análises físico-químicas do vinho

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  • 8/17/2019 Análises Físico-químicas Do Vinho

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    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

    RIO GRANDE DO SUL – IFRS

    CAMPUS BENTO GONÇALVES

    COMPARAÇÃO INTERLABORATORIAL

    DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO VINHO

    Bento Gonçalves

    2009

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    INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO

    SUL – CAMPUS BENTO GONÇALVES

    MORGANA CESCA

    COMPARAÇÃO INTERLABORATORIAL

    DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS DO VINHO

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

    ao curso de Tecnologia em Viticultura e

    Enologia do Instituto Federal de Educação,

    Ciência e Tecnologia Rio Grande do Sul –

    Campus Bento Gonçalves como parte dos

    requisitos para a conclusão do curso.

    Professor Orientador: MSc. Juliano Garavaglia

    Bento Gonçalves

    2009

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    RESUMO

    O trabalho teve como objetivo determinar o desempenho individual de cada laboratório,

    identificando as diferenças interlaboratoriais através da associação dos dados obtidos com os

    métodos analíticos utilizados, bem como verificar a precisão dos resultados. Além disso, foi

    feita uma avaliação estatística dos resultados obtidos, relativos à mesma amostra e seguindo o

    método adotado em cada caso. Para tal, as amostras de vinho tinto  foram cedidas pela

    Cooperativa Vinícola Aurora, coletadas diretamente da linha de engarrafamento, emseqüência, antes da rotuladora e enviadas quatro amostras para cada um dos dez laboratórios

    testados. Foram realizadas as análises de acidez total, pH, graduação alcoólica e teor de

    açúcar. Cada laboratório adotando seu próprio método, onde foi exigida uma descrição

    completa e detalhada do método analítico utilizado. Os resultados mostraram que existe certa

    repetitibilidade de resultados em um mesmo laboratório, porém, a dispersão de resultados

    aponta diferenças significativas de um laboratório para outro.

    Palavras-chave: amostras, análises físico-químicas, comparação, laboratórios.

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    ABSTRACT

    This study had as objective to determine the individual performance of each laboratory,

    identifying the differences interlaboratory through the association of the data obtained with

    the analytical methods used, as well to verify the precision of the results. In addition, it was a

    statistical evaluation of the results obtained, concerning the same sample and using the

    method adopted in each case. For this, samples of red wine were provided by the

    Cooperative Aurora Winery, collected directly the line of bottling, in sequence, before the labeled and sent four samples for each of the ten laboratories tested. Analyzes were performed

    total acidity, pH, alcohol and sugar content. Each laboratory adopting its own method, which

    was required a detailed and full description of the analytical method used. The results showed

    that there is some repetitibilidade results in a same laboratory, however, the scattering of

    results shows significant differences in laboratory for laboratory.

    Keywords: samples, physical-chemical analyses, comparison, laboratories.

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    SUMÁRIO

    RESUMO ..................................................................................................................................... 2

    ABSTRACT ................................................................................................................................. 3

    LISTA DE TABELAS ................................................................................................................. 5

    LISTA DE FIGURAS .................................................................................................................. 6

    1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 7

    2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................. 8

    2.1 Erros Analíticos .......................................................................................................... 82.1.1 Erros determinados ............................................................................................. 8

    2.1.2 Erros indeterminados .......................................................................................... 9

    2.2 Análises físico-químicas e métodos analíticos ........................................................... 9

    2.2.1 Acidez Total ..................................................................................................... 10

    2.2.2 pH ..................................................................................................................... 11

    2.2.3 Teor Alcoólico .................................................................................................. 12

    2.2.4 Açúcares ........................................................................................................... 133 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 16

    3.1 Laboratórios Participantes ........................................................................................ 16

    3.2 Amostras ................................................................................................................... 16

    3.3 Análises Fìsico-Químicas ......................................................................................... 17

    3.4 Análise dos resultados .............................................................................................. 17

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ....................................................................................... 18

    4.1 Acidez total ............................................................................................................... 18

    4.2 pH ............................................................................................................................. 22

    4.3 Teor Alcoólico .......................................................................................................... 26

    4.4 Açúcares ................................................................................................................... 30

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 37

    6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 38

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    LISTA DE TABELAS

    TABELA 1. Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação da acidez total do vinho

    tinto.. ............................................................................................................................ ...............20

    TABELA 2. Resultados obtidos na determinação da acidez total do vinho tinto. .................... 21

    TABELA 3. Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação do pH de vinho tinto. .... 24

    TABELA 4. Resultados obtidos na determinação do pH do vinho tinto. .................................. 25

    TABELA 5.  Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação do grau alcoólico de

    vinho tinto. .................................................................................................................................. 28

    TABELA 6. Resultados obtidos na determinação do grau alcoólico em vinho tinto. ............... 29

    TABELA 7. Métodos de titulação para determinação do teor de açúcares totais em vinho tinto.

    .................................................................................................................................................... 32

    TABELA 8. Resultados obtidos na determinação dos açúcares totais em vinho tinto. ............. 33

    TABELA 9. Intervalo de resultado dos quatro parâmetros físico-químicos avaliados, aceitáveis

    pela Cooperativa Vinícola Aurora para o vinho tinto utilizado neste estudo..............................35

    TABELA 10. Classificação geral de acordo com a precisão de cada laboratório......................36

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    LISTA DE FIGURAS

    FIGURA 1. Dispersão das médias de acidez total obtidas pelos 10 laboratórios participantes

    do trabalho. ................................................................................................................................. 22

    FIGURA 2.  Dispersão das médias de pH obtidas pelos 10 laboratórios participantes do

    trabalho. ...................................................................................................................................... 26

    FIGURA 3.  Dispersão das médias de teor alcoólico obtidas pelos 10 laboratórios

    participantes do trabalho. ............................................................................................................ 30

    FIGURA 4.  Dispersão das médias de teor de açúcares obtidas pelos 10 laboratórios

    participantes do trabalho. ............................................................................................................ 34

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    1  INTRODUÇÃO

    Atualmente, a elaboração e o consumo de vinhos vêm crescendo mundialmente. Neste

    contexto, pode-se destacar a região Sul do Brasil, maior produtora de uvas e vinhos do Brasil,

    onde se encontra a Região da Serra Gaúcha, situada a nordeste do Rio Grande do Sul. Esta

    região é conhecida pelo volume e pela qualidade dos vinhos que produz, visto que é composta

    por mais de 300 vinícolas, desde pequenas propriedades familiares até grandes empresas,

    conhecidas mundialmente.

    Para obtermos vinhos de boa qualidade é fundamental a realização de análises físico-químicas, para que possamos acompanhar o andamento do processo, identificar possíveis

    alterações e intervir, caso necessário, realizando as devidas correções.

    Para a realização destas análises existem vários métodos que podem ser utilizados,

    diferentes equipamentos, reagentes, soluções, vidrarias, condições ambientais e erros, que

    podem ocasionar distintos resultados.

    Os laboratórios necessitam de controles de qualidade que possam garantir confiança

    nos resultados das análises que são efetuadas. Existem diversos fatores que podem causarvariabilidade nos resultados, estes podem ter seus efeitos eliminados ou minimizados, a fim

    de se obter medidas confiáveis, através de comparações interlaboratoriais que são ferramentas

    importantes para a garantia da qualidade dos ensaios e calibrações.

    Este trabalho teve como objetivo determinar o desempenho individual de cada

    laboratório, identificando as diferenças interlaboratoriais através da associação dos dados

    obtidos com os métodos analíticos utilizados, bem como verificar a precisão dos resultados.

    Além disso, foi feita uma avaliação estatística dos resultados obtidos, relativos à mesma

    amostra e seguindo o método adotado em cada caso.

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    2  REFERENCIAL TEÓRICO

    2.1  Erros Analíticos

    Independente do método utilizado na realização de uma determinada análise físico-

    química, qualquer resultado possui um grau de incerteza (BACCAN et al, 1979). Existem

    vários fatores que contribuem para que exista um maior grau de incerteza no resultado de uma

    medida física. Estes fatores, também chamados de erros, são classificados em duas categorias.

    Os erros determinados ou sistemáticos são os que possuem um valor definido e, pelo menos

    em princípio, podem ser medidos e computados no resultado final. Já os erros indeterminados,

    não possuem valor definido, não são mensuráveis e flutuam de um modo aleatório (BACCAN

    et al, 1979).

    Independente do método analítico utilizado o erro embutido deve ser mantido o mais

    próximo possível de zero, para que o resultado obtido seja aceitável (BACCAN et al, 1979).

    2.1.1  Erros determinados

    Os erros determinados podem ter várias origens como no método, na operação, na

    limitação pessoal e nos instrumentos e reagentes (BACCAN et al, 1979). Os erros de método

    referem-se ao protocolo utilizado. Quando se realiza uma análise costuma-se seguir ou

    adaptar um procedimento retirado de determinada literatura. Independentemente do cuidadotomado ao realizar o procedimento, há o risco de cometer erros inerentes ao próprio método.

    Os quais são geralmente os mais difíceis de serem detectados (BACCAN et al, 1979). Por

    exemplo, uso de um indicador inadequado, preparo inadequado de uma solução desde sua

    pesagem, solubilidade, concentração e armazenamento (BACCAN et al, 1979).

    Os erros operacionais são os ocorridos durante a manipulação na realização dos

    procedimentos da análise. Estes erros independem das propriedades químicas, físicas e dos

    instrumentos utilizados, são decorrentes unicamente da capacidade técnica do analista. Porexemplo, permitir a introdução de poeira numa solução, usar vidrarias sujas, lavar em excesso

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    ou insuficientemente um precipitado, pesar cadinhos antes de estarem completamente frios,

    ou deixá-los esfriar fora do dessecador, entre outros (BACCAN et al, 1979).

    Os erros pessoais provêm da incapacidade de algumas pessoas em fazer certas

    observações. Por exemplo, existem pessoas com dificuldade na visualização do ponto de

    viragem de alguns indicadores ou quando um analista, ao analisar várias vezes a mesma

    amostra, força os resultados à igualdade, tal procedimento é chamado de pré-julgamento ou

    preconceito (BACCAN et al, 1979).

    Os erros devido a instrumentos e reagentes estão relacionados com as imperfeições

    existentes nos equipamentos, aparelhos, vidrarias, reagentes e soluções utilizadas em

    determinada análise (BACCAN et al, 1979). Por exemplo, vidrarias mal calibradas ou não

    calibradas e impurezas presentes em reagentes e soluções.

    2.1.2  Erros indeterminados

    Mesmo na ausência de erros determinados, se uma mesma pessoa efetuar um

    procedimento analítico várias vezes consecutivas poderá ocorrer pequenas variações nos

    dados obtidos. Estas diferenças são chamadas de erros indeterminados, que não podem ser

    identificados nem corrigidos (BACCAN et al, 1979).

    2.2  Análises físico-químicas e métodos analíticos

    As análises físico-químicas dos sucos de uva e de vinhos são um dos aspectos mais

    importantes do controle de qualidade enológico. Todas as fases da elaboração de vinhos são,

    atualmente, controladas mediante ensaios químicos e sensoriais, desde a determinação da

    colheita até o momento adequado para envase (AMERINE et al, 1976; RANKINE, 2000).

    Segundo Zoecklein et al. (2001), são quatro as principais razões para se analisar as uvas

    e os vinhos: controle de qualidade, como maturação, processamento e envelhecimento;

    redução da acidez volátil e melhoramento do processo; assemblage, análises precisas e cortes

    mais definidos; e, certificados de exportações e requerimentos legais.

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    Entretanto, nem sempre, a escolha do método analítico adequado é fácil. Em certos

    casos, o principal objetivo de um método e equipamento utilizado é a rapidez e não a exatidão

    (AMERINE et al, 1976).

    Para determinação de qualquer parâmetro físico-químico existe um protocolo a ser

    seguido. Cada empresa adota o de sua preferência. Abaixo são citados os métodos de acordo

    com o Ministério da Agricultura, retirados da Instrução Normativa nº 24, de 08/09/05

    (BRASIL, 2008), que aprova o Manual Operacional de Bebidas e Vinagres.

    2.2.1  Acidez Total

    A acidez total de um mosto ou vinho representa a acidez determinada por

    neutralização das funções ácidas, com ajuda de uma solução de sódio com normalidade

    conhecida. Atualmente, a fase final da titulação com solução de sódio é vista com a ajuda de

    um reagente colorido, como azul de bromotimol que vira a pH 7,0, ou fenolftaleína que vira a

    pH 9,0 (RIBÉREAU-GAYON et al., 2003).

    A quantidade de ácido de um vinho é importante do ponto de vista do sabor e,

    indiretamente, pelos seus efeitos sobre o pH, cor, estabilidade e vida média. A acidez total

    titulável das uvas pode variar de 5,0 a 16,0 g/L, dependendo da variedade e maturação da uva,

    condições climáticas e práticas de cultivo (ZOECKLEIN, et al, 2001).

    A acidez total é determinada pelo método titulométrico (acidimétrico) e fundamenta-se

    na reação de neutralização dos ácidos com solução padronizada de álcali, até o ponto de

    equivalência ou potenciômetro até pH 8,2. Para a realização de tal procedimento são

    necessários: pHmetro, agitador magnético, balança analítica, solução de hidróxido de sódio

    0,1 N e solução alcoólica de fenolftaleína 1 %. A acidez total é expressa em meq /L

    (BRASIL, 2008).

    Segundo a Portaria nº 76 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2008), transfere-se

    10 mL da amostra para o Erlenmeyer contendo 100 mL de água destilada, livre de dióxido de

    carbono, previamente neutralizada. Titula-se com solução de hidróxido de sódio 0,1 N até

    obter a coloração rosa, usando-se 2-3 gotas de fenolftaleína como indicador, ou em pHmetro

    até pH 8,2. A acidez total é expressa em meq /L.

    Durante a determinação da acidez total, podem ocorrer alguns erros como preparação

    incorreta da solução de hidróxido de sódio utilizada na titulação e incorreta eliminação do

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    dióxido de carbono. Para preparar a solução de hidróxido de sódio é conveniente prepará-la a

    partir de uma solução padrão. Quanto à eliminação do dióxido de carbono, a mesma deve ser

    feita e antes de medir a quantidade de amostra a ser utilizada na determinação da acidez total

    (RANKINE, 2000).

    2.2.2  pH

    O pH é determinado pelo método potenciométrico, no qual se mede a diferença de

    potencial entre dois eletrodos mergulhados no líquido estudado. Um dos eletrodos tem umpotencial que é uma função definida do pH deste líquido, o outro tem um potencial fixo e

    conhecido, e constitui o eletrodo de referência (BRASIL, 2008).

    O pH do vinho está relacionado com a resistência às enfermidades, com a coloração,

    sabor, porcentagem total de dióxido de enxofre no estado livre e susceptibilidade ao

    turvamento por fosfato de ferro, entre outros (AMERINE et al, 1976).

    Para este procedimento necessita-se de um pHmetro com escala aferida em unidades

    de pH, que permita efetuar medições com desvio máxima de ± 0,05 da unidade. Além de

    eletrodos que podem ser de vidro (conservado em água destilada), de referência de

    calomelano-cloreto de potássio saturado (conservar numa solução saturada de cloreto de

    potássio) ou um eletrodo combinado (BRASIL, 2008).

    Quantos aos reagentes e soluções, são necessárias soluções tampão (solução saturada

    de tartarato ácido de potássio, 5,7 g/L), solução 0,05 M de ftalato ácido de potássio (10,211

    g/L) e um litro de água destilada (3,402 g de fosfato monopotássico e 4,354 g de fosfato

    dipotássico) (BRASIL, 2008).

    A calibração efetua-se a 20 °C, seguindo as indicações dadas pelo fabricante do

    aparelho utilizado, com as soluções tampão de pH 6,88 e 3,57 a 20 °C. Utiliza-se a solução

    tampão de pH 4,00, a 20 °C, para controlar a calibração da escala (BRASIL, 2008).

    Segundo a Portaria nº 76 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2008), para realizar a

    leitura do pH, mergulha-se o eletrodo na amostra, cuja temperatura deve estar compreendida

    entre 20 e 25 °C e tão próxima quanto possível dos 20 °C. A leitura é dada diretamente na

    escala de valor de pH.

    Na determinação do pH de uma amostra podem ocorrer os seguintes erros: usar

    phmetro inadequado; calibração incorreta do phmetro; utilização de tampões defeituosos;

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    correções de temperaturas inadequadas; agitação insuficiente da amostra durante a leitura; e,

    utilização de eletrodos insensíveis (RANKINE, 2000).

    Para evitar estes erros deve-se utilizar um phmetro com precisão de 0,02 unidades de

    ph, que possua controle de temperatura e ajustes para as soluções tampão e visor digital. Os

    tampões utilizados na calibração do equipamento devem ser conservados à frio e em

    recipientes plásticos cobertos com plástico aderente. Ao calibrar o aparelho, se ao ajustar a

    sensibilidade do eletrodo não se pode chegar ao valor correto da solução tampão, o eletrodo

    deve ser descartado ou submetido a tratamento com ácido clorídrico por 24 horas a fim de

    restaurar sua sensibilidade (RANKINE, 2000).

    2.2.3  Teor Alcoólico

    O teor alcoólico é determinado pelo método densimétrico. Este se baseia na separação

    do álcool por destilação da amostra e sua posterior quantificação de acordo com a densidade

    relativa do destilado a 20 ºC. Para tal procedimento é necessário um conjunto de destilação

    Kjeldahl (BRASIL, 2008).

    Segundo a Portaria nº 76 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2008), para a

    obtenção do destilado mede-se 200 mL da amostra em um balão volumétrico, anotando sua

    temperatura inicial e, transfere-se a amostra para o balão de destilação. Conecta-se ao

    condensador e mergulha-se até o fundo do balão volumétrico, anteriormente empregado.

    Recolhe-se cerca de três quartos do volume total. Resfria-se esse balão mergulhando-o em

    banho de gelo, durante a destilação. Completa-se o volume, à mesma temperatura inicial, com

    água destilada, e agita-se. Outros aparelhos de destilação podem ser utilizados, como por

    exemplo, os de destilação eletrônicos.

    Após a destilação, é determinada a densidade do destilado, a qual deve ser realizada a

    a 20ºC, conforme método de densidade relativa. O grau alcoólico real é determinado a 20 °C

    em função da densidade a 20 °C.  O resultado será expresso em % de volume, a 20 ºC,

    correspondente ao número de litros de álcool etílico contido em 100 litros de vinho (BRASIL,

    2008).

    Durante a determinação do teor alcoólico deve-se tomar cuidado para evitar que

    ocorram possíveis erros. Deve-se realizar medição correta do volume, assegurando-se que o

    volume do destilado esteja com a mesma temperatura do vinho; usar o mesmo balão para

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    medir a amostra de vinho e para recolher o destilado; usar técnica de destilação correta;

    assegurar-se que as juntas entre as peças de vidro não apresentam folgas; assegurar-se de que

    a terminação do condensador esteja imersa em água e dentro do balão de recolhimento do

    destilado; colocar este balão em banho de gelo; e, realizar a medição correta da temperatura

    para não ocasionar falha na correção da leitura a 20°C (RANKINE, 2000).

    Os erros mais comuns ocorrem devido ao pouco cuidado na neutralização dos vinhos,

    com teor de dióxido de enxofre e ácido acético elevados; perdas durante a destilação, devido

    às más conexões; formação de excesso de espuma; capacidade insuficiente de resfriamento do

    destilado ou perdas por evaporação; erros na diluição do volume adequado à temperatura; e,

    limpeza dos equipamentos (AMERINE et al, 1976).

    A riqueza de um vinho se expressa mediante a graduação alcoólica que representa emporcentagem de volume. Este provém essencialmente da fermentação alcoólica do açúcar de

    um mosto. Para muitos consumidores, a graduação alcoólica do produto constitui uma

    expressão importante de qualidade e praticamente todas as legislações exigem que esta seja

    indicada no rótulo do mesmo (RIBÉREAU-GAYON et al., 2003).

    2.2.4  Açúcares

    Na indústria vinífera, a determinação da quantidade de açúcares se realiza com a

    finalidade de se conhecer o término da fermentação alcoólica, cumprir os requisitos legais e

    comerciais de acordo com o tipo de vinho e realizar o controle de qualidade adequado

    (AMERINE et al, 1976).

    A determinação do açúcar em mostos e vinhos é feita pelo método titulométrico

    (Método Lane-Eynon). O qual se baseia no princípio de que os açúcares não redutores sofrem

    hidrólise prévia em meio ácido, dissociando os dissacarídeos em monossacarídeos. Estes

    reagem com os íons cúpricos da solução de Fehling, reduzindo-os a íons cuprosos, sob a ação

    do calor em meio alcalino. Ao reagir com os íons cúpricos, os açúcares sofrem oxidação,

    enquanto o Cu (II) é reduzido a Cu (I), formando-se um precipitado vermelho de óxido

    cuproso (BRASIL, 2008).

    Na realização deste procedimento utiliza-se equipamentos como balança analítica,

    chapa aquecedora ou bico de Bunsen, banho-maria com termostato e cronômetro. Além dos

    seguintes reagentes e soluções: solução A de Fehling (34,639 g de sulfato de cobre

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    pentaidratado em 500 mL de água destilada); solução B de Fehling (173 g de tartarato duplo

    de sódio e potássio tetraidratado e 50 g de hidróxido de sódio em 500 mL de água destilada);

    solução padrão de glicose anidra (0,5 %); solução de acetato neutro de chumbo (20 %);

    solução de azul de metileno (1 %); carvão ativo; fosfato monoácido de sódio ou oxalato de

    potássio ou sódio; ácido clorídrico; e, solução de hidróxido de sódio 5 N (BRASIL, 2008).

    Segundo a Portaria nº 76 do Ministério da Agricultura (BRASIL, 2008), a preparação

    da amostra consiste em pipetar 50 mL (para amostras com alto teor de açúcares tomar

    alíquotas menores) e desalcoolizar, reduzindo o volume para 25 mL. Transfere-se para um

    balão volumétrico de 100 mL e completa-se o volume com água destilada. Se necessário,

    efetua-se a clarificação, pipetando 50 mL da amostra desalcoolizada em um balão de 100 mL

    e adicionando-se 2 mL da solução de acetato neutro de chumbo (volume maior para produtoscom alto teor de matérias corantes). Adiciona-se, aproximadamente, 0,5 g de carvão ativo

    (evitar excesso, pois poderá adsorver parte dos açúcares), agita-se bem e deixa-se em repouso

    por 10 minutos. Após, completa-se o volume com água destilada e filtra-se o conteúdo do

    balão sobre 0,4 g de fosfato monoácido de sódio (ou 0,4 g de oxalato de sódio) por mL de

    solução de acetato neutro de chumbo utilizado. Com isso, a solução apresentará sedimentos

    em poucos minutos, deixando o líquido sobrenadante claro. Então, adiciona-se um pouco mais

    de fosfato (ou oxalato) para assegurar a completa precipitação do acetato de chumbo. Senecessário, filtra-se novamente.

    Transfere-se 50 mL da amostra, assim preparada, para um balão volumétrico de 100

    mL, adiciona-se 1 mL de ácido clorídrico concentrado e leva-se ao banho-maria, de modo que

    a solução mantenha uma temperatura entre 67 e 70 oC por 15 minutos. Após, coloca-se em

    temperatura ambiente, neutraliza-se com hidróxido de sódio 5 N, usando papel de tornassol

    como indicador, e completa-se o volume com água destilada (BRASIL, 2008).

    No erlenmeyer de 250 mL, adiciona-se 20 mL da solução de Soxhlet (mistura dassoluções A e B de Fehling em partes iguais), 40 mL de água destilada e 10 mL da amostra

    preparada. Leva-se o frasco ao aquecimento, de modo que entre em ebulição dentro de 4

    minutos e, imediatamente, adiciona-se 1 ml de glicose. Iniciada a fervura, adiciona-se 2 gotas

    de azul de metileno. Após 1 minuto, continua-se a titulação até o desaparecimento do azul da

    solução. O tempo de titulação não deverá ultrapassar 2 minutos, marcados a partir da adição

    da solução indicadora de azul de metileno (BRASIL, 2008).

    A preparação da amostra é complexa, mas de fácil realização. Consiste em

    “desalcoolizar” a amostra através de uma redução de 50% do volume da mesma. Além disso,

    é necessária uma clarificação da amostra, a qual é feita pela adição de uma solução de acetato

  • 8/17/2019 Análises Físico-químicas Do Vinho

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      15

    neutro de chumbo. A quantidade de acetato de chumbo a ser adicionado depende da

    concentração de matéria corante na amostra. Pode-se também, se adicionado de carvão ativo

    para facilitar a retirada de polifenóis (BRASIL, 2008).

    A quantidade de carvão ativo varia de acordo com o vinho; com 0,1 g de carvão é

    possível descorar totalmente a maioria dos vinhos brancos e mostos e, para descorar um vinho

    tinto necessita-se 0,5g. Deve-se tomar cuidado para não adicionar carvão ativo em ecesso pois

    este pode absorver parte dos açucares (AMERINE et al, 1976).

    Em alguns países se permite adicionar açúcares nos vinhos em fermentação ou

    acabados, nestes casos geralmente se adiciona sacarose, que pode gerar problemas analíticos,

    pois se trata de um açúcar não redutor, necessitando-se desta forma de um tratamento na

    amostra antes da determinação da quantidade de açúcares do produto. Este tratamento chama-se hidrólise ácida na qual ocorre a inversão da sacarose, dando origem a frutose e glicose,

    açúcares denominados redutores (ZOECKLEIN et al, 2001).

    Para determinar a quantidade total de açúcares na amostra (redutores e não redutores),

    a mesma deve sofrer uma hidrólise, liberando açúcares menos complexos na forma de

    monossacarídeos e dissacarídeos. No método Lane-Eynon é realizada uma hidrólise com um

    ácido forte e a alta temperatura. Para realizar a hidrólise a amostra deve ser mantida a 80 °C

    após a adição de ácido clorídrico concentrado (AMERINE et al, 1976).A solução de Fehling A é prepara dissolvendo-se 34,639 g de sulfato de cobre

    pentahidratado em 500 mL de água destilada, utilizando-se balão volumétrico aferido em 500

    mL. Deixa-se em repouso até que ocorra a clarificação e filtra-se com amianto. A solução de

    Fehling B é preparada dissolvendo-se 173 g de tartarato sodicopotassico, sal de Rochelle e 50

    g de hidróxido de sódio diluídos em 500 ml de água destilada, clarifica-se e filtra-se em

    amianto (AMERINE et al, 1976).

    Na determinação do teor de açúcares de um vinho podem ocorrer os seguintes erros:concentração incorreta da solução de glicose 0,5 % utilizada na fatoração do licor de Fehling,

    preparação antecipada da mistura de fehling A e B e tempo de ebulição incorreto (RANKINE,

    2000). A solução de glicose é instável e deve ser preparada junto com a sua utilização, a

    mistura dos fehling deve ser feita no momento da titulação e o tempo ideal de ebulição é de 3

    minutos (RANKINE, 2000).

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      16

    3  MATERIAL E MÉTODOS

    3.1  Laboratórios Participantes

    Este trabalho foi realizado em 10 laboratórios da região da Serra Gaúcha, alguns

    pertencentes a empresas vinícolas, outros que prestam serviços terceirizados e órgãos públicos.

    Foram analisados os laboratórios da Cooperativa Vinícola Aurora (Unidade Matriz), da

    Cooperativa Vinícola Aurora (Unidade II), da Cooperativa Vinícola Garibaldi, da VinícolaCasa Valduga, da Vinícola Salton, da Vinícola Cordelier, do CEFET-BG, Laboratório Alac,

    Laboratório Randon e Embrapa Uva e Vinho. Cada laboratório foi identificado por um código

    numérico de 1 a 10, para manter a confidência dos resultados.

    3.2 

    Amostras

    As amostras foram cedidas pela Cooperativa Vinícola Aurora. Foram utilizadas 40

    garrafas de vinho tinto fino seco, coletadas diretamente na linha de engarrafamento, em

    seqüência e antes da rotulagem. Este procedimento foi realizado para garantir a

    homogeneidade da amostra, de modo que as possíveis diferenças que venham a serem

    encontradas sejam dos processos internos ou das condições físicas dos laboratórios e não das

    amostras.

    Foram enviadas quatro amostras para cada laboratório, sendo que a identificação destasamostras foi feita com a numeração de 1 a 4, sendo que as amostras 1 e 2 foram enviadas

    logo após a coleta e as amostras 3 e 4 foram enviadas uma semana posterior as primeiras. As

    amostras foram enviadas desta forma aos laboratórios a fim de evitar que o analista cometa

    erros de pré-julgamento, apenas indicando o tipo de vinho, ou seja, “vinho tinto fino seco”.

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      17

    3.3  Análises Físico-Químicas

    Neste trabalho foram determinados os parâmetros físico-químicos de acidez total, pH,

    teor alcoólico e teor de açúcar. Não foi imposto um método para a realização das análises, o

    qual ficou a critério dos laboratórios participantes, mas foi exigida uma descrição completa e

    detalhada do método, que serviu como base para o estudo dos fatores que interferem nos

    dados obtidos.

    Os dados fornecidos pelos laboratórios participantes em relação ao método por eles

    utilizado são descrito no capítulo a seguir, resultados e discussões, em formato de tabelas,

     juntamente com a descrição do método sugerido pelo Ministério da Agricultura.

    3.4  Análise dos resultados

    A descrição da variabilidade dos resultados foi feita através da estatística descritiva

    utilizando-se o desvio padrão, que expressa o desvio de cada amostra em relação à média, e

    pelo coeficiente de variação, que dá idéia de precisão dos resultados. Estes parâmetrosestatísticos foram calculados através do software Microsoft Excel 2003. Os dados obtidos

    sobre os métodos utilizados nas análises foram utilizados para explicar as diferenças

    observadas.

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    4  RESULTADOS E DISCUSSÃO

    A dispersão dos resultados encontrados em todos os resultados obtidos foi

    influenciada pelas diferenças entre os métodos utilizados na realização das análises, bem

    como, pelos erros cometidos pelos analistas. Desta forma, apenas podemos comparar

    resultados obtidos através de um mesmo método analítico, mas, podemos verificar a

    existência de um alto coeficiente de variação entre resultados de distintos laboratórios e

    métodos diferentes. Além disso, existe a influência de fatores externos como temperatura eumidade do ambiente onde se realizaram as análises.

    Estas diferenças são pouco significativas se utilizadas apenas para controle interno da

    indústria. Entretanto, se estes dados fossem enviados em laudos para comercialização de

    produtos, se tornariam um forte empecilho e em eventual fiscalização poderia gerar conflitos,

    não por estarem incorretos, mas sim pela incerteza dos mesmos.

    Estudos de comparação interlaboratorial de análises físico-químicas de vinhos tem

    sido realizados pela Rede Metrológica do Rio Grande do Sul, que possui um projeto piloto decomparação em análises de vinhos, neste trabalho participam 12 laboratórios entre os Estados

    do RS, SP e PE (REDE METROLÓGICA, 2009). Além disso, países como Portugal também

    tem investido neste tipo de estudo (RELACRE, 2009). Entretanto, poucos dados foram

    encontrados de publicações científicas sobre a comparação das análises destacadas neste

    trabalho.

    4.1  Acidez total

    Todos os laboratórios participantes utilizaram o mesmo método para a determinação da

    acidez total, ou seja, a titulação, utilizando hidróxido de sódio 0,1N. Este método é

    recomendado pelo Ministério da Agricultura. Somente o laboratório 4 citou a utilização de

    fenolftaleína como indicador, enquanto os laboratórios 2 e 10 utilizaram o azul de

    bromotimol. Os demais laboratórios não citaram a utilização de indicador (Tabela 1).

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      19

    Notou-se que os laboratórios 1, 6, 7 e 8 utilizaram quantidades de amostra diferentes da

    recomendada pelo Ministério da Agricultura (Tabela 1). Estes laboratórios utilizaram 5 mL de

    amostra, enquanto que o recomendado pelo Ministério é 10 mL. Isto resultou numa diluição

    da amostra e numa duplicação do resultado final. Esta diluição tem por objetivo diminuir a

    quantidade de amostra e reagente utilizados, reduzindo o custo da análise. O laboratório 10

    utiliza apenas 1 mL de amostra na execução da análise.

    Outra variação notada foi com relação à quantidade de água destilada utilizada.

    Somente os laboratórios 6, 7 e 8 utilizam a quantidade de 100 mL, recomendada pelo

    Ministério da Agricultura, enquanto os outros utilizam quantidades distintas que variaram de

    50 a 200 mL (Tabela 1).

    Somente o laboratório 3 mencionou a eliminação do gás carbônico da amostra antes darealização da análise, conforme recomenda o Ministério da Agricultura. Observou-se a

    utilização de tituladores automáticos pelos laboratórios 3, 5 e 10. O laboratório 9 não

    disponibilizou o método utilizado (Tabela 1).

    Quanto aos resultados obtidos, podemos visualizar que o laboratório 8 apresentou

    desvio padrão igual a zero o que significa dizer que os seus resultados não possuem

    variabilidade, enquanto o laboratório 9 apresentou o maior desvio padrão, (3,86), ou seja a

    maior variabilidade nos resultados obtidos. (Tabela 2).O laboratório 8 apresentou coeficiente de variação zero o que o torna o mais preciso,

    mas não lhe garante a exatidão nos resultados, enquanto isso, o laboratório 9 apresentou o

    maior coeficiente de variação (5,62), tornando-o mais impreciso e de menor confiabilidade

    em relação aos demais participantes. Como este não disponibilizou o método utilizado não é

    possível analisar os possíveis erros na análise (Tabela 2).

    Os laboratórios 1, 3 e 5 apresentaram desvio padrão menor que um e os menores

    coeficientes de variação, o que lhes garante maior precisão em relação aos outrosparticipantes, enquanto os demais apresentaram desvio padrão maior que um e os maiores

    coeficientes de variação, gerando dúvidas na precisão dos resultados (Tabela 2).

    Na Figura 1 podem ser visualizadas a média de cada laboratório, a dispersão das

    mesmas e a média das médias. Se for levada em consideração a média de todos os resultados,

    ou seja, 62,95 meq/L, como sendo um valor referencial, o laboratório 1 apresentou resultado

    mais próximo a este, apresentando como média 64,0 meq/L, enquanto o laboratório 9

    apresentou a média mais distante, 68,75 meq/L. Ainda na Figura 1 notamos que a dispersão

    dos resultados varia de 59 a 68,75.

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    TABELA 1. Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação da acidez total do vinho tinto. 

    Laboratório Amostra

    mL

    Água destilada

    mL

    Indicador Titulante Método

    01 5 50 NaOH 0,1N Titulação

    02 10 90Azul de

    bromotimolNaOH 0,1N Titulação

    mL g

    03 10 50 NaOH 0,1NTitulação

    automática

    mL g

    04 10 90 Fenolftaleína NaOH 0,1N TitulaçãomL g

    05 10 70 NaOH 0,1NTitulação

    automática

    mL g

    06 5 100 NaOH 0,1N Titulação

    07 5 100 NaOH 0,1N Titulação

    08 5 100 NaOH 0,1N Titulação

    10 1 200Azul de

    bromotimolNaOH 0,1N

    Titulação

    automática

    Ministério da

    Agricultura10 100 Fenolftaleína NaOH 0,1N Titulação

    mL g

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    TABELA 2. Resultados obtidos na determinação da acidez total do vinho tinto. 

    LaboratórioAcidez total (meq/L)

    MédiaD

    pAmostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 401 65,00 64,00 64,00 63,00 64,00

    02 65,00 63,00 66,00 68,00 65,50

    03 61,80 61,40 61,98 61,90 61,77

    04 60,00 61,07 59,07 64,00 61,03

    05 67,50 67,30 67,10 67,20 67,27

    06 60,00 60,00 60,00 62,00 60,50

    07 60,00 58,00 60,00 58,00 59,00

    08 60,00 60,00 60,00 60,00 60,00

    09 74,00 67,00 69,00 65,00 68,75

    10 62,67 62,67 61,33 60,00 61,67

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    65,50

    61,7761,04

    67,28

    60,50

    59,00

    60,00

    61,67

    64,00

    68,75

    62,95

    58,00

    60,00

    62,00

    64,00

    66,00

    68,00

    70,00

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Laboratório

       A  c   i   d  e  z   T  o   t  a   l   (  m  e  q   /   L   )

    Média Média das Médias 

    FIGURA 1. Dispersão das médias de acidez total obtidas pelos 10 laboratórios participantes

    do trabalho.

    4.2  pH

    A descrição, utilizada pelos participantes, do método de realização da análise trouxe

    poucas informações o que dificulta a interpretação das diferenças entre os resultados. Desta

    forma, somente o laboratório 3 utilizou um titulador automático, enquanto os laboratórios 2,

    4, 5, 6, 7, 8 e 10 utilizaram o potenciômetro, aparelho recomendado pelo Ministério da

    Agricultura (Tabela 3). Esses laboratórios efetuaram a calibração do potenciômetro utilizando

    soluções padrão com pH variando entre 3,0 e 10,0. Alguns laboratórios efetuavam calibração

    diária, outros semanais e outros não mencionaram o período da calibração (Tabela 3).

    Os laboratórios 2, 3, 4, 6, 7 e 8 efetuam a leitura do pH levando a amostra à

    temperatura de 20 °C conforme indicação do Ministério da Agricultura (Tabela 3). O

    laboratório 1 não efetuou a análise de pH, pois não possui aparelhos para realizá-la, e o

    laboratório 9 não disponibilizou o método (Tabela 3).

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    O método recomendado pelo Ministério da Agricultura não menciona quantidade de

    amostra para determinação do pH, os participantes utilizaram volumes que variam de 50 a 70

    mL (Tabela 3).

    Os laboratórios 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentaram desvio padrão entre zero e 0,1,

    enquanto o laboratório 4 apresentou desvio padrão zero, o que lhes garantem repetitibilidade

    nos resultados obtidos. (Tabela 4).

    O laboratório 8 apresentou o maior coeficiente de variação (1,40), tornando-se o de

    menor precisão em relação aos demais participantes (Tabela 4).

    Se levarmos em consideração o valor de pH de 3,76 (média das médias) como sendo um

    valor referencial, os laboratórios 2 e 4 apresentaram resultados iguais a este. Sendo assim,

    estes laboratórios podem ser considerados exatos, enquanto que, o laboratório 9 apresentou amédia mais distante (pH 3,89), sendo considerado inexato na determinação do pH das

    amostras em relação aos demais(Figura 2).

    Na Figura 2 podemos visualizar a média de cada laboratório e a dispersão das mesmas,

     juntamente com a média das médias (3,76) e podemos notar a dispersão das mesmas.

    Observa-se que a dispersão dos resultados varia de 3,65 a 3,89.

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    TABELA 3. Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação do pH de vinho tinto.

    Laboratório

    Amostra

    (mL)

    Temperatura

    (°C)

    Solução tampão

    (pH) Calibração

    2 50 20 4,00, 7,00 e 10,00 Diária

    3 70 20 4,00 e 7,00 Diária Titu

    4 50 20 4,01 e 6,86Sempre que

    utilizado

    5 4,00 e 7,00

    6 50 20 4,00 e 7,00 Semanal

    7 60 20 3,00 e 7,01 Semanal

    8 60 20 3,00 e 7,01 Semanal

    10

    Ministério da

    Agricultura20 6,88, 3,57 e 4,00

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    TABELA 4. Resultados obtidos na determinação do pH do vinho tinto. 

    LaboratóriopH

    MédiaDesv

    padrAmostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4

    02 3,74 3,73 3,79 3,77 3,76 0,03

    03 3,81 3,81 3,82 3,82 3,81 0,00

    04 3,76 3,76 3,76 3,76 3,76 0

    05 3,77 3,78 3,77 3,78 3,77 0,00

    06 3,71 3,73 3,70 3,74 3,72 0,02

    07 3,74 3,74 3,71 3,71 3,72 0,02

    08 3,72 3,74 3,82 3,82 3,77 0,05

    09 3,94 3,93 3,85 3,85 3,89 0,05

    10 3,65 3,65 3,63 3,66 3,65 0,0

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    3,65

    3,72

    3,763,76  3,77

    3,81

    3,89

    3,72

    3,773,76

    3,5

    3,55

    3,6

    3,65

    3,7

    3,75

    3,8

    3,85

    3,9

    3,95

    4

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Laboratório

      p   H

    Médias Média das Médias 

    FIGURA 2.  Dispersão das médias de pH obtidas pelos 10 laboratórios participantes do

    trabalho.

    4.3  Teor Alcoólico

    Todos os laboratórios participantes determinaram o teor alcoólico através do método

    usual por destilação da amostra e densidade do destilado. Os laboratórios 1, 4 e 6 realizaram a

    destilação através de uma bateria de destiladores com aquecimento em bico de Bunsen. Oslaboratórios 2, 3, 7, 8 e 10 utilizaram a destilação eletrônica e o laboratório 5 realizou esta

    medida com o auxílio de densímetro e refratômetro de imersão. Apenas o laboratório 9 não

    descreveu o método utilizado. O Ministério da Agricultura apenas menciona a destilação,

    podendo esta ser eletrônica ou não (Tabela 5).

    O Ministério da Agricultura recomenda para destilação, 200 mL de amostra, mas

    somente o laboratório 4 seguiu esta norma. Porém, os laboratórios que fizeram destilação

    eletrônica utilizaram 100 mL (recomendação do fabricante) e os demais 250 mL. Com

    exceção do laboratório 2, que trabalhou com a temperatura da amostra entre 17 e 23 °C, os

  • 8/17/2019 Análises Físico-químicas Do Vinho

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      27

    demais respeitaram as recomendações do Ministério da Agricultura realizando a medida com

    a amostra a 20 °C (Tabela 5).

    Os laboratórios 2, 7, 8 e 9 realizaram a leitura do destilado em balança hidrostática, já

    os laboratórios 1, 4 e 6 utilizaram proveta e alcoômetros. O laboratório 3 utilizou densímetro

    digital e o laboratório 5 utilizou densímetro e refratômetro de imersão (Tabela 5). Os

    resultados obtidos na determinação do teor alcoólico da amostra variaram de 10,5 a 12,3 %

    vol., o que gera dúvidas quanto ao verdadeiro teor da amostra. (Tabela 6).

    O laboratório 3 obteve desvio padrão e coeficiente de variação zero, o que lhe

    classifica como o mais preciso entre os demais, enquanto o laboratório 4 obteve a pior

    classificação por ter o maior desvio padrão (0,31) e o maior coeficiente de variação (2,84),

    classificando-se como o mais impreciso entre os participantes (Tabela 6).A Figura 3 mostra a média de cada laboratório e a dispersão das mesmas juntamente

    com a média das médias (11,49%vol.) do teor alcoólico dos participantes do trabalho, que

    varia de 10,95 a 12,18 %vol. Notou-se uma grande dispersão nos resultados o que implica em

    incertezas nos mesmos.

    Se levarmos em consideração a média dos resultados médios obtidos (11,49 %vol.)

    como sendo um valor referencial, o laboratório 3 foi o que mais se aproximou deste valor

    (11,50 %vol.), o que o classifica como sendo o mais exato, enquanto o laboratório 7apresentou a média mais distante (12,18 %vol.), tornando-o mais inexato entre os demais

    (Figura 3).

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    TABELA 5. Métodos utilizados pelos laboratórios na determinação do grau alcoólico de vinho tinto. 

    LaboratórioAmostra

    (mL)

    Temperatura

    inicial (°C)

    AntiespumanteTemperatura

    destil. (°C)

    Método

    01 250 20 - 20Destilação em

    bateria

    02 100 17 a 23 1 mL 17 a 23Destilação

    eletrônica

    03 100 20 Sim 20Destilação

    eletrônica

    04 200 20Duas a quatro

    gotas20

    Destilação em

    bateria

    05 - - - - -

    06 250 20 Duas a três gotas 20Destilação em

    bateria

    07 100 20 Três gotas 20Destilação

    eletrônica

    08 100 20 Três gotas 20

    Destilação

    eletrônica

    10 100 Três gotas

    Ministério da

    Agricultura200 20 - 20 Destilação

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    TABELA 6. Resultados obtidos na determinação do grau alcoólico em vinho tinto.

    LaboratórioGrau alcoólico (%vol.)

    MédiaDesv

    padrAmostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4

    01 11,60 11,70 11,70 11,60 11,65 0,06

    02 11,61 11,65 11,48 11,46 11,55 0,09

    03 11,50 11,50 11,50 11,50 11,50 0

    04 11,10 10,50 11,20 11,00 10,95 0,3

    05 11,68 11,68 11,65 11,67 11,67 0,0

    06 11,10 11,20 11,00 11,00 11,07 0,09

    07 12,10 12,10 12,20 12,30 12,18 0,09

    08 11,42 11,52 11,39 11,38 11,43 0,06

    09 11,53 11,36 11,36 11,36 11,40 0,08

    10 11,43 11,57 11,53 11,71 11,56 0,12

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    11,6511,55 11,50

    10,95

    11,67

    11,07

    12,18

    11,5611,4011,4311,49

    10,0010,20

    10,40

    10,60

    10,80

    11,00

    11,20

    11,40

    11,60

    11,80

    12,00

    12,2012,40

    12,60

    12,80

    13,00

    1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

    Laboratório

       T  e  o  r  a   l  c  o   ó   l   i  c  o   (   %   v

      o   l .  v  o   l

    Média Média das Médias 

    FIGURA 3.  Dispersão das médias de teor alcoólico obtidas pelos 10 laboratórios

    participantes do trabalho.

    4.4  Açúcares

    Ao estudarmos o método recomendado pelo Ministério da Agricultura no referencial

    teórico e compararmos com o método utilizado pelos participantes nota-se que estes

    simplificam o método pulando os passos iniciais recomendados pelo Ministério da

    Agricultura, passando diretamente para a descoloração da amostra, diluição se necessário e

    posterior titulação.

    O Ministério da Agricultura recomenda que a análise para determinar o teor de açúcar

    de um vinho deve ser realizada com a titulação com licor de Fehling. Os laboratórios 1, 2, 4,

    6, 8 e 10 utilizaram este procedimento, enquanto os laboratórios 3 e 5 utilizaram a titulação

    com licor de Marty. O laboratório 9 não descreveu o método utilizado. Notou-se também que

    alguns laboratórios (1, 4, 6, 7, 8 e 10), antes de realizarem a titulação da amostra, efetuaram

    uma descoloração da mesma para facilitar a visão do ponto de viragem (Tabela 7).

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      Quanto aos resultados obtidos observamos que o laboratório 8 obteve o menor desvio

    padrão (0,05) e o menor coeficiente de variação (1,60), classificando-se assim como o mais

    preciso, enquanto o laboratório 3 obteve o maior desvio e coeficiente de variação

    classificando-se como o mais impreciso entre os demais (Tabela 8).

    Se levarmos em consideração a média dos resultados médios obtidos (2,65 g/L) como

    sendo um valor referencial, o laboratório 9 teve média igual a esta, classificando-se como

    exato, enquanto o laboratório 6 apresentou a média mais distante (4,49 g/L), tornando-o mais

    inexato dos participantes (Figura 4).

    A Figura 4 nos mostra a média das médias e a dispersão das médias do teor de

    açúcares dos participantes do trabalho, que varia de 1,65 a 4,49 g/L. Notou-se uma grande

    dispersão nos resultados o que implica em incertezas nos mesmos. Ao analisarmos estegráfico nota-se que a determinação do teor de açúcares é a análise que mais sofre diferenças

    nos resultados, provavelmente devido a simplificação do método, em relação ao método

    recomendado pelo Ministério da Agricultura.

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    TABELA 7. Métodos de titulação para determinação do teor de açúcares totais em vinho tinto.

    LaboratórioDescoloração da

    amostra

    Filtração da

    amostra

    Amostra (mL)

    01 1 colher de carvão Papel filtro - Ti

    02 - - 50 Ti

    03 - - 5 T

    04

    6 espátulas de

    carvão/100 mL de

    amostra

    Papel filtro 50 Ti

    05 - - 10 T06 1 g carvão Papel filtro 50 Ti

    07 - - Ti

    08 1 g carvão Papel filtro 50 Ti

    10 1 g carvão Papel filtro 50 Ti

    Ministério da Agricultura - - - Ti

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    TABELA 8. Resultados obtidos na determinação dos açúcares totais em vinho tinto. 

    LaboratórioTeor de açúcares totais (g/L)

    Média

    pAmostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 401 1,50 1,70 1,50 1,90 1,65

    02 1,81 1,80 2,17 2,08 1,96

    03 2,67 2,77 1,64 1,60 2,17

    04 3,25 3,01 2,99 3,01 3,06

    05 2,18 2,58 2,52 2,38 2,41

    06 3,97 3,91 5,08 5,00 4,49

    07 2,70 2,70 2,90 3,00 2,82 08 3,37 3,46 3,46 3,50 3,45

    09 2,59 2,28 2,91 2,84 2,65

    10 1,93 1,92 1,78 1,87 1,87

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    1,651,96

    4,49

    2,82

    3,45

    2,652,41

    2,17

    3,06

    2,65

    0,00

    0,50

    1,00

    1,50

    2,00

    2,50

    3,00

    3,50

    4,00

    4,50

    5,00

    5,50

    6,00

    1 2 3 4 5 6 7 8 9

    Laboratório

       A  ç   ú  c  a  r  e  s   (  g   /   L   )

    Média Média das Médias 

    FIGURA 4.  Dispersão das médias de teor de açúcares obtidas pelos 10 laboratórios

    participantes do trabalho.

    A Tabela 9 mostra o intervalo de aceitação dos parâmetros físico-químicos pela

    Cooperativa Vinícola Aurora, no caso do vinho cedido ao desenvolvimento do presente

    estudo. Com base nisso, observou-se que o laboratório 7 obteve média de acidez total de

    59,00 meq/L, valor este considerado fora dos parâmetros aceitáveis pela Vinícola. Os

    laboratórios 4 e 9 obtiveram apenas um dos quatro resultados fora dos parâmetros, entretanto,

    considerando-se a média das quatro análises, mantiveram-se dentro dos parâmetros. O

    restante dos laboratórios apresentou resultados de acidez total compatíveis com os padrões daCooperativa.

    Quanto a determinação de pH e teor de açúcares todos os laboratórios tiveram médias

    dentro dos parâmetros aceitáveis pela empresa. Os laboratórios 4 (10,95%vol.) e 7

    (12,18%vol.) obtiveram médias de teor alcoólico fora dos parâmetros aceitáveis pela Vinícola

    Aurora, enquanto os demais permaneceram dentro dos padrões.

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    TABELA 9. Intervalo de resultados dos quatro parâmetros físico-químicos avaliados,

    aceitáveis pela Cooperativa Vinícola Aurora para o vinho tinto utilizado neste estudo.

    Parâmetro

    Resultados aceitáveis

    Mínimo Máximo

    Acidez Total 60,0 70,0

    pH 3,0 4,0

    Teor Alcoólico 11,0 12,0

    Teor Açúcares 0,0 5,0

    Ao analisarmos os laboratórios participantes, notamos que nenhum deles possui

    precisão em seus métodos de execução das quatro análises deste trabalho, porém o laboratório

    8 merece destaque na determinação da acidez total, mesmo utilizando uma quantidade de

    amostra diferente da recomenda pelo Ministério da Agricultura. Este laboratório conseguiu

    manter um desvio padrão zero, tornando-se assim preciso, quanto a determinação desta

    análise físico-química (Tabela 10).

    O laboratório 3, utilizando destilação eletrônica, densímetro digital e volume de

    amostra diferente da recomenda pelo Ministério da Agricultura obteve desvio padrão zero na

    determinação do teor alcoólico, merecendo desta forma destaque pela sua precisão neste

    método (Tabela 10).

    O laboratório 4, merece destaque pela precisão na determinação do pH, no qual obteve

    desvio padrão e coeficiente de variação iguais a zero (Tabela 10), certamente pelo fato de

    realizar calibração do aparelho sempre que o utilizam, agregando desta forma maior

    confiabilidade nos resultados obtidos. Os demais participantes, não obtiveram desvio padrão

    zero em nenhuma das análises físico-químicas realizadas.

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    TABELA 10. Classificação geral de acordo com a precisão de cada laboratório.  

    Classificação

    Parâmetro físico-químico

    Acidez Total pH

    Teor

    Alcoólico

    Teor de

    açúcares

    1° 8 ) )  4 )  3 ) 8

    2° 5 5, 3 5 10

    3° 3 10 1, 8 4

    4° 1 6, 7 9 7

    5° 6 2 2, 6, 7 5

    6° 7 8, 6 10 1, 2

    7° 10 4 9

    8° 2 3, 6

    9° 4

    10° 9(1)Código de identificação do laboratório.(2)Desvio padrão igual a zero.

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    5  CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Este estudo de comparação interlaboratorial de análises físico-químicas de vinhos

    permitiu determinar o desempenho individual de cada laboratório, além de propiciar subsídios

    aos participantes para que possam identificar e solucionar problemas, agregando valor ao

    controle da qualidade e fornecendo confiança aos resultados.

    De modo geral, se analisarmos cada laboratório individualmente, os desvios padrão

    encontrados nas quatro análises não são significativos, de modo que cada participante mantém

    certo grau de reprodutibilidade nos seus resultados. Porém, ao compararmos os resultados dos

    10 participantes, notamos que a variação dos resultados torna-se significativa, existindo muita

    diferença de laboratório para laboratório, o que não nos permite concluir exatidão de nenhum

    dos participantes.

    Todos os laboratórios participantes deste trabalho necessitam de ajustes em seus

    métodos e procedimentos na execução das quatro análises em questão, pois existe divergência

    de resultados entre os mesmos e individualmente, podendo isto se tornar um problema no

    processo de controle da qualidade do produto.

    O setor enológico necessita de mais investimentos tecnológicos na área laboratorial,

    pois o mesmo precisa evoluir juntamente com a tecnologia de produção para que ambos

    caminhem em busca de um único objetivo, a qualidade, que cada vez mais se faz necessária

    para no setor industrial.

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    6  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    quantitativa elementar. São Paulo : Edgard Blücher; Campinas : Universidade Estadual de

    Campinas, 1979. 259p.

    BRASIL. Ministério da Agricultura. Portaria nº 76 de 26 de novembro de 1986. Dispõe sobreos métodos analíticos de bebidas e vinagre. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,

    Brasília, 28 nov. 1986. Seção 1, pt. 2. Disponível em http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis .

    Acesso em 14 Mar. 2008.

    RANKINE, B. Manual Pratico De Enologia. Zaragoza: Editorial Acribia. 1989. 394p

    REDE METROLÓGICA. Disponível em: Acesso em: 25 fev 2009.

    RELACRE. Disponível em: < http://www.relacre.pt/paginasrelacre/docpdf_eci2007/Prog_ex

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    RIBÉREAU-GAYON, P.; GLORIES, Y.; MAUJEAN, A.; DUBOURDIEU, D. Tratado de

    Enologia 2: Quimica del vino, estabilizacion y tratamientos.  Buenos Aires: Hemisferio

    Sur, 2003. 455p.

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    ZOECKLEIN, B.W., FULSEGANG, K.C., GUMP, B.H. E NURY, F.S. Análisis Y

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