manifestações populares: despertando para a realidade

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MARIA NATANA DOS SANTOS ARAÚJO SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO SERVIÇO SOCIAL MANIFESTAÇÕES POPULARES Despertando para a Realidade

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Page 1: Manifestações Populares: Despertando para a Realidade

Patos PB2014

MARIA NATANA DOS SANTOS ARAÚJO

SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADOSERVIÇO SOCIAL

MANIFESTAÇÕES POPULARESDespertando para a Realidade

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Patos PB2014

MANIFESTAÇÕES POPULARESDespertando para a Realidade

Trabalho de produção de texto interdisciplinar individual apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas disciplinas de Formação Social, Histórica e Política do Brasil; Antropologia; Acumulação Capitalista e Desigualdade Social; Metodologia Científica. Orientadores: Profs. Gleiton Lima; Giane Albiazzetti; Rosane Malvezzi; Rodrigo Trigueiro.

MARIA NATANA DOS SANTOS ARAÚJO

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3

DESENVOLVIMENTO ................................................................................... 4

CONCLUSÃO ................................................................................................ 9

REFERÊNCIAS ........................................................................................... 10

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INTRODUÇÃO

O Brasil é o maior país da América do Sul e o quinto maior do

mundo em área territorial, possui um clima tropical e por isso concentra uma enorme

diversidade em fauna e flora, não encontrados em outros lugares, é de tamanha

beleza e riqueza que é cobiçado por muitos mundo afora, possui ainda a população

mais diversificada e miscigenada do planeta.

Este mesmo país tão belo é palco de escândalos de corrupção

frequentes, onde seus administradores roubam as verbas públicas, desviam obras e

agravam problemas sociais já existentes. Na maioria das vezes não há punição, pois

os próprios políticos são os responsáveis pela criação e aprovação das Leis.

Leis estas que funcionam mediante interesses particulares, fazendo com que essas

cenas de roubo de dinheiro público vire rotina e não sejam apuradas e punidas da

forma que deveriam ser.

A realidade que ora vemos tem como reflexo os muitos problemas

econômicos e sociais do país, com desigualdades tremendas e deficiência na

educação, saúde, saneamento entre outros. Vemos que as classes mais pobres não

tem o mínimo de assistência ou apoio para seu crescimento econômico, e por outro

lado a classe rica tem benefícios e privilégios junto ao governo.

Cansados dessa realidade os brasileiros se uniram e foram às ruas

em junho de 2013, protestar e reivindicar melhorias em todos estes aspectos, além

de exigir também um fim para a corrupção e punição para políticos desonestos.

Todo o país foi mobilizado, e em todos os estados registrou-se

protestos, inicialmente pelo aumento da tarifa dos transportes públicos no Estado de

São Paulo e consequentemente se generalizou as reivindicações por melhores

condições de vida no País.

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DESENVOLVIMENTO

“Os homens fazem sua própria historia, mas não a fazem sob circunstancias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam

diretamente, legadas e transmitidas pelo passado.” (Karl Marx)

A perspectiva temporal concebida de uma dada sociedade, só se concretiza

quando, além da percepção de um ontem, referente ao passado, e de um hoje,

relativo ao presente, torna-se possível pensar a emergência de um amanhã que

possa, realmente, representar uma alternativa futura ao que exista. A forma com que

nos habituamos a perceber o mundo e nele viver tornou-se vigente somente quando,

não apenas individualmente, mas também em termos sociais, surgiu a possibilidade

efetiva de apreensão dessa tripla dimensão temporal.

O tempo social dominante de uma sociedade é aquele que lhe permite

cumprir os atos necessários para a produção dos meios que garantem sua

sobrevivência, possibilitando a criação, manifestação, realização e atualização de

seus valores fundamentais. A forma pela qual uma dada sociedade garante a

manutenção da vida, expressa no seu modo de produzir, nas regras que a

organizam e nas principais atividades exigidas por essa produção. Os

procedimentos envolvidos nesse processo qualificam aqueles que os utilizam, a

sociedade em que vigoram e as relações sociais que desencadeiam. Em cada tipo

de coletividade, e em todos os níveis, a satisfação das existentes e a criação de

novas necessidades, a transmissão à descendência do modo adequado de ser e da

maneira desejável de agir, atribui significados, faz nascerem valores que passam a

ser compartilhados, constituindo modos de vida e tipos de sociabilidade, com isso

nasce também os diversos grupos sociais, subdivididos, considerados e observados

as suas especificidades nas suas várias formas de agir, socialmente,

individualmente e coletivamente. Seus valores, suas condutas e costumes.

Os inúmeros problemas sociais em que nos deparamos na atualidade:

moradia, saúde, educação, transporte publico, segurança, saneamento básico, tudo

isso adicionado a Leis que não funcionam, e a certeza da impunidade, são motivos

para as explosões sociais vigentes e levam-nos a crer que os valores, os princípios

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e as regras para uma convivência harmoniosa na sociedade, já repercutem na

transformação da cultura dessa mesma sociedade; e tudo isso vai dando espaço a

outras necessidades e tudo vai esvaziando o ser humano na sua essência de Deus

e a perplexidade diante de tanta violência, falta de segurança, políticos corruptos,

leis falhas, que só funcionam para os menos favorecidos, falta de hospitais com

capacidade para atender as necessidades básicas da população, uma educação

deixada sempre em segundo plano, e aí, o que era conformismo e aceitação passiva

da população, se transforma em revolta, e esse povão exprime uma perplexidade

impar, contra as práticas políticas e pela melhoria nos serviços públicos.

A bandeira do movimento popular estendeu-se pela redução das tarifas de

transporte, melhorias na saúde e educação e contra a corrupção e impunidade e

gastos com a Copa do Mundo de 2014.

Essas manifestações querem dizer que é preciso tomar novas decisões, que

o Brasil está num grande emaranhado de faz de contas, que nada funciona, que o

que a Lei máxima reza na garantia de uma vida digna e direitos assegurados a sua

população: a saúde, educação e segurança de qualidades, ainda não chegou! Está

só no papel.

Todos os dias ao ligarmos a televisão, ouvir o rádio ou acessar a internet, nós

nos deparamos com escândalos políticos, com situações reais de descaso: na

saúde, na educação, com a falta de saneamento básico, com a violência constante.

Cidadãos que pagam seus impostos são obrigados a viverem aprisionados em suas

próprias casas e hoje, nem essa atitude é mais sinônimo de segurança.

Frequentemente, cidadãos que estão voltando para suas residências após um

dia cansativo de trabalho, que se empenham para ganhar seu dinheiro

honestamente e poder ter melhores condições de vida (já que isso não é

assegurado pelo governo), se deparam com bandidos mais bem armados que a

polícia muitas vezes, e estes marginais levam os pertences do trabalhador,

conseguidos com tanto esforço, e ainda são agradecidos quando não matam a

vitimo do roubo sem motivo.

Que realidade mais cruel é essa, em que uma pessoa trabalha, consegue

seus recursos para comprar algum produto, muitas vezes financiado, passando

aperto por conta da inflação que é tão alta e tem que entregar esse produto a uma

pessoa que escolhe não trabalhar, que vive na malandragem, e ainda ter que

agradecer por ter ficado vivo. Lógico que a vida é um bem insubstituível para o ser

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humano, mas se eu trabalhei e paguei ou estou pagando por um produto, ele é meu!

As pessoas não deviam se conformar em entregar o fruto do seu suor para

bandidos, ou pior, achar normal tantas mortes por motivos tão banais.O mais

absurdo é que esses elementos quando são presos, em pouco tempo estão de volta

às ruas, mesmo tendo cometido atrocidades contra pessoas de bem.

Até parece que todos esses absurdos viraram rotina no Brasil e são

praticados normalmente, como se tivéssemos que aceitar tais situações sem opção

de escolha. A sociedade brasileira tornou-se conformada, ao ponto de achar tais

fatos corriqueiros e que “É assim mesmo, não adianta tentar mudar”. Deve-se cobrar

políticas públicas que punam severamente estes atos bárbaros contra a vida, pois

este bem precioso do homem parece não ter mais valor, parece custar menos que

dinheiro.

Ultimamente tem-se ouvido falar muito em justiça social, muitos discursos e

planos estão sendo ditos pelo país, mas ela não acontece de fato, pois existe uma

enorme distancia entre o falar e o fazer. Em nome da justiça social muitas lutas e

batalhas foram travadas, no entanto Infelizmente no nosso País está longe a pratica

da justiça social aos seus filhos que com tanto orgulho levantam sua bandeira.

O que fazer? A quem recorrer? Até que ponto “eu” tenho culpa em tudo que

acontece em meu país? Qual deveria ser a minha postura enquanto cidadã diante

dos fatos e acontecimentos que assolam a sociedade? Como intervir? Quais

conhecimentos me permitem tal atitude?

Tais indagações nos levam a uma profunda reflexão sobre todos os

acontecimentos do ponto de vista histórico, econômico, social e político no Brasil.

Diante do exposto, há muito mais a dizer e a pensar a respeito. As más

qualidades nos serviços oferecidos acabam por favorecer os protestos e impedem

qualquer avanço na melhoria de vida da população.

Existem ainda programas criados pelos governos que acarretam diferentes

consequências, enquanto por um lado oportunizam um rendimento a famílias

carentes, por outro as tornam dependentes e por vezes acomodadas, pois recebem

dinheiro sem nada retribuir de serviço à comunidade, e tornam-se assim

indiretamente comprometidos com políticos, por medo de perder tal benefício. Este

tornou-se uma faca de dois gumes no país, pois enquanto diminuiu um pouco a

pobreza, diminuiu também a ambição de muitos em melhorar de vida e os tornou

conformados com suas realidades e até agradecidos por uma esmola que é paga,

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enquanto os líderes políticos se fartam com o dinheiro público como bem querem.

"Não é possível refazer este país, democratizá-lo, humanizá-lo,

torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, 

ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se

a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela

tampouco a sociedade muda."

Paulo Freire

Diante de tantos fatos absurdos, a população vai às ruas e pede melhorias e

mudanças de fato, não só promessas e tapeações. Porém sabemos que há também

a necessidade de fazer uma reforma política e administrativa no Brasil, porque os

seus governantes não estão mais assumindo o compromisso de promover o

desenvolvimento social e consequentemente à melhoria de vida tão sonhada, estão

preocupados apenas com seu enriquecimento pessoal e o favorecimento dos seus.

Também se faz necessário uma reforma legislativa, para que não haja mais

dois pesos e duas medidas a serem aplicadas na sociedade, onde um deles é

aplicada aos menos favorecidos e o outro a elite.

Do ponto de vista histórico, as manifestações tiveram grandes mudanças

motivacionais, pois se antigamente aconteciam unicamente por necessidades

políticas, nos dias atuais acontecem para reivindicar direitos básicos da população.

Mas por que essa mudança?

Desde de 1984, quando o Brasil começou sua transição das épocas da

ditadura para o processo democrático, se tem um discurso muito bonito referente

aos direitos assegurados para o cidadão, o que não existe é a garantia desses

direitos para as pessoas.

Ulysses Guimarães, presidente do país em 1988, ano que a Constituição foi

promulgada, afirmou: “A Constituição quer mudar o homem em cidadão... Só é

cidadão quem ganha justo e eficiente salário, lê e escreve; tem moradia, tem

hospital e remédio, lazer quando descansa” (Weffort, 1992).

Desde então o Brasil pode ser considerado democrático em alguns aspectos,

como é o caso das eleições livres, Direito ao voto, liberdade de expressão, entre

outros. Porém não se caracteriza democrático no que diz respeito à igualdade social,

pois não precisamos ir muito longe para vermos as gigantescas diferenças sociais

existentes.

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Os presidentes que assumiram mandatos após a constituição, não fizeram jus

à afirmação de Ulysses Guimarães, e praticaram o mesmo regime utilizado nos anos

anteriores a constituição, por este motivo o povo saiu em protesto contra os

políticos. Por ser uma época menos desenvolvida e com menos acesso a

informação, as pessoas não reivindicavam melhores condições de vida, primeiro por

que era uma época mais tranquila, em que ainda havia respeito e boa conduta por

parte das mesmas, segundo por não existir conhecimento entre as pessoas da

existência desses direitos e do real papel do político perante o país e perante a

sociedade.

Atualmente o cenário é totalmente diferente. Com a chegada de novas

tecnologias nos meios de comunicação e por este acesso estar presente e perto de

todos; a informação se tornou mais acessível e consequentemente mais conhecida.

Dessa forma as pessoas passaram a conhecer seus direitos, alem de ter acesso

também a informações sobre o que está errado na administração pública, sobre o

caos nos sistemas públicos e as roubalheiras que vez por outra são reveladas pela

mídia.

Sendo assim, quando a população vê que as coisas estão acontecendo de

forma errada, saem às ruas e vão protestar e exigir dos governantes que façam o

certo, tal atitude mostra aos políticos que a população está insatisfeita com os

serviços a ela oferecida, para que os impostos sejam revertidos em melhorias nos

serviços públicos, para que trabalhem de forma coerente e digna as necessidades

humanas, afinal eles estão no poder porque foram eleitos com o voto do povão

portanto devem trabalhar pelo povo e para o povo. Com isso as reivindicações nos

dias atuais são por melhorias nas condições básicas de vida, por um fim a violência,

pelo fim da corrupção e etc.

A má escolha dos representantes legais do nosso País traduz um reflexo

negativo das ações legitimas dentro das diversas esferas socais. É preciso que as

pessoas tenham mais consciência do compromisso que devem ter na

responsabilidade para com a sociedade, que cada uma assuma de fato o seu papel

de coadjuvante na construção individual e coletiva na historia do nosso País.

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1 CONCLUSÃO

Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela

tampouco a sociedade muda."

Paulo Freire

A partir de uma avaliação profunda dos acontecimentos históricos no país,

podemos então perceber a evolução que já tivemos, mas também a enorme

caminhada que nos espera, e esta pede mudanças em aspectos sociais,

econômicas e principalmente pessoais. Devemos mudar as condutas, os valores da

sociedade. A partir de uma avaliação individual de cada cidadão para si mesmo e de

sua mudança é que poderemos mudar a sociedade.

Essa mudança individual, porém não se dá rapidamente e sem incentivo. É

necessário um estímulo para que o ser perceba as diferenças básicas entre uma

vida digna para todos e a oferecida pelo Brasil atualmente. Este estímulo se resume

a uma única palavra de poder tão grande e transformador: EDUCAÇÃO.

Através da aquisição do conhecimento, o indivíduo abre sua mente e suas

perspectivas de vida, não se contentando mais com as migalhas ora oferecidas e

buscando melhorar cada vez mais seus objetivos e meios de vida.

Outro ponto que oportuniza melhor condição de vida é EMPREGO. Por meio

do trabalho o ser valoriza sua remuneração, ocupa-se de algo desafiador e benéfico

para si, além de afastar de vez a dependência de ganhos fáceis que o tornavam

acomodados e de compromissos indiretos (ou diretos) a políticos

descompromissados com a justiça social do Brasil.

Para que se chegue a educação de qualidade e emprego a todos, hoje se faz

necessário protestos e greves, para que o governo veja que a população não esta

conformada com o descaso e que ela está disposta a lutar pela sua plena liberdade,

por uma vida digna e para que de uma vez por todas haja de fato no Brasil Justiça

Social.

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REFERÊNCIAS

SOBRENOME, Nome do autor. Título da obra. Edição. Cidade: Editora, Ano de Publicação.

SOARES, A Verdadeira Justiça Social. 26 de abril de 2005. Disponível em : http://www.midiaindependente.org/pt/red/2005/04/315386.shtml

VALLA, Victor Vincent. Sobre participação popular: uma questão de perspectiva. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 14(Sup. 2):7-18, 1998. Disponível em: http://www.scielosp.org/pdf/csp/v14s2/1322.pdf

SILVA, Jesue Graciliano da. Mobilização popular e a melhoria da gestão pública. Jun. 2013. Disponível em: <http://eticaegestao.ifsc.edu.br/ideias-e-reflexoes/mobilizacao-popular-e-a-melhoria-da-gestao-publica/>.

FREIRE, Paulo. Disponível em : http://pensador.uol.com.br/frase/MjM3OTU5/

L'APICCIRELLA, Nadime, Democracia no Brasil. © Revista Eletrônica de Ciências - Número 24 - Fevereiro / Março de 2004. Disponível em:http://www.cdcc.sc.usp.br/ciencia/artigos/art_24/demobr.html

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