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O QUADRO LEGAL PARA A CONSTITUIO DE SOCIEDADES COMERCIAIS CONTEDO INTRODUO ............................................................................................................ 3 GLOSSRIO DE TERMOS .......................................................................................... 5 Estatutos........................................................................................................................ 7 IRPS .............................................................................................................................. 7 3 CONSTITUIO DE SOCIEDADE COMERCIAL ..................................................... 9 3.1 RESERVA DO NOME ............................................................................................... 9 3.2 FORMA DO CONTRATO DE SOCIEDADE ................................................................. 10 3.3 APRESENTAO DOS ESTATUTOS AO NOTRIO..................................................... 14 3.4 PUBLICAO NO BOLETIM DA REPBLICA ............................................................ 16 3.5 REGISTO COMERCIAL ........................................................................................... 17 3.5.1 O Registo Provisrio ......................................................................................... 17 3.5.2 O Registo Definitivo ......................................................................................... 18 3.6 QUESTES FREQUENTEMENTE COLOCADOS ........................................................ 18 3.7 LISTAS DE VERIFICAO E FLUXOGRAMAS ........................................................... 20 3.8 FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE CONSTITUIO E REGISTO................................. 22 4 LICENCIAMENTO COMERCIAL & INDUSTRIAL.................................................. 23 4.1 LICENCIAMENTO SIMPLIFICADO (DECRETO N. 2/2008, DE 12 DE MARO)............ 23 4.2 LICENCIAMENTO COMERCIAL (DECRETO N. 49/2004, DE 17 DE NOVEMBRO) ....... 26 4.2.1 Pedido de Licenciamento Comercial................................................................... 26 4.2.2 Vistoria ............................................................................................................. 28 4.2.3 Emisso do Alvar Comercial ................................................................................. 28 4.3 LICENCIAMENTO INDUSTRIAL (DECRETO N. 39/2003, DE 26 DE NOVEMBRO) ................................................................................................................ 28 4.3.1 PEDIDO DE ALVAR INDUSTRIAL ..................................................................... 30 4.3.2 Vistoria ............................................................................................................. 32 4.3.3 Emisso do Alvar Industrial.................................................................................. 33 4.4 QUESTES FREQUENTEMENTE COLOCADAS ........................................................ 33 4.5 LISTA DE VERIFICAO E FLUXOGRAMA ............................................................... 34 4.5.1 Licenciamento Simplificado ............................................................................... 34 4.5.2 Licenciamento Comercial .................................................................................. 34 4.5.3 Licenciamento Industrial ................................................................................... 35 4.5.4 Fluxograma para o Licenciamento Simplificado .................................................. 36 4.5.5 Fluxograma do Processo de obteno do Alvar Comercial ................................. 37 4.5.6 Fluxograma do Processo de Obteno do Alvar Industrial ................................. 38 5 OUTRAS LICENAS E AUTORIZAES ................................................................ 39 5.18.1 Incio de Actividade ............................................................................................ 43 1 2

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INTRODUO

O presente manual faz parte duma srie, elaborada com o objectivo de apoiar os investidores na realizao dos seus negcios em Moambique. O manual baseia-se na ideia de que investidores informados podem, mais facilmente, cumprir com a lei, e na convico de que o princpio geral de direito a melhor garantia de propriedade e ordem e de desenvolvimento sustentvel. A srie foi desenvolvida em conjunto por um grupo de instituies, incluindo a GIZ Pro-Econ (Ambiente Propcio para o Desenvolvimento Econmico Sustentvel), a GIZ PRODER (Programa de Desenvolvimento Rural), o CFJJ (Centro de Formao Jurdica e Judiciria), a SAL & Caldeira Advogados Lda, a Deloitte, e a ACIS. Atravs da unio das experincias daquelas instituies, pretendemos oferecer aos investidores um conjunto de conselhos claros e prticos, fundamentados na Lei Moambicana. Em 2008, o governo publicou a sua estratgia para melhorar o ambiente de negcios em Moambique (Resoluo 3/2008, de 29 de Maio). Foi uma resposta preocupao crescente sobre a descida de Moambique nos indicadores de Doing Business do Banco Mundial, e s queixas contnuas do sector privado em relao complexidade dos procedimentos exigidos para constituir, registar e licenciar sociedades. A estratgia para melhorar o ambiente de negcios ainda est no processo de implementao, e alguma legislao de suporte, como a que cria formas de licenciamento simplificado e balces nicos, foi introduzida. Estas mudanas foram consideradas nesta nova edio e de esperar que se introduzam alteraes e melhorias adicionais como resultado da implementao da estratgia, prevista para o perodo 2008 2012. Far-se-o actualizaes desta guia na medida em que alteraes significativas se tornam operacionais. Ao longo da elaborao do presente manual, deparmo-nos, por vezes, com a discrdia sobre quais os procedimentos correctos com relao a determinados actos oficiais. Descobrimos que tal se devia ao facto de, em alguns casos, os mesmos assuntos serem tratados diferentemente na Beira e em Maputo. Apesar das diferenas no acarretarem grandes consequncias, decidimos seguir a seguinte regra para uma exposio clara: descreveremos os procedimentos como so, convencionalmente, realizados em Maputo. claro que a aplicao diria das regras poder ser diferente em Quelimane ou noutro ponto do pas. Enquanto a fonte legal reguladora da maioria destes procedimentos (exceptuando as posturas municipais), nacional, claro que interpretaes locais da lei nacional podem resultar em prticas distintas.

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Tivemos tambm que optar entre descrever os procedimentos aplicveis s Sociedades por Quotas de Responsabilidade Limitada (coloquialmente conhecidas por limitadas) e os aplicveis s Sociedades Annimas de Responsabilidade Limitada (coloquialmente conhecidas por SAs ou anteriormente por SARLs). Porque a maioria das sociedades constitudas em Moambique so limitadas, escolhemos estas como o nosso modelo prottipo de sociedade. Os outros livros nesta srie esto disponveis na pgina de Internet da ACIS, www.acismoz.com. Enquanto tentamos o nosso melhor para sermos precisos, poderemos ter cometido alguns erros, e certamente omitimos alguns factos. Tambm, a lei e a administrao pblica constituem assuntos dinmicos, e muito provvel que num futuro prximo, algumas leis e regulamentos aqui descritos sejam alterados. Ns desejamos corrigir os erros e as omisses numa futura edio, solicitando que, por favor, nos informe dos erros e omisses que denotar. Entretanto, ambas a natureza detalhada do assunto e a prudncia levam-nos a renunciar responsabilidade pelos erros ou omisses. Em caso de dvidas, os leitores devem consultar uma opinio legal. Esperamos que o presente manual, e os seguintes da srie, lhe sejam teis. Moambique um pas maravilhoso e, como um empreendedor criador de riqueza e de emprego, voc tem uma tarefa importante a realizar na sua construo. A nossa tarefa ajud-lo a realizar a sua. Fora! Os direitos de autor do presente manual pertencem em conjunto GIZ, SAL&Calderia e ACIS. Em caso de citao do manual, por favor faa-o com reconhecimento. Todos os direitos esto reservados.

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GLOSSRIO DE TERMOS

Veja abaixo a lista de alguns dos termos que encontrar durante o processo de constituio e registo da sua sociedade. Os termos definidos so realados em negrito.

guas de

guas de Moambique a empresa privada local fornecedora de gua a vrias cidades

Moambique moambicanas sob contratao. A facturao mensal. Alvar Assembleia Geral Licena de autorizao do exerccio da actividade comercial A Assembleia Geral o rgo mximo da sociedade. composta pelos scios ou seus representantes. A Assembleia Geral elege o gerente da sociedade. A Assembleia Geral deve, por lei, reunir-se pelo menos uma vez por ano. As actas dessas reunies so registadas no Livro de Actas. Assinatura A assinatura num documento comparada com a de um documento de identidade e

Reconhecida reconhecida como correspondente pelo Notrio. Auto de Vistoria Certificado de Inspeco das instalaes da sociedade. Assinado pelos inspectores do CHAEM, Bombeiros, pela Direco Provincial relevante, e tambm pelo Conselho Municipal quando relevante. Autorizao Autorizao emitida pelo Ministrio do Trabalho a trabalhadores estrangeiros. Geralmente de Trabalho vlida por 2 anos. Balancete Livro de Contabilidade adquirido em papelarias governamentais, assinado e carimbado pelo Tribunal e pelo Departamento de Finanas Provincial. Balco nico Entidades que foram criadas nas capitais provinciais. At agora recebem pedidos para licenciamento industrial e comercial e para licencas de importao e exportao. No entanto, atravs dum novo estatatuto e regulamento o papel das BaUs ser acrescentado com outros procedimentos no processo de incorporao e registo. BI Documento de identificao Moambicano. Todo o trabalhador Moambicano deve ter o seu BI actualizado Boletim da Repblica Bombeiros O jornal oficial do Governo de Moambique, no qual leis e regulamentos, tal como os estatutos das sociedades, devem ser publicados. O Departamento Provincial de Bombeiros, que enviar um representante para inspeccionar a segurana do seu estabelecimento comercial. Este Departamento pode inspeccionar as suas instalaes a qualquer momento. Caderneta de O livro da inspeco de sade e segurana. Depois de adquirido carimbado pelo CHAEM. Controle Sanitrio Carto de Carto de identificao individual de segurana social providenciado pelo INSS (Instituto Deve estar disponvel para inspeco nas instalaes da sociedade.

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Contribuinte Nacional de Segurana Social) para cada trabalhador. Deve-se arquivar uma cpia no processo individual do trabalhador. Carto de Documento de registo do Departamento Provincial de Trabalho. Todo o trabalhador novo

Desemprego deve adquirir um. raramente pedido em Maputo. Certido de Registo Comercial Certificado de registo comercial de uma sociedade, algumas vezes denominado apenas certido comercial. Pode ser apresentada em duas variantes: uma provisria, vlida por 90 dias, ou uma permanente, a certido definitiva.

Certido de Reserva de Nome

Certificado emitido pela Conservatria do Registo das Entidades Legais afirmando a inexistncia de outra sociedade com o mesmo nome que os constituintes pretendem denominar a sua sociedade, na regio geogrfica coberta pela Conservatria de Registo, vlida por 90 dias.

CHAEM

O Centro de Higiene, Ambiente e Exames Mdicos, uma diviso da Direco Provincial de Sade. O CHAEM inspecciona o estabelecimento da sociedade em matria de sade e segurana antes da emisso da licena e como condio desta, e realiza exames de sade aos novos trabalhadores. (O ltimo procedimento no frequentemente realizado em Maputo.) CHAEM pode inspeccionar as instalaes das sociedades a qualquer momento.

Conservatria Conservatria do Registo Comercial e Predial. Em Maputo, os registos comercial e predial de Registo so efectuados por entidades distintas, a Conservatria de Registo Comercial e a Conservatria de Registo Predial. Alteraes introduzidas em 2006 devero resultar em todos os registos serem conhecidos como Conservatria de Registos de Entidades Legais e na simplificao e digitalizao de todos os procedimentos. Contudo, isto ainda no aconteceu em todas provncias Cpia autenticada Data de Incio de Actividade Cpia de um documento comparado com o original e carimbado como correspondente pelo Notrio. A data especificada pela sociedade, em comunicao com os vrios departamentos governamentais, como aquela em que a sociedade iniciar as suas actividades. A partir desta data a contabilidade deve ser submetida periodicamente e nenhuma factura pode ser emitida anteriormente mesma.

DIRE

Documento de Identificao e Residncia para Estrangeiros. O DIRE emitido pelo Servio Provincial de Migrao baseado numa Autorizao de Trabalho emitida pelo Ministrio do Trabalho. (Em Maputo, o DIRE emitido pela Direco Nacional de Migrao). O DIRE deve ser renovado anualmente.

Direco

Entre outras funes esta Direco recebe pedidos e emite autorizaes de trabalho para

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Provincial de trabalhadores estrangeiros, na base dum sistema de quotas calculadas conforme o tamanho Trabalho EDM Empresa Unipessoal Escritura Pblica No contexto da constituio de uma sociedade, o termo algumas vezes usado para determinar o extracto manuscrito (ou electrnico, em algumas provncias) dos estatutos preparados pelo Notrio, com determinados documentos anexados Estatutos O pacto social de uma sociedade, descrevendo as normas que regero a vida societria e a relao entre os scios Folha de Salrio Esta deve ser feita em duplicado, assinadas ambas as cpias pelo trabalhador, o qual deve receber uma cpia com o descritivo do seu salrio. A folha deve descrever todas as dedues ao salrio e deve ser disponivel para inspeco. Horrio de Trabalho O Horrio de Trabalho determina as horas de incio e termo durante as quais a sociedade estar em funcionamento. O Horrio de Trabalho deve ser aprovado pela Direco Provincial de Trabalho e afixado no local de trabalho da sociedade. INSS Instituto Nacional de Segurana Social, a instituio que administra o sistema de segurana social nacional. Os trabalhadores deduzem 3% dos seus salrios, retidos na fonte, aos quais o empregador adiciona uma contribuio de 4%. Os pagamentos so mensais, feitos at ao dcimo dia do ms subsequente. O termo INSS por vezes usado para referir a prpria taxa da segurana social. IRPS Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Consiste num imposto retido na fonte de todos os trabalhadores listados na Folha de Salrio (nacionais e estrangeiros), e pago pelo empregador at ao vigsimo dia do ms. Os valores variam de acordo com o salrio, e pagamentos suplementares so cobrados ao trabalhador no ano seguinte baseados no seu rendimento total. IVA Imposto sobre o Valor Acrescentado. A taxa actual de 17%. Alguns bens so isentos. de cada sociedade. Electricidade de Moambique, a empresa de electricidade nacional. A facturao mensal. Empresa de responsabilidade limitada com um nico scio

Livro Razo Livro de Contabilidade adquirido em papelarias governamentais, assinado e carimbado pelo Tribunal e pela Direco Provincial das Finanas. Livro de Actas Livro de Todo o departamento governamental deve apresentar um livro de reclamaes que pode ser Livro de registo, onde as actas das reunies da Assembleia Geral so registadas.

Reclamaes usado tanto para reclamaes gerais como especficas. Livro Dirio Livro de Contabilidade adquirido em papelarias governamentais, assinado e carimbado pelo Tribunal e pela Direco Provincial das Finanas. Modelo 1 O formulrio atravs do qual se informa o Ministrio de Finanas sobre a data de inicio de

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actividade e o regime de impostos aplicvel. Modelo 6 Notrio O formulrio atravs do qual se submete o pedido de aquisio do NUIT. Os Servios Provinciais de Registo e Notariado, so responsveis pela preparao de escrituras pblicas (inclundo as de constituio de sociedades), pela validao oficial de determinados actos legais, e autenticao de assinaturas e documentos, entre outras funes. Em Maputo, existem vrios servios notariais distribudos pela cidade. NUIT Nmero nico de Identificao Tributria. O NUIT algumas vezes referido tambm como o nmero de registo de IVA. O NUIT deve ser impresso em todas as facturas e recibos, como tambm em todas as facturas e recibos submetidas nas contas da sociedade. Os nmeros de identificao individual tributria so tambm referidos como NUITs. Plano de Frias Processo Individual O Plano de Frias elaborado anualmente nos termos da Lei de Trabalho e deve ser afixado no local de trabalho da sociedade. O processo individual deve ser aberto para cada trabalhador novo, e deve conter a fotografia do trabalhador, o BI, o contrato de trabalho, o carto de desemprego, o certificado sanitrio emitido pelo CHAEM. nele tambm que outros documentos pessoais devem ser guardados. Na Beira podem ser adquiridos ficheiros especiais para o processo individual. Procurao Documento pelo qual uma pessoa atribui poderes a outra para represent-la, geralmente para certos objectivos limitados, de acordo com o assunto em questo. Relao Nominal Lista de todos os trabalhadores (nacionais e estrangeiros, incluindo os scios) mencionados na Folha de Salrios, incluindo detalhes, entre outros, sobre o salrio e habilitaes literrias. A Relao Nominal deve ser preparada num formulrio especial venda na Direco Provincial de Trabalho ou em papelarias governamentais, ou em forma electrnica num modelo disponvel na ACIS. A Relao Nominal deve ser afixada no local de trabalho da sociedade. Seguro Colectivo Taxa de Lixo Seguro dos trabalhadores. Isto deve ser pago pela sociedade para todos os trabalhadores, e geralmente cobre acidentes de trabalho e outros riscos no cobertos pelo INSS. Taxa Municipal de colecta do lixo, paga mensal ou anualmente ao Conselho Municipal. Em Maputo, a taxa de lixo algumas vezes includa nas contas dos servios de gua e luz ao invs de ser colectada directamente. TDM Telecomunicaes de Moambique, a empresa nacional de telecomunicaes. Tendo uma linha de telefone, pode contactar as TDM atravs do 800123123 entre os dias 15 e 30 de cada ms para receber a indicao da sua conta, a qual deve ser paga at ao dia 30 do ms. Vistoria Inspeco das instalaes da sociedade por oficiais das Direces Provinciais dos Bombeiros e CHAEM, antes ou depois da emisso do Alvar, conforme se apliquem os procedimentos de licenciamento simplificados ou normais.

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CONSTITUIO DE SOCIEDADE COMERCIAL

Existem vrios tipos de sociedades comerciais sociedades em nome colectivo, de capital e indstria, em comandita, por quotas e annimas. A sociedade que tenha por objecto o exerccio de uma empresa comercial s pode constituir-se atravs de um dos tipos societrios referidos. O tipo de sociedade comercial mais comummente utilizado a sociedade por quotas e sobre ela que vo incidir este manual. A sociedade por quotas, na qual o capital se encontra dividido em quotas e os scios so solidariamente responsveis pela realizao do capital social, caracteriza-se pela responsabilidade limitada dos scios. Ou seja, s o patrimnio da sociedade responde para com os credores pelas dvidas da sociedade, o que significa que os scios so responsveis perante terceiros apenas at ao limite do montante correspondente ao capital social da sociedade. Caso a sociedade venha a falir, o patrimnio pessoal dos scios no responde perante os credores sociais. A constituio da sociedade o processo pelo qual a lei confere personalidade jurdica a uma sociedade comercial. Para tanto, a lei requer o cumprimento de um conjunto de formalidades. Caso cumpra cuidadosamente todos os requisitos jurdicos necessrios, dispor de um veculo seguro com o qual poder conduzir os seus negcios. O primeiro passo para a constituio de uma sociedade comercial consiste na seleco de um nome comercial a firma, e na sua reserva na Conservatria de Registo das Entidades Legais. A firma pode ser composta pelo seu nome civil, pelo nome ou firma de um, de alguns ou de todos os scios, por designao de fantasia ou por expresses alusivas actividade comercial a desenvolver. A firma ser sempre seguida da indicao do tipo societrio. No caso da sociedade comercial por quotas, a firma deve conter o aditamento Limitada ou, abreviadamente, Lda1. A firma, com o respectivo aditamento indicativo do tipo societrio, deve constar de toda a correspondncia oficial da sociedade.

3.1

RESERVA DO NOME

Para obter a certido de reserva do nome comercial, o leitor deve enviar um requerimento simples Conservatria de Registo das Entidades Legais, solicitando a confirmao, de acordo com os registos, da inexistncia de outra sociedade comercial com a mesma firma. A apresentao do requerimento requer o pagamento de uma taxa, para o qual ser emitido um1

Para as Sociedades Annimas a abreviao usada "S.A.". Numa S.A., os participantes no capital social so denominados "Accionistas".Para uma empresa de responsabilidade limitada com um nico scio (empresa unipessoal) a designao Limitada ou Lda no usadaACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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recibo (deve guardar todos os seus recibos, pois sero teis como prova de despesas da sociedade)2. Tendo verificado que o nome comercial escolhido nico e no similar a qualquer outro nome comercial, por forma a no induzir o pblico em erro, a Conservatria de Registo das Entidades Legais emite a Certido de Reserva de Nome ou Certido de Registo Negativo. Esta certido tem por efeito a reserva do nome comercial durante um perodo de 90 dias tempo suficiente para proceder com o passo seguinte no processo de constituio. Cumpre referir que, existem dois aspectos sobre o processo de pedido da certido de reserva do nome comercial que devem ser tidos em considerao. Por um lado, as conservatrias de cada cidade ou distrito no se encontram ainda todas integradas umas com as outras. Na prtica, isto significa que uma pessoa pode reservar o nome comercial da sua sociedade em Maputo, e na Beira j existir uma sociedade com o mesmo nome. Mesmo no sendo algo frequente, acontece de tempos em tempos. Por outro lado, os registos da conservatria consistem de Livros Razo, alguns dos quais so extremamente antigos, e as buscas nem sempre fornecem resultados exactos. Por estes motivos, pode ser vantajoso realizar uma pesquisa nas listas telefnicas dos centros urbanos principais, por exemplo, por forma a assegurar que o nome comercial escolhido pelo leitor de facto no existe. Note-se que, o processo de criao de um registo informatizado se encontra em processo, esperando-se assim que estas questes sejam resolvidas dentro em breve.

3.2

FORMA DO CONTRATO DE SOCIEDADE

O contrato de sociedade o ttulo previsto para a constituio de uma sociedade comercial. A forma do contrato de sociedade, em sentido amplo, compreende trs elementos distintos: um, relativo celebrao do contrato; outro, referente ao seu registo; e, outro ainda, que diz respeito sua publicao. O contrato de sociedade pode ser celebrado por documento escrito assinado por todos os scios, com assinatura reconhecida presencialmente, devendo ser celebrado por escritura pblica, no caso em que entrem bens imveis.

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Em Maputo, o requerimento submetido Conservatria no requerer o reconhecimento da assinatura, enquanto em outras provncias isso continua ser exigido. No existe tambm uma diferenciao entre taxa normal e taxa especial para o encaminhamento do processo em Maputo enquanto em outras provncias existe esta diferena. Existem tambm ligeiras diferenas nos montantes cobrados e nos tempos que leva para emisso nas diferentes provinciaisACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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O contrato de sociedade, ou os estatutos, como comummente designado, apresenta as regras internas pelas quais a sociedade se ir reger e, bem assim, a relao entre os scios. Os estatutos podem ser mais simples ou mais detalhados conforme desejado pelos scios, mas devem conter, obrigatoriamente, o seguinte contedo3: a. A identificao dos scios Os nomes ou firmas de todos os scios fundadores, bem como outros elementos de identificao destes. Note-se que, a sociedade dever ter um mnimo de dois scios e um mximo de trinta. b. A firma da sociedade A firma representa um sinal de identificao comercial que desempenha, relativamente s sociedades comerciais, a mesma funo civil quanto s pessoas singulares, por isso, a sua especificao indispensvel e deve constar conforme registada na Conservatria de Registo das Entidades Legais, incluindo o aditamento que demonstra o tipo societrio (no caso em anlise, Limitada ou Lda.). c. O objecto da sociedade O objecto social deve ser indicado de modo que d a conhecer as actividades que a sociedade se prope exercer. A sociedade pode propor-se o exerccio no s de uma, mas de vrias actividades, ainda que heterogneas. Recomendamos que, quando aplicvel, a sociedade seja registada com um amplo conjunto de objectivos, permitindo assim a expanso ou adaptao da sociedade, considerando que o pedido de licena requer prova de que a sociedade tem capacidade legal para operar num sector especfico. Tal prova sendo demonstrada pelo artigo dos estatutos da sociedade que determina o seu objecto social. Por exemplo, se a sociedade registada originalmente para vender computadores, usando uma licena comercial de venda, mas, posteriormente, decide criar uma escola de formao em informtica, aquando do pedido de licena para a criao da escola de formao, a entidade competente ir verificar se os estatutos da sociedade incluem a formao como um dos seus objectivos. Por outro lado, a incluso das actividades de importao e exportao entre o seu objecto social permitir mesma o pedido da licena de importao e exportao.3

Cdigo Comercial, Artigo 92.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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certo que os estatutos podem ser alterados no futuro, mas quando possvel, no existe razo para despender tempo e dinheiro se o objecto social estiver adequadamente definido desde o incio. d. A sede social, se for conhecida ou, na sua falta, o domiclio particular de um dos scios A sede social da sociedade deve ser estabelecida em local concretamente definido e deve ser obrigatoriamente registada antes do incio da actividade. Os estatutos podem autorizar a administrao a deslocar a sede social dentro do territrio nacional., podendo ainda a sociedade estabelecer domiclio particular para determinados negcios. e. A durao A sociedade dura, em princpio, por um perodo temporal indefinido ou indeterminado. f. O capital da sociedade, com indicao do modo e do prazo da sua realizao O capital social deve corresponder ao somatrio dos valores nominais das quotas, cabendo aos scios definir o montante do capital social adequado realizao das actividades da sociedade. O capital social constitui o valor com que os scios contribuem para a sociedade, e pode ser realizado em dinheiro, em espcie, ou em direitos. Note-se que, o montante do capital social deve ser sempre expresso em moeda nacional4. Cumpre referir que o capital social, quando depositado em dinheiro, s pode ser levantado por quem obrigar a sociedade aps o registo da sociedade, salvo se, decorridos trs meses sobre a data do depsito a sociedade no tenha ainda sido registada, caso em que o depsito pode ser levantado por quem o efectuou. g. As participaes do capital subscritas por cada scio, a natureza da entrada de cada um, bem como os pagamentos efectuados por cada parte; consistindo a entrada total ou parcialmente em espcie, a descrio desses bens e a indicao dos respectivos valores O capital distribui-se ou representado por quotas. Ao capital social que cada scio subscreve corresponde uma quota. Normalmente, os estatutos citam a percentagem do capital social qual as respectivas quotas correspondem.

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Cdigo Comercial Artigo 290ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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No momento de constituio da sociedade, as entradas podem ser diferidas at metade do seu valor nominal, devendo o remanescente ser providenciado at trs anos depois5. h. A composio da administrao e fiscalizao da sociedade, nos casos em que esta ltima deva existir So rgos da sociedade comercial, a assembleia geral, a administrao e o conselho fiscal ou fiscal nico. Saliente-se que, a existncia do conselho fiscal ou do fiscal nico obrigatria nas sociedades que tenham dez ou mais scios, que emitam obrigaes ou que revistam a forma de sociedade annima. A assembleia geral deve reunir ordinariamente nos trs meses seguintes ao termo de cada exerccio para deliberar sobre o balano e o relatrio da administrao referentes ao exerccio e a aplicao de resultados. A assembleia geral rene extraordinariamente sempre que devidamente convocada pelo presidente da mesa ou a requerimento da administrao, do conselho fiscal ou do fiscal nico ou dos scios que representem pelo menos dez por cento do capital social. A sociedade pode ser administrada por um ou dois administradores ou por um conselho de administrao constitudo, no mnimo, por trs membros. Normalmente, os estatutos estabelecem que a gesto corrente da sociedade confiada a um director geral, a ser designado pelo conselho de administrao. prudente especificar, na seco final dos estatutos, que determinada pessoa ou pessoas exercem a funo de director geral at realizao da primeira assembleia geral. i. A data da celebrao do contrato de sociedade

Outras regras existem, cujo contedo, no obstante no ser obrigatrio, geralmente consta dos estatutos, como sejam: j. O modo como as quotas pode ser vendidas, divididas ou transferidas comum que os scios e a prpria sociedade beneficiem do direito de preferncia com respeito proposta de outro scio de venda, diviso ou transmisso da sua quota a terceiros. Isto significa que antes de um scio poder vender (ou transmitir de outra forma) a sua quota a um terceiro, deve primeiro dar preferncia de compra aos outros scios, ou prpria5

Cdigo Comercial, Artigo 292., alneas 1 e 2ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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sociedade, nos mesmos termos e condies em que o terceiro a iria comprar. Apenas se os scios e a sociedade recusarem a aquisio de tais quotas, pode o scio ento vender a sua quota a um terceiro nos termos originalmente propostos. O direito de preferncia particularmente importante nas sociedades por quotas pois tais sociedades so frequentemente geridas e dependem do envolvimento dirio dos seus scios. Ora, se um scio pudesse simplesmente vender a sua quota sem conhecimento e, de alguma forma, sem o consentimento dos outros, os restantes scios poderiam repentinamente encontrar-se associados a terceiros desconhecidos, que no conhecem e em quem no confiam. k. Provises relacionadas com as contas anuais e o pagamento de dividendos A regra geral do Plano Geral de Contas determina que o ano fiscal corresponde ao ano civil, isto , o ano fiscal corre de 1 de Janeiro a 31 de Dezembro. possvel, no entanto, requerer uma autorizao do Ministrio das Finanas para a sociedade exercer um ano fiscal que no corresponde ao ano civil. Esta autorizao s pode ser solicitada mediante a apresentao de motivo justificativo, por exemplo, a sociedade principal deve consolidar as contas da sociedade representante com as suas prprias, tendo um ano fiscal que no coincide com o ano civil.

3.3

APRESENTAO DOS ESTATUTOS AO NOTRIO

Os estatutos podem ser elaborados pelos scios da sociedade ou por um advogado. A minuta dos estatutos ento apresentada ao Notrio acompanhada pelos seguintes documentos: Certido de Reserva de Nome ou Certido de Registo Negativo recorde-se que esta certido vlida durante um perodo de 90 dias; Documentos de identidade de cada um dos scios, os quais variam consoante os scios sejam pessoas singulares ou pessoas colectivas; Deliberao escrita do rgo com poderes para tomar decises sobre assuntos relacionados com a constituio de subsidirias e participao no capital social das mesmas, no caso de os scios serem pessoas colectivas; e Procuraes designando os representantes legais dos scios para os representarem e agirem em seu nome quando no possam estar presentes no acto de assinatura do contrato de sociedade ou de celebrao da escritura pblica, quando aplicvel, praticando todos e quaisquer actos necessrios por forma a tornar efectiva a constituio da sociedade comercial.

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Os documentos requeridos durante esta fase do processo de constituio da sociedade comercial destinam-se a permitir que o Notrio aprecie se (i) a operao proposta legal e (ii) os scios pretendem verdadeiramente participar na sociedade comercial. Se, por exemplo, o Notrio descobrir uma clusula nos estatutos que seja contrria ao disposto no Cdigo Comercial, convidar os scios a emend-la. Ou, se considerar que os poderes no foram atribudos adequadamente a um representante legal, recusar a atribuio de efeitos constituio da sociedade por no estar em conformidade com a vontade da pessoa representada. Assim, os procedimentos formais do contrato de sociedade existem fundamentalmente para proteger as partes de cometerem erros com respeito a compromissos importantes. Uma vez verificado pelo Notrio que os documentos submetidos esto conforme os requisitos legais, aquele estipular o valor correspondente ao custo de constituio da sociedade comercial. Os mtodos de clculo do custo de constituio da sociedade comercial decorrem dos Diplomas Ministeriais n. 150/2001, de 3 de Outubro e n. 19/98, de 4 de Maro. De acordo com estes diplomas legais, para as sociedades cujo capital social inferior ou igual a 5 milhes de Meticais, o custo de 2 por mil do valor total do capital social, sendo a frmula de clculo a seguinte: 2/1000 x capital social; para as sociedades cujo capital social superior a 5 milhes de meticais, o custo de 0.1 do capital social. O pagamento pode ser efectuado em dinheiro, sendo emitido um recibo. Aquando da elaborao do documento, os scios ou os seus representantes legais so convidados a marcar um encontro e a dirigir-se pessoalmente ao Notrio a fim de assinarem os estatutos. O Notrio l o documento em voz alta aos scios, por forma a assegurar que cada um dos scios tem conhecimento do que est a assinar, bem como para permitir a emenda de possveis erros resultantes da transcrio. Se durante esta leitura existir alguma incerteza sobre qualquer aspecto escrito, qualquer um dos presentes pode, e deve, pedir para verificar o documento. As correces de ltima hora podem ser onerosas e prolongadas. No acto de assinatura do documento, o Notrio pode pedir para verificar a identidade dos presentes contra as fotocpias dos documentos de identificao submetidas com a verso original dos estatutos, sendo necessrio levar consigo o documento de identificao pessoal. Aquando da assinatura do contrato de sociedade no emitido qualquer documento, sendo apenas reconhecidas as assinaturas das partes. Pelo contrrio, e quando aplicvel, aps a assinatura da escritura pblica de constituio da sociedade por todos os scios, o Notrio elabora a certido da escritura pblica, a qual consiste na fotocpia da escritura pblica de constituio da sociedade assinada, acompanhada pela documentao que a instruiu. A taxa paga pela emisso da certido da escritura pblica de constituio da sociedade calculada com base

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no nmero de fotocpias autenticadas que constituem a certido, a qual ser usada no procedimento seguinte do processo de constituio da sociedade que o registo comercial. Ao mesmo tempo, o Notrio prepara um extracto dactilografado ou um sumrio dos estatutos, o qual ser necessrio para a publicao dos mesmos no Boletim da Repblica. A preparao destes documentos pode levar cerca de 2 dias6. importante assegurar que pelo menos uma fotocpia autenticada do contrato de sociedade ou da certido da escritura pblica, quando aplicvel, permanea na sede da sociedade. Este documento ser usado em diferentes etapas do processo de constituio e da vida da sociedade e a obteno de novas cpias implica tempo e custos adicionais. Nesta fase do processo de constituio de uma sociedade comercial possvel submeter um pedido na Conservatria de Registo das Entidades Legais para fins de obteno do registo provisrio. Em regra, o registo deve ser efectuado a ttulo provisrio e convertido em definitivo aquando da publicao dos estatutos no Boletim da Repblica. No entanto, na prtica, a Conservatria de Registo das Entidades Legais, a nvel da Cidade de Maputo, emite desde logo um certificado de registo definitivo e uma certido do registo comercial, devendo as partes posteriormente remeter conservatria uma cpia dos estatutos conforme publicados no Boletim da Repblica.

3.4

PUBLICAO NO BOLETIM DA REPBLICA

Aps a assinatura dos estatutos, os scios devem submeter Conservatria de Registo das Entidades Legais o extracto do contrato de sociedade para publicao no Boletim da Repblica. No caso de constituio da sociedade atravs de escritura pblica, o Notrio providenciar um extracto dactilografado. A taxa a ser paga por esta publicao calculada com base no nmero de linhas constante de cada pgina usada. Refira-se que, embora a taxa fixada pelo Diploma Ministerial n. 228/2002, de 25 de Dezembro, seja de 17 MT e 21 MT por linha de coluna estreita e linha de coluna larga, respectivamente, a taxa actualmente cobrada pela Imprensa Nacional de 19.42 e 485.55 MT por cada linha e por cada 25 linhas, respectivamente. Ser emitida uma factura e um recibo. Em Maputo, bem como em algumas provncias, o extracto submetido Conservatria no processo de registo comercial. O envio da matria a publicar, no caso os estatutos, Imprensa Nacional legalmente da responsabilidade da Conservatria embora fora de Maputo nem sempre seja esse o caso.

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Em Maputo. Em outras provncias pode levar at um msACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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A impresso no Boletim da Repblica pode levar entre 2 semanas e 2 meses, embora j se tenham verificado atrasos maiores. Aps a publicao dos estatutos no Boletim da Repblica, a sociedade dever adquirir pelo menos uma cpia. O portal do governo (cujo domnio www.portaldogoverno.gov.mz) disponibiliza, igualmente, para consulta e impresso os Boletins da Repblica da III srie, aonde so normalmente publicados os estatutos das sociedades e demais entidades legais. Recomendamos que tire fotocpias autenticadas das pginas relevantes do Boletim da Repblica (incluindo a primeira pgina e as pginas contendo os estatutos). Sero necessrias cpias do Boletim da Repblica em algumas das fases do registo e, bem assim, no dia-a-dia da vida societria.

3.5

REGISTO COMERCIAL

Aps a assinatura do contrato de sociedade ou da celebrao da escritura pblica, quando aplicvel, segue-se o registo comercial, formalidade destinada a dar publicidade respectiva situao jurdica, a qual legalmente indispensvel existncia da sociedade como tal. O facto de uma pessoa jurdica existir no caso concreto, uma sociedade por quotas objecto de um registo comercial. No entanto, so tambm objecto de registo comercial todos os factos jurdicos especificados na lei relativos vida da sociedade, tais como o aumento de capital, a nomeao para o exerccio de funes nos rgos societrios e, bem assim, a cessao dessas funes excepto quando seja operada pelo decurso do tempo, a transmisso de quotas e certas aces e decises judiciais relacionadas com a sociedade, conforme expressamente previstas na lei. Gostaramos de chamar a ateno do leitor para o facto de em algumas provncias o registo comercial ser ainda efectuado em duas fases distintas o registo provisrio e o registo definitivo. Por esse motivo optmos por descrever abaixo cada um dos tipos de registo. 3.5.1 O Registo Provisrio

Aps a legalizao do contrato de sociedade no Notrio ou da obteno da certido da escritura pblica de constituio da sociedade, os estatutos podem ser submetidos Conservatria de Registo das Entidades Legais para efeitos de registo provisrio. O certificado do registo provisrio permite que a sociedade proceda com um conjunto de outros passos importantes enquanto espera pela publicao dos estatutos.

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O pedido de registo efectuado mediante o preenchimento de um formulrio prprio disponvel na Conservatria de Registo das Entidades Legais, o qual assinado pelos scios ou pelos seus representantes legais. O requerimento apresentado juntamente com uma fotocpia autenticada do contrato de sociedade devidamente legalizado e acompanhado dos documentos de identificao dos scios, ou quando aplicvel, de uma fotocpia autenticada da certido da escritura pblica emitida pelo Notrio. No h lugar ao pagamento de emolumentos distintos para o registo provisrio e para o definitivo. Na verdade, o registo comercial um acto nico, pelo que devida uma nica taxa o registo que inicialmente lavrado a ttulo provisrio o mesmo que ser depois convertido em definitivo. No se trata portanto de dois registos mas de dois estdios do mesmo procedimento. O certificado do registo provisrio pode levar entre 1 e 2 dias a ser emitido. A taxa acima referida calculada conforme os procedimentos descritos para o pagamento do contrato de sociedade ou da escritura pblica, quando aplicvel. Assim sendo, para sociedades com um capital social igual ou inferior a 5 milhes, por cada registo devida uma taxa de 2/1000 x capital social. Para sociedades com um capital social superior a 5 milhes a taxa de 0.1/1000 x capital social. Aps a publicao dos estatutos no Boletim da Repblica requer-se ento a converso do registo provisrio em registo definitivo. Em Maputo no necessrio submeter um requerimento para obter o registo comercial, pois conforme explicado acima o sistema no diferencia o registo provisrio do registo definitivo. Assim, submete-se apenas o Boletim da Repblica no qual constam os estatutos da sociedade comercial. 3.5.2 O Registo Definitivo

O registo definitivo realiza-se na Conservatria de Registo das Entidades Legais mediante o prenchimento de um formulrio prprio. A sociedade est ento constituda e definitivamente registada para efeitos comerciais. No entanto, no pode iniciar as suas actividades at obter uma licena emitida pelo Ministrio que superintende o sector de actividade no qual a sociedade comercial vai operar.

3.6

QUESTES FREQUENTEMENTE COLOCADOS

necessrio um scio Moambicano para a constituio de sociedades?

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No existe requisito legal que estabelea que as sociedades devem incluir scios moambicanos. Mas em algumas actividades, nomeadamente na construo, as empresas devem ser maioritariamente controladas por moambicanos para poderem estar elegveis a participar em certas classes de concursos pblicos. Posso requerer o DIRE e iniciar imediatamente a actividade comercial?

No, O registo comercial cria uma sociedade inactiva. Esta sociedade deve ser activada atravs do licenciamento comercial e industrial (Veja abaixo). somente possvel exercer a actividade comercial e obter os documentos de residncia atravs de uma sociedade totalmente operacional. Eu fiz um pagamento mas no obtive e respectivo recibo. H algum problema?

Sim. No caso de pagamentos a qualquer departamento do governo tem o direito de receber o correspondente recibo, e deve de facto requer-lo. Na prtica, no caso dos Notrios, no pagamento de pequenos montantes como o do reconhecimento de assinaturas comum no receber um recibo. Mas a maioria dos departamentos do Governo tem um sistema de pagamentos de urgncia para documentos requeridos com urgncia, e recibos so emitidos para estes pagamentos. A lei requer que cada departamento governamental tenha uma conta bancria e os pagamentos podem ser feitos directamente para essa conta7. Quando possvel, prefervel usar este sistema em vez de pagar em dinheiro. Eu tenho muitos recibos do processo de Registo. O que devo fazer com eles?

Arquive-os. As despesas de registo podem e devem ser custeadas pelas contas da sociedade. Qual a diferena entre o Notrio, o Boletim da Repblica e o Registo Comercial e porque que necessrio registar em todos?

Como mencionado acima, cada um tem uma funo distinta: O Notrio assegura a constituio das sociedades de forma correcta e legal. O Registo Comercial assegura que detalhes chave da vida da sociedade e dos seus eventos sejam registados e disponibilizados para consulta pblica. O BR a publicao oficial do Governo onde todos os actos oficiais so publicados atribuindo-se-lhes validade legal e publicidade. Enquanto que teoricamente possvel, e at desejado, que as trs funes sejam realizadas por um nico agente, na lei Moambicana elas esto divididas por agentes distintos. A Unidade Tcnica para a Reforma Legal (o rgo executivo de uma comisso interministerial e responsvel pela reforma legal em Moambique) est a considerar mudanas que, no mnimo, dinamizaro o processo e faro com que os seus diferentes elementos sejam realizados num nico espao fsico. Com que documento um scio evidncia a sua identidade?

Sendo uma pessoa singular, ser aceite a cpia autenticada do seu passaporte ou de outro documento de identificao, contendo uma fotografia. Apenas as cpias que tenham sido autenticadas por um Notrio em Moambique ou por um consulado Moambicano sero aceites. Se o scio for uma pessoa jurdica, a cpia autenticada do certificado de constituio (ou documento anlogo) ser aceite. Por vezes o Notrio requerer a licena comercial ou industrial.7

Decreto n. 30/01, de 15 de Outubro, Artigo 57.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Enquanto que cpias autenticadas de passaportes estrangeiros so prontamente aceites por Notrios Moambicanos, um certificado de constituio ou um licena comercial numa lngua estrangeira, incluindo a lngua inglesa, precisar de ser traduzido e certificado por um tradutor oficial. Ambos os documentos, o original e o traduzido so submetidos ao Notrio. Como deve ser uma resoluo apropriada de um rgo societrio com poderes para tomar decises sobre a criao de e a participao no capital de uma subsidiria?

Por apropriada queremos dizer que, em primeiro lugar, resoluo deve produzir os devidos efeitos sob a lei da jurisdio onde o prprio rgo societrio est constitudo e de acordo com os estatutos daquele rgo societrio. Por exemplo, se esse local for a frica do Sul, ento a resoluo deve apresentar a forma que normalmente apresenta sob a lei e prtica Sul Africana; e se for necessrio a maioria do conselho de gerentes daquela sociedade para tomar decises de investimento, ento a resoluo deve ser assinada pela maioria dos gerentes. As assinaturas daqueles gerentes devem ser reconhecidas pelo Notrio em Moambique, se os gerentes se encontrarem em Moambique, ou nos seus pases de origem. A segunda medida apropriada est em que a resoluo contm a informao bsica que o Notrio Moambicano gostaria de ver, incluindo a deciso clara de investir determinado montante, a percentagem do capital ao qual aquele montante corresponde, o nome da sociedade para a qual o investimento ser direccionado.

3.7

LISTAS DE VERIFICAO E FLUXOGRAMAS

Certido de Reserva de Nome Requerimento Assinatura reconhecida (somente em certas provncias) Pagamento Voc receber: Uma certido vlida por 90 dias

Estatutos Os estatutos da sociedade preparados por um advogado, Notrio ou pelos scios da sociedade Certido de reserva de nome Documentos de identificao Resolues da sociedade (se necessrias) Procuraes (se necessrias) Pagamento ao Notrio

Voc receber: Cpias do certificado dos estatutos 1 extracto dactilografado

Boletim da Repblica

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Requerimento (no sempre necessrio) Extracto dos estatutos Pagamento Enviar para Maputo (que pode ser feito pelo Conservtoria de Registos em algumas provncias)

Voc receber: Cpia do BR publicado (a taxa paga pela publicao normalmente inclui uma cpia grtis do BR relevante)

Registo Provisrio / Definitivo (Registo Comercial) Requerimento Assinatura reconhecida Cpia do BR autenticada (registo definitivo apenas) Certificado autenticado dos estatutos Formulrio assinado pelos scios ou seus procuradores incluindo NUITs dos assinantes e uma cpia reconhecida do tcnico de contas da empresa Pagamento

Voc receber: Um certificado do registo comercial (provisrio ou definitivo)

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3.8

FLUXOGRAMA DO PROCESSO DE CONSTITUIO E REGISTO

Preparar estatutos, consultar advogado quando necessrio Submeter ao Notrio: Submeter o requeriment o de pedido de certido de registo de nome Estatutos, Certido negativa. Cpias da procurao resolues societrias (se necessrio). Preparar procuraes para os scios se requerido. Iniciar a solicitao de NUIT's individuais se requerido (necessrio para o registo comercial) Iniciar o processo de nomeao do tcnico de contas da sociedade (necessrio para o registo comercial) Pagamento. Scios ou representantes assinam estatutos no Notrio. Juntar certificado dos estatutos e extracto para publicao

Iniciar procura de instalaes se necessrio e juntar documentos necessrios para pedido de licenciamento

Submete os estatutos ao Registo de Entidades Legais que submeter o extracto para publicao no BR e emitir Certido de Registo Comercial. Fazer pagamento

Registo Definitivo Pagamento

Registo provisrio (Opcional)

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LICENCIAMENTO COMERCIAL & INDUSTRIAL

Aps a constituio da sociedade comercial, necessrio proceder ao licenciamento da respectiva actividade comercial. Os diplomas legais que regulam o licenciamento dos sectores comercial e industrial foram recentemente revistos atravs do estabelecimento do regime jurdico da simplificao do licenciamento. Este regime tem como objectivo modernizar e ajustar os instrumentos que regulam o exerccio da actividade econmica, imprimir uma maior dinmica e eficincia na administrao pblica e, bem assim, flexibilizar o incio da actividade empresarial. Podemos, assim, afirmar que o licenciamento simplificado representa um sistema alternativo para determinados tipos de actividade comercial e industrial.

4.1

LICENCIAMENTO SIMPLIFICADO (DECRETO N. 2/2008, DE 12 DE MARO)

O licenciamento simplificado consiste na emisso presencial de uma licena para o exerccio de actividades econmicas nos Balces de Atendimento nico8, nas administraes distritais e nos conselhos municipais. O regime jurdico do licenciamento simplificado aplica-se s actividades econmicas que, pela sua natureza, no acarretam impactos negativos sobre o ambiente, a sade pblica, a segurana e a economia em geral. Esto, pois, sujeitas ao licenciamento simplificado as actividades econmicas constantes da tabela seguinte9: Sector Actividade Agricultura Actividade agrria numa extenso at 350ha, com regadio e at 1.000ha, sem regadio Sistemas de irrigao para reas at 350ha Criao de animais de capoeira at 100.000 Criao de sunos at 3.000 e/ou at 100 porcas reprodutoras Criao de bovinos at 5008 9

de Actividade Econmica

Actualmente existem Balces de Atendimento nico em todas as provncias do pas. Refira-se que, uma lista detalhada das actividades econmicas abrangidas pelo licenciamento simplificado poder ser encontrada no Anexo 2 ao Decreto n. 2/2008, de 12 de Maro.

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Sector Actividade

de Actividade Econmica Ferramentas, ferragens e materiais de construo e artigos de drogaria Artigos de electricidade e rdios, aparelhos elctricos de uso domstico e frigorficos, lanternas, lmpadas e pilhas secas, candeeiros elctricos e decorativos, discos e fitas gravadas Artigos fotogrficos, de ptica e instrumentos de preciso, televisores, vdeos, videocassete, equipamentos e materiais de comunicao Tecidos, modas e confeces, artigos de vesturio, bijutarias e adornos similares de fantasia, aventais, panos de p, de loua, pegas, cortinados e acessrios Mquinas de costura de uso domstico e industrial Sapataria e calado Livraria e papelaria, encadernao e artigos de escritrio Mobilirio de escritrio e mquinas de escrever, calcular e contabilidade e equipamento informtico leos minerais, lubrificantes e petrleo de iluminao Perfumaria e artigos de beleza e higiene Ourivesaria e relojoaria Bicicletas no motorizadas e respectivas peas Produtos alimentares, incluindo vinhos e bebidas Gneros frescos, incluindo frutas e legumes Artigos de mnage, artigos elctricos, vidros e porcelanas de uso domstico, louas e quinquilharias, artigos de limpeza e similares de uso domstico, artigos de viagem, de celeiro e de correio, artigos tipicamente orientais, artigos de estofador, mveis, artigos de colchoeiro e semelhantes, coberturas para o cho, quadros e artigos decorativos, instrumentos musicais, recordaes e brinquedos, jarras, jarres, metal e vidros e acessrios de arte florista

Comrcio a Retalho

Prestao Servios

de Casas de moblias e de leiles, clubes de vdeo, agenciamento, marketing, contabilidade, assessorias, advogacia [sic], reparao de relgios e joalharias, reparao de calado e outros objectos de couro, reparaes diversas de electrodomsticos e outros servios pessoais, boutiques, alfaiatarias, tabacarias, venda de artigos de artesanato, cabeleireiros e barbearias

Construo

Actividade imobiliriaACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Consultoria nas reas de construo civil, pontes, obras hidrulicas, estaleiros de materiais de construo de pequena dimenso Desporto Comercializao de acessrios e equipamentos desportivos Comercializao de material desportivo Produo e realizao de espectculos desportivos Promoo e publicidade desportiva Indstria Transportes Comunicaes Turismo Salo de ch, pastelarias e cafs Micro e pequenas indstrias (excepto do sector alimentar, bebidas e farmacuticas) e Servios de Internet caf

As sociedades comerciais que renam os requisitos para o licenciamento simplificado devero proceder ao preenchimento de um formulrio (disponvel no Balco de Atendimento nico, nas administraes distritais e nos conselhos municipais) e estar munidas dos seguintes documentos: Fotocpia autenticada dos documentos relativos constituio e registo da sociedade comercial contrato de sociedade ou escritura pblica, quando aplicvel, certido do registo comercial e Boletim da Repblica do qual conste a publicao dos estatutos;10 Fotocpias autenticadas dos documentos de identificao dos scios da sociedade; e Fotocpia da prova de atribuio do Nmero nico de Identificao Tributria (NUIT) sociedade. A autorizao para o exerccio da actividade econmica ser ento emitida sob a forma de uma licena. Aps a emisso da licena, ser efectuada uma verificao pelas entidades de fiscalizao competentes para efeitos de confirmao do cumprimento da legislao aplicvel actividade licenciada. Dito isto e antes de submeter o licenciamento simplificado, a sociedade deve garantir que cumpre todos os requisitos necessrios para a realizao da sua actividade econmica, nomeadamente no que respeita a sade e segurana, emprego e ambiente. A sociedade no necessita de submeter um pedido de vistoria ou de estar envolvida nos seus preparativos. Importa notar que as actividades econmicas elegveis para o licenciamento simplificado esto isentas da realizao de um estudo de impacto ambiental. Contudo, tenha em considerao que, em alguns casos, tais actividades podero, nos termos do Regulamento da Avaliao do Impacto10

Cumpre salientar que estes documentos no obstante no serem exigidos por lei, so geralmente solicitados pela Administrao Pblica.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Ambiental (aprovado pelo Decreto n. 45/2004, de 29 de Setembro e alterado pelo Decreto n. 42/2008, de 4 de Novembro), estar sujeitas realizao de um estudo ambiental simplificado. O diploma legal ora em anlise no prev o pagamento de taxas para o licenciamento simplificado. No entanto, na prtica, tem sido cobrada uma taxa de 750 MT pela emisso da licena, montante que deve ser depositado na conta bancria do Ministrio da Indstria e Comrcio.

4.2

LICENCIAMENTO COMERCIAL (DECRETO N. 49/2004, DE 17 DE NOVEMBRO)

O regulamento do licenciamento da actividade comercial tem por objecto o licenciamento do exerccio das actividades comerciais, o licenciamento do exerccio de actividade de representao comercial estrangeira na Repblica de Moambique (filiais, delegaes e agncias) e o registo de operadores de comrcio externo para desenvolver actividades de importao e exportao. Neste manual iremos abordar o licenciamento do agente comercial, comrcio cumulativo, comrcio geral, comrcio por grosso, comrcio a retalho, exportao, importao, loja, prestao de servios, outras actividades comerciais no reguladas por legislao especfica e o registo de operadores de comrcio externo. 4.2.1 Pedido de Licenciamento Comercial

O pedido de licenciamento e de realizao de vistoria deve ser formulado atravs de um requerimento com assinatura reconhecida, o qual deve ser dirigido entidade licenciadora da rea no qual o estabelecimento comercial se pretende instalar. Tal requerimento deve conter a seguinte informao: Denominao social; Referncia ao contrato de sociedade ou escritura pblica, sendo o caso, ou ao Boletim da Repblica de publicao dos estatutos; Endereo da sede social; Identificao do representante; Actividade comercial a realizar de acordo com o Classificador de Actividades Econmicas e as classes de mercadorias que se pretendem comercializar11; e Endereo das instalaes destinadas ao exerccio da actividade comercial, caso seja distinto do endereo da sede social da sociedade.

11

Publicado por Decreto n. 58/99, de 8 de Setembro. Devido incerteza de como este sistema opera, recomendamos que procure aconselhamento na Direco Provincial da rea onde a sua sociedade est baseada, ou ento procure aconselhamento legal.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Ao requerimento devem ainda ser anexados os seguintes documentos12: Pea desenhada das instalaes destinadas ao exerccio da actividade comercial; Contrato de sociedade ou escritura pblica, quando aplicvel, ou Boletim da Repblica de publicao dos estatutos, acompanhada do respectivo registo comercial13; Prova do direito de ocupao das instalaes sob a forma de contrato de arrendamento, contrato de cesso de explorao ou ttulo de propriedade do imvel destinado ao exerccio da actividade comercial; Fotocpia reconhecida do documento de identidade do assinante do requerimento; e Prova de registo fiscal emitida pelo Ministrio das Finanas.

O pedido de inscrio como operador de comrcio externo deve ser acompanhado da autorizao para o exerccio da actividade, a qual deve ser emitida pela entidade competente, e da prova de registo fiscal emitida pelo Ministrio das Finanas. Com a submisso do pedido de licenciamento, deve ser efectuado um pagamento de acordo com as tabelas de taxas publicadas nos Diploma Ministeriais n. 89/2005, de 28 de Abril e n. 62/2006, de 28 de Maro. O valor da taxa depender do tipo de actividade e da sua localizao geogrfica. Estas taxas incluem o transporte e o pagamento dos inspectores que iro fiscalizar o local aonde se pretende licenciar a empresa. O requerente tem direito e deve receber um recibo pelo pagamento efectuado. Acresce que, no caso do Centro de Higiene Ambiental e Exames Mdicos (CHAEM), uma das entidades que, fora da Provncia de Maputo, tambm participa no processo de licenciamento, ser efectuado um pagamento adicional e separado, contra recibo, pela realizao da vistoria. Em Maputo, a taxa associada ao trabalho efectuado pelo CHAEM j se encontra includa na vistoria, cuja taxa paga Direco Nacional de Comrcio da Cidade de Maputo. Compete ao Governador Provincial autorizar o exerccio das actividades comerciais, devendo faz-lo no prazo de 15 dias, a contar da data de entrega do requerimento e respectivos documentos na Direco Provincial. O pedido normalmente aprovado condicionalmente, sujeito realizao da vistoria destinada a assegurar que as instalaes so adequadas ao exerccio

12

Em Sofala, as Empresas de tipo Unipessoal constitudas por estrangeiros devem submeter comprovativos de ter um Visto de Negcios emitido pelos Servios de Migrao 13 A legislao requer prova da existncia legal da sociedade. Na prtica isto pode resultar de qualquer um dos documentos aqui mencionadosACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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da actividade proposta (por exemplo, para assegurar que o requerente no pretende exercer uma actividade de comrcio a grosso na sua residncia). Em caso de indeferimento do pedido de licenciamento o despacho dever especificar os fundamentos de facto e de direito subjacente deciso proferida. 4.2.2 Vistoria

O incio do exerccio da actividade comercial est condicionado realizao de uma vistoria destinada a verificar a conformidade dos termos e condies em que o pedido foi autorizado. A entidade licenciadora, no caso a Direco Provincial de Indstria e Comrcio, responsvel pela organizao e direco da vistoria e, bem assim, das demais diligncias necessrias a avaliar o cumprimento dos requisitos de segurana, higiene e sade pblica. A vistoria deve realizar-se no prazo de 15 dias aps o recebimento do requerimento de pedido. A comisso de vistoria composta por representantes das seguintes instituies: entidade licenciadora, rgo da autoridade administrativa local, rgo local de sade (CHAEM), servio de bombeiros e, em razo da matria, outras entidades. Acontece por vezes que ao requerente seja solicitada a entrega de cartas a outras entidades informando-as da data da vistoria para que tambm possam estar presentes. Ao requerente tambm por vezes solicitado o transporte dos membros da comisso de vistoria. Este no se trata de um requisito legal mas a sua realizao assegura a efectivao da vistoria na data proposta. 4.2.3 Emisso do Alvar Comercial

Aps ou durante a vistoria lavrado um auto de vistoria, o qual assinado por todos os presentes. A sociedade comercial ficar com uma cpia do auto de vistoria, a qual poder ser solicitada em futuras inspeces s instalaes. A segunda cpia do auto de vistoria usada pela Direco Provincial de Indstria e Comrcio para completar o processo de emisso do alvar. O alvar habilitar o respectivo titular ao exerccio da actividade comercial, nos termos e condies em que o pedido tiver sido autorizado, no podendo ser substitudo ou modificado sem autorizao prvia da entidade licenciadora.

4.3

LICENCIAMENTO INDUSTRIAL (DECRETO N. 39/2003, DE 26 DE NOVEMBRO)

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O licenciamento industrial foi recentemente revisto atravs do estabelecimento do regime jurdico da simplificao do licenciamento, o qual representa um sistema alternativo para determinados tipos de actividade comercial e industrial. Relativamente s actividades industriais que no se encontram abrangidas pelo regime do licenciamento simplificado previsto no Decreto n. 2/2008, de 12 de Maro, as normas que regem o licenciamento industrial estabelecem quatro categorias distintas de estabelecimentos industriais, das quais trs requerem um alvar e uma requer apenas um registo. Os critrios utilizados para classificar um estabelecimento industrial so o valor do investimento inicial, a potncia instalada ou a instalar (KvA) e o nmero de trabalhadores. As categorias e os critrios correspondentes so os descritos na tabela seguinte14:

Categoria

Investimento inicial (USD)

Potncia

instalada N. de trabalhadores

ou a instalar (KvA)

Grande Dimenso

Igual ou superior a Igual ou superior a Igual ou superior a 10.000.000 1.000 250

Mdia Dimenso

Igual ou superior a Igual ou superior a 500 Igual ou superior a 2.500.000 125 Igual ou superior a 25

Pequena Dimenso

Igual ou superior a Igual ou superior a 10 25.000

Micro Dimenso

Inferior a 25.000

Inferior a 10

Inferior a 25

Um estabelecimento industrial para ser classificado numa determinada categoria deve preencher pelo menos dois dos trs critrios constantes da tabela acima. Por exemplo, uma sociedade que investe USD 2.500.100,00, emprega 126 trabalhadores e trabalha com uma potncia de 100 KvA ser classificada como estabelecimento industrial de mdia dimenso, enquanto a mesma sociedade com apenas 124 trabalhadores ser classificada como estabelecimento industrial de pequena dimenso15. A autorizao para a instalao de estabelecimentos industriais de pequena dimenso da competncia do Governador da Provncia, sendo a autorizao para a instalao de estabelecimentos industriais de mdia e de grande dimenso da competncia do Ministro da Indstria e Comrcio, o qual pode delegar competncias ao Governador da Provncia, tendo em considerao as condies e as capacidades locais existentes e o grau de complexidade tecnolgica de determinadas actividades industriais. Os estabelecimentos industriais de micro14 15

Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 3, nmero 1 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 3, nmero 2ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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dimenso no carecem de autorizao, devendo somente efectuar-se o seu registo antes do incio da actividade. O registo ser efectuado na Autoridade Local da Indstria e Comrcio ou, na sua falta, na Administrao do Distrito aonde se localiza o estabelecimento industrial. 4.3.1 PEDIDO DE ALVAR INDUSTRIAL16

O pedido de instalao, alterao e ampliao de estabelecimentos industriais de grande, mdia e pequena dimenso deve ser efectuado mediante um requerimento com assinatura reconhecida dirigido ao Ministro da Indstria e Comrcio e/ou ao Director Provincial da Indstria e Comrcio, consoante a dimenso do estabelecimento e nos casos em que haja delegao de competncias, o qual poder ser submetido nos Balces de Atendimento nico. Tal requerimento deve conter a seguinte informao: Identificao do representante da sociedade comercial e endereo da sede social; Boletim da Repblica no qual os estatutos tenham sido publicados ou cpia dos estatutos; Endereo do local aonde est ou estar instalado o estabelecimento industrial; Prova da titularidade, contrato de arrendamento ou ttulo do Direito de Uso e Aproveitamento da Terra17; e Projecto Industrial, quando se trate de estabelecimento de grande, mdia e pequena dimenso. O projecto industrial ser submetido atravs do preenchimento de um formulrio18, devendo ainda ser acompanhado dos seguintes documentos: Planta topogrfica, incluindo a implantao dos edifcios, as vias de acesso, as propriedades rsticas e urbanas, as vias pblicas e os cursos de gua confinantes, tratandose de construo de raiz; Planta da instalao industrial incluindo oficinas, armazns, depsitos e escritrios, balnerios, refeitrios, instalaes sanitrias, esgotos e comunicaes bem como os alados e cortes, chamins, escadas, localizao de aparelhos, mquinas, instalaes de queima, fora motriz ou produo de vapor, armazenagem de combustveis lquidos, slidos ou gasosos, recipientes de gases sobre presso, fornos, forjas, estufas, tanques, tintas de preparao, monta-cargas, transportadores, pontes rolantes, guindastes, guinchos e todas

16 17

Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 10 Cumpre salientar que estes documentos no obstante no serem exigidos por lei, so geralmente solicitados pela Administrao Pblica. 18 Decreto n. 39/03, Artigo 11ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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as demais dependncias e equipamentos que forem relevantes para a laborao do estabelecimento; Memria descritiva do projecto, a qual dever mencionar os processos e diagramas de fabrico, a matria-prima a utilizar, a capacidade de produo e a conformidade dos produtos com as normas legalmente estabelecidas, a maquinaria e respectiva especificao, o nmero estimado e o sexo dos operrios a contratar, a potncia elctrica total a instalar, os dispositivos de segurana e os meios previstos para suprir ou atenuar os inconvenientes prprios da laborao, as instalaes de segurana, de primeiros socorros e de carcter social, o sistema de abastecimento de gua, o nmero aproximado de lavabos, balnerios e instalaes sanitrias, a planta da rede de esgotos, a instalao para tratamento de efluentes e o investimento inicial; Estudo de impacto ambiental aprovado pelo Ministrio para a Coordenao da Aco Ambiental para as actividades constantes no anexo ao Decreto n. 45/2004, de 29 de Setembro, o qual aprova o Regulamento sobre o processo de Avaliao do Impacto Ambiental, ou documento comprovativo da dispensa para as actividades no constantes do referido anexo; Se for necessria a realizao de obras de construo civil, dever ser obtida uma licena de construo, cujas cpias devem ser submetidas juntamente com o projecto industrial; e Note-se ainda que, no caso de implementao de indstrias nos centros urbanos dever ser requerida a aprovao das autoridades municipais respectivas19. A deciso sobre o pedido deve ser tomada no prazo mximo de 8 dias, a contar da data de recepo do mesmo, devendo a sociedade ser notificada sobre esta deciso no prazo de 3 dias20, a contar da data da deciso. Cumpre referir, no entanto, que o artigo 15 do diploma legal ora em anlise estabelece um perodo de 15 dias para o pronunciamento dos servios de bombeiros, sade, ambiente e outros em razo da matria, devendo a apreciao do projecto estar concluda no prazo de 30 dias, contados a partir da data da sua recepo. Caso o projecto industrial seja aprovado a sociedade pode proceder com as suas actividades. Se, pelo contrrio, for rejeitado ser elaborada uma fundamentao escrita. Uma vez comunicada a deciso, a sociedade ter 180 dias para iniciar a instalao do projecto21. Concluda a instalao, a sociedade deve solicitar, por escrito, a realizao de uma vistoria antes de iniciar a respectiva actividade22.

19 20

Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 4 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 14 21 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 17, nmero 2 22 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 17, nmero 3ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Durante o perodo de avaliao do projecto ou aps a sua aprovao, durante a sua instalao, a sociedade pode solicitar a emisso de uma declarao pela Direco Nacional de Indstria ou pela Direco Provincial de Indstria e Comrcio confirmando o estado do projecto e possibilitando que a sociedade v avanando com outros procedimentos administrativos necessrios23. Nesta fase do processo no exigido o pagamento de taxas. Importa ainda referir que, os estabelecimentos de pequena dimenso, incluindo os da indstria alimentar, esto isentos da aprovao do projecto industrial, devendo, no entanto, apresentar Autoridade Local da Indstria e Comrcio da provncia na qual se ir localizar o estabelecimento industrial, os documentos do projecto at 30 dias antes da solicitao da vistoria. 4.3.2 Vistoria

A vistoria deve ser solicitada por escrito entidade competente. A mesma deve ser realizada no prazo de 6 dias aps a apresentao do respectivo pedido24. No prazo de 8 dias aps a vistoria ser emitido o auto de vistoria, o qual deve ser assinado por, pelo menos, dois teros dos representantes das instituies intervenientes25. No caso de se constatarem deficincias mnimas durante a vistoria, as quais no afectem a sade pblica e no ponham em causa a segurana dos trabalhadores e do ambiente, o incio da actividade poder ser aprovado sob a condio de tais deficincias serem corrigidas num prazo razovel estipulado no auto de vistoria, aps o que se seguir uma nova vistoria26. Pela realizao das vistorias e pela emisso dos alvars requerido o pagamento de taxas. Tais pagamentos sero efectuados aps deciso favorvel na Repartio de Finanas mais prxima atravs de uma guia designada Modelo B ou por depsito directo na conta da Direco Provincial de Indstria e Comrcio ou na delegao provincial do Banco Central. As sociedades so por vezes solicitadas para providenciar a deslocao da comisso de vistoria para o local a ser inspeccionado. Notamos que a tabela das taxas devidas inclui uma taxa de quilometragem devida pela deslocao dos inspectores.

23 24

Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 11, nmero 4 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 18, nmero 3 25 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 18, nmero 4 26 Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 19ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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4.3.3

Emisso do Alvar Industrial

Aps a emisso de um auto de vistoria, no qualificado ou parcialmente qualificado, ser emitido um alvar. A actividade dever iniciar-se no prazo de 90 dias aps a emisso do alvar27.

4.4

QUESTES FREQUENTEMENTE COLOCADAS

Sou titular de uma licena comercial. Posso iniciar a actividade?

Em princpio sim. No entanto, h um conjunto de outros requisitos que deve preencher, incluindo os relativos s Direces de Finanas e Trabalho. (veja abaixo). Durante a inspeco os inspectores requereram pagamento para deslocao ao local. Isto correcto?

No. Todos os custos de inspeco so pagos na Repartio de Finanas ou directamente na conta bancria, ou na seco de finanas das direces relevantes (Indstria e Comrcio, e CHAEM). Sero emitidos recibos. Nenhum pagamento deve ser feito directamente aos inspectores. O que constitui objecto do trabalho dos inspectores?

Como mencionado acima, no existe uma definio legal clara sobre o que os inspectores podem analisar na inspeco. Regra geral, as instalaes devem conter: Uma entrada separada (se o escritrio pertencer a um edifcio com outras sociedades); lavabos separados para clientes e trabalhadores, e onde possvel para homens e mulheres; ventilao e iluminao adequada; extintores e/ou caixas de areia.

Por exemplo, o Decreto que regula o licenciamento industrial define que as instalaes devem preencher as condies tcnico-funcionais prprias daquela indstria em particular, bem como os requisitos de higiene, comodidade e segurana dos trabalhadores28. A Direco Nacional de Industria publicou recentemente um Guio Industrial o qual contm recomendaes compreensivas para as instalaes industriais. O guio cobre vrios aspectos relacionados com sade e segurana, mas tenha em mente que constitui apenas um guio e no um documento legislativo. Os inspectores podem tambm pedir para ver o horrio de trabalho e os contratos de trabalho. Informaram-me de que a planta das instalaes deve ser feita por um arquitecto, num papel especial, com determinado tamanho e deve incluir uma descrio detalhada por escrito. verdade?

27 28

Decreto n. 39/2003, de 26 de Novembro, Artigo 27 Ibid, Artigos 18 e 20.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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A lei no estabelece que tipo de planta deve ser submetida, definindo apenas que uma planta das instalaes deve ser providenciada. Na prtica, esta planta pode constituir um simples esboo, desenhado manual ou electronicamente, devendo incluir a finalidade de cada compartimento, i.e, de cada escritrio, lavabo, etc., assim como as medidas. Isto cobre adequadamente o requisito de providenciar um descritivo. No existe nenhum requisito para submeter uma planta de determinado tamanho, desenhada por um arquitecto em papel especfico. Informaram-me que tenho que provar que a pessoa que me arrendou o estabelecimento tem legitimidade para faz-lo. Isto correcto?

A lei no estabelece tal requisito. No entanto, na prtica sempre bom requerer tal prova, para sua prpria segurana, quando arrendar um estabelecimento. Tenho uma reclamao contra a forma como o meu processo licenciamento e de inspeco foi encaminhado. O que posso fazer?

Todo o departamento governamental tem um livro de reclamaes disponvel ao pblico. Caso tenha uma reclamao, dirija-se ao departamento em questo e requeira o livro. Deve registar a sua reclamao o mais detalhadamente possvel (nomes, horrios, localizaes etc.). 4.5 LISTA DE VERIFICAO E FLUXOGRAMA 4.5.1 Pedido dum alvar Preenchimento dum formulrio disponvel do Balco nico; Apresentao de cpias autenticadas de todos os documentos comprovando a constituio e registo (escritura, BR e Certido de Registo Definitivo) mais uma cpia autenticada dos documentos de identificao dos accionistas da sociedade, e uma cpia da prova da atribuio dum NUIT sociedade pelo Ministrio das Finanas. 4.5.2 Pedido dum alvar Pedido de Vistoria Requerimento Cpia da notificao de aprovao assinada pelo Ministro ou Governador Pagamento Requerimento endereado ao Ministro ou ao Governador A planta do estabelecimento objecto de licenciamento Cpia reconhecida dos estatutos e/ou BR e/ou certido comercial (provisria ou definitiva) Contrato de arrendamento ou ttulo de propriedade Cpia reconhecida do documento de identidade do assinante do requerimento Pagamento Licenciamento Comercial Licenciamento Simplificado

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4.5.3

Licenciamento Industrial

Pedido dum alvar Requerimento endereado ao Ministro ou Governador Planta Topogrfica da rea Planta da infra-estrutura Memria descritiva contendo detalhes sobre: o Processos e diagramas de fbrica o Especificaes e quantidades de matria-prima o Capacidade de produo o Especificaes das mquinas e equipamento o Nmero e sexo dos trabalhadores o Potncia elctrica a instalar o Segurana dos trabalhadores o Instalaes de segurana, primeiros socorros e de carcter social o Abastecimento de gua o Nmero de balnerios o Rede de esgotos o Plano de tratamento de efluentes o Investimento inicial Estudo de Impacto Ambiental (se necessrio) Contrato de arrendamento ou titulo de Direito de Uso e Aproveitamento da Terra Licena de construo quando relevante Pagamento

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4.5.4

Fluxograma para o Licenciamento Simplificado

Garantir que as instalaes da sociedade so adequadas para os fins e assegurar que a sociedade elegvel ao licenciamento simplificado

Submeter formulrio e documentao de suporte

Pedido aprovado e alvar emitido, no mesmo dia

Inspeco realizada depois da emisso do alvar a organizao da inspeco da responsabilidade das direces competentes

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4.5.5 Fluxograma do Processo de obteno do Alvar Comercial

Rejeio do pedido com fundamentao Requerimento de pedido e documentos relevantes para Governo Provincial Aprovao do pedido condicionado inspeco Pagamento do requerimento de pedido Vistoria

Auto de vistoria

Aprovao de inspeco, pagamento de alvar,

No aprovao de inspeco. Alteraes

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4.5.5

Fluxograma do Processo de Obteno do Alvar Industrial

Rejeio do pedido com fundamentao Preparar projecto e mapas Estudo de Impacto Ambiental

Grandes & Mdias

Requerimento ao Ministro de Indstria e Comrcio com todos documentos relevantes

Industria a licenciar grande, mdia, ou pequena dimenso

Anlise do projecto

Aprovao condicional 180 dias para instalao do projecto

Licena de construo ou titulo de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra quando relevante

Pequenas

Projecto e mapas Estudo de Impacto Ambiental Requerimento Direco Provincial com todos documentos relevantes

Aprovao condicional 180 dias para instalao do projecto

Pedido de inspeco

Licena de construo ou titulo de Direito de Uso e Aproveita mento da Terra quando

Auto de Vistoria Rejeio do pedido com fundamentao

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OUTRAS LICENAS E AUTORIZAES

Existe uma gama de procedimentos e obrigaes adicionais que devem ser seguidos antes duma empresa pode ser considerada a funcionar legalmente. Estes incluem obrigaes fiscais, em termos de emprego, importao e exportao, com autoridades autrquicas, e ambientais, entre outras. Recomendamos o uso dos outros manuais na nossa serie para orientar a sua empresa j constituda e registada nestas reas. Aqui restringimo-nos a listagem de alguns procedimentos que devem ser seguidos logo no incio da actividade da sua empresa: 5.1 Horrio de Trabalho

adquirido nas papelarias governamentais ou no Ministrio do Trabalho um formulrio em duplicado para efeitos de preenchimento com os detalhes do horrio de trabalho da sociedade. O horrio deve estar conforme os requisitos da Lei de Trabalho. assinado pelo gerente da sociedade ou seu representante autorizado. Este ser submetido acompanhado de um requerimento com assinatura reconhecida pedindo aprovao do horrio de trabalho. Aprovao dada em aproximadamente 30 dias. Aps a aprovao, ser enviada para a sociedade uma cpia do formulrio que dever permanecer afixada a todo o momento. 5.2 Declarao de Incio de Actividade

Dever ser enviada uma carta para a Direco Provincial de Trabalho declarando o incio das actividades da sociedade. Uma cpia desta carta devidamente carimbada e assinada pelas autoridades deve ser arquivada na empresa para futura inspeco. 5.3 Livro de Actas

Toda a sociedade deve arquivar um livro onde todas as decises resultantes das reunies formais so registadas. Antes de ser utilizado, tal livro deve ser entregue Repartio de Finanas, aos tribunais locais e Conservatria de Registos para ser registado como o livro de actas oficial, transformando-se assim num documento legal. As actas assinadas por todos os scios so obrigatrias para todos29. 5.4 Facturao

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Enquanto em Maputo j no necessrio submeter o livro ao tribunal para autenticao, na Beira isso continua a ser necessrioACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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Caso no esteja a usar facturao electronica (que tem suas prprias regras que devem ser seguidas) os livros de facturas e recibos s podem ser imprimidos em papelarias governamentais. Aps a atribuio do NUIT, a sociedade envia uma carta para uma papelaria governamental pedindo a impresso de um conjunto de livros de recibos e facturas. 5.5 Relao Nominal

O formulrio de relao nominal deve ser preenchido em quadruplicado e enviado Direco Provincial do Trabalho. O mesmo contm detalhes sobre o salrio dos trabalhadores e suas categorias, assim como outra informao. Duas cpias so retidas pela Direco Provincial do Trabalho e as outras duas so devolvidas sociedade. Destas, uma deve ser afixada nas instalaes da sociedade e a outra deve ser arquivada para uso no ano seguinte, para ser submetida com o formulrio desse ano. Formulrios electrnicos para este documento podem ser obtidos da ACIS. 5.6 Sinais Distintivos

Qualquer alterao ao local de trabalho tal como colocao de sinais, bandeiras, toldos, cartazes etc. sujeita ao licenciamento pelo Conselho Municipal. As licenas so pagas em a relao aos seguintes aspectos, entre outros: Vinhetas nos veculos Sinais distintivos de comrcio Bandeiras Cercas. 5.7 Taxa sobre a Colocao de Bandeiras

As sociedades que desejem iar bandeiras nas suas instalaes esto sujeitas ao seu licenciamento, mediante o pagamento de uma taxa anual por bandeira. Esta licena encontra-se disponvel no Conselho Municipal. As bandeiras da sociedade devem sempre ser acompanhadas da Bandeira de Moambique. As bandeiras moambicanas so licenciadas mas a taxa no cobrada. 5.8 Salrios

Os salrios so normalmente pagos no fim de cada ms.

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A folha de salrios preparada e assinada por cada trabalhador. Por cada pagamento o trabalhador deve receber um recibo com os detalhes de todos os pagamentos e dedues correspondentes. As contribuies de IRPS e segurana social so deduzidas na fonte. O IRPS dirigido Direco Provincial de Finanas at ao vigsimo dia do ms seguinte. A segurana social dirigida ao Departamento de Segurana Social at ao dcimo dia do ms seguinte. A sociedade deve submeter duas cpias do formulrio do INSS. O formulrio do INSS contm os nomes e o nmero de identificao dos trabalhadores como registado nos seus cartes de contribuinte. Verses electrnicas dos formulrios do INSS podem ser obtidas da ACIS. Cpias das folhas de salrios devem ser arquivadas para eventual inspeco. 5.9 IVA

Os pagamentos devidos pelo imposto de IVA sero calculados pelo tcnico de contas com base nas contas do ms anterior, e devem ser efectuados na respectiva repartio at ao trigsimo dia de cada ms. O pagamento acompanhado por um formulrio preenchido em quadruplicado. 5.10 Taxa de Lixo30

A taxa sobre a colecta do lixo paga mensal ou anualmente conforme o calendrio do Conselho Municipal. Guarde os recibos para efeitos de inspeco. 5.11 Taxa de Incndio

A taxa cobrada pelas autoridades municipais com base numa percentagem dos lucros. Assim sendo, esta taxa apenas cobrada nos anos em que a sociedade declare lucro. Este imposto no cobrado em Maputo. 5.12 Declarao de IRPS

A declarao individual de IRPS deve ser preenchida anualmente num formulrio modelo 10. Para facilitar este processo, as sociedades so solicitadas para oferecer aos trabalhadores uma lista detalhada do salrio grosso e lquido, assim como as dedues tributrias no final de cada ano fiscal. A declarao deve considerar o estado civil do trabalhador, o salrio e benefcios tais como acomodao e transporte, assim como todas as outras fontes de rendimento.30

Em Maputo est taxa includa nas contas de gua e luz.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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5.13 Trabalhadores Estrangeiros

Os documentos de residncia (DIRE ou Residncia Precria) so submetidos anualmente para renovao, pelo menos 30 dias antes do termo de validade. As permisses e autorizaes de trabalho so renovadas de dois em dois anos e devem tambm ser submetidas pelo menos 30 dias antes do termo de validade. Durante este processo de renovao, e antes do seu pedido, a sociedade deve contar com um perodo de pelo menos 6 semanas para a colecta da documentao necessria. 5.14 Plano de Frias

O documento que detalha o plano de frias de todos os trabalhadores elegveis deve ser preparado de acordo com a Lei de Trabalho e afixado nas instalaes da sociedade a partir do trigsimo dia de Janeiro de cada ano. 5.15 Relao Nominal

Devem ser preparadas e submetidas, at ao dia 31 de Maro, quatro cpias do formulrio da relao nominal, acompanhadas pela segunda cpia do formulrio do ano anterior. 5.16 Contabilidade

Deve ser submetido um conjunto de documentos relacionados com a contabilidade da sociedade, conforme as instrues do tcnico de contas. Estes incluem uma previso dos lucros e declarao completa das contas do ano anterior. 5.17 Assembleia Geral

Esta reunio constitui um requisito legal anual. Os scios so notificados por prvio aviso de acordo com as regras definidas nos estatutos. As decises devem ser registadas no livro de actas e assinadas por todos os presentes. A Assembleia Geral realiza-se geralmente para assinatura das contas anuais assim como para discutir outros assuntos relevantes. H uma srie de outros pagamentos e licenas que devem ser efectivadas ou requeridas anualmente dependendo do tipo de actividade e do departamento governamental responsvel por esse sector. Aconselhamos a submisso de cartas aos departamentos sectoriais pedindo informao sobre regras especiais que se apliquem a determinado sector de actividade.ACIS em colaborao com SAL&Caldeira Advogados Lda e GIZ Pro-Econ

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5.18 Lista de Verificao

5.18.1 Incio de Actividade (Aps recepo do alvar)

Item Registo Fiscal (IVA e IRPS) Livros de Facturas e Recibos Registo de Segurana Social Declarao de inicio de actividade enviada para Direco Provincial de Trabalho Relao Nominal Horrio de trabalho Plano de frias Seguro Colectivo Taxas de colocao de bandeiras e sinais distintivos Cpias de documentos importantes da sociedade arquivados Afixar documentos plano de frias, horrio de trabalho, relao nominal de trabalhadores, alvar, auto de inspeco, documento de registo de impostos Livro de actas

Departamento Finanas Papelarias Governamentais INSS Trabalho

Data Imediatamente Imediatamente Imediatamente Imediatamente

Trabalho Trabalho Trabalho Empresa de Seguros Conselho Municipal

Imediatamente Imediatamente Imediatamente Imediatamente Imediatamente

Imediatamente

O mais rpido possvel

Repartio de Finanas, Tribunal e Conservatria

O mais rpido possvel

5.18.2 Obrigaes Mensa