mais uma vez amor

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58 REVISTA GOL Aos 60 anos, mais da metade deles dedicados à música, Guilherme Arantes reflete sobre o tempo em seu novo disco, Condição humana. “Fomos muito privilegiados nas décadas de 70 e 80”, diz ele, lembrando o incentivo que rece- beu no início da carreira de gente como Tom Jobim, Jorge Mautner e Taiguara. “Hoje é um outro privilégio.” O compositor de “Meu mun- do e nada mais” e “Planeta água”, entre outros hits, se refere agora ao inverso, a seu encontro com jovens artistas como Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz e Mariana Aydar nas gravações do álbum. Arantes conta que a aproximação com a turma da nova MPB se deu por meio de sua filha mais velha, a cantora Marietta Vital. “Ela conhecia essas pessoas há anos. Com minha música, fiz parte da infância deles, por isso sinto uma identificação como pai também.” As dez músicas de Condição humana re- afirmam o talento do cantor como artesão pop, com arranjos bem trabalhados e melo- dias cantaroláveis. Ele dedica algum espa- ço para criticar os descaminhos do mundo moderno, mas mantém o foco naquilo que faz de melhor: canções românticas. “O amor é o discurso mais cortante de todos, uma navalha que corta profundamente e transforma vidas. É o que há de mais trans- gressor, livre e indomável no ser humano.” O novo repertório, aliado a sucessos, ganha os palcos em junho. A turnê começa dia 7, no Rio de Janeiro, e segue país afora, com datas a ser confirmadas. Para o show em sua terra natal, São Paulo, Arantes prome- te surpresas. “Vou levar todos os convida- dos, vai ser uma festa.” FOTOS DIVULGAÇÃO EMBARQUE MÚSICA GUILHERME ARANTES TOCA CONDIÇÃO HUMANA RIO DE JANEIRO VIVO RIO. 7/6. DE R$ 80 A R$ 140. SÃO PAULO CHOPERIA DO SESC POMPEIA. 28 E 29/6. DE R$ 5 A R$ 20. POR KATIA ABREU Guilherme Arantes se cerca de novos talentos da MPB para explorar seu romantismo na turnê de Condição humana, seu novo disco De passagem pelos estúdios da YB Music, em São Paulo, Guilherme Arantes encontrou Mano Brown, com quem mantém uma relação de admiração mútua, comandando as gravações do duo de soul Uni Duni Chocolate. “Invadi o estúdio. Para mim era um luxo: encontrar Brown e Hyldon [autor de ‘Na rua, na chuva, na fazenda’], ali como produtores, e poder tocar piano elétrico numa música”, conta ele, sobre seu papel em “O trem do funk”. Do mesmo local também saiu o contato com Dexter, que preparava o DVD ao vivo A liberdade não tem preço. “Fiquei lisonjeado por ele conhecer meu trabalho e ainda me surpreender dizendo que queria participar”, lembra o rapper. Na gravação do show, os dois cantaram “Um dia, um adeus” e foi uma choradeira geral. “É um cruzamento muito fértil”, afirma Arantes, que pretende seguir investindo em parcerias com o hip-hop. MC Arantes MAIS UMA VEZ, AMOR Guilherme Arantes: “O amor é o que há de mais transgressor” GOL_135_EMBARQUE musica_GA.indd 58 GOL_135_EMBARQUE musica_GA.indd 58 5/23/13 7:02 PM 5/23/13 7:02 PM

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Revista GOL - Junho 2013

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Page 1: Mais uma vez Amor

58 REVISTA GOL

Aos 60 anos, mais da metade deles dedicados à música, Guilherme Arantes refl ete sobre o tempo em seu novo disco, Condição humana. “Fomos muito privilegiados nas décadas de 70 e 80”, diz ele, lembrando o incentivo que rece-beu no início da carreira de gente como Tom Jobim, Jorge Mautner e Taiguara. “Hoje é um outro privilégio.” O compositor de “Meu mun-do e nada mais” e “Planeta água”, entre outros hits, se refere agora ao inverso, a seu encontro com jovens artistas como Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz e Mariana Aydar nas gravações do álbum. Arantes conta que a aproximação com a turma da nova MPB se deu por meio de sua fi lha mais velha, a cantora Marietta Vital. “Ela conhecia essas pessoas há anos. Com minha música, fi z parte da infância deles, por isso sinto uma identifi cação como pai também.”

As dez músicas de Condição humana re-afi rmam o talento do cantor como artesão pop, com arranjos bem trabalhados e melo-dias cantaroláveis. Ele dedica algum espa-ço para criticar os descaminhos do mundo moderno, mas mantém o foco naquilo que faz de melhor: canções românticas. “O amor é o discurso mais cortante de todos, uma navalha que corta profundamente e transforma vidas. É o que há de mais trans-gressor, livre e indomável no ser humano.” O novo repertório, aliado a sucessos, ganha os palcos em junho. A turnê começa dia 7, no Rio de Janeiro, e segue país afora, com datas a ser confi rmadas. Para o show em sua terra natal, São Paulo, Arantes prome-te surpresas. “Vou levar todos os convida-dos, vai ser uma festa.”

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GUILHERME ARANTES TOCA CONDIÇÃO HUMANA RIO DE JANEIRO VIVO RIO. 7/6. DE R$ 80 A R$ 140. SÃO PAULO CHOPERIA DO SESC POMPEIA. 28 E 29/6. DE R$ 5 A R$ 20.

POR KATIA ABREU

Guilherme Arantes se cerca de novos talentos da MPB para explorar seu romantismo na turnê de Condição humana, seu novo disco

De passagem pelos estúdios da YB Music, em São Paulo, Guilherme Arantes encontrou Mano Brown, com quem mantém uma relação de admiração mútua, comandando as gravações do duo de soul Uni Duni Chocolate. “Invadi o estúdio. Para mim era um luxo: encontrar Brown e Hyldon [autor de ‘Na rua, na chuva, na fazenda’], ali como produtores, e poder tocar piano elétrico numa música”, conta ele, sobre seu papel em “O trem do funk”. Do mesmo local também saiu o contato com Dexter, que preparava o DVD ao vivo A liberdade não tem preço. “Fiquei lisonjeado por ele conhecer meu trabalho e ainda me surpreender dizendo que queria participar”, lembra o rapper. Na gravação do show, os dois cantaram “Um dia, um adeus” e foi uma choradeira geral. “É um cruzamento muito fértil”, afi rma Arantes, que pretende seguir investindo em parcerias com o hip-hop.

MC Arantes

MAIS UMA VEZ, AMOR

Guilherme Arantes: “O amor é o que há de

mais transgressor”

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