manguel, alberto. uma história de leitura

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Ficha de Leitura MANGUEL, Alberto. Uma História de Leitura. São Paulo. Companhia das Letras, 2004. Versão digital. 1 Tipo de suporte utilizado: Digital 2 Características da Linguagem utilizada: Linguagem descritiva e formal, ou seja, respeita os preceitos da gramática. 3 Mensagem: O autor apresenta sua experiência como leitor e suas descobertas através das leituras que realizou, tudo isso relacionando elementos históricos e referências literárias e mostrando os diferentes culturas e as diversas formas de leitura e do ato de ler. 3.1 Código: Código escrito. 3.1 Conteúdo: Manguel introduz seu livro contando histórias de leituras e leitores. “Todos esses são leitores, e seus gestos, sua arte, o prazer, a responsabilidade e o poder que derivam da leitura, tudo tem muito em comum comigo”. (p.05). Traça sua trajetória pessoal como leitor, os tipos de leitura que realizou em cada fase da sua vida, da infância com 4 anos, passando pela adolescência até a vida adulta. As maneiras como lia, ora ofegante, em ritmo acelerado, sem se deter nos detalhes, ora “explorando cuidadosamente,

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O autor apresenta sua experiência como leitor e suas descobertas através das leituras que realizou, tudo isso relacionando elementos históricos e referências literárias e mostrando os diferentes culturas e as diversas formas de leitura e do ato de ler.

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Ficha de Leitura

MANGUEL,Alberto.Uma Histria de Leitura.So Paulo. Companhia das Letras, 2004. Verso digital.

1 Tipo de suporte utilizado: Digital2 Caractersticas da Linguagem utilizada: Linguagem descritiva e formal, ou seja, respeita os preceitos da gramtica.3 Mensagem:O autor apresenta sua experincia como leitor e suas descobertas atravs das leituras que realizou, tudo isso relacionando elementos histricos e referncias literrias e mostrando os diferentes culturas e as diversas formas de leitura e do ato de ler.

3.1 Cdigo: Cdigo escrito.

3.1 Contedo:

Manguel introduz seu livro contando histrias de leituras e leitores. Todos esses so leitores, e seus gestos, sua arte, o prazer, a responsabilidade e o poder que derivam da leitura, tudo tem muito em comum comigo. (p.05).Traa sua trajetria pessoal como leitor, os tipos de leitura que realizou em cada fase da sua vida, da infncia com 4 anos, passando pela adolescncia at a vida adulta. As maneiras como lia, ora ofegante, em ritmo acelerado, sem se deter nos detalhes, ora explorando cuidadosamente, examinando o texto para compreender seu sentido emaranhado, descobrindo prazer no simples som das palavras ou nas pistas que as palavras no queriam revelar. (p.10). Para Manguel a leitura era um refgio. O autor fala sobre as transformaes que a leitura trouxe para sua formao como leitor. O ensasta canadense Stan Persky disse-me uma vez que, "para os leitores, deve haver um milho de autobiografias", pois parece que encontramos, livro aps livro, os traos de nossas vidas. (p.07). Aprendi rapidamente que ler cumulativo e avana em progresso geomtrica: cada leitura nova baseia-se no que o leitor leu antes. (p. 14).Mostra que ao passo que lia at sua forma de organizar os livros se modificou, antes por ordem alfabtica de autor, depois por gnero, idioma, e at por regras secretas. Manguel fala na censura dos livros ditos como comunistas no perodo ditatorial, e tambm de como um leitor visto pela sociedade. Diante de toda a represso e o desinteresse dos regimes populares e totalitrios sobre a leitura, os leitores no podem deixar de ser subversivos (p.16). Discorre sobre a leitura dos olhos que envolvem percepes e sensaes que vo do ver ao ler. Esse processo envolve conhecimento para fazer inferncias, sensibilidade fsica e emoo. Dizem que ns, leitores de hoje, estamos ameaados de extino, mas ainda temos de aprender o que a leitura (p. 16). Ler, ento, no um processo automtico de capturar um texto como um papel fotossensvel captura a luz, mas um processo de reconstruo desconcertante, labirntico, comum e, contudo, pessoal. (p.24)Manguel fala sobre a origem da leitura silenciosa e falada em foz alta e de como isso alterava a forma de ler e escrever, a separao das frases, pontuao, a direo da leitura, que no universal. Um livro que pode ser lido em particular e sobre o qual se pode refletir enquanto os olhos revelam o sentido das palavras no est mais sujeito s orientaes ou esclarecimentos, censura ou condenao imediatas de um ouvinte. (p.32).Em o livro da memria Malguel faz uma relao sobre a memria e a oralidade, contando sobre o rei Thot do Egito que acreditava que a escrita traria memria e sabedoria para o povo, porm o rei discordava que se tudo estivesse escrito o povo no iria exercitar a memria. O que certo que o ato de ler, que resgata tantas vozes do passado, preserva-as s vezes muito adiante no futuro, onde talvez possamos us-las de forma corajosa e inesperada. (p.40)Manguel discorre sobre os diferentes rituais criados pela sociedade para simbolizar o ato de aprender a ler. O moralismo medieval em relao ao aprendizado da leitura e escrita para meninas, a leitura, deveria ocorrer apenas para que fossem ao convento.Fala sobre a escolstica "harmonia entre opinies divergentes" (p.46) e a transio para sistemas de educao mais liberais e seus desdobramentos. Para Manguel a leitura sofre influencia de outras leituras. Que no h uma leitura correta ao passo que nenhuma leitura pode ser considerada final. Quanto mais lemos, mais temos condio de selecionar as leituras, encontrar o que mais interessante, o que instiga e trs senso reflexivo e questionador. Fala sobre livros que no esto para a compreenso de alguns leitores por falta de conhecimento e experincia. "Porque por mais pginas que o homem estudioso leia, ele jamais deve esquecer que ainda no chegou primeira pgina". (p.54)O autor discorre sobre a leitura implcita dentro de uma imagem, que diferente de tentar ler um livro em uma lngua desconhecida, as imagens por si s possibilitam atribuir um sentido. As imagens serviam para a leitura dos iletrados. "Aquilo que a gente simples no podia apreender lendo as escrituras poderia ser aprendido por meio da contemplao de imagens. (p.59)Manguel fala do prazer de ouvir algum lendo em voz alta. Conta sobre a leitura feita nas fbricas de charuto em Cuba para os operrios, que logo foram consideradas subversivas pelo governo. Fala tambm nas leituras feitas em mosteiros e faz um contraponto, nas fbricas os livros eram escolhidos por consenso, os livros podiam se tornar posse ntima de cada ouvinte, j no mosteiro a escolha era feita pelas autoridades da comunidade, era preciso evitar exaltao, prazer pessoal e orgulho, pois a fruio do texto deveria ser comunitria, no individual. Para so Bento, o texto - a Palavra de Deus estava acima do gosto pessoal, seno acima da compreenso. (p.68). Manguel discorre sobre as diferentes maneiras de ouvir um texto na Europa do sculo XI: artistas pblicos com pretenses intelectuais recitavam e cantavam em feiras e mercados. [ . . . ] a cerimnia de ouvir algum ler sem dvida priva o ouvinte de um pouco da liberdade inerente ao ato de ler - escolher um tom, sublinhar um ponto, retornar s passagens preferidas -, mas tambm d ao texto verstil uma identidade respeitvel, um sentido de unidade no tempo e uma existncia no espao que ele raramente tem nas mos volveis de um leitor solitrio.(p. 73)O autor fala da evoluo dos suportes (argila, papiro, papiro) e suas limitaes, o mobilirio utilizado para tornar a leitura mais confortvel. Aborda a produo do livro artesanal at a prensa de Gutenberg que aumentou subitamente a produo de livros. Julgo um livro por sua capa; julgo um livro por sua forma. (p. 74). Mostra que embora exista tecnologia e computadores no houve alterao na produo do livro impresso.Manguel fala que para cada ocasio existe uma leitura e que essa leitura tem o poder de transformar o lugar. Fala do prazer de ler na cama e contextualiza esse ato na histria, mostrando que embora as leituras fossem feitas na cama, no se tinha privacidade como se tem hoje. [ . . . ] os quartos de dormir - como quase todas as outras dependncias da casa - eram tambm corredores de passagem, de tal forma que no garantiam necessariamente paz e tranqilidade para atividades como a leitura. (p. 90).Fala sobre o envolvimento que o leitor tem com o livro, das percepes conscientes e inconscientes que temos no ato de ler. Para Manguel a metfora da leitura est associada a outras funes corporais essenciais. Ler j um veculo metafrico e para ser reconhecida deve se utilizar tambm de metforas. Fala sobre as bibliotecas, a organizao do conhecimento, e sistemas de classificao. Salienta o poder que o leitor tem na construo de novos conhecimentos e no poder de decidir o final da histria lida, cita o exemplo do hipertexto.Encerra o livro sem encerrar, pois, a histria da leitura, felizmente, no tem fim. (p. 183). Cada leitura nica e acontece diferente para cada leitor e para cada situao uma nova leitura feita.

4. Avaliao a respeito do texto

Foi muito difcil resumir a obra, pois ela riqussima em detalhes. A forma como o autor descreve os acontecimentos e suas experincias como leitor, me fez viajar junto na histria, a ponto de no conseguir selecionar somente ideias. Ao resumir, sinto como se estivesse retirando a alma do autor do livro transformando-o em algo concreto e esttico.J havia lido este livro a cerca de 4 anos atrs, e posso comprovar que cada experincia que adquiri tanto de vida como de leituras, fez com que eu atribusse ainda mais sentido nessa segunda leitura.O livro do Manguel sintetizou de forma ainda mais potica os contedos que vimos nesta disciplina. Pude relacionar a leitura falada com a contao de histrias e perceber que embora seja mgico ouvir algum realizar uma leitura em voz alta, no substitui a leitura silenciosa. O leitor tambm precisa ser instigado a preencher as lacunas deixadas pelo texto. Ao falar da leitura de imagens, pude fazer duas leituras. A primeira, a imagem para quem no sabe ler a escrita, pode ser fantstica, imagem pode dialogar. Porm se temos conhecimentos, seja de leitura de mundo, seja da leitura escrita, aquela imagem pode representar diversos significados, inclusive os implcitos e para compreend-los preciso ter criticidade diante da leitura.