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Exmo. SR. Dr. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, da Comarca de Salvador –Ba.URGENTE MANDADO DE SEGURANÇA PEDIDO LIMINARCECILIO ALMEIDA MATOS, brasileiro, maior, portador do RG. No. 3 SSP-Ba. e CPF 500, Servidor público estadual , residente e domiciliado à quadra J casa 243, bairro vila cetenco, Paulo Afonso Bahia CEP 48604290, vem através do seu procurador que a esta subscreve ut procuração anexa, interpor URGENTEMENTE, com fulcro na Lei LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOS

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Page 1: MANDADO SEGURANAÇA UNEB CECILIO2

Exmo. SR. Dr. Juiz de Direito da Vara da Fazenda Pública, da Comarca de Salvador –Ba.

U R G E N T EMANDADO DE SEGURANÇA PEDIDO LIMINAR

CECILIO ALMEIDA MATOS, brasileiro, maior, portador do RG. No. 01596279-23 SSP-Ba. e CPF 65120752500, Servidor público estadual , residente e domiciliado à quadra J casa 243, bairro vila cetenco, Paulo Afonso Bahia CEP 48604-290, vem através do seu procurador que a esta subscreve ut procuração anexa, interpor URGENTEMENTE, com fulcro na Lei LEI Nº 12.016, DE   7 DE AGOSTO

DE 2009., o presente remédio heróico de:

MANDADO DE SEGURANÇA

Em face da Autoridade apontada coatora, o Magnífico Reitor da Universidade do Estado da Bahia(UNEB), o Ilustre Professor Lourisvaldo Valentin da Silva, com endereço para citação á rua Estrada das Barreiras S/N- cabula salvador-Bahia, pelos motivos fáticos e jurídicos que passa a aduzir:

Em sede de Mandado de Segurança as provas devem ser pré-constituídas, motivo pelo que se encontram relacionadas no rol de documentos e devidamente anexadas.

DOS FATOS:

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O Impetrante foi aprovado por cotas, no certame vestibular 2011, para o curso de direito, no campus de Paulo Afonso.

Ao preencher o questionário de inscrição o Impetrante foi INDUZIDO A ACREDITAR que para concorrer ás cotas no certame vestibular UNEB 2011, bastaria ter concluído o SEGUNDO GRAU em escola publica, como deveras é o caso do mesmo.

Desta forma o Impetrante cursou TODO O ENSINO MÉDIO EM ESCOLA PUBLICA- antigo segundo grau (frise-se)

Também estudou da 3ª. Série primária até a 6ª. Série do antigo primeiro grau, totalizando 07 anos de estudos entre o ensino fundamental e ensino médio, em escolas públicas

Sendo assim foi aprovado pelo sistema de cotas tendo logrado o 15º lugar de classificação.

Sucede que o Impetrante foi surpreendido quando ficou impossibilitado de efetivar sua matricula tendo em vista as exigências descabidas formuladas pela universidade, dando conta de que para matricular-se,o impetrante deveria ter cursado TODO O SEGUNDO CICLO DO ENSINO FUNDAMENTAL ALÉM DE TODO O ENSINO MÉDIO EM ESCOLAS PUBLICAS.Diz o edital do certame que:

“...

O referido processo está aberto aos candidatos que tenham concluído o curso de Ensino Médio, ou equivalente, ou estejam cursando a última série desse nível de Ensino, no ano letivo de 2010 e não estejam matriculados em outro curso da UNEB, de acordo com o Regimento Geral ( Capitulo III art. 137).

1.3 O preenchimento das vagas destinadas aos cursos de graduação na modalidade presencial está em conformidade com as Resoluções nº 468/2007 do Conselho Universitário

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(CONSU), publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), de 16 de agosto de 2007, nº 710/2009, publicada no DOE de 01 e 02/08/2009 e nº 711/2009, publicada no DOE de 06/08/2009. Haverá reserva de vagas nas seguintes proporções:

a) 40% para candidatos negros; e b) 5% para candidatos indígenas.

1.4 Estarão habilitados a concorrer às vagas reservadas citadas no item 1.3 alíneas “a” e “b”,candidatos que preencham os seguintes requisitos:

a) tenham cursado todo o 2º ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio em Escola Pública;

Esta talvez tenha sido a INFELICIDADE do Impetrante, OU SEJA, TER CONCLUÍDO TODO O SEGUNDO GRAU em 1983,ainda que em escola pública.Data máxima vênia,o edital e o procedimento de inscrição deixa claramente transparecer que para concorrer ás vagas por cotas bastaria a realização do segundo grau em escola publica.

DA REVOGAÇÃO DAS RESOLUÇÕES DO EDITAL

Verificando-se acuidadamente as resoluções referenciadas no edital do certame, conclui-se que trata-se de um imbróglio jurídico-pedagógico com intuito de confundir os concursantes, se não vejamos:

RESOLUÇÃO 468/2007 que estabeleceu as cotas (IN VERBIS):

RESOLUÇÃO N.º 468/2007 Publicada no D.O.E. de 16-08-2007, pág. 14

Aprova a reformulação no sistema de reservas de vagas para negros e indígenas e dá outras providências.

O CONSELLHO UNIVERSITÁRIO – CONSU da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, no uso de suas

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atribuições, tendo em vista o que consta do Processo nº 0603070067435 e a deliberação do Conselho Pleno, em reunião desta data,

RESOLVE: Art. 1º. Estabelecer reserva de

vagas para populações histórica e socialmente discriminadas, no preenchimento das vagas relativas a todos os cursos de graduação e pós-graduação oferecidos pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB, seja na forma de vestibular ou de qualquer outro processo seletivo, com o objetivo de promover a diversidade e a igualdade étnico-racial no ensino superior baiano e brasileiro.

Art. 2º. Do total de vagas oferecidas

em cada curso de graduação e de pós-graduação, reservar-se-ão vagas nas seguintes proporções:

a) 40% para candidatos negros; e b) 5% para candidatos indígenas.

Art. 3º. No ato da inscrição no processo seletivo da graduação ou da pós – graduação, o candidato negro e o candidato indígena que desejar concorrer às vagas especificadas no Art.2 desta Resolução, deverá fazer a opção explícita constante no formulário de inscrição.

Art. 4º. Estão habilitados a concorrer às vagas reservadas candidatos negros e candidatos indígenas que preencham os seguintes requisitos:

a)Tenham cursado todo o ensino médio em escola pública; (GRIFAMOS)

b) tenha renda familiar mensal inferior ou igual a 10 (dez) salários mínimos; e

c) sejam e declarem-se negro ou indígena, conforme quadro de auto-classificação étnico-racial constante da ficha de inscrição do respectivo processo seletivo.

§ 1º. Na Ficha de Inscrição do vestibular ou de qualquer outro processo seletivo constarão, explicitamente, os seguintes itens de classificação étnico-racial: Negro, branco, indígena, amarelo. § 2º. Os candidatos que fizerem opção expressa pelas vagas reservadas e não se enquadrarem nos requisitos expressos nos itens “a”, “b” e “c” deste artigo estarão sujeitos à eliminação do processo

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seletivo ou anulação de matrícula, podendo, tal ato, resultar em infração penal, configurada em lei.

Que por sua vez foi ALTERADA PELA RESOLUÇÃO 605/2008,abaixo transcrita:

Que por sua vez,foram ambas ALTERADAS pela RESOLUÇÃO 710/2009,assim disposta:

RESOLUÇÃO N.º 710/2009Publicada no D.O.E. de 01-08-2009, p.16

Altera as alíneas “a” e “b” do Artigo 4º da Resolução CONSU n.º 468/2007 (D.O.E. de 16-08-2007).

O PRESIDENTE DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO (CONSU), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no uso de suas atribuições legais e regimentais, ad referendum do Conselho Pleno, com fundamento no Artigo 10, § 6º do Regimento Geral da UNEB, tendo em vista o que consta do Processo nº. 0603090133175, após parecer do relator designado, com aprovação, RESOLVE:

Art. 1º. Alterar as alíneas “a” e “b” do Artigo 4º da Resolução CONSU n.º 468/2007, que passam a ter a seguinte redação:

“Art. 4º. Estão habilitados a concorrer às vagas reservadas candidatos negros e

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candidatos indígenas que preencham os seguintes requisitos:

a. Tenham cursado todo o 2º Ciclo do Ensino Fundamental e o Ensino Médio em Escola Pública; (grifado)

b. Tenham renda bruta familiar mensal inferior ou igual a 04 (quatro) salários mínimos; e”

Art. 2º. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, mantidos todos os demais dispositivos da Resolução CONSU n.º 468/2007.

Gabinete da Presidência do CONSU, 31 de julho de 2009.

E FINALMENTE a resolução 711/2009 que revogou a Resolução 605/2008 e alterou a resolução 468/2007,assim explicitada:

RESOLUÇÃO Nº. 711/2009

Publicada no D.O.E. de 06-08-2009, p.39

Revoga a Resolução CONSU Nº. 605/2008 (D.O.E. de 10-09-2008), alterando a redação do Art. 4º da Res. nº. 468/2007. O PRESIDENTE DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO (CONSU), da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), no uso de suas atribuições legais, estatutárias e regimentais, ad referendum do Conselho Pleno, com fundamento no Artigo 12, Inciso XXIII, combinado com o Artigo 10, § 6º do Regimento Geral da UNEB, tendo em vista o que consta do Processo nº. 0603090137090, após parecer do relator designado, com aprovação,

RESOLVE:Art. 1º. Revogar a Resolução CONSU nº. 605/2008 – que alterou o Artigo 4º da Res. 468/2007 – o qual passa a ter a seguinte redação:

Art. 4º. Estão habilitados a concorrer às vagas reservadas, candidatos negros e candidatos indígenas que preencham os seguintes requisitos:a) ..................b) ..................c) sejam e declarem-se negro ou indígena, conforme quadro de auto-classificação étnico-racial constante da ficha de inscrição do respectivo processo seletivo.§ 1º. ..............................................................................

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§ 2º. ..............................................................................

Ou seja, a bel prazer e sem respeito algum aos princípios constitucionais a Impetrada altera resoluções e “brinca” com a vida pedagógica do estudante, ora adotando um critério, ora adotando outros; afirmando que norteia-se pelo fundamento legal da exegese da Lei 9394/96 (LDB),contudo diz a lei que para ter acesso á educação superior é imperioso a conclusão do ensino médio ou equivalente e ter sido aprovado em processo seletivo, assim descrito:

“ ...Art. 44. A educação superior abrangerá os seguintes cursos e programas:...II - de graduação, abertos a candidatos que tenham concluído o ensino médio ou equivalente e tenham sido classificados em processo seletivo;”

Desta forma em nome da autonomia universitária, não pode a mesma desrespeitar leis e direito constitucionais consagrados,tais como o artigo 206,I da Carta magna:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Saliente-se ainda que o PERÍODO cursado pelo Impetrante na época que estudou em escola pública se compatibiliza com a exigência da universidade em virtude dos anos letivos matriculados e cursado pelo Impetrante, se não vejamos:

O Impetrante cursou da 3ª. Serie primaria até a 6ª. Serie em escola publica (ANTIGO PRIMEIRO GRAU), e mais três anos do antigo segundo grau.-Resulta em 07 anos de estudos em escola publica.

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Do mesmo jeito a exigência da Impetrada corresponde as duas ultimas series do ensino fundamental (5ª. a 8ª.),e mais 03 anos do atual ensino médio;-O que resulta em 07 anos de estudos em escola publica.

Ora, data máxima vênia, o aluno faz jus á matricula tanto porque fora aprovado no concurso vestibular, tanto porque encontra-se completamente COMPATIBILIZADO às exigências do edital,por simples analogia,uma vez que cursou o mesmo período de tempo em escola publica,exigidos no certame,posto que CONCLUIU O CURSO SECUNDÁRIO HÁ EXATOS 30 ANOS ATRÁS(no século 20) e por tal não pode ser preterido,correndo o risco de perder a vaga em uma universidade publica.

DO PRINCIPIO CONSTITUICIONAL DA RETROATIVIDADE DA LEI E DA RESERVA LEGAL

...

Constituição Federal, Artigo 5º., XXXVI

– a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

Bem como o artigo 6º. Da Lei de introdução ao Código Civil : - Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957)  

Não se é possível e nem justo que se cobre de um aluno algo que se quer á época da conclusão do curso de 1º e 2º graus efetivamente não existia, ou seja a cerca de 30 anos atrás o que se tinha como parâmetro de estudos era o primeiro e segundo

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graus ,incluindo-se como o primeiro grau o antigo ensino primário.

O Impetrante, fora APROVADO NO CONCURSO VESTIBULAR, certame de 2011, em 15º lugar de classificação na primeira opção para o curso de direito.(doc. anexo),tendo alcançado inclusive média de pontos iguais a quem não concorreu com reserva de vagas(cotas).A nota final do Impetrante é compatível com alunos que não concorreram por cotas, sendo que o mesmo poderia ter SIDO APROVADO TAMBEM SE NÃO HOUVESSE CONCORRIDO PELAS RESERVAS DE VAGAS.

SUCEDE QUE O EDITAL do vestibular 2011, de forma dúbia, fez entender que para a matricula dos aprovados pelo regime de cotas (caso do impetrante)deveria ter cursado o segundo grau (atual ensino médio) em escola publica, a vista do formulário de inscrição disponibilizado no site da Universidade.

Dá-se claramente que o impetrante concluiu o ensino do antigo segundo grau em escola publica (COMPROVANTE EM ANEXO);bem como cursou as 3ª. 4ª,5ª e 6ª. Series do primeiro grau também em escola publica, nos idos de 1979/1981, quando concluiu o segundo grau,entendendo assim ter satisfeito as exigências para a matricula no curso de direito para o qual fora aprovado.

Ficou demonstrada de imediato a ambigüidade do entendimento exarado na resolução de Numero 711/2009 do Conselho Superior (CONSU),ou seja que bastasse tão somente que se declarasse negro e que houvesse cursado o ensino médio em escola publica.

A alegada autonomia da universidade não pode e não deve atropelar e atentar contra a superveniência das leis e os princípios contitucionais,

Tal exigência não deixa claro de que forma a resolução alcançaria os estudantes que concluíram

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o segundo grau quando AINDA NÃO EXISTIA A FIGURA PEDAGOGICA ATUAL DO ENSINO MÉDIO E ENSINO FUNDAMENTAL,correspondente a legislação de 1996, que resultou em 09 anos de ensino fundamental e mais 03 ou 04 anos de ensino médio, feito com a reforma do ensino brasileiro;

Assim fica evidente que as resoluções de número 210/2009 e 211/2009 são muito recentes (de 2009) não podendo existir para prejudicar, sem que se respeite o principio da retroatividade da lei, o principio da reserva legal e o principio da garantia de igualdade de condições,uma vez que o impetrante concluiu o segundo grau (atual ensino médio)há exatos 30 anos , na década de 79/81(época esta em que não havia se estabelecido a divisão em ciclos do primeiro grau, porém em series de estudo), não sendo possível exigir-lhe cumprimento de determinação á qual não estava atrelado quando da publicação das referidas RESOLUÇÕES que são de 2009(muitíssima recente), e cujo principio da retroatividade legal se lhe alcança;(a lei só retroage para beneficiar).

Também é gritantemente evidente que as resoluções em questão somente devem ser aplicadas para alunos concluintes a partir da vigência das mesmas, ou seja, a partir de 01/08/2009, quando foram publicadas no diário oficial,não devendo retroagir para prejudicar.

É ainda oportuno colacionar a manifestação da Procuradora de Justiça do MP Bahia, Lucy Mary Freitas Brandão, em parecer sobre tema semelhante, junto ao Ministério Público da Bahia:

“ ... Vale ressaltar que o princípio da compatibilidade vertical decorre da Supremacia Constitucional, como norma fundamental do ordenamento jurídico. Nesse sentido, assevera o insigne Jose Afonso da Silva:“Essa incompatibilidade vertical de normas inferiores (leis, decretos, etc.) com a constituição é o que, tecnicamente, se chama inconstitucionalidade das leis ou dos atos do Poder Público, e que se manifesta sob dois aspectos: (a) formalmente, quando tais normas são formadas por autoridades incompetentes ou em desacordo com formalidades ou procedimentos estabelecidos pela constituição; (b) materialmente, quando o conteúdo de tais leis ou atos contraria preceito ou princípio da constituição. Essa incompatibilidade não pode perdurar,

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porque contrasta com o princípio da coerência e harmonia das normas do ordenamento jurídico, entendido, por isso mesmo, como reunião de normas vinculadas entre si por uma fundamentação unitária." (2)Consoante o dispositivo do art. 5º, I do Decreto-Lei nº 200/67, a autarquia consiste “em serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram para o seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.Destarte, da análise do mencionado preceito, não consta a capacidade política, ou seja, de poder criar o próprio direito. Fala-se tão-somente em capacidade de auto administração, diferentemente das pessoas jurídicas públicas, que são os entes federados, os quais têm o poder de criar o próprio direito, dentro de um âmbito de ação fixado pela Constituição Federal.Decorre de tal assertiva, que não podem os atos formalizadores da referida autarquia criar direitos e obrigações, tendo em vista um dos postulados fundamentais que norteiam o ordenamento jurídico: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II, da CF).No que tange ao princípio da legalidade, que rege a atuação da Administração, observam David Araújo e Serrano Nunes:“A afirmação de que a Administração Pública deve atender à legalidade em suas atividades implica a noção de que a atividade administrativa é a desenvolvida em nível imediatamente infralegal, dando cumprimento às disposições da lei. Em outras palavras, é a realização das disposições legais, não lhe sendo possível, portanto, a inovação do ordenamento jurídico, mas tão-só a concretização de presságios genéricos e abstratos anteriormente firmados pelo exercente da função legislativa ..Lucy Mary Freitas Conceição -Promotora de Justiça convocada na 2ª Instância ...”

JURISPRUDENCIA DO TJ/BAEMENTA:

Órgão Julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL Relator: MARIA MARTA KARAOGLAN MARTINS ABREU     Julgamento: 18/08/2009 Decisão: UNANIMIDADE Ementa: ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR MATRÍCULA EM UNIVERSIDADE PÚBLICA INSTITUIÇÃO QUE ESTABELECEU RESERVA DE VAGAS PARA AFRO-DESCENDENTES EGRESSOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DO ESTADO DA BAHIA SEGURANÇA CONCEDIDA, RECONHECENDO A INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DA RESOLUÇÃO 196/02, DO CONSELHO DA UNEB, BEM COMO DO EDITAL ABERTURA DE INSCRIÇÃO PARA O PROCESSO SELETIVO/VESTIBULAR/2003, ESTABELECERAM A RESERVA DE VAGAS SUPERVENIENTE CONCLUSÃO DO CURSO SUPERIOR. SITUAÇÃO FÁTICA CONSOLIDADA.. APLICAÇÃO DA TEORIA DO FATO CONSUMADO. PERDA DO OBJETO. PRECEDENTES NO STJ RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

A JURISPRUDENCIA DO STJ

“Lei e Regulamento- Distinção- Poder Regulamentar- Ampliação. É da nossa tradição constitucional admitir o regulamento apenas como ato normativo secundário

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subordinado à lei, não podendo expedir comandos contra ou extra legem” (Resp, 1ª Turma, Min. Pedro Acioli, 1990).....“O ato administrativo, no Estado Democrático de Direito, está subordinado ao princípio da legalidade (CF/88, arts. 5º, II, 37, caput, 84, IV), o que equivale assentar que a Administração só pode atuar de acordo com o que a lei determina. Desta sorte, ao expedir um ato que tem por finalidade regulamentar a lei (decreto, regulamento, instrução, portaria, etc.), não pode a Administração inovar na ordem jurídica, impondo obrigações ou limitações a direitos de terceiros” (Resp, Min. Luiz Fux, 1ª Turma, DJ 06.12.2004).

DA FUMAÇA DO BOM DIREITO E DO PERIGO DA DEMORA, PARA A CONCESSÃO DO PEDIDO LIMINAR.

Estão ora demonstrados os elementos norteadores para apreciação e concessão da liminar, uma vez que a fumaça do bom direito consiste na demonstração de que, o Impetrante concluiu seu segundo grau em 1981, todo em escola publica, bem como houvera cursado a 3ª.4ª,5ª e a 6ª. Série do primeiro grau também em escola pública,(atual ensino básico e fundamental) resultando daí a verossimilhança do tanto quanto alegado e comprovado nos autos.

Quanto ao perigo da demora consiste, no fato de que o Impetrante uma vez impedido na efetivação de sua matricula, incorrerá na perda da vaga,lograda com muito louvor e dedicação e PERDERÁ A VAGA CONQUISTADA em situação esta, notadamente abusiva, uma vez que fora impedido pela própria Impetrada de se matricular , no curso que fora aprovado em concurso vestibular.

DA DEMONSTRÇÃO DO DANO IRREPARAVEL:

- A NÃO EFETIVAÇÃO DA MATRICULA DO IMPETRANTE - incorre em dano irreparável,com a declaração de perda da vaga na Universidade -, e a oportunidade de cursar uma universidade publica, cuja vaga foi conquistada com muito sacrifício e muito estudo.

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Desta forma pede seja concedia LIMINAR determinando a IMEDIATA EFETIVAÇÃO DA MATRICULA e ASSEGURADA A RESERVA DE VAGA DO IMPETRANTE tendo em vista a obstaculação imposta ao mesmo,ASSEGURANDO-LHE-SE A VAGA E MATRICULA NO CURSO PARA O QUAL LOGROU EXITO E APROVAÇÃO NO CERTAME VESTIBULAR 2011 para o campus VIII/Paulo Afonso.

DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

CONSTITUIÇÃO FEDERAL(ART. 5º, Inciso XXXVI e artigo 206,I)

LEI 9394/96-LDB(ARTIGO 44,Inciso II)

Artigo 6º. do decreto-lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942

LEI 12016/2009 – LEI MANDADO DE SEGURANÇA

DA ILEGALIDADE DEMONSTRADA E DO DIREITO LIQUIDO E CERTO

A ilegalidade do ato consiste na obstrução e impedimento da matricula do Impetrante para o curso o qual logrou êxito,cuja a exigência não pode ser prejudicial ao Impetrante tão somente porque o mesmo concluiu o segundo grau em escola pública nos anos 80,bem como a exigência de que a validade e os efeitos das resoluções 210/2009 e 211/209 – CONSU UNEB – não possam ser aplicadas anteriormente à vigência de suas publicações, sem que se dê direito ao Impetrante á matricula,quando aprovado em certame por cotas, cuja conclusão do ensino médio dera-se no SÉCULO PASSADO (1983)repise-se,ou seja estudantes ANTIGOS E IDOSOS, QUE CONCLUIRAM SEUS ENSINO MÉDIO EM ÉPOCAS REMOTAS ESTÃO IMPEDIDOS DE CURSAR UMA UNIVERSIDADE PUBLICA EM REGIME DE COTAS;tão somente porque concluiu seus estudos secundários anterior a vigência da resolução e a promulgação da lei

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9394/96,NÃO PODE PORTANTO ALCANÇAR O IMPETRANTE E IMPEDI-LO DE REALIZAR A MATRICULA,COMO DE FATO FIZERAM.

DA COAÇÃO DEMONSTRADA

A COAÇÃO consiste em impedir a matricula do Impetrante para o curso ao qual fora legalmente aprovado e habilitado por CONCURSO VESTIBULAR,ante a exigência de comprovação de condição que não existia a cerca de 30 anos pretéritos (NO SÉCULO 20),mesmo comprovando que efetivamente houvesse cursado as series inicias do antigo primeiro grau em escola publica,totalizando os exatos períodos compatibilizados num total de 07 anos de estudos em escola pública.

DO PEDIDO

Requer a este MM Juízo, em seu mais alto saber jurídico, para que seja feita justiça, determinando a concessão da ordem impetrada para assegurar ao Impetrante a matricula e a RESSERVA DE VAGA na instituição pública de ensino (UNEB- Universidade do Estado da Bahia,para o campus VIII) e finalmente julgado procedente o presente Writ para no mérito conceder a segurança perseguida, convalidando os efeitos da liminar pretendida efetivando-se a matricula do impetrante junto ao curso de direito para o qual fora aprovado.

Requer ainda, as adoções das providencias de praxe, inclusive, com a intimação do Douto Representante do Ministério Público, para que se manifeste inclusive sobre a ilegalidade da exigência do cumprimento das resoluções CONSU 710/2009 e 711/2009,para alunos concorrentes cuja conclusão do curso secundário se dera anterior á data das publicações das combatidas resoluções.

Dá-se a presente para fins meramente fiscais o valor de estima de R$100,00 (cem reais)

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Nestes Termos Pede e Espera Deferimento

Paulo Afonso; Bahia 16 de Maio de 2011

As. _______________________ José Antonio Viana OAB-Ba.

ROL DE DOCUMENTOS:

1- INSTRUMENTO PROCURATÓRIO

2- COMPROVANTE DE APROVAÇÃO NO CONCURSO VESTIBULAR 2011

3- HISTÓRICO E CERTIFICADO ESCOLAR DO SEGUNDO GRAU- COMPROVANDO A CONCLUSÃO EM ESCOLA PUBLICA

4- HISTÓRICO E CERTIFICADO ESCOLAR DO PRIMEIRO GRAU- COMPROVANDO TER CURSADO AS SERIES INICIAIS DO PRIMEIRO GRAU EM ESCOLA PUBLICA,TOTALIZANDO 04 ANOS DE CURSO

5- EDITAL DO CERTAME VESTIBULAR 2011 UNEB

6- DOCUMENTOS PESSOAIS

10-COMPROVAÇÃO DE CLASSIFICAÇÃO NO CERTAME

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O QUESTIONÁRIO INDUZ A ACREDITAR QUE A EXIGENCIA SERIA SOMENTE A CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO EM ESCOLA PUBLICA

O QUESTIONÁRIO INDUZ A ACREDITAR QUE A EXIGENCIA SERIA SOMENTE A CONCLUSÃO DO ENSINO MÉDIO EM ESCOLA PUBLICA