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Projeto de Melhoria da Performance Operacional e Financeira das Empresas de Distribuição da Eletrobras Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da Eletrobras Projeto Energia+ BANCO MUNDIAL Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD (Loan: 7884 – BR) Manual Ambiental de Obras

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Projeto de Melhoria da Performance Operacional e Financeira das Empresas de Distribuição da Eletrobras

Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da Eletrobras

Projeto Energia+

BANCO MUNDIALBanco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD (Loan: 7884 – BR)

Manual Ambiental de Obras

BANCO MUNDIALBanco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento – BIRD (Loan: 7884 – BR)

Projeto de Melhoria da Performance Operacional e Financeira das Empresas de Distribuição da Eletrobras

Elaboração de Manuais para Normatização e Padronização de Procedimentos Operacionais na Área Ambiental das Empresas de Distribuição da Eletrobras

Projeto Energia+

AP

RES

EN

TA

ÇÃ

O

No âmbito do Projeto Energia+, foi definida a necessidade de estabelecer e internalizar um padrão de boas práticas com relação ao meio ambiente nas Empresas de Distribuição da Eletrobras (EDE), quais sejam: Eletrobras Amazonas Energia, Eletrobras Distribuição Acre, Eletrobras Distribuição Alagoas, Eletrobras Distribuição Piauí, Eletrobras Distribuição Rondônia e Eletrobras Distribuição Roraima.

O presente trabalho tem como finalidade a normatização e a padronização de procedimentos operacionais na área ambiental das EDEs, de modo a contribuir para a implementação das diretrizes formuladas nas Políticas Ambientais e de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras, de forma adequada ao segmento de distribuição de energia elétrica, em conformidade com os requisitos da legislação ambiental brasileira.

Dentre os objetivos específicos desse trabalho, destaca-se a elaboração de Manuais para consolidar conceitos, definições, processos e técnicas para promover a sistematização e a padronização dos procedimentos para dar suporte à gestão socioambiental, adequada à tipologia dos projetos e às regiões onde se localizam as EDEs.

No Termo de Referência, relativo ao contrato de consultoria individual por mim celebrado com as Empresas de Distribuição da Eletrobras (EDEs), é requerida a elaboração de Manuais relativos aos seguintes temas: Execução de Obras, Gestão de Resíduos Perigosos e Gestão de Resíduos Sólidos.

Conforme definido no Plano de Trabalho, apresentado e aprovado pela Coordenação e pelos gestores das empresas, a Atividade 5 tem como finalidade a elaboração do Manual Ambiental de Obras, consolidando conceitos, definições, processos e técnicas, bem como estabelecendo e uniformizando os procedimentos específicos e/ou protocolares para a atuação ambientalmente adequada das Empresas de Distribuição Eletrobras durante a execução de obras de expansão e melhoria das redes de distribuição.

O presente relatório corresponde ao Produto 5, “Manual Ambiental de Obras”. Este Manual estabelece um referencial para a gestão socioambiental nas diversas etapas do desenvolvimento dos empreendimentos das EDEs, desde o planejamento, elaboração dos projetos e contratação de obras até a construção e a manutenção dos seus empreendimentos, englobando os processos de licenciamento ambiental e o cumprimento de condicionantes e, ainda, os procedimentos relacionados à saúde e à segurança no trabalho.

Mais uma vez não poderia deixar de destacar que, para a realização deste trabalho, contei com a colaboração da Pesquisadora e Dra. em Biologia e Ciências Ambientais Luciana Silva Contador.

Rio de Janeiro, 16 de outubro de 2014.

Silvia Helena Menezes Pires

DIRETORIA DA ELETROBRAS

PresidenteJosé da Costa Carvalho Neto

Diretor de DistribuiçãoMarcos Aurélio Madureira da Silva

Diretor de AdministraçãoAlexandre Vaghi de Arruda Aniz

Diretor de GeraçãoValter Luiz Cardeal de Souza

Diretor Financeiro e de Relação com InvestidoresArmando Casado

Diretor de TransmissãoJosé Antônio Muniz

Diretor de RegulaçãoJosias Matos de Araujo

DIRETORIA DAS EMPRESAS DE DISTRIBUIçãO

Diretor Comercial Luiz Armando Crestana

Diretor Financeiro Paulo Roberto dos Santos Silveira

Diretor de Gestão Luis Hiroshi Sakamoto

Diretor de Assuntos Regulatórios e Projetos Especiais (Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima) Nelisson Sérgio Hoewell

Diretor de Planejamento e Expansão (Acre, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima) Pedro Mateus de Oliveira

Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Acre (interino) Luiz Armando Crestana

Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Alagoas Cícero Vladimir de Abreu Cavalcanti

Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Piauí Marcelino da Cunha Machado Neto

Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Rondônia Luiz Marcelo Reis de Carvalho

Diretor-presidente da Eletrobras Distribuição Roraima Rodrigo Moreira

Diretor-presidente da Eletrobras Amazonas Energia Antônio Carlos Faria de Paiva

Diretor de Operação da Eletrobras Amazonas Energia Eduardo Xerez Vieiralves

Diretor de Planejamento e Expansão da Eletrobras Amazonas Energia Marcos Vinícius Almeida Nogueira

Diretor de Geração Distribuída da Eletrobras Amazonas Energia José Francisco Albuquerque da Rocha

Assessoria de Gestão do Projeto Energia+Ariovaldo Stelle

Coordenação Socioambiental do Projeto Energia+Cynthia Chiarelli dos Santos

Coordenação do Macroprocesso de Sustentabilidade e Meio Ambiente das DistribuidorasAlexandre Farias Benjamim

Gerências/Assessorias de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental das DistribuidorasKelly Lacerda (AC) Jeane Santos (AL) Thiago Flores (AM) Eulália Rocha (PI) Marcio Ferreira (RO) João Roberto do Rosário (RR)

SUPERVISãO E CONTRIBUIçãO

Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição AcreKelly C. Lacerda

Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição AlagoasJeane Luiz dos Santos

Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição AmazonasThiago Flores dos Santos

Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição PiauíValdemar da Silva Torres

Gestora do Contrato na Eletrobras Distribuição RondôniaMaria do Socorro Teixeira da Silva

Gestor do Contrato na Eletrobras Distribuição RoraimaDeivinson Marques da Silva

ELABORAçãO

Consultora e EditoraSilvia Helena Menezes Pires

Pesquisa e ColaboraçãoLuciana Silva Contador

Ex

PED

iEN

TE

LiSTA DE SiGLAS

ABNTAssociação Brasileira de Normas Técnicas

ANEELAgência Nacional de Energia Elétrica

ANTTAgência Nacional de Transporte Terrestre

APA Área de Proteção Ambiental

APP Análise Preliminar de Perigos

APP Área de Preservação Permanente

APR Análise Preliminar de Riscos

ARL Área de Reserva Legal

ARTAnotação de Responsabilidade Técnica

ASVAutorização de Supressão de Vegetação

AT Alta Tensão

BM Banco Mundial

BT Baixa Tensão

CEM Campo Eletromagnético

CEMiGCompanhia Energética de Minas Gerais

CiPAComissão Interna de Prevenção de Acidentes

CNENComissão Nacional de Energia Nuclear

CONAMAConselho Nacional de Meio Ambiente

CONTRAN Conselho Nacional de Trânsito

COPELCompanhia Paranaense de Energia

DETRAN Departamento de Trânsito

DNiTDepartamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

DSTsDoenças Sexualmente Transmissíveis

EDACRE Eletrobras Distribuição ACRE

EDALAGOAS Eletrobras Distribuição Alagoas

EDEsEmpresas de Distribuição Eletrobras

EDPi Eletrobras Distribuição Piauí

EDRO Eletrobras Distribuição Rondônia

EDRR Eletrobras Distribuição Roraima

EHSEnvironmental, Health and Security (Meio Ambiente, Saúde e Segurança)

EiA Estudo de Impacto Ambiental

EPC Equipamento de Proteção Coletiva

EPiEquipamento de Proteção Individual

FAT Ficha de Acidente de Trabalho

FCP Fundação Cultural Palmares

FUNAi Fundação Nacional do Índio

GLP Gás Liquefeito de Petróleo

Ha Hectare

HHERHoras-Homem de Exposição ao Risco de Acidentes

iBAMAInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

iCMBioInstituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

iDH-MÍndice de Desenvolvimento Humano Municipal

iEF Instituto Estadual de Florestas

iFCInternational Finance Corporation (Corporação Financeira Internacional)

iGSIndicadores para Gestão da Sustentabilidade das Empresas Eletrobras

iPHANInstituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LAU Licença Ambiental Única

LCp Lei Complementar

LD Linha de Distribuição

Li Licença de Instalação

LO Licença de Operação

LP Licença Prévia

LT Linha de Transmissão

MMA Ministério do Meio Ambiente

MT Média Tensão

MTEMinistério do Trabalho e Emprego

MTRPManifesto de Transporte de Resíduos Perigosos

NACTER

Número de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica e demais instalações da distribuidora

NBR Norma Brasileira Regulamentadora

NMOFUPRNúmero de mortes decorrentes de acidentes do trabalho (funcionários próprios)

NMOFUTENúmero de mortes decorrentes de acidentes do trabalho

NMOTER

Número de mortes decorrentes de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica

NR Norma Regulamentadora

OMS Organização Mundial da Saúde

ONGs Organizações Não Governamentais

ONU Organização das Nações Unidas

PBA Projeto Básico Ambiental

PCA Plano de Controle Ambiental

PCMATPrograma de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

PCMSOPrograma de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PNMA Política Nacional do Meio Ambiente

PPRAPrograma de Prevenção de Riscos Ambientais

PRADPrograma de Restauração de Área Degradada

PROCONVEPrograma de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores

RAA Relatório de Avaliação Ambiental

RAS Relatório Ambiental Simplificado

RCA Relatório de Controle Ambiental

REN Resolução Normativa

RiMARelatório de Impacto ao Meio Ambiente

SE Subestação

SESMTServiço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

SGTDSistema de Gestão Técnica da Distribuição

SiSNAMASistema Nacional do Meio Ambiente

SNUCSistema Nacional de Unidades de Conservação

TR Termo de Referência

TxFQACTaxa de frequência de acidentes do trabalho

TxGRACTaxa de gravidade de acidentes do trabalho

SU

RiO

APRESENTAçãO 2

LISTA DE SIGLAS 6

SUMÁRIO 8

INTRODUçãO 14

CAPÍTULO 1. ESCOPO DO MANUAL AMBIENTAL DE OBRAS DAS EDEs

1.1 Critério Básico 16

1.2 Aplicação do Manual 16

1.3 Principais questões socioambientais associadas aos Sistemas de Distribuição 18

1.4 Estrutura do Manual de Obras das EDEs 20

CAPÍTULO 2. CRITÉRIOS SOCIOAMBIENTAIS PARA AS ETAPAS DE PLANEJAMENTO E ELABORAçãO DE PROJETOS

2.1 Planejamento Socioambiental dos Projetos de Linhas de Distribuição e Subestações em Alta Tensão 23

2.1.1 Levantamento das Informações Socioambientais para os Projetos de Linhas de Distribuição e de Subestações em AT 23

2.1.2 Critérios Socioambientais para a Definição da Localização das Subestações e da Rota da LD 25

2.1.2.1 Localização das SEs 25

2.1.2.2 Definição da Rota das LDs 26

2.1.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento do Projeto 27

2.2 Planejamento Socioambiental dos Projetos de Expansão da Rede na Área Urbana 28

2.2.1 Levantamento das Informações Socioambientais para a Elaboração dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na Área Urbana 28

2.2.2 Projeto de Locação dos Postes nas Áreas Urbanas 30

2.2.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na Área Urbana 31

2.3 Planejamento Socioambiental das Atividades de Reforço e Reforma de Redes Urbanas 32

CAPÍTULO 3. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

3.1 Licenciamento Ambiental 34

3.1.1 Fases do Licenciamento, Licenças Ambientais e Respectivos Prazos 35

3.1.2 Competências dos Órgãos Ambientais Federais, Estaduais e Municipais para o Licenciamento 38

3.1.3 Estudos Ambientais 40

3.1.4 Outras Licenças e Autorizações 43

3.1.5 Compensação Ambiental 45

3.1.6 Participação Pública 46

3.2 Acompanhamento do Processo de Licenciamento Ambiental e da Gestão Ambiental Associada 46

3.2.1 P rocedimentos para Acompanhamento do Licenciamento Ambiental 48

3.2.2 Responsabilidades por Danos ao Meio Ambiente e Penalidades 48

CAPÍTULO 4. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS GERAIS4.1 Responsabilidade pela Gestão Socioambiental 50

4.1.1 Da Responsabilidade por Danos 524.2 Planejamento Ambiental da Contratada 52

4.2.1 Atendimento às Normas do Ministério do Trabalho 554.2.2 Plano de Atuação em Segurança e Medicina do Trabalho 554.2.3 Plano de Atuação com as Comunidades Afetadas 56

4.3 Documentação das Ações 564.4 Relatórios de Incidentes e Ocorrências 574.5 Contatos da Contratada com Proprietários e Moradores de Imóveis Afetados 584.6 Cumprimento das Exigências Legais 59

CAPÍTULO 5. ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS RELATIVOS A LOGÍSTICA, CONSTRUçãO E MANUTENçãO5.1 Topografia e Sondagem em Linhas de Distribuição e Subestações 60

5.1.1 Topografia em Linhas de Distribuição 615.1.1.1 Implantação do Traçado 615.1.1.2 Levantamento em Planta e Perfil 615.1.1.3 Levantamento de Seções Diagonais 61

5.1.2 Topografia em Subestações 625.1.3 Serviços de Sondagem 625.1.4 Supressão de Vegetação 625.1.5 Estradas de Acesso 635.1.6 Recuperação de Áreas Degradadas 635.1.7 Revisão Final 63

5.2 Canteiros e Alojamentos 645.2.1 Mobilização para Implantação 64

5.2.1.1 Escolha de Local 645.2.1.2 Terraplenagem 655.2.1.3 Drenagem dos Canteiros 65

5.2.2 Instalações para Repouso (Alojamentos) 665.2.3 Instalações de Produção e Apoio 665.2.4 Desmobilização de Canteiros e Alojamentos 66

5.2.4.1 Eliminação das Instalações 675.2.4.2 Adequação das Instalações 67

5.3 Construção e Manutenção de Linhas de Distribuição 685.3.1 Estradas de Acesso 68

5.3.1.1 Definição do Traçado 685.3.1.2 Terraplenagem para Estradas de Acesso 685.3.1.3 Drenagem das Estradas de Acesso 695.3.1.4 Manutenção dos Acessos 705.3.1.5 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 705.3.1.6 Recuperação de Áreas Degradadas 70

5.3.2 Limpeza da Faixa de Servidão 705.3.2.1 Supressão da Vegetação 715.3.2.2 Recuperação de Áreas Degradadas 71

5.3.3 Construção das Fundações e Montagem das Estruturas 725.3.3.1 Limpeza da Área 725.3.3.2 Escavação e Reaterro das Fundações 725.3.3.3 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 725.3.3.4. Concretagem 735.3.3.5 Montagem das Estruturas 735.3.3.6 Recuperação de Áreas Degradadas 73

5.3.4 Aterramento 735.3.5 Lançamento e Grampeamento de Cabos 74

5.3.5.1 Implantação de Praças de Lançamento 745.3.5.2 Montagem e Operação de Equipamentos 74

5.3.6 Revisão Final e Comissionamento 755.4 Construção e Manutenção de Subestações 75

5.4.1 Estradas de Acesso 755.4.2 Obras Civis 75

5.4.2.1 Supressão de Vegetação 755.4.2.2 Terraplenagem 765.4.2.3 Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora 765.4.2.4 Drenagem 76

5.4.2.5 Fundações, Estruturas em Concreto e Edificações 775.4.3 Montagem Eletromecânica 78

5.4.3.1 Montagem de Estruturas e Equipamentos 785.4.3.2 Montagem dos Barramentos 795.4.3.3 Aterramento 79

5.4.4 Revisão Final e Comissionamento 795.5 Execução de Atividades de Expansão, Reforço e Reforma de Redes Urbanas 80

5.5.1 Serviços de Topografia 805.5.2 Montagem de Postes e Estruturas 80

5.5.2.1 Abertura de Cavas 805.5.2.2 Levantamento e Engastamento de Poste 815.5.2.3 Lançamento de Cabos 825.5.2.4 Montagem dos Equipamentos 825.5.2.5 Iluminação Pública 83

5.6 Armazenagem de Materiais e Equipamentos 845.7 Transporte de Trabalhadores, Equipamentos e Materiais 84

5.7.1. Aspectos Gerais 845.7.1.1 Consumo de Combustíveis no Transporte

de Trabalhadores, Equipamentos e Materiais 855.7.2 Transporte de Equipamentos e Materiais 875.7.3 Controle de Trânsito 87 5.7.3.1 Dispositivos de Sinalização Diurna 88 5.7.3.2 Dispositivos de Sinalização Noturna 88 5.7.3.3 Recuperação da Sinalização Afetada 89

5.8 Controle de Ruído 905.9 Planos de Gerenciamento de Riscos e Ações de Emergência 91

CAPÍTULO 6. ASPECTOS RELATIVOS A SAÚDE, SEGURANçA E CONFORTO DOS TRABALHADORES6.1 Marcos Legais Relacionados a Saúde, Segurança e Conforto Operacional 946.2 Mobilização de Mão de Obra 94

6.2.1 Informações à Comunidade 956.2.2 Admissão/Transferência de Funcionários 956.2.3 Treinamento 96

6.2.3.1 Importância e Inserção da Obra no Meio Ambiente e Educação Ambiental 966.2.3.2 Orientações sobre Segurança no Trabalho e Saúde 966.2.3.3 Orientações quanto ao Comportamento 97

6.3 Canteiros de Obras, Alojamentos e Instalações de Apoio 986.3.1 Gestão dos Resíduos 986.3.2 Instalações de Água e Esgotos 996.3.3 Instalações Elétricas 1006.3.4 Proteção contra Incêndios 1016.3.5 Instalações para Alimentação 1026.3.6 Instalações para Repouso (Alojamentos) 103

6.4 Atendimento Médico e Segurança 1036.4.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) 104 6.4.1.1 Equipe de Segurança 104 6.4.1.2 Equipe Médica 104 6.4.1.3 Programas de Saúde e Segurança do Trabalho 104 6.4.1.4 Análise Preliminar de Risco 1066.4.2 Monitoramento de Saúde e Segurança no Trabalho 1066.4.3 Instalações para Atendimento Médico e Segurança 1096.4.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) 1096.4.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e Coletiva (EPCs) 110 6.4.5.1 Utilização de Escadas 110

6.5 Segurança no Transporte 1116.5.1 Transporte de Pessoal 1116.5.2 Transporte de Materiais e Equipamentos 112

6.6 Segurança na Operação de Máquinas e Equipamentos 1126.6.1 Ferramentas de Uso Individual 1126.6.2 Máquinas em Oficinas 113

6.7 Medidas de Segurança nas Obras de Linhas de Distribuição 1136.7.1 Faixa de Servidão 1136.7.2 Escavações Manuais e Mecânicas 1146.7.3 Operações de Estaqueamento 114

6.7.4 Concretagem 1146.7.5 Reaterro 1146.7.6 Contrapeso 1156.7.7 Montagem das Estruturas e Cadeias de Isoladores 115

6.7.7.1 Estruturas de Madeira e de Concreto 1156.7.7.2 Estruturas Metálicas 1156.7.7.3 Estruturas Estaiadas 1156.7.7.4 Cadeia de Isoladores 115

6.7.8 Lançamento de Cabos Condutores e Para-raios 1166.7.9 Trabalhos Próximos a Linhas Energizadas 116

6.8 Medidas de Segurança nas Obras Civis das Subestações 1176.8.1 Escavações Manuais e Mecânicas 1176.8.2 Malha de Terra 1176.8.3 Montagem Eletromecânica 117

6.8.3.1 Cablagem e Fiação Geral 1176.8.3.2 Estruturas e Arranjos 1176.8.3.3 Aterramento 118

6.9 Medidas de Segurança nas Atividades de Expansão, Reforço e Reforma de Redes Urbanas 1186.10 Medidas de Segurança para a Utilização de Substâncias Perigosas 1186.11 Sinalização de Segurança 119

6.11.1 Sinalização de Trânsito 1196.11.2 Outros tipos de Sinalização 120

6.12 Medidas de Segurança para Trabalho em Linha Viva 1206.13 Medidas de Segurança para Trabalho em Altura em Postes e Estruturas 1206.14 Medidas de Segurança relativas à Exposição Ocupacional aos Campos Eletromagnéticos (CEM) 1216.15 Desmobilização de Mão de Obra 121

6.15.1 Informações à Comunidade 1216.15.2 Exames Demissionais 1216.15.3 Orientação ao Trabalhador 121

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 122

ANEXOS

ANEXO I – LICENCIAMENTO 126I.1 Terras Indígenas 126I.2 Áreas Ocupadas por Populações Tradicionais 129I.3 Proteção ao Patrimônio Arqueológico 129I.4 Proteção ao Patrimônio Espeleológico 131I.5 Acompanhamento do Licenciamento Ambiental 134

ANEXO II – ARBORIZAçãO EM ÁREA URBANA E PODAS DE ÁRVORE 138II.1 Importância da arborização 138II.2 Aspectos Legais e Arborização Urbana 138II.3 Convivência entre Árvores e Redes de Distribuição de Energia Elétrica 141 II.3.1 Alternativas Técnicas para Distribuição de Energia Elétrica 141

II.3.2 Alternativas Técnicas para Iluminação Pública 142 II.3.3 Alternativas Técnicas de Manejo das Árvores 142

II.4 Planejamento da Arborização 144 II.4.1 Inventário da Arborização 144

II.4.2 Escolha das Espécies 146 II.4.3 Avaliação e Correção do Solo 147

II.5 Plantio 147 II.5.1 Mudas 147

II.5.2 Escolha de Local 147II.6 Manejo de Arborização 147 II.6.1 Remoção de Árvores em Risco 147

II.6.2 Controle de Pragas e Doenças 148 II.6.3 Poda de Árvores 148

II.7 Segurança nos Procedimentos de Intervenções em Árvores 150 II.7.1 Normas Reguladoras para Segurança 151 II.7.2 Equipamentos de Segurança 152 II.7.3 Procedimentos Preliminares 154 II.7.4 Recomendações na Execução 154II.8 Técnicas de Poda 155

II.9 Gestão de Resíduos 156

ANEXO III – SUPRESSãO DE VEGETAçãO 158III.1 Introdução 158III.2 Aspectos Legais 158III.3. Definições 162III.4 Critérios para Corte da Vegetação 163 III.4.1 Orientações Gerais 163III.5 Gestão de Resíduos 164III.6 Segurança nos Procedimentos de Corte de Vegetação 164

ANEXO IV – IMPLEMENTAçãO E MANUTENçãO DE FAIXA DE SERVIDãO 168IV.1 Introdução 168IV.2 Aspectos Legais 168IV.3 Definições 170IV.4 Etapas da Implementação da Faixa de Servidão 170IV.5 Critérios Gerais para Corte da Vegetação em Faixa de Servidão 171IV.6 Manutenção de faixa de Servidão 172IV.7 Segurança nos Procedimentos 172IV.8 Gestão de Resíduos 174

ANEXO V – RECUPERAçãO DE ÁREAS DEGRADADAS 176V.1 Definições 176V.2 Aspectos Legais 177V.3 Procedimentos 178V.4 Medidas de Acompanhamento/Indicadores 179

ANEXO VI – EXPLORAÇÃO DE ÁREAS DE EMPRÉSTIMO E BOTA-FORA 181VI.1 Princípios Básicos 181VI.2 Áreas de Empréstimo 181VI.3 Áreas de Bota-Fora 181

ANEXO VII – OBRAS EM ÁREAS ESPECIAIS 182VII.1 Cuidados com Áreas Sensíveis 182VII.2 Obras Civis Próximas a Cursos D’água 182VII.3 Obras em Áreas Urbanas 183

ANEXO VIII – Redes Subterrâneas 184 VIII.1 Introdução 184 VIII.2 Características das Redes Subterrâneas 186 VIII.3 Recomendações para as Escavações 188 VIII.4 Saúde e Segurança em Construção e Manutenção de Redes Subterrâneas 190

ANEXO IX – Guia para Elaboração de Mapa de Risco 192

ANEXO X – Guia para Inspeção de Segurança 193X.1 Guia de Inspeção Civil 194X.2 Guia de Inspeção Montagem Eletromecânica 197X.3 Guia de Inspeção da Montagem Elétrica 200X.4 Guia de Inspeção para Linha de Distribuição 203X.5 Checklist da Documentação de Segurança 206

As Empresas de Distribuição da Eletrobras estão buscando a normatização e a padronização dos procedimentos na área ambiental, para apoiar a melhoria do seu desempenho socioambiental e, assim, contribuir para o avanço na direção da sustentabilidade.

Visando evitar e minimizar os impactos socioambientais associados aos sistemas de distribuição das EDEs, o “Manual Ambiental de Obras”, apresentado neste relatório, consolida um conjunto de critérios, procedimentos, técnicas e recomendações a ser adotado pelas empresas, abrangendo as etapas iniciais do processo de planejamento e elaboração dos projetos, a construção e as atividades de manutenção do sistema. Esse conjunto deverá ser incluído nos contratos de prestação de serviços e de fornecimento de materiais.

Neste Manual, são também destacados os processos de licenciamento ambiental e o cumprimento das condicionantes relativas aos empreendimentos.

Com a incorporação de critérios e procedimentos socioambientais às atividades desenvolvidas pelas EDEs, de modo sistemático e padronizado, busca-se atender aos requerimentos legais e aos conceitos,

iNTR

OD

ÃO

Manual Ambiental de Obras das Empresas de Distribuição da Eletrobras

princípios e diretrizes das políticas, códigos, compromissos e Manuais já estabelecidos para as Empresas Eletrobras, bem como às políticas de salvaguarda e diretrizes socioambientais que norteiam os projetos financiados pelo Banco Mundial.

Para a elaboração do Manual Ambiental de Obras, foram tomados como referência:

• Dispositivos da legislação ambiental federal e estadual pertinentes.

• Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) pertinentes.

• Normas Regulamentadoras (NR) do Ministério do Trabalho relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

• Políticas de Salvaguarda e Diretrizes para Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco Mundial.

• Environmental, Health, and Safety Guidelines for Electric Power Transmission and Distribution (IFC, World Bank).

• Environmental, Health, and Safety General Guidelines (IFC, World Bank).

• Conceitos, diretrizes, instruções e metas pertinentes contidos nos seguintes documentos produzidos para as Empresas Eletrobras:

- Políticas e Diretrizes Institucionais das Empresas Eletrobras.

- Política Ambiental das Empresas Eletrobras.

- Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras.

- Política de Recursos Hídricos.

- Código de Ética.

- Política de Logística de Suprimentos.

- Manual de Boas Práticas de Sustentabilidade para a Cadeia de Suprimento das Empresas Eletrobras.

- Política Corporativa de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

- Declaração de Compromisso da Eletrobras sobre Mudanças Climáticas.

- Programa de Coleta Seletiva Solidária.

• Conjunto de relatórios que compõem os “Subsídios para Adequação das Especificações Técnicas para Construção de Linhas de Transmissão e de Subestações aos Critérios Ambientais”, elaborados pela Eletrobras, no âmbito do Projeto de Interligação Elétrica Norte-Sul. (Eletrobras, 2000).

• “Manual de Procedimentos de Redes de Distribuição” (EDE, 2012), que estabelece procedimentos e critérios para projetos de redes de distribuição aéreas urbanas, de modo a garantir as condições técnicas, econômicas e de segurança necessárias a um adequado fornecimento de energia elétrica.

• “Manual de Normatização da Expansão de Alta Tensão – Projetos de Subestações de Linhas de Distribuição de Alta Tensão”. (EDE, 2014, em aprovação).

• Documentos relativos ao Projeto IGS (conjunto de indicadores e protocolos).

• Procedimentos que já se encontram normalizados ou que constam em Guias ou Manuais nas EDEs, bem como aqueles que, embora não se constituam em normas, já vêm sendo adotados como rotina pelas empresas na execução de obras de expansão e melhorias das suas redes de distribuição, bem como na manutenção, e que foram destacados no Produto 4.

• Procedimentos utilizados pelas empresas de referência considerados como boas práticas, bem como procedimentos e recomendações contidos nos Manuais/ Especificações de Segurança no Trabalho de algumas destas empresas, tomando como base o levantamento apresentado nos relatórios dos Produtos 2 e 3 deste trabalho. Destacam-se dois Manuais para sistemas de distribuição elaborados por duas empresas brasileiras: “Manual de Instruções Técnicas – (MIT – 163101) – Procedimentos para Execução de Obras”, elaborado pela COPEL Distribuição (2014), e “Especificação de Segurança do Trabalho em Obras de Linhas e Subestações de Distribuição”, elaborado pela CEMIG (2007).

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Neste Manual, são estabelecidos os critérios e procedimentos a serem aplicados pelas Empresas de Distribuição Eletrobras, de modo a garantir que o fornecimento de energia elétrica seja realizado sob condições socioambientais adequadas, em conformidade com os requisitos legais e atendendo às diretrizes das Empresas Eletrobras e do Banco Mundial e seguindo as boas práticas adotadas pelas empresas de referência no segmento de distribuição de energia elétrica do país.

Neste Capítulo, inicialmente, são apresentados os critérios básicos e é estabelecida a abrangência da aplicação do Manual. Em seguida, são indicados os potenciais impactos associados às diversas etapas de desenvolvimento das atividades envolvidas na execução das obras das EDEs, que norteiam a definição das ações e procedimentos para evitá-los ou reduzi-los. Finalmente, é apresentada a estrutura adotada para organização dos tópicos deste Manual.

1.1 CRiTÉRiO BáSiCO

Este Manual adota como critério básico a incorporação de procedimentos e técnicas socioambientalmente adequados aos processos desenvolvidos nas EDEs, visando a prevenção e a mitigação dos impactos sobre o meio ambiente e a saúde e a segurança dos colaboradores das EDEs e da população local e a melhoria da gestão ambiental.

A incorporação de requisitos e critérios socioambientais será observada desde o planejamento e a elaboração dos projetos de expansão, reforma ou reforço, durante a construção e a implantação de tais projetos e na operação do sistema de distribuição, bem como nas atividades de manutenção.

Deve estar em conformidade com as políticas públicas, com os marcos legais e regulatórios pertinentes, bem como com os acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário, com as Políticas Ambientais e de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras e com as Políticas de Salvaguarda e Diretrizes para Meio Ambiente, Saúde e Segurança do Banco Mundial.

Com a internalização de um padrão de boas práticas em relação aos aspectos socioambientais associados à execução de obras de expansão, reforma e reforço nas EDEs e à manutenção do sistema de distribuição, espera-se, ainda, proporcionar uma maior conscientização por parte dos colaboradores e estabelecer um canal de comunicação com as comunidades para difusão das boas práticas, envolvendo, também, as empresas prestadoras de equipamentos e serviços às EDEs no processo de melhoria da qualidade ambiental.

1.2 APLiCAÇÃO DO MANUAL

Os critérios, procedimentos, técnicas e recomendações para prevenção e mitigação dos potenciais impactos socioambientais apresentados no Manual deverão ser aplicados a:

1) Obras de melhoria de desempenho operacional (reforço) das redes de Média Tensão (MT) e Baixa Tensão (BT) em áreas urbanas consolidadas já servidas por energia elétrica, para melhoria da qualidade de serviço e controle de perdas técnicas, abrangendo os consumidores residenciais, comerciais e de serviços. Envolve atividades tais como:

Escopo do Manual Ambiental de Obras das EDEs

CAPíTULO 1

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• Construção de novos alimentadores de redes de distribuição de MT e BT (< 34,5 kV).

• Recondutoramento, reforma e seccionamento das redes de MT e BT.

• Instalação de religadores telecomandados.

• Instalação de bancos de capacitores e reguladores de tensão.

2) Obras de Reformas das redes de Média Tensão e Baixa Tensão (< 34,5 kV) em áreas urbanas, para redução de perdas não técnicas em áreas urbanas consolidadas – residenciais, incluindo as de baixa renda, e usos comerciais, industriais e de serviços. Engloba atividades tais como:

• Aquisição e instalação de equipamentos de leitura de medição remota e monitoramento de grandes consumidores em AT, MT e BT (< 138kV) – digitalização de unidades consumidoras em MT e BT, substituição de medidores obsoletos e telemedição de alimentadores.

• Regularização de unidades consumidoras em áreas com processo de integração à malha urbana regular (substituição de redes improvisadas, introdução de medidores e cobrança de energia consumida; digitalização de condomínios).

3) Expansão dos Sistemas de Distribuição em Alta Tensão (AT) – Linhas de Distribuição e Subestações para conexões interurbanas, envolvendo as seguintes atividades:

• Construção de novas linhas de distribuição e interligações em 69kV:

1. Instalação de canteiros de obras.

2. Implantação dos acessos.

3. Limpeza da faixa de servidão.

4. Locação, execução das fundações, montagem das estruturas e pintura da sinalização.

5. Lançamento e instalação de cabos condutores.

6. Instalação do sistema de aterramento.

7. Revisão final e comissionamento.

8. Desmobilização dos canteiros da obra e alojamentos.

• Aquisição de materiais e equipamentos (estruturas, isoladores e cabos, etc.).

• Construção de subestações:

1. Instalação de canteiros de obras e alojamentos.

2. Estradas de acesso.

3. Preparo da área (supressão de vegetação, terraplenagem, áreas de empréstimo e bota-fora, drenagem).

4. Obras civis (drenagem, estruturas em concreto e edificações).

5. Montagem eletromecânica (estruturas, equipamentos, barramentos, aterramento).

6. Recuperação complementar de áreas degradadas.

7. Desmobilização dos canteiros da obra e alojamentos.

O Manual também se aplica aos aspectos socioambientais associados às atividades de manutenção das redes urbanas e rurais.

Buscou-se também destacar alguns aspectos ambientais relacionados a linhas e redes subterrâneas.

1.3 PRiNCiPAiS QUESTÕES SOCiOAMBiENTAiS ASSOCiADAS AOS SiSTEMAS DE DiSTRiBUiÇÃO

Para as obras de reforço e reforma de redes, as ações que deverão ser objeto de maior atenção sob o ponto de vista da gestão ambiental são aquelas que ocorrem no período de implantação das intervenções propostas, tais como:

(i) Construção de novos alimentadores em MT e BT, locação de postes.

Para a expansão dos sistemas de distribuição em AT, com implantação de linhas de distribuição e de subestações, os principais impactos socioambientais potenciais que se destacam para a gestão ambiental durante os períodos de construção e de operação e manutenção encontram-se indicados no Quadro 2.

Quadro 1. impactos Socioambientais associados às Obras de Reforço e Reforma de Redes Urbanas

ATiViDADES POTENCiAiS iMPACTOS AMBiENTAiS NEGATiVOS

Transporte das equipes de obra - Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)- Emissões de CO2

Transporte de materiais/equipamentos (condutores, postes, isoladores, transformadores, religadores, reguladores de tensão, capacitores, para-raios, chaves seccionadoras, etc.)

- Vazamento/derramamento de produtos químicos- Emissões de CO2

- Risco de acidente

Retirada e/ou instalação de condutores, condutores protegidos, cabos multiplexados, postes, isoladores, transformadores, religadores, reguladores de tensão, capacitores, para-raios, chaves seccionadoras, etc.

- Poda de árvores- Supressão de vegetação- Geração de resíduos perigosos- Geração de resíduos sólidos - Remoção do solo e de pavimentação (pavimentos de calçadas

demolidos).- Contaminação do solo (resíduos de concreto, alumínio, ferro,

cobre, plástico, porcelana, vidro, estopa, óleo, graxa e solvente)- Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)- Poluição sonora e visual- Emissão de particulados, poeira- Interferência no trânsito nas áreas urbanas

Desligamentos programados- Substituição de redes improvisadas

- Interrupção no fornecimento de energia

-Regularização de unidades consumidoras (instalação de medidores de energia ou telemedição)

- Ônus adicional mensal sobre o orçamento familiar

Operação e manutenção- Risco de eletrocussão (a pessoal próprio, terceiros e população)- Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)

(ii) Substituição de condutores, postes, troca de medidores e outros equipamentos.

(iii) Transporte das equipes.

(iv) Transporte e manejo de equipamentos elétricos.

(v) Manuseio de resíduos perigosos.

(vi) Geração de grande volume de resíduos gerados pelo desmanche de equipamentos ou substituição de equipamentos obsoletos.

No Quadro 1, são apresentados os impactos socioambientais potenciais associados a tais ações, sendo necessário observar critérios e medidas ambientais para sua prevenção ou mitigação na elaboração dos projetos, durante o período de construção e durante a operação e a manutenção.

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Quadro 2. impactos Socioambientais Potenciais associados a Linhas de Distribuição e Subestações em AT

ETAPA ATiViDADE POTENCiAiS iMPACTOS AMBiENTAiS NEGATiVOS

Abertura de estradas de acesso, de áreas para o canteiro de obras, de faixa de servidão, de áreas para montagem das estruturas e para lançamento de condutores

- Supressão da cobertura vegetal- Erosão do solo - Interferência nos habitats terrestres- Interferência nos habitats aquáticos - Contaminação de corpos d’água- Contaminação do solo- Geração de resíduos sólidos- Geração de resíduos perigosos- Interferência em áreas legalmente protegidas- Geração de expectativas na população afetada- Desapropriação de terras- Restrição ao uso do solo na faixa de servidão- Deslocamento da população afetada- Interferências com populações indígenas ou minorias étnicas- Indução à ocupação desordenada das margens da LD e/ou

das estradas de acesso- Interferência em atividades agropecuárias- Interferência em edificações, vias públicas e no tráfego- Interferência em locais de interesse histórico e/ou cultural

Fundações, montagem de estruturas e lançamento de condutores

- Danos temporários às áreas cultivadas- Supressão da cobertura vegetal

Transporte de equipamentos e materiais pesados

- Interferência no tráfego, com danos às estradas vicinais e às vias públicas, principalmente nas áreas urbanas

- Contaminação do solo por vazamentos de produtos perigosos- Contaminação dos corpos hídricos por vazamentos de produtos perigosos- Emissões de CO2

- Risco de acidentes

Transporte das equipes de obra e afluxo de trabalhadores durante a construção

- Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)- Emissões de CO2

- Disseminação de doenças transmissíveis

Presença de obstáculo artificial

- Exposição da população aos efeitos dos campos eletromagnéticos, principalmente em áreas urbanas

- Risco de eletrocussão- Interferências eletromagnéticas e ruído audível- Impacto visual em áreas de importância cultural, histórica ou paisagística- Interferências com populações indígenas ou minorias étnicas

Manutenção das linhas e Subestações

- Risco de acidentes no transporte das equipes (ao pessoal próprio e a terceiros)- Contaminação do solo por vazamentos de óleos e outros produtos perigosos- Contaminação dos corpos hídricos por vazamentos de óleos e outros produtos

perigosos- Emissões de CO2

- Risco de acidentes devido a trabalho em altura elevada- Exposição aos campos eletromagnéticos (ao pessoal próprio e a terceiros)- Exposição a produtos químicos (ao pessoal próprio e a terceiros)- Para as redes e estações transformadoras subterrâneas, destaca-se

o trabalho em espaços fechados, como caixas subterrâneas e estações

Manutenção da faixa de servidão

- Podas e supressão de vegetação- Geração de resíduos sólidos

Manutenção deficiente da faixa de servidão da LD, permitindo invasões

- Interferência na linha, com risco de acidentes- Risco de eletrocussão para a população- Interrupção no fornecimento de energia- Deposição de lixo/entulho

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20

O Manual Ambiental de Obras é constituído por seis Capítulos e nove anexos, de acordo com a seguinte organização:

1.4 ESTRUTURA DO MANUAL DE OBRAS DAS EDEs

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1.4 ESTRUTURA DO MANUAL DE OBRAS DAS EDEs

Capítulo 1: Escopo do Manual Ambiental de Obras das EDEs, apresentado neste Capítulo.

Capítulo 2: Critérios Socioambientais para as Etapas de Planejamento e Elaboração de Projetos – apresenta critérios socioambientais voltados para as etapas iniciais do processo de planejamento e de desenvolvimento das atividades associadas aos sistemas de distribuição, de forma que os projetos e as ações já sejam concebidos e planejados adequadamente sob os pontos de vista socioambiental e de sustentabilidade.

Capítulo 3: Licenciamento Ambiental – apresenta os requisitos legais para o licenciamento ambiental dos empreendimentos (licenças ambientais e autorizações, competências dos agentes federais, estaduais e municipais no processo, compensação ambiental, participação pública); documentos técnicos e estudos complementares; e sugestão de procedimentos para o acompanhamento do processo de licenciamento e da gestão ambiental associada.

Capítulo 4: Aspectos Socioambientais Gerais – são destacadas as principais questões e exigências relacionadas aos aspectos socioambientais a serem observadas durante a realização das obras, visando orientar as equipes próprias das EDEs envolvidas no desenvolvimento dessas atividades, seja como executora dos serviços, seja como gestora, bem como para a elaboração dos contratos de prestação de serviços e para a sua fiscalização por parte das EDEs.

Capítulo 5: Aspectos Socioambientais Relativos a Logística, Construção e Manutenção – estabelece as instruções e os procedimentos socioambientais para execução de obras e serviços para as atividades abrangidas no escopo deste Manual.

Capítulo 6: Aspectos Relativos a Saúde, Segurança e Conforto dos Trabalhadores – apresenta as diretrizes e recomendações para a Saúde, a Segurança e o Bem-Estar dos trabalhadores envolvidos na execução de obras das EDEs.

Foram elaborados os ANEXOS, indicados a seguir, contendo informações e indicações mais detalhadas sobre temas socioambientais e de segurança e saúde ocupacional considerados mais relevantes para o desenvolvimento das atividades abordadas neste Manual.

ANEXO I – Acompanhamento do Licenciamento Ambiental

ANEXO II – Arborização em Área Urbana e Podas de Árvore

ANEXO III – Supressão de Vegetação

ANEXO IV – Limpeza da Faixa de Servidão

ANEXO V – Recuperação de Áreas Degradadas

ANEXO VI – Exploração de Áreas de Empréstimo e Bota-Fora

ANEXO VII – Obras em Áreas Especiais

ANEXO VIII – Guia para Elaboração de Mapa de Risco

ANEXO IX – Guia para Inspeção de Segurança

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Critérios Socioambientais para as Etapas de Planejamento e Elaboração de Projetos

Considerando os princípios da Política Ambiental das Empresas Eletrobras, destacam-se para a elaboração deste Manual:

• Assegurar a manutenção de um processo sistemático e contínuo de melhoria nas práticas de gestão.

• Assegurar a incorporação da dimensão ambiental aos processos das empresas.

Dentre as diretrizes gerais dessa Política, aquelas relativas à articulação interna, à articulação externa e ao relacionamento com a sociedade sintetizam as orientações básicas a serem observadas nas etapas de planejamento e na elaboração dos projetos, por buscarem

garantir não somente a melhoria das práticas socioambientais, mas, principalmente, a integração da dimensão socioambiental aos processos da empresa e à melhoria do relacionamento com a sociedade. São destacadas dentre esse conjunto de diretrizes:

• As questões ambientais dos empreendimentos devem ser tratadas de forma articulada entre as áreas da empresa e incorporadas aos processos de tomada de decisão.

• Os princípios e as diretrizes desta política devem ser incorporados aos contratos e parcerias firmados.

CAPíTULO 2

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• As oportunidades de desenvolvimento sustentável local e regional decorrentes dos empreendimentos devem ser potencializadas.

• As especificidades dos ecossistemas e das comunidades locais devem ser consideradas nas articulações das ações e programas ambientais com ações e políticas públicas.

• As empresas Eletrobras devem dialogar com os diversos atores sociais envolvidos desde o início do planejamento dos empreendimentos, identificando suas expectativas e necessidades.

• As empresas Eletrobras devem estabelecer um processo contínuo de comunicação e esclarecimento ao público sobre questões relacionadas à energia elétrica e às ações ambientais.

Nesse sentido, neste Capítulo são apresentados critérios socioambientais voltados para as etapas iniciais do processo de planejamento e de desenvolvimento das atividades associadas aos sistemas de distribuição, de forma que os projetos e as ações já sejam concebidos e planejados adequadamente sob os pontos de vista socioambiental e de sustentabilidade. Busca-se, por um lado, evitar, sempre que possível, e reduzir os impactos negativos e, por outro lado, potencializar as oportunidades para o desenvolvimento sustentável nas áreas de atuação das EDEs.

As demais diretrizes gerais e as diretrizes específicas da Política Ambiental também dão suporte e orientam o detalhamento desses critérios, bem como as salvaguardas e diretrizes (EHS Guidelines) estabelecidas pelo Banco Mundial.

2.1 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DOS PROJETOS DE LiNHAS DE DiSTRiBUiÇÃO E SUBESTAÇÕES EM ALTA TENSÃO

2.1.1 Levantamento das informações Socioambientais para os Projetos de Linhas de Distribuição e de Subestações em AT

A relativa flexibilidade locacional associada aos sistemas de distribuição permite que sejam evitadas e minimizadas diversas interferências socioambientais negativas com a escolha da localização das subestações e das linhas de distribuição, orientada também por critérios socioambientais.

Nesse sentido, o levantamento de informações para a elaboração dos projetos deve abranger, além das informações necessárias para garantir as condições técnicas, econômicas e de segurança necessárias a um adequado fornecimento de energia elétrica, aquelas relativas aos aspectos socioambientais necessárias à efetiva incorporação da dimensão socioambiental na concepção dos projetos.

O levantamento, nesta etapa, deve tomar como base os dados secundários existentes sobre a região onde ocorrerá a intervenção, sendo realizado, principalmente, com base em informações obtidas junto a órgãos públicos, agências governamentais especializadas (federais, estaduais e municipais), universidades e institutos de pesquisa. As informações compreendem referências bibliográficas, documentais, cartográficas e estatísticas, bem como imagens de satélite, fotos, restituições e eventuais sobrevoos em situações especiais. No Quadro 3 é apresentado um conjunto de aspectos socioambientais cujas informações são relevantes para o projeto das linhas de distribuição, levando em conta as regiões onde serão implantadas.

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Quadro 3. Levantamento de informações Socioambientais para Projetos de Linhas de Distribuição e Subestações

ASPECTOS AMBiENTAiS CONTEÚDO

Clima - Características do clima e das condições meteorológicas (vento, temperatura, umidade do ar, nível ceráunico e regime de chuvas).

Geologia/Geomorfologia/ /Geotecnia

- Características geológicas da região e condições geotécnicas e geomorfológicas.- Características morfodinâmicas (áreas críticas em relação à erosão, etc.).- Hipsometria e altimetria da região.

Recursos Minerários

- Áreas com potencial exploração metalogenético.- Áreas com ocorrências minerais de valor econômico e estratégico mineral (minas com decreto

de lavra e garimpos).- Ocorrências hidrominerais.

Solos - Características dos tipos de solos existentes ao longo do corredor, bem como de seus potenciais agrícolas.

Recursos Hídricos e Usos Da Água

- Identificação de corpos d’água, áreas inundáveis e usos da água na área de estudo (navegação, pesca, irrigação, etc.).

Vegetação e Uso do Solo

- Identificação das principais fitofisionomias da região de estudo, localizando e caracterizando o estado de conservação e quantificando a área das principais tipologias florestais.

- Caracterização do uso do solo na região (áreas urbanas, áreas de pastagem, áreas de agricultura, áreas industriais, áreas para lazer, recreação, turismo na região de estudo).

Habitats Naturais

- Estado de conservação dos ecossistemas, estimativa da distribuição e composição da fauna, com base na literatura existente.

- Identificação de habitats especiais e áreas de interesse ecológico e da presença de espécies endêmicas, raras, ameaçadas de extinção, de interesse científico ou econômico, tanto animais quanto vegetais.

Áreas Protegidas

- Identificação e localização das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Uso Sustentável federais, estaduais e municipais.

- Identificação e localização de Áreas Prioritárias para Conservação da Biodiversidade, Corredores Ecológicos e Reserva da Biosfera.

- Identificação e localização das Áreas de Preservação Permanente (matas ciliares e encostas) e demais áreas protegidas por lei.

Patrimônio Físico-Cultural

- Localização de patrimônios da humanidade, históricos, culturais arqueológicos, paleontológicos, paisagísticos, espeleológicos e ecológicos.

- Identificação e caracterização de sítios de relevante interesse ambiental, principalmente monumentos naturais e acidentes geográficos relevantes.

Organização Territorial das regiões atravessadas (ou dos municípios interligados ou atravessados pelo sistema de distribuição)

- Localização e identificação das sedes municipais e distritais e contingente populacional.- População urbana e rural, dinâmica populacional e distribuição espacial, e IDH-M

(renda, longevidade e educação).- Áreas com densidade significativa de populações rurais- Estrutura fundiária; condição de propriedade; dados de produção.- Localização dos assentamentos rurais e das áreas de conflito pela terra e ambientais.

Infraestrutura

- Identificação e localização de rodovias, estradas vicinais, ferrovias, aeroportos, aeródromos, heliportos, hidrovias, oleodutos, gasodutos, aquedutos, pontes, sistemas de transmissão existentes e planejados, sistemas de telecomunicação (telefonia e TV a cabo) e outras obras situadas ou planejadas na região a ser atravessada, que possam se constituir em restrições ou atração à passagem da Linha de Distribuição, bem como à localização da Subestação.

- Gestão de Resíduos Sólidos e Perigosos nos níveis estadual e municipal.

Atividades econômicas

- Atividades econômicas a serem potencialmente afetadas.- Instalações industriais e agroindustriais.

População Indígena - Localização das Terras Indígenas existentes na região e suas vizinhanças, identificando seus limites, população, situação legal das terras e conflitos potenciais.

Grupos remanescentes de quilombos, minorias étnicas ou populações tradicionais

- Localização das áreas, seus limites, população, situação legal das terras e conflitos potenciais.

Movimentos sociais - Principais ONGs e associações atuantes na região.

Áreas de Interesse Estratégico

- Identificação e localização dos obstáculos de natureza estratégica, situados na região a ser atravessada pela linha, tais como: áreas de manobras militares aéreas e terrestres, estações de rastreamento, bases aéreas, navais ou militares.

Licenciamento Ambiental

- Dispositivos legais no âmbito federal, estadual e municipal sobre os temas indicados neste quadro e outros relativos ao planejamento regional e urbano e ao meio ambiente na região em estudo.

- Dispositivos legais pertinentes relacionados à obtenção de licenças e autorizações para as atividades envolvidas na implantação das LDs e SEs.

O planejamento das atividades nessa etapa deve também levar em conta os aspectos relacionados à gestão de resíduos, em conformidade com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs e os requisitos dos Planos de Gerenciamento de Resíduos nos níveis estadual e municipal. Nessa fase, podem também ser estabelecidas parcerias com o governo estadual e as prefeituras, bem como Associações de Catadores, buscando, desse modo, cooperar com a gestão dos resíduos nas áreas de atuação das EDEs, em consonância com o princípio da “responsabilidade compartilhada”, preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Ainda nessa fase de planejamento, deve ser estabelecido um Programa de Gerenciamento de Riscos que estabeleça orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes, sempre levando em consideração os riscos ambientais e os riscos à saúde e à segurança dos trabalhadores associados às atividades a serem desenvolvidas, identificando as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada risco identificado.

2.1.2 Critérios Socioambientais para a Definição da Localização das Subestações e da Rota da LD

A interpretação e a análise integrada dos dados levantados sobre a região a ser atravessada pela Linha de Distribuição e da provável localização das subestações devem permitir identificar as áreas mais adequadas ou favoráveis, bem como aquelas áreas que devem ser evitadas, de modo a reduzir as interferências e os impactos ao meio ambiente, considerando os aspectos construtivos.

Vale ressaltar que a Portaria MMA 421/2011 estabeleceu critérios para classificação dos empreendimentos de transmissão e distribuição de energia elétrica para fins de definição dos procedimentos a serem seguidos no licenciamento ambiental, como será detalhado no Capítulo 4. Por essa Portaria MMA, são classificados como empreendimentos de significativo impacto ambiental, independentemente da tensão e da extensão, os empreendimentos cuja área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha de transmissão implicar em:

1) remoção de população que implique na inviabilização da comunidade e/ou sua completa remoção;

2) localização em sítios de: reprodução e descanso identificados nas rotas de aves migratórias; endemismo restrito e espécies ameaçadas de extinção reconhecidas oficialmente;

3) supressão de vegetação nativa arbórea acima de 60% da área total da faixa de servidão, definida pela declaração de utilidade pública ou de acordo com a NBR-5422 e suas atualizações.

Além disso, independentemente da ocorrência dessas situações, se a área de implantação de subestações ou de faixas de servidão afetar unidades de conservação de proteção integral ou promover intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de estruturas ou subestações, tais empreendimentos também serão classificados como de significativo impacto ambiental.

Por outro lado, essa mesma Portaria MMA 421/2011 classifica como de pequeno potencial de impacto ambiental as linhas de transmissão implantadas ao longo da faixa de domínio de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão e outros empreendimentos lineares preexistentes, ainda que situadas em terras indígenas, em territórios quilombolas ou em unidades de conservação de uso sustentável.

Assim, tais critérios devem orientar prioritariamente a escolha da localização das LDs e SEs, visando a sua classificação como empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental.

2.1.2.1 Localização das SEs

A localização do terreno das subestações deve levar em conta, além dos requisitos elétricos do sistema de distribuição, a existência, tanto quanto possível, de infraestrutura necessária à construção, operação e manutenção da subestação. Essa localização deve também prever a possibilidade de expansão do sistema. Devem ser previstos, ainda, locais para implantação de canteiros de obra, áreas de bota-fora e áreas de empréstimo.

Deve atender também às orientações da análise integrada das informações levantadas, conforme proposto no item 2.1, e recorrer a informações provenientes de visitas ao local, de modo a evitar as interferências socioambientais, principalmente as classificadas como de significativo potencial de impacto, já citadas anteriormente.

Na medida do possível, a SE deverá estar afastada dos perímetros urbanos ou das comunidades e observar as restrições relativas aos patrimônios físico-culturais, às unidades de conservação de proteção integral e demais áreas protegidas, bem como às terras indígenas e àquelas ocupadas por populações tradicionais, respeitando os limites estabelecidos no Anexo III da Portaria Interministerial nº 419/2011.

Deverá também ser evitada a proximidade com as áreas de interesse estratégico mencionadas no Quadro 3.

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2.1.2.2 Definição da Rota das LDs

A definição da rota da LD deve observar o conjunto de critérios apresentado a seguir, que integra critérios de engenharia, econômicos e socioambientais, devendo sempre ser levados em conta, nessa definição, os caminhamentos que favoreçam a futura expansão do sistema.

Devem ser previstos locais para a instalação do canteiro de obras, áreas de bota-fora e áreas de empréstimo.

a) Proximidade de acessos e apoio logístico

Sempre que possível, a rota de Linha de Distribuição deverá estar próxima a locais de apoio logístico, como estradas de leito trafegável por veículos motorizados de grande carga, para facilitar sua construção e manutenção. Nas regiões onde já houver corredores de transmissão ou de transporte (ferrovias, rodovias) ou outros empreendimentos lineares preexistentes, tais áreas devem ser selecionadas preferencialmente.

b) Locais que requerem atenção especial

• Áreas alagadas ou inundáveis e de solos fisicamente pouco estruturados e suscetíveis à erosão devem ser evitadas.

• Travessias sobre rodovias, ferrovias, gasodutos, sistemas de comunicação, sempre que possível, devem ser evitadas. Nos locais de travessia, deve ser buscado o maior ângulo de cruzamento de estradas de rodagem importantes, ferrovias, grandes rios, matas ciliares e outras Linhas de Distribuição que porventura existam na região.

• Proximidade ou vizinhança de aeródromos, campos de pouso, depósitos de explosivos, de combustíveis, oleodutos, adutoras e similares, áreas industriais, em especial as químicas, passíveis de lançarem fumaças e gases corrosivos prejudiciais às estruturas em geral.

• Áreas de interesse estratégico, tais como áreas de manobras militares aéreas e terrestres, estações de rastreamento, bases aéreas, navais ou militares.

• Para reduzir ou evitar o impacto visual, devem ser evitados ou contornados picos elevados de montanhas e serras. Quando for inevitável cruzar áreas montanhosas, deve-se procurar locais de menor altura, adaptando ao máximo a LD às curvas de nível do terreno, escolhendo locais onde a linha não tenha muito destaque na paisagem.

• Edificações e benfeitorias em geral, sendo vedadas travessias sobre edificações, que devem sempre ser contornadas, de modo a evitar desapropriações, bem como a exposição continuada dos moradores aos campos eletromagnéticos.

• Travessia de loteamentos ou áreas de maior densidade populacional. Nas situações em que for inevitável, devem ser aproveitados os arruamentos, a fim de reduzir a necessidade de indenizações, devendo a LD ser construída utilizando padrão urbano.

• Áreas de expansão urbana ou que serão objeto de modificações urbanísticas previstas pelos órgãos de planejamento estadual ou municipal.

• Áreas protegidas pela legislação (Unidades de Conservação e outras), atendendo às zonas de amortecimento indicadas pela legislação.

• Áreas com cobertura de vegetação natural densa que possam vir a dificultar os trabalhos de locação de torres e lançamento de cabos, visando reduzir o desmatamento e os impactos ao meio ambiente.

• Áreas cobertas por vegetação de espécies arbóreas ou áreas cobertas por pomares,

Quadro 4. Níveis de Referência para campos elétricos e magnéticos variantes no tempo nas frequências de 50 e 60 Hz

iNSTALAÇÕES EM 50 Hz iNSTALAÇÕES EM 60 Hz

Campo Elétrico (kV/m)

Campo Magnético (µ/t)

Campo Elétrico (kV/m)

Campo Magnético (µ/t)

Público em Geral 5,00 200,00 4,17 200,00

População Ocupacional 10,00 1.000,00 8,33 1.000,00

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cujo porte dos indivíduos vegetais leve à necessidade de corte por dificultar os trabalhos de locação de torres e lançamento de cabos.

• Áreas de agricultura e, principalmente, aquelas áreas que possuam plantações com espécies de grande poder comburente, tais como canaviais, variedades de capim, dentre outros.

• Proximidade de pedreiras existentes e potenciais e áreas de exploração de outros recursos minerais.

• Proximidade de cursos d’água, de vegetação ciliar, ou de áreas pantanosas.

• Passagem em Terras Indígenas, ou áreas habitadas por populações tradicionais, ou nas proximidades, respeitando os limites estabelecidos no Anexo III da Portaria Interministerial nº 419/2011.

• Passagem por áreas de relevante interesse ambiental, principalmente monumentos naturais e acidentes geográficos relevantes, mesmo que não estejam protegidas pela legislação.

• Impacto visual em áreas classificadas como patrimônios da humanidade, históricos, culturais arqueológicos, paleontológicos, paisagísticos, espeleológicos e ecológicos.

2.1.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento do Projeto

Na definição dos parâmetros de dimensionamento do projeto, também devem ser observados critérios que contribuam para a redução das interferências socioambientais das LDs e das SEs, além da observância aos parâmetros elétricos que visam ao perfeito funcionamento do sistema de distribuição.

Nesse sentido, devem ser adotados critérios de projeto que:

• Reduzam a interferência causada na recepção de rádio e TV fora dos limites da faixa de passagem.

• Reduzam interferência causada pelos níveis de ruído audível.

• Previnam os riscos de eletrocussão.

• Previnam o risco de queda de trabalhadores durante as atividades de manutenção pela compatibilidade do projeto das estruturas à utilização dos equipamentos anti-queda.

• O dimensionamento da largura da faixa de servidão deve considerar as interferências externas ao sistema, principalmente aquela provocada pela massa vegetal.

• Quando não é possível evitar que a LD atravesse áreas com remanescentes florestais, podem ser definidas estruturas mais altas para possibilitar a passagem dos cabos por sobre a vegetação e minimizar as interferências. Algumas empresas utilizam cruzeta–beco, com os cabos dispostos somente no lado oposto ao da vegetação, de forma a evitar a supressão vegetal.

• Atendam aos níveis de campos eletromagnéticos preconizados pela Lei nº 11.934, de 2009, que dispõe sobre limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. Os limites a serem atendidos são aqueles estabelecidos pela Resolução Normativa (REN) ANEEL nº 616, de 01.07.2014, que revisou a REN ANEEL nº 398/2010. Essa resolução regulamenta a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a campos elétricos e magnéticos originários de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, seguindo os valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, conforme indicado no Quadro 4.

• Nas subestações, deve ser previsto um esquema de prevenção e proteção contra vazamento de líquido isolante, conforme previsto na NBR-14039. Poderão ser construídas caixas de captação de óleo individuais para cada transformador existente na instalação, com capacidade mínima igual ao volume de óleo do transformador a que se destina ou, ainda, uma única caixa para todos os transformadores. Nesse caso, a capacidade da caixa de captação de óleo deverá ser compatível com o volume de óleo do maior dos transformadores. As instalações que contenham 100 litros ou mais de líquido isolante devem ser providas de tanque de contenção.

Nos planejamento e elaboração dos projetos envolvendo a construção de novos alimentadores de redes de distribuição de MT e BT e a regularização de unidades consumidoras em áreas com processo de integração à malha urbana regular com a substituição de redes improvisadas, devem ser adotados critérios e medidas para a prevenção ou mitigação dos impactos socioambientais potenciais associados a tais ações.

A partir da publicação do MANUAL DE PROCEDIMENTOS DE REDES DE DISTRIBUIçãO – PROJETOS DE REDES DE DISTRIBUIçãO AÉREAS URBANAS, em maio de 2012, as Empresas de Distribuição Eletrobras passaram a adotar, como padrão mínimo de redes de distribuição em média tensão, a utilização de cabos protegidos e, em baixa tensão, a utilização de cabos isolados, reduzindo a necessidade de cortes da arborização urbana, seguindo o padrão que vem sendo adotado pelas empresas de distribuição de referência do país, conforme observado nos Relatórios dos Produtos 2 e 3.

Outras medidas devem ser adotadas nas etapas iniciais do planejamento para integrar os aspectos socioambientais na elaboração desses projetos.

2.2.1 Levantamento das informações Socioambientais para a Elaboração dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na área Urbana

Para o estudo preliminar da área a ser atendida, deve ser realizado um levantamento tomando como base os dados secundários existentes, com informações obtidas junto a órgãos públicos, agências governamentais especializadas (federais, estaduais e municipais), e, se necessário, deve ser realizado um levantamento de campo complementar. Com esse levantamento, busca-se integrar os requisitos socioambientais aos requisitos econômicos, de engenharia e de segurança.

2.2 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DOS PROJETOS DE ExPANSÃO, REFORMA E REFORÇO DA REDE NA áREA URBANA

As informações indicadas a seguir devem subsidiar as áreas que executam serviços e desenvolvem projetos de redes de distribuição aéreas situadas dentro do perímetro urbano de cidades atendidas pelas EDEs, no que se refere às redes protegidas e isoladas, incluindo projetos de expansão, reforma e reforço (EDE, 2012).

• Legislação e normas municipais e estaduais pertinentes, enfatizando os requisitos, autorizações e licenças associados ao licenciamento ambiental.

• Mapas e plantas da área, contendo informações sobre arruamentos, edificações (edifícios públicos, igrejas, estádios, etc.), áreas de lazer (praças, parques), prédios e monumentos tombados pelo patrimônio histórico e cultural, existência de áreas de proteção ambiental, áreas consideradas como patrimônio da humanidade, histórico, cultural e/ou paisagístico e áreas de interesse turístico.

• Planos e projetos previamente existentes para a área, ainda não construídos ou em construção, e que possam ser considerados no projeto em elaboração. Nesse sentido, devem ser consultados planos diretores, planos de expansão de vias urbanas, planejamento de parques e áreas de lazer, planejamento de áreas industriais e outros planos de desenvolvimento municipal e estadual.

• Planos e projetos das demais concessionárias de infraestrutura, para evitar conflitos ou interferências cumulativas.

• Planos e projetos de arborização urbana e guias de arborização urbana, quando existentes.

• Planos Municipais de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, incluindo resíduos perigosos.

• Para o atendimento a áreas de expansão urbana, como, por exemplo, um novo loteamento, deve ser obtida uma planta georreferenciada, em escala adequada, junto ao responsável pelo empreendimento, para lançamento dos dados no Sistema de Gestão Técnica da Distribuição – SGTD (EDE, 2012).

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• Para essas novas áreas, também devem ser levantadas informações para subsidiar a elaboração de um estudo básico, considerando as condições do local, o grau e tipo de urbanização, tipo de arborização, dimensões dos lotes e características da área a ser atendida.

• Devem ser antevistas as possibilidades de expansão futuras do sistema compatíveis com as características da região, de modo a não provocar ou minimizar a necessidade de novas interferências.

Considerando a importância da convivência harmoniosa das redes de distribuição urbanas com a vegetação e a arborização urbanas, além da utilização das redes protegidas e isoladas como padrão mínimo de redes em média tensão e baixa tensão, respectivamente, que levam à redução significativa na necessidade de cortes da arborização urbana, deve ser buscada a elaboração de um Programa de Arborização Urbana em cooperação com as prefeituras ou órgão da administração pública responsável por essa atividade, para aprimorar a gestão da arborização das cidades.

No ANEXO II – Arborização em Área Urbana e Poda de Árvores, são apresentados critérios que devem ser observados no planejamento e na execução de arborização em áreas urbanas e na metodologia a ser utilizada para a realização de podas de árvores em redes energizadas e desenergizadas, que devem ser considerados desde as etapas iniciais do planejamento das intervenções em áreas urbanas.

Destaca-se, nesse sentido, que a Eletrobras Distribuição Alagoas elaborou um “Guia de Arborização”, em parceria com a Prefeitura de Maceió, com o objetivo de “colaborar, junto aos órgãos governamentais e à comunidade em geral, com o processo de arborização planejada nas cidades, oferecendo informações técnicas e opções para uma melhor e mais adequada escolha da espécie arbórea a ser plantada”, cujos procedimentos foram considerados na elaboração do ANEXO II e que podem servir como subsídio para iniciativas semelhantes por parte das EDEs.

Outro aspecto importante a ser avaliado, principalmente nas áreas de interesse histórico e turísticas, e ainda em áreas de grande densidade populacional e alta densidade de carga, é a viabilidade de implantação de redes subterrâneas. As redes subterrâneas são as que necessitam de maior investimento inicial para sua construção, porém são as que apresentam maior confiabilidade e menores custos com operação e manutenção ao longo do tempo. Adicionalmente são menos sujeitas a interrupções de energia devido à vizinhança com a arborização urbana e reduzem a necessidade de podas e cortes de árvores. No ANEXO VIII, são destacados os impactos positivos e os principais cuidados do ponto de vista ambiental e de segurança relacionados a essa opção de rede de distribuição.

O planejamento das atividades nas áreas urbanas deve, ainda, levar em conta os aspectos relacionados à gestão de resíduos em consonância com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e Sólidos. Nessa fase, podem também ser estabelecidas parcerias com as prefeituras e com Associações de Catadores, buscando, desse modo, cooperar com a gestão dos resíduos municipais, em consonância com o princípio da “responsabilidade compartilhada”, preconizado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Como mencionado no item 2.1.1, nessa fase de planejamento deve ser estabelecido um Programa de Gerenciamento de Riscos que estabeleça orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes, sempre levando em consideração os riscos ambientais e os riscos à saúde e segurança dos trabalhadores associados às atividades a serem desenvolvidas, identificando as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada risco identificado.

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2.2.2 Projeto de Locação dos Postes nas áreas Urbanas

No Manual de Procedimentos de Redes de Distribuição (EDE, 2012), para a elaboração de Projetos de Redes de Distribuição Aéreas Urbanas, estão estabelecidos critérios para locação física dos postes nas vias urbanas, que incluem requisitos socioambientais para a escolha da locação, integradamente aos aspectos de espaçamento, de segurança e de iluminação pública desejáveis. A seguir são destacados esses requisitos socioambientais, complementados ainda por outros julgados pertinentes.

• Evitar áreas de reflorestamento ou com mato denso, bem como pomares e plantações e demais formas de vegetação em áreas de preservação permanente.

• Evitar, sempre que possível, interferência na arborização urbana.

• Nas vias com densa arborização e de tráfego pesado, deve-se procurar locar as estruturas sempre do mesmo lado da rua, evitando o zigue-zague da rede e voltas desnecessárias.

• Evitar possíveis interferências em tubulações subterrâneas de água, esgoto, gás, rede de telecomunicações, galerias de águas pluviais, etc.

• Evitar locação de postes em frente a portas, janelas, sacadas, garagens, marquises, anúncios luminosos, etc., mesmo que respeitadas as distâncias de segurança.

• Evitar a locação em guias rebaixadas (locais de acesso para cadeirantes).

• Evitar que a posteação passe do mesmo lado de praças, jardins, escolas, igrejas e templos que ocupem grande parte da quadra.

• Evitar atravessar praças e outras áreas de lazer. A locação deve ser compatível com os projetos de arborização para essas áreas, quando existentes.

• Nas ruas e avenidas de orla marítima, a locação deve ser compatível com os projetos de urbanização e de arborização para tais áreas, quando existentes.

• Evitar a locação em frentes de igrejas, monumentos históricos ou paisagens, visando não causar impacto visual.

• Evitar a locação em esquinas, principalmente em ruas estreitas e sujeitas a trânsito intenso de veículos, e em esquinas que não permitam manter o alinhamento dos postes, bem como em locais sujeitos a abalroamentos em postes.

• Evitar áreas com alto índice de poluição atmosférica e áreas próximas a aterros sanitários.

• No caso de ser necessária a locação em propriedades, procurar locar, sempre que possível, na divisa dos lotes. Na impossibilidade, locar no meio do lote.

• Evitar a locação em terrenos muito acidentados a fim de evitar o uso de estruturas especiais e facilitar a construção, operação e manutenção.

• Evitar a locação em áreas suscetíveis à erosão e terrenos com inclinação transversal superior a 50%.

• Evitar a locação nas proximidades de lagos, lagoas, represas e açudes, ou locais pantanosos, ou sujeitos a alagamentos e invasão por marés.

• Evitar áreas onde possa ocorrer detonação de explosivos, como nas proximidades de pedreiras e outras jazidas afins.

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2.2.3 Critérios Socioambientais para Dimensionamento dos Projetos de Expansão, Reforma e Reforço da Rede na área Urbana

A definição dos parâmetros elétricos e mecânicos de dimensionamento do projeto deve também buscar a redução das interferências socioambientais das redes urbanas. Nesse sentido, devem ser adotados critérios de projeto que visem:

• Reduzir a interferência causada na recepção de rádio e TV.

• Reduzir a interferência causada pelos níveis de ruído audível.

• Prevenir os riscos de eletrocussão.

• Prevenir o risco de queda de trabalhadores durante as atividades de manutenção pela compatibilidade do projeto das estruturas com a utilização dos equipamentos anti-queda.

• Atender aos níveis de campos eletromagnéticos preconizados pela Lei nº 11.934, de 2009, que dispõe sobre limites à exposição humana a campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos. Os limites a serem atendidos são aqueles estabelecidos pela Resolução Normativa (REN) ANEEL nº 616, de 01.07.2014, que revisou a REN ANEEL nº 398/2010. Essa resolução regulamenta a Lei nº 11.934, no que se refere aos limites à exposição humana a esses campos quando originados de instalações de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, e adota os valores recomendados pela Organização Mundial de Saúde – OMS, conforme indicado no Quadro 4, apresentado anteriormente no item 2.1.3.

• De acordo com as diretrizes do “Environmental, Health, and Safety Guidelines for Electric Power Transmission and Distribution” (IFC, 2007), podem ser adotadas as seguintes técnicas para redução dos campos eletromagnéticos:

1 Essa medida é efetiva somente para a redução da exposição ao campo elétrico, mas não para o campo magnético. 2 Essa medida é efetiva somente para a redução da exposição ao campo elétrico, mas não para o campo magnético.

- Blindagem com ligas metálicas específicas1.

- Enterramento das linhas de distribuição2.

- Aumento da altura das estruturas, com consequente aumento da distância dos condutores ao solo.

- Modificação no tamanho, espaçamento e configuração dos condutores.

Com relação aos materiais utilizados para a confecção da posteação, observa-se que o Manual de Redes Urbanas recomenda a utilização de postes de concreto, e, no caso de utilização de postes de madeira, que seja utilizado eucalipto tratado, que deve ser certificado, ou ainda de fibra de vidro. Visando contribuir para a reutilização de materiais e para a redução dos resíduos na sua área de atuação, nas regiões onde houver abundância de cana de açúcar podem ser utilizadas cruzetas ecológicas elaboradas com polietileno e bagaço de cana, contribuindo para a redução dos resíduos da cana. (Vale Paranapanema, 2012)

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32

Para essas atividades que envolvem impactos com menor grau de significância e, de um modo geral, temporários, pelo fato das interferências ocorrerem durante o período de execução das obras para melhoria do desempenho das redes já existentes, não envolvendo atividades de construção propriamente dita, o planejamento adequado das atividades visando à redução dos potenciais impactos socioambientais deve enfatizar:

2.3 PLANEJAMENTO SOCiOAMBiENTAL DAS ATiViDADES DE REFORÇO E REFORMA DE REDES URBANAS

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• a análise das condições ambientais dos locais onde serão realizados os trabalhos, para identificação das intervenções com maior potencial de impacto e com maior risco de acidentes para os trabalhadores;

• planejamento das medidas para atenuar os prováveis impactos identificados;

• articulação com os órgãos responsáveis pelo trânsito para as ações de desvio de tráfego, quando necessárias, e observância da sinalização adequada;

• interferências em redes de infraestrutura e a necessária articulação com outras concessionárias de serviços púbico, visando a compatibilização ou definição da solução mais adequada;

• cuidados especiais em áreas de patrimônio histórico e arqueológico;

• elaboração do plano de comunicação às comunidades que poderão sofrer algum transtorno com as atividades a serem realizadas, tais como interrupção no fornecimento de energia, desvio de trânsito, etc.;

• planejamento do acondicionamento adequado dos materiais e equipamentos, incluindo aqueles que serão substituídos, para que não sofram maiores danos e possam ser enviados para logística reversa;

• planejamento das atividades relacionadas à gestão de resíduos em consonância com os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos;

• Programa de Gerenciamento de Riscos, com a finalidade de estabelecer orientações e procedimentos de gestão com vistas à prevenção de acidentes de trabalho;

• Análise Preliminar de Riscos Ambientais, buscando identificar atividades, equipamentos ou produtos que podem levar à ocorrência de acidentes ambientais, tais como contaminação do solo ou das águas (derramamentos ou vazamentos de óleo, solventes ou outras substâncias perigosas), e as medidas preventivas e/ou mitigadoras e equipamentos de segurança disponíveis para evitar cada um dos possíveis acidentes.

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Licenciamento Ambiental

3.1 LiCENCiAMENTO AMBiENTAL

A Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA) instituiu o sistema de licenciamento ambiental como um dos instrumentos de gestão ambiental e estabeleceu que toda atividade econômica que cause significativo impacto ao meio ambiente deve ser submetida ao licenciamento ambiental por órgão competente.

A Resolução CONAMA 237/97 estabeleceu os seguintes conceitos:

• Licenciamento Ambiental é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, a instalação, a ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.

• Licença Ambiental é o ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. A licença ambiental é o documento, com prazo de validade definido, em que o órgão ambiental estabelece regras, condições, restrições e medidas de controle ambiental a

serem seguidas por sua empresa. Ao receber a Licença Ambiental, o empreendedor assume os compromissos para a manutenção da qualidade ambiental do local em que se instala.

• Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco.

• Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais estados.

É obrigação do empreendedor, prevista em lei, buscar o licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais de seu planejamento e instalação até a sua efetiva operação. Desde 1981, de acordo com a Lei Federal nº 6.938/81, o Licenciamento Ambiental tornou-se obrigatório em todo o território nacional e as atividades efetiva ou potencialmente poluidoras não podem funcionar sem o devido licenciamento. Desde então, empresas que funcionam sem a Licença Ambiental estão sujeitas às sanções previstas em lei, incluindo as punições relacionadas na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998): advertências, multas, embargos, paralisação temporária ou definitiva das atividades.

CAPíTULO 3

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O mercado cada vez mais exige empresas licenciadas e que cumpram a legislação ambiental. Além disso, os órgãos de financiamento e de incentivos governamentais, como o BNDES, e as agências de financiamento internacionais condicionam a aprovação dos projetos à apresentação da Licença Ambiental.

3.1.1 Fases do Licenciamento, Licenças Ambientais e Respectivos Prazos

Para a condução do Licenciamento Ambiental, foi concebido um processo de avaliação sistemático e preventivo que consiste no exame dos aspectos ambientais dos projetos em suas diferentes fases: concepção/planejamento, instalação (construção) e operação.

Nesse sentido, a Resolução CONAMA nº 237/97 estabeleceu o processo de licenciamento em três fases, conforme indicado, dispondo sobre os prazos para análise e formulação de exigências complementares aos estudos e sobre os prazos de validade das licenças:

• Licença Prévia (LP) – As localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis, conforme estabelecido na Resolução CONAMA nº 01/1986 e reiterado pela Resolução CONAMA nº 237/1997. A LP concedida na fase preliminar de planejamento do empreendimento por um prazo máximo de 5 anos aprova sua localização e concepção, atesta a viabilidade ambiental e estabelece os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de implementação.

• Licença de Instalação (LI) – autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, com prazo de validade máximo de 6 anos.

• Licença de Operação (LO) – autoriza a operação da atividade ou empreendimentos após a verificação do efetivo cumprimento das exigências das licenças anteriores,

conforme as medidas de controle ambiental e condicionantes determinadas para a operação. A Licença de Operação do empreendimento deverá ser renovada dentro do prazo legal estabelecido pelo órgão ambiental competente, podendo variar de 4 a 10 anos. A LO, portanto, deve ser requerida quando o empreendimento, ou sua ampliação, está instalado e pronto para operar (licenciamento preventivo). A LO pode ser aplicada também para regularizar a situação de atividades em operação (licenciamento corretivo), e nesse caso, a formalização do processo requer a apresentação conjunta de documentos, estudos e projetos previstos para as fases de LP, LI e LO. Normalmente é definido um prazo de adequação para a implantação do sistema de controle ambiental.

Ao requerer a licença de operação, o empreendedor deve comprovar junto ao mesmo órgão ambiental que concedeu a licença prévia e de instalação:

• a implantação de todos os programas ambientais que deveriam ter sido executados durante a vigência da licença de instalação, ou seja, durante a implantação do projeto ou do empreendimento;

• a execução do cronograma físico-financeiro do projeto de compensação ambiental;

• o cumprimento de todas as condicionantes estabelecidas quando da concessão da licença de instalação. Caso esteja pendente alguma condicionante da licença prévia, sua implementação também deverá ser comprovada nessa oportunidade.

Concedida a licença de operação, fica o empreendedor obrigado a implementar as medidas de controle ambiental e as demais condicionantes estabelecidas, sob pena de ter a LO suspensa ou cancelada pelo órgão outorgante. Normalmente, as condicionantes visam a implementação correta dos programas de monitoramento e acompanhamento ambiental do empreendimento. Também objetivam prevenir riscos à saúde e ao meio ambiente.

A renovação da Licença de Operação de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 (cento e vinte) dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente.

O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou do empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de 6 (seis) meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 (doze) meses.

Ainda de acordo com a Resolução CONAMA nº 237/97, o procedimento de licenciamento ambiental obedecerá as seguintes etapas:

a) Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida;

b) Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade;

c) Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias;

d) Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, integrante do SISNAMA, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e as complementações não tenham sido satisfatórios;

e) Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente;

f) Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação.

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A Resolução CONAMA nº 237/1997 reitera a necessidade de elaboração de prévio Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (EIA/RIMA) para obtenção da licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação sobre o meio ambiente (art. 3º). Entretanto, estabelece que o órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento, podendo ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental, que deverão ser aprovados pelos respectivos Conselhos de Meio Ambiente (artigo 12).

A Resolução CONAMA nº 279/2001 estabeleceu procedimentos e prazos aplicáveis ao licenciamento ambiental simplificado de empreendimentos elétricos com pequeno potencial de impacto ambiental, em qualquer nível de competência, por meio de RAS – Relatório Ambiental Simplificado. Foram incluídos: usinas hidrelétricas; usinas termelétricas; linhas de transmissão e subestações; usinas eólicas e outras fontes alternativas de energia e seus sistemas associados. Entretanto, não foi definido critério para classificar “impacto ambiental de pequeno porte”.

Pelo procedimento estabelecido, ao requerer a Licença Prévia ao órgão ambiental competente, o empreendedor apresenta o RAS. O órgão ambiental competente define, com base no RAS, o enquadramento do empreendimento elétrico no procedimento de licenciamento ambiental simplificado, mediante decisão fundamentada em parecer técnico. Aqueles empreendimentos que após a análise pelo órgão ambiental não forem considerados de pequeno potencial de impacto ambiental ficarão sujeitos ao licenciamento não simplificado, na forma da legislação vigente, devendo essa decisão ser comunicada, no prazo de até dez dias úteis, ao empreendedor.

Em função da natureza, das características e das peculiaridades de determinadas atividades ou empreendimentos, são também definidas licenças ambientais específicas, observando, inclusive, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação.

Para as linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, a Portaria MMA nº 421, de 26 de outubro de 2011, estabeleceu procedimentos para o licenciamento e a regularização ambiental federal de sistemas de transmissão e distribuição de energia elétrica. Define que o licenciamento desses sistemas poderá ocorrer pelo procedimento simplificado, com base no Relatório Ambiental Simplificado (RAS); ou pelo procedimento ordinário, com base no Relatório de Avaliação Ambiental (RAA); ou por meio de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), conforme o grau de impacto do empreendimento, como será apresentado no item 3.1.3, Quadro 7.

É importante destacar que a Portaria MMA nº 421/2011 estabelece, ainda, que o IBAMA oficiará aos responsáveis pelos sistemas de transmissão/distribuição de energia elétrica em operação que estejam sem as respectivas licenças ambientais que, no prazo máximo de 2 (dois) anos, a partir da edição dessa Portaria, firmem termo de compromisso, com o fim de apresentar os Relatórios de Controle Ambiental (RCA), que subsidiarão a regularização ambiental, por meio da respectiva licença de operação (LO).

No caso dos sistemas de distribuição, em alguns estados na área de atuação das EDEs (Acre e Amazonas), é adotada a Licença Ambiental Única (LAU) para a ampliação de redes urbanas, quando não existem interferências significativas (como, por exemplo, existência de área de proteção ambiental), incorporando a autorização de supressão de vegetação. Em Roraima, a supressão de vegetação é autorizada pela LO.

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A Resolução CONAMA nº 237/1997 determina as competências dos órgãos ambientais das diversas esferas federativas (art. 4º, 5° e 6º) e que os empreendimentos serão licenciados em um único nível de competência (art. 7º). Assim, define como competência do IBAMA o licenciamento de empreendimentos e atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional. Entretanto, o IBAMA, ressalvada sua competência supletiva, pode delegar aos estados o licenciamento de atividade com significativo impacto ambiental de âmbito regional, uniformizando, quando possível, as exigências.

A Lei Complementar nº 140/2011, com o objetivo de harmonizar as políticas e ações administrativas para evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de forma a evitar conflitos de atribuições e garantir uma atuação administrativa eficiente, bem como garantir a uniformidade da política ambiental para todo o país, respeitadas as peculiaridades regionais e locais, fixou normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora, alterando a Lei nº 6.938/1981. São definidas, entre outras, as atribuições da União, dos Estados e dos Municípios com relação ao licenciamento ambiental, conforme resumido no Quadro 5, podendo ser observado que essa Lei enfatiza as competências dos municípios.

3.1.2 Competências dos órgãos ambientais federais, estaduais e municipais para o licenciamento

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Verifica-se que as Linhas de Distribuição e as Subestações em AT das EDEs, dependendo da sua localização, poderão ser licenciadas pela União, caso se situem em Terras Indígenas ou tenham interferência em unidades de Conservação da esfera federal ou se localizem em mais de um estado. Também podem ficar sob a competência do estado caso envolvam mais de um município ou se localizam em unidades de conservação instituídas pelo estado, ou ainda se os impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais municípios.

As demais atividades (reforço e reforma de redes urbanas) devem ficar sob a competência dos municípios, considerando que os impactos serão de âmbito local, a não ser que afetem unidades de conservação das outras esferas ou Terras Indígenas.

Tendo em vista as características das áreas de atuação das EDEs, com a presença de diversas Terras Indígenas, Comunidades Quilombolas, áreas de grande valor arqueológico e, ainda, áreas com a presença de doenças endêmicas, é importante destacar a Portaria Interministerial nº 419/2011 (Ministérios do Meio Ambiente, da Justiça, da Cultura e da Saúde).

Essa portaria regulamenta a atuação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Saúde, incumbidos da elaboração de pareceres em processos de licenciamento ambiental de competência federal, a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Estabelece, então, os procedimentos e prazos para manifestação dos órgãos e entidades envolvidos junto ao IBAMA em relação ao Termo de Referência, bem como em relação à manifestação conclusiva sobre o Estudo Ambiental. Determina que caberá aos órgãos e entidades federais envolvidos no licenciamento ambiental acompanhar a implementação das recomendações e medidas relacionadas às suas respectivas áreas de competência, informando ao IBAMA eventuais descumprimentos e inconformidades em relação ao estabelecido durante as análises prévias à concessão de cada licença.

Quadro 5. Competências da União, dos Estados e dos Municípios em relação ao licenciamento ambiental

COMPETêNCiA(LCP 140/2011) AÇÕES

UNIãO

Promover o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades:a) localizados ou desenvolvidos conjuntamente, no Brasil e em país limítrofe;b) localizados ou desenvolvidos no mar territorial, na plataforma continental

ou na zona econômica exclusiva;c) localizados ou desenvolvidos em Terras Indígenas;d) localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pela União,

exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);e) localizados ou desenvolvidos em 2 (dois) ou mais estados;f) de caráter militar, excetuando-se do licenciamento ambiental, nos termos

de ato do Poder Executivo, aqueles previstos no preparo e emprego das Forças Armadas, conforme disposto na Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999;

g) destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar, armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações, mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); ou

h) que atendam à tipologia estabelecida por ato do Poder Executivo, a partir de proposição da Comissão Tripartite Nacional, assegurada a participação de um membro do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), e considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade ou empreendimento.

ESTADOS

Observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:- utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,

sob qualquer forma, de causar degradação ambiental;- localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação instituídas pelo estado,

exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).- Delegados pela União aos Estados.

MUNICÍPIOS

Observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nessa Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos:a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme

tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados os critérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou

b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs).

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3.1.3 Estudos Ambientais

Estudos Ambientais são todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentados como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatório ambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco (Resolução CONAMA nº 237/1997).

O órgão ambiental competente definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento. No Quadro 6, são apresentados os estudos ambientais que podem subsidiar o processo de licenciamento ambiental. Cabe destacar que todos os estudos devem ser elaborados com base no Termo de Referência (TR) emitido pelo órgão ambiental licenciador.

Conforme já mencionado, para as linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica, a Portaria MMA nº 421/2011 estabeleceu procedimentos para o licenciamento e a regularização ambiental federal e que o procedimento do licenciamento ambiental poderá ser definido em função do grau de impacto do empreendimento. Os critérios estabelecidos nessa portaria para classificação dos empreendimentos e os respectivos relatórios requeridos para o licenciamento são destacados no Quadro 7.

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Quadro 6. Estudos Ambientais para subsidiar o processo de Licenciamento Ambiental

ESTUDOS AMBiENTAiS

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) – O EIA é um documento de natureza técnica que tem como finalidade avaliar os impactos ambientais gerados por atividades e/ou empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental. Deverá contemplar a proposição de medidas mitigadoras e de controle ambiental, garantindo assim o uso sustentável dos recursos naturais. A Resolução CONAMA nº 01/1986 estabeleceu as diretrizes gerais para a elaboração dos estudos de impacto ambiental e as atividades técnicas a serem desenvolvidas para sua elaboração.

Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) – Deve refletir as conclusões do EIA e tem como objetivo informar a sociedade sobre os impactos, medidas mitigadoras e programas de monitoramento do empreendimento ou atividade. Para que esse objetivo seja atendido, o RIMA deve ser apresentado de forma objetiva e de fácil compreensão. As informações devem ser apresentadas em linguagem acessível, acompanhadas de mapas, quadros, gráficos, etc., de modo que as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implantação, fiquem claras.

Plano ou Projeto Básico Ambiental (PBA) – É determinado pela Resolução CONAMA nº 006/87 e deverá apresentar um detalhamento de todos os programas e projetos ambientais previstos para a minimização dos impactos negativos e maximização dos impactos positivos, identificados quando da elaboração do EIA, bem como os considerados pertinentes pelo órgão licenciador. Constitui-se em um dos documentos-base para subsidiar a obtenção da Licença de Instalação (LI). Embora o PBA tenha sido concebido para empreendimentos do setor de energia, sua apresentação tem sido solicitada para os diversos tipos de empreendimentos.

Relatório e Plano de Controle Ambiental (RCA/PCA) – O Relatório de Controle Ambiental (RCA) é um estudo ambiental exigido para empreendimentos e/ou atividades que não possuem grande capacidade de gerar impactos ambientais significativos, acompanhando o requerimento de licença quando não há exigência de EIA/RIMA. É também utilizado em processos de regularização. Seu conteúdo é baseado em informações que visam à identificação de não conformidades legais e de impactos ambientais, efetivos ou potenciais, decorrentes da instalação e do funcionamento do empreendimento para o qual está sendo solicitada a licença. A estruturação dos documentos possui escopo semelhante ao do EIA/RIMA, no entanto, não são demandados altos níveis de especificidade em suas elaborações. Quando solicitado, indica soluções e medidas de mitigação e controle mais adequados do ponto de vista ambiental, determinando a aplicação de medidas preventivas e corretivas necessárias, bem como aquelas de caráter minimizador ou compensatório.

O conteúdo do PCA é baseado no diagnóstico feito a partir do RCA ou do EIA. Dessa forma, o PCA permite ao empreendedor propor medidas para prevenir ou controlar os impactos ambientais decorrentes da instalação e da operação do empreendimento, bem como prevenir ou corrigir outras não conformidades identificadas.

Relatório Ambiental Simplificado (RAS) – Compreende os estudos relativos aos aspectos ambientais pertinentes a localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a concessão da licença prévia requerida no lugar de um EIA/RIMA, desde que o órgão ambiental competente conclua pela ausência de potencial e significativo dano ambiental, após análise. (Resolução CONAMA 279/2001)

Análise Preliminar de Riscos ou de Perigos (APR/APP) – Consiste de um estudo durante a fase de concepção ou desenvolvimento de um projeto, com a finalidade de determinar os possíveis riscos relacionados à segurança e à saúde dos trabalhadores, bem como ao meio ambiente, que poderão ocorrer na sua fase de implantação ou operacional. A APR é utilizada para uma análise inicial, desenvolvida na fase de projeto e desenvolvimento de qualquer processo, produto ou sistema. Apesar das características de análise inicial, é muito útil como ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais e de riscos de acidentes ambientais, revelando aspectos que às vezes passariam despercebidos.

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Quadro 7. Critérios para classificação dos empreendimentos em função do grau de impacto e relatórios requeridos (Portaria MMA nº 421/2011)

CLASSiFiCAÇÃO DOS EMPREENDiMENTOS DE TRANSMiSSÃO/DiSTRiBUiÇÃO CRiTÉRiOS UTiLizADOS NA CLASSiFiCAÇÃO

RELATóRiO REQUERiDO PARA O LiCENCiAMENTO

Empreendimentos de significativo impacto ambiental (independentemente de tensão e extensão)

A área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha de transmissão implica em:1 - remoção de população que implique na inviabilização

da comunidade e/ou sua completa remoção;2 - localização em sítios de reprodução e descanso

identificados nas rotas de aves migratórias, endemismo restrito e espécies ameaçadas de extinção reconhecidas oficialmente;

3 - supressão de vegetação nativa arbórea acima de 60% da área total da faixa de servidão definida pela declaração de utilidade pública ou de acordo com a NBR 5422 e suas atualizações.

4 - Independentemente da verificação das situações previstas acima, se a área de implantação de subestações ou de faixas de servidão afetar unidades de conservação de proteção integral ou promover intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de estruturas ou subestações, também será exigido EIA/RIMA.

Estudo de impacto Ambiental e respectivo Relatório de impacto Ambiental (EiA/RiMA)

Empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental (independentemente da tensão)

A área da subestação ou faixa de servidão administrativa da linha de transmissão não implica simultaneamente em:1 - remoção de população que implique na inviabilização

da comunidade e/ou sua completa remoção;2 - afetação de unidades de conservação de proteção

integral;3 - localização em sítios de reprodução e descanso

identificados nas rotas de aves migratórias, endemismo restrito e espécies ameaçadas de extinção reconhecidas oficialmente;

4 - intervenção em terra indígena;5 - intervenção em território quilombola;6 - intervenção física em cavidades naturais subterrâneas

pela implantação de torres ou subestações;7 - supressão de vegetação nativa arbórea acima de

30% da área total da faixa de servidão definida pela Declaração de Utilidade Pública ou de acordo com a NBR 5422 e suas atualizações, conforme o caso;

8 - extensão superior a 750 km.

São consideradas de pequeno potencial de impacto ambiental as linhas de transmissão implantadas ao longo da faixa de domínio de rodovias, ferrovias, linhas de transmissão e outros empreendimentos lineares preexistentes, ainda que situadas em terras indígenas, em territórios quilombolas ou em unidades de conservação de uso sustentável.

Relatório Ambiental Simplificado (RAS)

O IBAMA ratificará ou não o enquadramento do empreendimento no procedimento simplificado de licenciamento ambiental, mediante decisão fundamentada. Os empreendimentos que não se enquadrarem como de pequeno potencial de impacto ambiental ficarão sujeitos aos demais procedimentos de licenciamento ambiental, na forma da legislação vigente.

Empreendimentos que não se enquadram nas classificações anteriores

Relatório de Avaliação Ambiental (RAA)

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3.1.4 Outras Licenças e Autorizações

Durante o processo de licenciamento dos sistemas de distribuição, dependendo da natureza e da localização dos empreendimentos e/ou das atividades, torna-se necessária a solicitação de outras autorizações, apresentação de planos de gestão específicos ou ainda de documentos e estudos temáticos específicos para subsidiar o processo. A inobservância dessas determinações legais durante o licenciamento pode levar a anulação da licença e enquadramento na Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).

Conforme estabelecido na Resolução nº 237/1997, no procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo. Na esfera da administração municipal, podem ainda ser requeridos, quando pertinente, o Alvará de Construção e o Alvará de Terraplanagem, bem como a autorização para poda de árvores em áreas urbanas e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.

Destaca-se, nesse sentido, a importância de ser realizada a consulta prévia à legislação municipal, à prefeitura, aos órgãos ambientais e aos demais órgãos competentes da esfera municipal e de outras esferas da administração (estadual e federal), quando pertinente, para conhecimento dos requisitos para a obtenção de outras autorizações e dos documentos necessários ao processo de licenciamento, tais como:

• autorização para supressão de vegetação (ASV);

• manifesto para transporte de resíduos perigosos (MTRP) para obtenção da autorização;

• plano de gerenciamento de resíduos perigosos;

• plano de gerenciamento de resíduos sólidos, em particular, plano de gerenciamento de obra de construção civil;

• plano de recuperação de áreas degradadas (PRAD);

• autorização para topografia e sondagem, solicitada em casos de regiões sensíveis.

Caso os empreendimentos se localizem nas proximidades de aeroportos e campos de pouso, é necessária, antes de iniciar o projeto, uma consulta prévia ao órgão responsável, pertencente ao Comando da Aeronáutica. Após esse procedimento, deve ser solicitada a esse mesmo órgão a autorização para projeto e construção da obra, devendo ser observadas as distâncias de segurança mínimas recomendadas.

Conforme mencionado anteriormente, a Portaria Interministerial nº 419/2011 regulamenta a atuação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Saúde com relação à elaboração de pareceres

em processos de licenciamento ambiental de competência federal a cargo do IBAMA. Estabelece os procedimentos e prazos para manifestação dos órgãos e entidades envolvidos junto ao IBAMA em relação ao Termo de Referência, bem como em relação à manifestação conclusiva sobre o Estudo Ambiental e, ainda, o acompanhamento da implementação das recomendações e medidas relacionadas às suas respectivas áreas de competência, informando ao IBAMA eventuais descumprimentos e inconformidades em relação ao estabelecido durante as análises prévias à concessão de cada licença.

Quando a atividade ou empreendimento localizar-se em municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária, o IBAMA consultará o Ministério da Saúde sobre os estudos epidemiológicos e os programas voltados para o controle da malária e seus vetores propostos e a serem conduzidos pelo empreendedor. Nesse sentido, a portaria Interministerial estabelece que o Ministério da Saúde deverá definir os municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária, com atualização anual a ser disponibilizada em seu sítio oficial na “internet”.

Terras indígenas e áreas Ocupadas por Populações Tradicionais

Quando as Linhas ou Subestações do sistema de distribuição estiverem localizadas nas proximidades de Terras Indígenas (considerando as distâncias estabelecidas na Portaria Interministerial nº 419/2011) ou, quando não for possível evitar, tiverem interferência direta nessas áreas, a FUNAI deverá ser comunicada no início do processo, conforme recomendado pela Instrução Normativa da FUNAI, nº 04/PRES, de 19 de abril de 2012, para que sejam definidos os procedimentos cabíveis e estabelecida a competência pelo licenciamento. Os prazos e procedimentos para manifestação, a atuação da FUNAI e a coordenação com o IBAMA estão estabelecidos na Portaria Interministerial nº 419/2011. No ANEXO I.1 são apresentados os requisitos para subsidiar o processo de licenciamento ambiental de ações nessas áreas.

O mesmo procedimento deve ser adotado no caso de possível interferência em áreas ocupadas por populações tradicionais, como Quilombolas, sob a responsabilidade da Fundação Cultural Palmares (consultar ANEXO I.2).

Proteção ao Patrimônio Arqueológico e Espeleológico

A Portaria nº 230/2002 do IPHAN estabelece que os estudos arqueológicos devem ser realizados e aprovados pelo IPHAN em paralelo ao processo de licenciamento ambiental, conforme apresentado no ANEXO I.3.

Para o patrimônio espeleológico, a legislação estabelece a necessidade de elaboração de estudos prévios antes da emissão da Licença Prévia (consultar ANEXO I.4).

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A Instrução Normativa IBAMA nº 06/2009 estabelece que a emissão da autorização da supressão de vegetação deverá ser subsidiada pela caracterização qualitativa dos tipos de vegetação a serem suprimidos, ou seja, pela elaboração de um inventário florestal.

Cabe ressaltar que, para o bioma Mata Atlântica, segundo a Lei nº 11.428/06, nas hipóteses em que a supressão de vegetação superar 3 ha em área urbana ou região metropolitana e 50 ha nas demais áreas, é imprescindível a participação do órgão federal, para fins de anuência prévia, em relação à supressão autorizada pelo órgão estadual ordinariamente responsável pela autorização.

Nas supressões em áreas urbanas de vegetação secundária em estágio médio de regeneração, autorizadas pelo ente municipal (artigo 19, §2°, da Lei n° 11.428/06), ainda que acima dos 3 ha previstos no Decreto n° 6.660/08, não se faz necessária a anuência prévia do ente federal, bastando a concomitante participação do órgão estadual.

Supressão de Vegetação

Pelo disposto na Lei nº 11.284/2006 (Art. 83), compete ao IBAMA a aprovação da supressão de florestas e formações sucessoras em obras ou atividades potencialmente poluidoras licenciadas pelo IBAMA.

O Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) estabeleceu normas gerais sobre a proteção da vegetação, áreas de Preservação Permanente e áreas de Reserva Legal; a exploração florestal, o suprimento de matéria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e prevenção dos incêndios florestais; e prevê instrumentos econômicos e financeiros para o alcance de seus objetivos. Na Seção II, Art. 8º (Do Regime de Proteção das Áreas de Preservação Permanente), é estabelecido que a intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP) somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas nessa lei. Dentre as áreas de utilidade pública estão incluídas as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de energia, para as quais deve ser solicitada a autorização para supressão.

De acordo com a definição das competências pela Lei Complementar nº 140/2011, a autorização de supressão deve atender aos critérios apresentados no Quadro 8.

Quadro 8. Competências para a autorização de supressão (Lei Complementar nº 140/2011)

COMPETêNCiACONFORME LCP 140/2011 ATRiBUiÇÃO

UNIãO

Aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e de formações sucessoras em:i) florestas públicas federais, terras devolutas federais ou unidades de conservação instituídas pela União, exceto em APAs; eii) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pela União.

ESTADOS

Aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de florestas e de formações sucessoras em:i) florestas públicas estaduais ou unidades de conservação do estado, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);ii) imóveis rurais, observadas as atribuições previstas no inciso XV do art. 7º (competências da União); eiii) atividades ou empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo estado.

MUNICÍPIOS

Observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas na Lei Complementar, aprovar:i) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em florestas públicas municipais e unidades de conservação instituídas pelo município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs); eii) a supressão e o manejo de vegetação, de florestas e formações sucessoras em empreendimentos licenciados ou autorizados, ambientalmente, pelo Município.

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Plano de Gerenciamento de Resíduos

De acordo com a Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o plano de gerenciamento de resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento ambiental, junto ao órgão ambiental competente, de empreendimentos ou atividades que gerem resíduos nos seus processos produtivos e nas suas instalações (que não sejam equiparados aos resíduos domiciliares), bem como resíduos de construção civil provenientes de suas construções, reformas, reparos e preparação e escavação de terrenos para obras civis e, ainda, que gerem resíduos classificados como perigosos. (Art. 24)

As atividades desenvolvidas pelas EDEs na execução de obras de expansão, reforma ou reforço e nas atividades de manutenção dos seus sistemas de distribuição se enquadram nessa categoria e, para estarem em conformidade com esse requerimento legal, deverão ser elaborados planos de gerenciamento de resíduos para as diversas atividades.

O plano de gerenciamento de resíduos perigosos poderá estar inserido no plano de gerenciamento de resíduos acima mencionado, conforme o artigo 39, § 1º da citada lei federal.

Para o transporte de resíduos perigosos, deverá ser elaborado “Manifesto para Transporte de Resíduos Perigosos” (MTRP), seguindo as diretrizes da Resolução ANTT nº 420/2004 e da ABNT NBR-13.221/2003, e o transporte deverá ser realizado somente por sistemas aprovados pelos órgãos ambientais, que deverão estar em conformidade com os procedimentos detalhados no Manual de Resíduos Perigosos.

3.1.5 Compensação Ambiental

A compensação ambiental é um instrumento de política pública que visa proporcionar a incorporação dos custos sociais e ambientais da degradação gerada por determinados empreendimentos em seus custos globais. Como alguns impactos não são possíveis de ser mitigados, dentre eles a perda da biodiversidade e de áreas representativas do patrimônio cultural, histórico, espeleológico e arqueológico, foi definida a possibilidade da compensação ambiental, como um custo associado ao licenciamento ambiental.

A Lei nº 9.985/2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), através de seu artigo 36, impõe ao empreendedor a obrigatoriedade de apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do grupo de proteção integral, quando, durante o processo de licenciamento e com base no EIA/RIMA, um empreendimento for considerado como de significativo impacto ambiental. A compensação ambiental é considerada um importante mecanismo fortalecedor do SNUC. (http://www.icmbio.gov.br/portal/)

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) é o órgão responsável pela gestão das Unidades de Conservação federais e pela aplicação dos recursos de compensação ambiental, sejam eles advindos de processos de licenciamento federais,

estaduais ou municipais. As ações prioritárias para aplicação dos recursos de compensação ambiental encontram-se descritas no Decreto nº 4.340/02.

A Instrução Normativa do IBAMA nº 08/2011 regulamenta, no âmbito do IBAMA, os procedimentos para o cálculo e a indicação da proposta de Unidades de Conservação a serem beneficiadas pelos recursos da Compensação Ambiental referentes aos processos de licenciamento ambiental federal. Quando da concepção do projeto deve ser elaborado pelo empreendedor, no âmbito do EIA, o Plano de Compensação Ambiental, contendo os dados necessários para o cálculo do Grau de Impacto conforme Anexo do Decreto nº 6.848, de 14 de maio de 2009, e a proposta das unidades de conservação a serem beneficiadas pelos recursos da Compensação Ambiental.

O valor da compensação financeira será calculado levando em conta o grau de impacto do empreendimento e o valor de referência do mesmo, conforme a metodologia apresentada no Decreto 6.848/09. Após fixado o valor da compensação ambiental e definida a sua destinação pelo órgão licenciador, o empreendedor é notificado a firmar termo de compromisso com o ICMBio, visando ao cumprimento da condicionante (IN-ICMBio nº 20/2011). Conforme já mencionado, a execução do cronograma físico-financeiro do projeto de compensação ambiental é uma das condicionantes para a obtenção da Licença de Operação.

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3.1.6 Participação Pública

A participação pública no processo de licenciamento ambiental tem caráter informativo e consultivo, servindo de subsídio para a tomada de decisão do órgão ambiental responsável pelo licenciamento. A Audiência Pública é uma das etapas da avaliação do impacto ambiental e o principal canal de participação da comunidade nas decisões em nível local. Tem por finalidade a demonstração aos interessados do conteúdo do EIA e respectivo RIMA, para comportar o esclarecimento de dúvidas e possibilitar as sugestões e críticas sobre o empreendimento e as áreas sob sua interferência. Para a Administração Pública, tem a função de ser um momento no qual poderá ser feita a aferição das repercussões junto à sociedade do empreendimento proposto.

As audiências públicas poderão ser realizadas por determinação do órgão ambiental, sempre que julgado necessário, ou por solicitação de entidade civil, do Ministério Público ou de 50 ou mais cidadãos. O edital de realização da audiência é publicado no Diário Oficial e em jornal regional ou local de grande circulação, rádios e faixas, com indicação de data, hora e local do evento. O local escolhido para realização da audiência deve ser de fácil acesso aos interessados. Devido à localização geográfica das comunidades e grupos interessados, poderá haver mais de um evento sobre o mesmo projeto.

A audiência pública foi estabelecida desde a Resolução CONAMA nº 01/86, no seu Artigo 11, “Ao determinar a execução do estudo de impacto ambiental e apresentação do RIMA, o órgão estadual competente ou o IBAMA ou, quando couber, o Município determinará o prazo para recebimento dos comentários a serem feitos pelos órgãos públicos e demais interessados e, sempre que julgar necessário, promoverá a realização de audiência pública para informação sobre o projeto e seus impactos ambientais e discussão do RIMA”. A Resolução CONAMA nº 009/1987 dispôs sobre finalidade, iniciativa, prazos e procedimentos dessa audiência pública.

3.2 ACOMPANHAMENTO DO PROCESSO DE LiCENCiAMENTO AMBiENTAL E DA GESTÃO AMBiENTAL ASSOCiADA

Condicionantes ambientais são estabelecidas pelo órgão ambiental a partir da avaliação do Estudo Ambiental (EA) elaborado pelo empreendedor. São solicitadas quando o órgão ambiental quer monitorar os impactos significativos do empreendimento ou mitigar e/ou evitar alguns impactos apontados pelo EA. As condicionantes ambientais são compostas por um escopo específico e um prazo definido.

As condicionantes ambientais consistem nos compromissos e garantias que o empreendedor deve assumir, com base em seu projeto e nos programas e medidas mitigadoras previstos nos estudos ambientais, considerando os limites e padrões previstos em normas e Lei nºs e buscando a mitigação dos impactos ambientais prognosticados. Constituem a maior parte das atividades de gestão ambiental das empresas. A inobservância das condicionantes ambientais pode levar à anulação da licença e enquadramento na Lei Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998).

O adequado gerenciamento dos requisitos das condicionantes pelas empresas é fundamental para evitar a ocorrência de problemas durante o licenciamento ambiental, bem como a adoção de medidas que não estejam alinhadas às expectativas do órgão licenciador, o que poderá impactar diretamente os custos e prazos planejados.

Nesse sentido, é recomendável que seja criada uma estrutura para acompanhamento das condicionantes, desde a fase de implantação dos projetos/empreendimentos, para verificação e controle do atendimento ao escopo solicitado pelo órgão ambiental, cumprimento dos prazos, com os necessários procedimentos formalmente estabelecidos, de modo a evitar multas e outras penalidades ou mesmo o indeferimento da licença.

Com relação à equipe da empresa envolvida nesses processos, devem ser definidas responsabilidades, restrições, limites e atribuições de cada parte, sendo os procedimentos

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e atribuições formalmente estabelecidos e amplamente divulgados e as informações devidamente niveladas. O dimensionamento das equipes também deve ser compatível com as tarefas a serem acompanhadas. Destaca-se, nesse sentido, que a adequada estruturação do processo permite melhor dimensionar os recursos humanos necessários para a realização do trabalho.

É importante também interagir com as diferentes áreas das empresas quando da definição dos procedimentos e das atribuições, principalmente para aquelas atividades que trarão consequências para o desenvolvimento das atividades de outras áreas. O corpo gerencial também deve estar ciente da importância do atendimento adequado às condicionantes e dos recursos que serão necessários para o cumprimento do solicitado.

Quando for necessária a contratação de serviços especializados, devem ser estabelecidos procedimentos para registro e controle de prazos de entrega de minutas, estudos, relatórios, protocolos e encaminhamento de ofícios ou, ainda, para formalização de convênios, contratações e aquisições. As contratações e aquisições devem seguir as diretrizes do “Manual de Boas Práticas de Sustentabilidade para a Cadeia de Suprimento das Empresas Eletrobras”.

O controle dos custos associados ao licenciamento e atendimento às condicionantes também é outro ponto de muita relevância. Se possível, nas planilhas orçamentárias das empresas, devem ser definidas rubricas específicas para os custos ambientais. Devem ser discriminados os custos burocráticos para obtenção das licenças e seu acompanhamento, daqueles relativos às contratações e aquisições necessárias para a implantação dos programas, projetos e monitoramentos e seu acompanhamento, incluindo os custos referentes aos colaboradores da empresa envolvidos no processo. Deve também ser estabelecida uma rubrica orçamentária específica para os custos ambientais relativos

às ações implementadas voluntariamente pelas empresas.

O mapeamento dos custos ambientais pelas empresas é fundamental, uma vez que tem sido observada uma tendência de crescimento de tais custos. Tal mapeamento será de grande ajuda para o planejamento da gestão ambiental e o dimensionamento dos recursos necessários.

Outra boa prática a ser adotada é a avaliação da efetividade dos programas ambientais implementados. Assim, o acompanhamento das condicionantes deve incluir ferramentas para a análise dos resultados alcançados com os programas. Sugere-se, então, que desde o início sejam definidos indicadores, de preferência em comum acordo com os órgãos ambientais, para cada uma das ações, projetos ou programas, que permitam avaliar se os objetivos (a melhoria esperada, a redução da interferência ou a proteção desejada) foram alcançados. Devem ser observados e registrados problemas e possíveis falhas, que podem ter contribuído para que os resultados esperados não fossem alcançados, bem como ações ou mudanças no processo que levaram a um melhor desempenho do indicador. Tais resultados subsidiarão a definição de futuros condicionantes.

Um bom relacionamento com o órgão licenciador torna-se necessário ao longo de todo o processo. Para isso, deve-se buscar, sempre que necessário, agendar reuniões para o nivelamento de informações, visando ratificar entendimentos entre as partes.

Condicionantes que envolvem ações junto às comunidades requerem cuidados no processo de divulgação e negociação com as partes interessadas, devendo ser estabelecidos procedimentos para levantamento e registro das questões mais críticas, bem como das ações implementadas para solucionar os conflitos.

3.2.1 Procedimentos para Acompanhamento do Licenciamento Ambiental

O acompanhamento do licenciamento ambiental das obras deve ser acompanhado e, sempre que possível, monitorado por indicadores. Nas EDEs já vem sendo realizado o acompanhamento com o apoio de planilhas como a apresentada no Quadro 9.

3.2.2 RESPONSABiLiDADES POR DANOS AO MEiO AMBiENTE E PENALiDADES

A Constituição Federal de 1988 define o meio ambiente como bem de uso comum: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

No ANEXO I.5 – Licenciamento Ambiental, são apresentadas algumas sugestões de planilhas para realizar o acompanhamento desse processo, com destaque para o acompanhamento das condicionantes.

Quadro 9. Planilha utilizada pelas EDEs para Acompanhamento do Licenciamento das Obras

iTEM EMPREENDiMENTO

LiCENÇAS OU AUTORizAÇÕES

- DATA DE OBTENÇÃO E NÚMERO

- DATA DE VALiDADE

O QUE FOi FEiTO?

O QUE FALTA FAzER?

PONTO CRíTiCO OBSERVAÇÕES

LP

Audiência Pública

No seu artigo 225, § 3º, estabelece que: “As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados”.

A Lei nº 6.938/81, que instituiu a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), estabelece os tipos de responsabilidade e as penalidades decorrentes de condutas lesivas ao meio ambiente, conforme mostrado no Quadro 10, a seguir.

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Fonte: Amazonas Energia, EDAlagoas (2014)

Em caso de danos ambientais, as sanções previstas pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) e pela PNMA (Lei nº 6938/81) podem ser impostas a pessoas físicas (empreendedores e corresponsáveis), bem como à pessoa jurídica (empresas). Dependendo da esfera a que se aplicam, são previstas as seguintes sanções:

Esfera Cível: (independe da existência de culpa)

• Reparação civil decorrente do dano causado, com indenização à comunidade atingida;

• Recuperação ambiental da área atingida pelo acidente.

Esfera Administrativa:

• Advertência;

• Multa simples entre R$ 50,00 e R$ 50.000.000,00;

• Suspensão de venda e fabricação do produto;

• Embargo da atividade;

• Suspensão total ou parcial da atividade;

Fonte: FIRJAN, 2014

TiPO DE RESPONSABiLiDADE CARACTERíSTiCA PENALiDADE

Objetiva Independe de culpa.

Em caso de acidente, a empresa será obrigada, independentemente da existência de culpa, a reparar danos causados ao meio ambiente. Aplica-se, preferencialmente à esfera cível.

Subjetiva

Depende da existência de culpa ou dolo. A culpa é caracterizada por imperícia, imprudência ou negligência. E o dolo se caracteriza pela intenção.

Em caso de acidente, a apuração de culpa será necessária para a responsabilização na esfera criminal.

SolidáriaSerá apurada a responsabilidade de todos os agentes envolvidos.

É a responsabilidade na qual o poluidor e seus sucessores, bem como qualquer um que tenha contribuído para o dano, serão considerados responsáveis perante a lei. Nesse caso, os responsáveis responderão, individualmente ou conjuntamente, pelo pagamento total da indenização devida.

Quadro 10. Tipos de Responsabilidade e Penalidades

• Restritiva de Direito:

- Cancelamento de Licença;

- Perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

- Proibição de participação em licitações públicas por até 3 anos.

Esfera Penal: (aplicável quando comprovada a existência de culpa ou dolo)

• Penas privativas de liberdade para pessoas físicas (prisão ou reclusão);

• Penas restritivas de direitos;

• Interdição temporária de direitos;

• Prestação de serviços à comunidade;

• Suspensão parcial ou total de atividade;

• Ressarcimento à vítima ou à entidade pública com fim social: a importância varia de 1 a 360 salários mínimos;

• Recolhimento domiciliar.

49

1050

Neste Capítulo, são destacadas as principais questões e exigências relacionadas aos aspectos socioambientais a serem observadas durante a realização de obras para a construção de linhas de distribuição de energia elétrica e de construção e ampliação de subestações, bem como para as atividades de reforço e reforma das redes urbanas. As diretrizes, recomendações, critérios e procedimentos socioambientais aqui apresentados deverão servir de orientação para as equipes próprias das EDEs envolvidas no desenvolvimento dessas atividades, seja como executora dos serviços, gestora ou fiscalizadora, bem como para a elaboração dos contratos de prestação de serviços e para a inspeção dos mesmos por parte das EDEs.

Quando da contratação de serviços, a Contratada/Prestadora dos serviços e seus empregados devem tomar ciência e pactuar com os princípios e diretrizes da Política Ambiental, da Política de Sustentabilidade, da Política de Segurança e Medicina do Trabalho e agir em consonância com o Código de Ética das EDEs.

São destacados, ainda, os principais aspectos relacionados à organização para o acompanhamento e a gestão dos aspectos socioambientais durante a construção de linhas de distribuição de energia elétrica e de construção e ampliação de subestações e as atividades de reforço e reforma das redes urbanas, visando evitar ou minimizar os possíveis impactos socioambientais associados às diversas atividades envolvidas nesses processos.

4.1 RESPONSABiLiDADE PELA GESTÃO SOCiOAMBiENTAL

Considerando o critério básico para a elaboração deste Manual enunciado no item 1.2, qual seja, “a incorporação de requisitos e critérios socioambientais desde o planejamento e elaboração dos projetos de expansão, reforma ou reforço, durante a construção e a implantação de tais projetos e na operação do sistema de distribuição, bem como nas atividades de manutenção”, para a adequada condução das obras e serviços, deverão ser claramente estabelecidas as responsabilidades para a supervisão/acompanhamento das ações necessárias para a gestão socioambiental de cada projeto, no âmbito das áreas de meio ambiente das EDEs, abrangendo vários níveis da hierarquia.

Os responsáveis por essa supervisão/acompanhamento da gestão socioambiental de cada projeto na EDE deverão realizar a interface com as demais áreas da empresa sempre que necessário, bem como cuidarão da supervisão da gestão socioambiental da Empresa Contratada ou Prestadora de Serviços, sendo auxiliado por um responsável pelas Inspeções Ambientais da EDE.

A Contratada/Prestadora de Serviços também deverá constituir uma “Gerência Ambiental”, que deverá ser composta por um responsável pelas atividades de coordenação das atividades

Aspectos Socioambientais Gerais

CAPíTULO 4

1151

3 Visando a equidade de gênero, na licitação e nos contratos, deve ser explicitado que os termos porventura utilizados, tais como coordenador, supervisor, trabalhador, empregado e outros que estejam referidos pelo termo genérico representativo do masculino, referem-se a todo o coletivo, incluindo mulheres e homens.

de preservação e proteção ambiental (Coordenador Ambiental3) e, no caso da obra comportar vários trechos, para cada trecho de obra, deverá ser indicado um inspetor para as atividades de campo (Inspetor Ambiental). Cada obra deverá contar com pelo menos um (1) Inspetor Ambiental.

A equipe que comporá a “Gerência Ambiental” da empresa contratada pela EDE deverá apresentar qualificação técnico-ambiental e experiência comprovada na execução de projetos e obras similares.

Quando julgado pertinente pelas EDEs, o Coordenador de Preservação e Proteção Ambiental (Coordenador Ambiental) poderá acumular as funções do Coordenador de Segurança e do Coordenador de Saúde, quando sua qualificação e sua capacitação forem consideradas pelas EDEs compatíveis com as necessidades técnicas desejadas.

As funções de Inspeção Ambiental também podem ser acumuladas com as funções de Inspeção de Segurança quando a qualificação e a capacitação do profissional forem consideradas pelas EDEs compatíveis com as necessidades técnicas desejadas.

A Contratada deve assegurar que suas Subcontratadas adotem padrões equivalentes aos seus próprios para as áreas de meio ambiente, saúde, segurança, higiene e conforto.

Na execução das obras/serviços cobertos por este Manual, os executores das atividades (EDE, Contratada/Prestadora de serviços) têm as seguintes responsabilidades básicas em relação à conservação do meio ambiente:

• Minimizar impactos negativos ao meio ambiente e à comunidade que possam ocorrer durante as obras ou, posteriormente, em consequência das mesmas;

• Cumprir a legislação, normas governamentais, diretrizes e especificações ambientais;

• Adquirir materiais e equipamentos cujas características não propiciem situações de risco ao meio ambiente;

• Estabelecer formalmente o responsável pela gestão ambiental da obra e, no caso de contratação, indicar formalmente à fiscalização do empreendedor o responsável pela conduta ambiental da contratada na obra;

• Evitar todo e qualquer corte de vegetação e não suprimir vegetação sem prévia autorização da fiscalização do empreendedor, que será concedida sempre de acordo com as devidas autorizações, emitidas por órgão ambiental competente;

• Evitar a contaminação do solo, da água ou do ar;

• Dispor os resíduos oleosos, tóxicos, perigosos, líquidos, sólidos, sucatas e entulhos de forma ambientalmente apropriada, seguindo as orientações dos Manuais de Resíduos das EDEs;

• Evitar ao máximo a erosão do solo e a interferência, pela deposição de particulados, em cursos d’água e outros corpos hídricos;

• Evitar interrupções na drenagem natural dos terrenos;

• Não utilizar fogo para limpeza de área ou para eliminar restos de materiais de qualquer natureza;

• Evitar a ocorrência de distúrbios à flora e à fauna;

• Evitar a ocorrência de distúrbios à vida das comunidades locais por ação de seus empregados e contratados;

• Não permitir ao seu pessoal caçar ou pescar dentro das áreas sob sua intervenção;

• Implementar as ações de recuperação de áreas alteradas por suas atividades;

• Comprometer-se com a manutenção do aspecto visual e estético da área da obra, de suas adjacências, das áreas de apoio e outras sob sua influência.

52

Para garantir o cumprimento de suas responsabilidades, a Gerência Ambiental da Contratada terá as seguintes atribuições:

• Manter postura permanente de previsão e antecipação, trabalhando de forma integrada e com atitudes proativas na proteção do ser humano, meio ambiente e do patrimônio;

• Assegurar padrões adequados de saúde, segurança, higiene e conforto para todos os trabalhadores do empreendimento;

• Interagir permanentemente com as comunidades e autoridades locais, visando disseminar informações sobre as atividades a seu cargo;

• Assegurar a adoção de tecnologias limpas, seguras e economicamente viáveis, que permitam o uso racional dos insumos, minimizando riscos, emissões gasosas, efluentes líquidos e resíduos sólidos decorrentes das atividades do projeto;

• Cooperar com as EDEs, desenvolvendo as ações e adotando procedimentos que contribuam para o atendimento de suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, previamente acordadas;

• Assegurar que as empresas subcontratadas adotem os mesmos padrões utilizados pela contratada, nas áreas de meio ambiente, saúde, segurança, higiene e conforto;

4.2 PLANEJAMENTO AMBiENTAL DA CONTRATADA

4.1.1 DA RESPONSABiLiDADE POR DANOS

No caso de contratações, sempre que as especificações técnicas ambientais de construção sejam omissas, causem dúvidas ou não sejam aparentemente aplicáveis a uma situação específica da obra, a Contratada/Prestadora de Serviços deverá relatar a situação à Inspeção Ambiental da EDE e seguir a orientação que for por ela indicada.

A Contratada/Prestadora dos serviços terá total responsabilidade quanto a atos de negligências, danos à flora e à fauna, disposição dos resíduos em locais impróprios, assim como qualquer dano causado a terceiros ou a prática lesiva ao meio ambiente, inclusive sobre o pagamento de multas e a responder por ações civis e criminais, seja por culpa ou dolo de seus empregados e prepostos.

• Assegurar que as funções relativas ao meio ambiente e à segurança constituam responsabilidade de todos os gerentes e trabalhadores da contratada e que sejam conduzidas por meio de sistemas de gestão adequados;

• Manter sistemas de avaliação de desempenho e de atendimento aos procedimentos de segurança, visando a melhoria contínua;

• Planejar e implantar a obra, observando-se as diretrizes deste Manual Ambiental de Obras.

• Encaminhar à Inspeção Ambiental da EDE todas as informações aqui previstas de forma clara, completa e em tempo hábil;

• Encaminhar à Inspeção Ambiental da EDE qualquer dúvida decorrente da aplicação dessas especificações, sempre ciente de que isso não exime a Contratada de sua integral responsabilidade.

Antes do início dos serviços contratados, a contratada deve apresentar, através de sua gerência ambiental, para apreciação da EDE, os seguintes documentos:

• Análises críticas dos documentos e normas ambientais relativas às obras:

- Análise crítica das legislações ambientais municipal, estadual e federal para as regiões

53

abrangidas pelo empreendimento/projeto/serviço em licitação e suas consequências para os serviços propostos;

- Análise crítica dos programas previstos nos Estudos de Impacto Ambiental (EIA, RAS)ou Plano Básico Ambiental (PBA, PCA) do empreendimento;

- Análise crítica e dúvidas das condicionantes das Licenças Prévia (LP) e/ou de Instalação (LI);

- Análise crítica e dúvidas referentes às presentes especificações;

- Descrição sucinta da experiência da empresa na realização de trabalhos com grau de complexidade similar em gerenciamento ambiental.

• Planejamento de gestão ambiental;

• Procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e Resíduos Sólidos;

• Evidências do atendimento às Normas Reguladoras (NR) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Antes do início das obras, a Contratada deve elaborar um Plano da Gestão Ambiental das Obras cujo conteúdo sugerido é apresentado no Quadro 11, a seguir, que poderá ser adaptado em função de porte, características e localização dos empreendimentos.

54

Quadro 11. Plano de Gestão Ambiental das Obras

PLANEJAMENTO DA GESTÃO AMBiENTAL DAS OBRAS

Corresponde à elaboração de planos antecedentes à obra, onde deverão constar:

• Os métodos de construção propostos para cada tipo de intervenção;

• Planejamento de sua execução;

• A Proposta de atuação da Contratada na coordenação das ações a seu cargo previstas nos programas ambientais e sua articulação com as áreas da EDE, com o público externo, com órgãos governamentais e com as comunidades afetadas;

• Os principais aspectos ambientais a serem considerados e as principais medidas construtivas a serem adotadas. Especial atenção deverá ser dispensada à preservação da vegetação, às Terras Indígenas e outras áreas habitadas por populações tradicionais, bem como ao patrimônio arqueológico e espeleológico e, nos centros urbanos, ao patrimônio histórico, devendo ser observados os requisitos legais e demais regras e procedimentos inerentes à sua preservação;

• As interferências previstas em redes de infraestrutura e a articulação com as outras concessionárias de serviços públicos com vistas à sua compatibilização/solução; e,

• A articulação com os órgãos competentes de trânsito para as ações de desvio de tráfego e sinalização adequada.

O início das obras só será autorizado pela Supervisão Ambiental da EDE após parecer favorável das demais áreas da empresa envolvidas, bem como das instâncias hierárquica superiores, quanto ao planejamento ambiental de obras.

No caso da obra ser executada por empresa contratada, esta deverá apresentar à Supervisão Ambiental, antes do início das obras, um detalhamento dos serviços, com base no projeto executivo elaborado, nas diretrizes gerais constantes deste Manual Ambiental de Obras, nos planos de ação e programas constantes nos estudos ambientais (EIA/RIMA, RAS, etc.), quando existentes, e nas licenças de instalação – LI. Esse detalhamento deverá conter:

• As medidas adotadas ou a serem adotadas para cumprimento das exigências e condicionantes de execução de obras constantes na Licença de Instalação – LI, quando for o caso;

• A definição dos locais para implantação de canteiros, áreas de bota-foras e de áreas de empréstimo com as devidas licenças ambientais;

• Planejamento ambiental das obras a serem executadas, prevendo-se: um plano global para todo o serviço objeto do contrato e plano detalhado para etapas específicas;

• Programa de Monitoramento, abrangendo os procedimentos para o monitoramento dos aspectos ambientais relevantes, baseados principalmente nos pontos críticos identificados no Estudo de Impacto Ambiental ou Plano Básico Ambiental;

• Programa de Monitoramento de Segurança e Saúde;

• Plano de Controle Ambiental (PCA), abrangendo as ações ambientais que serão executadas pela Contratada em implantação, funcionamento e desmobilização dos canteiros de obras.

Fonte: Relatório de Avaliação Socioambiental – Parte II – Plano de Gestão Ambiental (MME, Eletrobras, World Bank, 2010)

55

A implantação do Manual Ambiental de Obras tem como característica relevante a análise prévia do dia a dia das obras.

Antes do início da execução dos serviços deve ser promovida uma reunião de integração entre a Supervisão da EDE e a Gerência Ambiental da Contratada, visando orientar e esclarecer os trabalhadores da empreiteira quanto às questões técnicas, administrativas, de segurança e saúde do trabalho, de meio ambiente, de responsabilidade social e do Código de Conduta da EDE.

O planejamento ambiental deve ser reavaliado periodicamente, com a seguinte pauta geral:

• Apresentação, pela Equipe de Construção/Execução dos Serviços, do planejamento para as semanas seguintes, de forma global;

• Apresentação, pela Equipe de Construção/Execução dos Serviços, dos serviços a serem executados na semana seguinte, de forma detalhada;

• Discussão, entre a equipe de Supervisão Ambiental da EDE e a Gerência Ambiental da contratada, sobre os aspectos ambientais relevantes relacionados ao planejamento da construção/serviços, para as semanas seguintes;

• Discussão dos aspectos ambientais relevantes relacionados aos serviços a serem executados nas semanas seguintes, de forma detalhada, com o estabelecimento de diretrizes e recomendações a serem seguidas e que serão alvo de controle, no período, pela gerência ambiental e pela Inspeção Ambiental das EDEs;

• Discussão dos aspectos relacionados a Segurança e Saúde, conforme recomendações contidas no Capítulo 6;

• Discussão das eventuais não conformidades observadas na semana anterior, cobrança das medidas tomadas para saná-las e eventual determinação de outras a serem tomadas;

• Outros assuntos relacionados, tais como a situação do licenciamento e da fiscalização pelo órgão ambiental, andamento de outros planos ou programas ambientais específicos, etc.

A realização dessa reunião semanal, que deve ser rápida e objetiva, possibilita não só planejar adequadamente os trabalhos de implantação das obras como também verificar o planejamento num horizonte de tempo que permita à equipe da Supervisão Ambiental da EDE estar sempre à frente das atividades da construção, podendo, dessa forma, atuar preventivamente na conservação do meio ambiente.

O Planejamento Ambiental deve prever e requerer que, durante a execução das obras, o acompanhamento dos aspectos ambientais seja realizado por meio de uma série de relatórios.

4.2.1 Atendimento às Normas do Ministério do Trabalho

Antes do início dos serviços, deverá ser apresentada para análise da Supervisão Ambiental e da Inspeção da EDE as evidências sobre:

• Implantação do Serviço Especializado em Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT, NR-4);

• Definição e disponibilidade de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a serem utilizados nos serviços (NR-6 e item 18.23 da NR-18);

• Implantação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA, NR-5 e item 18.33 da NR-18);

• Implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA, NR-9);

• Implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO, NR-7);

• Implementação do Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT, item 18.3 da NR-18).

Os programas e serviços acima indicados deverão ser elaborados e implantados de acordo com as orientações contidas no Capítulo 6 deste Manual.

Para o dimensionamento e a implementação desses programas, devem ser considerados como efetivo todos os trabalhadores lotados na obra, somados aos das eventuais empresas Subcontratadas.

4.2.2 Plano de Atuação em Segurança e Medicina do Trabalho

Considerando todas as orientações e diretrizes contidas no Capítulo 6 deste Manual, antes do início dos serviços, a Contratada/Prestadora de Serviços deverá preparar um Plano de Gestão de Segurança e Saúde abordando, no mínimo, os seguintes aspectos:

• Definição de atribuições e responsabilidades com a identificação do médico do trabalho responsável e equipe contratada;

• Organização do Serviço Especializado em Segurança e Medicina no Trabalho (SESMT);

• Organização do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, especificando, por ocupação, a periodicidade de exames médicos e exames complementares necessários e informando quem será o médico coordenador;

• Plano de Contingência para Emergências Médicas e Primeiros Socorros;

• Programa de treinamento em Saúde e Segurança;

• Procedimentos de segurança para execução dos serviços de construção e montagem;

• Indicadores de segurança utilizados e forma de divulgação;

• Programa de inspeções e auditorias internas de saúde e segurança, com cronograma de execução.

4.3 DOCUMENTAÇÃO DAS AÇÕES

Sempre que nessas especificações ambientais estiver indicada a necessidade de planejamento prévio de atividades, solicitação de autorização, relatos de ações efetuadas, relatos de incidentes, justificativas, relatos de eventos realizados e quaisquer fornecimentos de informações da Contratada à Inspeção Ambiental da EDE, a respeito de fatos ocorridos ou a ocorrer, esse procedimento deve-se dar por escrito.

Com o objetivo de registrar as providências exigidas pela Inspeção Ambiental da EDE e as efetivamente tomadas, a Contratada deve manter na obra um livro ou um sistema computacional, semelhante ao diário de obras, para registros de irregularidades no que diz respeito às questões de meio ambiente, saúde, segurança, higiene e conforto do trabalhador. Devem ser emitidos relatórios diários, rubricados pelo seu representante e pela Inspeção da EDE.

Todas as ações ambientais exigidas da Contratada que não possam ser comprovadas em campo pela Inspeção Ambiental da EDE, como resultado prático de execução das obras, devem ser documentadas. Nesse caso se enquadram os treinamentos a serem fornecidos aos trabalhadores em todos os níveis.

Toda a documentação gerada em função das exigências deste Manual e os alvarás, licenças, resultados de análises, habilitações e demais comprovações da regularidade de todas as atividades e sistemas em operação devem ser mantidos nos canteiros de obra, de forma organizada e facilmente acessível à Inspeção Ambiental da EDE, para consulta a qualquer momento.

A Contratada deve chancelar o recebimento de todo e qualquer documento enviado pela Inspeção Ambiental da EDE, não sendo admitida a alegação de ignorância de seu conteúdo após a chancela.

4.2.3 Plano de Atuação com as Comunidades Afetadas

De acordo com a definição do local onde serão instalados os canteiros de obra, alojamentos, etc., não poderão ser causados interferências ou impactos significativos na infraestrutura de saúde e saneamento básico das comunidades do entorno.

Deve ser apresentado o planejamento de:

• Ações mitigadoras dos impactos;

• Mecanismos de comunicação social;

• Educação em saúde dos trabalhadores para a convivência com os habitantes dessas comunidades, com especial referência a doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), AIDS, violência e respeito aos ecossistemas existentes.

A Contratada será responsável, perante as EDEs, pelo atendimento pelas Subcontratadas, segundo os requisitos apresentados no Capítulo 6 deste Manual, e pelo cumprimento de todas as normas relativas a Segurança e Medicina do Trabalho.

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57

4.4 RELATóRiOS DE iNCiDENTES E OCORRêNCiAS

São considerados incidentes e ocorrências especiais, que demandam relatório específico:

• Acidentes de trabalho ou de trânsito, com ou sem vítimas;

• Derramamento de materiais líquidos ou sólidos fora do local de destino adequado;

• Agressões desnecessárias ao meio ambiente, como desmatamento inadequado, queimada, interrupção de drenagem e abertura de estradas desnecessárias;

• Incidentes afetando saúde, saneamento, segurança, hábitos, tranquilidade ou patrimônio de moradores.

Em qualquer dos casos citados, deverá ser apresentado à Inspeção da EDE, num prazo máximo de 48 horas, um relatório que inclua, no mínimo, os seguintes detalhes:

- Data, hora e local da ocorrência;

- Descrição da ocorrência;

- Descrição da gravidade (nº de vítimas e gravidade; material derramado e quantidade; outros);

- As circunstâncias em que ocorreu o incidente;

- Uma declaração provando que as providências para a correção do problema já estão sendo tomadas e uma descrição dos métodos adotados;

- Uma conclusão avaliando se o incidente está sob controle.

As ocorrências ambientais devem ser imediatamente comunicadas à Inspeção Ambiental da EDE e aos órgãos ambientais competentes.

Particularmente no caso de ocorrência de acidente fatal, conforme normas do Ministério do Trabalho, deverá ser adotado o seguinte procedimento:

• Comunicar o acidente de forma imediata à Inspeção do Empreendedor e, conforme NR-18 itens 18.31 e 18.32, aos organismos competentes nos níveis estadual, municipal e federal;

• Providenciar para que, com a máxima urgência, os familiares sejam notificados do ocorrido, fornecendo o devido apoio social;

• Instituir, formalmente, uma comissão de investigação em até 48 horas após o acidente para, no prazo máximo de 15 dias, identificar as causas e recomendar as medidas que se façam necessárias para evitar acidentes semelhantes;

• Fazer um relatório contendo no mínimo:

- descrição do acidente;

- local preciso;

- dados relativos às pessoas acidentadas;

- causas básicas e imediatas;

- providências a serem tomadas visando prevenir sua repetição.

• Garantir à Comissão autoridade e autonomia suficientes para conduzir as investigações sem quaisquer restrições.

No caso de ocorrência de qualquer acidente de trabalho, a Contratada deve proceder à emissão da Ficha de Acidente de Trabalho (FAT), conforme Anexo I da NR-18.

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4.5 CONTATOS DA CONTRATADA COM PROPRiETáRiOS E MORADORES DE iMóVEiS AFETADOS

Nos contatos com os proprietários e moradores dos imóveis e terras, ruas ou bairros, onde as obras estarão localizadas, os trabalhadores deverão ser orientados para:

• Buscar o convívio harmonioso e amigável, identificando-se com clareza;

• Sempre que solicitados, fornecer o endereço do canteiro responsável pela obra, telefone e nome da pessoa para contato na empresa;

• Sempre que solicitados, fornecer referências para contato com o empreendedor (EDE), repassando endereço, telefone e nome da pessoa, conforme estabelecido pela EDE;

• Em caso de dúvidas levantadas a respeito dos trabalhos que serão realizados na propriedade ou quanto a permissões para passagem, abertura de acessos, corte de cercas, etc., ou ainda em relação à madeira resultante da eventual supressão de vegetação, encaminhar o proprietário ou morador para contato com a EDE;

• Não dar informações técnicas sobre o empreendimento, suas características e influências, encaminhando sempre o solicitante para contato com a EDE;

• Realizar entendimentos prévios quando da necessidade de intervenção em áreas cultivadas ou em quaisquer outras benfeitorias, bem como em áreas mais densamente povoadas, onde ocorrerão mudanças no trânsito ou no fornecimento de algum serviço de infraestrutura em decorrência das obras.

Independentemente do grau de entendimento com proprietários e/ou moradores, qualquer ação que implique em intervenção no meio ambiente, como a exploração de áreas de empréstimo ou bota-fora, corte ou aterro de qualquer volume ou área, supressão de vegetação, etc., deve ser precedida de apresentação de proposta e obtenção de autorização expressa da Inspeção Ambiental da EDE. A alegação de que a intervenção não autorizada se deu por interesse ou solicitação do proprietário não será aceita como justificativa, cabendo à Contratada assumir todos os custos advindos dessa atitude.

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4.6 CUMPRiMENTO DAS ExiGêNCiAS LEGAiS

A Contratada deve cumprir todas as exigências legais, apresentando posteriormente à Inspeção Ambiental da EDE a documentação referente a:

• Regularização dos canteiros de obra perante as Prefeituras Municipais;

• Pagamento dos Impostos Municipais;

• Regularização da exploração de jazidas minerais e áreas de empréstimo;

• Elaboração e execução do Plano de Controle Ambiental (PCA) dos canteiros de obra;

• Execução das atividades e programas estabelecidos no Plano de Controle Ambiental (PCA) do empreendimento sob sua responsabilidade;

• Execução das ações do Programa de Gerenciamento de Riscos para a fase de construção;

• Execução das ações e atividades do Plano de Ação de Emergência para a fase de instalação/construção;

• Execução das ações e atividades do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (incluindo resíduos perigosos e resíduos da construção civil) para a fase de construção;

• Gestão dos resíduos perigosos, em consonância com o Manual de Resíduos Perigosos das EDEs;

• Gestão dos resíduos sólidos, incluídos os da construção civil, em consonância com o Manual de Resíduos Sólidos das EDEs.

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Aspectos Socioambientais Relativos a Logística, Construção e Manutenção

Destaca-se que os serviços de topografia e sondagem cobertos neste item se referem apenas àqueles que antecedem o início das obras.

Os cuidados ambientais a serem observados para os serviços de topografia necessários para o desenvolvimento das atividades de construção, montagem ou manutenção estão incorporados nos tópicos referentes às especificações ambientais para tais atividades. Como exemplos desses serviços, podem ser citados os seguintes: demarcação dos limites da faixa de servidão de LD, colocação de estacas para controle

da terraplenagem de SE, locação e nivelamento de fundações, verificação da locação, alinhamento e verticalidade de suportes, estruturas e pórticos, determinação de flechas dos cabos condutores e para-raios, conferência de espaçamentos elétricos, obras acessórias, etc.

Quando for necessária a implantação de canteiros e alojamentos para os serviços de topografia e sondagem deve-se seguir as orientações e procedimentos em relação aos aspectos socioambientais indicados no item 5.2 deste Capítulo, resguardada a pertinência.

5.1 TOPOGRAFiA E SONDAGEM EM LiNHAS DE DiSTRiBUiÇÃO E SUBESTAÇÕES

1) Topografia e Sondagem em Linhas de Distribuição (LDs) e Subestações (SEs).

2) Canteiros e Alojamentos.

3) Construção e Manutenção de Linhas de Distribuição (LDs).

4) Construção e Manutenção de Subestações (SEs).

5) Execução de Atividades de Expansão, Reforço e Reforma de Redes Urbanas.

6) Armazenagem de Materiais e Equipamentos.

7) Transporte de Equipamentos e Materiais.

8) Controle de Ruído.

Este Capítulo estabelece as instruções e os procedimentos socioambientais para execução de serviços de topografia, construção e manutenção de linhas e subestações de distribuição de energia elétrica na área de atuação das Empresas de Distribuição Eletrobras, bem como execução de obras e serviços para as atividades de expansão, reforma e reforço das redes de distribuição na área urbana.

Dessa forma, busca-se assegurar isonomia, transparência e uniformização nos procedimentos das empresas, das empreiteiras, da inspeção e dos gestores de contratos relativamente à execução dos serviços abordados neste Manual.

As diretrizes, orientações, instruções e procedimentos apresentados neste Capítulo estão organizados nos seguintes tópicos:

CAPíTULO 5

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5.1.1 Topografia em Linhas de Distribuição

5.1.1.1 implantação do traçado

Essa atividade envolve os seguintes serviços: abertura de trilha no eixo da LD, colocação de marcos e bandeiras nos vértices e pontos notórios de tangentes, confirmação de deflexões e comprimentos de tangentes definidos no estudo de traçado da LD.

A trilha a ser aberta deve ser suficiente para a passagem de um homem e permitir visada direta entre as bandeiras, mas sua largura não deve exceder dois metros. Deve ainda se situar no eixo da linha para que já sirva ao levantamento em planta e perfil, a ser feito na fase seguinte.

A madeira a ser utilizada na construção das bandeiras e piquetes poderá ser obtida dentro da própria faixa de servidão da LD, quando se tratar de áreas sem restrição, com restrição apenas parcial ou em caso de árvores que tiveram que ser abatidas, desde que acordado com o proprietário e previamente aprovado pela Inspeção Ambiental do Empreendedor.

Tanto na supressão de vegetação como na implantação de marcos e bandeiras, devem ser tomados os cuidados necessários para que não venham a se instalar processos erosivos. (ANEXO III – Supressão de Vegetação)

Devem ser observados cuidados para que os serviços de pintura de bandeiras e identificações não produzam danos à vegetação nem deixem resíduos no local. As sobras de tintas e solventes não podem ser despejadas no local e devem ser removidas juntamente com latas e pincéis inutilizados, seguindo as recomendações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

5.1.1.2 Levantamento em planta e perfil

Essa atividade envolve a execução dos seguintes serviços:

• levantamento topográfico do eixo da LD, de perfis laterais e dos obstáculos atravessados;

• identificação das principais características do solo e dos diferentes tipos de vegetação;

• cadastramento dos proprietários das áreas atravessadas.

Todas as recomendações referentes à implantação do traçado também deverão ser aplicadas nessa etapa.

A trilha aberta para o embandeiramento deve ser reaproveitada, fazendo-se nova limpeza da mesma, se necessário.

A abertura de outras trilhas para o levantamento de perfis laterais, de obstáculos ou de benfeitorias existentes dentro da faixa de servidão, caso necessária, deve obedecer às restrições já estipuladas para a implantação do traçado e aos procedimentos indicados no ANEXO III (Supressão de Vegetação).

Devem ser evitadas a multiplicidade de trilhas, a remoção generalizada de vegetação dentro da faixa de servidão e a distribuição desordenada do material vegetal produzido pelo corte.

Devem ser observados cuidados nos serviços de pintura de identificação de estacas, conforme recomendado no item 5.1.1.1.

5.1.1.3 Levantamento de seções diagonais

Essa atividade envolve os seguintes serviços: levantamento das seções diagonais do terreno nos pontos de locação dos postes/estruturas para escolha dos pés ou determinação dos comprimentos dos estais, colocação do marco central da estrutura e dos piquetes para amarração de seus eixos e confirmação dos comprimentos dos vãos e das deflexões do eixo da LD.

Nessa fase, aplicam-se também todas as instruções referentes à implantação do traçado, como restrições para abertura de trilhas e cuidados nos serviços de pintura.

No caso de utilização de estruturas estaiadas, somente deverão ser abertas trilhas nas direções dos estais.

62

5.1.2 Topografia em Subestações

Essa atividade envolve os seguintes serviços: levantamento das curvas de nível e dos limites do terreno, colocação dos marcos de referência, cadastramento dos proprietários dos terrenos vizinhos e levantamento de acidentes e obstáculos.

A topografia que precede as obras de uma subestação resume-se ao levantamento planialtimétrico do terreno, que deve ser realizado conforme as recomendações e procedimentos gerais já estabelecidos para as linhas de distribuição. Entretanto, esse levantamento geralmente demanda a supressão de vegetação em área extensa. Assim sendo, especial cuidado deve ser tomado por ocasião dos trabalhos de limpeza da área, no sentido de:

• obedecer rigorosamente aos critérios constantes do ANEXO III (Supressão de Vegetação);

• limitar a remoção da vegetação ao estritamente necessário, evitando o corte de árvores;

• não realizar ação que possa vir a originar processo erosivo;

• não alterar a drenagem natural ou artificial existente no terreno;

• não provocar alteração da qualidade de cursos d’água ou reservatórios existentes na área.

Devem também ser observadas as recomendações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs para a disposição dos resíduos decorrentes dessa atividade.

5.1.3 Serviços de Sondagem

Os serviços de sondagem envolvem a execução de sondagens tipo SPT e/ou rotativa, com lavagem, coleta de amostras e classificação tátil-visual.

Os equipamentos para sondagens devem estar perfeitamente acomodados e fixados ao veículo, especialmente se trabalhadores também estiverem sendo transportados.

Devem ser observados cuidados adequados no transporte e manuseio de combustível e lubrificantes, evitando riscos aos trabalhadores e ao meio ambiente. Os recipientes utilizados

não devem apresentar quaisquer vazamentos, e os restos de qualquer material não podem ser lançados no campo.

Na obtenção de água no campo, deve ser evitado poluir ou causar danos aos corpos d’água, margens ou vegetação. Não deve ser permitido o trânsito de veículos dentro dos cursos d’água.

Na descarga, guarda e manuseio de equipamentos, tubulações, etc., no local dos serviços, devem ser evitados danos desnecessários à vegetação.

O equipamento de sondagem deve ser instalado nivelado e estabilizado numa plataforma horizontal, garantindo-se que todas as suas partes e componentes estejam montados de forma firme e segura.

As ferramentas e os equipamentos devem ser mantidos em perfeito estado de conservação, e é preciso observar que suas capacidades não sejam excedidas.

Os serviços devem ser totalmente executados dentro da área estipulada, a menos que haja prévia autorização explícita da Inspeção Ambiental da EDE.

O transporte de sedimentos para os cursos d’água deve ser evitado ao máximo, com utilização de barreiras ou outros dispositivos quando necessário.

Quando os serviços estiverem sendo realizados próximo a circuito energizado, a critério da Fiscalização da EDE, os equipamentos e hastes devem ser aterrados.

Ao término dos serviços, a sobra de solo proveniente da sondagem deve ser espalhada na área. Qualquer despejo de água deve ser feito observando cuidados quanto a erosão e transporte de sedimentos. Outros materiais e resíduos devem ser removidos para local adequado, devendo ser seguidas as recomendações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

5.1.4 Supressão de Vegetação

A supressão de vegetação deve se limitar exclusivamente às necessidades de deslocamento de pessoal e equipamento e execução das visadas topográficas ou sondagens. Em qualquer caso, todo corte de vegetação é limitado ao mínimo necessário e depende de autorização expressa da Fiscalização da EDE, fornecida de acordo com autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente.

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Deve ser realizada conforme o tipo de vegetação e atender às especificações gerais, definições e graus de restrição constantes, conforme indicado no ANEXO III (Supressão de Vegetação).

Sempre que a poda atender aos requisitos para os serviços, deve ser obrigatoriamente preferida em relação ao abate, seguindo os procedimentos indicados no ANEXO III.

Quando os trabalhos ocorrerem dentro ou próximo de bosques ou florestas, devem ser tomadas as providências, e as equipes devem ser orientadas de forma a prevenir incêndios florestais.

Conforme o interesse do proprietário das terras, seguindo as orientações do Manual de Resíduos Sólidos das EDEs, serão definidos pela Inspeção Ambiental da EDE o local de destino da madeira, a forma de separação e de empilhamento.

5.1.5 Estradas de Acesso

Não é permitida a abertura de estradas de acesso para os serviços de topografia e sondagem. Os sítios de realização dos serviços deverão ser alcançados através de vias existentes, pastos ou picadas.

A interrupção de cercas, quando necessária, deve ser feita de comum acordo com o proprietário das terras e após a concordância da Inspeção Ambiental da EDE.

As cercas interrompidas deverão ser providas de sistema de fechamento temporário e refeitas imediatamente após o término dos serviços na área, com suas características originais.

Excepcionalmente, a critério do proprietário e com a anuência expressa da Inspeção Ambiental da EDE, poderão ser mantidos colchetes ou outras estruturas que tiverem sido implantados durante os serviços.

5.1.6 Recuperação de áreas Degradadas

As atividades de topografia e sondagem não geram, normalmente, áreas que necessitem de recuperação ambiental. Se por ventura ocorrer a degradação de quaisquer áreas, por conta dessas atividades, é necessária a execução da recuperação das áreas degradadas, de acordo com as recomendações contidas no Anexo V (Recuperação de Áreas Degradadas).

Nessa situação, enquadram-se as eventuais degradações devido à supressão não autorizada de vegetação, à ocorrência de incêndio ou

processo erosivo e ao abandono de resíduos e/ou entulho, entre outros.

Caso necessária a recuperação, a critério da Inspeção Ambiental da EDE, a Contratada deverá apresentar, para análise daquela, a proposta das ações a serem tomadas em cada caso, em conformidade com o Anexo V – Recuperação de Áreas Degradadas.

A data de recuperação deve ser no menor prazo possível e deverá ocorrer imediatamente em caso da configuração de quaisquer das situações a seguir:

• início do período chuvoso ou de qualquer processo erosivo;

• término das atividades no trecho, caracterizado pela mudança do acampamento.

A recuperação física e biológica das áreas deve ser implementada inicialmente, regularizando e suavizando taludes e o perfil do terreno, respeitando a vegetação e linhas de drenagem natural. Em seguida, a camada orgânica superficial do solo deve ser recomposta e a vegetação nativa ou similar restabelecida, incluindo gradeamento, adubação e plantio onde preciso.

Devem ser realizados o acompanhamento dos resultados e as correções necessárias até que se possa afirmar que a regeneração definitiva está encaminhada, a critério da Inspeção Ambiental da EDE.

5.1.7 Revisão Final

No término da execução dos serviços, a Inspeção Ambiental da EDE deve proceder à aprovação do estado final dos itens a seguir:

• Recuperação de cercas e outras estruturas eventualmente alteradas.

• Preservação de áreas florestais e culturas, conforme especificado.

• Conformação do terreno e ausência de processos erosivos.

• Ausência de resíduos e materiais abandonados no campo.

• Estado geral dos corpos d’água quanto a sedimentos e poluição.

• Recuperação das áreas eventualmente degradadas.

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5.2 CANTEiROS E ALOJAMENTOS

Dependendo do tipo de atividade, do porte dos empreendimentos e de sua localização, torna-se necessária a implantação de canteiro de obras, alojamentos, local para alimentação, bem como instalações de apoio como escritório, oficina, almoxarifado e guarita de segurança.

A seguir são descritos os cuidados e procedimentos que visam à proteção do meio ambiente e que devem ser observados desde a implantação dos canteiros até sua desmobilização.

No Capítulo 6, são apresentadas as medidas a serem adotadas nessas instalações, visando garantir o conforto, a segurança e a proteção da saúde do trabalhador.

5.2.1 Mobilização para Implantação

Os canteiros e alojamentos devem ser planejados e construídos de modo a serem funcionais, confortáveis, seguros, devendo ter uma aparência estética compatível com os locais em que serão implantados.

Os canteiros de obras e acampamentos de pessoal não poderão ser instalados em APP (área de preservação permanente) e ARL (área de reserva legal).

Os diversos prédios, galpões, telheiros, etc., devem ter o mesmo padrão arquitetônico, de modo a formar um conjunto harmonioso. Não são permitidas construções improvisadas, barracos, toldos de lona e similares.

Todas as instalações devem ser sinalizadas segundo padrão de comunicação visual claro e abrangente.

Os terrenos devem ser cercados e devem ter portão com guarita, de modo a evitar a entrada de animais e de pessoas estranhas aos serviços.

Os canteiros e alojamentos devem ser adequadamente urbanizados. As áreas de circulação de veículos devem ser sinalizadas e ter tratamento que evite a formação de poças e de lama, em dias de chuva, e poeira em excesso, em tempo seco. Deve ser previsto o uso de carros-pipa, quando necessário.

Nessa etapa, devem ser iniciadas as ações ambientais previstas no Plano de Controle Ambiental (PCA) para a fase de implantação dos canteiros de obra.

5.2.1.1 Escolha de Local

A escolha do local para implantação de canteiros ou alojamentos deve observar os aspectos indicados a seguir.

a) No caso de canteiros principais ou de canteiros em áreas urbanas:

• o planejamento das instalações do canteiro deve considerar a previsão, quando do término da obra, do possível aproveitamento da infraestrutura pela comunidade local;

• dar preferência a locais em áreas urbanas com menor densidade populacional para reduzir o impacto na população local e na circulação de veículos, conservando as vias públicas;

• buscar a periferia das áreas urbanas ou áreas industriais;

• evitar locais especialmente sensíveis a problemas de trânsito;

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4 A Portaria Interministerial estabelece as distâncias de 8 km na Amazônia Legal e de 5 km nas demais regiões.

• buscar locais com melhor infraestrutura, especialmente acessos, fornecimento de energia, abastecimento de água, coleta de lixo e obtenção de alimentos;

• evitar áreas com alta taxa de criminalidade, zonas de prostituição e proximidades de favelas;

• consultar a prefeitura e outros órgãos locais na escolha.

b) No caso de canteiros de apoio ou canteiros em áreas rurais:

• estar a distância segura de corpos d’água, de forma a garantir a não ocorrência de carreamento, de sedimentos ou substâncias de qualquer tipo;

• buscar localizá-los em áreas onde não exista restrição (ver definições no Anexo III);

• respeitar distância mínima dos limites de Terras Indígenas, Comunidades Quilombolas e Unidades de Conservação e suas zonas de amortecimento4, conforme estabelecido na Portaria Interministerial nº 419/2011, bem como de outras áreas sensíveis como áreas de assentamentos, invasões, etc.

Para os serviços de topografia, quando for necessária a implantação de canteiros ou alojamentos, devem ser seguidas as mesmas recomendações apresentadas anteriormente, devendo, entretanto, ser observado que necessitam ser facilmente acessíveis, pois não será permitida a abertura de estradas de acesso em qualquer fase desses serviços.

Uma vez escolhido o local para a implantação do canteiro, a Contratada deve formalizar pedido de concordância junto à Inspeção Ambiental da EDE e somente iniciar a instalação após a obtenção de autorização.

5.2.1.2 Terraplenagem

A terraplenagem e a raspagem de solo devem ser evitadas de uma forma geral, buscando-se manter o terreno em sua conformação original.

Qualquer movimento de terra, se necessário, deve ser realizado sem dar início a processos erosivos. A camada fértil, se movimentada, deve ser armazenada para uso na recomposição da área.

Caso seja necessária a criação de áreas de empréstimo ou bota-fora para execução da terraplenagem, deve ser seguido o especificado no Anexo VI (Exploração de Áreas de Empréstimo e Bota-Fora). A recuperação dessas áreas, no fim dos trabalhos, deve atender ao especificado no Anexo V (Recuperação de Áreas Degradadas).

5.2.1.3 Drenagem dos Canteiros

Os canteiros e alojamentos devem dispor de sistema de drenagem pluvial adequado às condições de solo e ao relevo do local. Por serem instalações temporárias, poderão utilizar sistemas de drenagem simplificados. Nos acampamentos móveis, poderão ser utilizadas valas e estruturas mais simples, desde que sejam mantidas regularmente, evitando o estabelecimento de processos erosivos.

Deve ser evitada ao máximo, e corrigida assim que detectada, qualquer ocorrência de erosão ou transporte de sedimentos para os cursos d’água e/ou talvegues receptores.

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5.2.2 instalações para Repouso (Alojamentos)Os alojamentos devem respeitar o que prescrevem as Normas Regulamentadoras NR-24 e NR-18 (item 18.4), de modo a atender às suas finalidades básicas, que consistem em prover aos empregados locais de repouso e de guarda de pertences. Sua construção deve atender, dentre outros, aos seguintes requisitos:

• construção sólida de madeira, alvenaria ou metálica, com bom acabamento e aparência;

• pé-direito (livre) de pelo menos 2,50 m, onde sejam usadas camas simples, e de 3,00 m, para beliches;

• pisos de madeira, cimento alisado ou cerâmica;

• cobertura em telhas de cerâmica ou de madeira aluminizada5;

• telas nas janelas e no teto, caso não seja usado forro;

• os sanitários e banheiros devem ser dimensionados de forma compatível com a população máxima prevista para o alojamento, possuir vasos sanitários (por ex. do tipo “turco”) em cubículos fechados, com portas individuais, e chuveiros separados um a um, com paredes divisórias fixas;

• os dormitórios devem ter, por pessoa, uma área de pelo menos 3 m² por módulo cama/armário, incluindo a área de circulação, admitindo-se, no máximo, 10 pessoas por dormitório;

• armários individuais;

• as camas superiores devem ter altura livre de, pelo menos, 1,10 m do teto do alojamento;

• os dormitórios devem ter ventilação adequada, especialmente quando instalados em localidades com clima úmido e quente. A área de ventilação será de pelo menos 10% da área do piso. Se a ventilação natural não for considerada suficiente pela Fiscalização da EDE, serão exigidos ventiladores ou condicionadores de ar.

5.2.3 instalações de Produção e ApoioAs recomendações relativas às condições de conforto e segurança de todas as instalações que compõem o canteiro de obras, incluindo as instalações para Atendimento Médico e Segurança, encontram-se descritas no Capítulo 6 deste Manual.

5.2.4 Desmobilização de Canteiros e Alojamentos No fim da obra, os locais de canteiro e alojamentos, urbanos ou no campo, devem estar reintegrados à paisagem local, sem danos ao meio ambiente ou às comunidades adjacentes. Nessa fase, devem ser executadas/completadas as ações ambientais estabelecidas no Plano de Controle Ambiental (PCA) relativo ao canteiro de obra.

A desmobilização deve ser aprovada pela Inspeção Ambiental da EDE e estar de acordo com os critérios estabelecidos a seguir.

Em caso de eliminação do canteiro, deve ser realizado o completo desmonte das construções e estruturas e recomposição da área, conforme indicado no item 5.2.4.1.

Em caso de doação ou venda das instalações, esta deve ser previamente aprovada pela Inspeção Ambiental da EDE, de acordo com os critérios estabelecidos no item 5.2.4.2.

Qualquer que seja o destino final da área, ela deve estar completamente limpa de materiais e entulhos em geral. Deve ainda ter toda a drenagem adequada à nova situação, de forma a evitar a formação de poças ou erosão em qualquer ponto.

5 Deve ser evitado o uso de telhas de cimento-amianto, tendo em vista que a inalação de suas partículas está relacionada a inúmeros problemas de saúde, como câncer de pulmão e asbestose (lesões no pulmão). Em 2006, a OMS publicou um documento recomendando a proibição mundial da produção e do comércio de amianto. No Brasil, a Res. CONAMA 348/2004 incluiu o amianto na classe de resíduos perigosos. Os estados de Mato Grosso, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo possuem leis específicas proibindo a produção e comercialização de produtos com a substância.

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5.2.4.1 Eliminação das instalações

Em caso de eliminação das estruturas e recomposição da área, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

• Remover completamente as edificações, inclusive alicerces de qualquer tipo e cercas;

• Efetuar remoção completa de todas as instalações do sistema de abastecimento de água;

• Realizar limpeza, desinfecção, extinção e aterro de fossas e demais estruturas do sistema de esgotos;

• Remover os quadros de distribuição e toda a fiação do sistema elétrico;

• Recompor o terreno;

• Redistribuir a camada fértil armazenada, gradear e plantar, conforme necessário, para a completa revegetação da área.

5.2.4.2 Adequação das instalações

A devolução de imóvel alugado, ou qualquer doação ou venda de estruturas de canteiro ou alojamento, em substituição à recomposição completa da área, somente poderá ser feita com anuência expressa da Inspeção Ambiental da EDE, a ser obtida após a entrega pela Contratada de no mínimo:

• Documento comprobatório do ato de doação ou venda, indicando claramente as exigências ambientais associadas e sua aceitação assinada pelo recebedor;

• Evidências de que os recursos originalmente destinados à recomposição da área foram aplicados em sua melhoria.

A mencionada melhoria das instalações com vistas a sua doação ou venda deve abranger, no mínimo:

• Reforma das edificações, que devem estar com pintura nova e demais itens em perfeito estado: telhas, portas, vidraças, telamento, pisos, pátios e passagens;

• Limpeza, desinfecção, conserto de vazamentos e troca de componentes defeituosos de todas as instalações de abastecimento de água;

• Limpeza de fossas sépticas e demais instalações de esgotos, conserto de vazamentos líquidos ou gasosos e troca de componentes defeituosos; se necessário, adaptação das fossas através de redimensionamento para o novo uso previsto;

• Revisão e conserto de quadros de distribuição e fiação e troca de componentes defeituosos do sistema elétrico.

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5.3.1 Estradas de Acesso

A implantação dos acessos deve respeitar a ordem de prioridades indicada a seguir:

1) aproveitamento de estradas existentes no estado em que se encontram;

2) aproveitamento de estradas existentes com execução de algumas melhorias, tais como:

• alargamentos em pontos localizados, para cruzamento de veículos;

• construção de variantes onde não for viável a adaptação da estrada existente;

• reforço ou construção de pontilhões adequados ao tráfego e sem interromper a drenagem existente;

• instalação, melhoria ou substituição de cercas, porteiras, colchetes e mata-burros.

3) construção de novas estradas de serviço.

Qualquer modificação ou implantação de acesso deve ser precedida de aprovação da Inspeção Ambiental da EDE.

5.3.1.1 Definição do Traçado

A definição do traçado e a construção de acessos devem ser executadas sob a supervisão de técnico ou engenheiro com experiência em projeto ou construção de estradas.

O projeto vertical e horizontal das vias deve visar minimizar as interferências no meio ambiente, especialmente em áreas de vegetação densa, evitando desmatamento desnecessário e futura suscetibilidade a processos erosivos.

Nos casos em que seja absolutamente necessário atravessar áreas com restrição ou protegidas, por não existir qualquer outra alternativa disponível, o projeto e a execução da via devem ser aprovados pela Inspeção Ambiental da EDE, e deve ser solicitada Autorização para Supressão de Vegetação ao órgão ambiental competente antes de qualquer intervenção no campo.

5.3 CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE LiNHAS DE DiSTRiBUiÇÃO

O traçado dos acessos deve evitar sinuosidade excessiva, causadora de degradação e focos de erosão, e acompanhar as curvas de nível o máximo possível, transpondo-as de forma suave. Nos casos em que não seja possível evitar rampa acentuada, deve ser previsto, caso necessário, a critério da Inspeção Ambiental da EDE, seu revestimento com pedra ou cascalho, facilitando o tráfego e evitando a erosão.

Devem ser evitadas travessias de cursos d’água e de baixios de difícil drenabilidade, traçados que interrompam corredores de passagem da fauna local e obras que possam provocar o desencadeamento de erosões.

As vias devem ser planejadas de modo a otimizar a relação corte/aterro, reduzindo-se a necessidade de áreas de empréstimos ou bota-fora.

Além de atender à construção, a estrada deverá estar adequada à futura manutenção da Linha de Distribuição, evitando, desde seu planejamento, a proximidade de estruturas e/ou estais previstos ou existentes. No caso de duas Linhas de Distribuição paralelas, a estrada deve buscar atender a ambas.

Quando a via for aberta dentro ou próximo de bosques ou florestas, devem ser tomadas as providências e as equipes devem ser orientadas de forma a prevenir incêndios florestais.

5.3.1.2 Terraplenagem para Estradas de Acesso

Os serviços de terraplenagem para a implantação ou remodelação de estradas de acesso devem ser executados sob supervisão da equipe ambiental de campo da Contratada, a qual não deve, em hipótese alguma, deixar as decisões de campo a cargo dos operadores das máquinas.

Os cortes e aterros necessários devem ser executados com técnica adequada, de forma a não criarem conformações de terreno suscetíveis a processos erosivos.

Os aterros efetuados devem receber compactação adequada e demais medidas necessárias à sua estabilidade e resistência aos agentes da natureza.

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O material proveniente dos cortes efetuados deve ser aproveitado em aterros ou adequadamente disposto em áreas de bota-fora, não sendo admitido o simples lançamento ao lado da via.

Sempre que prevista sua utilização na recuperação posterior da área, a critério da Fiscalização da EDE, o material resultante da camada fértil do solo deverá ser separado, armazenado e mantido de forma adequada.

Devem ser tomadas todas as medidas necessárias para evitar o transporte de sedimentos para cursos d’água e para a proteção das margens, não utilizando equipamento pesado junto às margens, adotando telas ou barreiras de contenção, etc.

A Contratada será responsabilizada pelos danos causados à vegetação e pelo transporte de sedimentos para a rede de drenagem nos casos em que medidas inadequadas tenham sido adotadas, a critério da Fiscalização da EDE.

5.3.1.3 Drenagem das Estradas de Acesso

A abertura de estrada de acesso, ou modificação de via existente, deve ser acompanhada de obras de drenagem que evitem a ocorrência de processos erosivos, sem contudo modificar de forma acentuada o sistema de drenagem natural.

Quando as estradas, por acompanharem as curvas de nível do terreno, transformarem-se em coletores naturais das águas das encostas, devem ser dotadas de canaletas laterais e demais dispositivos de drenagem que captem, conduzam e disponham tais águas à jusante, convenientemente e sem o surgimento de erosão.

Em nenhum ponto as vias podem represar as águas superficiais (efeito dique). Os talvegues não devem ser interrompidos por aterros, e, quando o aterro for imprescindível, devem ser construídos pontilhões, bueiros ou valetas garantindo a continuidade da drenagem natural.

Os taludes produzidos por corte ou aterro devem ter garantida a adequada drenagem, utilizando canaletas, degraus e caixas de dissipação de energia, se necessários. Devem ser tomadas providências técnicas (transitórias ou definitivas)

para evitar a erosão em taludes, canaletas ou calhas naturais. As medidas preferenciais são as que utilizam revestimento com mistura solo-aglomerante ou recobrimento com solo orgânico e cobertura vegetal (gramíneas, plantas rasteiras nativas ou leguminosas forrageiras e espécies arbóreas e arbustivas).

Todos os pontos de despejo da vazão de canaletas e drenos no terreno devem receber proteção contra erosão, através da disposição de brita, grama ou caixas de dissipação de energia.

Os sistemas de drenagem devem ser tão simples quanto possível e feitos de modo a exigir pouca manutenção.

Na remodelação de pontes e transposições de cursos d’água em geral, deve ser feita uma estimativa da vazão na seção em questão, e as obras realizadas devem garantir o livre escoamento das águas.

Acessos situados em áreas alagáveis devem receber proteção adequada através de revestimentos, enrocamento ou providências similares, garantindo sua estabilidade e evitando erosão.

O transporte de sedimentos para os cursos d’água deve ser evitado ao máximo, com utilização de caixas de deposição de sólidos, barreiras e outros dispositivos, os quais devem receber manutenção periódica.

Quando forem utilizadas vias preexistentes em áreas de preservação permanente, deverá ser implantada ou realizada a adequação do sistema de drenagem das mesmas.

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5.3.1.4 Manutenção dos Acessos

Os acessos devem ser mantidos em boas condições de tráfego durante todo o período das obras. Deve ser verificado se o sistema de drenagem funciona adequadamente e feita sua manutenção.

Em casos constatados de erosão em curso ou obstrução de drenagem, o problema deverá ser solucionado imediatamente pelo responsável pela execução da obra, ainda que através de expediente provisório.

A instalação e manutenção de colchetes, porteiras, mata-burros, etc., deve ser feita de comum acordo com o proprietário das terras, de acordo com os respectivos projetos e após a concordância da Fiscalização da EDE.

Ao término da obra, as vias a permanecer devem ser entregues em condições que não representem riscos à população local e transeuntes. Deverão ser recuperados todos os dispositivos para travessias, como pontilhões, bueiros, etc., que estejam danificados.

As cercas interrompidas deverão ser refeitas com suas características originais ou, a critério do proprietário e com a anuência expressa da Inspeção Ambiental da EDE, poderão ser mantidos colchetes, porteiras, mata-burros, etc., implantados durante o período de construção.

5.3.1.5 Exploração de áreas de Empréstimo e Uso de áreas para Bota-Fora

A utilização de áreas com essas finalidades deve ser realizada de acordo com as especificações gerais constantes do ANEXO VI (Exploração de Áreas de Empréstimo e Bota-Fora).

5.3.1.6 Recuperação de áreas Degradadas

A recuperação das áreas de empréstimo e bota-fora, taludes e demais áreas temporárias utilizadas na construção das vias de acesso deve seguir as especificações gerais constantes do ANEXO V (Recuperação de Áreas Degradadas).

As vias de acesso que não serão mantidas na fase de operação da Linha de Distribuição devem ter seu Lei nºto e áreas em seu entorno recuperados após o término das obras e desativação do acesso.

Antecedendo o plantio com espécies nativas, o leito da via a ser revegetado deverá receber uma camada de terra vegetal e ser gradeado. Em seguida, devem ser construídas leiras no sentido transversal ao escoamento, a intervalos compatíveis com as declividades, a fim de ser evitada a erosão provocada por enxurradas.

5.3.2 Limpeza da Faixa de Servidão

A limpeza deve ser feita após a emissão da Autorização de Supressão de Vegetação emitida pelo órgão competente, sem a retirada desnecessária de qualquer vegetação e sem causar qualquer dano ao remanescente vegetal ou à drenagem natural. Além disso, deve ser feita a correta distribuição do material vegetal abatido.

Devem ser seguidas as diretrizes e orientações do ANEXO IV (Implementação e Manutenção da Faixa de Servidão).

Não serão tocadas as áreas de preservação permanente, exceto o mínimo necessário ao deslocamento de pessoas e equipamentos, sempre através de prévia autorização da Inspeção Ambiental da EDE.

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5.3.2.1 Supressão da Vegetação

A supressão deve ser realizada de acordo com as especificações gerais constantes do ANEXO III, conforme o tipo de vegetação em cada trecho. Todo corte de vegetação deve ser limitado ao mínimo necessário e depende de autorização expressa da Inspeção Ambiental da EDE, de acordo com autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente.

Árvores situadas fora da faixa de servidão que, em caso de tombamento ou oscilação dos cabos, a critério da Inspeção Ambiental da EDE, possam ocasionar danos à linha devem ser cortadas, mediante autorização do órgão ambiental competente.

Não deve ser realizado nenhum tipo de corte de árvores em locais onde o espaçamento vertical entre os cabos condutores inferiores e o topo de vegetação, considerado seu porte no estágio adulto, for superior aos limites estabelecidos no item Limpeza de Faixa da NBR-5422 (Projeto de Linhas Aéreas de Transmissão de Energia Elétrica).

O desmatamento não será necessário nas áreas de pastagens ou culturas agrícolas, exceto onde houver canaviais, que devem ser completamente erradicados dentro da faixa de servidão, após acordo com os proprietários e autorização do órgão ambiental.

Onde houver silviculturas (tais como plantações de coqueiros, mangueiras ou cajueiros) que representem riscos para a LD, a erradicação poderá ser necessária em áreas específicas, a critério da Inspeção Ambiental da EDE e mediante autorização do órgão ambiental competente.

5.3.2.2 Recuperação de áreas Degradadas

As ações de recuperação das áreas degradadas pela abertura de faixa devem seguir os procedimentos especificados no ANEXO V (Recuperação de Áreas Degradadas).

Devem ser identificadas e mapeadas as áreas mais suscetíveis à erosão na faixa de servidão ou onde já sejam verificados eventuais processos erosivos para aplicar os critérios de conservação necessários.

O solo fértil de áreas que serão escavadas deve ser removido e armazenado adequadamente para sua posterior recuperação.

Em locais em que a vegetação existente tenha sido erradicada, devem ser realizadas as devidas ações para evitar o surgimento de processos erosivos e para a recuperação do recobrimento vegetal.

Todo o material vegetal removido da faixa pode ser levado e distribuído em áreas que devam ser recuperadas. Nesse sentido, esse material vegetal deve ser mantido nas áreas de depósito de materiais ao ar livre.

As canaletas devem ser mantidas limpas e desobstruídas, permitindo o escoamento e a dispersão normal das águas pluviais.

No fim das atividades de construção, a faixa deve estar reintegrada à paisagem, sem prejuízo ao meio ambiente.

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5.3.3 Construção das Fundações e Montagem das Estruturas

5.3.3.1 Limpeza da Área

Deve-se buscar reduzir as dimensões das áreas de montagem e de instalação de estruturas e postes, de modo que o corte da vegetação seja limitado ao mínimo necessário, o qual deverá ser previamente aprovado pela Inspeção Ambiental da EDE, de acordo com autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente.

Em áreas de florestas primárias, que apresentam vegetação de porte arbóreo elevado, será necessária a adoção de critério que vise a redução do impacto ambiental, além da segurança da linha de distribuição, evitando-se o abate desnecessário de certos indivíduos.

No preparo e limpeza dos locais de execução das fundações, devem ser tomadas as medidas cabíveis para evitar que processos de erosão se iniciem após a conclusão dos trabalhos. Deve-se manter intacta, tanto quanto possível, a vegetação rasteira.

5.3.3.2 Escavação e Reaterro das Fundações

Na escavação das fundações, devem ser evitados o alargamento das praças de trabalho e a utilização de máquinas pesadas. Nos locais mais críticos, a escavação deve ser feita manualmente, visando preservar ao máximo as condições naturais do terreno e sua vegetação.

Todo o material escavado a ser utilizado como reaterro das fundações deve ser disposto de maneira a preservar a vegetação nas imediações. O material escavado e não utilizado deve ser espalhado na própria praça da torre e compactado, se necessário.

As fundações devem, sempre que necessário e a critério da Inspeção Ambiental da EDE, receber proteção contra erosão através da execução de canaletas, muretas, muros de arrimo de concreto ou alvenaria de pedra, revegetação, etc.

Todas as obras de fundações, quando de seu término, devem ter o terreno à sua volta perfeitamente recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando margem ao início de processos erosivos.

Em situação de chuva intensa, devem ser evitadas escavações e as cavas já abertas devem ser protegidas com material impermeável, além de executada drenagem eficiente ao seu redor.

Em áreas de veredas e outras áreas sensíveis, devem ser utilizadas fundações com características técnicas e ambientais adequadas ao local.

Cuidados especiais devem ser tomados na execução das fundações de estruturas junto a cursos d’água, visando não provocar qualquer alteração ou interrupção no sistema de drenagem natural. O transporte de sedimentos para o corpo d’água é expressamente proibido, devendo ser implantadas as contenções que se façam necessárias para evitá-lo.

Os materiais retirados nas escavações devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude, conforme prescrito na NR-18.

O acesso ao fundo das cavas deve ser sempre feito através de escadas. As paredes laterais devem ser escoradas quando apresentarem risco de desmoronamento.

As cavas devem ser mantidas cercadas e sinalizadas, de modo a evitar a queda de pessoas ou animais em seu interior.

No caso de estaqueamento, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

• Passar correntes que evitem o tombamento das estacas se ocorrer o rompimento do cabo;

• Fixar firmemente a torre do bate-estacas à plataforma, estaiando, se necessário;

• Garantir distância mínima de segurança às redes de energia elétrica.

5.3.3.3 Exploração de áreas de Empréstimo e Uso de áreas para Bota-Fora

A utilização de áreas com essas finalidades deve ser realizada de acordo com as especificações gerais constantes no ANEXO VI. No caso específico das fundações e demais movimentos de terra feitos nas áreas das estruturas ou postes, deve-se procurar utilizar terra de empréstimo recolhida nas proximidades e, considerando que os volumes envolvidos são usualmente pequenos, executar a recuperação das áreas assim que estejam concluídos os trabalhos.

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5.3.3.4. Concretagem

Ao executar os serviços relativos à construção de fundações de concreto, a Contratada deve concentrar os trabalhos na área da torre, evitando assim o uso de áreas que possam ser mantidas inalteradas. Devem ser recolhidos e removidos do local o lixo e a sucata produzidos durante a execução das fundações, como fôrmas de madeira, sobras de ferro das armaduras, pregos, arames de amarração, sobras de areia, brita, concreto, etc.

5.3.3.5 Montagem das Estruturas

Os serviços devem ser totalmente executados dentro da área estipulada para a praça de montagem, a menos que haja prévia autorização explícita da Inspeção Ambiental da EDE.

Em situações especiais e áreas críticas, a montagem de estrutura ou poste deve ser feita por método selecionado e aprovado pela Inspeção Ambiental da EDE para o caso específico, de forma a minimizar impactos ambientais.

Devem ser adotados todos os cuidados para que os serviços de montagem não produzam danos à vegetação nem deixem resíduos no local. A gestão dos resíduos deve ser realizada conforme estabelecido nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

No caso de ser utilizada a pintura de torres (destinada à sinalização para inspeção aérea), as sobras de tintas e solventes não podem ser despejadas no local e devem ser removidas juntamente com latas e pincéis inutilizados, devendo seu descarte ser realizado conforme recomendado no Manual de Resíduos Perigosos das EDEs.

Deve ser garantido o uso contínuo de EPI, especialmente capacetes e cintos de segurança, pelos trabalhadores envolvidos na montagem das estruturas, devendo ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.7.3.

Devem, ainda, ser tomadas as seguintes precauções:

• Não deixar peças nas estruturas que não estejam fixadas na sua posição definitiva;

• Manter ferramentas e equipamentos (chaves de torque, falcão, catracas, guinchos, etc.) em perfeito estado de conservação e observar que sua capacidade de carga não seja excedida;

• Utilizar cabos auxiliares (cordas) de material não condutor;

• Na operação com guindastes, guinchos ou similares, obedecer aos seguintes aspectos:

- Instalar o equipamento nivelado e estabilizado, numa plataforma horizontal;

- Fazer ligação do chassis do equipamento ao sistema de aterramento;

- Manter os equipamentos e conjunto de peças em montagem aterrados na estrutura;

- Emitir sinais sonoros antes de dar início à operação do equipamento;

- Utilizar gancho com trava para evitar que o estropo se desprenda do gancho, provocando a queda da lingada;

• Verificar se a lingada está corretamente fixada e equilibrada e se o fator de segurança da carga a ser içada é adequado em relação à capacidade do equipamento, na sua condição de utilização;

• Uma única pessoa deve ser encarregada de dar os sinais de comando para as operações de içamento, abaixamento e transporte de peças, utilizando uma convenção de sinais perfeitamente definida e de pleno conhecimento dos operadores.

5.3.3.6 Recuperação de áreas Degradadas

Todas os locais que tenham sido degradados durante a obra devem ser recuperados tão logo os serviços nessas áreas tenham se encerrado. A recuperação deve atender ao especificado no ANEXO V.

5.3.4 Aterramento

Na instalação do sistema de aterramento das estruturas, a execução das valetas para contrapeso deve garantir condições adequadas de drenagem e proteção contra erosão, tanto na fase de abertura como na de fechamento, recompondo o terreno a seu término.

Deve ser evitado que a valeta de instalação do contrapeso se transforme, com o tempo, em valeta de drenagem.

Na abertura de valetas, deve ser dada preferência à utilização de equipamento que escave a valeta com a largura limitada à necessidade da instalação do contrapeso, exceto em áreas com vegetação mais densa, onde deve ser utilizada a escavação Manual porque causa menor dano à vegetação.

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5.3.5 Lançamento e Grampeamento de Cabos

5.3.5.1 implantação de Praças de Lançamento

Na elaboração do plano de lançamento dos cabos condutores e para-raios, devem ser levados em consideração os impactos ambientais envolvidos.

Deve ser evitada a localização de praças de lançamento em áreas de preservação permanente. Se não for possível evitá-la, autorização específica deverá ser obtida junto à Inspeção Ambiental da EDE, que somente a concederá com base em autorização do órgão ambiental competente. Nesse caso, devem ser evitadas estratégias construtivas que possam comprometer o sistema de drenagem natural ou afetar de alguma forma essas formações.

Devem ser evitadas atividades de terraplenagem ou raspagem do solo. Se realizadas, deve ser armazenada a camada fértil, para posterior utilização na recuperação do local. Se absolutamente necessárias, as movimentações de terra devem ser planejadas de modo a aproveitar ao máximo, nos aterros, o material escavado, evitando-se a necessidade de empréstimos de outros locais ou a geração de resíduos a serem removidos para bota-foras.

As áreas de praças de montagem e de lançamento devem contar com drenagem que permita os adequados trânsito e operação dos equipamentos, garantida pelo uso de canaletas, declividade nas plataformas, etc., onde necessário.

As dimensões das praças onde serão montadas as estruturas e postes devem ser reduzidas ao máximo, de modo que o corte da vegetação seja limitado ao mínimo necessário, o qual deverá ser previamente aprovado pela Inspeção Ambiental da EDE, de acordo com a ASV emitida pelo órgão ambiental competente.

A supressão de vegetação no trecho, complementar à executada durante a limpeza da faixa, deve ser apenas a suficiente para permitir executar o trabalho de forma adequada e seguir as recomendações do ANEXO III.

A abertura de picadas entre as estruturas deve se ater ao estritamente necessário para o lançamento do cabo-piloto, limitada a dois metros de largura.

O lançamento dos cabos (piloto, condutor ou para-raios) deve ser executado de modo a evitar a remoção de árvores além das necessárias à futura operação da linha. Devem ser utilizadas técnicas de lançamento que evitem cortes de vegetação, tentando limitá-los à poda, quando inevitáveis.

As bobinas distribuídas pelas praças de lançamento devem ser mantidas organizadamente dentro da área e, após utilizadas, devem ser recolhidas de volta ao canteiro, bem como os demais resíduos, tais como ripas de fechamento e pontas de cabo, cuja destinação/descarte deve seguir as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

5.3.5.2 Montagem e Operação de Equipamentos

Não é permitido o corte do solo para nivelamento da praça, quer seja para facilitar a montagem, quer seja para aproximar equipamento ou transporte, exceto em terrenos muito acidentados e com prévia autorização da Inspeção Ambiental da EDE.

Deve ser garantido o uso contínuo de EPI, especialmente capacetes e cintos de segurança, pelos trabalhadores envolvidos nas operações de lançamento, tensionamento e grampeamento dos cabos. O cinto de segurança deve ser do tipo paraquedista. Devem ser observadas as medidas de segurança descritas no Capítulo 6, item 6.7.8, deste Manual.

As operações de lançamento devem ser monitoradas por técnicos munidos de rádios transmissores/receptores, postados no alto das estruturas, de modo que possam se comunicar rapidamente com os operadores do guincho e do freio, caso surja alguma anormalidade.

Todos os equipamentos, roldanas e estruturas devem ser solidamente aterrados, assim como os cabos em processo de instalação.

Quando os cabos estiverem sendo lançados em paralelo a outro circuito energizado próximo, a instalação e a desinstalação dos aterramentos devem ser feitas com técnicas de linha viva.

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Assim como nas praças de lançamento, os resíduos produzidos nos locais de emenda dos cabos devem ser recolhidos, como bisnagas e latas de pasta antioxidante e pontas de cabos, seguindo as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

Todas os locais que tenham sido degradados durante o lançamento dos cabos devem ser recuperados tão logo os serviços tenham se encerrado. A recuperação deve atender ao especificado no ANEXO V, onde aplicável.

Ao final da atividade, as praças devem estar reintegradas à paisagem e em condições ambientalmente estáveis.

5.3.6 Revisão Final e Comissionamento

Na fase de comissionamento das obras, a Inspeção Ambiental da EDE deverá aprovar o estado final dos itens a seguir:

• Áreas florestais remanescentes.

• Preservação das culturas conforme especificado.

• Proteção contra erosão e ação das águas pluviais.

• Reaterro das bases das estruturas e conformação do terreno à sua volta.

• Estado dos corpos d’água.

• Recuperação das áreas degradadas.

5.4 CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO DE SUBESTAÇÕES

5.4.1 Estradas de Acesso

A implantação dos acessos envolvidos na obra da Subestação – acesso provisório principal à área da SE e eventuais acessos a áreas de empréstimo, bota-fora ou outras – deve respeitar a ordem de prioridades indicada a seguir:

a) aproveitamento de estradas existentes no estado em que se encontram;

b) aproveitamento de estradas existentes com execução de algumas melhorias;

c) construção de novas estradas.

Qualquer modificação ou implantação de acesso deve ser precedida de aprovação da Fiscalização da EDE.

As orientações estabelecidas no item 5.3.1, relativas às estradas de acesso para construção de LD, devem ser seguidas, sempre que pertinentes, na execução das seguintes atividades:

• Definição do Traçado (item 5.3.1.1).

• Terraplenagem para estradas de acesso (item 5.3.1.2).

• Drenagem das Estradas de Acesso (item 5.3.1.3).

• Manutenção dos Acessos (item 5.3.1.4).

• Exploração de Áreas de Empréstimo e Uso de Áreas para Bota-Fora (item 5.3.1.5 e ANEXO VI).

• Recuperação de Áreas Degradadas (item 5.3.1.6 e ANEXO V).

5.4.2 Obras Civis

5.4.2.1 Supressão de Vegetação

A supressão de vegetação a ser realizada na limpeza e preparo da área da Subestação deve ser precedida da apresentação de um plano dos serviços à Inspeção Ambiental da EDE. O plano em questão deve evitar ao máximo o corte desnecessário de vegetação natural existente no local, limitando-se à área a ser ocupada pela obra.

A supressão de vegetação não pode ser realizada sem autorização prévia da Inspeção Ambiental da EDE, a qual será concedida sempre de acordo com Autorização de Supressão de Vegetação (ASV) emitida por órgão ambiental competente. Deve também ser realizada segundo as orientações contidas no ANEXO III.

Qualquer supressão de vegetação em área além da que será definitivamente ocupada pela Subestação, além de previamente autorizada, deverá ser objeto de recuperação e revegetação tão logo quanto possível, com prazo limitado ao término da fase de construção.

As atividades envolvidas devem ser executadas de acordo com as recomendações técnicas operacionais e de segurança do trabalho e do Anexo I da NR-12, que trata da utilização de motosserras.

Quando estiver sendo feito o corte de árvores altas, deve ser providenciado o estaiamento adequado e manter o pessoal fora do raio de seu tombamento.

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5.4.2.2 Terraplenagem

Os serviços de terraplenagem na área da Subestação devem ser executados com acompanhamento da equipe ambiental de campo da Contratada, que deverá observar que as decisões de campo estejam a cargo do engenheiro responsável, e não dos operadores das máquinas.

O solo superficial deve ser armazenado para posterior utilização na recuperação de áreas degradadas.

Os cortes e aterros necessários devem ser executados de forma a não ser criada suscetibilidade a processos erosivos. Os aterros efetuados devem receber compactação adequada e demais medidas necessárias à sua estabilidade e à resistência aos agentes da natureza.

O material proveniente dos cortes efetuados deve ser aproveitado em aterros ou adequadamente disposto em áreas de bota-fora.

Devem ser tomadas todas as medidas necessárias para evitar o transporte de sedimentos para cursos d’água e para a proteção das margens, não utilizando equipamento pesado junto às margens, adotando telas ou barreiras de contenção, etc.

A Contratada será responsabilizada pelos danos causados à vegetação e pelo transporte de sedimentos para a rede de drenagem nos casos em que medidas inadequadas tenham sido adotadas.

5.4.2.3 Exploração de áreas de Empréstimo e Uso de áreas para Bota-Fora

A utilização de áreas com essas finalidades deve ser realizada de acordo com as especificações gerais constantes do ANEXO VI.

No caso de as áreas afetadas possuírem grandes dimensões, deverá ser elaborado o planejamento de todas as intervenções a serem ali realizadas, desde o início da exploração até a sua recuperação, para ser apresentado à Fiscalização da EDE.

Especiais cuidados deverão ser tomados nessas áreas e suas proximidades em relação a:

• sinalização e trânsito de veículos de carga e máquinas de terraplenagem;

• drenagem e controle de erosão e sedimentos;

• derramamento de materiais e destruição da natureza ao longo do trajeto obra-área;

• demais providências considerando a movimentação significativa de pessoal, máquinas e materiais;

• proximidade de corpos d’água.

5.4.2.4 Drenagem

Em toda a área deve ser mantido um adequado sistema de drenagem, evitando erosão, transporte de sedimentos e empoçamentos em qualquer fase das obras.

Os sistemas de drenagem, provisórios ou definitivos, devem se integrar perfeitamente à drenagem natural da área.

Devem ser construídas caixas de areia, barreiras e/ou outras estruturas de contenção de particulados com dimensões e em quantidade apropriadas, mantidas em boas condições de operação ao longo de todo o tempo das obras.

Em nenhum ponto a massa de terreno pode represar as águas superficiais (efeito dique).

Os taludes produzidos por corte ou aterro devem ter garantida a adequada drenagem, utilizando canaletas, degraus e caixas de dissipação de energia, se necessários.

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Devem ser tomadas providências técnicas (transitórias ou definitivas) para evitar a erosão em taludes, canaletas ou calhas naturais. As medidas preferenciais são as que utilizam revestimento com mistura solo-aglomerante ou recobrimento com solo orgânico e cobertura vegetal (gramíneas, plantas rasteiras nativas ou leguminosas forrageiras e espécies arbóreas e arbustivas).

Todos os pontos de despejo da vazão de canaletas e drenos no terreno devem receber proteção contra erosão, através da disposição de brita, grama ou caixas de dissipação de energia.

5.4.2.5 Fundações, Estruturas em Concreto e Edificações

As escavações, concretagens e demais atividades de construção devem ser realizadas com o cuidado de evitar acidentes com trabalhadores e danos ao meio ambiente. Nesses serviços, além das demais disposições gerais de segurança apresentadas no Capítulo 6, devem ser observados os seguintes cuidados:

• instalar guarda-corpos a partir da primeira laje;

• utilizar andaimes tubulares, estaiados e assoalhados com pranchas de madeira dotadas de travas;

• instalar passarelas e plataformas e mantê-las em perfeitas condições de uso e segurança;

• instalar ganchos para fixação de cabos-guias para engate de cinto de segurança.

Em situação de chuva intensa, devem ser evitadas escavações, e as cavas já abertas devem ser protegidas com material impermeável, além de executada drenagem eficiente ao seu redor.

Os materiais retirados nas escavações devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude, conforme prescrito na NR-18.

O acesso ao fundo das cavas deve sempre ser feito através de escadas. As paredes laterais devem ser escoradas quando apresentarem risco de desmoronamento.

As cavas devem ser mantidas cercadas e sinalizadas, de modo a evitar a queda de pessoas ou animais em seu interior.

No caso de estaqueamento, devem ser adotados os seguintes procedimentos:

• passar correntes que evitem o tombamento das estacas se ocorrer o rompimento do cabo;

• fixar firmemente a torre do bate-estacas à plataforma, estaiando, se necessário;

• garantir distância mínima de segurança às redes de energia elétrica.

Quando forem usadas ponteiras para drenagem das cavas, os pontos de despejo da água bombeada devem ser controlados e devem possuir dispositivos para a retenção dos sedimentos.

Todas as obras de fundações, quando de seu término, devem ter o terreno à sua volta perfeitamente recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando margem ao início de processos erosivos, conforme ANEXO V.

Ao executar serviços de concretagem, os trabalhos devem se concentrar na área alvo, evitando assim danos a outras áreas. Qualquer derramamento acidental de concreto deverá ser imediatamente reparado, sendo o material retirado para áreas de bota-fora ou similares.

Devem ser recolhidos e removidos dos locais de construção todos os resíduos e sucata produzidos durante a execução das fundações e demais edificações, como fôrmas de madeira, sobras de ferro das armaduras, pregos, arames de amarração, sobras de areia, brita, concreto, etc., e destinados adequadamente conforme as instruções dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

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5.4.3 MONTAGEM ELETROMECÂNiCA

Os trabalhadores envolvidos na montagem eletromecânica devem fazer uso contínuo de EPIs, especialmente capacetes e cintos de segurança. O cinto de segurança deve ser, sempre que possível, do tipo paraquedista. Devem ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.8.3.

Devem ser observados cuidados para que os serviços não produzam danos desnecessários às áreas circundantes.

Todos os materiais e partes em uso devem ser mantidos e armazenados adequadamente, sendo as sobras removidas com frequência, garantindo ambiente adequado aos serviços.

5.4.3.1 Montagem de estruturas e equipamentos

De modo a executar a montagem de estruturas e equipamentos com segurança, devem ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.8.3.

Devem, ainda, ser seguidas as seguintes precauções:

• Proibir a permanência de veículos ou pessoas estranhas à atividade sob a estrutura em serviço;

• Não deixar peças nas estruturas que não estejam fixadas na sua posição definitiva;

• Manter ferramentas e equipamentos (chaves de torque, falcão, catracas, guinchos, etc.) em perfeito estado de conservação e observar que sua capacidade de carga não seja excedida;

• Utilizar cabos auxiliares (cordas) de material não condutor;

• Na operação com guindastes, guinchos ou similares, obedecer aos seguintes aspectos:

- instalar o equipamento nivelado e estabilizado numa plataforma horizontal;

- fazer ligação do chassis do equipamento ao sistema de aterramento;

- manter os equipamentos e conjunto de peças em montagem aterrados à estrutura;

- emitir sinais sonoros antes de dar início à operação do equipamento;

- utilizar gancho com trava para evitar que o estropo se desprenda do gancho, provocando a queda da lingada;

- verificar se a lingada está corretamente fixada e equilibrada e se é adequado o fator de segurança da carga a ser içada em relação à capacidade do equipamento, na sua condição de utilização;

- uma única pessoa deve ser encarregada de dar os sinais de comando para as operações de içamento, abaixamento e transporte de peças, utilizando uma convenção de sinais perfeitamente definida e de pleno conhecimento dos operadores.

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5.4.3.2 Montagem dos barramentos

Para executar a montagem dos barramentos com segurança, devem ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.8.3.

Devem ser implementadas as seguintes medidas de precaução:

• içar as cadeias pela segunda unidade;

• não permitir que os montadores se desloquem pelas cadeias de isoladores sem o uso de escadas isolantes;

• não permitir o lançamento de cabos antes das estruturas estarem revisadas e interligadas ao sistema de aterramento;

• verificar e manter sempre as ferramentas e equipamentos (freios, guinchos, catracas, tirfors, morcetes, conjuntos de aterramento, etc.) em perfeito estado de conservação;

• cortar a ponta do cabo-piloto a cada três lançamentos consecutivos;

• manter o pessoal afastado dos cabos durante as operações de lançamento;

• aterrar os cabos lançados e ancorados em “mortos”.

Todos os equipamentos, roldanas e estruturas devem ser solidamente aterrados, assim como os cabos em processo de instalação, atendendo ao especificado no ANEXO VIII.

Todos os resíduos gerados nos locais de grampeamento dos cabos, tais como bisnagas e latas de pasta antioxidante e pontas de cabos, devem ser recolhidos e encaminhados para a destinação adequada, conforme os procedimentos estabelecidos nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos.

5.4.3.3 Aterramento

Na instalação do sistema de aterramento da subestação, a execução das valetas para malha de terra deve garantir condições adequadas de drenagem e proteção contra erosão, tanto na fase de abertura como na de fechamento, recompondo o terreno a seu término.

5.4.4 Revisão Final e Comissionamento

Na fase de comissionamento das obras, a Inspeção Ambiental da EDE deve inspecionar e aprovar o estado final dos itens a seguir:

• Proteção contra erosão e ação das águas pluviais.

• Estado dos corpos d’água.

• Recuperação das áreas degradadas.

Devem também ser verificados todos os tópicos que constam do Plano de Controle Ambiental (PCA).

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5.5 ExECUÇÃO DE ATiViDADES DE ExPANSÃO, REFORÇO E REFORMA DE REDES URBANAS

Antes de ser iniciada a execução das atividades previstas no projeto, devem ser observados os seguintes procedimentos em relação aos aspectos ambientais:

• Avaliar, no local, a viabilidade de execução plena do projeto, atendendo aos requisitos socioambientais e de Saúde e Segurança. Quando necessárias eventuais alterações, estas deverão ser registradas na via do projeto para posterior devolução à Inspeção Ambiental da EDE, bem como para requisição de materiais complementares, se necessários.

• Verificar se foram tomadas todas as providências necessárias para a liberação dos impedimentos que possam intervir no andamento normal dos serviços, tais como: embargos, autorizações de passagens, autorizações de poda, alinhamentos, arruamentos, canalizações, uso mútuo de postes, travessias, desmatamentos, trânsito, etc.

• No caso de trabalho em áreas de expansão urbana, confirmar a abertura de ruas, quadras e praças, e observar se a largura de ruas, calçadas e canteiros está correta.

• Observar a existência de edificações, marquises ou qualquer outro obstáculo que possa comprometer as cotas de afastamento previstas no projeto.

• Observar a existência de árvores que possam interferir no funcionamento da rede elétrica.

• Observar se há coincidência de postes projetados com tubulações subterrâneas de água, esgotos, águas pluviais, telefônica ou elétrica, fornecimento de gás, etc.

5.5.1 Serviços de Topografia

Nas redes urbanas, os serviços de topografia consistem na determinação, com uso de balizas e excepcionalmente de teodolito, do ponto exato no terreno onde será instalada a estrutura ou poste projetado.

De um modo geral, essa atividade não é necessária quando da substituição de poste que ocupe o mesmo local do poste a ser substituído.

Para as atividades de reforço e reforma das redes urbanas, os cuidados ambientais a serem observados durante a execução de serviços e topografia, quando pertinentes ao escopo das ações previstas, devem seguir as orientações contidas nos seguintes itens: 5.1.4, 5.1.5 e 5.1.6.

Especial atenção deve ser dada às recomendações relativas à gestão de resíduos contidas nos Manuais de Resíduos Perigosos e Resíduos Sólidos, quando aplicáveis.

5.5.2 Montagem de Postes e Estruturas

5.5.2.1 Abertura de Cavas

A abertura de cavas para a instalação de novos postes ou colocação de poste auxiliar, ou de caixas de passagens, pode envolver a necessidade de escavações em calçadas, remoção de camadas de asfalto e colocação de manilhas para sustentação do poste.

As cavas devem ser mantidas cercadas e devidamente sinalizadas, de modo a evitar a queda de pessoas ou animais em seu interior, ou acidentes com veículos.

As cavas e valetas não poderão ser abertas com antecedência superior a 48 horas da execução dos serviços em que serão ocupadas e, nesse período, devem ficar protegidas com tampas suficientemente resistentes e seguras para transeuntes, veículos e animais.

Os materiais retirados nas escavações devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude, conforme prescrito na NR-18.

Após a conclusão da abertura de cavas e valetas, deverá ser providenciada a imediata remoção de qualquer entulho de escavação que atrapalhe ou impeça a livre circulação de pessoas ou veículos.

Todo o material escavado a ser utilizado para o reenchimento das cavas deve ser disposto de maneira a preservar o entorno do local, principalmente quando as cavas estão localizadas em vias públicas ou em calçadas e possam ter interferência na circulação de pessoas e/ou no trânsito. O material escavado e não utilizado deve ser recolhido posteriormente, e sua destinação deve seguir as orientações contidas nos Manuais de Resíduos Perigosos e Resíduos Sólidos das EDEs.

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Os resíduos de camadas asfálticas devem ser separados e também encaminhados para a destinação adequada, conforme orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e Resíduos Sólidos das EDEs.

As cavas devem, sempre que necessário e a critério da Inspeção Ambiental da EDE, receber proteção contra erosão através da execução de canaletas, utilização de manilhas, etc.

Todas as escavações, quando de seu término, devem ter seu entorno perfeitamente recomposto, compactado e revestido, no mesmo padrão da situação existente anteriormente. A recuperação de calçadas deve observar o mesmo revestimento anterior.

Em situação de chuva intensa, devem ser evitadas escavações, e as cavas já abertas devem ser protegidas com material impermeável, além de executada drenagem eficiente ao seu redor.

Cuidados especiais devem ser tomados na abertura de cavas nas proximidades de cursos d’água, visando não provocar qualquer alteração ou interrupção no sistema de drenagem natural. O transporte de sedimentos para o corpo d’água é expressamente proibido, devendo ser implantada medida de contenção para evitá-lo.

5.5.2.2 Levantamento e engastamento de poste

Consiste em levantamento, prumagem, alinhamento e apiloamento de postes e contrapostes, incluindo a sua distribuição nos locais de aplicação.

Os locais de depósito de postes e contrapostes devem ser planos e seguros.

Os postes devem ser empilhados de modo que a base de um fique sobreposta ao topo do outro, com uma das faces lisas voltada para cima. Para os contrapostes vale o mesmo procedimento.

A distribuição dos postes não deve ser realizada com muita antecedência em relação à data prevista para sua aplicação e, nos casos em que for realmente necessária, os locais devem ser escolhidos adequadamente, visando não prejudicar a circulação de veículos e pedestres, danificar plantações ou obstruir escoamento de águas pluviais.

Na movimentação de postes, deve ser utilizado caminhão e guindauto compatíveis para o tipo e peso do poste a ser levantado, de forma a prevenir acidentes e danos ao equipamento ou poste.

Os serviços devem ser totalmente executados dentro da área previamente definida, de modo a reduzir as interferências na circulação das pessoas e no trânsito.

Devem ser adotados todos os cuidados para que os serviços de montagem não produzam danos à arborização ou, dependendo da área, à vegetação local, nem deixem resíduos no local. A gestão dos resíduos deve ser realizada conforme estabelecido nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

Quando for necessária a abertura de valeta para a instalação do aterramento, devem ser observados cuidados na recomposição dos pisos ou dos terrenos mencionados no item anterior.

No caso de ser utilizada a pintura para sinalização e numeração, as sobras de tintas e solventes não podem ser despejadas no local e devem ser removidas juntamente com latas e pincéis inutilizados, devendo seu descarte ser realizado conforme recomendado no Manual de Resíduos Perigosos das EDEs.

As recomendações aqui apresentadas são também aplicáveis às ações de aprumar postes, deslocar postes equipados e instalação de proteção de postes (defensas).

Deve ser garantido o uso contínuo de EPI, especialmente capacetes e cintos de segurança, pelos trabalhadores envolvidos na montagem dos postes e estruturas, devendo ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.7.3.

As medidas de precaução indicadas no item 5.3.3.5 devem ser seguidas, sempre que aplicáveis.

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5.5.2.3 Lançamento de Cabos

O lançamento dos cabos deve ser executado de modo a evitar, sempre que possível, a remoção ou a poda de árvores, além da necessária à futura operação da linha. Devem ser utilizadas técnicas de lançamento que evitem cortes de vegetação, tentando limitá-los à poda, quando inevitáveis.

Em todo o serviço próximo a áreas energizadas deverão ser observadas as distâncias de segurança.

As bobinas utilizadas no lançamento devem ser mantidas organizadamente, dentro de área específica ou no caminhão de apoio e, após utilizadas, devem ser recolhidas, bem como todos os resíduos, tais como ripas de fechamento e pontas de cabo. Sua destinação/descarte deve seguir as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

5.5.2.4 Montagem dos Equipamentos

Durante a instalação de equipamentos (transformadores, banco de capacitores, religadores, chaves, para-raios, etc.), devem ser observados cuidados para que os serviços não produzam danos desnecessários às áreas circundantes.

Todos os materiais e partes em uso devem ser mantidos e armazenados adequadamente, sendo os resíduos removidos com frequência, garantindo ambiente adequado aos serviços. Sua destinação/descarte deve seguir as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

A instalação e a regulagem de equipamentos devem ocorrer de forma a assegurar seu adequado funcionamento, facilitar a ergonomia e permitir a perfeita operação pelos seus operadores, futuramente.

Devem ser redobrados os cuidados no manuseio de equipamentos frágeis, tais como relés, reatores, luminárias, transformadores, no sentido de protegê-los contra choques, quedas e outros incidentes que possam causar avarias aos mesmos, comprometendo seu perfeito funcionamento.

Todos os resíduos devem ser recolhidos e sua destinação/descarte deve seguir as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

Os trabalhadores envolvidos na instalação dos equipamentos nos postes/estruturas devem fazer uso contínuo de EPIs, especialmente capacetes e cintos de segurança. O cinto de segurança deve ser, sempre que possível, do tipo paraquedista. De modo a executar a montagem de equipamentos com segurança, devem ser observadas todas as medidas de prevenção e de segurança recomendadas no Capítulo 6, item 6.7.3.

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Devem, ainda, ser seguidas as seguintes precauções:

• Proibir a permanência de pessoas estranhas à atividade sob o poste ou estrutura em serviço;

• Não deixar peças nas estruturas que não estejam fixadas na sua posição definitiva;

• Manter ferramentas e equipamentos (chaves de torque, falcão, catracas, guinchos, etc.) em perfeito estado de conservação e observar que sua capacidade de carga não seja excedida;

• Utilizar cabos auxiliares (cordas) de material não condutor;

• Nas operações em que se fizer necessário o uso de guindastes, guinchos ou similares, devem ser obedecidos os seguintes procedimentos:

- instalar o equipamento nivelado e estabilizado numa plataforma horizontal;

- fazer ligação do chassis do equipamento ao sistema de aterramento;

- manter os equipamentos e conjunto de peças em montagem aterrados à estrutura;

- emitir sinais sonoros antes de dar início à operação do equipamento;

- utilizar gancho com trava para evitar que o estropo se desprenda do gancho, provocando a queda da lingada;

- verificar se a lingada está corretamente fixada e equilibrada e se é adequado o fator de segurança da carga a ser içada em relação à capacidade do equipamento, na sua condição de utilização;

- uma única pessoa deve ser encarregada de dar os sinais de comando para as operações de içamento, abaixamento e transporte de peças, utilizando uma convenção de sinais perfeitamente definida e de pleno conhecimento dos operadores.

5.5.2.5 iluminação Pública

Nas atividades relacionadas à iluminação pública, devem ser observados cuidados especiais no manuseio das lâmpadas.

Todos os resíduos devem ser recolhidos e sua destinação/descarte deve seguir as orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

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5.6 ARMAzENAGEM DE MATERiAiS E EQUiPAMENTOS

Para as obras a serem executadas em áreas rurais, como, por exemplo, a construção ou manutenção de LDs ou de SEs, o armazenamento dos materiais e equipamentos deverá ser feito nos almoxarifados ou em local adequado dentro dos canteiros de obra.

Para as intervenções previstas em áreas urbanas, os estoques de materiais e equipamentos podem ser mantidos no próprio almoxarifado das EDEs e/ou da empresa construtora contratada.

Caso surja a necessidade de alocar alguns itens específicos de materiais e equipamentos na proximidade das obras, deve-se prever a definição de um pequeno local para sua estocagem, desde que provido de vigilância permanente e que sejam adotadas todas as medidas necessárias para a segurança dos trabalhadores e do público em geral, e para a adequada prevenção de danos ambientais.

Os postes devem ser estocados em local apropriado, acessível para carga/descarga, sem obstruir o trânsito, e empilhados corretamente.

Cuidado especial deve ser observado no armazenamento de óleo combustível ou lubrificante, devendo-se utilizar reservatórios apropriados e sem possibilidade de interferência na rede de drenagem, mediante o uso de barreiras físicas, e que não devem conter drenos, a não ser que os fluidos possam escoar dessas áreas contaminadas para outra área de contenção ou reservatório, onde todo o derramamento possa ser recuperado.

5.7 TRANSPORTE DE TRABALHADORES, EQUiPAMENTOS E MATERiAiS

5.7.1. Aspectos Gerais

A EDE/Contratada terá responsabilidade integral sobre os veículos e equipamentos de sua propriedade ou fretados/subcontratados a terceiros, bem como pelo transporte de trabalhadores ou materiais de qualquer natureza, de e para o local da obra, mesmo quando a cargo de Subcontratadas.

Os veículos devem ser mantidos em bom estado de conservação, de forma a garantir a segurança de seus ocupantes e da carga e evitar transtornos decorrentes de quebras e enguiços durante o percurso. Especial atenção deve ser dada à manutenção dos sistemas de freios, direção e injeção de combustível. Devem ainda apresentar limpeza compatível com o transporte em que são usados.

Conforme estabelecido no Manual de Licitações Sustentáveis das Empresas Eletrobras (Eletrobras, 2013), as aquisições ou serviços que envolvam a utilização de veículos automotores, tais como locação de veículos, serviços de transporte, devem atender aos seguintes requisitos legais:

• Os veículos automotores utilizados na prestação dos serviços deverão utilizar combustíveis renováveis (etanol, gás natural veicular, biodiesel, eletricidade, etc.), inclusive mediante tecnologia “flex”, nos termos da Lei n° 9.660/1998.

• Os veículos automotores utilizados na prestação dos serviços deverão atender aos limites máximos de ruídos fixados nas Resoluções CONAMA n° 1/1993 e n° 272/2000 e legislação correlata.

• Os veículos automotores utilizados na prestação dos serviços deverão atender aos limites máximos de emissão de poluentes provenientes do escapamento fixados no âmbito do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – PROCONVE, conforme Resoluções CONAMA n° 18/1986 e n° 315/2002 e legislação correlata.

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• Os veículos automotores utilizados na prestação dos serviços deverão ser submetidos periodicamente ao Programa de Inspeção e Manutenção de Veículos em Uso – I/M vigente, mantido pelo órgão estadual ou municipal competente, sendo inspecionados e aprovados quanto aos níveis de emissão de poluentes e ruído, de acordo com os procedimentos e limites estabelecidos pelo CONAMA ou, quando couber, pelo órgão responsável, conforme Resolução CONAMA n° 418/2009 e legislação correlata.

Ressalta-se, ainda, que a utilização de combustíveis renováveis com a utilização de veículos “flex”, ou outra tecnologia, atende à Declaração de Compromisso sobre Mudanças Climáticas das Empresas Eletrobras (Eletrobras, 2012), ratificada pelas EDEs. No âmbito desse compromisso, as EDEs estabeleceram metas de redução de emissão de gases de efeito estufa para um horizonte de 1 a 3 anos, incluindo metas de redução do consumo de combustíveis fósseis.

Devem ser seguidas, ainda, as seguintes orientações:

• Não será permitida a operação de veículos com sistema de abafamento de ruídos ou sistema de lacre danificados ou com emissões gasosas acima dos padrões regulamentados.

• Todos os veículos próprios, fretados e contratados para utilização na obra devem conter pintura ou adesivo identificando-os, claramente, como pertencentes à obra ou a seu serviço.

• Deverá ser exigido que os condutores dos veículos respeitem as leis de trânsito, especialmente no que diz respeito às velocidades máximas de circulação estabelecidas.

• O veículo deve ser conduzido por motorista habilitado para o transporte em questão. Será obrigatório o porte, pelo motorista, de sua carteira de habilitação, da documentação do veículo e, no caso de circulação fora do canteiro, da autorização dada pela empresa para sua condução e da autorização dada pela autoridade competente (Detran, Polícia Rodoviária, etc.) para utilização do veículo no transporte.

No Capítulo 6, item 6.5, são estabelecidas as orientações e cuidados com a segurança no transporte.

5.7.1.1 Consumo de Combustíveis no transporte de trabalhadores, equipamentos e materiais

O consumo de combustíveis para o transporte de trabalhadores, equipamentos e materiais durante a execução de obras e trabalhos de manutenção deve ser medido tendo em vista o controle das metas de redução de emissões de gases de efeito estufa das EDEs, pelo fato de o consumo de combustíveis fósseis ser uma das principais fontes de emissão desses gases.

O monitoramento do consumo deve ser feito utilizando os indicadores e variáveis do Sistema IGS das Empresas Eletrobras. Assim, devem ser levantadas e organizadas as informações de consumo dos veículos utilizados por tipo de combustível, seguindo as recomendações contidas nos protocolos dos indicadores destacados no Quadro 12, a seguir, para subsidiar o preenchimento mensal das informações no Sistema IGS.

Observa-se que tais informações são subsídios muito importantes para a elaboração do Inventário de Emissões, do Relatório de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras e para responder aos questionários para os índices ISE, da BM&F BOVESPA, e DJSI (Dow Jones Sustainability Index).

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Quadro 12. indicadores BD-iGS relativos ao consumo de combustível no transporte

Fonte: BD-IGS, ELB/CEPEL, 2014.

iNDiCADOR VARiáVEiS

IAACFtr: consumo de combustíveis por fontes móveis – veículos terrestres

CETRAA - Consumo de etanol nos veículos terrestres (Litros)

CGNVAA - Consumo de gás natural veicular nos veículos terrestres (m3)

CGSRAA - Consumo de gasolina nos veículos terrestres (Litros)

CODRAA - Consumo de óleo diesel nos veículos terrestres (Litros)

CGLPMAA - Consumo de GLP nos veículos terrestres (kg)

IAACFta: consumo de combustíveis por fontes móveis – veículos aéreos

CGSAAA - Consumo de gasolina de aviação (Litros)

CQAAA - Consumo de querosene de aviação (Litros)

IAACFth: consumo de Combustíveis por fontes móveis – veículos aquáticos

CGSNAA - Consumo de gasolina em embarcações (Litros)

CODNAA - Consumo de óleo diesel em embarcações (Litros)

CODTNAA - Consumo de óleo 2 tempos em embarcações (Litros)

IAACFTD: combustíveis fósseis no transporte e distribuição de produtos não energéticos (serviços terceirizados)

CODTDAA - Consumo de óleo diesel no transporte e na distribuição de produtos não energéticos comprados ou adquiridos – serviços terceirizados (Litros)

IAACCTC: consumo de combustíveis no transporte de colaboradores ao local de trabalho

CETCAA - Consumo de etanol nos veículos terrestres para transporte de colaboradores ao local de trabalho pela empresa (Litros)

CODTCAA - Consumo de óleo diesel nos veículos terrestres para transporte de colaboradores ao local de trabalho pela empresa (Litros)

CGNVTCAA - Consumo de gás natural veicular no transporte de colaboradores ao local de trabalho pela empresa (m3)

CGTCAA - Consumo de gasolina nos veículos terrestres para transporte de colaboradores ao local de trabalho pela empresa (Litros)

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5.7.2 Transporte de Equipamentos e Materiais

As operações de transporte de materiais e equipamentos necessários às obras devem ser realizadas de acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo trânsito. Ruas, estradas ou mesmo caminhos de acesso não devem ser obstruídos. O transporte deve ser feito de forma a não constituir perigo para o trânsito normal de veículos.

O transporte de materiais e equipamentos entre canteiros de obra, ou para as frentes de serviço no campo ou nas áreas urbanas, deve respeitar os seguintes pontos:

• Planejar o trajeto dos veículos, de modo a minimizar o trânsito de veículos pesados em centros habitados e áreas urbanas;

• Para o transporte de elevados volumes e para o tráfego por áreas urbanas, os melhores trajetos e horários devem ser acordados com a autoridade de trânsito local, de forma a minimizar os distúrbios à comunidade;

• Evitar que os veículos em operação na obra causem distúrbios à comunidade, tais como ruídos excessivos, poeira ou lama nas vias públicas;

• Os materiais com partes frágeis (porcelanas, vidros, componentes eletrônicos, abrasivos, borrachas, poliméricos, etc.), tais como transformadores, chaves, para-raios, isoladores, pré-formados, lâmpadas, relés, reatores, entre outros, deverão estar protegidos nas suas próprias embalagens ou acondicionados de modo a assegurar sua integridade durante o transporte;

• Materiais originários ou com destino à obra somente poderão ser transportados e descarregados em local previamente definido; em nenhuma hipótese poderão ser desviados para descarga em local não autorizado;

• Em caso de qualquer acidente, com ou sem vítimas, ou de qualquer descarga em local não autorizado, um relatório deve ser emitido para a Inspeção Ambiental da EDE;

• Para o transporte de resíduos perigosos, deve ser providenciado o “Manifesto para transporte de Resíduos Perigosos” (MTRP) junto ao órgão competente para obtenção de autorização;

• Para o transporte de máquinas pesadas, devem ser utilizadas carretas-pranchas de capacidade compatível com o equipamento. Para o transporte em veículos longos, deve ser efetuada uma verificação prévia do trajeto antes de sua realização. Esses veículos somente devem trafegar em zona urbana em horário de pouco trânsito e com acompanhamento de batedor;

• Para o transporte de materiais úmidos, devem ser utilizadas caçambas cuja tampa não permita o vazamento de material ou água residual; se o trajeto apresentar declives ou aclives acentuados, a quantidade carregada deve ser adequada, para não ocorrer vazamento pela parte superior;

• Para o transporte de materiais secos que contenham pó, devem ser adotadas condições condizentes de trajeto e velocidade; quando o percurso cruzar zonas urbanas, a carga deve ser coberta com lona;

• No caso de pane de veículo carregado, deve ser providenciado, com a máxima presteza, o transbordo do material, para prosseguimento da viagem.

5.7.3 Controle de Trânsito

Devem ser tomadas todas as providências para tornar mínima a interferência das obras e serviços sobre o tráfego, o público e o trânsito, criando facilidades e meios para a efetiva redução. As ações devem ser acompanhadas pela Inspeção Ambiental das EDEs, que participará da análise dos problemas previsíveis e da definição das soluções a serem adotadas.

As obras e os serviços em vias públicas devem ser executados com a indispensável cautela, contando com adequada sinalização, durante o dia e durante a noite, e de acordo com os elementos de sinalização diurna e noturna recomendados e descritos nas Normas de Sinalização de Obras do DNIT ou do órgão responsável pelo trânsito com jurisdição sobre o local onde ocorre a intervenção.

A sinalização para o tráfego desviado deverá obedecer às recomendações do Código Nacional de Trânsito quanto a dimensões, formatos e textos. Qualquer sinalização complementar de obras nas vias públicas deverá seguir a Resolução n° 561/80 do CONTRAN.

• Qualquer obra nas vias públicas que possa perturbar ou interromper o livre trânsito ou oferecer perigo à segurança pública não será iniciada sem prévios entendimentos com a Prefeitura Municipal e com o órgão responsável pelo trânsito.

• Nenhuma obra em rua transitada por pedestres ou veículos será iniciada sem prévia sinalização para o seu desvio, e sem acordo com as autoridades competentes ou entidades concessionárias de serviços de transportes.

• Nos trechos em obras, calçadas e faixas de segurança de passagem de pedestres, particularmente diante de escolas, hospitais e outros polos de concentração, deverão ser providenciados recursos para o livre trânsito de pessoas, durante o dia ou durante a noite, em perfeitas condições de segurança.

• Vias de acesso sujeitas a interferências na obra deverão ser deixadas abertas, com passadiços ou desvios adequados.

• Vias de acesso fechadas ao trânsito deverão ser protegidas com barricadas efetivas, com a devida e convencional sinalização de perigo e indicação de desvio, colocados os sinais antecedentes de advertência. Durante a noite, essas barreiras deverão ser iluminadas e, em casos em que o risco de acidentes for maior, serão postados vigias ou sinaleiros devidamente equipados para orientação, evitando acidentes.

• No local da obra, deverá haver toda a documentação de liberação da área de serviço pelo órgão de trânsito com jurisdição sobre o local.

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5.7.3.1. Dispositivos de Sinalização Diurna

De acordo com o “Sistema Uniforme de Sinalização”, adotado pelo Código Nacional de Trânsito, os sinais de trânsito podem ser classificados em três categorias principais:

• Sinais de advertência, cuja finalidade é avisar o usuário da existência e da natureza de um perigo na rua ou rodovia;

• Sinais de regulamentação, que têm por fim informar o usuário sobre certas limitações e proibições, governando o uso da rua, cuja violação constitui uma contravenção das normas estabelecidas pelo Código Nacional de Trânsito; e

• Sinais de indicação destinados a guiar o usuário no curso de seu deslocamento e fornecer outras informações que possam ser úteis.

De modo geral, os sinais usados durante a execução das obras serão de advertência. Porém, sempre que as condições exigirem, serão utilizados sinais de regulamentação, fornecidos e instalados diretamente pelo órgão responsável pelo trânsito.

Quanto à “sinalização complementar”, quando necessária e a critério do órgão responsável pelo trânsito, seus detalhes serão fornecidos por esse órgão.

As placas de sinalização deverão seguir as dimensões e disposições descritas nas “Normas para Sinalização de Obras na Via Pública”, onde as sinalizações deverão ser refletivas, sendo a tarja preta com fundo laranja refletivo e o verso pintado de preto. A alta distinção da cor laranja durante o dia ou durante a noite em material refletivo identifica facilmente um trecho em obras, mesmo a grande distância.

5.7.3.2 Dispositivos de Sinalização Noturna

A sinalização noturna será feita com os mesmos dispositivos utilizados na sinalização diurna, acrescidos de sinalização luminosa e outros dispositivos refletivos.

Além das recomendações normalmente indicadas para as obras, os mesmos cuidados e atenção deverão ser dispensados à sinalização noturna dos equipamentos móveis ou semimóveis que, muitas vezes, precisam ficar estacionados na rua durante a execução dos serviços.

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A sinalização refletiva tem por fim refletir toda a luz incidente, tornando claramente visível, em sua totalidade, o dispositivo em que é aplicada. A refletividade de um elemento de sinalização pode ser conseguida por meio de dispositivos especiais (olhos-de-gato, películas refletivas e outros) ou de tintas que possuam essas propriedades.

Dispositivos especiais, quando adotados, deverão ser vermelhos e colocados, de preferência, sobre cavaletes.

Tintas refletivas serão utilizadas na pintura das faixas amarelas dos cavaletes zebrados e dos demais dispositivos da sinalização diurna que venham a ser utilizados à noite.

A sinalização luminosa pode ser constituída por um, ou mais, dos tipos descritos a seguir:

• Sinalização a querosene: compõe-se de um recipiente para o querosene e para o pavio grosso, que é extraído para fora do local à medida que é utilizado. São usados na sinalização de locais que não dispõem de outro tipo de iluminação. Serão colocados à altura adequada e perto dos sinais que se quer tornar visíveis;

• Lâmpadas vermelhas comuns: quando houver necessidade e a critério da Fiscalização, serão utilizadas lâmpadas vermelhas comuns ou baldes de plástico vermelho perfurados; e

• Sinalização rotativa ou pulsativa: em locais de grande movimento poderão ser exigidos sinalizadores rotativos ou pulsativos, que são visíveis a grande distância.

5.7.3.3 Recuperação da Sinalização Afetada

Durante as obras, a implantação de placas de sinalização, advertindo sobre os trabalhos, não implica na retirada ou danificação de placas originalmente locadas para sinalização da pista existente. Assim, deverá ser previsto que qualquer placa de sinalização, que seja danificada ou retirada, deverá ser recuperada, quando do fim das obras.

Toda e qualquer sinalização, que eventualmente seja afetada durante a execução das obras, deverá ser completamente recuperada, de acordo com as especificações e os modelos originais.

A fiscalização deverá também observar as recuperações das sinalizações afetadas, sendo de vital importância que essas sejam restituídas após o fim das obras, para assegurar a segurança da via.

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Quadro 13. Limites de Ruído (ABNT NBR 10.151)

LiMiTES DE RUíDO CONFORME ABNT NBR 10.151

Uso predominante do solo Diurno dB(A) Noturno dB(A)

Áreas de sítios e fazendas 40 35

Área estritamente residencial urbana, de hospitais ou de escolas 50 45

Área mista, predominantemente residencial 55 50

Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55

Área mista, com vocação recreacional 65 55

Área predominantemente industrial 70 60

5.8 CONTROLE DE RUíDO

Diversas atividades necessárias para a execução das obras poderão gerar alteração dos níveis de ruído, principalmente nas áreas urbanas, entre as quais se destacam aquelas relacionadas à fixação/retirada de postes, lançamento de cabos, trânsito de caminhões, entrega de materiais e transporte de pessoal. O ruído e as vibrações provenientes da execução dessas atividades deverão ser minimizados.

Deverão ser consideradas as características de uso dos locais de intervenção, os principais equipamentos previstos nas obras e suas características de emissão de ruído, de modo a atender à legislação vigente: CONAMA 1/90, Norma ABNT NBR 10.151 (Quadro 13) e legislações municipais correspondentes.

Deverá ser realizada uma avaliação preliminar para definir medidas para minimização e controle dos níveis de ruído a serem adotadas, tais como restrição de horários de operação, tapumes, etc.

Os silenciadores dos equipamentos deverão receber manutenção rotineira para permanecer funcionando a contento. Deve ser evitado o trabalho no horário noturno (das 22 horas até as 7 horas).

Obs.: Caso o nível de ruído preexistente no local seja superior aos relacionados nessa tabela, então este será o limite.

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5.9 PLANOS DE GERENCiAMENTO DE RiSCOS E AÇÕES DE EMERGêNCiA

Os Planos de Gerenciamento de Riscos e Ações de Emergência contemplam as atividades que devem ser implementadas, para evitar e/ou minimizar riscos de acidentes ambientais durante a construção. A ocorrência mais comum é o derramamento de óleos combustíveis e lubrificantes utilizados nos equipamentos de construção e montagem.

Como medida preventiva, deve ser implantado um Plano de Gerenciamento de Riscos contemplando:

• Treinamento dos recursos humanos envolvidos;

• Procedimentos específicos para atividades relevantes; e

• Materiais e equipamentos, especificados de acordo com as normas em vigor.

Deve-se instruir a equipe de obras na operação e na manutenção dos equipamentos de construção, para evitar a descarga ou derramamento de combustível, óleo ou lubrificantes, acidentalmente.

Deve-se preparar uma lista sobre tipo, quantidade, local de armazenamento de contenção e material de limpeza a ser usado durante a construção. A lista deve incluir procedimentos e medidas para minimizar os impactos no caso de derramamento.

Deve-se realizar um inventário dos lubrificantes, combustíveis e outros materiais (vernizes, tintas, solventes) que possam acidentalmente ser derramados durante a construção, e devem ser estabelecidas previamente medidas de preventivas para reduzir a ocorrência de derramamentos.

Medidas Corretivas

Em caso de derramamento de óleos combustíveis e lubrificantes, a prioridade mais imediata deve ser a contenção. O derramamento deve ser mantido no local, sempre que possível.

Procedimentos de limpeza devem ser iniciados assim que o derramamento for contido. Em nenhuma circunstância deve-se usar o equipamento de contenção para armazenar material contaminado. Devem ser seguidas as recomendações contidas no Manual de Resíduos Perigosos.

Em caso de derramamento, deve-se notificar a Inspeção Ambiental da EDE e o órgão ambiental competente.

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Os procedimentos e regras de Segurança e Saúde do Trabalho são elementos fundamentais para efetivos programas de prevenção de acidentes e para a melhor qualidade de vida para todos os empregados de uma empresa. Portanto, a segurança e a saúde do trabalho devem merecer atenção permanente.

A garantia das condições de trabalho e de bem-estar adequadas aos seus colaboradores, de acordo com padrões nacionais e internacionais de saúde e segurança, e a extensão desse comprometimento aos fornecedores e prestadores de serviços são uma das diretrizes da Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras. Essa diretriz é reforçada nos compromissos das empresas com seus colaboradores estabelecidos no Código de Ética (Eletrobras, 2010, item 2.1.2).

A Política Corporativa de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional das Empresas Eletrobras tem como foco a prevenção, atendendo aos requisitos legais e regulamentares e promovendo a melhoria contínua na sua gestão. Inclui dentre suas diretrizes “identificação, avaliação, controle e mitigação dos fatores de riscos à segurança e saúde das pessoas envolvidas com o Sistema Eletrobras, inclusive os que possam atingir a população, de forma a prevenir acidentes em todas as atividades dos processos produtivos”, envolvendo nessa abordagem preventiva os

contratados para prestação de serviços ou execução de obras e a comunidade passível de ser afetada.

O Banco Mundial também estabeleceu um conjunto de Diretrizes de Meio Ambiente, Saúde e Segurança – “EHS Guidelines”6, constituído por documentos técnicos de referência que consolidam boas práticas. No documento específico para sistemas de transmissão e distribuição são estabelecidas diretrizes para “Saúde e Segurança Ocupacional” e “Saúde e Segurança da Comunidade”.

As diretrizes e recomendações apresentadas neste Manual para Saúde, Segurança e Conforto dos Trabalhadores envolvidos na execução de obras das Empresas de Distribuição Eletrobras buscam atender ao cumprimento de legislação, regulamentos e outros dispositivos relativos a Saúde e Segurança Ocupacional vigentes no território nacional e seguem, também, complementarmente, as orientações acima citadas. Foram ainda incorporadas as boas práticas utilizadas pelas empresas de distribuição do país levantadas em relatórios anteriores correspondentes aos Produtos 2 e 3 deste trabalho.

6 World Bank Group Environmental, Health, and Safety Guidelines (2007). http:// www.ifc.org/ehsguidelines

CAPíTULO 6

Aspectos Relativos a Saúde, Segurança e Conforto dos Trabalhadores

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Os critérios, procedimentos e recomendações aqui estabelecidos devem ser adotados pelas empresas contratadas para execução de serviços e obras de linhas de distribuição e subestações, bem como serviços de expansão, reforma e reforço de redes urbanas e, quando aplicáveis, serviços de topografia e sondagem.

As EDEs devem somente contratar empreiteiras ou prestadoras de serviço que tenham capacidade técnica para gerenciar as questões relativas a saúde e segurança ocupacional, garantindo a aplicação das atividades de gestão de risco pelos acordos de contratação formais. Os contratos deverão exigir obrigatoriamente a implementação de todas as medidas de precaução necessárias para proteger a saúde e dar segurança aos trabalhadores, dentro dos limites da razoabilidade, identificando e gerenciando os principais riscos.

As empresas contratadas serão responsáveis pelas condições de segurança, higiene e medicina do trabalho, que devem estar em conformidade com o previsto na Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, e pela Portaria 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho. Devem assumir, ainda, as responsabilidades fixadas neste Manual, bem como acatar as exigências específicas que lhe sejam feitas pela Supervisão/Inspeção das EDEs durante a execução das obras.

As empresas contratadas são responsáveis pela segurança de seus serviços e pelos atos de seus empregados que venham a resultar em acidentes ou perdas.

Nesse sentido, cabe às empresas contratadas:

• Recolher o seguro de acidente do trabalho para todos os funcionários que participarão da execução do serviço, na forma da legislação em vigor.

• Alocar somente pessoal qualificado para a execução dos serviços.

• Implementar os procedimentos contidos neste Manual, com a atenção específica dada às situações, condições e particularidades de cada serviço/atividade.

• Buscar continuamente o aprimoramento dos procedimentos de Segurança do Trabalho, à medida que se aplicarem às suas operações, independentemente das exigências das Empresas Eletrobras.

• Realizar inspeções nas suas turmas de trabalho para verificar os procedimentos de segurança por parte dos empregados.

• Em caso de acidentes, prestar assistência total ao acidentado, proporcionando-lhe transporte e assistência médica hospitalar imediata.

• Solicitar a presença imediata da Inspeção em caso de ocorrência de acidentes de trabalho com lesão e/ou danos materiais, para que a EDE possa iniciar suas providências.

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6.1 MARCOS LEGAiS RELACiONADOS A SAÚDE, SEGURANÇA E CONFORTO OPERACiONAL

As Normas Regulamentadoras elaboradas pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), também conhecidas como NRs, regulamentam e fornecem orientações sobre procedimentos obrigatórios relacionados a segurança e saúde ocupacional.

No Quadro 14, estão apresentadas as principais NRs relacionadas às atividades enfocadas neste Manual e que devem ser atendidas durante a execução das obras e dos serviços aqui destacados.

6.2 MOBiLizAÇÃO DE MÃO DE OBRA

A Contratada, ao se instalar no local da obra, deve tomar algumas precauções durante a mobilização da mão de obra, visando atender aos requisitos de saúde, segurança e bem-estar dos trabalhadores e das comunidades do entorno, conforme indicado a seguir.

Quadro 14. Normas Regulamentadoras do MTE

NORMA EMENTA

Norma Regulamentadora nº 01 Disposições Gerais

Norma Regulamentadora nº 04 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho

Norma Regulamentadora nº 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

Norma Regulamentadora nº 06 Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Norma Regulamentadora nº 07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSOs)

Norma Regulamentadora nº 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais

Norma Regulamentadora nº 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade

Norma Regulamentadora nº 12 Máquinas e Equipamentos

Norma Regulamentadora nº 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção

Norma Regulamentadora nº 19 Explosivos

Norma Regulamentadora nº 23 Proteção Contra Incêndios

Norma Regulamentadora nº 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho

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6.2.1 informações à Comunidade

Devem ser dadas informações detalhadas à comunidade a respeito de volume e tipo de contratação que a Contratada pretenda efetuar, do período programado para realizar os serviços, do tipo de trabalho a ser feito, dos cuidados que serão tomados com relação a saúde e segurança e mitigação dos impactos na infraestrutura local.

A divulgação das informações deve utilizar os meios de comunicação disponíveis na comunidade: emissoras de rádio, serviços de alto-falantes, jornais, distribuição de panfletos, palestras abertas ao público e exposições, bem como internet e TV, quando acessíveis.

Os diversos ramos de atividades locais, como comércio, recursos médicos e outros, devem ser adequadamente informados de todos os eventos programados para a construção da linha de distribuição ou da subestação, ou da expansão ou reforma da rede urbana.

Deve ser solicitado o apoio da área de Responsabilidade Social/Meio Ambiente das EDEs e líderes comunitários locais para cadastrar a mão de obra local disponível para as obras, priorizando o seu recrutamento, reduzindo assim o contingente de trabalhadores de fora da região e, ao mesmo tempo, diminuindo a estrutura de apoio às obras (alojamentos, sanitários, resíduos, etc.). Esse procedimento contribui, também, para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e minimizar os problemas de aumento da prostituição e da violência, dentre outros.

Visando à equidade de gênero, a prestadora de serviços deve explicitar que os termos porventura utilizados nos comunicados, tais como coordenador, licitante, empregado e outros que estejam referidos pelo termo genérico representativo do masculino, referem-se a todo o coletivo, incluindo mulheres e homens.

6.2.2 Admissão/Transferência de Funcionários

A Contratada deve atender aos seguintes quesitos ao admitir funcionários ou transferi-los de outras obras:

• A mobilização de mão de obra deve privilegiar a população local sempre que possível, conforme mencionado no item 6.2.1.

• A Contratada deverá selecionar, admitir e administrar o pessoal qualitativa e quantitativamente necessário à execução dos

serviços, atendendo, preferencialmente, a critérios de equidade de gênero e raça e com estrita observância às disposições da Consolidação das Leis do Trabalho e legislação correlata.

• As EDEs se reservam o direito de efetuar diligências e inspeções a qualquer tempo, nas dependências da Contratada e/ou locais de realização dos serviços, para monitorar e verificar o cumprimento da legislação que proíbe o emprego de trabalho forçado ou compulsório e que veda o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menor de dezoito anos e de qualquer trabalho a menor de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir dos quatorze anos, estando a Contratada sujeita às penalidades legais decorrentes dos fatos apurados.

• Executar de maneira cuidadosa os exames médicos admissionais preconizados em lei, de modo a não provocar a disseminação de doenças.

• Toda a equipe empregada deve ser devidamente imunizada contra as doenças imunopreveníveis do adulto típicas da região, como tétano e febre amarela e outras que forem identificadas como de imunização necessária. A Contratada deve estabelecer ou facilitar programas de vacinação e/ou exigir os atestados de vacinação no exame médico de admissão de empregados.

• Deve ser aplicada a sequência de doses de vacina recomendada e nos prazos apropriados.

• Efetuar a vacinação de todos os empregados admitidos/transferidos durante o andamento da obra.

• Quando detectados nos exames admissionais, os portadores de moléstias infectocontagiosas devem ser encaminhados ao sistema público de saúde para tratamento.

• Nos locais identificados como áreas de risco de doenças transmitidas por vetores (DTVs), devem ser realizados exames admissionais específicos, visando assegurar o controle de introdução e disseminação de tais doenças (malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e doença de chagas).

• Fazer registros detalhados de todos os atendimentos médicos, ambulatoriais ou de emergência, incluindo controle de vacinas aplicadas.

• Fornecer dois jogos de uniformes e um jogo dos equipamentos de proteção individual (EPIs) compatíveis com a função.

• Observar o interstício mínimo de descanso entre as jornadas de trabalho, correspondente a 11 horas de intervalo entre jornada.

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6.2.3 Treinamento

A Contratada deve proporcionar a seus trabalhadores todo o apoio, de modo que os mesmos possam trabalhar com tranquilidade e segurança, melhorando, desse modo, sua produtividade, diminuindo o índice de absenteísmo causado por problemas de saúde, reduzindo atritos com a comunidade ou entre os próprios trabalhadores e conscientizando-os da necessidade da preservação ambiental durante a execução dos serviços, bem como da atenção aos requisitos de segurança e dos cuidados com a saúde.

Se a EDE julgar necessário, fornecerá o treinamento complementar para todos os níveis funcionais, englobando todos os aspectos envolvidos.

Nesse sentido, é esperado que a Contratada incentive o treinamento e proporcione todas as condições para que seus empregados façam, durante o expediente normal, os treinamentos fornecidos pela EDE.

6.2.3.1 importância e inserção da obra no meio ambiente e educação ambiental

Antes do início das obras, devem ser implementadas ações de educação ambiental no âmbito das intervenções, as quais deverão ensinar e mostrar, conscientizar e prover as ferramentas necessárias para que os trabalhadores, inspetores e gerentes envolvidos na obra possam cumprir todas as medidas de proteção ambiental planejadas para a construção.

Essas ações devem cobrir todos os tópicos ambientais, exigências e problemas potenciais do início ao término dos serviços. O método deve contemplar a utilização de uma apresentação sucinta, objetiva e clara de todas as exigências e restrições ambientais e das correspondentes medidas de proteção, restauração, mitigação e corretivas no campo.

As atribuições dos responsáveis pelas ações de gestão ambiental devem ser descritas de forma a enfatizar suas responsabilidades e autoridade. As responsabilidades de cada trabalhador e sua respectiva especialidade devem ser definidas de forma objetiva.

Um dos principais impactos que deve ser gerenciado é o contato entre os trabalhadores

e a comunidade local, além do comportamento desses trabalhadores frente ao meio ambiente. Justifica-se, assim, a emissão de normas de conduta, bem como a promoção de atividades educacionais, para a manutenção de bom relacionamento com as comunidades (Código de Conduta).

Deve ser requerido dos trabalhadores o cumprimento das normas de conduta e a obediência a procedimentos de saúde e de diminuição de resíduos nas frentes de trabalho, como os relacionados a seguir:

• Não devem ser permitidas, em nenhuma hipótese, a caça, a comercialização, a guarda ou maus-tratos a qualquer tipo de animal. Caso algum animal seja ferido em decorrência das atividades da obra, o fato deve ser notificado ao responsável pela gestão ambiental da obra;

• Não devem ser permitidas a extração, comercialização e manutenção de espécies vegetais nativas;

• Equipamentos de trabalho que possam eventualmente ser utilizados como armas (facão, machado, motosserra, etc.) devem ser recolhidos diariamente;

• Os trabalhadores devem obedecer às diretrizes voltadas para a gestão de resíduos e de saneamento. Assim, deve ser observada a utilização de sanitários e, principalmente, verificado o não lançamento de resíduos no meio ambiente, tais como recipientes e restos de refeições; e

• Os trabalhadores devem ser informados dos limites de velocidade de tráfego dos veículos e da proibição expressa de tráfego em velocidades que comprometam a segurança das pessoas, equipamentos, animais e edificações.

6.2.3.2 Orientações sobre segurança no trabalho e saúde

A Contratada deve implantar um programa de educação dirigido a todos os seus empregados e voltado para a prevenção de acidentes e preservação da saúde, conforme definido na NR-18, itens 18.3.4.f e 18.28, e na NR-7, item 7.5.1.

O conteúdo do treinamento deve ser apresentado para aprovação da Inspeção da EDE e deve incluir, no mínimo, o que está previsto na NR-18, item 18.28, acrescido de instruções sobre o Mapa de Riscos Ambientais, de procedimentos de segurança nos diversos tipos de serviço, das

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áreas sujeitas à Permissão para Trabalho, dos procedimentos no caso de acidentes e emergências e de segurança no trânsito.

• A Contratada deve promover para todo o seu pessoal, desde a execução até a supervisão, o treinamento em Segurança. Esse treinamento será feito por ocasião da admissão do empregado e repetido sempre que se mostrar necessário, tendo uma carga horária de pelo menos 6 horas e realizado dentro do horário de trabalho.

• Deve assegurar que antes do início de uma nova atribuição/atividade todos os trabalhadores tenham recebido o treinamento e as informações necessárias para que sejam capazes de compreender os possíveis riscos e saibam como proteger sua saúde.

• Aos novos trabalhadores, em particular, deve ser proporcionado treinamento para garantir que estão informados sobre as regras básicas relativas às atividades em que estarão envolvidos e ao local de trabalho, bem como sobre sua própria segurança e, ainda, sobre como prevenir danos ou lesões nos companheiros de trabalho.

• É imprescindível que no programa de treinamento a Contratada destaque a importância do uso correto dos equipamentos de proteção individual e informe sobre a finalidade de cada um deles. Devem também ser ressaltados os riscos inerentes a sua função.

• O treinamento deve abranger o conhecimento básico sobre os possíveis riscos associados às atividades, riscos específicos do local, códigos e sinalizações sobre riscos, práticas de trabalho seguras e preventivas e procedimentos de emergência para incêndio, acidentes, conforme o caso.

• O treinamento adequado deve abranger:

- Conhecimento dos materiais, equipamentos e ferramentas;

- Riscos associados e como preveni-los ou controlá-los;

- Riscos à saúde;

- Precaução para prevenir exposição indevida;

- Cuidados com a higiene;

- Vestir e usar roupas e equipamentos de proteção;

- Resposta apropriada a situações extremas, incidentes e acidentes.

• Todos os empregados devem receber treinamento em primeiros socorros (carga horária mínima de 8 horas), com conteúdo programático abordando

suporte básico à vida, controle hemorrágico, traumatismos osteomusculares, cuidados com animais peçonhentos, choques elétricos e transporte de acidentados. O responsável pelo treinamento deve ter formação recebida em instituição idônea ou proporcionada por profissional qualificado.

• Devem ser selecionados trabalhadores para formar brigadas anti-incêndio, os quais devem estar distribuídos na obra de modo a cobrir todas as áreas, especialmente os canteiros e alojamentos. Essas equipes devem ser treinadas adequadamente para o manuseio de extintores, ações a tomar e orientações a fornecer aos demais trabalhadores em caso de incêndio.

• Os motoristas e operadores de máquinas devem ter ainda um treinamento em direção defensiva.

6.2.3.3 Orientações quanto ao comportamento

Devem ser oferecidas orientações e meios aos empregados para seu alojamento, deslocamento, consumo e lazer, principalmente no sentido de minimizar impactos sobre as populações locais afetadas.

A Contratada deve entregar a todos os trabalhadores envolvidos na obra um exemplar do Código de Ética das Empresas Eletrobras e:

• Agir com rigor contra qualquer ocorrência de assédio moral ou sexual praticado por seus empregados disponibilizados para a execução dos serviços.

• Não permitir, quer sob a forma de incentivo, quer sob a forma de omissão, qualquer prática de discriminação em relação a seus empregados ou na realização dos serviços, seja de gênero, caráter étnico, racial, sexual, político, religioso, cor, idade, estado civil, saúde, origem social ou regional, ou de qualquer outro tipo de discriminação que gere segregação.

• Conduzir a execução dos trabalhos mediante comportamento seguro e segundo as diretrizes apresentadas neste Manual.

Deve ser implementada sinalização educativa aos funcionários, abordando aspectos de higiene pessoal, saúde ocupacional, limpeza e organização do ambiente de trabalho, prevenção da dengue, prevenção de DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) e outras.

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6.3 CANTEiROS DE OBRAS, ALOJAMENTOS E iNSTALAÇÕES DE APOiO

Dependendo do tipo de atividade, do porte dos empreendimentos e de sua localização, torna-se necessária a implantação de canteiro de obras, alojamentos, local para alimentação, bem como de instalações de apoio como escritório, oficina, almoxarifado, guarita de segurança. Tais ambientes devem também atender aos requisitos de saúde, segurança e proporcionar bem-estar aos trabalhadores.

Quando houver escritórios, todos os documentos, resultados de análises, atestados, registros de vacinas e quaisquer comprovações do cumprimento de exigências ambientais devem ser mantidos em locais de fácil acesso à Inspeção da EDE.

Os escritórios devem dispor de sistema de condicionamento de ar ou ventiladores, de modo a manter temperatura e nível de ruído dentro dos padrões de conforto e produtividade.

Todas as janelas devem possuir telas para evitar a entrada de insetos.

Os banheiros devem ser construídos em material resistente e lavável, dimensionados para atender satisfatoriamente à quantidade de usuários prevista. Os banheiros devem ter vasos sanitários (privada ou tipo “turco”) instalados em cubículos fechados com portas individuais, além de mictórios e lavatórios.

Nas obras de redes urbanas, em áreas de população rarefeita, onde não exista nas proximidades disponibilidade de estabelecimentos comerciais ou banheiros públicos, devem ser providenciados banheiros químicos para as obras de maior duração.

Os canteiros de obra como um todo, incluindo suas instalações de apoio, tais como escritórios, oficinas, almoxarifados, dormitórios, refeitórios, cozinhas, banheiros, pátios de circulação, estacionamentos, guaritas e quaisquer outras áreas em uso pela Contratada, devem ser mantidos limpos, arrumados e em bom estado de conservação.

As oficinas e boxes para lavagem de veículos devem ser providas de sistemas que permitam separação e coleta de óleos e/ou ácidos eventualmente derramados. Nesses locais, o piso deve ser cimentado ou ter outro revestimento de forma a evitar a absorção de óleo pelo solo.

Caso seja necessária a instalação de geradores de energia elétrica, os mesmos devem ser posicionados de maneira que o ruído produzido não perturbe aqueles que repousam nos alojamentos, estejam fazendo refeições nos refeitórios ou trabalhando nos escritórios. O ideal é que os geradores estejam instalados em prédios que proporcionem proteção acústica em relação à sua vizinhança.

Tanto os pátios, para armazenamento de materiais ao tempo, como os galpões, onde são guardados os materiais que precisam ser mantidos abrigados, devem ser organizados e dimensionados de modo a permitir o manuseio dos componentes sem colocar em risco a segurança do pessoal.

Passagens para pedestres e veículos dentro e fora do canteiro de obras devem ser sinalizadas e proporcionar acesso adequado, fácil e seguro. As instalações que requerem manutenção, inspeção ou limpeza devem ter acesso fácil, desobstruído e irrestrito. Devem ser instalados corrimões, apoios para os pés e joelhos nas escadas, fixas e móveis, plataformas e rampas.

Deve ser evitado o acúmulo de água em pneus, tambores, latões, caçambas de máquinas e similares, colocando-os em posições adequadas e/ou utilizando coberturas de madeira ou lona.

A geração de ruídos nos canteiros de obra deve respeitar aos valores máximos preconizados por lei para os períodos diurno e noturno.

6.3.1 Gestão dos Resíduos

A gestão de resíduos sólidos e resíduos perigosos gerados nos canteiros, alojamentos e instalações de apoio deve seguir as orientações indicadas no Manual de Gestão de Resíduos Sólidos e no Manual de Gestão de Resíduos Perigosos, respectivamente.

Todos os resíduos gerados na obra devem ser recolhidos diariamente ao canteiro de obras. Sob nenhum argumento devem permanecer resíduos no local da obra.

Não será permitida a preparação de refeições ou outras atividades geradoras de resíduos nos locais de implantação das linhas, subestação ou redes urbanas, à exceção daquela fornecida pela própria Contratada. Especial atenção deve ser dada ao recolhimento das embalagens de alumínio descartáveis, utilizadas para refeições e bebidas, e aos copos plásticos quando utilizados.

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6.3.2 instalações de água e esgotos

A água a ser utilizada nos canteiros e alojamentos deve ser proveniente, sempre que possível, do sistema público de abastecimento. Quando for imperioso utilizar água captada em curso d’água, cacimba ou poço, será necessário realizar análise físico-química e bacteriológica para verificar a potabilidade da água para uso doméstico e consumo na ponta da rede de distribuição. A qualidade da água deve ser verificada a cada quatro meses ou sempre que algum fato novo assim o justifique. A coleta de amostras, ensaios e emissão de certificados deve ser feita por instituição especializada e idônea.

Em função da análise, a água será classificada como potável ou bruta. Esta última somente poderá ser utilizada para lavagem de veículos e pisos, molhar plantas e serviços similares, não sendo admitido seu uso em chuveiros, pias e lavatórios. O sistema de distribuição adotado deve garantir que a água bruta não seja inadvertidamente misturada à água potável.

Ainda em função das análises, devem ser definidos os sistemas de filtragem e desinfecção a serem instalados.

No caso da utilização de qualquer produto químico para tratamento e/ou desinfecção, seu armazenamento e manipulação devem ser efetuados de forma segura, evitando riscos às pessoas, animais e meio ambiente.

As caixas d’água devem ser de boa qualidade e ter tampas e volumes compatíveis com a utilização prevista para o sistema. Devem ser executadas lavagem e higienização de todos os reservatórios d’água periodicamente (quatro meses).

Todo o sistema de abastecimento deve estar protegido contra contaminação, especialmente caixas d’água e poços, através da escolha adequada de sua localização, cercas, sobrelevações e obras similares. Inspeções periódicas devem verificar a possibilidade de entrada de águas pluviais e detritos, especialmente nos reservatórios subterrâneos.

Todas as instalações de água e esgotos, compreendendo tubulações, conexões, válvulas, registros, caixas, etc., devem estar em perfeito estado de manutenção, sem apresentar corrosão ou vazamentos.

Quaisquer vazamentos, especialmente de esgotos, devem ser reparados imediatamente.

As fossas não devem apresentar mau odor e devem ser limpas por empresa especializada aprovada pela Inspeção da EDE, sempre que necessário e, no mínimo, uma vez por ano.

Os sanitários e banheiros devem ser lavados e desinfetados pelo menos duas vezes por dia.

Sempre que existente no local, a rede pública deverá ser o destino final dos esgotos coletados no canteiro ou alojamento.

Não havendo rede pública disponível, o canteiro/alojamento deve possuir sistema de tratamento de águas residuais adequado à carga orgânica existente, podendo ser adotadas fossas sépticas, poços de absorção ou filtros anaeróbios, atendendo às Normas NBR 7.229/93 e NBR 13.969/97.

Os locais de disposição final devem ser aprovados pela Fiscalização da EDE, que deve considerar os procedimentos da concessionária local e as restrições ambientais da área de destino.

Em nenhuma hipótese devem ser interligados os sistemas de drenagem de águas pluviais e de esgotamento sanitário.

Não será permitido o uso de valas a céu aberto ou de caixas sem tampas adequadas.

Para óleos, graxas, etc., devem ser previstas caixas de separação e acumulação e procedimentos de remoção adequados.

Locais específicos para manutenção e lavagem de máquinas e veículos devem ser impermeabilizados (cimento, cerâmica, etc.) e ter capacidade para contenção de eventuais vazamentos.

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6.3.3 instalações elétricas

As instalações elétricas para fornecimento de energia para os canteiros, alojamento e outras instalações de apoio devem estar de acordo com o item 18.21 da NR-18.

O quadro de distribuição de energia deverá ser disposto em local de fácil acesso, com disjuntor termomagnético devidamente identificado para cada equipamento. O quadro deverá ter seu fechamento com cadeado.

A fiação elétrica do canteiro deverá estar dimensionada corretamente, em boas condições e protegida contra danos provocados por pessoas e equipamentos.

A rede de distribuição de energia elétrica deve obedecer às normas da ABNT. Não será admitida a existência de chaves ou equipamentos com partes energizadas aparentes, nem extensões e tomadas improvisadas. Todas as carcaças de equipamentos elétricos devem ser solidamente aterradas.

O nível de iluminamento em cada local deve ser compatível com as atividades nele desenvolvidas, proporcionando segurança e conforto aos usuários.

A Contratada deve apresentar à Inspeção da EDE a relação do pessoal autorizado para trabalhos em instalações elétricas, com sua qualificação. Deverão ser exigidos certificados de conclusão de cursos da NR-10, básico e complementar para todos os empregados que irão atuar nas atividades de construção, montagem, operação, manutenção das instalações elétricas e quaisquer trabalhos realizados

nas suas proximidades, relacionados às linhas de distribuição, subestações, expansão e reforma de redes urbanas.

É vetado o uso de adornos pessoais pelos trabalhadores que atuarem nas atividades em instalações elétricas ou em suas proximidades.

A Contratada deve apresentar os procedimentos que serão adotados quanto à identificação e controle dos riscos envolvidos nas instalações elétricas, bem como os padrões de equipamentos e instalações que serão utilizados.

As instalações elétricas devem ser frequentemente inspecionadas, verificando-se e corrigindo-se:

• Presença de fios desencapados;

• Uso de benjamins e extensões;

• Quadros elétricos sem portas ou em mau estado;

• Soquetes para lâmpadas quebrados e lâmpadas queimadas;

• Tomadas, interruptores ou fios apresentando aquecimento;

• Linhas aéreas cruzando pátios onde circulam veículos de maior porte (retroescavadeiras, caminhões basculantes, etc.);

• Falta de ligações à terra (especialmente em oficinas).

Os geradores, se utilizados, devem ser operados por funcionários qualificados para tal.

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6.3.4 Proteção contra incêndios

As instalações devem obedecer às Normas Regulamentadoras NR-18, item 18.26, e NR-23, quanto à proteção contra incêndio.

Todas as instalações (canteiros, alojamentos escritórios, oficinas, almoxarifados e outras instalações de apoio) devem dispor de extintores em quantidade suficiente, do tipo adequado à classe de incêndio previsível em cada ambiente, instalados em locais visíveis e bem sinalizados. Os extintores devem ser distribuídos de modo que a distância máxima a ser percorrida seja de 10 a 20 m, conforme item 23.15 da NR-23.

A Contratada deve possuir extintores adicionais para serem deslocados para as frentes de trabalho e para substituir aqueles que tenham sido enviados para inspeção e recarga. Todos os extintores devem estar identificados com o prazo de validade de sua inspeção e carga.

Deve ser providenciada e mantida bem visível a sinalização referente aos equipamentos de combate a incêndios e maletas de primeiros socorros, assim como os números dos telefones de emergência.

Caso ocorra incêndio no local de trabalho, o responsável pela Segurança no Trabalho do canteiro deve ser avisado imediatamente, independentemente das providências que sejam adotadas pela Contratada para enfrentar a emergência.

Os extintores para combate a incêndios devem ser frequentemente inspecionados quanto a:

• Estado de conservação (bico, mangueira, gatilho, suporte, etc.);

• Carga e seu prazo de validade;

• Prazo de validade do extintor (casco);

• Tipo, quantidade e colocação adequados a cada local;

• Livre acesso.

Nos alojamentos, devem ser guardados somente os pertences dos empregados, não se permitindo a guarda de pneus, latões de óleo ou outros materiais e ferramentas, especialmente se inflamáveis ou combustíveis.

A Contratada deve providenciar, para escritórios e alojamentos, dispositivos de iluminação de emergência alimentados a pilha ou bateria, de modo que o uso de lampiões, velas ou outros meios de iluminação que propiciem risco de incêndio fique restrito às situações inevitáveis.

A cada substituição de botijão de gás, deve ser verificado se existe algum vazamento nas conexões da tubulação, utilizando-se espuma de sabão ou de detergente.

Quando a frente da obra de serviço localizar-se dentro ou perto de bosques ou florestas, devem ser tomadas todas as providências para prevenir incêndios, especialmente não atirar pontas de cigarro acesas, não fazer fogueiras junto à mata ou a capinzais, não vazar recipientes de vidro ou metal na mata. Divulgar sempre telefones de corpo de bombeiros, IEF (Instituto Estadual de Florestas), etc.

Não será permitido o uso de fogo para qualquer finalidade como aquecimento ou preparo de alimentos, queima de resíduos e outras. No caso de vigias, locados em praças de lançamento ou outros locais ao longo das linhas de distribuição, será tolerado o uso de pequeno fogareiro a gás (GLP) para aquecimento de sua comida ou café. O fogareiro deve, no entanto, estar locado em uma posição fixa e bem definida, que não traga risco de provocar acidentes ou incêndios.

Deve ser dada especial atenção ao treinamento dos vigias quanto à preservação ambiental, considerando que, ao contrário dos demais empregados, os mesmos permanecem muitas horas sozinhos no campo. Nesse treinamento, deve ficar claro que é proibido caçar, pescar ou coletar espécimes vegetais ou animais.

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6.3.5 instalações para Alimentação

As instalações, equipamentos e utensílios da cozinha devem propiciar, permanentemente, perfeitas condições de higiene no local e no preparo das refeições. Deverão ter pia para lavar os alimentos e utensílios e recipiente com tampa para coleta dos resíduos.

As áreas a serem utilizadas para cozinhas e refeitórios pela Contratada devem ser em construção sólida de madeira ou alvenaria, com piso de cimento alisado ou cerâmica, com pé-direito de no mínimo 2,80 m e cobertura de material resistente ao fogo. As áreas deverão ser dedetizadas antes do início dos serviços.

Não será permitido o cozimento de alimentos ou uso de quaisquer tipos de fogão improvisados nos alojamentos nem nas imediações dos canteiros ou frentes de obra.

Os manipuladores de alimentos deverão, obrigatoriamente, usar gorros, máscara, aventais e luvas.

A guarda de víveres deve ser feita em local isolado e mantido permanentemente limpo, devendo ser refrigerado nos casos de alimentos perecíveis. Devem ser utilizadas telas e cercas protetoras, impedindo o acesso de animais e insetos.

A cozinha deve dispor de sistema de exaustão natural ou forçada, do tipo coifa, principalmente acima das bocas dos fogões.

O combustível utilizado nos equipamentos de cocção dos alimentos deve ser estocado fora do prédio onde se localiza a cozinha, em área permanentemente ventilada e coberta.

A cozinha deve dispor de sistema completo de água potável e rede de esgoto. Em hipótese alguma poderá haver escoamento a céu aberto da água utilizada na cozinha. A Contratada deve, se for o caso, providenciar cercas para manter à distância animais domésticos, de sua propriedade ou de terceiros.

Os refeitórios devem ser amplos, providos de janelas protegidas por telas e equipados com aparelhos de ar-condicionado ou ventiladores. Junto ao refeitório deve existir lavatório e instalação de água corrente para higiene e de água potável.

Caso sejam usados convênios com restaurantes, pensões e similares para

fornecimento de refeições, no local ou no campo, será exigido que os mesmos mantenham o mesmo padrão de higiene e qualidade de alimentação que o exigido da Contratada.

A alimentação a ser fornecida pela Contratada e suas Subcontratadas a seus empregados deve obedecer a padrões adequados de higiene e, ainda, possuir o balanceamento nutricional adequado à atividade desenvolvida pelos empregados, podendo a Inspeção da EDE, a qualquer momento, exigir análise da mesma, que, se não atingir o mínimo necessário, determinará a correção imediata ou até o fechamento do refeitório.

Os ingredientes utilizados na preparação de refeições devem ser guardados em locais adequados, que atendam, pelo menos, aos seguintes requisitos:

• Alimentos perecíveis devem ser mantidos em compartimentos refrigerados;

• Jamais poderão ser usados alimentos com data de validade ultrapassada.

Todas as refeições servidas no campo devem ser preparadas no dia de consumo, acondicionadas em embalagens de alumínio descartáveis, hermeticamente fechadas e transportadas em recipiente térmico, de modo a manter a temperatura dos alimentos. A Contratada deve providenciar abrigos, ainda que rústicos, para que os funcionários das frentes de trabalho possam fazer as refeições abrigados das intempéries. Devem ser evitados atrasos nos horários das refeições.

Na impossibilidade de instalação de bebedouro de água potável, filtrada e fresca, ou refrigerada, se necessário, para os trabalhadores, próximo ao posto de trabalho, a Contratada pode levar a água, a partir do canteiro central ou da sede da empresa, no caso de redes urbanas, em recipientes portáteis hermeticamente fechados, confeccionados em material apropriado, sendo proibido o uso de copos coletivos (NR-18 item 18.37.2).

O suprimento de água potável deve ser em quantidade compatível com o número de trabalhadores (mais que ¼ litro (250 ml) por hora para cada trabalhador).

É proibido o uso de água de rios e lagos pelos trabalhadores, a não ser que sejam feitos tratamento, controle e distribuição pela Contratada.

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6.3.6 instalações para Repouso (Alojamentos)

Os alojamentos devem respeitar, em seu projeto, construção e mobiliário, o que prescrevem as Normas Regulamentadoras NR-24 e NR-18, item 18.4, de modo a atender às suas finalidades básicas, que consistem em prover locais de repouso e de guarda de pertences aos empregados.

Os alojamentos devem dispor de uma área para lazer, com área compatível com o número de ocupantes. Essa área deve ser mobiliada adequadamente, considerando-se que será usada para relaxamento através de TV, jogos, conversas, etc.

Se a Contratada julgar estritamente necessário, poderá utilizar acampamentos móveis, que devem ser submetidos à aprovação da Inspeção da EDE e atender às seguintes exigências:

• Dispor de sistema de comunicação eficiente, pelo menos com os canteiros principais;

• Utilizar barracas de lona ou material equivalente, fechadas e com ventilação apropriada, similares às utilizadas pelo exército brasileiro, para 10 pessoas;

• Dotar o acampamento de sistema de água potável, não sendo admitida a coleta de água de rios e igarapés, para utilização sem tratamento;

• Dotar o acampamento de local para banho, com chuveiro e privada localizados em compartimentos com porta;

• Devem ser previstos sanitários de campo, com provisão de papel higiênico, em todas as frentes de trabalho;

• Servir refeições em conformidade com o especificado para alimentação no campo no item 6.3.5 (Instalações para Alimentação);

• Atender aos requisitos de segurança e de atendimento médico indicados no item 6.4.5 (Instalações para Atendimento Médico e Segurança).

A Contratada deve garantir condições de repouso aos vigias de campo, transportando-os diariamente ao alojamento ou estabelecendo, no campo, acomodações convenientes para seu sono e repouso durante o dia, afastadas dos ruídos produzidos pela obra. Deve ainda assegurar instalações adequadas para sua higiene pessoal.

A Contratada deve dispor de equipamento de comunicação em cada frente de trabalho, com

capacidade para alcançar o canteiro principal. O equipamento de comunicação e as estruturas de saúde alocadas devem possibilitar o rápido acionamento de socorro em caso de acidentes ou outras emergências médicas. Devem ser previstos sanitários móveis para uso no campo, em todas as frentes de trabalho, incluindo água, papel higiênico e sistema de coleta.

6.4 ATENDiMENTO MÉDiCO E SEGURANÇA

A Contratada obriga-se a manter na obra serviços próprios especializados em Segurança no Trabalho e Medicina no Trabalho, dimensionados no mínimo conforme aqui especificado e previamente submetidos à aprovação da Inspeção da EDE, após o que solicitará a homologação desses quadros de pessoal ao Ministério do Trabalho, antes do início das obras.

A Contratada deve definir, antes do início dos serviços, os indicadores de segurança e de saúde ocupacional adotados para aferição e acompanhamento em suas atividades. É obrigação da Contratada buscar a melhoria contínua de seus indicadores de segurança e saúde ocupacional. Deve buscar que a segurança seja inerente a todas as suas atividades.

O placar diário informativo de acidentes e a apresentação de estatística por tipo de acidente devem ser colocados em local visível e de passagem dos trabalhadores.

Cada gerente, supervisor ou executante é o responsável pela segurança na área de serviço de sua competência, e todos devem assumir atitudes proativas em relação às medidas de proteção do homem, do meio ambiente e das instalações.

Quando os serviços de uma Contratada interferirem com os de outras Contratadas ou de terceiros, caberá à Fiscalização da EDE coordenar as ações que visem garantir a segurança dos mesmos. A Contratada se obriga, entretanto, a comunicar à Inspeção da EDE a existência da interferência e a somente executar tais serviços após devidamente autorizada.

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6.4.1 Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)

Em cada canteiro deve ser mantido um SESMT, registrado na DRT (Delegacia Regional do Trabalho), conforme obriga a NR-4, dimensionado de acordo com seu plano de mobilização de pessoal e com as fases da execução do contrato.

Os SESMTs devem ser compostos por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar ou Técnico em Enfermagem do Trabalho, obedecido o Quadro II da NR-4 (alterado pela Portaria MTE nº 590, de 28 de abril de 2014).

Os profissionais integrantes do SESMT devem possuir formação e registro profissional em conformidade com o disposto na regulamentação da profissão e nos instrumentos normativos emitidos pelo respectivo Conselho Profissional, quando existente.

As EDEs podem, no interesse da melhoria da Saúde e da Segurança em sua área, promover a cooperação entre o SESMT de diversas Contratadas que por ventura existam na área, nas formas previstas na NR-4, NR-7 e dentro dos limites de cada contrato.

6.4.1.1 Equipe de Segurança

O dimensionamento do Serviço de Segurança deve estar de acordo com o Quadro II da NR-4, grau de risco 4, considerando-se para esse cálculo o pessoal das empresas Subcontratadas.

A equipe de segurança para a execução dos serviços deve ser constituída por um responsável pela coordenação das atividades de segurança (Coordenador de Segurança) e um Inspetor de Segurança.

As funções do Coordenador de Segurança podem ser acumuladas com as funções do Coordenador de Preservação e Proteção Ambiental e do Coordenador de Saúde.

As funções do Inspetor de Segurança podem ser acumuladas com as funções do Inspetor de Preservação e Proteção Ambiental (Inspetor Ambiental).

Em toda frente de trabalho deverá haver um Supervisor de Serviço com formação básica em segurança do trabalho, comprovada mediante

apresentação do certificado. O conteúdo programático deverá atender no mínimo ao disposto no Anexo II da NR-10, Curso Básico.

6.4.1.2 Equipe Médica

O dimensionamento do Serviço de Medicina do Trabalho deve estar de acordo com o Quadro II da NR-4, grau de risco 4, considerando-se para esse cálculo o número de trabalhadores das empresas Subcontratadas.

A Prestadora de Serviços deve apresentar, antes do início dos serviços, os currículos dos profissionais que serão responsáveis pelas atividades de saúde e segurança, para aprovação por parte da Inspeção da EDE.

Dependendo do porte do empreendimento, deve ser mantido no canteiro central, com atuação em toda a obra, um responsável geral pelo setor de segurança no trabalho, com formação de acordo com a legislação vigente, experiência comprovada, contratado em tempo integral para exercer exclusivamente a função de coordenador dessas atividades.

Nas frentes das obras devem também ser mantidos Inspetores de Segurança do Trabalho, em quantidade adequada às necessidades das obras.

6.4.1.3 Programas de Saúde e Segurança do Trabalho

Antes do início das obras, deverão ser estabelecidos os programas voltados para saúde e segurança do trabalho, destacando os riscos das atividades e os procedimentos de segurança para o controle ou eliminação dos riscos, incluindo ainda verificação das capacitações e exames médicos. Os trabalhadores devem receber material orientativo com as regras básicas da segurança.

Devem ser implementados, de acordo com a legislação, os seguintes programas:

a) Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), conforme NR-9, visando à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em

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7 Consideram-se agentes físicos as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. Consideram-se agentes químicos as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. Consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, sendo considerados riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador7.

b) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT), conforme NR-18, item 18.3, que estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção, que inclui as obras de infraestrutura para energia elétrica.

c) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na NR-7, que estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCM)do seu pessoal e da(s) sua(s) Subcontratada(s), contendo nome do Médico do Trabalho, empregado ou não da empresa, responsável pelo PCMSO. A NR-7 destaca que todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos.

Deve também ser submetido à aprovação da Inspeção da EDE um plano de atendimento e remoção de trabalhadores acidentados para cada canteiro de obra. Esses planos devem discriminar o treinamento e a capacitação do pessoal para primeiros socorros, o material a ser disponibilizado para o atendimento dos acidentados, o sistema de comunicação disponível e suas alternativas, os veículos a serem utilizados – próprios, contratados ou do serviço público –, as rotas para remoção e listagem das instituições de saúde de referência.

Para funcionários das EDEs que trabalhem em áreas da Prestadora de Serviços, ficam as EDEs obrigadas a informar as clínicas conveniadas para onde a contratada os removerá, em caso de emergência, depois de lhes prestar os primeiros socorros.

A Prestadora de Serviços deve apresentar proposta e obter a aprovação da Inspeção da EDE quanto ao plano de atendimento médico, qualquer que seja o escolhido.

A Prestadora de Serviços deve considerar, no planejamento das ações de saúde do seu pessoal, as endemias de ocorrência local, tais como malária, leishmaniose, esquistossomose, doença de Chagas, febre amarela, cólera e acidentes com animais peçonhentos, dentre outros, em conformidade com o Órgão de Saúde Pública da região.

Somente será permitido acesso às frentes de serviço aos trabalhadores que comprovem vacinação através de carteira e/ou comprovante de vacinação fornecido por Serviço de Saúde Pública. Dentre as vacinas obrigatórias, destacam-se: tétano, para todos os empregados, e hepatite B, para o pessoal da saúde. Qualquer empregado contratado ou transferido de outra obra deve tomar, como os demais, as vacinas aplicáveis antes de iniciar suas atividades.

Deve também ser estabelecido um plano de socorro e aplicação de soro para os casos de picadas por animais peçonhentos, amplamente divulgado entre os trabalhadores.

Nos trabalhadores expostos a alto nível de ruído, devem ser realizados periodicamente exames audiométricos.

Todos os prontuários dos exames admissionais, periódicos e demissionais, bem como de atendimento a acidentados com lesão, devem ficar arquivados no SESMT no Canteiro de Obras e ser mantidos em arquivo durante 20 (vinte) anos, conforme item 7.4.5.1 da NR-7. Todos os documentos, resultados de análises, atestados, registros de vacinas devem ser mantidos em locais de fácil acesso à Inspeção da EDE.

Deve, ainda, ser preparado e apresentado à Inspeção da EDE um programa de controle de vetores a ser aplicado na obra, com especial atenção dedicada às áreas dos canteiros e alojamentos. Esse programa incorporará providências preventivas, como colocação de telas, drenagem de águas empoçadas, disposição de detritos e providências corretivas, como desratizações, dedetizações, descupinizações, etc.

Devem ser estabelecidas estratégias para desinfestação e imunização das instalações, conforme a situação epidemiológica da região e em consonância com as determinações dos Órgãos de Saúde Pública. No início da obra, e, posteriormente, com intervalo máximo de 6 meses, as instalações devem ser dedetizadas e desratizadas.

106

6.4.1.4 Análise Preliminar de Risco

A análise preliminar de risco é um procedimento de segurança destinado a levantar e avaliar os riscos pertinentes a cada atividade com as respectivas medidas de controle. Tem como o objetivo garantir a segurança do trabalhador com a redução do número de acidentes de trabalho através de ações de conscientização, capacitação e ações proativas. (CEMIG, 2012)

Trata-se de uma análise prévia que consiste em traçar uma visão do trabalho a ser executado, visando identificar os riscos associados a cada tarefa e propiciar condição para evitá-los ou conviver com eles em segurança. Desenvolve a percepção e análise do ambiente, das condições pessoais e técnicas para executar suas atividades8. É aplicável em todas as atividades, visa promover e estimular o trabalho em equipe e a responsabilidade solidária e deve ser aplicada em todas as frentes de trabalho, das atividades de construção, reforma e reforço até manutenção.

As análises de risco realizadas pelos trabalhadores antes de iniciar qualquer atividade devem ter seus registros mantidos nas respectivas áreas, devidamente assinados por todos os envolvidos na atividade. Essas análises devem ser avaliadas periodicamente durante o andamento da obra, pela fiscalização, pelo técnico de segurança do trabalho e engenheiro responsável.

A utilização de um painel de segurança é fundamental para permitir consultas sobre todas as comunicações de incidentes de segurança, das respectivas análises, dos índices estatísticos e da estratificação de incidentes por atividade e natureza.

Atividades que promovam a aproximação dos coordenadores/gestores/supervisores das equipes operacionais devem ser implementadas, com o envolvimento destes no acompanhamento de inspeções em campo junto com a segurança do trabalho da empresa, motivando os colaboradores para o cumprimento dos procedimentos de segurança. São analisados em conjunto com as

8 Essas análises são conhecidas em algumas empresas como “Conversas ao pé do poste” e, em outras, como “Diálogo de Saúde e Segurança”, conforme apresentado nos relatórios dos Produtos 2 e 3.

equipes itens que envolvem atendimento elétrico, como, por exemplo, Planejamento/Execução, Sinalização/Isolamento, Teste/Aterramento, Equipamento de Segurança/EPI, Veículos, Escadas, Equipamentos e Ferramentas, Linha Viva e Poda de Vegetação. (Vale Paranapanema, 2012)

As turmas de trabalho, antes do início da execução dos serviços, deverão:

• Conhecer e analisar detalhadamente os serviços a serem executados.

• Identificar, previamente, os riscos gerais e específicos inerentes à área de trabalho e ao tipo de serviço, para um bom planejamento.

• Providenciar a delimitação e sinalização da área de trabalho, visando a proteção dos executores dos serviços e de terceiros.

• Munir-se dos respectivos equipamentos de proteção individual.

• Considerar sempre que as instalações elétricas estão sob tensão, até certificar-se do contrário por meio de detectores de tensão.

• Realizar os aterramentos temporários necessários.

• Conduzir a execução dos trabalhos mediante comportamento seguro.

6.4.2 Monitoramento de Saúde e Segurança no Trabalho

Todos os programas de segurança e saúde ocupacional devem incluir uma etapa de monitoramento para verificação da efetividade das medidas de prevenção e controle adotadas. Os indicadores selecionados devem ser representativos dos riscos ocupacionais relacionados à saúde e à segurança mais significativos, bem como das medidas de prevenção e controle implementadas. O monitoramento deve incluir (IFC, 2007):

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9 NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health - http://www.cdc.gov/niosh/topics/surveillance/ (acesso em setembro de 2014). 10 Segundo definição da OSHA, “Near Misses” são incidentes em que não ocorreu dano ou nenhum trabalhador sofreu lesões corporais, mas nos quais, devido a uma ligeira mudança no tempo ou posição, danos ou lesões poderiam ter ocorrido facilmente. Quase acidente: evento relacionado ao trabalho no qual não ocorre lesão ou fatalidade, nem danos materiais ao ambiente de trabalho, mas poderia ter ocorrido (EDPI, 2013). 11 Esse conjunto de indicadores foi estabelecido no âmbito do PRODIST (Procedimentos de Distribuição de Energia Elétrica no Sistema Elétrico Nacional).

• Inspeção e testes periódicos dos equipamentos de segurança e medidas de controle de risco (engenharia, equipamentos de proteção pessoal, procedimentos adotados, local de trabalho, instalações, equipamentos e ferramentas utilizadas). Os instrumentos para monitorar os parâmetros ambientais no ambiente de trabalho devem ser testados e calibrados regularmente.

• Vigilância da saúde dos trabalhadores: a vigilância em saúde ocupacional consiste no acompanhamento de lesões, acidentes, doenças, riscos e exposições associados ao trabalho. Dados de vigilância ocupacional são utilizados para orientar os esforços para melhorar a segurança do trabalhador e sua saúde e no acompanhamento das tendências e progressos ao longo do tempo. Para as situações nas quais existe a exposição a determinados agentes/riscos, sendo necessárias medidas de proteção (por exemplo, exposição aos efeitos dos campos eletromagnéticos, agentes físicos, químicos ou biológicos), os trabalhadores devem ser submetidos à vigilância de saúde antes da primeira exposição e devem ser monitorados em intervalos regulares9.

• Treinamento: as atividades de treinamento para os trabalhadores também devem ser adequadamente monitoradas e documentadas pela Contratada (ementa do curso, duração, participantes, bem como os exercícios de emergência). Tal documentação deverá ser submetida e apresentada sempre que solicitada pelas EDEs.

• Acidentes e doenças: devem ser estabelecidos procedimentos e sistemas para reportar e armazenar as informações sobre:

- acidentes e doenças ocupacionais;

- ocorrências perigosas e incidentes.

Tais sistemas devem possibilitar que os trabalhadores comuniquem imediatamente ao seu supervisor qualquer situação que possa representar um sério perigo à vida ou à saúde. Deve ser também incentivado que os trabalhadores comuniquem a ocorrência de:

- lesões e “quase acidentes” (near misses)10;

- suspeita de casos de doenças ocupacionais.

Todas essas ocorrências devem ser investigadas com a supervisão dos responsáveis pela segurança ocupacional. A investigação deve estabelecer o que aconteceu, determinar a causa do acontecido e identificar medidas necessárias para prevenir a recorrência.

A Eletrobras Distribuição Piauí, por meio da Norma DG-GP-02/N-032, de 2013 (Comunicação de Acidente e de Quase Acidente), estabeleceu procedimentos para a comunicação de acidentes e “quase acidentes”, definindo forma de atendimento/tratamento, investigação, acompanhamento e atuação da CIPA e dos empregados.

O monitoramento deve incluir, minimamente, o conjunto de indicadores de Segurança do Trabalho e das Instalações estabelecido pela ANEEL11, apresentado no Quadro 15, e as informações devem ser fornecidas anualmente a essa Agência pelas empresas.

Compete à Contratada fornecer a estatística mensal de acidentes, preenchendo os formulários próprios fornecidos pela Inspeção da EDE, que devem ser entregues ao final de cada mês, por ocasião da medição dos serviços.

O preenchimento da Ficha de Acidente do Trabalho (ANEXO I da NR-18) é de caráter obrigatório, devendo a Contratada enviar uma cópia da mesma à Inspeção da EDE.

A Contratada deve também apresentar mensalmente relatório estatístico diário do atendimento ambulatorial, contendo dados de morbidade da população de trabalhadores e das condutas médico-ambulatoriais realizadas.

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Quadro 15. indicadores ANEEL de Segurança do Trabalho e das instalações

iNDiCADOR ESPECiFiCAÇÃO PERiODiCiDADE OBSERVAÇÃO

Taxa de frequência de acidentes do trabalho(TXFQAC)

Número de acidentes por milhão de

horas-homem de exposição ao risco, em determinado

período:

Nº de Acidentes x 106

HHER

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Deve ser considerada a NBR-14.280:2001

Horas-Homem de Exposição ao Risco de Acidentes – HHER (horas-Homens) é o somatório das horas durante as quais os empregados ficam à disposição do empregador (horas efetivamente trabalhadas), em determinado período.Deve ser informada a taxa mensal.

Taxa de gravidade de acidentes do trabalho(TXGRAC)

Tempo computado por milhão de

horas-homem de exposição ao risco, em determinado

período:

Tempo Computado x 106

HHER

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Deve ser considerada a NBR-14.280:2001

Horas-Homem de Exposição ao Risco de Acidentes – HHER (horas-Homens) é o somatório das horas durante as quais os empregados ficam à disposição do empregador (horas efetivamente trabalhadas), em determinado período.

Tempo computado é o tempo contado em “dias perdidos, pelos acidentados, com incapacidade temporária total” mais os “dias debitados pelos acidentados vítimas de morte ou incapacidade permanente, total ou parcial. Deve ser informada a taxa mensal.

Número de mortes decorrentes de acidentes do trabalho – funcionários próprios (NMOFUPR)

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Considerar apenas funcionários próprios da distribuidora.Devem ser informados os dados mensais.

Número de mortes decorrentes de acidentes do trabalho– funcionários terceirizados (NMOFUTE)

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Considerar apenas funcionários terceirizados. Devem ser informados os dados mensais.

Número de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica e demais instalações da distribuidora(NACTER)

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Não envolve funcionários próprios ou terceirizados.Devem ser informados os dados mensais.

Número de mortes decorrentes de acidentes com terceiros envolvendo a rede elétrica (NMOTER)

Anual, até 10 de abril, ou quando solicitado.

Não envolve funcionários próprios ou terceirizados.Devem ser informados os dados mensais.

Fonte: ANEEL – PRODIST, Módulo 6, pág. 75, 2013.

(http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/IndicadoresSegurancaTrabalho/dados, acesso em setembro de 2014)

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6.4.3 instalações para Atendimento Médico e Segurança

Na programação de suas instalações, a Contratada deve prever uma sala em cada canteiro para uso pelos profissionais da área de segurança, adequadamente mobiliada e equipada.

No caso da construção de linhas de distribuição e subestações, a Contratada deve prever um ambulatório médico e uma ambulância, situados em seu canteiro de obra principal, garantindo atendimento em nível primário de atenção e primeiros socorros à totalidade da mão de obra contratada, 24 horas por dia.

Os ambulatórios devem ser operados por pessoal qualificado em número compatível com o efetivo a atender, estar mobiliados convenientemente e equipados com o material necessário à prestação de primeiros socorros, considerando-se as características das atividades desenvolvidas na obra.

O ambulatório médico deve ser aprovado pela Inspeção das EDEs e possuir, no mínimo, os seguintes cômodos, com áreas compatíveis com o público a ser atendido: • Sala de espera;• Consultório médico;• Sala de imunização, curativos, esterilização

e farmácia.Além disso, caso não disponha de tal apoio nas proximidades, o ambulatório deverá contar com cômodos para: • Copa, utilidades e material de limpeza;• Sanitário para o público;• Sanitário para os funcionários

do ambulatório.

Para os acampamentos móveis e as turmas colocadas no campo, ou no trabalho em áreas urbanas, deve-se ter sempre à mão uma maleta de primeiros socorros e meios de comunicação com os canteiros principais. Além dos materiais e equipamentos, a maleta deve conter Manual de primeiros socorros e mapa indicativo de locais para aplicação de soro antiofídico, bem como a indicação dos telefones dos postos de atendimento de emergência e do corpo de bombeiros.

A ambulância deve ser mantida em perfeitas condições de funcionamento, permanentemente à disposição do posto médico, e não poderá ser utilizada para atividades alheias à sua finalidade.

Os atendimentos médicos de maior complexidade, como urgências/emergências, internações hospitalares e exames laboratoriais, poderão ser supridos pelos serviços de saúde pública da região ou pela contratação de serviços privados, através de convênios e planos de saúde. Nesses casos, deve ser demonstrado à Inspeção da EDE que os convênios firmados adicionados aos serviços implantados pela Prestadora de Serviços cobrem a totalidade dos empregados para todos os eventos

previsíveis. O planejamento deve ser feito de modo a evitar a sobrecarga da infraestrutura de saúde local.

No caso da obra ou serviço necessitar de mais de um canteiro, cada um deles deve dispor de um plano de remoção de trabalhadores acidentados, através de veículo próprio, contratado ou do serviço público.

Os resíduos dos ambulatórios devem ter sua destinação realizada de modo adequado, de acordo com os procedimentos indicados nos Manuais de Resíduos Perigosos e Sólidos das EDEs.

6.4.4 Comissão interna de Prevenção de Acidentes (CiPA)

A Contratada deve implantar, tão logo tenha início a obra, a sua Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) em todos os seus canteiros, conforme legislação vigente, apresentando à Fiscalização da EDE a constituição, normas, rotinas e atividades dessa Comissão, incluindo também a previsão de elaboração do Mapa de Riscos Ambientais como tarefa prioritária, conforme determina a NR-5.

A elaboração do Mapa de Risco para as diversas áreas do Canteiro (escritório, alojamento, almoxarifados, cozinha, local para abastecimento de combustível, abrigos para veículos, etc.), ou outros locais e estabelecimentos envolvidos nas atividades a serem desenvolvidas, e a emissão dos respectivos relatórios para cada mapa deverão conter os riscos identificados e as recomendações/adequações para sua eliminação.

A Contratada deve permitir a participação de empregados de suas Subcontratadas, na sua CIPA, quando estas, por estarem aquém das exigências legais, não forem obrigadas a constituir CIPA própria.

Os métodos de trabalho devem ser permanentemente revisados para, juntamente com o pessoal da CIPA, eliminar metodologias que sejam inadequadas ou que introduzam coeficientes de risco desnecessários. Especial atenção deve ser dada à análise das várias fases da metodologia de execução de cada tarefa, visando eliminar situações ou condições inseguras que eventualmente tenham, ao longo das obras, tornado-se rotineiras e consequentemente motivadoras ocultas de acidentes.

A Contratada, através do pessoal da CIPA e de reuniões de segurança, deve criar e fortalecer nos empregados uma mentalidade positiva com relação à segurança.

As CIPAs das Empresas de Distribuição Eletrobras ou os designados dessas empresas deverão, em conjunto com as CIPAS das contratadas ou com os seus designados, definir mecanismos de integração e de participação de todos os trabalhadores em relação às decisões das CIPAs existentes nas EDEs.

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6.4.5 Equipamentos de Proteção individual (EPis) e Coletiva (EPCs)

A Contratada deve definir o uso do EPI adequado a cada uma de suas atividades de campo e exigir de seus empregados o seu uso correto continuamente. A equipe de segurança da Contratada deve assiduamente verificar o uso dos EPIs e providenciar os ajustes ou correções que se fizerem necessários.

Liberações do uso de EPI só serão aceitas em caráter excepcional, relacionadas a situações e momentos específicos, desde que previamente propostas à Inspeção da EDE e por ela expressamente aceitas.

A Contratada deve, com base no Mapa de Riscos Ambientais, planejar os EPIs necessários a cada tipo de serviço, caso não seja possível adotar medidas de eliminação dos riscos. O fornecimento, o controle e a obrigação ao uso devem estar de acordo com a NR-6.

A Contratada deve apresentar uma planilha à Inspeção da EDE, indicando, para cada função, os EPIs a serem utilizados, sejam usuais, sejam especiais. Deve ainda sinalizar as áreas, indicando a obrigatoriedade e o tipo adequado de EPI a ser usado.

É obrigatório o fornecimento gratuito pelo empregador de duas vestimentas de trabalho com logotipo para todos os seus funcionários e para os funcionários de suas Subcontratadas, e sua reposição, quando danificadas, de acordo com o item 18.37.3 da NR-18.

Deverá ser ministrado treinamento aos empregados quanto ao uso, guarda, conservação, manuseio e higienização dos equipamentos de segurança. Ênfase especial deve ser dada ao uso correto de aterramentos, cintos de segurança, capacetes, luvas e botas.

No caso de trabalho em altura, deverão ser utilizados equipamentos antiqueda adequados aos tipos de estrutura. É obrigatória a adoção de dispositivos anti-queda para todas as atividades desenvolvidas acima de 2 m de altura e nas escavações acima de 1,25 m (ver item 6.12).

A Contratada se obriga também a manter, em seus almoxarifados, estoque adequado de todos os equipamentos de proteção individual, de forma a propiciar imediata substituição de unidades gastas e/ou inservíveis. No caso de reutilização

de EPIs, os mesmos devem ser adequadamente higienizados e, em seguida, guardados em sacos plásticos, para mais tarde serem fornecidos a outros trabalhadores.

A Contratada deve fornecer projetos de equipamentos e dispositivos de proteção coletiva caso mereçam destaque pela importância ou singularidade. O Empreendedor estabelecerá as características mínimas dos EPIs e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), como também os de proteção contra incêndios, a serem adquiridos pela Contratada, bem como avaliará o material recebido e fiscalizará a distribuição.

Além das normas e medidas rotineiras, a Inspeção das EDEs exigirá, com rigor especial, os seguintes pontos:

• Obrigatoriedade de uso de capacetes e calçado com solado de couro ou vulcanizado para todos os empregados e para todas as atividades de construção das linhas e/ou nos canteiros de obra, não sendo permitido, em hipótese alguma, o uso de bonés, chapéus, gorros, tamancos, sandálias e calçados de pano;

• Obrigatoriedade de uso de luvas, cinto de segurança, óculos de proteção e roupas especiais, dispositivos antiqueda, sempre que o empregado estiver desenvolvendo atividades que exijam tais proteções;

• Obrigatoriedade do uso de luvas especiais com classe de isolamento conveniente e botas com solado de borracha para o pessoal que trabalha nos serviços de instalação e montagem de cabos para-raios e condutores, com risco de indução elétrica;

• Obrigatoriedade de oferecer aos trabalhadores o treinamento adequado no uso, manutenção e integridade dos EPIs.

6.4.5.1 Utilização de Escadas

• As escadas Manuais utilizadas deverão ter no afastamento do seu pé, em relação ao apoio vertical, uma distância correspondente de no mínimo um 1/4 do seu comprimento.

• As escadas deverão ser amarradas, possuir sapatas de borracha e ser dotadas de linha de vida para ancoragem do dispositivo trava-queda.

• Não serão admitidas escadas Manuais improvisadas confeccionadas na obra.

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6.5 SEGURANÇA NO TRANSPORTE

A condução de veículos deverá ser sempre feita por pessoa habilitada, com curso de direção defensiva. Todas as habilitações e licenças devem estar sempre organizadas e disponíveis para consulta pela Inspeção da EDE.

A Contratada deve assegurar a vigilância de saúde dos condutores dos veículos.

Devem ser estabelecidos regras para direito de passagem, limites de velocidade local, requisitos de inspeção de veículos e regras e procedimentos operacionais para a circulação nos canteiros e locais de obras. A circulação de veículos de entrega e privados para rotas e áreas definidas também deverá ser restringida, dando preferência à circulação em mão única, se for o caso, sempre que possível.

A circulação de veículo ou equipamento móvel nos canteiros ou locais das obras, quando realizada por unidade que tenha sua visibilidade traseira limitada, requer que a mesma seja equipada com alarmes sonoros de backup.

6.5.1 Transporte de Pessoal

Os veículos devem ser adaptados com a colocação de acessórios que propiciem um mínimo de segurança às pessoas transportadas, conforme especificado a seguir:

• O veículo deve ter capacidade de carga licenciada compatível com a quantidade de pessoas, ferramentas e materiais que serão transportados;

• Materiais e ferramentas devem ser acondicionados em compartimento separado dos trabalhadores, de modo a não causar lesões aos mesmos numa eventual ocorrência de acidente;

• O veículo deve ter cobertura de lona impermeável ou material equivalente, montada sobre estrutura que resista ao esmagamento em caso de tombamento do veículo;

• O fechamento lateral deve evitar a entrada de chuva mas permitir a ventilação e a comunicação com a cabine;

• Deve ser prevista guarda alta em todo o perímetro da carroceria que impeça a projeção de pessoas para fora do veículo, em caso de colisão;

• Os assentos devem ser de espuma de borracha revestida e providos de encosto e cintos de segurança;

• O corredor de passagem entre os assentos deve ter 80 cm de largura, pelo menos;

• Devem ser previstas barras para apoio das mãos logo abaixo da cobertura e junto aos assentos;

• Os veículos devem ter escada com corrimão na parte traseira para acesso dos trabalhadores.

• Não é permitido o transporte de pessoas por equipamento de içar, salvo as condições específicas previstas na NR-11 e na NR-18.14.2. O operador do equipamento deverá ter qualificação específica, com registro em carteira de trabalho.

A operação do transporte deve respeitar o seguinte:

• O acesso ao veículo e a descida dele só devem ser feitos com o mesmo parado e pela escada apropriada, não sendo admitido o uso das rodas do veículo ou para-choques como escada;

• A quantidade de pessoas a ser transportada deve ser restrita à capacidade do mesmo, a qual deve estar indicada em placa colocada no veículo de modo visível;

• O mesmo procedimento é especialmente recomendado em relação à cabine, onde o excesso de lotação pode dificultar a condução do veículo e colocar em risco o pessoal transportado;

• Todos os passageiros devem viajar sentados nos locais apropriados, com os cintos de segurança afivelados, não sendo admitido que viajem junto à carga, em pé ou sentados nas laterais da carroceria;

• Materiais e ferramentas só podem ser transportados fixados no compartimento apropriado, de modo a evitar seu deslocamento para o local ocupado pelos passageiros.

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6.5.2 Transporte de Materiais e Equipamentos

• Todo transporte de cargas perigosas deverá ser feito por condutor especificamente treinado e em veículo com adaptação aprovada pelos órgãos governamentais competentes.

• Não é permitido o transporte de explosivos, inflamáveis e cargas perigosas juntamente com pessoas.

• Não é permitido o transporte simultâneo de explosivos e seus acessórios.

• Etiquetar e rotular os produtos a serem transportados.

• Todo produto químico utilizado para limpeza de peças e equipamento deverá ser rotulado e portar a Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos (FISPQ).

• Quando os postes ou partes das estruturas excederem o comprimento da carroceria do caminhão, deverão ser sinalizados com bandeirolas, e será necessária a Autorização Especial de Trânsito (AET), obtida no DNIT ou DER, conforme o caso.

6.6 SEGURANÇA NA OPERAÇÃO DE MáQUiNAS E EQUiPAMENTOS

Todas as habilitações, licenças e autorizações exigidas para operação de máquinas e equipamentos devem ser obtidas previamente a qualquer atividade e devem estar sempre organizadas e disponíveis para consulta pela Inspeção da EDE.

As equipes de operadores de máquinas e equipamentos da Contratada devem ser adequadamente orientadas para os cuidados relativos ao trânsito em áreas que envolvam riscos para animais e pessoas.

As máquinas, equipamentos, ferramentas e materiais utilizados deverão ser inspecionados de acordo com a orientação do fabricante. As máquinas ou equipamentos que utilizarem energia elétrica deverão ser aterrados.

As velocidades máximas admissíveis devem estar adequadas às áreas atravessadas, de modo a evitar acidentes de qualquer tipo com pessoal envolvido ou não nas obras.

A responsabilidade por acidentes e a adoção de medidas de segurança são de responsabilidade da Contratada e serão objeto de inspeção periódica pela Inspeção da EDE, sob risco de interrupção das obras.

Eventuais interferências em vias e/ou serviços de utilidade pública devem ser comunicadas com antecedência à Inspeção da EDE, para providências quanto ao remanejamento ou adequação do projeto/obras complementares.

No período de chuvas, a Contratada deve prover veículos e equipamentos com dispositivos suplementares de tração (correntes, cadeias, guinchos, etc.) para serem usados em terrenos escorregadios.

Tratores que estejam trabalhando em áreas onde esteja sendo feita remoção de vegetação devem dispor de dispositivo de proteção do operador contra a eventual queda de árvores sobre o mesmo.

Nos trabalhos com compressores, deve ser evitado que o ar comprimido seja dirigido contra o corpo dos operários.

Todo e qualquer acidente deve ser imediatamente comunicado à Inspeção da EDE, independentemente do cumprimento de todos os preceitos estabelecidos nas NRs do Ministério do Trabalho.

6.6.1 Ferramentas de Uso individual

O uso de ferramentas individuais deve ser cercado de proteção ao trabalhador, especialmente em relação a uso de EPI, orientações de segurança.

As ferramentas e equipamentos (picaretas, pás, marretas, marteletes, betoneiras, vibradores de imersão, compactadores, etc.) devem ser mantidos em perfeito estado de uso e conservação.

A operação de motosserras, foices e outros deve estar sempre cercada de acompanhamento quanto ao modo de operação, proteção de braços e pernas, cuidados com a vegetação e animais peçonhentos.

Os operadores de motosserra deverão trabalhar usando perneiras e protetor auricular e deverão ser proibidos de se deslocar com as motosserras em funcionamento.

As motosserras devem dispor dos seguintes

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dispositivos de segurança:

• Freio Manual de corrente – dispositivo de segurança que interrompe o giro da corrente, acionado pela mão esquerda do operador;

• Pino pega corrente – dispositivo que, nos casos de rompimento da corrente, reduz seu curso, evitando que atinja o operador;

• Protetor da mão direita – proteção traseira que, no caso de rompimento da corrente, evita que atinja a mão do operador;

• Protetor da mão esquerda – proteção frontal que evita que a mão do operador alcance involuntariamente a corrente durante a operação de corte;

• Trava de segurança do acelerador – dispositivo que impede a aceleração involuntária.

A Contratada deve providenciar para que todos os operadores de motosserra recebam treinamento para utilização segura da máquina, com pelo menos 8 (oito) horas de duração, dado pelo fabricante, revendedor ou importador da motosserra, e tenham livre acesso ao Manual de Instruções da mesma.

Além do treinamento em segurança, os operadores de motosserra devem realizar treinamento específico sobre técnicas de corte de árvores.

A Contratada deve manter no canteiro de obras, e facilmente acessíveis à Inspeção da EDE, a habilitação dos operadores de motosserras e a certificação dos equipamentos.

6.6.2 Máquinas em Oficinas

As máquinas nas oficinas da Contratada devem ter localização e dispositivos de segurança que atendam aos requisitos da NR-12, dando, desse modo, condições adequadas de trabalho a seus operadores e demais frequentadores do local.

Se for necessária a utilização de serra circular, devem ser tomadas as seguintes precauções:

• A serra circular deverá ser instalada em local coberto, com piso concretado, uniforme, nivelado e limpo.

• A área deverá possuir espaço suficiente para a movimentação segura de pessoal.

• A serra circular deverá possuir dispositivo de acionamento e parada, de modo que não possa ser acionada involuntariamente ou acidentalmente.

• Deverá ser provida de coifa protetora de disco e cutelo divisor e ter suas partes girantes enclausuradas.

• A serra circular deverá ser operada por profissional experiente, conforme definido na NR-18, e equipado com capacete, protetor auricular, protetor facial.

6.7 MEDiDAS DE SEGURANÇA NAS OBRAS DE LiNHAS DE DiSTRiBUiÇÃO

6.7.1 Faixa de Servidão

As medidas de segurança para a implantação e limpeza da faixa de servidão e os trabalhos devem seguir as orientações indicadas a seguir, bem como aquelas contidas no ANEXO IV (Implementação e Manutenção de faixa de Servidão).

• Obter permissão e anunciar-se antes de entrar em terreno de terceiro.

• Certificar-se da não existência de pessoas no raio de alcance das ferramentas e dos materiais manipulados.

• O trabalhador deverá utilizar calça, camisa com mangas longas, bota campanha, ou botina e perneira, óculos de segurança, luvas de raspa, capacete com jugular.

• Deverá ser procedida uma rigorosa inspeção anterior à poda de árvores, a fim de verificar a existência de colmeias, marimbondos e redes elétricas.

• Só deve ser utilizada foice no corte de pequenos galhos e no desmatamento.

• O operador de motosserra deverá estar equipado com roupas protetoras apropriadas, botina bico aço, perneira, protetor auricular, óculos de segurança e registro do equipamento.

• No tombamento de árvores, estaiar com cabos de aço ou cordas a parte superior do tronco, onde for necessário dirigir a queda.

• Manter todo o pessoal fora do raio de tombamento da árvore.

• Utilizar instrumento ou equipamento portátil de radiocomunicação.

• Bloquear religamento automático das LTs antes de iniciar a poda de árvores.

• Não é permitido o uso de mira e trena metálicas.

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6.7.2 Escavações Manuais e Mecânicas

• As escavações em áreas energizadas ou próximas a estas devem ser precedidas de análise de risco específica.

• Não é permitida a permanência de pessoas em ambientes alagados durante o procedimento de drenagem com utilização de bomba elétrica.

• As escavações com mais de 1,25 m (um metro e vinte e cinco centímetros) de profundidade devem dispor de escadas ou rampas, colocadas próximas aos locais de trabalho, a fim de permitir, em caso de emergência, a saída rápida do pessoal.

• Os materiais retirados da escavação deverão ser depositados a uma distância superior à metade da sua profundidade em relação à borda da escavação.

• Os acessos de veículos e equipamentos às áreas de escavação devem ter sinalização de advertência permanente e ser precedidos de análise de risco específica contemplando as condições do terreno.

• Nas atividades de escavação, prover o trabalhador com os seguintes EPIs: capacete, óculos de segurança, luvas de raspa e calçado de segurança, cinto de segurança tipo paraquedista.

• Nas operações de acesso as escavações com profundidade superior a 1,25 m, o trabalhador também deverá estar equipado com dispositivo antiqueda, ancorado na parte externa da escavação.

• Deve ser evitada a presença de pessoas e materiais nas bordas da escavação.

• Deve ser providenciado escoramento em escavação onde o terreno não apresentar estabilidade compatível com o talude.

• Deverão ser utilizados sarilhos para retirada da terra, com dispositivo autotravante da corda de serviço.

• Ao executar as atividades de escavação mecânica, devem ser observadas as condições do solo, e evitado o trânsito de veículos e máquinas nas proximidades da escavação.

6.7.3 Operações de Estaqueamento

• Para as atividades de cravamento de estacas, observar que, quando as estacas estiverem sendo posicionadas nas guias dos bate-estacas, devem ser passadas correntes que as envolvam de maneira a evitar tombamento em caso de eventual rompimento do cabo.

• Os bate-estacas devem estar firmemente apoiados em plataformas resistentes.

• Os operadores de bate-estacas e seus auxiliares deverão utilizar os seguintes EPIs: capacetes, luvas de raspa, calçado com biqueira de aço, protetor auditivo, cinto de segurança e óculos de segurança.

• Nas operações com solda elétrica, o dispositivo usado para manusear eletrodos deve ter isolamento adequado.

• Aterrar a carcaça da máquina de solda elétrica.

6.7.4 Concretagem

• Nas operações de concretagem, fazer o enchimento de concreto com controle visual das formas, especialmente quando a aplicação é feita sob vibração mecânica.

• O operador da betoneira e o vibratorista deverão utilizar os seguintes EPIs: botas impermeáveis, luvas, óculos de segurança, capacete e protetor auditivo.

• Para o manuseio do cimento, devem ser usados os seguintes EPIs indicados: botas impermeáveis, luvas de borracha ou PVC, avental de PVC e máscara com filtro de poeira.

6.7.5 Reaterro

• Para as atividades de reaterro, o trabalhador deverá utilizar os seguintes EPIs: capacete, óculos de segurança, luvas de raspa e botas de segurança, máscara contra gases (quando a execução for mecânica) e protetor auricular.

• Evitar presença desnecessária de pessoas e materiais nas bordas da escavação.

• Sinalizar e delimitar a área onde haja movimento de máquinas pesadas.

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6.7.6 Contrapeso

• Ao executar as atividades de lançamento do fio contrapeso, certificar-se de que não há pessoas no raio de alcance das ferramentas e dos materiais manipulados.

• As hastes utilizadas deverão ter o comprimento mínimo de 3,0 m, devendo ser totalmente cravadas no solo, com profundidade especificada no projeto de aterramento.

6.7.7 Montagem das Estruturas e Cadeias de isoladores

Não será permitido que os trabalhadores transportem peças, ferramentas e pequenas cargas utilizando as mãos, ao subir nas estruturas.

A área de armação deverá estar localizada distante das áreas energizadas e em local limpo.

6.7.7.1 Estruturas de Madeira e de Concreto

• Para as atividades de montagem de estruturas de madeira e concreto, a furação da cava deverá ter profundidade que permita perfeita estabilidade da estrutura e, quando em terrenos não planos, fazer cachimbo no sentido do aclive.

• Inspecionar a integridade do estropo, verificando sua capacidade de carga.

• Para escalada de poste, usar cinturão tipo paraquedista, com dispositivo antiqueda, escadas amarradas à estrutura ou degraus de fibra até atingir a posição desejada de trabalho.

6.7.7.2 Estruturas Metálicas

• Na execução das montagens de torres e havendo o içamento Manual, o “falcão” deve ser adequadamente fixado, para garantir uma distribuição uniforme de esforços sobre a estrutura que está sendo montada. Adotar estaiamentos provisórios da estrutura.

• Utilizar os seguintes EPIs: capacete de segurança com jugular, óculos de segurança, luvas de vaqueta, botinas de segurança, cinturão tipo paraquedista, dispositivo antiqueda.

6.7.7.3 Estruturas Estaiadas

• O içamento de estruturas estaiadas só será permitido quando todas as suas peças estiverem montadas em seu corpo.

• Durante o processo de içamento das torres, é obrigatório utilizar 2 (dois) estais provisórios em cada montante.

• Imediatamente após o içamento, os estais devem ser tensionados.

6.7.7.4 Cadeia de isoladores

• Para executar o içamento Manual de acessórios, utilizar, de preferência, cordas de fibras sintéticas. Para o içamento por guinchos, usar cordas de fibras naturais.

• Içar as cadeias pelo 2º isolador, deixando duas unidades livres para maior segurança da operação.

• Não permitir que os montadores se desloquem pelas cadeias de isoladores sem o uso de escadas isolantes.

• Utilizar os seguintes EPIs: capacete de segurança com jugular, óculos de segurança, luvas de vaqueta, botinas de segurança, cinturão tipo paraquedista, dispositivo antiqueda.

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6.7.8 Lançamento de Cabos Condutores e Para-raios

• Verificar e manter sempre as ferramentas e equipamentos (freios, guinchos, catracas, tirfors, morcetes, conjuntos de aterramento, etc.) em perfeito estado de conservação.

• Todos os equipamentos usados no lançamento de cabos (guinchos, freios, blocos, roldanas) devem estar permanente e solidamente aterrados durante sua utilização.

• Não permitir o lançamento de cabos antes das estruturas estarem revisadas e interligadas ao sistema de aterramento.

• Em lançamento Manual dos cabos para-raios e condutores devem ser instalados aterramentos móveis nas saídas das bobinas.

• Cortar a ponta do cabo-piloto a cada três lançamentos consecutivos.

• Manter o pessoal afastado dos cabos durante as operações de lançamento.

• Utilizar tela de proteção para os operadores do freio e do guincho.

• No caso de proximidade ou paralelismo com LDs ou LTs energizadas, o pessoal que estiver em contato com o cabo deve utilizar luvas com isolamento para a classe 20 kV, protegida por luvas de couro.

• Utilizar rádio portátil para comunicação entre os empregados que estiverem puxando o cabo e aqueles que estiverem controlando a bobina.

• Desenergizar e aterrar LTs ou LDs que cruzem sob cabos a serem lançados ou cuja proximidade coloque em risco a operação de lançamento.

• Nas travessias de LTs ou LDs energizadas, providenciar as proteções necessárias e confirmar com a Fiscalização se foi providenciado o bloqueio dos relés de religamento automático das mesmas.

• Quando houver paralelismo com LTs ou LDs energizadas, os cabos lançados devem ser mantidos com aterramento temporário em trechos previamente determinados.

• Quando houver paralelismo, deverão ser utilizadas roldanas aterradas em todo o circuito.

• Nas emendas dos cabos condutores e para-raios, instalar aterramentos através

de hastes, equalizando os potenciais dos dois segmentos de cabos.

• O lançamento de cabos sobre travessias de redes de distribuição e linhas de distribuição, circuitos energizados e rodovias deve ser feito utilizando-se cavaletes e redes formadas com cordas, confeccionados de forma a impedir o toque acidental com partes energizadas.

• No lançamento de cabos em travessias ou em paralelismo com LT ou LD energizadas, solicitar o bloqueio dos relés de religamento automático das mesmas.

• Antes de entrar em contato com os cabos condutores e para-raios, utilizar detector de tensão tipo toque e aterrá-los.

• Usar escada fixada ao montante da mísula para executar os serviços nas cadeias de isoladores. O executante deverá estar equipado com uma corda ou estropo ancorado na viga do pórtico de forma a anular o efeito de rompimento da cadeia.

• Mesmo com o emprego de “bicicletas” nos serviços de cabos, os montadores devem fazer uso do cinto de segurança com travessão e cordão umbilical, passado em torno dos cabos.

• Não devem ser permitidas a descida e a passagem do montador de um cabo para outro no meio de vão, devendo o montador retornar até a estrutura. Essa atividade só será admitida mediante prévia aprovação, pela fiscalização, do método proposto pela contratada.

6.7.9 Trabalhos Próximos a Linhas Energizadas

• Para as atividades próximas a linhas energizadas, todo equipamento utilizado na montagem deve ser devidamente aterrado, incluindo o guindaste.

• Os cabos e cordas auxiliares usados no içamento devem ser de material não condutor.

• Quando o lançamento de cabos for feito em paralelo a um circuito energizado, a colocação e a retirada dos aterramentos devem ser feitas utilizando as técnicas de manutenção em linha viva. Quaisquer equipamentos elétricos, assim como equipamentos mecânicos operados nas proximidades de campos elétricos, devem estar adequadamente aterrados e ter as condições do aterramento verificadas periodicamente.

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6.8 MEDiDAS DE SEGURANÇA NAS OBRAS CiViS DAS SUBESTAÇÕES

6.8.1 Escavações Manuais e Mecânicas

Devem ser adotadas as mesmas medidas de segurança apresentadas anteriormente no item 6.7.2.

6.8.2 Malha de Terra

• Nos serviços de interligação de uma nova malha com a existente, deverá ser feito um bypass entre as malhas, com uso de bastão e cabo isolado, antes da execução da conexão definitiva.

• Ao executar as atividades de lançamento do fio contrapeso, é necessário se certificar de que não há pessoas no raio de alcance das ferramentas e dos materiais manipulados.

6.8.3 Montagem Eletromecânica

6.8.3.1 Cablagem e Fiação Geral

• Ao abrir canaletas, observar a postura correta do executante e sinalizar toda a sua extensão.

• Utilizar tapumes para canaletas abertas dentro da sala de controle da subestação.

• Ao executar serviços dentro do cubículo com circuito energizado, utilizar luvas e lençol isolantes.

• Decapar cabos utilizando o alicate apropriado.

• Utilizar protetor facial, protetor auricular e camisas de manga longa no corte e furação de painéis.

• Manter boas condições de iluminação e ventilação nos cubículos.

6.8.3.2 Estruturas e Arranjos

• Proibir a permanência de veículos ou pessoas estranhas à atividade sob a estrutura em serviço.

• Proibir o seu pessoal de transportar peças, ferramentas e pequenas cargas utilizando as mãos, ao subir nas estruturas.

• Solicitar desligamento/aterramento de banco de capacitores quando da execução de serviços em sua proximidade.

• Ao executar serviços em que haja envolvimento de alimentadores de distribuição verificar ausência de retorno de tensão e aterrar o circuito.

• Em serviços que envolvam chegadas de LDs, aterrá-las por meio de conjuntos de aterramentos temporários, independentemente do acionamento das lâminas de terra porventura existentes.

• Utilizar barreiras isolantes em pórticos para delimitar/sinalizar a área trabalhada, e cones e cerquites para delimitar a área no pátio da SE.

• Todo equipamento utilizado na montagem deve ser aterrado, inclusive o guindaste/Munck.

• Antes de entrar em contato com os cabos condutores e para-raios, aterrá-los adequadamente.

• É proibida a utilização de trenas, réguas e sondas metálicas em quaisquer circunstâncias.

• Utilizar, de preferência, cordas de fibras sintéticas no caso de içamento Manual, e cordas de fibras naturais no caso de içamento por guinchos.

• Ao executar manobras com caminhão dentro da SE, designar uma pessoa para auxiliar o motorista. Equipar caminhão com alarme sonoro indicativo de manobra de marcha à ré.

• Veículos de grande porte utilizados dentro das SEs deverão ser conectados à malha terra.

• O equipamento Munck, acoplado aos caminhões, deverá ser equipado com válvula de segurança.

• Usar escada trapézio fixada ao montante da viga do pórtico para executar os serviços nas cadeias de isoladores.

• Executante de tarefa aérea deverá estar equipado com uma corda ou estropo ancorado na viga do pórtico, de forma a anular o efeito de rompimento da cadeia.

• Cabe a todos os executantes da tarefa cumprir a orientação de que todo cabo, material ou equipamento que não estejam visivelmente aterrados devem ser considerados como energizados.

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6.8.3.3 Aterramento

• Quaisquer equipamentos elétricos, assim como equipamentos mecânicos operados nas proximidades de campos elétricos, devem estar adequadamente aterrados e ter as condições do aterramento verificadas periodicamente.

• A colocação do aterramento deve ser feita com o operador situado em um nível mais baixo que o material condutor a ser aterrado.

• Utilizar óculos de segurança, bastão e luvas isolantes, adequados ao nível de tensão, para conectar os grampos do conjunto de aterramentos às partes condutoras.

• Os executantes deverão se manter afastados dos cabos de aterramento.

• Em estruturas de concreto e madeira, providenciar o aterramento de cada fase à malha de terra.

• Executar aterramento temporário em todas as instalações/equipamentos passíveis de energização acidental.

• Designar, diariamente, apenas um responsável pela atividade de instalação e retirada de conjuntos de aterramento temporário.

• Todo equipamento próximo à linha energizada deve ser aterrado com hastes de aterramento ou interligado à malha terra da SE.

• As hastes utilizadas deverão ter o comprimento mínimo de 1,5 m, e a parte cravada no solo deve atingir, no mínimo, 1,0 m de profundidade.

6.9 MEDiDAS DE SEGURANÇA NAS ATiViDADES DE ExPANSÃO, REFORÇO E REFORMA DE REDES URBANAS

As medidas de segurança a serem adotadas para execução de obras e serviços nas redes de distribuição urbanas abordadas neste Manual devem seguir as orientações contidas nos itens 6.6, 6.7 e 6.8, observando os aspectos que forem pertinentes à execução de tais atividades.

Atenção especial também deve ser dada às recomendações contidas nos itens que são aplicáveis a todas as atividades, enunciados adiante, bem como aos seguintes tópicos:

• Segurança nos procedimentos de podas em árvores (ANEXO II).

• Segurança nos procedimentos de corte de vegetação (ANEXO III).

• Segurança no Transporte dos Trabalhadores e de Materiais (itens 6.5, 6.5.1 e 6.5.2).

6.10 MEDiDAS DE SEGURANÇA PARA A UTiLizAÇÃO DE SUBSTÂNCiAS PERiGOSAS

A Contratada deve entregar, no início da obra, à Inspeção das EDEs, uma relação das substâncias perigosas que pretenda utilizar (substâncias tóxicas, corrosivas, combustíveis ou explosivas), indicando quantidade, local e tipo de aplicação, formas de estoque, transporte, uso e descarte. Essa relação deve ser mantida permanentemente atualizada.

As atividades de guarda e manipulação dessas substâncias devem obedecer à legislação, normas e regulamentos dos Ministérios do Trabalho, Transporte e Exército e da CNEN, quando pertinente.

Deve ser evitada a construção de postos para abastecimento de combustíveis localizados junto aos canteiros, dando-se preferência a utilização da rede comercial de distribuição. O abastecimento de máquinas e equipamentos no campo deve ser feito com o máximo cuidado, de modo a não ocorrerem vazamentos e derramamentos, tendo em vista a preservação do meio ambiente.

O transporte de combustível deve ser feito em recipiente de material resistente, dotado de tampa rosqueada ou com mola e dispositivo para alívio de pressão.

O manuseio, a armazenagem e a utilização de explosivos devem ser previamente comunicados à Inspeção da EDE e atender ao prescrito na NR-19.

A quantidade de explosivos estocada na obra deve ser a menor possível, e devem ser respeitadas as quantidades máximas a serem estocadas por tipo de explosivo, assim como as distâncias mínimas a edifícios habitados, ferrovias, rodovias e depósitos e demais prescrições daquela norma.

Explosivos só devem ser manuseados sob a supervisão de empregado devidamente qualificado, o qual será responsável pela preparação das cargas, carregamento das minas, emissão de sinal sonoro de advertência para a detonação, ordem de fogo, detonação e/ou retirada das minas que não houverem explodido,

119

autorização para retorno ao trabalho dos operários e todas as demais atividades relacionadas a manuseio e uso de explosivos.

No uso de explosivos, a Contratada deve cuidar para que sejam tomadas as seguintes precauções:

• Utilizar, preferencialmente, pavio detonante ligado a todas as bananas de dinamite, detonáveis por uma única espoleta;

• Utilizar sempre dois operários quando da operação de atear fogo ao cordel;

• Dotar o cordel de comprimento suficiente para permitir o seu corte, quando uma emergência exigir a supressão do fogo;

• Providenciar a proteção da área do fogo contra a projeção de pedras e partículas;

• Providenciar a remoção do pessoal para locais seguros e acionamento de alarme sonoro de advertência;

• Manter à sombra e a uma distância segura do local da detonação explosivos e acessórios mantidos no campo para utilização no mesmo dia;

• Não estocar no campo explosivos de um dia para o outro.

No transporte de explosivos, a Contratada deve cuidar para que sejam tomadas as seguintes precauções:

• Aterrar o chassi do veículo convenientemente;

• Verificar previamente se o veículo apresenta boas condições elétricas e mecânicas;

• Transportar separadamente os cordéis das espoletas e estopins, identificando claramente através de etiquetas e rótulos os produtos a serem transportados;

• Não transportar pessoal e explosivos no mesmo veículo;

• Não conduzir explosivos em dias propícios a descargas atmosféricas.

Quando não puder ser evitado uso de pesticidas e herbicidas, sua aplicação só deverá ser realizada por pessoal treinado utilizando os EPIs recomendados, devendo ser estritamente seguidas as recomendações do fabricante em relação à dosagem e à correta forma de aplicação/tratamento.

Especial atenção deve ser dada à sinalização de risco nas áreas de manuseio, de armazenamento e de utilização dessas substâncias perigosas, seguindo as normas nacionais e internacionais, e, também, que seja efetuada de modo a possibilitar o fácil entendimento por parte dos trabalhadores, visitantes e pelo público em geral.

Os recipientes contendo substâncias perigosas devem ser etiquetados com informações sobre o seu conteúdo os riscos associados os cuidados requeridos no manuseio, seguindo também as orientações e os códigos das normas nacionais e internacionais.

O descarte de substâncias perigosas e de seus recipientes deve atender à legislação pertinente e seguir as orientações estabelecidas no Manual de Resíduos Perigosos.

6.11 SiNALizAÇÃO DE SEGURANÇA

6.11.1 Sinalização de trânsito

Durante a fase de construção, devem ser sinalizados todos os locais que possam estar sujeitos ao acesso de pessoas e/ou veículos alheios às obras, garantindo os bloqueios ao tráfego, onde necessário, e a segurança de passantes quanto ao trânsito de máquinas, carretas, etc.

Medidas de segurança redobradas devem ser tomadas em relação ao tráfego e à sinalização nas áreas urbanas situadas nas proximidades dos pontos de apoio logístico ao empreendimento, estabelecendo sentidos obrigatórios, velocidades máximas, locais para retorno, estacionamento permitido e proibido, etc.

Os contornos das obras localizadas junto a vias públicas devem receber sinalização luminosa para o período noturno. Quando as vias forem expressas, as orientações para ATENÇÃO e REDUZIR VELOCIDADE devem estar posicionadas com a devida antecedência (no mínimo 500, 200 e 100 metros), sempre em concordância com a determinação das autoridades locais de trânsito.

Nos acessos e locais de entrada das obras, devem estar sinalizadas as diversas áreas, frentes de serviço e números de torres.

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6.12 MEDiDAS DE SEGURANÇA PARA TRABALHO EM LiNHA ViVA

Durante as atividades de construção, manutenção e operação, os trabalhadores podem ficar expostos a riscos de contato com linha viva (energizada). Medidas de controle e prevenção devem incluir:

• os trabalhos em linha energizada ou nas suas proximidades só podem ser realizados quando a linha estiver desativada ou adequadamente aterrada;

• somente trabalhadores com treinamento específico podem trabalhar nas operações de instalação, manutenção e reparo dos equipamentos ou das redes elétricas.

Para a manutenção e a operação, deve ser elaborado um plano de saúde e segurança que estabeleça as distâncias mínimas a serem observadas, as medidas de segurança, os dispositivos de segurança pessoal e outras precauções, conforme indicado a seguir.

Os trabalhos em linha viva só poderão ser realizados por trabalhadores com treinamento específico e seguindo estritamente as especificações de segurança e as normas de isolamento. É fundamental e necessário que os trabalhadores sejam capazes de:

• distinguir as partes energizadas das demais partes de um sistema elétrico;

• determinar a tensão das partes energizadas;

• conhecer e compreender as distâncias mínimas especificadas para cada nível de tensão;

• utilizar de modo adequado os equipamentos de segurança especiais e os procedimentos quando trabalhando em linha viva ou em partes energizadas do sistema elétrico.

Os trabalhadores só não deverão se aproximar de uma parte energizada ou condutora exposta, a menos que:

• estejam devidamente isolados das partes energizadas com luvas e outros isolamentos adequados;

• a parte energizada esteja adequadamente isolada do trabalhador e de qualquer outro objeto condutor;

• o trabalhador mantenha a distância adequada e esteja isolado apropriadamente de qualquer outro objeto condutor.

6.11.2 Outros tipos de sinalização

Em cada área deve estar sinalizada a obrigatoriedade do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com as exigências prescritas em Legislação do Trabalho, com ênfase no emprego correto de cintos de segurança e capacetes.

Ainda, como medida de precaução, devem ser observados os seguintes requisitos nas atividades de linha viva:

• Os eletricistas de linha viva não poderão atuar de forma intermitente em atividades de linha viva e linha morta.

• Nas situações em que o eletricista é qualificado para atuar na linha viva, mas atue na linha morta, caso haja a pretensão de voltar a atuar na linha viva, será necessário participar de curso de reciclagem em linha viva.

• Durante a execução de serviços de linha viva na rede energizada, a equipe de linha morta não poderá atuar na rede em intervenção.

Os trabalhadores que não estiverem diretamente associados às atividades de construção, manutenção e operação dos sistemas de distribuição, mas que, porventura, estiverem nas proximidades de linhas ou redes de distribuição ou das subestações devem seguir a legislação, as normas e as diretrizes para as distâncias de segurança a serem observadas durante, por exemplo, as atividades de escavação, manuseio de ferramentas, condução de veículos, poda, etc.

6.13 Medidas de Segurança para Trabalho em Altura em Postes e Estruturas

Para os trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais devidos ao trabalho em altura durante as atividades de construção, manutenção e operação, devem ser observadas as seguintes medidas de prevenção e controle:

• testar a integridade da estrutura antes de ser iniciado o trabalho;

• implementar um programa de proteção a quedas, incluindo treinamento em técnicas de escalada e uso de medidas de proteção antiqueda, inspeção, manutenção e substituição de equipamentos de proteção, bem como em resgate de trabalhadores que sofreram quedas, entre outros;

• estabelecimento de critérios para uso dos equipamentos antiqueda, considerando a altura de realização das atividades e o tipo de atividade;

• o equipamento de proteção antiqueda deve ser adequado à estrutura ou poste e aos movimentos necessários para a realização da atividade (subida, descida, deslocamentos de um ponto a outro);

121

12 A lei nº 11.934/2009, regulamentada pela REN ANEEL 616/2014, estabelece os níveis de referência para os campos eletromagnéticos com base nos valores recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

• instalação de fixadores nas estruturas ou postes para facilitar o uso dos equipamentos antiqueda;

• quando utilizados elevadores, estes devem ser adequadamente avaliados e mantidos, e os operadores devem ser treinados;

• sinalizações e outros objetos que possam causar obstrução devem ser removidos das estruturas ou dos postes antes do início do trabalho;

• utilizar uma sacola para ferramentas aprovada pela segurança para subir e descer as ferramentas ou materiais necessários para o trabalho nas estruturas.

6.14 Medidas de Segurança relativas à Exposição Ocupacional aos Campos Eletromagnéticos (CEMs)

A exposição ocupacional aos campos eletromagnéticos (CEMs) deve ser prevenida ou minimizada por meio da preparação e da implementação de um Programa de Segurança de CEM que inclua os seguintes tópicos:

• Identificação dos níveis de exposição potenciais nos locais de trabalho, pelo levantamento dos níveis de exposição nos novos projetos ou pelo uso de monitores individuais (dosímetros) durante a execução das atividades.

• Treinamento dos trabalhadores na identificação de níveis e riscos ocupacionais de CEM.

• Estabelecimento e identificação das zonas de segurança para diferenciar as áreas com níveis de CEM elevado em comparação com as áreas com níveis aceitáveis para exposição do público, limitando o acesso a essas áreas somente aos trabalhadores adequadamente treinados. Devem ser utilizados sinais, etiquetas, marcas no chão ou barreiras para limitar ou controlar o acesso a essas áreas.

• Implementação de planos de ação para equacionar níveis de exposição potenciais ou confirmados que excedam os níveis ocupacionais de referência estabelecidos pela legislação brasileira12, apresentados no item 2.2.3 deste Manual. Esses planos devem definir o limite do tempo de exposição, os períodos para a rotatividade dos trabalhadores e a distância entre os trabalhadores e as fontes de emissão de tais campos e indicar o uso de materiais protetores.

• Equipamentos individuais para monitoramento do nível de exposição (dosímetros) devem ser acionados para alertar quando os níveis de exposição alcançarem valores próximos aos valores-limite estabelecidos pela legislação.

6.15 DESMOBiLizAÇÃO DE MÃO DE OBRA

6.15.1 informações à Comunidade

Pelo menos 30 dias antes de a Contratada começar a desmobilização da mão de obra, deve ter início um fluxo de informações para as comunidades envolvidas, de modo que tudo se processe sem atritos ou desgastes desnecessários.

Para essas comunidades, são fatos importantes, entre outros:

• Compromissos financeiros assumidos pelos empregados;

• Pessoal local admitido pela Contratada e que terá que ser reabsorvido;

• Contratos de prestação de serviço que serão encerrados;

• Possibilidades de novas frentes de trabalho próximas;

• Benfeitorias decorrentes da obra e que possam ser aproveitadas;

• Danos causados pela Contratada e que terão que ser reparados.

As informações devem ser dadas utilizando os meios de comunicação disponíveis na comunidade (emissoras de rádio, serviços de alto-falantes, jornais, internet, palestras abertas ao público, contatos diretos entre a gerência da obra e as principais entidades envolvidas, etc.), evitando-se a comunicação “boca a boca” feita a partir dos empregados, que gera boatos, notícias distorcidas e mal-entendidos.

6.15.2 Exames Demissionais

Os exames demissionais devem ser feitos de acordo com o prescrito na NR-7. Em áreas identificadas como de risco para doenças endêmicas, deve ser feito o exame específico, garantindo que o trabalhador não se infectou no local.

6.15.3 Orientação ao Trabalhador

A Contratada deve dar orientação aos trabalhadores dispensados, no sentido de sua sobrevivência até conseguir novo emprego, dando a conhecer seus direitos trabalhistas e efetuando todos os pagamentos previstos pela legislação. Devem ser fornecidos os certificados dos treinamentos dos quais os trabalhadores participaram.

REFERêNCiASBiBLiOGRáFiCAS

Documentos de Referência:

ELETROBRAS, 2006. Política Ambiental das Empresas Eletrobras, revisada em 2013.

ELETROBRAS, 2010. Política de Sustentabilidade das Empresas Eletrobras.

ELETROBRAS, s/data. Política de Recursos Hídricos.

ELETROBRAS, 2010. Código de Ética das Empresas Eletrobras.

ELETROBRAS, s/data. Política de Logística de Suprimento.

ELETROBRAS, 2013. Manual de Boas Práticas de Sustentabilidade para a Cadeia de Suprimento das Empresas Eletrobras.

ELETROBRAS, s/data. Política Corporativa de Segurança do Trabalho e Saúde Ocupacional.

ELETROBRAS, 2012. Declaração de Compromisso da Eletrobras sobre Mudanças Climáticas.

ELETROBRAS & CONSÓRCIO IESA/PROMON/THEMAG/ENGEVIX, 2000. “Subsídios para Adequação das Especificações Técnicas para Construção de Linhas de Transmissão e de Subestações aos Critérios Ambientais”.

EMPRESAS DE DISTRIBUIçãO ELETROBRAS, 2012. “Manual de Procedimentos de Redes de Distribuição”.

ELETROBRAS DISTRIBUIçãO, 2012. “Manual de Normatização da Expansão de Alta Tensão: Projetos de Subestações e Linhas de Distribuição de Alta Tensão”, MN-002, Revisão 1, em aprovação.

BANCO MUNDIAL, 2013. Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial.

BANCO MUNDIAL, 2007. World Bank Group Environmental, Health, and Safety Guidelines - EHS (2007). http://www.ifc.org/ehsguidelines

CEMIG, 2007 - ESPECIFICAÇÃO DE SEGURANÇA DO TRABALHO EM OBRAS DE LINHAS E SUBESTAçãO DE DISTRIBUIçãO.

COPEL, 2014 - “Procedimentos para Execução de Obras de Distribuição” (MANUAL DE INSTRUÇÕES TÉCNICAS – MIT-163101)

EPE, 2005 - “Diretrizes para Elaboração dos Relatórios Técnicos Referentes às Novas Instalações da Rede Básica”, EPE-DEE-RE-001/2005-R1, Rio de Janeiro.

FIRJAN, 2004. “Manual de Licenciamento Ambiental: Guia de procedimento passo a passo”. Rio de Janeiro.

AMAZONAS ENERGIA, 2014. Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na LT. Jorge Teixeira/Mutirão, Manaus – AM, abril 2014

AMAZONAS ENERGIA, 2014. Plano de Supressão Vegetal e Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na LT Cachoeira Grande/Compensa, Manaus – AM, abril 2014.

EDACRE, 2012. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTE, Norma DG-GP-02/N-001, de 07/08/2012.

EDACRE, 2013. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA, Norma DG-GP-02/N-003, de 03/07/2013.

EDACRE, 2014. Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, janeiro 2014.

EDACRE, 2014. PODA DE ÁRVORES COM REDE DESENERGIZADA, Procedimento DO-OP-01/POP-017, de 15/04/2014.

EDACRE, 2014. PODA DE ÁRVORES COM REDE ENERGIZADA, Procedimento DO-OP-01/POP-018, de 15/04/2014.

EDALAGOAS, s/data, Guia de Arborização.

EDPI, 2013. COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE E DE QUASE ACIDENTE, Norma DG-GP-02/N-032, de 03/07/2013.

EDPI, 2013. Exames Médicos Ocupacionais, Norma DG-GP-01/N-034, de 15/11/2013.

EDPI, 2013. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTE, Norma DG-GP-01/N-024, de 17/12/2013.

EDRO, 2013. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTE - CIPA, Norma DG-GP-02/N-001, de 17/12/2013.

EDRO, 2013. EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA, Norma DG-GP-01/N-031, de 02/07/2013.

EDRO, s/ data. PROGRAMA DE CONTROLE DE PROCESSOS EROSIVOS. Comitê de Obras de Implantação de Linhas de Subestações - CIOLS, Processo Local de Meio Ambiente - PLMA 1, Rondônia.

ANEXO I Licenciamento Ambiental

ANEXO I.1 Terras Indígenas

ANEXO I.2 Áreas Habitadas por Populações Tradicionais

ANEXO I.3 Proteção ao Patrimônio Arqueológico

ANEXO I.4 Proteção ao Patrimônio Espeleológico

ANEXO I. 5 Acompanhamento do Licenciamento Ambiental

ANEXO II Arborização em Área Urbana e Podas de Árvore

ANEXO III Supressão de Vegetação

ANEXO IV Limpeza da Faixa de Servidão

ANEXO V Recuperação de Áreas Degradadas

ANEXO VI Exploração de Áreas de Empréstimo e Bota-Fora

ANEXO VII Obras em Áreas Especiais

ANEXO VIII Redes Subterrâneas

ANEXO IX Guia para Elaboração de Mapa de Risco

ANEXO X Guia para Inspeção de Segurança

AN

Ex

OS

125

ANExO i.1 - TERRAS iNDíGENAS

introdução

Cerca de 70% das Terras Indígenas já identificadas no país encontram-se na Amazônia Legal e também na região Nordeste do país, regiões que abrigam as áreas de atuação das EDEs. Nessas regiões também estão localizadas Comunidades Quilombolas, sendo de grande importância conhecer a legislação voltada para essas populações tradicionais.

O Brasil é signatário da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, publicada em setembro de 2007, na qual assumiu internacionalmente o compromisso de reconhecer como legítimas as manifestações culturais e sociais desses grupos e também proteger os interesses dos mesmos, levando em conta suas especificidades. Essa Declaração defende a posse de Terras Indígenas em quaisquer condições, e, caso a remoção seja aceita pela comunidade, esta deve ser ressarcida por uma indenização justa.

No âmbito nacional, em 1973, foi criado o Estatuto do Índio (Lei nº 6.001/73), regulamentando a situação jurídica dos índios ou silvícolas e das comunidades indígenas, com o propósito de preservar a sua cultura e integrá-los, progressiva e harmoniosamente, à comunhão nacional. Os direitos dessas populações são ainda defendidos e corroborados no Art. 231 da Constituição Federal/88.

As terras habitadas pelos índios são garantidas nos termos da Constituição, dando-lhes o direito exclusivo de usufruir das riquezas nelas presentes. No entanto, em caráter excepcional, as áreas indígenas podem sofrer intervenção da União, como para obras públicas que interessem ao desenvolvimento nacional. Tal intervenção deve respeitar as premissas de ressarcimento dos indígenas pelas terras desapropriadas, concedendo-lhes áreas de valor natural igual ou superior as anteriormente habitadas.

A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) é responsável pela tutela das Nações Indígenas e pela a administração das reservas.

A necessidade de autorização para interferências em Terras Indígenas e seu entorno foi estabelecida no Estatuto do Índio (artigo 20). Recentemente, a Lei Complementar nº 140/2011 definiu, como competência da União,

o licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos em Terras Indígenas, ou seja, designa ao IBAMA essa atribuição, conforme apresentado no Quadro 5, item 3.1.2, deste relatório.

Por outro lado, a Portaria Interministerial nº 419/2011 (Ministérios do Meio Ambiente, da Justiça, da Cultura e da Saúde) regulamenta a atuação da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), da Fundação Cultural Palmares (FCP), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e do Ministério da Saúde, incumbidos da elaboração de pareceres em processos de licenciamento ambiental de competência federal, a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA)

Nessa Portaria, são estabelecidos os procedimentos e prazos para manifestação dos órgãos e entidades envolvidos junto ao IBAMA em relação ao Termo de Referência, bem como em relação à manifestação conclusiva sobre o Estudo Ambiental, que tem prazo de até 90 (noventa) dias no caso de EIA/RIMA e de até 30 (trinta dias) nos demais casos, a contar da data do recebimento da solicitação.

Determina que caberá aos órgãos e entidades federais envolvidos no licenciamento ambiental acompanhar a implementação das recomendações e medidas relacionadas às suas respectivas áreas de competência, informando ao IBAMA eventuais descumprimentos e inconformidades em relação ao estabelecido durante as análises prévias à concessão de cada licença.

Terras indígenas e Licenciamento Ambiental

A Portaria Interministerial 419/2012, no seu Art. 3º, determina que, no início do procedimento de licenciamento ambiental, o IBAMA deverá solicitar informações do empreendedor, na Ficha de Caracterização da Atividade, sobre possíveis interferências em Terra Indígena, quando a atividade ou empreendimento submetido ao licenciamento ambiental localizar-se em Terra Indígena ou apresentar elementos que possam gerar dano socioambiental direto no interior da Terra Indígena, respeitados os limites apresentados no ANEXO II da citada Portaria e reproduzidos no Quadro 16, a seguir.

126

Por meio das Instruções Normativas 01 e 04 de 2012, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) regulamentou a sua participação nos processos de licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades potencial e efetivamente causadoras de impactos ambientais e socioculturais que afetem Terras e Povos Indígenas, complementando a Portaria Interministerial 419/2011.

Por essas Instruções Normativas (INs), foi atribuída à Coordenação Geral de Gestão Ambiental (CGGAM) da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável (DPDS) da FUNAI a responsabilidade pela coordenação dos processos de licenciamento ambiental. Foram também estabelecidos os procedimentos a serem adotados em cada fase de licenciamento (Licença Prévia, de Instalação e de Operação).

Assim, ao receber comunicação ou solicitação de acompanhamento de empreendimentos ou atividades potencial e efetivamente causadoras de impactos ambientais e socioculturais que afetem Terras e Povos Indígenas, a CGGAM fará o processamento de admissibilidade, verificando a natureza dos impactos ambientais e socioculturais a Terras e Povos Indígenas, ainda que preliminarmente.

Constatado que o empreendimento ou atividade com significativo impacto ambiental está localizado ou é desenvolvido em Terra Indígena, seguindo os critérios estabelecidos na Portaria IM 419/2011, a Funai deverá requerer a transferência do procedimento de licenciamento que porventura tenha sido instaurado nos órgãos licenciadores ambientais estaduais e municipais ao IBAMA.

A CGGAM informará às comunidades indígenas potencialmente afetadas, diretamente ou por meio das unidades administrativas locais da FUNAI, a instauração de procedimento interno para acompanhamento de processo de licenciamento ambiental.

A manifestação da FUNAI geralmente é requerida em todas as fases do licenciamento, a saber:

a) Licença Prévia (fase relativa aos estudos de impacto às comunidades indígenas e avaliação da viabilidade do empreendimento);

b) Licença de Instalação (fase relativa à elaboração e implementação de programas voltados às comunidades indígenas, caso o empreendimento seja considerado viável); e

c) Licença de Operação (fase de funcionamento efetivo dos programas e sua renovação).

No Quadro 17 são apresentados, em resumo, os procedimentos para cada uma das etapas.

Quadro 16. Limites Apresentados no ANExO ii da Portaria interministerial 419/2011

TiPOLOGiA

DiSTÂNCiA (km)

AMAzôNiA LEGAL DEMAiS REGiÕES

Empreendimentos lineares (exceto rodovias)

Ferrovias Dutos Linhas de Transmissão

10 km 5 km 8 km

5 km 3 km 5 km

Rodovias 40 km 10 km

Empreendimentos Pontuais (portos, mineração e termoelétricas) 10 km 8 km

Aproveitamentos hidrelétricos (UHEs e PCHs)

40 km ou área de contribuição

direta ou reservatório acrescido de 20 km a jusante

15 km ou área de contribuição

direta ou reservatório acrescido de 20 km a jusante

127

Quadro 17. Procedimentos estabelecidos pela FUNAi para os estudos do componente indígena em cada etapa do licenciamento ambiental

FASE DO LiCENCiAMENTO PROCEDiMENTOS ESTABELECiDOS PELA FUNAi

Licença Prévia

- Emissão de Termo de Referência Específico pela CGGAM, quando necessário, para elaboração do componente indígena dos estudos de impacto ambiental, que deverá ser encaminhado ao órgão licenciador para orientação do empreendedor.

- Para a realização dos estudos, o empreendedor deverá apresentar Plano de Trabalho contendo cronograma de atividades, currículo da equipe técnica, que deverá ser coordenada por antropólogo, e termo de compromisso para ingresso em terras indígenas devidamente assinado para análise e manifestação da CGGAM/DPDS.

- A equipe técnica só poderá ingressar nas Terras Indígenas para realização dos estudos após manifestação da CGGAM/DPDS e devidamente acompanhada de um técnico da Funai.

- O empreendedor deverá apresentar os estudos do componente indígena, devidamente assinados pelos membros da equipe técnica, como parte integrante dos estudos ambientais à CGGAM, que verificará o atendimento dos itens previstos no Termo de Referência, decidindo pela sua aceitação para análise ou sua devolução para complementação/reformulação.

- Os estudos e o resultado da análise serão apresentados às comunidades indígenas afetadas, em consulta prévia, livre e informada.

- Ouvidas as comunidades indígenas, a FUNAI manifestar-se-á, conclusivamente, sobre a concessão da licença prévia por meio de ofício dirigido ao órgão licenciador competente instruído com o parecer técnico da análise.

Licença de Instalação

- O empreendedor deverá apresentar Plano de Trabalho para elaboração do componente indígena do PBA, contendo cronograma de atividades, currículo da equipe técnica e termo de compromisso para ingresso em Terras Indígenas, devidamente assinado, para análise e manifestação da CGGAM/DPDS.

- O PBA, para as comunidades indígenas, deve ser elaborado em conformidade com os impactos identificados nos estudos ambientais e com os critérios, metodologias, normas e padrões estabelecidos pela FUNAI. A elaboração dos programas previstos no PBA deve contar, necessariamente, com a participação das comunidades indígenas.

- CGGAM/DPDS realizará análise prévia do PBA, podendo solicitar complementações e revisões técnicas antes de sua apresentação aos índios.

- A FUNAI se manifestará, conclusivamente, sobre a concessão da licença de instalação após a apresentação do PBA e a manifestação das comunidades potencialmente afetadas.

- Após a aprovação do PBA, deverá ser assinado Termo de Compromisso entre Funai e empreendedor, a ser publicado no Diário Oficial da União, cujo objetivo é a garantia da implementação dos programas conforme cronograma estabelecido.

Licença de Operação

- A manifestação da Funai para emissão da licença de operação está relacionada a operacionalização, execução e implantação dos programas previstos no PBA, observando o devido cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos.

- A CGGAM/DPDS manifestar-se-á, conclusivamente, sobre a concessão da licença de operação após a manifestação das comunidades potencialmente afetadas, por meio de análise técnica dos relatórios de implementação e/ou execução dos programas do PBA, a ser encaminhada oficialmente ao órgão licenciador.

- A FUNAI poderá solicitar a continuidade das ações de mitigação de acordo com os impactos identificados na fase de operação do empreendimento e a análise do cumprimento dos objetivos e metas do PBA.

128

A FUNAI poderá solicitar ao órgão licenciador que a contagem dos prazos legais seja suspensa durante a elaboração de estudos complementares do Programa Básico Ambiental (PBA) ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor, ou, ainda, caso ocorra algum evento específico das culturas indígenas que impossibilite a participação dessas ou a condução do processo pela CGGAM.

ANExO i.2 - áREAS OCUPADAS POR POPULAÇÕES TRADiCiONAiS

Na área de atuação das EDEs, é registrada a presença de diversas comunidades Quilombolas.

Para essas comunidades, a União elaborou legislação própria, embora muito semelhante à referente às Populações Indígenas. O Decreto 4.887/03 regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das Comunidades dos Quilombos. Uma vez demarcado o território das Comunidades Quilombolas, ficam garantidos os direitos inalienáveis de propriedade, a encargo da Fundação Cultural Palmares.

Por outro lado, a Portaria Interministerial nº 419/2011 (Ministérios do Meio Ambiente, da Justiça, da Cultura e da Saúde) também regulamenta a atuação da Fundação Cultural Palmares (FCP) para a elaboração de pareceres em processos de licenciamento ambiental de competência federal, a cargo do IBAMA, que envolvam interferências em áreas ocupadas por remanescentes das Comunidades dos Quilombos identificadas e delimitadas, quando a atividade ou empreendimento submetido ao licenciamento ambiental localizar-se em Terra Quilombola ou apresentar elementos que possam gerar dano socioambiental direto no interior da Terra Quilombola, respeitados os limites do Anexo II dessa Portaria, já apresentados anteriormente no Quadro 16.

Nessa Portaria, são estabelecidos os procedimentos e prazos para manifestação dos órgãos e entidades envolvidos junto ao IBAMA em relação ao Termo de Referência, bem como em relação à manifestação conclusiva sobre o Estudo Ambiental. Determina que caberá aos órgãos e entidades federais envolvidos no licenciamento ambiental acompanhar a implementação das recomendações e medidas relacionadas às suas respectivas áreas

de competência, informando ao IBAMA eventuais descumprimentos e inconformidades em relação ao estabelecido durante as análises prévias à concessão de cada licença.

A Instrução Normativa da FCP-MinC definindo os parâmetros para os procedimentos de consulta e licenciamento encontra-se em processo de discussão, não tendo sido ainda publicada.

ANExO i.3 - PROTEÇÃO AO PATRiMôNiO ARQUEOLóGiCO

A Constituição Federal de 1988 estabelece que é da competência comum “proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos”.

Entretanto, desde 1961, pela Lei nº 3.924, foi estabelecido que monumentos arqueológicos e pré-históricos, de qualquer natureza, existentes no território nacional, e todos os elementos que nele se encontram, ficam sob a guarda e proteção do poder público.

A Portaria do IPHAN nº 07/1988 estabeleceu os procedimentos necessários à comunicação prévia, às permissões e às autorizações para pesquisas e escavações arqueológicas em sítios arqueológicos previstas na Lei nº 3.924/61. Mais recentemente, a Portaria IPHAN nº 230/2002 estabeleceu os procedimentos para compatibilizar os estudos arqueológicos com as licenças ambientais de empreendimentos potencialmente capazes de afetar o patrimônio arqueológico.

A Portaria Interministerial 419/2012, no seu Art. 3º, determina que, no início do procedimento de licenciamento ambiental, o IBAMA deverá solicitar informações do empreendedor, na Ficha de Caraterização da Atividade, sobre possíveis interferências em sítios arqueológicos. O Art. 4º dessa Portaria estabelece que, no termo de referência (TR) do estudo ambiental exigido pelo IBAMA para o licenciamento ambiental, deverão constar as exigências de informações ou de estudos específicos referentes à interferência da atividade ou empreendimento em bens culturais acautelados pelo IPHAN. O conteúdo do TR relativo a cada uma das etapas do licenciamento é estabelecido em linhas gerais na Portaria IPHAN 230/2002 e encontra-se resumido no Quadro 18, a seguir.

129

Quadro 18. Procedimentos estabelecidos pelo iPHAN para os estudos arqueológicos em cada etapa do licenciamento

FASE DO LiCENCiAMENTO PROCEDiMENTOS ESTABELECiDOS PELA FUNAi

Licença Prévia

- Emissão de Termo de Referência Específico pelo IPHAN, que deverá ser encaminhado ao órgão licenciador para orientação do empreendedor.

- Deverá ser elaborado um Diagnóstico sobre a caracterização e a avaliação da situação atual do patrimônio arqueológico da área, com base em levantamento dos dados secundários e levantamento arqueológico em campo, para a contextualização arqueológica e etno-histórica da área de influência do empreendimento.

- Em áreas arqueologicamente desconhecidas ou pouco conhecidas, deverá ser providenciado levantamento de campo pelo menos na área de influência direta, contemplando todos os compartimentos ambientais significativos para o contexto geral da área, bem como deve ser previsto o levantamento prospectivo de subsuperfície.

- A avaliação de impactos do empreendimento sobre o patrimônio arqueológico regional será realizada com base no Diagnóstico, na análise de cartas temáticas sobre a região e nas características do empreendimento.

- O Diagnóstico e a Avaliação de Impactos permitirão ao IPHAN a manifestação conclusiva sobre concessão da Licença Prévia dirigida ao órgão licenciador. Servirão, ainda, de referência para a elaboração do Programa de Prospecção e Resgate compatível com o cronograma da obra e com as etapas do licenciamento ambiental, de modo a garantir a integridade do patrimônio cultural da área.

Licença de Instalação

- Implantação, pelo empreendedor, do Programa de Prospecção e Resgate definido na etapa anterior, com a finalidade de estimar a quantidade de sítios arqueológicos existentes na área a ser afetada pelo empreendimento e as extensão, profundidade, diversidade cultural e o grau de preservação dos depósitos.

- Elaboração do Programa de Resgate Arqueológico, pelo empreendedor a ser executado durante a implantação do empreendimento, com a justificativa da seleção dos sítios que serão objeto de estudos mais detalhados e apresentação da metodologia a ser empregada nos estudos.

Licença de Operação

- Deverão ser realizados os trabalhos de salvamento arqueológico nos sítios selecionados, devendo ser realizados as escavações e o registro detalhado de cada sítio e a coleta dos exemplares significativos da cultura material contida em cada sítio.

- O desenvolvimento desses estudos implica em trabalhos de laboratórios e gabinete que deverão estar previstos no orçamento e no cronograma dos estudos, sob a responsabilidade do empreendedor, assim como a guarda do material retirado em unidades museológicas existentes na região ou mesmo na construção de novas unidades.

130

No caso de ser encontrado pelas frentes de trabalho algum indício de interesse arqueológico, paleontológico, histórico ou científico (fósseis, ossadas, sambaquis, fragmentos cerâmicos, artefatos de pedra, etc.), em áreas não sinalizadas nos estudos prévios, os trabalhos de movimentação de terra devem ser imediatamente suspensos, e a Inspeção da EDE deve ser comunicada, bem como o IPHAN.

Todos os trabalhadores de campo devem estar permanentemente orientados para o procedimento de não mais intervir no local e alertar imediatamente seus superiores e/ou a Inspeção da EDE em caso de qualquer achado.

ANExO i.4 - PROTEÇÃO AO PATRiMôNiO ESPELEOLóGiCO

As cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional constituem patrimônio cultural brasileiro e, como tal, devem ser preservadas e conservadas de modo a permitir estudos e pesquisas de ordem técnico-científica, bem como atividades de cunho espeleológico, étnico-cultural, turístico, recreativo e educativo.

O Decreto Federal 99.556/1990, em seu artigo 3°, foi o primeiro a estabelecer “a obrigatoriedade da elaboração de estudo de impacto ambiental para as ações ou os empreendimentos de qualquer natureza, ativos ou não, temporários ou permanentes, previstos em áreas de ocorrência de cavidades naturais subterrâneas ou de potencial espeleológico, os quais, de modo direto ou indireto, possam ser lesivos a essas cavidades, ficando sua realização, instalação e funcionamento condicionados à aprovação, pelo órgão ambiental competente, do respectivo relatório de impacto ambiental”.

Cabe à União, por intermédio do IBAMA e do Instituto Chico Mendes, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, no exercício da competência comum a que se refere o art. 23 da Constituição, preservar, conservar, fiscalizar

e controlar o uso do patrimônio espeleológico brasileiro, bem como fomentar levantamentos, estudos e pesquisas que possibilitem ampliar o conhecimento sobre as cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional.

O Decreto nº 6.640/ 2008 alterou o Dec. 99.556/1990, entretanto, no seu artigo 5º-A ainda é enfatizada a necessidade de prévio licenciamento pelo órgão ambiental competente para “localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou degradadores de cavidades naturais subterrâneas, bem como de sua área de influência”. Nesse sentido, destaca-se que, pelos critérios estabelecidos pela Portaria MMA nº 421/2011, os empreendimentos de transmissão/distribuição (linhas e subestações), independentemente da tensão e da extensão, que promoverem intervenção física em cavidades naturais subterrâneas são classificados como de significativo potencial de impacto, sendo requerida a elaboração de EIA/RIMA.

O Dec. nº 6.640/2008 estabelece ainda que a cavidade natural subterrânea será classificada de acordo com seu grau de relevância, em máximo, alto, médio ou baixo, determinado pela análise de atributos ecológicos, biológicos, geológicos, hidrológicos, paleontológicos, cênicos, histórico-culturais e socioeconômicos, avaliados sob enfoque regional e local.

No processo de licenciamento, o órgão ambiental competente deverá classificar o grau de relevância da cavidade natural subterrânea. A classificação deve seguir a metodologia definida na Instrução Normativa MMA nº 02/2009. Os estudos para definição do grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas impactadas deverão ocorrer às expensas do responsável pelo empreendimento ou atividade. Em função da classificação, define-se a restrição total à implantação da atividade/empreendimento, ou as medidas e ações compensatórias a cargo do empreendedor, conforme apresentado no Quadro 19.

131

Na ocorrência de impactos negativos irreversíveis em cavidades naturais subterrâneas causados pelo empreendimento, a compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 (Lei do SNUC) deverá ser prioritariamente destinada a criação e implementação de unidade de conservação em área de interesse espeleológico, sempre que possível na região do empreendimento.

No Quadro 20 são apresentadas as etapas envolvidas no licenciamento ambiental de empreendimentos e atividades considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou degradadores de cavidades naturais subterrâneas, bem como de sua área de influência, e as principais atribuições dos órgãos ambientais em licenciamentos envolvendo cavidades naturais subterrâneas, bem como o fluxo processual desses licenciamentos, conforme as orientações do Centro Nacional de Estudo, Proteção e Manejo de Cavernas (CECAV).

Quadro 19. Classificação do grau de relevância das cavidades naturais e medidas e ações compensatórias

CLASSiFiCAÇÃO DAS CAViDADES NATURAiS RESTRiÇÕES E MEDiDAS /AÇÕES COMPENSATóRiAS

Cavidade natural subterrânea com grau de relevância máximo e sua área de influência.

Não pode ser objeto de impactos negativos irreversíveis e sua utilização deve fazer-se somente dentro de condições que assegurem sua integridade física e a manutenção do seu equilíbrio ecológico.

Cavidade natural subterrânea classificada com grau de relevância alto, médio ou baixo poderá ser objeto de impactos negativos irreversíveis, mediante licenciamento ambiental.

Grau alto

No caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância alto, o empreendedor deverá adotar, como condição para o licenciamento ambiental, medidas e ações para assegurar a preservação, em caráter permanente, de duas cavidades naturais subterrâneas, com o mesmo grau de relevância, de mesma litologia e com atributos similares à que sofreu o impacto, que serão consideradas cavidades testemunho.

Grau médio

No caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância médio, o empreendedor deverá adotar medidas e financiar ações, nos termos definidos pelo órgão ambiental competente, que contribuam para a conservação e o uso adequado do patrimônio espeleológico brasileiro, especialmente de cavidades naturais subterrâneas com grau de relevância máximo e alto.

Grau baixo

No caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância baixo, o empreendedor não estará obrigado a adotar medidas e ações para assegurar a preservação de outras cavidades naturais subterrâneas.

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Fonte: http://www.icmbio.gov.br/cecav/orientacoes-e-procedimentos/licenciamento-ambiental

Quadro 20. Cavidades naturais subterrâneas e etapas do licenciamento ambiental

Órgãos Licenciadores(OEMAs e IBAMA)

1) Solicitar ao responsável pelo empreendimento ou atividade em processo de licenciamento ambiental a elaboração, às suas expensas, dos estudos necessários para a avaliação dos impactos ao patrimônio espeleológico afetado e para a classificação do grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas na área de influência do empreendimento, de acordo com a metodologia estabelecida na Instrução Normativa nº 2/2009. Para o levantamento espeleológico da área de influência do empreendimento, o CECAV disponibiliza em página eletrônica as Orientações Básicas a Realização de Estudos Espeleológicos. Para os estudos, poderão ser utilizados dados e informações já apresentadas em outros estudos ambientais no âmbito do licenciamento do respectivo empreendimento ou atividade, desde que estes possibilitem definir o grau de relevância das cavidades em estudo, conforme a Instrução Normativa nº 2 e a avaliação dos responsáveis técnicos dos estudos ambientais.

2) Solicitar esclarecimentos e complementações em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos apresentados, quando couber.

3) Analisar e avaliar o grau dos impactos ao patrimônio espeleológico afetado, com base no art. 5º da Resolução CONAMA nº 347/2004.

4) Analisar e classificar o grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas porventura existentes na área do empreendimento e potencialmente afetadas pelo mesmo, de acordo com a metodologia estabelecida na Instrução Normativa nº 2/2009 e prevista no Decreto nº 99.556/1990, alterado pelo Decreto nº 6.640/2008.

5) Realizar audiência pública de acordo com a legislação, quando couber.

6) Definir, no caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância médio, medidas e ações, a serem adotadas e financiadas pelo empreendedor, que contribuam para a conservação e o uso adequado do patrimônio espeleológico brasileiro, especialmente das cavidades naturais subterrâneas com grau de relevância máximo e alto.

7) Definir, no caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância baixo, a compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000, que deverá ser prioritariamente destinada à criação e implementação de unidade de conservação em área de interesse espeleológico, sempre que possível na região do empreendimento.

8) Emitir parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico, com a avaliação dos impactos ao patrimônio espeleológico afetado, a classificação do grau de relevância das cavidades naturais subterrâneas e as formas de compensação, com base na análise dos estudos apresentados e observando os critérios estabelecidos no art. 5º da Resolução CONAMA nº 347/2004 e na Instrução Normativa MMA nº 2/2009.

9) Deferimento ou não das autorizações ou licenças ambientais requeridas.

INSTITUTO CHICO MENDES

No caso de empreendimento que ocasione impacto negativo irreversível em cavidade natural subterrânea com grau de relevância alto e, não havendo na área do empreendimento outras cavidades representativas que possam ser preservadas sob a forma de cavidades testemunho, o Instituto Chico Mendes poderá definir, de comum acordo com o empreendedor, outras formas de compensação.

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Quadro 21. ACOMPANHAMENTO DE AUTORizAÇÕES JUNTO AOS óRGÃOS PÚBLiCOS

Quadro 22. ACOMPANHAMENTO DAS CONDiCiONANTES (i)

Nº REQUiSiTO óRGÃONÚMERO

DO PROCESSO DESCRiÇÃO PLANO DE AÇÃO RESPONSáVEL iNíCiO PRAzO REALiz. STATUS SiNALDESCRiÇÃO DO

ACOMPANHAMENTOEViDêNCiAS/

LiCENÇA

01 OUTORGA Outorga de Passagem Atrasado

02 Autorização Supressão de Vegetação Concluído

iTEM CONDiCiONANTE AÇÕESRESPONSáVEL

PELA AÇÃO

PRAzO

CUSTOS PONTO CRíTiCO OBSERVAÇÕESiNíCiO PRAzO CONCLUSÃO

TOR

Contratação

Implantação

Reuniões com Orgão Ambiental

Reuniões com a Comunidade

134

ANExO i.5 - Acompanhamento do Licenciamento Ambiental

Nº REQUiSiTO óRGÃONÚMERO

DO PROCESSO DESCRiÇÃO PLANO DE AÇÃO RESPONSáVEL iNíCiO PRAzO REALiz. STATUS SiNALDESCRiÇÃO DO

ACOMPANHAMENTOEViDêNCiAS/

LiCENÇA

01 OUTORGA Outorga de Passagem Atrasado

02 Autorização Supressão de Vegetação Concluído

iTEM CONDiCiONANTE AÇÕESRESPONSáVEL

PELA AÇÃO

PRAzO

CUSTOS PONTO CRíTiCO OBSERVAÇÕESiNíCiO PRAzO CONCLUSÃO

TOR

Contratação

Implantação

Reuniões com Orgão Ambiental

Reuniões com a Comunidade

135

Quadro 23. ACOMPANHAMENTO DAS CONDiCiONANTES POR EMPREENDiMENTO (ii)

RESPONSABiLiDADES NO ATENDiMENTO DAS CONDiCiONANTES POR EMPREENDiMENTO

CONDiCiONANTES DA LiCENÇA PRÉViA ExECUTANTE STATUS PENDêNCiAS

Exemplos:

I. Apresentar, quando do requerimento da Licença de Implantação, os seguintes Planos e Programas, com respectivas ARTs:

a) Plano de Desmatamento. Nome da área da empresa e do responsável

Exemplificando:

EM FASE DE DESENVOLVIMENTO

c) Programa de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD).

d) Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), contemplando os resíduos gerados na fase de implantação do empreendimento, com dados qualitativos e quantitativos, destinação e/ou tratamentos a serem utilizados.

e) Plano de Contratação e Capacitação da Mão de Obra Local.

II. Documentos a serem apresentados, quando do requerimento da Licença de Implantação:

Exemplos: Nome da área da empresa e do responsável

a) Autorização de Supressão de Vegetação.

b) Anuência de passagem dos proprietários situados na faixa de servidão de abertura ou ampliação de vias de acesso, quando couber.

III. Propostas a serem apresentadas, quando do requerimento da Licença de Implantação:

Exemplos: Nome da área da empresa e do responsável

a) Plano de compromisso do empreendimento para a promoção de ações que visem à compatibilização de seu programa de gestão de resíduos ao correlato desenvolvido pelo Poder Público, voltadas para o atendimento da melhoria dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos na área de atuação da empresa.

136

RESPONSABiLiDADES NO ATENDiMENTO DAS CONDiCiONANTES POR EMPREENDiMENTO

CONDiCiONANTES DA LiCENÇA PRÉViA ExECUTANTE STATUS PENDêNCiAS

Exemplos:

I. Apresentar, quando do requerimento da Licença de Implantação, os seguintes Planos e Programas, com respectivas ARTs:

a) Plano de Desmatamento. Nome da área da empresa e do responsável

Exemplificando:

EM FASE DE DESENVOLVIMENTO

c) Programa de Recuperação das Áreas Degradadas (PRAD).

d) Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS), contemplando os resíduos gerados na fase de implantação do empreendimento, com dados qualitativos e quantitativos, destinação e/ou tratamentos a serem utilizados.

e) Plano de Contratação e Capacitação da Mão de Obra Local.

II. Documentos a serem apresentados, quando do requerimento da Licença de Implantação:

Exemplos: Nome da área da empresa e do responsável

a) Autorização de Supressão de Vegetação.

b) Anuência de passagem dos proprietários situados na faixa de servidão de abertura ou ampliação de vias de acesso, quando couber.

III. Propostas a serem apresentadas, quando do requerimento da Licença de Implantação:

Exemplos: Nome da área da empresa e do responsável

a) Plano de compromisso do empreendimento para a promoção de ações que visem à compatibilização de seu programa de gestão de resíduos ao correlato desenvolvido pelo Poder Público, voltadas para o atendimento da melhoria dos serviços de coleta e destinação de resíduos sólidos na área de atuação da empresa.

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ANExO ii - ARBORizAÇÃO EM áREA URBANA E PODAS DE áRVORE

Objetivo:

O objetivo deste anexo é apoiar tecnicamente o planejamento, a implantação e o manejo da arborização urbana e a poda de árvores, em consonância com os demais serviços urbanos existentes, em particular a distribuição da energia elétrica.

Os procedimentos a seguir definem os critérios que devem ser observados no planejamento e na execução de arborização em áreas urbanas e a metodologia a ser utilizada para a realização de podas de árvores em redes energizadas e desenergizadas.

II.1 Importância da arborização:

A arborização urbana se traduz em inúmeros benefícios ambientais, sociais, culturais e paisagísticos, entre os quais podemos citar:

• a manutenção da estabilidade microclimática;

• o conforto térmico associado à umidade do ar e à sombra;

• a melhoria da qualidade do ar;

• a redução da poluição;

• a melhoria da infiltração da água no solo, evitando erosões associadas ao escoamento superficial das águas das chuvas;

• a proteção e direcionamento do vento;

• a proteção dos corpos d’água e do solo;

• a conservação genética da flora nativa;

• o abrigo à fauna silvestre, contribuindo para o equilíbrio das cadeias alimentares, diminuindo pragas e agentes vetores de doenças;

• a formação de barreiras visuais e/ou sonoras, proporcionando privacidade;

• o valor paisagístico, embelezando a cidade, aumentando o valor das propriedades;

• a melhoria da saúde física e mental da população.

No entanto, em um ambiente urbano, a arborização, quando mal planejada, pode interferir em outros serviços públicos, como redes de distribuição de energia elétrica, iluminação pública, telecomunicações, placas sinalizadoras, redes de água e esgoto, entre outros.

Tendo em vista a importância da arborização urbana, sobretudo por seus benefícios sociais e ecológicos, é imprescindível que sejam encontradas soluções de convivência harmônica com as várias estruturas e equipamentos das cidades.

Nesse sentido, as ações devem ser conduzidas tanto pelo manejo da arborização quanto por outros serviços de utilidade pública e serviços públicos que ocorrem no espaço urbano. No caso das redes elétricas, essa convivência harmônica é muito importante, principalmente para evitar acidentes e interrupções no fornecimento de energia elétrica para a iluminação pública, residências, comércio, repartições públicas, hospitais, indústrias e tantas outras estruturas e atividades humanas que dela necessitam. Portanto, a convivência entre a arborização e as redes de distribuição da energia elétrica deve ser planejada.

II.2 Aspectos legais e arborização urbana

A Constituição Federal determina que tanto a União como os estados e os municípios têm competências quanto às questões que envolvem o meio ambiente e sua gestão, incluindo a proteção e a conservação da natureza, o uso e a ocupação do solo e a organização e o funcionamento das cidades.

À União cabe o papel mais amplo e mais importante na proteção e conservação dos biomas e ecossistemas brasileiros. Mas, em se tratando de uso e ocupação do solo, arborização urbana e funcionamento das cidades, o papel de destaque é do município, pois se referem a questões específicas e de interesse de cada localidade e sua comunidade.

138

A atuação municipal deve ocorrer através de leis específicas, próprias de cada município, de forma a atender aos interesses locais, mas sem contrariar as determinações e orientações das leis federais e estaduais.

Na gestão das questões relacionadas ao meio ambiente, a responsabilidade e a atuação do município são realizadas através de vários instrumentos de política ambiental, representados por leis, portarias, planos e outros mecanismos. São instrumentos de Política Ambiental Municipal:

• Instrumentos jurídicos: conjunto de normas e disposições legais a respeito do meio ambiente em nível municipal, como lei de uso e ocupação do solo, deliberações normativas, Lei nº ambiental municipal, etc.

• Instrumentos administrativos: controles, autorizações e regulamentos, como as avaliações de impacto ambiental, plano diretor da arborização viária e de áreas verdes, etc.

• Instrumentos técnicos: promoção e aplicação de tecnologias disponíveis tanto para ações preventivas quanto corretivas, como zoneamento ambiental, licenciamento ambiental, etc.

• Instrumentos econômicos e fiscais: impostos, taxas ou incentivos, visando recompensar custos de ações positivas ou para compensar prejuízos ambientais.

• Instrumentos sociais: instrumentos que envolvem informação, participação e integração com a sociedade, como educação ambiental, parcerias, etc.

Quadro 24. Principais leis federais relacionadas à arborização urbana

LEi FEDERAL PRiNCiPAiS DETERMiNAÇÕES DESTAQUE

Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/01)

Atribui ao município a responsabilidade de criar, preservar e proteger as áreas verdes da cidade e também o sistema de arborização, ambos como parte de sua política de desenvolvimento urbano.

A atuação municipal deve ocorrer através de leis específicas, próprias de cada município, de forma a atender aos interesses locais, mas sem contrariar as determinações e orientações das leis federais e estaduais.

CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO (Lei nº 12.727/2012)

Determina que as florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Nas áreas urbanas, dá competência aos municípios para a fiscalização e promove a descentralização administrativa. As limitações previstas nesse código aplicam-se tanto a áreas rurais quanto a áreas urbanas.

Orienta que os planos diretores e as leis de uso e ocupação do solo devem respeitar os princípios e limites definidos no Código Florestal, quando se tratar de áreas de preservação permanente.

Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)

Dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições severas e incorpora métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida com a sociedade. Define destruição, dano, lesão ou maus-tratos às plantas de ornamentação (arborização viária e de áreas verdes públicas) como crime, passível de punição.

Art. 49 estabelece que é crime “destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade privada alheia” e determina a pena de “detenção, de três meses a um ano, ou multa, ou ambas as penas cumulativamente”.

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Quadro 25. Principais instrumentos de planejamento urbano

iNSTRUMENTO OBJETiVO/ATRiBUiÇÃO

Plano Diretor EstratégicoDefine as regras para a organização de grandes áreas da cidade. Estimula algumas atividades e ordena a ocupação do espaço físico através do zoneamento ambiental.

Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo

Determina normas e condições para a execução de parcelamentos do solo para as obras de edificação e para a localização de usos e funcionamento de atividades existentes nas cidades. O parcelamento do solo impõe a obrigação de reservar espaços livres de uso público, como áreas verdes, áreas para recreação e áreas para fins institucionais. Em algumas cidades, a aprovação de parcelamento do solo exige também a implantação de projetos de arborização de áreas verdes.

Lei Ambiental Municipal

Dispõe sobre a política de proteção, controle e conservação do meio ambiente, nos aspectos específicos do município, já que existem leis similares nos planos federal e estadual. No geral, essa lei deve incluir desde os procedimentos necessários à implantação de empreendimentos potencialmente poluidores no município até a definição das formas de intervenção na vegetação que recobre o município, abrangendo também a arborização urbana. A Lei Ambiental Municipal deve expressar, também, a regulamentação do controle de podas, transplantios e supressão de árvores, tanto em área pública quanto em área privada, assim como o plantio em área pública.

Compensação Ambiental

Instrumento legal que o poder público municipal dispõe para exigir a reparação de danos provocados às diversas formas de vegetação existentes na cidade, consideradas como relevantes para o solo que revestem, como nos casos de supressão autorizada de árvores. De preferência, a reposição deve ser feita no próprio local do dano ou próximo a ele. No caso de impossibilidade da reposição ou reparação do dano no local, outro tipo de compensação pode ser definido. Em algumas cidades, a aprovação de parcelamento do solo exige também a implantação de projetos de arborização de áreas verdes e/ou ao longo das vias públicas, observadas as normas técnicas específicas.

Plano Diretor de Arborização Urbana

Reúne um conjunto de políticas, normas e diretrizes técnicas a respeito da arborização municipal, possibilitando a tomada de decisão sobre quaisquer aspectos relacionados à vegetação urbana, de ocorrência natural ou implantada. Abrange desde o desenvolvimento de programas de cadastramento, implantação, manejo e monitoramento da arborização viária e de áreas públicas e privadas até programas de educação ambiental, pesquisa, capacitação técnica, cooperação, revisão e aperfeiçoamento da legislação.

Código de Obras e Edificações

Define regras para a construção das edificações dentro dos lotes. Orienta a implantação da arborização das ruas, praças e avenidas.

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ii.3 Convivência entre árvores e redes de distribuição de energia elétrica

ii.3.1 Alternativas técnicas para distribuição de energia elétrica

São alternativas técnicas de engenharia para as redes de distribuição e redes de iluminação pública que facilitam a convivência com a arborização urbana.

O simples contato da árvore com a rede convencional sem cobertura protetora pode provocar distúrbios no sistema, causando interrupção do circuito elétrico. Se o contato for permanente, pode até ocorrer o rompimento do condutor. Alguns tipos de redes de distribuição são descritos a seguir:

• Convencional ou nua: caracterizadas por condutores nus, ou seja, sem proteção, dispostos horizontalmente nos circuitos de média tensão e verticalmente naqueles de baixa tensão.

• Isolada ou multiplexada: rede isolada de média ou baixa tensão constituída por cabos isolados e multiplexados em torno de um cabo mensageiro de sustentação.

• Protegida ou compacta: a rede protegida ou compacta é constituída por um cabo mensageiro de aço que sustenta espaçadores losangulares feitos em polietileno de alta densidade, instalados a cada 8 e 10 metros, que sustentam os três condutores fases cobertos com polietileno de baixa densidade. Essa rede permite o contato eventual de galhos sem que ocorra a interrupção do fornecimento de energia, substituindo a necessidade de podas de maior intensidade por serviços mais simples de retirada de galhos que estejam em contato direto com a rede. Essas redes oferecem maior confiabilidade e qualidade no fornecimento de energia, reduzindo a duração das interrupções. São mais seguras para o público, convivem melhor com o ambiente, custam menos e requerem menor número de intervenções, o que favorece o programa de manutenção.

• Subterrânea: rede semelhante à isolada, porém distribuída sob o solo. Esse tipo de rede evita conflitos com as copas das árvores, mas está sujeito a conflito com raízes. Além disso, seus custos muitas vezes se tornam inviáveis.

Cabe ressaltar que o contato permanente da rede protegida com a árvore pode causar a deterioração do revestimento, tornando a rede desprotegida. Nos casos de rompimento do condutor, a reconstituição dos condutores protegidos é mais complexa e demorada que em redes convencionais, o que acarreta maior tempo de restabelecimento do serviço de distribuição de energia.

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É importante lembrar que intervenções em árvores junto à rede de distribuição de energia elétrica, além dos riscos inerentes à atividade, apresentam os riscos de origem elétrica. É necessário que esses serviços sejam executados por profissionais especializados e seguindo normas e procedimentos adequados.

ii.3.2 Alternativas técnicas para iluminação pública

São soluções que podem garantir uma boa iluminação pública em áreas arborizadas. Incluem a utilização de materiais desenvolvidos especificamente para áreas arborizadas, como o braço longo, até projetos especiais de compatibilização, como a iluminação em segundo nível e postes ornamentais, conforme mostrado na Figura 1:

• Braço longo (1): o braço longo para área arborizada possui uma projeção horizontal cinco vezes maior que o braço tradicional, de forma a manter a luminária fora da copa das árvores.

• Luminária em segundo nível (2): essa instalação utiliza luminárias nos postes da rede de energia abaixo da copa das árvores, para garantir a iluminação aos pedestres.

• Postes ornamentais (3): os postes ornamentais são postes exclusivos de iluminação pública e são instalados com projetos de rede subterrânea.

ii.3.3 Alternativas técnicas de manejo das árvores

Quando a arborização e a instalação da rede elétrica não são planejadas em conjunto, o crescimento da árvore pode ameaçar a integridade e o funcionamento da rede elétrica. Em situações em que a alternativa mais adequada é o manejo da árvore, duas opções são consideradas:

• Podas programadas ou emergenciais, com o propósito de conduzir o crescimento da copa das árvores para fora da rede elétrica, garantindo a eficiência do sistema e a segurança da árvore.

• Remoção das árvores cujas características ou disposição espacial não sejam adequadas ao local. Nesse caso, é recomendável a implantação correta de uma muda adequada de árvore, como reposição.

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FiGURA 1 - ALTERNATiVAS TÉCNiCAS PARA iLUMiNAÇÃO PÚBLiCA

Fonte: CEMIG, 2011

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II.4 Planejamento da arborização

A arborização urbana pode ser dividida em áreas verdes e arborização viária. Para cada uma delas, o planejamento e o manejo devem ser diferenciados.

• As áreas verdes são distribuídas no espaço urbano como parques, praças e jardins. O planejamento para essas áreas exige a elaboração de projetos paisagísticos, de implantação e manejo, muitas vezes específicos para cada unidade.

• A arborização viária é composta pelas árvores plantadas nas calçadas das ruas da cidade e nos canteiros separadores de pistas de avenidas.

Tanto para as áreas verdes quanto para a arborização viária, o plantio de árvores deve ser planejado para evitar, entre outros problemas, a interferência na rede elétrica e demais serviços públicos. Alguns dos aspectos mais importantes a serem considerados na implantação da arborização são listados a seguir:

• aspectos culturais e históricos da localidade;

• necessidades e anseios da comunidade;

• inventário da arborização existente;

• avaliação do sistema de manejo de arborização utilizado;

• inventário dos serviços públicos existentes: redes de distribuição de energia elétrica, iluminação pública, telecomunicações, placas sinalizadoras, redes de água e esgoto.

II.4.1 Inventário da arborização

O inventário da arborização fornecerá informações sobre a distribuição quantitativa e qualitativa da arborização existente e os espaços livres para novos plantios. A partir da análise do sistema de manejo que está sendo empregado, é possível determinar se o manejo utilizado está adequado, além de obter informações necessárias para prever o custo da arborização, o volume e a distribuição do trabalho e dos recursos necessários, as demandas e tecnologias empregadas na manutenção (plantio, poda, supressão, destoca e controle sanitário) e a dimensão do sistema de manutenção (rotina, programas e resposta às solicitações).

Em um inventário, enquanto a avaliação quantitativa visa determinar apenas a composição percentual das árvores existentes, a avaliação qualitativa procura compreender a relação entre as árvores (e suas partes, raízes, tronco e copa) e o local onde estão inseridas, como a compatibilidade entre seu porte e o espaço disponível, as condições sanitárias existentes e a identificação da necessidade de intervenções.

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Fonte: CEMIG, 2011

Quadro 27. Espaço físico disponível para uma árvore

NíVEL CONViVêNCiA

PARTE AÉREACopa em compatibilidade com a altura dos pedestres, veículos, redes de distribuição de serviços de energia, telefonia, telhados e fachadas, placas indicativas, entre outros.

CALçADA OU PASSEIO Localização da árvore em compatibilidade com o mobiliário urbano, bueiros, hidrantes, entradas de garagens, passagem de pedestres, entre outros.

PARTE SUBTERRÂNEA Raízes em compatibilidade com as características físicas e químicas dos solos e com as redes de distribuição de água, esgoto e cabeamentos, entre outros.

O espaço físico disponível para uma árvore deve ser avaliado por completo, em todos os níveis, desde o nível subterrâneo para as raízes até o nível aéreo da copa.

Quadro 26. Parâmetros de avaliação do inventário da arborização

PARÂMETROS

Localização da árvore, coordenadas geográficas e endereço.

Características da árvore, tais como nome vulgar e nome científico, altura total e da primeira bifurcação, diâmetro do tronco e de copa, fenofases (presença e estágio de desenvolvimento das folhas, flores e frutos), condição físico-sanitária, condição do sistema radicular.

Características do local, como área livre ou área disponível para crescimento, afastamento predial ou afastamento frontal, dimensões de calçadas e vias, entre outras.

Informações de manejo: posição da árvore em relação à rede de energia elétrica, compatibilidade da arborização com a iluminação pública, controle sanitário e a necessidade de poda ou remoção da árvore, além de outras intervenções que se fizerem necessárias.

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ii.4.2 Escolha das espécies

A escolha da espécie é de fundamental importância no planejamento da arborização urbana. As espécies devem ser escolhidas de acordo com as características do local, incluindo as condições do solo e do clima, além do espaço físico tridimensional disponível. Inúmeras características da espécie também devem ser consideradas, tais como: desenvolvimento, porte, copa (forma, densidade e hábito), floração, frutificação, raízes, resistência a pragas, doenças e poluição, ausência de princípios tóxicos, adaptabilidade, sobrevivência e desenvolvimento no local de plantio e necessidade de manutenção. A seguir encontra-se uma série de recomendações referentes à composição de espécies a serem utilizadas para a arborização urbana:

• Considerar os elementos de paisagem preexistentes, especialmente os conjuntos arbóreos.

• O plantio de uma única espécie ao longo de uma via ou uma área cria um belo efeito paisagístico e facilita a manutenção. No entanto, a diversidade é importante no planejamento global e diminui os riscos de perda da vegetação por ataque intenso de pragas ou doenças. Portanto, se a área de plantio for expressiva, o ideal é tentar atender a ambos os objetivos, alternando espécies, porém formando conjuntos.

• Em áreas muito expressivas, devem ser previstos maciços de espécies diferentes, mesclando inclusive palmeiras e árvores, distribuídas de forma aleatória, criando efeito de bosque, com efeito paisagístico mais “natural”. Outra proposta interessante é o emprego de “coleções de plantas” de uma mesma família, por exemplo, em um determinado espaço.

• Sempre que possível, privilegiar espécies:

– que produzam copas expressivas, que proporcionarão conforto ambiental às áreas;

– diversificadas, considerando diferentes épocas de floração e frutificação, o que favorecerá a paisagem e a presença da fauna;

– que produzam aromas agradáveis (folhas, madeiras, flores);

– nativas regionais da flora brasileira, adequadas à arborização urbana, pois contribuem para a preservação e conservação do equilíbrio biológico da flora e fauna locais;

– resistentes ao ataque de pragas e doenças, tendo em vista a inadequação do uso de agrotóxicos no meio urbano.

• Atrativas do ponto de vista paisagístico.

• Deve-se evitar o plantio de espécies:

– de baixa resistência;

– de porte excessivamente grande em passeios, sobretudo aquelas suscetíveis à queda, especialmente nos locais onde é intenso o fluxo de veículos e pedestres;

– que perfilham;

– que contenham brotos ou flores alergógenas, frutos e folhas venenosos, frutos grandes ou que manchem, espinhos ou acúleos;

– que tenham perfume muito intenso;

– que possuam folhagens que criem sombreamento excessivo, em locais de pouca incidência de luz solar;

– junto a imóveis com a existência de varandas e sacadas, de modo a permitir o acesso à residência;

– que possam esconder vistas de interesse, considerando eixos de perspectivas.

• Equilibrar o uso de espécies:

– de crescimento lento com outras de crescimento mais rápido, para que os efeitos favoráveis da arborização sejam proporcionados em prazos mais curtos e por períodos mais longos;

– caducifólias e perenes, quando o plantio for expressivo em uma determinada área, sobretudo se muito árida. Considerar a presença de calhas e bueiros no caso das espécies caducifólias especificadas.

• Na proximidade de rede elétrica:

– planejar junto com a concessionária de energia a escolha das espécies e o plantio;

– priorizar espécies de menor porte, ou que apresentem possibilidade de condução da copa e crescimento lento.

Em algumas situações, a população local pode ter uma relação afetiva com alguma espécie de árvore que tenha uma importância referencial, histórica ou sentimental para a localidade.

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ii.4.3 Avaliação e correção do solo

Em geral, os solos de áreas urbanas representam um desafio para a arborização. Alguns dos principais problemas encontrados são solos desestruturados e misturados a entulhos, contaminados com poluentes tóxicos, muito compactados e pobres em nutrientes. Solos férteis contêm a água e os nutrientes necessários ao crescimento e à manutenção da árvore, mas, quando há carência de algum desses elementos necessários à vida, o solo está infértil e deve ser corrigido, quando possível, com a utilização de corretivos e fertilizantes.

Uma das práticas mais comuns de correção de solos é o uso de calcário, cinzas ou cal virgem para a correção de solos ácidos. A acidez do solo promove a disponibilidade de elementos tóxicos para as árvores e reduz a disponibilidade de nutrientes, diminuindo até mesmo a eficiência dos fertilizantes.

Solos inférteis são tratados com fertilizantes ou adubo. Os fertilizantes minerais (sem carbono) apresentam elevadas concentrações de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), cujas concentrações são apresentadas, em percentagem, na fórmula do produto. O adubo orgânico desempenha uma função de condicionamento do solo, melhorando a agregação, aeração e drenagem. Os compostos orgânicos presentes no adubo precisam ser mineralizados para que possam ser absorvidos pelas plantas.

ii.5 Plantio

ii.5.1 Mudas

O plantio deve ser realizado com mudas que tenham sido bem cuidadas e cultivadas em viveiro. O transporte das mudas merece especial atenção. A cova deve ser rasa e larga. A Sociedade Internacional de Arboricultura recomenda que a cova tenha no mínimo três vezes o diâmetro do torrão, mas que seja apenas tão profunda como o torrão. Deve-se encher a cova até cerca de um terço de sua altura e compactar o solo ao redor do torrão. O restante da cova deve ser preenchido com solo, tendo o cuidado de não deixar bolsões de ar, mas sem compactar demais. Ao final, a cova pode receber uma camada de cobertura morta (lascas de madeira, cascas ou outro material orgânico), com o objetivo de manter constante a temperatura do solo, reduzir a perda de umidade e eliminar ervas daninhas. Em locais sujeitos a ventos fortes ou a vandalismo, a muda deve ser estaqueada. Deve-se manter o solo úmido, mas não encharcado.

ii.5.2 Escolha de local

O plantio de árvores em ruas e avenidas deve obedecer a distâncias mínimas dos diferentes equipamentos urbanos, com destaque para:

• No mínimo, quatro metros de distância de postes.

• Um metro de distância da entrada de garagens.

• A dois metros de bueiros e a 60 centímetros de tubulações subterrâneas.

• A dois metros de distância de esquinas.

• No planejamento de plantios em frente a lotes vagos, as mudas devem ser colocadas a quatro metros de distância dos limites, evitando problemas futuros com o acesso à edificação.

II.6 Manejo de arborização

ii.6.1 Remoção de árvores em risco

Quando uma árvore apresenta problemas estruturais que possam levar à queda de partes ou de toda a árvore, ela é considerada uma árvore em risco.

A avaliação de risco deve ser realizada por um profissional treinado, familiarizado com as árvores, o local onde estão plantadas e com os aspectos legais de um eventual acidente. Devem ser considerados os seguintes aspectos: tipo de alvo (pessoa, bem material, rede elétrica); densidade de ocupação e circulação do entorno; características físicas do ambiente (profundidade do solo, proximidade com corpo d’água); características naturais da espécie de árvore; e gravidade dos problemas apresentados (rachaduras, partes podres na madeira, problemas nas raízes).

O tratamento de uma árvore em risco inclui: a remoção do alvo (quando possível); a poda dos galhos defeituosos; a colocação de cabos, reforços e estais; e a manutenção (adubação, irrigação). Quando todos os tratamentos possíveis forem incapazes de resolver o problema, a árvore pode ser removida. Sempre que possível, a árvore cortada deve ser substituída por outra. A supressão de uma árvore pode ser considerada crime ambiental. Para evitar problemas legais, a decisão do corte da árvore deve ser fundamentada por uma avaliação completa e bem documentada. Antes de efetivar o corte, também é necessária a verificação das leis ambientais locais, além da necessidade de autorização.

A remoção de uma árvore é uma tarefa complexa e deve ser realizada por profissionais experientes, utilizando os equipamentos de segurança adequados. A atividade deve estar definida em procedimentos operacionais e de acordo com a legislação e as normas de segurança vigentes.

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ii.6.2 Controle de pragas e doenças

As árvores estão sujeitas a doenças e pragas, que podem resultar em dano parcial ou até na morte da árvore ou de suas partes. As doenças podem ser causadas por agentes infecciosos, transmissíveis de uma planta à outra, como fitoplasmas: vírus, bactérias protozoários, fungos, nematoides e mesmo plantas parasitas. Outros problemas podem ser causados por agentes não infecciosos, como condições ambientais desfavoráveis: temperatura, pH do solo, poluição atmosférica e presença de contaminantes tóxicos.

Sinais e sintomas são utilizados no diagnóstico do agente causador do problema, mas a identificação da origem do estresse pode ser difícil. O problema pode estar associado a uma combinação de fatores tanto ambientais quanto infecciosos.

O tratamento das pragas e doenças pode ser realizado através de métodos químicos, físicos e biológicos. O controle químico utiliza agrotóxicos, sendo de alto custo financeiro ambiental. Uma alternativa ao tratamento químico é o controle biológico, que objetiva controlar a praga limitando a atividade do agente infeccioso ou aumentar a resistência do hospedeiro. O controle físico consiste na retirada mecânica das partes afetadas pelas doenças ou pragas.

ii.6.3 Poda de árvores

A poda é a remoção de partes de uma planta com o objetivo de melhorá-la em algum aspecto de interesse da sociedade. Existem diversos objetivos para a poda, bem como: o estímulo ao crescimento, à floração, à frutificação (ações comuns na fruticultura) ou mesmo a formação de madeira livre de nós, visando aumentar seu valor comercial pela melhoria de sua qualidade (prática rotineira na silvicultura). A poda pode também servir para a eliminação de ramos mortos, doentes ou indesejáveis, seja por sua posição inadequada, seja por características estéticas.

A poda em árvores urbanas é a prática mais comum de manejo. Tem como principal objetivo o desenvolvimento de árvores seguras, com aspecto visual agradável e compatíveis com o local onde estão inseridas. É usada principalmente para a solução de conflitos, tais como a interferência de partes da árvore com a rede elétrica, com a iluminação pública, com a sinalização de trânsito ou mesmo com as fachadas de edificações. Em algumas situações, também é usada nas raízes, devido a danos às redes subterrâneas de serviços.

Os principais tipos de poda são:

1. Poda de formação (ou educação) – objetiva a orientação do crescimento da copa da árvore, através do corte de galhos finos, para obter uma copa bem formada e menos vulnerável a ventos fortes.

2. Poda de manutenção – consiste na eliminação de galhos secos, doentes, apresentando baixo vigor, e daqueles fracamente ligados à árvore. Realizada para evitar acidentes devido à quebra de galhos ou para manter a convivência da copa com os equipamentos urbanos instalados no seu entorno.

3. Poda de redução – visa reduzir o tamanho da árvore, mas mantém sua forma e integridade estrutural. Frequentemente utilizada para desobstrução de redes de energia elétrica.

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4. Poda direcional para desobstrução de redes elétricas: corte de galhos indesejáveis junto a ramos laterais ou ramos de origem que crescem em direção aos equipamentos ou instalações. A poda direcional busca manter o máximo possível de gemas apicais, acarretando menor brotação de gemas laterais.

5. Poda de destopo – Poda inapropriada e não recomendada, realizada para reduzir o tamanho de uma árvore. Os galhos são reduzidos a brotos, tocos, entrenós ou laterais, não suficientemente grandes para assumir dominância apical. Pode pôr em risco a estabilidade total ou parcial da árvore.

6. Seção de raízes – realizada quando o crescimento das raízes coloca em risco redes de abastecimento de água, drenagem pluvial, calçadas ou cisternas. A raiz tem capacidade de regeneração bem mais limitada do que a copa de uma árvore e, por isso, sua seção deve ser evitada sempre que possível. A maneira mais eficiente de evitar problemas com as raízes de uma árvore é a adequação de um espaço para o seu desenvolvimento. Como o solo é o principal modelador da arquitetura das raízes, o plantio de árvores em solos compactados é a principal causa da acomodação superficial das raízes. O corte de raízes deve ser criterioso, pois pode levar a diminuição da estabilidade da árvore, diminuição da absorção de água, diminuição da absorção de sais minerais e criação de uma área de contaminação.

A maioria das espécies de árvores possui mecanismos para reagir à perda de galhos, como proteção contra a ação de organismos degradadores ou causadores de doenças. Tais reações fisiológicas ocorrem nas células do tronco e da base do galho e criam barreiras para impedir o avanço de organismos, como fungos e bactérias, no momento da perda do galho. Esse processo de proteção recebe o nome de compartimentalização da lesão e, mesmo não sendo igual para todas as espécies, segue um modelo básico constituído de quatro etapas:

Reação 1 – Produção de compostos químicos pelas células próximas à base do galho que dificultam a dispersão de organismos contaminantes para o interior do tronco, quando da queda do galho.

Reação 2 – Obstrução efetiva de vasos que dão acesso ao interior do tronco, através da deposição de resinas, gomas ou cristais.

Reação 3 – Aumento da atividade metabólica junto ao ponto da queda do galho, para dar início ao processo de cicatrização do ferimento.

Reação 4 – Recobrimento da lesão com a multiplicação de novas células e consequente isolamento do interior do tronco em relação ao ambiente externo.

Podas mal realizadas, de alta intensidade e constantemente repetidas podem levar a danos e até mesmo à morte da árvore. Além do risco para a planta, podas drásticas ou realizadas sem considerar as técnicas apropriadas podem levar a acidentes provocados pela queda de galhos ou mesmo da árvore inteira. Alguns dos erros mais comuns em podas estão descritos a seguir:

• Tocos residuais ou cabides – corte realizado muito afastado do tronco, impossibilitando o processo de cicatrização da ferida.

• Desproporção entre diâmetros de galhos – poda realizada tardiamente, em galhos de grandes diâmetros.

• Lesões – causadas pela ferramenta de poda, na crista ou no colar do galho a ser podado ou em galhos próximos.

• Lascas – quebra do galho antes da conclusão do corte.

ii.7 Segurança nos procedimentos de intervenções em árvores

A poda e a remoção de árvores devem ser realizadas por profissionais especializados e com a utilização de ferramentas e equipamentos apropriados e em boas condições de uso.

A Eletrobras definiu um Procedimento Operacional Padrão para atividades de PODA DE ÁRVORES EM REDE ENERGIZADA e outro para PODA DE ÁRVORES EM REDE DESENERGIZADA (EDACRE, 2014), que devem ser seguidos por todas as Empresas de Distribuição da Eletrobras (EDEs). As principais orientações dos Procedimentos Operacionais estão descritas a seguir.

Desse modo, antes do início das atividades, é importante verificar a condição de operação dos equipamentos e das ferramentas, além de uma análise preliminar do procedimento a ser realizado.

Atividades de manejo da arborização em áreas centrais da cidade, áreas hospitalares e distritos industriais devem ter um planejamento específico. Nesses locais, geralmente é necessária a realização de manobras na rede elétrica, que devem ser feitas em dias de pouco movimento. Deve-se providenciar comunicação à autoridade competente para promover controle sobre o trânsito de veículos, sinalização de desvios ou, se necessário, interdição de ruas. A comunidade deve ser avisada com antecedência.

A poda não deve ser realizada quando a árvore estiver com botões florais ou flores ou se houver ninhos de pássaros. Caso seja imprescindível, deve-se cortar somente o necessário para solucionar o problema e programar o retorno ao local.

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Quadro 28. Principais normas reguladoras para a segurança das atividades de manejo da arborização

NORMA

Norma Brasileira NBR 5434 Redes de Distribuição Aérea Urbana de Energia Elétrica

Norma Regulamentadora nº 6

Equipamento de Proteção Individual – Ministério do Trabalho e Emprego

Norma Regulamentadora nº 10

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – Ministério do Trabalho e Emprego

Norma Regulamentadora nº 18

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – Ministério do Trabalho e Emprego

ii.7.1 Normas reguladoras para segurança

As intervenções devem obedecer às normas reguladoras para segurança aplicáveis à segurança das atividades de manejo da arborização (Quadro 28).

As demais normas e procedimentos não listados acima e necessários para a execução da tarefa deverão ser pesquisados e utilizados.

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ii.7.2 Equipamentos de segurança

Em todas as intervenções em instalações elétricas, energizadas ou não, dentro dos limites estabelecidos como zonas controladas e de risco, devem ser adotadas medidas preventivas de controle do risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho, conforme disposto na Norma Regulatória nº 10 – Segurança em Instalações e Serviços com Eletricidade (NR 10).

A eletricidade constitui um agente de alto potencial de risco às pessoas, mesmo em baixas tensões, pois o choque elétrico pode ocasionar quedas, queimaduras e outras consequências. Além disso, devido à possibilidade de ocorrência de curtos-circuitos ou mau funcionamento do sistema elétrico, podem provocar incêndios e explosões.

O fato de o circuito elétrico estar desenergizado não elimina por completo o risco, nem permite que se deixe de adotar medidas necessárias de controle, coletivas e individuais. Isso porque a energização acidental pode ocorrer a qualquer momento, devido a:

• Erros de manobra;

• Contato acidental com outros circuitos energizados;

• Tensões induzidas por linhas adjacentes ou que cruzam a rede;

• Descargas atmosféricas;

• Fontes de alimentação de terceiros, tais como geradores particulares.

As intervenções na arborização precisam ser realizadas com muito cuidado e atenção. Os trabalhadores necessitam ser treinados. O uso de equipamentos de segurança individuais (EPIs) e coletivos (EPCs) é indispensável e obrigatório.

Equipamentos de Proteção Individual

• Vestimenta especial para classe de risco 2 (vestimenta retardante à chama);

• Capacete de segurança classe B com jugular e viseira;

• Óculos de segurança com proteção lateral;

• Luvas de couro (luvas de raspa ou de vaqueta);

• Luva isolada de borracha adequada ao nível de tensão;

• Luva de cobertura para luva de borracha;

• Manga isolada de borracha adequada ao nível de tensão;

• Cinturão de segurança tipo paraquedista;

• Talabarte de posicionamento ajustável;

• Trava-queda;

• Sapato ou botina de segurança para áreas com influência de eletricidade;

• Capa de proteção contra chuva;

• Abafador de ruído;

• Calça para motosserrista;

• Conjunto para apicultor.

Equipamentos de Proteção Coletiva

• Cones de sinalização com altura de 75 cm;

• Fita/corrente de sinalização para delimitação de área;

• Bandeirolas;

• Escada extensível (fibra ou madeira) com bandeirola;

• Dispositivos de ancoragem (agulhão, gancho, fita para escada extensível e dispositivo para fixação na cabeça do porte);

• Cabeçote universal ¡V adaptador;

• Fita de ancoragem 1.200 mm para extensão da linha de vida;

• Fita de ancoragem 1.500 mm para extensão da linha de vida;

• Freio antipânico ABS para resgate;

• Corda para linha de vida;

• Mosquetão em aço com dupla trava;

• Vara telescópica com sacola de acondicionamento;

• DAQC – Dispositivo Antiqueda de Cartucho;

• DAC – Dispositivo de Abertura com Carga;

• Sacola para acondicionar o kit para trabalho em altura;

• Detector de tensão de 1kV a 138kV (AT);

• Sacola/balde de lona;

• Corda de serviço com ou sem carretilha;

• Aterramento em curto-circuito de BT.

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Ferramentas e demais itens necessários

• Estojo de primeiros socorros;

• Rádio de comunicação;

• Farol de emergência;

• Lanterna;

• Alicate universal;

• Chave de fenda;

• Chave de regulagem ”12”;

• Formulário APR – Análise Preliminar de Risco;

• Escada: usada para acesso à copa da árvore. Pode ser de madeira, fibra de vidro ou alumínio (esta última não deve ser usada junto às redes de distribuição de eletricidade). As escadas de melhor manuseio são as de dois corpos, com comprimento total de 6 a 9 m, quando totalmente estendidas. Para atender às normas de segurança, devem ter apoios no solo antiderrapantes, com base larga, apoio na árvore antideslizante ou único, flexível e com sistema de fixação ao tronco;

• Escada veicular (opcional);

• Corda: indispensável em qualquer operação na copa da árvore. É utilizada na movimentação de ferramentas entre o operador e o solo. Para segurança do operador, é presa ao cinto de segurança e passada sobre um galho em ponto superior para sustentá-lo em locais de difícil apoio. Na segurança da operação, é amarrada ao galho a ser cortado e passada por cima de outro galho mais alto, forte, para o controle da descida do galho. No corte de árvores, é usada para auxiliar o tombamento direcionado. O diâmetro das cordas deve ser de 1 a 1,5 cm para as cordas de segurança, e de 0,5 cm para as cordas de içamento de ferramentas;

• Andaime: utilizado em situações peculiares de manutenção ou no desmonte de uma árvore que não permita a queda livre de galhos. Permite um trabalho seguro, tanto para o operador quanto para os demais participantes da equipe;

• Plataforma elevatória ou cesto: possibilita o trabalho, principalmente na periferia da copa, a grandes alturas, inacessíveis a partir do interior da copa. Podem ser montadas sobre caminhões ou reboques. A plataforma montada em braços articulados ou telescópicos de acionamento hidráulico atinge alturas de até 30 m.

• Grua: destinada a segurar o galho durante a operação de corte e seu abaixamento posterior ao solo. Na operação com grua, deve-se estimar o centro de gravidade de um galho antes do corte, para que não ocorra movimentação brusca em direção desconhecida;

• Motopoda (opcional);

• Motosserra com dispositivos de segurança (motosserra): equipamento desenvolvido para cortes com apoio no solo e adaptado para poda de árvores urbanas. Usado para cortes de galhos maiores, o equipamento deve ser sustentado por uma corda auxiliar específica. É imprescindível um curso de capacitação e licença para uso de motosserras;

• Podador Manual com dupla roldana, cabo ajustável até 6 m;

• Serrotes para poda;

• Vassoura de piaçava ou similar;

• Tesouras de poda: usadas para cortar galhos finos, de até 1,5 cm de diâmetro;

• Tesourão de poda (ou podão): tesoura de poda montada sobre hastes de comprimentos variáveis, acionada através de um cordel. Usada para cortar galhos mais altos, de até 2,5 cm de diâmetro;

• Facão.

• Foice e machado: ferramentas de impacto utilizadas somente para diminuir o volume de galhos já cortados. Não devem ser utilizadas no corte de galhos.

Os demais materiais, ferramentas, EPIs e EPCs não listados acima e necessários para a execução da tarefa deverão ser relacionados e utilizados de acordo com a análise de risco no local.

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1. Quando houver possibilidade de contato entre galhos, ferramentas, pessoas ou ramos da árvore e os equipamentos da rede elétrica, a poda deve ser executada apenas por profissionais especializados.

2. A escada deverá ser posicionada e amarrada em local firme, além de ser segurada por um componente da equipe. O cinto de segurança deve ser apoiado em galho com maior resistência mecânica, de maior diâmetro e com localização mais centralizada na copa da árvore.

3. Para árvores de maior porte, próximas à rede elétrica ou com problemas no tronco, galhos secos e/ou mortos, utilizar caminhão com cesto aéreo.

4. Utilizar as ferramentas adequadas para cada tipo de corte.

ii.7.4 Recomendações na execução

5. Os galhos pesados devem ser cortados em pedaços e os mais leves podem descer inteiros, porém sempre usar cordas para baixá-los até o solo.

6. A parte da equipe que permanece no chão não deve ficar na área de queda dos galhos.

7. As tarefas de cada membro da equipe devem ser coordenadas, para que um não comprometa ou coloque em risco a atividade do outro.

8. Terminada a poda, deve-se varrer o chão e recolher folhas e gravetos, de forma a deixar o local limpo.

9. Os resíduos da poda devem ser adequadamente coletados e destinados de acordo com as orientações do Manual de Gestão de Resíduos Sólidos.

1. Isolar a área sob a copa, evitando a passagem de pedestres, animais ou veículos. Nessa operação, devem ser utilizados cones de sinalização, cavaletes, cordas, fitas plásticas em cores chamativas e placas de sinalização.

2. Observar as condições físicas da árvore, avaliar o risco de queda e observar o estado do tronco, como a existência de ocos, galhos secos, rachaduras ou podridão.

3. Verificar a existência de elementos estranhos que possam oferecer riscos aos podadores, tais como: marimbondos, abelhas, formigas ou lagartas. Caso existam, providenciar sua retirada antes do início da intervenção.

4. Verificar a existência de redes aéreas de serviços, pois, mesmo que não sejam cabos condutores de energia elétrica, podem estar energizados. Observar os procedimentos regulamentares da Norma Regulatória nº 10, Portaria nº 598, de 07/12/04, relacionados à segurança, saúde e condições gerais.

5. Escolher equipamento e ferramental adequados à intervenção a ser realizada.

ii.7.3 Procedimentos preliminares

FiGURA 3 – PROCEDiMENTOS PARA PODA DE GALHOS COM DiÂMETRO SUPERiOR A 5 CM

1. Corte inferior: para evitar danos ao colar, na quebra.

2. Corte superior: mais afastado do tronco, para eliminação do galho.

3. Acabamento: corte junto ao colar e à crista da casca.

Fonte: CEMIG, 2011

155

ii.8 Técnicas de poda

Para descrever as técnicas de poda, é importante definir os elementos da base do galho:

1. Crista de casca: representada pelo acúmulo de casca na parte superior do galho, na inserção com o tronco.

2. Colar: porção inferior do galho, também localizado na inserção com o tronco.

3. Fossa basal: depressão que surge no tronco abaixo da base dos galhos que já não contribuem mais para o crescimento da árvore.

A poda deve ser efetuada de acordo com os estados anatômico e fisiológico do galho. Galhos com diâmetros menores devem ser cortados no limite entre o colar e o galho, sem lesionar a crista e o colar. Esses cortes normalmente são oblíquos em relação à superfície do tronco. Sempre que o ângulo de inserção permitir, os galhos pesados, com diâmetro acima de 5 cm, exigem o corte em três etapas: corte inferior, corte superior e acabamento.

FiGURA 2 – ELEMENTOS DA BASE DO GALHO

ii.9 Gestão de resíduos

O manejo da arborização gera uma grande quantidade de resíduos vegetais. O gerenciamento desses resíduos deve estar de acordo com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Com foco no desenvolvimento sustentável, o plano de gestão dos resíduos do manejo da arborização deve considerar três linhas de ação:

1. Redução da geração de resíduo, por meio da:

• Definição de critérios de poda e remoção mais adequados.

• Capacitação da mão de obra para executar essas atividades.

• Escolha das espécies adequadas, das condições do plantio e da condução do crescimento.

• Educação da população sobre a importância da arborização urbana.

2. Valorização ou aproveitamento dos resíduos: através da separação do material para diferentes destinações, obtendo o máximo de retorno econômico, social e ambiental, segundo as etapas:

• Conhecer o material para a tomada de decisão mais adequada.

• Caracterizar e quantificar o volume por classe de diâmetro.

• Determinar parâmetros como densidade, teor de umidade, cor, quantidade de carbono fixo, cinzas, etc.

• Indicar os resíduos a serem desdobrados em tábuas ou transformados em pequenos objetos de madeira, móveis, equipamentos urbanos e esquadrias para serem usados em habitação popular.

• Indicar os resíduos com potencial energético para uso, como lenha, carvão, briquete ou pallets.

• Indicar os resíduos com a possibilidade de produzir composto orgânico, entre outras formas de valorização.

3. Disposição final dos resíduos e rejeitos:

• Descartar de forma adequada, em local apropriado, com segurança, sem risco de incêndio.

• Construir ou aprimorar e manter aterros sanitários ou áreas próprias controladas.

• Estabelecer parcerias entre os municípios, através de consórcios, em que o material de uma determinada localidade pode, por exemplo, ser transferido para outro município que já aproveite esse resíduo e vice-versa.

• Utilizar a compostagem aliada à reciclagem, para gerar um bom volume de material orgânico homogêneo e relativamente estável, útil ao paisagismo urbano.

• Utilizar a vermicompostagem – resultado do enriquecimento do adubo através da ação de minhocas, aplicado no solo para aumentar a fertilidade, condicionar as características físicas, conservar a umidade, melhorar a aeração, recompor as micros fauna e flora, trazendo equilíbrio vital. Usada principalmente como componente de substrato para produção de mudas de espécies ornamentais e para a arborização urbana.

• Utilizar o resíduo de poda como cobertura morta – trata-se de uma prática fácil e muito útil, que traz inúmeros benefícios ao solo. O resíduo necessita ser reduzido a dimensões adequadas para essa finalidade, com o uso de trituradores.

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REFERêNCiAS BiBLiOGRáFiCAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Disponível em:<file:///C:/Users/Luciana/Downloads/constituicao_federal_35ed.pdf>

CEMIG. Manual de arborização. Belo Horizonte: Cemig / Fundação Biodiversitas, 2011. 112 p.

EDP. Guia de Arborização Viária e Áreas Verdes Públicas, 2011. http://www.escelsa.com.br/energia/empresa/sustentabilidade/guia_de_arborizacao/pdf/EDP_Guia_Arborismo_Site.pdf>. Acesso em 30/04/2014.

EDACRE. Procedimento operacional: PODA DE ÁRVORES COM REDE DESENERGIZADA (DO-OP-01/POP-017). Versão 1, de 15/04/2014.

EDACRE. Procedimento operacional: PODA DE ÁRVORES COM REDE ENERGIZADA (DO-OP-01/POP-018). Versão 1, de 15/04/2014.

COPEL. MANUAL DE INSTRUçÕES TÉCNICAS: Procedimentos de Poda de Árvores, 2009.

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Institui o novo Código Florestal. Disponível em:<https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6803.htm>. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 05 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao.htm>. Acesso em 15 de janeiro de 2014.

BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 – Crimes e infrações administrativas contra o meio ambiente. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm. Acesso em 18 de janeiro de 2014.

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ANExO iii – SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO

As especificações constantes deste anexo se aplicam à supressão de vegetação em geral, e as particularidades para cada área são individualizadas em itens específicos do corpo de documento.

iii.1 introdução

A supressão de vegetação é inevitável em várias etapas da construção e da manutenção de subestações e linhas de transmissão, como: abertura das vias de acesso, implantação da faixa de servidão, áreas de montagem e de instalação de torres, postes, estruturas, praças de lançamento de cabos e áreas destinadas à instalação das subestações, dos canteiros de obras e acampamentos.

Os impactos da supressão vegetal incluem o comprometimento da biodiversidade, a perda e a fragmentação de áreas de vegetação florestal nativa. A retirada da vegetação também pode acelerar processos erosivos, alterando a estabilidade das encostas e contribuindo para o assoreamento de corpos d’água.

Devido à gravidade dos impactos decorrentes dessa atividade, a supressão de vegetação deve ser evitada ao máximo, mesmo em áreas sem restrições legais.

As áreas citadas a seguir apresentam restrição parcial ou total à supressão vegetal:

• Unidades de Conservação de proteção integral (UCs de uso indireto);

• Áreas de Preservação Permanente (APPs);

• Locais onde há presença de vegetação primária

ou em estágios médio e avançado de regeneração em matas secundárias, ou que sejam habitats de espécies endêmicas, ameaçadas de extinção ou de grande valor ecológico.

Essas áreas devem ser descartadas para a implantação dos sistemas de distribuição, não somente devido aos aspectos ambientais, mas também devido às maiores dificuldades enfrentadas para obtenção de autorização pelos órgãos ambientais licenciadores.

iii.2 Aspectos legais

É importante definir quais são os órgãos ambientais (federais, estaduais e municipais) licenciadores para a região do empreendimento e quais são as suas competências.

Os procedimentos de supressão devem obedecer à legislação ambiental vigente, ao Código Florestal Brasileiro, às resoluções do CONAMA e às legislações federais e estaduais específicas. A supressão vegetal deve ser previamente licenciada e autorizada pelo órgão ambiental. As principais leis federais relacionadas à supressão vegetal encontram-se no Quadro 29.

Cumprindo a legislação federal e regional vigente e de acordo com o tipo, porte e local do empreendimento, o órgão ambiental pode exigir diferentes autorizações e licenças, como Autorização para Supressão de Vegetação (ASV), Relatório Ambiental Simplificado (RAS) e Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA/RIMA). O órgão ambiental também pode exigir o uma compensação pelo corte da vegetação.

O Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.727/2012) define as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de energia

158

como sendo de utilidade pública. A mesma lei determina que nas hipóteses de utilidade pública, é permitida a supressão de vegetação nativa protetora de nascentes, dunas e restingas ou em Área de Preservação.

O Código Florestal também não exige Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de concessão, permissão ou autorização para exploração de potencial de energia hidráulica, nas quais funcionem empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de energia elétrica.

A Portaria nº 421, de 26 de outubro de 2011, permite o licenciamento ambiental simplificado para sistemas de transmissão de energia elétrica que forem classificados como de pequeno potencial de impacto ambiental. No entanto, para que o empreendimento seja considerado como de pequeno potencial de impacto ambiental, existem requisitos que devem ser obedecidos. Entre os limites definidos a serem observados, está o percentual de supressão de vegetação nativa arbórea na área total da faixa de servidão. Caso a supressão vegetal ultrapasse 60% da faixa de servidão, o empreendimento é automaticamente considerado de significativo impacto ambiental e não contará com o benefício do licenciamento simplificado.

Também é exigido EIA/RIMA se a área de implantação de subestações ou de faixas de servidão afetar unidades de conservação de proteção integral ou promover intervenção física em cavidades naturais subterrâneas pela implantação de estruturas ou subestações.

Serão consideradas de pequeno potencial de impacto ambiental as linhas de transmissão implantadas ao longo da faixa de domínio de rodovias, as ferrovias, as linhas de transmissão e outros empreendimentos lineares preexistentes, ainda que situadas em Terras Indígenas, em territórios Quilombolas ou em unidades de conservação de uso sustentável.

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Quadro 29. Principais leis federais relacionadas à supressão vegetal

LEi FEDERAL PRiNCiPAiS DETERMiNAÇÕES

Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.727/2012)

Determina que as florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Nas áreas urbanas, dá competência aos municípios para a fiscalização e promove a descentralização administrativa. As limitações previstas nesse código aplicam-se tanto a áreas rurais quanto a áreas urbanas.

Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)

Dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições severas e incorpora métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida com a sociedade. Define destruição, dano, lesão ou maus-tratos às plantas de ornamentação (arborização viária e de áreas verdes públicas) como crime, passível de punição.

Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 Estabelece medidas para proteção das florestas estabelecidas nas nascentes dos rios e dá outras providências.

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.

Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica e dá outras providências.

Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008 Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006.

Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Resolução CONAMA.

RESOLUçãO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental.

RESOLUçãO CONAMA nº 4, de 31 de março de 1993 Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para atividades, obras, planos e projetos a serem instalados nas áreas de restinga.

RESOLUçãO CONAMA nº 29, de 7 de dezembro de 1994Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.

RESOLUçãO CONAMA nº 9, de 24 de outubro de 1996 Define “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de trânsito para a fauna.

RESOLUçãO CONAMA nº 237, de 19 dezembro de 1997 Dispõe sobre a regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente.

RESOLUçãO CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

RESOLUçãO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de preservação permanente.

RESOLUçãO CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006 Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

RESOLUçãO CONAMA nº 378, de 19 de outubro de 2006 Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências.

Lei n° 6.938/81 Política Nacional de Meio Ambiente.

Lei n° 9.605/98 Lei da Natureza (Lei dos Crimes Ambientais).

Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 Regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.

Decreto nº 6.514/08 Infrações e Crimes Ambientais.

Lei nº 12.305/2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Lei nº 10.257/01 Estatuto da Cidade.

Portaria Interministerial 419, de 26 de outubro de 2011 Regulamenta a atuação dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos no licenciamento ambiental, de que trata o art. 14 da Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007.

ANEXOS da Portaria Interministerial 419/2011 – ANEXO II Distâncias mínimas a serem respeitadas pelos empreendimentos em relação a Terras Indígenas e Quilombolas.

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LEi FEDERAL PRiNCiPAiS DETERMiNAÇÕES

Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.727/2012)

Determina que as florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Nas áreas urbanas, dá competência aos municípios para a fiscalização e promove a descentralização administrativa. As limitações previstas nesse código aplicam-se tanto a áreas rurais quanto a áreas urbanas.

Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)

Dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições severas e incorpora métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida com a sociedade. Define destruição, dano, lesão ou maus-tratos às plantas de ornamentação (arborização viária e de áreas verdes públicas) como crime, passível de punição.

Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989 Estabelece medidas para proteção das florestas estabelecidas nas nascentes dos rios e dá outras providências.

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.

Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006 Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica e dá outras providências.

Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008 Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006.

Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002 Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Resolução CONAMA.

RESOLUçãO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental.

RESOLUçãO CONAMA nº 4, de 31 de março de 1993 Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para atividades, obras, planos e projetos a serem instalados nas áreas de restinga.

RESOLUçãO CONAMA nº 29, de 7 de dezembro de 1994Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.

RESOLUçãO CONAMA nº 9, de 24 de outubro de 1996 Define “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de trânsito para a fauna.

RESOLUçãO CONAMA nº 237, de 19 dezembro de 1997 Dispõe sobre a regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente.

RESOLUçãO CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

RESOLUçãO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002 Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de preservação permanente.

RESOLUçãO CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006 Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

RESOLUçãO CONAMA nº 378, de 19 de outubro de 2006 Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências.

Lei n° 6.938/81 Política Nacional de Meio Ambiente.

Lei n° 9.605/98 Lei da Natureza (Lei dos Crimes Ambientais).

Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 Regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.

Decreto nº 6.514/08 Infrações e Crimes Ambientais.

Lei nº 12.305/2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Lei nº 10.257/01 Estatuto da Cidade.

Portaria Interministerial 419, de 26 de outubro de 2011 Regulamenta a atuação dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos no licenciamento ambiental, de que trata o art. 14 da Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007.

ANEXOS da Portaria Interministerial 419/2011 – ANEXO II Distâncias mínimas a serem respeitadas pelos empreendimentos em relação a Terras Indígenas e Quilombolas.

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Cabe ressaltar que, para o bioma Mata Atlântica, segundo a Lei nº 11.428/06, nas hipóteses em que a supressão de vegetação superar 3 ha em área urbana ou região metropolitana e 50 ha nas demais áreas, é imprescindível a participação do órgão federal, para fins de anuência prévia, em relação à supressão autorizada pelo órgão estadual ordinariamente responsável pela autorização.

Nas supressões em áreas urbanas de vegetação secundária em estágio médio de regeneração, autorizadas pelo ente municipal (artigo 19, §2°, da Lei n° 11.428/06), ainda que acima dos 3 ha previstos no Decreto n° 6.660/08, não se faz necessária a anuência prévia do ente federal, bastando a concomitante participação do órgão estadual.

iii.3. DEFiNiÇÕES

Amazônia Legal: abrange os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas ao norte do paralelo 13° S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44° W, do Estado do Maranhão.

Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art. 12, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.

Uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucessoras por

outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana.

Corte raso: técnica de desmatamento caracterizada pela supressão total da cobertura vegetal existente.

Corte seletivo: técnica de desmatamento caracterizada pela retirada localizada de indivíduos arbustivos e/ou arbóreos.

Desdobro ou traçamento da madeira: corte subsequente à derrubada das árvores, em dimensões apropriadas ao uso da madeira, podendo ser esta desdobrada para lenha, estacas, mourões, postes ou toras para serraria.

Desmatamento: supressão parcial ou total da cobertura vegetal de uma determinada área.

Destoca Manual de capim: supressão por completo de cepas de espécies de capim com a utilização de enxadão.

Erradicação de bambu: supressão total e definitiva de espécies de bambu, podendo ser Manual (destoca), mecânica (gradeamento) ou química (aplicação de defensivos agrícolas), esta última sujeita a autorização e controle específicos.

Faixa de desmatamento: porção de área de largura variável onde é permitida a supressão total (corte raso) ou parcial (corte seletivo ou poda arbórea) da vegetação, necessária para a passagem de cabos (piloto e condutor) e operação de uma Linha de Transmissão.

Faixa de servidão: porção de área de largura variável, com ou sem vegetação, definida a partir das características da Linha de Transmissão, visando garantir a operação, inspeção e manutenção adequada da Linha de Transmissão.

Poda de árvores: retirada parcial da porção aérea dos vegetais.

162

Rebaixamento de galhos ou desgalhamento: corte e retirada em pequenos pedaços dos galhos não comerciais das copas das árvores derrubadas, distribuindo o material foliar no ambiente, preferencialmente ao longo das faixas, com o objetivo de facilitar a decomposição e não entulhar as faixas, facilitando a posterior recuperação da vegetação.

Roçada Manual seletiva: supressão parcial da vegetação, de acordo com as características locais, levando-se em consideração principalmente o seu porte (altura) e densidade (massa vegetal). A vegetação suprimida é geralmente do porte arbustivo ou arbóreo e em estágio inicial de regeneração natural, e essa atividade deve ser feita rente ao chão, com utilização de ferramentas Manuais (foice, facão).

Roçada Manual total: corte total da vegetação herbácea, arbustiva ou em regeneração natural, rente ao chão, com a utilização de ferramentas Manuais (foice, facão).

iii. 4 Critérios para corte da vegetação

iii.4.1 Orientações gerais

• O corte de vegetação natural existente deve ser evitado ao máximo, limitando-se ao mínimo necessário.

• Toda atividade de supressão vegetal deve ser previamente autorizada pelo órgão ambiental competente.

• Árvores de grande porte, frutíferas, que sirvam de sombreiro ou tenham valor paisagístico devem ser preservadas sempre que possível, desde que não ofereçam riscos à segurança, pelo estado de sua degradação ou do solo.

• A vegetação rasteira deve ser preservada, minimizando a erosão do solo.

• Nas áreas destinadas a depósitos ao tempo, deve ser mantida a vegetação rasteira, retirando-se apenas os arbustos.

• O material lenhoso resultante deve ser removido e acumulado em local que não apresente risco em caso de incêndio.

• Todo o material lenhoso cortado deve ser desdobrado de acordo com as características das árvores derrubadas. A galhada fina deve ser repicada no menor tamanho possível.

• Em todos os casos em que seja necessário o destocamento, as atividades associadas devem garantir a preservação ou a imediata recuperação da estabilidade e resistência do solo à erosão.

• Independentemente do tipo de vegetação encontrada, deve-se evitar o desmatamento em solos facilmente erodíveis, como áreas com predominância de areias quartzosas.

• Os riscos de erosão são menores em locais com latossolos, sobretudo os argilosos. Nessas áreas, as restrições ao corte de vegetação, aditivas em relação àquelas ditadas pelo critério de tipologia vegetal, seriam menores.

• Sempre que possível, deve ser realizada a coleta de sementes e o resgate de epífitas a fim de preservar as espécies que sofrem intervenção. Essa prática pode garantir insumos necessários à compensação ambiental por replantio.

• O desmatamento através do uso de correntes ou lâminas de tratores é expressamente proibido. Não será admitido o uso de fogo em qualquer fase dos trabalhos.

• Deve ser proibido o uso de herbicidas, desfolhantes ou de quaisquer tipos de produtos químicos, independentemente do seu grau de toxidade, para desmatamento ou qualquer outra finalidade nas faixas de segurança e estradas de acesso das redes de distribuição ou linhas de transmissão.

163

Orientações para o Corte Raso

O corte raso deve ser evitado ao máximo, mesmo em áreas sem restrição de desmatamento.

O corte raso deve ser limitado à área da faixa de desmatamento estabelecida e utilizando-se de técnicas adequadas à tipologia vegetal em questão.

Orientações para o Corte Seletivo

O corte seletivo deve ser precedido pela escolha das árvores a serem cortadas. Essa seleção deve ser realizada por um profissional treinado e experiente.

As árvores a serem removidas (ou as que devem permanecer) devem ser marcadas através de tinta adequada, bandeiras ou outro método não destrutivo.

Durante o corte e remoção de cada árvore, devem ser tomados os devidos cuidados e utilizadas técnicas apropriadas, com motosserra, para que a derrubada da árvore não cause danos desnecessários à vegetação remanescente nem ao ecossistema local.

Quando tratar-se de corte seletivo de vegetação em estágio inicial de regeneração, com corte das rebrotas e das espécies arbustivas ou herbáceas, não haverá necessidade de se fazer a retirada do material lenhoso da área, bastando o rebaixamento da galhada no local.

Capim

A erradicação do capim deve ser feita Manualmente e essa operação dar-se-á somente nas áreas de forte restrição ou restrição total.

O capim deve ser destocado com ferramentas apropriadas, enxadão ou enxada, suas raízes devem ser expostas e ter o torrão desfeito e, se possível, retirado do local. Caso não seja viável a remoção desse material vegetal, o mesmo deve ser espalhado pela área, principalmente em locais degradados, como estradas e base das torres.

Bambu

O bambu é vegetação extremamente agressiva e potencialmente causadora de riscos à segurança da Linha de Distribuição, devendo ser dada especial atenção a seu controle e erradicação.

A técnica a ser utilizada para erradicação deve ser selecionada dentre as seguintes:

• corte mecanizado, com motosserra, das cepas, rente ao chão;

• idem, seguido da destoca Manual;

• idem, seguido da destoca mecanizada (gradagem pesada);

• idem, seguido da aplicação de defensivos agrícolas na rebrota, desde que devidamente autorizados e controlados.

iii.5 Gestão de resíduos

A gestão dos resíduos resultantes da supressão vegetal deve obedecer às orientações presentes no Manual de Gestão de Resíduos Sólidos.

É necessário verificar a legislação, normas e práticas locais referentes à gestão de resíduos sólidos.

O material lenhoso cortado deve ser desdobrado e deixado onde a árvore caiu ou retirado para local que não apresente risco em caso de incêndio. A galhada fina deve ser repicada no menor tamanho possível e, preferencialmente, removida para outro local.

Sempre que possível, deve-se favorecer o aproveitamento do material lenhoso resultante do corte da vegetação.

O transporte da madeira para fora da área de corte depende de uma autorização no IBAMA (ATPR).

iii.6 Segurança nos procedimentos de corte de vegetação

Os trabalhadores envolvidos nas atividades de supressão e poda devem receber treinamento em segurança e em técnicas de corte de árvores.

As atividades que envolvem o uso de motosserras devem ser executadas de acordo com as recomendações técnicas operacionais e de segurança do trabalho e do Anexo V da NR-12. Os operadores de motosserras devem possuir registro e licença junto ao IBAMA (Lei Federal nº 9.605/1998 – Decreto nº 3.179/1999).

Atendidas as peculiaridades dessa atividade profissional, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os seguintes Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), de acordo com a NR-6.

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Equipamentos de Proteção Individual

• Vestimenta especial para classe de risco 2 (vestimenta retardante à chama);

• Capacete de segurança classe B com jugular e viseira;

• Óculos de segurança com proteção lateral;

• Luvas de couro (luvas de raspa ou de vaqueta);

• Luva isolada de borracha adequada ao nível de tensão;

• Luva de cobertura para luva de borracha;

• Manga isolada de borracha adequada ao nível de tensão;

• Cinturão de segurança tipo paraquedista;

• Talabarte de posicionamento ajustável;

• Trava-queda;

• Sapato ou botina de segurança para áreas com influência de eletricidade;

• Capa de proteção contra chuva;

• Abafador de ruído;

• Calça para motosserrista;

• Conjunto para apicultor.

Equipamentos de Proteção Coletiva

• Cones de sinalização com altura de 75 cm;

• Fita/corrente de sinalização para delimitação de área;

• Bandeirolas;

• Escada extensível (fibra ou madeira) com bandeirola;

• Dispositivos de ancoragem (agulhão, gancho, fita para escada extensível e dispositivo para fixação na cabeça do porte);

• Cabeçote universal ¡V adaptador;

• Fita de ancoragem 1.200 mm para extensão da linha de vida;

• Fita de ancoragem 1.500 mm para extensão da linha de vida;

• Freio antipânico ABS para resgate;

• Corda para linha de vida;

• Mosquetão em aço com dupla trava;

• Vara telescópica com sacola de acondicionamento;

• DAQC – Dispositivo Antiqueda de Cartucho;

• DAC – Dispositivo de Abertura com Carga;

• Sacola para acondicionar o kit para trabalho em altura;

• Detector de tensão de 1kV a 138kV (AT);

• Sacola/balde de lona;

• Corda de serviço com ou sem carretilha;

• Aterramento em curto-circuito de BT.

Ferramentas e demais itens necessários

• Estojo de primeiros socorros;

• Rádio de comunicação;

• Farol de emergência;

• Lanterna;

• Alicate universal;

• Chave de fenda;

• Chave de regulagem ”12”;

• Formulário APR – Análise Preliminar de Risco;

• Escada: usada para acesso à copa da árvore. Pode ser de madeira, fibra de vidro ou alumínio (esta última não deve ser usada junto a redes de distribuição de eletricidade). As escadas de melhor manuseio são as de dois corpos, com comprimento total de 6 a 9 m, quando totalmente estendidas. Para atender às normas de segurança, devem ter apoios no solo antiderrapantes, com base larga, apoio na árvore antideslizante ou único, flexível e com sistema de fixação ao tronco.

165

• Escada veicular (opcional);

• Corda: indispensável em qualquer operação na copa da árvore. É utilizada na movimentação de ferramentas entre o operador e o solo. Para segurança do operador, é presa ao cinto de segurança e passada sobre um galho em ponto superior para sustentá-lo em locais de difícil apoio. Na segurança de operação, é amarrada ao galho a ser cortado e passada por cima de outro galho mais alto, forte, para o controle da descida do galho. No corte de árvores, é usada para auxiliar o tombamento direcionado. O diâmetro das cordas deve ser de 1 a 1,5 cm para as cordas de segurança e de 0,5 cm para as cordas de içamento de ferramentas;

• Andaime: utilizado em situações peculiares de manutenção ou no desmonte de uma árvore que não permita a queda livre de galhos. Permite um trabalho seguro, tanto para o operador quanto para os demais participantes da equipe;

• Plataforma elevatória ou cesto: possibilita o trabalho, principalmente na periferia da copa, a grandes alturas, inacessíveis a partir do interior da copa. Podem ser montadas sobre caminhões ou reboques. A plataforma montada em braços articulados ou telescópicos de acionamento hidráulico atinge alturas de até 30 m;

• Grua: destinada a segurar o galho durante a operação de corte e seu abaixamento posterior ao solo. Na operação com grua, deve-se estimar o centro de gravidade de um galho antes do corte para que não ocorra movimentação brusca em direção desconhecida;

• Motopoda (opcional);

• Motosserra com dispositivos de segurança (motosserra): equipamento desenvolvido para

cortes com apoio no solo e adaptado para poda de árvores urbanas. Usado para cortes de galhos maiores, o equipamento deve ser sustentado por uma corda auxiliar específica. É imprescindível um curso de capacitação e licença para o uso de motosserras;

• Podador Manual com dupla roldana, cabo ajustável até 6 m;

• Serrotes para poda;

• Vassoura de piaçava ou similar;

• Tesouras de poda: usadas para cortar galhos finos, de até 1,5 cm de diâmetro.

• Tesourão de poda (ou podão): tesoura de poda montada sobre hastes de comprimentos variáveis, acionada através de um cordel. Usada para cortar galhos mais altos, de até 2,5 cm de diâmetro;

• Facão;

• Foice e machado: ferramentas de impacto utilizadas somente para diminuir o volume de galhos já cortados. Não devem ser utilizadas no corte de galhos.

Os demais materiais, ferramentas, EPIs e EPCs não listados acima e necessários para a execução da tarefa deverão ser relacionados e utilizados de acordo com a análise de risco no local.

Quando estiver sendo feito o corte de árvores altas, a Contratada deve providenciar estaiamento adequado e manter o pessoal fora do raio de tombamento das mesmas.

As intervenções devem obedecer às normas reguladoras para segurança apresentadas no Quadro 30.

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Quadro 30. Normas regulamentadoras de segurança nas atividades de supressão de vegetação

NORMA

Norma Brasileira NBR 5434 Redes de Distribuição Aérea Urbana de Energia Elétrica

Norma Regulamentadora nº 6 Equipamento de Proteção Individual – Ministério do Trabalho e Emprego

Norma Regulamentadora nº 10

Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade – Ministério do Trabalho e Emprego

Norma Regulamentadora nº 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos. Anexo V – Motosserras

Norma Regulamentadora nº 18

Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção – Ministério do Trabalho e Emprego

167

REFERêNCiAS BiBLiOGRáFiCAS

Eletrobras Distribuição Rondônia, s/data. Anexo XI Instrução Técnica para Abertura, Desmatamento e Limpeza de Faixas de Segurança de Redes de Distribuição e Linhas de Transmissão até 138 kV.

CELG, 2008. Manual de Gestão Ambiental em Linhas de AMB.PO.001/03 Transmissão, Distribuição e Subestações.

Arcadis Tetraplan, 2010. Projeto Básico Ambiental para a Implantação das Linhas de Transmissão 1, 2 e 3 de 500kV UHE JIRAU – Subestação Coletora Porto Velho

Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012). Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, altera as Leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, revoga as Leis nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, e dá outras providências.

Santos, HGP; da Silva, SPC; Mocelin, M & Renó, P. Linha de Transmissão 230 kV Jurupari-Laranjal do Jari –Macapá: Projeto Piloto de Aproveitamento/destinação da Matéria-prima Florestal. In: SMARS – VI Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social no Setor Elétrico, Brasília- DF, 2014.

ANExO iV – iMPLEMENTAÇÃO E MANUTENÇÃO DE FAixA DE SERViDÃO

iV.1 introdução

A faixa de servidão visa a segurança da população humana, bem como a segurança das linhas de transmissão e distribuição de energia elétrica. A vegetação nativa localizada dentro da faixa de servidão necessita ser total ou parcialmente suprimida para evitar acidentes.

Na implementação da faixa de servidão, deve-se buscar reduzir ao máximo, sempre que possível, e mitigar a perda de habitats naturais, a fragmentação da paisagem local e a perda de diversidade.

iV.2 Aspectos legais

As atividades de supressão vegetal na faixa de servidão devem obedecer à legislação ambiental vigente, ao Código Florestal Brasileiro, às resoluções do CONAMA e às legislações federais e estaduais específicas.

A supressão vegetal deve ser previamente licenciada e autorizada pelo órgão ambiental. Alguns dos principais instrumentos legais relacionados à supressão vegetal em faixas de servidão de LT e LD estão descritos no Quadro 31, a seguir.

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Quadro 31. instrumentos Legais Relacionados à Supressão Vegetal em Faixas de Servidão de LT e LD

LEi FEDERAL PRiNCiPAiS DETERMiNAÇÕES

Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.727/2012)

Determina que as florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Nas áreas urbanas, dá competência aos municípios para a fiscalização e promove a descentralização administrativa. As limitações previstas nesse código aplicam-se tanto a áreas rurais quanto a áreas urbanas.

Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/98)

Dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições severas e incorpora métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida com a sociedade. Define destruição, dano, lesão ou maus tratos às plantas de ornamentação (arborização viária e de áreas verdes públicas) como crime, passível de punição.

Lei nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979 Dispõe sobre o parcelamento do solo urbano e dá outras providências.

Lei n° 7.754, de 14 de abril de 1989

Estabelece medidas para proteção das florestas estabelecidas nas nascentes dos rios e dá outras providências.

Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998

Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente e dá outras providências.

Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006

Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica e dá outras providências.

Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008 Regulamenta Dispositivos da Lei nº 11.428, de 22 de Dezembro de 2006.

Decreto nº 4.339, de 22 de agosto de 2002

Institui princípios e diretrizes para a implementação da Política Nacional da Biodiversidade. Resolução CONAMA.

RESOLUçãO CONAMA nº 1, de 23 de janeiro de 1986 Dispõe sobre critérios básicos e diretrizes gerais para a avaliação de impacto ambiental.

RESOLUçãO CONAMA nº 4, de 31 de março de 1993

Dispõe sobre a obrigatoriedade do licenciamento ambiental para as atividades, obras, planos e projetos a serem instalados nas áreas de restinga.

RESOLUçãO CONAMA nº 29, de 7 de dezembro de 1994

Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica, considerando a necessidade de definir o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração no Estado do Espírito Santo.

RESOLUçãO CONAMA nº 9, de 24 de outubro de 1996 Define “corredor de vegetação entre remanescentes” como área de trânsito para a fauna.

RESOLUçãO CONAMA nº 237, de 19 dezembro de 1997

Dispõe sobre a regulamentação de aspectos do licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional de Meio Ambiente.

RESOLUçãO CONAMA nº 302, de 20 de março de 2002

Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno.

RESOLUçãO CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002

Dispõe sobre parâmetros, definições e limites de Áreas de Preservação Permanente.

RESOLUçãO CONAMA nº 369, de 28 de março de 2006

Dispõe sobre casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Áreas de Preservação Permanente (APPs).

RESOLUçãO CONAMA nº 378, de 19 de outubro de 2006

Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1º, art. 19 da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e dá outras providências.

Lei n° 6.938/81 Política Nacional de Meio Ambiente.

Lei n° 9.605/98 Lei da Natureza (Lei dos Crimes Ambientais).

Decreto nº 3.179, de 21 de setembro de 1999 Regulamento a Lei de Crimes Ambientais.

Decreto nº 6.514/08 Infrações e Crimes Ambientais.

Lei nº 12.305/2010 Política Nacional de Resíduos Sólidos.

Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Lei nº 10.257/01 Estatuto da Cidade.

Portaria Interministerial 419, de 26 de outubro de 2011

Regulamenta a atuação dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal envolvidos no licenciamento ambiental, de que trata o art. 14 da Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007.

ANEXOS da Portaria Interministerial 419/2011 – ANEXO II

Distâncias mínimas a serem respeitadas pelos empreendimentos em relação a Terras Indígenas e Quilombolas.

Instrução Normativa (IN) IBAMA nº 006/2009

Dispõe sobre a emissão da Autorização de Supressão de Vegetação (ASV) e das respectivas Autorizações de Utilização de Matéria-Prima Florestal (AUMPF).

NBR nº 5.422/1985Fixa as condições básicas para o projeto de linhas aéreas de transmissão de energia elétrica com tensão máxima, valor eficaz fase-fase, acima de 38 kV e não superior a 800 kV, de modo a garantir níveis mínimos de segurança e limitar perturbações em instalações próximas.

169

IV.3 Definições

• Faixa de Servidão (ou de Domínio): área de terreno, reservada com certa margem de segurança, para passagem de Rede de Distribuição ou Linha de Transmissão, constituída legalmente por decreto do poder executivo e cuja utilização é regida por contratos de servidão firmados entre os proprietários e a concessionária.

• Faixa de Segurança (ou de Limpeza): área (comprimento x largura da faixa) existente dentro da faixa de servidão que deve ser limpa periodicamente, para manter a distância de segurança entre a vegetação existente e os cabos condutores, podendo ocorrer situação em que a faixa de segurança tem a mesma largura da faixa de servidão. Também tem por finalidade possibilitar o tráfego de viaturas para manutenção.

• Abertura de Faixa: consiste no corte, poda, destocamento e retirada de resíduos da vegetação ao longo da faixa de segurança de uma rede de distribuição ou linha de transmissão nova, para possibilitar sua construção em condições de segurança e confiabilidade, e facilitar posteriormente a sua manutenção.

• Desmatamento de Faixa: consiste no corte, poda, destocamento e retirada de resíduos da vegetação ao longo da faixa de segurança de uma rede de distribuição ou linha de transmissão existente, para evitar descontinuidade no sistema e possibilitar sua manutenção.

• Limpeza de Faixa: consiste no corte, poda, destocamento e retirada de resíduos da vegetação ao longo da faixa de segurança de uma rede de distribuição ou linha de transmissão existente, para evitar descontinuidade no sistema e possibilitar sua manutenção. A necessidade de execução dos serviços de limpeza de faixa é caracterizada quando a vegetação existente atender a pelo menos um dos seguintes critérios:

- altura média inferior a 3 m (três metros), com qualquer densidade;

- altura média igual ou superior a 3 m (três metros), pouco densa.

• Estrada de Acesso: estrada utilizada para ligação de uma rodovia ou estrada de apoio à faixa de servidão.

• Clareira: espaço sem árvore em capoeira, matas ou bosques.

• Vales: depressões alongadas entre morros.

• Estai: cabo destinado a assegurar a estabilidade de um suporte de rede aérea, transferindo esforços para outra estrutura ou âncora.

• Flecha: maior distância de um vão de uma rede aérea, entre um condutor e uma reta que passa por seus pontos de fixação, medida em condições específicas.

iV.4 Etapas da implementação da Faixa de Servidão

I. Planejamento da supressão de vegetação: fase em que a ASV é requerida ao IBAMA, as empresas executoras são contratadas, as equipes são mobilizadas e os objetivos, metas e metodologias são traçados.

II. Demarcação em campo dos indivíduos arbóreos a serem cortados:

- Identificação das espécies por especialista (incluindo uso econômico);

- Registro das informações sobre as árvores demarcadas em planilhas (características e coordenadas).

III. Planejamento e localização das áreas a serem utilizadas para estocagem e da destinação do material lenhoso.

IV. Limpeza prévia do sub-bosque com foices, quando necessário:

- Construção dos acessos aos talhões onde será executada a supressão de vegetação (quando necessário) para permitir o acesso à área e a retirada da madeira oriunda da supressão;

- Limpeza de sub-bosque: remoção Manual (facão e foice) de indivíduos de porte herbáceo, arbustivos, árvores com Diâmetro a Altura do Peito – DAP (1,30 m do solo) menor que 5 cm e cipós;

- Desobstrução das bases das árvores maiores: para evitar que o entrelaçamento das árvores em cipós dificulte a fuga do operador de motosserra no momento da queda da árvore.

170

V. Corte seletivo da vegetação lenhosa na faixa de servidão das LDs:

- De acordo com a NBR-5.422;

- Faixa de servidão com largura suficiente para permitir a implantação, operação e manutenção das LD;

- Deve considerar o balanço dos cabos devido à ação do vento, efeitos elétricos e posicionamento das fundações de suportes e estais;

- Supressão total: na faixa de serviço, no eixo de interligação entre as torres e nas áreas de implantação das torres;

- Supressão parcial: seletiva, divisão da faixa de servidão em 03 (três) zonas, com diferentes alturas máximas possíveis da vegetação remanescente em relação ao condutor e seus acessórios energizados e a quaisquer partes, energizadas ou não, das próprias LTs (NBR-5.422).

VI. Desdobramento de madeira produzida.

VII. Retirada, transporte e estocagem da madeira.

VIII. Empilhamento da madeira e secagem, conforme normas de romaneio descritas na IN nº 006/2009.

IX. Medição do volume lenhoso gerado.

X. Limpeza da área suprimida.

iV.5 Critérios gerais para corte da vegetação em faixa de servidão

• O uso de herbicidas é terminantemente proibido para a supressão ou controle da rebrota da vegetação.

• Além disso, é proibida a supressão de forma indiscriminada, preservando-se todos os indivíduos cuja altura não ultrapasse a distância mínima requerida em relação aos cabos.

• O desmatamento através do uso de correntes ou lâminas de tratores é expressamente proibido. Não será admitido o uso de fogo em qualquer fase dos trabalhos.

• As árvores localizadas fora dos limites da faixa de serviço não deverão ser, em hipótese alguma, cortadas com o objetivo de se obter madeira, evitando-se a poda dos galhos projetados na faixa de servidão.

• Espécies de rápido crescimento deverão ser completamente erradicadas do interior da faixa de serviço.

• A vegetação em vales acentuados poderá ser mantida, desde que seja conservada a distância mínima de segurança entre a vegetação e o condutor inferior da rede.

• Nos casos de grotas profundas, onde seja constatado que a diferença da distância da altura dos cabos condutores, com relação à vegetação, é elevada, não será preciso desmatar nem limpar, pois essas áreas serão consideradas de preservação ambiental permanente.

• A área onde a supressão estiver ocorrendo deverá ser isolada com fita zebrada e sinalizada, de modo a evitar acidentes.

• Deverá ser previsto o lado para o qual cairá uma árvore a ser cortada, tomando as devidas precauções para que a mesma não venha causar danos à rede de distribuição ou linha de transmissão.

• As cordas e os cabos de aço devem ser utilizados quando for necessário induzir a direção de queda das árvores, visando diminuir o impacto sobre o entorno. A queda das árvores deverá ser direcionada para dentro da faixa de servidão destinada às LTs, de forma a não causar danos à vegetação adjacente à faixa de servidão.

• A derrubada direcionada é um dos pontos mais importantes da supressão, pois minimiza os danos físicos ao fuste, facilita o arraste e principalmente proporciona mais segurança para o operador. Uma derrubada feita com habilidade facilita as operações posteriores. Toda árvore tem uma direção natural de queda, que depende do seu centro de gravidade (determinado pela distribuição de peso da copa ou pela inclinação do tronco), da posição da mesma em relação às outras e da direção do vento.

171

• No corte de árvores com o emprego da motosserra alguns passos devem ser seguidos pelo operador de motosserra, para que o corte ocorra de forma correta e com segurança:

• Limpar a área ao redor da árvore;

• Observar a presença de galhos secos e defeitos (condições da árvore e verificar a presença de árvores perigosas nas proximidades);

• Determinar a inclinação natural da árvore, quando for o caso;

• Determinar e preparar os caminhos de fuga;

• Antes de utilizar a motosserra, aquecê-la e testar a lubrificação da corrente;

• Somente iniciar o corte com a corrente em funcionamento.

• Fazer o entalhe direcional que determina a direção de próximo ao solo e atingindo, aproximadamente, 1/5 do diâmetro do tronco. O entalhe direcional deve ser feito com o máximo cuidado. Sob hipótese alguma a abertura do entalhe direcional pode ser mais alta do que profunda.

• Todo material proveniente do corte de vegetação pertence ao proprietário da terra.

iV.6 Manutenção de faixa de servidão

A presença de vegetação de alto porte sob as LDs pode causar acidentes. Portanto, a vegetação da faixa de servidão deve ser mantida em estágio inicial de sucessão através de constantes roçadas e podas.

Para evitar e precaver os riscos de acidentes com as linhas elétricas, é necessário realizar podas periódicas das árvores e supressão da vegetação nas Faixas de Servidão para que as distâncias de segurança fiquem em conformidade com a NBR 5422.

A inspeção de manutenção das LDs deve ser realizada periodicamente, tanto por via terrestre (estradas de acesso) quanto por via aérea, quando necessário. As inspeções devem verificar:

• estradas de acesso.

• focos de erosão.

• drenagem da pista.

• condições de trafegabilidade.

• manutenção de obras de arte correntes.

• manutenção de porteiras e colchetes.

• outros aspectos relevantes.

• faixa de servidão.

• cruzamentos com rodovias.

• tipos de atividades agrícolas praticadas.

• construções de benfeitorias.

• controle da altura da vegetação na faixa de servidão e nas áreas de segurança.

• manutenção das estruturas das torres.

• preservação da sinalização (telefones de contato, em casos emergenciais).

• anormalidades nas instalações.

iV.7 Segurança nos Procedimentos

Devem ser observados todos os procedimentos de segurança relativos à supressão florestal.

Quando houver vegetação com altura excessiva, próxima, tocando ou ultrapassando os cabos condutores da rede de distribuição ou linha de transmissão, um profissional treinado deve avaliar a necessidade ou não da desenergização da rede ou linha, garantindo a segurança das pessoas envolvidas na execução dos trabalhos.

Deverão ser utilizadas motosserras equipadas com travas de segurança. Todas as motosserras utilizadas nos serviços deverão possuir licença específica, que deverá ser mantida junto com o equipamento, sendo também cumpridas as recomendações constantes na NR-12 da ABNT.

É obrigatório o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de proteção coletiva (EPCs), de acordo com a NR-6.

Equipamentos de Proteção Individual

• Vestimenta especial para classe de risco 2 (vestimenta retardante à chama).

• Capacete de segurança classe B com jugular e viseira.

172

• Óculos de segurança com proteção lateral.

• Luvas de couro (luvas de raspa ou de vaqueta).

• Luva isolada de borracha adequada ao nível de tensão.

• Luva de cobertura para luva de borracha.

• Manga isolada de borracha adequada ao nível de tensão.

• Cinturão de segurança tipo paraquedista.

• Talabarte de posicionamento ajustável.

• Trava-queda.

• Sapato ou botina de segurança para áreas com influência de eletricidade.

• Capa de proteção contra chuva.

• Abafador de ruído.

• Calça para motosserrista.

• Conjunto para apicultor.

Equipamentos de Proteção Coletiva

• Cones de sinalização com altura de 75 cm.

• Fita/corrente de sinalização para delimitação de área.

• Bandeirolas.

• Escada extensível (fibra ou madeira) com bandeirola.

• Dispositivos de ancoragem (agulhão, gancho, fita para escada extensível e dispositivo para fixação na cabeça do porte).

• Cabeçote universal ¡V adaptador.

• Fita de ancoragem 1.200 mm para extensão da linha de vida.

• Fita de ancoragem 1.500 mm para extensão da linha de vida.

• Freio antipânico ABS para resgate.

• Corda para linha de vida.

• Mosquetão em aço com dupla trava.

• Vara telescópica com sacola de acondicionamento.

• DAQC – Dispositivo Antiqueda de Cartucho.

• DAC – Dispositivo de Abertura com Carga.

• Sacola para acondicionar o kit para trabalho em altura.

• Detector de tensão de 1kV a 138kV (AT).

• Sacola/balde de lona.

• Corda de serviço com ou sem carretilha.

• Aterramento em curto-circuito de BT.

Ferramentas e demais itens necessários

• Estojo de primeiros socorros.

• Rádio de comunicação.

• Farol de emergência.

• Lanterna.

• Alicate universal.

• Chave de fenda.

• Chave de regulagem ”12”.

• Formulário APR – Análise Preliminar de Risco.

• Escada: usada para acesso à copa da árvore. Pode ser de madeira, fibra de vidro ou alumínio (esta última não deve ser usada junto a redes de distribuição de eletricidade). As escadas de melhor manuseio são as de dois corpos, com comprimento total de 6 a 9 m, quando totalmente estendidas. Para atender às normas de segurança, devem ter apoios no solo antiderrapantes, com base larga, apoio na árvore antideslizante ou único, flexível e com sistema de fixação ao tronco.

• Escada veicular (opcional).

• Corda: indispensável em qualquer operação na copa da árvore. É utilizada na movimentação de ferramentas entre o operador e o solo. Para segurança do operador, é presa ao cinto de segurança e passada sobre um galho em ponto superior para sustentá-lo em locais de difícil apoio. Na segurança de operação, é amarrada ao galho a ser cortado e passada por cima de outro galho mais alto, forte, para o controle da descida do galho. No corte de árvores, é usada para auxiliar o tombamento direcionado. O diâmetro das cordas deve ser de 1 a 1,5 cm para as cordas de segurança e de 0,5 cm para as cordas de içamento de ferramentas.

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• Andaime: utilizado em situações peculiares de manutenção ou no desmonte de uma árvore que não permita a queda livre de galhos. Permite um trabalho seguro, tanto para o operador quanto para os demais participantes da equipe.

• Plataforma elevatória ou cesto: possibilita o trabalho, principalmente na periferia da copa, a grandes alturas, inacessíveis a partir do interior da copa. Podem ser montadas sobre caminhões ou reboques. A plataforma montada em braços articulados ou telescópicos de acionamento hidráulico atinge alturas de até 30 m.

• Grua: destinada a segurar o galho durante a operação de corte e seu abaixamento posterior ao solo. Na operação com grua, deve-se estimar o centro de gravidade de um galho antes do corte, para que não ocorra movimentação brusca em direção desconhecida.

• Motopoda (opcional).

• Motosserra com dispositivos de segurança (motosserra): equipamento desenvolvido para cortes com apoio no solo e adaptado para poda de árvores urbanas. Usado para cortes de galhos maiores, o equipamento deve ser sustentado por uma corda auxiliar específica. É imprescindível um curso de capacitação e licença para o uso de motosserras.

• Podador Manual com dupla roldana, cabo ajustável até 6 m.

• Serrotes para poda.

• Vassoura de piaçava ou similar.

• Tesouras de poda: usadas para cortar galhos finos, de até 1,5 cm de diâmetro.

• Tesourão de poda (ou podão): tesoura de poda montada sobre hastes de comprimentos variáveis, acionada através de um cordel. Usada para cortar galhos mais altos, de até 2,5 cm de diâmetro.

• Facão.

• Foice e machado: ferramentas de impacto utilizadas somente para diminuir o volume de galhos já cortados. Não devem ser utilizadas no corte de galhos.

Os demais materiais, ferramentas, EPIs e EPCs não listados acima e necessários para a execução da tarefa deverão ser relacionados e utilizados de acordo com a análise de risco no local.

iV.8 Gestão de resíduos

A gestão dos resíduos resultantes da supressão vegetal deve obedecer às orientações presentes no Manual de Gestão de Resíduos Sólidos. É necessário, entretanto, verificar a legislação, normas e práticas locais referentes à gestão de resíduos sólidos.

O material lenhoso cortado deve ser desdobrado e retirado para local que não apresente risco em caso de incêndio. A galhada fina deve ser repicada no menor tamanho possível e, preferencialmente, removida para outro local. Sempre que possível, deve-se favorecer o aproveitamento do material lenhoso resultante do corte da vegetação.

O transporte da madeira para fora da área de corte depende de uma autorização no IBAMA (ATPR).

Toda madeira suprimida da faixa de servidão será desdobrada em torete de aproximadamente 1 (um) metro, enleirado nas proximidades de onde ocorreu o desmatamento, fora da faixa de servidão, para a cubagem do material, salvo aqueles indivíduos considerados “madeiras de lei”, que permanecerão em toras. Posteriormente, esse material cubado poderá ser doado aos proprietários das terras onde ocorreu a supressão da faixa, mediante a assinatura de um termo de doação e/ou utilizado pelo próprio, ou ainda ter outra destinação segundo as orientações da EDE.

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REFERêNCiAS BiBLiOGRáFiCAS

Eletrobras Distribuição Rondônia, s/data. Anexo XI – Instrução Técnica para Abertura, Desmatamento e Limpeza de Faixas de Segurança de Redes de Distribuição e Linhas de Transmissão até 138 kV.

CELG, 2008. Manual de Gestão Ambiental em Linhas de AMB.PO.001/03 Transmissão, Distribuição e Subestações.

COPEL, 2012. Manual de Instrução Técnica – MIT. Manutenção de Redes de Distribuição. Módulo: Procedimentos de Roçada e Limpeza de Faixa de Servidão sob Redes e Linhas de Distribuição até 34,5 kV.

Arcadis Tetraplan, 2010. Projeto Básico Ambiental para a Implantação das Linhas de Transmissão 1, 2 e 3 de 500 kV UHE JIRAU – Subestação Coletora Porto Velho.

Código Florestal (Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012) Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, altera as Leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, revoga as Leis nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e nº 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, e dá outras providências.

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ANExO V - RECUPERAÇÃO DE áREAS DEGRADADAS

V.1 Definições

Área degradada: área impossibilitada de retornar por uma trajetória natural a um ecossistema que se assemelhe a um estado conhecido antes, ou para outro estado que poderia ser esperado.

Área alterada ou perturbada: área que após o impacto ainda mantém meios de regeneração biótica, ou seja, possui capacidade de regeneração natural.

Recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original, conforme art. 2º, inciso xiii, da lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000.

Sistema agroflorestal – SAF: forma de uso da terra na qual espécies lenhosas perenes são cultivadas consorciadas a espécies herbáceas ou animais, com a obtenção dos benefícios das interações ecológicas e econômicas resultantes.

Espécie exótica: espécie não originária do bioma de ocorrência de determinada área geográfica, ou seja, qualquer espécie fora de sua área natural de distribuição geográfica.

Espécies-problema ou espécies invasoras: espécies exóticas ou nativas que formem populações fora de seu sistema de ocorrência natural ou que excedam o tamanho populacional desejável, respectivamente, interferindo negativamente no desenvolvimento da recuperação ecossistêmica.

Espécie ameaçada de extinção: espécie que se encontra em perigo de extinção, sendo sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça continuem atuando e constante de listas oficiais de espécies em extinção.

Espécies pioneiras e espécies tardias: o primeiro grupo ecológico contempla as espécies pioneiras e secundárias iniciais, enquanto que o segundo contempla as espécies secundárias tardias e as climácicas.

Espécies zoocóricas: espécies vegetais dispersas pela fauna.

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V.2 Aspectos legais

O PRAD (Plano/Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas) deve atender às normas técnicas específicas e aos requisitos legais pertinentes federais, estaduais e municipais. Os procedimentos para a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) ou Áreas Alteradas foram estabelecidos através da Instrução Normativa IBAMA nº 4/2011. No Quadro 32, a seguir, são apresentados os principais instrumentos legais relacionados à Recuperação de Áreas Degradadas.

Quadro 32. instrumentos legais relacionados à recuperação de áreas degradadas

LEi FEDERAL PRiNCiPAiS DETERMiNAÇÕES

Lei n° 6.938/1981 Política Nacional de Meio Ambiente.

Lei n° 9.433/1997 Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.

Lei n° 9.605/1998

Lei de Crimes Ambientais. Dispõe sobre penalidades a serem aplicadas às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente. Define punições severas e incorpora métodos e possibilidades da não aplicação das penas, desde que o infrator recupere o dano, ou, de outra forma, pague sua dívida com a sociedade. Define destruição, dano, lesão ou maus-tratos às plantas de ornamentação (arborização viária e de áreas verdes públicas) como crime, passível de punição.

Dec. nº 3.179/1999 Regulamenta a Lei de Crimes Ambientais.

Dec. nº 6.514/2008 Infrações e Crimes Ambientais.

Instrução Normativa IBAMA nº 4/2011

Estabelece os procedimentos para a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) ou Áreas Alteradas.

Lei n° 12.727/2012

Código Florestal Brasileiro. Determina que as florestas e as demais formas de vegetação são bens de interesse comum a todos os habitantes do país. Nas áreas urbanas, dá competência aos municípios para a fiscalização e promove a descentralização administrativa. As limitações previstas nesse código aplicam-se tanto a áreas rurais quanto a áreas urbanas.

Norma Brasileira NBR 10.703 TB 350 (1989) Trata da degradação do solo.

Norma Brasileira NBR 11.682 (1991) – ABNT Trata da estabilidade dos taludes.

Norma Brasileira NBR 13.030 (1999) – ABNT

Trata da elaboração e apresentação de projeto de reabilitação de áreas degradadas.

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V.3 Procedimentos

A recuperação das áreas degradadas pelas atividades de construção deve ser realizada o mais rápido possível e deverá ocorrer imediatamente em caso da configuração de qualquer das situações a seguir:

• início do período chuvoso em áreas cuja drenagem esteja sofrendo interferência;

• início de qualquer processo erosivo;

• término das atividades de construção.

As ações de recuperação previstas no PRAD incluem:

• Limpeza da área

• Regularização da topografia

• Regularização da drenagem superficial

• Tratamento físico do solo

• Aplicação de solo vegetal

• Correção da fertilidade do solo

• Revegetação com utilização de espécies herbáceas

• Plantio de espécies florestais

Após a desativação das estruturas provisórias, deverão ser removidos todos os resíduos e entulhos de obra, bem como restos de estruturas (pisos, áreas concretadas) e de instalações temporárias, estoques de material excedente ou inútil, dentre outros.

Depois de encerrada a utilização de cada área atingida, estas devem ser reconstituídas em sua forma topográfica final. Os taludes artificiais existentes devem ser amenizados para a proporção máxima de 1:4 (V:H).

Deve ser feito o reafeiçoamento da rede de drenagem, integrando-a à drenagem natural local e evitando o aparecimento de processos erosivos.

O material usado no preenchimento das cavas deve ser revolvido a uma profundidade em torno de 40 cm e, em seguida, coberto pelo solo fértil armazenado, em camadas de 20 cm, sobre toda a área.

A seguir, deve ser feita a gradagem, incluindo a construção de terraços, se necessários, para reduzir o escoamento superficial das águas, melhorar sua infiltração e evitar a formação de sulcos, grotas e áreas de reservação.

Se preciso, para evitar erosão, devem ser construídas estruturas de drenagem, caixas de dissipação e canais escoadouros, devendo estes ter as margens revestidas por vegetação.

Os terraços, depois de construídos, devem ser protegidos com vegetação de alta densidade de cobertura do solo, de maneira a preservá-los dos processos erosivos.

Sempre que possível, a regeneração natural deverá ser preservada e conduzida, possibilitando o retorno de espécies nativas pertencentes ao processo sucessional e facilitando o cobrimento adequado do solo.

As espécies vegetais selecionadas para o processo de recuperação devem ser espécies rústicas, de ocorrência na região do empreendimento e que tenham sido utilizadas com sucesso em projetos similares.

Quando a recuperação previr a formação de bosques arbóreo-arbustivos, as covas para o plantio das espécies arbóreas devem ser espaçadas com, no máximo, 7 m, e suas dimensões devem ser, em média, de 70 x 70 x 70 cm, com a incorporação de pelo menos 20 litros de matéria orgânica no preenchimento.

O corretivo e o fertilizante a serem utilizados devem ser definidos em função da análise química do solo local e, na aplicação, devem ser bem misturados com todo o volume de terra retirado da cova.

No uso de mudas, seu transporte deve ser feito sem quebras, queimas ou destorroamento, e, no ato do plantio, a embalagem deve ser retirada totalmente, sem destorroar o substrato original.

A muda preparada deve ser colocada na cova sobre uma pequena porção da mistura de terra e fertilizante, completando-se com o restante da mistura e compactando adequadamente ao seu redor. O colo da muda deve ficar em concordância com a superfície do terreno, e o substrato original deve ser recoberto por uma leve camada de terra.

Se em condições climáticas desfavoráveis, logo após o plantio, as mudas devem ser regadas com aproximadamente 40 litros por muda, repetindo-se a operação sempre que necessário e evitando-se que o teor de umidade no solo atinja o ponto de murchamento permanente.

Decorridos cerca de 40 dias do plantio, todas as mudas deverão ser inspecionadas.

Constatando-se a morte da planta ou o ataque severo de pragas e doenças, esta deverá ser substituída, sem a necessidade de nova adubação na cova.

Na conclusão da etapa, a Contratada deve realizar o coroamento, roçada e capina, eliminando a competição de ervas e outras plantas rasteiras.

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V.4 Medidas de acompanhamento/indicadores

As áreas recuperadas devem ser monitoradas por alguns anos. O acompanhamento deve ser balizado por indicadores de qualidade dos trabalhos, e as observações devem ser descritas em relatórios. Entre os indicadores ambientais que devem ser observados, destacam-se:

• Efetividade do processo de recuperação e reabilitação funcional de cada área degradada pela implantação do empreendimento.

• Eficácia de sistemas de planejamento e gestão de programas de recuperação.

• Redução da interferência dos processos construtivos, como, por exemplo, no transporte sólido para os cursos d’água.

• Sistemas de drenagem implantados.

• Índice de satisfação do público-alvo.

Visando fornecer informações para o Sistema IGS das Empresas Eletrobras (BD-IGS), devem ser levantados os dados relativos às áreas degradadas pelo empreendimento, bem como sobre as áreas que foram recuperadas, para os indicadores apresentados no Quadro 33.

Quadro 33. informações para o BD-iGS sobre recuperação de áreas degradadas para implantação/manutenção do empreendimento de distribuição

iNDiCADORES iGS (BiODiVERSiDADE) VARiáVEiS QUE COMPÕEM O iNDiCADOR

IDRBRa – Recuperação de áreas degradadas por empreendimentos de Distribuição (em implantação)

ADRDRI – Áreas Degradadas por empreendimentos de Distribuição em implantação que foram recuperadas (km2)

ADDRI – Áreas Degradadas por empreendimentos de Distribuição em implantação (km2)

IDRBRb – Recuperação de áreas degradadas por empreendimentos de Distribuição (em operação)

ADRDRO – Áreas Degradadas por empreendimentos de Distribuição em operação que foram recuperadas (km2)

ADDRO – Áreas Degradadas por empreendimentos de Distribuição em Operação (km2)

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Eletrobras Amazonas Energia, 2014. Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas na LT Jorge Teixeira/Mutirão. Manaus, AM.

MMA, ICMBio e Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB), 2013. Roteiro de Apresentação para Plano de Recuperação de Área Degradada (PRAD) Terrestre.

Isernhagen I, Brancalion P.H.S., Rodrigues R.R., Nave A.G., Gandolfi S, 2009. Diagnóstico ambiental das áreas a serem restauradas visando a definição de metodologias de restauração florestal. IN: Rodrigues R.R., Brancalion P.H.S., Isernhagen I (org.). Pacto pela restauração da mata atlântica: referencial dos conceitos e ações de restauração florestal. São Paulo :LERF/ESALQ: Instituto BioAtlântica. Pgs. 91-131. Disponível em: http://www.pactomataatlantica.org.br/pdf/

Santos, HGP; da Silva, SPC; Mocelin, M & Renó, P; 2014. Linha de Transmissão 230 kV Jurupari-Laranjal do Jari-Macapá: Projeto-Piloto de Aproveitamento/destinação da Matéria-prima Florestal. In: SMARS – VI Seminário Brasileiro de Meio Ambiente e Responsabilidade Social no Setor Elétrico, Brasília-DF.

Queiroz, ACF; Franco, FC; Silva, SPC; Bacellar, ABF; Oliveira, JC & Correia, R. Grupo de Estudo de Impactos Ambientais – GIA. Recuperação de áreas degradadas na faixa de servidão e de acessos da LT 500kv Serra da Mesa 2 – Luziânia, utilizando técnicas de mitigação fundamentadas no aproveitamento de materiais disponíveis na natureza. In: Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica, 23 a 26 de outubro de 2011, Florianópolis-SC.

Arcadis Tetraplan, 2010. Projeto Básico Ambiental para a Implantação das Linhas de Transmissão 1, 2 e 3 de 500 kV UHE JIRAU – Subestação Coletora Porto Velho.

INSTRUÇAO NORMATIVA IBAMA Nº 04, DE 13-04-2011. Procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada (PRAD) ou Área Alterada.

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ANExO Vi – ExPLORAÇÃO DE áREAS DE EMPRÉSTiMO E BOTA-FORA

Vi.1 Princípios básicos

A exploração das áreas de empréstimo ou de bota-fora deve causar o menor impacto ambiental possível à área delimitada e seu entorno e acesso.

O planejamento prévio deve identificar as áreas a serem atingidas, sua utilização e recuperação, evitando multiplicidade e, sempre que possível, integrando-as, de forma que as cavas exauridas sejam recobertas por material de rejeito. As áreas com restrição ambiental devem ser evitadas na locação das áreas de empréstimo ou bota-fora.

O material vegetal e as camadas superficiais do solo, quando não usados imediatamente, devem ser removidos e armazenados próximo a seu destino final, em cordões ou leiras com não mais de 1,5 m de altura ou em pilhas individuais de 5 a 8 m3, respeitando a altura máxima. O local de estocagem deve ser plano e protegido das enxurradas e da erosão.

Deve ser evitada a compactação do solo durante a operação de armazenamento.

A recuperação das áreas de empréstimo e bota-fora deve seguir as especificações constantes do Anexo V (Recuperação de Áreas Degradadas).

Vi.2 áreas de empréstimo

A exploração das áreas de empréstimo deve obedecer as normativas legais que regem a exploração de jazidas e deve evitar a multiplicidade de locais, buscando concentrar as jazidas e otimizar sua proximidade dos locais de emprego do material.

Nenhum tipo de escavação para a exploração de materiais deve ser iniciado sem autorização prévia das autoridades competentes, que deve ser restrita aos tipos e quantidades de materiais previstos para utilização na obra.

É vetada a extração de areia, seixo ou outros materiais do leito de cursos d’água, salvo em casos excepcionais e com autorização do órgão ambiental competente.

Ao adquirir materiais extraídos de jazidas exploradas por terceiros, deve-se exigir a comprovação de licenciamento junto ao órgão competente e a conformidade dos mesmos sob os aspectos legais e ambientais citados.

A exploração deve conservar a vegetação o máximo possível. A remoção de vegetação, onde necessária, deve atender às especificações ambientais para Supressão de Vegetação (Anexo III).

A camada vegetal do solo deverá ser separada e armazenada para posterior utilização na recuperação da área.

Devem ser adotados, obrigatoriamente, na exploração e controle dessas áreas, técnicas que envolvam declividades suaves, terraceamento entre bancadas de escavação e revegetação de taludes após a conclusão dos serviços.

Os cortes devem ser distribuídos de forma a evitar buracos fundos e de drenagem e recomposição difíceis.

Todos os taludes gerados devem estar protegidos até que as áreas sejam recuperadas em sua forma definitiva. Poderão ser utilizadas estruturas mais simples, adequadas a instalações temporárias, devendo-se entretanto tomar as providências necessárias para evitar o carreamento de material para os cursos d’água e talvegues próximos.

Em terrenos de baixa cota, sujeitos a alagamento e de lenta drenagem, a abertura das escavações deve ser concomitante com a implementação de um sistema adequado de drenagem.

Vi.3 áreas de bota-fora

A escolha do local de bota-fora deve obedecer à legislação pertinente e atender aos itens 18.29 da NR-8 e 25.2 da NR-25.

Devem ser evitados topos de morro, áreas de encosta, margens de corpos d’água e talvegues. No que diz respeito à vegetação, o local escolhido para o bota-fora deve sempre ser uma área sem restrição. Deve ser evitada a criação de múltiplas áreas de bota-fora.

Nas áreas de bota-fora, deve ser espalhado e compactado todo o material escavado e não utilizado proveniente, principalmente, da camada superficial, rica em matéria orgânica.

Visando ao melhor aproveitamento, parte desse material pode ser estocado à parte para uso na recomposição final da área.

É proibido o depósito de materiais perigosos ou tóxicos, lixo doméstico, resíduos sanitários ou detritos industriais nas áreas de bota-fora.

As áreas de bota-fora devem ser dotadas de barreiras com permeabilidade adequada e em cota compatível que impeçam a condução de materiais em suspensão aos corpos d’água.

Em nenhuma hipótese as barreiras podem constituir impedimento ou desvios à macrodrenagem.

Os lançamentos não devem gerar erosão, emanação de odores desagradáveis, infiltração no lençol freático ou interferência, por deposição de particulados, em cursos e corpos d’água.

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ANExO Vii – OBRAS EM áREAS ESPECiAiS

Vii.1 Cuidados com áreas sensíveis

São consideradas áreas sensíveis aquelas que apresentam características ambientais ou socioeconômicas especiais, destacando-se:

• Terras Indígenas.

• Terras habitadas por populações tradicionais, como Quilombolas.

• Unidades de Conservação e outras áreas protegidas.

• Áreas de interesse arqueológico, paleontológico, histórico.

• Áreas ocupadas por movimentos sociais.

• Áreas de assentamento e similares.

A execução de serviços nas proximidades dessas áreas deve seguir todas as recomendações específicas provenientes do Estudo de Impactos Ambientais e/ou Projeto Básico Ambiental, além de requerer que seja ministrada orientação especial e reforço no treinamento básico dos trabalhadores, visando evitar qualquer dano ou conflito.

O comportamento e os procedimentos das equipes de campo devem ser acompanhados em detalhes e com frequência adequada. Os desvios devem ser imediatamente corrigidos.

O pessoal das equipes de trabalho atuando nas proximidades de terras ocupadas por populações especiais, como as de assentamento, Terras Indígenas, ou populações tradicionais, deve ser previamente encaminhado para treinamento e orientação que visem à não interferência com seus habitantes.

Toda a bacia hidrográfica contribuinte à área sensível deve ser rigorosamente respeitada, não se permitindo o lançamento de quaisquer efluentes sólidos ou líquidos nos corpos d’água que correm para dentro da área.

Especial rigor deve ser exigido em relação à coleta de resíduos provenientes de alimentação, embalagens, etc., quando nas proximidades de áreas sensíveis.

Quando o traçado da Linha de Distribuição ou a localização da Subestação coincidir com rotas migratórias de aves, deverão ser instalados sinalizadores de avifauna nos trechos de maior significância e realizados monitoramentos periódicos para verificar a eficácia dos mesmos e os índices de mortalidade das aves. Os monitoramentos são sazonais e acontecem em cada estação do ano.

Vii.2 Obras civis próximas a cursos d’água

Nenhum serviço ou armazenamento deve ser realizado a menos de 30 metros de corpos d’água (100 metros, no caso de lagos ou reservatórios), respeitando as prescrições do Código Florestal.

Deve ser assegurada a preservação das condições de fluxo d’água durante e após o término da obra, inclusive em torrentes e rios temporários.

Ao final da obra, as margens devem ser reintegradas à paisagem local, sem nenhum dano ou ônus ambiental ou urbanístico.

Deve-se planejar e implantar soluções para as travessias de cursos d’água, de modo a evitar a obstrução das condições de drenagem existentes e eliminar os pontos passíveis de provocar a interferência por deposição de particulados.

Quando necessário, as margens devem ser preparadas com a colocação de defensas para impedir a queda de materiais sólidos e semissólidos no leito do curso d’água.

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As matas ciliares e a fauna associada devem ser preservadas ao máximo.

A movimentação de equipamentos pesados nas diversas frentes de serviço deve ser planejada, realizando-se as construções temporárias necessárias. As máquinas não devem transitar por dentro dos cursos d’água.

Canais superficiais e tubulações subterrâneas que desembocam nos cursos d’água na área afetada devem ser identificados e preservados.

Devem-se tomar precauções para impedir a contaminação dos cursos por vazamentos de óleo de equipamentos, mesmo que acidentais. É vetada a lavagem de equipamentos em cursos d’água.

Após a conclusão das obras, as áreas marginais impactadas devem ser recompostas fisicamente. Em nenhuma hipótese devem permanecer resíduos no local.

Vii.3 Obras em áreas urbanas

As redes subterrâneas são as que necessitam de maior investimento inicial para sua construção, porém são as que apresentam maior confiabilidade e menores custos com operação e manutenção ao longo do tempo.

O local da obra deve ser planejado de modo a reduzir a interdição de ruas, acesso de máquinas e caminhões, interferência em serviços públicos regulares, etc. Se necessário, devem ser obtidas, junto ao poder público local, alternativas de escoamento de tráfego e de pedestres que minimizem os transtornos às comunidades locais.

As seguintes providências devem ser tomadas:

• Implementar sinalização para as condições diurna e noturna, conforme legislação. Coordenar com a autoridade de trânsito percursos e horários preferenciais para acesso à obra.

• Efetuar o isolamento do local da obra com cercas, tapumes ou sistema equivalente, visando garantir condições de segurança coletiva. Particular atenção deve ser dada ao isolamento quando existir condição perigosa no local. (Essas barreiras não podem bloquear ou dificultar o curso natural das águas pluviais.)

• Manter vigilância no local impedindo o acesso de estranhos ao serviço, principalmente quando no local forem mantidas máquinas, ferramentas e material combustível ou explosivo.

• Durante a execução de escavações, tomar as devidas precauções para evitar danos às redes existentes no local (água, esgoto, gás, comunicações, etc.). Contatar previamente as concessionárias competentes para localização das referidas redes.

• Programar as operações na obra de modo a atender aos limites de ruído, preconizados pelas normas vigentes, por períodos diurno e noturno.

• Remover cuidadosamente os materiais retirados de escavações e dragagens, para evitar que os materiais sujem as ruas adjacentes e retornem às redes pluviais – causando obstrução das mesmas. Os veículos de transporte devem ter caçambas cobertas. Estas devem estar íntegras (sem orifícios), e os basculantes devem garantir vedação adequada, principalmente no transporte de materiais semilíquidos (lodos, etc.).

• Comprometer-se com os aspectos visuais e estéticos do local durante a obra e na sua conclusão.

Após o término da obra, a área deve ser recuperada, visando às condições originais. Danos causados à pavimentação, passeios, jardins, redes existentes ou arborização devem ser recompostos de acordo com suas normas específicas.

FiGURA 1 - BRASíLiA – ExEMPLO DE NÃO iNTERFERêNCiA EM áREA DE iMPORTÂNCiA ARQUiTETôNiCA

ANExO Viii – REDES SUBTERRÂNEAS

Viii.1 - introdução

A implantação de redes subterrâneas apresenta benefícios associados tanto para a concessionária de energia quanto para a população, com impactos positivos ainda maiores quando o enterramento da rede está associado à reurbanização e à revitalização do local da implantação.

Dentre os benefícios associados aos ganhos para a população têm-se (COPEL, 2010):

• Proteção da rede contra tempestades e fenômenos naturais, resultando em menores custos de operação e manutenção corretiva.

• Valorização dos imóveis.

• Redução da interferência na paisagem e em locais históricos, de interesse turístico, paisagístico.

• Aumento do movimento comercial nas regiões.

• Satisfação dos clientes pela qualidade de energia.

• Satisfação das partes interessadas (distribuidora, comunidade, prefeituras).

• Integração com o meio ambiente, pois não há necessidade de podas, e baixa poluição visual.

• Redução da gravidade de acidentes envolvendo carros.

• Melhora significativa da acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades especiais.

Na maior parte das vezes, a rede subterrânea é implantada apenas em áreas urbanas com média ou alta densidade de carga (acima de 10 MVA/km2), onde a utilização da rede aérea é inviável tecnicamente, por motivações regulatórias ou solicitação de governos locais.

Muitas prefeituras, dispostas a revitalizar algumas áreas da cidade, têm pedido a implantação da rede subterrânea. Nesse sentido, alguns municípios têm criado projetos de leis obrigando concessionárias a retirar postes, transformadores e fios elétricos de áreas tombadas e determinando o uso de redes de infraestrutura exclusivamente subterrâneas.

Entretanto, as redes subterrâneas são as que necessitam de maior investimento inicial para sua construção. Por outro lado, são as que apresentam maior confiabilidade e menores custos com operação e manutenção ao longo do tempo.

As manutenções em redes subterrâneas são raríssimas e esporádicas (falha em cabo ou em conexão e desgaste de chaves, entre outros). No entanto, os reparos são mais elaborados e especializados e, com isso, requerem mais tempo de mão de obra. Mas esse custo é diluído ao longo do tempo, pois os intervalos entre esses reparos são muito longos em função da alta confiabilidade da rede. Assim, pode-se dizer que a redução das manutenções seria superior a duas vezes ao despendido em uma rede aérea (que requer manutenções periódicas).

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FiGURA 2 – ExEMPLO DE PRESERVAÇÃO DE áREA DE iNTERESSE HiSTóRiCO

FiGURA 3 – ExEMPLO DE áREA REURBANizADA

A COPEL (2010) adota os seguintes critérios para a tomada de decisão sobre a implantação de redes de distribuição subterrâneas:

• quando a densidade de carga da área em análise for maior que 24 MVA/km² ou a densidade de consumo de energia for maior que 1500 kW/km;

• quando as redes convencionais não atendem aos altos índices de confiabilidade que a região exige;

• em áreas onde existe necessidade de melhoria de acessibilidade das pessoas (calçadas pequenas, etc.);

• em áreas onde é verificado o abalroamento constante de postes;

• em regiões dos centros urbanos onde a distância entre a rede aérea e as edificações é inferior a 2 metros;

• em casos de existência de marquises em avanço sobre as calçadas, afetando a segurança;

• em áreas de grande circulação de pessoas;

• em casos de implantação de nova topologia de rede;

• em casos de inserção e testes de novos equipamentos e materiais no sistema da COPEL;

• em casos de limitação física de atendimento pela rede aérea.

A implantação de redes subterrâneas também vem sendo solicitada para condomínios, motivada pela necessidade de espaço, e também em áreas de preservação ambiental, em áreas históricas, onde se deseja preservar as fachadas das construções e, ainda em áreas turísticas, de interesse paisagístico ou arquitetônico. Nas Figuras 1, 2 e 3, são mostrados exemplos de locais com redes subterrâneas implantadas.

185

Viii.2 Características das redes subterrâneas

O sistema é composto por câmaras de transformação, caixas de inspeção e de passagem e dutos para cabeamento no subsolo. As câmaras transformadoras (CT) são construídas em concreto armado, situadas em vias públicas e possuem tampas para inspeção e acesso. São nelas que ficam abrigados os equipamentos de transformação, chaves de seccionamento e protetores de network. As caixas de inspeção ficam no subsolo e facilitam a passagem de cabos e, quando preciso, confecção de emendas. Essas caixas são menores que as CTs e, como o próprio nome diz, auxiliam na inspeção e manutenção. As caixas de passagem permitem a derivação dos ramais que atendem aos clientes.

Nas Figuras 4-A e 4-B são apresentados exemplos de dutos para a disposição do cabeamento. Na Figura 5 é mostrada a construção de uma câmara transformadora.

Nas cidades/localidades onde é planejado o compartilhamento das câmaras subterrâneas entre as concessionárias e permissionárias de energia, telecomunicações, entre outras, o projeto e a construção de redes de distribuição subterrâneas devem selecionar o tipo de rede adequado ao compartilhamento, após consulta ao órgão competente e às demais concessionárias. Na Figura 6, é mostrado um exemplo de compartilhamento de canaletas subterrâneas.

Principais impactos ambientais associados às redes subterrâneas

As redes subterrâneas, conforme já destacado, evitam as interferências na arborização urbana e na vegetação em geral e reduzem as interferências na paisagem urbana e em outros locais de interesse paisagístico, histórico e arquitetônico. Além disso, o isolamento dos cabos praticamente elimina os efeitos do campo elétrico, persistindo entretanto a influência dos campos magnéticos.

No que tange aos demais impactos causados pela implantação e manutenção das linhas e redes de distribuição, listados no Quadro VIII-1, devem ser seguidas, quando pertinente, as mesmas diretrizes e recomendações apresentadas neste Manual e seus Anexos para reduzir as interferências no meio ambiente, bem como aquelas relativas à saúde, segurança e conforto dos trabalhadores. Para a gestão dos resíduos perigosos e dos resíduos sólidos, devem ser consultados os respectivos Manuais.

FiGURA 4-A

FiGURA 4-B

FiGURA 5 - CAixA TRANSFORMADORA

186

Quadro Viii-1 – Principais impactos Socioambientais das Redes Subterrâneas

• Geração de resíduos perigosos

• Geração de resíduos sólidos

• Remoção do solo e de pavimentação (pavimentos de calçadas demolidos)

• Risco de acidentes (ao pessoal próprio ou a terceiros)

• Poluição sonora

• Emissão de particulados, poeira

• Interferência no trânsito nas áreas urbanas

• Contaminação do solo por vazamentos de óleos e outros produtos perigosos

• Contaminação dos corpos hídricos por vazamentos de óleos e outros produtos perigosos

• Emissões de CO2

• Risco de eletrocussão (ao pessoal próprio, terceiros)

• Exposição aos campos magnéticos (pessoal próprio e terceiros)

• Exposição a produtos químicos (pessoal próprio e terceiros)

FiGURA 6 – COMPARTiLHAMENTO DE CANALETAS SUBTERRÂNEAS POR CONCESSiONáRiAS DE iNFRAESTRUTURA

187

188

Viii.3 Recomendações para as escavações

Um dos impactos mais significativos durante a construção das redes subterrâneas está associado às escavações necessárias para a construção das valetas para disposição dos dutos e das caixas de transformação, que, dependendo da localização, podem necessitar de remoção de vegetação e envolvem a remoção de solo e/ou de pavimentação. Visando a redução dos impactos, devem ser seguidas as recomendações a seguir:

Limpeza da Área

Deve-se buscar reduzir as dimensões das áreas de escavação, de modo que, quando necessário, o corte da vegetação seja limitado ao mínimo necessário, o qual deverá ser previamente aprovado pela Inspeção Ambiental da EDE, de acordo com autorizações emitidas pelo órgão ambiental competente.

No preparo e limpeza dos locais de execução das escavações, devem ser tomadas as medidas cabíveis para evitar que processos de erosão se iniciem após a conclusão dos trabalhos. Deve-se manter intacta, tanto quanto possível, a vegetação rasteira.

Escavação das Valetas e Caixas de Passagem e de Transformação

A escavação das valetas e caixas pode envolver a necessidade de escavações na pavimentação, remoção de camadas de asfalto e, também, de vegetação. Devem ser evitados utilização de máquinas pesadas e alargamento das áreas de trabalho. Nos locais mais críticos, a escavação deve ser feita manualmente, visando preservar ao máximo as condições naturais do terreno e, quando pertinente, de sua vegetação, ou ainda da pavimentação ou de camadas de asfalto.

As valetas devem ser mantidas cercadas e devidamente sinalizadas, de modo a evitar a queda de pessoas ou animais em seu interior, ou acidentes com veículos.

As cavas e valetas não deverão ser abertas com antecedência superior a 48 horas da execução dos serviços em que serão ocupadas e, nesse período, devem ficar protegidas com tampas suficientemente resistentes e seguras para transeuntes, veículos e animais.

Os materiais retirados nas escavações devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude, conforme prescrito na NR-18.

Após a conclusão da abertura das cavas e valetas deverá ser providenciada a imediata remoção de qualquer entulho de escavação que atrapalhe ou impeça a livre circulação de pessoas ou veículos.

Todo o material escavado a ser utilizado para o reenchimento das valetas deve ser disposto de maneira a preservar o entorno do local, principalmente quando estas estão localizadas em vias públicas ou em calçadas e podem ter interferência na circulação de pessoas e/ou no trânsito. O material escavado e não utilizado deve ser recolhido posteriormente e sua destinação deve seguir as orientações contidas no Manual de Resíduos Sólidos das EDEs (resíduos de construção civil).

Os resíduos de camadas asfálticas devem ser separados e também encaminhados para a destinação adequada, conforme orientações dos Manuais de Resíduos Perigosos e Resíduos Sólidos das EDE.

As valetas devem, sempre que necessário e a critério da Inspeção Ambiental da EDE, receber proteção contra erosão através da utilização de manilhas, placas de concreto, etc.

Todas as escavações, quando de seu término, devem ter seu entorno perfeitamente recomposto, compactado e revestido, no mesmo padrão da situação existente anteriormente. A recuperação de calçadas deve observar o mesmo revestimento anterior.

189

Em situação de chuva intensa, devem ser evitadas escavações, e as valetas já abertas devem ser protegidas com material impermeável, além de executada drenagem eficiente ao seu redor.

Cuidados especiais devem ser tomados na abertura de valetas nas proximidades de cursos d’água, visando não provocar qualquer alteração ou interrupção no sistema de drenagem natural. O transporte de sedimentos para o corpo d’água é expressamente proibido, devendo ser implantada medida de contenção para evitá-lo.

As cavas das caixas de transformação (CT) e caixas de passagem (CP) devem, sempre que necessário e a critério da Inspeção Ambiental da EDE, receber proteção contra erosão através da execução de canaletas, muretas, muros de arrimo de concreto ou alvenaria de pedra, revegetação, etc.

Todas as obras dessas caixas, quando de seu término, devem ter o terreno à sua volta perfeitamente recomposto, revestido, compactado, drenado e protegido, não dando margem ao início de processos erosivos.

Em situação de chuva intensa, devem ser evitadas escavações, e as cavas já abertas devem ser protegidas com material impermeável, além de executada drenagem eficiente ao seu redor.

Cuidados especiais devem ser tomados na execução das cavas para CT e CP junto a cursos d’água, visando não provocar qualquer alteração ou interrupção no sistema de drenagem natural. O transporte de sedimentos para o corpo d’água é expressamente proibido, devendo ser implantadas as contenções que se façam necessárias para evitá-lo.

Os materiais retirados nas escavações devem ser depositados a uma distância superior à metade da profundidade, medida a partir da borda do talude, conforme prescrito na NR-18.

O acesso ao fundo das cavas deve ser sempre feito através de escadas. As paredes laterais devem ser escoradas quando apresentarem risco de desmoronamento.

As cavas devem ser mantidas cercadas e sinalizadas, de modo a evitar a queda de pessoas ou animais em seu interior.

Exploração de áreas de Empréstimo e Uso de áreas para Bota-Fora

Quando necessária, a utilização de áreas com essas finalidades deve ser realizada de acordo com as especificações gerais constantes no ANEXO VI deste Manual.

Concretagem

Ao executar os serviços relativos à concretagem, a Contratada deve concentrar os trabalhos nas proximidades da área, evitando assim o uso de áreas que possam ser mantidas inalteradas. Devem ser recolhidos e removidos do local todos os resíduos e sucata produzidos durante a execução da concretagem, como fôrmas de madeira, sobras de ferro das armaduras, pregos, arames de amarração, sobras de areia, brita, concreto, etc. A destinação dos resíduos deve ser realizada conforme as orientações contidas nos Manuais de Resíduos Perigosos e de Resíduos Sólidos das EDEs.

Recuperação de áreas Degradadas

Todas os locais que tenham sido degradados durante a obra devem ser recuperados tão logo os serviços nessas áreas tenham se encerrado. A recuperação deve atender ao especificado no ANEXO V deste Manual.

FiGURA 7 – TRABALHADORES NO iNTERiOR DE CÂMARAS DE TRANSFORMAÇÃO

Viii.4 Saúde e segurança em construção e manutenção de redes subterrâneas

As diretrizes e recomendações apresentadas neste Manual relativas a saúde, segurança e conforto dos trabalhadores devem também ser seguidas para os trabalhos de construção e manutenção das redes subterrâneas.

Para as redes e câmaras de transformação e distribuição subterrâneas, destaca-se que as atividades de manutenção são realizadas em espaços reduzidos e fechados, expondo os trabalhadores ao risco de asfixia por deficiência de oxigênio ou por exposição a contaminantes. Nesses ambientes, pode ocorrer a presença de gases asfixiantes (ex.: monóxido e dióxido de carbono) e/ou explosivos (ex.: metano, vapores de combustíveis líquidos), devendo o planejamento das atividades prever as medidas preventivas e os equipamentos necessários para evitar/minimizar os efeitos negativos de tais situações, com a utilização, por exemplo, de máscaras e de ventilação forçada.

Outro aspecto que requer cuidados especiais para as atividades realizadas nesses ambientes é o risco de eletrocussão devido aos espaços exíguos, que aumentam a possibilidade de contato com áreas energizadas. Devem ser utilizados tapetes ou mantas de borracha isolante elétrico, visando aumentar a proteção dos trabalhadores contra os choques elétricos.

A sinalização é outro aspecto muito importante para a manutenção das redes subterrâneas.

As Figuras 8-A e 8-B ilustram situações de isolamento da área ao redor do acesso à rede subterrânea para segurança dos trabalhadores e dos transeuntes.

190

FiGURA 8-A FiGURA 8-B

REFERêNCiAS BiBLiOGRáFiCAS

CELESC, 2012 – MANUAL DE PROCEDIMENTOS, CRITÉRIOS PARA UTILIZAçãO DE REDES DE DISTRIBUIçãO.

COPEL, 2010 – UTILIZAçãO E APLICAçãO DE REDES DE DISTRIBUIçãO SUBTERRÂNEAS. Guia para os Municípios e Empreendedores.

FREITAS, T., s/data – RISCOS ELÉTRICOS e NR10, Apresentação em ppt. Acesso em fevereiro de 2015 - http://www.alternativorg.com.br/wdframe/index.php?&type=arq&id=MTQ5OQ

191

ANExO ix - GUiA PARA ELABORAÇÃO DE MAPA DE RiSCO

Fonte: EDACRE, 2012

Estabelecimento:Setor de Trabalho:Realizado por:DATA DA iNSPEÇÃO: / /

GRAU DE RiSCO

Risco FÍSICO – cor: VERDE Pequeno Médio GrandeRuídoVibraçõesRadiações ionizantes (RX, etc.)Radiações não ionizantes (Solda, Xerox, etc.)FrioCalorPressões anormaisUmidadeRisco QUÍMICO – cor: VERMELHA Pequeno Médio GrandePoeiraFumos (fumaça de solda, materiais em combustão)NévoasNeblina (condensação de vapores)GasesVapores (de Sólidos e Líquidos)

Risco BIOLÓGICO – cor: MARROM Pequeno Médio Grande

Vírus (viroses, gripe, sarampo, rubéola, hepatite)Bactérias (pneumonia)Protozoários (malária, chagas, amebíase)Fungos (micoses, etc.)Bacilos (tétano, tuberculose)

Risco ERGONÔMICO – cor: AMARELA Pequeno Médio Grande

Esforço físicoLevantamento de pesoTransporte de pesoPostura inadequadaRitmos de trabalhoTrabalho noturnoJornada de trabalho prolongada – horas extras

Monotonia (estresse, fadiga)

RepetividadeRisco de ACIDENTE – cor: AZUL Pequeno Médio GrandeArranjo físicoMáquinas sem proteçãoFerramentas defeituosasIluminamentoEletricidadeIncêndioExplosãoArmazenamento inadequadoAnimais peçonhentos

RESUMO

Risco Pequeno Risco Médio Risco GrandeFísico (verde) Físico (verde) Físico (verde)

Químico (vermelha) Químico (vermelha) Químico (vermelha)Biológico (marrom) Biológico (marrom) Biológico (marrom)

Ergonômico (amarela) Ergonômico (amarela) Ergonômico (amarela)Acidente (azul) Acidente (azul) Acidente (azul)

192

ANExO x – GUiA PARA iNSPEÇÃO DE SEGURANÇA

Neste Anexo são apresentados, a título de sugestão, roteiros para inspeção relativos aos procedimentos de segurança que tomam como referência as Guias de Inspeção de Segurança utilizadas pela CEMIG13. Tais roteiros abordam a inspeção das obras civis, montagem eletromecânica, montagem elétrica e inspeção de linhas de distribuição/transmissão e podem ser elaborados para outras atividades. Esses Guias, além de orientar o trabalho da Fiscalização, também servem como orientação para as empresas contratadas aferirem a conformidade dos seus procedimentos com as diretrizes e os procedimentos preconizados pelas EDEs, bem como para identificar os principais problemas nos procedimentos de segurança de sua equipe.

13 CEMIG, 2007 – ESPECIFICAçãO DE SEGURANçA DO TRABALHO EM OBRAS DE LINHAS E SUBESTAçãO DE DISTRIBUIçãO.

193

Fonte: ED-ACRE, 2012

GUiA DE iNSPEÇÃO CiViL CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas gravíssimas

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

GV01 Realizar planejamento, análise de risco, com toda a equipe.

GV02 Executar somente as tarefas descritas na PT ou PLE.

GV03 Respeitar as distâncias de segurança para trabalho em circuitos energizados.

GV04 Instalar sinalização de advertência nas áreas/equipamentos sob intervenção, através da adoção de dispositivos normatizados pelas EDEs ou acordados com a fiscalização.

GV05 Usar corretamente o conjunto cinto paraquedista, talabarte, trava quedas, corda de vida ou estropo antiqueda e/ou travessão tipo Y.

GV13 Amarrar a escada Manual ou tipo "A" para escalada, não sendo possível, excepcionalmente, mantê-la segura por outro empregado, com a linha de vida ancorada fora da escada.

GV27 Manter aterrados os andaimes metálicos e os contêineres utilizados dentro da área da SE.

GV28 Os deslocamentos de pessoal, materiais e equipamentos dentro de SE são feitos através de rotas predefinidas.

GV29 Os materiais provenientes das escavações estão depositados a uma distância superior à metade de sua profundidade.

TOTAL:

x.1 Guia de inspeção civil

194

GUiA DE iNSPEÇÃO CiViL CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas graves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

Supervisores/encarregados e empregados que atuam dentro dos limites estabelecidos estão capacitados conforme NR-10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

Receber os equipamentos solicitados com a conferência das condições requeridas para a execução dos trabalhos.

Delimitar e sinalizar a área de trabalho, inclusive em equipamento isolado e/ou fora de serviço.

Áreas de trabalho e saídas de emergência livres e desimpedidas.

Executar tarefas sem portar adornos, tais como celular, aliança, relógio, pulseira, brincos, camisetas sintéticas, etc.

Antes de iniciar as atividades, verificar a existência de interferências, obstáculos e presença de terceiros na área.

Executar trabalhos somente com a presença do Supervisor de Serviços.

Usar corretamente o capacete com jugular sob o queixo.

Usar óculos de segurança, inclusive em pátio de SE e cubículo.

Usar cinto de segurança – veículo.

Içamento e descida Manual de peças e ferramentas com dispositivos que evitem a queda involuntária dos materiais, devidamente ancoradas na estrutura.

Usar botina de segurança.

O descarte de resíduos de forma e em local adequados, conforme requisitos mínimos de adequação ambiental.

Efetuar medições métricas sem utilização de trenas / réguas metálicas.

O transporte dos empregados é feito em cabine de veículo ou cabine auxiliar, ônibus, vans (nunca em toldo).

Alterar a sequência da programação da tarefa somente com o conhecimento de toda a equipe.

Escadas, andaimes, rampas, passarelas estão em conformidade com o disposto na NR-18.

Manter escada ou rampas em escavações com profundidade superior a 1,25 m.

A fiação elétrica encontra-se em boas condições e protegidas contra danos provocados por veículo e pessoas.

Quadro de distribuição de energia instalado em local de fácil acesso. Possui disjuntor para cada equipamento e está protegido com porta fechada por cadeado.

A serra circular possui protetor de disco e dispositivo de parada ao alcance do operador.

As máquinas elétricas têm suas carcaças aterradas.

As máquinas elétricas têm suas partes girantes enclausuradas/protegidas contra toques acidentais.

Utilizar método e/ou material adequado para trabalho em telhado ou em altura.

TOTAL

195

x.1 Guia de inspeção civil (cont.)

GUiA DE iNSPEÇÃO CiViL CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas leves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

L01 Usar uniforme em bom estado de conservação.

L02 Verificar a existência de insetos e/ou animais peçonhentos no local de trabalho.

L04 Usar luvas de proteção mecânica para trabalhos passíveis de cortes e/ou perfurações.

L05 Manter ferramentas, EPI, EPC, etc., em perfeitas condições de uso.

L06 Fazer a limpeza do local de trabalho após a execução da tarefa.

L07 Usar somente ferramentas e equipamentos adequados para cada tarefa.

L08 Fazer o aprovisionamento de pessoal e equipamentos necessários para a execução da tarefa programada.

L09 Manusear escada extensível, com auxílio, em área de SE.

L10 Conhecer a existência e a localização da pasta "Procedimentos em Casos de Acidentes" (Plano de Contingência).

L11 Usar EPI específico ao produto químico agressivo manuseado.

L12 Está implantado no canteiro da obra no mínimo 01 extintor de incêndio, sendo Água, CO2 e PQS carregados e dentro do prazo de validade e com a devida identificação e sinalização.

L13 Solicitar auxílio ao manobrar veículos de grande porte.

L14 Veículos de grande porte equipados com alarme sonoro indicativo de marcha à ré.

L15 Verificar as condições do veículo antes de sair (luzes, estepe, água, óleo, equipamento, extintores).

L16 Realizar avaliação crítica da tarefa com a participação de toda a equipe.

L18 Manter no canteiro de obra os documentos de comunicação de início de obras à DRT, PCMSO, PPRA, PCMAT, ASO e PCA – Programa de Controle Ambiental.

L19 Sobras de madeiras provenientes de desforma e embalagens têm seus pregos retirados e estão armazenadas em local apropriado, devidamente delimitadas.

L20 Área de estocagem está localizada fora de áreas energizadas ou de escavação.

L21 As instalações sanitárias são mantidas limpas, dotadas de papel higiênico e estão dimensionadas em conformidade com a NR-18.

L22 Uso de luvas de PVC e calçado de borracha para serviços com concreto.

L23 É fornecida água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores por meio de bebedouro de jato inclinado ou outro dispositivo equivalente.

TOTAL:

196

x.2 Guia de inspeção da Montagem Eletromecânica

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELETROMECÂNiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas gravíssimas

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

GV01 Realizar planejamento, análise de risco, com toda a equipe.

GV02 Executar somente as tarefas previstas no planejamento das atividades.

GV03 Respeitar as distâncias de segurança para trabalho em circuitos energizados - 13,8 kV (0,5 m) - 34,5 kV (0,58 m) - 69 kV(0,9 m)

GV04 Instalar sinalização de advertência nas áreas/equipamentos sob intervenção, através da adoção de dispositivos normatizados pela EDE ou acordados com a fiscalização.

GV05 Usar corretamente o conjunto cinto paraquedista, talabarte, trava-quedas, corda de vida ou estropo antiqueda e/ou travessão tipo Y.

GV06 Usar corretamente luvas isolantes com luvas de proteção.

GV07 Testar o detector de tensão e verificar ausência de tensão em circuitos.

GV09 Instalar corretamente o conjunto de aterramento temporário em circuito e equipamentos sob intervenção.

GV11 Instalar calhas e barreiras isolantes em pórtico de 13,8 kV e chaves secionadoras.

GV12 Usar corretamente lençóis e coberturas isolantes.

GV13 Amarrar a escada Manual ou tipo "A" para escalada, não sendo possível, excepcionalmente, mantê-la segura por outro empregado, com a linha de vida ancorada fora da escala.

GV15 Somente executar serviço próximo a contatos energizados após seu isolamento.

GV16 Guindauto é equipado com plataforma para operador e possui rabicho para aterramento do equipamento.

GV17 Para execução de serviço próximo ao banco de capacitores, deve ser solicitado o seu desligamento e executado seu aterramento.

GV18 Operador de guindauto possui qualificação técnica específica, em conformidade com o Curso de Formação Profissional, previsto na NR-10.

GV25 Bloquear Dispositivo de Religamento Automático (DRA) do equipamento antes da intervenção.

GV27 Manter aterrado os andaimes metálicos e os contêineres utilizados dentro da área da SE.

GV28 Os deslocamentos de pessoal, materiais e equipamentos dentro de SE são feitos através de rotas predefinidas.

TOTAL:

197

Fonte: EDACRE, 2012

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELETROMECÂNiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas graves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

G01 Supervisores/encarregados e empregados que atuam dentro dos limites estabelecidos estão capacitados conforme NR-10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

G02 Receber os equipamentos solicitados com a conferência das condições requeridas para a execução dos trabalhos.

G03 Delimitar e sinalizar a área de trabalho, inclusive em equipamento isolado e/ou fora de serviço.

G04 Áreas de trabalho e saídas de emergência livres e desimpedidas.

G05 Executar tarefas sem portar adornos, tais como celular, aliança, relógio, pulseira, brincos, camisetas sintéticas, etc.).

G06 Antes de iniciar as atividades, verificar a existência de interferências, obstáculos e presença de terceiros na área.

G11 Executar trabalhos somente com a presença do Supervisor de Serviços.

G12 Usar corretamente o capacete com jugular sob o queixo.

G13 Usar óculos de segurança, inclusive em pátio de SE e cubículo.

G14 Usar cinto de segurança – veículo.

G15 Trabalhar em mecanismos de equipamentos com molas distensionadas e fusíveis de alimentação do motor retirados.

G16 Usar carretilha dupla ação (trabalho e salvamento) em estrutura, pórtico de SE e em trabalhos em altura.

G17 Içamento e descida Manual de peças e ferramentas com dispositivos que evitem a queda involuntária dos materiais, devidamente ancoradas à estrutura.

G18 Utilizar método e/ou material adequado para içamento de carga com guindauto.

G19 Pessoal de apoio no solo atento às atividades aéreas.

G20 Usar botina de segurança.

G22 O descarte de resíduos de forma e em local adequado, conforme requisitos mínimos de adequação ambiental

G23 Para manuseio e armazenamento de óleos isolantes, são adotados procedimentos específicos para evitar a contaminação ambiental.

G24 Efetuar medições métricas sem utilização de trenas/réguas metálicas.

G25 Não utilizar sondas metálicas para lançamento de cabos em áreas próximas a equipamentos ou linhas energizadas, conforme NR-10.

G26 O transporte dos empregados é feito em cabine de veículo ou cabine auxiliar, ônibus, vans (nunca em toldo).

G27 Estacionar o veículo operacional com a primeira marcha engrenada, calço nas rodas e freio de estacionamento acionado.

G28 Alterar a sequência da programação da tarefa somente com o conhecimento de toda a equipe.

TOTAL:

x.2 Guia de inspeção da montagem eletromecânica (cont.)

198

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELETROMECÂNiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas leves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

L01 Usar uniforme e em bom estado de conservação.

L02 Verificar a existência de insetos e/ou animais peçonhentos no local de trabalho.

L03 Usar ferramentas com isolamento adequado, quando em circuitos energizados, conforme NR-10.

L04 Usar luvas de proteção mecânica para trabalhos passíveis de cortes e/ou perfurações.

L05 Manter ferramentas, EPI, EPC, etc., em perfeitas condições de uso.

L06 Fazer a limpeza do local de trabalho após a execução da tarefa.

L07 Usar somente ferramentas e equipamentos adequados para cada tarefa.

L08 Fazer o aprovisionamento de pessoal e equipamento necessário para a execução da tarefa programada.

L09 Manusear escada extensível com auxílio em área de SE.

L10 Conhecer a existência e a localização da pasta "Procedimentos em Casos de Acidentes" (Plano de Contingência).

L11 Usar EPI específico ao produto químico agressivo manuseado.

L12 Está implantado no canteiro da obra no mínimo 01 extintor de incêndio, sendo Água, CO2 e PQS carregados e dentro do prazo de validade e com a devida identificação e sinalização.

L13 Solicitar auxílio ao manobrar veículos de grande porte.

L14 Veículos de grande porte equipados com alarme sonoro indicativo de marcha à ré.

L15 Verificar as condições do veículo antes de sair (luzes, estepe, água, óleo, equipamento, extintores).

L16 Realizar avaliação crítica da tarefa com a participação de toda a equipe.

L18 Manter no canteiro de obra os documentos de comunicação de início de obras à DRT, PCMSO, PPRA, PCMAT, ASO e PCA – Programa de Controle Ambiental.

L21 As instalações sanitárias são mantidas limpas, dotadas de papel higiênico e estão dimensionadas em conformidade com a NR-18.

TOTAL:

x.2 Guia de inspeção da montagem eletromecânica (cont.)

199

Fonte: EDACRE, 2012

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELÉTRiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas gravíssimas

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

GV01 Realizar planejamento, análise de risco, com toda a equipe.

GV02 Executar somente as tarefas previstas no planejamento.

GV03 Respeitar as distâncias de segurança para trabalho em circuitos energizados - 13,8 kV (0,5 m) - 34,5 (0,58 m) - 69 kV(0,9 m)

GV04 Instalar sinalização de advertência nas áreas / equipamentos sob intervenção, através da adoção de dispositivos normatizados pela EDE ou acordados com a fiscalização.

GV05 Usar corretamente o conjunto cinto paraquedista, talabarte, trava-quedas, corda de vida ou estropo antiqueda e/ou travessão tipo Y.

GV06 Usar corretamente luvas isolantes com luvas de proteção.

GV07 Testar o detector de tensão e verificar ausência de tensão em circuitos.

GV08 Testar a ausência de carga (corrente) utilizando o alicate amperímetro, antes de seccionar o condutor.

GV09 Instalar corretamente o conjunto de aterramento temporário em circuito e equipamentos sob intervenção.

GV12 Usar corretamente lençóis e coberturas isolantes.

GV13 Amarrar a escada Manual ou tipo "A" para escalada, não sendo possível, excepcionalmente, mantê-la segura por outro empregado, com a linha de vida ancorada fora da escada.

GV15 Somente executar serviço próximo a contatos energizados após seu isolamento.

GV17 Serviço próximo a banco de capacitores: deve ser solicitado o seu desligamento e executado seu aterramento.

GV25 Bloquear Dispositivo de Religamento Automático (DRA) do equipamento antes da intervenção.

GV27 Manter aterrado os andaimes metálicos e os contêineres utilizados dentro da área da SE.

GV28 Os deslocamentos de pessoal, materiais e equipamentos dentro de SE são feitos através de rotas predefinidas.

TOTAL:

x.3 Guia de inspeção da Montagem Elétrica

200

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELÉTRiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas graves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

G01 Supervisores/encarregados e empregados que atuam dentro dos limites estabelecidos estão capacitados conforme NR-10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

G02 Receber os equipamentos solicitados com a conferência das condições requeridas para a execução dos trabalhos.

G03 Delimitar e sinalizar a área de trabalho, inclusive em equipamento isolado e/ou fora de serviço.

G04 Áreas de trabalho e saídas de emergência livres e desimpedidas.

G05 Executar tarefas sem portar adornos, tais como celular, aliança, relógio, pulseira, brincos, camisetas sintéticas, etc.

G06 Antes de iniciar as atividades, verificar a existência de interferências, obstáculos e presença de terceiros na área.

G07 Os painéis e cubículos estão devidamente fixados, sem riscos de queda ou tombamento.

G08 Para corte em painéis, são usados protetor facial e protetor auricular.

G09 São adotados cuidados especiais no lançamento de cabos paralelamente e junto a outro já energizados, dentro de canaletas e casa de controle de SE.

G10 Iluminação interna do cubículo e galerias está adequada para execução das tarefas.

G11 Executar trabalhos somente com a presença do Supervisor de serviços.

G12 Usar corretamente o capacete com jugular sob o queixo.

G13 Usar óculos de segurança, inclusive em pátio de SE e cubículo.

G14 Usar cinto de segurança – veículo.

G15 Trabalhar em mecanismos de equipamentos com molas distensionadas e fusíveis de alimentação do motor retirados.

G16 Usar carretilha dupla ação (trabalho e salvamento) em estrutura, pórtico de SE e em trabalhos em altura.

G17 Içamento e descida Manual de peças e ferramentas com dispositivos que evitem a queda involuntária dos materiais, devidamente ancorados à estrutura.

G20 Usar botina de segurança.

G22 O descarte de resíduos de forma e em local adequados, conforme requisitos mínimos de adequação ambiental

G24 Efetuar medições métricas sem utilização de trenas / réguas metálicas.

G25 Não utilizar sondas metálicas para lançamento de cabos nas proximidades de equipamentos ou linhas energizadas, conforme NR-10.

G26 O transporte dos empregados é feito em cabine de veículo ou cabine auxiliar, ônibus, vans (nunca em toldo).

G28 Alterar a sequência da programação da tarefa somente com o conhecimento de toda a equipe.

G37 Equipe que atua dentro de galerias está equipada com lanternas e rádios para suprir eventuais falhas da iluminação e comunicação, respectivamente.

TOTAL

x.3 Guia de inspeção da Montagem Elétrica

201

GUiA DE iNSPEÇÃO DA MONTAGEM ELÉTRiCA CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas leves

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

L01 Usar uniforme e em bom estado de conservação.

L02 Verificar a existência de insetos e/ou animais peçonhentos no local de trabalho.

L03 Usar ferramentas com isolamento adequado, quando em circuitos energizados, conforme NR-10.

L04 Usar luvas de proteção mecânica para trabalhos passíveis de cortes e/ou perfurações.

L05 Manter ferramentas, EPI, EPC, etc., em perfeitas condições de uso.

L06 Fazer a limpeza do local de trabalho após a execução da tarefa.

L07 Usar somente ferramentas e equipamentos adequados para cada tarefa.

L08 Fazer o aprovisionamento de pessoal e equipamento necessário para a execução da tarefa programada.

L09 Manusear escada extensível com auxílio em área de SE.

L10 Conhecer a existência e a localização da pasta "Procedimentos em Casos de Acidentes" (Plano de Contingência).

L11 Usar EPI específico ao produto químico agressivo manuseado.

L12 Está implantado no canteiro da obra no mínimo 01 extintor de incêndio, sendo Água, CO2 e PQS carregados e dentro do prazo de validade e com a devida identificação e sinalização.

L13 Solicitar auxílio ao manobrar veículos de grande porte.

L14 Veículos de grande porte equipados com alarme sonoro indicativo de marcha à ré.

L15 Verificar as condições do veículo antes de sair (luzes, estepe, água, óleo, equipamento, extintores).

L16 Realizar avaliação crítica da tarefa com a participação de toda a equipe.

L18 Manter no canteiro de obra os documentos de comunicação de início de obras à DRT, PCMSO, PPRA, PCMAT, ASO e PCA – Programa de Controle Ambiental.

L21 As instalações sanitárias são mantidas limpas e dotadas com papel higiênico e estão dimensionadas em conformidade com a NR-18.

L23 É fornecida água potável, filtrada e fresca para os trabalhadores por meio de bebedouro de jato inclinado ou outro dispositivo equivalente.

TOTAL:

x.3 Guia de inspeção da montagem elétrica (cont.)

202

x.4 Guia de inspeção para linha de distribuição

GUiA DE iNSPEÇÃO PARA LiNHA DE DiSTRiBUiÇÃO CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas gravíssimas

AÇÕES CONFORMES

AÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

GV01 Realizar planejamento, análise de risco, com toda a equipe.

GV02 Executar somente as tarefas previstas no planejamento.

GV03 Respeitar as distâncias de segurança para trabalho em circuitos energizados - 13,8 kV (0,5 m) - 34,5 kV (0,58 m).

GV04 Instalar sinalização de advertência nas áreas/equipamentos sob intervenção, através da adoção de dispositivos normatizados pela EDE ou acordados com a fiscalização.

GV05 Usar corretamente o conjunto cinto paraquedista, talabarte, trava-quedas, corda de vida ou estropo antiqueda e/ou travessão tipo Y.

GV06 Usar corretamente luvas isolantes com luvas de proteção.

GV07 Testar o detector de tensão e verificar ausência de tensão em circuitos.

GV09 Instalar corretamente o conjunto de aterramento temporário em circuito e equipamentos sob intervenção

GV10 Realizar o teste de isolamento dos bastões de linha viva antes da execução dos serviços.

GV14 Mastros auxiliares bem dimensionados e perfeitamente ancorados na estrutura.

GV16 Guindauto é equipado com plataforma para operador e possui rabicho para aterramento do equipamento.

GV18 Operador de guindauto possui qualificação técnica específica, em conformidade com o Curso de Formação Profissional, previsto na NR 10.

GV19 Instalação de cavaletes conforme instrução específica da CEMIG.

GV20 O lançamento de cabos na condição de paralelismo é executado em conformidade com o Manual Ambiental de Obras.

GV21 Efetuar estaiamento temporário de cabos condutores e para-raios.

GV22 Tensionar os condutores nos pontos de ancoragem das estruturas após suas extremidades estarem estaiadas, com a(s) alça(s) preformada(s) arrematada(s).

GV23 Seccionar condutores somente após a liberação da tração.

GV24 Retirar estais somente depois de verificado que não há montador sobre a estrutura.

GV25 Bloquear Dispositivo de Religamento Automático do equipamento antes da intervenção.

GV26 Inspecionar a estrutura de trabalho e as adjacentes, verificando as reais condições dos condutores, conexões, equipamentos, isoladores, base de poste de madeira, etc.

GV27 Manter aterrados os andaimes metálicos e os contêineres utilizados dentro da área da SE.

GV30 Não é permitida a permanência de pessoas em áreas alagadas durante o processo de drenagem com utilização de bomba elétrica.

TOTAL

203

Fonte: EDACRE, 2012

GUiA DE iNSPEÇÃO PARA LiNHA DE DiSTRiBUiÇÃO CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas graves AÇÕES

CONFORMESAÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

G01 Supervisores/encarregados e empregados que atuam dentro dos limites estabelecidos estão capacitados conforme NR-10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

G02 Receber os equipamentos solicitados com a conferência das condições requeridas para a execução dos trabalhos.

G03 Delimitar e sinalizar a área de trabalho, inclusive em equipamento isolado e/ou fora de serviço.

G04 Áreas de trabalho e saídas de emergência livres e desimpedidas.

G05 Executar tarefas sem portar adornos, tais como celular, aliança, relógio, pulseira, brincos, camisetas sintéticas, etc.

G06 Antes de iniciar as atividades, verificar a existência de interferências, obstáculos e presença de terceiros na área.

G09 São adotados cuidados especiais no lançamento de cabos paralelamente e junto a outros já energizados, dentro de canaletas e casa de controle de SE.

G11 Executar trabalhos somente com a presença do Supervisor de Serviços.

G12 Usar corretamente o capacete com jugular sob o queixo.

G13 Usar óculos de segurança, inclusive em pátio de SE e cubículo.

G14 Usar cinto de segurança – veículo.

G16 Usar carretilha dupla ação (trabalho e salvamento) em estrutura, pórtico de SE e em trabalhos em altura.

G17 Içamento e descida Manual de peças e ferramentas com dispositivos que evitem a queda involuntária dos materiais, devidamente ancorados à estrutura.

G18 Utilizar método e/ou material adequado para içamento de carga com guindauto.

G19 Pessoal de apoio no solo atento às atividades aéreas.

G20 Usar botina de segurança.

G21 Usar bota de campanha ou perneira em área rural.

G22 O descarte de resíduos de forma e em local adequados, conforme requisitos mínimos de adequação ambiental.

G24 Efetuar medições métricas sem utilização de trenas/réguas metálicas.

G26 O transporte dos empregados é feito em cabine de veículo ou cabine auxiliar, ônibus, vans (nunca em toldo).

G27 Estacionar o veículo operacional com a primeira marcha engrenada, calço nas rodas e freio de estacionamento acionado.

G28 Alterar a sequência da programação da tarefa somente com o conhecimento de toda a equipe.

TOTAL:

x.4 Guia de inspeção para linha de distribuição (cont.)

204

GUiA DE iNSPEÇÃO PARA LiNHA DE DiSTRiBUiÇÃO CONDiÇÕES AVALiADAS

Ações corretas que, se não cumpridas, gerarão ações erradas leves AÇÕES

CONFORMESAÇÕES NÃO CONFORMES

AÇÕES NÃO APLiCáVEiS

L01 Usar uniforme e em bom estado de conservação.

L02 Verificar a existência de insetos e/ou animais peçonhentos no local de trabalho.

L03 Usar ferramentas com isolamento adequado, quando em circuitos energizados, conforme NR-10.

L04 Usar luvas de proteção mecânica para trabalhos passíveis de cortes e/ou perfurações.

L05 Manter ferramentas, EPI, EPC, etc., em perfeitas condições de uso.

L06 Fazer a limpeza do local de trabalho após a execução da tarefa.

L07 Usar somente ferramentas e equipamentos adequados para cada tarefa.

L08 Fazer o aprovisionamento de pessoal e equipamento necessário para a execução da tarefa programada.

L10 Conhecer a existência e a localização da pasta "Procedimentos em Casos de Acidentes" (Plano de Contingência).

L11 Usar EPI específico ao produto químico agressivo manuseado.

L12 Está implantado no canteiro da obra no mínimo 01 extintor de incêndio, sendo Água, CO2 e PQS carregados e dentro do prazo de validade e com a devida identificação e sinalização.

L13 Solicitar auxílio ao manobrar veículos de grande porte.

L14 Veículos de grande porte equipados com alarme sonoro indicativo de marcha à ré.

L15 Verificar as condições do veículo antes de sair (luzes, estepe, água, óleo, equipamento, extintores).

L16 Realizar avaliação crítica da tarefa com a participação de toda a equipe.

L17 Manter no canteiro de obra os documentos de comunicação de início de obras à DRT, PCMSO, PPRA, PCMAT, ASO e PCA – Programa de Controle Ambiental.

TOTAL:

205

x.5 Checklist da documentação de segurança

PLANO TENSÃO

OBRA

DESCRiÇÃO DATA

DOCUMENTO DE SEGURANÇA

iTEM DESCRiÇÃO (ExEMPLOS) CONFORME NÃO CONFORME NÃO APLiCáVEL

1 Comprovante de Comunicação de Início de Obras à DRT

2 PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional

3 ASO – Atestado de Saúde Ocupacional

4 PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

5 PCA – Programa de Controle Ambiental

6 Especificação de Segurança do Trabalho

7 Lista atualizada com a relação dos empregados, função e data de admissão na Contratada

8

Plano de Contingência: endereço e telefone de hospital; meio de transporte e rota a ser cumprida em caso de atendimentos emergenciais; pessoas que deverão ser comunicadas imediatamente após a ocorrência

9 Etc.

10

11

12

13

14

EDE

Engenheiro ___________________________________________________________________________

Fiscal _______________________________________________________________________________

Contratada

Engenheiro ___________________________________________________________________________

Supervisor ___________________________________________________________________________

206