clube de tiro, associação de caça, Otl ocupação de tempos livres para população idosa) e a concessionar o restaurante/bar da antiga pousada a um operador local, assegurando, deste modo a utilização de produtos re-gionais e divulgação da gastronomia local.

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

Relativamente ao faseamento da intervenção cada área piloto todas foram divididas em quatro fases em que a primeira fase é igual para todos e con-siste na implementação da Plataforma Ammaia com a duração de 90 dias e um custo total estimado em 30.000€.

Portalegre

• segunda fase com duração de 30 dias corresponde ao mercado de produ-tos locais;

• terceira fase com a duração de 60 dias corresponde ao serviço de Minibus e por último a quarta fase (esta opcional) com a duração de 450 dias

• Última fase (opcional) consiste na repavimentação gradual das vias públi-cas e praças num período de 450 dias.

• Estimado um custo total de 432.050€.

Marvão

• segunda fase com duração de 30 dias corresponde ao mercado de produ-tos locais,

• terceira fase com uma duração de 90 dias corresponde ao auditório ao ar-livre;

• Quarta fase com duração de 24 meses que corresponde à recuperação de edifícios devolutos.

• Estimado um custo total de 2.252.750€.

Sousel

• segunda fase com duração de 180 dias corresponde à Escola de Equi-tação;

• terceira fase com uma duração de 60 dias corresponde à repavimentação do terreno;

• Quarta fase com duração de 180 dias que corresponde à reconversão do edifício da Pousada de s. Miguel.

• Estimado um custo total de 2.511.650€.

As diferentes fases não têm implicações com as restantes podendo a ordem da sua implementação ser alterada, adiada ou, inclusivamente cancelada sem afetar as outras.

ilUstRAÇão 123. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA VEnCEdoRA

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Depois de apresentada a estimativa do custo total de 5.226.450€, foram apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam vir a gerar a médio longo prazo. Nomeadamente o aumento de ven-das nas lojas adjacentes nos dias de mercado, o escoamento dos produ-tos locais levando à criação de novos negócios e expansão dos existentes e reforçam o emprego local e as redes de negócios. Fazendo uma análise comparativa entre custo/investimentos e resultados/ receitas considerou-se que a proposta apresentava uma boa viabilidade económica.

PROPOSTA 8 – CLASSIFICADA EM SEGUNDO LUGAR

Esta proposta caracterizou-se por muita intervenção no espaço público se-gundo princípios de sustentabilidade, ecologia, valores sociais e de reutili-zação.

O objetivo da proposta foi a alavancagem das atividades e potencialidades da região.

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

• Constituir um gabinete de gestão do Centro Histórico de Portalegre (a instalar no prédio de valor Concelhio de gaveto da Rua 5 de Outubro com a travessa 1º de Maio):

• Promover e fazer com que os projetos novos e/ou de reabilitação con-templem estruturas sustentáveis e bioclimáticas, que promovam o conforto térmico e a eficiência energética e façam uso das energias renováveis dis-poníveis, implementando ainda sistemas de gestão responsável e reutili-zação das águas pluviais e cinzentas.

• Criar um centro comercial ao ar livre (integrando a Rua 5 de outubro, Rua luís de Camões, largo Dr. Frederico laranjo, largo de Camões e a Rua do Comércio) com o intuito de promover o desenvolvimento económico e o reabitar do Centro histórico.

• Conjunto edificado e aos novos serviços:

- Recuperar e reabilitar todos os edifícios em avançado estado de degra-dação, preservando as fachadas e elementos arquitetónicos originais e ten-do em consideração a uniformidade volumétrica do conjunto.

- limpar e manter todo o conjunto edificado.

- Uniformizar arquitetonicamente os pisos térreos comerciais

- Criar um atelier para artistas e artesãos locais, com partilha de recursos e infraestruturas, onde se promovam workshops regulares. Integração de loja vocacionada para o comércio artesanal local.

- Implementar um Clube Sénior

- Reabrir o antigo PbX como espaço de qualidade de diversão noturna.

- demolir o edifício devoluto e em ruínas contíguo ao Museu da tapeçaria guy Fino, com requalificação de toda a zona exterior, integrando-a no pro-jeto urbano já implementado (POlIS), libertando e dignificando a torre de Controlo através da clarificação de percursos e acessos.

- Instalar Painéis Solares térmicos integrados na cobertura e telhas Foto-voltaicas

• Espaço público

- Reabilitar as fontes públicas existentes no largo 28 de janeiro e no largo Serpa Pinto, com torneiras temporizadoras.

- demolir imóveis na Praça do Município e adjacentes na encosta sudoeste para construir um miradouro e espaço verde e de convívio

- Requalificar toda a encosta Sudoeste adjacente à Sé Catedral e Convento

- Modernizar o mobiliário urbano

- Instalar equipamento de som para música ambiente

• Mobilidade

- Alterar o sistema de pagamento de estacionamento

- Reordenar os espaços de estacionamento

- Instalar transportes destinados aos mais frágeis

• turismo

- Recuperar o edifício na Rua de Elvas, singular pela sua cércea, dimensão e qualidade arquitetónica para instalação de um hotel de Charme, com Res-taurante e Casa de Chá panorâmicos no último piso

- Criar um posto de turismo no Rossio e de um passe-museu

• no que diz respeito à divulgação e atividades culturais propôs a criar um site com apresentação e promoção da cidade, suas atividades e turismo, de iniciativas comercias e de gastronomia

Marvão

o objetivo geral para Marvão foi a recuperação física do edificado, numa perspetiva de conservação, sem interferir significativamente na mancha existente e a implementação de novos conceitos de atividades socioculturais e turísticas que respeitem a natureza, o ambiente e o património, no sentido do desenvolvimento sustentável da vila e da sua comunidade residente, com a criação de sinergias que visem um maior dinamismo local. tendo por ob-jetivos conjuntos a conservação, promoção e valorização global, equilibrada e sustentável, assente em modelos de desenvolvimento territorial orienta-dos pelo princípio da contenção urbana.

Como programa da intervenção, apresentado com o nome Aldeia global, propôs:

• Criar uma rede de pequenos pontos de comércio e de um centro de arte-sanato com oficina visitável (com uma cafetaria/bar), a implementar em diferentes imóveis degradados, após recuperação.

• Criar de um Centro de intercâmbio Cultural e desportivo, no âmbito do turismo cultural e de natureza, que vise promover os valores naturais, pai-sagísticos, científicos, estéticos e culturais da região, atuando não só intra-muros mas em todo o concelho.

• Criar um programa de Férias Ativas e de um evento anual das Jornadas de juventude

• Adaptar edifícios para Casa-Abrigo e/ou residência temporária

Sousel

A intervenção proposta pretendeu a reabilitação da Pousada de s. Miguel bem como a implementação de estratégias turísticas dinâmicas e de apro-

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ximação da população da vila às infraestruturas alvo: Pousada de s. Miguel, Praça de touros Pedro louceiro e a Capela de Nossa Senhora do Carmo.

Como programa da intervenção propôs:

• Reabilitar e manter a Pousada e área envolvente com objetivo da sua rea-bertura

• Pôr a Pousada a funcionar como apoio e residência temporária a uma academia de agricultura biologia e permacultura

• dinamizar o bar da Pousada em duas vertentes, sendo a função diurna como bar/cafetaria e a noturna como música ao vivo, com bandas locais, noites de fados, noites temáticas numa base semanal dependendo da ofer-ta/ procura.

• Reabrir o restaurante para servir os estudantes e turistas, com integração dos produtos provenientes da agricultura biológica e permacultura.

• dinamizar a curto prazo a Praça de touros Pedro louceiro em parceria as jornadas taurinas de Sousel pela tertúlia tauromática Nossa Senhora do Carmo, onde são propostas iniciativas com a participação de grupos de forcados de Concelhos vizinhos como Portalegre, Alter do Chão, Arronches, Monforte e Elvas.

• Repavimentar e melhorar acessos

• implementar um programa de turismo com diversas atividades desporti-vas, workshops e culturais/tradicionais

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

A intervenção em Portalegre foi pensada para se desenvolver entre 2013 e 2020 em 5 fases da responsabilidade do gabinete de gestão do Centro histórico de Portalegre e o custo total foi estimado em 20.000.000 €.

A intervenção em Marvão foi pensada para se desenvolver entre 2013 e 2020 em 3 fases e o custo total da intervenção foi estimado em 960.000 €.

A intervenção em Sousel foi pensada para se desenvolver entre 2013 e 2018 em 2 fases e o custo total da intervenção foi estimado em 800.000 €.

ilUstRAÇão 124. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 8 PARA PoR-tAlEgRE

ilUstRAÇão 125. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 8 PARA MARVão

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ilUstRAÇão 126. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 8 PARA soUsEl

Feito a estimativa do custo total de 21.760.000€ e apontadas as mais-valias, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente promoção das cidades e seus produtos, aumento da atratividade dos três municípios, melhoria das condições de vida, mobili-dade, cultura, lazer e turismo e consequente aumento do número de turis-tas, novos residentes e novos negócios. Por estas razões considerou-se que a proposta apresentava viabilidade económica.

Proposta 4 - Menção Honrosa

A solução apresentada consistia em transformar cada uma das áreas piloto em três áreas turísticas distintas mas complementares com gestão comum e apontando o turismo de gestão integrada como dinamizador da economia local e motor da regeneração urbana através do aumento do número de turistas, empreendedores nacionais e estrangeiros.

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

A estratégia e objetivo comum foi a implementação de uma operação de marketing denominada de Agenda, para a divulgação dos acontecimentos nas três áreas piloto.

Portalegre

A proposta nesta área piloto teve como objetivo repovoar, dinamizar, criar atratividade para viver, trabalhar e visitar o Centro histórico de Portalegre. (museus de rua, rota cultural, rota das tapeçarias, festival internacional de arte urbana, semana das artes decorativas/ moda e/ou do design, etc.).

Como forma cumprir com objetivos as intervenções propostas centraram-se num eixo comercial, nomeadamente:

• Criar um “City Resort Hotel” que agregasse alojamentos e serviços com-plementares dispersos na zona,

• Requalificar a área e criar uma nova imagem de rua,

• Criar uma plataforma indutora da criatividade “Criative lab” que pres-supõe a criação de núcleos criativos, atividades criativas e culturais

ilUstRAÇão 127. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 4 PARA PoRtAlEgRE

Marvão

A proposta defendeu que dado o valor histórico da Vila de Marvão a interven-ção de regeneração urbana que conduziria a um desenvolvimento económi-co, deveria ser compatível com o tecido urbano existente e as intervenções no espaço público deveriam ser minimizadas e sem interferir com a identi-dade e história do lugar.

A intervenção proposta centrou-se em dois objetivos para os quais delineou as seguintes ações:

• Revitalização da Vila: através da intervenção no edificado para melhoria e aumento do alojamento turístico e das respetivas áreas e serviços comuns do “Village Resort Hotel”, onde a oferta turística seria gerida por uma só entidade. Neste hotel estariam inseridos e integrados serviços, alojamento e equipamentos e ocuparia os edifícios devolutos e em mau estado de con-servação, promovendo assim a reabilitação e dinamização com alojamentos turísticos e espaços comerciais.

• dinamização da Vila: assenta na dinamização do comércio, qualificação de espaços públicos, desenvolvimento de um equipamento de desporto na na-tureza e ainda um espaço multifuncional complementar “Marwan gallery” dedicado a acolher conferencias, reuniões, exposições, etc.

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ilUstRAÇão 128. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 4 PARA MARVão.

ilUstRAÇão 129. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 4 PARA soUsEl

Sousel

A intervenção proposta teve como objetivo nesta área piloto potenciar o lu-gar, através da qualificação e flexibilização da utilização das estruturas ex-istes para alojamento, lazer, cultura, turismo e usufruto e potencialização da natureza. Para tal definiu as seguintes ações:

• Requalificar a pousada de são Miguel criando um Country Resort Hotel de forma a aumentar a diversidade de alojamentos

• Criar um percurso ecológico, um eco- caminho de ligação á Vila que in-cluiria um centro de receção ao visitante, landmark e um centro interpre-tativo ambiental.

• Requalificar da área envolvente da Praça de touros e igreja

• Requalificar o parque de merendas,

• Criar áreas e percursos para desportos radicais

• Construir um hipódromo

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

A proposta apresentou uma análise completa dos possíveis mecanismos de financiamento para a regeneração das áreas piloto bem como para todo o território nacional.

Neste sentido a proposta defendeu que face ao contexto económico nacio-nal, os instrumentos financeiros disponíveis deveriam ser reorientados para a área da regeneração urbana. Instrumentos financeiros tais como o QREN e o banco Europeu de Investimentos (bEI). Afirmou que o Estado deveria criar sistemas de fiscalização e avaliação de risco e retorno das políticas públicas na matéria de regeneração urbana, criar condições para ajudar a reestruturar o mercado da habitação e providenciar condições seguras para o investimento público. Apontou ainda como fatores chave para o fi-nanciamento das ações de regeneração urbana os investimentos públicos e privados.

Foram apontados os seguintes programas de financiamento como essen-cial para a implementação das ideias e intervenções propostas:

• Programas de Comparticipação à realização de obras de conservação

RECRIPh – Regime Especial de Comparticipação na Recuperação de Pré-dios Urbanos em Regime de Propriedade horizontal, RECRIA – Regime Especial na Recuperação de Imoveis Arrendados, REhAbItA – Regime de Apoio à Recuperação habitacional em Áreas Urbanas Antigas que consiste num apoio financeiro aos municípios para a recuperação destas zonas, SOlERh – Sistema de Solidariedade de Apoio à Reabilitação de habitação Própria que permite empréstimos do IhRU sem juros para obras de con-servação em habitações devolutas e de propriedade pública, PROhAbItA está relacionado com a resolução de carências habitacionais e o PORtA 65 JoVEM que regula incentivos a jovens arrendatários.

• Programas de investimento público do QREn,:

Parcerias para a Regeneração Urbana como um dos vetores de intervenção das Cidades POlIS XXI; eixo 1 do ON2 e Programa Compete que apoiam a dinamização e estratégias de atração de novas iniciativas empresariais em sectores relevantes.

Sistema de apoios a ações coletivas SIAC que visa melhorar a competitivi-dade do país.

• Produtos financeiros disponibilizados pela Banca em condições protoco-ladas são eles os Fundos de Investimento Imobiliário em Reabilitação Ur-bana FIRU e Protocolos bancários que se traduzem na facilidade de acesso ao crédito.

• Fundos de desenvolvimento Urbano FdU, com ou sem apoio complemen-tar no quadro de iniciativa jESSICA joint European Support for Sustainable Investment in City Areas.

Fundos e Sociedades de Investimento Imobiliário para Arrendamento habi-tacional FIAh e SIAh, o meio pelo qual os bancos adquirem imoveis aos pro-prietários em dificuldades de pagamento arrenda-lhos de volta com rendas baixas e dão ainda a possibilidade de compra do mesmo.

• Benefícios fiscais associados à Reabilitação Urbana: dedução à Coleta de IRS ate ao limite de 500,00€ de 30% de encargos suportados pelo proprie-tário na reabilitação dos imoveis; tributação à taxa autónoma de 5% das mais-valias auferidas pro sujeitos passivos de IRS residentes em Portugal desde que inteiramente decorrentes da alienação de imoveis situadas em

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área de reabilitação urbana ARU, recuperados nos ternos das respetivas estratégias de reabilitação; tributação à taxa de 5% dos rendimentos pre-diais auferidos ou sujeitos passivos de IRS residentes em Portugal quando estejam inteiramente decorrentes do arrendamento de imoveis; isenção em sede de imposto sobre imóvel iMi num período de 5 anos a contar da data da conclusão da reabilitação; isenção de imposto municipal sobre as trami-tações iMt as aquisições de prédio urbano ou fração autónoma de prédio urbano destinado exclusivamente a habitação própria e permanente, na primeira transmissão onerosa do prédio reabilitado quando localizado em ARU.

Assente que o sucesso e garantia de concretização das ações assentam na sua sustentabilidade económica, a proposta foi concebida e pensada para gerar retorno financeiro através das operações de regeneração elencadas.

Apresentou-se como uma proposta não assente no investimento público no entanto aponta alguns componentes que dadas as suas características de-vem ser assegurados pela autarquia (ex. intervenções em espaço público). A proposta conta ainda com a cobertura financeira da intervenção dos sub-sídios a fundo perdido (fundos comunitários ou do Estado).

Para as três áreas piloto foram apresentadas uma estimativa de custo total da intervenção baseado em análises, estado de conservação e novos usos a serem instalados. Foram ainda contabilizados e analisados os custos dire-tos com as intervenções de reabilitação e reconstrução, os custos indiretos (fiscalização, projetos, etc.) e os custos de aquisição de edifícios interven-cionados. Para as ações associadas com a Agenda contabilizou-se um valor de 1% dos investimentos nas ações restantes.

Portalegre

• Pretendeu ser uma intervenção integrada e dividida em três fases (pro-gramação e montagem da operação, elaboração dos projetos correspon-dentes e execução das obras no terreno) a decorrer durante 10 anos.

ilUstRAÇão 130. FAsEAMEnto dA PRoPostA 4 PARA PoRtAlEgRE

ilUstRAÇão 131. EstiMAtiVA dE CUstos E instRUMEntos dE APoio FinAnCEi-RO DA PROPOStA 4 PARA PORtAlEgRE

• A estimativa total de custo foi de 22.399.356€ sem iVA.

• Foi ainda pensado para o conjunto de ações proposta os investimentos e comparticipações que se enquadram melhor, nomeadamente:

- Programas de Comparticipação à realização de obras de conservação fi-nanciam a Revitalização da habitação e comércio, Compatibilização de cér-ceas e Agenda

- Município e Programas de apoio ao investimento público financiam a Agenda, a requalificação do espaço público, mobiliário, equipamento urbano e sinalética

- Projetam o financiamento de fundos privados, Novo Quadro Comunitário de apoio e Fundos de Investimento Imobiliário em Reabilitação Urbana em todas as ações propostas

- Sistemas de Incentivo às Empresas e Ações Coletivas financiam as ações envolvidas na Agenda e no repovoamento e dinamização do centro histórico

- Protocolos bancários apoiaram o financiamento no repovoamento e di-namização do centro histórico, a Agenda, a requalificação do espaço públi-co, mobiliário, equipamento urbano e sinalética

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Marvão

• Pretendeu ser uma intervenção integrada e dividida em três fases (pro-gramação e montagem da operação, elaboração dos projetos correspon-dentes e execução das obras no terreno) a decorrer durante 6 anos.

ilUstRAÇão 132. FAsEAMEnto dA PRoPostA 4 PARA MARVão

• A estimativa total de custo foi de 5.566.452€ sem iVA e integra o valor de 0,15 milhões de euros correspondentes às ações complementares propos-tas, localizadas no exterior da área delimitada para a intervenção de rege-neração.

• Foi ainda pensado para o conjunto de ações propostas, os investimentos e comparticipações que se enquadram melhor, nomeadamente:

- Programas de Comparticipação à realização de obras de conservação fi-nanciam a Revitalização da Vila nomeadamente a habitação, a dinamização do comércio e Agenda.

- Município financia a Agenda, a qualificação de largos e praças, equipa-mento de desporto de natureza e a marwan gallery.

- Parcerias publico privadas financiam o alojamento turístico e as áreas co-muns do Village Resort Hotel, equipamentos desportivos de natureza, mar-wan gallery e Agenda.

- Projetam o financiamento de fundos privados, Novo Quadro Comunitário de apoio e Fundos de Investimento Imobiliário em Reabilitação Urbana em todas as ações propostas

- Sistemas de Incentivo às Empresas e Ações Coletivas financiam as ações envolvidas na Agenda e no repovoamento e dinamização do centro histórico

- Protocolos bancários apoiaram o financiamento no repovoamento e di-namização do centro histórico, a Agenda, a requalificação do espaço públi-co, mobiliário, equipamento urbano e sinalética

ilUstRAÇão 133. EstiMAtiVA dE CUstos E instRUMEntos dE APoio FinAnCEiRo dA PRoPostA 4 PARA MARVão

Sousel

• Pretendeu ser uma intervenção integrada e dividida em três fases (pro-gramação e montagem da operação, elaboração dos projetos correspon-dentes e execução das obras no terreno) a decorrer durante 6 anos.

• A estimativa total de custo foi de 3.510.342€ milhões de euros sem iVA e integra o valor de 0,8 milhões de euros correspondentes às ações com-plementares propostas, localizadas no exterior da área delimitada para a intervenção de regeneração.

• Foi ainda pensado para o conjunto de ações proposta os investimentos e comparticipações que se enquadram melhor, nomeadamente:

- Município financia a Agenda, o eco caminho e as ações complementares

- Parcerias público-privadas PPP financiam o Country Resort hotel, o land-mark, o centro de interpretação, as áreas para desportos radicais, o hipó-dromo e a Agenda.

- Projetam o financiamento de fundos privados, o QREN através de Progra-mas de Apoio ao Investimento Público e o Novo Quadro comunitário de apoio em todas as ações propostas

- Sistemas de Incentivo às Empresas e Ações Coletivas financiam todas as ações propostas exceto a requalificação da envolvente da Praça de touros e Igreja.

- Protocolos bancários financiam o Country Resort hotel

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ilUstRAÇão 134. FAsEAMEnto dA PRoPostA 4 PARA soUsEl

ilUstRAÇão 135.EstiMAtiVA dE CUstos E instRUMEntos dE APoio FinAnCEi-RO DA PROPOStA 4 PARA SOUSEl

Feito a estimativa do custo total de 31.476.150€ e apontadas as mais-vali-as, resultados e receitas que as ações propostas possam gerar a médio longo prazo nomeadamente com a melhoria das condições de vida e oferta turística e cultural se conseguira atrair novos negócios, turistas, artistas e investidores Por estas razões considerou-se que a proposta apresentava viabilidade económica positiva.

PROPOSTA 2 – QUARTO LUGAR

O objetivo desta proposta centrou-se na afirmação do espaço público en-quanto valor patrimonial e para isso propôs a reabilitação dos espaços públicos, devolver as praças, largos e arruamentos à cidade, aos seus hab-itantes e visitantes.

A proposta incidiu sobre as estruturas físicas, mas também sobre a fixação humana, conjugando as ações de restauro com a procura de funções apro-priadas às exigências atuais.

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

Nesta área piloto a proposta pretendeu acentuar a continuidade urbana do eixo comercial do Centro histórico, criando um sistema “entrelaçado” de praças, ruas e largos, possível através da extensão dos pavimentos das ruas para as praças e largos, e da articulação através de desníveis, plataformas e escadarias.

Pretendeu que este eixo estruturante não fosse apenas infraestrutura de circulação mas também espaço privilegiado para o desenvolvimento de eventos sociais, lugar de encontro, espaço para atividades culturais e cívi-cas.

Como principais ações foram apontadas as seguintes:

• Privilegiar a circulação pedonal, automóvel e bicicletas, contribuindo para a diminuição da circulação e estacionamento automóvel que libertaria mui-tos lugares da cidade, destinando-os ao usufruto do peão, melhoraria a mo-bilidade e a reintegração do centro histórico como lugar de encontro, de identidade e de cultura.

• Reestruturar de praças e largos como espaços de permanência através da reorganização do estacionamento e de novas propostas para a sua con-figuração formal e espacial.

• Criar espaços verdes / arborização com a plantação de árvores caracte-risticamente locais, em vários largos e praças, devolvendo um ambiente que propicie a permanência e o aproveitamento do espaço público.

• Reabilitar os edifícios degradados / Reativar os pisos térreos do conjunto histórico através da manutenção dos sistemas construtivos tradicionais, utilizando a mão-de-obra local, materiais e técnicas tradicionais, não só no sentido de obter uma unidade construtiva como uma unidade formal e am-biental, criando emprego e produtividade.

• Criar estímulos para a reocupação dos espaços comerciais e das plan-tas térreas desocupadas, incentivando a ocupação com usos alternativos relativamente ao comércio. Reabitar os pisos térreos é parte da estratégia fundamental na reativação do espaço público

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Marvão

A proposta de regeneração da vila do Marvão sustentou-se numa estraté-gia de ação cirúrgica, reconhecendo a qualidade do todo consolidado. Como principais ações foram apontadas as seguintes:

• Circulação automóvel e pedonal: restringir a circulação automóvel, reti-rando os lugares de estacionamento existentes no largo do Espírito Santo e no largo do Pelourinho.

• Equipamento urbano: implantar bancos, bebedouros e caixotes do lixo, ao logo de todo o eixo, designadamente nos espaços públicos adjacentes

• Espaços públicos: alarga pontualmente algumas zonas, que constituem espaços públicos de referência e a potencialização do largo do Pelourinho através de eventos de carácter temporário (ex. cinema ou teatro ao ar livre, dinamizar a zona durante os meses estivais).

• Recuperação de edifícios degradados: reabilitar o edifício da esquina da Rua do Espirito Santo recuperando-o para fins culturais ou turísticos e dos edifícios da Rua das Portas da Vila.

Sousel

A proposta pretende criar as condições necessárias para a valorização e usufruto de Sousel para tal centrou-se em cinco objetivos nomeadamente:

• Melhoria das infraestruturas de acesso à serra de são Miguel com a re-pavimentação da via de ligação da vila à serra de são Miguel, criando um alargamento para criação de uma ciclovia, permitindo deste modo o desen-volvimento do cicloturismo em crescimento na região alentejana. Criar um sistema de aluguer de bicicletas, implementado na vila, que permita não só aos visitantes mas também aos munícipes, usufruir do cicloturismo. Propôs também incorporar um minibus que transporte diariamente visitantes e moradores, da vila à Serra.

• sinalética, equipamento urbano e iluminação: implantação de mobiliário e equipamento urbano, comum às três áreas de intervenção, destacando o quiosque de aluguer de bicicletas, a paragem de Mini bus, pontos de para-gem de bicicleta e quiosques de apoio a eventos temporários. Pretende-se ainda incorporar um sistema de sinalética, para melhoramento da acessibi-lidade à serra de são Miguel

• Recuperação e reativação da Pousada para fins recreativos e culturais, com o objetivo de atrair não só visitantes, mas também a população local. Mantendo uma área hoteleira mais acessível para turismo sénior, pretende-se que algumas das áreas comuns da Pousada sejam abertas ao público com fins culturais associados à cultura gastronómica e artesanato local. A área privilegiada de piscinas deveria ser também aberta à utilização do público em geral durante os meses estivais.

• Espaço público: a área adjacente à Pousada deveria ser repavimentada, de modo a criar uma zona de permanência exterior mais digna para eventos públicos, tais como festas municipais, feiras ou exposições.

• Mobiliário urbano e equipamento de apoio comum às três áreas, unifican-do a proposta de intervenção. Este sistema de mobiliário estaria composto por: bancos; bebedouros; Parque de bicicletas; Sistema aluguer de bicicle-tas; Sinalética informativa / turística; Sistema de toldos na zona comercial para a época estival; Pilaretes; Quiosques, etc.

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

Foi feita uma previsão de custo para cada uma das áreas piloto que incluiu demolições e remoções de pavimentos, 2 tipos de pavimentos, movimen-tação de terras e outros trabalhos e equipamento público que estimou 505.648,80€ para a intervenção de Portalegre, 17.566,20€ para Marvão e 159.079,40€ para Sousel perfazendo um total de 682.294,40€.

A proposta apresentada assentou em intervenções cirúrgicas que visavam alavancar a aérea criando melhores condições de vida, mobilidade e poten-cialidades turísticas conferindo aos três municípios uma maior atratividade tanto para turistas, novos residentes, desportistas e investidores. Enuncia-dos os resultados e os custos da intervenção, a proposta foi considerada viável economicamente.

PROPOSTA 9 – QUINTO LUGAR

A proposta de regeneração urbana centrou-se na promoção de um melhor ambiente e qualidade de vida urbana, a par com a perspetiva da salvaguar-da, conservação, manutenção e sustentabilidade de espaços, bens e valores patrimoniais e socioculturais.

A proposta apresentou estratégias evolutivas para que a Regeneração Ur-bana do Alto Alentejo aconteça, nomeadamente:

• Facilitar os procedimentos e ações que visam os objetivos comuns para além das propostas físicas localizadas, ou seja promover e agilizar as inter-relações entre os macro objetivos legislativos e despachos municipais, pas-sando pela promoção, formação e envolvimento das massas humanas da cidade, e finalmente ao projeto urbano em si.

• A falta de envolvimento e comunicação entre as pessoas foi apontada como um dos principais bloqueios à implementação de novas iniciativas nas zonas piloto.

Por essa razão a proposta incluiu na sua estratégia evolutiva, uma inter-venção assente em protocolos / encontros / parcerias / formações, entre: entidades municipais, proprietários, comerciantes e investidores privados, grupos, associações e habitantes, de modo a esclarecer, comunicar e es-sencialmente ajudar os intervenientes a saberem comunicar uma imagem positiva de marketing de cidade integrada com sinergias e benefícios co-muns a todos

• Estabelecer catalisadores de pessoas e vida urbana nas zonas piloto, como conteúdos da “comunicação integrada da cidade”, a proposta dividiu--os em quatro dimensões essenciais para a regeneração urbana das três áreas piloto consideradas, foram elas:

- Propostas de envolvimento: encontros, formações, para e com partici-pação cidadã;

- Propostas de Deslocamento de Funções e Serviços, Novos Usos;

- Propostas de programação de atividades anuais e faseadas;

- Propostas de organização funcional dos espaços e equipamentos

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ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

A proposta apresentou dois elementos importantes para a regeneração da cidade; a cultura e o envolvimento da população. Apresentou a pro-gramação anual faseada de um conjunto de eventos na área, como um pilar importante para a sua regeneração (vivência) social. E apontou a promoção de diálogos didáticos sobre a comunicação de valores da cidade com os próprios cidadãos como uma forma de facilitar o esclarecimento, o sentido de pertença dos objetivos comuns, para que as entidades envolvidas corres-pondam ao compromisso de uma estratégia de comunicação global.

Para Portalegre foi proposto:

• deslocar serviços públicos (i.e.: notário, finanças, saúde) para a área pilo-to de forma a aumentar o número de pessoas e ao mesmo tempo estimular o pequeno comércio.

• Criar conversas e formações com comerciantes, privados interessados, órgãos camarários e associações municipais que conduzissem a uma es-tratégia de marketing de cidade

• Criar eventos efémeros com regularidade anual, tais como: festividades cíclicas sagradas (procissões) e profanas (Maias e festa dos aventais); mer-cados de rua; desfiles (Maias, Festa dos Aventais, santos Populares, etc.); exposições e concertos ao ar livre, etc.

• Criar um “ninho”, em articulação com o nERPoR o iEFP e a Associação de Comerciantes, de pequenas e microempresas criativas (design, moda, ar-quitetura, restauro e conservação, imagem, escultura, pintura, etc.). Propôs para isso, a introdução de um sistema de arrendamento suficientemente atrativo para a fixação indústrias criativas, complementar a um órgão de gestão deste ninho de indústrias criativas, regulador de iniciativas e comu-nicação (marketing) para o exterior, como mecanismo de identidade e atra-tividade.

• incluir em roteiros mapeados temas turísticos diferenciadores da região, como os eventos sugeridos pela proposta, entre outros, a restauração e ofertas noturnas, património, serviços e equipamentos de interesse: inte-grados num design que promova uma identidade legível.

• Criar equipamentos urbanos: esplanadas, sombreamentos verdes, equi-pamentos criativos para crianças e idosos, espaços de leitura, instalações sanitárias públicas, parques de estacionamento e abrir o largo da Sé Cate-dral para sudoeste para dar origem a um miradouro e zona de lazer.

ilUstRAÇão 136. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 9 PARA PoRtAlEgRE, noME-AdAMEntE A ABERtURA do lARgo dA sÉ.

ilUstRAÇão 137. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 9 PARA PoRtAlEgRE, noME-AdAMEntE EVEntos EFÉMERos Ao AR liVRE.

ilUstRAÇão 138. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 9 PARA PoRtAlEgRE, noME-AdAMEntE noVo MoBiliÁRio URBAno.

Marvão

A proposta para Marvão teve como objetivo primordial potenciar sensações, de fruição e de descoberta do lugar. baseado no princípio de que os consu-midores de produtos turísticos, entre outros, já não procuram “coisas”, mas sim experiências, momentos inesquecíveis.

Para Marvão foi proposto:

• Acentuar as festividades tradicionais anuais: A criação de novos eventos criativos foi uma proposta consciente dos retornos económicos e memo-ráveis que os eventos geram. Como tal foi proposto a criação de um novo evento apropriado ao vento de Marvão, a dinamizar o calendário existente — “low Cost”, divertido e aberto a todos, criando momentos de socialização e paisagem únicos — festival do papagaio de papel.

• Potencializar funções turísticas através dos próprios proprietários - tu-rismo de Aldeia: Foi proposto a criação de uma rede de casas (cinco no mínimo) que ofereça alojamento em regime de turismo de aldeia. Este tipo de oferta encaixa perfeitamente no que Marvão pode oferecer aos turistas, uma forte identidade patrimonial e um espaço privilegiado para o desen-volvimento de atividades habitualmente ligadas ao turismo de natureza soft (i.e. pedestrianismo e birdwatching), ou hard (i.e. parapente, escalada e ori-entação). A existência deste tipo de oferta turística em Porto de Espada, potencia a criação de um produto turístico, global e integrado, para o con-celho, a começar na Vila de Marvão.

• Residências criativas: Foi proposto a criação de um espaço de alojamento para artistas/criativos. Paralelamente a Oficina Ideias Criativas (Oficina IC) pode ser um espaço de debate de ideias e realização de workshops, para que a promoção e a valorização da arte e da criatividade assumam um papel central na atração de novos turistas.

• Atualização e/ou limpeza elementos de mobiliário urbano dissonantes, para uma unidade de conjunto identitária e a par com a carga simbólica da vila.: Foi proposto a integração de um sistema de informação em site | ma-pas da Vila | mapas de trilhos e percursos e relacionado com uma sinalética

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e mobiliário urbano que visassem uma linha única de design apropriado à identidade do castelo.

• soluções de equipamentos: Foi proposto a criação de percursos e trilhos turísticos locais a começar e acabar dentro de Marvão, certamente que se dinamizam mais cafés, lojas, mercearias locais, etc.

ilUstRAÇão 139. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 9 PARA MARVão.

Sousel

A proposta para Sousel visou potenciar a tradição e o desenvolvimento económico através do azeite, interação com a natureza, novos desafios e novos públicos capazes de promover Sousel na oferta de experiências úni-cas.

Para Sousel foi proposto:

• trilhos de desportos radicais e de lazer: Marcar trilhos no olival de forma a valoriza-los e reconvertê-los para novos usos sem perder a sua vocação original. Ou seja, propõe um Downgrade de funções turísticas para os públi-cos atuais, direcionados tanto para o lazer como para as experiências Rad-icais

• Refúgios ecológicos: A proposta identificou a necessidade de criar um novo produto adaptado aos novos tempos: uma estrutura de alojamento de diferentes tipologias, multifuncional, direcionada para todos os que procuram um alojamento mais económico e em contacto muito próximo com a natureza.

• identidade visual: Propôs a implementação de uma estratégia de comuni-cação global que evidencie o potencial turístico da área

• soluções de equipamentos: reabilitar a Pousada para um conceito de inserção na paisagem natural, como por exemplo a extensão da piscina até à linha do horizonte, para maximizar o efeito cénico da paisagem, ou a relação com o exterior sugerida por um serviço de Olivoterapia no seu interior. Propôs o compromisso da sustentabilidade energética total, como uma referência de apresentação do equipamento que também harmoniza com os objetivos das construções de estruturas de alojamento no olival: os Refúgios Ecológicos.

ilUstRAÇão 140. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 9 PARA soUsEl, noMEAdA-MEntE As solUÇÕEs dE EQUiPAMEnto PARA A PoUsAdA.

ilUstRAÇão 141. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 9 PARA PoR-tAlEgRE

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

Feita uma análise de custos a proposta onde se contabilizou não só a exe-cução das ações mas também os gastos de gestão e manutenção anuais. Pressupondo o envolvimento da população em todas as ações e previsto o financiamento de programas europeus, programas como o QREN, jESSICA, gRUntVig entre outros.

Estimou para as intervenções em Portalegre um valor de 1 962 000,00€, para Marvão 33 000,00€ e para Sousel 2 060 500,00€, perfazendo um total de 4 055 500,00€.

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ilUstRAÇão 143. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 9 PARA soUsEl

As intervenções sugeridas apresentaram um investimento de projeto ur-bano de relativo baixo custo, porque se focam no envolvimento populacional e em atividades culturais de baixo custo e dinamizadoras.

Sendo uma proposta que preconizou maioritariamente ações de pequena escala onde todas foram pensadas para alavancarem o crescimento do tu-rismo e o dinamismo na cidade e feita a análise de custos e enunciados os possíveis resultados das intervenções considerou-se que a proposta era viável economicamente.

PROPOSTA 6 – SEXTO LUGAR

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

A proposta para Portalegre baseou-se conceptualmente na tapeçaria da cidade, pretendeu “entrelaçar “ mais-valias numa estrutura forte, capaz, sustentável e inovadora.

As intervenções preconizadas para Portalegre foram:

• Criar uma rede de percursos, circulações, estacionamento e espaços de utilidade pública

• Criar uma incubadora regional de ideias empresariais vocacionada para o comércio mas não especializada de forma a ser possível desenvolver todo o género de negócios.

• Criar lojas Conceito: pequenas intervenções de cariz privado juntando o melhor do Alto Alentejo. A proposta identificou alguns espaços no eixo da intervenção em Portalegre, distribuídos de forma homogénea e dando preferência a espaços devolutos e de propriedade pública. Esta ação admi-tiria que investidores privados poderiam ditar novas localizações e formas de intervenção

• investir no turismo no sentido de consolidar a oferta da cidade, como por exemplo: hotéis de charme; hostels, quiosques com esplanada e cafetaria e restaurantes;

• dinamizar a economia local com a atração e organização de eventos que detêm hoje um papel central nas estratégias de promoção e projeção da imagem dos destinos turísticos e um fator catalisador de desenvolvimento e de requalificação urbana. Sugeriu os seguintes eventos: As tapeçarias saem à Rua; As feiras do antigamente sobem à cidade e Arte em movimento;

• turismo Residencial

Marvão

A proposta neste caso assentou no património e turismo em família cuja execução foi associada ao investimento privado e á criatividade e propôs as seguintes ações:

• Criar uma rede de percursos, circulações, estacionamento e espaços de utilidade pública

• Criar um polo da incubadora regional de empresas que servirá de apoio físico às novas empresas que ali se queira instalar.

• Apostar na remodelação do parque habitacional vocacionando-o para tu-rismo residencial.

• Criar ofertas especializadas em bird watching e astrofotografia

• Criar um polo histórico para crianças, atelier de ocupação de tempos livres e espaço para empresa de animação. Alguns exemplos de eventos para crianças: semana do gelo, Vila do Asterix e o Festival dos super Heróis

• Consolidar a oferta hoteleira existente com a criação de um turismo habi-tacional de vila.

• Criar eventos temáticos e uma empresa especializada em roteiros e even-tos para jovens.

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o objetivo para Marvão era inverter a desertificação e a conjuntura económi-co-social da região.

Sousel

Para Sousel foram propostas as seguintes ações:

• Criar um polo da incubadora regional de empresas para apoio físico às novas empresas que ali se quisessem instalar.

• Apoiar a habitação no núcleo histórico da vila e na serra de são Miguel

• Reconverter a antiga pousada numa opção turística de saúde e Bem-estar com uma intervenção na Pousada dividida em duas vertentes distintas:

- Otimizar e modernizar os espaços da Unidade e criar uma nova imagem para a Pousada criando uma nova imagem da pousada, contemporânea e ligada a conceito do azeite.

- Criar um edifício novo, conceito assente no produto “Azeite, centrado na vertente da saúde e bem-Estar (SPA);

Criando assim três produtos base “Pousada de são Miguel Alojamento”, SPA de azeite e um Eco Camping Resort.

• Criar um polo museológico tauromáquico: comtemplando a dinamização do edifício e da sua envolvente com a instalação de um espaço expositivo e dinâmico relacionado com os temas das vivências tauromáquicas do local.

• Criar uma rede de percursos, circulações, estacionamento e espaços de utilidade pública nomeadamente percursos clicáveis e para btt do monte de são Miguel ao Centro da Villa e sua ligação com a ecopista da Refer.

• Ajudar financeiramente proprietários e investidores que pretendam rea-bilitar imóveis para o turismo residencial

• Requalificar a envolvente da igreja de s. Miguel

AnÁlisE dA ViABilidAdE EConÓMiCA

Previu-se que todas as intervenções tivessem a duração de 18 meses e esti-mou-se o custo total de 12 081 000€ para Portalegre, 466 500€ para Marvão e 4 404 900€ para Sousel perfazendo um total de 16 952 400€.

ilUstRAÇão 144. FAsEAMEnto E EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 6 PARA PORtAlEgRE

ilUstRAÇão 145. FAsEAMEnto E EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 6 PARA MARVão

ilUstRAÇão 146. FAsEAMEnto E EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 6 PARA SOUSEl

Analisados os custos e considerados os possíveis resultados e ganhos en-tendeu-se que esta proposta era viável economicamente.

PROPOSTA 10 – SÉTIMO LUGAR

A proposta teve como premissa básica a requalificação do espaço público e a necessidade de informar e sensibilizar as populações para a mudança de hábitos e estilos de vida saudáveis. Através da participação em programas de educação ambiental e de defesa do património que lhes permitam usu-fruir plena e racionalmente do espaço do seu quotidiano.

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

No caso de Portalegre, a proposta investiu nas tradições, património e ativi-dades sócio económicas, reinventando arquitetonicamente e programatica-mente a área piloto e ao mesmo tempo promovendo o comércio de proximi-dade através de uma estratégia concertada estrategicamente. Centrou-se nos seguintes eixos:

• Requalificar: Propôs a reabilitação e reconstrução de todo o edificado re-speitando as características intrínsecas da arquitetura local, com o obje-tivo de valorizar a zona de intervenção permitindo uma nova organização programática adequada, assente na diversidade de usos como o comércio, serviços, habitação e equipamentos. E identificou os seguintes edifícios a reabilitar: Residencial/restaurante “O Facha”; Antigos correios; Café “O Alentejano”, Praça de táxis e edifício no final da Rua de Elvas e edifício a reabilitar com vista privilegiada

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• Pedonalizar: Propôs reorganizar as circulações viárias e pedonais na área de intervenção para uma melhor apropriação e usufruto do espaço por parte dos habitantes e visitantes.

• Estar: Regenerar todas as praças e largos da área pedonal através do seu redesenho e da introdução de quiosques e cafés que promovam esplanadas e animação de rua. Associar estes espaços individualmente a temas que se relacionem com as tradições locais de forma a criar um conceito autóctone que fortaleça o ambiente de cada um.

• Comercializar: difundir o comércio de proximidade com a criação de um organismo que promova o associativismo entre os comerciantes residentes e fomentar a reabilitação de todas as lojas devolutas de forma a transformá-las em lojas Pop Uas por parte das entidades competentes.

• Reorganizar de forma eficaz e em consonância com todas as medidas o programa cultural da cidade

• divulgar.

ilUstRAÇão 147. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 10 PARA PoRtAlEgRE

Marvão

A intervenção para Marvão e sousel orientou-se segundo 5 eixos, nomea-damente:

1. Reabilitação do património edificado

• Recuperar o património edificado (no caso de Marvão: imóveis habita-cionais em estado de abandono, torre de Menagem, etc. no caso de sou-sel: Praça de touros, Capela de nossa senhora do Carmo, fornos de cal, Pousada de são Miguel, incluindo o estabelecimento de novos usos) esta-belecendo novos usos potenciais (atividades comerciais, de habitação resi-dencial e social, turismo e lazer, institucionais e culturais) e preservando as tipologias de origem;

• Valorizar o espaço público e os equipamentos coletivos;

2. Mobilidade e acessibilidade especialmente em sousel:

• Reordenar a circulação viária e pedonal no topo da serra dando resposta às questões de estacionamento e vivência do espaço público;

• Melhorar a mobilidade e estacionamento, compatíveis com a fruição do espaço público, através da criação de uma nova via de acesso à serra e duma bolsa de estacionamento com capacidade para albergar uma grande afluência de visitantes em momentos pontuais (festa em honra de Nossa Senhora do Carmo, etc.)

• dotas as infraestruturas de acesso à serra de novos usos associados (ciclovias; ecovias; trilhos; ecopistas, etc.).

3. Valorização do território e da paisagem

• Reforçar o papel de Marvão enquanto sede do Parque natural de s. Ma-mede conjugando o valor patrimonial, e atividades como o artesanato, com uma estrutura empresarial a apostar na inovação.

• Associar o turismo cultural e de natureza à multifuncionalidade da paisa-gem.

• introduzir painéis informativos para transmitir os valores patrimoniais de Marvão e da sua envolvente;

• Valorizar a paisagem rural

4. Coesão social e económica, mecanismos de decisão e envolvimento da população:

• Estabelecer parcerias entre Órgãos da Administração Pública e Entidades Associativas e Privadas;

• Fomentar a governança urbana, orçamentos e decisões participativas;

• Elaborar um plano de comunicação para facilitar a difusão do Plano de Regeneração;

• Apostar nas abordagens inovadoras e proactivas baseadas no envolvimen-to ativo e participativo dos cidadãos no processo de desenvolvimento urbano sustentável;

• Atrair novos segmentos populacionais, especialmente jovens;

• Promover atividades criadoras de emprego;

• Modernizar e acolher novas atividades económicas;

• Apostar no sector do turismo.

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5. Sustentabilidade e inovação tecnológica:

• Promover a eficiência energética e energias renováveis;

• disseminar tecnologias da informação e comunicação, incluindo redes de banda larga e sem fios;

• Aumentar a mobilidade pedonal para as pequenas deslocações do dia-a-dia na vizinhança, beneficiando a saúde dos cidadãos e o comércio de rua.

ilUstRAÇão 148. ÁREA dE intERVEnÇão dA PRoPostA 10 EM MARVão

ilUstRAÇão 149. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 10 PARA MARVão

ilUstRAÇão 150. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 10 PARA soUsEl

ilUstRAÇão 151. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 10 PARA PoR-tAlEgRE

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

Com o fim de garantir a viabilidade das ações apresentadas no presente Plano de Regeneração Urbana de Portalegre, de Marvão e da serra de são Miguel a proposta sugeriu uma intervenção faseada, sem se comprometer a coerência global da solução.

Estabeleceu como período formal de execução da Intervenção Prioritária o quinquénio seguinte ao início da vigência do plano (anos 1 a 5) e foi elabo-rada tendo em conta critérios como a prioridade/ urgência das interven-ções, a articulação com outros planos e projetos, a existência de estudos ou procedimentos prévios em curso e ainda critérios relativos à distribuição geográfica pela área de intervenção. Este faseamento foi previsto para as áreas piloto de Portalegre e Marvão porque para sousel foi abordada dentro dos mesmos princípios mas com a duração de sete anos.

A proposta assentou no princípio que reabilitar um edifício supõe uma poupança energética de 60 %, relativamente à sua demolição e nova cons-trução. Adicionalmente, permite melhorar a eficiência energética mediante a introdução de materiais compatíveis com os preexistentes que otimizem o comportamento dos elementos construtivos que o compõem.

A proposta estimou que o custo final da intervenção em Portalegre fosse de15 488 000 € para Portalegre, 2 255 600 € para Marvão e de 6 917 500 € para Sousel perfazendo um total de 24 661 100€.

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ilUstRAÇão 152. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 10 PARA MARVão.

ilUstRAÇão 153. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 10 PARA soUsEl

Analisados os custos e considerados os possíveis resultados e ganhos en-tendeu-se que esta proposta era viável economicamente.

PROPOSTA 3 – OITAVO LUGAR

A abordagem escolhida pela Proposta 3 para os diferentes territórios cen-trou-se na marcação de percursos, acentuando as suas características ur-banas em conjugação com escalas menores (arquitetura, equipamento) ou maiores (paisagem natural ou construída).

Esta abordagem vem no sentido em que se observam espaços públicos destruturados, por vezes incoerentes e caóticos, que apresentam um po-tencial muito forte na consolidação de vivências e na ancoração de estru-turas económicas vivas, exatamente pelo foco nas suas características mais basilares. Assente neste princípio a proposta pretendeu desenvolver um de-senho que promova a preservação do património (não só através de obra, mas sobretudo através da vivência) e da memória (através da leitura das tradições, hábitos e costumes).

Após uma análise das áreas piloto a proposta concluiu que todas reclama-vam a estruturação de um percurso, todavia, a forma como se materiali-zam é variável, ajustando-se de acordo com as pré-existências e com as necessidades específicas de cada local. De modo breve as intervenções descreveram-se da seguinte maneira:

• Em sousel, existem 2 pontos que são amarrados por um percurso;

• Em Portalegre são os pequenos largos e outros espaços destruturados que definem um percurso, portanto, são os vazios que descrevem o per-curso;

• Em Marvão olha-se para os edifícios devolutos como âncoras de um per-curso, sendo que neste caso é a massa que decreta o percurso.

A proposta centrou-se na afirmação do vazio, essencialmente através de estruturas leves, sinaléticas e grafismos. Daí os gestos arquitetónicos de maior destaque se prenderem com a reorganização e solidificação de fun-ções.

Em todas as abordagens existiu uma preocupação séria com a materiali-zação de todos os argumentos propostos e, com isso, o cuidado de apre-sentar propostas criativas que assumissem um valor sustentável em três pilares: económico, social e ambiental.

Foram apontadas como fragilidades a capacidade operativa dos municípios para pôr em prática o desenho, no realismo orçamental, no ajustamento paisagístico e sobretudo na especulação do uso efetivo das soluções pelas populações (fixas ou temporárias).

Nesse sentido, todos os projetos preveem lógicas de fomento da atividade económica, fortalecendo ou exaltando as relações entre as pessoas e a cultura local, utilizando estratégias e materiais da região, produzindo a sua energia e salvaguardando a paisagem.

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

A estratégia residiu na organização dos espaços de estacionamento no cen-tro histórico, controlando uso abusivo de espaço público pelos automobi-listas, bem como uniformizar quiosques ou outros pontos de venda, confe-

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rindo um sentido de unidade relativamente aos diferentes espaços.

tem como objetivos:

• Controlar o estacionamento pesado no centro da cidade,

- Reduzir o número de lugares disponíveis e forçando a rotatividade.

- Reduzir o estacionamento, de modo que os espaços públicos não se en-contrem subaproveitados devido ao excesso de veículos.

- Regrar a presença de automóveis e libertar os largos da área em análise dessa pressão.

• Criar novos fluxos pedonais e movimentos no centro da cidade visto que se reduz o tráfego automóvel.

• Regrar também o revestimento dos pavimentos, aplicando um padrão concêntrico de listas negras e brancas criando a sensação de continuidade entre os espaços dispersos que conformam este percurso. O padrão sele-cionado já existe e está aplicado em alguns dos largos de Portalegre, sendo que a estratégia de uniformização espacial.

• Reorganizar, uniformizar e conferir um sentido de continuidade aos dife-rentes espaços

• Usar a iluminação para potenciar espaços e monumentos

ilUstRAÇão 154. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 3 PARA PoRtAlEgRE

ilUstRAÇão 155. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 3 PARA MARVão.

Marvão

Propôs que os edifícios devolutos possam ser ocupados com funções tem-porárias ligadas à Festa gastronómica da Castanha ou a outras atividades criativas, como mostras de arte de agentes locais, mas que a médio ou longo prazo possam tomar lugar outros projetos, especialmente ligados ao turismo ou à área residencial.

Identificou espaços desocupados cuja revalorização proposta passaria pela instalação de estruturas ajardinadas. Nestas estruturas propuseram que tivesse um uso duplo, isto é, atribuir aos espaços funções que possam ser apreendidas pela comunidade nos seus hábitos diários e que simultanea-mente acrescentem ou estimulem novos valores.

Propôs ainda que os edifícios a intervencionar sejam identificados até cap-tar investimento através da pintura da fachada com rostos de pessoas da comunidade. além da possibilidade de criar um evento artístico que poderá atrair turistas, estas pinturas são efémeras e refletem apenas a marcação dos edifícios disponíveis para intervir..

Propôs que os edifícios a reabilitar fossem preparados para habitação tem-porária, a ser desenvolvida por particulares, por parcerias com entidades públicas ou mesmo para habitação social. Nesse sentido, alguns dos ed-ifícios seriam espaços culturais multifuncionais, enquanto outros seriam tendencialmente residenciais.

A proposta pretende criar um percurso de proximidade, de vizinhança e de conhecimento, onde os espaços vazios sejam usados e vividos por todos. Daí a importância das mostras de arte e gastronómicas, dos seminários e workshops de técnicas de produção artesanal e dos canteiros comunitários. O aspeto didático e de proximidade como forma de combater a solidão e estimular a sociabilização entre moradores torna-se um dos elementos centrais deste projeto.

Sousel

Em Sousel, uma das ações propostas foi adicionar a função de ciclovia ao longo do extenso percurso linear entre a vila de Sousel e a Pousada de São Miguel e marcá-lo de azul. dotar esses 3km de percurso de pavilhões: um teria a função de albergar o negócio de «bike Renting», outro sensivelmente a meio do percurso, que apresentaria funções como instalação sanitárias, e

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finalmente o terceiro, que se localizaria entre o segundo e a Pousada de São Miguel ofereceria um ponto de contemplação da paisagem, juntamente com equipamentos de permanência e descanso.

outra das ações propostas foi a consolidação o Parque das Merendas existente, dotando-o da parafernália necessária para o seu bom uso e ma-nutenção (pontos de água, recolha de lixos biológicos e não biológicos, equi-pamento contra pequenos fogos), bem como integrando-o no esquema con-ceptual do percurso.

Efetivamente uma das preocupações centrais neste percurso prendeu-se com a necessidade de colmatar as carências de desenvolvimento de estru-turas e equipamentos, mas sem descurar o fator natureza, que em grande parte valoriza o património arquitetónico.

ilUstRAÇão 156. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 3 PARA soUsEl

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

As ações apresentadas por esta proposta centravam-se na requalificação do espaço público, princípios de sustentabilidade, harmonização e ligação com o lugar através do uso da cor (amarelo em Marvão, azul em sousel e o material em Portalegre) e fomento da atividade económica e como tal o investimento não é significativamente avultado.

Apesar das funções propostas apresentarem um retorno económico inicial-mente fraco, oferecem uma motivação efetiva para melhorar a qualidade de vida dos seus habitantes, quer nas suas rotinas quer nos seus eventos especiais.

A proposta estimou que o custo final da intervenção fosse de 155 260€ para Portalegre, 436 500 € para Marvão e de 465 761 € para Sousel perfazendo um total de 1 057 521€.

ilUstRAÇão 159. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 3 PARA soUsEl.

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Enunciados os resultados e os custos da intervenção a proposta foi conside-rada viável economicamente.

PROPOSTA 11 – NONO LUGAR

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

O objetivo geral da proposta para Portalegre foi a articulação dos dois eixos com o restante tecido urbano, para prover a área piloto de uma continuidade espacial através do percurso em pedra e da potenciação dos espaços de encontro, as praças.

Como tal propôs as seguintes ações:

• Criar um novo largo de são lourenço que responda às necessidades la-tentes. Construindo uma frente para a Rua 5 de Outubro de um só piso, onde se instala um espaço de serviços e comércio ou de apoio ao turismo.

• Criar dois espaços no largo 1º de Janeiro, um com espelho de água ao nível da cota de soleira, em contraponto com o restante espaço do largo coberto com um material mais orgânico e natural.

• Requalificar, organizar e nivelar o largo doutor Frederico laranjo com o objetivo permanente de ancorar neste lugar as características de um verda-deiro espaço de lazer urbano.

• intervir no largo serpa Pinto, nivelando ao máximo de área nivelada junto ao edifício classificado e de maior relevância, e assim criar um maior dina-mismo com elementos de água e verdes.

• Evidenciar os edifícios da Praça do Município

• selecionar um edifício modelo para servir como exemplo à ocupação de edifícios devolutos que deveria ser para habitação e com comércio no nível do rés-do-chão interagindo com a rua e o peão.

• ocupar os espaços devolutos ou em ruínas com pontos de venda, centros interpretativos, espaços de formação e informação da produção regional.

ilUstRAÇão 160. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 11 PARA PoRtAlEgRE, noME-AdAMEntE o ModElo dE oCUPAÇão dos EsPAÇos dEVolUtos.

Marvão

Para Marvão a proposta centrou-se na qualificação e adequação do espaço urbano às necessidades, como forma de potenciar as características exis-tentes. Nomeadamente:

• Promover um patrocínio privado para a recuperação da vila em troca do apoio Municipal à instalação e ação privada dentro da vila, contribuindo para a vinda de novos investimentos e iniciativas

ilUstRAÇão 161. EsQUEMA dE CiRCUlAÇÕEs dA PRoPostA 11 PARA MARVão.

• Promover o património Municipal junto de investidores privados, fa-vorecendo contractos de arrendamento low cost;

• Promover iniciativas de carácter cultural como concertos, feiras rurais semanais com os produtos da região; criar exposições temáticas; promov-endo “Campos de Férias” para jovens e crianças, como por exemplo Férias no Castelo,

• Criar uma feira anual temática com projeção a nível nacional e uma fei-ra semanal que exponha os melhores produtos e produtores da região na Praça do Pelourinho.

• Promover o arrendamento de conjuntos de pequenas casas por curta es-tadia

• Regularizar a sinalética da vila

• Proibir a entrada de viaturas dentro das muralhas, salvo as dos mora-dores, e mesmo essas terão que ser mais condicionadas

• Criar espaços adequados à instalação de mais lojas regionais

Sousel

A proposta para Sousel sugeriu a requalificação do eixo de ligação, entre dois espaços de características morfológicas distintas, a vila de Sousel e um conjunto de três assentamentos localizados na serra de s. Miguel. nesse eixo de ligação propôs que fosse constituído, perifericamente, por vias ro-doviárias, e no seu interior por um corredor verde, constituído por uma ciclovia, espaços arbóreos e equipamentos diversos de apoio.

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ilUstRAÇão 162. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 11 PARA soUsEl, noMEAdA-MEntE o PERCURso

ilUstRAÇão 163. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 11 PARA PoR-tAlEgRE, MARVão E soUsEl

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

A proposta acrescentando um custo imprevisto de 20% estimou que o custo final da intervenção fosse de 380 809,77€ para Portalegre, 42 855,60€ para Marvão e de 1 323 383,04€ para Sousel perfazendo um total de 1 747 048,41€

ilUstRAÇão 164. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 7 PARA PoRtAlEgRE

A proposta apresentou ações de intervenção quase cirúrgica o que di-minuiu custos sem comprometer a obtenção de resultados que podem não dar lucro a curto prazo mas poderiam contribuir para um maior sentido de pertença, maior conforto e fruição do espaço público e mobilidade e a consequente vinda de residentes e turistas. Enunciados os resultados e os custos da intervenção a proposta foi considerada viável economicamente.

PROPOSTA 7 – DÉCIMO LUGAR

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

Esta proposta centrou-se no eixo comercial tradicional e pretendeu valo-rizar todo o espaço público pedonal, relacionando um conjunto de imóveis e locais de elevado valor histórico e patrimonial. A pedra nesta proposta foi um elemento essencial na medida em que define percursos e enfatiza os espaços públicos.

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Marvão

nesta proposta a vila de Marvão entendida como um museu vivo onde cada rua, casa e pavimento tem o seu valor próprio e intocável. A intervenção centra-se na valorização da vila e do seu passado. Propôs a pavimentação em calçada portuguesa e a valorização do edificado.

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ilUstRAÇão 165. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 7 PARA MARVão.

ilUstRAÇão 166. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 7 PARA MARVão.

Sousel

A intervenção proposta centrou-se na valorização e redesenho do espaço público, nomeadamente:

• Redesenhar o percurso de romaria até ao adro da capela, com muros e pavimentos em pedra de granito.

• desenhar um novo adro no espaço envolvente da capela que para além de contemplar um espaço de procis¬são, define igualmente um espaço de missa campal.

• Envolver a Praça de touros com um complexo de edifícios de usos com-plementares, nomeadamente pequenos espaços de apoio ao artesanato, salas expositivas/museológicas, uma zona de restaurante e espaços de apoio à atividade taurina.

• Manutenção da Pousada e requalificação dos acessos

• Requalificação do adro da Capela da nossa senhora do Carmo

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

A proposta incluiu arquitetura e especialidades e estimou que o custo final da intervenção fosse de 107 000,00€ para Portalegre, 41 000,00€ para Mar-vão e de 1 040 000,00€ para Sousel perfazendo um total de 1 188 000,00€.

ilUstRAÇão 167. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 11 PARA PoR-tAlEgRE, MARVão E soUsEl

Enunciados os resultados e os custos da intervenção a proposta foi consid-erada viável economicamente.

PROPOSTA 5 – DÉCIMO PRIMEIRO LUGAR

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

Portalegre

Nesta área piloto a proposta centrou-se no comércio mas procurando fugir aos padrões habituais conferindo-lhe um carácter que por si só promova a dinamização do espaço e proporcione a troca de produtos um cariz social. Para a criação deste comércio diferenciado foram propostas as seguintes ações:

• Criar um mercado de troca de produtos nos largos de são lourenço, dr. Frederico laranjo, 28 de Janeiro, da Misericórdia e José duro, perpen-diculares à Rua do Comércio e à Rua Antiga do Comércio (Rua da Cadeia), assente num modelo de Comércio justo. Cujo objetivo era promover a produção agrícola nas áreas rurais periféricas à cidade, apostar nos produ-tos regionais e dinamizar a área de intervenção.

• Criar de circuito que inclui uma galeria no espaço público, onde as facha-das degradadas são as telas e os pontos de paragem são mercados de troca de produtos.

• instalar pontos de informação turística e cultural nas zonas de maior cir-culação da área de intervenção

• incluir mobiliário urbano, nomeadamente bebedouros e micro-pulveriza-dores no espaço público

• Apostar nos produtos regionais e promove-los através de mostras de ar-tesanato e gastronomia a ocorrer nas mesmas pracetas onde se propõe a localização dos mercados de troca de produtos, pelo apenas lhes estariam consignados custos de manutenção, não requerendo nenhum investimento inicial.

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ilUstRAÇão 168. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 5 PARA PoRtAlEgRE

Marvão

Depois de feita uma analise da área piloto a proposta concluiu a solução de-veria passar pela revitalização e reabilitação dos espaços existentes e cuja funcionalidade neste momento é inexistente ou desadequada à situação de-sejável. baseado nesta ideia a proposta apontou que a primeira intervenção deveria ser a aposta numa agricultura de cariz urbano, ocupado algumas áreas do espaço público, mas sobretudo os logradouros existentes.

Apesar de ser esta ser uma intervenção física no território os seus objetivos são promover uma alteração social, recriando o conceito de comunidade em Marvão.

Outra chave apontada como solução remeteu para um reforço da apos-ta turística no concelho, não apenas na vila de Marvão, e visa sobretudo o combate a mais um dos pontos fracos – falta de estabelecimentos de cariz comercial, sobretudo ligados à restauração. Propôs a criação, nas quatro freguesias do concelho, da “Rota das tasquinhas”, para reviver das tradições do passado, nomeadamente das gastronómicas. A funcionar em dias específicos e que se preveja mais movimento.

ilUstRAÇão 169. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 5 PARA MARVão.

Sousel

A proposta para Sousel teve um caracter mais interventivo arquitetonica-mente, foram propostas as seguintes ações:

• Fornos de cal: tirando partido das particularidades únicas destas cons-truções propôs a inclusão de pontos de repouso/paragem ao longo dos cir-cuitos propostos. O objetivo desta proposta foi manter a essência dos fornos de cal e a suas principais características, tais como a planta circular, a dis-posição em dois níveis altimétricos e a materialidade, atribuindo-lhe apena uma nova função.

• Acessibilidades: Regenerar e potenciar as ligações existentes..

• Birdwatching que surge como uma potencialidade a explorar pois os cus-tos e materiais necessários são reduzidos, sendo que a maioria dos seus praticantes são pessoas de grupos socioecónomicos do segmento médio-alto e alto que viajam à procura de um contacto privilegiado com a natureza..

• Hotel Rural são Miguel: adaptar os espaços da antiga pousada para um auditório capaz de servir eventos, tais como conferências, sessões de escla-recimento, ações de formação entre outras atividades, servindo como um meio de dinamização e promoção do espaço.

Numa de redução de custos propôs: uma parceria com a Escola de hotela-ria e turismo de Portalegre proporcionando aos alunos desta instituição a realização de estágios no Hotel Rural são Miguel que lhes permita adquirir a experiência necessária para a entrada no mercado de trabalho, atingindo-se assim uma redução de custos; adaptação da pousada segundo princípios ecológicos e sustentáveis apostando nas energias renováveis e na eficiência energética mais uma vez com o intuito de reduzir custos.

Outro objetivo da proposta passa pelo alargar do público-alvo, propôs em simultâneo, mas de forma independente, com o serviço de hotelaria se possa oferecer um conjunto de outros serviços que permitam a atração de visitantes para usufruto do espaço, tais como:

- bar/Restaurante centrado na gastronomia regional;

- Exposições temporárias cuja rotatividade apela à exponenciação do núme-ro de visitas ao equipamento;

- Centro de spa e Massagens virado para a prática da olivoterapia.

O objetivo central destes serviços passa por criar um conjunto de rotinas e hábitos de utilização do hotel Rural, sobretudo nos moradores da região, “obrigando” a que se não quinzenalmente, pelo menos mensalmente, visi-tem o espaço, ganhando com isto uma nova centralidade local, concelhia e regional.

• Cume da serra de são Miguel: preenchimento das áreas envolventes da Praça de touros e Igreja com calçada portuguesa, a simulação de um forno de cal complementar a um picadeiro descoberto que por sua vez funcionará como apoio ao Centro hípico de Cano.

Propôs ainda que a “Casa dos Petiscos”, edifício anexo à igreja, mantenha a sua funcionalidade, visto tratar-se de um local que ao longo de anos tem ajudado a manter a tradição de visita e convívio na Serra.

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ilUstRAÇão 170. iMAgEM ViRtUAl dA PRoPostA 5 PARA soUsEl

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

A proposta estimou que o custo final da intervenção fosse de 220 600,00€ para Portalegre, 398 000,00€ para Marvão e de 3 348 540,00€ para Sousel perfazendo um total de 3 967 140,00€.

Enunciados os resultados e os custos da intervenção a proposta foi consid-erada viável economicamente.

ilUstRAÇão 171. EstiMAtiVA dE CUsto totAl dA PRoPostA 11 PARA PoR-tAlEgRE, MARVão E soUsEl

PROPOSTA 12 – DÉCIMO SEGUNDO LUGAR

ESTRATÉGIA E OBJETIVOS DA PROPOSTA

As ações propostas para as três áreas piloto centraram-se no comércio e lazer e têm uma atuação sobre o espaço público e ocupação de edifícios devolutos a não ser Sousel que se centrou mais na reabilitação de edifícios para o turismo.

Portalegre

• instalar de lojas na rua comercial de forma a criar permanência e atrativi-dade, pop-up shops e peep-show montras

• implementar um mercado biológico em frente ao palácio barahona

• Construir um pequeno café na praça seguida do café alentejano

• Criar dois quiosques para uso de restauração ou comercio

• Construir um parque de estacionamento subterrâneo ao mercado biológi-co

• Eliminar publicidade e mobiliário urbano

• Criar a loja da Reabilitação

• ocupar as casas devolutas por pop-up shops/hostels/escritórios/habi-tações

Marvão

• Construir um parque de estacionamento no exterior da muralha sobre a

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terra onde a delimitação dos lugares seria feita em linhas brancas de cal.

• implementar Mercado biológico junto à muralha que pode ser usado como mercado ou para eventos

• Construir uma casa de chá na lateral da igreja e um café/esplanada bar na diferença de cotas entre o largo da olivença e a Rua das Portas da Vila.

• ocupar as construções devolutas da rua comercial com espaços comer-ciais, hotéis de charme, restaurantes, guest house e apartamentos turísti-cos.

Sousel

• Enquadrar fisicamente a pousada de são Miguel através do redesenho de percursos, construção de um conjunto de apartamentos turísticos para apoio à pousada e reabilitar um edifício existente no percurso de acesso à pousada e aí inserir um pequeno restaurante associado à experiência do azeite e gastronomia alentejana.

• Reabilitar e requalificar a pousada para hotel de charme

• Criar um centro multiuso para uso da população, um museu de artes tradicionais e uma feira gastronómica biológica criada no terreiro frontal ao centro.

ANÁLISE DA VIABILIDADE ECONÓMICA

Nesta proposta não foram apresentados os custos pelo que não foi possível fazer a análise da viabilidade económica das ações e intervenções apresen-tadas.

REsUltAdos oBtidos E ConClUsÕEs

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Resultados e Conclusões1

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1. Recolha de 61 propostas de regeneração para as cinco autarquias alvo das ações piloto.

2. Contributo para o desenvolvimento dos municípios e da região, pela dis-ponibilização de um portefólio de ideias capazes de dinamizar a sua econo-mia

3. teste de um novo modelo de abordagem de desenvolvimento integrado associando, requalificação do edificado e reabilitação urbanística com a re-vitalização económica, que se fundem no conceito de regeneração com o envolvimento de estruturas representativas do tecido empresarial em te-mas até aqui praticamente colocados sob a esfera de ação dos municípios e da administração central.

4. Consciencialização pública, local, regional e nacional, sobre da necessi-dade de uma intervenção nas áreas piloto selecionadas.

5. Criação de uma nova dinâmica de desenvolvimento local associada a uma estratégia de regeneração urbana com disponibilização de um portefólio de ideias capazes de dinamizar a sua economia.

6. Recolha de ensinamentos e de experiencia prática com base num modelo de abordagem que foi testado, para a replicação de campanhas vocaciona-das para outras zonas dentro da cidade e pra a região

7. Divulgação nacional e internacional dos municípios e das regiões

8. Envolvimento das populações na apresentação de sugestões promovendo a sua responsabilidade cívica.

9. Envolvimento dos estudantes do ensino superior das regiões nos proble-mas locais promovendo a sua integração na vida ativa e no apoio á resolução de problemas locais

10. Envolvimento de profissionais no estudo dos problemas das regiões relacionadas com o património edificado e a revitalização da economia lo-cal, ajudando a chamar a atenção para a regeneração urbana como polo de desenvolvimento económico e social

As experiencias vividas com a implementação das ações piloto, permitiram concluir um conjunto de orientações a ter em conta na definição de futuras estratégias de regeneração urbana, das quais destacamos as seguintes:

1. Estabelecimento de parcerias vocacionadas para a implementação de projetos estratégicos de regeneração urbana, que no mínimo deverão en-volver elementos da autarquia, de associações empresariais locais e se possível de representantes das populações ( moradores, proprietários e empresários) das zonas eleitas como alvo.

2. Envolvimento pessoal dos responsáveis ao mais alto nível dos municípios e das associações empresariais na parceria a estabelecer.

3. Estruturação de uma equipa de projeto mista, composta por técnicos da autarquia e das associações empresariais, lideradas por um animador com competências na gestão e organização projetos, para garantir uma visão integrada e uma liderança partilhada.

4. Planeamento rigoroso do processo, que deverá no mínimo considerar as seguintes etapas:

- Escolha da(s) zona(s) alvo a considerar no processo de regeneração e das respetivas vocações.

bAlANçO E RESUltADOS ObtIDOS

CONClUSãO

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- Escolha ou indigitação da equipa de projeto.

- Divulgação do projeto junto das comunidades locais.

- Estabelecimento de parcerias com Instituições de Ensino Superior, locais, que lecionem arquitetura, urbanismo e ou reabilitação urbana.

- Produção de um Regulamento e lançamento de uma auscultação à popu-lação para recolha de ideias para a regeneração da(s) zona(s) escolhida(s)

- Produção de um Regulamento e lançamento de um concurso de ideias para regeneração da(s) zona(s) escolhida(s) para grupos de estudantes das Instituições de Ensino Superior, locais, com as quais se estabeleceram parcerias.

- Produção do Regulamento e lançamento de um Concurso Público de Conceção (Ideias) para regeneração da(s) zona(s) escolhida(s), destinado a profissionais nacionais e internacionais.

- Nomeação de um júri para escolha dos trabalhos a distinguir.

- Seleção dos candidatos a distinguir

- Sessão pública para divulgação de trabalhos e distribuição de prémios

- Sessões de atração de potenciais investidores

5. Cada zona a escolher deverá obedecer aos seguintes requisitos:

- Cobrir uma área limitada (edifício, quarteirão, praça, parque)

- Prever uma intervenção integrada com preocupações urbanísticas, arquitetónicas e de revitalização do espaço, visando a sua exploração económica, função de uma vocação previamente definida para esse espaço.

- ter uma forte relação custo / benefício, uma vez que se destinam a atrair iniciativa privada para a sua implementação/utilização/exploração.

- Ajudar a promover a cidade a por extensão e contágio a região como um todo

6. Cada zona deverá ser devidamente cartografada em termos de limites e de equipamento com interesse histórico e relevância económica e turística.

As vocações deverão ser atrativas para o investimento com respaldo no de-senvolvimento local, e descritas se possível, através de imagens que permi-tam contar a estória que se deseja para esse espaço.

7. Envolvimento da comunidade local através da realização de sessões pub-licas de esclarecimento e divulgação do projeto, destinadas a moradores, proprietários e empresários instalados nas zonas e lançamento de uma auscultação junto de toda a população, para que de um modo informal se possa vir a recolher contributos da parte de quem conhece a cidade e a área a regenerar, como apoio ao processo criativo a desenvolver.

8. Organização de concursos de ideias para recolha de iniciativas para re-generação das zonas, dirigidas à comunidade académica das Entidades com quem se assinaram protocolos de parceria. Esta iniciativa será dirigida a grupos a constituir e será desenvolvida no âmbito do programa curricu-lar respetivo. Estes concursos deverão obedecer a um regulamento previa-mente definido e publicado.

9. Organização de concursos de ideias para recolha de iniciativas, dirigidas à comunidade profissional, nacional e internacional, constituída pelos ar-quitetos urbanistas e especialistas em reabilitação urbana. Esta iniciativa deverá obedecer a um regulamento previamente definido e deverá ser ob-

jeto de um concurso público a publicar no Diário da República e no jornal Oficial da União Europeia.

10. Atribuição de prémios pecuniários, estágios académicos e profissio-nais e visibilidade dos concorrentes em especial dos premiados, através da organização de sessões de divulgação dos trabalhos e outras mordomias, para ajudar a estimular a participação.

11. Escolha de promotores locais que apoiem e credibilizem as iniciativas.

12. Nomeação de membros para os júris de avaliação de propostas dos con-cursos lançados, com competências reconhecidas e sempre que possível, envolvendo individualidades com notoriedade no domínio da arquitetura ou urbanismo.

13. Assessoria contínua do grupo de projeto na prestação de todos os es-clarecimentos aos concorrentes, no acompanhamento dos trabalhos académicos, no estímulo da participação pública, no apoio à avaliação económica e grau de exequibilidade acautelando a sua exemplaridade e a manutenção do anonimato até à avaliação pelos júris nomeados.

14. Os critérios de avaliação para distinção dos concorrentes deverão con-siderar de entre outros fatores:

a) A Qualidade geral da solução arquitetónica, urbana e paisagística;

b) A Exequibilidade da solução

c) A Valorização das componentes ambientais, históricas e culturais

d) O potencial de exploração económica para atração de investidores

15. Realização de sessões públicas para divulgação dos projetos rece-cionadas e dos concorrentes galardoados, procurando dar a visibilidade necessária, na procura de promotores para a sua concretização.

16. Montagem de uma estrutura profissional capaz de levar a cabo uma verdadeira estratégia de regeneração urbana com as suas vertentes de re-qualificação, reabilitação e revitalização económica dos espaços.

17. Definição de uma estratégia de marketing para promoção dos projetos na procura de investidores para que possam vir a tornar-se em projetos efe-tivos capazes de ajudar a revitalizar os municípios e as regiões no seu todo

18. Envolvimento das entidades regionais e centrais para chamar a atenção para estas iniciativas para que no mínimo ajudem a promover a iniciativa e com isto conseguir atrair investidores privados

19. Resiliência para lutar contra a indiferença e o “deixa andar” caracterís-tico da realidade nacional procurando lutar pela divulgação das ideias

20. Implementação das ideias para as quais se encontraram investidores

21. Replicação da iniciativa para transpor para outros espaços o modelo testado e a experiencia recolhida.

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