manual de anÁlises quÍmicas de solos, plantas e fertilizantes embrapa-2009

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Manual de anlises qumicas de solos, plantas e fertilizantes

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa Solos Embrapa Informtica Agropecuria Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

Manual de anlises qumicas de solos, plantas e fertilizantes2 edio revista e ampliada

Fbio Cesar da SilvaEditor Tcnico

Embrapa Informao Tecnolgica Braslia, DF 2009

Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na: Embrapa Informao Tecnolgica Parque Estao Biolgica (PqEB) Av. W3 Norte (final) 70770-901 Braslia, DF Fone: (61) 3340-9999 Fax: (61) 3340-2753 [email protected] www.sct.embrapa.br/liv Embrapa Solos Rua Jardim Botnico, 1.024 Jardim Botnico 22460-000 Rio de Janeiro, RJ Fone: (21) 2179-4500 Fax: (21) 2274-5291 www.cnps.embrapa.br [email protected] Embrapa Informtica Agropecuria Av. Dr. Andr Tosello, 209, Baro Geraldo Caixa Postal 6.041 13083-886 Campinas, SP Fone: (19) 3211-5700 Fax: (19) 3211-5754 www.cnptia.embrapa.br [email protected]

Coordenao editorial: Fernando do Amaral Pereira Mayara Rosa Carneiro Lucilene Maria de Andrade Superviso editorial e reviso de texto: Wesley Jos da Rocha Normalizao bibliogrfica: Rosa Maria Barros Projeto grfico e editorao eletrnica: Jlio Csar da Silva Delfino Capa: Carlos Eduardo Felice Barbeiro 1a edio 1a impresso (1999): 2.000 exemplares 2a impresso (2003): 1.000 exemplares 2a edio 1a impresso (2009): 2.000 exemplares

Todos os direitos reservados A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610). Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) Embrapa Informao Tecnolgica Manual de anlises qumicas de solos, plantas e fertilizantes / editor tcnico, Fbio Cesar da Silva. - 2. ed. rev. ampl. - Braslia, DF : Embrapa Informao Tecnolgica, 2009. 627 p. : il. ; 22 cm x 16 cm ISBN 978-85-7383-430-7 1. Adubo. 2. Amostragem. 3. Anlise do solo. 4. Fertilidade do solo. I. Silva, Fbio Cesar da. II. Embrapa Solos. III. Embrapa Informtica Agropecuria. CDD 631.41

Embrapa 2009

AutoresAdriana Delfino dos Santos Analista de sistemas, Mestre em Engenharia Eltrica, pesquisadora da Embrapa Informtica Agropecuria [email protected] Aline Rene Coscione Qumica, Doutora em Qumica, pesquisadora do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Andr Csar Vitti Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Antnio Enedi Boaretto Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Antonio Marcos Coelho Engenheiro agrnomo, Ph.D. em Solos e Agricultura de Preciso, pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo [email protected] Bernardo van Raij Engenheiro agrnomo, Ph.D. em Solos, pesquisador do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Carlos Alberto Silva Engenheiro agrnomo, Doutor em Agronomia, professor da Universidade Federal de Lavras [email protected] Cassio Hamilton Abreu Junior Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Ciraca A. F. Santana do Carmo Engenheira agrnoma, Mestre em Nutrio de Plantas, pesquisadora aposentada da Embrapa Solos

Claudineia Rodrigues da Silva Qumica, Doutora em Qumica Analtica [email protected] Clede Aparecida de Abreu Engenheira agrnoma, Doutora em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisadora do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Clsio Gianello Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected] Cristiano Alberto de Andrade Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Daniel Vidal Prez Engenheiro agrnomo, Doutor em Qumica, pesquisador da Embrapa Solos [email protected] Dorothy C. Pinatti Casarini Biloga, Doutora em Engenharia Hidrulica, Gerente de Diviso da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) [email protected] Fbio Cesar da Silva Engenheiro agrnomo e florestal, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador da Embrapa Informtica Agropecuria [email protected] Fbio Prata Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador da Bayer Crop Science [email protected] Fernando de Campos Carvalho Engenheiro agrnomo, Doutor em Engenharia, fiscal do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento [email protected] Glucia Ceclia Gabrielli dos Santos Engenheira agrnoma, Doutora em Solos e Nutrio de Plantas, Laboratrios Tasqa [email protected]

Heitor Cantarella Engenheiro agrnomo, Doutor em Agronomia, pesquisador do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Henriqueta Maria Gimenes Fernandes Biloga, tcnica especialista do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Joo Carlos de Andrade Qumico, Doutor em Qumica, professor da Universidade Estadual de Campinas [email protected] Jos Antnio Quaggio Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, pesquisador do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Jos Carlos Chitolina Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos, professor da Escola de Engenharia de Piracicaba [email protected] Luiz Manoel Silva Cunha Estatstico, Mestre em Cincia da Computao, analista da Embrapa Informtica Agropecuria [email protected] Marcos Antnio Pavan Engenheiro agrnomo, Ph.D. em Solos, pesquisador do Instituto Agronmico do Paran [email protected] Maria Fernanda Georgina Gin Rosias Engenheira qumica, Doutora em Solos e Nutrio de Plantas, professora do Centro de energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Marino Jos Tedesco Engenheiro agrnomo, Ph.D. em Solos, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul [email protected]

Mrio Miyazawa Qumico, Doutor em Qumica Analtica, pesquisador do Instituto Agronmico do Paran [email protected] Mnica Ferreira de Abreu Qumica, Doutora em Qumica, pesquisadora do Instituto Agronmico de Campinas [email protected] Paulo Augusto da Eira Engenheiro agrnomo, Mestre em Agronomia, pesquisador aposentado da Embrapa Solos Roberto Hiroshi Higa Engenheiro eletricista, Doutor em Cincia da Computao, pesquisador da Embrapa Informtica Agropecuria [email protected] Silvia Maria Fonseca Silveira Massruh Analista de Sistemas, Doutora em Computao Aplicada, pesquisadora da Embrapa Informtica Agropecuria [email protected] Taciana Figueiredo Gomes Tecnloga em saneamento ambiental [email protected] Takashi Muraoka Engenheiro agrnomo, Doutor em Agronomia, professor do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (USP) [email protected] Waldir Vieira Engenheiro agrnomo, fiscal do Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento [email protected] Wanderley Jos de Melo Engenheiro agrnomo, Doutor em Solos e Nutrio de Plantas, professor da Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho [email protected] Washington de Oliveira Barreto (in memoriam)

ApresentaoHistoricamente, a anlise de solo comeou, provavelmente, quando o homem se interessou por saber como as plantas crescem. Pode-se dizer que foi Justus Von Liebig, fundador da qumica agrcola, o primeiro a fazer a anlise de solo e a recomendar o uso de fertilizantes artificiais. Daquela poca at o incio da dcada de 1920, pouco progresso foi feito, ainda que Dyer, Hilgard e Burd tivessem dado significativas contribuies para a qumica de solo. J entre os anos de 1929 e 1934, importantes contribuies foram feitas por Bray, Herster, Morgan, Spurway e Truog. No Brasil, a dcada de 1950 foi decisiva para o desenvolvimento da anlise de solo. A partir de 1965, a anlise de solo com enfoque no programa de controle de qualidade foi demonstrada em reunies sobre tcnicas empregadas em todo o Pas, no mbito do convnio entre o Ministrio da Agricultura representado pela antiga Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo, atual Centro Nacional de Pesquisa de Solos, Embrapa Solos e a Universidade da Carolina do Norte, com apoio da Usaid, e sob liderana do Dr. Leandro Vettori. Esse programa, conhecido como Soil Testing, propiciou grande desenvolvimento da atividade de anlise de solos, tornando-se, alm disso, o embrio das atuais reunies de laboratrio promovidas pela Sociedade Brasileira de Cincia do Solo (SBCS). possvel, por meio de uma anlise de solo bem feita, avaliar o grau de deficincia de seus nutrientes e determinar as quantidades a serem aplicadas na adubao e calagem. Fator importante para uma alta produtividade sustentvel na agricultura, a anlise qumica do solo o instrumento bsico para a transferncia de informaes sobre calagem e adubao, da pesquisa para o agricultor. Nesta 2 edio do Manual de Anlises Qumicas de Solos, Plantas e Fertilizantes, mais detalhada e organizada em trs partes bsicas - 1) Amostragem e Preparo de Amostras, 2) Anlises Laboratoriais e 3) Infraestrutura, Qualidade e Informtica , a amostragem recebe cuidado especial, pois ela d incio a todos os demais procedimentos de quantificao e de avaliao da necessidade nutricional e da qualidade do produto fertilizante. Portanto, se a amostragem estiver "errada", ento todo o procedimento subseqente estar comprometido, ou

melhor, no ter validade tcnica no tocante s identificaes das suas caractersticas qumicas, fsicas e fsico-qumicas. conhecida a expresso segundo a qual a anlise no pode ser melhor do que a amostra. Outro instrumento complementar utilizado pelos agricultores e descrito no Manual a avaliao do estado nutricional das plantas. Comumente empregado em diagnose foliar que se inicia pela coleta representativa de amostras de folhas em talhes de lavouras , permite obter os teores foliares de nutrientes confiveis, que so comparados com valores padres estabelecidos para a espcie vegetal em questo. A interpretao da anlise foliar, para culturas anuais, permite a complementao das informaes obtidas por meio da anlise de solo, de modo a assegurar uma adequada recomendao de adubao para a prxima safra. A anlise qumica do solo e de plantas ser tanto mais til quanto mais confiveis forem os resultados, e isso atualmente vem sendo buscado por meio de um importante programa de controle de qualidade feito conjuntamente por quase a totalidade dos laboratrios brasileiros. Esse programa de anlise de solo e de diagnose foliar tem sido largamente aceito como fator essencial s formulaes de programas de adubao e calagem. As etapas consideradas para se obter um adequado programa de adubao e calagem foram contempladas e descritas no Manual: amostragem; anlise qumica; interpretao dos resultados; recomendao e, finalmente, a verificao da eficcia do programa. Os programas interlaboratoriais de controle de qualidade em funcionamento no Brasil so cinco: Rolas, para o RS e para SC; Cela, para o PR; IAC, para os laboratrios que usam o mtodo da resina em SP e mais oito estados; Profert, para MG e alguns estados vizinhos; e Embrapa Solos, que cobre o restante do Pas, especialmente as regies dos Cerrados, o Sudeste, o Norte e o Nordeste. Cerca de 220 laboratrios participam de tais programas, e a concesso de "selos" que atestam sua vinculao ao programa de proficincia representa um grande incentivo confiabilidade dos laboratrios. O objetivo original e principal desde a 1 edio do Manual de Anlises Qumicas de Solos, Plantas e Fertilizantes, elaborada pela equipe tcnica da Embrapa Solos, em parceria com outras instituies e Unidades da Embrapa, a incorporao de metodologias clssicas e atualizadas como suporte avaliao da reserva nutricional do solo para as plantas.

Este Manual, que rene os mtodos em uso de anlise de solo, de plantas, de fertilizantes inorgnicos e orgnicos e de corretivos, aborda princpios, extrao, determinao, preparo dos reagentes, equipamento, clculo, vantagens e desvantagens e, nesta edio, no se restringe descrio pura e simples de mtodos em uso no Pas ou divulgao de instrues de coleta de amostras. Ele faz uma anlise minuciosa e crtica de procedimentos nos laboratrios e, com isso, abrem-se novos caminhos para sua evoluo, usando a automao de processos. Esta edio do Manual de Anlises Qumicas de Solos, Plantas e Fertilizantes representa, assim, uma importante fonte de referncia que se amplia em temas para o Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuria. Maria de Lourdes Mendona Santos BrefinChefe-Geral da Embrapa Solos

PrefcioNum sistema de produo agropecurio sustentvel, temos a qualidade do solo como alicerce, e o planejamento da propriedade dever ser elaborado tendo como ponto fundamental s condies do substrato desse alicerce. Cabe salientar que um bom nmero de decises tomadas dentro da propriedade tem como base os laudos de anlises de solo. Muitas vezes, porm, por causa dos custos, essas anlises deixam de ser feitas. Mas quando se compara esse valor com o custo de formao da lavoura ou com o valor do investimento com base nos resultados das anlises, conclui-se que a prtica da anlise extremamente econmica. Atualmente, a anlise qumica do solo como ferramenta de diagnstico da fertilidade do solo usada praticamente em todas as partes do globo, com variados graus de sucesso. Esse sucesso depende da quantidade e, principalmente, da qualidade das pesquisas que permitem calibrar e interpretar os resultados da anlise, com base nos quais so feitas as recomendaes de corretivos e fertilizantes. possvel, por meio de uma anlise de solo bem feita, e de posse das tabelas de interpretao de fertilidade do solo, avaliar o grau de deficincia de nutrientes e determinar as quantidades a serem aplicadas nas adubaes de vrias culturas, garantia de uma produtividade adequada e de menor risco ambiental. Dispomos de uma srie de ferramentas para efetuar recomendaes de aplicaes de corretivos e fertilizantes ao solo ou mesmo para a tomada de decises referentes aos diferentes manejos e agricultura de preciso que podem ser adotados em situaes de solo e clima diversos. Entretanto, sobressai-se ainda como de fundamental importncia a anlise de solo, pois ela uma das fontes de dados para transferir conhecimento da pesquisa para os agricultores, por meio da qual buscamos o melhor equilbrio entre os nutrientes no solo, as necessidades nutricionais das culturas e a segurana ambiental do empreendimento. O objetivo da 2 edio do Manual de Anlises Qumicas de Solos, Plantas e Fertilizantes foi incorporar s metodologias clssicas de avaliao da reserva nutricional do solo para as plantas descritas na 1 edio, 1999 os aspectos de amostragem dos fertilizantes e corretivos, as anlises de fertilizantes orgnicos previstas na legislao e tambm os aspectos de novas tecnologias de instrumentao e da informao

pertinentes ao tema. Com isso, o livro supre a carncia de textos bsicos, em portugus, sobre o assunto em mbito nacional. A publicao deste Manual coincide com a comemorao dos 36 anos da Embrapa e representa uma ampliao da contribuio da Empresa sociedade brasileira em especial ao segmento do agronegcio relacionado fertilidade de solo, nutrio de plantas e adubao ao reunir informaes sobre coleta de amostras, recepo, procedimentos analticos de referncia para anlises de fertilidade, nutrio mineral e fertilizantes, erros usuais, controle de qualidade e equipamentos de ltima gerao e, finalmente, sobre a automao de laboratrios e o uso de tecnologia da informao. Silvio CrestanaDiretor-Presidente da Embrapa

Prefcio 1 edioO acirramento da competitividade entre os agentes produtivos do setor agrcola tem gerado necessidades de crescente agregao de qualidade aos seus produtos e de reduo urgente de custos de produo. Nacionalmente, a qualidade do produto avaliada no somente pelo seu valor intrnseco, mas como resultante de tecnologia limpa, ou seja, que no causa prejuzo ambiental. No sistema de produo agrcola atual, os insumos, em especial os fertilizantes e corretivos, podem ocupar mais que a quarta parte do total da planilha de gastos. Nesse contexto, as anlises qumicas de solo e de plantas, que vm perfazendo 550 mil anlises por ano, so os principais veculos de transferncia, aos produtores, de tecnologia, de conhecimentos gerados pela pesquisa e de racionalizao de custos com adubao e calagem de culturas. As recomendaes de quantidade de adubos e corretivos a aplicar dependem, em grande parte, da qualidade do diagnstico sobre o grau de deficincia de determinado elemento no solo, proporcionado pelo mtodo de anlise. Nesse ponto, alguns procedimentos estratgicos se apresentam para a viabilizao de solues regionalizadas de uso de fertilizantes e corretivos, os quais tm incio na adoo de critrios adequados na amostragem de solo e plantas, de protocolos analticos uniformes e atualizados, de recursos humanos capacitados, de infra-estrutura bsica satisfatria, de controle estatstico e automao de processos no laboratrio, entre outros assuntos abordados neste livro, os quais, em ltima anlise, iro se refletir na qualidade dos laudos emitidos. Este Manual aborda, com rigor cientfico, procedimentos em uso nos laboratrios, oferece solues criativas sobre tarefas dirias e a respeito da organizao eficiente de laboratrios, alm de apresentar novos caminhos para a sua evoluo, usando a automao de processos. Introduz tambm a discusso sobre trabalho em equipe, nas tcnicas de suporte s decises relativas recomendao de fertilizantes, a exemplo dos sistemas especialistas e da agricultura de preciso. Trata-se, portanto, de uma contribuio estratgica e de grande utilidade para o sistema nacional de pesquisa agropecuria, que temos a satisfao de prefaciar. Jos Roberto Rodrigues PeresDiretor-Executivo da Embrapa

SumrioParte 1 Amostragem e preparo de amostras ............................. 21Captulo 1 Amostragem de solo para anlises de fertilidade, de manejo e de contaminao ............................................................. 23 1. Introduo ............................................................................................................... 25 2. Amostragem ............................................................................................................ 26 3. Plano de amostragem: separao das reas uniformes .......................................... 29 4. Tipos de amostra e parmetros a serem medidos na amostra ................................ 30 5. Tamanho das glebas e nmero de amostras ........................................................... 33 6. Local, profundidade e freqncia de amostragem .................................................. 34 7. Agricultura de preciso ............................................................................................ 43 8. Amostragem de espcies qumicas consideradas mveis (SO42- e NO3-) .................. 49 9. Amostragem de metais pesados em reas contaminadas ...................................... 49 10. poca de coleta das amostras ................................................................................ 50 11. Equipamentos usados e cuidados na coleta de solo ............................................ 51 12. Secagem e armazenamento ................................................................................... 54 13. Referncias ............................................................................................................. 55 Captulo 2 Amostragem, acondicionamento e preparo de amostras de plantas para anlise qumica ................................................ 59 1. Introduo ............................................................................................................... 61 2. Amostragem ............................................................................................................ 62 3. Envio ao laboratrio, identificao e pr-acondicionamento ................................. 63 4. Preparao da amostra no laboratrio .................................................................... 65 5. Referncias ............................................................................................................... 85 Captulo 3 Amostragem de fertilizantes, corretivos e inoculantes ............................. 87 1. Introduo ............................................................................................................... 89 2. Amostragem e preparo de produtos slidos: fertilizantes, corretivos e substratos ................................................................................................. 91 3. Amostragem de produtos lquidos ....................................................................... 100 4. Amostragem de inoculantes ................................................................................. 102 5. Referncias ............................................................................................................. 102

Parte 2 Anlises laboratoriais .................................................... 105Captulo 1 Mtodos de anlises qumicas para avaliao da fertilidade do solo ..... 107 1. Introduo ............................................................................................................. 109 2. Preparo da amostra ................................................................................................ 111 3. pH em gua ........................................................................................................... 112 4. pH em CaCl2 ........................................................................................................... 114 5. pH SMP .................................................................................................................. 115 6. Extrao com KCl 1 mol L-1: clcio, magnsio e alumnio ...................................... 120 7. Extrao com soluo de Mehlich 1: fsforo, potssio, sdio e micronutrientes ............................................................... 130 8. Fsforo remanescente ............................................................................................ 141 9. Extrao com soluo de Mehlich 3: fsforo, potssio, clcio, magnsio, sdio e micronutrientes (Fe, Cu, Zn e Mn) (evoluo do mtodo de Mehlich 1) ...... 144 10. Extrao com resina trocadora de ons: fsforo, potssio, clcio e magnsio .... 148 11. Anlise de cobre, ferro, mangans e zinco por extrao com DTPA .................... 156 12. Anlise de boro por meio da soluo de cloreto de brio .................................. 162 13. Acidez potencial (hidrognio + alumnio) ........................................................... 167 14. Valor S, valor T, valor V e valor m ......................................................................... 170 15. Matria orgnica ................................................................................................. 170 16. Sulfato ................................................................................................................. 177 17. Nitrato e amnio ................................................................................................. 180 18. Informaes adicionais ........................................................................................ 183 19. Referncias ........................................................................................................... 184 Captulo 2 Anlise qumica de tecido vegetal ........................................................... 191 1. Introduo ............................................................................................................. 193 2. Preparao da amostra .......................................................................................... 193 3. Extrao de elementos qumicos do tecido vegetal ............................................... 194 4. Determinaes ....................................................................................................... 201 5. Interpretao de resultados ................................................................................... 232 6. Referncias ............................................................................................................. 233 Captulo 3 Anlises de fertilizantes minerais, organominerais e corretivos ............. 235 1. Introduo ............................................................................................................. 237 2. Preparao da amostra para a anlise ................................................................... 238

3. Preparo da amostra para corretivos de solo .......................................................... 238 4. Fertilizantes ............................................................................................................ 239 5. Anlises qumicas de fertilizantes e corretivos ...................................................... 240 6. Referncias ............................................................................................................. 394 Anexo 1 ...................................................................................................................... 395 Anexo 2 ...................................................................................................................... 395 Captulo 4 Anlises qumicas de fertilizantes orgnicos (urbanos) .......................... 397 1. Introduo ............................................................................................................. 399 2. Amostragem e preparo da amostra ....................................................................... 399 3. Mtodos de anlise ............................................................................................... 401 4. Patgenos em resduos ......................................................................................... 437 5. Interpretao de resultados de amostras de fertilizantes orgnicos ..................... 446 6. Determinao do efeito da adio de resduos contendo matria orgnica ao solo ............................................................ 459 7. Referncias ............................................................................................................. 481 Captulo 5 Anlise qumica de metais pesados por espectrometria de massas com plasma acoplado indutivamente ............................. 487 1. Introduo ............................................................................................................. 489 2. Aspectos gerais da espectrometria de massas com plasma .................................. 489 3. Escopo e aplicao do mtodo .............................................................................. 492 4. Interferncia ........................................................................................................... 494 5. Segurana .............................................................................................................. 502 6. Equipamentos e suprimentos ................................................................................ 504 7. Reagentes, padres e brancos ............................................................................... 505 8. Manipulao, preparo e conservao das amostras .............................................. 515 9. Controle de qualidade da anlise .......................................................................... 516 10. Calibrao e padronizao .................................................................................. 522 11. Procedimentos ..................................................................................................... 525 12. Anlise dos dados obtidos e clculos ................................................................. 527 13. Desempenho do mtodo ..................................................................................... 528 14. Preveno da poluio ......................................................................................... 533 15. Gerenciamento de resduos ................................................................................ 533 16. Referncias ........................................................................................................... 533

Parte 3 Infra-estrutura, qualidade e informtica ........................... 537Captulo 1 Controle de qualidade dos resultados analticos ................................... 539 1. Introduo ............................................................................................................. 541 2. Cuidados para garantir a qualidade em laboratrios ........................................... 542 3. Estatstica em controle de qualidade ..................................................................... 546 4. Exemplo de preparo e uso da amostra controle .................................................... 550 5. Controle individual de resultados ......................................................................... 552 6. Programas interlaboratoriais ................................................................................. 555 7. Referncias ............................................................................................................. 555 Anexo ......................................................................................................................... 556

Captulo 2 Infra-estrutura laboratorial, gerenciamento de laboratrio e automao da informao .............................................................. 561 1. Introduo ............................................................................................................. 563 2. Infra-estrutura laboratorial .................................................................................... 564 3. Automao de rotinas laboratoriais ...................................................................... 574 4. A utilizao da informtica no gerenciamento do laboratrio ............................. 577 5. Utilizao da informtica na organizao de dados, de informao e de conhecimentos gerados no setor agrcola ................................. 588 6. Consideraes finais .............................................................................................. 623 7. Referncias ............................................................................................................. 623

Parte

Amostragem e preparo de amostras

1

1Captulo

Amostragem de solo para anlises de fertilidade, de manejo e de contaminao

Jos Carlos Chitolina Fbio Prata Fbio Cesar da Silva Antonio Marcos Coelho Dorothy C. Pinatti Casarini Takashi Muraoka Andr Csar Vitti Antnio Enedi Boaretto

Parte 1 | Captulo 1 Amostragem de solo para anlises de fertilidade, de manejo e de contaminao

1. IntroduoA histria da anlise de solo, de acordo com Boaretto et al. (1988), pode ser assim resumida:A anlise de solo provavelmente comeou quando o homem interessou-se por saber como as plantas crescem. Pode-se dizer que foi Justus Von Liebig (1840) o primeiro a fazer a anlise de solo. Desde aquela poca at o incio da dcada de 1920, pouco progresso foi feito, ainda que Dyer (1894), Hilgard (1911) e Burd (1918) tenham dado significativas contribuies para a qumica de solo. No final da dcada de 1920 e no incio da de 1930, porm, importantes contribuies foram feitas por Bray (1929), Herster (1934), Morgan (1932), Spurway (1933) e Truog (1930). Desde ento, a anlise do solo tem sido largamente aceita como fator essencial formulao de um programa de adubao e calagem (MELSTED; PECK, 1973; CATANI; JACINTO, 1974).

A anlise qumica do solo o instrumento bsico para a transferncia de informaes, sobre calagem e adubao, da pesquisa para o agricultor. possvel, por meio de uma anlise de solo bem feita, avaliar o grau de deficincia de nutrientes e determinar as quantidades a serem aplicadas nas adubaes (RAIJ et al., 1985). Por esse conceito, pode-se concluir que a anlise de solo, para avaliao de fertilidade, tem como objetivo conhecer o grau de fertilidade para uma adequada recomendao de corretivos e fertilizantes, com vista produo, sendo atualmente de constante emprego, e, mais recentemente, utilizada tambm para monitoramento de poluio de solos. Em sntese, a coleta de amostras representativas de solo essencial para a avaliao precisa das necessidades de corretivos e de fertilizantes, o que possibilita a obteno de rendimentos econmicos. A amostra representativa aquela que melhor reflete as condies de fertilidade de uma rea especfica. Para que os objetivos sejam atingidos, necessria a realizao de vrias atividades, que vo desde a amostragem do solo at a recomendao do corretivo ou do adubo. De fato, correspondem s seguintes etapas (Fig. 1): amostragem do solo, envio ao laboratrio, preparo da amostra e anlise qumica (extrao e quantificao dos nutrientes), interpretao dos resultados das anlises, recomendao propriamente dita e confirmao de procedimentos (CHITOLINA, 1982; BOARETTO et al., 1988). 25