mais ondas de matéria ii -...

42
Aula-10 Mais Ondas de Matéria II Física Geral F-428 1 http://www.bugman123.com/Physics/

Upload: lamxuyen

Post on 21-Jan-2019

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Aula-10

Mais Ondas de Matéria II

Física Geral F-428

1

http://www.bugman123.com/Physics/

Partícula em uma “Caixa”(=“poço”)

Vamos resolver a equação de Schrödinger para uma partícula

confinada a uma caixa de paredes “impenetráveis”. Isto é, partícula

sujeita a um potencial de forma:

U(x) = 0, para 0 < x < L

U(x) = ∞, para x < 0 ou x > L

• Como o potencial é infinito, a partícula deve se encontrar

rigorosamente no interior da caixa, portanto, devemos ter:

(x) = 0 , para x = 0 e x = L (condição de contorno)

0 L

U(x)

x

2

1D

No interior da caixa:

ou:

A solução geral desta equação pode ser escrita como:

A condição de contorno: (0) = 0

A condição de contorno: (L) = 0 :

( )( )xE

dx

xd

m

=

2

22

2

( )( ) ( )xkx

mE

dx

xd

2

22

2 2==

2

2;

mEk =

( ) )(kxcosB)(kxsen Ax =

( ) k xAx sen=

nk L =L

nkn

=

02

22

= )r()r(UE)r(m

0 L

U(x)

x

3

(L)= Asen(kL) = 0

Escrita em termos dos comprimentos de onda:

que corresponde à condição de formação de ondas estacionárias

(L=nn/2).

As funções de onda serão dadas por:

• Para cada n, temos uma ψn(x) e n é um número quântico que

caracteriza o estado.

• Como temos um sistema unidimensional, ψ(x) é completamente

determinada por apenas um número quântico.

( ) ( )

==

L

xnAxkAx nnnn

sensen

... 2, ,1;2

== nn

Ln

Lnk

n

n

==

2

4

Funções de onda

( ) ( )

==

L

xnAxkAx nnnn

sensen ,....3,2,1; =n

1=n 2=n 3=n 4=n

5=n 6=n 7=nn

Ln

2=

0 L x

5

As energias (cinéticas) associadas a

estas funções são dadas por:

( )m

k

m

pE

22

22 ==

2

2

222

82n

mL

h

m

kE n

n

==

E1 1

4E1 2

9E1 3

16E1 4

25E1 5

L

nkn

=

6

• O sistema pode passar de um estado n para um n’, de energia

menor, emitindo um fóton de frequência :

O estado de energia mais baixa é

chamado de estado fundamental.

'nn EEEh ==

Pode também

sofrer uma

transição para

um estado de

energia maior, p.

ex., absorvendo

um fóton. E1 1

E2 2

E3 3

E4 4

E

E1 1

E2 2

E3 3

E4 4

E

2

2

222

82n

mL

h

m

kE n

n

==

7

Normalização da Função de Onda

• A probabilidade de encontrarmos uma partícula, descrita por

, em um ponto qualquer do espaço (com x entre - e

+) deve ser igual a 1. Portanto, devemos ter:

Esta é a condição de normalização da função de onda.

• No caso de uma partícula no interior de uma “caixa” em 1D,

por exemplo, obtivemos:

A condição de normalização nos permitirá determinar An.

( ) ( )

==

L

xnAxkAx nnnn

sensen

( ) 12

=

xdx

)(x

8

Devemos ter:

Portanto, obtemos:

( ) 1sen

2

0

22

=

=

dx

L

xnAxdx

L

n

( )

=

L

xn

Lxn

sen

2

LAn

2=

0 L

U(x)

x

9

e para o Potencial Infinito

Poço quadrado

( )

=

L

xn

Lxn

sen

2

2

10

Princípio da Correspondência de Bohr:

No limite de números quânticos muito elevados, os resultados da

física quântica tendem para os resultados da física clássica.

11

Energia de ponto zero

=

2

2

18mL

hE

• Para a partícula numa caixa, a energia do estado

fundamental acontece para n = 1:

• Estados confinados não podem ter n = 0 pois isto

daria n(x) = 0 (ausência de elétrons dentro do poço!)

• Sistemas confinados não podem ter energia zero,

existe sempre uma energia mínima, chamada energia

de ponto zero (= E1 , para partícula numa caixa).

2

2

222

82n

mL

h

m

kE n

n

==

12

Partícula em um Poço Finito

Considere agora uma partícula

aprisionada em um poço de

potencial, com profundidade

finita U0 :

( )( ) ( ) 0

2 2

22

= xxUEdx

xd

m

0 L

U(x)

x

U0

• As funções de onda não se anulam mais em x = 0 ou x = L. 13

• As funções densidade de

probabilidade terão as formas

plotadas ao lado

Partícula em um Poço Finito

0 L

U(x)

x

U0

14

E1= 24 eV

E2= 109 eV

E3=280 eV

450 eV ( = U0 )

E

Energias em um poço com

L = 100 pm e U0 = 450 eV.

(Linhas tracejadas: Poço infinito,

com energias um pouco maiores )

Partícula em um Poço Finito: exemplo

não quantizada

15

Equação de Schrödinger em 3D

• A generalização da equação de Schrödinger, de uma

para três dimensões é direta:

Caixa “Cúbica”

• Se tivermos uma caixa cúbica com potenciais infinitos, a

solução da equação de Schrödinger, no interior da caixa, pode

ser escrita como:

( ) 02 2

2

2

2

2

22

=

z,y,xUE

zyxm

( ) ( ) ( ) ( )zkykxkAzyx 321 sensensen,, =16

As condições de contorno :

Assim, teremos a solução:

• Observe que agora temos um sistema tridimensional; portanto são

necessários três números quânticos para definir cada estado:

( )

=

zyx

nnnL

zn

L

yn

L

xnAzyx

321,, sensensen,,

321

z

y

x

Lnk

Lnk

Lnk

33

22

11

=

=

=

x

y

z

Ly

Lx

Lz

321 ,, nnn17

• O níveis de energia serão dados por:

( )2

3

2

2

2

12

2

83,2,1nnn

mL

hE nnn =

( )2

3

2

2

2

12

222

82kkk

m

h

m

kEE k ===

Se : LLLL === 321

=

2

3

2

3

2

2

2

2

2

1

2

1

2

83,2,1 L

n

L

n

L

n

m

hE nnn

i

ii

L

nk

=;

(U = 0 !)

18

Estados Degenerados

Quebra da Degenerescência

2

2

18mL

hE

• O níveis de energia

serão dados por:

=

2

3

2

3

2

2

2

2

2

1

2

1

2

83,2,1 L

n

L

n

L

n

m

hE nnn

19

• Várias formas de poço de

potencial são construídas em

laboratório, para se estudar

propriedades quânticas da

matéria.

20

Aplicações de Poços Quânticos

• Poços quânticos foram primeiro

apresentados (1970) pelos físicos

L. Esaki e R. Tsu.

• Usando técnicas como MBE ou MOCVD podemos produzir

heteroestruturas de cristais (ex.: AlxGa(1-x)As - GaAs) que se

comportam como poços quânticos.

• Equipamentos de MBE (Molecular Beam Epitaxy) ou

MOCVD (Metal Organic Chemical Vapor Deposition)

produzem nanoestruturas, depositando camadas com

espessuras em escala atômica (controle de monocamada).

Leo Esaki (1925- )

Prêmio Nobel em 1973

21

Manipulação de átomos

35 átomos de Xenônio em superfície de Ni

[ D. Eigler et al., IBM, Nature 344, 524 (1990) ] 22

Exemplo: AlxGa(1-x)As - GaAs

0 L

U(x)

x

U0

AlxGa(1-x)As AlxGa(1-x)As GaAs

Aplicações: leitores de

CD e DVD

(Poço Quântico)

23

Outras Armadilhas: nanoestruturas

• Pontos Quânticos (0-D)

• Fios Quânticos (1-D)

• Currais Quânticos

24

Pontos Quânticos

25

Microscopia de

Tunelamento (STM)

G. Medeiros-Ribeiro - LNLS 26

27

Átomo de Hidrogênio

28

Estudo do espectro emitido por gases:

prisma

Parte visível do

espectro do gás

fenda

Tubo contendo gás em

que ocorre descarga

Descargas elétricas em um tubo contendo gás a baixa pressão

são fontes de luz, que colimada pela fenda, sobre refração no prisma.

No anteparo vemos as linhas o espectro do gás.

O espectro do átomo de hidrogênio

4 linhas no visível

Johann Balmer - 1885

29

Posteriormente: mais séries (UV/IV): Lyman (1906-1914);

Paschen (1908); Brackett (1922), Pfund (1924), etc...

30

Curiosamente, todas as linhas observadas tinham um satisfazendo:

=

22

111

nm R

onde m e n são números inteiros, e R é denominada constante

de Rydberg, que vale R = 1,097373 107 m -1 (empírico).

Hoje: R é uma das constantes físicas conhecida com maior precisão:

R =1,0973731568525(73) 107 m-1 (7 partes em um trilhão!)

O átomo na “Antiga” Mecânica Quântica

• Por volta de 1910, foram-se acumulando muitas evidências

experimentais de que os átomos continham elétrons (partículas

que compunham os raios catódicos e conduziam a eletricidade).

• Mas sabia-se que os átomos eram neutros. Portanto, deviam

possuir uma quantidade igual de carga positiva...

Modelo de Thomson (1910)

Os átomos seriam compostos

por elétrons pontuais,

distribuídos numa massa de

carga positiva uniforme:

Modelo do “pudim de passas”.

Modelo de Thomson: previa uma

deflexão pequena das partículas a

31

Modelo de Rutherford:

• Ernest Rutherford (1911): descobriu a estrutura

nuclear do átomo. Primeiro experimento de colisão

de partículas sub-atômicas.

Rutherford observou grandes deflexões,

sugerindo um núcleo duro e pequeno

Ernest Rutherford (1871 -1937)

Nobel de Química: 1908

32

• Rutherford então propôs um modelo no qual toda a carga positiva

dos átomos estaria concentrada numa pequena região do seu centro:

o núcleo.

Os elétrons, ficariam orbitando em torno deste núcleo: Modelo

“planetário”.

• Entretanto, estes elétrons em

órbita estariam acelerados

(aceleração centrípeta). Assim,

segundo o eletromagnetismo,

deveriam emitir energia na forma

de radiação eletromagnética, até

colapsarem para o núcleo!

O átomo na “Antiga” Mecânica Quântica

33

Experimentos de espectroscopia

de átomos de H apresentavam

linhas (raias) espectrais discretas:

p. ex. Série de Balmer 656 486 434 410 (nm)

=

22

1

2

11

nRH

RH =109737,3 cm-1

n=3, 4, 5, ...

O modelo atômico de Bohr (1913)

Motivação experimental: Niels H. D. Bohr

(1885 -1962) Prêmio Nobel de Física:

1922

34

Considerando o experimento de espalhamento de Rutherford e

as ideias de “quantização” e da existência dos fótons, Bohr

introduziu o seu modelo para o átomo de hidrogênio, baseado

em quatro postulados:

1. Um elétron se move em uma órbita circular em torno do

núcleo sob influência da atração coulombiana do núcleo,

(mecânica clássica).

2. O elétron só pode se mover em órbitas que apresentem

momentos angulares L “quantizados”:

,....,,nnL 321==

O modelo atômico de Bohr (1913)

35

3. O elétron fica em órbitas “estacionárias” e não emite

radiação eletromagnética. Portanto, a sua energia total E

permanece constante.

4. Radiação é emitida se um elétron, que se move inicialmente

numa órbita de energia Ea , muda para uma órbita de energia

menor Eb. A freqüência f da radiação emitida é dada por:

Em outras palavras, na transição do estado a para o

estado b o átomo emite um fóton de frequência f.

h

EEf ba

=

O modelo atômico de Bohr (1913)

36

Considerando o núcleo em repouso, a força

elétrica no elétron é dada por

v

-e, m

+e 2

0

2 1

4 r

eF

=

r

vm

r

e 2

2

0

2 1

4=

Para uma órbita circular:

nL =

rmvL =

rm

nv

=

2

2

0

2

nme

hr

n

=

Quantização das órbitas!

O modelo atômico de Bohr (1913)

Se

e 37

Assim, a energia total das diferentes órbitas será dada por:

Portanto, Bohr prevê que as órbitas têm raios:

eVnnh

meE

n 2222

0

4 6,131

8==

2

2

0

2

nme

hr

n

=

5291,02

0

2

0 ==me

hr

2

0nrrn =

com

ou

Å (raio de Bohr)

O modelo atômico de Bohr (1913)

Mas: r

e

r

emvUKE

0

2

0

22

842 =

==

r

vm

r

e 2

2

0

2 1

4=

v

-e, m

+e

38

As freqüências emitidas nas transições seriam:

Portanto, Bohr prevê que:

sendo um êxito para a sua teoria!

1

32

0

4

1097378

= cmch

meRH

=

= 2232

0

4 11

8 ´

´'

nnh

me

h

EEf nn

nn

O modelo atômico de Bohr (1913)

=

=

222232

0

4

'

1

´

1

´

11

8

1

nnR

nnch

meH

nn

(constante de Rydberg)

222

0

4 1

8 nh

meEn

=

39

O modelo de Bohr explicou as raias espectrais conhecidas

para o átomo de hidrogênio e mostrou que deveriam existir

outras, fora do espectro visível.

Balmer

40

41

Resumo da aula:

• Partícula confinada em um poço de potencial

infinito em uma dimensão (1D) energias discretas;

• Partícula confinada em um poço de potencial

finito em uma dimensão (1D) energias discretas e contínuas;

• Partícula confinada em um poço de potencial infinito

em três dimensões (3D) energias discretas/ estados

degenerados;

• Átomo de Hidrogênio pré-Mecânica Quântica: Átomo de Bohr

com seus níveis de energias, descrição do espectro do H.

42

Na próxima aula...

Veremos o que a Mecânica Quântica

nos diz sobre o átomo de hidrogênio...