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Organização do Tratado de Cooperação Amazônica Fundo para o Meio Ambiente Mundial Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS TRANSFRONTEIRIÇOS DA BACIA DO RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA OTCA / GEF / PNUMA GEF – AMAZONAS COMPONENTE-III Estratégias de Resposta SUBPROJETO N º III.3 Sistema Integrado de Informação Atividade-III.3.2-B POLUIÇÃO DA ÁGUA DA BACIA AMAZÔNICA Produto IV Identificación documentada de la contaminación del agua en los "puntos críticos" y análisis de las causas antropogénicas y los impactos de la contaminación del agua tanto en la salud humana como del medio ambiente Fernanda Souza do Nascimento Bolívia Brasil Colômbia Equador Guiana Peru Suriname Venezuela Brasília – Brasil 2015 Região da confluência dos rios Tapajós e Amazonas, 1

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Organização do Tratado de Cooperação Amazônica

Fundo para o Meio Ambiente Mundial

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente

MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS

TRANSFRONTEIRIÇOS DA BACIA DO RIO AMAZONAS CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E A MUDANÇA CLIMÁTICA

OTCA / GEF / PNUMA

GEF – AMAZONAS

COMPONENTE-III Estratégias de Resposta SUBPROJETO N º III.3 Sistema Integrado de Informação

Atividade-III.3.2-B POLUIÇÃO DA ÁGUA DA BACIA AMAZÔNICA

Produto IV Identificación documentada de la contaminación del agua en los "puntos críticos" y

análisis de las causas antropogénicas y los impactos de la contaminación del agua tanto en la salud humana como del medio ambiente

Fernanda Souza do Nascimento

Bolívia Brasil Colômbia Equador Guiana Peru Suriname Venezuela

Brasília – Brasil 2015

Região da confluência dos rios Tapajós e Amazonas,

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SUMÁRIO

1 RECURSOS HÍDRICOS DA AMAZÔNIA ..................................................................................................... 5

2 DESCRIÇÃO GERAL DA REGIÃO AMAZÔNICA .................................................................................... 10

2.1 Países cujos Dados foram Tratados no Presente Trabalho ...................................................................... 10 2.1.1 Amazônia Brasileira ........................................................................................................................ 10 2.1.2 Amazônia Colombiana .................................................................................................................... 17 2.1.3 Amazônia Equatoriana .................................................................................................................... 25 2.1.4 Amazônia Peruana .......................................................................................................................... 37

3 A QUALIDADE DE ÁGUA DA BACIA AMAZÔNICA ............................................................................. 43

3.1 Brasil ....................................................................................................................................................... 43 3.2 Colômbia ................................................................................................................................................ 53 3.3 Equador ................................................................................................................................................... 54 3.4 Peru ......................................................................................................................................................... 56

4 DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA ................................................................................................... 56

5 MERCÚRIO .................................................................................................................................................... 59

5.1 Introdução ............................................................................................................................................... 59 5.2 O Mercúrio no Ambiente ........................................................................................................................ 61 5.3 Formas de Exposição ao Mercúrio ......................................................................................................... 62 5.4 Efeitos do Mercúrio na Saúde Humana .................................................................................................. 63 5.5 Teste Médico para Determinar a Exposição ao Mercúrio ....................................................................... 65

6 POLUIÇÃO POR MERCÚRIO NA BACIA AMAZÔNICA ......................................................................... 66

6.1 Introdução ............................................................................................................................................... 66 6.2 A Origem da Contaminação por Mercúrio na Bacia Amazônica............................................................ 67

6.2.1 Contaminação por Mercúrio no Ambiente da Amazônia ................................................................ 67 6.3 As Políticas de Controle ......................................................................................................................... 68

6.3.1 Ações Internacionais para Políticas de Controle ............................................................................. 68 6.3.1.1 Tratado Global para o Mercúrio ............................................................................................... 68

6.3.2 Projeto Global sobre Mercúrio (GEF, UNEP, UNIDO) .................................................................. 68 6.3.3 Cooperação Global da UNEP sobre Mercúrio ................................................................................ 68 6.3.4 Marco Legal para o Uso de Mercúrio nos Países Amazônicos ....................................................... 68

6.3.4.1 Bolívia ...................................................................................................................................... 69 6.3.4.2 Brasil ........................................................................................................................................ 69 6.3.4.3 Colômbia .................................................................................................................................. 69 6.3.4.4 Equador .................................................................................................................................... 69 6.3.4.5 Peru .......................................................................................................................................... 70 6.3.4.6 Guiana ...................................................................................................................................... 70 6.3.4.7 Suriname .................................................................................................................................. 70 6.3.4.8 Venezuela ................................................................................................................................. 70

6.4 Conclusões .............................................................................................................................................. 71 7 MAPEAMENTO DOS DADOS DA QUALIDADE DA ÁGUA EM AMBIENTE GOOGLE ..................... 71

7.1 Introdução ............................................................................................................................................... 71 7.2 Os Passos para a Utilização da Ferramenta ............................................................................................ 71

8 REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................. 74

ANEXOS ANEXO A. Concentrações de mercúrio detectadas na Bacia Amazônica. ........................................................... 88 ANEXO B. Dados da qualidade da água da Bacia Amazônica, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana e Peru. ....... 88

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Page 3: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Lista das Figuras FIGURA 2.1 A Região Hidrográfica Amazônica Brasileira (linha vermelha) na América do Sul. Destaque

para os Estados da Federação que a compõem (ANA 2002a). ..................................................................... 10 FIGURA 2.2. Região da bacia do rio Amazonas, Amazônia, Brasil (ANA, link in http://www2.ana.gov.br/

Paginas/portais/bacias/amazonica.aspx) ....................................................................................................... 11 FIGURA 2.3. Bacia Hidrográfica Amazônica, destacando-se os principais rios (Ministério do Transportes,

Brasil 2000)................................................................................................................................................... 12 FIGURA 2.4. As Sub-regiões Hidrográficas da Bacia Amazônica Brasileira (PNRH/SRH 2005 in Gonçalves

2006). ............................................................................................................................................................ 12 FIGURA 2.5. Bacias hidrográfias da Amazônia Colombiana e da Colômbia (MAVDT/IDEAM 2006 in

Herrán 2007). ................................................................................................................................................ 18 FIGURA 2.6. Divisão Político Administrativa da bacia Amazônica Colombiana (MAVDT / IDEAM /IGAC

2004 in Herrán 2007). ................................................................................................................................... 18 FIGURA 2.7. Regiões Geográficas da Colômbia (IGAC 2002). ........................................................................... 19 FIGURA 2.8. População da Amazônia Colombiana (DANE 2007 in Herrán 2007). ............................................ 20 FIGURA 2.9. Sub-bacias do rio Amazonas, da Amazônia Colombiana (MAVDT/IDEAM 2004 in Herrán

2007). ............................................................................................................................................................ 24 FIGURA 2.10. Disponibilidade hídrica superficial da Amazônia Colombiana (a) e por região hidrográfica (b)

(IDEAM 2004, 2010). ................................................................................................................................... 25 FIGURA 2.11. Mapa da Região Amazônica Equatoriana (Ministerio de Agricultura e Ganaderia 2006 in

Paredes 2006). ............................................................................................................................................... 27 FIGURA 2.12. Mapa geomorfológico da Região Amazônica Equatoriana (Ministerio de Agricultura e

Ganaderia 2006 in Paredes 2006). ............................................................................................................... 28 FIGURA 2.13. População das cidades mais importantes da Amazônia Equatoriana (Paredes 2006). ................... 29 FIGURA 2.14. Atividades econômicas relacionadas a conflitos com uso da água no Equador (SENAGUA

2008). ............................................................................................................................................................ 32 FIGURA 2.15. Disponibilidade de água por vertentes e população do Equador (INAMHI 2005 in Paredes

2006). ............................................................................................................................................................ 33 FIGURA 2.16. Localização das bacias Hidrográficas do Equador (Ministério del Ambiente, Equador). .............. 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru

(SENAGUA 2012). ....................................................................................................................................... 36 FIGURA 2.18. (a) Região da bacia amazônica peruana. (b) Unidades hidrográficas da bacia Amazônica

peruana. 492: Bacia do rio Purús. 496: Bacia do rio Yurúa, 497/498: Bacia do rio Marañón, 499 : Bacia do rio Ucayali, 466 : Bacia do rio Madre de Dios (ANA 2012). .................................................................. 37

FIGURA 2.19. Mapa da Bacia Amazônica Peruana, com os limites das bacias transfronteiriças (Agüero 2012). ............................................................................................................................................................ 42

FIGURA 3.1. Pontos de monitoramento de qualidade das águas da Rede Hidrometeorológica Nacional, Brasil (ANA 2005). ....................................................................................................................................... 44

FIGURA 3.2. Principais áreas críticas e suas respectivas fontes de poluição da Região Hidrográfica Amazônica, Brasil (ANA 2005). ................................................................................................................... 49

FIGURA 3.3. Principais áreas críticas e suas respectivas fontes de poluição da Região Hidrográfica do Tocantins. Bacia Amazônica, Brasil (ANA 2005). ....................................................................................... 51

FIGURA 3.4. Distribuição das estações de monitoramento de qualidade de água na Colômbia (Rivera 2012, modificado). .................................................................................................................................................. 54

FIGURA 7.1. Imagem da ferramenta de acesso à nformação relativa à qualidade da água dos rios da Bacia Amazônica, elaborada no presente trabalho (IIAP 2015). ............................................................................ 72

FIGURA 7.2. Imagem da escolha de um ponto no mapa, reresentativao do passo 2.a). ........................................ 72 FIGURA 7.3. Imagem do detalhe do ponto de monitoramento escolhido no Mapa (2.c)). .................................... 73

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Page 4: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Lista das Tabelas TABELA 1.2. A representatividade territorial da Bacia Amazônica por país (DNAEE 1994 in Fenzl 2005,

MMA 2005). ................................................................................................................................................... 8 TABELA 2.1. Participação das Unidades da Federação (em %) na composição da área total da Bacia

Amazônica Brasileira (Gonçalves 2006, calculado a partir de dados do IBGE (2003). ............................... 11 TABELA 2.2. Vazão da Região Hidrográfica Amazônica. Brasil (Molinier et al. 1995, Filizola 2005). .............. 13 TABELA 2.3. Oferta de água superficial, Amazônia, Brasil (Filizola et al. 2002). ............................................... 14 TABELA 2.4. População da Amazônia Colombiana, por departamento (MAVDT/SINCHI 2011 in Herrán

2007). ............................................................................................................................................................ 20 TABELA 2.5. Disponibilidade hídrica das sub-bacias da Bacia Amazônica na Colômbia (IDEAM 2010). ......... 25 TABELA 2.9. Habitantes por províncias na Amazônia Equatoriana (Paredes 2006). ........................................... 26 TABELA 2.7. Composição do sistema hidrográfico da Amazônia Equatoriana (Ministerio del Ambiente,

Equador). ...................................................................................................................................................... 34 TABELA 2.8. Sistemas Hidrográficos da Amazônia Equatoriana (Paredes 2006). ............................................... 35 TABELA 2.9. Disponibilidade hídrica do Peru, das três vertentes hidrográficas (INRENA 1995 , modificado,

Agüero 2012 modificado). ............................................................................................................................ 38 TABELA 2.10. Região Hidrográfica do rio Amazonas, Peru (ANA-DCPRH/BCT/ 2010). .................................. 40 TABELA 2.11. Região Hidrográfica do rio Amazonas, Amazônia, Peru (ANA-DCPRH/BCT/ 2010). ............... 41 TABELA 2.12. Bacias transfronteiriças da Região Hidrográfica do rio Amazonas, Peru (IIAP 1998). ................ 41 TABELA 2.13. Delimitação do território peruano da Bacia Amazônica, critério hidrográfico (IIAP 1998). ........ 42 TABELA 2.14. Características de alguns rios da bacia amazônica peruana, segundo a classificação da água

de Sioli & Klinge (1962) (Agüero 2007). ..................................................................................................... 43 TABELA 3.1. Classificação dos valores do Índice de Qualidade das Águas nos estados brasileiros (ANA

2005). ............................................................................................................................................................ 45 TABELA 3.2. As águas amazônicas e suas principais características hidroquímicas. Brasil (Sioli 1967/1975,

Schmidt 1972, Meade et al. 1979, Filizola 1999/2005). ............................................................................... 46 TABELA 3.3. Estacões de medida da qualidade da água da Bacia Amazônica. Brasil (ANA 2013). ................... 52 TABELA 3.4. Parâmetros da qualidade da água medidos nas estacões da Bacia Amazônica. Brasil (ANA

2013). ............................................................................................................................................................ 52 TABELA 3.5. Estacões que medem qualidade da água, da Rede de Estações Hidrometeorológicas e

Programas Associados na bacia do rio Amazonas, Colômbia (IDEAM in Rivera 2012). ............................ 53 TABELA 3.6. Regiões hidrográficas com dados da qualidade da água da Amazônia Equatoriana (SENAGUA

2011 a 2012, Gobierno Municipal de Gonzalo Pizarro (2010 e 2011). ........................................................ 55 TABELA 4.1. Doenças de veiculação hídrica e agentes causadores. ..................................................................... 59

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1 RECURSOS HÍDRICOS DA AMAZÔNIA

O rio Amazonas nasce no vale de Apacheta, na montanha de Mismi, cordilheira de

Shila, Departamento de Arequipa, Peru, a uma altitude de 5.597 m. As águas de degelo

fluem em direção ao rio Apurímac, tributário do Ucayali, que finalmente se une ao

Marañón para formar o canal principal do rio Amazonas. Assim, a confluência entre o rios

Apurímac e Ucayali é a transição do percurso do rio da região andina para a planície

aluvial inundável e suavemente ondulada. O rio segue seu percurso na fronteira colombo –

peruana, na fronteira tríplice incluindo-se o Brasil, onde recebe as águas do rio Negro.

Nessa região da confluência é marcante o contraste entre as águas ao longo de 230

quilômetros, devido a baixa velocidade das correntes fluviais. Da mesma forma, observa-

se o contraste de águas na confluência das as “águas claras” do rio Tapajós com as “águas

brancas” do Amazonas (Novoa 1997, Gonçalves 2006, Paredes 2006, Agüero 2007, Herrán

2007, OTCA 2008).

Ao longo de seu percurso, por grandes distâncias, o rio Amazonas ora se divide em

dois cursos principais, com canais laterais conectados por um complexo sistema de

riachos, que cortam os Igapós, passando por os demais diferentes ambientes

geomorfológicos característicos da Amazônia, como a “terra firme”, “várzeas” e lagos. Em

Óbidos, a 600 quilômetros do Atlântico, o rio se estreita numa única corrente de 1,6

quilômetro e 60 metros de profundidade, a uma velocidade média de 7,0 Km/h (Herrán

2007).

O rio Amazonas faz parte dos quatro grandes sistemas hidrográficos que produzem

70 % da descarga de água doce da América Latina. A descarga do rio é superior a 6.700

km3/ano e a carga de sedimentos para o Oceano Atlântico varia entre 0,4 a 1 milhão de

toneladas por ano. Em 1977 registraram-se 1,7 milhão Ton/ano em Iquitos e 4,7 milhões

Ton/ano em Óbidos (Gonçalves 2006, Paredes 2006, Agüero 2007, Herrán 2007) .

Nos países andinos o Amazonas é denominado Marañón, ao entrar no Brasil é

chamado de rio Solimões e ao receber as águas do rio Negro, no Estado do Amazonas,

passa a ser chamado de rio Amazonas. No seu percurso de 6.992,06 Km e largura média de

5,0 Km até a desembocadura no Atlântico, o rio tem tributários, em grande parte,

influenciados pelos processos de cheia e vazante, oriundos de sete países, formando a

maior bacia hidrográfica do planeta, com uma extensão estimada em 6.100,00 Km2 (ANA

2006, INPE 2008).

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O volume de água doce aportado pelo rio Amazonas ao Oceano Atlântico é cerca

de 15 % a 16 % de todos os aportes de água doce dos rios do mundo (Milliman & Meade

1983). Considerando-se a contribuição de cada país em volume de água para a bacia,

Colômbia, Equador e Peru participam com 30 % da vazão no canal principal do rio

Amazonas. Bolívia, Brasil e Peru com o rio Madeira e Brasil, com o rio Negro,

representam outros 30 %. O restante é captado em território brasileiro (ANA 2002a,

Goulding et al. 2003).

A bacia do rio Amazonas tem suas mais importantes bacias tributárias com

nascente na região Andina e, a partir daí na divisa com a Colômbia, inclui-se a bacia do rio

Orinoco, e ao longo da região de planície, a bacia paleozóica sedimentar, somam-se os

tributários com nascente na região dos escudos do Guaporé (Brasil – Central) no Sul e das

Guianas, no Norte. Assim, os grandes divisores de água da bacia são os Andes a oeste, o

Escudo das Guianas ao norte e o Escudo Brasileiro ao sul.

Na literatura variam os dados para a área calculada da extensão tanto do rio

Amazonas como para a sua bacia e para a superfície da Bacia Amazônia nos diferentes

países, dados os diferentes critérios adotados. Desde a superfície de 7.165.218 Km2) a

6.1000.000 Km2, que exclui os rios Tocantins e Araguaia e seus afluentes, considerando-os

suas bacias a parte. Entretanto, incluindo-se a bacia do rio Tocantins, soma-se a superfície

aproximada de 900.000 Km2 que alcança valor aproximado de 7.000.000 Km2 (Novoa

1997, ANA 2000, INPE 2008).

Dados publicados por diferentes fontes mostram que as áreas indicadas para

delimitar a Amazônia variam segundo critérios adotados (TABELA 1). Assim, a FIGURA

1 mostra a área que a Bacia Amazônica ocupa nos diferentes países, segundo critério

hidrográfico, de acordo com Instituto Geográfico Militar da Bolívia, Ministério do Meio

Ambiente Brasil (2006a), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE/Brasil

(2004b), Ministério do Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial da Colômbia,

Instituto Amazônico de Investigação Científica/SINCHI (2007), Instituto de Pesquisa da

Amazônia Peruana/IIAP (2007) e Instituto Geográfico da Venezuela Simón Bolívar

(2008).

O critério hidrográfico considera a extensão total da bacia amazônica, o qual inclui-

se outras bacias ou microbacias que têm uma estreita ligação com a Bacia Amazônica.

Assim, o país que tem maior parte de seu território na Bacia Amazônica é o Peru (75 %),

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seguido por Bolívia (65 %), Equador (51 %), Brasil (45 %), Colômbia (30 %), Venezuela

(5 %) e, finalmente, a Guiana (5 % ).

O critério político-administrativo engloba a área compreendida pelos limites

político-administrativos de diferente hierarquia, estabelecidos para cada país e definidos

como parte da sua Amazônia, segundo informações do Instituto Geográfico Militar da

Bolívia, Ministério do Meio Ambiente Brasil (2006a), Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística/IBGE/Brasil (2004b), Ministério do Ambiente, Habitação e Desenvolvimento

Territorial da Colômbia, Instituto SINCHI (2007), Instituto de Pesquisa da Amazônia

Peruana/IIAP (2007), e Instituto Geográfico da Venezuela Simón Bolívar (2008). De

acordo com esse critério, o Suriname e a Guiana têm todo seu território na Bacia

Amazônica, seguindo-se a Bolívia (65 %), Brasil (59 %), Peru (50 %), Colômbia (41 %),

Equador (40 %) e Venezuela (5 %).

TABELA 1. Área da Região Amazônica dos diferentes países.

PAÍS ÁREA DO PAÍS (km2) (A)

REGIÃO AMAZÔNICA SUPERFÍCIE

(km2) CRITÉRIO

HIDROGRÁFICO (B)

CRITÉRIO POLÍTICO- ADMINISTRATIVO

(D) Bolívia 1.098.581* 724.000* 724.000* Brasil 8.514.876* 3.869,953* 5.034.740*

Colômbia 1.141.748 345.293* 477.274* Equador 283.561* 146.688**(a) 115.613* Guiana 214.960* 12.224** (a) 214.960*

Peru 1.285.216* 967.176* 651.440* Suriname 142.800* - 142.800* Venezuela 916.445* 53.000* 53.000*

Total 13.598.187 7.413.827 (*): Fontes oficiais nacionais Bolívia: Instituto Geográfico Militar. Brasil: Ministério do Meio Ambiente (2006a). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2004b). Colômbia: Ministério do Ambiente, Habitação e Desenvolvimento Territorial – Instituto SINCHI (2007). Guiana: Agência de Proteção Ambiental (2007). Peru: Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana/IIAP (2007). Suriname: Escritório Geral de Estatística. Venezuela: Instituto Geográfico da Venezuela Simón Bolívar (2008). (**) Fontes não-oficiais nacionais que produziram informação sobre a Amazônia mediante pesquisas: (a) Freitas (2006). (b) Martini et al. (2007). Projeto Panamazonia II. INPE.

Baseando-se no critério hidrográfico e no critério politico-administrativo que inclui

a Guiana e o Suriname, com parte de seu território na bacia amazônica, desses países

também foram levantadas informações a respeito da poluição / contaminação da água da

bacia.

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Considerando-se a representatividade territorial por país na bacia Amazônica,

outras fontes de informação mostram que mais de a metade da região da bacia é brasileira

(62 %), seguindo-se da Colômbia e Peru (ambos com 10 %), Bolívia (6,0 %), Venezuela

(5,0 %), Equador (3,0 %) e finalmente Guiana e Suriname, ambos com 2,0 % (DNAEE

1994 in Fenzl 2005) (TABELA 4.2).

TABELA 1.1. A representatividade territorial da Bacia Amazônica por país (DNAEE 1994 in Fenzl 2005, MMA 2005).

ÁREA DO PAÍS NA BACIA AMAZÔNICA

PAÍS DNAEE (1994) (km²) (%)

Bolívia 954.340 6 Brasil (*) 4.718.067 62 Colômbia 986.600 10 Equador 141.000 3 Guiana 82.250 2

Peru 36.980 10 Suriname 163.470 2 Venezuela 6.437 5

(*): Incluindo-se a bacia do rio Tocantins (813.674 Km2). DNAEE: Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica, Brasil.

Os oito países da bacia Amazônica veem desenvolvendo o projetos de

gerenciamento de bacias transfronteiriças. Considerando-se a variabilidade climática e as

mudanças climáticas, destaca-se atualmente o Projeto GEF Amazonas – OTCA/ PNUMA,

o qual o presente relatório vincula-se.

Dentre os diferentes acordos firmados ou em fase de firmação entres os países,

citam-se o Plano de Ordenamento e Manejo das Bacias dos Rios San Miguel e Putumayo

(Colômbia – Equador 1979), o Plano para o Desenvolvimento Integral da Bacia do Rio

Putumayo (Colômbia – Peru 1979), e o Plano Binacional Peru – Equador, que abrange

uma extensa faixa de fronteira entre ambos os países, incluindo-se setores na fronteira

amazônica. O Brasil e Peru firmaram diferentes os acordos desde a década de 1990, como

o Comitê de Apoio ao Pólo de Desenvolvimento Binacional Iñapari – Assis Brasil, o

Grupo de Trabalho sobre Segurança e Desenvolvimento da Amazônia e o Grupo de

Trabalho sobre Meio Ambiente. Comitês e grupos de trabalho com diferentes tarefas no

âmbito da cooperação fronteiriça também foram formados, como O Grupo Técnico

Operacional Tripartite Colômbia, Brasil e Peru, criado em 1992 (Gonçalves 2006, Paredes

2006, Herrán 2007, Agüero 2007).

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Page 9: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Estudos mostram relação direta entre o ambiente geológico/hidrológico e a química

da água. Os rios da Amazônia são classificados em três categorias: rios de águas brancas,

pretas e claras (Sioli & Klinge 1962, Santos & Ribeiro 1988, Cunha 2000, Horbe et al.

2005, Queiroz et al. 2009).

Os rios de água branca, de origem nos Andes peruanos e equatorianos, transportam

alta carga de sedimentos em suspensão e sais dissolvidos proveniente dos Andes e da

erosão dos sedimentos das bacias de drenagem. Possuem pH 6,5 a 7,0, altas concentrações

relativas de cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e bicarbonato e (HCO3-), condutividade média

ao redor de 60 µS/cm e são pouco transparentes (0,30 a 0,50 m). Os rios Solimões,

Amazonas, Madeira, Purus, Branco, Juruá, Jamari são exemplos típicos dessas águas. Sioli

(1968), Konhauser et al. (1994) e Gaillardet et al. (1997) classificam os rios de águas

brancas como águas carbonatadas.

Os rios de água negra, de origem na bacia sedimentar, nascem nos escudos das

Guianas e Brasil Central, drenam área de vegetação baixa e solo arenoso. A coloração

escura é resultado da decomposição da matéria orgânica em ácidos húmicos e fúlvicos

dissolvidos na água. Caracterizam-se por altas concentrações de sódio (Na+) e potássio

(K+), pH em torno de 4,0, condutividade ao redor de 8,0 µS/cm e por pouco material em

suspensão, com transparência entre 1,0 a 1,5 m de profundidade (Furch 1984, Walker

1987, Forti et al. 1991). Os principais representantes são os rios Negro, Nhamundá, Maués.

Finalmente os rios de água clara, oriundos da Amazônia Central cujo relevo

relativamente mais regular influência na menor taxa de erosão e, assim, a água dos rios da

região é transparente e transporta pouco material em suspensão. Caracterizam-se por pH

4,5 a 7,0 (Sioli 1960, Stallard & Edmond 1983). Os rios Tapajós, Xingu, Trombetas,

Tocantins são representantes típicos de rios de água clara.

A região da bacia Amazônica é a menos habitada na maioria dos países. Em média

a densidade demográfica na região é cerca de três habitantes por quilômetro quadrado.

Apesar disso e do pequeno número de indústrias a região apresenta vários problemas

ambientais, principalmente ligados a mineração em pequena e grande escala,

desflorestamento por queimada de grande áreas, uso descontrolado de pesticidas na

agricultura e sobretudo, nas áreas urbanas, efluentes sólidos e líquidos diretamente

despejados sem tratamento nos sistemas aquáticos. A maior demanda sobre os recursos

hídricos vem das atividades agrícolas e pecuárias que, juntamente com a demanda de

outros usos industriais, geram impacto na qualidade do recurso. Não se conhece com

9

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exatidão os custos para mitigar os impactos desses problemas ambientais, nem para os

associados ao desmatamento e nem para o tratamento das águas das bacias dos rios

poluídos, pela dificuldade de se compreender os serviços ambientais e expressá-los em

termos monetários.

2 DESCRIÇÃO GERAL DA REGIÃO AMAZÔNICA 2.1 Países cujos Dados foram Tratados no Presente Trabalho 2.1.1 Amazônia Brasileira

No Brasil a Bacia Amazônica representa 63,88 % do território nacional e a

Resolução No 32 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, de 15/10/2003 (CNRH

2003), reconhece a área da Bacia Amazônica como Região Hidrográfica Amazônica,

constituída pelas bacias hidrográficas do rio Amazonas, situada no território nacional e as

bacias hidrográficas da Ilha de Marajó e as bacias hidrográficas dos rios situados no Estado

do Amapá que deságuam no Atlântico. Assim, a Região Hidrográfica Amazônica deve ser

entendida como região diferente da área definida como Amazônia Legal pela Lei

1.806/1953.

A FIGURA 2.1 mostra a delimitação da Região Hidrográfica Amazônica, em

vermelho, a qual compreende áreas pertencentes aos estados do Acre, Amapá, Amazonas,

Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, com uma área total de pouco mais de 4.000.000

Km2 e a delimitação da Amazônia Legal, marcada pela área em amarelo. Assim, a maior

parte da bacia situa-se nos estados do Amazonas (35 %), Pará (27 %) e Mato Grosso (20

%). A menor parte, ao redor de 3,0 % e 5,0 %, nos demais Estados (TABELA 2.1).

FIGURA 2.1 A Região Hidrográfica Amazônica Brasileira (linha vermelha) na América do Sul. Destaque para os Estados da

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Federação que a compõem (ANA 2002a).

TABELA 2.1. Participação das Unidades da Federação (em %) na composição da área total da Bacia Amazônica Brasileira (Gonçalves 2006, calculado a partir de dados do IBGE (2003).

ESTADO ÁREA NA

REGIÃO HIDROGRÁFICA AMAZÔNICA (%)

Acre 3,41 Amapá 3,19

Amazonas 35,07 Mato Grosso 20,17

Pará 27,86 Rondônia 5,30 Roraima 5,01

A Região Hidrográfica Amazônica é definida pela Resolução No 32/2003 do CNRH

e do Plano Nacional de Recursos Hídricos (CNRH 2005, ANA 2002a). Entretanto, muitas

vezes a Amazônia Brasileira é referida enquanto Amazônia Legal, tratando-se de uma

região definida politicamente, ou a Amazônia enquanto Bioma floresta. Assim, no Brasil,

a citação Região Amazônica pode abranger diferentes áreas e ter interpretações

dependendo dos autores. No presente trabalho, o estudo enfoca a bacia amazônica,

considerando-se, portanto, a região hidrográfica definida por a resolução e plano nacional

supracitados (FIGURA 2.2, FIGURA 2.3).

FIGURA 2.2. Região da bacia do rio Amazonas, Amazônia, Brasil (ANA, link in http://www2.ana.gov.br/ Paginas/portais/bacias/amazonica.aspx)

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FIGURA 2.3. Bacia Hidrográfica Amazônica, destacando-se os principais rios (Ministério do Transportes, Brasil 2000).

O Plano Nacional de Recursos Hídricos (ANA 2002a) considera que a Região

Hidrográfica Amazônica pode ser dividida em dez sub-regiões hidrográficas, denominadas

segundo o nome dos afluentes principais da bacia. Xingu, Tapajós, Madeira, Purus,

Solimões, Negro, Trombetas, Paru , Foz do Amazonas e Amapá Litoral (FIGURA 2.4).

FIGURA 2.4. As Sub-regiões Hidrográficas da Bacia Amazônica Brasileira

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(PNRH/SRH 2005 in Gonçalves 2006).

Denominado Vilcanota, na nascente no Peru, e posteriormente Ucaiali, Urubamba e

Marañon, quando entra no Brasil, o rio Amazonas passa a se chamar Solimões e, após o

encontro com o rio Negro, próximo ao Município de Manaus, recebe o nome de rio

Amazonas até a sua foz no Oceano Atlântico. Assim, a Bacia Amazônica Brasileira

estende-se em cerca de 60 % do território brasileiro, no norte do país, com área de

3.869,953 Km2, mais especificamente entre as latitudes 5ºN e 20ºS (MMA 2006a, IBGE

2004b).

A vazão média de longo período estimada para o Rio Amazonas é da ordem de

133.861 m3.s-1 (68 % do total do país), considerando-se apenas as contribuições brasileiras.

A contribuição de territórios estrangeiros para as vazões da região hidrográfica é de 71.527

m3.s-1 (ANA 2005). Segundo Filizola (2005, citando Molinier et al. 1995), a bacia do rio

Solimões compõe cerca de 36 % na área total da bacia amazônica continental, seguida

pelas bacias dos rios Madeira (23 %) e Negro com 11 % da superfície total. Enquanto os

rios Tapajós e Xingu, em termos de área da bacia e em relação ao total da bacia

Amazônica, representam 16 % no total.

A TABELA 2.2 mostra as vazões dos principais rios e a regularidade dos fluxos

líquidos através da relação entre as vazões (Q) médias mensais extremas, ou Rme, definido

como Rme=QmmMax./QmmMin (Molinier et al. 1995).

TABELA 2.2. Vazão da Região Hidrográfica Amazônica. Brasil (Molinier et al. 1995, Filizola 2005).

BACIA DO RIO ÁREA DE DRENAGEM1 (km²)

VAZÃO2 (m³.s-1)

VAZÃO ESPECÍFICA3 (l.s-1.km-2)

Rme (Qmax/Qmin)

Solimões (SP de Olivença) 990.780 46.500 46,9 2

Purus 370.000 11.000 29,7 13

Solimões (Manacapuru) 2.147.740 103.000 48 2

Negro 696.810 28.400 40,8 3 a 8

Amazonas (Jusante Manaus) 2.854.300 131.600 46,1 2

Madeira 1.420.000 31.200 22 5 a 15

Amazonas (Óbidos) 4.618.750 168.700 35,5 2

Tapajós 490.000 13.500 27,6 5 a 15

Xingu 504.300 9.700 19,2 5 a 15

Amazonas 6.112.000 209.000 34,2 -

Japurá 248.000 18.620 75,1 1,7 a 2,5

Içá 143.760 8.800 61,2 1,7 a 2,5

Jutaí 77.280 3.020 39,1 5 a 15

Juruá 185.000 8.440 45,6 5 a 15

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BACIA DO RIO ÁREA DE DRENAGEM1 (km²)

VAZÃO2 (m³.s-1)

VAZÃO ESPECÍFICA3 (l.s-1.km-2)

Rme (Qmax/Qmin)

Jari 58.000 1.880 32,4 3 a 8

Trombetas 128.000 2.555 20 3 a 8 1: Quando não indicada a localidade "( )", a área corresponde àquela controlada por estação hidrológica na foz do rio ou próximo a ela. 2: Vazão média de longo período, calculada nas estações de controle, tomadas como citado no item 1. 3: Vazões específicas calculadas utilizando-se áreas de drenagem das estação citadas.

As estações hidrológicas utilizadas são aquelas da rede hidrométrica nacional, sob a

gerência da Agência Nacional de Águas (ANA). Áreas de drenagem segundo divisão

hidrográfica do extinto DNAEE.

As cheias na Amazônia brasileira, variando regionalmente de dois a vinte metros,

são relativamente regulares e constantes. A disponibilidade hídrica da região é mostrada na

TABELA 2.3, com dados em litros per capita por dia (Filizola et al. 2002). Nesse

contexto, destaca-se a bacia do rio Solimões com oferta de 1.006.231 l.dia-1.hab-1

equivalente praticamente ao dobro do calculado para região hidrográfica Amapá Litoral,

com 579.423 l.dia-1.hab-1), a segunda maior oferta entre as dez sub-regiões hidrográficas da

Bacia Amazônica Brasileira. Considerando-se uma demanda média de 150 litros.dia-1.hab-1

tem-se uma oferta média algumas centenas de vezes superior à demanda (IBGE 2003,

ANA 2005, Filizola 2005).

TABELA 2.3. Oferta de água superficial, Amazônia, Brasil (Filizola et al. 2002).

SUB-REGIÃO HIDROGRÁFICA

Q95% (l.s-1)

ÁREA (km2)

POPULAÇÃO (Hab)

OFERTA (l.dia-1.hab-1)

AMAPÁ LITORAL 821.104 156.044 122.438 579.423

FOZ AMAZONAS 4.101.703 264.091 1.247.622 284.050

MADEIRA 3.006.447 601.025 2.238.499 116.041

NEGRO 17.774.404 732.663 4.691.140 327.364

PARU 624.822 112.378 382.532 141.124

PURUS 2.347.691 376.112 442.270 458.635

SOLIMÕES 8.166.894 657.634 701.250 1.006.231

TAPAJÓS 5.123.875 492.207 820.228 539.731

TROMBETAS 1.588.829 366.935 678.523 202.314

XINGU 929.724 508.046 372.209 215.815

A população região hidrográfica Amazônica em 2010 era de 9.694.728 habitantes,

equivalendo ao redor de 5,0 % da população do país, dos quais 80 % estão na zona urbana,

com a maior parte da população (47 %) concentrada na duas principais capitais da região,

Manaus (Estado do Amazonas) e Belém (Estado do Pará) (IBGE 2010, ANA 2013). A taxa

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Page 15: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

de crescimento médio anual entre os anos de 1991 e 2007 foi de 2,8 %, situando o Brasil

entre os três países da Amazônia, juntamente com Equador e Colômbia, cujo crescimento

foi acima da taxa média da grande Região Amazônia, de 2,3 %, para o mesmo período.

Nos últimos vinte anos registrou-se o crescimento populacional de 41 %, que foi também

acima da média brasileira, de 31 % (IBGE 2010). O Brasil concentra 76 % da população

amazônica total, seguido do Peru, com 13 %. Principalmente as políticas nacionais de

colonização e povoamento incentivaram o crescimento da população Amazônica

Brasileira, da mesma forma como ocorreu na Amazônia Peruana (PNUMA/OTCA 2008).

As principais atividades produtivas na Amazônia Brasileira incluem-se a

exploração florestal, agricultura (milheto, pecuária), indústria (agroindústria, petroquímica,

manufatura) e mineração (ouro, cobre, bauxita, ferro). A mudança na rota de acesso à

região com a construção de estradas atravessando o planalto e ligando os principais centros

urbanos da Amazônia ao resto do país, conduziu a expansão e a ocupação da terra para

estas atividades produtivas, desde meados dos anos de 1950, quando o planejamento

regional definiu a “Amazônia Legal” (IBGE 2004[a,b,c], Lei 1.806/1953).

Analisando-se o PIB da região, em alguns Estados, como o Amazonas (em torno de

US$ 4.200) e Mato Grosso (em torno de US$ 3.700) registraram-se valores mais altos que

o PIB do país (em torno de US$ 3.600), para o ano de 2005. A agropecuária é responsável

por 20 % do PIB regional e ocupa mais de 30 % da população economicamente ativa. A

taxa de crescimento do PIB, entre os anos de 1995 a 2005, em todos os Estados (entre 2,81

% [Pará] e 7,79 % [Roraima]) foi maior que a do país (2,34 %) (IBGE 2006).

Como observado para o Equador, tal situação é também decorrente da exploração

de grande quantidade de recursos naturais como minérios, petróleo e/ou gás, e

relativamente pequeno número de habitantes dessa região. O que não necessariamente

implica em nível elevado de desenvolvimento. Na Amazônia Brasileira o índice de pobreza

foi calculado em 42 % (IBGE 2010). No caso do Brasil, ao contrário dos demais países da

Região Amazônica, construiu-se um centro industrial de manufatura localizado no

município de Manaus, estimulando-se seu desenvolvimento por a criação da zona franca,

em meados da década dos anos de 1950.

A Zona Franca de Manaus possui cerca de quinhentas indústrias que fabricam

basicamente eletrodomésticos, produtos de informática, equipamentos profissionais e

componentes eletrônicos. Além de empregar diretamente em torno de cinquenta mil

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pessoas e indiretamente, trezentos e cinquenta mil, o setor também produz motocicletas,

instrumentos de relojoaria, produtos químicos, equipamentos ópticos, brinquedos.

Em relação aos recursos naturais, os depósitos de ouro localizados nos grandes rios

e desfiladeiros foram explorados, ou por garimpeiros ou por empresas de grande porte,

sobretudo entre os anos de 1960 e 1990 no norte do Estado do Mato Grosso, no Pará às

margens do rio Tapajós e do garimpo Serra Pelada e do Amapá, os principais produtores

da região. Embora em declínio desde a década dos anos de 1990, a exploração de ouro da

Amazônia Brasileira se estendeu até a bacia do alto Madre de Dios, no Peru, e as terras

altas da região de Bêni, na Bolívia.

A mineração clandestina também está presente na fronteira brasileira com

Venezuela e Colômbia. A atividade petrolífera na Amazônia brasileira restringe-se

praticamente à região do rio Urucu, tributário do Coari, na bacia do Solimões (Estado do

Amazonas), com produção de 16.753.500 barris/ano. As maiores refinarias encontram-se

na região da confluência dos rios Amazonas e Negro, em Manaus. Calcula-se que a

indústria do petróleo na região tenha produzido em torno de quarenta milhões de toneladas

de salmoura (Ministério de Minas e Energia do Brasil (<http://www.mme.gov.br>,

PNUMA/OTCA 2008).

Particularmente na Amazônia Brasileira incluem-se os impactos das represas de

grande porte entre os principais problemas ambientais, além da degradação da floresta por

desmatamento e queimadas, a degradação dos recursos hídricos e do solo por resíduos

domésticos e das atividades econômicas. O Brasil é o único país amazônico com represas

de grande porte na região. As maiores são Tucuruí e Balbina. Estudos na área a jusante das

usinas, apontaram doenças como malária e esquistossomose como impacto direto do

empreendimento sobre a população (Goulding et al. 2003a, FOBOMADE 2005).

Na região encontram-se 80 % das reservas de água doce do país, mas a falta de

água encanada e de sistema coletor de esgoto são extensivos. Apenas 9,7 % dos domicílios

estão ligados a uma rede coletora (a média nacional é de 51 %) e mais de 90 % dos

municípios não dispõem de aterros sanitários. O lixo é disposto a céu aberto ou despejado

in natura nos rios. Calcula-se os rios da Bacia Amazônica Brasileira receberam cerca de

um milhão de toneladas de resíduos sólidos (Nadalutti 2002, IBGE 2006, IBGE 2010,

PNUMA/OTCA 2008).

Entretanto, o problema mais sério está relacionado com o uso de mercúrio,

cianureto e detergentes na extração de ouro, sobretudo na exploração informal que

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Page 17: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

contribui com 3 % de mercúrio despejado no ambiente. Estima-se que sejam lançados

cerca de 24 Kg de mercúrio para cada quilômetro quadrado de rio. Calcula-se que a

Amazônia Brasileira tenha recebido 2.300 toneladas de mercúrio até 1994, e que

atualmente a taxa seja de 150 t/ano (Gómez 1995b, GWP 2000, Sweeting & Clark 2000,

Mann 2001, Franco & Valdés 2005, Ibish & Mérida 2004, UNEP 2004, FOBOMADE

2005, OTCA 2005).

Como principais causas dos desmatamentos e degradação da floresta citam-se as

pastagens para atividade pecuária, agricultura mecanizada, a construção de estradas e

hidrelétricas, assentamento de reforma agrária e atividade madeireira. A área desmatada no

território amazônico brasileiro, vinculada ao crescimento da produção agrícola extensiva,

aumentou de 41,5 milhões de hectares em 1990, para 58,7 milhões de hectares em 2000.

Cerca de 75 % dessa área foi convertida em pastagem e 5 % para o plantio de soja, cultura

em potencial crescimento na região (Laurance et al. 2002, Arima et al. 2005, Lentini et al.

2005, Nepstad et al. 2006, Brandão & Souza 2006).

2.1.2 Amazônia Colombiana

A Região Amazônica Colombiana, localizada no noroeste do país abrangendo parte

do o norte de Orinoquía, compreende o território do país que faz parte da bacia

hidrográfica do rio Amazonas desde os seus limites ao norte com Orinoquía, ao sul com os

rios Putumayo e Amazonas, ao leste com o Brasil e rio Negro e a oeste com a Cordilheira

Oriental. Possui área estimada de 345.293 km2, ocupando assim cerca 30 % do território

colombiano e cerca de 10 % da grande Bacia Amazônica. Dez departamentos fazem parte

dessa região, os territórios do Amazonas, Caquetá, Guainía, Guaviare, Putumayo e Vaupés

e parcialmente os departamentos de Vichada, Meta, Cauca e Nariño.

A maior área da bacia pertence ao departamento do Amazonas, com 110.042 Km2,

que corresponde a 32 % da bacia do rio Amazonas. Segue-se então, o departamento de

Caquetá, com 89.262 Km2 e Vaupés com 50.316 Km2. Os grandes centros urbanos são

Florencia, Leticia, Mocoa, Porto Leguizamo, San José del Guaviari e Mitú (FIGURA 2.5,

FIGURA 2.6) (Domínguez 1987, IDEAM et al. 2001, SINCHI 2001, Murcia & Rendón

2006, Herrán 2007).

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Page 18: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.5. Bacias hidrográfias da Amazônia Colombiana e da Colômbia (MAVDT/IDEAM 2006 in Herrán 2007).

FIGURA 2.6. Divisão Político Administrativa da bacia Amazônica Colombiana (MAVDT / IDEAM /IGAC 2004 in Herrán 2007).

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Page 19: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

A Amazônia Colombiana caracteriza-se por relevo que varia desde as planícies ao

nível do mar até montanhas com 6.500 m de altitude nos Andes, e é dividida em doze

subregiões. O Piedemonte Amazônico, Planícies altas e dissecadas do rio Caquetá,

Planícies dos rios Guaviare e Inírida, Confluência da rede andina com os rios Putumayo e

Caquetá, Peneplanícies ao sul de Porto Inírida, Planícies entre os rios Inírida e Yari,

Amazônia Meridional, Planícies dos rios Igara, Paraná e Putumayo, Confluência dos rios

Apaporis e Caquetá, Serranias - montes - islas, Planície de inundação (confluência

Guaviare – Inírida no rio Orinoco) e Planícies aluviais dissecadas (terraços dos rios

Caquetá, Yuari e Mariti-Paraná) (FIGURA 2.7) (IGAC 2002).

FIGURA 2.7. Regiões Geográficas da Colômbia (IGAC 2002).

A população calculada é de 875.854 habitantes que representam 1,92 % da

população colombiana, com a maioria concentrada nos departamentos de Caquetá e

Putumayo. Nessa região encontram-se sessenta e dois povos indígenas dos oitenta e cinco

do país, pertencentes a nove famílias linguísticas, sobretudo nos departamentos de Guainía,

Vaupés e Amazonas. Da mesma forma que observado no Peru, Equador e Venezuela, é

baixa a densidade demográfica na região amazônica (TABELA 2.4, FIGURA 2.8)

(Domínguez 1989, Gutiérrez et al. 2004, DANE 2007, MAVDT/SINCHI 2011 in Herrán

2007).

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Page 20: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

TABELA 2.4. População da Amazônia Colombiana, por departamento (MAVDT/SINCHI 2011 in Herrán 2007).

DEPARTAMENTO TOTAL Amazonas 56.399 Caquetá 367.898 Guainía 28.478 Guaviare 97.602 Putumayo 264.291

Vaupés 24.671 Municípios Amem 27.915

Piamonte 8.600 Total 875.854

FIGURA 2.8. População da Amazônia Colombiana (DANE 2007 in Herrán 2007).

Entre os anos de 1990 e 2007, a taxa de crescimento populacional da Amazônia

Colombiana foi de 3,2 %. Assim, situando-se, entre os quatro países, Equador, Brasil e

Bolívia, onde esses índices foram mais alto que a média registrada no mesmo período para

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Page 21: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

toda a Amazônia (2,3 %). Nesse período, registrou-se o crescimento de 45 % em densidade

populacional na região urbana (SINCHI 2008).

As principais atividades produtivas na Amazônia Colombiana incluem-se a

agricultura (café), pecuária, exploração

(para consumo e ornamentais), indústria (ag

(turismo, bancos, restaurantes). O PIB per capita na Região Amazônica Colombiana,

calculado para 2005, foi de US$ 2.018, 35 e a taxa de crescimento de 1995 a 2005 foi de

12,95 %. Destacam-se Putumayo e Guainia, com recursos naturais a ser explorados, cujo

índice é cerca de 50 % abaixo da média nacional (DANE, dados de 2003). Por outro lado,

a produção de coca vem crescendo desde 2003. De 15.500 hectares em 1985 para 85.750

em 2005, representando um crescimento de 4.5 vezes da área cultivada ao longo de

dezenove anos.

A principal área de produção de petróleo é Putumayo, com cerca de 4.611.786

barris anualmente. Nessa região encontram-se os maiores depósitos de óleo e gás dentro da

Bacia Amazônica. Lotes com potencial e em exploração ocupam 24,4 % do território

amazônico colombiano. Assim como no Peru e Equador, a Colômbia construiu oleodutos

que atravessam os campos de petróleo até as refinarias situadas nos Andes e na costa do

Pacífico (Ministério de Minas e Energia da Colômbia 2006).

O ouro, principalmente na região do “Piedemonte” e na fronteira com o Brasil, vem

sendo explorado de forma clandestina na bacia. Calcula-se que existam entre cem mil e

duzendos mil garimpeiros na Amazônia Colombiana (ISA 2006).

Como problemas ambientais principais estão o desmatamento, a degradação da

floresta e a contaminação da água e solo. As áreas desmatadas na Amazônia Colombiana

cresceram de cerca de vinte mil para cerca de trinta quilômetros quadrados desde os anos

de 1980 a 2005, onde alcançou o percentual de 3,4 % da área total dessa região desmatada.

Calcula-se que o desmatamento anual tenha sido de 664 km2 entre os anos de 1990 e 1999,

e de 942 km2 durante 2000 a 2005. A área do alto Putumayo já perdeu cerca de 50 % dos

ecossistemas naturais e processo acelerado de erosão vem ocorrendo intensamente no

baixo e alto Caquetá e em Guaviare. Entre as principais causas do desmatamento citam-se

a colonização espontânea, pastagens para pecuária e cultivos ilícitos.

As atividades agrícolas e pecuárias são a principais causas do desmatamento

principalmente nos departamentos de Caquetá, Guaviare, Meta e Putumayo, localizados na

área norte-ocidental, que inclui a maior parte do "Piedemonte" andino-amazônico. Essa

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Page 22: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

prática teve inicio nos anos de 1960, com os programas do governo direcionados a

colonização da Amazônia (Armenteras et al. 2006, Herrán 2007, SINCHI 2007).

No final dos anos de 1980 teve início a plantação de coca, para uso ilícito, em

substituição às culturas alimentares, como a pecuária (em Caquetá e Meta), a agricultura

familiar (em Guaviare) e produção de grãos (em Putumayo). Em 2011, haviam cerca de

100.000 hectares de plantações de coca, permanente ou de forma intermitente nesses

quatro departamentos. Estima-se que as áreas desmatadas para plantio de culturas ilícitas

variem de 200 a 500 Km2. Associado a essa prática, acrescenta-se a contaminação

ambiental por herbicidas usados no combate e nos programas de erradicação do

narcotráfico. Na Colômbia o uso de glifosato, para erradicar a coca, resultou no

deslocamento da plantação para novas regiões, aumentando, assim, as áreas desmatadas e

contaminadas (SIMCI 2005 in Zamudio et al. 2009, Nações Unidas 2007, Hernandez

2008).

A degradação da floresta vem sendo decorrente, principalmente, da expansão da

pecuária e a forte pressão pela liberação de novas áreas, com impactos significantes a fana

e flora. As áreas da vertente dos Andes, mais especificamente próximas às nascentes dos

grandes afluentes do rio Amazonas, são aquelas onde se desenvolve mais intensamente

essa prática. A extração de madeira é outra forma de degradação florestal identificada na

região. Estima-se que 42 % da madeira comercializada na Amazônia Colombiana seja

ilegal, e que entre 20 a 40 % seja extraída do departamento de Amazonas (SINCHI 2007,

Goulding et al. 2003, Barthem et al. 2004, Supelano 2006, RAISG 2012).

A contaminação da água é decorrente basicamente do despejo da águas servidas e

residuais sem tratamento prévio tanto nos rios da área urbana como da rural. Calcula-se

que em torno de sessenta mil toneladas de resíduos sólidos seja despejados anualmente nos

rios da Amazônia Colombiana. A água residual doméstica é considerada a fonte mais

significativa por sua maior zona de abrangência e por conter substâncias biodegradáveis,

detergentes e microrganismos patogênicos. Águas residuais derivadas da atividade

agropecuária contém fertilizantes, sais de potássio e praguicidas, e vem impactando o

ambiente principalmente na zona do baixo Putumayo. A extração de ouro vem

descarregando mercúrio e a atividade petrolífera as águas contaminadas por diferentes

substâncias orgânicas e inorgânicas provenientes das estações de beneficiamento. No caso

particular da indústria petrolífera, derrames estimados oitocentos mil de litros diários de

petróleo afetaram as águas e solos, decorrentes dos contínuos atentados contra a infra-

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Page 23: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

estrutura (Ecopetrol 2003 in RAISG 2012, PNUMA/OTCA 2008).

Com a finalidade de prevenir, mitigar e corrigir os danos gerados ao ambiente e a

saúde da população, por diversas causas, inúmeros planos e projetos vem sendo

implantados. Com enfoque a prevenção dos recursos hídricos o planejamento se estende

desde a escala local à nacional. o Plano de Desenvolvimento 2006-2010 visa a gestão

integrada da água, destacando-se seu papel vital nos processos naturais ecossistêmicos e

nos econômicos. Os Planos Regionais de Desenvolvimento orientam as ações para o

desenvolvimento nos departamentos pertencentes à região e na zona fronteiriça, como

Colombiano-Peruano para o desenvolvimento integral e sustentável da bacia do Putumayo.

O Plano Nacional de Contingencia contra Derrames de Hidrocarbonetos, Derivados

e Substancias Nocivas, como ferramenta do Sistema Nacional para a Prevenção e Atenção

de Desastres –SNPAD para coordenar as atividades petrolíferas dos setores publico e

privado. O Plano de Gestão Ambiental 2001-2010, formulado por a Corporação para o

Desenvolvimento Sustentável do Norte e Leste Amazônico - CDA, cujo objetivo é

conservar e restaurar áreas prioritárias e estratégicas e dinamizar o desenvolvimento

regional, rural e urbano sustentável, ajustado para cada departamento de acordo com suas

demandas e características. Um dos mais recentes projetos internacionais é o da

Organização do Tratado de Cooperação Amazônica - OTCA, que visa a gestão integrada e

sustentável dos recursos hídricos transfronteiriços na Bacia Amazônica, o qual o presente

estudo está vinculado (Herrán 2007, IDEAM 2010).

O sistema hidrográfico da Amazônia Colombiana compreende as bacias dos rios

Putumayo e Amazonas (que fazem fronteira com Peru e Equador), os rios Orteguaza e Yarí

(que nascen no sopé da Cordilheira Oriental), formando o rio Caquetá (considerado o mais

caudaloso de Colômbia), e o Apaporis (destaca-se por nascer no centro da Amazônia

Colombiana e por desembocar na fronteira com o Brasil). Incluem-se ainda os afluentes

diretos do Amazonas, Puré, Vaupés e Guainía, ressaltando-se a importância dos dois

últimos por originarem o rio Negro, o maior afluente da bacia do rio Amazonas (Herrán

2007, MAVDT 2010).

As bacias e sub-bacias e os dados da área variam entre os autores (IDEAM 2004,

Herrán 2007, SINCHI 2007). Assim, a zona hidrográfica da Amazônia na Colômbia é

dividida entre cinco e oito bacias principais e setenta e oito sub-bacias. As principais

bacias compreendem as dos rios Guainía-Negro, Vaupés, Apaporis, Caquetá, Putumayo e

Amazonas (FIGURA 2.9) (MAVDT/IDEAM 2004 in Herrán 2007).

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Page 24: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.9. Sub-bacias do rio Amazonas, da Amazônia Colombiana (MAVDT/IDEAM 2004 in Herrán 2007).

A disponibilidade hídrica calculada para a Bacia Amazônica Colombiana é a maior

do total país, com cerca de 40 %, seguida de Orinoquía (26 %), Magdalena- Cauca e

Pacífico (em torno de 14 % cada) e Caribe (8,0 %). Os rios Caquetá, Putumayo e Apaporis

contribuem com 66 % do volume de água que recebe a área hidrográfica do Amazonas,

com aportes de 30 %, 18 % e 15 %, respectivamente. Cerca de 30 % dos rios das sub-

bacias, que contribuem com vazão de cerca de 30.000 m3/s, nascem nos Andes e

pertencem as bacias do rios Caquetá, Putumayo, Caguán e Yare. Os 70 % restantes

originam-se na planície amazônica, como consequência da precipitação na área, e incluem-

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Page 25: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

se os rios Apaporis e Vaupés (TABELA 2.5, FIGURA 2.10) (MAVDT 2010, IDEAM

2004, IDEAM 2010).

TABELA 2.5. Disponibilidade hídrica das sub-bacias da Bacia Amazônica na Colômbia (IDEAM 2010).

SUB-BACIA ÁREA (Km²)

VAZÃO ANO MÉDIO

(m3/s)

VAZÃO ANO SECO (m3/s)

OFERTA ANUAL ANO MÉDIO

(m3/s)

OFERTA ANUAL ANO SECO (m3/s)

Guainía 31.284 2.128 1.500 67.119 47.308

Vaupés 37.694 2.669 1.812 84.187 57.135

Apaporis 53.509 4.092 2.744 129.061 86.533

Caquetá 99.969 9.212 5.584 290.543 176.118

Yari 37.127 2.933 1.965 92.5 61.977

Caguán 20.757 1.929 1.184 60.84 37.336

Putumayo 57.930 103.863

Amazonas -Directos 3.269 5.075 3.293 160.055 5.664

Napo 456 261 180 8.238 508

Total Amazonas 341.995* 893.389 576.442

* Segundo SINCHI (2007) a Bacia do rio Amazonas se estende por 345.293 Km2.

(a)

(b) FIGURA 2.10. Disponibilidade hídrica superficial da Amazônia Colombiana (a) e por região hidrográfica (b) (IDEAM 2004, 2010).

2.1.3 Amazônia Equatoriana

A metade do leste do Equador forma parte da Bacia Amazônica, englobando

141.000 km2 de área, que corresponde a 51 % do território nacional e 1,6 % do território

amazônico. Conhecida no Equador como Oriente, a Região Amazônica Equatoriana ocupa

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Page 26: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

parte ocidental da planície amazônica e compreende as províncias de Orellana, Pastaza,

Napo, Sucumbíos, Morona Santiago, Zamora Chinchipe. O relevo caracteriza-se por

altitude média inferior a 600 m em relação ao nível do mar, sendo representado por série

de montanhas e colinas a partir dos Andes orientais seguindo-se as planícies do rio

Amazonas (Winckell 1997, INEC on line Ministerio de Agricultura e Ganaderia 2006 in

Paredes 2006) (FIGURA 2.11).

Na Amazônia equatoriana, com população de 629.373 habitantes, a qual incluem-se

oito grupos indígenas, registrou-se a maior taxa média de crescimento populacional anual,

3,6 % entre 1982 e 2005 e os maiores crescimentos em densidade populacional urbana, de

45 % entre os anos 2000 e 2007. A exploração de petróleo, seguida da atividade

agropecuária, incentivou a migração para esta região. Destacam-se três províncias com

mais de cem mil habitantes, Sucumbíos, Morona-Santiago e Orellana (ECORAE 2006,

Paredes 2006, PNUMA/OTCA 2008) (TABELA 2.9) (FIGURA 2.12, FIGURA 2.13).

TABELA 2.6. Habitantes por províncias na Amazônia Equatoriana (Paredes 2006).

PROVÍNCIA SUPERFÍCIE (Km2) POPULAÇÃO (NÚMERO DE HABITANTES)

Sucumbíos 17.947 152.587 Orellana 21.961 103.032

Napo 12.476 91.041 Pastaza 29.068 71.565

Morona – Santiago 113.300 127.496 Zamora – Chinchipe 76.414 83.652

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Page 27: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.11. Mapa da Região Amazônica Equatoriana (Ministerio de Agricultura e Ganaderia 2006 in Paredes 2006).

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Page 28: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.12. Mapa geomorfológico da Região Amazônica Equatoriana (Ministerio de Agricultura e Ganaderia 2006 in Paredes 2006).

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Page 29: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.13. População das cidades mais importantes da Amazônia Equatoriana (Paredes 2006).

As principais atividades produtivas são a exploração florestal, agricultura (banana,

flores, cacau, café) e a indústria petrolífera. Esta última representa um PIB per capita

superior ao nacional de US$ 1.605,50 registrado para 2005, particularmente nas regiões

com pequeno número de habitantes e grande exploração de petróleo e gás (incluindo-se

ainda minérios), como em Orellana, com PIB de US$ 26.620,3 e Sucumbios, com PIB de

US$ 10.083,96, para o mesmo ano. Orellana e Sucumbios concentram as principais jazidas

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Page 30: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

de petróleo do país, com cerca de cinco milhões de hectares em regime de concessão. Por

outro lado, seus índices de pobreza são os mais altos no âmbito nacional (Banco Central do

Equador 2004 in PNUMA/OTCA 2008, Paredes 2006). Graças a essas reservas, o Equador

é o país com a maior produção de petróleo na região amazônica, com 74,9 % da produção

total. Além de Orellana e Sucumbios, as províncias de Napo e Pastaza são responsáveis

por os maiores índices de atividade petrolífera.

Outros recursos naturais explorados são ouro e cobre, principalmente

concentrados nas províncias de Zamora- Chimchipe e Morona-Santiago, a qual estima-se

que cerca de 40 % do território esteja sob concessão para mineração.

Os principais problemas ambientais são basicamente o desmatamento, a degradação

florestal e a contaminação da água e solo. O processo de desflorestamento começou na

década dos anos 1970 e início dos anos 1990, à taxa estimada de 100.000 – 300.000

ha/ano, como consequência da abertura de estradas para a construção de oleodutos. Em

1998 haviam sido desmatados cerca de 25.000 Km2. Entre as décadas de 1980 e 1990 as

taxas de desmatamento anual no Equador cresceram 8,7 % e 78 %, respectivamente, ao

contrário do registrado para a toda a Amazônia. O mesmo foi observado entre os anos

2000 e 2005, cujo registro de desmatamento anual foi de 388 km2. A mudança no uso da

terra, para a agricultura rudimentar e a pecuária, a indústria madeireira e petrolífera com a

construção de vias na floresta contribuíram com esse processo (Stewart & Gibson 1995,

Sierra 1996, Santamarta 1999/2007, Wunder 2003, Barreto et al 2006, Soares Filho et al.

2006).

A atividade madeireira, com a exploração de cedro é um exemplo da degradação

florestal, por se tratar de extração sem emprego de técnicas de aproveitamento florestal de

baixo impacto, ocorrendo principalmente no Parque Nacional Yasuni, uma área protegida

que abriga povos indígenas em isolamento voluntário (PNUMA/OTCA 2008).

Recentemente, o Governo Equatoriano pôs em prática a proibição do corte de cedro e de

mogno.

A contaminação da água é consequência principalmente da deficiência ou ausência

de saneamento ambiental adequado, do desmatamento, de cultivos ilícitos, mineração e

derrames de petróleo. A contaminação por esgoto é uma preocupação generalizada. Não

há o tratamento adequado antes de seu lançamento nos rios, despejando no ambiente

quantidades consideráveis de resíduos sólidos. Estima-se que ao redor de nove mil

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Page 31: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

toneladas de resíduos tenham sido despejados aos rios da Amazônia equatoriana

(UNEP/OTCA 2008).

O cultivo ilícito como o de coca tem aumentado consideravelmente na fronteira

com a Colômbia, afetando as águas do rio Putumayo e, consequentemente, com impactos à

saúde da população. O desmatamento, motivado pelas atividades agropecuárias e

madeireiras, é o principal agente para os processos de erosão e assoreamento dos rios,

afetando a disponibilidade de água. Atividades extrativistas como a mineração, mais

comumente, de minerais metálicos como o ouro e de não metálicos como o quartzo e

caulim, produzem grande quantidades de resíduos, sendo responsáveis por a emissão de

cianetos, mercúrio, ferro, zinco, cádmio e alumínio para o ambiente. Finalmente, a

exploração petrolífera pelos constantes derrames ao longo dos gasodutos principal ou

lateral, o despejo da água de produção e a queima de gás constituem também problemas

ambientais na região. Os impactos ambientais desses dois últimos setores da economia não

foram devidamente controlados e não existem estudos voltados para a identificação das

áreas suscetíveis de contaminação e sobrexploração.

De modo geral, na Amazônia equatoriana, o principal elemento químico

contaminante detectado nas água é o arsênio, e as bacias hidrográficas que nascem nas

encostas externas da Cordilheira dos Andes (Províncias Manabí e Guayas) são as que

apresentam maior deterioração ambiental, devido perda da cobertura vegetal e

consequente processo erosivo e degradação do solo (Pourrut 1995, Huttel et al. 1999,

Goulding et al. 2003b, GWSP 2007, PNUMA/OTCA 2008, FLACSO/MAE/PNUMA

2008). A FIGURA 2.14 mostra uma o mapa preliminar de atividade relacionadas com

conflitos de água. Destacam-se as atividades petrolíferas, mineração e irrigação como as

geradoras de conflitos para uso da água (SENAGUA 2008)

31

Page 32: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.14. Atividades econômicas relacionadas a conflitos com uso da água no Equador (SENAGUA 2008).

A formação do sistema hidrográfico no Equador está determinado pela localização

da Cordilheira dos Andes, que guia as duas principais vertentes das águas. A vertente para

o Pacífico e a vertente para o Amazonas que forma a Bacia Amazônica Equatoriana. A

FIGURA 2.15 mostra o sistema hídrico do Equador e informações sobre o seu potencial,

população e território ocupado no país. Como em outros países da Amazônia, como Brasil

e Peru, a região de maior potencial hídrico é a menos habitada e vice-versa (CNRH 2000).

32

Page 33: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

EQUADOR

Habitantes 15.635.000

Território 283.5600 Km2

Potencial Hídrico 284.806 m3

Disponibilidade Crítica Média Mundial

(UNESCO)

1.700 m3/ano/hab

FIGURA 2.15. Disponibilidade de água por vertentes e população do Equador (INAMHI 2005 in Paredes 2006).

O recurso hídrico superficial da Amazônia Equatoriana é constituído por sete

sistemas drenando uma área de 131.726 Km2, que correspondem a 51,41 % do território do

país. As bacias são formados basicamente pela afluência dos numerosos rios equatorianos

que nascem na Cordilheira Oriental dos Andes. O curso dos principais rios amazônicos é

de norte a sudeste e caracterizam-se por ser rios caudalosos e navegáveis em quase todo

seu curso. No curso superior, devido as encostas íngremes os materiais são instáveis, assim

grandes quantidades de sedimentos são carreados. Por outro lado, na planície amazônica

com rios sinuosos, os meandros abandonados ou estão cobertos por vegetação ou formam

grandes grandes lagos como o Cuyabeno e o Lagartococha, de grande riqueza biótica

(Rodríguez et al. 2004, CNRH 2006).

As sete bacias são as dos rios San Miguel-Putumayo, Napo, Pastaza, Tigre,

Morona, Santiago e Chimchipe destacando-se os rios com nascente nos Andes, Aguarico,

Napo, Cunambo, Pastaza, Morona- Santiago. O rio Putumayo tem a sua maior extensão no

território colombiano, mas recebe águas do rio equatoriano San Miguel, e deságua no

Amazonas. O Napo é formado por alguns rios com nascente nas províncias de Tungurahua

e Cotopaxi. No seu percurso recebe águas dos rios Coca, Aguarico e Curaray. Ao unir-se

com o rio Marañon forma o rio Amazonas.

O rio Pastaza nasce na província de Tungurahua com nome de rio Cutuchi e Patate.

Recebe águas dos rios Palora e Guasago e deságua no rio Marañon. O rio Tigre surge da

confluência dos rios Conambo e Pituyacu, na província de Pastaza, e desemboca no rio

Marañon. O rio Santiago resulta da união dos rios Namangoza e Zamora. O primeiro

recebe as águas do rios Paule e Upano, e o segundo se forma na província de Loja e recebe

81,00%

12%

19,00%

88%

Vertente do Amazonas 82.900 m3/ano/hab Disponibilidade Média

Habitante Potencial

Vertente do Pacífico 5.200 m3/ano/hab

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Page 34: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

as águas dos rios Nangaritza e Yacuambi. O Rio Santiago desagua no rio Marañon

(TABELA 2.7, FIGURA 2.16) (Ministério del Ambiente, CNRH 2006).

TABELA 2.7. Composição do sistema hidrográfico da Amazônia Equatoriana (Ministerio del Ambiente, Equador).

Sistema Hidrográfico Bacia Hidrográfica Extensão

(Km2) Sub-bacia Hidrográfica

Rios San Miguel -

Putumayo Rio San Miguel-

Putumayo 160.500 San Miguel - Putumayo

Napo 59.581,79

Coca, Jatunyaco, Anzu, Misahualli, Arajuno, Bueno, Jivino, Indillana, Tiputini, Yasuni,

Aguarico, Nashiño, Curaray, Drenajes Menores

Pastaza Rio Pastaza 23.184,27

Patate, Chambo, Llushin, Palora, Chigaza, Copataza, Capahuari, Ishpingo, Bobonaza,

Huasaga, Drenajes Menores Tigre Rio Tigre 9.149 Tigre

Morona Rio Morona 6.589,55 Morona Santiago Rio Santiago 24. 957,37 Zamora, Namangoza, Coangos, Drenajes Menores

Chinchipe Rio Mayo S.I. Chinchipe, Mayo

S.I. : sem informação

FIGURA 2.16. Localização das bacias Hidrográficas do Equador (Ministério del Ambiente, Equador).

34

Page 35: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

O Consejo Nacional de Recursos Hídricos – CNRH até 2008 era o órgão

encarregado de gerenciar os recursos hídricos do Equador. Juntamente com outras

agências, elaborou uma série de planos, para melhorar a sua gestão dos recursos hídricos

da Região Amazônica Equatoriana, aplicáveis também ao resto do país. Estudos para se

conhecer o balanço hídrico das bacias, a demanda para esses recursos, as fontes e canais e

canais de águas da bacia foram previstos com o objetivo geral de se estabelecer o uso

eficiente e racional dos recursos hídricos.

O CNRH reuniu informação de sete bacias principais na região amazônica,

contendo essencialmente a descrição hidrográfica, por vezes informações sobre a

navegabilidade e a morfologia de alguns rios, baseando-se na divisão de províncias e não

de bacias. Assim, não descreve rios que deságuam em outros que fluem para o Peru, por

exemplo. As bacias descritas referem-se as dos rios San Miguel (Putumayo), Napo,

Cunambo, Pastaza, Morona-Santiago e Mayo, com dados calculados do comprimento do

seu rio principal e da área bacia (Paredes 2006, CNRH 2002, 2006 a,b). A TABELA 2.8

mostra área e o fluxo médio calculado para essas bacias.

TABELA 2.8. Sistemas Hidrográficos da Amazônia Equatoriana (Paredes 2006).

SISTEMA HIDROGRÁFICO

ÁREA (Km2)

Vazão média (m3/s)

Módulo Específico (l/s/Km)

San Miguel (Putumayo) 5.604 624,3 113 Napo 59.505 4.583,6 77

Cunambo 8.757 451,5 51

Pastaza 23.190 1.378,4 60 Morona 6.588 512,4 77 Santiago 24.920 2.271,4 90

Mayo 3.162 166,8 54 Fonte: CNRH. Plan Nacional de Recursos Hídricos de la República del Ecuador (1989)

A partir de maio de 2008, mediante Decreto Executivo 1088, a Secretaría Nacional

del Agua (SENAGUA) passou a ser a autoridade única da água responsável para dirigir a

gestão integrada dos recursos hídricos em todo território nacional através de políticas,

normas, controle e gestão desconcentrada (Paredes 2006). Assim, os dados obtidos da

qualidade da água da Bacia Amazônica Equatoriana são, a maioria, produzidos por a

SENAGUA, dos relatórios técnicos, entre os anos de 2010 e 2013. A FIGURA 2.17

mostra o mapa do Equador, com a localização dos pontos de monitoramento no país, para a

qualidade da água, em 2011 e 2012 (SENAGUA 2012).

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Page 36: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012).

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Page 37: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

2.1.4 Amazônia Peruana

O Instituto de Investigaciones de la Amazónia Peruana (IIAP 1998) delimitou,

segundo o critério hidrográfico, a superfície de 951,591 Km2 para a bacia Amazônica

Peruana. Assim, com base na definição de bacia como a região geográfica na qual as águas

superficiais deságuam no rio Amazonas, foram incluídas parte das zonas altoandinas. A

região da Bacia Amazônica peruana corresponde, portanto, a 74 % da área total do País.

Essa medida foi alterada para 967.176 km2, por esse mesmo instituto no relatório de 2007.

Nessa região encontra-se a maior disponibilidade hídrica do país, com 97,5 %, seguindo-se

do conjunto de bacias que deságua no Pacífico, com 2,0 % e no Titicaca, com 0,5 %

(TABELA 2.9, FIGURA 2.18a,b) (IIAP 2007, ANA 2012).

(a) (b)

FIGURA 2.18. (a) Região da bacia amazônica peruana. (b) Unidades hidrográficas da bacia Amazônica peruana. 492: Bacia do rio Purús. 496: Bacia do rio Yurúa, 497/498: Bacia do rio Marañón, 499 : Bacia do rio Ucayali, 466 : Bacia do rio Madre de Dios (ANA 2012).

Apesar de ter havido um aumento da população da Amazônia peruana, de

1.253,355 (em 1981) para 4.361,858 habitantes (em 2005), a taxa média de crescimento

anual da população na região entre os anos de 1981 e 1993 e de 1993 e 2005 caiu de 9,0

para 1,38, representando uma queda relativa de 15 % que corresponde a apenas 30 % da

população do país. Por outro lado, 65 % da população vive na área cuja disponibilidade

hídrica é de apenas 2,0 % (região hidrográfica do Pacífico) e os 5,0 % restantes dos

habitantes, na zona de disponibilidade hídrica de 0,5 % (região hidrográfica do Titicaca)

Região Hidrográfica do Amazonas

Total de bacias: 84

Região Hidrográfica do Pacífico

Total de bacias: 62

Região Hidrográfica do Titicaca

Total de bacias: 13

37

Page 38: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

(TABELA 2.9) (INRENA 1995 modificado, INEI-IIAP 2006, Agüero 2012 modificado).

TABELA 2.9. Disponibilidade hídrica do Peru, das três vertentes hidrográficas (INRENA 1995 , modificado, Agüero 2012 modificado).

VERTENTE HIDROGRÁFICA SUPERFÍCIE UNIDADES

HIDROGRÁFICAS DISPONIBILIDADE HÍDRICA (%) BACIA SUB-BACIA

Pacífico 21,7 62 65 2

Amazonas 74,5 84 - 97,5

Titicaca 3,8 13 5 0,5

TOTAL 100 159 70 100

A Região Amazônica do Peru possui população estimada em três milhões de

habitantes, distribuídos em três grandes grupos socioculturais, que ora dividem o mesmo

território. Os povos indígenas, constituídos por cerca de trezentos mil habitantes,

pertencentes a treze famílias etnolinguísticas. Os povos ribeirinhos, dominantes na Selva

Baixa. Finalmente, os colonos, procedentes principalmente das zonas alto-andinas,

predominantes na Selva Alta (INEI-IIAP 2006).

Na economia peruana, nos seus diversos modelos de programa de desenvolvimento,

a Amazônia desempenha basicamente o papel de provedor de recursos naturais (borracha,

pau rosa, madeira, petróleo, coca) e receptor da população andina estimulados por

programas de colonização da região.

Assim, a participação da Amazônia no PIB nacional é relativamente baixa. Houve

um decréscimo no índice de 11 % na década de 1980, para 9 % na década de 1990. A

maior contribuição vem da indústria de petróleo (30,1 %), seguida da agricultura, caça e

silvicultura (19, 4 %), indústria de manufatura (8 %), e os restantes (42,5 %) concentram-

se nas atividades comerciais e de serviços (INEI 2005a).

As principais atividades econômicas desenvolvidas na região da Amazônia peruana

são a extração de ouro pela mineração, petróleo e gás natural pela indústria de

hidrocarbonetos, e a madeira por a indústria do setor. A agricultura caracteriza-se

principalmente por a plantação de dendê, café e milho. Dentre estas destaca-se a atividade

madeireira como uma das principais causas do desmatamento, junto a construção de

estradas e a reforma agrária (Maki et al. 200, Álvarez 2003).

A produção da agropecuária e da floresta é basicamente determinada por as

características biofísicas, acessibilidade e demanda dos mercados. O arroz é produzido nos

38

Page 39: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

vales dos departamentos de San Martin e Amazonas. O café e outras frutas estão na selva

central, em Jaén-San Ignacio e no vale da convenção. A coca, disseminada na selva alta,

nas bacias dos rios Huallaga, Aguaytía e Apurímac. A madeira e produtos não-madeireiros

vêm das zonas de florestas dos departamentos de Loreto, Ucayali e Madre de Dios. A

agricultura de subsidência concentrada na selva baixa. A produção de óleo de palmeira, nas

zonas de Tocache em San Martin, Neshuya em Ucayali e Manití em Loreto. A extração de

castanha, no Departamento de Madre de Dios. E de forma dispersa, a pecuária que se

estende em zonas de San Martin, Selva Central, Pucallpa, Amazonas e Madre de Dios

(Rodríguez 2003, IIAP 2004).

Apesar de representar somente uma quinta parte do PIB regional, a economia

agrária destaca-se por ser a atividade que ocupa a maior parte do território amazônico e a

que gera maiores problemas relacionados ao desmatamento, erosão de solos e perda da

diversidade biológica. Estes e outros problemas ambientais são observados na região (IIAP

2004).

Atualmente registram-se mais de nove milhões de hectares de área desmatada,

como resultado da agricultura migratória, emprego de tecnologias impróprias ao ambiente

e por a extração seletiva de madeira. Os rios são contaminados por metais pesados e água

salobra (cerca de cinco vezes mais salgada que a água do mar) dos duzentos milhões de

barris de águas de formação da indústria do petróleo.

Nas áreas urbanas das principais cidades amazônicas, o sistema hídrico recebe os

efluentes sem tratamento prévio, produzidos por as atividades domésticas, industriais e de

serviços. A extração de ouro dispersa na atmosfera e na água cerca de dez toneladas de

mercúrio e o processamento da coca, mais de duzentos milhões de litros de querosene,

ácido sulfúrico e acetona. Um exemplo desse tipo de problema é a contaminação da bacia

do rio Nanay que abastece de água a cidade de Iquitos. Tem-se registrado problemas na

saúde de moradores da bacia, causados pela ingestão de peixes e de água com altos teores

de mercúrio, cianureto e outros metais pesados (García 1994, PNUMA/OTCA 2008).

Da mesma forma, a existência de garimpos de ouro na bacia alta do Madre de Dios

gera uma série de problemas ambientais decorrentes da contaminação da água por

mercúrio, do desvio do rio por meios artesanais e da lavagem com metais pesados.

Considera-se, entretanto, que o intenso processo de erosão dos Andes contribua para a

mais alta concentração de mercúrio na bacia do Madre de Dios que em outras regiões ao

leste da bacia amazônica (PNUMA/OTCA 2008).

39

Page 40: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Segundo país da América Latina, após o Brasil, a demarcar o território natural por

bacias hidrográficas e interbacias, para melhor administração especialmente dos recursos

hídricos, o Peru estabeleceu a base cartográfica como Unidades de Gestão Territorial a

qual identifica oitenta e quatro bacias na Região Hidrográfica do Amazonas, ocupando

74,6 % do território, e dentre estas dezessete são transfronteiriças. Destaca-se o maior

sistema fluvial Ucayali – Marañón – Amazonas, o qual incluem-se os rios Putumayo,

Yavari e Huallaga como os mais importantes (TABELA 2.10, TABELA 2.11, TABELA

2.12, FIGURA 2.19) (ANA 2012).

A bacia amazônica peruana estende-se em dezoito departamentos do país. A região

da bacia engloba, total ou parcialmente, cento e dezessete províncias, das quais noventa e

sete da forma território total. Os Departamentos são Loreto, San Martín, Ucayali,

Amazonas (total), Madre de Dios, Huánuco, Cerro de Pasco, Junín, Ayacucho e Cajamarca

(predominantemente andinos), Apurímac, Arequipa, Piura, Cusco, La Libertad, Ancash,

Puno e Huancavélica. Destaca-se o Departamentos de Loreto, o maior do país dentro da

bacia Amazônica, com representatividade de 38,76 % da área da bacia. Os demais

possuem representatividade entre 11 e 1,0 % (Ucayali, Madre de Dios, Cusco, San Martin,

Junin, Amazonas, Huanuco, Ayacucho, Pasco, Cajamarca, Puno, Apurímac,

Huancavélica), e menos de 1,0 % (La Libertad, Ancash, Arequipa, Piura) na bacia

(Instituto Humboldt 1998, Josse 2000 in Agüero 2006, INRENA 2005, Torres-Muga 2009)

(TABELA 2.13).

TABELA 2.10. Região Hidrográfica do rio Amazonas, Peru (ANA-DCPRH/BCT/ 2010).

UNIDADE HIDROGRÁFICA IDENTIFICAÇÃO

NO MAPA (Numeração)

NÚMERO DE RIOS

(Unidade)

ÁREA (ha)

Bacia Hidrográfica Total 63 Orthón 64 6

Interbacia Médio Baixo Madre de Dios 65 8 Tambopata 66 34 583.937

Interbacia Médio Madre de Dios 67 1 Bacia das Piedras 68 12 381.952

Interbacia Médio Alto Madre de Dios 69 1 Bacia Inambari 70 27 199.936

Interbacia Alto Madre de Dios 71 44 Interbacia Alto Acre 72 6 Interbacia Alto Laco 73 Interbacia Alto Purús 74

Bacia Tarau 75 Iterbacia Alto Yurúa 76

Bacia Putumayo 77 Bacia Yuvari 78

40

Page 41: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Interbacia 4977 79 Bacia Napo 80

Interbacia 49791 81 Bacia Maniti 82

Interbacia 49793 83 Bacia Nanay 84

UNIDADE HIDROGRÁFICA IDENTIFICAÇÃO

NO MAPA (Numeração)

NÚMERO DE RIOS

(Unidade)

ÁREA (ha)

Interbacia 49795 85 Bacia Itaya 86

Interbacia 49797 87 Bacia Tahuayo 88

Interbacia 49799 89 Interbacia Baixo Marañón 90

Bacia Tigre 91 TABELA 2.11. Região Hidrográfica do rio Amazonas, Amazônia, Peru (ANA-DCPRH/BCT/ 2010).

UNIDADE HIDROGRÁFICA IDENTIFICAÇÃONO MAPA (Numeração)

Interbacia Médio Baixo Marañón 92 Interbacia Baixo Huallaga 93

Bacia Paranpura 94 Interbacia Médio Baixo Huallaga 95

Bacia Mayo 96 Interbacia Médio Huallaga 97

Bacia Diabo 98 Interbacia Médio Alto Huallaga 99

Bacia Huayabamba 100 Interbacia Alto Huallaga 101

Interbacia Médio Marañón 102 Bacia Pastaza ?

TABELA 2.12. Bacias transfronteiriças da Região Hidrográfica do rio Amazonas, Peru (IIAP 1998).

UNIDADE HIDROGRÁFICA SUPERFÍCIE

(km²) PERU EQUADOR COLÔMBIA BRASIL BOLíVIA CHILE

1 ZARUMILLA 373 510 2 TUMBES 1.806 3.630 3 CHIRA 10.535 7.212 4 CHINCHIPE 6.622 3.128 5 SANTIAGO 8.059 24.931 6 MORONA 10.453 6.353 7 PASTAZA 18.532 23.051 8 TIGRE 34.854 8.663 9 NAPO 41.620 59.973 274 10 PUTUMAYO 44.921 5.561 57.585 10.081 11 INTERC AMAZONAS 29.507 2.320 160 12 YAVARÍ 25.091 83.385 13 ALTO YURÚA 9.010 21.340 14 TARAUACÁ 2.547 52.032 15 ALTO PURÚS 17.941 18.579 16 ALTO IACO 1.742 24.658 17 ALTO ACRE 2.492 31.564 1.918 18 ORTHÓN 15.190 2 18.266 19 BM MADRE DE DIOS 5.642 10.194 21 SUCHES 1.155 1.764 22 UH 0177 1.020 280 23 UH 0157 1.902 207 24 UH 0155 454 214 25 MAURE CHICO 845 2.289 26 MAURE 1.765 749 27 CAÑO 313 175 13 28 USHUSUMA 486 47 338

41

Page 42: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

29 CAPLINA 909 6 30 UCHUSUMA 527 2 31 HOSPICIO 1.347 24 32 DE LOS ESCRITOS 326 64 33 DE LA CONCORDIA 168 562 34 LLUTA 55 3.278

34 BACIAS 311.487 143.011 60.180 241.802 37.705 4.288

FIGURA 2.19. Mapa da Bacia Amazônica Peruana, com os limites das bacias transfronteiriças (Agüero 2012).

TABELA 2.13. Delimitação do território peruano da Bacia Amazônica, critério hidrográfico (IIAP 1998).

DEPARTAMENTO

REPRESENTATIVIDADE TERRITORIAL PROVÍNCIA

(Quantidade em unidades) DISTRITO

(Quantidade) ÁREA (Km2)

AMAZÔNIA (%)

PAÍS (%)

TOTAL PARCIAL TOTAL PARCIAL LORETO 6 - 45 - 368.851,95 38,76 28,70

SAN MARTIN - - 77 - 51.253,00 5,36 3,98 UCAYALI 4 - 12 - 102.410,55 10,76 7,97

AMAZONAS 7 - 82 - 39.249,13 4,12 3,05 MADRE DE DIOS 3 - 9 - 85.182,63 8,97 6,62

HUANUCO 9 - 75 - 32.136,59 3,39 2,50 PASCO 3 - 28 - 25.319,59 2,69 1,97 JUNIN 8 - 123 - 44.409,67 4,66 3,45

AYACUCHO 8 2 73 8 26.720,42 2,80 2,08 APURÍMAC 6 1 75 1 20.577,03 2,16 1,60 AREQUIPA - 4 1 11 4.548,92 0,48 0,35

PIURA - 1 3 2.249,34 0,23 0,17 CAJAMARCA 7 2 77 3 23.996,63 2,52 1,87

42

Page 43: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

CUSCO 12 1 104 2 71.309,80 7,49 5,55 LA LIBERTAD 3 1 27 3 8.915,63 0,95 0,69

ANCASH 7 2 49 3 8.257,52 0,87 0,64 PUNO - 4 16 3 23.407,89 2,45 1,82

HUANCAVÉLICA 4 2 52 9 12.794,71 1,34 0,99 TOTAL 20 928 43 951.591,00 100 74

Nos estudos com enfoque aos recursos pesqueiros, alguns rios da bacia amazônica

peruana foram analisados para a classifição de Sioli & Klinge (1962) (TABELA 2.14).

TABELA 2.14. Características de alguns rios da bacia amazônica peruana, segundo a classificação da água de Sioli & Klinge (1962) (Agüero 2007).

PARÂMETRO

ÁGUA BRANCA ÁGUA CLARA ÁGUA

PRETA

Rios Amazonas, Ucayali, Marañón, Nápo, Pastaza Rio Tigre

Rios Saminia, Chambira, Cuininico, Nucuray, Nanay,

Itaya, Tapiche

Cor Marrom claro, marrom amarelado Verde claro Marrom escuro

Temperatura (0C) 24,1 – 29,8 23,5 – 27,5 24,5 - 32 Transparência (cm) 5 – 40 28 – 45 40 – 240

Material em Suspensão (mg/L) 150 – 1900 50 – 150 10 – 100 pH 5 – 9,5 5,2 – 6,9 3,5 – 6,9

Condutividade (µS/cm) 106 – 384 19 – 52 27 – 90 Ca2+ (mg/L) 13,6 – 40 0,8 – 16 0,8 – 11,4 Mg2+ (mg/L) 2 – 19 0,98 – 14,64 0,98 – 10,74

Alcalinidade Total 42 – 142 7 – 100 15 – 40

3 A QUALIDADE DE ÁGUA DA BACIA AMAZÔNICA

3.1 Brasil

Os seguintes dados e informações foram extraídos do documento “Visão

Estratégica para o Planejamento e Gerenciamento dos Recursos Hídricos e do Solo, frente

às mudanças climáticas e para o desenvolvimento sustentável da Bacia Hidrográfica do

Rio Amazonas (Gonçalves 2006), dos Cadernos de Recursos Hídricos-1: Panorama da

Qualidade das Águas Superficiais do Brasil (ANA 2005), e informações atuais (ANA

2013) da Agência Nacional de Águas do Brasil- ANA.

As medidas de qualidade e contaminação

A qualidade da água da Amazônia Brasileira é medida por redes estaduais com

cerca de 1.500 pontos de monitoramento, analisando-se entre 3 a 50 parâmetros de

qualidade da água, dependendo da unidade da Federação.

Além do monitoramento realizado pelos Estados, existe também a Rede

Hidrometeorológica Nacional que conta com cerca de 1.671 pontos de monitoramento de

qualidade da água cadastrados. Dentre os pontos em operação, 485 (29 %) estão sob a

43

Page 44: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

responsabilidade da ANA, e os demais 1.186 (71 %) dividem- se entre outras 24 entidades

estaduais e federais.

A maioria dos pontos de monitoramento está localizada nas regiões Sul e Sudeste

(FIGURA 3.1). A periodicidade de monitoramento da maioria dos pontos é trimestral e nas

campanhas são avaliados cinco parâmetros: pH, turbidez, condutividade elétrica,

temperatura, oxigênio dissolvido e a vazão.

FIGURA 3.1. Pontos de monitoramento de qualidade das águas da Rede Hidrometeorológica Nacional, Brasil (ANA 2005).

Apenas a Região Sudeste possui condições adequadas de monitoramento da

qualidade da água, enquanto na Amazônia o diagnóstico detalhado da qualidade dos corpos

de água é insuficiente. O presente trabalho apresenta um panorama da qualidade das águas

superficiais da Bacia Amazônica, utilizando-se das informações oficiais disponíveis.

O Índice de Qualidade das Águas

Como indicador da contaminação orgânica por esgotos domésticos e industriais, foi

adotado o Índice de Qualidade das Águas (IQA), atualmente utilizado por dez unidades da

Federação.

Os índices de qualidade das águas são úteis pela facilidade de comunicação com o

público não técnico e por representar diversas variáveis em um único número. A principal

desvantagem consiste na perda de informação das variáveis individuais e da interação entre

44

Page 45: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

elas (CETESB 2003). Além do uso do IQA, também foi feita uma estimativa das cargas de

esgoto doméstico urbano e a assimilação desta carga pelos rios, o que serve como um

indicador indireto do IQA daqueles estados que não possuem rede de monitoramento.

Os parâmetros de qualidade que fazem parte do cálculo do IQA refletem,

principalmente, a contaminação dos corpos hídricos ocasionada pelo lançamento de

esgotos domésticos. É importante também salientar que esse índice foi desenvolvido para

avaliar a qualidade das águas, tendo como determinante principal sua utilização para o

abastecimento público, considerando aspectos relativos ao tratamento dessas águas. Os

valores do IQA são classificados em faixas, que variam entre os estados brasileiros

(CETESB 2003) (TABELA 3.1).

TABELA 3.1. Classificação dos valores do Índice de Qualidade das Águas nos estados brasileiros (ANA 2005).

VALOR DO IQA (Estados: AP, MG,

MT, PR, RS)

VALOR DO IQA (Estados: BA, GO, ES,

MS, SP ) QUALIDADE DA ÁGUA COR

91-100 80 - 100 Ótima 71-90 52 - 79 Boa 51-70 37 - 51 Aceitável 26-50 20 - 36 Ruim 0-25 0 -19 Péssima

Por outro lado, as atividades agrícolas e industriais geram um grande número de

poluentes (metais pesados, pesticidas, compostos orgânicos) que não são analisados pelo

IQA. E mesmo para o consumo humano o IQA apresenta limitações porque não analisa

parâmetros importantes, tais como os compostos orgânicos com potencial mutagênico, as

substâncias que afetam as propriedades organolépticas da água, o potencial de formação de

trihalometanos e a presença de parasitas patogênicos (CETESB 2003).

As águas dos rios amazônicos

As águas dos rios amazônicos apresentam uma notável diferença de coloração,

devido a diversidade físico-química natural da região. Os rios de águas brancas, de

aparência barrenta, tais como o Solimões/Amazonas, Purus, Madeira e Juruá, têm suas

cabeceiras nas regiões andinas, carreiam sedimentos das montanhas em direção à planície

central e os depositam nas extensas áreas alagadas durante as enchentes, formando os solos

das várzeas, os mais férteis da Amazônia (Walker 1990).

45

Page 46: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

As águas brancas são relativamente ricas em matéria orgânica e inorgânica, com

um pH entre 6,2 e 7,2 e elevadas concentrações de cálcio, magnésio, sódio, potássio. Os

rios de águas pretas, são transparentes, de coloração mais escura, com baixas cargas de

sedimentos devido a fraca erosão dos terrenos e da densa vegetação. Exemplos principais

são os rios Negro, Urubu e Uatumã. As águas são ricas em substâncias húmicas e nascem

nos escudos pré-cambrianos das Guianas e do Brasil Central ou nos sedimentos terciários

da Bacia Amazônica. As águas negras são caracterizadas por baixas concentrações de

cálcio e magnésio e pH ácido (3,8 a 4,9). A produção de fitoplâncton nestas aguas é da

ordem de 60 kg por hectare, enquanto nas águas brancas a produção pode ser ate cem

vezes maior (Walker 1990).

Os rios de águas claras carreiam pouco material em suspensão e tem aparência

cristalina, como os rios Tapajós e Xingu, com origem nos sedimentos terciários da bacia

Amazônica ou no escudo do Brasil Central, sendo ácidos e pobres em sais minerais, com

baixas concentrações de cálcio e magnésio. As águas claras nascem na região carbonífera

do Baixo Amazonas (Pará), apresentam um pH neutro e são relativamente ricos em sais

minerais, com altas porcentagem de cálcio e magnésio. A TABELA 3.2 resume as

características principais dos três tipos de águas (Sioli 1967/1975, Schmidt 1972, Meade et

al. 1979, Filizola 1999/2005).

TABELA 3.2. As águas amazônicas e suas principais características hidroquímicas. Brasil (Sioli 1967/1975, Schmidt 1972, Meade et al. 1979, Filizola 1999/2005).

TIPO DE ÁGUA RIO TÍPICO ORIGEM DAS ÁGUAS CONDUTIVIADE ELÉTRICA

(μS.cm-1) pH CARGA DE MES (mg.l-1)

Branca Solimões, Madeira, Juruá e Purus Andina e sub-andina > 60 6,5 a 7 >100

Clara Trombetas, Tapajós e Xingu Escudos 6 a 5 5 a 6 <100

Preta Negro, Uatumã e Urubu Escudos, em solos arenosos 8 4 a 5,5 < 10

Considera-se que em termos regionais os rios da Região Amazônica sejam

relativamente livres de contaminações oriundas de fontes tanto domésticas, como

industriais e agrícolas. Isto graças à considerável magnitude dos volumes de água e o

grande poder de diluição dos rios Amazônicos e de seus maiores tributários (ANA 2005).

A poluição das águas amazônicas brasileiras

Entre os principais problemas relacionados à qualidade das águas destacam-se:

46

Page 47: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

- impacto das atividades mineradoras sobre a qualidade dos recursos hídricos;

- lançamento de esgotos domésticos;

- contaminação por fontes difusas (agrotóxicos, fertilizantes, sedimentos, erosão dos

solos etc);

- lançamento de efluentes com grande quantidade de matéria orgânica de matadouros

e frigoríficos que abatem bovinos e suínos nas proximidades dos rios

Poluição urbana por falta de saneamento e esgotos domésticos

A poluição de origem doméstica na região ocorre de maneira localizada, próxima

aos principais centros urbanos. As baixas percentagens de coleta (7,8 %) e tratamento (2,4

%) de esgotos domésticos fazem com que sejam relativamente significativas as cargas

poluidoras. A carga orgânica doméstica remanescente é de 301 t DBO5,20/dia (4,72 % do

total do país) e concentra-se principalmente nas unidades hidrográficas do litoral do Pará

(Belém) e do Tocantins, que são as áreas de maior densidade populacional.

Em Belém, cerca de 4,8 % da população é atendida com coleta e tratamento de

esgoto, sendo que o restante dos esgotos são lançados em fossas domiciliares ou

diretamente em canais e igarapés, gerando valores críticos de oxigênio dissolvido e

coliformes termotolerantes nesses corpos de água, o que afeta a qualidade de vida e a

saúde da população. Estudos indicam que os esgotos lançados no estuário do Guajará se

deslocam para as praias ao norte do município de Belém (Braz 2003).

Segundo o IBGE (2003) apenas 4,5 % dos centros urbanos amazônicos possuem

saneamento básico e as águas servidas são lançadas diretamente nos rios. Além disso, há

uma contaminação frequente das águas subterrâneas por inexistência de fossas negras e de

aterros sanitários adequados. Segundo levantamentos da ANA (2005), as baixas

percentagens de coleta (10,4 % da população urbana) e tratamento de esgotos domésticos

(2,3 % da população urbana) fazem com que sejam relativamente significativas as cargas

poluidoras.

A carga orgânica doméstica remanescente é de aproximadamente 270 toneladas de

DBO5,20 por dia (4,0 % do total do país) e se concentra principalmente na Unidade

Hidrográfica do rio Negro, onde está situada a cidade de Manaus, e nos principais afluentes

da margem direita do Amazonas: Purus, Madeira, onde está situada Porto Velho, Tapajós,

onde está situada Santarém e Xingu onde situa-se Altamira, às margens da Rodovia

Transamazônica (ANA 2005).

47

Page 48: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

A poluição das águas superficiais por águas servidas urbanas, ainda tem caráter

pontual na Amazônia, mais apresenta uma correlação com um quadro crescente de doenças

de veiculação hídrica. A melhoria das condições de saneamento nas áreas urbanas da

Região Hidrográfica Amazônica pode reverter facilmente esse cenário.

Efluentes industriais da Zona Franca de Manaus

A Zona Franca de Manaus é um centro industrial, comercial e agropecuário dotado

de condições econômicas que permitissem o desenvolvimento da região Norte, integrando-

a ao complexo produtivo nacional. A maior parte das indústrias de Manaus não apresenta

os efluentes industriais derivados do processo produtivo.

Segundo o Plano Diretor de Águas e Esgotos de Manaus, de 2001, o Distrito

Industrial dispõe de sistema de esgotamento próprio, e os dejetos deveriam ser tratados e

lançados no rio Negro. Porém, em razão das precárias condições do sistema, muitas

indústrias lançam seus esgotos nas redes de drenagem e nos cursos de água.

Poluição por Mercúrio e Desmatamento

A contaminação dos rios da Região Hidrográfica Amazônica por mercúrio merece

destaque. O mercúrio é um dos metais mais tóxicos e encontra-se disseminado em rios e

solos da Amazônia, em grande parte por causa de sua utilização indiscriminada na

recuperação do ouro em garimpos. Estima-se entre 100 a 130 t.ano-1 o montante de

mercúrio introduzidos na Amazônia nos últimos anos pela atividade garimpeira, sendo 40

% lançados diretamente nos rios e 60 % dispersos na atmosfera e transportado a longas

distâncias (ANA 2005).

Além do garimpo, duas fontes de contaminação por mercúrio na Amazônia são

importantes: a queima da biomassa florestal e a degradação dos solos. Nesses dois casos, a

acumulação do mercúrio seria decorrente de processos naturais de concentração desse

elemento. As condições hidroquímicas das águas dos rios da Amazônia, tais como baixo

pH da água, alta concentração de matéria orgânica dissolvida, baixo teor de matéria

orgânica dissolvida e de material particulado, favorecem a metilação do mercúrio e uma

contaminação contínua e crescente dos rios com mercúrio.

Além do mercúrio, outros metais também contaminam as águas da região. Em

1997, foram descobertas áreas com solo e água subterrânea contaminadas por arsênio

oriundo da mineração de manganês na Serra do Navio, Amapá (Fenzl & Mathis, 2003).

Nesse estado a poluição das bacias hidrográficas pelas atividades de lavra mineral e

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Page 49: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

garimpeira concentra-se na região Norte (bacias dos rios Oiapoque, Cassiporé, Calçoene e

região dos Lagos), na região Central (bacias dos rios Vila Nova, Cupixi e Amapari) e

região Sul (rio Jarí) (Filizola 2005).

A FIGURA 3.2 apresenta as principais áreas críticas e suas respectivas fontes de

poluição identificadas na região Hidrográfica Amazônica (ANA 2005).

FIGURA 3.2. Principais áreas críticas e suas respectivas fontes de poluição da Região Hidrográfica Amazônica, Brasil (ANA 2005).

O desmatamento é um outro fator de contaminação das águas superficiais da região

hidrográfica, por meio do aumento da erosão, assoreamento e poluição por mercúrio

natural dos rios. No período de 2000-2001, aproximadamente 70 % do desmatamento na

Amazônia Legal ocorreram principalmente nos estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia,

49

Page 50: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

que representam em torno de 15,7 % da área total da região (Brasil 2004 in ANA 2005).

Entre alguns municípios desses estados, a área desmatada chega aos 80-90% de suas

superfícies totais.

Segundo Guyot et al. (2005), o fluxo de matéria em suspensão transportada pelo

Rio Amazonas até o Oceano é da ordem de 800 milhões de toneladas por ano. Estes

números refletem uma das consequências do processo de erosão na bacia, com uma das

cargas sólidas mais significativas entre os grandes rios do mundo. Neste total a

contribuição dos escudos guianense e brasileiro representam no máximo 5,0 %. Sendo a

carga total bastante influenciada pelas contribuições andinas e transportada principalmente

pelos rios Solimões e Madeira (Filizola 2003).

A BACIA DO TOCANTINS/ARAGUAIA

A Região Hidrográfica do Tocantins/Araguaia se caracteriza pela expansão da

fronteira agrícola, principalmente com relação ao cultivo de grãos, e pelo grande potencial

hidroenergético. A região apresenta grande potencialidade para o cultivo de arroz e outros

grãos (milho e soja), e de frutíferas e deve aumentar substancialmente as demandas de

água afetando a disponibilidade e qualidade dos recursos hídricos da região.

Na bacia do rio Araguaia registram-se processos erosivos intensos decorrentes da

atividade descontrolada da agricultura. A erosão e a consequente perda da fertilidade dos

solos amplia a necessidade de adubação química, causando a poluição e o assoreamento

crescentemente dos rios.

Segundo o relatório Estado Ambiental de Goiás (Galinkin 2003), a irrigação é

atualmente o maior usuário da água na bacia do rio Araguaia. Grande parte de suas matas

ciliares foram eliminadas em decorrência do uso indiscriminado do solo para a pecuária, a

agricultura, para assentamentos urbanos e da exploração turística sem planejamento.

Em estudo recente sobre o diagnóstico do fluxo de sedimentos nessa bacia,

concluiu-se que no rio Araguaia existem as regiões mais críticas do ponto de vista

hidrosedimentológico, com concentrações de sedimentos em suspensão acima de 300

mg/L, que representa uma limitação para o uso da água. A região próxima ao encontro dos

rios Araguaia e Tocantins é considerada uma importante zona de deposição de sedimentos.

Depois da junção dos dois rios, seguindo pelo Tocantins até a barragem da Usina

Hidrelétrica de Tucuruí, a deposição de sedimentos volta a se intensificar (Lima et al.

2004).

50

Page 51: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

A bacia do rio Araguaia tem sido alvo de intensiva e indiscriminada expansão das

atividades de agricultura, com uma degradação maior do meio ambiente nas últimas quatro

décadas, particularmente nas áreas de cabeceira do rio. Segundo Latrubesse (2004) existem

importantes feições erosionais no setor da alta bacia e processos de erosão e sedimentação

no médio Araguaia. O autor ressalta as grandes voçorocas na zona de cabeceira, com mais

de vinte metros de profundidade e centenas de metros de comprimento, como decorrentes

de desmatamento, expansão da agricultura e inapropriado uso da terra, no últimos trinta

anos.

O aumentado a carga de sedimentos alterou a morfologia do canal entre a década de

1970 e fins dos anos 1990. Estudos realizados mostram que a carga do leito do rio

aumentou de 6.765.500 t/ano na década de 1970 para 8.852.600 t/ano na década de 1990

(Latrubesse 2004).

A FIGURA 3.3 a seguir apresenta as principais áreas críticas e suas respectivas

fontes de poluição na Região Hidrográfica Tocantins – Araguaia.

FIGURA 3.3. Principais áreas críticas e suas respectivas fontes de poluição da Região Hidrográfica do Tocantins.

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Page 52: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Bacia Amazônica, Brasil (ANA 2005).

A ANA (2013) possui dados da qualidade da água de 187 estações na bacia

Amazônica Brasileira, distribuídas nas dez sub-bacias localizadas nos sete Estados da

região da bacia (TABELA 3.3). As medições dos parâmetros químicos e físicos da água

baseiam-se na lista dos parâmetros indicadores do Índice de Qualidade das Águas (IQA),

elaborado por a National Sanitation Foundation (NSF), dos Estados Unidos (TABELA

3.4). Assim, medem-se pH, turbidez, condutividade elétrica, temperatura e oxigênio

dissolvido, incluindo-se a vazão, a cada três meses.

Todos os dados da ANA estão disponíveis em tabelas na página da Internet

<hidroweb.ana.gov.br>, no formato Access (MDB).

TABELA 3.3. Estacões de medida da qualidade da água da Bacia Amazônica. Brasil (ANA 2013).

NÚMERO DE ESTAÇÕES (Unidade da Federação)

SUB-BACIAS ACRE RORAIMA RONDONIA AMAZONAS PARÁ AMAPÁ MATO GROSSO

Rio Amazonas, Xingú, Paru

13

17

Rio Amazonas, Jarí, Pará

1 4

Rio Amazonas, Madeira, Guaporé

30 5

3

Rio Amazonas, Tapajós, Juruena

1 9

38

Rio Amazonas, Trombetas, Outros

3 10

Rio Solimões, Javari, Itacuari

1

Rio Solimões, Içá, Jandiatuba

3

Rio Solimões, Juruá, Japurá 3

2

Rio Solimões, Negro, Branco

20

16

Rio Solimões, Purus, Coari 1

7

TABELA 3.4. Parâmetros da qualidade da água medidos nas estacões da Bacia Amazônica. Brasil (ANA 2013).

PARÂMETRO PESOS Oxigênio dissolvido w = 0,17

Coliformes termotolerantes w = 0,15 Potencial hidrogeniônico (pH) w = 0,12

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO5,20) w = 0,10 Temperatura w = 0,10

Nitrogênio total w = 0,10 Fósforo total w = 0,10

Turbidez w = 0,08 Resíduo total w = 0,08

52

Page 53: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

3.2 Colômbia

Na Colômbia o Ministerio de Ambiente Vivienda y Desarrollo Territorial

(MAVDT) é o responsável pela gestão ambiental no país, definindo as políticas para

gestão integrada do recurso hídrico, com a finalidade de apontar e resolver a problemática

que envolve seu uso e preservação. Nesse contexto, criou-se o Grupo de Recurso Hídrico,

e se iniciou o trabalho interinstitucional com o IDEAM e outras entidades, para se

desenvolver a Política Hídrica Nacional. E entre 2002 e 2006, buscou-se reorientar a

política da água através dado projeto Ley del Agua, apresentado ao Congresso do país

(IDEAM 2010).

Entre as entidades que realizam o monitoramento de parâmetros de qualidade da

água encontra-se o Instituto de Hidrología, Meteorología y Estudios Ambientales de

Colombia – IDEAM, o Instituto Amazónico de Investigaciones Científicas - SINCHI, que

trabalha especificamente na Amazônia Colombiana, e o Departamento Nacional de

Planeación – DNP, que também atua na política e regulamentação sobre água e seus

sistemas naturais. Corporações autônomas como a CORPOAMAZONIA (Corporação para

o Desenvolvimento Sustentável do Sul) e CDA (Corporação para o Desenvolvimento

Sustentável do Sul da Amazônia), também produzem dados de qualidade da água da Bacia

Amazônica Colombiana (IDEAM 2010).

O IDEAM, desde 1998, realiza e atualiza o Estudio Nacional del Agua (ENA), uma

síntese dos recursos hídricos da Colômbia, com enfoque as relações demanda-oferta de

água, para dar suporte a resolução dos problemas gerados da crescente demanda hídrica,

sobretudo das regiões nas quais a oferta é escassa e a demanda social e econômica é alta

(IDEAM 2010).

O instituto calcula o índice de qualidade da água através de uma expressão

agregada e simplificada, somatória aritmética equiponderada de cincos parâmetros físco-

químicos básicos, medidos sistematicamente na sua rede de referência de água superficial.

As variáveis são Demanda Química de Oxigênio – DQO, Sólidos Totais em Suspensão –

SST, Oxigênio Dissolvido – OD, pH, e Condutividade Elétrica – CE. A TABELA 3.5

mostra as estações do IDEAM, dentre o total cento e oitenta e duas, que medem qualidade

da água na Bacia Amazônica Colombiana (FIGURA 3.4) (IDEAM 2010, IDEAM estações

in Rivera 2012). TABELA 3.5. Estacões que medem qualidade da água, da Rede de Estações Hidrometeorológicas e Programas Associados na bacia do rio Amazonas, Colômbia (IDEAM in Rivera 2012).

53

Page 54: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

N° CÓDIGO TE NOME RIO

15 4801701 LG LETICIA AMAZONAS

17 4801703 LM NAZARETH AMAZONAS

18 47017020 LG COCHA LA GUAMUES

19 47017070 LG EDEN EL PUTUMAYO

68 47017580 LM SINDAMANOY LAG GUAMUEZ

12 42077020 LG MITU VAUPES

13 44037060 LG FLORENCIA AUTOMATI HACHA

NOME

ESTAÇÃO NÚMERO

EM UNIDADE

(%)

Caribe 13 9 Magdalena-

Cauca 95 66

Orinoco 22 15

Amazonas 7 5

Pacífico 7 5

Total 145 100

FIGURA 3.4. Distribuição das estações de monitoramento de qualidade de água na Colômbia (Rivera 2012, modificado).

Os dados obtidos para a qualidade da água da Bacia Amazônica Colombiana,

referem-se basicamente aqueles produzidos por o IDEAM, anos 2009 e 2010, o SINCHI,

anos de 1994 e 1995 e CORPOAMAZONIA, anos 2009 e 2010. Entretanto, foram

utilizados os dados com referência da localização geográfica, como de

CORPOAMAZÔNIA (2009 e 2010) e IDEAM (2009).

3.3 Equador No Equador, dentro do marco institucional e legal vigente, o gerenciamento de

recursos hídricos baseia-se no fornecimento da água, que é considerada propriedade

pública e tanto o Estado como os usuários devem solicitar permissão para fazer uso dela. A

Lei da Água, de 1972, é o estatuto que regula o uso dos recursos hídricos no país. Até 2007

a gestão dos recursos hídricos no Equador era uma responsabilidade partilhada entre todas

as instituições governamentais que trabalham em governos nacionais, provinciais e

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Page 55: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

municipais, como o Consejo Nacional de Recursos Hídricos (CNRH), Agencias de Agua,

Instituto Nacional de Meteorología e Hidrología (INAMHI), Gobiernos Municipales e

Corporaciones Regionales de Desarrollo (Saunders et al. 2007).

A partir de 2008 a Secretaría Nacional del Agua (SANAGUA) é destinada a

conduzir os processos de gestão dos recursos hídricos de maneira integrada e sustentável

no âmbito de bacias, sub-bacias, micro-bacias ou regiões hidrográficas e hidrogeológicas,

de acordo com a Lei da Água e seus regulamentos e demais normas relacionadas em vigor.

No Equador a gestão das bacias hidrográficas surgiu basicamente da necessidade de

se controlar os problemas de abastecimento para hidrelétricas, irrigação e consumo

humano. Entre os desafios da SENAGUA, para os diferentes projetos de gestão de bacias

hidrográficas, estão a preservação a boa qualidade da água e a implementação de politicas,

estratégias e norma para prevenir e controlar a contaminação dos corpos de água

(SENAGUA 2008). Assim, desde 2010 a SENAGUA vem realizando o monitoramento da

qualidade da água no país. Juntamente com o Ministério do Meio Ambiente, Secretaria

Nacional de Planejamento do Desenvolvimento, Comitê de Gestão Descentralizada do

Sistema Nacional do Meio Ambiente, Ministério da Saúde Pública, Ministério da Defesa

Nacional e Secretaria de Proteção Ambiental (Ministério das Minas e Energia), vem

trabalhando ativamente na prevenção da poluição. A maioria dos dados de qualidade da

água desde 2010 é produzida por a SENAGUA, cujas informações aqui reunidas

correspondem aos anos de 2010 a 2012, das bacias, sub-bacias e rios da Amazônia

Equatoriana, Napo, San Miguel de Putumayo, Coca, Negro, Pastaza, Santiago e Zamora

(TABELA 3.6).

TABELA 3.6. Regiões hidrográficas com dados da qualidade da água da Amazônia Equatoriana (SENAGUA 2011 a 2012, Gobierno Municipal de Gonzalo Pizarro (2010 e 2011).

UNIDADE HIDROGRÁFICA ANO Bacia do rio Napo

Alto Napo e Médio Napo 2012

Bacia do rio Napo Sub-Bacia do rio San Miguel de Putumayo

2012

Bacia do rio Napo Sub-Bacia do rio Coca

2012, 2011

Bacia do rio Napo Sub-Bacia do rio Aguarico

2012

Bacia do rio Napo Sub-Bacia do rio Payaminu

2012

Bacia do Rio Negro 2012 Bacia do rio Pastaza 2011, 2012

Bacia do rio Santiago Sub-bacia do rio Zamora

2012

55

Page 56: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

3.4 Peru

No Peru, a Lei de Recursos Hídricos (Lei 29338 de 31/03/2009), mais conhecida

como Lei das Águas, estabelece a água como um bem de uso público e que constitui

patrimônio da nação, cujo domínio sobre ela é inalienável e imprescritível.

A proteção e recuperação da qualidade da água é um dos sete desafios abordados na

Política e Estratégia Nacional de Recursos Hídricos do Peru (ANA 2012). Diferentes

potenciais fontes de contaminação da água são consideradas com o crescimento das

cidades (principalmente os esgotos domésticos), mineração legal e ilegal e atividades

produtivas que usam o sistema hídrico como destino final dos efluentes gerados. Assim, a

política de recursos hídricos do Peru incentiva e apoia governos locais e regionais e

autoridades sociais na participação da gestão conjunta da qualidade dos recursos hídricos,

cumprimento e fiscalização da legislação ambiental.

Dados da qualidade da água das bacias do rio Amazonas foram produzidos por

diferentes setores da economia que tratam dos recursos hídricos e da qualidade da saúde do

Peru (ANA/ INRENA 1999-2003, DIGESA 2002-2003, MINAM 2010).

A Autoridade Nacional del Agua, setor de Gestión de la Calidade de los Recursos

Hídricos (DGCRH), publicou dados da qualidade da água para as bacias Médio Madre de

Dios, bacia do Malinowski, bacia do Tambopata, bacia do Nanay, Pastaza (2012), bacia do

Madre de Dios, rio Marañón (2011), rio Madre de Dios (2010).

O Instituto Nacional de Recursos Naturales (INRENA) levantou dados, entre 1999

a 2003. Em 2003 para os rios Crucero, Mayo, Nanay, Salado, Perené e Tarma. Em 2002

para os rios Madre de Dios, Nanay, Perené. Em 2000 para os rios Apurímac, Mayo,

Perené, Vilcanota, e em 1999 para o rio Palca. O Ministerio de Salud, devido a indústria de

petróleo, concentrou sua investigação no rio Corrientes (DIGESA 2006). O Ministerio del

Ambiente (MINAM) levantou dados de qualidade da água para o rio Marañón, em 2010.

4 DOENÇAS DE VEICULAÇÃO HÍDRICA O abastecimento de água potável na Amazônia é um desafio regional que requer

estratégias alternativas para garantir o acesso à água de qualidade segura especialmente

para populações ribeirinhas.

O acesso à água de qualidade, além de traduzir mais comodidade no desempenho

das atividades diárias dos diversos setores que fazem uso, resulta em melhorias

sanitárias e na promoção da saúde, além da conservação do ambiente. A acessibilidade

56

Page 57: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

à água é tão importante para o desenvolvimento da sociedade, que muitos indicadores,

ligados ao sistema de abastecimento de água, apontam fatores como: diminuição da

mortalidade infantil, vida média da população, redução de doenças de veiculação hídrica,

entre outros.

Uma pesquisa realizada na Amazônia brasileira verificou que 43 % dos ribeirinhos

usam água de poços, sem qualidade comprovada, e investem aproximadamente 11 % da

renda familiar com água doméstica e quase 20 % da população usa água do rio sem

nenhum tratamento. Segundo recente levantamento da Agência Nacional das Águas

(Brasil), cerca de 60 % dos municípios amazônicos são desprovidos de ampla

distribuição de água tratada (ANA/MMA 2010, SEGEP 2010).

A demanda por água potável muitas vezes é suprida de forma inadequada.

Muitos moradores precisam comprar água mineral, ou extraí-la de poços com

qualidade duvidosa ou até mesmo consumi-la diretamente do rio, gerando doenças de

veiculação hídrica, numa região onde serviços de saúde já são precários.

O acesso à água segura se tornou uma preocupação mundial. Em 2010 a

Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) determinou que o acesso

à água potável é um direito humano essencial. O Comitê das Nações Unidas para os

direitos econômicos, sociais e culturais declarou que o direito humano à água prevê que

todos tenham água suficiente, segura, aceitável, fisicamente acessível e a preços

razoáveis para usos pessoal e doméstico (ONU 2010).

Água, saneamento e higiene tem impactos importantes na saúde e na doença.

Doenças relacionadas com a água incluem:

- Aquelas relacionadas a microrganismos e produtos químicos na água de

abastecimento;

- Doenças como a esquistossomose, que têm parte de seu ciclo de vida em água;

- Doenças como a malária com vetores relacionados com a água;

- Algumas lesões;

- Outros, tais como legionelose transportada por aerossóis contendo determinados

microrganismos.

A água também contribui para a saúde, por exemplo, através da higiene. As

doenças de veiculação hídrica, dos quais as mais importantes são mostradas na TABELA

4.1.

57

Page 58: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

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Page 59: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

TABELA 4.1. Doenças de veiculação hídrica e agentes causadores.

DOENÇAS AGENTES CAUSADORES Febre tifoide Salmonela tifoide

Febres paratifoides Salmonelas paratifoides (A, B, C) Disenteria bacilar Bacilo disentérico

Disenteria amebiana Estamoeba histolytica Cólera Vibrião colérico

Diarreia Enterovírus, E. coli Hepatite infecciosa Vírus tipo A

Giardíase Giardia Lambia Criptosporidíase Cryptosporidium parvum

Poliomielite Poliovírus Fonte: WHO on line

5 MERCÚRIO 5.1 Introdução

O mercúrio ocorre naturalmente no meio ambiente e existe em várias formas, que

podem ser divididas em três espécies: o mercúrio metálico (também conhecido como o

mercúrio elementar), mercúrio inorgânico e mercúrio orgânico. O mercúrio metálico é um

metal brilhante, prata-branco líquido à temperatura ambiente. Esta espécie de mercúrio é a

forma elementar ou pura (isto é, que não é combinado com outros elementos), comumente

usado em termômetros e alguns interruptores elétricos (Alloway 1990).

À temperatura ambiente, uma parte do mercúrio metálico tende a evaporar e formar

vapores de mercúrio. Tais vapors são incolor e inodoro. Quanto maior a temperatura, mais

vapores será lançado a partir de mercúrio metálico líquido. Algumas pessoas que

respiraram vapores de mercúrio relataram um gosto metálico na boca (Manahan 1994).

Compostos inorgânicos de mercúrio ocorrem quando o mercúrio combina-se com

elementos tais como cloro, enxofre, ou oxigênio. Estes compostos de mercúrio são também

chamados de sais de mercúrio. A maioria dos compostos de mercúrio inorgânicos ocorre

com pó ou cristais brancos, com a exceção de sulfeto de mercúrio (também conhecido

como cinábrio) que é vermelho e fica preto após a exposição à luz (Manahan 1994).

Quando o mercúrio se combina com o carbono, os compostos formados são

chamados compostos "orgânicos" de mercúrio ou organomercuriais. Há um número

potencialmente grande de compostos orgânicos de mercúrio. Contudo, de longe, o

composto de mercúrio orgânico mais comum no ambiente é o metilmercúrio (também

conhecido como monometilmercúrio) (Manahan 1994).

59

Page 60: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

No passado, um composto de mercúrio orgânico chamado fenilmercúrio foi usado

em alguns produtos comerciais. Outro composto de mercúrio orgânico chamado

dimetilmercúrio também é usado em pequenas quantidades como um padrão de referência

para alguns testes químicos (Ayres & Ayres 1999).

Como os compostos de mercúrio inorgânicos, tanto o metilmercúrio como o

fenilmercúrio existem como "sais" (por exemplo, cloreto ou acetato de fenilmercúrio

metilmercúrio). Quando puros, a maioria das formas de metilmercúrio e fenilmercúrio são

sólidos cristalinos brancos. Dimetilmercurio, no entanto, é um líquido incolor, mas

igualmente é muito prejudicial aos organismos.

Várias formas de mercúrio ocorrem naturalmente no ambiente. As formas naturais

mais comuns de mercúrio encontradas no ambiente são mercúrio metálico, sulfeto de

mercúrio (minério de cinábrio), cloreto de mercúrio e metilmercúrio. Alguns

microrganismos (bactérias e fungos) e processos naturais podem mudar o mercúrio no

ambiente de uma forma para outra. O composto de mercúrio orgânico mais comum que os

microorganismos e processos naturais geram, a partir de outras formas, é o metilmercúrio.

O metilmercúrio é particularmente preocupante porque pode acumular-se em certos

organismos comestíveis, em níveis que são muitas vezes maiores do que os níveis da água

circundante (Benjamin & Honeyman 1992).

Os diversos usos do mercúrio (produção de gás de cloro e soda cáustica, na

extração de ouro do minério ou artigos que contêm ouro, em termômetros, barômetros,

baterias e interruptores elétricos, obturações de cor prata normalmente contêm cerca de 50

% de mercúrio metálico, alguns remedies, fungicidas, bactericidas, cremes de clareamento

da pele, tintas, agentes corantes vermelhos) podem representar um risco para a saúde da

exposição ao mercúrio, tanto para o usuário e para outros que podem estar expostos a

vapores de mercúrio no ar contaminado.

O metilmercúrio é produzido principalmente por microorganismos (bactérias e

fungos) no ambiente, e secundariamente pela atividade humana. Até os anos de 1970, os

compostos de metilmercúrio e etilmercúrio foram usados para proteger grãos de semente

de infecções por fungos (EPA on line).

60

Page 61: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

5.2 O Mercúrio no Ambiente

O mercúrio é um metal encontrado naturalmente e que ocorre em todo o ambiente. O

mercúrio entra no ambiente como resultado do desgaste normal dos minerais nas rochas e

solo provocado por a exposição ao vento e água, e da atividade vulcânica. As emissões de

mercúrio provenientes de fontes naturais têm-se mantido relativamente constante na

história recente, resultando em um aumento constante de mercúrio no ambiente. As

atividades humanas desde o início da era industrial (por exemplo, a mineração, a queima

de combustíveis fósseis) resultaram na liberação adicional de mercúrio para o ambiente. As

estimativas do total de emissões de mercúrio anuais que resultam das atividades humanas

variam de um terço a dois terços do total das emissões de mercúrio.

A grande incerteza nessas estimativas é a quantidade de mercúrio que é liberada a

partir de água e os solos que foram previamente contaminadas por atividades humanas, em

oposição aos lançamentos naturais. Os níveis de mercúrio na Atmosfera (ou seja, o ar que

se respira no ambiente em geral) são demasiadamente baixas e não representam um risco

para a saúde. No entanto, a constante liberação de mercúrio resultou em níveis atuais que

são três a seis vezes maior do que os níveis estimados na Atmosfera era pré-industrial.

Cerca de 80 % do mercúrio liberado pelas atividades humanas é o mercúrio

elementar liberado para o ar, principalmente a partir da queima de combustíveis fósseis,

mineração e fundição e de incineração de resíduos sólidos. Cerca de 15 % do total é

liberado para o solo por meio de fertilizantes, fungicidas e resíduos sólidos urbanos (por

exemplo, a partir de resíduos que contém baterias descartadas, interruptores elétricos ou

termômetros). Um adicional de 5,0 % é libertado no ambiente a partir de efluentes

industriais ao sistema aquático.

Com a exceção de depósitos de minério de mercúrio, a quantidade de mercúrio que

existe naturalmente em qualquer lugar é geralmente muito baixa. Em contrapartida, a

quantidade de mercúrio que pode ser encontrada no solo em um determinado local de

disposição de resíduos perigosos, por causa da atividade humana, pode ser alta (mais de

200.000 vezes os níveis naturais). O mercúrio no ar, água e solo em depósitos de resíduos

perigosos pode ser proveniente de ambas as fontes naturais e atividade humana.

A maior parte do mercúrio presente no ambiente é na forma de mercúrio metálico e

compostos inorgânicos de mercúrio. Mercúrio metálico e inorgânico entram no ar a partir

de mineração depósitos de minérios que contêm mercúrio, a partir das emissões de usinas

de energia movidas a carvão, da queima de resíduos urbanos e hospitalares, a partir da

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Page 62: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

produção de cimento, e de emissões não controladas em fábricas que usam mercúrio (EPA

on line).

O mercúrio metálico é um líquido à temperatura ambiente, mas alguma parcela do

metal irá evaporar-se para o ar e pode ser levada a longas distâncias. No ar, o vapor de

mercúrio pode ser transformado em outras formas de mercúrio, e pode ainda ser

transportado para o solo ou água em chuva ou neve. O mercúrio inorgânico também pode

entrar na água ou no solo do intemperismo das rochas que contêm mercúrio, de fábricas ou

instalações de tratamento de água que liberam água contaminada com mercúrio, e de

incineração de lixo municipal que contém mercúrio (por exemplo, em termômetros,

interruptores elétricos, ou baterias que foram jogados fora). Compostos inorgânicos ou

orgânicos de mercúrio podem ser liberados para a água ou o solo se fungicidas que contêm

mercúrio são usados.

Microorganismos (bactérias, o fitoplâncton no oceano, e fungos) convertem mercúrio

inorgânico ao metilmercúrio. O metilmercúrio libertado a partir de microrganismos pode

entrar na água ou no solo, onde permanece por um longo período de tempo, especialmente

se o metilmercúrio fica ligado às pequenas partículas no solo ou na água (Elder 1988).

O mercúrio geralmente permanece na superfície de sedimentos ou solo e não se

move através do solo para a água subterrânea. Se o mercúrio entra na água em qualquer

forma, é provável que precipite no fundo onde pode permanecer por um longo período de

tempo.

O mercúrio pode entrar e se acumular na cadeia alimentar e forma que se acumula

na cadeia alimentar é metilmercúrio. O mercúrio inorgânico não se acumula na cadeia

alimentar em qualquer medida. Quando os peixes pequenos se alimentam de fontes de

energia contendo metilmercúrio, este vai para seus tecidos. Quando os peixes maiores

comem os peixes menores ou outros organismos que contêm metilmercúrio, a maior parte

do metilmercúrio originalmente presente no peixe pequeno, então, é armazenada no corpo

dos peixes maiores. Como resultado, os maiores e mais antigos peixes que vivem em águas

contaminadas acumulam a maior quantidade de metilmercúrio em seus corpos.

5.3 Formas de Exposição ao Mercúrio Uma vez que o mercúrio ocorre naturalmente no ambiente, todos estão expostos a

níveis muito baixos de mercúrio no ar, água e alimentos. Entre 10 e 20 nanogramas de

mercúrio por metro cúbico (ng/m3) de ar foram medidos no ar exterior urbano. Estes níveis

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Page 63: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

são centenas de vezes menores do que os níveis ainda considerados "seguro" para respirar.

Níveis de referência de base em ambientes não urbanos são ainda mais baixos, geralmente

cerca de 6 ng/m3 ou menos. Os níveis de mercúrio nas águas de superfície são geralmente

menos de 5 partes de mercúrio por trilhões de partes de água (5 ppt, ou 5 ng por litro de

água), cerca de mil vezes menor do que o "seguro" dos padrões de água potável.

Os níveis normais do metal no solo variam de 20 a 625 partes de mercúrio por bilhão

de partes de solo (20 a 625 ppb, ou 20.000 a 625.000 ng por quilograma de solo) (ng/Kg).

Uma parte por bilhão é mil vezes maior do que uma parte por trilhão. Uma fonte potencial

de exposição ao mercúrio metálico para a população em geral é de mercúrio liberado de

restaurações de amálgama, que é uma mistura de metais. A amálgama utilizada nas

obturações dentárias de cor prateada contém aproximadamente 50 % de mercúrio metálico,

35 % de prata, 9,0 % de estanho, 6,0 % de cobre, e quantidades vestigiais de zinco.

Dentre as formas de exposição ao mercúrio, a níveis mais altos de metilmercúrio,

destaca-se a dieta rica em peixe ou outros organimos que vem de águas contaminadas por

mercúrio. O metilmercúrio acumula-se na cadeia alimentar, de modo que o peixe do topo

da cadeia alimentar terá a maioria de mercúrio. Destes peixes, o maior (ou seja, o mais

velho) peixe terá os mais altos níveis. A Food and Drug Administration (FDA) estima que

a maioria das pessoas está exposta, em média, a cerca de 50 ng de mercúrio por quilo de

peso corporal por dia (50 ng/kg/dia) atraves do alimento. Este nível não é considerado

resultar em quaisquer efeitos nocivos. Uma grande parte deste mercúrio está na forma de

metilmercúrio e provavelmente vem do hábito de comer peixe. Peixes comerciais vendidos

através do comércio interestadual que são encontrados como níveis de metilmercúrio

acima de um "nível de ação" de 1 ppm (estabelecido pelo FDA) não podem ser vendidos

ao público. Embora esta concentração esteja abaixo de um nivel associado a efeitos

adversos, contudo, alimentar-se de peixes de águas contaminadas expõem-se a níveis mais

elevados de mercúrio. Alertas da saúde pública são emitidos por autoridades estaduais e

federais para águas locais que são tidas como contaminadas com mercúrio. Estes alertas

podem ajudar aos pescadores desportivos e de pesca de subsistência, e suas famílias, a

evitar comer peixes contaminados por mercúrio.

5.4 Efeitos do Mercúrio na Saúde Humana O sistema nervoso é muito sensível ao mercúrio. Em casos de intoxicação que

ocorreu em outros países, algumas pessoas que comeram peixe contaminado com grandes

63

Page 64: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

quantidades de metilmercúrio, ou de sementes de grãos tratados com metilmercúrio ou

outros compostos de mercúrio orgânico, desenvolveram permanentes danos no cérebro e

rins. Danos permanentes para o cérebro, também tem sido demonstrado que ocorrem a

partir de exposição a níveis suficientemente altos de mercúrio metálico. No caso de a

exposição ao mercúrio inorgânico poder resultar em dano no cérebro ou nos nervos não ser

tão segura, deve-se ao fato que o mercúrio não passa facilmente do sangue para o cérebro.

Vapores de mercúrio metálico ou de mercúrio orgânico podem afetar muitas áreas

diferentes do cérebro e suas funções associadas, resultando em uma variedade de sintomas.

Estes incluem mudanças de personalidade (irritabilidade, timidez, ansiedade), tremores,

alterações da visão (constrição (estreitamento) ou do campo visual), surdez, incoordenação

muscular, perda da sensibilidade e dificuldades com a memória.

Diferentes formas de mercúrio, têm efeitos diferentes sobre o sistema nervoso,

porque nem todos se movem através do corpo da mesma maneira. Quando vapores

metálicos de mercúrio são inalados, eles prontamente entram na corrente sanguínea e são

transportados por todo o corpo e podem se mover para o cérebro.

Respirar ou engolir grandes quantidades de metilmercúrio também resulta em parte

do mercúrio mover-se no cérebro e afetar o sistema nervoso. Sais de mercúrio inorgânico,

como o cloreto de mercúrio, não entram no cérebro tão facilmente como vapor

metilmercúrio ou mercúrio metálico.

Os rins são também sensíveis aos efeitos de mercúrio, porque este acumula-se nos

rins e causa exposições mais elevadas a estes tecidos, e assim mais danos. Todas as formas

de mercúrio podem causar danos aos rins se grandes quantidades suficientes entram no

corpo. Se o dano causado pelo mercúrio não é demasiado grande, os rins são susceptíveis

de se recuperar uma vez que o corpo se encarrega de eliminar o metal.

Exposição a curto prazo (horas) a altos níveis de vapor de mercúrio metálico no ar

pode danificar o revestimento da boca e irritar os pulmões e vias respiratórias, causando

sensação de diminuição de ar para se respirar, uma sensação de ardor nos pulmões, e tosse.

Outros efeitos da exposição ao vapor de mercúrio incluem náuseas, vômitos, diarréia,

aumento da pressão arterial e do ritmo cardíaco, erupções cutâneas e irritação nos olhos.

Os danos no revestimento da boca e pulmões também podem ocorrer a partir de exposição

a níveis mais baixos de vapor de mercúrio durante períodos longos (por exemplo, em

algumas ocupações em que os trabalhadores expõem-se ao mercúrio durante muitos anos),

geralmente muito maior do que os níveis normalmente encontrados na população em geral.

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Page 65: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

Atualmente, níveis de mercúrio metálico no ar no local de trabalho são baixos,

devido ao aumento da consciência dos efeitos tóxicos do mercúrio. Por causa da redução

na quantidade permitida de mercúrio no ar do localde trabalho, espera-se que menos

trabalhadores tenham sintomas de toxicidade do mercúrio. A maioria dos estudos de seres

humanos que respiraram mercúrio metálico por um longo período de tempo indica que o

mercúrio a partir deste tipo de exposição não afeta a capacidade de ter filhos. Estudos em

trabalhadores expostos a vapores metálicos de mercúrio também não mostraram qualquer

aumento em câncer relacionado com o mercúrio. Mostrou-se que o contato de mercúrio

metálico com a pele causa uma reação alérgica (erupções cutâneas) em algumas pessoas.

O mercúrio inorgânico pode danificar o estômago e intestinos, produzindo sintomas

de náuseas, diarreia, ou úlceras graves em caso de ingestão de grandes quantidades. Efeitos

sobre o coração também foram observados em crianças depois de engolido acidentalmente

cloreto de mercúrio. Os sintomas incluíram aumento da freqüência cardíaca e aumento da

pressão arterial. Há pouca informação sobre os efeitos em seres humanos de longo prazo à

exposição de baixo nível de mercúrio inorgânico.

Para proteger o público contra os efeitos nocivos dos produtos químicos tóxicos e

para encontrar maneiras de tratar as pessoas que tenham sido prejudicados, cientistas usam

muitos testes. Uma maneira de ver se um produto químico vai prejudicar humanos é

aprender como o produto é absorvido, usado e liberado pelo organismo.

Estudos com animais indicam que a exposição oral a longo prazo de sais

inorgânicos de mercúrio provoca danos nos rins, os efeitos sobre a pressão sanguínea e

ritmo cardíaco, e efeitos sobre o estômago. Os resultados do estudo sugerem também que

as reações que envolvem o sistema imunológico podem ocorrer em populações sensíveis

após a ingestão de sais inorgânicos de mercúrio. Alguns estudos com animais relatam que

danos ao sistema nervoso ocorre após a exposição a longo prazo a níveis elevados de

mercúrio inorgânico

5.5 Teste Médico para Determinar a Exposição ao Mercúrio Há maneiras confiáveis e precisas para se medir os níveis de mercúrio no organismo.

Esses testes envolvem a coleta de sangue, urina ou amostras de cabelo, e deve ser realizada

em um consultório médico ou em uma clínica de saúde. Mulheres que amamentam podem

ter o seu leite da mama testados para os níveis de mercúrio, se qualquer uma das outras

amostras testadas revelaram conter quantidades significativas de mercúrio.

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Page 66: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

A maioria destes testes, entretanto, não determina a forma de mercúrio para o qual

foram expostos. Os níveis de mercúrio encontrados no sangue, urina, leite materno, ou no

cabelo podem ser usados para determinar se os efeitos adversos são susceptíveis de

ocorrer. O mercúrio da urina é utilizado para testar a exposição a vapor de mercúrio

metálico e de formas inorgânicas de mercúrio. Medições de mercúrio no sangue ou couro

cabeludo são usadas para monitorar a exposição ao metilmercúrio. Ao contrário, urina não

é útil para determinar se a exposição ocorreu ao metilmercúrio. Mas, níveis encontradas no

sangue, urina, e cabelo podem ser usados em conjunto para predizer os possíveis efeitos de

saúde que podem ser causadas por diferentes formas de mercúrio.

Os níveis no sangue e na urina são utilizados como marcadores para determinar se a

pessoa foi exposta ao mercúrio. Eles são usados para determinar se a exposição ao

mercúrio ocorreu e para dar uma ideia aproximada da dimensão da exposição, mas eles não

dizem exatamente quando a exposição ocorreu. Exceto para as exposições de

metilmercúrio, o sangue é considerado útil se as amostras são colhidas dentro de alguns

dias de exposição. Isso ocorre porque a maioria das formas de mercúrio no sangue diminui

pela metade a cada três dias, se a exposição foi interrompida. Assim, os níveis de mercúrio

no sangue oferecem mais informações úteis após exposições recentes do que após a

exposição a longo prazo. Vários meses após a exposição, os níveis de mercúrio no sangue

e na urina são muito menores.

O cabelo, que é considerada útil apenas para as exposições a metilmercúrio, pode

ser usado para mostrar as exposições que ocorreram há muitos meses, ou até mais do que

há um ano se o cabelo é longo o suficiente e métodos de ensaio cuidadosas são usados.

Após a exposição de curto prazo ao mercúrio metálico, vapor de mercúrio pode ser

detectado no ar, mas esta ocorre numa extensão significativa apenas dentro de alguns dias

após a exposição, e não é um método normalmente utilizado para determinar se a

exposição ao mercúrio tenha ocorrido.

6 POLUIÇÃO POR MERCÚRIO NA BACIA AMAZÔNICA 6.1 Introdução

Como resultado de políticas eficazes, fungicidas e compostos orgânicos de Hg

utilizados em indústrias e agricultura desapareceram em muitos países, incluindo-se o

Brasil. Ao mesmo tempo, o uso de Hg na mineração de ouro da Amazônia aumentou

drasticamente desde a corrida do ouro dos anos de 1980 e novamente os altos preços do

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Page 67: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

ouro relacionados com a crise financeira global que começou principalmente em

2007/2008. O presente capítulo mostra como a poluição por mercúrio tem sido objeto de

pesquisa científica (ANEXO A) e influenciada por a consciência pública e políticas que

tencionam controlar o uso de Hg e o conseqüente impacto na saúde pública da população

regional. Mas, apesar do perigo reconhecido mundialmente da poluição mercúrio

generalizada dos rios da Amazônia, e da importante produção científica sobre questões

relacionadas ao metal, políticas de controle consistentes e eficazes ainda estão faltando. Os

principais motivos para as dificuldades de se aplicar os regulamentos são devido à

imensidão da Região Amazônica, o desemprego maciço, as elevadas taxas de imigração

para a região e os elevados preços internacionais de ouro.

6.2 A Origem da Contaminação por Mercúrio na Bacia Amazônica 6.2.1 Contaminação por Mercúrio no Ambiente da Amazônia

Metil mercúrio, o composto orgânico tóxico do mercúrio, é responsável por

prejudicar a saúde humana e contaminação do ambiente, por meio da bioacumulação

através da cadeia alimentar, e expondo comunidades amazônicas habituada a uma dieta

rica em peixe. Os primeiros grupos de pesquisadores concentraram a sua atenção

principalmente em áreas de mineração de ouro, baseaddos no pensamento de a mineração

ser a principal responsável pela contaminação Hg dos ecossistemas aquáticos (Malm et al.

1990, Nriagu et al. 1992, Pfeiffer et al 1993, Malm et al. 1995, Maurice-Bourgoin et al.

1999). Recentemente, mostrou-se que a disseminação e a contaminação Hg não estão

apenas relacionadas com as atividades de mineração de ouro, mas a uma combinação de

erosão do solo, de mineração de ouro, e os incêndios florestais. As primeiras evidências de

tal afirmação resultou de altas concentrações de mercúrio, não-antrópicos, encontrados em

horizontes minerais superficiais de solos florestais. Por exemplo Roulet et al. (1999)

sustentam que mais de 97 % do Hg acumulado em solos da bacia do Tapajós se devem a

causas naturais. Isso explica os níveis excepcionalmente elevados de mercúrio (44-212 ng /

g), detectados em solos da bacia do Rio Negro com pouca atividade de mineração de ouro

(Silva-Forsberg et al. 1999).

67

Page 68: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

6.3 As Políticas de Controle 6.3.1 Ações Internacionais para Políticas de Controle 6.3.1.1 Tratado Global para o Mercúrio

A UNEP lidera os esforços para se alcançar um acordo global eficaz sobre o uso de

Mercury, a Convenção de Minamata sobre Mercúrio, organizando uma seqüência de

reuniões do chamado Comitê de Negociação Internacional (INC), de uma semana de

duração, com foco no intercâmbio de pontos de vista sobre questões tais como, o

fornecimento, o armazenamento e uso de Hg em produtos e processos, mineração artesanal

de ouro em pequena escala, comércio, emissões atmosféricas, resíduos e zonas

contaminadas.

6.3.2 Projeto Global sobre Mercúrio (GEF, UNEP, UNIDO)

Com a finalidade de reforçar a abordagem dos diferentes setores da sociedade

realtivas ao mercúrio, a mineração de ouro em pequena escala e as dinâmicas institucionais

de mudança, o GMP fornece: Diretrizes Internacionais sobre mercúrio, gestão em

mineração artesanal e de pequena escala, capacitação e fortalecimento institucional da

cooperação multi-setorial com agências governamentais e outras organizações, orientações

para as políticas que tratam do mercúrio e da mineração de ouro e artesanal e de pequena

escala.

6.3.3 Cooperação Global da UNEP sobre Mercúrio

O objetivo geral é proteger a saúde humana e o ambiente global da liberação de

mercúrio e seus compostos, minimizando e, se possível, em última análise, eliminando

globalmente, emissões antropogênicas de mercúrio para o ar, água e continente.

A Cooperação tem atualmente sete prioridades definidas para a ação (ou áreas de

parceria). A sexta reunião do Grupo Consultivo de Parceria Global sobre Mercúrio da

UNEP foi realizada de 31 outubro a 1° novembro de 2014, em Bangkok, Tailândia,

juntamente com a sexta reunião do Comitê Intergovernamental de Negociação para

preparar instrumentos juridicamente vinculativos sobre a utilização de mercúrio.

6.3.4 Marco Legal para o Uso de Mercúrio nos Países Amazônicos

Todos os países amazônicos ratificaram a Convenção da Basiléia sobre o Controle

de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, que entrou em

68

Page 69: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

vigor em 05 de maio de 1992, para abordar os movimentos transfronteiriços de resíduos

perigosos gestão, eliminação e. Atualmente os regulamentos básicos de controle do uso do

mercúrio em países amazônicos são:

6.3.4.1 Bolívia

A Lei - Regulamentação Ambiental sobre Atividades de Mineração (RAAM, a

partir de 31/07/1997) afirma que o uso de mercúrio em processo de concentração de

mineral só é permitido ao se instalar equipamento de recuperação de mercúrio para

processar saída do metal.

6.3.4.2 Brasil

A Instrução Normativa nº 31/2009 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente

(IBAMA) em processos metalúrgicos, menciona a mineração do ouro como alto potencial

de poluição e exige o registro dessa atividade no Cadastro Técnico Federal do IBAMA. O

Decreto nº 97.507 / 1989, que proíbe o uso de mercúrio na atividade a não ser que seja

licenciado pelo órgão ambiental competente, não estabelece quaisquer critérios para o

licenciamento ou detalhes ou as ações de regulamentações de monitoramento do governo

para mineração artesanal de ouro. Existem algumas regras que estabelecem níveis

máximos permitidos de mercúrio para os produtos, e muito menos que proíbem o seu uso.

6.3.4.3 Colômbia

A Lei nº. 038/2010 estabelece disposições relativas à utilização de mercúrio e

outras substâncias tóxicas em processos industriais. Quanto à mineração de ouro, a

Colômbia estabeleceu cinco centros ambientais de mineração na região sudoeste do país,

para análise de mercúrio e outros metais pesados. Estes centros também manteem

instalações de fundição para recuperar ouro e mercúrio para reutilização. Até agora, a

perda de mercúrio para a atmosfera pode ser reduzida e cerca de 98 % de mercúrio, a

partir do amálgama, pode ser reciclado. Estes centros também prestam assistência técnica

subsidiada, capacitação e serviços sociais para os mineiros.

6.3.4.4 Equador

A atual Lei de Minas do Equador, promulgada em janeiro de 2009, e as

regulamentações gerais relacionadas ,em novembro de 2009, dedicam-se à mineração

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Page 70: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

artesanal de ouro de pequena escala. A lei declara que o Estado deve promover a criação

de assistência técnica, formação e mecanismos de financiamento para o desenvolvimento

sustentável da mineração artesanal e de pequena escala e deve também estabelecer

sistemas de incentivos para a proteção ambiental e geração de unidades de produção mais

eficientes.

6.3.4.5 Peru

A Lei que regulamenta a comercialização e utilização de mercúrio na mineração

está hoje em discussão. Mas, como uma conseqüência da Convenção de Basileia, o

governo peruano elaborau um projecto de regulamento para o transporte de resíduos

perigosos, que abrange o mercúrio.

6.3.4.6 Guiana

Na Guiana, a mineração artesanal de ouro emprega até 95 % de todos os mineiros.

Mas, representa apenas 5,0 % das operações de mineração nacionais. Contudo, a

mineração em grande escala, a partir de grandes indústrias de produção, é responsável por

80 % da economia doméstica. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o

Ambiente (UNEP) e do Programa Internacional de Substâncias Químicas, a Guiana tem

estabelecido parcerias para reduzir a contaminação ambiental de mercúrio e os efeitos

associados à saúde com a exposição ao mercúrio

6.3.4.7 Suriname

O Decreto Nacional de Mineração do Suriname classifica os minerais em 5

categorias: bauxita, minerais radioativos, hidrocarbonetos, outros minerais, incluindo ouro

e materiais de construção. O regulamento para a mineração de pequena escala contém

direitos sobre o reconhecimento, prospecção e exploração de ouro e só alguma orientação

quanto à utilização de mercúrio. Os regulamentos em matéria de mineração de ouro em

pequena escala no Decreto de Mineração não contêm regras quanto ao uso seguro de

mercúrio (Marieke Heemskerk 2010).

6.3.4.8 Venezuela

Na Venezuela, a Lei nº 1740/1991-b regulamenta a autorização federal necessária

para o uso de mercúrio. Desde que a produção de ouro tem pouca importância na economia

70

Page 71: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

nacional, a regulamentação mercúrio na mineração de pequena escala não parece ser

tratado como uma questão importante quando comparado com a dimensão da produção de

petróleo nacional e impactos ambientais relacionados.

6.4 Conclusões Nos rios amazônicos o perigo de poluição generalizada por mercúrio mundialmente

reconhecida e uma importante produção científica sobre questões relacionadas mercúrio,

não levaram a políticas de controle consistentes e eficazes. Os principais motivos para as

dificuldades de se aplicar a regulamentação são basicamente geográfica (a imensidão da

região) e sócio-econômicos, devido a desemprego maciço, às elevadas taxas de imigração

para a região e os altos preços internacionais de ouro.

7 MAPEAMENTO DOS DADOS DA QUALIDADE DA ÁGUA EM AMBIENTE

GOOGLE 7.1 Introdução

Mapas interativos têm duas vantagens sobre mapas tradicionais de papel: o acesso à

informação mais atualizada e ferramentas especializadas para a recuperação de

informações. Tais mapas proporcionam novas oportunidades para a distribuição de

informações dentro de uma organização ou, através da Internet, para o público.

O uso da Internet como meio para o mapeamento permite que mapas possam

chegar a sociedade a um custo muito baixo, facilita a partilha e disseminação de

informação georeferenciada e que se aproveite o máximo do conjunto de dados para as

avaliações e apresentação de resultados com mapas informativos de impacto visual.

Seguindo-se esta tendência, usou-se o Google Map para fornecer visualização

espacial de medições quantitativas de parâmetros da qualidade da água, através de mapa

digital na Internet SII - OTCA <http://190.187.112.101//siigef/mapa>, vinculando-se um

banco de dados, compilados no presente trabalho, dos países Bolívia, Brasil, Colômbia,

Equador e Peru (ANEXO B).

7.2 Os Passos para a Utilização da Ferramenta 1. Realizando uma pesquisa

a) Selecione um ou mais países que se quer ver os pontos de

monitoramento;

71

Page 72: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

b) Selecione uma ou mais variáveis estudo

FIGURA 7.1. Imagem da ferramenta de acesso à nformação relativa à qualidade da água dos rios da Bacia Amazônica, elaborada no presente trabalho (IIAP 2015).

2. Visualizando os detalhes de um ponto de monitoramento de qualidade da água

a) Posicione o cursor sobre ponto de monitoramento localizada no Mapa;

b) Dê um clic no ponto de monitoramento localizada no Mapa;

c) O sistema mostrará os detalhes do ponto de monitoramento.

FIGURA 7.2. Imagem da escolha de um ponto no mapa, reresentativao do passo 2.a).

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Page 73: MANEJO INTEGRADO E SUSTENTÁVEL DOS … · , Equador). ..... 34 FIGURA 2.17. Localização dos pontos de monitoramento da qualidade da água, 2011 e 2012. Peru (SENAGUA 2012

FIGURA 7.3. Imagem do detalhe do ponto de monitoramento escolhido no Mapa (2.c)).

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A N E X O S (Como arquivos separados ANEXOS A e B, Produto IV)

ANEXO A. Concentrações de mercúrio detectadas na Bacia Amazônica.

ANEXO B. Dados da qualidade da água da Bacia Amazônica, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana e Peru.

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